BOLETIM ARQUITETOS 229.indd - Ordem dos Arquitectos
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Internacionalização...<br />
13.0<br />
14.15<br />
Portugal produz profissionais de alta qualidade. A República<br />
gasta enormes quantidades de dinheiro a formar<br />
os nossos jovens licencia<strong>dos</strong>. O terço <strong>dos</strong> meus melhores<br />
alunos faz estágios gratuitos, os outros nem conseguem um<br />
estágio facilmente. Desse terço os melhores emigram e fazem<br />
bem, tenho que ser verdadeiro, fazem bem.<br />
Perdemos uma geração ou os melhores de uma geração, perda<br />
irrecuperável para a Nação...<br />
Sim é verdade que cá dentro to<strong>dos</strong> criticamos tudo, como se o<br />
desporto nacional tivesse deixado de ser o futebol e tivesse passado<br />
a ser a crítica, mas a verdade é que no confronto com o estrangeiro<br />
os portugueses, cada um por si, são sempre casos de<br />
sucesso.<br />
E os arquitectos, os arquitectos têm aquela vantagem fantástica,<br />
trabalham para um “modulor” um humano que tem pés,<br />
pernas, tronco, braços e cabeça, seja branco, azul, amarelo,<br />
vermelho ou negro, usam uma linguagem universal. Um esquiço<br />
é sempre um esquiço, e se soubermos desenhar, sabemos<br />
explicar mil e uma coisas a to<strong>dos</strong> os outros humanos. Um<br />
desenho pode ser lido e “compreendido” por um russo, chinês,<br />
indiano, alemão, islandês ou árabe, que não falem a mes-<br />
ma língua entre eles. Problemas tem um Advogado que tem de<br />
escrever numa língua de cada vez. Nós temos a fantástica linguagem<br />
da Arquitectura. O desenho compreendido por to<strong>dos</strong>.<br />
Em todas as línguas, dominamos a linguagem universal. Aliás,<br />
to<strong>dos</strong> os humanos pensam como poderão vir a usar o edifício<br />
uma vez construído.<br />
Conhecem profissão melhor para uma internacionalização? Para<br />
pedir o jantar precisamos de saber a língua do local, mas para<br />
detalhar um projecto somos capazes de pegar no que está feito a<br />
meio e continuar até ao fim. Ou podemos desenhar o que queremos<br />
jantar, mostramos o desenho e seremos compreendi<strong>dos</strong>.<br />
Se eu desenhar um ovo será que tenho que ser Cristóvão Colombo<br />
para me enganar nas contas e chegar à América, pensando<br />
que chego à Índia?...<br />
Só aqueles que não estão a voar para os sítios certos é que podem<br />
pensar que há falta de trabalho para arquitectos.<br />
Vejamos: 2/3 das construções feitas no planeta são projectadas e<br />
executadas sem arquitecto. Penso que esta realidade assoberbante<br />
é clara: faltam arquitectos pelo planeta azul. A população cresce<br />
como se este “super predador”, o humano, se preocupasse em<br />
reproduzir-se até à completa extinção de to<strong>dos</strong> os recursos, excepto<br />
os por ele comi<strong>dos</strong>... Ocupando to<strong>dos</strong> os espaços do Equador<br />
ao Ártico, aliás só os tubarões se assemelham. Existem tubarões<br />
por todo o lado e humanos também. Nunca pensem que aqui nesta<br />
praia não há tubarões. Podem não ser muito comuns mas já os vi<br />
na Costa da Caparica, no Algarve e dentro do rio Tejo.<br />
Da felicidade... Os humanos procuram a felicidade. Para ela<br />
contribui ter: um lar quente, fresco e seguro, tudo isto quando<br />
necessário. Depois criam-se outras necessidades: o hospital, a<br />
escola, o local de trabalho e o ócio tudo isto necessita de arquitectos.<br />
Enquanto a população crescer somos necessários.<br />
A Europa... O melhor lugar do mundo para viver mas um insucesso<br />
para os arquitectos trabalharem. Não temos nem muitos<br />
jovens com necessidades, nem muitos governos cheios de<br />
dinheiro, para delapidarem os recursos naturais, para satisfazerem<br />
as necessidades destes jovens. Países com jovens que se<br />
não virem satisfeitas as suas necessidades, vão derrubar estes<br />
governos. A palavra de ordem na Europa é reabilitar. A população<br />
decresce na generalidade e o que já está construído serve<br />
os seus fins. A cidade necessita de uma adequação aqui e ali,<br />
necessita de ser reabilitada. Os jovens são poucos, são calmos e<br />
não são um perigo para os governos. No máximo votarão contra<br />
mas não farão revoluções...