A Morte do Imortal

As sondas de média-curta distância de Arga registaram o mega in-
cêndio que ardia a crosta terrestre. Então uma nova missão foi insu-
flada nas almas dos descendentes dos hereges que emigraram para a
«“maré-solar” de Mercúrio»(órbita mercúriana e suas proximidades afec-
tadas pela influência do seu campo gravitacional). Eram os únicos re-
presentantes da Humanidade(à época, desconhecia-se a existência das
restantes três Humanidades, que mais tarde, já no nosso Tempo, viriam
a formar as «Quatro», o sistema tetrárquico que compõe o actual Impé-
rio Humano), a eles pertencia agora toda a herança terrestre! Por
aquele facto, decidiram regressar um dia à Terra e restaurar ali de
novo a Vida. Aquilo converteu-se, no lento correr dos séculos, na Lei
máxima em Arga. Tudo era feito tendo aquele ideal objectivo em mente!
O aquapiro ardeu durante aproximadamente quinhentos anos, sobre o
planeta. Por mais oitocentos anos prolongou-se o escaldante efeito-de-
estufa na sua superfície.
Quando, por fim, a temperatura reequilibrou-se em níveis minima-
mente sustentáveis para suportar o início duma humanosféra, os poten-
tes motores de Arga roncaram trovejantes anunciando o arranque da via-
gem de regresso.
∴
Já, na Terra, a primeira tarefa dos recém-chegados humanos foi a
de reorganizar a atmosfera, de modo a serem produzidos os gases funda-
mentais à biologia. Depois, sobre aquele árido solo plano, onde apenas
a poeira se movia animada por um violento vento, obrigaram a chuva a
cair. Então fizeram implodir várias áreas da superfície, fazendo res-
surgir um relevo terrestre; e, naquele momento, as águas, que corriam
incessantemente de pesadas nuvens negras, reuniram-se nas novas zonas
baixas, os novos oceanos, deixando emergir áreas de chão rochoso, os
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