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são contrários a que o Brasil explore a energia da biomassa que é<br />
abundante nos trópicos? Os Estados Unidos querem que o Brasil<br />
fique atrelado à civilização do petróleo e não dê o salto à exploração<br />
da energia vegetal da biomassa? Quais as medidas concretas tomadas<br />
pelos Estados Unidos contra a utilização da biomassa pelo<br />
Brasil? Se não há constrangimento norte-americano a um modelo<br />
energético da biomassa que poderia ser materializado pelo Brasil,<br />
então qual é efetivamente o motivo de o governo brasileiro não<br />
acordar para essa potencialidade energética do nosso território? Essas<br />
perguntas difíceis de serem respondidas não deixam de canalizar<br />
nossa atenção histórica para a fiscalidade dos Estados Unidos, país<br />
privilegiado do ponto de vista do combustível, que possui em<br />
abundância carvão mineral de boa qualidade e petróleo – mas não<br />
tem condições de plantar cana-de-açúcar porque o seu território não<br />
faz parte dos trópicos.<br />
Os Estados Unidos não têm uma natureza propícia à produção<br />
de energia vegetal, de onde possam extrair um combustível<br />
substitutivo ao fóssil. Daí a necessidade de buscar energia fora de<br />
seu território. Enganam-se os que pensam que a patota neurastênica<br />
do Bush está de olho apenas na importância estratégica (por<br />
causa dos jazidas de gás e petróleo) da Ásia Central e do Oriente<br />
Médio. É evidente que o combustível que move ainda a sociedade<br />
industrial é o petróleo, por isso os norte-americanos querem<br />
construir oleoduto e gasoduto no Afeganistão; todavia o que se<br />
descortina para o futuro próximo é a realidade pós-petróleo do<br />
mundo e sua inexorável substituição pela energia da biomassa concentrada<br />
na região tropical.<br />
Os estudos sobre o imperialismo e a militarização da economia<br />
na etapa do capitalismo monopolista de Estado são negligentes em<br />
relação ao papel crucial da energia, embora durante a vigência da<br />
chamada Guerra Fria, numa civilização agressiva que fez da guerra<br />
o seu passatempo, com um soldado em cada família, a questão da<br />
escassez ou finitude do petróleo não se apresentava de maneira tão<br />
dramática quanto nos dias de hoje. A quase intervenção armada dos<br />
EUA em Cuba, que não aconteceu por um triz, o golpe de 64 no<br />
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