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Untitled - Unicamp

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trabalhismo nacionalista, ou as respostas deste aos principais<br />

problemas dos nossos dias, implica um projeto energético e<br />

tecnológico da biomassa com objetivo de promover a desalienação<br />

mental dos trópicos e estender o progresso à maioria da população.<br />

A verdade é que sem memória não há resistência. E a nossa<br />

memória é trabalhista. Em 1950 a palavra eleitoral de Getúlio<br />

Vargas se empenhava na criação da Petrobras. Isso mostra como a<br />

história do trabalhismo está vinculada à questão energética. Depois<br />

do suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, é chegada a hora de Leonel<br />

Brizola governar o Rio Grande do Sul em 1959, cujo desafio era<br />

resolver a escassez de energia elétrica que impedia o desenvolvimento<br />

do Estado. Empresa responsável pela geração de energia elétrica, a<br />

CEERG era subsidiária da multinacional Bond and Share. Evocando<br />

o interesse público, Leonel Brizola a encampou promovendo o<br />

maior bafafá internacional, de modo que não foi senão por causa<br />

da energia que o jovem governador gaúcho tornar-se-á o político<br />

brasileiro mais visado pelo imperialismo norte-americano depois da<br />

morte de Getúlio Vargas. Em livro póstumo da Assembléia do Rio<br />

Grande do Sul dedicado ao ex-governador, somos informados que<br />

uma empresa governamental – AGASA (açúcar gaúcho) – pretendia<br />

produzir álcool combustível, o que revela a sensibilidade de Leonel<br />

Brizola em relação à importância da energia. O seu amigo Darcy<br />

Ribeiro, quando senador na década de 90, conversando com J.W.<br />

Bautista Vidal e Marcello Guimarães, organizou a Carta Darcy<br />

número 7 dedicada à biomassa e aos trópicos, chamando a atenção<br />

para a travessia energética do paradigma hidrocarboneto ao hidrato de<br />

carbono. À Petrobras caberia não entrar na jogada pérfida do poder<br />

mundial que faz de tudo para nos convencer a ficarmos atrelados ao<br />

petróleo, assim como no passado jurava que por aqui não havia sequer<br />

uma gota de petróleo. Dir-se-ia até que, na ótica da escola da<br />

biomassa, a miragem de uma auto-suficiência petrolífera é antes<br />

prejudicial do que algo benfazejo ao país. Isso porque essa autosuficiência<br />

poderia retardar nosso passo em direção à mudança da<br />

matriz energética rumo à biomassa dos trópicos. Estupidez hoje em<br />

dia é incentivar a instalação da moribunda petroquímica devido às<br />

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