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lados da folha. Assim, em qualquer direção do vento, ela absorve<br />
CO 2 e, com a nossa abundância de sol, era imbatível. Isso<br />
significa que é a melhor eficiência energética, por uma planta. Tudo<br />
em função do trópico, mas isso não bastou. Tivemos ainda que verificar<br />
por que havia esse esgotamento do solo.<br />
Fizemos, então, muitos testes e verificamos que 99% do que<br />
era retirado do solo em forma de biomassa, eram água e carbono,<br />
e a quase totalidade dos nutrientes voltava ao solo, via folhas que<br />
caem. Quando fiz uma exposição recente, trinta anos depois, os argumentos<br />
vieram da mesma forma. Estava advogando o que chamo<br />
de uma floresta superdensa. É o meu projeto em andamento.<br />
As pessoas dizem assim: o eucalipto precisa de seis anos para dar<br />
o primeiro corte, o eucalipto esgota o solo e tira os nutrientes. A<br />
usina de álcool tem uma microcaldeira que consome meio metro<br />
de eucalipto por dia. Precisei então resolver essa questão de biomassa,<br />
senão, quando fosse para a Amazônia, iriam dizer: vai destruir<br />
a Amazônia com essa caldeira!<br />
Fiz o seguinte, e pude verificar o resultado: em vez de plantar<br />
uma floresta com 1.500 árvores por hectare (que é o padrão que está<br />
por aí), esperar seis anos para dar o primeiro corte, fiz uma florestinha,<br />
com 20.000 árvores por hectare, e me propus a cortá-la a cada<br />
ano. Agora, experiência feita, a floresta está plantada, e com um ano<br />
já estava com cinco metros. Fiz o primeiro corte com um ano e, agora,<br />
depois de três meses, ela já está com quatro metros de altura. Depois<br />
vou poder dar o segundo, o terceiro corte, etc. Essa madeira foi<br />
para a caldeira. A cinza retornou à florestinha com seus nutrientes.<br />
A África do Sul está plantando, cortando e recortando eucalipto<br />
há 50 anos. Isso não acontece nas zonas temperadas. Não estamos<br />
inventando, é uma realidade. O pinus tem que ser plantado, ele não<br />
rebrota. Aqui não, a aroeira-do-sertão, não sei se vocês conhecem, é uma<br />
madeira que dura 100 anos. Tem um programa de mestrado ou<br />
doutorado, não sei bem, que diz que essa aroeira-do-sertão está em<br />
extinção. O estado de Minas Gerais tem sete milhões de hectares de<br />
aroeira-do-sertão. São sete milhões em 55 milhões de hectares que<br />
Minas Gerais tem de área. Conselheiro Pena, em MG, considerou a<br />
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