A Morte do Imortal

Naquele momento, um quadrado luminoso surgiu no ar, sobre o anci-
ão-chefe; era um «holofone»(mecanismo com a capacidade de converter
som em luz e transmiti-la através do Espaço e do Tempo, um muito comum
meio-de-comunicação naquela época).
- Quando era que tencionavas informar-me que ele havia já chega-
do!?… Antes ou depois de o matares!!!?! - era o próprio Cipu que fala-
va através do holofone, dirigindo-se superiormente a Teusfilo.
O velho Familiar hesitou embaraçado por uns momentos.
- Posso… saber como… teve conhecimento desta nossa e privada…
reunião? - o tom de Teusfilo fundia-se agora entre o humilde e o auto-
ritário.
- Não dês ainda mais razão aos «Protestantes», não julgues que
podes ser superior a mim; eu sou o Cipu, e tu és apenas um dos meus
vários serventes.
(«Os Protestantes», era um grupo misto, formado por humanos e
Anormais, que se opunham à crescente influência da Família no sistema
administrativo do Cipu, recordando em manifestações públicas o conteú-
do, já praticamente considerado divino pelos neorreligionistas, da Lei
da Incapacidade Autogovernativa Humana, a agora muito sagrada «lia-
Hu».)
- Espero uma resposta. - reafirmou o Cipu.
- Bem!, pelas proféticas descrições em Bíblios seria mais pruden-
te eliminá-lo… !! - tentou justificar-se, o ancião-chefe.
-… E dar mais um motivo aos Protestantes?
- Como, meu senhor, … - aquela última palavra soava amargamente
forçada na voz sintética de Teusfilo. -… teriam eles conhecimento…?
- Por vezes és uma verdadeira desilusão! - a voz do Cipu parecia
dotada de frustração. - Não sabes que aí, entre vós, se encontra um
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