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BOLETIM ARQUITETOS 229.indd - Ordem dos Arquitectos

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16.17<br />

Internacionalização<br />

definir<br />

estratégias<br />

JORGE CERVEIRA PINTO<br />

Coordenador Nacional do Programa “Criatividade Portugal”<br />

O<br />

tema da internacionalização da economia Portuguesa,<br />

é hoje recorrente em quase to<strong>dos</strong> os discursos <strong>dos</strong> responsáveis<br />

pela política económica do nosso país. Sendo<br />

certo, que esta não é uma questão nova – pelo contrário é um<br />

tema central da nossa economia desde 1974, quer quando falamos<br />

no investimento directo estrangeiro, quer quando falamos<br />

na questão do (des)equilíbrio da nossa balança comercial – o<br />

presente momento de crise financeira e consequente crise económica,<br />

fez com que muitas empresas e empresários encontrem<br />

no mercado internacional a solução – pelo menos parcial<br />

– para o seu crescimento e desenvolvimento. De facto, a capacidade<br />

exportadora das empresas nacionais, tem apresentado<br />

uma performance muito positiva – surpreendentemente positiva<br />

afirmam alguns – pelo que estas empresas e empresários<br />

são hoje vistos como verdadeiros heróis e heroínas nacionais: e<br />

isto é bom e só peca por tardio reconhecimento…<br />

O desenvolvimento de uma estratégia de internacionalização deve<br />

ser sempre encarada como uma decisão de risco elevado e a obrigar<br />

a investimentos, pelo que esta opção de crescimento e expansão<br />

só deve ser equacionada pelos empresários que reúnam condições<br />

mínimas, quer do ponto de vista de gestão (recursos humanos<br />

competentes e orienta<strong>dos</strong> para esta nova estratégia) quer do ponto<br />

de vista financeiro (capacidade de suportar novos riscos, de investir<br />

no conhecimento de novos merca<strong>dos</strong>, de apostar em novas<br />

alianças comerciais, etc.).<br />

Mas apesar destes riscos, as empresas que os conseguiram superar<br />

beneficiam hoje de acesso a novos merca<strong>dos</strong> em crescimento,<br />

de novas oportunidades de negócios, de acesso a tecnologias e saberes<br />

mais avança<strong>dos</strong> e sofistica<strong>dos</strong>, de novas capacidades na gestão<br />

de parcerias e alianças e de condições financeiras e de negócio<br />

mais favoráveis do que as empresas fortemente dependentes<br />

do mercado nacional.<br />

No meio de tudo isto, que dizer da internacionalização da arquitectura<br />

portuguesa? Desde logo, que ela nunca foi tão internacional<br />

como é hoje: há um reconhecimento mundial único da qualidade<br />

<strong>dos</strong> nossos arquitectos, motivo de orgulho nacional; há<br />

arquitectos forma<strong>dos</strong> pelas nossas escolas a trabalhar nas melhores<br />

empresas de arquitectura em to<strong>dos</strong> os continentes; e finalmente,<br />

temos hoje escritórios de arquitectos portugueses a participar<br />

activamente no mercado internacional, vencendo concursos,<br />

estabelecendo parcerias e até abrindo portas em diversos países<br />

(por exemplo, Angola, China, Médio Oriente, Marrocos e Países<br />

Nórdicos). No entanto há que reconhecer que esta última situação<br />

apenas respeita a um pequeno grupo de empresas, provavelmente<br />

as de maior dimensão e mais bem organizadas do ponto de vista<br />

da gestão profissional do seu negócio, pelo que a questão que se<br />

coloca é como podemos aumentar o número de empresas que se<br />

envolvem em projectos de internacionalização, assumindo, naturalmente,<br />

que esta estratégia é fundamental para a sobrevivência<br />

da maioria <strong>dos</strong> negócios existentes.<br />

Como já afirmamos, a internacionalização é uma opção de risco<br />

elevado, pois significa muitas vezes entrar em novos merca<strong>dos</strong>,<br />

culturalmente distintos, afasta<strong>dos</strong> geograficamente, com processos<br />

de decisão que nos são desconheci<strong>dos</strong>, com riscos financeiros<br />

que têm de ser acautela<strong>dos</strong> (por exemplo, risco de câmbio), com<br />

legislação e regulamentos próprios, com leis laborais distintas e<br />

com uma concorrência local que parte numa posição mais favorável<br />

e normalmente com uma legislação que a beneficia.<br />

Para conseguirmos reduzir este risco, o processo de internacionalização<br />

de um qualquer negócio exige um planeamento rigoroso, capaz<br />

de antecipar cenários e definir estratégias. Claro, que nenhum<br />

planeamento elimina o risco, mas pelo menos permite reduzi-lo<br />

de forma significativa. É este planeamento que permite encontrar<br />

resposta a três perguntas: Como internacionalizar? Para onde internacionalizar?<br />

Com que apoios? Estas perguntas não são sequenciais,<br />

pelo contrário fazem parte de um ciclo, que se quer virtuoso…<br />

A resposta à primeira pergunta, depende da vontade <strong>dos</strong> decisores<br />

empresariais e do seu modo de conceber o desenvolvimento do<br />

seu projecto, bem como da existência de barreiras, regulamentos<br />

ou estruturas internas de cada país que constituem condicionantes<br />

das escolhas realizadas. Acresce que os diferentes mo<strong>dos</strong><br />

de internacionalização correspondem a diferentes fases da evolução<br />

e do crescimento das empresas. Podemos definir duas formas<br />

de entrada no mercado internacional: a forma directa, através de

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