A Morte do Imortal

se transparente. Uma mulher, de três longas tranças negras que forma-
vam um imaginário triângulo nas sua costas, atravessou aquela súbita
abertura, entrando na sala. Logo após a sua entrada, a parede ressoli-
dificou-se por completo, recuperando a sua forma anterior.
Ela usava um vestido apertado às esbeltamente esqueléticas formas
do seu corpo. O homem aproximou-se dela.
- Quem… Onde estou? Estou aqui preso! - Ele falava quase sem um
definido sentido lógico, sentia-se estranhamente deslocado.
(Um dos parâmetros do reacordamento era a introdução do idioma
terrestre, entre outros conhecimentos sociais, na região sóciopsico-
cerebral dos recém-chegados Anormais, o que facilitava a rápida inte-
racção linguística entre todos.)
- Calma… vou explicar-te tudo! - a voz dela tinha características
excessivamente femininas.
Então, ela contou-lhe vagamente toda a anterior história da Anor-
malidade, dizendo-lhe que ele próprio era um Anormal, e que ela seria
a sua tutora que o iniciaria no Teotao. Por último respondeu-lhe que
se chamava Catarina.
(«Catarina», este é um nome que causa muita polémica entre os
cronistóriadores devido à sua antiga grafia: «ThabTre|h S ~ai ~
h ~ ». Daí que al-
guns o actualizem por «Çaãhâtihñh», isto é, «Sati», e não por «Catari-
na»; embora seja mais usual essa interpretação em autores de vocação
neorreligionista, da última metade do 31 o sígulo.)
-… E eu? Qual é o meu nome?! - perguntou-lhe, num tom de quem se
perdera de si mesmo.
- É verdade!! Como tua tutora devo atribuir-te um prénome, que
utilizarás até seres rebaptizado pelo próprio Cipu. Deixa-me pensar…
Sempre detestei esta parte! Um prénome… talvez; não… outro! Um préno-
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