2ª avaliação da unidade gabarito das questões ... - Colégio Oficina
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COLÉGIO OFICINA<br />
02. O livro Vítimas Algozes trabalha a defesa do fim <strong>da</strong> escravidão por uma veia distinta <strong>da</strong> que comumente trabalharam<br />
muitos escritores do século XIX: o apelo cristão de que todos somos criaturas divinas.<br />
5<br />
“– Árvores <strong>da</strong> escravidão deram seus frutos. Quem pede ao charco água pura, saúde à peste, vi<strong>da</strong> ao veneno que<br />
mata, morali<strong>da</strong>de à depravação, é louco. Dizeis que com os escravos, e pelo seu trabalho vos enriqueceis: que seja<br />
assim; mas em primeiro lugar donde tirais o direito <strong>da</strong> opressão?... E depois com esses escravos ao pé de vós, em<br />
torno de vós, com esses miseráveis degra<strong>da</strong>dos pela condição violenta<strong>da</strong>, engolfados nos vícios mais torpes,<br />
materializados, corruptos, apodrecidos na escravidão, pestíferos pelo viver no pantanal <strong>da</strong> peste e tão vis, tão perigosos<br />
postos em contacto convosco, com vossas esposas, com vossas filhas, que podereis esperar desses escravos, do seu<br />
contacto obrigado, <strong>da</strong> sua influência fatal?...Oh!... Bani a escravidão! Bani a escravidão! Bani a escravidão!”<br />
2<br />
Vítimas Algozes – Joaquim Manoel de Macedo<br />
O discurso final <strong>da</strong> obra resume o conjunto de argumentos apresentados por Joaquim Manoel de Macedo em seus<br />
“Quadros Exemplares” com a finali<strong>da</strong>de de pôr fim à escravidão.<br />
Fun<strong>da</strong>menta-se nos argumentos do autor a seguinte afirmação:<br />
a) O escravo é pintado como o agente corruptor de uma socie<strong>da</strong>de que se quer moral e fisicamente higieniza<strong>da</strong>:<br />
Simeão seduz a filha de seu senhor e tira-lhe a virgin<strong>da</strong>de.<br />
b) Joaquim propõe que, eliminar a escravidão, seria seguir os princípios bíblicos de que todos são iguais diante de<br />
Deus, portanto, era preciso tratar o negro como igual.<br />
c) Ele se mune de tipos que demonstram ao leitor o quão comprometedor <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong>de familiar era a presença do<br />
escravo na intimi<strong>da</strong>de doméstica.<br />
d) Propunha que fazer uso do trabalho escravo era sustentar e manter um ser que poderia ser substituído por uma<br />
mão-de-obra mais barata.<br />
e) As revoluções sociais do século XIX mu<strong>da</strong>m a mentali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> época que entende a força de<br />
trabalho negra como parte integrante de uma nação multicultural.<br />
GABARITO: C<br />
03.<br />
TEXTO II<br />
Ora, se deu que chegou<br />
(isso já faz muito tempo)<br />
no banguê dum meu avô<br />
uma nega bonitinha<br />
chama<strong>da</strong> nega Fulô.<br />
Essa nega Fulô!<br />
Ó Fulô! Ó Fulô!<br />
(Era a fala <strong>da</strong> Sinhá.)<br />
Vai forrar a minha cama,<br />
pentear os meus cabelos,<br />
vem aju<strong>da</strong>r a tirar<br />
a minha roupa Fulô<br />
Essa negrinha Fulô<br />
ficou logo pra mucama,<br />
pra vigiar a Sinhá<br />
pra engomar pro Sinhô!<br />
Essa nega Fulô!<br />
Essa nega Fulô!<br />
Ó Fulô! Ó Fuló! (Era a fala <strong>da</strong> Sinhá.)<br />
Vem me aju<strong>da</strong>r, Ó Fulô,<br />
vem abanar o meu corpo<br />
2010Salvador/3ªs/Gabarito/20100924_ <strong>2ª</strong> Avaliação_Português_3ªUnid.doc/lau<br />
NEGA FULÔ<br />
que eu estou sua<strong>da</strong>, Fulô!<br />
vem coçar minha coceira,<br />
vem me catar cafuné,<br />
vem balançar minha rede,<br />
vem me contar uma história,<br />
que eu estou com sono, Fulô!<br />
...<br />
O Sinhô foi ver a nega<br />
levar couro do feitor.<br />
A negra tirou a roupa.<br />
0 Sinhô disse: Fulô!<br />
(A vista se escureceu<br />
que nem a nega Fulô.)<br />
Ó Fulô? Ó Fulô?<br />
Cadê, cadê teu Sinhô<br />
que nosso Senhor me mandou?<br />
Ah! foi você que roubou,<br />
foi você, nega Fulô?<br />
Essa nega Fulô!<br />
Jorge de Lima