Ben Bernanke alerta que situação fiscal dos EUA é - Brasil ...
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QUARTA-FEIRA, 18 DE JULHO, 2012<br />
ANO 4 | N O 728 | R$ 3,00<br />
De olho na Copa<br />
Multipark <strong>que</strong>r dobrar sua rede de<br />
estacionamentos at<strong>é</strong> 2014 em pontos<br />
nobres como Píer Mauá e Morumbi. ➥ P3<br />
Honda prepara o<br />
Brio “brasileiro”<br />
Montadora japonesa transfere parte da produção do<br />
sedã City para a Argentina e pode liberar linha para<br />
montagem do modelo compacto no <strong>Brasil</strong>. ➥ P16<br />
O escolhido<br />
PUBLISHER RICARDO GALUPPO<br />
DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA<br />
DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA<br />
Guido Mantega surpreende e nomeia<br />
Leonardo Pereira, ex-diretor da Gol,<br />
para assumir presidência da CVM. ➥ P31<br />
<strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong> <strong>alerta</strong> <strong>que</strong> <strong>situação</strong><br />
<strong>fiscal</strong> <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong> <strong>é</strong> “insustentável”<br />
Mas, em seu discurso no Senado, o presidente do Fed ressaltou <strong>que</strong>, se o cenário se agravar, poderá adotar novas medidas de<br />
estímulo à economia. Alarmado no primeiro momento, mercado reagiu ao longo do dia com alta nas principais bolsas. ➥ P33 e 36<br />
Corretora Aon<br />
prevê expansão<br />
de 17% na AL<br />
Novo presidente da companhia, Fernando Pereira,<br />
primeiro brasileiro a assumir o posto, conta com<br />
exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO como pretende<br />
aumentar sua presença na região. ➥ P31<br />
Alexandre Rezende<br />
Pereira: “Reconhecemos o<br />
potencial do <strong>Brasil</strong> de<br />
alavancar o crescimento”<br />
Congressoentraemrecessoe<br />
deixanafilatemasestrat<strong>é</strong>gicos<br />
Foram adiadas para depois das eleições votações importantes, como a nova repartição <strong>dos</strong> royalties, o fim do<br />
fator previdenciário e o Fundo de Participação <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong>. Essa pauta só será retomada em outubro. ➥ P4 e 5<br />
Gr<strong>é</strong>cia já negocia<br />
novo empr<strong>é</strong>stimo<br />
País europeu precisa de dinheiro para honrar títulos<br />
<strong>que</strong> somam ¤ 3,3 bilhões e vencem em setembro.<br />
União Europeia afirma <strong>que</strong> estuda ajuda. ➥ P37<br />
Otimismo <strong>dos</strong><br />
brasileiros se<br />
mant<strong>é</strong>m em alta<br />
No segundo melhor resultado <strong>dos</strong><br />
últimos meses, Ipea mostra <strong>que</strong><br />
famílias estão confiantes. ➥ P7<br />
Vale aumentará<br />
produção at<strong>é</strong><br />
o fim deste ano<br />
Relatório da empresa <strong>que</strong> será<br />
divulgado hoje prevê expansão de<br />
15%, avaliam os analistas. ➥ P18<br />
Fun<strong>dos</strong> do J.P.<br />
Morgan trocam<br />
o real pelo dólar<br />
Banco, <strong>que</strong> administra US$ 22 bi em<br />
ativos, migra para título corporativo<br />
em moeda americana. ➥ P30<br />
É hora de negociar<br />
juros menores<br />
com os bancos<br />
Com taxas baixas e calote alto,<br />
instituições estão de olho<br />
nos bons pagadores. ➥ P34<br />
INDICADORES 17.7.2012<br />
TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA<br />
Dólar comercial (R$/US$) 2,0200 2,0220<br />
Euro (R$/€)<br />
2,4892 2,4901<br />
JUROS<br />
META EFETIVA<br />
Selic (ao ano) 8,00% 7,89%<br />
BOLSAS VAR. % ÍNDICES<br />
Bovespa — São Paulo<br />
0,95 53.909,47<br />
Dow Jones — Nova York 0,62 12.805,54<br />
FTSE 100 — Londres<br />
-0,59 5.629,09<br />
Divulgação
2 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
CARTAS OPINIÃO<br />
Gostaria de fazer algumas considerações<br />
sobre o artigo “70% contra Demóstenes,<br />
86% contra Lugo”, assinado pelo jornalista<br />
Ricardo Galuppo (publicado em 13/7/2012).<br />
Há pelo menos 10 anos acompanhamos<br />
as notícias sobre figuras políticas como<br />
Hugo Chávez, Rafael Correa, Lula/Dilma,<br />
Evo Morales, Fernando Lugo, Nestor/Cristina<br />
Kirchner e Jos<strong>é</strong> Mujica. Mas esses personagens<br />
da política sul-americana são frutos do quê?<br />
Se pegarmos a história da região e<br />
analisarmos as respectivas “democracias”<br />
<strong>que</strong> havia em cada um destes países<br />
entenderemos as razões para o surgimento<br />
desses personagens. Será <strong>que</strong> lideranças<br />
como essas emergiriam de sociedades<br />
educadas, com bons IDH’s, com boa renda<br />
m<strong>é</strong>dia, com acesso a saúde, educação,<br />
trabalho, segurança? Estas figuras hoje têm<br />
este espaço e esbravejam o <strong>que</strong> esbravejam<br />
por culpa única e exclusivamente da<strong>que</strong>les<br />
<strong>que</strong> os antecederam e <strong>que</strong> não fizeram<br />
o <strong>que</strong> deveriam fazer para erradicar<br />
de vez a pobreza, a concentração de renda,<br />
a total falta de respeito com os direitos<br />
humanos, a ingerência total de suas<br />
economias, a corrupção desenfreada,<br />
a falta de planejamento de seus futuros,<br />
seguindo os ditames <strong>dos</strong> interesses externos.<br />
Devemos ter outros olhos e mentes para<br />
discernirmos a realidade <strong>que</strong> nos cerca.<br />
As análises devem ser muito mais amplas<br />
e isentas, com sustentação na verdade<br />
factual e histórica, pois se não caímos<br />
invariavelmente no vazio.<br />
Edouard Mekhalian<br />
São Paulo (SP)<br />
Muito interessante a mat<strong>é</strong>ria “Medidas de<br />
estímulo não são caminho para recuperação”<br />
(publicada em 12/7/2012). O governo<br />
brasileiro precisa acordar e diminuir a carga<br />
tributária do trabalhador, e assim o valor<br />
a receber será maior e conse<strong>que</strong>ntemente<br />
terá valor líquido para sanar dívidas,<br />
sem precisar recorrer a empr<strong>é</strong>stimos.<br />
Henri<strong>que</strong> Carvalho<br />
São Paulo (SP)<br />
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internacionais para obras de recuperação da<br />
infraestrutura destruída pelas chuvas em 2011.<br />
Retrocesso<br />
George Buck<br />
Presidente da Chevron no <strong>Brasil</strong><br />
A Chevron continuará impedida de explorar o<br />
campo de Frade at<strong>é</strong> <strong>que</strong> a ANP apure as causas<br />
<strong>dos</strong> dois vazamentos ocorri<strong>dos</strong> sob operação da<br />
empresa americana na Bacia de Campos, no Rio.<br />
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Texto alinhado à sfdfes<strong>que</strong>rda, sem hifenização,<br />
Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).<br />
falso, alinhado es<strong>que</strong>rda, sinha o à es<strong>que</strong>rda,<br />
E-mail: redacao@brasileconomico.com.br<br />
texto alinhado à es<strong>que</strong>rda, sem hifenização, texto<br />
As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.<br />
falso, alinhado es<strong>que</strong>rdafhlação. ➥ PXX<br />
Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.<br />
Mais cartas em www.brasileconomico.com.br<br />
Marcos Michael<br />
Ricardo Moraes/Reuters<br />
Claudio Conz<br />
Presidente da Associação Nacional<br />
<strong>dos</strong> Comerciantes de Material<br />
de Construção (Anamaco)<br />
Economia e solidariedade<br />
Na semana passada, assisti a uma reportagem sobre casas temporárias<br />
para moradores de rua, um tema muito importante para<br />
falarmos, já <strong>que</strong>, com o inverno, a <strong>situação</strong> destas pessoas se<br />
torna ainda mais grave. Assim, aproveito para comentar este trabalho<br />
<strong>que</strong> estamos desenvolvendo à frente da Organização de<br />
Auxílio Fraterno (OAF), entidade <strong>que</strong> presido e <strong>que</strong> presta serviço<br />
em relação aos moradores de rua de São Paulo, desde 1955.<br />
A OAF e outras entidades buscam propor ações <strong>que</strong> possibilitem<br />
buscar um caminho para melhorar a <strong>situação</strong> das pessoas<br />
<strong>que</strong> moram na rua, subsidiando e construindo políticas públicas<br />
para propiciar uma reinserção destes indivíduos na comunidade.<br />
Hoje, no <strong>Brasil</strong>, cerca de 48 mil pessoas estão morando nas<br />
ruas. Apenas em São Paulo, 14 mil adultos e i<strong>dos</strong>os perambulam<br />
sem teto e vemos poucas ações articuladas para solucionar tal<br />
problema. Segundo pesquisa elaborada pela Fipe, 70% da população<br />
de rua de São Paulo encontra-se no auge de sua capacidade<br />
produtiva. Estas pessoas precisam de oportunidade e de trabalho.<br />
A criação de lares temporários <strong>é</strong> uma iniciativa <strong>que</strong> pode<br />
tirar das ruas pessoas <strong>que</strong> não têm um teto para morar. Em São<br />
Paulo, existem treze casas deste tipo. Vivendo nestes locais, exmoradores<br />
de rua podem trabalhar e ao mesmo tempo conquistar<br />
uma oportunidade para recomeçar.<br />
Os moradores dividem a casa e pagam aluguel simbólico durante<br />
um ano e meio, tempo para arranjarem emprego, juntarem<br />
algum dinheirinho e conseguir local próprio para morar. O<br />
projeto existe desde 1982 no bairro da Liberdade. Para conseguir<br />
vaga, <strong>é</strong> preciso estar empregado, uma forma de refazer a vida<br />
por meio do desenvolvimento social. Outro projeto <strong>que</strong> vem<br />
dando certo e <strong>que</strong> conta com o apoio da OAF <strong>é</strong> o projeto “Minha<br />
Rua Minha Casa”, um centro de convivência no Viaduto do Glic<strong>é</strong>rio.<br />
O espaço hoje <strong>é</strong> um centro de referência para moradores<br />
de rua reconhecido por seu trabalho inovador, <strong>que</strong> vai muito<br />
al<strong>é</strong>m de uma abordagem assistencialista.<br />
O problema <strong>dos</strong> moradores de rua <strong>é</strong> de<br />
to<strong>dos</strong> e apenas uma ação conjunta entre<br />
sociedade e governo pode minimizá-lo<br />
O local tem capacidade para receber 350 pessoas com atividades<br />
de lazer, cultura, trabalho, cuida<strong>dos</strong> pessoais, atendimento<br />
psicológico e prevenção do uso de álcool e drogas. Funcionários,<br />
voluntários e moradores de rua preparam refeições, escrevem<br />
cartas, cuidam das roupas, corta-se cabelo e barba. Assim,<br />
o morador de rua recupera sua autoestima e autonomia.<br />
É preciso entender como estes indivíduos moradores de rua<br />
pensam. A maioria deles perdeu to<strong>dos</strong> os laços na comunidade,<br />
com parentes e amigos, muitas vezes se tornaram dependentes<br />
químicos e não conseguem encontrar vínculos afetivos. Passaram<br />
por uma s<strong>é</strong>rie de perdas, desemprego, es<strong>que</strong>ceram sua<br />
identidade, tornaram-se anônimos e solitários.<br />
Neste momento, trabalhando fortemente em um projeto <strong>que</strong><br />
destaca a necessidade de uma política pública de saúde para<br />
eles, uma vez <strong>que</strong>, em grande parte, <strong>é</strong> a ação do Estado <strong>que</strong> se<br />
faz necessária para apoiar as ONGs em casos de alcoolismo, drogas<br />
e distúrbios mentais.<br />
É importante tomarmos consciência de <strong>que</strong> este <strong>é</strong> um problema<br />
de to<strong>dos</strong> e apenas uma ação conjunta e sistêmica entre sociedade<br />
e poder público poderá minimizá-lo. ■<br />
NESTA EDIÇÃO<br />
Bons resulta<strong>dos</strong> com gestão de saúde<br />
Dois programas implementa<strong>dos</strong> pela Oi reduziram em 37%<br />
as taxas de internações hospitalares e em 13% as consultas<br />
<strong>dos</strong> funcionários da companhia em pronto-socorro. ➥ P13<br />
Campanha da Nokia nas mídias sociais<br />
Para divulgar nova tecnologia, a Nokia surpreendeu os consumidores<br />
com o vídeo “Perdi meu amor na balada”. At<strong>é</strong> noite de ontem, 795 mil<br />
pessoas acessaram o filme em uma página do Facebook. ➥ P27
Rog<strong>é</strong>rio Mori<br />
Professor da Escola de Economia de<br />
São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV)<br />
Emergentes em desaceleração<br />
Está cada vez mais evidente <strong>que</strong> a desaceleração do ritmo da atividade<br />
econômica <strong>que</strong> atingiu os países desenvolvi<strong>dos</strong> há alguns<br />
anos está começando a se refletir sobre as nações emergentes.<br />
Desde fins de 2008 os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, <strong>que</strong> representaram<br />
o principal motor da expansão econômica por boa parte da<br />
d<strong>é</strong>cada passada, entrou em estado de estagnação econômica.<br />
As ações do Fed, o banco central americano, apenas evitaram o<br />
colapso do sistema financeiro americano e global. No entanto,<br />
a economia não reage às baixas taxas de juros praticadas por lá<br />
ante o elevado endividamento das famílias. Uma recessão mais<br />
pronunciada só foi evitada em face da política <strong>fiscal</strong> expansionista<br />
praticada pelo governo.<br />
Na Europa, a <strong>situação</strong> tamb<strong>é</strong>m não inspira maior otimismo.<br />
Vários países do bloco seguem com elevado grau de endividamento<br />
público e com altas taxas de desemprego, sem perspectivas<br />
de retomada do crescimento econômico. Com isso, a Europa<br />
segue em ritmo lento tamb<strong>é</strong>m. Essas duas regiões (<strong>EUA</strong> e Europa)<br />
somam praticamente metade do PIB do planeta e sua estagnação<br />
se reflete duramente sobre a economia mundial.<br />
O governo brasileiro parece tentar reeditar<br />
a fórmula de sucesso <strong>que</strong> tirou o <strong>Brasil</strong><br />
da recessão nos primeiros meses de 2009<br />
Em função desse quadro, a esperança de algum alento sobre<br />
a economia global recaiu sobre os emergentes, em particular<br />
sobre os BRICS. Nesse contexto, alguns desses países demonstraram<br />
alguma pujança mesmo com a desaceleração das<br />
economias desenvolvidas. O maior desta<strong>que</strong> nesse processo<br />
foi a China, <strong>que</strong> manteve eleva<strong>dos</strong> padrões de crescimento<br />
econômico nos últimos anos.<br />
No entanto, o <strong>que</strong> temos observado ao longo do primeiro semestre<br />
de 2012 <strong>é</strong> <strong>que</strong> mesmo essas economias parecem estar entrando<br />
em uma trajetória de desaceleração do crescimento econômico.<br />
No caso da economia chinesa, temos assistido a sucessivas<br />
revisões para baixo das projeções de crescimento econômico<br />
para esse ano. Está evidente nesse processo, <strong>que</strong> a economia<br />
da China começou a desacelerar tamb<strong>é</strong>m.<br />
Fenômeno similar está ocorrendo na economia brasileira e<br />
as projeções de crescimento para este ano, <strong>que</strong> chegaram a ser<br />
superiores a 3%, já começaram a se situar na casa <strong>dos</strong> 2% e já<br />
existem projeções <strong>que</strong> apontam para números inferiores a esse.<br />
Especificamente no caso brasileiro, o governo parece tentar<br />
recorrentemente reeditar a fórmula de sucesso <strong>que</strong> tirou o<br />
<strong>Brasil</strong> da recessão nos primeiros meses de 2009, com uma combinação<br />
de incentivos à tomada de cr<strong>é</strong>dito e reduções de impostos<br />
pontuais em setores considera<strong>dos</strong> chave. No entanto, o<br />
ambiente atual <strong>é</strong> significativamente diferente do verificado na<strong>que</strong>le<br />
período. Boa parte das famílias brasileiras já se encontram<br />
bem mais endividadas neste momento e com grande parcela<br />
de sua renda comprometida, sem grandes espaços para novos<br />
arroubos de consumo.<br />
Tamb<strong>é</strong>m existem sinais de desaceleração econômica em outros<br />
emergentes neste momento. Nesse contexto, a esperança<br />
de <strong>que</strong> esses países representariam um sinal de reversão do quadro<br />
de estagnação econômica global se esvai ao longo deste<br />
ano. Em outras palavras, ainda não existem sinais concretos de<br />
<strong>que</strong> a “Grande Recessão” esteja se encerrando em breve. ■<br />
Situação se agrava na Síria<br />
Damasco viveu nos últimos três dias os mais violentos confrontos<br />
em 17 meses de rebelião contra o presidente Bashar al-Assad.<br />
Os rebeldes resistiram ao cerco das forças de segurança. ➥ P38<br />
Prêmios Nobel divergem sobre o euro<br />
Em artigo, Rodrigo Sias analisa os pontos de vista de dois c<strong>é</strong>lebres<br />
economistas, Robert Mundell e Milton Friedman, sobre as chances<br />
de a moeda comum europeia triunfar sobre a crise. ➥ P39<br />
MOSAICO POLÍTICO<br />
PEDRO VENCESLAU<br />
pvenceslau@brasileconomico.com.br<br />
Quando o assunto <strong>é</strong> mobilidade urbana na Copa do Mundo, todo mundo logo fala em aeroportos e<br />
transporte público. Mas o torcedor <strong>que</strong> pode pagar pelos caríssimos ingressos <strong>dos</strong> jogos gosta mesmo<br />
<strong>é</strong> de andar de carro. Pensando nisso, o empresário Rubens Taleb, dono da Multipark, a maior<br />
rede de estacionamentos do <strong>Brasil</strong>, traçou um plano de expansão para dobrar o seu negócio at<strong>é</strong><br />
2014. Hoje são 270 pontos e 80 mil vagas. Os primeiros novos estacionamentos sairão em breve em<br />
São Paulo, na Faria Lima, Itaim e Lapa. Em outra frente, ele está negociando a operação de várias<br />
garagens subterrâneas em Belo Horizonte, <strong>que</strong>, juntas, oferecerão 4.600 novas vagas na cidade. “A<br />
Andrade Gutierrez tamb<strong>é</strong>m me procurou propondo uma parceria para operar a garagem do estádio<br />
do Morumbi. Serão 1.000 vagas”, contou Taleb à coluna. Ele tamb<strong>é</strong>m está em vias de fechar contrato<br />
com a Odebrecht para ficar com o estacionamento do Cais Mauá, <strong>que</strong> terá 950. ■<br />
Estacionamento <strong>é</strong> caro por<br />
causa do aluguel, diz empresário<br />
“Antes de o <strong>Brasil</strong> ser escolhido sede da Copa e da<br />
Olimpíada, o estacionamento não era ligado ao<br />
transporte intermodal. Só se falava em integrar<br />
trem e aeroporto", diz Taleb, da Multipark.<br />
Questionado sobre os altos preços para estacionar<br />
em São Paulo, ele culpa o valor <strong>dos</strong> alugu<strong>é</strong>is.<br />
CURTAS<br />
●<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 3<br />
Fernando Haddad: chegou a hora<br />
de procurar a classe m<strong>é</strong>dia<br />
Depois de gastar muita sola de sapato para se<br />
tornar conhecido em redutos históricos do PT<br />
na periferia de São Paulo, Fernando Haddad<br />
agora vai investir na classe m<strong>é</strong>dia.<br />
Nas próximas semanas ele faz campanha em<br />
bairros como Vila Mariana e Vila Madalena.<br />
Haddad e Maluf entrando<br />
➤ de cabeça na campanha de<br />
PRONTO, FALEI<br />
A deputada Manuela D’Ávila<br />
➤ (PCdoB) lidera a disputa<br />
Jos<strong>é</strong> Serra? Muita calma nessa<br />
hora. O trocadilho inevitável<br />
virou moda ontem entre tucanos<br />
quando dois secretários<br />
de Kassab, Bebeto Haddad,<br />
<strong>dos</strong> Esportes, e Carlos Malufe,<br />
das Relações Institucionais,<br />
deixaram o governo para<br />
trabalhar na campanha do<br />
tucano. Detalhe: ambos são<br />
do PMDB, de Gabriel Chalita.<br />
Com Haddad, Kassab,<br />
●➤<br />
Chalita, Maluf e Malufe,<br />
a eleição em São Paulo está<br />
“Se o governo<br />
não gastasse<br />
tanto, e tão mal,<br />
haveria espaço<br />
para redução<br />
de tributos para<br />
o conjunto da<br />
economia, e não<br />
apenas para<br />
alguns setores”<br />
em Porto Alegre, segundo<br />
pesquisa do Instituto Methodus.<br />
Fale agora ou cale-se at<strong>é</strong><br />
●➤<br />
2014. Os eleitores <strong>que</strong><br />
souberem de algo <strong>que</strong> torne<br />
inelegível algum candidato<br />
têm at<strong>é</strong> hoje para informar a<br />
irregularidade ao juiz eleitoral.<br />
A paup<strong>é</strong>rrima campanha<br />
●➤<br />
de Soninha Francine (PPS)<br />
em São Paulo sofreu ontem<br />
um rev<strong>é</strong>s financeiro inesperado<br />
no centro de São Paulo.<br />
cada vez mais parecendo<br />
uma campanha no... Líbano.<br />
Agora <strong>que</strong> o PMDB<br />
●➤<br />
anunciou <strong>que</strong> vai fundir-se<br />
A<strong>é</strong>cio Neves<br />
Senador,<br />
soltando<br />
o verbo<br />
contra<br />
Dilma<br />
A candidata contou ao<br />
●➤<br />
repórter Rafael Abrantes,<br />
do BRASIL ECONÔMICO, <strong>que</strong> perdeu<br />
o cartão de cr<strong>é</strong>dito nas Casas<br />
com outras siglas, já tem gente<br />
Bahia ao tentar comprar um<br />
imaginando o nome do novo<br />
secador de cabelos depois<br />
monstrengo, digo, partido. Se for<br />
de conceder uma entrevista<br />
com o PSD, <strong>que</strong> tal PSDDB?<br />
no centro. “E, por falar nisso,<br />
Já com o DEM seria PMDEM?<br />
os juros cobra<strong>dos</strong> pelo cartão<br />
Dá medo só de pensar...<br />
são um absurdo”, disparou.<br />
Divulgação<br />
●<br />
Divulgação<br />
Multipark negocia com estádio do Morumbi
4 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
DESTAQUE PLENÁRIO EM FÉRIAS<br />
Editora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br<br />
Congresso entra em recesso<br />
sem votar projetos estrat<strong>é</strong>gicos<br />
Na lista estão a distribuição <strong>dos</strong> royalties do petróleo e a reforma do Fundo de Participação <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />
Ruy Barata Neto, de Brasília<br />
rneto@brasileconomico.com.br<br />
O Congresso Nacional entra em<br />
recesso a partir de hoje, deixando<br />
para depois das eleições de<br />
outubro um conjunto de projetos<br />
de lei <strong>que</strong> <strong>é</strong> prioritário para<br />
o país. Como parte do esforço<br />
para enfrentar a crise internacional,<br />
os parlamentares da base<br />
aliada foram eficientes em<br />
manter na gaveta temas polêmicos,<br />
<strong>que</strong> podem representar<br />
elevação <strong>dos</strong> gastos públicos.<br />
Eles avaliam, por<strong>é</strong>m, <strong>que</strong> será<br />
difícil repetir o feito no segundo<br />
semestre. “Te-<br />
remos um novembroexplosivo”,<br />
afirma o líder<br />
do PT no Senado,<br />
Walter Pinheiro<br />
(BA).<br />
Então, serão<br />
discuti<strong>dos</strong> dois<br />
<strong>dos</strong> principais temas<br />
não resolvi<strong>dos</strong><br />
pelo Congresso no primeiro<br />
semestre: a distribuição <strong>dos</strong><br />
royalties do petróleo e a reforma<br />
do Fundo de Participação<br />
<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> (FPE). “Acho <strong>que</strong> será<br />
possível encerrar os dois assuntos<br />
at<strong>é</strong> o final do ano”, diz,<br />
referindo-se ao prazo — at<strong>é</strong> dezembro<br />
— para a reforma do<br />
FPE, segundo orientação do Supremo<br />
Tribunal Federal (STF).<br />
O problema <strong>é</strong> <strong>que</strong> os dois temas,<br />
<strong>que</strong> ainda não têm consenso<br />
entre as unidades da federação<br />
e exigem maiores gastos do<br />
governo, serão debates com outras<br />
mat<strong>é</strong>rias de forte apelo social.<br />
Um deles <strong>é</strong> a proposta <strong>que</strong><br />
extingue o fator previdenciário<br />
e o outro <strong>é</strong> o Plano Nacional de<br />
Educação (PNE - PL 8035/10),<br />
aprovado na Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong><br />
no final do mês passado e<br />
<strong>que</strong> agora segue para o Senado.<br />
A proposta vincula 10% do Produto<br />
Interno Bruto (PIB) com<br />
políticas do setor em período de<br />
at<strong>é</strong> dez anos. Hoje, União, esta<strong>dos</strong><br />
e municípios aplicam juntos<br />
cerca de 5% do PIB na área.<br />
O governo <strong>é</strong> favorável ao projeto,<br />
mas desde <strong>que</strong> se aponte<br />
de onde sairão os recursos para<br />
custear o PNE. Por conta disso,<br />
o avanço da mat<strong>é</strong>ria dependerá<br />
<strong>dos</strong> debates <strong>que</strong> ocorrerão a partir<br />
do projeto de Lei orçamentária<br />
anual (PLOA), <strong>que</strong> deverá<br />
ser encaminhado ao Congresso<br />
no final de agosto.<br />
O líder do governo no Senado,<br />
Eduardo Braga (PMDB-AM),<br />
Jilmar Tatto (SP)<br />
admite a<br />
necessidade de<br />
ajustes na base<br />
aliada para<br />
o pós-eleitoral<br />
não descarta a possibilidade de<br />
romper com o prazo estabelecido<br />
pelo STF para a aprovação<br />
das novas regras de FPE caso o<br />
cenário externo continue desfavorável,<br />
o <strong>que</strong> diminui a margem<br />
de negociação do governo.<br />
“No senado não existe consenso<br />
sobre a mat<strong>é</strong>ria. O <strong>que</strong> acontece<br />
se o prazo estabelecido pelo supremo<br />
não for cumprido? Eu<br />
acho <strong>que</strong> nesse caso teremos<br />
<strong>que</strong> enfrentar isso, mas devemos<br />
ter grandes dificuldades de<br />
cumprir o prazo.”<br />
O líder do PT na Câmara, Jilmar<br />
Tatto (SP), admite a necessidade<br />
de ajustes<br />
na base aliada para<br />
enfrentar o períodopós-eleitoral.<br />
“A base precisa<br />
de ajustes.<br />
Não aumentar e<br />
nem diminuir.<br />
Precisamos de<br />
aprimoramentos<br />
no diálogo para<br />
tornar a base mais orgânica,<br />
mais organizada e mais fiel ao<br />
governo”, diz.<br />
Apesar de terem conseguido<br />
aprovar neste primeiro semestre<br />
to<strong>dos</strong> os projetos prioritários<br />
do governo, a base aliada<br />
sofreu alguns reveses entre os<br />
quais está a recente inclusão<br />
de alguns <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong> “projetos-bombas”<br />
na pauta de votação<br />
da Câmara às v<strong>é</strong>speras do<br />
recesso. ■<br />
PROJETOS EMPERRADOS<br />
Propostas <strong>que</strong> foram postergadas por aumentar<br />
gastos do governo<br />
PROJETOS DE LEI DESCRIÇÃO<br />
PL 2.565/11<br />
PL 3.299/08<br />
PL 289/11<br />
PLS 85/2010<br />
PECs 446/09 e 300/08<br />
PL 1.277/07<br />
PEC 3/07 /<br />
Fonte: <strong>Brasil</strong> Econômico<br />
Estabelece nova divisão <strong>dos</strong> royalties<br />
da exploração de petróleo<br />
Coloca fim ao fator previdenciário<br />
Novas normas de repartição do Fundo<br />
de Participação <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> (FPE)<br />
Propõe o fim da exigência de unanimidade no Confaz<br />
(Conselho Nacional de Política Fazendária)<br />
Piso salarial de policiais militares e bombeiros<br />
Prioridade a processos por crimes pratica<strong>dos</strong><br />
por autoridades<br />
Recriação ç das f<strong>é</strong>rias coletivas do Judiciário<br />
Já aprovadas pela Câmara, as MPs 563 e 564 do Plano<br />
<strong>Brasil</strong> Maior só serão apreciadas pelo Senado em agosto<br />
sem <strong>que</strong> percam prazo de validade<br />
Parlamentares vão retomar os trabalhos no Congresso só a partir de 1º de agosto<br />
Concessões a emendas da<br />
oposição permitiram acordo <strong>que</strong><br />
destravou votação no plenário<br />
O Congresso aprovou ontem a<br />
Lei de Diretrizes Orçamentárias<br />
(LDO) de 2013, <strong>que</strong> estabelece<br />
superávit primário de R$ 155,9<br />
bilhões. Tamb<strong>é</strong>m prevê a possibilidade<br />
de abatimento da meta<br />
<strong>dos</strong> investimentos do Programa<br />
de Aceleração do Crescimento<br />
(PAC), mecanismo <strong>que</strong> vem sendo<br />
colocado há alguns anos.<br />
Os parlamentares, no entanto,<br />
retiraram do texto a emenda,<br />
<strong>que</strong> havia sido aprovada na<br />
Comissão Mista de Orçamento,<br />
<strong>que</strong> flexibilizava o processo de licitação<br />
para a Petrobras.<br />
Depois de intensas negociações<br />
nas últimas semanas, a vo-<br />
Jos<strong>é</strong> Cruz/ABr<br />
Congresso aprova LDO de 2013<br />
sem flexibilização à Petrobras<br />
tação da LDO foi destravada graças<br />
a um acordo promovido pelo<br />
presidente da Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>,<br />
Marco Maia (PT-RS),<br />
sobre a liberação de mais emendas<br />
aos parlamentares de parti<strong>dos</strong><br />
da oposição. Com isso, os<br />
deputa<strong>dos</strong> e senadores entram<br />
de recesso e só retornam aos trabalhos<br />
apenas em 1º de agosto.<br />
O acordo foi colocado em risco<br />
quando o governo insistiu no<br />
benefício à Petrobras. O PSDB<br />
ameaçou pedir verificação de<br />
quorum, impedindo a aprovação<br />
por votação simbólica, instrumento<br />
<strong>que</strong> permite aos parlamentares<br />
ficar fora do plenário.<br />
Na hora da votação, o registro<br />
de presença mostrava 409 deputa<strong>dos</strong>,<br />
mas nem 100 estavam no<br />
plenário. ■ Reuters
LEIA MAIS<br />
O atraso na aprovação pelo Congresso<br />
da Medida Provisória nº<br />
563, <strong>que</strong> estabelece o regime automotivo<br />
entre 2013 e 2017 e outros<br />
estímulos econômicos do Plano<br />
<strong>Brasil</strong> Maior (PMB), impede a<br />
publicação do decreto <strong>que</strong> vai regulamentar<br />
o regime automotivo<br />
e estabelecer um plano de fortalecimento<br />
para a cadeia de autopeças.<br />
Após ampla negociação e<br />
promessa do governo de liberação<br />
de emendas para as bancadas,<br />
a MP foi aprovada na Câmara<br />
<strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong> anteontem,<br />
mas não houve tempo hábil para<br />
<strong>que</strong> chegasse ao Plenário do Senado<br />
antes do recesso parlamentar,<br />
<strong>que</strong> tem início hoje.<br />
A equipe econômica tem pressa<br />
em estabelecer todas as bases<br />
do novo plano para o setor. O secretário-executivo<br />
do Minist<strong>é</strong>rio<br />
da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou<br />
ao BRASILECONÔMICO <strong>que</strong> a demora<br />
está represando os investimentos<br />
<strong>que</strong> já poderiam estar<br />
sendo engatilha<strong>dos</strong> para o próximo<br />
ano. Tanto <strong>é</strong> <strong>que</strong> o próprio ministro<br />
Guido Mantega foi essa semana<br />
a público para dar um recado<br />
claro ao Congresso tentando<br />
apressar as votações das Medidas<br />
Provisórias nº563 e nº564, <strong>que</strong><br />
tratam do PBM.<br />
● ●<br />
●<br />
Atraso na votação da MP<br />
➤ do Regime Automotivo<br />
na Câmara impediu <strong>que</strong> a medida<br />
fosse encaminhada no prazo<br />
ao Senado, <strong>que</strong> não teve tempo<br />
para votá-lo.<br />
No entanto, agora, essas MPs<br />
só serão votadas pelos senadores<br />
entre os dias 7 e 10 de agosto.<br />
Após a aprovação a presidente<br />
Dilma Rousseff tem at<strong>é</strong> 15 dias para<br />
sancionar a lei e só então o decreto<br />
pode ser publicado.<br />
De acordo com fontes do governo,<br />
o anúncio das mudanças<br />
<strong>que</strong> serão feitas no regime automotivo<br />
poderia ser feito antes<br />
mesmo do decreto. Mas um problema<br />
de agenda pode postergar<br />
isso tamb<strong>é</strong>m. O ministro Mantega<br />
sai de f<strong>é</strong>rias amanhã e só retorna<br />
a Brasília dia 30 de julho e seu<br />
colega do Desenvolvimento, Indústria<br />
e Com<strong>é</strong>rcio Exterior, Fernando<br />
Pimentel, planeja um recesso<br />
durante o mesmo período.<br />
Em compasso de espera pelo<br />
Senado, fica sob risco um estímulo<br />
econômico considerado pelo<br />
governo a melhor mudança estrutural<br />
<strong>dos</strong> pacotes anuncia<strong>dos</strong> at<strong>é</strong><br />
agora: a ampliação da desoneração<br />
da folha de pagamentos, <strong>que</strong><br />
foi estendida aos setores de autopeças,<br />
plástico, naval, aeronáutico,<br />
entre outros. O benefício entra<br />
em vigor no dia 1º de agosto e<br />
a 563 expira no dia 15. Se não for<br />
Representantes de<br />
➤ entidades da indústria<br />
e do com<strong>é</strong>rcio comemoram<br />
a presença de projetos como a<br />
de crimes de informática<br />
na pauta do Congresso Nacional.<br />
Dilma atrasará em quase um mês a promulgação da lei <strong>que</strong> estabelece o novo regime automotivo<br />
Evaristo Sa/AFP<br />
Medida provisória do<br />
regime automotivo<br />
fica parada no Senado<br />
MP era prioritária para o<br />
governo, mas atraso na<br />
Câmara inviabilizou votação<br />
Simone Cavalcanti, de Brasília<br />
scavalcanti@brasileconomico.com.br<br />
Só após ampla<br />
negociação e<br />
promessas do<br />
governo para as<br />
bancadas, a MP foi<br />
aprovada na Câmara<br />
aprovada conforme o planejado,<br />
cria-se um vazio jurídico para essa<br />
medida.<br />
Al<strong>é</strong>m dessa MP, o governo vai<br />
ter de aguardar só para agosto a<br />
aprovação da 564, <strong>que</strong> cria a<br />
Agência <strong>Brasil</strong>eira Gestora de Fun<strong>dos</strong><br />
(ABGF), inclui novos setores<br />
no Revitaliza -programa de financiamento<br />
do Banco Nacional de<br />
Desenvolvimento Econômico e<br />
Social (BNDES) para auxiliar empresas<br />
de setores afeta<strong>dos</strong> negativamente<br />
pela conjuntura econômica<br />
internacional, e tamb<strong>é</strong>m<br />
prevê a extensão e redução <strong>dos</strong> juros<br />
cobra<strong>dos</strong> no Programa de Sustentação<br />
do Investimento (PSI).<br />
A segunda fase do Plano <strong>Brasil</strong><br />
Maior foi anunciada em abril passado<br />
como uma resposta potente<br />
do governo federal aos efeitos da<br />
turbulência internacional sobre a<br />
economia brasileira, mas as duas<br />
medidas provisórias ainda estavam<br />
tramitando na Câmara at<strong>é</strong><br />
anteontem.<br />
Parte da demora, segundo<br />
um assessor parlamentar, se deveu<br />
ao fato de <strong>que</strong> elas tiveram<br />
de passar pelo novo rito de apreciação<br />
pela Casa, com a obrigatoriedade<br />
de formação de uma<br />
comissão mista para discutir os<br />
temas aborda<strong>dos</strong> nas MPs. “Outra<br />
coisa foi o uso justamente<br />
dessas medidas como moeda de<br />
troca no movimento de resistência<br />
na <strong>que</strong>stão orçamentária,<br />
ou seja, a Lei de Diretrizes<br />
Orçamentárias (LDO)”, afirmou<br />
o assessor. ■<br />
Outros pontos celebra<strong>dos</strong><br />
➤ foram as inclusões das<br />
PECs 56, 103 e 113, <strong>que</strong> tratam<br />
de alterações nas regras de<br />
cobrança de ICMS nas operações<br />
de vendas à distância.<br />
Indústria e com<strong>é</strong>rcio<br />
esperam pouco para<br />
o segundo semestre<br />
Avaliação <strong>é</strong> de <strong>que</strong> at<strong>é</strong> julho<br />
apenas parte <strong>dos</strong> projetos<br />
prioritários teve aprovação<br />
Erica Ribeiro, do Rio<br />
eribeiro@brasileconomico.com.br<br />
Representantes de entidades de<br />
classe da indústria e do com<strong>é</strong>rcio<br />
avaliam <strong>que</strong> apenas parte<br />
<strong>dos</strong> projetos prioritários para o<br />
setor produtivo conseguiu aprovação<br />
no Congresso no primeiro<br />
semestre, ou ao menos entrar<br />
em pauta, apesar de o país estar<br />
em ano eleitoral. No entanto,<br />
ainda há muita estrada a ser desbravada<br />
e, para o segundo semestre,<br />
com a corrida eleitoral<br />
em pleno andamento, não há<br />
muito o <strong>que</strong> se esperar.<br />
Marcelo Correa, assessor jurídico<br />
da Fecom<strong>é</strong>rcio-SP aponta<br />
como avanços no Congresso as<br />
discussões sobre a inclusão de<br />
crimes de informática no código<br />
penal e o fato de estar na pauta<br />
as PECs 56, 103 e 113, <strong>que</strong> tratam<br />
de alterações nas regras de<br />
ICMS nas operações de vendas à<br />
distância. Ele tamb<strong>é</strong>m cita o projeto<br />
<strong>que</strong> reconhece a profissão<br />
de movimentador de mercadoria,<br />
um avanço por estar na pauta<br />
de discussões. No entanto,<br />
Marcelo Correa não espera <strong>que</strong><br />
nenhum <strong>dos</strong> assuntos seja concretizado<br />
na volta <strong>dos</strong> deputa<strong>dos</strong><br />
do recesso. “No segundo semestre<br />
as coisas ficarão mesmo<br />
travadas e o <strong>que</strong> avançou não<br />
vai necessariamente se concretizar.<br />
Assuntos como a <strong>que</strong>stão<br />
<strong>dos</strong> royalties, por exemplo, importantes<br />
para a indústria e para<br />
os municípios tamb<strong>é</strong>m ficarão<br />
para 2013.<br />
Vladson Bahia Menezes, gerente<br />
executivo de Assuntos Legislativos<br />
da Confederação Nacional<br />
da Indústria (CNI), diz<br />
<strong>que</strong> o primeiro semestre, de um<br />
modo geral, teve um ritmo de<br />
deliberações sem uma sequência<br />
clara, pela proximidade com<br />
as eleições, demora na criação<br />
das comissões, ocorrida apenas<br />
em março e at<strong>é</strong> em razão da<br />
Rio+20 como fator desmobilizador.<br />
Mas ele destaca alguns pontos<br />
<strong>que</strong>, na visão da indústria,<br />
foram favoráveis.<br />
“A MP 567, <strong>que</strong> cria novas regras<br />
para a poupança, gera uma<br />
redução de juros sustentável. Já<br />
a criação da previdência complementar<br />
para o servidor público<br />
gera um ambiente de negócios<br />
mais favorável. A PRS 72,<br />
ou Resolução 13, <strong>que</strong> acaba com<br />
a guerra <strong>fiscal</strong> <strong>dos</strong> portos e muda<br />
a tributação do ICMS na origem<br />
para bens importa<strong>dos</strong> onde<br />
não haja transformação nacio-<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 5<br />
Antonio Batalha<br />
Divulgação<br />
Pedro<br />
Capanema<br />
Gerente jurídico<br />
de assuntos<br />
legislativos<br />
da Firjan<br />
Considera tímida a atuação do<br />
Congresso. Para ele, a <strong>que</strong>stão<br />
da falta de aprovação do<br />
projeto <strong>que</strong> regulamenta a<br />
terceirização <strong>é</strong> preocupante<br />
Vladson<br />
Menezes<br />
Gerente<br />
executivo de<br />
Assuntos<br />
Legislativos<br />
da CNI<br />
Avalia <strong>que</strong>, de modo geral,<br />
o primeiro semestre teve um<br />
ritmo de deliberações sem<br />
uma sequência clara, pela<br />
proximidade com as eleições<br />
nal <strong>é</strong> um importante passo para<br />
a indústria brasileira”, afirma.<br />
Já projetos <strong>que</strong> deveriam ser<br />
finaliza<strong>dos</strong> e não foram, como<br />
as normas para a terceirização<br />
de emprega<strong>dos</strong> (projeto<br />
4330/2004), diz Menezes, necessitam<br />
de uma definição e ficaram<br />
para<strong>dos</strong>.<br />
“Não há regulação clara para<br />
a terceirização e falta segurança<br />
jurídica para o empresário. Com<br />
regras claras, <strong>é</strong> possível terceirizar<br />
quando for importante para<br />
a competitividade”, diz.<br />
O gerente Jurídico de Assuntos<br />
Legislativos da Firjan, Pedro<br />
Capanema, considerou tímida a<br />
a atuação do Congresso. Para<br />
ele a <strong>que</strong>stão da falta de aprovação<br />
do projeto <strong>que</strong> regulamenta<br />
a terceirização <strong>é</strong> preocupante.<br />
“A expectativa de ser aprovado<br />
no semestre passado não<br />
aconteceu e agora esperamos<br />
<strong>que</strong> depois de outubro isso possa<br />
acontecer”, diz<br />
Al<strong>é</strong>m disso, no caso do Rio de<br />
Janeiro, a indefinição sobre os<br />
royalties nos contratos de partilha<br />
e de concessão travam não<br />
só o setor produtivo mas afetam<br />
a sociedade fluminense, afirma<br />
Capanema.<br />
“É um perde-perde por<strong>que</strong><br />
não se ganha e não há ainda como<br />
mensurar perdas com a falta<br />
de avanço nesta <strong>que</strong>stão. E não<br />
podemos esperar <strong>que</strong> se concretize<br />
em 2012”, completa. ■
6 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
BRASIL<br />
Editora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br<br />
União perderá R$ 26 bi após<br />
renegociar dívidas <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong><br />
Projetos de lei preveem menor comprometimento de receitas para o pagamento do endividamento.<br />
Montante representa quase um sexto da meta de superávit primário do setor público, de 3,1% do PIB<br />
Gustavo Machado<br />
gmachado@brasileconomico.com.br<br />
A renegociação da dívida <strong>dos</strong><br />
esta<strong>dos</strong> e municípios, trabalhada<br />
em duas frentes parlamentares,<br />
uma na Câmara e outra no<br />
Senado, criará um rombo de<br />
at<strong>é</strong> R$ 26 bilhões no resultado<br />
primário do setor público (governo<br />
central, esta<strong>dos</strong>, municíos<br />
e estatais).<br />
Com a proposta de reduzir pela<br />
metade o comprometimento<br />
das receitas <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong>, quase<br />
um sexto da meta de superávit<br />
primário — economia feita para<br />
o pagamento de juros da dívida<br />
pública — desaparecerá. A meta<br />
atual <strong>é</strong> de 3,1% do Produto Interno<br />
Bruto e <strong>é</strong> composta em boa<br />
parte pelo pagamento de esta<strong>dos</strong><br />
e municípios.<br />
O primeiro corte acontecerá<br />
após a votação do projeto de lei<br />
de autoria do líder do governo<br />
no Senado Federal, Eduardo Braga<br />
(PMDB-AM). A proposta estende<br />
o vencimento da dívida de<br />
esta<strong>dos</strong> e municípios e <strong>é</strong> chancelada<br />
pelo Minist<strong>é</strong>rio da Fazenda.<br />
O endividamento negociado<br />
pelos esta<strong>dos</strong> em 1997 terá prazo<br />
de vencimento prorrogado em<br />
mais 10 anos — na maioria <strong>dos</strong><br />
contratos o vencimento será em<br />
2037. A nova estrutura reduzirá<br />
significativamente as parcelas<br />
anuais pagas para amortizar a dívida<br />
e <strong>que</strong> consomem at<strong>é</strong> 15%<br />
das receitas das unidades federativas.<br />
“Essa redução será automática.<br />
Tendo mais tempo para<br />
pagar, o comprometimento não<br />
precisará atingir o limite imposto<br />
pela Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal, <strong>que</strong> varia de 11% a 15%”,<br />
explica o Senador Braga.<br />
Na outra casa do poder legislativo,<br />
um Projeto de Lei Complementar,<br />
a ser encaminhado pelo<br />
deputado Candido Vaccarezza<br />
(PT-SP), define o percentual<br />
de receitas <strong>que</strong> serão desobstruídas.<br />
Fontes próximas ao<br />
executivo afirmam <strong>que</strong> o governo<br />
exige atrelar as receitas livres<br />
a investimentos.<br />
Segundo o relatório de Vaccarezza,<br />
a proposta corta pela metade<br />
o limite atual de comprometimento<br />
das receitas, mas<br />
restringe seu uso de modo <strong>que</strong><br />
o executivo federal não se opo-<br />
nha, ou seja, será usado em investimentos.<br />
A amarra pode<br />
servir para <strong>que</strong> o governo federal<br />
não precise reduzir suas metas<br />
de superávit primário. Os investimentos<br />
podem ser relaciona<strong>dos</strong><br />
com o Programa de Aceleração<br />
do Crescimento (PAC),<br />
<strong>que</strong>,segundo a legislação atual,<br />
podem ser deduzi<strong>dos</strong> do resultado<br />
primário.<br />
O projeto tamb<strong>é</strong>m revê alguns<br />
pontos da Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal, como o artigo<br />
<strong>que</strong> impede a renegociação do<br />
valor total das dívidas <strong>dos</strong> entes<br />
federativos. Ele afirma <strong>que</strong> o<br />
presidente da Câmara, o deputado<br />
Marco Maia (PT-RS), prometeu<br />
votar o projeto at<strong>é</strong> o final do<br />
ano. “Haverá uma grande discussão<br />
entre o Minist<strong>é</strong>rio da Fazenda<br />
e as secretarias da Fazenda<br />
<strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong>, mas os problemas<br />
serão resolvi<strong>dos</strong>, pois há<br />
vontade política para isso”, afirma<br />
Vaccarezza. ■<br />
Alan Mar<strong>que</strong>s/Folhapress<br />
Vaccarezza (PT-SP): “Maia prometeu votar mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal este ano”<br />
ROMBO<br />
Extensão do prazo de pagamento da dívida <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> criará um<br />
buraco de R$ 26 bilhões no resultado primário do governo, em R$ bi<br />
AC<br />
AL<br />
AM<br />
AP*<br />
BA<br />
CE<br />
DF<br />
ES<br />
GO<br />
MA<br />
MG<br />
MS<br />
MT<br />
PA<br />
DÍVIDA<br />
1,36<br />
6,75<br />
1,65<br />
0,35<br />
7,4<br />
2,8<br />
2,05<br />
0,83<br />
12,77<br />
2,78<br />
65,48<br />
6,39<br />
3,12<br />
1,3<br />
PARCELA EXTENSÃO<br />
PREVISTA DO PRAZO DE<br />
PARA 2013 PAGAMENTO<br />
0,35<br />
0,74<br />
0,98<br />
-<br />
2,60<br />
1,32<br />
1,67<br />
1,33<br />
1,90<br />
1,11<br />
5,00<br />
0,94<br />
1,17<br />
1,66<br />
0,18<br />
0,37<br />
0,49<br />
-<br />
1,30<br />
0,66<br />
0,84<br />
0,67<br />
0,95<br />
0,55<br />
2,50<br />
0,47<br />
0,59<br />
0,83<br />
PB<br />
PE<br />
PI<br />
PR<br />
RJ<br />
RN<br />
RO<br />
RR<br />
RS<br />
SC<br />
SE<br />
SP<br />
TO*<br />
TOTAL<br />
DÍVIDA<br />
1,21<br />
4,66<br />
2,55<br />
13,67<br />
55,78<br />
0,77<br />
1,96<br />
-0,23<br />
47,44<br />
5,38<br />
2,27<br />
160,58<br />
0,67<br />
411,07<br />
PARCELA EXTENSÃO<br />
PREVISTA DO PRAZO DE<br />
PARA 2013 PAGAMENTO<br />
0,80<br />
1,73<br />
0,67<br />
2,69<br />
5,14<br />
0,77<br />
0,70<br />
0,00<br />
2,94<br />
1,85<br />
0,65<br />
14,46<br />
-<br />
53,14<br />
0,40<br />
0,87<br />
0,34<br />
1,34<br />
2,57<br />
0,38<br />
0,35<br />
0,00<br />
1,47<br />
0,92<br />
0,33<br />
7,23<br />
-<br />
26,57<br />
Fontes: Minist<strong>é</strong>rio da Fazenda e <strong>Brasil</strong> Econômico *Não renegociou dívida em 1997<br />
ANÁLISE<br />
Desequilíbrio<br />
<strong>fiscal</strong> <strong>é</strong> uma<br />
preocupação<br />
Alteração na Lei de<br />
Responsabilidade Fiscal pode<br />
criar precedente desfavorável<br />
Especialistas em finanças públicas<br />
temem pela abertura de um<br />
precedente com as propostas<br />
do deputado Candido Vaccarezza<br />
(PT-SP). Segundo eles, a possibilidade<br />
de renegociações futuras<br />
de dívidas pode justificar<br />
ingerências fiscais por parte de<br />
governadores e prefeitos.<br />
Para Gilberto Braga, professor<br />
do Ibmec, a Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal <strong>é</strong> um <strong>dos</strong> pilares<br />
do atual regime <strong>fiscal</strong> brasileiro.<br />
Ele afirma <strong>que</strong>, embora existam<br />
pressões de diversas esferas do<br />
governo para <strong>que</strong> se flexibilize<br />
alguns artigos, o propósito da<br />
lei ainda está intacto. “Uma possível<br />
renegociação pode comprometer<br />
o equilíbrio <strong>fiscal</strong> <strong>dos</strong><br />
esta<strong>dos</strong> e, conse<strong>que</strong>ntemente,<br />
do país”, diz o professor.<br />
Braga diz tamb<strong>é</strong>m <strong>que</strong> caso<br />
saia do papel o projeto de Vaccarezza,<br />
o governo federal forçará<br />
a entrada de medidas compensatórias<br />
na nova lei, a fim de restringir<br />
o uso indiscriminado.<br />
“At<strong>é</strong> na base do governo há descontentamento<br />
com a Lei de<br />
Responsabilidade Fiscal, mas <strong>é</strong><br />
claro <strong>que</strong> o uso das receitas liberadas<br />
do pagamento da dívida<br />
será atrelado a algo, como investimentos<br />
do Programa de Aceleração<br />
do Crescimento (PAC),<br />
<strong>que</strong> surge como uma possibilidade<br />
razoável”, diz Braga.<br />
Para Everardo Maciel, ex-secretário<br />
da Receita Federal, caso<br />
as alterações na Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal sejam aprovadas,<br />
acontecerá uma s<strong>é</strong>rie de<br />
medidas para maquiar o resultado<br />
primário do setor público.<br />
“Deduzir os investimentos do<br />
PAC <strong>é</strong> uma maquiagem, <strong>é</strong> como<br />
se eu dissesse para o meu banco<br />
<strong>que</strong> a dívida <strong>que</strong> eu fiz foi usada<br />
de uma forma boa. Não faz sentido”,<br />
comenta Maciel. ■ G.M.
Ueslei Marcelino/Reuters<br />
Calabi: “A proposta de renegociação <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> <strong>é</strong> consensual”<br />
Maiores endivida<strong>dos</strong><br />
cobram ações de<br />
deputa<strong>dos</strong> federais<br />
Calabi prevê briga entre esta<strong>dos</strong><br />
e o governo no Legislativo.<br />
Fazenda já comprou a briga<br />
Os esta<strong>dos</strong> mais endivida<strong>dos</strong> e a<br />
maior cidade brasileira encabeçam<br />
a lista <strong>dos</strong> entes federativos<br />
<strong>que</strong> pressionam o poder legislativo<br />
para dar andamento aos<br />
projetos <strong>que</strong> abrem espaço para<br />
a renegociação de dívidas. São<br />
Paulo, Minas Gerais, Rio Grande<br />
do Sul e Rio de Janeiro, al<strong>é</strong>m da<br />
capital paulista, possuem endividamento<br />
superior a 100% das<br />
receitas anuais.<br />
Andrea Calabi, secretário da<br />
Fazenda de São Paulo, afirma<br />
<strong>que</strong> será encampada uma batalha<br />
entre o governo federal e os<br />
entes federativos, mas <strong>que</strong>, devido<br />
à proximidade das eleições<br />
municipais, ainda não <strong>é</strong> possível<br />
definir <strong>que</strong>m sairá vencedor.<br />
“A renegociação da dívida,<br />
a mudança do indexador e a liberação<br />
de receitas <strong>é</strong> algo consensual<br />
entre os esta<strong>dos</strong> e municípios,<br />
mas <strong>que</strong> depende da boa<br />
vontade do governo federal.<br />
Não estou brigando sozinho.<br />
Meu colega Mauro Ricardo (secretário<br />
de Finanças da Cidade<br />
PSDB sai em defesa do governador de Goiás<br />
O PSDB decidiu defender o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo,<br />
<strong>que</strong> <strong>é</strong> alvo de denúncias de ligação com o contraventor Carlos Augusto<br />
Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ao lado <strong>dos</strong> líderes da sigla na Câmara<br />
e no Senado, o presidente do partido, deputado S<strong>é</strong>rgio Guerra (PE),<br />
classificou ontem de fraudulentas todas as acusações feitas a Perillo.<br />
“O PSDB tem total confiança no governador. Não precisamos<br />
defendê-lo, por<strong>que</strong> ele sabe se defender e tem feito". ABr<br />
Divulgação<br />
de São Paulo) está comigo nesse<br />
debate”, avisa.<br />
Jilmar Tatto (PT-SP), líder do<br />
governo na Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>,<br />
afirma <strong>que</strong> o Minist<strong>é</strong>rio da<br />
Fazenda já comprou a briga e<br />
<strong>que</strong> fará o possível para esfriar<br />
as discussões sobre novas renegociações.<br />
“A Fazenda tem medo<br />
de um ‘estouro da boiada’;<br />
de <strong>que</strong> comece um descompromisso<br />
no âmbito <strong>fiscal</strong>. É um tema<br />
delicado e o governo tentará<br />
atrasar a discussão o quanto<br />
puder”, comenta Tatto.<br />
O deputado tamb<strong>é</strong>m afirma<br />
<strong>que</strong> a pressão está cada vez<br />
maior para dar seguimento no<br />
grupo de trabalho coordenado<br />
pelo colega Candido Vaccarezza<br />
(PT-SP) e <strong>que</strong> a <strong>que</strong>stão <strong>é</strong> apartidária.<br />
“Há vontade de muitos esta<strong>dos</strong><br />
para <strong>que</strong> isso entre em votação<br />
ainda este ano. Mas o governo<br />
prefere tratar as dívidas<br />
de cada ente de forma individual”,<br />
diz Tatto. “Não dá para<br />
fazer como em 1997 (ano da renegociação),<br />
de forma generalizada.<br />
Primeiro vamos tratar da<br />
cidade de São Paulo, depois do<br />
Rio Grande do Sul, e assim por<br />
diante”, complementa. ■ G.M.<br />
Otimismo das famílias atinge<br />
2º melhor índice em 12 meses<br />
Pesquisa do Ipea mostra <strong>que</strong><br />
a desaceleração econômica<br />
ainda não abateu os brasileiros<br />
A desaceleração da economia<br />
do país e a crise internacional<br />
não abateram ainda o otimismo<br />
das famílias brasileiras,<br />
<strong>que</strong> atingiu em junho o segundo<br />
melhor resultado <strong>dos</strong> últimos<br />
12 meses.<br />
De acordo com o Instituto<br />
de Pesquisa Econômica Aplicada<br />
(Ipea), o indicador <strong>que</strong> mede<br />
o otimismo <strong>dos</strong> brasileiros<br />
com a <strong>situação</strong> socioeconômica<br />
atual chegou a 68,5 pontos<br />
no mês passado, superior a<br />
maio (67 pontos) e a igual mês<br />
do ano passado (63,5%). Em<br />
um ano, o maior índice foi registrado<br />
em janeiro último,<br />
quando chegou a 69 pontos.<br />
A pesquisa mostra, entretanto,<br />
<strong>que</strong> as famílias estão um<br />
pouco menos confiantes quanto<br />
à <strong>situação</strong> econômica para<br />
os próximos 12 meses. No caso,<br />
o índice recuou de 66,8%<br />
em maio para 65% em junho<br />
(veja quadro abaixo).<br />
A <strong>que</strong>da <strong>é</strong> resultado de um<br />
recuo nos índices de quase todas<br />
as regiões, na comparação<br />
entre maio e junho, exceto no<br />
Centro-Oeste, <strong>que</strong> continua<br />
sendo a mais otimista dentre<br />
PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO<br />
A pesquisa mostra,<br />
entretanto, <strong>que</strong><br />
as famílias estão<br />
menos confiantes<br />
em relação aos<br />
próximos 12 meses<br />
as regiões do pais, com 88,8%<br />
das famílias acreditando <strong>que</strong> a<br />
<strong>situação</strong> econômica nos próximos<br />
12 meses estará melhor,<br />
contra 84,6% em maio (veja<br />
mais no quadro abaixo).<br />
Contudo, para os próximos<br />
cinco anos, as famílias aumentaram<br />
o grau de otimismo: o índice<br />
ficou em 63% no mês passado,<br />
contra 62% em maio.<br />
O indicador varia de 0 a 100<br />
e <strong>é</strong> composto por cinco dimensões,<br />
sendo uma delas a expectativa<br />
da família sobre a <strong>situação</strong><br />
econômica nacional. Tamb<strong>é</strong>m<br />
são medidas a percepção<br />
da família sobre a condição financeira<br />
passada e a expectativa<br />
sobre a condição futura; a<br />
expectativa da família sobre<br />
decisões de consumo; a expectativa<br />
da família sobre o endividamento<br />
e condições de quitação<br />
de dívidas e contas atrasadas;<br />
e a expectativa da famí-<br />
Famílias estão menos otimistas com a economia nacional<br />
nos próximos 12 meses<br />
1<br />
100<br />
0<br />
5<br />
100<br />
0<br />
SUL<br />
MAI/12<br />
NORDESTE<br />
Fonte: Ipea<br />
56,0% 49,5%<br />
MAI/12<br />
3<br />
2<br />
1<br />
JUN/12<br />
60,4% 64,7%<br />
JUN/12<br />
4<br />
5<br />
2<br />
100<br />
80<br />
60<br />
4<br />
2<br />
0<br />
3<br />
100<br />
0<br />
4<br />
100<br />
0<br />
CENTRO-OESTE<br />
NORTE<br />
84,6%<br />
MAI/12<br />
MAI/12<br />
SUDESTE<br />
88,8%<br />
JUN/12<br />
72,0% 67,3%<br />
MAI/12<br />
JUN/12<br />
70,2% 65,9%<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 7<br />
JUN/12<br />
lia sobre o mercado de trabalho,<br />
especialmente nos <strong>que</strong>sitos<br />
segurança na ocupação e<br />
sentimento de melhora profissional<br />
futura.<br />
Questão financeira<br />
Quanto à <strong>situação</strong> financeira,<br />
75% das famílias disseram estar<br />
financeiramente melhor<br />
hoje do <strong>que</strong> no ano anterior.<br />
Apesar disso, esse índice sofreu<br />
uma <strong>que</strong>da em relação ao<br />
mês de maio (2,3 pontos).<br />
O <strong>que</strong> puxou o resultado para<br />
baixo foi o fato de as famílias<br />
com renda de at<strong>é</strong> um salário<br />
mínimo (R$ 622) e as <strong>que</strong><br />
têm renda entre quatro e cinco<br />
salários mínimos estarem<br />
pouco otimistas quanto à melhoria<br />
de sua renda.<br />
O índice revela ainda <strong>que</strong><br />
dois terços das famílias acreditam<br />
<strong>que</strong> esse <strong>é</strong> um bom momento<br />
para adquirir bens de consumo.<br />
Pouco mais da metade das<br />
famílias tamb<strong>é</strong>m disse não ter<br />
dívidas, no mês de junho.<br />
Entre julho de 2011 e junho de<br />
2012, o mês de abril teve o maior<br />
valor de dívida m<strong>é</strong>dia entre as famílias<br />
brasileiras (R$ 5.580,69).<br />
No mês de junho, a dívida m<strong>é</strong>dia<br />
foi R$ 4.943,88, sendo a<br />
quarta maior m<strong>é</strong>dia do ano.<br />
Em junho, aproximadamente<br />
69% das famílias brasileiras<br />
afirmam não possuir contas<br />
atrasadas. Das <strong>que</strong> disseram<br />
possuir d<strong>é</strong>bitos venci<strong>dos</strong>,<br />
51,1% vão conseguir quitar<br />
parcialmente suas dívidas no<br />
mês, enquanto 33,03% disseram<br />
não ter condições.<br />
A pesquisa tamb<strong>é</strong>m mostra<br />
<strong>que</strong> cerca de 90% das famílias<br />
não pensam em tomar empr<strong>é</strong>stimo<br />
ou financiamento para<br />
comprar algum bem nos próximos<br />
três meses.<br />
Quanto ao mercado de trabalho,<br />
80,2% das famílias disseram<br />
em junho ter boas expectativas<br />
quanto à segurança do<br />
emprego pelo responsável no<br />
domicílio. Esse valor ficou 2,6<br />
pontos abaixo do registrado<br />
em maio.<br />
Pouco mais da metade das<br />
famílias disseram ainda <strong>que</strong>,<br />
para os próximos seis meses,<br />
não esperam <strong>que</strong> o chefe do<br />
domicílio tenha melhoria profissional.<br />
Na comparação com<br />
maio, houve <strong>que</strong>da de 1,8 ponto<br />
percentual nesse índice.<br />
No mês de junho, foram<br />
pesquisa<strong>dos</strong> 3.810 domicílios<br />
em mais de 200 municípios<br />
em to<strong>dos</strong> os esta<strong>dos</strong> e mais o<br />
Distrito Federal. ■ Redação,<br />
com ABr
8 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
BRASIL<br />
O PMDB pretende<br />
utilizar as<br />
eleições municipais<br />
de outubro<br />
para se consolidar<br />
como o partido<br />
com o<br />
maior número<br />
de prefeituras<br />
no país e, assim, atrair parlamentares<br />
e parti<strong>dos</strong> para fusões.<br />
Desta forma, pode aumentar<br />
seu poder dentro da coalizão<br />
com o PT no governo federal.<br />
As lideranças da sigla se reuniram<br />
ontem — último dia de<br />
atividades no Congresso antes<br />
do recesso legislativo — para<br />
lançar a rede social “PMDB 15”<br />
e definir os últimos passos da estrat<strong>é</strong>gia<br />
eleitoral. A sigla terá<br />
2.293 candidatos a prefeito.<br />
“Temos 1.200 prefeitos e <strong>que</strong>remos<br />
ultrapassar os 1.400.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, temos candidatos a<br />
12 capitais, metade deles com<br />
chances reais de vitória”", disse<br />
o presidente do PMDB, senador<br />
Valdir Raupp (RO), <strong>que</strong> anunciou<br />
estar se licenciando do Parlamento<br />
por quatro meses para<br />
cuidar das eleições.<br />
Passaporte livre<br />
Segundo Raupp, após as eleições,<br />
os grandes parti<strong>dos</strong> do<br />
país devem sofrer com a saída<br />
de parlamentares, <strong>que</strong> passarão<br />
a integrar novas siglas. O PMDB<br />
planeja ser menos atingido pela<br />
Os eleitores <strong>que</strong> souberem de fatos<br />
<strong>que</strong> indi<strong>que</strong>m inelegibilidade<br />
de algum candidato a prefeito,<br />
vice-prefeito ou vereador<br />
têm at<strong>é</strong> hoje para informar o juiz<br />
eleitoral da cidade. É preciso ter<br />
provas e estar em gozo <strong>dos</strong> direitos<br />
políticos.<br />
Assim, <strong>é</strong> possível impedir <strong>que</strong><br />
candidatos irregulares concorram<br />
nesta eleição, <strong>que</strong> tem o primeiro<br />
turno marcado para 7 de<br />
outubro e o segundo, para o dia<br />
saída de seus quadros como tamb<strong>é</strong>m<br />
ter “tamanho e importância”<br />
para atrair forças políticas.<br />
“Após as eleições, os congressistas<br />
terão seus passaportes livres<br />
em mãos, libera<strong>dos</strong> para ir<br />
para parti<strong>dos</strong> <strong>que</strong> representem<br />
melhor seus projetos e ideias políticas”,<br />
considera Raupp.<br />
28 do mesmo mês.<br />
São considera<strong>dos</strong> inelegíveis<br />
os enquadra<strong>dos</strong> nas restrições<br />
impostas pelas leis complementares<br />
64/90 (Lei das Inelegibilidades)<br />
e 135/10 (Lei da Ficha Limpa).<br />
Podem ser considera<strong>dos</strong><br />
inaptos a exercer cargo público<br />
os candidatos condena<strong>dos</strong> em<br />
decisão transitada em julgado<br />
(sem possibilidade de recurso)<br />
por crimes contra a economia<br />
popular, a f<strong>é</strong> e a administração<br />
pública; lavagem de dinheiro e<br />
ocultação de bens; tráfico de entorpecentes,<br />
racismo, tortura e<br />
terrorismo; compra de votos e<br />
Para os líderes do PMDB, a<br />
consolidação do partido como<br />
o <strong>que</strong> mais tem prefeituras no<br />
país amplia o poder nacional<br />
da sigla tanto como aliada preferencial<br />
do PT para a reeleição<br />
da presidente Dilma Rousseff<br />
em 2014, quanto para atrair<br />
mais parlamentares no perío-<br />
abuso do poder econômico, entre<br />
outros.<br />
De acordo com o calendário<br />
eleitoral divulgado pelo Tribunal<br />
Superior Eleitoral (TSE), hoje se<br />
encerra tamb<strong>é</strong>m o prazo de regis-<br />
ELEIÇÕES 2012<br />
Kassab usa a máquina pública em favor da<br />
candidatura de Jos<strong>é</strong> Serra, acusa Chalita<br />
Gabriel Chalita, candidato do PMDB a prefeito de São Paulo,<br />
afirmou ontem <strong>que</strong> o prefeito Gilberto Kassab (PSD) vai realizar uma<br />
nova minirreforma na estrutura da prefeitura a fim de favorecer<br />
Jos<strong>é</strong> Serra, candidato tucano a prefeito e seu aliado político.<br />
Ele avaliou <strong>que</strong> as mudanças recentes no secretariado — a primeira<br />
minirreforma — foram prejudiciais à gestão da cidade. Redação<br />
PMDB aposta em eleição municipal<br />
para ganhar maior espaço nacional<br />
Expectativa da sigla <strong>é</strong> atrair parlamentares de outros parti<strong>dos</strong> e conquistar mais poder na base aliada de Dilma<br />
ELEIÇÕES<br />
2012<br />
Marcello Casal Jr/ABr<br />
do pós-eleitoral.<br />
Raupp confirmou a jornalistas<br />
<strong>que</strong> o PMDB iniciou conversas<br />
com parti<strong>dos</strong> para fusões<br />
após o processo eleitoral. De<br />
maneira reservada, peemedebistas<br />
<strong>que</strong> acompanham o processo<br />
afirmam <strong>que</strong> há negociações<br />
com seis parti<strong>dos</strong>, tanto<br />
tro <strong>dos</strong> comitês financeiros pelos<br />
parti<strong>dos</strong> <strong>que</strong> concorrerão nas<br />
eleições. Os comitês, cria<strong>dos</strong> para<br />
administrar e distribuir a arrecadação<br />
das campanhas, são registra<strong>dos</strong><br />
nos cartórios municipais.<br />
O TSE ainda não sabe quantos<br />
já foram registra<strong>dos</strong>.<br />
Ainda de acordo com o TSE,<br />
hoje tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> a data final para<br />
apresentar pedi<strong>dos</strong> de impugnação<br />
do registro individual de candidatos<br />
<strong>que</strong> estejam irregulares.<br />
A impugnação pode ser pedida<br />
por qual<strong>que</strong>r candidato, partido,<br />
coligação ou pelo Minist<strong>é</strong>rio<br />
Público Eleitoral.<br />
da oposição quanto da base, e<br />
citaram o DEM, um <strong>dos</strong> principais<br />
parti<strong>dos</strong> de oposição a Dilma,<br />
como interlocutor.<br />
O presidente do DEM, senador<br />
Jos<strong>é</strong> Agripino Maia (RN), nega<br />
qual<strong>que</strong>r negociação de possível<br />
fusão. “Nossa meta <strong>é</strong> crescer,<br />
estamos em <strong>situação</strong> melhor<br />
do <strong>que</strong> há quatro anos. Temos<br />
chances reais de vitória em<br />
várias cidades importantes, inclusive<br />
capitais”, afirmou.<br />
Poder de barganha<br />
O PMDB mira no aumento do<br />
seu poder de barganha nas<br />
alianças em 2014 e pretende se<br />
afirmar como principal aliado<br />
do PT no governo Dilma em<br />
um momento em <strong>que</strong> a unidade<br />
da aliança federal sofre com<br />
revezes cria<strong>dos</strong> pelas eleições<br />
municipais, como o fim de parcerias<br />
políticas do PT e PSB em<br />
Recife e Belo Horizonte, por<br />
exemplo.<br />
“Não precisamos falar em números,<br />
apenas dizer <strong>que</strong> vamos<br />
sair destas eleições com pelo<br />
menos 50% mais prefeituras<br />
<strong>que</strong> o segundo maior partido”,<br />
disse aos colegas de partido o deputado<br />
federal Eliseu Padilha<br />
(RS), presidente da Fundação<br />
Ulysses Guimarães, <strong>que</strong> afirmou<br />
ainda não saber <strong>que</strong>m sairá<br />
como o segundo maior partido<br />
a gerir prefeituras — PT ou<br />
PSDB. ■ Reuters<br />
Vence hoje o prazo para denunciar candidatos<br />
Lavagem de dinheiro, ocultação<br />
de bens e compra de votos<br />
são razões para inelegibilidade<br />
Henri<strong>que</strong> Manreza<br />
Raupp: depois do pleito, parlamentares vão para parti<strong>dos</strong> com os quais tenham maior identificação<br />
Site do TSE informa<br />
a quantidade de<br />
candidatos e da<strong>dos</strong><br />
<strong>que</strong> eles passaram<br />
à Justiça, como<br />
declaração de bens e<br />
certidões criminais<br />
Para pesquisar a <strong>situação</strong> <strong>dos</strong><br />
candidatos registra<strong>dos</strong>, basta<br />
acessar o DivulgaCand 2012 (http://divulgacand2012.tse.jus.br/<br />
divulgacand2012/). O sistema,<br />
atualizado diariamente, permite<br />
<strong>que</strong> se verifi<strong>que</strong> a quantidade de<br />
candidatos inscritos por esta<strong>dos</strong><br />
e municípios, o número de cargos<br />
a vereador e as informações<br />
passadas à Justiça Eleitoral pelos<br />
candidatos, como declaração de<br />
bens e certidões criminais. Anteontem,<br />
o sistema apontava o<br />
pedido de registro de 2.011 candidatos<br />
a prefeito, 2.015 a vice-prefeito<br />
e 75.448 a vereador. ■ ABr
Henri<strong>que</strong> Manreza<br />
O presidente do Supremo Tribunal<br />
Federal (STF), ministro Carlos<br />
Ayres Britto, disse ontem<br />
<strong>que</strong> os preparativos para o julgamento<br />
da ação penal do mensalão<br />
e a formatação de uma logística<br />
diferenciada está praticamente<br />
concluída. Ele deu a declaração<br />
após palestrar no Minist<strong>é</strong>rio<br />
Público Estadual de SP.<br />
Ayres Britto observou <strong>que</strong> o<br />
processo de julgamento do mensalão<br />
não difere de nenhum outro<br />
no <strong>que</strong> se refere à atenção,<br />
t<strong>é</strong>cnica, empenho e interesse.<br />
“Do ponto de vista quantitativo<br />
se difere pelo número de testemunhas,<br />
r<strong>é</strong>us, advoga<strong>dos</strong>, páginas,<br />
peças. Quanto a eventuais<br />
embargos de declaração não<br />
CUSTO DE VIDA<br />
Pressionada por grupo alimentação, inflação<br />
em São Paulo tem leve alta e fica em 0,2%<br />
A inflação na capital paulista, medida pela Fundação Instituto de<br />
Pesquisas Econômicas (Fipe), apresentou variação de 0,2% na segunda<br />
apuração de julho, uma leve alta na comparação com o início do<br />
mês (0,19%). Apenas dois <strong>dos</strong> sete grupos <strong>que</strong> compõem o Índice de<br />
Preços ao Consumidor (IPC) tiveram baixa — vestuário (-0,14%) e<br />
habitação (-0,1%). Transportes subiu 0,13% e alimentação, 1,12%. ABr<br />
STF está pronto para julgar mensalão<br />
Supremo julgará 38 r<strong>é</strong>us envolvi<strong>dos</strong> no processo, entre eles Jos<strong>é</strong> Dirceu, <strong>que</strong> foi ministro da Casa Civil na gestão Lula<br />
posso opinar, pois estaria antecipando<br />
resulta<strong>dos</strong>.”<br />
“Mensalão” foi o nome dado<br />
às investigações conduzidas pela<br />
comissão parlamentar mista<br />
de inqu<strong>é</strong>rito (CPMI), no governo<br />
do presidente Lula, de um es<strong>que</strong>ma<br />
de compra de votos de<br />
parlamentares pelo Executivo.<br />
O STF julgará 38 r<strong>é</strong>us <strong>que</strong> constam<br />
<strong>dos</strong> autos do processo, entre<br />
eles Jos<strong>é</strong> Dirceu, ministro da<br />
Casa Civil no governo Lula.<br />
Data marcada<br />
O julgamento começará em 2 de<br />
agosto, segundo o gabinete de<br />
Ayres Britto. De acordo com sua<br />
assessoria, os ministros entenderam<br />
<strong>que</strong> não era conveniente<br />
Divulgação/STF<br />
Ayres Britto: julgamento difere pelo número de r<strong>é</strong>us e advoga<strong>dos</strong><br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 9<br />
publicar uma edição extra do<br />
Diário da Justiça Eletrônico para<br />
dar tempo de começar o julgamento<br />
no prazo previsto anteriormente.<br />
Inicialmente, esperava-se<br />
<strong>que</strong> o julgamento começaria<br />
em 1º de agosto. O atraso<br />
ocorreu por<strong>que</strong> o revisor do processo,<br />
Ricardo Lewandowski, liberou<br />
o processo após o prazo<br />
possível para o cumprimento de<br />
rotinas obrigatórias.<br />
A ministra de Relações Institucionais,<br />
Ideli Salvatti, chegou<br />
a afirmar nesta semana<br />
<strong>que</strong> sua expectativa <strong>é</strong> de <strong>que</strong> o<br />
julgamento do mensalão ocorra<br />
“de forma tranquila e com<br />
base nos autos do processo e<br />
nas provas”. ■ ABr
10 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
BRASIL<br />
<strong>Brasil</strong> e Portugal<br />
lançam festival para<br />
celebrar laço cultural<br />
De 7 de setembro a 10 de junho de 2013, uma s<strong>é</strong>rie de eventos com<br />
intercâmbio de artistas ocorrerá simultaneamente nos dois países<br />
Paloma Savedra, do jornal O Dia<br />
paloma.savedra@odianet.com.br<br />
A integração entre <strong>Brasil</strong> e Portugal<br />
vai muito al<strong>é</strong>m do idioma.<br />
E para celebrar os laços culturais<br />
<strong>que</strong> unem essas duas nações<br />
será realizado um festival,<br />
entre 7 de setembro (Dia<br />
da Independência do <strong>Brasil</strong>) e<br />
10 de junho (Dia de Portugal)<br />
de 2013, simultaneamente, nos<br />
dois países. A programação do<br />
Ano de <strong>Brasil</strong> em Portugal e do<br />
Ano de Portugal no <strong>Brasil</strong> foi<br />
lançada oficialmente, ontem.<br />
Um <strong>dos</strong> principais atrativos<br />
será um amistoso entre os dois<br />
países, em 2013, <strong>que</strong> promete<br />
es<strong>que</strong>ntar as arquibancadas do<br />
Engenhão, no Rio. A data do jogo<br />
ainda não foi definida.<br />
A cerimônia foi realizada no<br />
Consulado Geral de Portugal,<br />
no Rio, pela ministra da Cultura,<br />
Ana de Hollanda; o presidente<br />
da Funarte, Antonio<br />
Grassi; o comissário de Portugal<br />
no <strong>Brasil</strong>, Miguel Horta e<br />
Costa; e o cônsul geral de Portugal,<br />
Nuno de Mello Bello.<br />
Com um orçamento de R$ 7<br />
milhões para a programação<br />
deste ano, o <strong>Brasil</strong> levará a Portugal<br />
artistas como Elba Rama-<br />
O ministro da Educação, Aloizio<br />
Mercadante, afirmou ontem<br />
<strong>que</strong> não há margem orçamentária<br />
para melhorar a proposta<br />
de reestruturação da carreira<br />
<strong>dos</strong> professores, apresentada<br />
na última semana, depois<br />
de reunião com reitores das<br />
universidades federais. A categoria,<br />
<strong>que</strong> está parada há dois<br />
lho, Gilberto Gil e Martinho da<br />
Vila, entre outros, <strong>que</strong> vão mostrar<br />
os ritmos e as cores do nosso<br />
país. No teatro, as atrizes Bibi<br />
Ferreira e Marília Pêra tamb<strong>é</strong>m<br />
representarão a arte brasileira.<br />
“Esse intercâmbio será eterno.<br />
Eu sou meio portuguesa. Já<br />
me apresentei diversas vezes<br />
no país. E vejo com muito bons<br />
olhos a participação de atores<br />
de lá aqui”, declarou a atriz Marília<br />
Pêra. “Eu sempre achei<br />
<strong>que</strong> o brasileiro se sentia um<br />
pouco português e o contrário<br />
tamb<strong>é</strong>m. A língua nos abraça.<br />
E essa ligação <strong>é</strong> muito bonita”,<br />
complementou Bibi Ferreira.<br />
Os eventos realiza<strong>dos</strong> aqui,<br />
por Portugal, serão financia<strong>dos</strong><br />
pela iniciativa privada da<strong>que</strong>le<br />
país. A abertura do festival<br />
ocorrerá em Brasília, no dia<br />
7 de setembro, e contará com<br />
apresentação da cantora de fado<br />
Mariza e de Roberta Sá,<br />
meses, avaliou a proposta do<br />
governo como insatisfatória.<br />
De acordo com o ministro,<br />
no cenário de crise financeira<br />
internacional, a prioridade do<br />
governo <strong>é</strong> manter o crescimento<br />
da economia para evitar<br />
o desemprego. “A proposta<br />
apresentada pelo governo <strong>é</strong><br />
de quase R$ 4 bilhões [de recursos<br />
para custear o plano<br />
at<strong>é</strong> 2014]. No momento, em<br />
função da crise internacional,<br />
a prioridade do governo <strong>é</strong><br />
al<strong>é</strong>m da Or<strong>que</strong>stra Sinfônica<br />
de Brasília. No dia 12, o público<br />
carioca poderá conferir o talento<br />
de Mariza, <strong>que</strong> fará show<br />
com Milton Nascimento, no<br />
Theatro Municipal.<br />
At<strong>é</strong> 10 de junho, cidades como<br />
Rio, São Paulo, Recife e Belo<br />
Horizonte, entre outras, receberão<br />
artistas e obras portuguesas,<br />
em programação especial<br />
na música, teatro e artes<br />
plásticas. O festival tamb<strong>é</strong>m terá<br />
participação de expoentes<br />
nas áreas de ciência e tecnologia<br />
e da gastronomia.<br />
“O evento vai dar oportunidade<br />
de atualizar a imagem de Portugal<br />
aqui. Entre os dois países,<br />
há personagens e estereótipos<br />
ultrapassa<strong>dos</strong>. Vamos mostrar<br />
um país jovem, com vasto patrimônio<br />
cultural e histórico”, declarou<br />
o comissário de Portugal<br />
no <strong>Brasil</strong>, Miguel Horta e Costa.<br />
A ministra da Cultura, Ana<br />
de Hollanda, ressaltou a importância<br />
do festival: “At<strong>é</strong> por razões<br />
históricas, criamos imagens<br />
ultrapassadas. Mas começar<br />
o evento no dia da nossa independência<br />
e fazer esse intercâmbio<br />
mostra uma renovação<br />
desses laços. Temos de manter<br />
uma nova relação com Portu-<br />
usar essa capacidade <strong>fiscal</strong> para<br />
o <strong>Brasil</strong> crescer e manter o<br />
emprego de <strong>que</strong>m não tem estabilidade.”<br />
O ministro lembrou tamb<strong>é</strong>m<br />
<strong>que</strong> há outras categorias<br />
<strong>que</strong> precisam ser atendidas.<br />
Mercadante afirmou ainda<br />
<strong>que</strong> espera <strong>que</strong> a <strong>situação</strong> com<br />
os professores seja resolvida<br />
logo para <strong>que</strong> o minist<strong>é</strong>rio possa<br />
“se dedicar intensamente a<br />
buscar uma solução para os<br />
t<strong>é</strong>cnicos”.<br />
DEFESA<br />
Minist<strong>é</strong>rio entrega principais projetos das<br />
Forças Armadas ao Legislativo<br />
O ministro da Defesa, Celso Amorim, entregou ontem ao presidente<br />
do Senado, Jos<strong>é</strong> Sarney, documentos com os principais projetos<br />
das Forças Armadas a serem debati<strong>dos</strong> no Congresso Nacional.<br />
As versões preliminares do Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN)<br />
e as atualizações da Política Nacional de Defesa (PND), após analisadas<br />
pelo Senado Federal, seguem para a Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>. ABr<br />
gal”, afirmou.<br />
Em Portugal, a estreia da<br />
programação brasileira será no<br />
dia 21 de setembro, em Lisboa,<br />
com show de Ney Matogrosso.<br />
Outras cidades já confirmadas<br />
no festival são Porto, Guimarães,<br />
Coimbra, Sintra e Faro.<br />
As apresentações serão feitas<br />
em museus, teatros e praças.<br />
As apresentações nos espaços<br />
abertos serão gratuitas e<br />
Valorização da carreira<br />
Segundo o ministro, o conceito<br />
da nova proposta de carreira para<br />
os professores <strong>é</strong> a valorização<br />
<strong>dos</strong> docentes com regime de dedicação<br />
exclusiva (87%) e doutorado.<br />
“O plano valoriza os<br />
professores com doutorado e dedicação<br />
exclusiva, <strong>que</strong> são a<strong>que</strong>les<br />
<strong>que</strong> realmente têm compromisso<br />
com a universidade. Disso<br />
nós não vamos abrir mão.”<br />
Um <strong>dos</strong> pontos da proposta<br />
do governo critica<strong>dos</strong> pelo sin-<br />
Alexandre Vieira/O Dia<br />
nas demais a preços populares<br />
— abaixo de ¤ 10.<br />
Como participar<br />
No site www.anodeportugalnobrasil.pt,<br />
artistas portugueses<br />
poderão se inscrever no festival,<br />
para participação no ano<br />
<strong>que</strong> vem. E os brasileiros <strong>que</strong><br />
quiserem fazer parte do evento<br />
podem entrar no site www.anobrasilportugal.com.br.<br />
■<br />
Mercadante nega nova proposta a professores<br />
Para ministro da Educação, crise<br />
internacional limita margem para<br />
reajustes no ensino superior<br />
Os eventos realiza<strong>dos</strong><br />
aqui, por Portugal,<br />
serão financia<strong>dos</strong><br />
pela iniciativa<br />
privada da<strong>que</strong>le país<br />
Andrew Harrer/Bloomberg<br />
Ana de Hollanda: “Temos de manter nova relação com Portugal”<br />
dicato <strong>dos</strong> docentes seria um<br />
erro de projeção da inflação para<br />
aplicação do reajuste salarial.<br />
Mercadante garantiu <strong>que</strong><br />
haverá ganho real de salário.<br />
Durante toda a semana, os<br />
professores das instituições em<br />
greve se reunirão em assembleias<br />
para avaliar a proposta<br />
apresentada pelo governo. Está<br />
marcada para a próxima segunda-feira<br />
(23) uma nova reunião<br />
do sindicato com o Minist<strong>é</strong>rio<br />
do Planejamento. ■ ABr
Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr<br />
Preocupada com a onda de paralisações<br />
<strong>que</strong> atinge o setor público,<br />
a Petrobras apresentou ontem<br />
nova proposta para o pagamento<br />
da Participação nos Lucros<br />
e Resultado (PLR) de 2011.<br />
Segundo a Federação Única<br />
<strong>dos</strong> Petroleiros (FUP), a contraproposta<br />
da empresa aumenta<br />
em 4,6% a cifra, ou seja, eleva<br />
em R$ 2.056 o piso.<br />
O reajuste considera R$ 760<br />
a mais na PLR e um adiantamento<br />
de R$ 1.296 ou 12% de<br />
uma remuneração, o <strong>que</strong> for<br />
maior, como gratificação. O assunto<br />
foi discutido durante reunião<br />
entre representantes da<br />
estatal e dirigentes da FUP.<br />
O diretor-geral da Federa-<br />
FISCALIZAÇÃO<br />
TRE do Rio inaugura Centro de Controle e<br />
Comando das Eleições contra ilegalidades<br />
Foi inaugurado ontem o Centro de Controle e Comando das Eleições<br />
2012 do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).<br />
Segundo o presidente do TRE-RJ, Luiz Zveiter, o objetivo <strong>é</strong> investigar<br />
e punir crimes eleitorais, para garantir maior equilíbrio na disputa. No<br />
Rio de Janeiro, as investigações em carreatas e comícios vão se<br />
concentrar na zona oeste, onde atua boa parte das milícias. ABr<br />
Petrobras propõe novo reajuste na PLR<br />
ção Única <strong>dos</strong> Petroleiros, João<br />
Antônio de Morais, avaliou <strong>que</strong><br />
a proposta apresentada ontem<br />
pela estatal representou um<br />
avanço em relação à anterior,<br />
na qual a Petrobras diminuiu<br />
em 7,8% o valor da PLR para os<br />
funcionários, ao mesmo tempo<br />
em <strong>que</strong> aumentou em 2,3% o<br />
pagamento aos acionistas.<br />
Contudo, aponta o sindicalista,<br />
a nova proposta “ainda não<br />
contempla as reivindicações<br />
<strong>dos</strong> petroleiros”. A categoria reivindica<br />
tratamento equivalente<br />
ao dado pela companhia a seus<br />
acionistas, <strong>que</strong> foram contempla<strong>dos</strong><br />
com dividen<strong>dos</strong> da ordem<br />
de 2% em relação a 2010.<br />
Morais disse, no entanto,<br />
Suspensão de greve<br />
geral de petroleiros,<br />
marcada para<br />
sexta-feira, vai<br />
depender de novas<br />
assembleias da FUP<br />
<strong>que</strong> a FUP ainda não decidiu sobre<br />
a nova proposta. O assunto<br />
será discutido hoje, durante<br />
reunião do Conselho Deliberativo,<br />
<strong>que</strong> reúne representantes<br />
de to<strong>dos</strong> os 13 sindicatos filia<strong>dos</strong><br />
à federação da categoria.<br />
“Será o Conselho <strong>que</strong> decidirá<br />
qual o indicativo a ser levado<br />
às assembleias gerais <strong>que</strong> se-<br />
rão feitas em todo o país e <strong>que</strong><br />
decidirão, ou não, pela suspensão<br />
da greve geral marcada para<br />
o próximo dia 20. Portanto,<br />
seria prematuro antecipar qual<strong>que</strong>r<br />
decisão neste momento.”<br />
Na última quarta-feira, a<br />
FUP se reuniu com a presidente<br />
da Petrobras, Graça Foster,<br />
e com o diretor corporativo e<br />
de serviços da estatal, Jos<strong>é</strong><br />
Eduardo Dutra. No encontro,<br />
foi cobrada uma solução para<br />
o impasse das negociações relativas<br />
à quitação da PLR 2011<br />
e um “regramento” das PLRs<br />
futuras.<br />
A greve prevista para a próxima<br />
sexta foi decidida na última<br />
reunião do Conselho Deliberati-<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 11<br />
Trabalhadores exigem tratamento equivalente ao dado aos acionistas, <strong>que</strong> receberam dividen<strong>dos</strong> da ordem de 2% em 2010<br />
vo da FUP, no dia 5 de julho,<br />
quando os sindicatos aprovaram<br />
a possibilidade de paralisação<br />
por tempo indeterminado.<br />
Operação-padrão<br />
A Associação Nacional <strong>dos</strong> Defensores<br />
Públicos da União<br />
(Anadef) informou <strong>que</strong> 90% da<br />
categoria aderiram à operaçãopadrão<br />
iniciada anteontem. Os<br />
atendimentos serão suspensos,<br />
mas os processos já em andamento<br />
continuarão tendo acompanhamento.<br />
Hoje, há 468 defensores<br />
públicos federais em<br />
atuação. Os servidores exigem<br />
melhora na estrutura da Defensoria<br />
Pública e a contratação de<br />
800 defensores. ■ ABr
12 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
INOVAÇÃO & GESTÃO<br />
Editor executivo: Gabriel de Sales gsales@brasileconomico.com.br<br />
ALL agiliza transporte de<br />
grãos at<strong>é</strong> o porto de Santos<br />
Um mudança aparentemente<br />
simples nos dispositivos de comunicação<br />
(transponder) das<br />
balanças de entrada e saída do<br />
Terminal Rodoferroviário da<br />
Am<strong>é</strong>rica Latina Logística em<br />
Alto Araguaia, no Mato Grosso,<br />
permitiu um ganho m<strong>é</strong>dio<br />
de tempo de seis segun<strong>dos</strong> no<br />
manejo de cada caminhão descarregado.<br />
O resultado imediato foi a<br />
agilização de movimentação<br />
de milho e farelo e o recorde<br />
de 946 caminhões descarrega<strong>dos</strong><br />
em um só dia nos vagões<br />
<strong>que</strong> seguem dali para o porto<br />
de Santos, por via ferroviária.<br />
O volume atingido pela empresa<br />
indica um crescimento de<br />
6,05% em relação ao último recorde<br />
de 891 veículos, com ganhos<br />
de receita e redução no<br />
tempo de permanência <strong>dos</strong> caminhões<br />
no terminal.<br />
As mudanças <strong>que</strong> visam agilizar<br />
o processo de descarga rodoviária<br />
do terminal fazem parte<br />
da implantação do “Projeto<br />
Sem Parar”, iniciativa inovadora<br />
na área de gestão da ALL.<br />
“Tivemos um ganho de produtividade<br />
nos tombadores e<br />
na recepção <strong>dos</strong> caminhões.<br />
Com isso, passamos a ter uma<br />
maior recepção e conse<strong>que</strong>ntemente<br />
estamos melhorando<br />
nossos índices de produtividade”,<br />
afirma Flávio Jos<strong>é</strong> da Silva,<br />
coordenador de Terminais<br />
de Mato Grosso da empresa de<br />
logística.<br />
Gente e gestão<br />
Ivandro Paim, gerente de Terminais<br />
de Mato Grosso e Mato<br />
Grosso do Sul, completa lembrando<br />
<strong>que</strong> três anos atrás a m<strong>é</strong>-<br />
dia diária de movimentação dera<br />
de 348 caminhões. (ver gráfico).<br />
“Trabalhamos com três pilares<br />
dentro da empresa: gente,<br />
resultado e gestão. Com isso<br />
gerenciamos a rotina e a produtividade<br />
por meio de sistemas o<br />
<strong>que</strong> nos possibilita acompa-<br />
Investimentos em<br />
gestão têm ajudado a<br />
empresa a aumentar<br />
a receita como<br />
resultado do maior<br />
volume de carga<br />
QUINTA-FEIRA<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
Empresa de logística investiu em tecnologia e conseguiu descarregar 946 caminhões de milho e farelo<br />
em um único dia no Terminal Rodoferroviário de Alto Araguaia, mas enfrenta gargalos no litoral paulista<br />
Rafael Palmeiras<br />
rpalmeiras@brasileconomico.com.br<br />
RECORDE<br />
1000<br />
Evolução da carga diária descarregada no terminal da ALL, em toneladas<br />
800<br />
691<br />
761 779 791<br />
832<br />
600 00<br />
400 00<br />
200 00<br />
0<br />
Fonte: empresa<br />
*m<strong>é</strong>dia diária no ano<br />
384<br />
Paulo Fridman/Bloomberg<br />
Terminal da ALL em Mato Grosso tem capacidade máxima para descarregar mil caminhões por dia<br />
nhar os resulta<strong>dos</strong>”, explica.<br />
O processo do qual participam<br />
cerca de 250 funcionários <strong>é</strong><br />
acompanhando de perto pelos<br />
gestores do Terminal. “Todas as<br />
manhãs fazemos reuniões para<br />
avaliar o desempenho e alimentar<br />
o sistema”, explica.<br />
891<br />
SEXTA-FEIRA<br />
TECNOLOGIA<br />
Ainda segundo Paim, o processo<br />
de inovação tem ajudado<br />
a aumentar a receita da empresa,<br />
como resultado de um volume<br />
maior de produtos <strong>que</strong> são<br />
descarrega<strong>dos</strong>.<br />
O executivo revela <strong>que</strong> o<br />
Terminal tem capacidade para<br />
quatro caminhões ao mesmo<br />
tempo com uma carga máxima<br />
de 42 toneladas. “Queremos<br />
manter uma m<strong>é</strong>dia de<br />
900 caminhões por dia, mas temos<br />
capacidade de chegar a<br />
um número máximo de mil<br />
por dia”, destaca o executivo<br />
<strong>que</strong> pretende buscar esse ganho<br />
at<strong>é</strong> o fim do ano.<br />
Gargalos<br />
O programa de inovação e investimento<br />
da ALL ainda enfrenta<br />
barreiras para ampliar<br />
ainda mais o processo de descarregamento<br />
de caminhões<br />
por dia. Um deles <strong>é</strong> legislação<br />
trabalhistas para caminhoneiros<br />
<strong>que</strong> teve como uma das<br />
consequências a redução da<br />
carga horária de trabalho, gerando<br />
filas para o descarregamento.<br />
Outro obstáculo visto pela<br />
companhia de logística <strong>é</strong> a falta<br />
de capacidade do porto de Santos<br />
para o recebimento da carga.<br />
Atualmente, a ALL possui<br />
capacidade máxima para 600<br />
vagões, mas a empresa ainda está<br />
distante de utilizar todo esse<br />
potencial.<br />
Mesmo com a intenção de<br />
manter 900 caminhões por dia,<br />
a empresa seria forçada a utilizar<br />
apenas 450. É <strong>que</strong> cada vagão<br />
possui capacidade para levar<br />
a carga de dois caminhões.<br />
“Não adianta descarregar uma<br />
quantidade grande nos vagões e<br />
enfrentar um gargalo em Santos”,<br />
conclui Paim. ■<br />
2009* 2010 9/ABR/11 13/ABR/11 14/ABR/11 15/ABR/11 10/MAR/12 6/JUL/12 CAPACIDADE<br />
MÁXIMA<br />
946<br />
1.000
SEGUNDA-FEIRA<br />
ECONOMIA CRIATIVA<br />
Uma empresa não consegue ir<br />
muito longe sem dar atenção à<br />
saúde <strong>dos</strong> funcionários. Atenta<br />
a esse detalhe, a Oi, empresa de<br />
telefonia implantou um sistema<br />
de gestão <strong>que</strong> tem ajudado a melhorar<br />
a vida de muito <strong>dos</strong> seus<br />
colaboradores.<br />
A companhia implementou<br />
dois programas o “Vida Saudável”<br />
e a “Gestão Integrada”,<br />
<strong>que</strong> contou com o apoio da Funcional,<br />
empresa de inteligência<br />
e gestão de saúde.<br />
Em pouco mais de um ano, a<br />
Oi já colhe frutos dessa parceira.<br />
A empresa registrou <strong>que</strong>da<br />
nas taxas de internações hospitalares<br />
em 37% e de consultas<br />
em pronto socorro em 13%,<br />
al<strong>é</strong>m de terem gerado aumento<br />
no cumprimento de protocolos<br />
de exames (103%) e na adesão<br />
a tratamentos com medicamentos<br />
(58%).<br />
Só <strong>que</strong> os resulta<strong>dos</strong> desse<br />
modelo de gestão vão al<strong>é</strong>m <strong>dos</strong><br />
números. Com o projeto, a Oi<br />
conseguiu estimular a prática<br />
de hábitos saudáveis dentro da<br />
companhia.<br />
De acordo com a empresa, o<br />
programa <strong>que</strong> teve participação<br />
de cerca de 2 mil funcionários de<br />
um total de 33 mil, priorizou a<br />
prevenção com o monitoramento<br />
de doenças crônicas como diabetes,<br />
hipertensão, cardiopatias<br />
e asma e, tamb<strong>é</strong>m, condições de<br />
impacto e fatores de risco modificáveis<br />
como sedentarismo, obesidade,<br />
tabagismo e estresse.<br />
“Por meio de processo de tratamento<br />
de da<strong>dos</strong>, foram desenha<strong>dos</strong><br />
os perfis de saúde, riscos<br />
e necessidades <strong>dos</strong> colaboradores<br />
e seus dependentes, para<br />
os quais foi montada uma estrutura<br />
de telemonitoramento<br />
e visitação domiciliar <strong>dos</strong> parti-<br />
TERÇA-FEIRA<br />
EMPREENDEDORISMO<br />
Bons hábitos com a<br />
saúde <strong>dos</strong> funcionários<br />
Ações já reduziram em 37%<br />
as internações hospitalares<br />
de funcionários e familiares<br />
A empresa registrou<br />
<strong>que</strong>da nas taxas<br />
de internações<br />
hospitalares em<br />
37% e em 13%<br />
nas consultas em<br />
pronto-socorro<br />
cipantes”, explica Daphne Braga,<br />
consultora m<strong>é</strong>dica do trabalho<br />
da Oi.<br />
Para o levantamento das informações,<br />
foram usadas pesquisas<br />
de campo e de laboratório,<br />
entrevistas e elaboração de<br />
<strong>que</strong>stionários <strong>que</strong> contaram<br />
com a participação de enfermeiros,<br />
psicólogos, nutricionistas,<br />
assistentes sociais e m<strong>é</strong>dicos.<br />
Cenário<br />
Da<strong>dos</strong> do Minist<strong>é</strong>rio do Trabalho<br />
sinalizam <strong>que</strong> as empresas<br />
precisam ficar atentas à gestão<br />
Jose Pelaez/Image Source<br />
da saúde no trabalho. De acordo<br />
com o órgão no período entre<br />
janeiro a maio deste ano houveram<br />
687 acidentes de trabalho,<br />
enquanto ocorrem 32.984<br />
autuações (ver gráfico).<br />
Mesmo diante desse cenário,<br />
o m<strong>é</strong>dico Gustavo Guimarães,<br />
diretor t<strong>é</strong>cnico da Funcional<br />
acredita <strong>que</strong> as empresas<br />
começaram a assumir suas responsabilidades<br />
na gestão de<br />
saúde, buscando ter informações<br />
sobre a vida de seus funcionários.<br />
“As operadoras de plano de<br />
saúde tem dificuldade de lidar<br />
com as informações <strong>dos</strong> pacientes<br />
e cabe às empresas lidar com<br />
isso. Hoje <strong>é</strong> possível fazer muito<br />
proporcionando benefícios como<br />
auxílio medicamentos.”<br />
Por<strong>é</strong>m, empresas menores<br />
ainda precisam ficar atentas, já<br />
<strong>que</strong> a gestão de saúde <strong>é</strong> mais comum<br />
entre a<strong>que</strong>las com mais de<br />
cinco mil funcionários. ■ R.P.<br />
ESTADO DE ATENÇÃO Em 5 meses, minist<strong>é</strong>rio registrou 32.984 autuações e 687 acidentes<br />
7.802<br />
INDÚSTRIA<br />
260<br />
166<br />
Autuações<br />
Acidentes<br />
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS<br />
Fonte: Sistema Federal de Inspeção do Trabalho<br />
2<br />
Programapermitiuaumentode103%narealizaçãodeexamesm<strong>é</strong>dicos<br />
684<br />
SAÚDE<br />
13<br />
1.258<br />
SERVIÇOS<br />
37<br />
1.188<br />
40<br />
TRANSPORTES<br />
14.062<br />
CONSTRUÇÃO<br />
195<br />
+55112366-6654<br />
www.grupofbm.com.br<br />
O processo participativo e<br />
o futuro da empresa familiar<br />
O processo participativo, este <strong>é</strong> o grande segredo da continuidade<br />
da empresa familiar. A consciência da família de perpetuação<br />
do patrimônio <strong>é</strong> o segundo grande segredo para sua sobrevida.<br />
Cabe a pergunta, como fazer na empresa e na família um processo<br />
participativo e consciente, assim como buscar diuturnamente<br />
a sua perpetuação.<br />
A resposta da primeira pergunta engloba a segunda,<br />
Sem <strong>que</strong> to<strong>dos</strong>, fundadores e herdeiros, não dialoguem entre<br />
si de forma clara sobre o tema, pouco se pode fazer. Herdeiros se<br />
referem à propriedade e não a atuação ativa na empresa.<br />
Dialogar e alinhar valores e missão da empresa se torna crucial<br />
neste processo.<br />
Valores são frutos de sua fundação, missão <strong>é</strong> a visão do futuro.<br />
Identificar valores e missão <strong>é</strong> um processo demorado, pois significa<br />
relembrar to<strong>dos</strong> os passos iniciais da empresa e sua existência,<br />
a tentativa de se recuperar esta historia, não <strong>é</strong> fácil, ao contrario<br />
<strong>é</strong> um processo como explicitado a seguir extremamente<br />
complexo.<br />
A complexidade está em se descrever os problemas e os eventuais<br />
casos de fracasso, e temos <strong>que</strong> ter em mente <strong>que</strong> não há sucesso<br />
sem percalços. São os fracassos<br />
<strong>que</strong> determinam a eficá-<br />
Empreendedores<br />
se satisfazem com<br />
o mínimo necessário,<br />
as gerações<br />
subse<strong>que</strong>ntes<br />
pedem maior renda,<br />
por serem mais<br />
numerosas e<br />
por entenderem<br />
<strong>que</strong> a empresa<br />
deve prover sua<br />
qualidade de vida<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 13<br />
Curso preparatório para certificação<br />
internacional em IFRS do ICAEW<br />
(presencial e real time via WeBex)<br />
Conheça as vantagens<br />
do curso real time:<br />
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Início em agosto.<br />
RENE WERNER<br />
Presidente da Werner & Associa<strong>dos</strong><br />
cia do empreendedor. O seu sucesso<br />
<strong>é</strong> o legado para as gerações<br />
futuras.<br />
Não <strong>é</strong> incomum vermos <strong>que</strong><br />
a segunda e terceira geração <strong>é</strong><br />
de maior sucesso <strong>que</strong> a primeira,<br />
mas <strong>é</strong> extremamente raro<br />
notarmos <strong>que</strong> estas mesmas gerações<br />
estejam tão comprometidas<br />
como a primeira pela perpetuação<br />
do negocio. Os objetivos<br />
financeiros, e conseqüentemente,<br />
os objetivos mais<br />
imediatos são um desafio e<br />
não dão margem para um crescimento<br />
sustentável.<br />
É notório o fato de <strong>que</strong> as<br />
grandes negociações na área<br />
de fusões e aquisições são realizadas pela segunda ou terceira geração<br />
<strong>que</strong> já vêem a empresa fundada pelos seus antecessores como<br />
um veículo de renda e não de satisfação profissional.<br />
Empreendedores se satisfazem com o mínimo necessário, as<br />
gerações subseqüentes precisam de maior renda, não somente<br />
por serem mais numerosos, mas sim, pelo fato de <strong>que</strong> entendem<br />
<strong>que</strong> a empresa deve prover a sua qualidade de vida.<br />
Qualidade de vida sempre <strong>é</strong> relacionada com a capacidade de se<br />
obter o maior numero de benefícios possíveis, não pretendo aqui<br />
ser critico das gerações de herdeiros, apenas <strong>alerta</strong>r <strong>que</strong> se os mesmos<br />
não tiverem consciência da perpetuação da empresa pouco<br />
adiantara a modernização da gestão. São investimentos tangíveis e<br />
intangíveis <strong>que</strong> asseguram a transição entre empreendedores e seus<br />
sucessores, entre a paixão e a profissionalização.<br />
A recomendação <strong>é</strong> para a geração de empreendedores não deixar<br />
de lado o treinamento interno, e de seus sucessores dando<br />
lhes não somente benefícios, mas principalmente responsabilidades<br />
reais. São os desafios internos <strong>que</strong> geram um vínculo com a<br />
propriedade a ser herdada, não <strong>é</strong> sendo partícipe em empresas outras<br />
<strong>que</strong> se adquirira o esperado preparo, pois seu sobrenome sempre<br />
carrega a conotação de <strong>que</strong> os mesmos não estão fazendo carreira,<br />
e os <strong>que</strong> estão provavelmente se sentirão incentiva<strong>dos</strong> a continuarem<br />
na sua profissão e sua carreira. ■
14 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
ENCONTRO DE CONTAS<br />
DryWash encara a prefeitura<br />
A rede de lava-rápi<strong>dos</strong> DryWash<br />
está disposta a comprar uma<br />
briga com a prefeitura<br />
de São Paulo para continuar<br />
operando suas unidades em<br />
estacionamentos de shoppings<br />
da capital. Nos próximos dias,<br />
a empresa entrará com<br />
processo administrativo na<br />
prefeitura para solicitar mais<br />
agilidade na avaliação <strong>dos</strong><br />
pedi<strong>dos</strong> de liberação de alvarás<br />
de funcionamento das lojas<br />
DryWash em estacionamentos<br />
de alguns empreendimentos,<br />
como os shoppings Pátio<br />
Higienópolis e Pátio Paulista,<br />
de São Paulo. Há casos da rede<br />
Menos <strong>é</strong> mais<br />
Carrossel vira vitrine<br />
<strong>que</strong> seus fran<strong>que</strong>a<strong>dos</strong> esperam<br />
pela avaliação do pedido<br />
<strong>dos</strong> alvarás há mais de três<br />
anos. Hoje, a DryWash, do<br />
sócio-fundador Lito Rodriguez,<br />
está no centro das discussões<br />
entre a prefeitura e os<br />
administradores desses<br />
shoppings, <strong>que</strong> tiveram os<br />
alvarás de funcionamento<br />
cassa<strong>dos</strong> por irregularidades<br />
no número de vagas <strong>dos</strong><br />
estacionamentos disponíveis<br />
para clientes. Roseli Perez,<br />
sócia-diretora da rede, diz<br />
<strong>que</strong> a demora ocorre apesar<br />
de um parecer favorável<br />
da Cehab à DryWash, de 2008.<br />
O rei das cantinas<br />
O restaurateur Andrea Conte<br />
está investindo na abertura da<br />
segunda unidade da sua cantina<br />
Don Pepe di Napoli, em Santos, no<br />
litoral paulista. A primeira cantina<br />
está localizada em São Caetano<br />
do Sul, em São Paulo. Com o<br />
investimento, o seu grupo Don<br />
Pepe di Napoli agora conta 20<br />
restaurantes, to<strong>dos</strong> próprios, no<br />
Estado. Sua rede tem sete<br />
bandeiras — Al Mare, Don Pepe Di<br />
Napoli, Forneria Di Napoli,<br />
Pepitto, Vila Conte, LaPepa e<br />
Pepe Nero - <strong>que</strong> faturam mais de<br />
R$ 60 milhões por ano. Para diversificar seus negócios, recentemente,<br />
o empresário e investidor adquiriu o restaurante Mercearia do Francês<br />
e inaugurou o Momotaro, ao lado do chef Adriano Kanashiro.<br />
Contra a mar<strong>é</strong><br />
A casa do milhão<br />
A Casa Madeira, instalada no Vale <strong>dos</strong> Vinhe<strong>dos</strong>, no Rio Grande do Sul,<br />
investiu R$ 1 milhão para produzir dobrar a produção de potes de<br />
geleia para 1 milhão de unidades fabrica<strong>dos</strong> hoje pelo grupo. O aporte<br />
foi feito em equipamento <strong>que</strong> reduz o tempo de preparo de três horas<br />
para 30 minutos. A meta deve ser atingida ainda este ano, pelos<br />
cálculos do executivo Juarez Valduga, diretor da empresa.<br />
Brava gente brasileira<br />
FRASE<br />
Fotos: divulgação<br />
A crise no mundo azedou o<br />
humor <strong>dos</strong> investidores e<br />
atrapalhou as ofertas públicas<br />
de ações de empresas <strong>que</strong><br />
desejavam estrear na bolsa este<br />
ano. Os três grupos <strong>que</strong> tiveram<br />
coragem de enfrentar a baixa<br />
mar<strong>é</strong> do mercado e abriram<br />
o capital — BTG, Locam<strong>é</strong>rica<br />
e Unicasa — vêm tendo<br />
desempenho distintos. Desde os<br />
seus respectivos IPOs, feitos em<br />
abril, somente a Unicasa, dona<br />
da marca Dellano, segue em<br />
alta, com 10% de valorização,<br />
at<strong>é</strong> agora. Para analistas, o<br />
segmento está em crescimento.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, a companhia<br />
apresenta múltiplos mais<br />
atrativos do <strong>que</strong> outros varejistas.<br />
Mais de 2 mil pessoas de todo o país inscreveram suas histórias, seus<br />
sentimentos ou simplesmente afiaram a criatividade na segunda edição<br />
do concurso de poesias da Farmácias Pague Menos, <strong>que</strong> este ano<br />
apresentou o tema “Brava Gente <strong>Brasil</strong>eira”. As poesias vencedoras,<br />
<strong>que</strong> serão anunciadas no dia 2 de agosto, serão reunidas em um livro.<br />
MARCADO<br />
● Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor-geral do LinkedIn <strong>Brasil</strong>, será<br />
um <strong>dos</strong> participantes da 2ª edição do Líderes de Negócios em Ação,<br />
event promovida pela Business School, dia 2 de agosto, em São Paulo.<br />
● A Haco, empresa de eti<strong>que</strong>tas e soluções em identificação, marca<br />
presença em “The London Textile Fair”, <strong>que</strong> acontece hoje e amanhã<br />
em Londres, com fabricantes têxteis e fornecedores de acessórios.<br />
● A IOB Educação realizará o “20º Simpósio de Direito Tributário”, nos<br />
dias 27 e 28 de agosto, no Hotel Golden Tulip Park Plaza, em São Paulo.<br />
DENISE CARVALHO encontrodecontas@brasileconomico.com.br<br />
A DryWash alega <strong>que</strong> as áreas de suas unidades de lava-rápi<strong>dos</strong><br />
guardam 19 carros, número superior às 15 vagas <strong>que</strong> estariam<br />
disponíveis se os shoppings não tivessem esse tipo de unidade<br />
nos seus estacionamentos. Segundo a executiva Roseli Perez,<br />
o número <strong>é</strong> maior por<strong>que</strong> as lojas contam com manobristas.<br />
Hoje, a DryWash tem cerca de 40 unidades em todo o <strong>Brasil</strong>.<br />
Em são Paulo, estão instaladas 12 operações — à espera de alvarás.<br />
A rede de idiomas Yes, fundada há 40<br />
anos, acabou de fechar uma parceria<br />
com o SBT, do empresário Silvio<br />
Santos, para exibir sua marca na<br />
novela Carrossel. Com investimentos<br />
de R$ 1 milhão, a empresa fará ações<br />
de merchandising e estímulo visual.<br />
A estrat<strong>é</strong>gia inclui a veiculação da<br />
marca na abertura, vinheta e no<br />
encerramento do folhetim, estrelado<br />
pela atriz mirim Larissa Manoela no<br />
papel da personagem Maria Joaquina.<br />
É a primeira vez na sua história <strong>que</strong> a<br />
Yes faz um investimento em marketing<br />
desse porte para expor sua marca<br />
nacionalmente. Hoje, a empresa tem<br />
120 escolas, 75 delas no Rio de Janeiro.<br />
Seu objetivo <strong>é</strong> expandir a operação<br />
para principalmente para São Paulo,<br />
Esta<strong>dos</strong> do Sul e Goiás. O Nordeste<br />
tamb<strong>é</strong>m está no radar.<br />
EM BAIXA<br />
Desempenho das empresas<br />
<strong>que</strong> estrearam na bolsa,<br />
em 2012, at<strong>é</strong> agora<br />
10<br />
5<br />
0<br />
-5<br />
-10<br />
-15<br />
-20<br />
-25<br />
10,00%<br />
UNICASA<br />
-4,32%<br />
BTG<br />
“Tenho mil pares<br />
de sapato. Nunca<br />
pensei, mas pode<br />
ser um fetiche”<br />
-24,56%<br />
LOCAMÉRICA<br />
Fontes: Economatica e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />
Romero Britto<br />
Artista plástico, durante a<br />
gravação do programa Show<br />
Business, da TV Bandeirantes,<br />
<strong>que</strong> vai ao ar no próximo sábado<br />
GIRO RÁPIDO<br />
Degustação de vinhos<br />
A importadora Casa Flora traz<br />
para o <strong>Brasil</strong> o enólogo-chefe<br />
Andr<strong>é</strong>s Caballero, do grupo<br />
chileno Santa Carolina Wine<br />
Brands. Uma degustação <strong>dos</strong><br />
vinhos das safras de 2005<br />
a 2008 acontecerá amanhã<br />
no restaurante Vieira Souto,<br />
em Ipanema, no Rio de Janeiro.<br />
Ambientes com design<br />
A Pontto Lavabo acaba de estrear<br />
sua loja virtual no Rakuten<br />
Shopping Online, com um mix de<br />
produtos <strong>que</strong> permitem ao cliente<br />
montar seu lavabo com peças de<br />
design. A loja propõe ambientes<br />
completos, constituí<strong>dos</strong> por<br />
várias peças, como bancada,<br />
cuba, espelho e suporte de papel.<br />
US$ 870 bi<br />
<strong>é</strong> o <strong>que</strong> movimentam os<br />
grupos de crime organizado<br />
em todo o mundo, segundo<br />
Gabinete das Nações Unidas<br />
contra a Droga e o Crime<br />
Spa de serviços est<strong>é</strong>ticos<br />
O SPA Hara, nos Jardins, em São<br />
Paulo, inaugura mais um espaço<br />
de tratamentos de beleza, agora<br />
no bairro do Itaim Bibi. O espaço<br />
da nova clínica de est<strong>é</strong>tica, <strong>que</strong><br />
possui 350 metros quadra<strong>dos</strong>,<br />
tem treze salas individuais e<br />
climatizadas para a realização de<br />
massagens relaxantes, drenagem<br />
e outros serviços est<strong>é</strong>ticos.<br />
Blends para o inverno<br />
Tadeu Brunelli<br />
A marca de chás The Gourmet<br />
Tea oferece 35 blends exclusivos<br />
garimpa<strong>dos</strong> em mais de<br />
30 países. O cardápio <strong>é</strong> dividido<br />
em seis linhas da bebida <strong>que</strong>nte:<br />
os clássicos pretos, brancos e<br />
verdes, e, ainda, os ayurv<strong>é</strong>dicos,<br />
oolongs e rooibos. Para a<br />
estação, as sugestões da loja<br />
são as infusões <strong>que</strong> levam<br />
canela, gengibre e frutas cítricas.
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 15
16 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Subeditoras: Rachel Car<strong>dos</strong>o rcar<strong>dos</strong>o@brasileconomico.com.br<br />
Patrícia Nakamura pnakamura@brasileconomico.com.br<br />
Honda prepara o terreno para<br />
o novo compacto popular Brio<br />
Montadora<br />
leva parte da<br />
produção do City<br />
de Sumar<strong>é</strong> (SP)<br />
para a Argentina<br />
Ana Paula Machado<br />
amachado@brasileconomico.com.br<br />
Um novo carro da Honda está<br />
no forno brasileiro. Depois de levar<br />
parte da produção do sedã City<br />
para a Argentina, a montadora<br />
japonesa se prepara para produzir<br />
um novo modelo em sua fábrica<br />
na cidade de Sumar<strong>é</strong>, no interior<br />
de São Paulo. O espaço<br />
aberto dentro da linha de produção<br />
pode receber o compacto<br />
Brio, previsto para ser lançado<br />
no próximo ano. No local, a Honda<br />
hoje monta os sedãs Civic e City<br />
e o monovolume Fit.<br />
A fábrica de automóveis na<br />
Argentina faz parte da estrat<strong>é</strong>gia<br />
da Honda para a Am<strong>é</strong>rica do<br />
Sul e desde o início de sua construção<br />
já era previsto o compartilhamento<br />
de produção entre<br />
as unidades. Lá a montadora investiu<br />
cerca de US$ 250 milhões.<br />
“A Honda tamb<strong>é</strong>m informa<br />
<strong>que</strong> não haverá alteração na<br />
produção total da planta de Sumar<strong>é</strong><br />
(SP). A perspectiva da empresa<br />
<strong>é</strong> fabricar cerca de 138 mil<br />
automóveis no <strong>Brasil</strong> at<strong>é</strong> o final<br />
de 2012”, diz o comunicado.<br />
Segundo o presidente do sindicato<br />
<strong>dos</strong> metalúrgicos de Campinas<br />
e região, Jair <strong>dos</strong> Santos, a<br />
montadora já está desenvolven-<br />
As vendas de automóveis na Europa<br />
caíram em junho para o<br />
menor nível em oito meses, enquanto<br />
os maiores merca<strong>dos</strong> da<br />
região — Alemanha e Reino Unido<br />
—tiveram pe<strong>que</strong>nos ganhos.<br />
Os emplacamentos nos 27<br />
países da União Europeia caí-<br />
do o Brio, <strong>que</strong> deverá ser apresentado<br />
no ano <strong>que</strong> vem. Hoje,<br />
a produção diária em Sumar<strong>é</strong> <strong>é</strong><br />
de 620 unidades e a expectativa<br />
ram 2,8%, para 1,202 milhão<br />
de veículos, levando a <strong>que</strong>da<br />
nos seis meses para 6,8%, ou<br />
6,644 milhões, informou a associação<br />
<strong>dos</strong> fabricantes de automóveis<br />
da Europa, Acea.<br />
As vendas na Alemanha,<br />
maior economia da Europa, subiram<br />
2,9%, para 296,722 mil<br />
veículos, e as do Reino Unido<br />
aumentaram 3,5%, para<br />
189,514 mil veículos, de acordo<br />
com a Acea. As entregas na<br />
França ficaram quase estáveis<br />
ao cair 0,6%, para 208,909 mil<br />
<strong>é</strong> <strong>que</strong> este mês o volume alcance<br />
700 carros/dia.<br />
“Este ano vamos continuar a<br />
produzir o Civic e o Fit no <strong>Brasil</strong>.<br />
Há mercado no país para absorver<br />
a produção maior desses<br />
modelos. Em 2013, vamos negociar<br />
um novo carro”, disse.<br />
Durante o salão do automóvel<br />
de Tóquio em 2011, o presidente<br />
mundial da Honda, Takanobu<br />
Ito já havia anunciado a intenção<br />
de levar o Brio para merca<strong>dos</strong><br />
emergentes. O compacto já<br />
veículos. Grandes <strong>que</strong>das continuaram<br />
nas economias do Sul<br />
do Europa <strong>que</strong> adotaram medidas<br />
de austeridade; as vendas<br />
na Itália despencaram 24,4%,<br />
para 128,388 mil, e 43,3 % na<br />
Gr<strong>é</strong>cia, para 5,527 mil. A Espanha<br />
teve encolhimento nas<br />
vendas de 12,1%, para 73,258<br />
mil carros.<br />
A Volkswagen, a maior montadora<br />
da região, teve crescimento<br />
de 2,8% nas vendas na<br />
UE, para 286,109 mil, reduzindo<br />
a <strong>que</strong>da nos seis meses na<br />
Junko Kimura/Bloomberg<br />
<strong>é</strong> vendido na Índia e na Tailândia.<br />
“É um modelo <strong>que</strong> faz sucesso<br />
nesses merca<strong>dos</strong>. Mas acredito<br />
<strong>que</strong> no <strong>Brasil</strong> teremos <strong>que</strong> fazer<br />
algumas adaptações. O tamanho<br />
do porta-malas, por<br />
exemplo, <strong>é</strong> um limitador”, disse<br />
Ito na <strong>é</strong>poca.<br />
Para o consultor automotivo<br />
e ex-presidente da Ford, Luiz<br />
Carlos Mello, a Honda segue a<br />
tendência de outras montadoras<br />
instaladas no Mercosul.<br />
“Ter duas fábricas na região <strong>é</strong><br />
Vendas caem 6,8% na Europa no semestre<br />
Em junho, a comercialização de<br />
automóveis na região caiu 2,8%,<br />
o menor nível em oito meses<br />
Andreas Cremer<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
Ito, da Honda: “Temos de fazer adaptações do modelo para o país, <strong>que</strong> re<strong>que</strong>r um porta-malas maior”<br />
Em junho, a Honda<br />
vendeu 15.026<br />
unidades, o segundo<br />
melhor volume desde<br />
<strong>que</strong> entrou no país,<br />
há duas d<strong>é</strong>cadas<br />
A Volks, maior<br />
montadora da região,<br />
registra alta de 2,8%<br />
em junho e reduz<br />
<strong>que</strong>da <strong>dos</strong> primeiros<br />
seis meses para 1,5%<br />
montadora alemã para 1,5%,<br />
ou 1,591 milhão de veículos.<br />
Peugeot<br />
A francesa PSA Peugeot Citroën,<br />
VENDAS DEPOIS<br />
DO TSUNAMI<br />
Desempenho da Honda no<br />
<strong>Brasil</strong> no primeiro semestre<br />
deste ano, em mil unidades<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
43,94<br />
2011<br />
Fonte: Anfavea<br />
48,13<br />
2012<br />
uma forma de complementar a<br />
linha. Não faz sentido produzir<br />
o mesmo carro em duas fábricas<br />
diferentes. Isso <strong>é</strong> estrat<strong>é</strong>gia<br />
de mercado”, ponderou.<br />
Segundo Mello, os japoneses<br />
olham o mercado brasileiro de<br />
forma projetada, por isso, a demora<br />
em se lançarem em um<br />
segmento popular no país. “Os<br />
orientais trabalham com o tempo<br />
como aliado. Eles primeiro se<br />
consolidam e depois entram em<br />
outro negócio. Eles não gostam<br />
de perder dinheiro”, afirmou.<br />
A Honda, das três japonesas<br />
no país, <strong>é</strong> a <strong>que</strong> mais segue a filosofia<br />
oriental. Toyota lança o<br />
seu compacto at<strong>é</strong> outubro e a<br />
Nissan já briga no segmento de<br />
popular com o March, importado<br />
do M<strong>é</strong>xico. ■<br />
<strong>que</strong> na semana passada anunciou<br />
planos de cortar 8 mil postos<br />
de trabalho e fechar uma fábrica,<br />
teve vendas 8,6% menores,<br />
para 148,172 mil veículos, estendendo<br />
o declínio neste ano<br />
para 13,9%, ou 808,660 mil veículos.<br />
A norte-americana General<br />
Motors, cuja divisão europeia<br />
Opel vem registrando prejuízo<br />
há mais de dez anos, teve<br />
<strong>que</strong>da de 8,8% nas vendas, para<br />
107,160 mil carros, uma redução<br />
de 10,8% nos seis meses, para<br />
560,934 mil carros. ■ Reuters
Murillo Constantino<br />
Aliansce vende 13% mais e espera o<br />
segundo semestre com otimismo<br />
Vendas alcançaram R$ 1,4 bilhão entre<br />
abril e junho, segundo pr<strong>é</strong>via operacional<br />
Érica Polo<br />
epolo@brasileconomico.com.br<br />
Apesar da timidez do cenário<br />
econômico, as vendas <strong>dos</strong> 15<br />
empreendimentos da Aliansce<br />
Shoppings Centers avançaram<br />
12,8% no segundo trimestre do<br />
ano, para R$ 1,4 bilhão, em comparação<br />
com o mesmo período<br />
de 2011. A companhia divulgou<br />
ontem a pr<strong>é</strong>via <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
trimestrais, <strong>que</strong> será publicada<br />
em 14 de agosto. O resultado <strong>é</strong><br />
soma do crescimento orgânico,<br />
de expansões e da performance<br />
parcial de empreendimentos rec<strong>é</strong>m-lança<strong>dos</strong>,<br />
caso do Boulevard<br />
Shopping Campos, em<br />
Campos de Goytacazes (RJ) e<br />
Par<strong>que</strong> Shopping Bel<strong>é</strong>m, em Bel<strong>é</strong>m<br />
do Pará. Ambos abriram as<br />
portas no mês de abril, embora<br />
em anos diferentes: o primeiro<br />
em 2011 e o segundo neste ano.<br />
O desempenho da empresa<br />
no trimestre ficou em linha<br />
com o esperado pelos dirigentes.<br />
“A performance foi muito<br />
boa considerado o momento<br />
econômico <strong>que</strong> estamos vivendo”,<br />
avaliou Eduardo Prado, superintendente<br />
de relações com<br />
investidores da Aliansce. Embora<br />
as vendas tenham crescido,<br />
analistas esperam por redução<br />
do lucro da companhia (ver mat<strong>é</strong>ria<br />
abaixo). A Aliansce está entre<br />
as cinco maiores do setor e<br />
atua no planejamento, desen-<br />
Embora os números de vendas<br />
da Aliansce Shoppings Centers<br />
tenham sido positivos no segundo<br />
trimestre, o lucro líquido da<br />
companhia não deve espelhar<br />
resultado tão animador. É <strong>que</strong><br />
segundo avaliação do BTG Pactual,<br />
a empresa deve registrar<br />
um ganho de R$ 21,3 milhões, o<br />
<strong>que</strong> representa uma <strong>que</strong>da de<br />
42% ante o resultado de R$ 36,6<br />
milhões visto no mesmo perío-<br />
Setor Imobiliário concretizou 17 fusões<br />
volvimento e gerenciamento de<br />
centros de compras. Em 2011,<br />
sua receita líquida alcançou R$<br />
270 milhões.<br />
Prado, <strong>que</strong> não comenta estimativas<br />
feitas pelo mercado,<br />
diz <strong>que</strong> a empresa espera crescimento<br />
de vendas ainda mais forte<br />
para os próximos trimestres.<br />
“Mais de 50% de nossa ABL<br />
[Área Bruta Locável] tem me-<br />
do de 2011. Mesmo assim, os<br />
analistas esperam uma alta de<br />
36% na receita líquida motivada<br />
pela aquisição da Pargim <strong>que</strong><br />
deve ser totalmente capturada<br />
neste trimestre. “Já o rec<strong>é</strong>m<br />
inaugurado Par<strong>que</strong> Shopping Bel<strong>é</strong>m<br />
será captado a partir do terceiro<br />
trimestre”, destacaram os<br />
analistas Marcello Milman e<br />
Gustavo Cambauva.<br />
Segundo eles, o segundo trimestre<br />
do ano deve reafirmar a<br />
natureza defensiva do setor de<br />
shopping centers no <strong>Brasil</strong>.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, ressaltam <strong>que</strong> os resulta<strong>dos</strong><br />
não devem trazer grandes<br />
surpresas. E <strong>que</strong>m abre alas<br />
para a temporada de balanços<br />
nos de cinco anos de operação,<br />
há maturação por vir”. Normalmente,<br />
um novo shopping leva<br />
de três a cinco anos para se estabelecer<br />
no mercado. Os próximos<br />
lançamentos da Aliansce<br />
deverão ocorrer em Vila Velha<br />
(ES), Bauru (SP) e Maceió (AL)<br />
at<strong>é</strong> o primeiro semestre do ano<br />
<strong>que</strong> vem. Hoje, a companhia det<strong>é</strong>m<br />
351 mil metros quadra<strong>dos</strong><br />
de ABL própria e concentra<br />
atuação no Sudeste. A taxa de<br />
ocupação, segundo a pr<strong>é</strong>via di-<br />
do setor <strong>é</strong> o Iguatemi <strong>que</strong> deve<br />
apresentar no final deste mês,<br />
um lucro líquido de R$ 53,5 milhões.<br />
A equipe do BTG destaca <strong>que</strong><br />
este resultado ainda não apresenta<br />
contribuição do rec<strong>é</strong>m<br />
inaugurado Jk Iguatemi, em São<br />
Paulo. Mesmo assim, de acordo<br />
com o banco, o resultado mostra<br />
um avanço de 25% ante o<br />
mesmo período do ano anterior.<br />
Em seguida será a vez do<br />
BR Malls, <strong>que</strong> não tem um cenário<br />
tão animador como o Iguatemi.<br />
De acordo com Marcelo Milman<br />
e Gustavo Cambauva a depreciação<br />
cambial em cima da<br />
dívida da empresa, deve levar o<br />
vulgada, chega a 97,8%, sendo<br />
<strong>que</strong> em dez <strong>dos</strong> centros de compras<br />
supera os 99%.<br />
Mesmas áreas cresce 11%<br />
A venda nas chamadas ‘mesmas<br />
áreas’ avançou 11,4% no segundo<br />
trimestre ante igual período<br />
de 2011. “Nossa intenção<br />
ao divulgar esse índice <strong>é</strong> mostrar<br />
avanço de qualificação do<br />
mix, já <strong>que</strong> não mensura o desempenho<br />
<strong>dos</strong> mesmos lojistas”,<br />
explica Prado. Quando ob-<br />
Leonardo Wen/Folhapress<br />
servadas as vendas de ‘mesmas<br />
lojas’, houve avanço de 10,1%.<br />
Forte preocupação do setor<br />
hoje <strong>é</strong> a inadimplência, ressaltou<br />
o executivo. “Mas nós ainda<br />
não sofremos com isso”. No segundo<br />
trimestre, o nível de<br />
inadimplência líquida da Aliansce<br />
foi de 1,3%, mantendo o patamar<br />
do primeiro trimestre do<br />
ano. Comparado ao mesmo período<br />
do ano anterior, a taxa<br />
chega a 3,9% - redução de 0,1<br />
ponto percentual. ■<br />
Empresa deve registrar <strong>que</strong>da no lucro líquido<br />
Para analistas do BTG Pactual,<br />
o setor de shopping não deve<br />
apresentar grandes surpresas<br />
Rafael Palmeiras<br />
rpalmeiras@brasileconomico.com.br<br />
A Pesquisa de Fusões e Aquisições da KPMG no <strong>Brasil</strong> divulgou<br />
<strong>que</strong> o setor imobiliário registrou 17 fusões e aquisições no primeiro<br />
semestre deste ano. Do total de operações, 11 foram de caráter<br />
dom<strong>é</strong>stico, nove ocorreram no primeiro trimestre do ano e oito nos<br />
meses de abril, maio e junho. Vale lembrar, <strong>que</strong> em 2011, o setor<br />
tamb<strong>é</strong>m apresentou 17 fusões e aquisições, mas em relação a 2010,<br />
houve um aumento de 30,8%.<br />
SACOLAS CHEIAS<br />
Pr<strong>é</strong>via de resulta<strong>dos</strong> da<br />
Aliansce, no 2º trimestre**<br />
VENDAS TOTAIS<br />
R$ 1,4 bi<br />
EVOLUÇÃO*<br />
12,8%<br />
VENDAS DAS MESMAS LOJAS<br />
10,1%<br />
MESMAS ÁREAS<br />
11,4%<br />
Número de shoppings 15<br />
Taxa de ocupação 97,8%<br />
ABL própria** 351 mil m2 Fonte: Aliansce<br />
*comparação com 2º trimestre de 2011<br />
** Área Bruta Locável<br />
Aposta são os novos shoppings, ainda em período de maturação, apesar do momento econômico<br />
ESTIMATIVAS<br />
Lucro das administradoras<br />
de shoppings no 2º trimestre<br />
EMPRESA LUCRO LÍQUIDO VARIAÇÃO<br />
BR MALLS<br />
MULTIPLAN<br />
IGUATEMI<br />
ALIANSCE<br />
Fonte: BTG Pactual<br />
R$ 300 MIL<br />
R$ 65 MILHÕES<br />
R$ 53,5 MILHÕES<br />
R$ 21,3 MILHÕES<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 17<br />
-100%<br />
6%<br />
25%<br />
-42%<br />
lucro líquido próximo a zero, fechando<br />
o trimestre em R$ 300<br />
mil, com perdas de 100%.<br />
Já do lado positivo, a empresa<br />
deve registrar alta de 33% na<br />
receita líquida <strong>que</strong> passa de R$<br />
199,4 milhões para R$ 265,4 milhões<br />
como resultado das aquisições<br />
feitas.<br />
Em cima do muro, a Multiplan<br />
deve vê seu lucro líquido<br />
subir ligeiramente para R$ 65<br />
milhões, com alta de 6% quando<br />
comparado ao mesmo período<br />
do ano anterior.<br />
Segundo os analistas o resultado<br />
<strong>é</strong> devido “à venda do Morumbi<br />
Business Tower no trimestre<br />
anterior.” ■
18 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Sabrina Lorenzi<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
O mercado aguarda com ansiedade<br />
pelos números de produção<br />
da Vale, <strong>que</strong> divulga hoje<br />
seu relatório referente ao segundo<br />
trimestre (os resulta<strong>dos</strong><br />
financeiros serão revela<strong>dos</strong><br />
na semana <strong>que</strong> vem). A<br />
companhia deverá exibir, esperam<br />
analistas,maiores volumes<br />
de extração de min<strong>é</strong>rio de<br />
ferro, retomando patamares<br />
registra<strong>dos</strong> antes das chuvas<br />
<strong>que</strong> interromperam operações<br />
de algumas minas da companhia<br />
e afetaram os embar<strong>que</strong>s<br />
do primeiro trimestre. A<br />
maior produtora de min<strong>é</strong>rio<br />
de ferro do mundo deverá<br />
anunciar, ainda, aumento na<br />
produção de cobre e ní<strong>que</strong>l.<br />
A produção de min<strong>é</strong>rio de<br />
ferro da Vale deverá ser da ordem<br />
de 80 milhões de toneladas,<br />
cerca de 15% maior em<br />
comparação à obtida no primeiro<br />
trimestre e 5% acima do <strong>que</strong><br />
alcançou no mesmo período de<br />
2011, segundo relatório do Citibank.<br />
Já o Goldman Sachs estima<br />
<strong>que</strong> a mineradora produzirá<br />
cerca de 73 milhões toneladas<br />
de min<strong>é</strong>rio de ferro sem<br />
considerar a produção da Samarco,<br />
na qual a Vale det<strong>é</strong>m<br />
participação de 50% em parceria<br />
com a australiana BHP.<br />
Dos quase 70 milhões de toneladas<br />
<strong>que</strong> a empresa produziu<br />
Distribuidora paraense negocia<br />
pagamento de encargos setoriais<br />
para liberar reajuste tarifário<br />
A Celpa está buscando um acordo<br />
com Agência Nacional de<br />
Energia El<strong>é</strong>trica (Aneel) e com<br />
a Eletrobras sobre o pagamento<br />
de encargos setoriais devi<strong>dos</strong><br />
pela distribuidora e <strong>que</strong> poderiam<br />
blo<strong>que</strong>ar a aplicação de<br />
uma nova tarifa resultante da<br />
revisão e do reajuste tarifário<br />
da companhia paraense.<br />
no primeiro trimestre do ano,<br />
2,5 milhões de toneladas foram<br />
atribuí<strong>dos</strong> à parcela da mineradora<br />
brasileira na Samarco.<br />
“Nós esperamos um preço<br />
m<strong>é</strong>dio de US$ 112 por tonelada,<br />
ligeiramente melhor do <strong>que</strong><br />
US$ 109 por tonelada vistos no<br />
último trimestre, com base no<br />
A revisão tarifária da companhia<br />
paraense será votada em<br />
31 de julho, antes da assembleia<br />
<strong>dos</strong> credores para aprovar o plano<br />
de recuperação judicial da<br />
companhia, em 9 de agosto.<br />
“Essa <strong>que</strong>stão está bem evoluída.<br />
Só falta bater o martelo",<br />
disse o administrador judicial<br />
da paraense em recuperação judicial,<br />
Mauro Santos, ao se referir<br />
ao acordo sobre os encargos<br />
setoriais. A companhia deve cerca<br />
de R$ 118 milhões em encar-<br />
Scott Eells/Bloomberg<br />
menor frete e custos de combustível”,<br />
afirmam Alexander<br />
Hacking e Thiago Ojea, <strong>que</strong> assinam<br />
o relatório do Citibank.<br />
O banco prevê ainda alta de<br />
10% na produção de ní<strong>que</strong>l em<br />
relação ao trimestre anterior e<br />
crescimento de 23% em comparação<br />
ao mesmo período de<br />
gos setoriais com pagamento já<br />
vencido, valor <strong>que</strong> seria pago<br />
em 60 parcelas, de acordo com<br />
o <strong>que</strong> está sendo negociado.<br />
O diretor da Aneel Andr<strong>é</strong> Pepitone<br />
defendeu <strong>que</strong> a Celpa retire<br />
do processo de recuperação<br />
judicial as dívidas relativas ao<br />
pagamento de encargos, para<br />
<strong>que</strong> a agência possa considerar<br />
a empresa adimplente e autorizar<br />
a revisão tarifária programada<br />
para agosto.<br />
A Aneel informou <strong>que</strong> a Cel-<br />
INTERNET<br />
YouTube lança canal esportivo para mostrar<br />
bastidores da Olimpíada de Londres<br />
O YouTube lançou o canal esportivo Londres 360, após parceria<br />
com a ESPN. A rede será responsável pelo conteúdo <strong>dos</strong> Jogos<br />
Olímpicos de Londres para o novo canal do portal de vídeos.<br />
O canal terá programação ao vivo com entrevistas com atletas<br />
e personalidades, reportagens e monitoramento das principais<br />
buscas feitas na web sobre o tema olimpíadas.<br />
Produção da Vale deve crescer<br />
15% no trimestre, estima mercado<br />
Mineradora aguarda para hoje divulgação do relatório de produção entre abril e junho; Citibank projeta <strong>que</strong><br />
volume chegará a 80 milhões de toneladas; cotação do min<strong>é</strong>rio de ferro deverá cair nos próximos três anos<br />
Renzo Gostoli/Bloomberg<br />
Ferreira, da Vale: para JP Morgan, aumento de volume ajudará a impulsionar resulta<strong>dos</strong> trimestrais<br />
2011. A estimativa, de 69 mil toneladas,<br />
<strong>é</strong> a mesma realizada pelos<br />
analistas da Goldman Sachs.<br />
O aumento na produção de<br />
cobre tamb<strong>é</strong>m será de dois dígitos,<br />
de acordo com o Citibank:<br />
13% na comparação entre<br />
trimestres em 2012 e de<br />
31% em relação ao segundo tri-<br />
pa tem um total de R$ 169,6 milhões<br />
em dívida considerando<br />
encargos setoriais, contrato bilateral<br />
e leilão. Os encargos setoriais<br />
são recolhi<strong>dos</strong> por meio da<br />
tarifa de energia paga pelos consumidores<br />
e devem ser repassa<strong>dos</strong><br />
pelas distribuidoras à Aneel<br />
ou à Eletrobras, <strong>que</strong> administra<br />
alguns fun<strong>dos</strong> setoriais.<br />
Pepitone, relator da revisão<br />
tarifária, explicou <strong>que</strong> com a retirada<br />
das dívidas da recuperação<br />
judicial, o governo poderá<br />
mestre do ano passado, considerando<br />
uma produção de 82<br />
mil toneladas.<br />
Resultado<br />
De acordo com o JP Morgan, o<br />
aumento no volume de produção<br />
da Vale deve ser o principal<br />
impulso para a melhora <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
<strong>que</strong> a companhia apresentará<br />
na próxima semana,<br />
mais especificamente no dia 25.<br />
“O resultado deve apresentar<br />
uma melhora se<strong>que</strong>ncial impulsionada<br />
principalmente por melhores<br />
volumes de min<strong>é</strong>rio de<br />
ferro, cobre e ní<strong>que</strong>l, já <strong>que</strong> o<br />
primeiro foi afetado pelas chuvas.<br />
Os preços devem ficar estáveis<br />
ou levemente pra baixo, por<strong>é</strong>m,<br />
no geral, as margens devem<br />
ver alguma melhora”, afirmam<br />
analistas do banco por<br />
meio de relatório. O JP Morgan<br />
reduziu em 7%, 10% e 4% as estimativas<br />
de preços para o min<strong>é</strong>rio<br />
de ferro nos próximos três<br />
anos, para US$ 138 em 2012;<br />
US$ 135 em 2013 e US$ 120 dólares<br />
em 2014.<br />
Apesar de reduzir estimativas<br />
de preços do min<strong>é</strong>rio de ferro,<br />
o banco mant<strong>é</strong>m recomendação<br />
de compra de pap<strong>é</strong>is da Vale.<br />
“Nesse cenário de incertezas<br />
<strong>que</strong> a economia global se encontra,<br />
recomendamos cautela e a<br />
busca por empresas <strong>que</strong> tenham<br />
baixo custo em commodities<br />
e forte oferta de mat<strong>é</strong>riaprima”.<br />
■ Reuters<br />
Celpa tenta acordo sobre dívidas com Aneel e Eletrobras<br />
inscrever estes d<strong>é</strong>bitos na dívida<br />
ativa da União. Neste caso,<br />
as condições de pagamento seriam<br />
divididas em at<strong>é</strong> 60 meses.<br />
“Mas isso teria um custo, a dívida<br />
aumentaria em cerca de<br />
20%”, disse Pepitone.<br />
A Equatorial Energia, <strong>que</strong><br />
apresentou uma proposta pelo<br />
controle da Celpa, condicionou<br />
a operação à aplicação de um aumento<br />
entre 10% e 11% na tarifa<br />
de energia, segundo afirmou<br />
Mauro Santos. ■ Reuters
Marcela Beltrão<br />
Felipe Frisch<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
A Estácio Participações, segundo<br />
maior grupo de educação brasileiro<br />
de capital aberto por receita,<br />
<strong>que</strong>r entrar “com mais<br />
força” no Estado de São Paulo a<br />
partir de 2013 e comprar outras<br />
instituições pe<strong>que</strong>nas e m<strong>é</strong>dias<br />
em todo o país para dobrar seus<br />
resulta<strong>dos</strong> at<strong>é</strong> 2014.<br />
“Estamos fazendo em São<br />
Paulo uma transformação parecida<br />
com a <strong>que</strong> foi feita no resto<br />
do País, mas atrasada”, disse o<br />
presidente da Estácio, Rog<strong>é</strong>rio<br />
Melzi. “Não existe Estácio no futuro<br />
sem uma presença forte<br />
em São Paulo”, afirma.<br />
FARMACÊUTICA<br />
Produção nacional do setor deverá<br />
ter <strong>que</strong>da de 6,8% no 2º trimestre de 2012<br />
De acordo com levantamento da Tendências Consultoria, a produção<br />
da indústria farmacêutica nacional terá <strong>que</strong>da de 6,8% no segundo<br />
trimestre deste ano na comparação anual. Para maio, o indicador<br />
mostrou recuo de 5% frente ao mesmo período do ano passado.<br />
Para 2012, a projeção da Tendências para o indicador <strong>é</strong> de expansão<br />
de 3% em comparação a 2011.<br />
Estácio prevê dobrar resulta<strong>dos</strong> at<strong>é</strong> 2014<br />
Um <strong>dos</strong> focos para o investimento<br />
na maior cidade do país<br />
será o ensino à distância, segundo<br />
Melzi. Para marcar maior presença,<br />
a Estácio pretende utilizar<br />
a estrutura da Uniradial. O<br />
centro universitário, adquirido<br />
em 2007 e com cerca de 13 mil<br />
alunos, deverá passar por mudanças<br />
internas na gestão e no<br />
atendimento para depois disso<br />
reformar pr<strong>é</strong>dios, fazer campanhas<br />
de marketing e abrir novas<br />
unidades, segundo Melzi.<br />
A Estácio pretende dobrar o<br />
lucro antes de impostos, juros,<br />
depreciação e amortização, ou<br />
Ebitda, para cerca de R$ 400 milhões<br />
em 2014, sem considerar<br />
grandes aquisições ou licenças<br />
para operar cursos à distância,<br />
segundo o executivo. No primeiro<br />
trimestre, o Ebitda subiu<br />
43% para R$ 62 milhões.<br />
O projeto de expansão prevê<br />
“pe<strong>que</strong>nas e m<strong>é</strong>dias” aquisições<br />
para entrar nas oito unidades<br />
da federação onde ainda<br />
não tem campus, entre elas esta<strong>dos</strong><br />
do Norte e Nordeste, com<br />
Companhia aposta<br />
em cursos a distância<br />
para ampliar<br />
negócios em SP;<br />
aquisições tamb<strong>é</strong>m<br />
estão nos planos<br />
preferência pelas capitais e cidades<br />
com mais de 300 mil habitantes,<br />
disse Melzi. Ele foi indicado<br />
para a presidência pela GP<br />
Investments, a maior acionista<br />
da Estácio desde 2008, com<br />
19,5% das ações.<br />
Nos últimos 12 meses, a Estácio<br />
comprou seis instituições de<br />
ensino, sendo a maior delas uma<br />
faculdade de 4 mil alunos em São<br />
Luís, no Maranhão. O objetivo <strong>é</strong><br />
aumentar o número de alunos<br />
em 80 mil por meio das aquisições<br />
at<strong>é</strong> 2015. A empresa tem hoje<br />
281 mil alunos, <strong>dos</strong> quais 51 mil<br />
do ensino à distância, segundo<br />
Melzi. A Estácio ainda não oferece<br />
cursos no Rio Grande do Sul,<br />
Piauí, Tocantins, Acre, Rondô-<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 19<br />
Para isso, a instituição de ensino carioca terá de voltar a crescer em São Paulo, onde atua desde 2007 com a Uniradial<br />
nia, Amazonas, Distrito Federal e<br />
Mato Grosso.<br />
“Nosso plano A <strong>é</strong> crescer organicamente,<br />
usando pe<strong>que</strong>nas<br />
e m<strong>é</strong>dias aquisições, por<strong>é</strong>m a<br />
Estácio jamais descarta fazer<br />
aquisições de maior porte”, disse<br />
o executivo.<br />
As ações da Estácio acumulam<br />
alta 39,7% no ano at<strong>é</strong> ontem, enquanto<br />
os pap<strong>é</strong>is das suas concorrentes<br />
Kroton Educacional e<br />
Anhanguera Educacional Participações<br />
acumulam valorização de<br />
55,7% e 35,4%, respectivamente.<br />
O Ibovespa teve <strong>que</strong>da de 5% no<br />
período. Em valor de mercado, a<br />
Estácio <strong>é</strong> a terceira colocada das<br />
três, avaliada em R$ 2,1 bilhões.<br />
■ Bloomberg
20 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 21
22 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
EMPRESAS<br />
A Rio Tinto, uma das maiores<br />
mineradoras do mundo, anunciou<br />
ontem <strong>que</strong> a produção de<br />
min<strong>é</strong>rio de ferro ficou estável<br />
no trimestre encerrado em junho,<br />
em relação ao mesmo mês<br />
do ano passado. Mas as vendas<br />
ficaram levemente abaixo da<br />
produção, o <strong>que</strong> pressionou as<br />
ações da companhia e levantou<br />
preocupações sobre o desa<strong>que</strong>cimento<br />
da demanda chinesa.<br />
O min<strong>é</strong>rio de ferro responde<br />
por cerca de 80%<br />
<strong>dos</strong> ganhos da mineradora<br />
global,<br />
<strong>que</strong> recentemente<br />
se comprometeu<br />
a investir US$<br />
3,7 bilhões para<br />
expandir a capacidade<br />
de produção<br />
na Austrália<br />
em 25%, por considerar a commodity<br />
a <strong>que</strong> mais traz retorno<br />
em um cenário econômico global<br />
difícil.<br />
O presidente-executivo da<br />
empresa, Tom Albanese, disse<br />
<strong>que</strong>, apesar da volatilidade da<br />
economia mundial, a companhia<br />
mant<strong>é</strong>m os planos de expansão.<br />
“Estamos acompanhando<br />
de perto o ritmo da recupera-<br />
Um estudo independente sobre<br />
gerenciamento de dispositivos<br />
móveis (MDM, da sigla em inglês)<br />
revela <strong>que</strong>, embora a inserção<br />
de smartphones siga em<br />
crescimento no ambiente de<br />
trabalho, a mobilidade tamb<strong>é</strong>m<br />
tem produzido aumento no custo<br />
anual trabalhista da TI. O estudo,<br />
produzido pelo Osterman<br />
Research, aponta <strong>que</strong> o<br />
custo trabalhista de TI por profissional<br />
relacionado com MDM<br />
ção da economia <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong>, a continuação da crise<br />
da zona do euro e o impacto <strong>dos</strong><br />
esforços para estimular a economia<br />
chinesa nos merca<strong>dos</strong> <strong>que</strong><br />
atendemos”, disse Albanese.<br />
A produção de min<strong>é</strong>rio de ferro<br />
da Rio Tinto ficou estável em<br />
48,6 milhões de toneladas no segundo<br />
trimestre, ante os 48,9<br />
milhões de um ano atrás e os<br />
45,6 milhões nos três primeiros<br />
meses de 2012.<br />
“A comercialização de min<strong>é</strong>rio<br />
de ferro não se recuperou<br />
tanto (em relação ao primeiro<br />
trimestre) quan-<br />
to as pessoas estavam<br />
esperando”,<br />
disse o analista<br />
Lyndon Fagan,<br />
do JPMorgan.<br />
Já as vendas da<br />
Rio Tinto, em termos<br />
totais, a partir<br />
das operações<br />
de min<strong>é</strong>rio de ferro no oeste da<br />
Austrália somaram 57,4 milhões<br />
de toneladas, ante produção<br />
de 58,4 milhões.<br />
A mineradora informou <strong>que</strong><br />
continua em seu cronograma<br />
para produzir 250 milhões de toneladas<br />
neste ano, algo <strong>que</strong> analistas<br />
afirmam ser difícil de cumprir<br />
se a produção de aço da China<br />
continuar fraca. ■ Reuters<br />
está em trajetória crescente,<br />
saindo de US$ 229 em 2011 para<br />
US$ 294 em 2012, com projeções<br />
apontando para US$ 339<br />
no próximo ano.<br />
A inserção de smartphones<br />
em organizações de m<strong>é</strong>dio e<br />
grande portes na Am<strong>é</strong>rica do<br />
Norte atingirá 50% at<strong>é</strong> 2013,<br />
avalia Scott Gode, vice-presidente<br />
de gestão de produto e<br />
marketing na provedora de comunicação<br />
unificada Azaleos,<br />
<strong>que</strong> patrocinou o estudo.<br />
A pesquisa aponta <strong>que</strong> 40%<br />
<strong>dos</strong> respondentes <strong>que</strong> adotaram<br />
plataformas de MDM utilizam<br />
BlackBerry Enterprise Server<br />
Fotos: divulgação<br />
Rio Tinto mant<strong>é</strong>m expansão<br />
apesar de demanda fraca<br />
(BES). “Obviamente a plataforma<br />
não tem pernas para crescer,<br />
assim, as organizações precisarão<br />
migrar para algum outro<br />
sistema e isso trará custos associa<strong>dos</strong><br />
com novas plataformas,<br />
hardwares e custos de treinamento<br />
da equipe de TI”, pontua<br />
MODA<br />
Crise europeia e desaceleração na China impedem crescimento nas vendas em junho<br />
Hugo Bachega<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
Associação cria projeto para impulsionar<br />
marcas brasileiras de moda praia no exterior<br />
Matthew Lloyd/Bloomberg<br />
Gode. “Pode ser ainda <strong>que</strong> traga<br />
a necessidade de novas contratações<br />
para gerenciar e monitorar<br />
a plataforma de MDM.”<br />
Entre as organizações <strong>que</strong> ainda<br />
não implantaram uma plataforma<br />
de MDM, 32% <strong>dos</strong> participantes<br />
acreditam <strong>que</strong> o farão<br />
em 2013, enquanto 24% planejam<br />
a tarefa para 2014. A principal<br />
razão para o investimento está<br />
a preocupação com perda de<br />
dado e propriedade intelectual.<br />
Ainda <strong>que</strong> as organizações referendem<br />
apenas uma plataforma,<br />
os custos de MDM devem<br />
aumentar, por conta do aumento<br />
de funcionalidades <strong>que</strong> os sis-<br />
Diretoria<br />
executiva da<br />
Cimpor <strong>é</strong><br />
formalizada<br />
A diretoria executiva da Cimpor<br />
<strong>é</strong> constituída totalmente<br />
por gestores brasileiros, em representação<br />
de seu principal<br />
acionista, a InterCement, subsidiária<br />
de negócios internacionais<br />
de cimento do grupo Camargo<br />
Corrêa. Al<strong>é</strong>m de Ricardo<br />
Lima, <strong>que</strong> nesta semana tomou<br />
posse como presidente-executivo<br />
da empresa portuguesa, integram<br />
o comando da empresa<br />
Armando S<strong>é</strong>rgio Antunes Silva,<br />
Andr<strong>é</strong> Gama Schaeffer e Daniel<br />
Antonio Biondo Bastos.<br />
Cargos<br />
O Diário Económico apurou <strong>que</strong><br />
Armando S<strong>é</strong>rgio Antunes Silva<br />
irá assumir as funções de diretor<br />
financeiro (CFO) da Cimpor.<br />
Já Daniel Antonio Biondo<br />
Bastos substituirá o presidente<br />
executivo Ricardo Lima quando<br />
for necessário.<br />
O quarteto <strong>que</strong> compõe a diretoria<br />
executiva da companhia<br />
iniciou ontem um mandato<br />
<strong>que</strong> termina em 2014, em resultado<br />
do sucesso da Oferta<br />
Pública de Aquisição (OPA) lançada<br />
pela InterCement, a 30 de<br />
março, sobre a totalidade do<br />
capital da Cimpor. O preço da<br />
oferta era de ¤2,66 por ação e o<br />
negócio movimentou cerca de<br />
¤ 2 bilhões. ■ Diário Económico<br />
e Redação<br />
Mobilidade amplia custo trabalhista, diz estudo<br />
Cada profissional consome<br />
US$ 294 e o preço subirá<br />
para US$ 339 em 2013,<br />
segundo Osterman<br />
Plano de<br />
investimento da<br />
companhia <strong>é</strong><br />
de US$ 3,7 bilhões<br />
nos próximos<br />
anos<br />
Albanese, presidente da Rio Tinto: aposta em min<strong>é</strong>rio de ferro<br />
Inserção de<br />
smartphones em<br />
empresas de m<strong>é</strong>dio<br />
e grande portes na<br />
Am<strong>é</strong>rica do Norte<br />
atingirá 50% at<strong>é</strong> 2013<br />
A moda praia brasileira sempre fez sucesso no mercado externo pela<br />
variedade de cores, estampas e mat<strong>é</strong>rias-primas. Pensando nisto, a<br />
Associação <strong>Brasil</strong>eira de Estilistas (Abest) criou o grupo +Beach <strong>Brasil</strong>,<br />
projeto <strong>que</strong> visa a internacionalização das marcas de beachwear.<br />
O objetivo <strong>é</strong> o de criar uma identidade no exterior para aumentar<br />
as exportações e fixar a imagem das grifes nacionais.<br />
Comando da cimenteira<br />
portuguesa <strong>é</strong> formada<br />
totalmente por brasileiros<br />
temas operacionais móveis trazem,<br />
comenta o executivo, e<br />
tamb<strong>é</strong>m das políticas <strong>que</strong> a TI<br />
precisará criar para gerenciar<br />
os dispositivos.<br />
Mas um quarto das organizações<br />
notou não possuir quantidade<br />
de smartphones suficiente<br />
para justificar o investimento<br />
em uma solução de MDM. Outros<br />
21% <strong>dos</strong> participantes indicaram<br />
<strong>que</strong> as soluções de MDM<br />
são muito caras para implantar<br />
e o mesmo número informou<br />
<strong>que</strong> ainda não vê valor suficiente<br />
nessas plataformas para justificar<br />
o preço praticado no mercado.<br />
■ ITWeb
Gabriel Ferreira<br />
gferreira@brasileconomico.com.br<br />
Os resulta<strong>dos</strong> trimestrais da Coca-Cola,<br />
divulga<strong>dos</strong> ontem pela<br />
companhia, superaram as expectativas<br />
<strong>dos</strong> analistas de mercado,<br />
mas ainda apresentaram<br />
impactos decorrentes do cenário<br />
complicado enfrentado pela<br />
economia mundial. “Temos<br />
de considerar <strong>que</strong> vivemos um<br />
momento em <strong>que</strong> os Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong> ainda enfrentam problemas<br />
com desemprego, a Europa<br />
vive uma <strong>situação</strong> complicada<br />
e a China não cresce como<br />
antes”, afirmou Muhtar Kent,<br />
presidente da Coca-Cola, na<br />
conferência de divulgação de<br />
resulta<strong>dos</strong> da companhia.<br />
No segundo trimestre deste<br />
ano, a Coca-Cola atingiu receitas<br />
de US$ 13 bilhões. O número<br />
representa um crescimento de<br />
4%, pouco acima do <strong>que</strong> esperavam<br />
os analistas. Kent disse <strong>que</strong><br />
os resulta<strong>dos</strong> estão de acordo<br />
com o plano traçado pela companhia<br />
no fim de 2009 para dobrar<br />
de tamanho at<strong>é</strong> 2020.<br />
Emergentes<br />
Quando considera<strong>dos</strong> apenas<br />
os da<strong>dos</strong> referentes às bebidas<br />
gaseificadas, principal linha<br />
de produtos da Coca-Cola, o<br />
volume de vendas apresentou<br />
RESTAURANTES<br />
Dona do Frango Assado fecha compra<br />
da rede carioca Batata Assada<br />
A International Meal, <strong>que</strong> administra restaurantes como Viena<br />
e Frango Assado no <strong>Brasil</strong> e na Am<strong>é</strong>rica Latina, anunciou ontem a<br />
conclusão da compra da rede Batata Assada. A empresa, com sede<br />
no Rio de Janeiro, <strong>é</strong> dona de 16 restaurantes próprios no estado.<br />
Com isso, a International Meal passa a deter 44 pontos comerciais<br />
no Rio de Janeiro. O valor total do negócio foi de R$ 40 milhões.<br />
POUCO GÁS<br />
Desempenho da<br />
Coca-Cola no 2º trimestre,<br />
em US$ bilhões<br />
NO MUNDO<br />
FATURAMENTO<br />
LUCRO<br />
13,0<br />
3,2<br />
VARIAÇÃO<br />
3%<br />
4%<br />
NA AMÉRICA LATINA<br />
VARIAÇÃO<br />
FATURAMENTO 1,1 1%<br />
LUCRO 0,7 2%<br />
Fonte: empresa<br />
Prashanth Vishwanathan/Bloomberg<br />
Kent, da Coca-Cola: atuação nos emergentes <strong>é</strong> essencial para a meta de duplicar tamanho at<strong>é</strong> 2020<br />
Resultado magro da<br />
Coca-Cola não assusta<br />
Companhia afirma <strong>que</strong>, em momento de crise econômica, crescimento<br />
de 4% está de acordo com expectativas. No <strong>Brasil</strong>, receita aumentou 6%<br />
crescimento de 2% em todo o<br />
mundo. Boa parte do aumento<br />
está ligada a bons resulta<strong>dos</strong><br />
obti<strong>dos</strong> pela companhia em<br />
economias em desenvolvimento.<br />
“Crescer nos emergentes <strong>é</strong><br />
fundamental para <strong>que</strong> a Coca-<br />
Cola atinja os objetivos traça<strong>dos</strong><br />
para os próximos anos”,<br />
afirma Thomas Mullarkey, analista<br />
do setor de bebidas da Morningstar.<br />
No <strong>Brasil</strong>, as vendas<br />
da Coca-Cola apresentaram aumento<br />
de 4% e o faturamento<br />
da companhia cresceu 6%.<br />
Chás em alta<br />
Em boa parte <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong><br />
emergentes, por<strong>é</strong>m, foi a venda<br />
de bebidas não gasosas <strong>que</strong> apresentou<br />
maior crescimento.<br />
“Por ter um portfólio <strong>que</strong> inclui<br />
uma grande diversidade de bebidas,<br />
a Coca-Cola tem ferramentas<br />
para conquistar espaço nos<br />
mais diversos tipos de mercado<br />
e ampliar sua presença onde já<br />
atua”, diz Mullarkey.<br />
Na Am<strong>é</strong>rica Latina, a venda<br />
das bebidas sem gás cresceu<br />
8%, puxada principalmente pelos<br />
chás, <strong>que</strong> apresentaram aumento<br />
de 37%, resultado do lançamento<br />
da linha Fuze Tea em<br />
diversos países da região. O produto<br />
foi lançado em março, simultaneamente<br />
em 20 países,<br />
como M<strong>é</strong>xico e Equador. ■<br />
Lucro da Johnson &<br />
Johnson cai 49% no<br />
segundo trimestre<br />
Resulta<strong>dos</strong> somam US$ 1,4 bi,<br />
impacta<strong>dos</strong> pelo efeito do<br />
câmbio nos merca<strong>dos</strong> externos<br />
A Johnson & Johnson, maior fabricante<br />
mundial de produtos<br />
de cuida<strong>dos</strong> para a saúde, registrou<br />
lucro líquido de US$ 1,4 bilhão<br />
no segundo trimestre, uma<br />
<strong>que</strong>da de 49% na comparação<br />
com mesmo período do ano anterior.<br />
O resultado foi impactado<br />
pelo efeito do<br />
câmbio nos merca<strong>dos</strong>internacionais<br />
onde a companhia<br />
atua.<br />
A empresa tamb<strong>é</strong>m<br />
anunciou<br />
<strong>que</strong> diminuiu sua<br />
previsão de lucro<br />
para o ano de<br />
2012. Outras companhias americanas<br />
seguiram o caminho da<br />
Johnson & Johnson e tamb<strong>é</strong>m<br />
baixaram suas previsões de lucro.<br />
Estão nesta lista grandes<br />
grupos como Procter & Gamble<br />
e Philip Morris. To<strong>dos</strong> pelo<br />
mesmo motivo: efeito negativo<br />
do câmbio.<br />
No segundo trimestre, a Johnson<br />
& Johnson faturou US$ 16,5<br />
bilhões, uma <strong>que</strong>da de 0,7% na<br />
comparação com o mesmo perío-<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 23<br />
Gigante<br />
americana parou<br />
de produzir e<br />
vender fraldas<br />
descartáveis para<br />
crianças no <strong>Brasil</strong><br />
do do ano anterios. “É tudo por<br />
causa da moeda. Mas em minhas<br />
análises não me importo com a<br />
moeda. Estou olhando para o<br />
<strong>que</strong> a companhia faz enquanto<br />
negócio”, afirma Tony Butler,<br />
analista da Barclays Capital.<br />
Adeus fraldas<br />
Em abril deste ano, a companhia<br />
americana decidiu parar<br />
de produzir e vender no <strong>Brasil</strong><br />
suas linhas de<br />
fraldas descartáveis<br />
para crianças.<br />
O mercado<br />
brasileiro foi o último<br />
no qual a<br />
empresa atua a<br />
abandonar a comercialização<br />
do<br />
produto. Na <strong>é</strong>poca,<br />
a empresa informou <strong>que</strong> a<br />
estrat<strong>é</strong>gia fazia parte de seu<br />
plano global.<br />
Embora o segmento de fraldas<br />
seja atrativo, a companhia<br />
tem procurado focar em produtos<br />
<strong>que</strong>, segundo ela, apresentem<br />
mais inovação ao consumidor.<br />
Para se ter uma<br />
ideia, nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, a<br />
Johnson & Johnson deixou de<br />
produzir as fraldas há mais de<br />
vinte anos. ■ Reuters e<br />
Bloomberg
24 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Marissa, do Yahoo: quase metade do faturamento da empresa veio da venda de publicidade<br />
Gabriel Ferreira*<br />
gferreira@brasileconomico.com.br<br />
Logo em seu primeiro dia de trabalho,<br />
a nova presidente do Yahoo,<br />
Marissa Mayer, já pode sentir o peso<br />
de seu principal desafio <strong>que</strong><br />
tem pela frente: fazer crescer o faturamento<br />
da companhia. Ontem,<br />
a companhia anunciou seus<br />
resulta<strong>dos</strong> do segundo trimestre<br />
deste ano, <strong>que</strong> ficaram praticamente<br />
estáveis na comparação<br />
com o mesmo período do ano anterior.<br />
O anúncio marca a consolidação<br />
do fim da tendência de <strong>que</strong>da<br />
registrada nos últimos trimestres<br />
do ano passado. De janeiro a<br />
março os números já haviam sido<br />
mais favoráveis à companhia.<br />
Os resulta<strong>dos</strong> estáveis do<br />
Yahoo agradaram os analistas.<br />
“A missão de Marissa será menos<br />
complicada do <strong>que</strong> se imaginou.<br />
Costuma ser mais fácil cortar<br />
custos do <strong>que</strong> fazer as receitas<br />
crescerem”, afirma Colin Gillis,<br />
analista do BGC Partners.<br />
Marissa, <strong>que</strong> foi anunciada co-<br />
mo presidente da empresa na última<br />
segunda-feira, <strong>é</strong> a terceira<br />
pessoa a ocupar o cargo no período<br />
de um ano.<br />
O faturamento líquido do<br />
Yahoo, apresentou redução de<br />
1%, chegando a US$ 1,2 bilhão,<br />
nos últimos três meses. No semestre,<br />
as receitas ficaram estáveis<br />
em relação ao ano passado,<br />
em US$ 2,4 bilhões. Quando são<br />
excluí<strong>dos</strong> os valores repassa<strong>dos</strong><br />
a sites parceiros, o faturamento<br />
trimestral foi de US$ 1 bilhão,<br />
mesmo valor registrado em<br />
2011, e o semestral de US$ 2,1 bilhões,<br />
tamb<strong>é</strong>m estável.<br />
O lucro da companhia no trimestre,<br />
de US$ 226,6 milhões,<br />
Divulgação<br />
Noah Berger/Bloomberg<br />
Cifras do Yahoo<br />
apontam para futuro<br />
mais tranquilo<br />
Faturamento e lucro da companhia ficaram estáveis no trimestre<br />
Nova presidente<br />
do Yahoo tem<br />
como missão fazer<br />
a receita crescer<br />
num cenário<br />
de corte de custos<br />
foi 4,6% menor do <strong>que</strong> o registrado<br />
há um ano.<br />
O faturamento do Yahoo com<br />
seu mecanismo de busca apresentou<br />
pe<strong>que</strong>na <strong>que</strong>da, de<br />
1,2%, e chegou a US$ 460,9 milhões.<br />
No semestre, por<strong>é</strong>m, essa<br />
unidade de negócios teve receitas<br />
de US$ 931,4 milhões,<br />
um crescimento de 1% na comparação<br />
com o primeiro semestre<br />
do ano passado.<br />
A venda de anúncios para<br />
suas páginas foi o segmento responsável<br />
pela maior parte do faturamento<br />
do Yahoo. No segundo<br />
trimestre deste ano, a comercialização<br />
de propagandas<br />
respondeu por 44% das receitas<br />
obtidas pela empresa. Com<br />
um crescimento de 2,1% na<br />
comparação com um ano atrás,<br />
o faturamento proveniente da<br />
publicidade foi de US$ 534,9<br />
milhões no trimestre. Nos seis<br />
primeiros meses do ano, o indicador<br />
atingiu US$ 1 bilhão,<br />
mantendo-se estável em relação<br />
a 2011. ■ *Com Bloomberg<br />
EDUCAÇÃO<br />
STB lança divisão de cursos voltada<br />
para desenvolvimento de carreiras<br />
A Student Travel Bureau, especializada em intercâmbio e turismo<br />
jovem, criou uma nova divisão: o Bureau de Carreiras. O departamento<br />
orientará profissionais a partir de 25 anos para a escolha de<br />
cursos no exterior volta<strong>dos</strong> para o desenvolvimento de carreiras.<br />
A empresa montou diversas opções de cursos rápi<strong>dos</strong> nas<br />
principais cidades <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, Canadá, Europa e Oceania.<br />
Com novo CEO,<br />
Mandic vai à nuvem<br />
Pioneira no serviço de internet<br />
no <strong>Brasil</strong>, companhia <strong>que</strong>r<br />
crescer com cloud computing<br />
Juliana Ribeiro<br />
jribeiro@brasileconomico.com.br<br />
Depois de passar por gigantes<br />
do setor de tecnologia da informação<br />
como HP, AT&T e Telecom<br />
Itália, Maurício Cascão está<br />
à frente de um novo desafio:<br />
conduzir os próximos passos da<br />
Nova Mandic, empresa de m<strong>é</strong>dio<br />
porte <strong>que</strong> foi pioneira no serviço<br />
de internet nos anos 1990 e<br />
agoras investe em computação<br />
em nuvem ou cloud computing.<br />
Há pouco mais de um mês como<br />
CEO da companhia, Cascão<br />
explica <strong>que</strong> optou por sair do<br />
mercado das grandes corporações<br />
e ir para uma empresa de<br />
menor porte por um simples<br />
motivo: potencial de crescimento.<br />
À frente da Mandic, ele tem<br />
o desafio de investir R$ 100 milhões<br />
nos próximos três anos.<br />
“O dinheiro deverá ser investido<br />
internamente e em novas<br />
aquisições”, revela.<br />
O aporte foi feito pela Riverwood<br />
Capital, fundo <strong>que</strong> possui<br />
US$ 1 bilhão em investimentos<br />
em empresas de tecnologia<br />
na Ásia, Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e Am<strong>é</strong>rica<br />
Latina. O grupo <strong>é</strong> sócio majoritário<br />
da Mandic e adquiriu a<br />
Tecla no início do ano. Com a<br />
compra, o grupo <strong>que</strong>r se tornar<br />
líder em soluções de software<br />
como serviço (SaaS) e em infraestrtura<br />
como serviço (IaaS)<br />
para pe<strong>que</strong>nas e m<strong>é</strong>dias empresas<br />
na Am<strong>é</strong>rica Latina e multiplicar<br />
seu faturamento <strong>que</strong> foi de<br />
R$ 30 milhões em 2011. O momento<br />
parece propício, já <strong>que</strong><br />
<strong>que</strong> o <strong>Brasil</strong> está no radar internacional<br />
para investimentos.<br />
A produtora de software de design<br />
Autodesk vai comprar o serviço<br />
de compartilhamento de vídeos<br />
Socialcam por cerca de<br />
US$ 60 milhões, para ampliar<br />
sua linha de produtos para mídias<br />
sociais.<br />
O aplicativo da Socialcam ajuda<br />
os usuários a gravar, editar e<br />
“O mercado brasileiro de<br />
cloud computing tem potencial<br />
para gerar R$ 3 bilhões em negócios<br />
nos proximos anos, vamos<br />
aproveitar essa perspectiva para<br />
crescer”, afirma Cascão.<br />
Para tanto, a estrat<strong>é</strong>gia da<br />
Mandic <strong>é</strong> ampliar o número de<br />
unidades regionais no país e ampliar<br />
a carteira de clientes <strong>que</strong> já<br />
ultrapassa 20 mil empresas. Entre<br />
os principais serviços ofereci<strong>dos</strong><br />
pela companhia estão as<br />
ferramentas de gerenciamento<br />
e armazenamento de da<strong>dos</strong> em<br />
nuvem e sistemas de backup.<br />
Recente estudo da consultoria<br />
IDC apontou <strong>que</strong> o mercado<br />
de cloud computing deverá movimentar<br />
cerca de US$ 72,9 bilhões<br />
em todo o mundo. No <strong>Brasil</strong>,<br />
a expectativa <strong>é</strong> de <strong>que</strong> ao final<br />
do ano o serviço de IaaS movimente<br />
US$ 90,86 milhões, ante<br />
US$ 55,89 milhões em 2011.■<br />
Autodesk compra Socialcam<br />
Serviço <strong>que</strong> ajuda a gravar e<br />
compartilhar vídeos será<br />
adquirido por US$ 60 milhões<br />
NEGÓCIOS NAS ALTURAS<br />
Movimentação do mercado de<br />
computação em nuvem* no <strong>Brasil</strong><br />
US$ 35,8 mi<br />
US$ 55,89 mi<br />
US$ 90,86 mi*<br />
2010<br />
Fonte: IDC<br />
2011 2012<br />
*Da<strong>dos</strong> referentes à IaaS,<br />
infraestrutura como serviço<br />
compartilhar vídeos por meio<br />
de telefones celulares. A companhia<br />
informou <strong>que</strong> o programa,<br />
disponível para os sistemas operacionais<br />
móveis iOS e Android,<br />
teve mais de 16 milhões de downloads<br />
desde o lançamento,<br />
em 2011.<br />
No ano passado, a Autodesk<br />
comprou o serviço online de edição<br />
e compartilhamento de fotos<br />
Pixlr por um valor não revelado.<br />
■ Reuters
Lucas Schifres/Bloomberg<br />
O americano Malcolm Walter,<br />
segundo na hierarquia mundial<br />
da <strong>Ben</strong>tley, passou oito anos<br />
sem visitar a operação brasileira<br />
da companhia de software para<br />
engenharia e arquitetura, mas a<br />
história agora vai mudar. A empresa<br />
<strong>que</strong>r duplicar a receita<br />
vinda <strong>dos</strong> países do Brics ( <strong>Brasil</strong>,<br />
Rússia, Índia, China) em<br />
três anos com o crescimento<br />
<strong>dos</strong> investimentos em infraestrutura<br />
nessas regiões.<br />
Segundo Walter, o crescimento<br />
anual da receita nestes países<br />
tem sido de 20% nos últimos<br />
anos, mas a meta <strong>é</strong> aumentar o<br />
percentual para 25% a partir de<br />
2012. No <strong>Brasil</strong>, a <strong>Ben</strong>tley tem<br />
clientes como a Engevix, Sabesp<br />
e Camargo Corrêa, <strong>que</strong> utilizam<br />
os sistemas da americana<br />
para executar projetos.<br />
A companhia prevê <strong>que</strong> fato-<br />
A fabricante de computadores<br />
Dell está assistindo a uma desaceleração<br />
de seus negócios na<br />
China, seu maior mercado fora<br />
<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, sinalizou<br />
res como a chegada <strong>dos</strong> eventos<br />
esportivos (Copa do Mundo e<br />
Olimpíadas) e o Programa de<br />
Aceleração do Crescimento<br />
Michael Dell, presidente-executivo<br />
da companhia.<br />
O país, <strong>que</strong> <strong>é</strong> a maior economia<br />
do mundo e <strong>é</strong> responsável<br />
por cerca de US$ 5 bilhões em<br />
receitas anuais da fabricante de<br />
computadores, está crescendo<br />
no menor ritmo em mais de três<br />
anos de acordo com da<strong>dos</strong> divulga<strong>dos</strong><br />
pela empresa.<br />
(PAC) vão impulsionar as vendas<br />
no país. E para conseguir tirar<br />
proveito do potencial do<br />
mercado brasileiro de infraestrutura,<br />
a <strong>Ben</strong>tley estuda fazer<br />
uma aquisição no <strong>Brasil</strong>.<br />
“O foco são empresas com faturamento<br />
entre US$ 5 milhões<br />
e US$ 20 milhões <strong>que</strong> tenham<br />
tecnologia <strong>que</strong> complementem<br />
a nossa oferta”, diz Walter. O<br />
executivo afirma <strong>que</strong> há um representante<br />
da empresa se reunindo<br />
com possíveis alvos de<br />
aquisição no <strong>Brasil</strong>. Se concretizada,<br />
esta será a primeira compra<br />
da <strong>Ben</strong>tley no país.<br />
Dell registra desaceleração na China<br />
De acordo com presidente<br />
da empresa, ritmo de<br />
crescimento <strong>é</strong> o mais lento<br />
no país em três anos<br />
Orgãos de defesa da concorrência<br />
da União Europeia abriram<br />
uma investigação para verificar<br />
se a Microsoft está cumprindo<br />
uma decisão de 2009 de oferecer<br />
aos usuários a opção de escolher<br />
TENDÊNCIA<br />
<strong>Ben</strong>tley busca<br />
aquisição para<br />
crescer no <strong>Brasil</strong><br />
Companhia americana de software pretende<br />
duplicar receita vinda <strong>dos</strong> Brics em três anos<br />
Carolina Pereira<br />
cpereira@brasileconomico.com.br<br />
o navegador de Internet em seus<br />
computadores pessoais, informou<br />
o comissário de Concorrência<br />
da UE, Joaquín Almunia. Na<br />
maior parte <strong>dos</strong> computadores<br />
pessoais novos com o sistema<br />
Windows, o navegador Internet<br />
Explorer vem pr<strong>é</strong>-instalado. O<br />
usuário não <strong>é</strong> informado pela<br />
companhia da possbilidade de<br />
“Há alguns desafios na China”,<br />
disse o executivo <strong>que</strong> completou<br />
<strong>que</strong> "merca<strong>dos</strong> emergentes<br />
são importantes para nós.”<br />
Investimentos<br />
A Dell anunciou a criação de um<br />
fundo de US$ 60 milhões destinado<br />
a “Startel” na área de armazenamento<br />
de da<strong>dos</strong>. ■ Reuters<br />
Microsoft enfrenta nova ação na UE<br />
Companhia <strong>é</strong> acusada de não<br />
informar usuários sobre opções<br />
de navegadores de internet<br />
Profissionais de TI fora do escritório<br />
representam cerca de 40% da categoria<br />
Quase 40% <strong>dos</strong> funcionários da área de TI (tecnologia da informação)<br />
trabalham fora de suas empresas. É o <strong>que</strong> aponta uma pesquisa<br />
encomendada pelo Sindicato de Trabalhadores de TI (Sindpd) ao<br />
Instituto Datafolha. O estudo mostra <strong>que</strong> de cada 10 profissionais, dois<br />
trabalham aloja<strong>dos</strong> nos clientes da empresa, 11% passam o dia-a-dia<br />
visitando vários clientes e 7% exercem suas atividades em casa.<br />
EM RECUPERAÇÃO<br />
Evolução da receita da<br />
<strong>Ben</strong>tley, em US$ milhões<br />
520<br />
400<br />
450<br />
2007<br />
501<br />
2008<br />
Fonte: empresa<br />
451<br />
2009<br />
476<br />
2010<br />
523<br />
2011<br />
utilizar sistemas de outros desenvolvedores,<br />
como o Google Chrome<br />
e o Mozilla Firefox. “Levamos<br />
a s<strong>é</strong>rio o cumprimento das<br />
nossas decisões. Eu acreditei<br />
<strong>que</strong> os relatórios da empresa<br />
eram corretos, mas parece <strong>que</strong><br />
não era o caso. Então, entramos<br />
em ação imediatamente”, diz Almunia.<br />
■ Reuters<br />
Al<strong>é</strong>m da possível aquisição,<br />
a estrat<strong>é</strong>gia de crescimento da<br />
<strong>Ben</strong>tley no <strong>Brasil</strong> tamb<strong>é</strong>m se baseia<br />
no aumento do número de<br />
distribuidores especializa<strong>dos</strong><br />
no país. Hoje, são três empresas<br />
parceiras, e a expectativa <strong>é</strong><br />
atingir doze em um ano. Para<br />
atingir o objetivo, a companhia<br />
acaba de contratar um<br />
executivo para gerenciar a<br />
área de canais.<br />
Receita<br />
O foco da <strong>Ben</strong>tley nos BRIC está<br />
ligado à crise econômica e estabilização<br />
<strong>dos</strong> projetos de infraes-<br />
A fabricante de chips Intel estima<br />
nível fraco de vendas no segundo<br />
trimestre. A companhia<br />
deve anunciar seus resulta<strong>dos</strong><br />
nos próximos dias.<br />
A antecipação <strong>dos</strong> maus resulta<strong>dos</strong><br />
reforça os temores de <strong>que</strong><br />
a crise na econo-<br />
mia mundial e a<br />
falta de interesse<br />
de consumidores<br />
por computadores<br />
pessoais prejudi<strong>que</strong><br />
o comportamento<br />
do<br />
mercado global de PCs.<br />
A empresa tamb<strong>é</strong>m reduziu<br />
sua projeção de crescimento de<br />
receita em 2012 para entre 3% e<br />
Alexandre Rezende<br />
trutura pela qual passam os merca<strong>dos</strong><br />
desenvolvi<strong>dos</strong>. Desta forma,<br />
de 2008 para 2009 a empresa<br />
enfrentou <strong>que</strong>da de 10% na<br />
receita, de R$ 501 milhões para<br />
US$ 451 milhões. No ano passado,<br />
no entanto, o número foi impulsionado<br />
pela receita vinda<br />
<strong>dos</strong> países emergentes e alcançou<br />
US$ 523 milhões.<br />
A <strong>Ben</strong>tley, <strong>que</strong> <strong>é</strong> familiar e<br />
tem capital fechado, não tem<br />
planos de fazer IPO. “Temos capital<br />
próprio para investir no<br />
crescimento, hoje abrir capital<br />
não <strong>é</strong> tão interessante para a empresa”,<br />
diz Walter. ■<br />
Intel prevê <strong>que</strong>da de<br />
faturamento no trimestre<br />
Fabricante enfrenta como<br />
barreiras o mercado de tablets<br />
<strong>que</strong> utiliza novas tecnologias.<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 25<br />
Walter, chefe de operações da <strong>Ben</strong>tley: Copa, Olimpíada e PAC vão impulsionar vendas da companhia<br />
No ano,<br />
fabricante de<br />
chips prevê alta<br />
de 5% na receita<br />
5%. A estimativa anterior era<br />
de alta de 10%. A Intel fornece<br />
processadores para 80% <strong>dos</strong><br />
PCs do mundo, mas ainda não<br />
realizou progresso significativo<br />
no setor de tablets e smartphones,<br />
produtos <strong>que</strong> fazem uso de<br />
chips basea<strong>dos</strong> em tecnologia<br />
da britânica ARM Holdings.<br />
“O crescimento sazonal <strong>que</strong><br />
a Intel está prevendo <strong>é</strong> menor<br />
<strong>que</strong> o normal. Ela<br />
está claramente<br />
levando em conta<br />
as condições econômicasmundiais”,<br />
disse Doug<br />
Freedman, do<br />
RBC. “A demanda<br />
sazonal por PCs cresce no terceiro<br />
trimestre pelo menos 9% a<br />
10%, e a previsão da Intel está<br />
abaixo disso”. ■ Reuters
26 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Dhanya Skariachan<br />
e Brad Dorfman<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
A estreia da nova saga de Batman<br />
nas telas ao redor do mundo<br />
e as vendas da boneca Barbie<br />
impulsionaram os resulta<strong>dos</strong> da<br />
Mattel no segundo trimestre, período<br />
considerado fraco para a<br />
indústria de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong>.<br />
“Estamos muito satisfeitos<br />
com os números no período,<br />
principalmente com nosso desempenho<br />
na Europa”, disse o<br />
presidente da empresa, Bryan<br />
Stockton. O executivo afirma<br />
<strong>que</strong>, a exemplo de outras companhias<br />
do setor, manterá a cautela<br />
ao longo de segundo semestre,<br />
quando as vendas tipicamente<br />
têm crescimento.<br />
A dona de marcas como Barbie,<br />
Hot Wheels e Fisher-Price<br />
viu seu lucro saltar de US$ 80,5<br />
milhões para US$ 96,2 milhões.<br />
O faturamento líquido no período<br />
ficou praticamente estável -<br />
passou de US$ 1,13 bilhão para<br />
US$ 1,16 bilhão. As cifras foram<br />
influenciadas pela valorização<br />
do dólar.<br />
O volume de vendas de Barbies<br />
saltou 5% no período. A<br />
companhia disse <strong>que</strong> tamb<strong>é</strong>m<br />
registrou alta nas vendas de artigos<br />
licencia<strong>dos</strong> do Batman, cuja<br />
saga “Batman - O Cavaleiro das<br />
Operadora de resorts temáticos<br />
planeja levar sua marca para<br />
50 unidades ao redor do mundo<br />
A Hard Rock International, operadora<br />
de cassinos e de restaurantes<br />
temáticos, está conversando<br />
com investidores para levantar<br />
US$ 250 milhões para expandir<br />
sua rede de hot<strong>é</strong>is.<br />
“Queremos ir a cidades <strong>que</strong><br />
julgamos essenciais para nosso<br />
crescimento”, disse o vice-presidente<br />
da companhia, Michael<br />
Shindler. “Sem os recursos, não<br />
podemos aproveitar oportunida-<br />
Trevas Ressurge” tem estreia<br />
mundial marcada para o dia 20<br />
de julho. A fabricante americana<br />
de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong> tamb<strong>é</strong>m informou<br />
<strong>que</strong> conseguiu compensar<br />
as perdas cambiais com o corte<br />
na verba de publicidade de seus<br />
produtos. De acordo com analis-<br />
des <strong>que</strong> estão surgindo em nosso<br />
horizonte”. A companhia<br />
<strong>que</strong>r levar a sua marca para 50<br />
hot<strong>é</strong>is ao redor do mundo, expandindo<br />
seu modelo de gestão<br />
e suas principais características<br />
ambientes temáticos e despoja<strong>dos</strong>.<br />
Os planos incluem empreendimentos<br />
em Londres (onde<br />
o primeiro restaurante da rede<br />
foi aberto, em 1971), Paris,<br />
Nova York, Los Angeles, Dubai,<br />
Hong Kong, Pequim e Xangai.<br />
A Hard Rock International está<br />
em negociações “em estágio<br />
inicial” com diversos investido-<br />
tas, a Mattel deve cortar cerca<br />
de US$ 175 milhões em dois<br />
anos por meio de um programa<br />
de excelência em gestão.<br />
Corte de custos<br />
A Mattel não <strong>é</strong> a única companhia<br />
de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong> a cortar cus-<br />
res. Uma das alternativas da<br />
companhia <strong>é</strong> criar um fundo e<br />
vender cotas.<br />
No mês passado, o Aabar Properties,<br />
um fundo de investimento<br />
controlado pela família<br />
real de Abu Dhabi, informou<br />
<strong>que</strong> vai construir um hotel cinco<br />
estrelas, com 378 quartos, para<br />
ser gerenciado pela Hard Rock.<br />
Atualmente, a gestora de hot<strong>é</strong>is<br />
tem 16 propriedades ao redor<br />
do mundo, incluindo hot<strong>é</strong>is<br />
em Bali, Panamá e Cingapura. A<br />
taxa de ocupação m<strong>é</strong>dia <strong>dos</strong> hot<strong>é</strong>is<br />
<strong>é</strong> de 75%. ■ Bloomberg<br />
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO<br />
Cresce a presença das redes sociais pelas<br />
100 maiores companhias no mundo<br />
Barbie e Batman se unem para<br />
impulsionar vendas da Mattel<br />
Hard Rock Caf<strong>é</strong> busca US$ 250<br />
tos de produção. A Jakks Pacific,<br />
uma pe<strong>que</strong>na fabricante<br />
<strong>que</strong> det<strong>é</strong>m marcas de desenhos<br />
japoneses como Pok<strong>é</strong>mon e Hello<br />
Kitty, tamb<strong>é</strong>m informou ao<br />
mercado <strong>que</strong> está em processo<br />
de redução de despesas — mas<br />
os esforços não foram assim tão<br />
milhões para expansão global Juntas, as gravadoras terão<br />
Divulgação<br />
A terceira edição do estudo Global Social Media Check-up,<br />
realizado pela agência Burson-Masteller, mostrou <strong>que</strong> o Twitter<br />
<strong>é</strong> a ferramenta mais popular entre as 100 maiores empresas<br />
do mundo listadas pela revista Fortune, com 82% das menções<br />
da pesquisa. O Facebook, vice-campeão entre as redes mais<br />
usadas pelas corporações, teve uma alta de utilização de 275%.<br />
Negócios da boneca mais famosa do mundo subiram 5% no 2º trimestre, período fraco para setor de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong><br />
“Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge” tem estreia mundial marcada para o dia 20 de julho<br />
Divulgação<br />
A Universal Music, da Vivendi,<br />
pode vender três selos musicais<br />
da EMI, empresa <strong>que</strong> pretende<br />
adquirir do Citigroup, para diminuir<br />
as preocupações <strong>dos</strong> reguladores<br />
de concorrência da União<br />
Europeia sobre o negócio de R$<br />
1,9 bilhão, disseram pessoas familiarizadas<br />
com o negócio.<br />
A Comissão Europeia tem <strong>alerta</strong>do<br />
à Universal de <strong>que</strong> seu plano<br />
de comprar o negócio de gravações<br />
musicais da EMI vai impedir<br />
significativamente a com-<br />
bem sucedi<strong>dos</strong>. A companhia,<br />
<strong>que</strong> deve apresentar seu resultado<br />
nesta semana, já adiantou<br />
<strong>que</strong> prevê um segundo trimestre<br />
mais fraco do <strong>que</strong> esperado<br />
por analistas. A Hasbro, segundo<br />
maior empresas de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong><br />
<strong>dos</strong> <strong>EUA</strong>, tamb<strong>é</strong>m divulgará<br />
resulta<strong>dos</strong> na próxima semana.<br />
Previsão<br />
Analistas afirma <strong>que</strong> será difícil<br />
para a Mattel replicar o sucesso<br />
da linha de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong> do filme<br />
“Carros 2”, do ano passado,<br />
mesmo com os lançamentos do<br />
filmes “Valente” e com o último<br />
Batman da s<strong>é</strong>rie. Ao redor do<br />
mundo, as vendas brutas da empresa<br />
no mercado de entretenimento<br />
apresentaram <strong>que</strong>da de<br />
36%, principalmente pela redução<br />
de demanda de merchandise<br />
da linha Carros 2.<br />
A Mattel vende brin<strong>que</strong><strong>dos</strong><br />
por meio de redes como Walmart,<br />
Toys’R Us e Target, bem como<br />
por meio de catalogo e tamb<strong>é</strong>m<br />
com<strong>é</strong>rcio eletrônico.<br />
O conselho de administração<br />
da empresa tamb<strong>é</strong>m divulgou<br />
nesta semana <strong>que</strong> fará um pagamento<br />
por dividen<strong>dos</strong> na casa de<br />
US$ 0,31 a ação, e <strong>que</strong> manterá a<br />
previsão anual de pagamento de<br />
US$ 1,24. Ações da empresa tiveram<br />
um aumento de 8% para<br />
US$ 33,5 ontem. ■ Reuters<br />
Universal prevê desmembrar<br />
negócios da EMI após compra<br />
36% do mercado mundial, o <strong>que</strong><br />
preocupa reguladores da UE<br />
petição, sinalizando a possibilidade<br />
de veto, a não ser <strong>que</strong> ela<br />
venda algumas unidades.<br />
Juntas, as empresas seriam<br />
quase o dobro da rival mais próxima<br />
na Europa, e a participação<br />
mundial da Universal entre<br />
as gravadoras subiria de 26,5%<br />
para 36%, de acordo com os órgãos<br />
antitruste da região.<br />
A Universal vai colocar à venda<br />
selos de clássicos da EMI e de<br />
jazz, al<strong>é</strong>m da gravadora Virgin,<br />
afirmou uma das fontes.<br />
O regulador da União Europeia<br />
deve dar seu parecer sobre<br />
a <strong>que</strong>stão no dia 6 de setembro.<br />
■ Reuters
CRIATIVIDADE & MÍDIA<br />
Editado por: Rachel Car<strong>dos</strong>o criatividade@brasileconomico.com.br<br />
Campanha da Nokia provoca<br />
estardalhaço nas redes sociais<br />
Carolina Marcelino<br />
cmarcelino@brasileconomico.com.br<br />
Para divulgar uma nova tecnologia<br />
a Nokia do <strong>Brasil</strong> surpreendeu<br />
os consumidores com o vídeo<br />
“Perdi meu amor na balada”.<br />
At<strong>é</strong> à noite de ontem 795<br />
mil pessoas acessaram o filme<br />
divulgado em uma página no<br />
Facebook. To<strong>dos</strong> se solidarizaram<br />
com o jovem Daniel Alcântara,<br />
<strong>que</strong> num depoimento apaixonado<br />
pede ajuda para encontrar<br />
o grande amor de sua vida.<br />
A moça, chamada Fernanda, teria<br />
sido conhecido em uma balada<br />
em São Paulo.<br />
No tumulto, anotara o telefone<br />
de Fernanda em um pe<strong>que</strong>no<br />
pedaço de papel, <strong>que</strong> se perdeu.<br />
Mas ele tinha esperança<br />
de encontrá-la: uma jovem<br />
morena, de pele clara, 1,70m e<br />
olhos verdes ou azuis, não se<br />
lembra bem por<strong>que</strong> o local estava<br />
escuro demais.<br />
Toda a história <strong>que</strong> envolveu<br />
os usuários do Facebook fez parte<br />
de uma ação de marketing<br />
da fabricante para o lançamento<br />
do celular Nokia 808 Pure-<br />
PARA LEMBRAR<br />
Elefante pop<br />
View. Mas isso só foi revelado<br />
ontem, quando outro filme da<br />
campanha foi ao ar. Nele, Daniel<br />
recebe o contato de uma<br />
pessoa <strong>que</strong> tamb<strong>é</strong>m estava na<br />
balada. Ele percebeu <strong>que</strong> em<br />
uma de suas fotos aparecia o pedaço<br />
de papel com o número do<br />
telefone de Fernanda, revelado<br />
graças à capacidade de zoom do<br />
produto da Nokia.<br />
A agência Na Jaca, de Maria<br />
Em algumas embalagens, certos elementos não podem<br />
mudar nunca, mas podem se repaginar. A figura<br />
de um elefante <strong>é</strong> utilizada pela Cica desde 1941.<br />
Em 1969, por<strong>é</strong>m, o personagem Jotalhão, criado<br />
e de propriedade do renomado cartunista Mauricio<br />
de Sousa, passou a ser utilizado como mascote<br />
do extrato de tomate sob licença do seu titular.<br />
João Abujamra, Michel Carasso e<br />
Vando Araújo, foi a responsável<br />
pela campanha. Eles usaram um<br />
perfil verdadeiro no Facebook<br />
para criar a ação. “Eu já fiz muitas<br />
loucuras por amor, meus amigos<br />
me chamam de 'O Último<br />
Romântico'. Seria algo <strong>que</strong> eu faria,<br />
por isso topei participar”, comentou<br />
o rapaz, dono do perfil,<br />
<strong>que</strong> trabalha no setor de logística<br />
em uma multinacional.■<br />
NO MUNDO DIGITAL<br />
Bob’s volta a vender<br />
sanduíche por R$ 5,00<br />
C&C Orienta traz dicas interativas de decoração<br />
O portal C&C Orienta tem o formato<br />
parecido com o de uma rede social,<br />
em <strong>que</strong> os internautas podem<br />
interagir e compartilhar dicas<br />
relacionadas a arquitetura e<br />
decoração. No site, <strong>é</strong> possível<br />
encontrar informações sobre como<br />
renovar a casa, aplicar textura na<br />
parede, cultivar plantas, instalar o<br />
sistema el<strong>é</strong>trico, entre outros<br />
assuntos. Para usar o C&C Orienta <strong>é</strong><br />
necessário fazer um cadastro e criar<br />
login e senha.<br />
VAIVÉM<br />
GISELA BELLINELLO<br />
Nova gerente-geral da<br />
operação brasileira da Agilent<br />
●<br />
R$8,9<br />
bilhões<br />
O Bob´s relançou a campanha<br />
7 Sanduíches, em <strong>que</strong> os clientes<br />
encontrarão, a cada dia da<br />
semana, um lanche diferente por<br />
R$ 5,00. O cardápio inclui Big<br />
Bob, Bob´s Picanha 90g, Double<br />
Cheddar, Bob's Burger Duplo e<br />
outros. A investida de marketing<br />
leva a assinatura da agência NBS.<br />
Brastemp dará desconto<br />
de 30% na Casa Cor SP<br />
Entre os dias 19 e 22 de julho,<br />
acontece a venda especial de<br />
produtos em exposição na Casa<br />
Cor, em São Paulo. E o desta<strong>que</strong><br />
será o espaço BGourmet, da<br />
Brastemp, <strong>que</strong> oferecerá<br />
descontos de at<strong>é</strong> 30%. São 30<br />
itens em promoção e o prazo de<br />
entrega varia de 5 a 25 dias.<br />
Azul e Wizard fazem<br />
intercâmbio de promoção<br />
A Wizard e a Azul lançam ofertas<br />
conjuntas para os clientes.<br />
Os alunos da escola de idiomas<br />
ganharão R$ 50 de desconto<br />
na compra de passagem da a<strong>é</strong>rea.<br />
E os funcionários da Azul, por<br />
sua vez, receberão descontos<br />
para se matricularem na Wizard.<br />
A Agilent anunciou Gisela<br />
➤ Bellinello como a nova<br />
gerente-geral da operação<br />
brasileira, <strong>que</strong> inclui as<br />
divisões de Análises Químicas<br />
e Biociências. Gisela foi<br />
gerente-geral da GE Healthcare<br />
Life Sciences, empresa em<br />
<strong>que</strong> atuou por 21 anos, em Nova<br />
Jersey (<strong>EUA</strong>). Ela <strong>é</strong> graduada<br />
em Farmácia-Bioquímica<br />
pela Universidade de São Paulo<br />
e tem especialização em<br />
administração de empresas<br />
pela Fundação Getulio Vargas<br />
de São Paulo.<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 27<br />
foi quanto a mídia brasileira<br />
faturou no primeiro quadrimestre<br />
de 2012. De acordo com o<br />
levantamento do Projeto<br />
Inter-Meios, este faturamento<br />
foi 11,5% superior ao mesmo<br />
período do ano passado.<br />
No mês de abril, a internet foi<br />
responsável por 23% das vendas,<br />
seguido pelo cinema com 17,5%.<br />
COM A PALAVRA...<br />
... DENIS SANTINI<br />
Sócio-fundador da MD<br />
Comunicação<br />
Fotos: divulgação<br />
Como <strong>é</strong> desenvolver<br />
ações apenas para<br />
empresas fran<strong>que</strong>adas?<br />
O grande desafio são os detalhes.<br />
A nossa dificuldade está no nosso<br />
trabalho de pesquisa. Temos de<br />
entender <strong>que</strong> uma única empresa<br />
tem franquias em vários lugares,<br />
por isso <strong>é</strong> importante ficar atento<br />
em leis e no público. Em São<br />
Paulo, por exemplo, <strong>é</strong> proibido<br />
ter outdoors, mas em outros<br />
lugares esse tipo de abordagem<br />
ainda dá muito certo. Al<strong>é</strong>m disso,<br />
<strong>é</strong> importante diversificar<br />
as ações, já <strong>que</strong> em grandes<br />
capitais o custo <strong>é</strong> maior.<br />
Como fazer uma ação para<br />
agradar os clientes de norte<br />
a sul do país?<br />
É mais simples do <strong>que</strong> podemos<br />
imaginar. No começo do ano,<br />
a Farmais lançou uma promoção<br />
na qual nós sorteamos<br />
10 viagens para cruzeiros para<br />
os consumidores da empresa.<br />
Cada fran<strong>que</strong>ada liberou<br />
uma grande quantia para<br />
investirmos nesta ação.<br />
E no caso das publicidades?<br />
Existe uma mídia <strong>que</strong> dá<br />
mais certo?<br />
Unir a internet e a televisão<br />
dá muito certo, mas não <strong>é</strong> uma<br />
receita. O importante hoje <strong>é</strong><br />
enxergar <strong>que</strong> não há a mídia<br />
certa para investir. Hoje dá mais<br />
certo o conjunto. Temos de<br />
achar um caminho <strong>que</strong> atinja um<br />
monte de pessoas e com o menor<br />
dinheiro possível. O foco <strong>é</strong><br />
fazer ações pontuais para juntar<br />
tudo isso em um mix de ações.<br />
Quais os planos de expansão<br />
da MD Comunicação?<br />
A nossa expectativa era crescer<br />
50% em relação a 2011, mas só<br />
nos primeiros seis meses tivemos<br />
faturamento 70% maior do <strong>que</strong><br />
o mesmo período do ano passado.<br />
Ou seja, o segundo semestre<br />
será ainda melhor. Al<strong>é</strong>m disso,<br />
já acumulamos na nossa carta<br />
de clientes empresas como a<br />
Onodera, Contours, Multicoisas<br />
e supermercado O Dia. C.M.
28 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
JUSTIÇA<br />
Efeito Copa do Mundo a<strong>que</strong>ce<br />
um ramo novo da advocacia<br />
Escritórios começam a se especializar<br />
no direito da construção, ainda sem<br />
código ou regulamentação no país<br />
Pedro Venceslau<br />
pvenceslau@brasileconomico.com.br<br />
Existem muito mais investimentos<br />
chegando ao <strong>Brasil</strong> entre<br />
a Copa do Mundo de 2014 e<br />
as Olimpíadas de 2016 do <strong>que</strong><br />
imagina a nossa vã filosofia.<br />
Al<strong>é</strong>m da construção de estádios<br />
suntuosos, arenas multiuso, reforma<br />
em aeroportos e demais<br />
intervenções urbanas exigidas<br />
pela Fifa, os dois eventos estão<br />
estimulando a abertura ou a expansão<br />
de diversos nichos. No<br />
ramo do direito, uma especialidade<br />
at<strong>é</strong> pouco tempo desprezada<br />
pelos grandes escritórios ganha<br />
cada vez mais espaço: o direito<br />
da constru-<br />
ção. “Não existe<br />
regulamentação<br />
ou código sobre<br />
isso no <strong>Brasil</strong> e a<br />
legislação <strong>é</strong> muito<br />
esparsa. Essa<br />
especialidade surgiu<br />
por aqui há<br />
apenas seis anos.<br />
Com a Copa do<br />
Mundo e as Olimpíadas,<br />
a demanda<br />
cresceu muito”, conta o advogado<br />
Victor Madeira, um <strong>dos</strong><br />
três sócios do escritório MVA<br />
(Madeira, Valentim e Alem).<br />
Eles acabam de ser escolhi<strong>dos</strong><br />
os representantes brasileiros<br />
da “Construlegal”, uma<br />
aliança internacional formada<br />
pelos principais escritórios especializa<strong>dos</strong><br />
em direito da construção<br />
das Am<strong>é</strong>ricas. A organização<br />
foi criada pelo escritório<br />
americano Peckar & Abranson,<br />
um <strong>dos</strong> maiores do mundo no<br />
ramo da construção. Com a<br />
perspectiva <strong>dos</strong> dois eventos es-<br />
DIREITO RESPEITADO<br />
A Lei de Acesso à Informação, <strong>que</strong><br />
completou dois meses de vigência<br />
esta semana, já resultou em um total<br />
de 16,9 mil pedi<strong>dos</strong> de informações<br />
aos órgãos públicos federais.<br />
De acordo com a Controladoria-Geral<br />
da União (CGU),<br />
84,38% das solicitações já foram<br />
respondidas. As respostas<br />
demoram, em m<strong>é</strong>dia, 9,42 dias.<br />
<strong>Brasil</strong> faz parte do<br />
“Construlegal”,<br />
aliança<br />
internacional<br />
de escritórios<br />
especializa<strong>dos</strong><br />
em direito<br />
da construção<br />
portivos e a expansão do setor<br />
hoteleiro, Abranson Peckar sentiu<br />
<strong>que</strong> era hora de incluir o <strong>Brasil</strong><br />
em seu radar. “A Construlegal<br />
permite a troca de expertises<br />
e informações entre empresas<br />
<strong>que</strong> desejam entrar no <strong>Brasil</strong><br />
e vice versa”, explica Madeira.<br />
“Os grandes eventos estão<br />
a<strong>que</strong>cendo o mercado de engenharia.<br />
Fornecedores de equipamentos<br />
e players do mundo<br />
inteiro estão vindo para cá. O<br />
direito da construção impede<br />
<strong>que</strong> as obras parem diante de<br />
impasses", diz Geraldo Valentim,<br />
outro sócio do escritório.<br />
Entre as demandas mais comuns<br />
estão os pleitos das construtoras<br />
contra<br />
donos de obras.<br />
Isso costuma<br />
acontecer quando<br />
a empreiteira<br />
<strong>é</strong> contratada para<br />
um determinado<br />
serviço, mas<br />
constata <strong>que</strong> o<br />
projetos têm erros<br />
ou as condições<br />
são adversas,<br />
por exemplo.<br />
Então pede-se um aditivo, <strong>que</strong><br />
costuma ser <strong>que</strong>stionado. “No<br />
caso das obras da Copa, existe<br />
muita pressa para a execução e<br />
os projetos acabam sendo atropela<strong>dos</strong><br />
devido às exigências<br />
da Fifa”, diz Victor Madeira.<br />
“Al<strong>é</strong>m disso, existem problemas<br />
com licenças <strong>que</strong> impactam<br />
o cronograma e terminam<br />
em disputas <strong>que</strong> são resolvidas<br />
por arbitragem”, conclui. Como<br />
costuma acontecer no<br />
“mercado” do direito, o escritório<br />
não revela seus números ou<br />
valores de contratos.<br />
Entre os pedi<strong>dos</strong> <strong>que</strong> tiveram<br />
resposta, 82,53% foram atendi<strong>dos</strong><br />
positivamente, 1.370 solicitações<br />
foram negadas e 1.130<br />
não puderam ser atendidas por<br />
não tratarem de mat<strong>é</strong>ria da competência<br />
legal do órgão demandado<br />
ou pelo fato de a informação<br />
não existir.<br />
Segundo a CGU, 94,36% <strong>dos</strong><br />
Valentim, Madeira e Alem: de olho no boom da Copa do Mundo<br />
Aço e cimento<br />
Quando decidiu entrar no <strong>Brasil</strong><br />
para explorar negócios relaciona<strong>dos</strong><br />
aos Jogos Olímpicos e Copa<br />
do Mundo, a Thorton Tomasseti,<br />
empresa americana especializada<br />
em engenharia estrutural<br />
e arquitetura sustentável,<br />
tomou como primeira providência<br />
contratar um escritório de<br />
direito da construção para conhecer<br />
melhor o mercado.<br />
A primeira conclusão foi <strong>que</strong> o<br />
pedi<strong>dos</strong> de informação são feitos<br />
por pessoas físicas e 5,69%<br />
por pessoas jurídicas.<br />
Os da<strong>dos</strong> foram apresenta<strong>dos</strong><br />
esta semana pela diretora de Prevenção<br />
da Corrupção da CGU,<br />
Vânia Vieira, durante palestra no<br />
7º Congresso da Associação <strong>Brasil</strong>eira<br />
de Jornalismo Investigativo<br />
(Abraji), em São Paulo.<br />
Rodrigo Capote<br />
país prefere o concreto em vez<br />
do aço na estrutura de suas construções.<br />
“Percebemos então <strong>que</strong><br />
existia um nicho a ser explorado,<br />
especialmente com a proximidade<br />
da Copa e Jogos Olímpicos.<br />
A estrutura metálica exige<br />
mais planejamento antes do<br />
canteiro de obras, mas permite<br />
<strong>que</strong> se execute o organograma<br />
com muito mais rapidez", explica<br />
Lauane Lins, diretora de projetos<br />
da Thorton. “Com um es-<br />
Entre os órgãos do executivo federal,<br />
os <strong>que</strong> receberam mais pedi<strong>dos</strong><br />
de informações foram a Superintendência<br />
de Seguros Priva<strong>dos</strong><br />
(Susep), o Instituto Nacional do<br />
Seguro Social (INSS), o Banco<br />
Central, o Minist<strong>é</strong>rio do Planejamento,<br />
os Correios, o Minist<strong>é</strong>rio<br />
da Fazenda, a Caixa Econômica<br />
Federal, o Instituto <strong>Brasil</strong>eiro do<br />
CANTEIRO DE OBRAS<br />
Questões mais abordadas<br />
no direito da construção<br />
Avaliação <strong>dos</strong> crit<strong>é</strong>rios de acesso aos<br />
incentivos e benefícios fiscais para obras<br />
de infraestrutura, com o objetivo de<br />
reduzir o impacto da carga tributária<br />
Incorreções no projeto original<br />
<strong>que</strong> levam a pleitos das construtoras<br />
por aditivos nos contratos<br />
Obtenção de licenças para uso do solo<br />
Fonte: escritório de advocacia<br />
critório brasileiro de direito da<br />
construção aprendemos a navegar<br />
no sistema brasileiro e nos<br />
estabelecemos legalmente. Precisamos<br />
entender quando começa<br />
e termina o escopo de uma<br />
empresa”, diz a executiva, <strong>que</strong><br />
fica em Nova York, mas viaja regularmente<br />
para São Paulo.<br />
Ela explica <strong>que</strong> os principais<br />
clientes estão no setor hoteleiro,<br />
<strong>que</strong>, sob forte demanda, precisa<br />
construir de forma rápida e<br />
eficiente. “No <strong>Brasil</strong>, as pessoas<br />
não estão acostumadas com a rapidez”,<br />
conclui. A Thorton, <strong>que</strong><br />
ainda está em fase de negociação<br />
com clientes brasileiros, está<br />
em vias de fechar uma parceria<br />
com uma fabricante de estruturas<br />
metálicas.<br />
Outro nicho em fase de franca<br />
expansão (veja coluna mosaico<br />
na página 3) <strong>que</strong> tem procurado<br />
muito os especialistas em direito<br />
da construção são os estacionamentos.<br />
“Eles são importantes<br />
principalmente na hora<br />
de negociar contratos e parcerias<br />
com prefeituras para o uso<br />
do solo. O empresário vê com<br />
desconfiança toda concessão pública”,<br />
afirma Rubens Taleb, dono<br />
da Multipark. ■<br />
Nova lei da informação resultou em 17 mil pedi<strong>dos</strong> em 2 meses<br />
Licitações<br />
Financiamentos atrela<strong>dos</strong> à estrutura<br />
<strong>dos</strong> contratos<br />
Meio Ambiente e <strong>dos</strong> Recursos Naturais<br />
Renováveis (Ibama), a própria<br />
CGU e o Minist<strong>é</strong>rio do Trabalho<br />
e Emprego.<br />
A Lei de Acesso à Informação<br />
foi sancionada no fim do ano passado<br />
e tem o objetivo de garantir<br />
aos cidadãos brasileiros acesso aos<br />
da<strong>dos</strong> oficiais do Executivo, Legislativo<br />
e Judiciário. ■ ABr
800<br />
700<br />
400<br />
300<br />
200<br />
100<br />
Quem deve pagar pelo<br />
acidente de trabalho?<br />
Governo cobra das empresas pagamentos feitos aos trabalhadores vítimas de<br />
acidentes, desde 1991, quando surgiu a legislação <strong>que</strong> permite o ressarcimento<br />
A Procuradoria Geral Federal,<br />
da Advocacia Geral da União,<br />
está acentuando os esforços para<br />
recuperar, junto às empresas,<br />
os pagamentos <strong>que</strong> fez devido<br />
a acidentes de trabalho.<br />
Vem ajuizando cerca de 500<br />
ações regressivas acidentárias<br />
por ano e, em 2011, resgatou<br />
mais <strong>que</strong> R$ 1 milhão. No acumulado,<br />
desde 1991, quando<br />
surgiu a legislação sobre o tema,<br />
foram 2.300 ações, com expectativa<br />
de ressarcimento de<br />
R$ 400 milhões.<br />
As empresas se defendem.<br />
Alegam <strong>que</strong> já participam da<br />
conta ao contribuir com o Seguro<br />
Acidentes de Trabalho<br />
(SAT), cuja alíquota varia, entre<br />
1% e 3%, conforme a periculosidade<br />
da ocupação. Al<strong>é</strong>m<br />
do mais, pagam contribuição<br />
previdenciária de 20%, como<br />
uma reserva para tais situações,<br />
argumenta o advogado<br />
Wagner Balera.<br />
Contudo, a conta não está fechando.<br />
“O INSS vem suportando<br />
um expressivo d<strong>é</strong>ficit em benefícios<br />
acidentários”, diz o<br />
procurador federal Rodrigo<br />
Abreu Belon Fernandes, chefe<br />
de gabinete da Procuradoria Geral<br />
Federal do INSS em Brasília.<br />
Os últimos da<strong>dos</strong> fecha<strong>dos</strong> mostram<br />
<strong>que</strong>, em 2009, a arrecadação<br />
do SAT somou R$ 8,9 bilhões<br />
e a despesa com os benefícios<br />
devi<strong>dos</strong> por acidentes do<br />
trabalho superou R$ 14 bilhões.<br />
As empresas, por<strong>é</strong>m, argumentam<br />
<strong>que</strong> o INSS precisa provar<br />
a culpa do empregador. “É<br />
imprescindível <strong>que</strong> a responsabilidade<br />
fi<strong>que</strong> clara”, frisa Rodrigo<br />
Takano, sócio da área tra-<br />
0<br />
OCORRÊNCIAS NO PAÍS<br />
Cai número de acidentes<br />
de trabalho<br />
600<br />
512.232<br />
500<br />
2006<br />
653.090<br />
2007<br />
755.980 733.365 701.496<br />
2008<br />
2009<br />
Fonte: Minist<strong>é</strong>rio da Previdência Social<br />
2010<br />
INSS vem ajuizando<br />
500 ações regressivas<br />
acidentárias por ano<br />
e calcula <strong>que</strong> pode<br />
obter ressarcimentos<br />
de R$ 400 milhões<br />
balhista do escritório Machado<br />
Meyer. Ele lembra <strong>que</strong> a defesa<br />
da empresa nem sempre diz respeito<br />
ao valor envolvido na<br />
ação, mas com o risco de se<br />
abrir um precedente.<br />
Por isso, os advoga<strong>dos</strong> ainda<br />
comemoram a dificuldade da<br />
Procuradoria de ajuizar ações<br />
no prazo — cinco anos, como<br />
previsto no decreto 20.910/32.<br />
Alexandre Rezende Luta<br />
WagnerBalera:“AsempresasjápagamoSeguroAcidentesdeTrabalho”<br />
Incidências por região,<br />
em 2010<br />
SUDESTE 378.564<br />
SUL<br />
NORDESTE<br />
CENTRO-OESTE<br />
NORTE<br />
156.853<br />
89.485<br />
47.374<br />
29.220<br />
0 50100 0 0 0 0150 50 5 0 200 00250 0 250 5 0 300 0 0 350 5 0 0400<br />
400<br />
As ações do INSS são usadas<br />
para combater a negligência do<br />
empregador quanto às condições<br />
de trabalho <strong>dos</strong> emprega<strong>dos</strong>,<br />
explica o procurador federal<br />
Rodrigo Abreu Belon Fernandes.<br />
“Tem efeito pedagógico.”<br />
O exemplo do órgão <strong>é</strong> Manaus,<br />
onde, em um ano, o número<br />
de mortes devidas a acidentes<br />
de trabalho caiu 80%.<br />
Tributarista do escritório Si<strong>que</strong>ira<br />
Castro, Fábio Coutinho<br />
Kurtz concorda <strong>que</strong> há um caráter<br />
educativo. Para prevenir<br />
problemas, a firma faz seminários<br />
para os clientes, destacando<br />
as normas de segurança no<br />
trabalho. Tamb<strong>é</strong>m oferece vistorias<br />
semestrais para assegurar o<br />
cumprimento das regras. ■<br />
Segmentos com mais<br />
registros, em 2010<br />
Com<strong>é</strong>rcio e reparação<br />
de veículos<br />
Indústria de alimentos<br />
e bebidas<br />
Atividades em saúde<br />
e serviços sociais<br />
Construção civil<br />
Atividades em transporte,<br />
armazenagem e correios<br />
95.496<br />
59.976<br />
58.252<br />
54.664<br />
51.934<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 29<br />
contra o exercício<br />
legal da advocacia<br />
Somente o advogado está autorizado a postular em Juízo,<br />
em qual<strong>que</strong>r órgão do Judiciário e Juiza<strong>dos</strong> Especiais,<br />
com exceção do habeas corpus, al<strong>é</strong>m de prestar<br />
serviços de consultoria, assessoria e direção jurídicas.<br />
O Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei federal<br />
8.906/94) define essas atividades como privativas do<br />
advogado, profissional aprovado no Exame de Ordem e<br />
inscrito na entidade.<br />
Essa restrição tem como objetivo defender a profissão<br />
e to<strong>dos</strong> os cidadãos <strong>que</strong> possam precisar <strong>dos</strong> serviços<br />
jurídicos presta<strong>dos</strong> por um advogado. A OAB-SP está<br />
constantemente em <strong>alerta</strong> e promovendo um combate<br />
incansável contra a prática ilegal da advocacia por<br />
não advoga<strong>dos</strong>, associações e empresas <strong>que</strong> violam o<br />
Estatuto da Advocacia.<br />
A luta contra o exercício ilegal da profissão começa<br />
na identificação da<strong>que</strong>les <strong>que</strong> atuam indevidamente na<br />
prestação de serviços advocatícios . Em um segundo<br />
momento, essa ação gera medidas judiciais em busca<br />
de punição da<strong>que</strong>les <strong>que</strong> exercem ilegalmente a profissão<br />
e prejudicam o advogado e o jurisdicionado, cujos<br />
direitos não são devidamente<br />
ampara<strong>dos</strong>.<br />
A Justiça tem<br />
reconhecido os<br />
danos <strong>que</strong> podem<br />
causar o exercício<br />
irregular da<br />
advocacia à classe<br />
e, principalmente,<br />
ao, jurisdicionado,<br />
buscando coibir<br />
liminarmente<br />
essa ilegalidade<br />
MARCOS DA COSTA<br />
É advogado e presidente<br />
em exercício da OAB-SP<br />
Por meio de ações civis<br />
públicas, temos obtido<br />
grandes vitórias na<br />
Justiça. Um exemplo recente<br />
foi uma liminar<br />
conseguida na Justiça<br />
Federal, <strong>que</strong> determinou<br />
a interrupção <strong>dos</strong><br />
serviços por parte de<br />
uma consultoria jurídica<br />
<strong>que</strong>, notificada pela<br />
OAB-SP, informou não<br />
ter advoga<strong>dos</strong> em seus<br />
quadros.<br />
Conseguimos outras<br />
vitórias em ações contra<br />
associação <strong>que</strong> ofere-<br />
cia serviços de consultoria jurídica nas áreas empresarial,<br />
trabalhista, civil, tributária e criminal, mas não<br />
apresentou nomes <strong>dos</strong> advoga<strong>dos</strong> <strong>que</strong> prestariam o serviço;<br />
e contra uma sociedade comercial <strong>que</strong> prestava<br />
consultoria e auditoria contábil e tributária, tamb<strong>é</strong>m<br />
sem advoga<strong>dos</strong> em seus quadros.<br />
Al<strong>é</strong>m desses, vários outros procedimentos jurídicos<br />
estão em andamento, por meio de um trabalho conjunto<br />
entre o Tribunal de Ética e Disciplina e o Departamento<br />
Jurídico da OAB-SP, com o objetivo de salvaguardar<br />
os direitos da advocacia e, conse<strong>que</strong>ntemente, de todas<br />
as pessoas <strong>que</strong> têm alguma demanda no Judiciário.<br />
A Justiça tem reconhecido os danos <strong>que</strong> podem causar<br />
o exercício irregular da advocacia à classe e, principalmente<br />
ao jurisdicionado, buscando coibir liminarmente<br />
essa ilegalidade, uma vez <strong>que</strong> to<strong>dos</strong> os atos privativos<br />
de advoga<strong>dos</strong> pratica<strong>dos</strong> por profissional não inscrito<br />
na OAB são considera<strong>dos</strong> nulos.<br />
Vamos continuar a dar visibilidade ao problema no<br />
sentido de <strong>alerta</strong>r os cidadãos sobre a necessidade de se<br />
certificaram <strong>que</strong> a<strong>que</strong>la pessoa <strong>que</strong> irá patrocinar sua<br />
causa ou prestar consultoria jurídica está habilitada para<br />
tanto, se <strong>é</strong> de fato um advogado inscrito na OAB.<br />
Continuaremos a promover a defesa intransigente<br />
<strong>dos</strong> advoga<strong>dos</strong> contra o exercício ilegal da advocacia,<br />
com uma atuação forte e pontual, para evitar a expansão<br />
de uma concorrência desleal e a mercantilização<br />
da profissão. ■
30 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
FINANÇAS<br />
Editora: L<strong>é</strong>a De Luca lluca@brasileconomico.com.br<br />
Subeditora: Priscila Dadona pdadona@brasileconomico.com.br<br />
JP Morgan caça pap<strong>é</strong>is de<br />
empresas brasileiras em dólar<br />
Instituição agora evita exposição ao real, <strong>é</strong> mais seletiva com bancos e <strong>que</strong>r rendimentos de longo prazo<br />
Marília Almeida<br />
malmeida@brasileconomico.com.br<br />
Ao contrário de outros gestores,<br />
o J.P. Morgan Chase, um<br />
<strong>dos</strong> maiores bancos de investimento<br />
global, não diminuiu<br />
seus investimentos em ativos<br />
brasileiros, e continua vendo<br />
oportunidades no país e em outros<br />
merca<strong>dos</strong> emergentes.<br />
Pierre-Yves Bareau, estrategista<br />
de renda fixa em merca<strong>dos</strong><br />
emergentes - responsável<br />
pelo <strong>que</strong> entra nas carteiras <strong>dos</strong><br />
fun<strong>dos</strong> do banco -, disse em entrevista<br />
exclusiva ao BRASIL ECO-<br />
NÔMICO <strong>que</strong> o patrimônio desses<br />
fun<strong>dos</strong> <strong>é</strong> de atualmente US$ 22<br />
bilhões, <strong>dos</strong> quais 10% estão<br />
aplica<strong>dos</strong> no <strong>Brasil</strong>.<br />
“Os juros no país devem continuar<br />
em <strong>que</strong>da. Primeiro foram<br />
as taxas nominais <strong>que</strong> caíram;<br />
depois as taxas reais; acreditamos<br />
<strong>que</strong> o próximo movimento<br />
será sobre as taxas <strong>que</strong><br />
as empresas pagam quando tomam<br />
empr<strong>é</strong>stimos nos bancos."<br />
Por essa razão, o J.P.Morgan<br />
tem preferido investir em pap<strong>é</strong>is<br />
de dívidas corporativas de<br />
longo prazo. Hoje, a maior parte<br />
<strong>dos</strong> investimentos está em pap<strong>é</strong>is<br />
denomina<strong>dos</strong> em dólar.<br />
"Os investidores não <strong>que</strong>rem<br />
correr risco cambial, preferem<br />
uma exposição maior a cr<strong>é</strong>dito”,<br />
informou.<br />
Segundo o estrategista, há<br />
muito apetite por títulos brasileiros<br />
denomina<strong>dos</strong> em dólar, e<br />
um apetite menor por títulos<br />
em moeda local e de curto prazo.<br />
Mas, mesmo assim, o J.P.<br />
Morgan não <strong>que</strong>r sair do mercado<br />
de títulos em real. “Como estrangeiros,<br />
pagamos uma taxa<br />
de 6% quando retiramos nossos<br />
fun<strong>dos</strong> do país. Quando investi-<br />
O Goldman Sachs reportou lucro<br />
líquido de US$ 927 milhões<br />
no segundo trimestre de<br />
2012, uma <strong>que</strong>da de 12% em re-<br />
mos no <strong>Brasil</strong>, temos como horizonte<br />
de investimento o longo<br />
prazo. Não conseguimos entrar<br />
e sair rapidamente sem custo”.<br />
Dívida soberana<br />
Os títulos da dívida soberana<br />
brasileira em dólares têm mostrado<br />
desempenho dentro das<br />
expectativas <strong>dos</strong> investidores,<br />
pois a remuneração vem melhorando<br />
frente a de pap<strong>é</strong>is de outros<br />
países. “Com maior aversão<br />
ao risco, os investidores correram<br />
para títulos americanos.<br />
Como consequência, seus juros<br />
caíram; e os títulos brasileiros,<br />
com juros maiores, atraem mais<br />
investidores.”<br />
Isso não acontece com títulos<br />
denomina<strong>dos</strong> em dólares emiti<strong>dos</strong><br />
por empresas brasileiras.<br />
“O Chile teve melhor desempe-<br />
lação ao mesmo período do<br />
ano passado. O lucro alcançou<br />
US$ 1,78 por ação, acima do esperado<br />
pelo mercado, <strong>que</strong> previa<br />
um resultado de US$ 1,18<br />
por ação, de acordo com levantamento<br />
da Capital IQ.<br />
No segundo trimestre, a recei-<br />
nho, quando consideramos países<br />
da região. Acredito <strong>que</strong> uma<br />
das razões <strong>é</strong> a pressão sobre o<br />
sistema bancário brasileiro e<br />
em empresas do mercado de carne<br />
e commodities. Com os bancos,<br />
estamos mais seletivos.”<br />
Divulgação<br />
ta do banco caiu 9%, face ao<br />
mesmo período do ano passado,<br />
somando US$ 6,6 bilhões.<br />
“No segundo trimestre, as<br />
condições de mercado se deterioraram<br />
e o nível de atividade<br />
foi mais baixo, com a contínua<br />
instabilidade na Europa e preo-<br />
Scott Eells/Bloomberg<br />
Já no mercado de títulos em<br />
reais, o desempenho foi bem<br />
abaixo do esperado desde o início<br />
do ano. Mais uma vez, Chile<br />
e o Peru apresentaram maiores<br />
retornos. "O <strong>Brasil</strong> tem desempenho<br />
abaixo do mercado. O<br />
motivo <strong>é</strong> <strong>que</strong> nós, estrangeiros,<br />
quando investimos no <strong>Brasil</strong>,<br />
vendemos nossa moeda para<br />
comprar reais, e como o real<br />
caiu, perdemos.”<br />
A moeda colombiana foi um<br />
pouco depreciada, mas não como<br />
o Real. No Chile, a moeda<br />
flutua livremente. “A moeda<br />
forte <strong>é</strong> bem-vinda no Chile,<br />
mas recentemente enfra<strong>que</strong>ceu<br />
por<strong>que</strong> o país <strong>é</strong> um exportador<br />
de cobre e, por causa de incertezas<br />
sobre a demanda pelo metal<br />
na China, o peso chileno se depreciou”,<br />
diz Bareau.<br />
cupações com o crescimento<br />
mundial”, afirmou em nota o<br />
presidente-executivo do banco,<br />
Lloyd Blankfein.<br />
A maior <strong>que</strong>da ocorreu na divisão<br />
de investimentos do banco,<br />
cuja receita atingiu US$ 1,2<br />
bilhão, recuo de 17%.<br />
“Muitos fun<strong>dos</strong> estão entrando<br />
nos merca<strong>dos</strong> emergentes,<br />
mesmo em tempos nebulosos.<br />
Há muita incerteza na Europa,<br />
com Gr<strong>é</strong>cia, Espanha e Itália; e<br />
tamb<strong>é</strong>m existe muita volatilidade<br />
no mercado”, disse Bareau.<br />
Nos últimos meses, foram realiza<strong>dos</strong><br />
aportes de aproximadamente<br />
US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões.<br />
O motivo de tanto interesse<br />
são as taxas de juros. Mesmo<br />
em <strong>que</strong>da, elas ainda são<br />
maiores do <strong>que</strong> as taxas nos Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong> e na Alemanha.<br />
“As taxas estão muito baixas<br />
nas economias desenvolvidas.<br />
Então, para muitos investidores<br />
de longo prazo, como seguradoras<br />
e fun<strong>dos</strong> de pensão, investir<br />
nestes títulos não <strong>é</strong> mais uma<br />
opção, e os merca<strong>dos</strong> emergentes<br />
são uma alternativa”. ■<br />
Lucro do Goldman Sachs cai 12% no trimestre<br />
Apesar da <strong>que</strong>da, resultado por<br />
ação (US$ 1,78) veio melhor <strong>que</strong><br />
o esperado de US$ 1,18 por papel<br />
Banco de investimentos mira altos rendimentos das taxas de juros pagas pelos países emergentes<br />
Pierre Yves<br />
Barreau<br />
Estrategista<br />
de renda fixa<br />
para merca<strong>dos</strong><br />
emergentes<br />
do J.P. Morgan<br />
“Estamos em busca de títulos<br />
de longo prazo, e <strong>que</strong>remos<br />
aumentar investimentos em<br />
pap<strong>é</strong>is brasileiros”<br />
PERFIL<br />
Quem <strong>é</strong> o JPMorgan Chase & Co<br />
TOTAL DE ATIVOS<br />
US$ 2,3 trilhões<br />
Total de ativos<br />
investi<strong>dos</strong> em países<br />
emergentes<br />
Percentual<br />
investido no <strong>Brasil</strong><br />
OPERAÇÃO<br />
60 países<br />
US$ 22 bi<br />
US$ 2,2 bi<br />
Clientes Private banking,<br />
institucional,<br />
corporativo e setor<br />
público<br />
Fonte: instituição<br />
Em contrapartida, as despesas<br />
operacionais do Goldman<br />
Sachs recuaram 8% na mesma<br />
base de comparação, com<br />
US$ 5,2 bilhões.<br />
A rentabilidade do banco<br />
atingiu 5,4% no segundo trimestre.<br />
■ Redação
Marcela Beltrão<br />
A Am<strong>é</strong>rica Latina saiu de uma<br />
posição de coadjuvante para<br />
um <strong>dos</strong> personagens principais<br />
nos negócios da corretora de seguros<br />
americana Aon, uma das<br />
maiores do mundo, com receita<br />
de US$ 11,3 bilhões no ano<br />
passado. A companhia <strong>que</strong>r<br />
crescer 17% em receita na região<br />
neste ano, para US$ 661<br />
milhões, e intermediar a contratação<br />
de US$ 4 bilhões em<br />
prêmios de seguros, o <strong>que</strong> deve<br />
conseguir com crescimento orgânico<br />
e por meio de aquisições.<br />
As informações são de<br />
Fernando Pereira, <strong>que</strong> acaba de<br />
assumir a presidência da Aon<br />
para a Am<strong>é</strong>rica Latina e conversou<br />
com exclusividade com o<br />
BRASIL ECONÔMICO. É o primeiro<br />
brasileiro a assumir a função.<br />
O <strong>Brasil</strong> representa em torno<br />
de 40% do resultado da Aon na<br />
Am<strong>é</strong>rica Latina, o <strong>que</strong> significa<br />
US$ 226 milhões de faturamento<br />
em 2011. “A empresa reconhece<br />
o poder do <strong>Brasil</strong> de alavancar<br />
o crescimento e a excelência<br />
operacional”, destaca o<br />
executivo. No país, um <strong>dos</strong> focos<br />
da companhia <strong>é</strong> a intermediação<br />
na venda de seguros para<br />
empresas de menor porte.<br />
A Aon atua na Am<strong>é</strong>rica Latina<br />
há 15 anos e está em nove<br />
países al<strong>é</strong>m do <strong>Brasil</strong>, entre eles<br />
BTG recomenda compra de pap<strong>é</strong>is do ABC<br />
A perspectiva para os bancos m<strong>é</strong>dios piorou nos últimos meses,<br />
o <strong>que</strong> gerou uma fuga <strong>dos</strong> investidores <strong>dos</strong> pap<strong>é</strong>is dessas instituições,<br />
cujos resulta<strong>dos</strong> do segundo trimestre devem ser fracos, segundo<br />
relatório divulgado ontem pelo BTG. O ABC <strong>Brasil</strong> <strong>é</strong> o preferido<br />
do BTG nesse segmento, “por sua consistência, o crescimento<br />
moderado de seus empr<strong>é</strong>stimos, bons indicadores de qualidade<br />
de ativos, e m<strong>é</strong>tricas adequadas de rentabilidade”, diz o relatório.<br />
Pereira <strong>é</strong> o primeiro brasileiro a comandar operações da corretora Aon na Am<strong>é</strong>rica Latina<br />
Corretora Aon planeja<br />
crescer 17% na AL<br />
PAPEL PRINCIPAL<br />
Perfil da Aon, no mundo<br />
e no <strong>Brasil</strong><br />
1982<br />
Criação da empresa, a partir da fusão<br />
da Ryan Insurance Group e a<br />
Combined International Corporation<br />
1987<br />
Abertura de capital em Nova York<br />
com o nome Aon<br />
1990<br />
Diversas aquisições a partir dessa d<strong>é</strong>cada,<br />
entre elas da Hudig-Langeveldt, <strong>que</strong><br />
vendia apólices para navios de carga,<br />
fundada em 1680, e a Hewitt Associates,<br />
especializada em serviços relaciona<strong>dos</strong><br />
a capital humano<br />
62 mil<br />
<strong>é</strong> o número de emprega<strong>dos</strong><br />
120<br />
<strong>é</strong> o número de países em <strong>que</strong> a<br />
empresa atua<br />
US$ 11,3 bilhões<br />
foi a receita em 2011, alta de 33%<br />
ante o ano anterior, devido<br />
principalmente a aquisições<br />
US$ 565 milhões<br />
foi a receita da Am<strong>é</strong>rica Latina<br />
(5% do total) em 2011<br />
US$ 226 milhões<br />
foi o faturamento do <strong>Brasil</strong> (40%<br />
do total da Am<strong>é</strong>rica Latina) em 2011<br />
Fonte: empresa<br />
Alexandre Rezende<br />
Objetivo <strong>é</strong> atingir uma receita de US$ 661 milhões neste ano, e comprar<br />
unidade no Peru; o <strong>Brasil</strong> representa 40% <strong>dos</strong> negócios na região<br />
Flávia Furlan<br />
ffurlan@brasileconomico.com.br<br />
a Venezuela e o Chile. Agora,<br />
<strong>que</strong>r ter uma corretora de seguros<br />
própria no Peru, onde tem<br />
escritório de representação em<br />
resseguros. “O Peru <strong>é</strong> um <strong>dos</strong><br />
países <strong>que</strong> mais cresce na região”,<br />
diz Pereira. A maior atuação<br />
no mercado peruano seria<br />
obtida com a aquisição da corretora<br />
Rehder, fundada em 1991<br />
para lidar com a administração<br />
de programas de saúde m<strong>é</strong>dicos<br />
e benefícios para capital humano<br />
nas companhias do país. A<br />
Rehder <strong>é</strong> o principal corretor de<br />
seguros do país, com US$ 800<br />
milhões em faturamento e participação<br />
superior a 20%. Conversas<br />
sobre a compra da corretora<br />
já estão em andamento.<br />
Pereira diz <strong>que</strong> a Am<strong>é</strong>rica Latina<br />
sempre foi negligenciada<br />
por muitas multinacionais,<br />
mas essas companhias viram<br />
<strong>que</strong> podem avançar na região.<br />
“A Am<strong>é</strong>rica Latina <strong>é</strong> a terceira<br />
região do mundo em importância<br />
do ponto de vista democrático,<br />
embora seja volátil”, afirma<br />
o executivo, <strong>que</strong> aponta <strong>que</strong>, se<br />
no passado, havia duas ou três<br />
empresas atuantes no <strong>Brasil</strong><br />
com interesse em toda a Am<strong>é</strong>rica<br />
Latina, agora já são mais de<br />
300. O <strong>que</strong> a Aon <strong>que</strong>r <strong>é</strong> ser a<br />
corretora de seguro destas empresas<br />
<strong>que</strong> expandem em toda<br />
a Am<strong>é</strong>rica Latina. “Somos a<br />
maior estrutura de corretagem<br />
de seguros da região.” ■<br />
AGENDA<br />
● No Reino Unido, ata do BoE<br />
e taxa de desemprego, às 5h30.<br />
● Alemanha e Portugal fazem<br />
leilão de bônus, às 6h30.<br />
● Nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong><br />
saem números do mercado<br />
imobiliário, às 9h30,<br />
e o Livro Bege, às 15h.<br />
Ex-diretor da Gol<br />
presidirá a CVM<br />
Leonardo Pereira foi indicado por<br />
Mantega e surpreendeu mercado<br />
por ser do meio corporativo<br />
Redação<br />
financas@brasileconomico.com.br<br />
O Minist<strong>é</strong>rio da Fazenda surpreendeu<br />
o mercado ontem ao<br />
indicar um profissional de uma<br />
empresa privada para presidir o<br />
órgão regulador do mercado de<br />
capitais. O escolhido foi Leonardo<br />
Pereira, vice-presidente financeiro<br />
e de Relações com Investidores<br />
da Gol.<br />
O executivo foi indicado pelo<br />
próprio ministro Guido Mantega.<br />
Se for aprovado pelo Senado<br />
Federal , Pereira assumirá a<br />
presidência da Comissão de Valores<br />
Mobiliários (CVM) no lugar<br />
de Maria Helena Santana,<br />
<strong>que</strong> encerrou o seu mandato no<br />
último sábado. Pereira será sabatinado<br />
pela Comissão de Assuntos<br />
Econômicos (CAE) do Senado<br />
em data a ser definida - o<br />
Congresso entra em recesso hoje<br />
e volta apenas no dia 31. Se<br />
for aprovado, cumprirá mandato<br />
de cinco anos.<br />
Alguns profissionais do mercado<br />
esperavam <strong>que</strong> o novo presidente<br />
da CVM viesse do próprio<br />
colegiado do órgão ou da<br />
BM&FBovespa. “Ele não tem<br />
formação t<strong>é</strong>cnica nem jurídica,<br />
o <strong>que</strong> pode ser um problema”,<br />
diz uma fonte próxima à autarquia.<br />
Procurada, a BM&FBovespa<br />
não comentou a indicação de<br />
Pereira para assumir a CVM.<br />
Para o sócio do escritório Mot-<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 31<br />
ta, Fernandes Rocha Advoga<strong>dos</strong><br />
e ex-presidente da CVM,<br />
Luiz Leonardo Cantidiano, a indicação<br />
de um profissional com<br />
carreira no setor privado para o<br />
posto pode sugerir o interesse<br />
do governo de <strong>que</strong> a autarquia<br />
tenha agenda mais centrada no<br />
desenvolvimento do mercado.“Vários<br />
<strong>dos</strong> grandes assuntos<br />
<strong>que</strong> estavam na agenda já foram<br />
endereça<strong>dos</strong> nos últimos<br />
anos foram endereça<strong>dos</strong>”, diz.<br />
No início de julho, Pereira<br />
ofereceu pagar R$ 200 mil para<br />
encerrar processo aberto pela<br />
CVM — um procedimento conhecido<br />
como termo de compromisso.<br />
O executivo era investigado<br />
por não ter publicado fato<br />
relevante em julho de 2011<br />
avisando sobre mudança de projeções<br />
de resulta<strong>dos</strong> da Gol. O<br />
termo de compromisso não implica<br />
em admissão de culpa do<br />
investigado.<br />
Formado em economia e engenharia,<br />
Pereira, de 54 anos,<br />
começou sua carreira no Citibank,<br />
onde trabalhou de 1982 a<br />
1995. Tamb<strong>é</strong>m foi diretor financeiro<br />
e de relações com investidores<br />
da Net e diretor de planejamento<br />
corporativo e de RI da<br />
Globopar, holding do grupo de<br />
comunicação Globo.<br />
O diretor da CVM Otavio Yazbek<br />
segue na presidência como<br />
interino. Segundo fonte, a Gol<br />
está definindo detalhes finais<br />
para a indicação de um executivo<br />
da própria companhia para<br />
ocupar a vice-presidência financeira.<br />
■ Com Reuters<br />
Eduardo de Sousa<br />
Leonardo Pereira: executivo ainda será sabatinado pelo Senado
32 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
FATO RELEVANTE<br />
Eztec diz <strong>que</strong><br />
terá caixa<br />
para manter<br />
crescimento<br />
Menos dependente de cr<strong>é</strong>dito,<br />
margens da companhia superam<br />
as das suas concorrentes<br />
Ana Paula Ribeiro<br />
aribeiro@brasileconomico.com.br<br />
A Eztec espera conseguir manter<br />
dinheiro em caixa nos próximos<br />
anos mesmo com o lançamento<br />
de obras de maior porte,<br />
<strong>que</strong> demandam mais recursos.<br />
É justamente a liquidez da empresa<br />
<strong>que</strong>, nos últimos anos, fez<br />
com <strong>que</strong> a Eztec tivesse um desempenho<br />
acima da m<strong>é</strong>dia da<br />
concorrência. Sem necessitar<br />
de tantos empr<strong>é</strong>stimos, conseguiu<br />
margens mais altas na venda<br />
de seus empreendimentos. A<br />
margem bruta da empresa está<br />
acima de 50% e a líquida, em<br />
torno de 45%. Segundo analistas,<br />
isso <strong>é</strong> mais do <strong>que</strong> a m<strong>é</strong>dia<br />
do setor de construção.<br />
Essas margens mais elevadas<br />
ajudaram os pap<strong>é</strong>is da incorporadora,<br />
<strong>que</strong> no ano acumulam<br />
alta de 27,6%, tendo fechado o<br />
pregão de ontem a R$ 19,66, liderando<br />
o desempenho do setor<br />
no ano. A MRV <strong>é</strong> a segunda<br />
melhor, com avanço de apenas<br />
0,5%. Todas as demais acumulam<br />
perdas em 2012.<br />
“Temos capacidade de fazer<br />
a geração de caixa necessária para<br />
a compra de terrenos após<br />
2014”, afirma o diretor financeiro<br />
da empresa, Emílio Fugazza.<br />
Em 2011, os empr<strong>é</strong>stimos e financiamentos<br />
toma<strong>dos</strong> pela<br />
companhia equivaliam a 11% de<br />
seu caixa. Neste ano, a previsão<br />
<strong>é</strong> <strong>que</strong> os compromissos subam<br />
para 38,1% das disponibilidades<br />
e <strong>que</strong> fi<strong>que</strong>m em torno de 45%<br />
nos dois anos seguintes. Mesmo<br />
com o aumento, Fugazza garante<br />
<strong>que</strong> não há risco de a curva se<br />
inverter e a dívida superar o cai-<br />
xa. “Não temos projeção para<br />
qual<strong>que</strong>r inversão dessa curva<br />
ou uso de financiamentos <strong>que</strong><br />
não sejam destina<strong>dos</strong> à execução<br />
<strong>dos</strong> empreendimentos.”<br />
Essa posição mais conservadora<br />
do caixa e da gestão operacional,<br />
com menor número de<br />
empreendimentos em execução<br />
e atuação mais restrita do ponto<br />
de vista geográfico (basicamente<br />
São Paulo e região metropolitana)<br />
e do perfil <strong>dos</strong> empreendimentos<br />
(volta<strong>dos</strong> às classes m<strong>é</strong>dia-alta<br />
e alta), foram determinantes<br />
para a manutenção das<br />
margens, refletindo nas ações.<br />
“Somos uma empresa realista<br />
e <strong>que</strong> crescemos dentro da<br />
capacidade financeira”, diz o<br />
presidente da Eztec, Silvio Ernesto<br />
Zarzur.<br />
Um <strong>dos</strong> exemplos do contro-<br />
ALTA DE 27,6%<br />
Variação <strong>dos</strong> pap<strong>é</strong>is Eztec ON<br />
no ano, em R$/ação<br />
23,0<br />
21,4<br />
19,8<br />
18,2<br />
16,6<br />
15,41<br />
15,0<br />
29/DEZ<br />
Angel Navarrete/Bloomberg<br />
Fontes: Economatica, BM&FBovespa<br />
e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />
19,66<br />
17/JUL<br />
Santander lança plataforma de benefícios<br />
O Santander lança o Santander Esfera, plataforma de benefícios para<br />
<strong>que</strong>m usa cartão de cr<strong>é</strong>dito. O sistema concentrará to<strong>dos</strong> os pontos<br />
<strong>dos</strong> clientes, quando o cartão <strong>é</strong> usado nas maquininhas credenciadas<br />
pelo banco. Al<strong>é</strong>m disso, a plataforma será uma esp<strong>é</strong>cie de portal com<br />
promoções temáticas diárias e descontos em mais de 240 parceiros<br />
seleciona<strong>dos</strong>, com ofertas nacionais e internacionais. O banco tamb<strong>é</strong>m<br />
oferece benefícios aos estabelecimentos <strong>que</strong> utilizam a maquininha.<br />
Zarzuz, presidente da empresa: apesar do baixo volume de lançamentos no primeiro semestre, R$ 326 milhões, ainda há demanda para empreendimentos imobiliários<br />
POUCA DIVERSIFICAÇÃO<br />
Atuação da Eztec se concentra em projetos de m<strong>é</strong>dio-alto<br />
e alto padrão em São Paulo<br />
PADRÃO DOS EMPREENDIMENTOS* LOCALIZAÇÃO*<br />
M<strong>é</strong>dio-alto<br />
39,4%<br />
Econômico<br />
1,0%<br />
Comercial<br />
11,4%<br />
Alto<br />
25,6%<br />
M<strong>é</strong>dio<br />
22,5%<br />
São Paulo<br />
64,7%<br />
Fontes: Eztec e <strong>Brasil</strong> Econômico *Lançamentos em 12 meses<br />
Região metropolitana<br />
de São Paulo<br />
20,1%<br />
Interior<br />
5,8%<br />
Litoral<br />
9,5%<br />
le de gestão <strong>é</strong> a inadimplência<br />
<strong>dos</strong> contratos <strong>dos</strong> clientes <strong>que</strong><br />
compram na planta e pagam à<br />
incorporadora at<strong>é</strong> o momento<br />
da entrega da obra — depois disso,<br />
a operação <strong>é</strong> repassada a<br />
uma instituição financeira.<br />
Calote<br />
De acordo com o diretor administrativo,<br />
Mauro Alberto, em<br />
2010 a empresa detectou aumento<br />
do calote, fruto da demora<br />
da liberação de financiamentos<br />
imobiliários na entrega das<br />
chaves. Esse período coincidiu<br />
com o boom do cr<strong>é</strong>dito imobiliário.<br />
“Os bancos e cartórios não<br />
estavam prepara<strong>dos</strong>”, diz.<br />
A saída foi antecipar o processo<br />
e procurar bancos e clientes<br />
entre cinco e seis meses antes<br />
da entrega das chaves. A<br />
inadimplência caiu de 4,5% em<br />
janeiro de 2011 para 0,3% em<br />
abril deste ano.<br />
O analista de construção civil<br />
da CGD Securities Flávio Conde,<br />
lembra <strong>que</strong> o fato da Eztec<br />
não ter seguido as outras do setor,<br />
<strong>que</strong> elevaram os lançamentos<br />
de empreendimentos de padrão<br />
econômico e começaram a<br />
atuar em outras regiões do país,<br />
foi o <strong>que</strong> deu sustentação à incorporadora.<br />
“Ela conseguiu fazer<br />
melhor o controle de seus<br />
custos”, diz, acrescentando <strong>que</strong><br />
o caixa elevado tamb<strong>é</strong>m foi determinante<br />
para uma melhor<br />
rentabilidade. Como exemplo,<br />
citou a compra de terrenos, <strong>que</strong><br />
<strong>é</strong> feita à vista pela Eztec enquanto<br />
outras incorporadoras fazem<br />
permuta, o <strong>que</strong> <strong>é</strong> mais caro. “Isso<br />
dá um ganho de 10% na margem”,<br />
afirma Conde. ■<br />
ACELERAÇÃO<br />
Rodrigo Capote<br />
Incorporadora<br />
prevê mais<br />
lançamentos<br />
Terceiro trimestre deve ser<br />
melhor; volume atual foi baixo<br />
por atraso da prefeitura<br />
O presidente da Eztec, Silvio<br />
Ernesto Zarzur, acredita <strong>que</strong> o<br />
terceiro trimestre será melhor<br />
para a empresa no <strong>que</strong> está relacionado<br />
ao lançamento <strong>dos</strong><br />
projetos. “Acredito <strong>que</strong> a prefeitura<br />
(de São Paulo) vai voltar<br />
ao ritmo”, diz.<br />
Desde abril, com as denúncias<br />
envolvendo o ex-diretor<br />
do Departamento de Aprovação<br />
de Edificações da prefeitura Hussain<br />
Aref Saab, as aprovações<br />
para os grandes empreendimentos<br />
entraram em um ritmo mais<br />
lento, reduzindo os lançamentos<br />
do setor de construção. A<br />
Eztec lançou entre janeiro e junho<br />
R$ 326 milhões, o equivalente<br />
à 27% da projeção para todo<br />
o ano, de R$ 1,2 bilhão.<br />
Al<strong>é</strong>m de esperar maior agilidade<br />
da prefeitura, o analista da<br />
CGD Securities, Flavio Conde,<br />
acredita <strong>que</strong> a incorporadora<br />
não terá problemas em cumprir<br />
sua meta por<strong>que</strong> tradicionalmente<br />
os lançamentos de empreendimentos<br />
estão concentra<strong>dos</strong><br />
no segundo semestre. “O<br />
<strong>que</strong> ocorreu <strong>é</strong> <strong>que</strong> alguns projetos<br />
escorregaram para o terceiro<br />
trimestre.” ■ A.P.R.
MERCADO<br />
BOLSAS<br />
Dia de otimismo nos<br />
merca<strong>dos</strong> acionários<br />
As principais bolsas mundiais, inclusive a brasileira, fecharam em alta ante<br />
disposição do Federal Reserve em adotar novas medidas de estímulo<br />
Niviane Magalhães<br />
nmagalhaes@brasileconomico.com.br<br />
As principais bolsas de valores<br />
do mundo foram das perdas aos<br />
ganhos ontem, acompanhando<br />
o discurso de <strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong>,<br />
presidente do Federal Reserve<br />
(Fed, o banco central americano).<br />
O chairman americano citou<br />
os desafios mundiais, mas finalizou<br />
apontando <strong>que</strong> pode liberar<br />
novas medidas de estímulo<br />
à economia <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong>, o <strong>que</strong><br />
fez as bolsas americanas e brasileira<br />
fecharem em alta.<br />
No <strong>Brasil</strong>, após ficar volátil<br />
durante o dia, o Ibovespa conseguiu<br />
fechar em alta de<br />
0,95%, aos 53.909 pontos. Entre<br />
as maiores altas, as ações da<br />
Cyrela e da Light lideraram,<br />
com acr<strong>é</strong>scimos de 5,45% e<br />
5,34%, respectivamente. Já entre<br />
as maiores baixas, os pap<strong>é</strong>is<br />
da Dasa perderam 3,29% e os<br />
da TIM recuaram 1,21%.<br />
As ações da Localiza chegaram<br />
a figurar entre os melhores<br />
desempenhos do dia, mas,<br />
ao final do pregão, subiram<br />
3,85%. Ontem a empresa divulgou<br />
o balanço do segundo trimestre<br />
e, apesar de ter reportado<br />
<strong>que</strong>da de 85% no lucro líquido,<br />
o resultado veio em linha<br />
com o esperado.<br />
Em discurso no Congresso, o<br />
MOEDAS<br />
O discurso do presidente do Federal<br />
Reserve (Fed, banco central<br />
americano), <strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong>,<br />
acalmou os investidores e fez<br />
com <strong>que</strong> o dólar encerrasse em<br />
<strong>que</strong>da ontem, de 0,73%, negociado<br />
a R$ 2,020 para compra e<br />
R$ 2,022 para venda.<br />
“O <strong>Bernanke</strong> teve sucesso<br />
em sua explanação, ao adotar a<br />
postura de falar da economia<br />
americana e europeia como um<br />
todo”, afirma Reginaldo Galhardo,<br />
gerente de câmbio da<br />
Treviso Corretora.<br />
No <strong>Brasil</strong>l o Ibovespa<br />
subiu 0,95%; nos<br />
<strong>EUA</strong>, o Dow Jones<br />
avançou 0,65% e a<br />
eletrônica Nasdaq<br />
teve alta de 0,39%<br />
presidente do BC americano<br />
pontuou no início de sua fala<br />
<strong>que</strong> a economia mundial está enfra<strong>que</strong>cida<br />
e isso provocou perdas<br />
nos merca<strong>dos</strong> acionários.<br />
“No começo, ele falou sobre as<br />
ações <strong>dos</strong> bancos na Europa, o<br />
<strong>que</strong> pesou nos merca<strong>dos</strong>, mas<br />
depois os investidores refletiram<br />
melhor e a bolsa se recuperou”,<br />
diz Clodoir Vieira, economista<br />
da Souza Barros.<br />
Segundo explicou Vieira, o<br />
presidente da autoridade monetária<br />
“ficou em cima do muro<br />
e não disse se a economia<br />
vai melhorar ou piorar”. No entanto,<br />
<strong>Bernanke</strong> pontuou <strong>que</strong><br />
o risco de inflação nos Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong> está baixo, o <strong>que</strong> sinaliza<br />
<strong>que</strong> a economia vai continuar<br />
desa<strong>que</strong>cida.<br />
Por outro lado, apesar do<br />
tom pessimista no início do discurso,<br />
<strong>Bernanke</strong> não mostrou<br />
nenhuma novidade em relação<br />
à <strong>situação</strong> econômica e ainda sinalizou<br />
<strong>que</strong> está disposto a libe-<br />
BC americano acalma<br />
investidores e dólar cede<br />
Em um primeiro momento,<br />
como o presidente do Fed não<br />
anunciou o programa de estímulo<br />
(Quantitative Easing 3) esperado<br />
por parte do mercado, os<br />
investidores iniciaram uma corrida<br />
por dólares e a moeda at<strong>é</strong><br />
subiu. “Ao longo do discurso,<br />
ele foi esclarecendo o motivo<br />
de não tomar a medidae isso<br />
tranquilizou o mercado, <strong>que</strong> entendeu<br />
<strong>que</strong> a política monetária<br />
<strong>dos</strong> <strong>EUA</strong> está consciente”.<br />
Para o pregão de hoje, Galhardo<br />
espera <strong>que</strong> o dólar oscile pró-<br />
rar novas medidas de estímulo.<br />
Com isso, as bolsas americanas<br />
fecharam com avanço. O índice<br />
Dow Jones registrou alta<br />
de 0,65%, enquanto o S&P 500<br />
teve acr<strong>é</strong>scimo de 0,65% e o<br />
Nasdaq acelerou 0,39% no pregão<br />
de ontem.<br />
Outro ponto <strong>que</strong> colaborou<br />
para os ganhos foi <strong>que</strong> a confiança<br />
do setor de construção <strong>dos</strong><br />
Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, <strong>que</strong> melhorou<br />
em julho. O indicador marcou<br />
35 pontos no s<strong>é</strong>timo mês do<br />
ano, contra 29 pontos em junho.<br />
Os analistas previam <strong>que</strong> o<br />
índice marcaria 30 pontos.<br />
Já na Europa, as notícias não<br />
foram positivas. O discurso de<br />
<strong>Bernanke</strong> mostrou <strong>que</strong> a crise<br />
na Zona do Euro ainda pode piorar.<br />
No entanto, a instituição<br />
acredita <strong>que</strong> as autoridades europeias<br />
têm recursos suficientes<br />
para resolver a crise.<br />
Segundo Vieira, da Souza<br />
Barros, ‘a Europa tem de fazer<br />
um ajuste <strong>fiscal</strong> e terá de ter<br />
um Banco Central <strong>que</strong> tome<br />
conta de tudo, mas fazer isso<br />
gera uma <strong>situação</strong> muito complicada,<br />
pois tira a independência<br />
de cada país’.<br />
Ontem, o índice CAC 40, da<br />
França, perdeu 0,09%. Já na<br />
Alemanha, o DAX subiu 0,18%;<br />
enquanto no Reino Unido, o FT-<br />
SE 100 desvalorizou 0,59%. ■<br />
Moeda americana caiu 0,73% ontem, fechando a R$ 2,022 para venda<br />
ximo <strong>dos</strong> R$ 2,02 e sem grandes<br />
variações. “Abaixo disso, fatalmente<br />
o Banco Central deve intervir”,<br />
pontua. O BC pode<br />
comprar dólares, ou, por meio<br />
de um porta-voz, reforçar sua<br />
postura de não permitir câmbio<br />
abaixo <strong>dos</strong> R$ 2,00. “Quando<br />
o Aldo Mendes (diretor de<br />
política monetária o BC) falou<br />
<strong>que</strong> o dólar abaixo de R$ 2,00<br />
era ruim para a indústria, o<br />
mercado respondeu prontamente<br />
e saiu comprando.” ■<br />
Lucas Bombana<br />
DEPARTAMENTO DE<br />
POLÍCIA FEDERAL<br />
SUPERINTENDÊNCIA<br />
REGIONAL EM<br />
SÃO PAULO<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 33<br />
Minist<strong>é</strong>rio da<br />
Justiça<br />
AVISO DE LICITAÇÃO<br />
Pregão Eletrônico nº 14/2012<br />
Processo nº 08500.010966/2012-78 OBJETO: contratação de serviço continuado<br />
de vigilância patrimonial armada e desarmada, visando atender às necessidades<br />
da Superintendência Regional da Polícia Federal no estado de São Paulo, suas<br />
instalações e Unidades Descentralizadas. DATA DA ABERTURA: 30 de julho de<br />
2012, às 10:00 horas. EDITAL: Site: www.comprasnet.gov.br.
34 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
FINANÇAS PESSOAIS<br />
ECONOMIZAR<br />
Aprenda a negociar empr<strong>é</strong>stimos<br />
novos e antigos com os bancos<br />
Bons pagadores levam vantagem<br />
num momento em <strong>que</strong> os juros estão<br />
em <strong>que</strong>da e a inadimplência, em alta<br />
Vanessa Correia<br />
vcorreia@brasileconomico.com.br<br />
Quem precisa pedir dinheiro novo<br />
emprestado ou renegociar<br />
contratos antigos tem boas<br />
chances de conseguir condições<br />
favoráveis nos bancos neste momento.<br />
Com juros em <strong>que</strong>da e<br />
inadimplência em alta, os bancos<br />
estão cada vez mais interessa<strong>dos</strong><br />
em clientes considera<strong>dos</strong><br />
“bons pagadores”. Pesquisando<br />
bastante, <strong>que</strong>m tem um histórico<br />
e bom relacionamento com<br />
bancos pode conseguir aliviar o<br />
peso das parcelas do empr<strong>é</strong>stimo<br />
no orçamento.<br />
Foi o <strong>que</strong> fez o empresário do<br />
ramo de construção civil Rubens<br />
Molinari. Prevendo uma<br />
desaceleração no ritmo de crescimento<br />
<strong>dos</strong> negócios, Molinari<br />
informou às instituições financeiras<br />
com as quais mantinha relacionamento<br />
sua preocupação<br />
de não conseguir honrar os seus<br />
compromissos no curto prazo.<br />
“Em mea<strong>dos</strong> do ano passado,<br />
quando ainda não estava<br />
inadimplente, entrei em contato<br />
com os bancos solicitando a<br />
revisão das taxas de juros e forma<br />
de pagamento <strong>dos</strong> empr<strong>é</strong>stimos<br />
contraí<strong>dos</strong>. Dos quatro bancos<br />
em <strong>que</strong> tenho conta, três<br />
aceitaram minha proposta.”<br />
A iniciativa do empresário <strong>é</strong><br />
recomendada por Jos<strong>é</strong> Nicolau<br />
Pompeo, professor de finanças<br />
da Pontifícia Universidade Católica<br />
de São Paulo (PUC-SP). “Solicitar<br />
o alongamento <strong>dos</strong> pra-<br />
zos de financiamento <strong>é</strong> uma alternativa<br />
para <strong>que</strong>m não está<br />
inadimplente. Os bancos <strong>que</strong>rem<br />
receber o <strong>que</strong> foi contratado<br />
pelo correntista e não ter<br />
mais um cliente devedor”, diz.<br />
Outra sugestão <strong>é</strong> fazer a portabilidade<br />
de seu contrato para outra<br />
instituição financeira, caso a<br />
<strong>que</strong> tem relacionamento não<br />
aceite negociar. “Neste caso,<br />
avalie o custo financeiro da migração,<br />
não apenas os juros cobra<strong>dos</strong>.<br />
Muitas vezes, a cobrança<br />
de tarifas — entre elas o pacote<br />
de serviços para manter conta<br />
corrente aberta, ou mesmo a<br />
contratação de uma apólice de<br />
seguros — anula o ganho da redução<br />
<strong>dos</strong> juros”, lembra Carlos<br />
Thadeu de Oliveira, gerente t<strong>é</strong>cnico<br />
do Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de<br />
Defesa do Consumidor (Idec).<br />
Já Maria Inês Dolci, coordenadora<br />
institucional da Proteste,<br />
diz <strong>é</strong> <strong>que</strong> comum, em operações<br />
de portabilidade do cr<strong>é</strong>dito, a<br />
exigência de <strong>que</strong> o cliente compre<br />
produtos não liga<strong>dos</strong> à operação,<br />
tais como título de capitalização.<br />
“Essa prática <strong>é</strong> conhecida<br />
como venda casada e <strong>é</strong> proibida.<br />
Não aceite caso um banco<br />
a ofereça em contrapartida a juros<br />
mais baixos.”<br />
Para <strong>que</strong>m busca um novo financiamento,<br />
seja para a aquisição<br />
de um eletrodom<strong>é</strong>stico, veículo<br />
ou imóvel, a orientação <strong>é</strong><br />
pesquisar. “Avalie em outros<br />
bancos as taxas de juros cobradas<br />
na modalidade de cr<strong>é</strong>dito de<br />
seu interesse. Isso o ajudará a ne-<br />
Martins organizou as finanças e conseguiu quitar dívidas da empresa, <strong>que</strong> somavam R$ 130 mil<br />
PARA COMPARAR<br />
Veja se o <strong>que</strong> seu banco<br />
cobra está dentro da m<strong>é</strong>dia,<br />
taxa anual*<br />
PESSOA JURÍDICA<br />
Desconto de duplicata 36,4%<br />
Capital de giro 20,5%<br />
Conta garantida 103,5%<br />
PESSOA FÍSICA<br />
Che<strong>que</strong> especial 169,5%<br />
Cr<strong>é</strong>dito pessoal 41,4%<br />
Aquisição de veículos 23,4%<br />
Fonte: Banco Central<br />
*Da<strong>dos</strong> referentes a maio<br />
EM BUSCA DOS JUROS MENORES Como renegociar contratos e obter empr<strong>é</strong>stimos mais baratos<br />
O banco solicitará informações<br />
para avaliar sua capacidade de<br />
honrar os compromissos. Não omita<br />
da<strong>dos</strong>, seja de renda familiar ou de<br />
empr<strong>é</strong>stimos em outros bancos<br />
Fonte: especialistas<br />
1 2 3<br />
Pesquise em outros bancos as taxas<br />
de juros cobradas na modalidade<br />
de cr<strong>é</strong>dito de seu interesse. Isso o<br />
ajudará a negociar com a instituição<br />
financeira onde tem conta<br />
Considere a possibilidade<br />
de migrar seu contrato para<br />
outra instituição financeira,<br />
caso a <strong>que</strong> tem relacionamento<br />
não aceite negociar<br />
Avalie o custo financeiro<br />
da portabilidade, não apenas<br />
os juros cobra<strong>dos</strong>. Muitas vezes,<br />
a cobrança de tarifas anula o<br />
ganho com a redução <strong>dos</strong> juros<br />
gociar com a instituição financeira<br />
com a qual tem relacionamento”,<br />
diz Mauro Calil, professor<br />
e educador financeiro.<br />
Isso, inclusive, <strong>é</strong> uma arma<br />
na mão do consumidor, afirma<br />
Pompeo. “Com a explosão <strong>dos</strong><br />
índices de inadimplência, um<br />
banco <strong>que</strong> não conhece seu histórico<br />
de pagamento tende a<br />
embutir o risco da operação no<br />
custo e, conse<strong>que</strong>ntemente, cobrar<br />
juros mais altos. Mas se a<br />
instituição com a qual mant<strong>é</strong>m<br />
relacionamento fizer isso, não<br />
aceite: negocie.”<br />
Clientes inadimplentes, pessoas<br />
físicas ou empresas, tamb<strong>é</strong>m<br />
podem negociar com os<br />
bancos a quitação <strong>dos</strong> d<strong>é</strong>bitos.<br />
Se as parcelas estiverem<br />
pesadas, proponha à instituição<br />
financeira a repactuação da<br />
dívida, ou seja, o alongamento<br />
<strong>dos</strong> prazos de pagamento<br />
Alexandre Rezende<br />
Foi o <strong>que</strong> o empresário Robson<br />
Martins, de 36 anos, fez. Com<br />
uma dívida de R$ 130 mil, ele<br />
entrou em contato com os bancos<br />
<strong>que</strong>rendo negociar. “Antes,<br />
organizei as finanças pessoais e<br />
profissionais, e minha empresa<br />
começou a dar lucro. Com o respiro,<br />
pude propor a um <strong>dos</strong> bancos<br />
a renegociação da dívida”,<br />
lembra o empresário.<br />
Ainda de acordo com Martins,<br />
com o primeiro banco <strong>que</strong><br />
entrou em contato, o valor do<br />
empr<strong>é</strong>stimo era de R$ 50 mil<br />
com juros de 4% ao mês. “Conseguimos<br />
reduzir as taxas para<br />
1,8% ao mês, al<strong>é</strong>m do abatimento<br />
do montante da dívida”, informa<br />
o empresário. ■<br />
4 5 6<br />
Não espere a dívida crescer<br />
para propor a renegociação das<br />
condições de seu financiamento.<br />
A recomendação <strong>é</strong> esperar no<br />
máximo três meses
HOME BROKER<br />
Lojas Americanas PN (LAME4)<br />
15,00<br />
14,12<br />
13,45<br />
13,25<br />
12,37<br />
11,50<br />
30/MAR<br />
Resistência<br />
13,88<br />
Objetivo<br />
15,00<br />
1/JUN<br />
(fechamento em R$)<br />
Suporte<br />
12,70<br />
Fontes: Raphael Figueredo, Economatica, BM&FBovespa e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />
Os resulta<strong>dos</strong> trimestrais da<br />
Localiza vieram fracos, mas<br />
dentro do esperado, segundo a<br />
BB Investimentos. O lucro líquido<br />
caiu 85,5% no segundo trimestre<br />
para R$ 10,7 milhões, ante R$ 74<br />
milhões em igual período de 2011.<br />
“O fraco desempenho reflete o<br />
baixo crescimento da economia,<br />
afetando principalmente o setor<br />
de aluguel de carros, de perfil<br />
mais cíclico. As vendas de<br />
carros, <strong>que</strong> vinham com certa<br />
dificuldade por conta do cr<strong>é</strong>dito<br />
mais restrito, conseguiram<br />
se recuperar depois de segui<strong>dos</strong><br />
cortes nos juros e redução<br />
do IPI”, afirma Leonardo Nitta,<br />
analista do BBI, em<br />
relatório.Apesar <strong>dos</strong> impactos<br />
por conta do menor crescimento<br />
econômico e alta da depreciação<br />
em função da redução do IPI,<br />
a corretora manteve o preço alvo<br />
de R$ 37,54 para ação da<br />
Localiza e a recomendação<br />
acima da m<strong>é</strong>dia do mercado<br />
“por continuar apresentando alta<br />
rentabilidade, pelo seu modelo<br />
de negócios flexível <strong>que</strong> permite<br />
ajustar o tamanho da frota<br />
sem reduzir ganhos de volume,<br />
e pela sua solidez financeira”.<br />
Ontem, os pap<strong>é</strong>is da empresa<br />
subiram 3,85% a R$ 30,22.<br />
DURATEX SOFISA PROVENTOS CURSO DE FINANÇAS<br />
13,30<br />
17/JUL<br />
Ações da Lojas Americanas estão atrativas<br />
Cotadas a R$ 13,30 após fecharem o pregão de ontem com alta<br />
de 1,76%, as ações preferenciais da Lojas Americanas (LAME4)<br />
estão em patamar interessante para os investidores <strong>que</strong> desejarem<br />
ganhar exposição ao papel. De acordo com Raphael Figueredo,<br />
analista gráfico da Icap Corretora, a ação entra em ponto de<br />
compra após fechar acima de R$ 13,36, com objetivo final em<br />
R$ 15,00. Antes de atingir esse preço, contudo, a ação LAME4<br />
deve romper duas resistências (pontos <strong>que</strong>, se supera<strong>dos</strong>, indicam<br />
a possibilidade de continuidade de movimento de alta da ação),<br />
em R$ 13,88 e R$ 14,50. “O volume tem sido bom na compra, mas,<br />
para o gráfico semanal, <strong>é</strong> imprescindível <strong>que</strong> volte a trabalhar acima<br />
de R$ 13,88 para afastar de vez o perigo de qual<strong>que</strong>r precipitação<br />
na venda”, informa Figueredo. Segundo o analista, o motivo<br />
da compra <strong>é</strong> <strong>que</strong> a ação segue bem configurada em tendência<br />
de alta no curto prazo. Recentemente, o ativo fez um fundo quando<br />
testou o suporte (patamar <strong>que</strong>, se perdido, aponta para uma<br />
chance de <strong>que</strong>da em sequência) e “divisor de águas” de R$ 12,70.<br />
“É o estilo clássico da análise gráfica: caiu, comprou, acreditando<br />
na manutenção da tendência de alta”, explica. Por outro lado, se<br />
o papel reverter o movimento e passar a recuar, o stop loss<br />
(ponto em <strong>que</strong> o investidor deve zerar a posição) deve ser fixado<br />
em R$ 12,95. Abaixo disso são encontra<strong>dos</strong> os suportes do papel,<br />
em R$ 12,70, R$ 12,50 e o mais forte deles, R$ 12,00. Giulia Camillo<br />
Debenturista<br />
converte papel<br />
A Duratex aprovou o aumento<br />
do capital social da companhia<br />
em R$ 205,3 mil, para R$ 1,55 bilhão.<br />
A elevação ocorre mediante<br />
a emissão de 15.590 ações ordinárias,<br />
subscritas e integralizadas<br />
por debenturistas <strong>que</strong>, no último<br />
dia 10 de julho, manifestaram<br />
intenção de converter 1.559<br />
debêntures adquiridas na primeira<br />
emissão privada de debêntures<br />
conversíveis em ações. O<br />
preço unitário foi fixado em R$<br />
13,16, tendo como base o valor<br />
nominal unitário das debêntures<br />
convertidas. ■<br />
Banco paga<br />
R$ 12 milhões<br />
O Banco Sofisa, especializado<br />
em cr<strong>é</strong>dito para pe<strong>que</strong>nas e m<strong>é</strong>dias<br />
empresas (conhecido como<br />
middle market) informou ao<br />
mercado <strong>que</strong> distribuirá R$ 12<br />
milhões em juros sobre capital<br />
próprio (JCP) aos acionistas da<br />
companhia. A operação foi aprovada<br />
em reunião do conselho<br />
de administração realizada no<br />
dia 10 deste mês. Para cada ação<br />
ordinária (ON) ou preferencial<br />
(PN) será pago R$ 0,08, sendo o<br />
valor líquido R$ 0,07. A data de<br />
pagamento do provento será<br />
dia 27 deste mês. ■<br />
LOCALIZA<br />
Resultado fraco como<br />
esperado, segundo o BBI<br />
Jorge Coelho<br />
Insper prepara<br />
executivos<br />
A área de educação executiva<br />
do Insper está com inscrições<br />
abertas para o curso de curta duração<br />
Finanças para Executivos.<br />
Com duração de 48 horas, o curso<br />
visa o reforço e consolidação<br />
de conceitos financeiros para<br />
a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> <strong>que</strong>rem atuar de forma<br />
mais estrat<strong>é</strong>gica, sejam eles<br />
gestores de unidades de negócios<br />
ou outros profissionais. As<br />
aulas vão de 2 a 17 de agosto,<br />
das 9h às 18h. A matrícula deve<br />
ser feita at<strong>é</strong> o dia 30 deste mês.<br />
Mais informações pelo telefone<br />
(11) 4504-2400. ■<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 35<br />
Eletrobras emitirá R$ 1,8 bi em debêntures<br />
A Centrais El<strong>é</strong>tricas <strong>Brasil</strong>eiras (Eletrobras) planeja vender R$ 1,8 bilhão<br />
em debêntures, segundo uma pessoa familiarizada com a operação.<br />
Os bancos BTG Pactual e Santander foram contrata<strong>dos</strong> para coordenar<br />
a operação, disse a fonte <strong>que</strong> pediu para não ser identificada por<strong>que</strong> os<br />
termos da operação não foram finaliza<strong>dos</strong>. At<strong>é</strong> junho foram emiti<strong>dos</strong><br />
R$ 32,1 bilhões em debêntures, segundo a Associação <strong>Brasil</strong>eiras das<br />
Entidades <strong>dos</strong> Merca<strong>dos</strong> Financeiro e de Capitais (Anbima).<br />
Quem guarda tem<br />
O <strong>que</strong> <strong>é</strong> ser previdente? A expressão remete à necessidade<br />
de ser precavido, prudente. Em geral, nosso atos trazem<br />
efeitos ao longo de outros momentos da vida. Previdente <strong>é</strong><br />
<strong>que</strong>m consegue conectar ações presentes com efeitos futuros.<br />
Deste conceito se originam os planos de previdência.<br />
Assim, a alocação de recursos em planos previdenciários<br />
deve (ou ao menos deveria) ser precedida de reflexão<br />
<strong>que</strong> permita à família conhecer o valor <strong>que</strong> deve economizar<br />
todo mês para concretizar seus planos.<br />
Aqui devemos retomar um princípio básico de finanças<br />
pessoais: as economias não devem estar baseadas no <strong>que</strong><br />
sobra. E o passo inicial <strong>é</strong> definir os objetivos, criando espaços<br />
no orçamento para esse fim.<br />
Vencida a primeira etapa e iniciado o plano de previdência,<br />
<strong>é</strong> fundamental <strong>que</strong> a família mantenha disciplina e reveja,<br />
periodicamente, quão perto (ou longe) estão seus objetivos.<br />
Nessas revisões <strong>é</strong> importante avaliar a necessidade<br />
de alterar o plano para adequá-lo à nova realidade. Por<br />
exemplo, mudanças no<br />
patamar de carreira, um<br />
Cada vez mais<br />
seguradoras terão<br />
de incentivar<br />
clientes a alocarem<br />
recursos no<br />
longo prazo e<br />
incentivá-los<br />
a tomar a<br />
melhor decisão<br />
JOÃO BATISTA<br />
MENDES ANGELO<br />
Superintendente de<br />
produtos da <strong>Brasil</strong>prev<br />
filho <strong>que</strong> deixa de ser dependente<br />
da família, etc.<br />
Independentemente<br />
<strong>dos</strong> propósitos, <strong>é</strong> certo<br />
<strong>que</strong> os recursos aloca<strong>dos</strong><br />
em um plano devem<br />
prestar-se, prioritariamente,<br />
para viabilizar objetivos<br />
de longo prazo.<br />
Nesse sentido, a disciplina<br />
<strong>que</strong> acompanhou a família<br />
para organizar seu<br />
padrão de consumo e<br />
promover os depósitos<br />
periódicos, deve tamb<strong>é</strong>m acompanhá-la ao longo do plano.<br />
Aqui põe-se em <strong>que</strong>stão o fim dado a estes recursos no<br />
momento do resgate.<br />
Se uma pessoa resgata o dinheiro acumulado no plano<br />
de previdência antes da data prevista, estaria agindo<br />
mal? Depende. Em linhas gerais, podemos considerar<br />
um resgate como inadequado quando o investidor utiliza<br />
seus recursos deteriorando o patrimônio acumulado durante<br />
anos, comprando um bem pouco durável ou atendendo<br />
a uma necessidade pontual de consumo. O perigo<br />
<strong>é</strong> reincorporar essas reservas (ou parte delas) ao orçamento<br />
familiar.<br />
No entanto, mesmo sendo o produto destinado a objetivos<br />
de longo prazo, <strong>é</strong> evidente <strong>que</strong> não <strong>é</strong> errado acessá-lo<br />
antes do previsto. O importante <strong>é</strong> refletir e ter certeza de<br />
<strong>que</strong> trata-se de um “motivo nobre”, ponderando se a interrupção<br />
<strong>dos</strong> aportes ou o sa<strong>que</strong> são apropria<strong>dos</strong> (caso de<br />
desemprego, por exemplo). O mercado de previdência privada<br />
aberta no <strong>Brasil</strong> ainda <strong>é</strong> novo e está amadurecendo.<br />
Cada vez mais seguradoras terão de incentivar clientes a<br />
alocarem, em seus planos, recursos cujo objetivo seja de<br />
longo prazo e apoiá-los no momento do resgate, auxiliando-os<br />
a tomar a melhor decisão. É grande o desafio para<br />
as famílias em promover as reflexões aqui propostas. No<br />
entanto, com o progresso econômico do país, amparado<br />
na melhoria na renda <strong>dos</strong> trabalhadores e por programas<br />
<strong>que</strong> estimulam a educação financeira, existem condições<br />
para <strong>que</strong>, maduras, as famílias possam refletir, discutir e<br />
fazer escolhas para garantir melhor qualidade de vida ao<br />
longo de to<strong>dos</strong> os ciclos <strong>que</strong> vivenciamos. ■
36 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
MUNDO<br />
Editor executivo: Gabriel de Sales gsales@brasileconomico.com.br<br />
Política <strong>fiscal</strong> <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong> está<br />
insustentável, avalia <strong>Bernanke</strong><br />
Presidente do Fed indica, no relatório entregue ao Congresso, <strong>que</strong> pode adotar novos estímulos à economia<br />
Niviane Magalhães<br />
nmagalhaes@brasileconomico.com.br<br />
“A economia <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong><br />
continua se recuperando,<br />
mas a atividade econômica desacelerou<br />
no primeiro semestre<br />
deste ano”, aponta <strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong>,<br />
presidente do Federal<br />
Reserve (Fed, o banco central<br />
americano), no relatório sobre<br />
Política Monetária do país,<br />
apresentado ao Congresso. Ele<br />
indica ainda <strong>que</strong> a autoridade<br />
monetária está pronta para dar<br />
mais ajuda monetária.<br />
“As políticas fiscais <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong> estão em um caminho<br />
insustentável, e o desenvolvimento<br />
de um plano de m<strong>é</strong>dio<br />
prazo para controlar o d<strong>é</strong>ficit deve<br />
ser prioridade”, afirma o dirigente<br />
do Fed. Al<strong>é</strong>m disso, as<br />
condições no mercado de trabalho<br />
pioraram. A economia americana<br />
gerava cerca de 200 mil<br />
vagas mensais no início do ano,<br />
mas no segundo trimestre essa<br />
taxa era de 75 mil novos postos<br />
de trabalho por mês.<br />
Em relação aos gastos das famílias,<br />
o relatório mostra <strong>que</strong> continuam<br />
avançando, mas em ritmo<br />
menor. A redução no preço da<br />
energia está elevando o poder de<br />
compra do americano, mas ainda<br />
a preocupação com o emprego<br />
e a renda afetam diretamente<br />
O discurso de <strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong>,<br />
presidente do Federal Reserve,<br />
movimentou as principais bolsas<br />
mundiais ontem (o Ibovespa<br />
conseguiu fechar em alta de<br />
0,95%, aos 53.909 pontos, enquanto<br />
o giro financeiro ficou<br />
em R$ 4,91 bilhões).<br />
“No começo, a fala sobre as<br />
ações <strong>dos</strong> bancos na Europa e a<br />
taxa Libor pesou um pouco,<br />
mas depois os investidores refletiram<br />
melhor e a bolsa se recuperou”,<br />
analisou Clodoir Vieira,<br />
economista da Souza Barros.<br />
Segundo o economista, o presidente<br />
da autoridade monetária<br />
“fica em cima do muro e não<br />
a confiança do consumidor.<br />
No setor de habitação houve<br />
leve melhora, principalmente<br />
por causa da diminuição das taxas<br />
de hipotecas. No entanto,<br />
os possíveis compradores de<br />
imóveis novos e usa<strong>dos</strong> estão<br />
pessimistas com suas finanças e<br />
com a economia em geral.<br />
Outro fator <strong>que</strong> está penalizando<br />
os potenciais compradores<br />
<strong>é</strong> o cr<strong>é</strong>dito apertado e o alto<br />
peso das dívidas imobiliárias.<br />
De acordo com o relatório, alguns<br />
deles devem mais do <strong>que</strong><br />
suas casas valem.<br />
No segundo trimestre, al<strong>é</strong>m<br />
do fraco desempenho na produção<br />
da indústria, os gastos das<br />
empresas com equipamentos e<br />
softwares tamb<strong>é</strong>m desaceleraram.<br />
Indicadores de projeção futura<br />
mostram menos investimentos.<br />
Esta redução está ligada<br />
diretamente à <strong>situação</strong> na Europa,<br />
al<strong>é</strong>m do arrefecimento<br />
nas economias de outros parceiros<br />
comerciais, limitando a demanda<br />
por exportações <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong>.<br />
“Nossas projeções de crescimento<br />
do PIB para este ano estão<br />
entre 1,9% e 2,4% e para 2013,<br />
entre 2,2% e 2,8%. São previsões<br />
inferiores às <strong>que</strong> fizemos em janeiros,<br />
por causa das tensões financeiras<br />
na Europa, <strong>que</strong> estão<br />
afetando a atividade econômica<br />
diz se a economia vai melhorar<br />
ou piorar. No entanto, ele disse<br />
<strong>que</strong> o risco de inflação nos Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong> está baixo, o <strong>que</strong> sinaliza<br />
<strong>que</strong> a economia vai continuar<br />
desa<strong>que</strong>cida”.<br />
Apesar do tom pessimista no<br />
início do discurso, <strong>Bernanke</strong><br />
não mostrou nenhuma novidade<br />
em relação à <strong>situação</strong> econômica<br />
e ainda sinalizou <strong>que</strong> está<br />
disposto a liberar novas medidas<br />
de estímulo. Com isso, as bolsas<br />
americanas fecharam com avanço<br />
(o índice Dow Jones registrou<br />
alta de 0,62%; o S&P 500 de<br />
0,74%; e o Nasdaq 0,45%).<br />
Outro ponto <strong>que</strong> colaborou para<br />
os ganhos foi <strong>que</strong> a confiança<br />
do setor de construção <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />
Uni<strong>dos</strong> melhorou em julho.<br />
Outro sinal positivo foi a alta de<br />
dom<strong>é</strong>stica”, afirma <strong>Bernanke</strong>.<br />
“O mercado imobiliário tem<br />
melhorado, mas a contribuição<br />
para a recuperação <strong>é</strong> menor do<br />
<strong>que</strong> nos anos anteriores”, indica<br />
o relatório. Para o presidente<br />
do Fed, estes pontos devem ser<br />
ameniza<strong>dos</strong> ao longo do tempo<br />
e melhorar o mercado de traba-<br />
0,45 da produção industrial americana<br />
em junho (ver gráfico).<br />
Já na Europa, as notícias não<br />
foram positivas. O discurso de<br />
<strong>Bernanke</strong> mostrou <strong>que</strong> a crise<br />
na Zona do Euro ainda pode piorar.<br />
No entanto, a instituição<br />
acredita <strong>que</strong> as autoridades europeias<br />
têm recursos suficientes<br />
para resolver a crise.<br />
“A Europa tem <strong>que</strong> fazer um<br />
ajuste <strong>fiscal</strong> e terá <strong>que</strong> ter um<br />
Banco Central <strong>que</strong> tome conta<br />
de tudo, mas fazer isso gera<br />
uma <strong>situação</strong> muito complicada,<br />
pois tira a independência de<br />
cada país”, explicou.<br />
Com isso, o índice CAC 40, da<br />
França, perdeu 0,09%; na Alemanha,<br />
o DAX subiu 0,18%; enquanto<br />
no Reino Unido, o FTSE<br />
100 desvalorizou 0,59%. ■ N.M.<br />
lho. A projeção da taxa de desemprego<br />
para 2014 <strong>é</strong> de 7%.<br />
Na inflação, após atingir 3,5%<br />
no primeiro trimestre por conta<br />
<strong>dos</strong> gastos com energia, a <strong>que</strong>da<br />
nos preços de petróleo trouxe a<br />
taxa para 1,5% nos primeiros cinco<br />
meses. A projeção para este<br />
ano fica entre 1,2% e 1,7%. ■<br />
SINAL TRANQUILIZADOR<br />
Produção industrial <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong><br />
ficou em linha com a previsão*<br />
1,20<br />
1,06<br />
0,75<br />
0,30<br />
-0,15<br />
-0,60<br />
JUN/11<br />
JAN/12<br />
Karen Bleier/AFP<br />
Fed movimenta, mas não prejudica merca<strong>dos</strong><br />
Fala de <strong>Bernanke</strong> coincide com<br />
da<strong>dos</strong> econômicos positivos<br />
e não chega a prejudicar bolsas<br />
<strong>Bernanke</strong>:am<strong>é</strong>dioprazo,planoparacontrolard<strong>é</strong>ficitdeveserprioridade<br />
0,41<br />
JUN<br />
Fontes: Federal Reserve e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />
*em % sobre o mês anterior<br />
SEM TENSÃO<br />
Câmbio em<br />
linha com<br />
o discurso<br />
Apesar da apreensão inicial,<br />
dólar fechou em baixa<br />
frente às principais moedas<br />
Após a apreensão do mercado<br />
no início do discurso de <strong>Ben</strong><br />
<strong>Bernanke</strong> ter gerado uma valorização<br />
do dólar frente ao real,<br />
conforme a autoridade prosseguia<br />
com seu discurso, os investidores<br />
se acalmaram e reverteram<br />
a trajetória da moeda<br />
americana, <strong>que</strong> terminou em<br />
baixa frente a maior parte das<br />
divisas globais. Ante o real, o<br />
dólar recuou 0,73%, negociado<br />
a R$ 2,020 para compra e<br />
R$ 2,022 para venda.<br />
Num primeiro<br />
momento, investidores<br />
iniciaram uma corrida<br />
em busca de dólares<br />
“O <strong>Bernanke</strong> teve sucesso na<br />
explanação dele. A melhora do<br />
dia se deve à postura adotada,<br />
de falar da economia americana<br />
e da economia europeia como<br />
um todo”, afirma Reginaldo Galhardo,<br />
gerente de câmbio da<br />
Treviso Corretora.<br />
Em um primeiro momento,<br />
como o presidente do Fed não<br />
anunciou o programa de estímulos<br />
(Quantitative Easing, QE3)<br />
esperado por parte do mercado,<br />
os investidores iniciaram uma<br />
corrida por dólares.<br />
“Ao longo do discurso, ele<br />
foi esclarecendo o porquê de<br />
não tomar uma medida mais<br />
drástica, <strong>que</strong> a preocupação dele<br />
<strong>é</strong> com o futuro, de não fazer<br />
com <strong>que</strong> a medida se torne um<br />
arcabouço para a economia<br />
americana”, explica Galhardo.<br />
“Isso tranquilizou o mercado,<br />
<strong>que</strong> entendeu <strong>que</strong> a política monetária<br />
<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> está<br />
bastante consciente”. ■ Lucas<br />
Bombana
Pedro Ladeira/AFP<br />
Giuseppe Mandara (de camisa branca): negócios com a máfia<br />
Rei da muçarela<br />
<strong>é</strong> detido na Itália<br />
Giuseppe Mandara, <strong>que</strong> se diz o<br />
“Armani da Muçarela” <strong>é</strong> acusado<br />
de ligações com a Camorra<br />
A polícia italiana prendeu ontem<br />
o maior produtor de muçarela<br />
de búfala por suas conexões<br />
com a máfia napolitana, a Camorra.<br />
Segundo os investigadores,<br />
Giuseppe Mandara, <strong>que</strong><br />
sempre se apresentou como o<br />
“Armani da Muçarela”, mantinha<br />
relações comerciais com a<br />
temida organização criminosa<br />
<strong>dos</strong> Casalesi, um <strong>dos</strong> clãs mais<br />
poderosos da Camorra.<br />
A polícia apreendeu bens no<br />
valor de cerca de ¤ 100 milhões<br />
pertencentes a Mandara, o dono<br />
de uma das maiores marcas<br />
de exportação de muçarela de<br />
búfala, <strong>que</strong> a Itália vende para<br />
vários países da Europa, assim<br />
como Japão e Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.<br />
A empresa de Mandara <strong>é</strong> acusada<br />
de ter enganado os consu-<br />
O banco britânico HSBC e sua filial<br />
norte-americana ocultaram<br />
suas operações com o Irã<br />
por seis anos, totalizando um<br />
valor de US$ 16 bilhões, violando<br />
as regras norte-americanas<br />
sobre transparência, informou,<br />
ontem, um relatório do Senado<br />
<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.<br />
Os executivos do HSBC sabiam<br />
das “transações iranianas ocultas”<br />
desde 2001, mas permitiram<br />
<strong>que</strong> fossem realizadas 25.000 tran-<br />
midores misturando leite de búfala<br />
com leite de vaca e de eti<strong>que</strong>tar<br />
o <strong>que</strong>ijo provolone comum<br />
como se fosse um <strong>que</strong>ijo<br />
de maior qualidade.<br />
O grupo de Mandara tamb<strong>é</strong>m<br />
<strong>é</strong> acusado de comercializar substâncias<br />
nocivas, depois <strong>que</strong> foram<br />
encontradas em suas instalações<br />
duas toneladas de moçarela<br />
contaminadas com pó de cerâmica.<br />
Contatado pela AFP, um<br />
porta-voz do Gruppo Alival, o<br />
maior sócio de Mandara, se negou<br />
a comentar a notícia.<br />
Em uma entrevista de 2010<br />
publicada no site denaro.it,<br />
Mandara assegura <strong>que</strong> seu grupo<br />
emprega 180 pessoas e produz<br />
78.000 <strong>que</strong>ijos por dia.<br />
Segundo a imprensa local, a<br />
companhia de Mandara produzia<br />
duas toneladas de muçarela<br />
de búfala por dia, tanto para o<br />
mercado interno como para a<br />
exportação. ■ AFP<br />
HSBC realizou transações<br />
de US$ 16 bi com o Irã<br />
Operações, reveladas em<br />
relatório do Senado <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong>,<br />
violam as regras americanas<br />
Salário do Rei da Espanha reduzido em 7,1%<br />
A iniciativa <strong>é</strong> do próprio rei Juan Carlos em acordo com as novas<br />
medidas de austeridade aprovadas na sexta-feira passada pelo governo<br />
espanhol, informou ontem a Casa Real. A decisão do rei representa<br />
uma redução de ¤ 20.910 em seu salário, sem impostos, enquanto<br />
<strong>que</strong> seu filho e herdeiro, Felipe de Borbón, receberá ¤ 10.455 a menos,<br />
ao mesmo tempo em <strong>que</strong> o resto da famíla real tamb<strong>é</strong>m verá reduzi<strong>dos</strong><br />
seus gastos de representação. AFP<br />
AFP<br />
sações at<strong>é</strong> 2007, de acordo com investigações<br />
do Senado relacionadas<br />
com a segurança interna.<br />
No relatório de 330 páginas,<br />
são registradas transações mediante<br />
as quais os fun<strong>dos</strong> eram<br />
envia<strong>dos</strong> aos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e<br />
logo retira<strong>dos</strong> do país, por um<br />
total de US$ 19,4 bilhões. Desse<br />
montante, um total de US$ 16 bilhões<br />
em operações foram realiza<strong>dos</strong><br />
sem <strong>que</strong> a conexão com o<br />
Irã fosse revelada.<br />
Os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> proíbem<br />
relações comerciais e financeiras<br />
com Irã, Coreia do Norte e<br />
Sudão. ■ Reuters<br />
Gr<strong>é</strong>cia tenta negociar<br />
empr<strong>é</strong>stimo-ponte<br />
País corre o risco de ficar sem dinheiro nas próximas semanas, caso<br />
não consiga a ajuda de emergência <strong>dos</strong> credores internacionais<br />
Lefteris Papadimas<br />
Reuters, Atenas<br />
A endividada Gr<strong>é</strong>cia está buscando<br />
um empr<strong>é</strong>stimo-ponte<br />
junto a credores internacionais<br />
do país para cobrir suas necessidades<br />
financeiras at<strong>é</strong> agosto,<br />
afirmou ontem uma fonte do Minist<strong>é</strong>rio<br />
das Finanças.<br />
Atenas ficará sem dinheiro<br />
em semanas se não conseguir<br />
acessar mais financiamentos da<br />
União Europeia (UE) e do Fundo<br />
Monetário Internacional<br />
(FMI), mas a próxima parcela<br />
do resgate não deve ser liberada<br />
at<strong>é</strong> setembro.<br />
Os parceiros europeus da Gr<strong>é</strong>cia<br />
— <strong>que</strong> <strong>que</strong>rem ver progressos<br />
NA CÂMERA DO BEIJO<br />
nas reformas antes de liberar essa<br />
ajuda — prometeram cobrir as<br />
necessidades do país at<strong>é</strong> agosto,<br />
quando ¤ 3,3 bilhões em títulos<br />
vencerão, mas ainda não especificaram<br />
como isso será feito. “Nós<br />
estamos lutando para garantir<br />
um empr<strong>é</strong>stimo-ponte at<strong>é</strong> setembro”,<br />
disse uma autoridade<br />
do Minist<strong>é</strong>rio das Finanças grego,<br />
em condição de anonimato.<br />
O presidente do Eurogrupo<br />
(grupo formado por ministros<br />
das Finanças da Zona do Euro),<br />
Jean-Claude Juncker, buscou<br />
tranquilizar os investidores e a<br />
própria Gr<strong>é</strong>cia, e afirmou na semana<br />
passada <strong>que</strong> at<strong>é</strong> agosto haverá<br />
uma solução para a <strong>situação</strong><br />
de financiamento do país.<br />
Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 37<br />
Uma reportagem publicada<br />
no final de semana sugeriu <strong>que</strong><br />
o Banco Central Europeu (BCE)<br />
poderia considerar um atraso<br />
no pagamento <strong>dos</strong> títulos em<br />
agosto, mas autoridades da<br />
União Europeia disseram <strong>que</strong> as<br />
discussões sobre as necessidades<br />
de financiamento só poderiam<br />
começar depois da visita<br />
<strong>dos</strong> credores a Atenas.<br />
Inspetores da troika — grupo<br />
formado por BCE, UE e FMI —<br />
voltarão à Atenas em 24 de julho,<br />
e o novo governo conservador<br />
da Gr<strong>é</strong>cia está preparando propostas<br />
para cortes de gastos no<br />
valor de ¤ 11,7 bilhões em 2013 e<br />
2013, exigi<strong>dos</strong> sob os termos do<br />
último pacote de resgate. ■<br />
Jonathan Ernst/Reuters<br />
O presidente Barack Obama e seu vice, Joe Biden, foram sauda<strong>dos</strong> com gritos de<br />
“USA, USA” ao se instalarem, no Verizon Center, em Washington para assistir<br />
ao jogo de bas<strong>que</strong>te preparatório para a Olimpíada de Londres entre as seleções <strong>dos</strong><br />
Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e do <strong>Brasil</strong>, segunda-feira à noite. Mas o presidente foi vaiado quando<br />
ele e a primeira-dama, Michelle, apareceram na “câmera do beijo” sem se beijarem.<br />
A “Kiss-cam” capta imagens de casais na plateia, mostrando-os no telão do<br />
ginásio e estimulando-os a se beijarem. Já quase no fim do jogo, o casal presidencial<br />
voltou a aparecer no telão, e dessa vez o beijo saiu . O presidente causou uma<br />
mini-polêmica ao dizer <strong>que</strong> o atual time <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong> “tem talentos inacreditáveis”<br />
e deve trazer o ouro de Londres, mas <strong>que</strong>, por “uma <strong>que</strong>stão de geração”, prefere<br />
o “Dream Team” de 20 anos atrás. A seleção brasileira chegou ter vantagem<br />
de dez pontos, mas acabou derrotada por 80 a 69. Reuters
38 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
MUNDO<br />
Erika Solomon e Mariam Karouny<br />
Reuters, Beirute<br />
Damasco registrou, ontem, confrontos<br />
entre rebeldes e forças governamentais<br />
pelo terceiro dia seguido,<br />
nos mais violentos combates<br />
na capital síria em 17 meses<br />
de rebelião contra o presidente<br />
Bashar al Assad. Forças de segurança<br />
e veículos blinda<strong>dos</strong> cercaram<br />
áreas rebeldes como o bairro<br />
de Midan, mas foram incapazes<br />
de expulsar os combatentes.<br />
Um vídeo divulgado pela oposição<br />
mostrava homens de jeans<br />
escondi<strong>dos</strong> atrás de sacos de<br />
areia em becos, disparando granadas<br />
de propulsão e metralhadoras.<br />
Rebeldes <strong>que</strong>imaram pneus e<br />
blo<strong>que</strong>aram algumas ruas para<br />
proteger os combatentes.<br />
O governo pouco disse sobre o<br />
avanço do conflito para a capital.<br />
A TV estatal informou na segun-<br />
Bagdá pede a<br />
iraquianos <strong>que</strong><br />
saiam da Síria<br />
da-feira <strong>que</strong> as forças do governo<br />
estavam buscando “grupos terroristas”<br />
escondi<strong>dos</strong> em alguns<br />
bairros de Damasco.<br />
Um combatente disse à Reuters<br />
<strong>que</strong> os rebeldes continuam<br />
lutando por<strong>que</strong> não têm como recuar<br />
para áreas mais seguras. “Se<br />
eles pudessem sair, sairiam”.<br />
Ativistas da oposição disseram<br />
<strong>que</strong> a ocorrência de combates no<br />
coração do poder de Assad mostra<br />
<strong>que</strong> os rebeldes estão perdendo<br />
o medo das forças governamentais.<br />
“Quando você volta<br />
seus canhões para o coração de<br />
Damasco, para Midan, você perdeu<br />
a cidade”, disse o ativista<br />
Imad Moaz, de Damasco. “Os rebeldes<br />
têm o apoio de famílias<br />
em toda a cidade.”<br />
O Observatório Sírio de Direitos<br />
Humanos disse <strong>que</strong> os combates<br />
se espalharam desde a noite<br />
de domingo para outras áreas da<br />
capital, e <strong>que</strong> helicópteros bombardearam<br />
alguns bairros.<br />
A violência continua desenfreada<br />
em outros pontos do país.<br />
O Observatório, com sede na Grã-<br />
Bretanha, disse ter recebido relatos<br />
de <strong>que</strong> mais de 150 pessoas foram<br />
mortas na segunda-feira.<br />
Na frente diplomática, o mediador<br />
internacional, Kofi Annan,<br />
reuniu-se em Moscou com<br />
o presidente Vladimir Putin, mas<br />
a Rússia parece relutante em ceder<br />
aos pedi<strong>dos</strong> para <strong>que</strong> pare de<br />
proteger Assad.<br />
Na segunda-feira, o chanceler<br />
russo, Sergei Lavrov, acusou o<br />
Ocidente de incluir “elementos<br />
de chantagem” em uma proposta<br />
de resolução <strong>que</strong> renova o mandato<br />
da missão de observação da<br />
ONU na Síria, mas inclui ameaças<br />
de sanção. A Rússia <strong>que</strong>r a<br />
aprovação de outra versão do texto,<br />
mas sem falar em sanções. ■<br />
DISSIPANDO TENSÕES<br />
Presidente tunisiano visita a França,<br />
país <strong>que</strong> apoiou o antigo regime de <strong>Ben</strong> Ali<br />
A visita de Moncef Marzouki, iniciada ontem <strong>é</strong> altamente simbólica,<br />
pois tem o objetivo de dissipar as tensões geradas pelo apoio de Paris<br />
ao antigo regime do ex-presidente <strong>Ben</strong> Ali. Marzouki se reuniu, ontem,<br />
com o presidente francês, François Hollande e hoje pronunciará um<br />
discurso na Assembleia Nacional (Câmara Baixa), uma honra <strong>que</strong> antes<br />
dele havia sido reservada a somente 16 líderes estrangeiros. AFP<br />
Combates entre Ex<strong>é</strong>rcito e rebeldes<br />
se intensificam na capital síria<br />
Violentos confrontos prosseguiam, ontem, pelo terceiro dia seguido em Damasco e em outras regiões do país<br />
INSEGURANÇA<br />
O Ira<strong>que</strong>, ainda conturbado por<br />
episódios de violência, após a retirada<br />
das tropas norte-americans,<br />
pediu aos seus cidadãos<br />
<strong>que</strong> vivem na Síria para voltar<br />
para casa por causa da escalada<br />
do conflito em seu vizinho. O<br />
gabinete iraquiano expressou<br />
preocupação com o “número<br />
crescente de incidentes de homicídio<br />
e agressão a iraquianos<br />
<strong>que</strong> vivem na Síria”, disse o porta-voz<br />
do governo Ali al-Dabbagh<br />
em comunicado.<br />
A <strong>situação</strong> da segurança no<br />
Ira<strong>que</strong> ainda <strong>é</strong> perigosa, apesar<br />
de um abrandamento na violência<br />
sectária pós-guerra, <strong>que</strong> matou<br />
dezenas de milhares de pessoas<br />
em 2006-2007. No mês passado,<br />
pelo menos 237 pessoas foram<br />
mortas e 603 ficaram feridas<br />
em ata<strong>que</strong>s de militantes.<br />
Cerca de 87 mil iraquianos foram<br />
para a Siria durante a violência<br />
secretária pós-guerra. ■<br />
Aseel Kami, Reuters<br />
LUTA E RECONCILIAÇÃO<br />
Philippe Wojazer/Reuters<br />
O ex-presidente americano Bill Clinton visitou, ontem, o líder sul-africano<br />
Nelson Mandela em Qunu, povoado do sudeste do país, onde o herói da luta contra o<br />
apartheid passou parte de sua infância e onde comemora hoje seus 94 anos. Clinton<br />
inaugurou uma biblioteca na escola primária No-Moscow local na companhia da<br />
esposa de Mandela, Graça Machel, e de sua filha Zindzi. Depois plantou uma árvore no<br />
Jardim da Recordação, onde estão enterra<strong>dos</strong> os chefes tradicionais locais. O 18 de<br />
julho, dia do aniversário de Mandela, <strong>é</strong> uma data importante na África do Sul, ocasião<br />
para multiplicar as homenagens, as boas ações e tamb<strong>é</strong>m os debates críticos sobre<br />
a melhor maneira de prosseguir com sua luta pelo trabalho de reconciliação. AFP<br />
Pneusincendia<strong>dos</strong>emDamascoparaimpediravançodastropasoficiais<br />
Reuters<br />
“TRANSIÇÃO”<br />
General <strong>que</strong><br />
desertou está<br />
em Paris<br />
AFP<br />
O general Manaf Tlass, o oficial<br />
de maior patente <strong>que</strong> desertou<br />
do ex<strong>é</strong>rcito sírio e considerado ligado<br />
ao presidente Bashar al Assad,<br />
anunciou <strong>que</strong> se encontra<br />
em Paris e <strong>que</strong> deseja uma transição<br />
construtiva em seu país, em<br />
um comunicado transmitido,<br />
ontem, à AFP.<br />
No texto assinado “general Manaf<br />
Tlass, Paris, 17 de julho de<br />
2012”, o oficial deseja “<strong>que</strong> o país<br />
saia da crise mediante uma fase<br />
de transição construtiva <strong>que</strong> garanta<br />
à Síria sua unidade, sua estabilidade<br />
e sua segurança, assim<br />
como as aspirações legítimas de<br />
seu povo”. E expressa sua “ira e<br />
dor por ver o ex<strong>é</strong>rcito levado a<br />
travar um combate contrário a<br />
seus princípios”.<br />
Esta primeira declaração direta<br />
à imprensa acontece depois do<br />
anúncio, em 6 julho, de sua deserção.<br />
O general acusou o poder de<br />
ter a maior parte da responsabilidade<br />
na atual crise na Síria. ■ AFP
PONTO FINAL<br />
IDEIAS/DEBATES pontofinal@brasileconomico.com.br<br />
Orlando Octávio de Freitas Jr.<br />
Sócio da área de mercado empreendedor da KPMG no <strong>Brasil</strong><br />
Um novo padrão contábil<br />
Há quase cinco anos, era promulgada a Lei 11.638/07, <strong>que</strong> trata da convergência<br />
do padrão contábil brasileiro para as chamadas IFRS — International<br />
Financial Reporting Standards, ou normas internacionais de contabilidade,<br />
adotadas atualmente por mais de 100 países. A nova legislação estabeleceu<br />
<strong>que</strong> tais normas deveriam ser adaptadas à realidade brasileira e, a partir dessa<br />
adequação, passassem a valer efetivamente para as demonstrações financeiras<br />
de 2010 das empresas de capital aberto (listadas em bolsa) e para grandes<br />
corporações de capital fechado (com faturamento acima de R$ 300 milhões<br />
ao ano). Empresas, seus contadores, auditores, órgãos reguladores e<br />
normativos, entidades representativas de profissionais e demais instituições<br />
envolvidas nesse segmento esforçaram-se ao máximo para cumprir o <strong>que</strong><br />
foi estabelecido na lei. Tal esforço não foi em vão, e o <strong>Brasil</strong> <strong>é</strong> hoje reconhecido<br />
como um <strong>dos</strong> integrantes da comunidade <strong>que</strong> adota de fato as IFRS.<br />
Como em todo processo de evolução de padronização de normas, as IFRS estão<br />
expandindo sua aplicabilidade, deixando de se restringir às empresas de capital<br />
aberto e às grandes empresas para serem adotadas por todas as corporações de<br />
qual<strong>que</strong>r tamanho e nível de faturamento. Embora não haja, de fato, qual<strong>que</strong>r penalidade<br />
pelo não cumprimento desta regulamentação, o fato <strong>é</strong> <strong>que</strong> a conversão<br />
das empresas às normas <strong>é</strong> uma oportunidade e o grande desafio <strong>que</strong> se apresenta<br />
para os próximos anos está em formar e capacitar profissionais para a tarefa.<br />
Certamente haverá vários obstáculos. Mas temos certeza de <strong>que</strong> o atual<br />
processo garantirá evolução à gestão das empresas. Entre suas vantagens, está<br />
a adoção de um padrão internacionalmente aprovado e reconhecido. Com<br />
isso, as empresas estarão melhor preparadas em termos de governança, com<br />
suas demonstrações financeiras adequadas à análise, inclusive de agentes internacionais,<br />
abrindo espaço especialmente para o acesso e barateamento do<br />
cr<strong>é</strong>dito no sistema financeiro e de outras fontes de recursos. Al<strong>é</strong>m, <strong>é</strong> claro, de<br />
proporcionar maior segurança para a expansão geográfica, seja pelo estabelecimento<br />
de parcerias, joint ventures ou acor<strong>dos</strong> com fornecedores internacionais,<br />
seja pela abertura de escritórios, representações ou plantas fora do país.<br />
Precisamos tornar a adoção do padrão internacional<br />
de contabilidade uma ferramenta de desenvolvimento<br />
para as empresas e para todo o mercado<br />
A adoção das IFRS <strong>é</strong>, portanto, um <strong>dos</strong> pilares para garantir a conquista da<br />
“Cidadania Corporativa”, especialmente para empresas jovens, de pe<strong>que</strong>no<br />
porte ou sob gestão familiar ainda não profissionalizada. Pode parecer simplificação<br />
lançar mão do termo “Cidadania Corporativa” neste debate, mas um<br />
percentual significativo de corporações no <strong>Brasil</strong> ainda não <strong>é</strong> reconhecido e<br />
respeitado por sua relevância em nossa sociedade. A conquista desse reconhecimento<br />
passa, sem dúvida, pelo desenvolvimento de instrumentos de<br />
governança, dentre os quais as IFRS são importante componente.<br />
O desafio não <strong>é</strong> simples de ser suplantado. Precisamos garantir o ensino<br />
das normas internacionais aos profissionais já atuantes, formar pessoal para a<br />
nova realidade, organizar as corporações para <strong>que</strong> estejam preparadas para<br />
assumir a mudança e tornar a adoção do padrão internacional de contabilidade<br />
uma ferramenta de desenvolvimento para as empresas e para todo o mercado.<br />
Trabalho não falta, mas os resulta<strong>dos</strong> tendem a ser ótimos para to<strong>dos</strong>. ■<br />
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos<br />
Diretor-Presidente Jos<strong>é</strong> Mascarenhas<br />
Diretor Executivo Ricardo Galuppo<br />
Publisher Ricardo Galuppo<br />
Diretor de Redação Joaquim Castanheira<br />
Diretor Adjunto Octávio Costa<br />
Editores Executivos Adriana Teixeira,<br />
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BRASIL ECONÔMICO<br />
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Japão analisa usinas suscetíveis a terremotos<br />
Rodrigo Sias<br />
Economista do Instituto de Economia da Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)<br />
A controv<strong>é</strong>rsia do euro<br />
Robert Mundell ganhou o prêmio Nobel de Economia em 1999 por seus trabalhos<br />
acadêmicos sobre as “zonas monetárias ótimas”, nos quais analisava<br />
quando seria propícia a criação de uma moeda comum entre dois ou mais<br />
países. Por conta desses estu<strong>dos</strong>, ele <strong>é</strong> considerado o “pai intelectual” do euro.<br />
Para Mundell, a Europa poderia ser uma zona monetária ótima caso algumas<br />
condições fossem atendidas: os preços e salários deveriam ser flexíveis,<br />
deveria haver livre movimentação de capital e os governos deveriam permitir<br />
a deflação relativa da economia, mantendo orçamentos equilibra<strong>dos</strong>. Caso<br />
algum país dentro da zona monetária experimentasse d<strong>é</strong>ficits persistentes<br />
em seu balanço de pagamento, os salários e preços deveriam cair. Isso seria<br />
equivalente a uma depreciação de sua taxa de câmbio, o <strong>que</strong> permitiria o<br />
reequilíbrio das contas pelo aumento de competitividade.<br />
Inspirado nos mecanismos descritos por Mundell, a União Europeia exige<br />
<strong>que</strong> os países membros possuam d<strong>é</strong>ficits públicos reduzi<strong>dos</strong>, livre movimento<br />
de produtos, pessoas, serviços e capital, al<strong>é</strong>m da padronização de legislações<br />
e flexibilidade na mão de obra. Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia<br />
em 1976, não acreditava <strong>que</strong> os mecanismos descritos por Mundell<br />
funcionariam. Ele observava <strong>que</strong> os preços, em especial, salários, seriam resistentes<br />
à <strong>que</strong>da e os governos tenderiam a não deixar <strong>que</strong> a deflação corretiva<br />
fosse posta em marcha, por medo <strong>dos</strong> efeitos recessivos de curto prazo.<br />
Por conta disso, Friedman pensava <strong>que</strong> o melhor seria estabelecer uma liberalização<br />
comercial profunda, mantendo, entretanto, as moedas nacionais.<br />
As taxas de câmbio seriam as responsáveis pelos ajustes entre países superavitários<br />
e deficitários. Havendo d<strong>é</strong>ficit, a taxa de câmbio do país deficitário<br />
depreciaria at<strong>é</strong> restabelecer sua competitividade e seu equilíbrio no balanço<br />
de pagamentos, independente da flexibilidade <strong>dos</strong> preços e salários ou<br />
da disciplina do governo. Analisando a atual <strong>situação</strong> europeia, observa-se<br />
<strong>que</strong> Friedman tinha razão. Em grande parte da Europa os salários são rígi<strong>dos</strong><br />
— por leis como o seguro desemprego ou pela força <strong>dos</strong> sindicatos —, os governos<br />
não conseguem controlar gastos e a mão de obra não <strong>é</strong> tão livre. O<br />
ajuste necessário nunca veio. Ao contrário, a zona monetária comum apenas<br />
propiciou uma má avaliação de risco por parte do mercado, <strong>que</strong> emprestou<br />
continuamente aos países deficitários, acreditando no bay out europeu<br />
eterno para os devedores.<br />
Há apenas um país <strong>que</strong> funciona tal como Mundell especificava: a Alemanha.<br />
Lá, os trabalhadores aceitaram <strong>que</strong>das nos salários e o governo produz<br />
reduzido d<strong>é</strong>ficit. Com isso, a Alemanha <strong>é</strong> capaz de competir at<strong>é</strong> mesmo com<br />
a China e alcança superávits comerciais com seus vizinhos europeus, aumentando<br />
os desequilíbrios na UE. A controv<strong>é</strong>rsia entre os dois ganhadores do<br />
Nobel mostra <strong>que</strong> a União Europeia só poderá ser salva sob duas hipóteses:<br />
ou os países europeus abandonam organizadamente o euro, acabando com a<br />
união monetária e mantendo taxas de câmbio flutuantes — como propunha<br />
Friedman —, ou os países europeus tornam-se mais pareci<strong>dos</strong> com a Alemanha,<br />
conforme Mundell acreditava. Eu aposto na primeira opção. ■<br />
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Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 39<br />
O Japão está revendo da<strong>dos</strong> sismológicos das suas usinas nucleares, após<br />
a imprensa noticiar a descoberta de <strong>que</strong> mais uma instalação atômica foi<br />
construída sobre uma falha tectônica ativa. Essa revisão pode levar a uma<br />
desativação permanente de algumas usinas japonesas, alimentando o debate<br />
sobre o futuro da energia nuclear depois do desastre de Fukushima, causado por<br />
um terremoto e um tsunami. “Realizaremos audiências para ouvir as opiniões de<br />
especialistas”, disse o ministro de Com<strong>é</strong>rcio e Indústria, Yukyo Edano. Reuters<br />
A União Europeia só poderá ser salva sob duas<br />
hipóteses: ou os países abandonam organizadamente<br />
o euro ou se tornam mais pareci<strong>dos</strong> com a Alemanha<br />
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40 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
ÚLTIMA HORA<br />
Governo <strong>que</strong>r mais infraestrutura<br />
para operadoras de telefonia móvel<br />
Depois da proibição da venda de novas<br />
linhas de telefonia celular em<br />
Porto Alegre, determinada pelo Procon,<br />
o ministro interino das Comunicações,<br />
Cezar Alvarez, disse ontem<br />
<strong>que</strong> o governo está trabalhando<br />
com medidas para solucionar os<br />
problemas de qualidade das operadoras.<br />
Entre elas estão o incentivo<br />
ao compartilhamento de infraestrutura<br />
entre as empresas, regras transitórias<br />
para a Copa do Mundo e<br />
isenções tributárias para projetos<br />
de infraestrutura.<br />
“Estamos vendo o <strong>que</strong> está ao<br />
nosso alcance para ajudar as empresas<br />
a terem mais infraestrutura para<br />
dar conta do <strong>que</strong> vendem. Ao mesmo<br />
tempo, temos <strong>que</strong> cuidar para<br />
<strong>que</strong> o <strong>que</strong> vende seja atendido e o cidadão<br />
nãos seja prejudicado”.<br />
Para Alvarez, a decisão do Procon<br />
de Porto Alegre não foi estapafúrdia,<br />
e reflete um cenário em <strong>que</strong><br />
a demanda por serviços está crescendo<br />
mais <strong>que</strong> a capacidade de investimento<br />
das empresas. “É evidente<br />
<strong>que</strong> a capacidade instalada está<br />
no seu limite, as empresas reconhecem<br />
isso. A Anatel nos conta e a<br />
gente, como usuário, percebe <strong>que</strong> a<br />
qualidade vem diminuindo um pouco,<br />
em alguns lugares mais, outros<br />
menos”. O Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de<br />
Defesa do Consumidor (Idec) espera<br />
<strong>que</strong> a decisão tomada em Porto<br />
Alegre reflita no cenário de investimentos<br />
das operadoras, <strong>que</strong>, na ava-<br />
David Manning/Reuters<br />
Republicano não informará rendimento anterior a 2010<br />
Romney se nega a divulgar<br />
outras declarações de renda<br />
O pr<strong>é</strong>-candidato republicano Mitt Romney ignorou ontem<br />
a pressão para <strong>que</strong> divulgue mais declarações de<br />
renda, e sua campanha criticou o presidente Barack<br />
Obama num esforço para desviar o debate do histórico<br />
empresarial e financeiro de Romney. Romney diz <strong>que</strong><br />
não vai ceder aos apelos — inclusive de alguns colegas<br />
de partido — para <strong>que</strong> divulgue rendimentos anteriores<br />
a 2010. “No ambiente político <strong>que</strong> existe hoje, a pesquisa<br />
de oposição da campanha de Obama está procurando<br />
qual<strong>que</strong>r coisa <strong>que</strong> eles possam usar para distrair (o eleitorado)<br />
do fracasso do presidente em reacender nossa<br />
economia”, disse Romney ao site conservador National<br />
Review Online. “Simplesmente não me entusiasmo em<br />
entregar-lhes centenas ou milhares de páginas a mais<br />
para <strong>que</strong> selecionem, distorçam e mintam a respeito”,<br />
disse ele. ■ Reuters<br />
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Valter Campanato/ABr<br />
Cezar Alvarez: “Temos de cuidar para <strong>que</strong> o cidadão não seja prejudicado”<br />
liação da entidade, se concentram<br />
mais na expansão da base de clientes,<br />
em detrimento de infraestrutura<br />
para qualidade <strong>dos</strong> serviços.<br />
“Uma medida como essa vai fazer<br />
com <strong>que</strong> pelo menos se repense esse<br />
cenário”, disse o advogado da entidade,<br />
Guilherme Varella. ■ ABr<br />
Empresa contabilizou R$ 61,1 milhões em vendas<br />
Receitas da Ferbasa<br />
sobem 11,7% em junho<br />
Divulgação<br />
A Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa) registrou<br />
receita líquida de vendas de R$ 61,13 milhões em<br />
junho, alta de 11,7% em relação a igual período de 2011,<br />
quando totalizou R$ 54,73 milhões. Em maio, o faturamento<br />
foi maior, somando R$ 64,29 milhões. Na comparação<br />
com o mês anterior, a receita teve <strong>que</strong>da de 4,9%.<br />
Os volumes vendi<strong>dos</strong> no mês de junho atingiram<br />
10.816 toneladas de FeCrAC (Ferro Cromo Alto Carbono),<br />
1.604 toneladas de FeCrBC (Ferro Cromo Baixo Carbono)<br />
e 6.006 toneladas de FeSi 75% (Ferro Silício), respectivamente<br />
25,75%, 14,25% e -22,73% de variação<br />
em relação ao mesmo período de 2011.<br />
No início de julho, a Ferbasa reduziu o preço de referência<br />
do ferro cromo alto carbono (<strong>Ben</strong>chmark Europa)<br />
em 7,41% para o terceiro trimestre, para US$ 1,25<br />
por libra de cromo. ■ <strong>Brasil</strong> Econômico Online<br />
www.brasileconomico.com.br<br />
Ricardo Galuppo<br />
rgaluppo@brasileconomico.com.br<br />
Publisher<br />
O número mágico<br />
da Lei Orçamentária<br />
Existe uma armadilha embutida na Lei de Diretrizes<br />
Orçamentárias aprovada ontem pelo Congresso Nacional.<br />
Conforme o documento, o PIB do país terá um<br />
crescimento de 5,5% ao longo de 2013 — e <strong>é</strong> esse o número<br />
<strong>que</strong> será utilizado pelos parlamentares, quando<br />
chegar a hora de elaborar o orçamento propriamente<br />
dito, para definir as despesas públicas no período. É<br />
com base nessa previsão de desempenho da economia<br />
<strong>que</strong> os parlamentares definirão o valor das emendas<br />
<strong>que</strong> apresentarão ao governo para gastos públicos em<br />
suas bases. O problema <strong>é</strong> <strong>que</strong> a previsão <strong>é</strong> consideravelmente<br />
mais otimista do <strong>que</strong> os números do Banco Central<br />
— <strong>que</strong> tem se caracterizado por uma <strong>dos</strong>e de realismo<br />
superior à de outras instituições do governo. Segundo<br />
o relatório Focus divulgado na segunda-feira<br />
passada, o crescimento de 2013 deverá ficar em 4,1%<br />
(ou seja, 1,4 ponto abaixo do percentual de crescimento<br />
<strong>que</strong> o Congresso utilizará para calcular as despesas).<br />
Entre o PIB previsto pela LDO<br />
e os números do Focus, do BC,<br />
existe uma diferença de cerca<br />
de R$ 70 bilhões no PIB de 2013<br />
Por uma conta simples, tomando-se o PIB de 2011 e<br />
aplicando sobre ele o crescimento de 1,9% previsto pelo<br />
Focus (aplicando-se sobre ele o IPCA estimado pelo<br />
Focus em 4,87%), chegaríamos a um PIB de R$ 4,43<br />
trilhões este ano. É aí <strong>que</strong> vem a armadilha. Utilizando-se<br />
o mesmo crit<strong>é</strong>rio e tendo os 5,5% de crescimento<br />
previstos pela LDO como referência, o PIB de 2013<br />
seria de R$ 4,93 trilhões. Pelo número do Focus, o valor<br />
seria menor, de R$ 4,86 trilhões. A diferença, nesse<br />
caso, seria de mais ou menos R$ 70 bilhões. É muito<br />
dinheiro. O suficiente para financiar mais de oito pacotes<br />
de estímulo à indústria iguais ao baixado pelo governo<br />
dias atrás e <strong>que</strong> foi finalmente aprovado pelo<br />
Congresso na sessão de ontem. Ou seja: já na largada,<br />
o Congresso está estimando gastos superiores à capacidade<br />
de arrecadação assumida por uma das instituições<br />
de maior credibilidade do país.<br />
A consequência <strong>é</strong> mais do <strong>que</strong> previsível. Ao longo<br />
de 2013, o governo será obrigado a adotar medidas para<br />
compatibilizar o gasto com as possibilidades reais<br />
do erário público. Ao fazer isso, será acusado de descumprir<br />
o Orçamento — quando, na verdade, estará<br />
apenas tomando as medidas necessárias para se manter<br />
nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou,<br />
então, para não provocar um desarranjo inflacionário<br />
<strong>que</strong> conseguiria, única e tão somente, deixar o cenário<br />
mais confuso e retroceder à<strong>que</strong>le desatino monetário<br />
anterior ao Plano Real. Nos últimos anos, o Congresso<br />
Nacional tem se caracterizado por fugir do essencial<br />
e centrar seu esforço em iniciativas inúteis. Esta<br />
semana os parlamentares entram em recesso e,<br />
com os eventos previstos para os próximos meses (como<br />
o julgamento <strong>dos</strong> r<strong>é</strong>us do escândalo do “Mensalão”<br />
e as eleições municipais), <strong>é</strong> pouco provável <strong>que</strong> alguma<br />
medida importante seja votada em Brasília (conforme<br />
mostra a reportagem em Desta<strong>que</strong> nesta edição<br />
do BRASIL ECONÔMICO). É lamentável <strong>que</strong> seja assim.<br />
Mas, infelizmente, essa tem sido nossa realidade. ■