Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português
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Adriano, outra para mim, uma para a minha professora <strong>de</strong> <strong>Português</strong>,<br />
uma para a mamãe, uma para a Tia Alzira, outra para a... Bom, acho<br />
que é melhor fazer umas cinqüenta cópias do livro...<br />
Wilson <strong>de</strong>u uma gargalha<strong>da</strong>:<br />
— Isso é muito pouco, Laurinha! Nem adiantaria ter tanto<br />
trabalho só para imprimir cinqüenta exemplares <strong>de</strong> um livro. Estas<br />
máquinas são feitas para ro<strong>da</strong>r milhares <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez. Eu acho<br />
que o seu livro é muito bom, e muita gente vai querer lê-lo, você não<br />
concor<strong>da</strong>? Por isso, eu vou imprimir <strong>de</strong>z mil exemplares do seu livro!<br />
— Dez mil cópias iguaizinhas? Tudo isso?<br />
— O seu livro vai ser um sucesso, você vai ver! Todo mundo vai<br />
querer comprar! A essa primeira impressão, ou tiragem <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil<br />
exemplares do seu livro, a gente chama <strong>de</strong> "primeira edição". Quando<br />
todos esses exemplares forem vendidos nas livrarias e a edição se<br />
esgotar, aí eu imprimo a segun<strong>da</strong> edição e assim por diante...<br />
Os pacotes <strong>de</strong> folhas do papel feito com o eucalipto <strong>de</strong> Laurinha<br />
foram abertos e as folhas foram empilha<strong>da</strong>s em um dos lados <strong>de</strong><br />
impressora. E... começou a função!<br />
Era uma máquina esperta <strong>de</strong>mais! Tinha uns bracinhos providos<br />
<strong>de</strong> "chupetas" iguais àquelas que se usa naquelas flechinhas que<br />
gru<strong>da</strong>m na pare<strong>de</strong>. As chupetas pegavam uma por uma as folhas <strong>de</strong><br />
papel do seucalipto e as levavam sincroniza<strong>da</strong>mente para serem<br />
impressas. A ponta <strong>da</strong> folha em branco era "engoli<strong>da</strong>" no meio <strong>de</strong> dois<br />
cilindros e saía do outro lado, to<strong>da</strong> impressa!<br />
A folha entrava na máquina — chupt! —, recebia a tinta — lépt!<br />
— e caía no montinho — plaf!<br />
Chupt, lépt, pláf! Chupt, lépt, pláf! Chupt, lépt, pláf! De olhos<br />
arregalados, a menina acompanhava a impressão do seu livro, como se<br />
estivesse hipnotiza<strong>da</strong>!<br />
— Está vendo, Laurinha? — riu-se Wilson, acen<strong>de</strong>ndo o<br />
cachimbo. — É isso o que eu faço aqui: sujo com tinta o papel que<br />
chega aqui limpinho!<br />
E as folhas feitas com o eucalipto <strong>de</strong> Laurinha saíam do outro