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Maria Madalena e o Santo Graal A Mulher do Vaso ... - Escola da Luz

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É bem possível que a unção o tenha convenci<strong>do</strong> de que Jesus não era o Messias de<br />

suas expectativas. O Dia de Jeová havia chega<strong>do</strong>. O Escolhi<strong>do</strong> fora ungi<strong>do</strong> no Monte <strong>da</strong>s<br />

Oliveiras, não com o óleo sagra<strong>do</strong> <strong>do</strong> ritual hebreu, e sim com o bálsamo perfuma<strong>do</strong> de uma<br />

mulher. E ele não apenas aceitara essa unção como defendera a atitude <strong>da</strong> mulher como um<br />

anúncio profético de sua morte e de seu enterro, exatamente como no rito primitivo <strong>do</strong> hieros<br />

gamos. Se Ju<strong>da</strong>s fosse mesmo um zelote fun<strong>da</strong>mentalista - zeloso <strong>do</strong> cumprimento <strong>da</strong> Lei -,<br />

teria fica<strong>do</strong> estarreci<strong>do</strong> ao ver Jesus assumir, pela própria vontade, o papel <strong>do</strong> sacrifica<strong>do</strong> Deus<br />

<strong>da</strong> Fertili<strong>da</strong>de e <strong>do</strong> Sol <strong>do</strong>s pagãos.<br />

Naturalmente, a versão que o Evangelho apresenta dessa história foi escrita para<br />

converti<strong>do</strong>s cristãos, que teriam total compreensão <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> mitológico <strong>do</strong> tema <strong>do</strong> deus<br />

sacrifica<strong>do</strong>. Esses ritos pagãos eram pratica<strong>do</strong>s em templos nas ci<strong>da</strong>des <strong>do</strong> Império Romano<br />

até serem bani<strong>do</strong>s pela vitoriosa hierarquia cristã, no final <strong>do</strong> século IV d.C. Mas a inclusão <strong>da</strong><br />

história <strong>da</strong> unção nos quatro Evangelhos indica que as testemunhas oculares que primeiro<br />

relataram o fato devem ter visto nele algo que consideraram de extrema importância.<br />

Em Memória Dela<br />

Em to<strong>do</strong> o Evangelho de Marcos, sempre que alguém deseja proclamar Jesus o Filho<br />

de Deus ou o Messias, ele sempre adverte que sua identi<strong>da</strong>de não deve ser revela<strong>da</strong> a<br />

ninguém. Contu<strong>do</strong>, inespera<strong>da</strong>mente, em Marcos 14:9, Jesus diz aos seus discípulos que a<br />

história <strong>da</strong> mulher <strong>do</strong> vaso de alabastro deveria ser conta<strong>da</strong> e reconta<strong>da</strong> "em memória dela".<br />

Alguém, talvez o próprio Jesus, pode ter considera<strong>do</strong> esse evento tão significativo que deveria<br />

ser manti<strong>do</strong> vivo na comuni<strong>da</strong>de. Por quê?<br />

Denis de Rougemont sugeriu que, quan<strong>do</strong> um evento importante é muito perigoso para<br />

ser discuti<strong>do</strong>, ele é estabeleci<strong>do</strong> como mito e conta<strong>do</strong> como len<strong>da</strong>. Essa opinião, expressa em<br />

História de amor no Ocidente - publica<strong>do</strong> primeiramente em francês, em 1940 -, poderia ser<br />

aplica<strong>da</strong> ao mito em torno <strong>da</strong> mulher <strong>do</strong> vaso de alabastro. Seria a história <strong>da</strong> unção/rito de<br />

casamento de Jesus narra<strong>da</strong> como um mito por causa <strong>do</strong> perigo que representava para a<br />

mulher que era sua esposa? Seria mais seguro relatar a len<strong>da</strong> saben<strong>do</strong> que as pessoas que a<br />

ouvissem entenderiam a relação íntima dessa mulher com o Noivo/Rei?

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