Maria Madalena e o Santo Graal A Mulher do Vaso ... - Escola da Luz
Maria Madalena e o Santo Graal A Mulher do Vaso ... - Escola da Luz
Maria Madalena e o Santo Graal A Mulher do Vaso ... - Escola da Luz
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
de esperar que a Igreja honrasse essa "irmã favorita", dedican<strong>do</strong>-lhe uma festivi<strong>da</strong>de, como faz<br />
com os outros amigos de Jesus. Entretanto, existe um dia em que se homenageia Santa <strong>Maria</strong><br />
<strong>Ma<strong>da</strong>lena</strong> - 22 de julho -, exatamente uma semana antes <strong>do</strong> de Santa Marta. É mesmo natural<br />
e correto que o dia <strong>da</strong> mais importante <strong>da</strong>s irmãs-santas seja celebra<strong>do</strong> em primeiro lugar.<br />
A passagem <strong>da</strong> Escritura litúrgica oficial <strong>da</strong> Igreja Católica Romana li<strong>da</strong> durante séculos<br />
na celebração <strong>do</strong> dia de <strong>Maria</strong> <strong>Ma<strong>da</strong>lena</strong> foi extraí<strong>da</strong> <strong>do</strong> Cântico <strong>do</strong>s Cânticos, que, por<br />
associação, identificou <strong>Ma<strong>da</strong>lena</strong> como a noiva descrita no Cântico. No século VI, o Papa<br />
Gregório I estabeleceu que <strong>Maria</strong> <strong>Ma<strong>da</strong>lena</strong> e <strong>Maria</strong> de Betânia eram a mesma pessoa:<br />
''Acreditamos que aquela a quem Lucas chama de 'peca<strong>do</strong>ra' e aquela a quem João chama de<br />
'<strong>Maria</strong>' são a mesma mulher de quem, segun<strong>do</strong> Marcos, sete demônios foram expulsos".<br />
A Prostituta Sagra<strong>da</strong><br />
Embora <strong>do</strong>is Evangelhos, o de Marcos e o de Lucas, sustentem que <strong>Maria</strong> <strong>Ma<strong>da</strong>lena</strong> foi<br />
cura<strong>da</strong> por Jesus <strong>da</strong> possessão de sete demônios, não está escrito, em lugar nenhum, que ela<br />
era uma prostituta. Apesar disso, esse estigma a tem segui<strong>do</strong> por to<strong>da</strong> a cristan<strong>da</strong>de. A história<br />
original <strong>da</strong> unção de Jesus em Betânia pela mulher <strong>do</strong> vaso de alabastro deve ter si<strong>do</strong> mal<br />
interpreta<strong>da</strong> pelo autor <strong>do</strong> Evangelho de Lucas, que o escreveu quase cinqüenta anos depois<br />
<strong>do</strong> acontecimento. A unção realiza<strong>da</strong> pela mulher em Betânia era similar a uma conheci<strong>da</strong><br />
prática ritual <strong>da</strong>s sacer<strong>do</strong>tisas sagra<strong>da</strong>s, ou "prostitutas" <strong>do</strong> templo, nos cultos às deusas <strong>do</strong><br />
Império Romano. E até o termo "prostituta" é uma denominação imprópria. Essa palavra,<br />
escolhi<strong>da</strong> pelos tradutores modernos, é emprega<strong>da</strong> para hierodulare, ou "mulheres sagra<strong>da</strong>s"<br />
<strong>do</strong> templo <strong>da</strong> deusa, que desempenhavam um papel expressivo no dia-a-dia <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
clássico. Sua importância como sacer<strong>do</strong>tisas <strong>da</strong> deusa tem origem no perío<strong>do</strong> neolítico (7000-<br />
3500 a.C.), quan<strong>do</strong> Deus era honra<strong>do</strong> e ama<strong>do</strong> como feminino nas terras hoje conheci<strong>da</strong>s como<br />
Oriente Médio e Europa.<br />
No mun<strong>do</strong> antigo, a sexuali<strong>da</strong>de era considera<strong>da</strong> sagra<strong>da</strong>, uma dádiva especial <strong>da</strong><br />
Deusa <strong>do</strong> Amor, e as sacer<strong>do</strong>tisas que oficiavam nos templos dessa deusa no Oriente Médio<br />
eram sagra<strong>da</strong>s para os ci<strong>da</strong>dãos <strong>do</strong>s Impérios Romano e Grego. Conheci<strong>da</strong>s como "mulheres<br />
consagra<strong>da</strong>s", eram pessoas de prestígio, as invoca<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> amor, <strong>do</strong> êxtase e <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> deusa. Em alguns perío<strong>do</strong>s <strong>da</strong> história ju<strong>da</strong>ica, elas fizeram parte <strong>do</strong> ritual de a<strong>do</strong>ração <strong>do</strong>