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Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português

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1<br />

O meucalipto<br />

LAURINHA sentiu os olhos boiando nas próprias lágrimas.<br />

Eles choravam por Adriano.<br />

Depois do último sinal <strong>da</strong>quela manhã <strong>de</strong> aulas, a menina não<br />

quis ir direto para casa. Foi an<strong>da</strong>ndo sem rumo, mas seus pés a<br />

levaram para on<strong>de</strong> se dirigiam seus pensamentos. Para o bosque. O<br />

lugar on<strong>de</strong> Laurinha havia vivido o momento mais gostoso <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong>.<br />

O momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta. Com Adriano.<br />

— Adriano...<br />

Escondi<strong>da</strong> <strong>de</strong> todos, a menina encostou-se em um tronco, logo<br />

na entra<strong>da</strong> do enorme bosque <strong>de</strong> eucaliptos. Aquele bosque gostoso, <strong>de</strong><br />

tantas recor<strong>da</strong>ções maravilhosas, com o mesmo Sol filtrando-se por<br />

entre os eucaliptos e salpicando seu corpo <strong>de</strong> confetes <strong>de</strong> ouro. Tudo<br />

igual àquela tar<strong>de</strong>. Tudo, menos a presença <strong>de</strong> Adriano...<br />

A menina fechou os olhos bem apertado, fazendo mais lágrimas<br />

correrem pelo rosto já ardido <strong>de</strong> tanto chorar.<br />

Na escuridão dos seus pensamentos, iluminou-se a tela <strong>da</strong>s<br />

lembranças, como um filme que começa a ser projetado na sala escura<br />

<strong>de</strong> um cinema. Não havia créditos nem letreiros, só havia o rosto bonito,<br />

o rosto sorri<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Adriano. E havia ela mesma, Laurinha, miú<strong>da</strong><br />

menina, enleva<strong>da</strong> pela companhia do seu garoto.<br />

tudo...<br />

O seu garoto.<br />

Seu primeiro. Primeira <strong>de</strong>scoberta.. Primeiro carinho. Primeiro<br />

O filme <strong>da</strong>quelas recor<strong>da</strong>ções tão queri<strong>da</strong>s <strong>de</strong>senrolava-se <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> seus olhos fechados. Os dois, juntinhos, mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s, falando sem

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