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Boletim da Mão - Hospital Sírio Libanês

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Fraturas do<br />

rádio distal<br />

o rádio é o osso que se estende anatomicamente na parte<br />

lateral do antebraço, indo do cotovelo até o lado do punho,<br />

onde se encontra o polegar. Em direção ao ombro (proximalmente),<br />

articula-se com o úmero (único osso do braço), em direção<br />

à mão (distalmente) com o carpo (conjunto de ossos do<br />

punho) e medialmente com a ulna (outro osso do antebraço).<br />

Assim, tem um corpo e duas extremi<strong>da</strong>des (proximal e distal).<br />

A fratura do rádio distal é a mais comum do membro superior<br />

e uma <strong>da</strong>s mais frequentes de todo o corpo: corresponde a,<br />

aproxima<strong>da</strong>mente, 17% de to<strong>da</strong>s as fraturas atendi<strong>da</strong>s em serviços<br />

de pronto-socorro do Brasil.<br />

Apesar de comuns em to<strong>da</strong>s as faixas etárias, destaca-se em<br />

duas situações: na infância (entre seis e dez anos), época em que<br />

o osso está em desenvolvimento e apresenta regiões ain<strong>da</strong> não<br />

completamente ossifica<strong>da</strong>s, e por volta <strong>da</strong> quinta e sexta déca<strong>da</strong>s<br />

de vi<strong>da</strong>, quando a fragili<strong>da</strong>de decorrente <strong>da</strong> osteoporose torna<br />

a região mais frágil a traumatismos, especialmente que<strong>da</strong>s. Uma<br />

vez que o mecanismo mais frequente dessas fraturas é a que<strong>da</strong><br />

com o punho em extensão (“virado para trás”) e a mão espalma<strong>da</strong>,<br />

geralmente os fragmentos ósseos desviam-se para o dorso.<br />

Porém, com o aumento dos traumas de alta energia e<br />

dos acidentes de trânsito, ressaltando-se o número crescente<br />

envolvendo motocicletas, a incidência dessa fratura cresce a<br />

ca<strong>da</strong> ano e apresenta padrões ca<strong>da</strong> vez mais complexos.<br />

As fraturas do rádio distal sem desvio são trata<strong>da</strong>s consensualmente<br />

de forma incruenta (sem abertura do foco de<br />

fratura), variando somente o tipo de imobilização. Entretanto,<br />

para as fraturas com desvio, instáveis e as intra-articulares,<br />

existem divergências de conduta e técnicas emprega<strong>da</strong>s. A definição<br />

<strong>da</strong> melhor forma de tratamento deve ser feita na fase<br />

agu<strong>da</strong> e, para isso, será importante uma avaliação cui<strong>da</strong>dosa<br />

do especialista em cirurgia <strong>da</strong> mão, para evitar tratamentos<br />

insuficientes e complicações que gerem deformi<strong>da</strong>des ou diminuição<br />

do movimento do punho.<br />

<strong>Boletim</strong> <strong>da</strong> <strong>Mão</strong><br />

Dr. João Carlos Nakamoto, ortopedista especialista em cirurgia <strong>da</strong> mão<br />

do Núcleo de Cirurgia <strong>da</strong> <strong>Mão</strong> e Microcirurgia Reconstrutiva<br />

do HSL, CRM – SP 104.340<br />

Nos últimos 20 anos, tem havido mais atenção em relação<br />

ao tratamento e à reabilitação funcional <strong>da</strong>s fraturas do<br />

rádio distal, cujas altas taxas de sequelas são motivo de preocupação.<br />

o tipo de fratura, a i<strong>da</strong>de do paciente, sua ativi<strong>da</strong>de<br />

profissional, grau de utilização do membro superior, práticas<br />

esportivas e a experiência do cirurgião definem o melhor tratamento.<br />

o objetivo é restabelecer a função, preservar o movimento,<br />

evitar dor residual, impedir um desgaste precoce<br />

<strong>da</strong> articulação (artrose secundária) e, se possível, manter um<br />

aspecto estético aceitável, tudo isso <strong>da</strong> forma mais rápi<strong>da</strong> e<br />

indolor possível.<br />

Para isso, deve-se buscar a reconstrução e manutenção<br />

<strong>da</strong> anatomia normal do rádio. As técnicas utiliza<strong>da</strong>s<br />

para a reconstrução e estabilização <strong>da</strong> articulação são as<br />

mais varia<strong>da</strong>s. Algumas vezes, o padrão <strong>da</strong> fratura permite<br />

o tratamento unicamente com imobilização (gesso e outros<br />

recursos), porém em muitas situações é necessário um procedimento<br />

cirúrgico, em que o desvio <strong>da</strong> fratura é corrigido<br />

e então estabilizado por meio de implantes. Existe um<br />

grande número de implantes à disposição, incluindo pinos<br />

metálicos, sistemas de placas e parafusos e dispositivos de<br />

fixação externa, que podem ser usados isola<strong>da</strong>mente ou<br />

em conjunto.<br />

Após análise de to<strong>da</strong>s as variáveis, o cirurgião definirá<br />

o melhor método para ca<strong>da</strong> fratura. o diagnóstico sempre<br />

deverá ser feito no primeiro atendimento, mas, depois, é<br />

importante buscar a opinião de um cirurgião <strong>da</strong> mão para<br />

orientações e possíveis tratamentos. o tratamento deve ser<br />

adequado em to<strong>da</strong>s as fases (avaliação inicial, tratamento<br />

cirúrgico ou conservador e reabilitação adequa<strong>da</strong>), pois só<br />

assim o paciente voltará às suas ativi<strong>da</strong>des habituais sem<br />

desconforto e a fratura do rádio distal não passará apenas de<br />

uma lembrança.

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