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BOLETIM ARQUITETOS 229.indd - Ordem dos Arquitectos

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18.19<br />

<strong>Arquitectos</strong> portugueses<br />

‘externacionalização’<br />

e globalidade<br />

A<br />

internacionalização <strong>dos</strong> arquitectos portugueses tem-se<br />

processado ao longo de muitos séculos e de mo<strong>dos</strong> muito<br />

diferentes. Recentemente a diversidade dessa internacionalização<br />

tem vindo a intensificar-se.<br />

Essa internacionalização verifica-se por um lado, desde que os Portugueses<br />

começaram a escrever, projectar e construir em e sobre<br />

outras terras, desde o norte de África, Brasil até à Ásia.<br />

Existe também outro tipo de internacionalização que está relacionado<br />

sobretudo com a divulgação internacional da arquitectura<br />

produzida por arquitectos portugueses em Portugal, através de textos<br />

de autores estrangeiros e também por alguns autores nacionais.<br />

Este fenómeno tem estado sobretudo centrado tanto na possibilidade<br />

de se construírem projectos noutros territórios, como<br />

também numa busca de identificar algo característico que se<br />

possa exportar e divulgar.<br />

Disso são exemplos os projectos que são elabora<strong>dos</strong> por arquitectos<br />

portugueses em território nacional e que são construí<strong>dos</strong><br />

noutras geografias culturais e económicas. À semelhança<br />

do que se passa em muitos outros países, as motivações que<br />

levam a que esses projectos sejam elabora<strong>dos</strong> em Portugal são<br />

sobretudo culturais ou económicas.<br />

Outro exemplo são as participações nacionais em exposições de carácter<br />

internacional.<br />

Será que actualmente continua a ser absolutamente necessário que<br />

se identifique um “produto” e/ou serviço específico que se possa exportar,<br />

face à globalização da produção cultural e económica?<br />

É muitas vezes referido que a produção arquitectónica em Portugal<br />

está muito focada na sua própria problemática interna. A<br />

sua sensibilidade para o que é local pode ter também uma enorme<br />

relevância e globalidade, sobretudo face à multiplicidade <strong>dos</strong><br />

processos de crescente banalização da globalização.<br />

Até que ponto tem o ensino de arquitectura em Portugal contribuído<br />

para outras formas e oportunidades de internacionalização?<br />

Qual a relação entre o modo como se estrutura e processa o ensino<br />

e a aprendizagem de arquitectura em Portugal e a grande capacidade<br />

que os arquitectos portugueses têm demonstrado em projectar<br />

e construír, e se adaptarem a contextos sociais, económicos,<br />

políticos e culturais muito diversos e por vezes adversos?<br />

Existem exemplos de arquitectos que constroem globalmente,<br />

de arquitectos que escrevem e promovem arquitectura global-<br />

DIOGO BURNAY, membro n.º 3370<br />

Halifax, Janeiro 2013<br />

mente, tal como de arquitectos que estão a trabalhar em contextos<br />

e geografias muitíssimo diversos.<br />

Este último exemplo tem-se evidenciado não apenas através da<br />

presente crise económica que se sente em toda a Europa, sobretudo<br />

no sul, onde os agentes económicos globais em muito contribuíram<br />

para a acentuar a asfixia das suas economias.<br />

A fundação <strong>dos</strong> programas de intercâmbio académico dentro<br />

da europa e com escolas em todo o mundo, e a presença do estágio<br />

integrado no percurso académico (uma ligação muito específica<br />

e importante entre o ensino e a prática profissional)<br />

têm contribuído para um crescente número de pessoas que vão<br />

trabalhar para fora de Portugal.<br />

Estes arquitectos estão espalha<strong>dos</strong> por todo o mundo, desde grandes<br />

capitais a pequenas comunidades, em várias localidades em países<br />

Europeus, no Continente Norte Americano, América do Sul, África,<br />

Médio Oriente, Ásia e Austrália. Trabalham integra<strong>dos</strong> em pequenas,<br />

médias e grandes equipas de projecto, em pequenos ateliers a<br />

grandes escritórios, em projectos de grande discrição, em projectos<br />

de grande visibilidade mediática, em projectos editoriais, em instituições<br />

culturais, em instituições de ensino de arquitectura.<br />

Estes arquitectos são membros activos nas múltiplas comunidades<br />

onde se enquadram, através do seu trabalho que realizam<br />

to<strong>dos</strong> os dias.<br />

Estes arquitectos e arquitectas Portugueses são também interlocutores,<br />

protagonistas e embaixadores da arquitectura portuguesa,<br />

transportam consigo um modo de fazer arquitectura, o que apreenderam<br />

e assimilaram ao longo <strong>dos</strong> anos de aprendizagem disciplinar<br />

e prática profissional em Portugal, um legado de uma grande<br />

atenção para com o território, valores locais, com uma grande maleabilidade<br />

em com muito pouco se conseguir fazer muito, em fazer<br />

“sopa-de-pedra” face às condições económicas (não tão recentes<br />

quanto isso...) do território Português, em sintetizar projectos, e<br />

uma grande capacidade em interpretar contextos paisagísticos, or-

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