19.04.2013 Views

Ben Bernanke alerta que situação fiscal dos EUA é - Brasil ...

Ben Bernanke alerta que situação fiscal dos EUA é - Brasil ...

Ben Bernanke alerta que situação fiscal dos EUA é - Brasil ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

www.brasileconomico.com.br<br />

mobile.brasileconomico.com.br<br />

QUARTA-FEIRA, 18 DE JULHO, 2012<br />

ANO 4 | N O 728 | R$ 3,00<br />

De olho na Copa<br />

Multipark <strong>que</strong>r dobrar sua rede de<br />

estacionamentos at<strong>é</strong> 2014 em pontos<br />

nobres como Píer Mauá e Morumbi. ➥ P3<br />

Honda prepara o<br />

Brio “brasileiro”<br />

Montadora japonesa transfere parte da produção do<br />

sedã City para a Argentina e pode liberar linha para<br />

montagem do modelo compacto no <strong>Brasil</strong>. ➥ P16<br />

O escolhido<br />

PUBLISHER RICARDO GALUPPO<br />

DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA<br />

DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA<br />

Guido Mantega surpreende e nomeia<br />

Leonardo Pereira, ex-diretor da Gol,<br />

para assumir presidência da CVM. ➥ P31<br />

<strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong> <strong>alerta</strong> <strong>que</strong> <strong>situação</strong><br />

<strong>fiscal</strong> <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong> <strong>é</strong> “insustentável”<br />

Mas, em seu discurso no Senado, o presidente do Fed ressaltou <strong>que</strong>, se o cenário se agravar, poderá adotar novas medidas de<br />

estímulo à economia. Alarmado no primeiro momento, mercado reagiu ao longo do dia com alta nas principais bolsas. ➥ P33 e 36<br />

Corretora Aon<br />

prevê expansão<br />

de 17% na AL<br />

Novo presidente da companhia, Fernando Pereira,<br />

primeiro brasileiro a assumir o posto, conta com<br />

exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO como pretende<br />

aumentar sua presença na região. ➥ P31<br />

Alexandre Rezende<br />

Pereira: “Reconhecemos o<br />

potencial do <strong>Brasil</strong> de<br />

alavancar o crescimento”<br />

Congressoentraemrecessoe<br />

deixanafilatemasestrat<strong>é</strong>gicos<br />

Foram adiadas para depois das eleições votações importantes, como a nova repartição <strong>dos</strong> royalties, o fim do<br />

fator previdenciário e o Fundo de Participação <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong>. Essa pauta só será retomada em outubro. ➥ P4 e 5<br />

Gr<strong>é</strong>cia já negocia<br />

novo empr<strong>é</strong>stimo<br />

País europeu precisa de dinheiro para honrar títulos<br />

<strong>que</strong> somam ¤ 3,3 bilhões e vencem em setembro.<br />

União Europeia afirma <strong>que</strong> estuda ajuda. ➥ P37<br />

Otimismo <strong>dos</strong><br />

brasileiros se<br />

mant<strong>é</strong>m em alta<br />

No segundo melhor resultado <strong>dos</strong><br />

últimos meses, Ipea mostra <strong>que</strong><br />

famílias estão confiantes. ➥ P7<br />

Vale aumentará<br />

produção at<strong>é</strong><br />

o fim deste ano<br />

Relatório da empresa <strong>que</strong> será<br />

divulgado hoje prevê expansão de<br />

15%, avaliam os analistas. ➥ P18<br />

Fun<strong>dos</strong> do J.P.<br />

Morgan trocam<br />

o real pelo dólar<br />

Banco, <strong>que</strong> administra US$ 22 bi em<br />

ativos, migra para título corporativo<br />

em moeda americana. ➥ P30<br />

É hora de negociar<br />

juros menores<br />

com os bancos<br />

Com taxas baixas e calote alto,<br />

instituições estão de olho<br />

nos bons pagadores. ➥ P34<br />

INDICADORES 17.7.2012<br />

TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA<br />

Dólar comercial (R$/US$) 2,0200 2,0220<br />

Euro (R$/€)<br />

2,4892 2,4901<br />

JUROS<br />

META EFETIVA<br />

Selic (ao ano) 8,00% 7,89%<br />

BOLSAS VAR. % ÍNDICES<br />

Bovespa — São Paulo<br />

0,95 53.909,47<br />

Dow Jones — Nova York 0,62 12.805,54<br />

FTSE 100 — Londres<br />

-0,59 5.629,09<br />

Divulgação


2 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

CARTAS OPINIÃO<br />

Gostaria de fazer algumas considerações<br />

sobre o artigo “70% contra Demóstenes,<br />

86% contra Lugo”, assinado pelo jornalista<br />

Ricardo Galuppo (publicado em 13/7/2012).<br />

Há pelo menos 10 anos acompanhamos<br />

as notícias sobre figuras políticas como<br />

Hugo Chávez, Rafael Correa, Lula/Dilma,<br />

Evo Morales, Fernando Lugo, Nestor/Cristina<br />

Kirchner e Jos<strong>é</strong> Mujica. Mas esses personagens<br />

da política sul-americana são frutos do quê?<br />

Se pegarmos a história da região e<br />

analisarmos as respectivas “democracias”<br />

<strong>que</strong> havia em cada um destes países<br />

entenderemos as razões para o surgimento<br />

desses personagens. Será <strong>que</strong> lideranças<br />

como essas emergiriam de sociedades<br />

educadas, com bons IDH’s, com boa renda<br />

m<strong>é</strong>dia, com acesso a saúde, educação,<br />

trabalho, segurança? Estas figuras hoje têm<br />

este espaço e esbravejam o <strong>que</strong> esbravejam<br />

por culpa única e exclusivamente da<strong>que</strong>les<br />

<strong>que</strong> os antecederam e <strong>que</strong> não fizeram<br />

o <strong>que</strong> deveriam fazer para erradicar<br />

de vez a pobreza, a concentração de renda,<br />

a total falta de respeito com os direitos<br />

humanos, a ingerência total de suas<br />

economias, a corrupção desenfreada,<br />

a falta de planejamento de seus futuros,<br />

seguindo os ditames <strong>dos</strong> interesses externos.<br />

Devemos ter outros olhos e mentes para<br />

discernirmos a realidade <strong>que</strong> nos cerca.<br />

As análises devem ser muito mais amplas<br />

e isentas, com sustentação na verdade<br />

factual e histórica, pois se não caímos<br />

invariavelmente no vazio.<br />

Edouard Mekhalian<br />

São Paulo (SP)<br />

Muito interessante a mat<strong>é</strong>ria “Medidas de<br />

estímulo não são caminho para recuperação”<br />

(publicada em 12/7/2012). O governo<br />

brasileiro precisa acordar e diminuir a carga<br />

tributária do trabalhador, e assim o valor<br />

a receber será maior e conse<strong>que</strong>ntemente<br />

terá valor líquido para sanar dívidas,<br />

sem precisar recorrer a empr<strong>é</strong>stimos.<br />

Henri<strong>que</strong> Carvalho<br />

São Paulo (SP)<br />

CONECTADO<br />

Ferramentas do mundo digital <strong>que</strong> facilitam seu dia a dia<br />

Nosso Almoço<br />

de Todo Dia<br />

Aplicativo interessante para <strong>que</strong>m<br />

gosta de cozinhar. O programa<br />

dispõe de cardápios semanais<br />

com diferentes receitas para<br />

cada dia, inclusive para datas<br />

especiais. Ele permite organizar<br />

lista de compras baseada<br />

nos pratos escolhi<strong>dos</strong> para o<br />

preparo, compartilhar o conteúdo<br />

por e-mail e conta com timer <strong>que</strong><br />

ajuda a cronometrar o tempo<br />

de cozimento das comidas.<br />

US$ 1,99<br />

iPad<br />

IG Luxo<br />

Se você gosta de produtos<br />

exclusivos e sofistica<strong>dos</strong>, não<br />

vai resistir a esse aplicativo.<br />

Por ele <strong>é</strong> possível ficar por<br />

dentro das últimas novidades<br />

do mercado de luxo nacional<br />

e internacional. Seu conteúdo<br />

traz mat<strong>é</strong>rias sobre roteiros<br />

de viagens, lançamento<br />

das grifes tradicionais, alta<br />

gastronomia, design e estilo<br />

de vida. Tudo sobre os mais<br />

varia<strong>dos</strong> objetos do desejo.<br />

Grátis<br />

Android, iPad e iPhone<br />

Avanço<br />

S<strong>é</strong>rgio Cabral<br />

Governador do Rio de Janeiro<br />

O Senado autorizou o Rio de Janeiro a captar<br />

at<strong>é</strong> US$ 100 milhões em operações financeiras<br />

internacionais para obras de recuperação da<br />

infraestrutura destruída pelas chuvas em 2011.<br />

Retrocesso<br />

George Buck<br />

Presidente da Chevron no <strong>Brasil</strong><br />

A Chevron continuará impedida de explorar o<br />

campo de Frade at<strong>é</strong> <strong>que</strong> a ANP apure as causas<br />

<strong>dos</strong> dois vazamentos ocorri<strong>dos</strong> sob operação da<br />

empresa americana na Bacia de Campos, no Rio.<br />

conectado@brasileconomico.com.br<br />

Frases Motivacionais<br />

Um bom aplicativo para <strong>que</strong>m<br />

aprecia frases reflexivas<br />

<strong>que</strong> trazem inspiração para o dia<br />

a dia. O conteúdo, direcionado<br />

aos empreendedores, traz as<br />

citações de c<strong>é</strong>lebres pensadores,<br />

empresários, cientistas<br />

e escritores divididas por<br />

temas como Negociação,<br />

Dinheiro, Liderança e Atitude.<br />

O programa faz o envio diário<br />

de novas frases e permite<br />

fazer lista com as preferidas.<br />

Grátis<br />

iPhone e iPad<br />

Texto alinhado à sfdfes<strong>que</strong>rda, sem hifenização,<br />

Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).<br />

falso, alinhado es<strong>que</strong>rda, sinha o à es<strong>que</strong>rda,<br />

E-mail: redacao@brasileconomico.com.br<br />

texto alinhado à es<strong>que</strong>rda, sem hifenização, texto<br />

As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.<br />

falso, alinhado es<strong>que</strong>rdafhlação. ➥ PXX<br />

Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.<br />

Mais cartas em www.brasileconomico.com.br<br />

Marcos Michael<br />

Ricardo Moraes/Reuters<br />

Claudio Conz<br />

Presidente da Associação Nacional<br />

<strong>dos</strong> Comerciantes de Material<br />

de Construção (Anamaco)<br />

Economia e solidariedade<br />

Na semana passada, assisti a uma reportagem sobre casas temporárias<br />

para moradores de rua, um tema muito importante para<br />

falarmos, já <strong>que</strong>, com o inverno, a <strong>situação</strong> destas pessoas se<br />

torna ainda mais grave. Assim, aproveito para comentar este trabalho<br />

<strong>que</strong> estamos desenvolvendo à frente da Organização de<br />

Auxílio Fraterno (OAF), entidade <strong>que</strong> presido e <strong>que</strong> presta serviço<br />

em relação aos moradores de rua de São Paulo, desde 1955.<br />

A OAF e outras entidades buscam propor ações <strong>que</strong> possibilitem<br />

buscar um caminho para melhorar a <strong>situação</strong> das pessoas<br />

<strong>que</strong> moram na rua, subsidiando e construindo políticas públicas<br />

para propiciar uma reinserção destes indivíduos na comunidade.<br />

Hoje, no <strong>Brasil</strong>, cerca de 48 mil pessoas estão morando nas<br />

ruas. Apenas em São Paulo, 14 mil adultos e i<strong>dos</strong>os perambulam<br />

sem teto e vemos poucas ações articuladas para solucionar tal<br />

problema. Segundo pesquisa elaborada pela Fipe, 70% da população<br />

de rua de São Paulo encontra-se no auge de sua capacidade<br />

produtiva. Estas pessoas precisam de oportunidade e de trabalho.<br />

A criação de lares temporários <strong>é</strong> uma iniciativa <strong>que</strong> pode<br />

tirar das ruas pessoas <strong>que</strong> não têm um teto para morar. Em São<br />

Paulo, existem treze casas deste tipo. Vivendo nestes locais, exmoradores<br />

de rua podem trabalhar e ao mesmo tempo conquistar<br />

uma oportunidade para recomeçar.<br />

Os moradores dividem a casa e pagam aluguel simbólico durante<br />

um ano e meio, tempo para arranjarem emprego, juntarem<br />

algum dinheirinho e conseguir local próprio para morar. O<br />

projeto existe desde 1982 no bairro da Liberdade. Para conseguir<br />

vaga, <strong>é</strong> preciso estar empregado, uma forma de refazer a vida<br />

por meio do desenvolvimento social. Outro projeto <strong>que</strong> vem<br />

dando certo e <strong>que</strong> conta com o apoio da OAF <strong>é</strong> o projeto “Minha<br />

Rua Minha Casa”, um centro de convivência no Viaduto do Glic<strong>é</strong>rio.<br />

O espaço hoje <strong>é</strong> um centro de referência para moradores<br />

de rua reconhecido por seu trabalho inovador, <strong>que</strong> vai muito<br />

al<strong>é</strong>m de uma abordagem assistencialista.<br />

O problema <strong>dos</strong> moradores de rua <strong>é</strong> de<br />

to<strong>dos</strong> e apenas uma ação conjunta entre<br />

sociedade e governo pode minimizá-lo<br />

O local tem capacidade para receber 350 pessoas com atividades<br />

de lazer, cultura, trabalho, cuida<strong>dos</strong> pessoais, atendimento<br />

psicológico e prevenção do uso de álcool e drogas. Funcionários,<br />

voluntários e moradores de rua preparam refeições, escrevem<br />

cartas, cuidam das roupas, corta-se cabelo e barba. Assim,<br />

o morador de rua recupera sua autoestima e autonomia.<br />

É preciso entender como estes indivíduos moradores de rua<br />

pensam. A maioria deles perdeu to<strong>dos</strong> os laços na comunidade,<br />

com parentes e amigos, muitas vezes se tornaram dependentes<br />

químicos e não conseguem encontrar vínculos afetivos. Passaram<br />

por uma s<strong>é</strong>rie de perdas, desemprego, es<strong>que</strong>ceram sua<br />

identidade, tornaram-se anônimos e solitários.<br />

Neste momento, trabalhando fortemente em um projeto <strong>que</strong><br />

destaca a necessidade de uma política pública de saúde para<br />

eles, uma vez <strong>que</strong>, em grande parte, <strong>é</strong> a ação do Estado <strong>que</strong> se<br />

faz necessária para apoiar as ONGs em casos de alcoolismo, drogas<br />

e distúrbios mentais.<br />

É importante tomarmos consciência de <strong>que</strong> este <strong>é</strong> um problema<br />

de to<strong>dos</strong> e apenas uma ação conjunta e sistêmica entre sociedade<br />

e poder público poderá minimizá-lo. ■<br />

NESTA EDIÇÃO<br />

Bons resulta<strong>dos</strong> com gestão de saúde<br />

Dois programas implementa<strong>dos</strong> pela Oi reduziram em 37%<br />

as taxas de internações hospitalares e em 13% as consultas<br />

<strong>dos</strong> funcionários da companhia em pronto-socorro. ➥ P13<br />

Campanha da Nokia nas mídias sociais<br />

Para divulgar nova tecnologia, a Nokia surpreendeu os consumidores<br />

com o vídeo “Perdi meu amor na balada”. At<strong>é</strong> noite de ontem, 795 mil<br />

pessoas acessaram o filme em uma página do Facebook. ➥ P27


Rog<strong>é</strong>rio Mori<br />

Professor da Escola de Economia de<br />

São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV)<br />

Emergentes em desaceleração<br />

Está cada vez mais evidente <strong>que</strong> a desaceleração do ritmo da atividade<br />

econômica <strong>que</strong> atingiu os países desenvolvi<strong>dos</strong> há alguns<br />

anos está começando a se refletir sobre as nações emergentes.<br />

Desde fins de 2008 os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, <strong>que</strong> representaram<br />

o principal motor da expansão econômica por boa parte da<br />

d<strong>é</strong>cada passada, entrou em estado de estagnação econômica.<br />

As ações do Fed, o banco central americano, apenas evitaram o<br />

colapso do sistema financeiro americano e global. No entanto,<br />

a economia não reage às baixas taxas de juros praticadas por lá<br />

ante o elevado endividamento das famílias. Uma recessão mais<br />

pronunciada só foi evitada em face da política <strong>fiscal</strong> expansionista<br />

praticada pelo governo.<br />

Na Europa, a <strong>situação</strong> tamb<strong>é</strong>m não inspira maior otimismo.<br />

Vários países do bloco seguem com elevado grau de endividamento<br />

público e com altas taxas de desemprego, sem perspectivas<br />

de retomada do crescimento econômico. Com isso, a Europa<br />

segue em ritmo lento tamb<strong>é</strong>m. Essas duas regiões (<strong>EUA</strong> e Europa)<br />

somam praticamente metade do PIB do planeta e sua estagnação<br />

se reflete duramente sobre a economia mundial.<br />

O governo brasileiro parece tentar reeditar<br />

a fórmula de sucesso <strong>que</strong> tirou o <strong>Brasil</strong><br />

da recessão nos primeiros meses de 2009<br />

Em função desse quadro, a esperança de algum alento sobre<br />

a economia global recaiu sobre os emergentes, em particular<br />

sobre os BRICS. Nesse contexto, alguns desses países demonstraram<br />

alguma pujança mesmo com a desaceleração das<br />

economias desenvolvidas. O maior desta<strong>que</strong> nesse processo<br />

foi a China, <strong>que</strong> manteve eleva<strong>dos</strong> padrões de crescimento<br />

econômico nos últimos anos.<br />

No entanto, o <strong>que</strong> temos observado ao longo do primeiro semestre<br />

de 2012 <strong>é</strong> <strong>que</strong> mesmo essas economias parecem estar entrando<br />

em uma trajetória de desaceleração do crescimento econômico.<br />

No caso da economia chinesa, temos assistido a sucessivas<br />

revisões para baixo das projeções de crescimento econômico<br />

para esse ano. Está evidente nesse processo, <strong>que</strong> a economia<br />

da China começou a desacelerar tamb<strong>é</strong>m.<br />

Fenômeno similar está ocorrendo na economia brasileira e<br />

as projeções de crescimento para este ano, <strong>que</strong> chegaram a ser<br />

superiores a 3%, já começaram a se situar na casa <strong>dos</strong> 2% e já<br />

existem projeções <strong>que</strong> apontam para números inferiores a esse.<br />

Especificamente no caso brasileiro, o governo parece tentar<br />

recorrentemente reeditar a fórmula de sucesso <strong>que</strong> tirou o<br />

<strong>Brasil</strong> da recessão nos primeiros meses de 2009, com uma combinação<br />

de incentivos à tomada de cr<strong>é</strong>dito e reduções de impostos<br />

pontuais em setores considera<strong>dos</strong> chave. No entanto, o<br />

ambiente atual <strong>é</strong> significativamente diferente do verificado na<strong>que</strong>le<br />

período. Boa parte das famílias brasileiras já se encontram<br />

bem mais endividadas neste momento e com grande parcela<br />

de sua renda comprometida, sem grandes espaços para novos<br />

arroubos de consumo.<br />

Tamb<strong>é</strong>m existem sinais de desaceleração econômica em outros<br />

emergentes neste momento. Nesse contexto, a esperança<br />

de <strong>que</strong> esses países representariam um sinal de reversão do quadro<br />

de estagnação econômica global se esvai ao longo deste<br />

ano. Em outras palavras, ainda não existem sinais concretos de<br />

<strong>que</strong> a “Grande Recessão” esteja se encerrando em breve. ■<br />

Situação se agrava na Síria<br />

Damasco viveu nos últimos três dias os mais violentos confrontos<br />

em 17 meses de rebelião contra o presidente Bashar al-Assad.<br />

Os rebeldes resistiram ao cerco das forças de segurança. ➥ P38<br />

Prêmios Nobel divergem sobre o euro<br />

Em artigo, Rodrigo Sias analisa os pontos de vista de dois c<strong>é</strong>lebres<br />

economistas, Robert Mundell e Milton Friedman, sobre as chances<br />

de a moeda comum europeia triunfar sobre a crise. ➥ P39<br />

MOSAICO POLÍTICO<br />

PEDRO VENCESLAU<br />

pvenceslau@brasileconomico.com.br<br />

Quando o assunto <strong>é</strong> mobilidade urbana na Copa do Mundo, todo mundo logo fala em aeroportos e<br />

transporte público. Mas o torcedor <strong>que</strong> pode pagar pelos caríssimos ingressos <strong>dos</strong> jogos gosta mesmo<br />

<strong>é</strong> de andar de carro. Pensando nisso, o empresário Rubens Taleb, dono da Multipark, a maior<br />

rede de estacionamentos do <strong>Brasil</strong>, traçou um plano de expansão para dobrar o seu negócio at<strong>é</strong><br />

2014. Hoje são 270 pontos e 80 mil vagas. Os primeiros novos estacionamentos sairão em breve em<br />

São Paulo, na Faria Lima, Itaim e Lapa. Em outra frente, ele está negociando a operação de várias<br />

garagens subterrâneas em Belo Horizonte, <strong>que</strong>, juntas, oferecerão 4.600 novas vagas na cidade. “A<br />

Andrade Gutierrez tamb<strong>é</strong>m me procurou propondo uma parceria para operar a garagem do estádio<br />

do Morumbi. Serão 1.000 vagas”, contou Taleb à coluna. Ele tamb<strong>é</strong>m está em vias de fechar contrato<br />

com a Odebrecht para ficar com o estacionamento do Cais Mauá, <strong>que</strong> terá 950. ■<br />

Estacionamento <strong>é</strong> caro por<br />

causa do aluguel, diz empresário<br />

“Antes de o <strong>Brasil</strong> ser escolhido sede da Copa e da<br />

Olimpíada, o estacionamento não era ligado ao<br />

transporte intermodal. Só se falava em integrar<br />

trem e aeroporto", diz Taleb, da Multipark.<br />

Questionado sobre os altos preços para estacionar<br />

em São Paulo, ele culpa o valor <strong>dos</strong> alugu<strong>é</strong>is.<br />

CURTAS<br />

●<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 3<br />

Fernando Haddad: chegou a hora<br />

de procurar a classe m<strong>é</strong>dia<br />

Depois de gastar muita sola de sapato para se<br />

tornar conhecido em redutos históricos do PT<br />

na periferia de São Paulo, Fernando Haddad<br />

agora vai investir na classe m<strong>é</strong>dia.<br />

Nas próximas semanas ele faz campanha em<br />

bairros como Vila Mariana e Vila Madalena.<br />

Haddad e Maluf entrando<br />

➤ de cabeça na campanha de<br />

PRONTO, FALEI<br />

A deputada Manuela D’Ávila<br />

➤ (PCdoB) lidera a disputa<br />

Jos<strong>é</strong> Serra? Muita calma nessa<br />

hora. O trocadilho inevitável<br />

virou moda ontem entre tucanos<br />

quando dois secretários<br />

de Kassab, Bebeto Haddad,<br />

<strong>dos</strong> Esportes, e Carlos Malufe,<br />

das Relações Institucionais,<br />

deixaram o governo para<br />

trabalhar na campanha do<br />

tucano. Detalhe: ambos são<br />

do PMDB, de Gabriel Chalita.<br />

Com Haddad, Kassab,<br />

●➤<br />

Chalita, Maluf e Malufe,<br />

a eleição em São Paulo está<br />

“Se o governo<br />

não gastasse<br />

tanto, e tão mal,<br />

haveria espaço<br />

para redução<br />

de tributos para<br />

o conjunto da<br />

economia, e não<br />

apenas para<br />

alguns setores”<br />

em Porto Alegre, segundo<br />

pesquisa do Instituto Methodus.<br />

Fale agora ou cale-se at<strong>é</strong><br />

●➤<br />

2014. Os eleitores <strong>que</strong><br />

souberem de algo <strong>que</strong> torne<br />

inelegível algum candidato<br />

têm at<strong>é</strong> hoje para informar a<br />

irregularidade ao juiz eleitoral.<br />

A paup<strong>é</strong>rrima campanha<br />

●➤<br />

de Soninha Francine (PPS)<br />

em São Paulo sofreu ontem<br />

um rev<strong>é</strong>s financeiro inesperado<br />

no centro de São Paulo.<br />

cada vez mais parecendo<br />

uma campanha no... Líbano.<br />

Agora <strong>que</strong> o PMDB<br />

●➤<br />

anunciou <strong>que</strong> vai fundir-se<br />

A<strong>é</strong>cio Neves<br />

Senador,<br />

soltando<br />

o verbo<br />

contra<br />

Dilma<br />

A candidata contou ao<br />

●➤<br />

repórter Rafael Abrantes,<br />

do BRASIL ECONÔMICO, <strong>que</strong> perdeu<br />

o cartão de cr<strong>é</strong>dito nas Casas<br />

com outras siglas, já tem gente<br />

Bahia ao tentar comprar um<br />

imaginando o nome do novo<br />

secador de cabelos depois<br />

monstrengo, digo, partido. Se for<br />

de conceder uma entrevista<br />

com o PSD, <strong>que</strong> tal PSDDB?<br />

no centro. “E, por falar nisso,<br />

Já com o DEM seria PMDEM?<br />

os juros cobra<strong>dos</strong> pelo cartão<br />

Dá medo só de pensar...<br />

são um absurdo”, disparou.<br />

Divulgação<br />

●<br />

Divulgação<br />

Multipark negocia com estádio do Morumbi


4 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

DESTAQUE PLENÁRIO EM FÉRIAS<br />

Editora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br<br />

Congresso entra em recesso<br />

sem votar projetos estrat<strong>é</strong>gicos<br />

Na lista estão a distribuição <strong>dos</strong> royalties do petróleo e a reforma do Fundo de Participação <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />

Ruy Barata Neto, de Brasília<br />

rneto@brasileconomico.com.br<br />

O Congresso Nacional entra em<br />

recesso a partir de hoje, deixando<br />

para depois das eleições de<br />

outubro um conjunto de projetos<br />

de lei <strong>que</strong> <strong>é</strong> prioritário para<br />

o país. Como parte do esforço<br />

para enfrentar a crise internacional,<br />

os parlamentares da base<br />

aliada foram eficientes em<br />

manter na gaveta temas polêmicos,<br />

<strong>que</strong> podem representar<br />

elevação <strong>dos</strong> gastos públicos.<br />

Eles avaliam, por<strong>é</strong>m, <strong>que</strong> será<br />

difícil repetir o feito no segundo<br />

semestre. “Te-<br />

remos um novembroexplosivo”,<br />

afirma o líder<br />

do PT no Senado,<br />

Walter Pinheiro<br />

(BA).<br />

Então, serão<br />

discuti<strong>dos</strong> dois<br />

<strong>dos</strong> principais temas<br />

não resolvi<strong>dos</strong><br />

pelo Congresso no primeiro<br />

semestre: a distribuição <strong>dos</strong><br />

royalties do petróleo e a reforma<br />

do Fundo de Participação<br />

<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> (FPE). “Acho <strong>que</strong> será<br />

possível encerrar os dois assuntos<br />

at<strong>é</strong> o final do ano”, diz,<br />

referindo-se ao prazo — at<strong>é</strong> dezembro<br />

— para a reforma do<br />

FPE, segundo orientação do Supremo<br />

Tribunal Federal (STF).<br />

O problema <strong>é</strong> <strong>que</strong> os dois temas,<br />

<strong>que</strong> ainda não têm consenso<br />

entre as unidades da federação<br />

e exigem maiores gastos do<br />

governo, serão debates com outras<br />

mat<strong>é</strong>rias de forte apelo social.<br />

Um deles <strong>é</strong> a proposta <strong>que</strong><br />

extingue o fator previdenciário<br />

e o outro <strong>é</strong> o Plano Nacional de<br />

Educação (PNE - PL 8035/10),<br />

aprovado na Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong><br />

no final do mês passado e<br />

<strong>que</strong> agora segue para o Senado.<br />

A proposta vincula 10% do Produto<br />

Interno Bruto (PIB) com<br />

políticas do setor em período de<br />

at<strong>é</strong> dez anos. Hoje, União, esta<strong>dos</strong><br />

e municípios aplicam juntos<br />

cerca de 5% do PIB na área.<br />

O governo <strong>é</strong> favorável ao projeto,<br />

mas desde <strong>que</strong> se aponte<br />

de onde sairão os recursos para<br />

custear o PNE. Por conta disso,<br />

o avanço da mat<strong>é</strong>ria dependerá<br />

<strong>dos</strong> debates <strong>que</strong> ocorrerão a partir<br />

do projeto de Lei orçamentária<br />

anual (PLOA), <strong>que</strong> deverá<br />

ser encaminhado ao Congresso<br />

no final de agosto.<br />

O líder do governo no Senado,<br />

Eduardo Braga (PMDB-AM),<br />

Jilmar Tatto (SP)<br />

admite a<br />

necessidade de<br />

ajustes na base<br />

aliada para<br />

o pós-eleitoral<br />

não descarta a possibilidade de<br />

romper com o prazo estabelecido<br />

pelo STF para a aprovação<br />

das novas regras de FPE caso o<br />

cenário externo continue desfavorável,<br />

o <strong>que</strong> diminui a margem<br />

de negociação do governo.<br />

“No senado não existe consenso<br />

sobre a mat<strong>é</strong>ria. O <strong>que</strong> acontece<br />

se o prazo estabelecido pelo supremo<br />

não for cumprido? Eu<br />

acho <strong>que</strong> nesse caso teremos<br />

<strong>que</strong> enfrentar isso, mas devemos<br />

ter grandes dificuldades de<br />

cumprir o prazo.”<br />

O líder do PT na Câmara, Jilmar<br />

Tatto (SP), admite a necessidade<br />

de ajustes<br />

na base aliada para<br />

enfrentar o períodopós-eleitoral.<br />

“A base precisa<br />

de ajustes.<br />

Não aumentar e<br />

nem diminuir.<br />

Precisamos de<br />

aprimoramentos<br />

no diálogo para<br />

tornar a base mais orgânica,<br />

mais organizada e mais fiel ao<br />

governo”, diz.<br />

Apesar de terem conseguido<br />

aprovar neste primeiro semestre<br />

to<strong>dos</strong> os projetos prioritários<br />

do governo, a base aliada<br />

sofreu alguns reveses entre os<br />

quais está a recente inclusão<br />

de alguns <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong> “projetos-bombas”<br />

na pauta de votação<br />

da Câmara às v<strong>é</strong>speras do<br />

recesso. ■<br />

PROJETOS EMPERRADOS<br />

Propostas <strong>que</strong> foram postergadas por aumentar<br />

gastos do governo<br />

PROJETOS DE LEI DESCRIÇÃO<br />

PL 2.565/11<br />

PL 3.299/08<br />

PL 289/11<br />

PLS 85/2010<br />

PECs 446/09 e 300/08<br />

PL 1.277/07<br />

PEC 3/07 /<br />

Fonte: <strong>Brasil</strong> Econômico<br />

Estabelece nova divisão <strong>dos</strong> royalties<br />

da exploração de petróleo<br />

Coloca fim ao fator previdenciário<br />

Novas normas de repartição do Fundo<br />

de Participação <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> (FPE)<br />

Propõe o fim da exigência de unanimidade no Confaz<br />

(Conselho Nacional de Política Fazendária)<br />

Piso salarial de policiais militares e bombeiros<br />

Prioridade a processos por crimes pratica<strong>dos</strong><br />

por autoridades<br />

Recriação ç das f<strong>é</strong>rias coletivas do Judiciário<br />

Já aprovadas pela Câmara, as MPs 563 e 564 do Plano<br />

<strong>Brasil</strong> Maior só serão apreciadas pelo Senado em agosto<br />

sem <strong>que</strong> percam prazo de validade<br />

Parlamentares vão retomar os trabalhos no Congresso só a partir de 1º de agosto<br />

Concessões a emendas da<br />

oposição permitiram acordo <strong>que</strong><br />

destravou votação no plenário<br />

O Congresso aprovou ontem a<br />

Lei de Diretrizes Orçamentárias<br />

(LDO) de 2013, <strong>que</strong> estabelece<br />

superávit primário de R$ 155,9<br />

bilhões. Tamb<strong>é</strong>m prevê a possibilidade<br />

de abatimento da meta<br />

<strong>dos</strong> investimentos do Programa<br />

de Aceleração do Crescimento<br />

(PAC), mecanismo <strong>que</strong> vem sendo<br />

colocado há alguns anos.<br />

Os parlamentares, no entanto,<br />

retiraram do texto a emenda,<br />

<strong>que</strong> havia sido aprovada na<br />

Comissão Mista de Orçamento,<br />

<strong>que</strong> flexibilizava o processo de licitação<br />

para a Petrobras.<br />

Depois de intensas negociações<br />

nas últimas semanas, a vo-<br />

Jos<strong>é</strong> Cruz/ABr<br />

Congresso aprova LDO de 2013<br />

sem flexibilização à Petrobras<br />

tação da LDO foi destravada graças<br />

a um acordo promovido pelo<br />

presidente da Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>,<br />

Marco Maia (PT-RS),<br />

sobre a liberação de mais emendas<br />

aos parlamentares de parti<strong>dos</strong><br />

da oposição. Com isso, os<br />

deputa<strong>dos</strong> e senadores entram<br />

de recesso e só retornam aos trabalhos<br />

apenas em 1º de agosto.<br />

O acordo foi colocado em risco<br />

quando o governo insistiu no<br />

benefício à Petrobras. O PSDB<br />

ameaçou pedir verificação de<br />

quorum, impedindo a aprovação<br />

por votação simbólica, instrumento<br />

<strong>que</strong> permite aos parlamentares<br />

ficar fora do plenário.<br />

Na hora da votação, o registro<br />

de presença mostrava 409 deputa<strong>dos</strong>,<br />

mas nem 100 estavam no<br />

plenário. ■ Reuters


LEIA MAIS<br />

O atraso na aprovação pelo Congresso<br />

da Medida Provisória nº<br />

563, <strong>que</strong> estabelece o regime automotivo<br />

entre 2013 e 2017 e outros<br />

estímulos econômicos do Plano<br />

<strong>Brasil</strong> Maior (PMB), impede a<br />

publicação do decreto <strong>que</strong> vai regulamentar<br />

o regime automotivo<br />

e estabelecer um plano de fortalecimento<br />

para a cadeia de autopeças.<br />

Após ampla negociação e<br />

promessa do governo de liberação<br />

de emendas para as bancadas,<br />

a MP foi aprovada na Câmara<br />

<strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong> anteontem,<br />

mas não houve tempo hábil para<br />

<strong>que</strong> chegasse ao Plenário do Senado<br />

antes do recesso parlamentar,<br />

<strong>que</strong> tem início hoje.<br />

A equipe econômica tem pressa<br />

em estabelecer todas as bases<br />

do novo plano para o setor. O secretário-executivo<br />

do Minist<strong>é</strong>rio<br />

da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou<br />

ao BRASILECONÔMICO <strong>que</strong> a demora<br />

está represando os investimentos<br />

<strong>que</strong> já poderiam estar<br />

sendo engatilha<strong>dos</strong> para o próximo<br />

ano. Tanto <strong>é</strong> <strong>que</strong> o próprio ministro<br />

Guido Mantega foi essa semana<br />

a público para dar um recado<br />

claro ao Congresso tentando<br />

apressar as votações das Medidas<br />

Provisórias nº563 e nº564, <strong>que</strong><br />

tratam do PBM.<br />

● ●<br />

●<br />

Atraso na votação da MP<br />

➤ do Regime Automotivo<br />

na Câmara impediu <strong>que</strong> a medida<br />

fosse encaminhada no prazo<br />

ao Senado, <strong>que</strong> não teve tempo<br />

para votá-lo.<br />

No entanto, agora, essas MPs<br />

só serão votadas pelos senadores<br />

entre os dias 7 e 10 de agosto.<br />

Após a aprovação a presidente<br />

Dilma Rousseff tem at<strong>é</strong> 15 dias para<br />

sancionar a lei e só então o decreto<br />

pode ser publicado.<br />

De acordo com fontes do governo,<br />

o anúncio das mudanças<br />

<strong>que</strong> serão feitas no regime automotivo<br />

poderia ser feito antes<br />

mesmo do decreto. Mas um problema<br />

de agenda pode postergar<br />

isso tamb<strong>é</strong>m. O ministro Mantega<br />

sai de f<strong>é</strong>rias amanhã e só retorna<br />

a Brasília dia 30 de julho e seu<br />

colega do Desenvolvimento, Indústria<br />

e Com<strong>é</strong>rcio Exterior, Fernando<br />

Pimentel, planeja um recesso<br />

durante o mesmo período.<br />

Em compasso de espera pelo<br />

Senado, fica sob risco um estímulo<br />

econômico considerado pelo<br />

governo a melhor mudança estrutural<br />

<strong>dos</strong> pacotes anuncia<strong>dos</strong> at<strong>é</strong><br />

agora: a ampliação da desoneração<br />

da folha de pagamentos, <strong>que</strong><br />

foi estendida aos setores de autopeças,<br />

plástico, naval, aeronáutico,<br />

entre outros. O benefício entra<br />

em vigor no dia 1º de agosto e<br />

a 563 expira no dia 15. Se não for<br />

Representantes de<br />

➤ entidades da indústria<br />

e do com<strong>é</strong>rcio comemoram<br />

a presença de projetos como a<br />

de crimes de informática<br />

na pauta do Congresso Nacional.<br />

Dilma atrasará em quase um mês a promulgação da lei <strong>que</strong> estabelece o novo regime automotivo<br />

Evaristo Sa/AFP<br />

Medida provisória do<br />

regime automotivo<br />

fica parada no Senado<br />

MP era prioritária para o<br />

governo, mas atraso na<br />

Câmara inviabilizou votação<br />

Simone Cavalcanti, de Brasília<br />

scavalcanti@brasileconomico.com.br<br />

Só após ampla<br />

negociação e<br />

promessas do<br />

governo para as<br />

bancadas, a MP foi<br />

aprovada na Câmara<br />

aprovada conforme o planejado,<br />

cria-se um vazio jurídico para essa<br />

medida.<br />

Al<strong>é</strong>m dessa MP, o governo vai<br />

ter de aguardar só para agosto a<br />

aprovação da 564, <strong>que</strong> cria a<br />

Agência <strong>Brasil</strong>eira Gestora de Fun<strong>dos</strong><br />

(ABGF), inclui novos setores<br />

no Revitaliza -programa de financiamento<br />

do Banco Nacional de<br />

Desenvolvimento Econômico e<br />

Social (BNDES) para auxiliar empresas<br />

de setores afeta<strong>dos</strong> negativamente<br />

pela conjuntura econômica<br />

internacional, e tamb<strong>é</strong>m<br />

prevê a extensão e redução <strong>dos</strong> juros<br />

cobra<strong>dos</strong> no Programa de Sustentação<br />

do Investimento (PSI).<br />

A segunda fase do Plano <strong>Brasil</strong><br />

Maior foi anunciada em abril passado<br />

como uma resposta potente<br />

do governo federal aos efeitos da<br />

turbulência internacional sobre a<br />

economia brasileira, mas as duas<br />

medidas provisórias ainda estavam<br />

tramitando na Câmara at<strong>é</strong><br />

anteontem.<br />

Parte da demora, segundo<br />

um assessor parlamentar, se deveu<br />

ao fato de <strong>que</strong> elas tiveram<br />

de passar pelo novo rito de apreciação<br />

pela Casa, com a obrigatoriedade<br />

de formação de uma<br />

comissão mista para discutir os<br />

temas aborda<strong>dos</strong> nas MPs. “Outra<br />

coisa foi o uso justamente<br />

dessas medidas como moeda de<br />

troca no movimento de resistência<br />

na <strong>que</strong>stão orçamentária,<br />

ou seja, a Lei de Diretrizes<br />

Orçamentárias (LDO)”, afirmou<br />

o assessor. ■<br />

Outros pontos celebra<strong>dos</strong><br />

➤ foram as inclusões das<br />

PECs 56, 103 e 113, <strong>que</strong> tratam<br />

de alterações nas regras de<br />

cobrança de ICMS nas operações<br />

de vendas à distância.<br />

Indústria e com<strong>é</strong>rcio<br />

esperam pouco para<br />

o segundo semestre<br />

Avaliação <strong>é</strong> de <strong>que</strong> at<strong>é</strong> julho<br />

apenas parte <strong>dos</strong> projetos<br />

prioritários teve aprovação<br />

Erica Ribeiro, do Rio<br />

eribeiro@brasileconomico.com.br<br />

Representantes de entidades de<br />

classe da indústria e do com<strong>é</strong>rcio<br />

avaliam <strong>que</strong> apenas parte<br />

<strong>dos</strong> projetos prioritários para o<br />

setor produtivo conseguiu aprovação<br />

no Congresso no primeiro<br />

semestre, ou ao menos entrar<br />

em pauta, apesar de o país estar<br />

em ano eleitoral. No entanto,<br />

ainda há muita estrada a ser desbravada<br />

e, para o segundo semestre,<br />

com a corrida eleitoral<br />

em pleno andamento, não há<br />

muito o <strong>que</strong> se esperar.<br />

Marcelo Correa, assessor jurídico<br />

da Fecom<strong>é</strong>rcio-SP aponta<br />

como avanços no Congresso as<br />

discussões sobre a inclusão de<br />

crimes de informática no código<br />

penal e o fato de estar na pauta<br />

as PECs 56, 103 e 113, <strong>que</strong> tratam<br />

de alterações nas regras de<br />

ICMS nas operações de vendas à<br />

distância. Ele tamb<strong>é</strong>m cita o projeto<br />

<strong>que</strong> reconhece a profissão<br />

de movimentador de mercadoria,<br />

um avanço por estar na pauta<br />

de discussões. No entanto,<br />

Marcelo Correa não espera <strong>que</strong><br />

nenhum <strong>dos</strong> assuntos seja concretizado<br />

na volta <strong>dos</strong> deputa<strong>dos</strong><br />

do recesso. “No segundo semestre<br />

as coisas ficarão mesmo<br />

travadas e o <strong>que</strong> avançou não<br />

vai necessariamente se concretizar.<br />

Assuntos como a <strong>que</strong>stão<br />

<strong>dos</strong> royalties, por exemplo, importantes<br />

para a indústria e para<br />

os municípios tamb<strong>é</strong>m ficarão<br />

para 2013.<br />

Vladson Bahia Menezes, gerente<br />

executivo de Assuntos Legislativos<br />

da Confederação Nacional<br />

da Indústria (CNI), diz<br />

<strong>que</strong> o primeiro semestre, de um<br />

modo geral, teve um ritmo de<br />

deliberações sem uma sequência<br />

clara, pela proximidade com<br />

as eleições, demora na criação<br />

das comissões, ocorrida apenas<br />

em março e at<strong>é</strong> em razão da<br />

Rio+20 como fator desmobilizador.<br />

Mas ele destaca alguns pontos<br />

<strong>que</strong>, na visão da indústria,<br />

foram favoráveis.<br />

“A MP 567, <strong>que</strong> cria novas regras<br />

para a poupança, gera uma<br />

redução de juros sustentável. Já<br />

a criação da previdência complementar<br />

para o servidor público<br />

gera um ambiente de negócios<br />

mais favorável. A PRS 72,<br />

ou Resolução 13, <strong>que</strong> acaba com<br />

a guerra <strong>fiscal</strong> <strong>dos</strong> portos e muda<br />

a tributação do ICMS na origem<br />

para bens importa<strong>dos</strong> onde<br />

não haja transformação nacio-<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 5<br />

Antonio Batalha<br />

Divulgação<br />

Pedro<br />

Capanema<br />

Gerente jurídico<br />

de assuntos<br />

legislativos<br />

da Firjan<br />

Considera tímida a atuação do<br />

Congresso. Para ele, a <strong>que</strong>stão<br />

da falta de aprovação do<br />

projeto <strong>que</strong> regulamenta a<br />

terceirização <strong>é</strong> preocupante<br />

Vladson<br />

Menezes<br />

Gerente<br />

executivo de<br />

Assuntos<br />

Legislativos<br />

da CNI<br />

Avalia <strong>que</strong>, de modo geral,<br />

o primeiro semestre teve um<br />

ritmo de deliberações sem<br />

uma sequência clara, pela<br />

proximidade com as eleições<br />

nal <strong>é</strong> um importante passo para<br />

a indústria brasileira”, afirma.<br />

Já projetos <strong>que</strong> deveriam ser<br />

finaliza<strong>dos</strong> e não foram, como<br />

as normas para a terceirização<br />

de emprega<strong>dos</strong> (projeto<br />

4330/2004), diz Menezes, necessitam<br />

de uma definição e ficaram<br />

para<strong>dos</strong>.<br />

“Não há regulação clara para<br />

a terceirização e falta segurança<br />

jurídica para o empresário. Com<br />

regras claras, <strong>é</strong> possível terceirizar<br />

quando for importante para<br />

a competitividade”, diz.<br />

O gerente Jurídico de Assuntos<br />

Legislativos da Firjan, Pedro<br />

Capanema, considerou tímida a<br />

a atuação do Congresso. Para<br />

ele a <strong>que</strong>stão da falta de aprovação<br />

do projeto <strong>que</strong> regulamenta<br />

a terceirização <strong>é</strong> preocupante.<br />

“A expectativa de ser aprovado<br />

no semestre passado não<br />

aconteceu e agora esperamos<br />

<strong>que</strong> depois de outubro isso possa<br />

acontecer”, diz<br />

Al<strong>é</strong>m disso, no caso do Rio de<br />

Janeiro, a indefinição sobre os<br />

royalties nos contratos de partilha<br />

e de concessão travam não<br />

só o setor produtivo mas afetam<br />

a sociedade fluminense, afirma<br />

Capanema.<br />

“É um perde-perde por<strong>que</strong><br />

não se ganha e não há ainda como<br />

mensurar perdas com a falta<br />

de avanço nesta <strong>que</strong>stão. E não<br />

podemos esperar <strong>que</strong> se concretize<br />

em 2012”, completa. ■


6 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

BRASIL<br />

Editora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br<br />

União perderá R$ 26 bi após<br />

renegociar dívidas <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong><br />

Projetos de lei preveem menor comprometimento de receitas para o pagamento do endividamento.<br />

Montante representa quase um sexto da meta de superávit primário do setor público, de 3,1% do PIB<br />

Gustavo Machado<br />

gmachado@brasileconomico.com.br<br />

A renegociação da dívida <strong>dos</strong><br />

esta<strong>dos</strong> e municípios, trabalhada<br />

em duas frentes parlamentares,<br />

uma na Câmara e outra no<br />

Senado, criará um rombo de<br />

at<strong>é</strong> R$ 26 bilhões no resultado<br />

primário do setor público (governo<br />

central, esta<strong>dos</strong>, municíos<br />

e estatais).<br />

Com a proposta de reduzir pela<br />

metade o comprometimento<br />

das receitas <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong>, quase<br />

um sexto da meta de superávit<br />

primário — economia feita para<br />

o pagamento de juros da dívida<br />

pública — desaparecerá. A meta<br />

atual <strong>é</strong> de 3,1% do Produto Interno<br />

Bruto e <strong>é</strong> composta em boa<br />

parte pelo pagamento de esta<strong>dos</strong><br />

e municípios.<br />

O primeiro corte acontecerá<br />

após a votação do projeto de lei<br />

de autoria do líder do governo<br />

no Senado Federal, Eduardo Braga<br />

(PMDB-AM). A proposta estende<br />

o vencimento da dívida de<br />

esta<strong>dos</strong> e municípios e <strong>é</strong> chancelada<br />

pelo Minist<strong>é</strong>rio da Fazenda.<br />

O endividamento negociado<br />

pelos esta<strong>dos</strong> em 1997 terá prazo<br />

de vencimento prorrogado em<br />

mais 10 anos — na maioria <strong>dos</strong><br />

contratos o vencimento será em<br />

2037. A nova estrutura reduzirá<br />

significativamente as parcelas<br />

anuais pagas para amortizar a dívida<br />

e <strong>que</strong> consomem at<strong>é</strong> 15%<br />

das receitas das unidades federativas.<br />

“Essa redução será automática.<br />

Tendo mais tempo para<br />

pagar, o comprometimento não<br />

precisará atingir o limite imposto<br />

pela Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal, <strong>que</strong> varia de 11% a 15%”,<br />

explica o Senador Braga.<br />

Na outra casa do poder legislativo,<br />

um Projeto de Lei Complementar,<br />

a ser encaminhado pelo<br />

deputado Candido Vaccarezza<br />

(PT-SP), define o percentual<br />

de receitas <strong>que</strong> serão desobstruídas.<br />

Fontes próximas ao<br />

executivo afirmam <strong>que</strong> o governo<br />

exige atrelar as receitas livres<br />

a investimentos.<br />

Segundo o relatório de Vaccarezza,<br />

a proposta corta pela metade<br />

o limite atual de comprometimento<br />

das receitas, mas<br />

restringe seu uso de modo <strong>que</strong><br />

o executivo federal não se opo-<br />

nha, ou seja, será usado em investimentos.<br />

A amarra pode<br />

servir para <strong>que</strong> o governo federal<br />

não precise reduzir suas metas<br />

de superávit primário. Os investimentos<br />

podem ser relaciona<strong>dos</strong><br />

com o Programa de Aceleração<br />

do Crescimento (PAC),<br />

<strong>que</strong>,segundo a legislação atual,<br />

podem ser deduzi<strong>dos</strong> do resultado<br />

primário.<br />

O projeto tamb<strong>é</strong>m revê alguns<br />

pontos da Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal, como o artigo<br />

<strong>que</strong> impede a renegociação do<br />

valor total das dívidas <strong>dos</strong> entes<br />

federativos. Ele afirma <strong>que</strong> o<br />

presidente da Câmara, o deputado<br />

Marco Maia (PT-RS), prometeu<br />

votar o projeto at<strong>é</strong> o final do<br />

ano. “Haverá uma grande discussão<br />

entre o Minist<strong>é</strong>rio da Fazenda<br />

e as secretarias da Fazenda<br />

<strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong>, mas os problemas<br />

serão resolvi<strong>dos</strong>, pois há<br />

vontade política para isso”, afirma<br />

Vaccarezza. ■<br />

Alan Mar<strong>que</strong>s/Folhapress<br />

Vaccarezza (PT-SP): “Maia prometeu votar mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal este ano”<br />

ROMBO<br />

Extensão do prazo de pagamento da dívida <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> criará um<br />

buraco de R$ 26 bilhões no resultado primário do governo, em R$ bi<br />

AC<br />

AL<br />

AM<br />

AP*<br />

BA<br />

CE<br />

DF<br />

ES<br />

GO<br />

MA<br />

MG<br />

MS<br />

MT<br />

PA<br />

DÍVIDA<br />

1,36<br />

6,75<br />

1,65<br />

0,35<br />

7,4<br />

2,8<br />

2,05<br />

0,83<br />

12,77<br />

2,78<br />

65,48<br />

6,39<br />

3,12<br />

1,3<br />

PARCELA EXTENSÃO<br />

PREVISTA DO PRAZO DE<br />

PARA 2013 PAGAMENTO<br />

0,35<br />

0,74<br />

0,98<br />

-<br />

2,60<br />

1,32<br />

1,67<br />

1,33<br />

1,90<br />

1,11<br />

5,00<br />

0,94<br />

1,17<br />

1,66<br />

0,18<br />

0,37<br />

0,49<br />

-<br />

1,30<br />

0,66<br />

0,84<br />

0,67<br />

0,95<br />

0,55<br />

2,50<br />

0,47<br />

0,59<br />

0,83<br />

PB<br />

PE<br />

PI<br />

PR<br />

RJ<br />

RN<br />

RO<br />

RR<br />

RS<br />

SC<br />

SE<br />

SP<br />

TO*<br />

TOTAL<br />

DÍVIDA<br />

1,21<br />

4,66<br />

2,55<br />

13,67<br />

55,78<br />

0,77<br />

1,96<br />

-0,23<br />

47,44<br />

5,38<br />

2,27<br />

160,58<br />

0,67<br />

411,07<br />

PARCELA EXTENSÃO<br />

PREVISTA DO PRAZO DE<br />

PARA 2013 PAGAMENTO<br />

0,80<br />

1,73<br />

0,67<br />

2,69<br />

5,14<br />

0,77<br />

0,70<br />

0,00<br />

2,94<br />

1,85<br />

0,65<br />

14,46<br />

-<br />

53,14<br />

0,40<br />

0,87<br />

0,34<br />

1,34<br />

2,57<br />

0,38<br />

0,35<br />

0,00<br />

1,47<br />

0,92<br />

0,33<br />

7,23<br />

-<br />

26,57<br />

Fontes: Minist<strong>é</strong>rio da Fazenda e <strong>Brasil</strong> Econômico *Não renegociou dívida em 1997<br />

ANÁLISE<br />

Desequilíbrio<br />

<strong>fiscal</strong> <strong>é</strong> uma<br />

preocupação<br />

Alteração na Lei de<br />

Responsabilidade Fiscal pode<br />

criar precedente desfavorável<br />

Especialistas em finanças públicas<br />

temem pela abertura de um<br />

precedente com as propostas<br />

do deputado Candido Vaccarezza<br />

(PT-SP). Segundo eles, a possibilidade<br />

de renegociações futuras<br />

de dívidas pode justificar<br />

ingerências fiscais por parte de<br />

governadores e prefeitos.<br />

Para Gilberto Braga, professor<br />

do Ibmec, a Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal <strong>é</strong> um <strong>dos</strong> pilares<br />

do atual regime <strong>fiscal</strong> brasileiro.<br />

Ele afirma <strong>que</strong>, embora existam<br />

pressões de diversas esferas do<br />

governo para <strong>que</strong> se flexibilize<br />

alguns artigos, o propósito da<br />

lei ainda está intacto. “Uma possível<br />

renegociação pode comprometer<br />

o equilíbrio <strong>fiscal</strong> <strong>dos</strong><br />

esta<strong>dos</strong> e, conse<strong>que</strong>ntemente,<br />

do país”, diz o professor.<br />

Braga diz tamb<strong>é</strong>m <strong>que</strong> caso<br />

saia do papel o projeto de Vaccarezza,<br />

o governo federal forçará<br />

a entrada de medidas compensatórias<br />

na nova lei, a fim de restringir<br />

o uso indiscriminado.<br />

“At<strong>é</strong> na base do governo há descontentamento<br />

com a Lei de<br />

Responsabilidade Fiscal, mas <strong>é</strong><br />

claro <strong>que</strong> o uso das receitas liberadas<br />

do pagamento da dívida<br />

será atrelado a algo, como investimentos<br />

do Programa de Aceleração<br />

do Crescimento (PAC),<br />

<strong>que</strong> surge como uma possibilidade<br />

razoável”, diz Braga.<br />

Para Everardo Maciel, ex-secretário<br />

da Receita Federal, caso<br />

as alterações na Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal sejam aprovadas,<br />

acontecerá uma s<strong>é</strong>rie de<br />

medidas para maquiar o resultado<br />

primário do setor público.<br />

“Deduzir os investimentos do<br />

PAC <strong>é</strong> uma maquiagem, <strong>é</strong> como<br />

se eu dissesse para o meu banco<br />

<strong>que</strong> a dívida <strong>que</strong> eu fiz foi usada<br />

de uma forma boa. Não faz sentido”,<br />

comenta Maciel. ■ G.M.


Ueslei Marcelino/Reuters<br />

Calabi: “A proposta de renegociação <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> <strong>é</strong> consensual”<br />

Maiores endivida<strong>dos</strong><br />

cobram ações de<br />

deputa<strong>dos</strong> federais<br />

Calabi prevê briga entre esta<strong>dos</strong><br />

e o governo no Legislativo.<br />

Fazenda já comprou a briga<br />

Os esta<strong>dos</strong> mais endivida<strong>dos</strong> e a<br />

maior cidade brasileira encabeçam<br />

a lista <strong>dos</strong> entes federativos<br />

<strong>que</strong> pressionam o poder legislativo<br />

para dar andamento aos<br />

projetos <strong>que</strong> abrem espaço para<br />

a renegociação de dívidas. São<br />

Paulo, Minas Gerais, Rio Grande<br />

do Sul e Rio de Janeiro, al<strong>é</strong>m da<br />

capital paulista, possuem endividamento<br />

superior a 100% das<br />

receitas anuais.<br />

Andrea Calabi, secretário da<br />

Fazenda de São Paulo, afirma<br />

<strong>que</strong> será encampada uma batalha<br />

entre o governo federal e os<br />

entes federativos, mas <strong>que</strong>, devido<br />

à proximidade das eleições<br />

municipais, ainda não <strong>é</strong> possível<br />

definir <strong>que</strong>m sairá vencedor.<br />

“A renegociação da dívida,<br />

a mudança do indexador e a liberação<br />

de receitas <strong>é</strong> algo consensual<br />

entre os esta<strong>dos</strong> e municípios,<br />

mas <strong>que</strong> depende da boa<br />

vontade do governo federal.<br />

Não estou brigando sozinho.<br />

Meu colega Mauro Ricardo (secretário<br />

de Finanças da Cidade<br />

PSDB sai em defesa do governador de Goiás<br />

O PSDB decidiu defender o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo,<br />

<strong>que</strong> <strong>é</strong> alvo de denúncias de ligação com o contraventor Carlos Augusto<br />

Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ao lado <strong>dos</strong> líderes da sigla na Câmara<br />

e no Senado, o presidente do partido, deputado S<strong>é</strong>rgio Guerra (PE),<br />

classificou ontem de fraudulentas todas as acusações feitas a Perillo.<br />

“O PSDB tem total confiança no governador. Não precisamos<br />

defendê-lo, por<strong>que</strong> ele sabe se defender e tem feito". ABr<br />

Divulgação<br />

de São Paulo) está comigo nesse<br />

debate”, avisa.<br />

Jilmar Tatto (PT-SP), líder do<br />

governo na Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>,<br />

afirma <strong>que</strong> o Minist<strong>é</strong>rio da<br />

Fazenda já comprou a briga e<br />

<strong>que</strong> fará o possível para esfriar<br />

as discussões sobre novas renegociações.<br />

“A Fazenda tem medo<br />

de um ‘estouro da boiada’;<br />

de <strong>que</strong> comece um descompromisso<br />

no âmbito <strong>fiscal</strong>. É um tema<br />

delicado e o governo tentará<br />

atrasar a discussão o quanto<br />

puder”, comenta Tatto.<br />

O deputado tamb<strong>é</strong>m afirma<br />

<strong>que</strong> a pressão está cada vez<br />

maior para dar seguimento no<br />

grupo de trabalho coordenado<br />

pelo colega Candido Vaccarezza<br />

(PT-SP) e <strong>que</strong> a <strong>que</strong>stão <strong>é</strong> apartidária.<br />

“Há vontade de muitos esta<strong>dos</strong><br />

para <strong>que</strong> isso entre em votação<br />

ainda este ano. Mas o governo<br />

prefere tratar as dívidas<br />

de cada ente de forma individual”,<br />

diz Tatto. “Não dá para<br />

fazer como em 1997 (ano da renegociação),<br />

de forma generalizada.<br />

Primeiro vamos tratar da<br />

cidade de São Paulo, depois do<br />

Rio Grande do Sul, e assim por<br />

diante”, complementa. ■ G.M.<br />

Otimismo das famílias atinge<br />

2º melhor índice em 12 meses<br />

Pesquisa do Ipea mostra <strong>que</strong><br />

a desaceleração econômica<br />

ainda não abateu os brasileiros<br />

A desaceleração da economia<br />

do país e a crise internacional<br />

não abateram ainda o otimismo<br />

das famílias brasileiras,<br />

<strong>que</strong> atingiu em junho o segundo<br />

melhor resultado <strong>dos</strong> últimos<br />

12 meses.<br />

De acordo com o Instituto<br />

de Pesquisa Econômica Aplicada<br />

(Ipea), o indicador <strong>que</strong> mede<br />

o otimismo <strong>dos</strong> brasileiros<br />

com a <strong>situação</strong> socioeconômica<br />

atual chegou a 68,5 pontos<br />

no mês passado, superior a<br />

maio (67 pontos) e a igual mês<br />

do ano passado (63,5%). Em<br />

um ano, o maior índice foi registrado<br />

em janeiro último,<br />

quando chegou a 69 pontos.<br />

A pesquisa mostra, entretanto,<br />

<strong>que</strong> as famílias estão um<br />

pouco menos confiantes quanto<br />

à <strong>situação</strong> econômica para<br />

os próximos 12 meses. No caso,<br />

o índice recuou de 66,8%<br />

em maio para 65% em junho<br />

(veja quadro abaixo).<br />

A <strong>que</strong>da <strong>é</strong> resultado de um<br />

recuo nos índices de quase todas<br />

as regiões, na comparação<br />

entre maio e junho, exceto no<br />

Centro-Oeste, <strong>que</strong> continua<br />

sendo a mais otimista dentre<br />

PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO<br />

A pesquisa mostra,<br />

entretanto, <strong>que</strong><br />

as famílias estão<br />

menos confiantes<br />

em relação aos<br />

próximos 12 meses<br />

as regiões do pais, com 88,8%<br />

das famílias acreditando <strong>que</strong> a<br />

<strong>situação</strong> econômica nos próximos<br />

12 meses estará melhor,<br />

contra 84,6% em maio (veja<br />

mais no quadro abaixo).<br />

Contudo, para os próximos<br />

cinco anos, as famílias aumentaram<br />

o grau de otimismo: o índice<br />

ficou em 63% no mês passado,<br />

contra 62% em maio.<br />

O indicador varia de 0 a 100<br />

e <strong>é</strong> composto por cinco dimensões,<br />

sendo uma delas a expectativa<br />

da família sobre a <strong>situação</strong><br />

econômica nacional. Tamb<strong>é</strong>m<br />

são medidas a percepção<br />

da família sobre a condição financeira<br />

passada e a expectativa<br />

sobre a condição futura; a<br />

expectativa da família sobre<br />

decisões de consumo; a expectativa<br />

da família sobre o endividamento<br />

e condições de quitação<br />

de dívidas e contas atrasadas;<br />

e a expectativa da famí-<br />

Famílias estão menos otimistas com a economia nacional<br />

nos próximos 12 meses<br />

1<br />

100<br />

0<br />

5<br />

100<br />

0<br />

SUL<br />

MAI/12<br />

NORDESTE<br />

Fonte: Ipea<br />

56,0% 49,5%<br />

MAI/12<br />

3<br />

2<br />

1<br />

JUN/12<br />

60,4% 64,7%<br />

JUN/12<br />

4<br />

5<br />

2<br />

100<br />

80<br />

60<br />

4<br />

2<br />

0<br />

3<br />

100<br />

0<br />

4<br />

100<br />

0<br />

CENTRO-OESTE<br />

NORTE<br />

84,6%<br />

MAI/12<br />

MAI/12<br />

SUDESTE<br />

88,8%<br />

JUN/12<br />

72,0% 67,3%<br />

MAI/12<br />

JUN/12<br />

70,2% 65,9%<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 7<br />

JUN/12<br />

lia sobre o mercado de trabalho,<br />

especialmente nos <strong>que</strong>sitos<br />

segurança na ocupação e<br />

sentimento de melhora profissional<br />

futura.<br />

Questão financeira<br />

Quanto à <strong>situação</strong> financeira,<br />

75% das famílias disseram estar<br />

financeiramente melhor<br />

hoje do <strong>que</strong> no ano anterior.<br />

Apesar disso, esse índice sofreu<br />

uma <strong>que</strong>da em relação ao<br />

mês de maio (2,3 pontos).<br />

O <strong>que</strong> puxou o resultado para<br />

baixo foi o fato de as famílias<br />

com renda de at<strong>é</strong> um salário<br />

mínimo (R$ 622) e as <strong>que</strong><br />

têm renda entre quatro e cinco<br />

salários mínimos estarem<br />

pouco otimistas quanto à melhoria<br />

de sua renda.<br />

O índice revela ainda <strong>que</strong><br />

dois terços das famílias acreditam<br />

<strong>que</strong> esse <strong>é</strong> um bom momento<br />

para adquirir bens de consumo.<br />

Pouco mais da metade das<br />

famílias tamb<strong>é</strong>m disse não ter<br />

dívidas, no mês de junho.<br />

Entre julho de 2011 e junho de<br />

2012, o mês de abril teve o maior<br />

valor de dívida m<strong>é</strong>dia entre as famílias<br />

brasileiras (R$ 5.580,69).<br />

No mês de junho, a dívida m<strong>é</strong>dia<br />

foi R$ 4.943,88, sendo a<br />

quarta maior m<strong>é</strong>dia do ano.<br />

Em junho, aproximadamente<br />

69% das famílias brasileiras<br />

afirmam não possuir contas<br />

atrasadas. Das <strong>que</strong> disseram<br />

possuir d<strong>é</strong>bitos venci<strong>dos</strong>,<br />

51,1% vão conseguir quitar<br />

parcialmente suas dívidas no<br />

mês, enquanto 33,03% disseram<br />

não ter condições.<br />

A pesquisa tamb<strong>é</strong>m mostra<br />

<strong>que</strong> cerca de 90% das famílias<br />

não pensam em tomar empr<strong>é</strong>stimo<br />

ou financiamento para<br />

comprar algum bem nos próximos<br />

três meses.<br />

Quanto ao mercado de trabalho,<br />

80,2% das famílias disseram<br />

em junho ter boas expectativas<br />

quanto à segurança do<br />

emprego pelo responsável no<br />

domicílio. Esse valor ficou 2,6<br />

pontos abaixo do registrado<br />

em maio.<br />

Pouco mais da metade das<br />

famílias disseram ainda <strong>que</strong>,<br />

para os próximos seis meses,<br />

não esperam <strong>que</strong> o chefe do<br />

domicílio tenha melhoria profissional.<br />

Na comparação com<br />

maio, houve <strong>que</strong>da de 1,8 ponto<br />

percentual nesse índice.<br />

No mês de junho, foram<br />

pesquisa<strong>dos</strong> 3.810 domicílios<br />

em mais de 200 municípios<br />

em to<strong>dos</strong> os esta<strong>dos</strong> e mais o<br />

Distrito Federal. ■ Redação,<br />

com ABr


8 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

BRASIL<br />

O PMDB pretende<br />

utilizar as<br />

eleições municipais<br />

de outubro<br />

para se consolidar<br />

como o partido<br />

com o<br />

maior número<br />

de prefeituras<br />

no país e, assim, atrair parlamentares<br />

e parti<strong>dos</strong> para fusões.<br />

Desta forma, pode aumentar<br />

seu poder dentro da coalizão<br />

com o PT no governo federal.<br />

As lideranças da sigla se reuniram<br />

ontem — último dia de<br />

atividades no Congresso antes<br />

do recesso legislativo — para<br />

lançar a rede social “PMDB 15”<br />

e definir os últimos passos da estrat<strong>é</strong>gia<br />

eleitoral. A sigla terá<br />

2.293 candidatos a prefeito.<br />

“Temos 1.200 prefeitos e <strong>que</strong>remos<br />

ultrapassar os 1.400.<br />

Al<strong>é</strong>m disso, temos candidatos a<br />

12 capitais, metade deles com<br />

chances reais de vitória”", disse<br />

o presidente do PMDB, senador<br />

Valdir Raupp (RO), <strong>que</strong> anunciou<br />

estar se licenciando do Parlamento<br />

por quatro meses para<br />

cuidar das eleições.<br />

Passaporte livre<br />

Segundo Raupp, após as eleições,<br />

os grandes parti<strong>dos</strong> do<br />

país devem sofrer com a saída<br />

de parlamentares, <strong>que</strong> passarão<br />

a integrar novas siglas. O PMDB<br />

planeja ser menos atingido pela<br />

Os eleitores <strong>que</strong> souberem de fatos<br />

<strong>que</strong> indi<strong>que</strong>m inelegibilidade<br />

de algum candidato a prefeito,<br />

vice-prefeito ou vereador<br />

têm at<strong>é</strong> hoje para informar o juiz<br />

eleitoral da cidade. É preciso ter<br />

provas e estar em gozo <strong>dos</strong> direitos<br />

políticos.<br />

Assim, <strong>é</strong> possível impedir <strong>que</strong><br />

candidatos irregulares concorram<br />

nesta eleição, <strong>que</strong> tem o primeiro<br />

turno marcado para 7 de<br />

outubro e o segundo, para o dia<br />

saída de seus quadros como tamb<strong>é</strong>m<br />

ter “tamanho e importância”<br />

para atrair forças políticas.<br />

“Após as eleições, os congressistas<br />

terão seus passaportes livres<br />

em mãos, libera<strong>dos</strong> para ir<br />

para parti<strong>dos</strong> <strong>que</strong> representem<br />

melhor seus projetos e ideias políticas”,<br />

considera Raupp.<br />

28 do mesmo mês.<br />

São considera<strong>dos</strong> inelegíveis<br />

os enquadra<strong>dos</strong> nas restrições<br />

impostas pelas leis complementares<br />

64/90 (Lei das Inelegibilidades)<br />

e 135/10 (Lei da Ficha Limpa).<br />

Podem ser considera<strong>dos</strong><br />

inaptos a exercer cargo público<br />

os candidatos condena<strong>dos</strong> em<br />

decisão transitada em julgado<br />

(sem possibilidade de recurso)<br />

por crimes contra a economia<br />

popular, a f<strong>é</strong> e a administração<br />

pública; lavagem de dinheiro e<br />

ocultação de bens; tráfico de entorpecentes,<br />

racismo, tortura e<br />

terrorismo; compra de votos e<br />

Para os líderes do PMDB, a<br />

consolidação do partido como<br />

o <strong>que</strong> mais tem prefeituras no<br />

país amplia o poder nacional<br />

da sigla tanto como aliada preferencial<br />

do PT para a reeleição<br />

da presidente Dilma Rousseff<br />

em 2014, quanto para atrair<br />

mais parlamentares no perío-<br />

abuso do poder econômico, entre<br />

outros.<br />

De acordo com o calendário<br />

eleitoral divulgado pelo Tribunal<br />

Superior Eleitoral (TSE), hoje se<br />

encerra tamb<strong>é</strong>m o prazo de regis-<br />

ELEIÇÕES 2012<br />

Kassab usa a máquina pública em favor da<br />

candidatura de Jos<strong>é</strong> Serra, acusa Chalita<br />

Gabriel Chalita, candidato do PMDB a prefeito de São Paulo,<br />

afirmou ontem <strong>que</strong> o prefeito Gilberto Kassab (PSD) vai realizar uma<br />

nova minirreforma na estrutura da prefeitura a fim de favorecer<br />

Jos<strong>é</strong> Serra, candidato tucano a prefeito e seu aliado político.<br />

Ele avaliou <strong>que</strong> as mudanças recentes no secretariado — a primeira<br />

minirreforma — foram prejudiciais à gestão da cidade. Redação<br />

PMDB aposta em eleição municipal<br />

para ganhar maior espaço nacional<br />

Expectativa da sigla <strong>é</strong> atrair parlamentares de outros parti<strong>dos</strong> e conquistar mais poder na base aliada de Dilma<br />

ELEIÇÕES<br />

2012<br />

Marcello Casal Jr/ABr<br />

do pós-eleitoral.<br />

Raupp confirmou a jornalistas<br />

<strong>que</strong> o PMDB iniciou conversas<br />

com parti<strong>dos</strong> para fusões<br />

após o processo eleitoral. De<br />

maneira reservada, peemedebistas<br />

<strong>que</strong> acompanham o processo<br />

afirmam <strong>que</strong> há negociações<br />

com seis parti<strong>dos</strong>, tanto<br />

tro <strong>dos</strong> comitês financeiros pelos<br />

parti<strong>dos</strong> <strong>que</strong> concorrerão nas<br />

eleições. Os comitês, cria<strong>dos</strong> para<br />

administrar e distribuir a arrecadação<br />

das campanhas, são registra<strong>dos</strong><br />

nos cartórios municipais.<br />

O TSE ainda não sabe quantos<br />

já foram registra<strong>dos</strong>.<br />

Ainda de acordo com o TSE,<br />

hoje tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> a data final para<br />

apresentar pedi<strong>dos</strong> de impugnação<br />

do registro individual de candidatos<br />

<strong>que</strong> estejam irregulares.<br />

A impugnação pode ser pedida<br />

por qual<strong>que</strong>r candidato, partido,<br />

coligação ou pelo Minist<strong>é</strong>rio<br />

Público Eleitoral.<br />

da oposição quanto da base, e<br />

citaram o DEM, um <strong>dos</strong> principais<br />

parti<strong>dos</strong> de oposição a Dilma,<br />

como interlocutor.<br />

O presidente do DEM, senador<br />

Jos<strong>é</strong> Agripino Maia (RN), nega<br />

qual<strong>que</strong>r negociação de possível<br />

fusão. “Nossa meta <strong>é</strong> crescer,<br />

estamos em <strong>situação</strong> melhor<br />

do <strong>que</strong> há quatro anos. Temos<br />

chances reais de vitória em<br />

várias cidades importantes, inclusive<br />

capitais”, afirmou.<br />

Poder de barganha<br />

O PMDB mira no aumento do<br />

seu poder de barganha nas<br />

alianças em 2014 e pretende se<br />

afirmar como principal aliado<br />

do PT no governo Dilma em<br />

um momento em <strong>que</strong> a unidade<br />

da aliança federal sofre com<br />

revezes cria<strong>dos</strong> pelas eleições<br />

municipais, como o fim de parcerias<br />

políticas do PT e PSB em<br />

Recife e Belo Horizonte, por<br />

exemplo.<br />

“Não precisamos falar em números,<br />

apenas dizer <strong>que</strong> vamos<br />

sair destas eleições com pelo<br />

menos 50% mais prefeituras<br />

<strong>que</strong> o segundo maior partido”,<br />

disse aos colegas de partido o deputado<br />

federal Eliseu Padilha<br />

(RS), presidente da Fundação<br />

Ulysses Guimarães, <strong>que</strong> afirmou<br />

ainda não saber <strong>que</strong>m sairá<br />

como o segundo maior partido<br />

a gerir prefeituras — PT ou<br />

PSDB. ■ Reuters<br />

Vence hoje o prazo para denunciar candidatos<br />

Lavagem de dinheiro, ocultação<br />

de bens e compra de votos<br />

são razões para inelegibilidade<br />

Henri<strong>que</strong> Manreza<br />

Raupp: depois do pleito, parlamentares vão para parti<strong>dos</strong> com os quais tenham maior identificação<br />

Site do TSE informa<br />

a quantidade de<br />

candidatos e da<strong>dos</strong><br />

<strong>que</strong> eles passaram<br />

à Justiça, como<br />

declaração de bens e<br />

certidões criminais<br />

Para pesquisar a <strong>situação</strong> <strong>dos</strong><br />

candidatos registra<strong>dos</strong>, basta<br />

acessar o DivulgaCand 2012 (http://divulgacand2012.tse.jus.br/<br />

divulgacand2012/). O sistema,<br />

atualizado diariamente, permite<br />

<strong>que</strong> se verifi<strong>que</strong> a quantidade de<br />

candidatos inscritos por esta<strong>dos</strong><br />

e municípios, o número de cargos<br />

a vereador e as informações<br />

passadas à Justiça Eleitoral pelos<br />

candidatos, como declaração de<br />

bens e certidões criminais. Anteontem,<br />

o sistema apontava o<br />

pedido de registro de 2.011 candidatos<br />

a prefeito, 2.015 a vice-prefeito<br />

e 75.448 a vereador. ■ ABr


Henri<strong>que</strong> Manreza<br />

O presidente do Supremo Tribunal<br />

Federal (STF), ministro Carlos<br />

Ayres Britto, disse ontem<br />

<strong>que</strong> os preparativos para o julgamento<br />

da ação penal do mensalão<br />

e a formatação de uma logística<br />

diferenciada está praticamente<br />

concluída. Ele deu a declaração<br />

após palestrar no Minist<strong>é</strong>rio<br />

Público Estadual de SP.<br />

Ayres Britto observou <strong>que</strong> o<br />

processo de julgamento do mensalão<br />

não difere de nenhum outro<br />

no <strong>que</strong> se refere à atenção,<br />

t<strong>é</strong>cnica, empenho e interesse.<br />

“Do ponto de vista quantitativo<br />

se difere pelo número de testemunhas,<br />

r<strong>é</strong>us, advoga<strong>dos</strong>, páginas,<br />

peças. Quanto a eventuais<br />

embargos de declaração não<br />

CUSTO DE VIDA<br />

Pressionada por grupo alimentação, inflação<br />

em São Paulo tem leve alta e fica em 0,2%<br />

A inflação na capital paulista, medida pela Fundação Instituto de<br />

Pesquisas Econômicas (Fipe), apresentou variação de 0,2% na segunda<br />

apuração de julho, uma leve alta na comparação com o início do<br />

mês (0,19%). Apenas dois <strong>dos</strong> sete grupos <strong>que</strong> compõem o Índice de<br />

Preços ao Consumidor (IPC) tiveram baixa — vestuário (-0,14%) e<br />

habitação (-0,1%). Transportes subiu 0,13% e alimentação, 1,12%. ABr<br />

STF está pronto para julgar mensalão<br />

Supremo julgará 38 r<strong>é</strong>us envolvi<strong>dos</strong> no processo, entre eles Jos<strong>é</strong> Dirceu, <strong>que</strong> foi ministro da Casa Civil na gestão Lula<br />

posso opinar, pois estaria antecipando<br />

resulta<strong>dos</strong>.”<br />

“Mensalão” foi o nome dado<br />

às investigações conduzidas pela<br />

comissão parlamentar mista<br />

de inqu<strong>é</strong>rito (CPMI), no governo<br />

do presidente Lula, de um es<strong>que</strong>ma<br />

de compra de votos de<br />

parlamentares pelo Executivo.<br />

O STF julgará 38 r<strong>é</strong>us <strong>que</strong> constam<br />

<strong>dos</strong> autos do processo, entre<br />

eles Jos<strong>é</strong> Dirceu, ministro da<br />

Casa Civil no governo Lula.<br />

Data marcada<br />

O julgamento começará em 2 de<br />

agosto, segundo o gabinete de<br />

Ayres Britto. De acordo com sua<br />

assessoria, os ministros entenderam<br />

<strong>que</strong> não era conveniente<br />

Divulgação/STF<br />

Ayres Britto: julgamento difere pelo número de r<strong>é</strong>us e advoga<strong>dos</strong><br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 9<br />

publicar uma edição extra do<br />

Diário da Justiça Eletrônico para<br />

dar tempo de começar o julgamento<br />

no prazo previsto anteriormente.<br />

Inicialmente, esperava-se<br />

<strong>que</strong> o julgamento começaria<br />

em 1º de agosto. O atraso<br />

ocorreu por<strong>que</strong> o revisor do processo,<br />

Ricardo Lewandowski, liberou<br />

o processo após o prazo<br />

possível para o cumprimento de<br />

rotinas obrigatórias.<br />

A ministra de Relações Institucionais,<br />

Ideli Salvatti, chegou<br />

a afirmar nesta semana<br />

<strong>que</strong> sua expectativa <strong>é</strong> de <strong>que</strong> o<br />

julgamento do mensalão ocorra<br />

“de forma tranquila e com<br />

base nos autos do processo e<br />

nas provas”. ■ ABr


10 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

BRASIL<br />

<strong>Brasil</strong> e Portugal<br />

lançam festival para<br />

celebrar laço cultural<br />

De 7 de setembro a 10 de junho de 2013, uma s<strong>é</strong>rie de eventos com<br />

intercâmbio de artistas ocorrerá simultaneamente nos dois países<br />

Paloma Savedra, do jornal O Dia<br />

paloma.savedra@odianet.com.br<br />

A integração entre <strong>Brasil</strong> e Portugal<br />

vai muito al<strong>é</strong>m do idioma.<br />

E para celebrar os laços culturais<br />

<strong>que</strong> unem essas duas nações<br />

será realizado um festival,<br />

entre 7 de setembro (Dia<br />

da Independência do <strong>Brasil</strong>) e<br />

10 de junho (Dia de Portugal)<br />

de 2013, simultaneamente, nos<br />

dois países. A programação do<br />

Ano de <strong>Brasil</strong> em Portugal e do<br />

Ano de Portugal no <strong>Brasil</strong> foi<br />

lançada oficialmente, ontem.<br />

Um <strong>dos</strong> principais atrativos<br />

será um amistoso entre os dois<br />

países, em 2013, <strong>que</strong> promete<br />

es<strong>que</strong>ntar as arquibancadas do<br />

Engenhão, no Rio. A data do jogo<br />

ainda não foi definida.<br />

A cerimônia foi realizada no<br />

Consulado Geral de Portugal,<br />

no Rio, pela ministra da Cultura,<br />

Ana de Hollanda; o presidente<br />

da Funarte, Antonio<br />

Grassi; o comissário de Portugal<br />

no <strong>Brasil</strong>, Miguel Horta e<br />

Costa; e o cônsul geral de Portugal,<br />

Nuno de Mello Bello.<br />

Com um orçamento de R$ 7<br />

milhões para a programação<br />

deste ano, o <strong>Brasil</strong> levará a Portugal<br />

artistas como Elba Rama-<br />

O ministro da Educação, Aloizio<br />

Mercadante, afirmou ontem<br />

<strong>que</strong> não há margem orçamentária<br />

para melhorar a proposta<br />

de reestruturação da carreira<br />

<strong>dos</strong> professores, apresentada<br />

na última semana, depois<br />

de reunião com reitores das<br />

universidades federais. A categoria,<br />

<strong>que</strong> está parada há dois<br />

lho, Gilberto Gil e Martinho da<br />

Vila, entre outros, <strong>que</strong> vão mostrar<br />

os ritmos e as cores do nosso<br />

país. No teatro, as atrizes Bibi<br />

Ferreira e Marília Pêra tamb<strong>é</strong>m<br />

representarão a arte brasileira.<br />

“Esse intercâmbio será eterno.<br />

Eu sou meio portuguesa. Já<br />

me apresentei diversas vezes<br />

no país. E vejo com muito bons<br />

olhos a participação de atores<br />

de lá aqui”, declarou a atriz Marília<br />

Pêra. “Eu sempre achei<br />

<strong>que</strong> o brasileiro se sentia um<br />

pouco português e o contrário<br />

tamb<strong>é</strong>m. A língua nos abraça.<br />

E essa ligação <strong>é</strong> muito bonita”,<br />

complementou Bibi Ferreira.<br />

Os eventos realiza<strong>dos</strong> aqui,<br />

por Portugal, serão financia<strong>dos</strong><br />

pela iniciativa privada da<strong>que</strong>le<br />

país. A abertura do festival<br />

ocorrerá em Brasília, no dia<br />

7 de setembro, e contará com<br />

apresentação da cantora de fado<br />

Mariza e de Roberta Sá,<br />

meses, avaliou a proposta do<br />

governo como insatisfatória.<br />

De acordo com o ministro,<br />

no cenário de crise financeira<br />

internacional, a prioridade do<br />

governo <strong>é</strong> manter o crescimento<br />

da economia para evitar<br />

o desemprego. “A proposta<br />

apresentada pelo governo <strong>é</strong><br />

de quase R$ 4 bilhões [de recursos<br />

para custear o plano<br />

at<strong>é</strong> 2014]. No momento, em<br />

função da crise internacional,<br />

a prioridade do governo <strong>é</strong><br />

al<strong>é</strong>m da Or<strong>que</strong>stra Sinfônica<br />

de Brasília. No dia 12, o público<br />

carioca poderá conferir o talento<br />

de Mariza, <strong>que</strong> fará show<br />

com Milton Nascimento, no<br />

Theatro Municipal.<br />

At<strong>é</strong> 10 de junho, cidades como<br />

Rio, São Paulo, Recife e Belo<br />

Horizonte, entre outras, receberão<br />

artistas e obras portuguesas,<br />

em programação especial<br />

na música, teatro e artes<br />

plásticas. O festival tamb<strong>é</strong>m terá<br />

participação de expoentes<br />

nas áreas de ciência e tecnologia<br />

e da gastronomia.<br />

“O evento vai dar oportunidade<br />

de atualizar a imagem de Portugal<br />

aqui. Entre os dois países,<br />

há personagens e estereótipos<br />

ultrapassa<strong>dos</strong>. Vamos mostrar<br />

um país jovem, com vasto patrimônio<br />

cultural e histórico”, declarou<br />

o comissário de Portugal<br />

no <strong>Brasil</strong>, Miguel Horta e Costa.<br />

A ministra da Cultura, Ana<br />

de Hollanda, ressaltou a importância<br />

do festival: “At<strong>é</strong> por razões<br />

históricas, criamos imagens<br />

ultrapassadas. Mas começar<br />

o evento no dia da nossa independência<br />

e fazer esse intercâmbio<br />

mostra uma renovação<br />

desses laços. Temos de manter<br />

uma nova relação com Portu-<br />

usar essa capacidade <strong>fiscal</strong> para<br />

o <strong>Brasil</strong> crescer e manter o<br />

emprego de <strong>que</strong>m não tem estabilidade.”<br />

O ministro lembrou tamb<strong>é</strong>m<br />

<strong>que</strong> há outras categorias<br />

<strong>que</strong> precisam ser atendidas.<br />

Mercadante afirmou ainda<br />

<strong>que</strong> espera <strong>que</strong> a <strong>situação</strong> com<br />

os professores seja resolvida<br />

logo para <strong>que</strong> o minist<strong>é</strong>rio possa<br />

“se dedicar intensamente a<br />

buscar uma solução para os<br />

t<strong>é</strong>cnicos”.<br />

DEFESA<br />

Minist<strong>é</strong>rio entrega principais projetos das<br />

Forças Armadas ao Legislativo<br />

O ministro da Defesa, Celso Amorim, entregou ontem ao presidente<br />

do Senado, Jos<strong>é</strong> Sarney, documentos com os principais projetos<br />

das Forças Armadas a serem debati<strong>dos</strong> no Congresso Nacional.<br />

As versões preliminares do Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN)<br />

e as atualizações da Política Nacional de Defesa (PND), após analisadas<br />

pelo Senado Federal, seguem para a Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>. ABr<br />

gal”, afirmou.<br />

Em Portugal, a estreia da<br />

programação brasileira será no<br />

dia 21 de setembro, em Lisboa,<br />

com show de Ney Matogrosso.<br />

Outras cidades já confirmadas<br />

no festival são Porto, Guimarães,<br />

Coimbra, Sintra e Faro.<br />

As apresentações serão feitas<br />

em museus, teatros e praças.<br />

As apresentações nos espaços<br />

abertos serão gratuitas e<br />

Valorização da carreira<br />

Segundo o ministro, o conceito<br />

da nova proposta de carreira para<br />

os professores <strong>é</strong> a valorização<br />

<strong>dos</strong> docentes com regime de dedicação<br />

exclusiva (87%) e doutorado.<br />

“O plano valoriza os<br />

professores com doutorado e dedicação<br />

exclusiva, <strong>que</strong> são a<strong>que</strong>les<br />

<strong>que</strong> realmente têm compromisso<br />

com a universidade. Disso<br />

nós não vamos abrir mão.”<br />

Um <strong>dos</strong> pontos da proposta<br />

do governo critica<strong>dos</strong> pelo sin-<br />

Alexandre Vieira/O Dia<br />

nas demais a preços populares<br />

— abaixo de ¤ 10.<br />

Como participar<br />

No site www.anodeportugalnobrasil.pt,<br />

artistas portugueses<br />

poderão se inscrever no festival,<br />

para participação no ano<br />

<strong>que</strong> vem. E os brasileiros <strong>que</strong><br />

quiserem fazer parte do evento<br />

podem entrar no site www.anobrasilportugal.com.br.<br />

■<br />

Mercadante nega nova proposta a professores<br />

Para ministro da Educação, crise<br />

internacional limita margem para<br />

reajustes no ensino superior<br />

Os eventos realiza<strong>dos</strong><br />

aqui, por Portugal,<br />

serão financia<strong>dos</strong><br />

pela iniciativa<br />

privada da<strong>que</strong>le país<br />

Andrew Harrer/Bloomberg<br />

Ana de Hollanda: “Temos de manter nova relação com Portugal”<br />

dicato <strong>dos</strong> docentes seria um<br />

erro de projeção da inflação para<br />

aplicação do reajuste salarial.<br />

Mercadante garantiu <strong>que</strong><br />

haverá ganho real de salário.<br />

Durante toda a semana, os<br />

professores das instituições em<br />

greve se reunirão em assembleias<br />

para avaliar a proposta<br />

apresentada pelo governo. Está<br />

marcada para a próxima segunda-feira<br />

(23) uma nova reunião<br />

do sindicato com o Minist<strong>é</strong>rio<br />

do Planejamento. ■ ABr


Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr<br />

Preocupada com a onda de paralisações<br />

<strong>que</strong> atinge o setor público,<br />

a Petrobras apresentou ontem<br />

nova proposta para o pagamento<br />

da Participação nos Lucros<br />

e Resultado (PLR) de 2011.<br />

Segundo a Federação Única<br />

<strong>dos</strong> Petroleiros (FUP), a contraproposta<br />

da empresa aumenta<br />

em 4,6% a cifra, ou seja, eleva<br />

em R$ 2.056 o piso.<br />

O reajuste considera R$ 760<br />

a mais na PLR e um adiantamento<br />

de R$ 1.296 ou 12% de<br />

uma remuneração, o <strong>que</strong> for<br />

maior, como gratificação. O assunto<br />

foi discutido durante reunião<br />

entre representantes da<br />

estatal e dirigentes da FUP.<br />

O diretor-geral da Federa-<br />

FISCALIZAÇÃO<br />

TRE do Rio inaugura Centro de Controle e<br />

Comando das Eleições contra ilegalidades<br />

Foi inaugurado ontem o Centro de Controle e Comando das Eleições<br />

2012 do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).<br />

Segundo o presidente do TRE-RJ, Luiz Zveiter, o objetivo <strong>é</strong> investigar<br />

e punir crimes eleitorais, para garantir maior equilíbrio na disputa. No<br />

Rio de Janeiro, as investigações em carreatas e comícios vão se<br />

concentrar na zona oeste, onde atua boa parte das milícias. ABr<br />

Petrobras propõe novo reajuste na PLR<br />

ção Única <strong>dos</strong> Petroleiros, João<br />

Antônio de Morais, avaliou <strong>que</strong><br />

a proposta apresentada ontem<br />

pela estatal representou um<br />

avanço em relação à anterior,<br />

na qual a Petrobras diminuiu<br />

em 7,8% o valor da PLR para os<br />

funcionários, ao mesmo tempo<br />

em <strong>que</strong> aumentou em 2,3% o<br />

pagamento aos acionistas.<br />

Contudo, aponta o sindicalista,<br />

a nova proposta “ainda não<br />

contempla as reivindicações<br />

<strong>dos</strong> petroleiros”. A categoria reivindica<br />

tratamento equivalente<br />

ao dado pela companhia a seus<br />

acionistas, <strong>que</strong> foram contempla<strong>dos</strong><br />

com dividen<strong>dos</strong> da ordem<br />

de 2% em relação a 2010.<br />

Morais disse, no entanto,<br />

Suspensão de greve<br />

geral de petroleiros,<br />

marcada para<br />

sexta-feira, vai<br />

depender de novas<br />

assembleias da FUP<br />

<strong>que</strong> a FUP ainda não decidiu sobre<br />

a nova proposta. O assunto<br />

será discutido hoje, durante<br />

reunião do Conselho Deliberativo,<br />

<strong>que</strong> reúne representantes<br />

de to<strong>dos</strong> os 13 sindicatos filia<strong>dos</strong><br />

à federação da categoria.<br />

“Será o Conselho <strong>que</strong> decidirá<br />

qual o indicativo a ser levado<br />

às assembleias gerais <strong>que</strong> se-<br />

rão feitas em todo o país e <strong>que</strong><br />

decidirão, ou não, pela suspensão<br />

da greve geral marcada para<br />

o próximo dia 20. Portanto,<br />

seria prematuro antecipar qual<strong>que</strong>r<br />

decisão neste momento.”<br />

Na última quarta-feira, a<br />

FUP se reuniu com a presidente<br />

da Petrobras, Graça Foster,<br />

e com o diretor corporativo e<br />

de serviços da estatal, Jos<strong>é</strong><br />

Eduardo Dutra. No encontro,<br />

foi cobrada uma solução para<br />

o impasse das negociações relativas<br />

à quitação da PLR 2011<br />

e um “regramento” das PLRs<br />

futuras.<br />

A greve prevista para a próxima<br />

sexta foi decidida na última<br />

reunião do Conselho Deliberati-<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 11<br />

Trabalhadores exigem tratamento equivalente ao dado aos acionistas, <strong>que</strong> receberam dividen<strong>dos</strong> da ordem de 2% em 2010<br />

vo da FUP, no dia 5 de julho,<br />

quando os sindicatos aprovaram<br />

a possibilidade de paralisação<br />

por tempo indeterminado.<br />

Operação-padrão<br />

A Associação Nacional <strong>dos</strong> Defensores<br />

Públicos da União<br />

(Anadef) informou <strong>que</strong> 90% da<br />

categoria aderiram à operaçãopadrão<br />

iniciada anteontem. Os<br />

atendimentos serão suspensos,<br />

mas os processos já em andamento<br />

continuarão tendo acompanhamento.<br />

Hoje, há 468 defensores<br />

públicos federais em<br />

atuação. Os servidores exigem<br />

melhora na estrutura da Defensoria<br />

Pública e a contratação de<br />

800 defensores. ■ ABr


12 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

INOVAÇÃO & GESTÃO<br />

Editor executivo: Gabriel de Sales gsales@brasileconomico.com.br<br />

ALL agiliza transporte de<br />

grãos at<strong>é</strong> o porto de Santos<br />

Um mudança aparentemente<br />

simples nos dispositivos de comunicação<br />

(transponder) das<br />

balanças de entrada e saída do<br />

Terminal Rodoferroviário da<br />

Am<strong>é</strong>rica Latina Logística em<br />

Alto Araguaia, no Mato Grosso,<br />

permitiu um ganho m<strong>é</strong>dio<br />

de tempo de seis segun<strong>dos</strong> no<br />

manejo de cada caminhão descarregado.<br />

O resultado imediato foi a<br />

agilização de movimentação<br />

de milho e farelo e o recorde<br />

de 946 caminhões descarrega<strong>dos</strong><br />

em um só dia nos vagões<br />

<strong>que</strong> seguem dali para o porto<br />

de Santos, por via ferroviária.<br />

O volume atingido pela empresa<br />

indica um crescimento de<br />

6,05% em relação ao último recorde<br />

de 891 veículos, com ganhos<br />

de receita e redução no<br />

tempo de permanência <strong>dos</strong> caminhões<br />

no terminal.<br />

As mudanças <strong>que</strong> visam agilizar<br />

o processo de descarga rodoviária<br />

do terminal fazem parte<br />

da implantação do “Projeto<br />

Sem Parar”, iniciativa inovadora<br />

na área de gestão da ALL.<br />

“Tivemos um ganho de produtividade<br />

nos tombadores e<br />

na recepção <strong>dos</strong> caminhões.<br />

Com isso, passamos a ter uma<br />

maior recepção e conse<strong>que</strong>ntemente<br />

estamos melhorando<br />

nossos índices de produtividade”,<br />

afirma Flávio Jos<strong>é</strong> da Silva,<br />

coordenador de Terminais<br />

de Mato Grosso da empresa de<br />

logística.<br />

Gente e gestão<br />

Ivandro Paim, gerente de Terminais<br />

de Mato Grosso e Mato<br />

Grosso do Sul, completa lembrando<br />

<strong>que</strong> três anos atrás a m<strong>é</strong>-<br />

dia diária de movimentação dera<br />

de 348 caminhões. (ver gráfico).<br />

“Trabalhamos com três pilares<br />

dentro da empresa: gente,<br />

resultado e gestão. Com isso<br />

gerenciamos a rotina e a produtividade<br />

por meio de sistemas o<br />

<strong>que</strong> nos possibilita acompa-<br />

Investimentos em<br />

gestão têm ajudado a<br />

empresa a aumentar<br />

a receita como<br />

resultado do maior<br />

volume de carga<br />

QUINTA-FEIRA<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

Empresa de logística investiu em tecnologia e conseguiu descarregar 946 caminhões de milho e farelo<br />

em um único dia no Terminal Rodoferroviário de Alto Araguaia, mas enfrenta gargalos no litoral paulista<br />

Rafael Palmeiras<br />

rpalmeiras@brasileconomico.com.br<br />

RECORDE<br />

1000<br />

Evolução da carga diária descarregada no terminal da ALL, em toneladas<br />

800<br />

691<br />

761 779 791<br />

832<br />

600 00<br />

400 00<br />

200 00<br />

0<br />

Fonte: empresa<br />

*m<strong>é</strong>dia diária no ano<br />

384<br />

Paulo Fridman/Bloomberg<br />

Terminal da ALL em Mato Grosso tem capacidade máxima para descarregar mil caminhões por dia<br />

nhar os resulta<strong>dos</strong>”, explica.<br />

O processo do qual participam<br />

cerca de 250 funcionários <strong>é</strong><br />

acompanhando de perto pelos<br />

gestores do Terminal. “Todas as<br />

manhãs fazemos reuniões para<br />

avaliar o desempenho e alimentar<br />

o sistema”, explica.<br />

891<br />

SEXTA-FEIRA<br />

TECNOLOGIA<br />

Ainda segundo Paim, o processo<br />

de inovação tem ajudado<br />

a aumentar a receita da empresa,<br />

como resultado de um volume<br />

maior de produtos <strong>que</strong> são<br />

descarrega<strong>dos</strong>.<br />

O executivo revela <strong>que</strong> o<br />

Terminal tem capacidade para<br />

quatro caminhões ao mesmo<br />

tempo com uma carga máxima<br />

de 42 toneladas. “Queremos<br />

manter uma m<strong>é</strong>dia de<br />

900 caminhões por dia, mas temos<br />

capacidade de chegar a<br />

um número máximo de mil<br />

por dia”, destaca o executivo<br />

<strong>que</strong> pretende buscar esse ganho<br />

at<strong>é</strong> o fim do ano.<br />

Gargalos<br />

O programa de inovação e investimento<br />

da ALL ainda enfrenta<br />

barreiras para ampliar<br />

ainda mais o processo de descarregamento<br />

de caminhões<br />

por dia. Um deles <strong>é</strong> legislação<br />

trabalhistas para caminhoneiros<br />

<strong>que</strong> teve como uma das<br />

consequências a redução da<br />

carga horária de trabalho, gerando<br />

filas para o descarregamento.<br />

Outro obstáculo visto pela<br />

companhia de logística <strong>é</strong> a falta<br />

de capacidade do porto de Santos<br />

para o recebimento da carga.<br />

Atualmente, a ALL possui<br />

capacidade máxima para 600<br />

vagões, mas a empresa ainda está<br />

distante de utilizar todo esse<br />

potencial.<br />

Mesmo com a intenção de<br />

manter 900 caminhões por dia,<br />

a empresa seria forçada a utilizar<br />

apenas 450. É <strong>que</strong> cada vagão<br />

possui capacidade para levar<br />

a carga de dois caminhões.<br />

“Não adianta descarregar uma<br />

quantidade grande nos vagões e<br />

enfrentar um gargalo em Santos”,<br />

conclui Paim. ■<br />

2009* 2010 9/ABR/11 13/ABR/11 14/ABR/11 15/ABR/11 10/MAR/12 6/JUL/12 CAPACIDADE<br />

MÁXIMA<br />

946<br />

1.000


SEGUNDA-FEIRA<br />

ECONOMIA CRIATIVA<br />

Uma empresa não consegue ir<br />

muito longe sem dar atenção à<br />

saúde <strong>dos</strong> funcionários. Atenta<br />

a esse detalhe, a Oi, empresa de<br />

telefonia implantou um sistema<br />

de gestão <strong>que</strong> tem ajudado a melhorar<br />

a vida de muito <strong>dos</strong> seus<br />

colaboradores.<br />

A companhia implementou<br />

dois programas o “Vida Saudável”<br />

e a “Gestão Integrada”,<br />

<strong>que</strong> contou com o apoio da Funcional,<br />

empresa de inteligência<br />

e gestão de saúde.<br />

Em pouco mais de um ano, a<br />

Oi já colhe frutos dessa parceira.<br />

A empresa registrou <strong>que</strong>da<br />

nas taxas de internações hospitalares<br />

em 37% e de consultas<br />

em pronto socorro em 13%,<br />

al<strong>é</strong>m de terem gerado aumento<br />

no cumprimento de protocolos<br />

de exames (103%) e na adesão<br />

a tratamentos com medicamentos<br />

(58%).<br />

Só <strong>que</strong> os resulta<strong>dos</strong> desse<br />

modelo de gestão vão al<strong>é</strong>m <strong>dos</strong><br />

números. Com o projeto, a Oi<br />

conseguiu estimular a prática<br />

de hábitos saudáveis dentro da<br />

companhia.<br />

De acordo com a empresa, o<br />

programa <strong>que</strong> teve participação<br />

de cerca de 2 mil funcionários de<br />

um total de 33 mil, priorizou a<br />

prevenção com o monitoramento<br />

de doenças crônicas como diabetes,<br />

hipertensão, cardiopatias<br />

e asma e, tamb<strong>é</strong>m, condições de<br />

impacto e fatores de risco modificáveis<br />

como sedentarismo, obesidade,<br />

tabagismo e estresse.<br />

“Por meio de processo de tratamento<br />

de da<strong>dos</strong>, foram desenha<strong>dos</strong><br />

os perfis de saúde, riscos<br />

e necessidades <strong>dos</strong> colaboradores<br />

e seus dependentes, para<br />

os quais foi montada uma estrutura<br />

de telemonitoramento<br />

e visitação domiciliar <strong>dos</strong> parti-<br />

TERÇA-FEIRA<br />

EMPREENDEDORISMO<br />

Bons hábitos com a<br />

saúde <strong>dos</strong> funcionários<br />

Ações já reduziram em 37%<br />

as internações hospitalares<br />

de funcionários e familiares<br />

A empresa registrou<br />

<strong>que</strong>da nas taxas<br />

de internações<br />

hospitalares em<br />

37% e em 13%<br />

nas consultas em<br />

pronto-socorro<br />

cipantes”, explica Daphne Braga,<br />

consultora m<strong>é</strong>dica do trabalho<br />

da Oi.<br />

Para o levantamento das informações,<br />

foram usadas pesquisas<br />

de campo e de laboratório,<br />

entrevistas e elaboração de<br />

<strong>que</strong>stionários <strong>que</strong> contaram<br />

com a participação de enfermeiros,<br />

psicólogos, nutricionistas,<br />

assistentes sociais e m<strong>é</strong>dicos.<br />

Cenário<br />

Da<strong>dos</strong> do Minist<strong>é</strong>rio do Trabalho<br />

sinalizam <strong>que</strong> as empresas<br />

precisam ficar atentas à gestão<br />

Jose Pelaez/Image Source<br />

da saúde no trabalho. De acordo<br />

com o órgão no período entre<br />

janeiro a maio deste ano houveram<br />

687 acidentes de trabalho,<br />

enquanto ocorrem 32.984<br />

autuações (ver gráfico).<br />

Mesmo diante desse cenário,<br />

o m<strong>é</strong>dico Gustavo Guimarães,<br />

diretor t<strong>é</strong>cnico da Funcional<br />

acredita <strong>que</strong> as empresas<br />

começaram a assumir suas responsabilidades<br />

na gestão de<br />

saúde, buscando ter informações<br />

sobre a vida de seus funcionários.<br />

“As operadoras de plano de<br />

saúde tem dificuldade de lidar<br />

com as informações <strong>dos</strong> pacientes<br />

e cabe às empresas lidar com<br />

isso. Hoje <strong>é</strong> possível fazer muito<br />

proporcionando benefícios como<br />

auxílio medicamentos.”<br />

Por<strong>é</strong>m, empresas menores<br />

ainda precisam ficar atentas, já<br />

<strong>que</strong> a gestão de saúde <strong>é</strong> mais comum<br />

entre a<strong>que</strong>las com mais de<br />

cinco mil funcionários. ■ R.P.<br />

ESTADO DE ATENÇÃO Em 5 meses, minist<strong>é</strong>rio registrou 32.984 autuações e 687 acidentes<br />

7.802<br />

INDÚSTRIA<br />

260<br />

166<br />

Autuações<br />

Acidentes<br />

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS<br />

Fonte: Sistema Federal de Inspeção do Trabalho<br />

2<br />

Programapermitiuaumentode103%narealizaçãodeexamesm<strong>é</strong>dicos<br />

684<br />

SAÚDE<br />

13<br />

1.258<br />

SERVIÇOS<br />

37<br />

1.188<br />

40<br />

TRANSPORTES<br />

14.062<br />

CONSTRUÇÃO<br />

195<br />

+55112366-6654<br />

www.grupofbm.com.br<br />

O processo participativo e<br />

o futuro da empresa familiar<br />

O processo participativo, este <strong>é</strong> o grande segredo da continuidade<br />

da empresa familiar. A consciência da família de perpetuação<br />

do patrimônio <strong>é</strong> o segundo grande segredo para sua sobrevida.<br />

Cabe a pergunta, como fazer na empresa e na família um processo<br />

participativo e consciente, assim como buscar diuturnamente<br />

a sua perpetuação.<br />

A resposta da primeira pergunta engloba a segunda,<br />

Sem <strong>que</strong> to<strong>dos</strong>, fundadores e herdeiros, não dialoguem entre<br />

si de forma clara sobre o tema, pouco se pode fazer. Herdeiros se<br />

referem à propriedade e não a atuação ativa na empresa.<br />

Dialogar e alinhar valores e missão da empresa se torna crucial<br />

neste processo.<br />

Valores são frutos de sua fundação, missão <strong>é</strong> a visão do futuro.<br />

Identificar valores e missão <strong>é</strong> um processo demorado, pois significa<br />

relembrar to<strong>dos</strong> os passos iniciais da empresa e sua existência,<br />

a tentativa de se recuperar esta historia, não <strong>é</strong> fácil, ao contrario<br />

<strong>é</strong> um processo como explicitado a seguir extremamente<br />

complexo.<br />

A complexidade está em se descrever os problemas e os eventuais<br />

casos de fracasso, e temos <strong>que</strong> ter em mente <strong>que</strong> não há sucesso<br />

sem percalços. São os fracassos<br />

<strong>que</strong> determinam a eficá-<br />

Empreendedores<br />

se satisfazem com<br />

o mínimo necessário,<br />

as gerações<br />

subse<strong>que</strong>ntes<br />

pedem maior renda,<br />

por serem mais<br />

numerosas e<br />

por entenderem<br />

<strong>que</strong> a empresa<br />

deve prover sua<br />

qualidade de vida<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 13<br />

Curso preparatório para certificação<br />

internacional em IFRS do ICAEW<br />

(presencial e real time via WeBex)<br />

Conheça as vantagens<br />

do curso real time:<br />

agende agora mesmo<br />

uma demonstração.<br />

Início em agosto.<br />

RENE WERNER<br />

Presidente da Werner & Associa<strong>dos</strong><br />

cia do empreendedor. O seu sucesso<br />

<strong>é</strong> o legado para as gerações<br />

futuras.<br />

Não <strong>é</strong> incomum vermos <strong>que</strong><br />

a segunda e terceira geração <strong>é</strong><br />

de maior sucesso <strong>que</strong> a primeira,<br />

mas <strong>é</strong> extremamente raro<br />

notarmos <strong>que</strong> estas mesmas gerações<br />

estejam tão comprometidas<br />

como a primeira pela perpetuação<br />

do negocio. Os objetivos<br />

financeiros, e conseqüentemente,<br />

os objetivos mais<br />

imediatos são um desafio e<br />

não dão margem para um crescimento<br />

sustentável.<br />

É notório o fato de <strong>que</strong> as<br />

grandes negociações na área<br />

de fusões e aquisições são realizadas pela segunda ou terceira geração<br />

<strong>que</strong> já vêem a empresa fundada pelos seus antecessores como<br />

um veículo de renda e não de satisfação profissional.<br />

Empreendedores se satisfazem com o mínimo necessário, as<br />

gerações subseqüentes precisam de maior renda, não somente<br />

por serem mais numerosos, mas sim, pelo fato de <strong>que</strong> entendem<br />

<strong>que</strong> a empresa deve prover a sua qualidade de vida.<br />

Qualidade de vida sempre <strong>é</strong> relacionada com a capacidade de se<br />

obter o maior numero de benefícios possíveis, não pretendo aqui<br />

ser critico das gerações de herdeiros, apenas <strong>alerta</strong>r <strong>que</strong> se os mesmos<br />

não tiverem consciência da perpetuação da empresa pouco<br />

adiantara a modernização da gestão. São investimentos tangíveis e<br />

intangíveis <strong>que</strong> asseguram a transição entre empreendedores e seus<br />

sucessores, entre a paixão e a profissionalização.<br />

A recomendação <strong>é</strong> para a geração de empreendedores não deixar<br />

de lado o treinamento interno, e de seus sucessores dando<br />

lhes não somente benefícios, mas principalmente responsabilidades<br />

reais. São os desafios internos <strong>que</strong> geram um vínculo com a<br />

propriedade a ser herdada, não <strong>é</strong> sendo partícipe em empresas outras<br />

<strong>que</strong> se adquirira o esperado preparo, pois seu sobrenome sempre<br />

carrega a conotação de <strong>que</strong> os mesmos não estão fazendo carreira,<br />

e os <strong>que</strong> estão provavelmente se sentirão incentiva<strong>dos</strong> a continuarem<br />

na sua profissão e sua carreira. ■


14 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

ENCONTRO DE CONTAS<br />

DryWash encara a prefeitura<br />

A rede de lava-rápi<strong>dos</strong> DryWash<br />

está disposta a comprar uma<br />

briga com a prefeitura<br />

de São Paulo para continuar<br />

operando suas unidades em<br />

estacionamentos de shoppings<br />

da capital. Nos próximos dias,<br />

a empresa entrará com<br />

processo administrativo na<br />

prefeitura para solicitar mais<br />

agilidade na avaliação <strong>dos</strong><br />

pedi<strong>dos</strong> de liberação de alvarás<br />

de funcionamento das lojas<br />

DryWash em estacionamentos<br />

de alguns empreendimentos,<br />

como os shoppings Pátio<br />

Higienópolis e Pátio Paulista,<br />

de São Paulo. Há casos da rede<br />

Menos <strong>é</strong> mais<br />

Carrossel vira vitrine<br />

<strong>que</strong> seus fran<strong>que</strong>a<strong>dos</strong> esperam<br />

pela avaliação do pedido<br />

<strong>dos</strong> alvarás há mais de três<br />

anos. Hoje, a DryWash, do<br />

sócio-fundador Lito Rodriguez,<br />

está no centro das discussões<br />

entre a prefeitura e os<br />

administradores desses<br />

shoppings, <strong>que</strong> tiveram os<br />

alvarás de funcionamento<br />

cassa<strong>dos</strong> por irregularidades<br />

no número de vagas <strong>dos</strong><br />

estacionamentos disponíveis<br />

para clientes. Roseli Perez,<br />

sócia-diretora da rede, diz<br />

<strong>que</strong> a demora ocorre apesar<br />

de um parecer favorável<br />

da Cehab à DryWash, de 2008.<br />

O rei das cantinas<br />

O restaurateur Andrea Conte<br />

está investindo na abertura da<br />

segunda unidade da sua cantina<br />

Don Pepe di Napoli, em Santos, no<br />

litoral paulista. A primeira cantina<br />

está localizada em São Caetano<br />

do Sul, em São Paulo. Com o<br />

investimento, o seu grupo Don<br />

Pepe di Napoli agora conta 20<br />

restaurantes, to<strong>dos</strong> próprios, no<br />

Estado. Sua rede tem sete<br />

bandeiras — Al Mare, Don Pepe Di<br />

Napoli, Forneria Di Napoli,<br />

Pepitto, Vila Conte, LaPepa e<br />

Pepe Nero - <strong>que</strong> faturam mais de<br />

R$ 60 milhões por ano. Para diversificar seus negócios, recentemente,<br />

o empresário e investidor adquiriu o restaurante Mercearia do Francês<br />

e inaugurou o Momotaro, ao lado do chef Adriano Kanashiro.<br />

Contra a mar<strong>é</strong><br />

A casa do milhão<br />

A Casa Madeira, instalada no Vale <strong>dos</strong> Vinhe<strong>dos</strong>, no Rio Grande do Sul,<br />

investiu R$ 1 milhão para produzir dobrar a produção de potes de<br />

geleia para 1 milhão de unidades fabrica<strong>dos</strong> hoje pelo grupo. O aporte<br />

foi feito em equipamento <strong>que</strong> reduz o tempo de preparo de três horas<br />

para 30 minutos. A meta deve ser atingida ainda este ano, pelos<br />

cálculos do executivo Juarez Valduga, diretor da empresa.<br />

Brava gente brasileira<br />

FRASE<br />

Fotos: divulgação<br />

A crise no mundo azedou o<br />

humor <strong>dos</strong> investidores e<br />

atrapalhou as ofertas públicas<br />

de ações de empresas <strong>que</strong><br />

desejavam estrear na bolsa este<br />

ano. Os três grupos <strong>que</strong> tiveram<br />

coragem de enfrentar a baixa<br />

mar<strong>é</strong> do mercado e abriram<br />

o capital — BTG, Locam<strong>é</strong>rica<br />

e Unicasa — vêm tendo<br />

desempenho distintos. Desde os<br />

seus respectivos IPOs, feitos em<br />

abril, somente a Unicasa, dona<br />

da marca Dellano, segue em<br />

alta, com 10% de valorização,<br />

at<strong>é</strong> agora. Para analistas, o<br />

segmento está em crescimento.<br />

Al<strong>é</strong>m disso, a companhia<br />

apresenta múltiplos mais<br />

atrativos do <strong>que</strong> outros varejistas.<br />

Mais de 2 mil pessoas de todo o país inscreveram suas histórias, seus<br />

sentimentos ou simplesmente afiaram a criatividade na segunda edição<br />

do concurso de poesias da Farmácias Pague Menos, <strong>que</strong> este ano<br />

apresentou o tema “Brava Gente <strong>Brasil</strong>eira”. As poesias vencedoras,<br />

<strong>que</strong> serão anunciadas no dia 2 de agosto, serão reunidas em um livro.<br />

MARCADO<br />

● Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor-geral do LinkedIn <strong>Brasil</strong>, será<br />

um <strong>dos</strong> participantes da 2ª edição do Líderes de Negócios em Ação,<br />

event promovida pela Business School, dia 2 de agosto, em São Paulo.<br />

● A Haco, empresa de eti<strong>que</strong>tas e soluções em identificação, marca<br />

presença em “The London Textile Fair”, <strong>que</strong> acontece hoje e amanhã<br />

em Londres, com fabricantes têxteis e fornecedores de acessórios.<br />

● A IOB Educação realizará o “20º Simpósio de Direito Tributário”, nos<br />

dias 27 e 28 de agosto, no Hotel Golden Tulip Park Plaza, em São Paulo.<br />

DENISE CARVALHO encontrodecontas@brasileconomico.com.br<br />

A DryWash alega <strong>que</strong> as áreas de suas unidades de lava-rápi<strong>dos</strong><br />

guardam 19 carros, número superior às 15 vagas <strong>que</strong> estariam<br />

disponíveis se os shoppings não tivessem esse tipo de unidade<br />

nos seus estacionamentos. Segundo a executiva Roseli Perez,<br />

o número <strong>é</strong> maior por<strong>que</strong> as lojas contam com manobristas.<br />

Hoje, a DryWash tem cerca de 40 unidades em todo o <strong>Brasil</strong>.<br />

Em são Paulo, estão instaladas 12 operações — à espera de alvarás.<br />

A rede de idiomas Yes, fundada há 40<br />

anos, acabou de fechar uma parceria<br />

com o SBT, do empresário Silvio<br />

Santos, para exibir sua marca na<br />

novela Carrossel. Com investimentos<br />

de R$ 1 milhão, a empresa fará ações<br />

de merchandising e estímulo visual.<br />

A estrat<strong>é</strong>gia inclui a veiculação da<br />

marca na abertura, vinheta e no<br />

encerramento do folhetim, estrelado<br />

pela atriz mirim Larissa Manoela no<br />

papel da personagem Maria Joaquina.<br />

É a primeira vez na sua história <strong>que</strong> a<br />

Yes faz um investimento em marketing<br />

desse porte para expor sua marca<br />

nacionalmente. Hoje, a empresa tem<br />

120 escolas, 75 delas no Rio de Janeiro.<br />

Seu objetivo <strong>é</strong> expandir a operação<br />

para principalmente para São Paulo,<br />

Esta<strong>dos</strong> do Sul e Goiás. O Nordeste<br />

tamb<strong>é</strong>m está no radar.<br />

EM BAIXA<br />

Desempenho das empresas<br />

<strong>que</strong> estrearam na bolsa,<br />

em 2012, at<strong>é</strong> agora<br />

10<br />

5<br />

0<br />

-5<br />

-10<br />

-15<br />

-20<br />

-25<br />

10,00%<br />

UNICASA<br />

-4,32%<br />

BTG<br />

“Tenho mil pares<br />

de sapato. Nunca<br />

pensei, mas pode<br />

ser um fetiche”<br />

-24,56%<br />

LOCAMÉRICA<br />

Fontes: Economatica e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />

Romero Britto<br />

Artista plástico, durante a<br />

gravação do programa Show<br />

Business, da TV Bandeirantes,<br />

<strong>que</strong> vai ao ar no próximo sábado<br />

GIRO RÁPIDO<br />

Degustação de vinhos<br />

A importadora Casa Flora traz<br />

para o <strong>Brasil</strong> o enólogo-chefe<br />

Andr<strong>é</strong>s Caballero, do grupo<br />

chileno Santa Carolina Wine<br />

Brands. Uma degustação <strong>dos</strong><br />

vinhos das safras de 2005<br />

a 2008 acontecerá amanhã<br />

no restaurante Vieira Souto,<br />

em Ipanema, no Rio de Janeiro.<br />

Ambientes com design<br />

A Pontto Lavabo acaba de estrear<br />

sua loja virtual no Rakuten<br />

Shopping Online, com um mix de<br />

produtos <strong>que</strong> permitem ao cliente<br />

montar seu lavabo com peças de<br />

design. A loja propõe ambientes<br />

completos, constituí<strong>dos</strong> por<br />

várias peças, como bancada,<br />

cuba, espelho e suporte de papel.<br />

US$ 870 bi<br />

<strong>é</strong> o <strong>que</strong> movimentam os<br />

grupos de crime organizado<br />

em todo o mundo, segundo<br />

Gabinete das Nações Unidas<br />

contra a Droga e o Crime<br />

Spa de serviços est<strong>é</strong>ticos<br />

O SPA Hara, nos Jardins, em São<br />

Paulo, inaugura mais um espaço<br />

de tratamentos de beleza, agora<br />

no bairro do Itaim Bibi. O espaço<br />

da nova clínica de est<strong>é</strong>tica, <strong>que</strong><br />

possui 350 metros quadra<strong>dos</strong>,<br />

tem treze salas individuais e<br />

climatizadas para a realização de<br />

massagens relaxantes, drenagem<br />

e outros serviços est<strong>é</strong>ticos.<br />

Blends para o inverno<br />

Tadeu Brunelli<br />

A marca de chás The Gourmet<br />

Tea oferece 35 blends exclusivos<br />

garimpa<strong>dos</strong> em mais de<br />

30 países. O cardápio <strong>é</strong> dividido<br />

em seis linhas da bebida <strong>que</strong>nte:<br />

os clássicos pretos, brancos e<br />

verdes, e, ainda, os ayurv<strong>é</strong>dicos,<br />

oolongs e rooibos. Para a<br />

estação, as sugestões da loja<br />

são as infusões <strong>que</strong> levam<br />

canela, gengibre e frutas cítricas.


Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 15


16 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

EMPRESAS<br />

Subeditoras: Rachel Car<strong>dos</strong>o rcar<strong>dos</strong>o@brasileconomico.com.br<br />

Patrícia Nakamura pnakamura@brasileconomico.com.br<br />

Honda prepara o terreno para<br />

o novo compacto popular Brio<br />

Montadora<br />

leva parte da<br />

produção do City<br />

de Sumar<strong>é</strong> (SP)<br />

para a Argentina<br />

Ana Paula Machado<br />

amachado@brasileconomico.com.br<br />

Um novo carro da Honda está<br />

no forno brasileiro. Depois de levar<br />

parte da produção do sedã City<br />

para a Argentina, a montadora<br />

japonesa se prepara para produzir<br />

um novo modelo em sua fábrica<br />

na cidade de Sumar<strong>é</strong>, no interior<br />

de São Paulo. O espaço<br />

aberto dentro da linha de produção<br />

pode receber o compacto<br />

Brio, previsto para ser lançado<br />

no próximo ano. No local, a Honda<br />

hoje monta os sedãs Civic e City<br />

e o monovolume Fit.<br />

A fábrica de automóveis na<br />

Argentina faz parte da estrat<strong>é</strong>gia<br />

da Honda para a Am<strong>é</strong>rica do<br />

Sul e desde o início de sua construção<br />

já era previsto o compartilhamento<br />

de produção entre<br />

as unidades. Lá a montadora investiu<br />

cerca de US$ 250 milhões.<br />

“A Honda tamb<strong>é</strong>m informa<br />

<strong>que</strong> não haverá alteração na<br />

produção total da planta de Sumar<strong>é</strong><br />

(SP). A perspectiva da empresa<br />

<strong>é</strong> fabricar cerca de 138 mil<br />

automóveis no <strong>Brasil</strong> at<strong>é</strong> o final<br />

de 2012”, diz o comunicado.<br />

Segundo o presidente do sindicato<br />

<strong>dos</strong> metalúrgicos de Campinas<br />

e região, Jair <strong>dos</strong> Santos, a<br />

montadora já está desenvolven-<br />

As vendas de automóveis na Europa<br />

caíram em junho para o<br />

menor nível em oito meses, enquanto<br />

os maiores merca<strong>dos</strong> da<br />

região — Alemanha e Reino Unido<br />

—tiveram pe<strong>que</strong>nos ganhos.<br />

Os emplacamentos nos 27<br />

países da União Europeia caí-<br />

do o Brio, <strong>que</strong> deverá ser apresentado<br />

no ano <strong>que</strong> vem. Hoje,<br />

a produção diária em Sumar<strong>é</strong> <strong>é</strong><br />

de 620 unidades e a expectativa<br />

ram 2,8%, para 1,202 milhão<br />

de veículos, levando a <strong>que</strong>da<br />

nos seis meses para 6,8%, ou<br />

6,644 milhões, informou a associação<br />

<strong>dos</strong> fabricantes de automóveis<br />

da Europa, Acea.<br />

As vendas na Alemanha,<br />

maior economia da Europa, subiram<br />

2,9%, para 296,722 mil<br />

veículos, e as do Reino Unido<br />

aumentaram 3,5%, para<br />

189,514 mil veículos, de acordo<br />

com a Acea. As entregas na<br />

França ficaram quase estáveis<br />

ao cair 0,6%, para 208,909 mil<br />

<strong>é</strong> <strong>que</strong> este mês o volume alcance<br />

700 carros/dia.<br />

“Este ano vamos continuar a<br />

produzir o Civic e o Fit no <strong>Brasil</strong>.<br />

Há mercado no país para absorver<br />

a produção maior desses<br />

modelos. Em 2013, vamos negociar<br />

um novo carro”, disse.<br />

Durante o salão do automóvel<br />

de Tóquio em 2011, o presidente<br />

mundial da Honda, Takanobu<br />

Ito já havia anunciado a intenção<br />

de levar o Brio para merca<strong>dos</strong><br />

emergentes. O compacto já<br />

veículos. Grandes <strong>que</strong>das continuaram<br />

nas economias do Sul<br />

do Europa <strong>que</strong> adotaram medidas<br />

de austeridade; as vendas<br />

na Itália despencaram 24,4%,<br />

para 128,388 mil, e 43,3 % na<br />

Gr<strong>é</strong>cia, para 5,527 mil. A Espanha<br />

teve encolhimento nas<br />

vendas de 12,1%, para 73,258<br />

mil carros.<br />

A Volkswagen, a maior montadora<br />

da região, teve crescimento<br />

de 2,8% nas vendas na<br />

UE, para 286,109 mil, reduzindo<br />

a <strong>que</strong>da nos seis meses na<br />

Junko Kimura/Bloomberg<br />

<strong>é</strong> vendido na Índia e na Tailândia.<br />

“É um modelo <strong>que</strong> faz sucesso<br />

nesses merca<strong>dos</strong>. Mas acredito<br />

<strong>que</strong> no <strong>Brasil</strong> teremos <strong>que</strong> fazer<br />

algumas adaptações. O tamanho<br />

do porta-malas, por<br />

exemplo, <strong>é</strong> um limitador”, disse<br />

Ito na <strong>é</strong>poca.<br />

Para o consultor automotivo<br />

e ex-presidente da Ford, Luiz<br />

Carlos Mello, a Honda segue a<br />

tendência de outras montadoras<br />

instaladas no Mercosul.<br />

“Ter duas fábricas na região <strong>é</strong><br />

Vendas caem 6,8% na Europa no semestre<br />

Em junho, a comercialização de<br />

automóveis na região caiu 2,8%,<br />

o menor nível em oito meses<br />

Andreas Cremer<br />

redacao@brasileconomico.com.br<br />

Ito, da Honda: “Temos de fazer adaptações do modelo para o país, <strong>que</strong> re<strong>que</strong>r um porta-malas maior”<br />

Em junho, a Honda<br />

vendeu 15.026<br />

unidades, o segundo<br />

melhor volume desde<br />

<strong>que</strong> entrou no país,<br />

há duas d<strong>é</strong>cadas<br />

A Volks, maior<br />

montadora da região,<br />

registra alta de 2,8%<br />

em junho e reduz<br />

<strong>que</strong>da <strong>dos</strong> primeiros<br />

seis meses para 1,5%<br />

montadora alemã para 1,5%,<br />

ou 1,591 milhão de veículos.<br />

Peugeot<br />

A francesa PSA Peugeot Citroën,<br />

VENDAS DEPOIS<br />

DO TSUNAMI<br />

Desempenho da Honda no<br />

<strong>Brasil</strong> no primeiro semestre<br />

deste ano, em mil unidades<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

43,94<br />

2011<br />

Fonte: Anfavea<br />

48,13<br />

2012<br />

uma forma de complementar a<br />

linha. Não faz sentido produzir<br />

o mesmo carro em duas fábricas<br />

diferentes. Isso <strong>é</strong> estrat<strong>é</strong>gia<br />

de mercado”, ponderou.<br />

Segundo Mello, os japoneses<br />

olham o mercado brasileiro de<br />

forma projetada, por isso, a demora<br />

em se lançarem em um<br />

segmento popular no país. “Os<br />

orientais trabalham com o tempo<br />

como aliado. Eles primeiro se<br />

consolidam e depois entram em<br />

outro negócio. Eles não gostam<br />

de perder dinheiro”, afirmou.<br />

A Honda, das três japonesas<br />

no país, <strong>é</strong> a <strong>que</strong> mais segue a filosofia<br />

oriental. Toyota lança o<br />

seu compacto at<strong>é</strong> outubro e a<br />

Nissan já briga no segmento de<br />

popular com o March, importado<br />

do M<strong>é</strong>xico. ■<br />

<strong>que</strong> na semana passada anunciou<br />

planos de cortar 8 mil postos<br />

de trabalho e fechar uma fábrica,<br />

teve vendas 8,6% menores,<br />

para 148,172 mil veículos, estendendo<br />

o declínio neste ano<br />

para 13,9%, ou 808,660 mil veículos.<br />

A norte-americana General<br />

Motors, cuja divisão europeia<br />

Opel vem registrando prejuízo<br />

há mais de dez anos, teve<br />

<strong>que</strong>da de 8,8% nas vendas, para<br />

107,160 mil carros, uma redução<br />

de 10,8% nos seis meses, para<br />

560,934 mil carros. ■ Reuters


Murillo Constantino<br />

Aliansce vende 13% mais e espera o<br />

segundo semestre com otimismo<br />

Vendas alcançaram R$ 1,4 bilhão entre<br />

abril e junho, segundo pr<strong>é</strong>via operacional<br />

Érica Polo<br />

epolo@brasileconomico.com.br<br />

Apesar da timidez do cenário<br />

econômico, as vendas <strong>dos</strong> 15<br />

empreendimentos da Aliansce<br />

Shoppings Centers avançaram<br />

12,8% no segundo trimestre do<br />

ano, para R$ 1,4 bilhão, em comparação<br />

com o mesmo período<br />

de 2011. A companhia divulgou<br />

ontem a pr<strong>é</strong>via <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

trimestrais, <strong>que</strong> será publicada<br />

em 14 de agosto. O resultado <strong>é</strong><br />

soma do crescimento orgânico,<br />

de expansões e da performance<br />

parcial de empreendimentos rec<strong>é</strong>m-lança<strong>dos</strong>,<br />

caso do Boulevard<br />

Shopping Campos, em<br />

Campos de Goytacazes (RJ) e<br />

Par<strong>que</strong> Shopping Bel<strong>é</strong>m, em Bel<strong>é</strong>m<br />

do Pará. Ambos abriram as<br />

portas no mês de abril, embora<br />

em anos diferentes: o primeiro<br />

em 2011 e o segundo neste ano.<br />

O desempenho da empresa<br />

no trimestre ficou em linha<br />

com o esperado pelos dirigentes.<br />

“A performance foi muito<br />

boa considerado o momento<br />

econômico <strong>que</strong> estamos vivendo”,<br />

avaliou Eduardo Prado, superintendente<br />

de relações com<br />

investidores da Aliansce. Embora<br />

as vendas tenham crescido,<br />

analistas esperam por redução<br />

do lucro da companhia (ver mat<strong>é</strong>ria<br />

abaixo). A Aliansce está entre<br />

as cinco maiores do setor e<br />

atua no planejamento, desen-<br />

Embora os números de vendas<br />

da Aliansce Shoppings Centers<br />

tenham sido positivos no segundo<br />

trimestre, o lucro líquido da<br />

companhia não deve espelhar<br />

resultado tão animador. É <strong>que</strong><br />

segundo avaliação do BTG Pactual,<br />

a empresa deve registrar<br />

um ganho de R$ 21,3 milhões, o<br />

<strong>que</strong> representa uma <strong>que</strong>da de<br />

42% ante o resultado de R$ 36,6<br />

milhões visto no mesmo perío-<br />

Setor Imobiliário concretizou 17 fusões<br />

volvimento e gerenciamento de<br />

centros de compras. Em 2011,<br />

sua receita líquida alcançou R$<br />

270 milhões.<br />

Prado, <strong>que</strong> não comenta estimativas<br />

feitas pelo mercado,<br />

diz <strong>que</strong> a empresa espera crescimento<br />

de vendas ainda mais forte<br />

para os próximos trimestres.<br />

“Mais de 50% de nossa ABL<br />

[Área Bruta Locável] tem me-<br />

do de 2011. Mesmo assim, os<br />

analistas esperam uma alta de<br />

36% na receita líquida motivada<br />

pela aquisição da Pargim <strong>que</strong><br />

deve ser totalmente capturada<br />

neste trimestre. “Já o rec<strong>é</strong>m<br />

inaugurado Par<strong>que</strong> Shopping Bel<strong>é</strong>m<br />

será captado a partir do terceiro<br />

trimestre”, destacaram os<br />

analistas Marcello Milman e<br />

Gustavo Cambauva.<br />

Segundo eles, o segundo trimestre<br />

do ano deve reafirmar a<br />

natureza defensiva do setor de<br />

shopping centers no <strong>Brasil</strong>.<br />

Al<strong>é</strong>m disso, ressaltam <strong>que</strong> os resulta<strong>dos</strong><br />

não devem trazer grandes<br />

surpresas. E <strong>que</strong>m abre alas<br />

para a temporada de balanços<br />

nos de cinco anos de operação,<br />

há maturação por vir”. Normalmente,<br />

um novo shopping leva<br />

de três a cinco anos para se estabelecer<br />

no mercado. Os próximos<br />

lançamentos da Aliansce<br />

deverão ocorrer em Vila Velha<br />

(ES), Bauru (SP) e Maceió (AL)<br />

at<strong>é</strong> o primeiro semestre do ano<br />

<strong>que</strong> vem. Hoje, a companhia det<strong>é</strong>m<br />

351 mil metros quadra<strong>dos</strong><br />

de ABL própria e concentra<br />

atuação no Sudeste. A taxa de<br />

ocupação, segundo a pr<strong>é</strong>via di-<br />

do setor <strong>é</strong> o Iguatemi <strong>que</strong> deve<br />

apresentar no final deste mês,<br />

um lucro líquido de R$ 53,5 milhões.<br />

A equipe do BTG destaca <strong>que</strong><br />

este resultado ainda não apresenta<br />

contribuição do rec<strong>é</strong>m<br />

inaugurado Jk Iguatemi, em São<br />

Paulo. Mesmo assim, de acordo<br />

com o banco, o resultado mostra<br />

um avanço de 25% ante o<br />

mesmo período do ano anterior.<br />

Em seguida será a vez do<br />

BR Malls, <strong>que</strong> não tem um cenário<br />

tão animador como o Iguatemi.<br />

De acordo com Marcelo Milman<br />

e Gustavo Cambauva a depreciação<br />

cambial em cima da<br />

dívida da empresa, deve levar o<br />

vulgada, chega a 97,8%, sendo<br />

<strong>que</strong> em dez <strong>dos</strong> centros de compras<br />

supera os 99%.<br />

Mesmas áreas cresce 11%<br />

A venda nas chamadas ‘mesmas<br />

áreas’ avançou 11,4% no segundo<br />

trimestre ante igual período<br />

de 2011. “Nossa intenção<br />

ao divulgar esse índice <strong>é</strong> mostrar<br />

avanço de qualificação do<br />

mix, já <strong>que</strong> não mensura o desempenho<br />

<strong>dos</strong> mesmos lojistas”,<br />

explica Prado. Quando ob-<br />

Leonardo Wen/Folhapress<br />

servadas as vendas de ‘mesmas<br />

lojas’, houve avanço de 10,1%.<br />

Forte preocupação do setor<br />

hoje <strong>é</strong> a inadimplência, ressaltou<br />

o executivo. “Mas nós ainda<br />

não sofremos com isso”. No segundo<br />

trimestre, o nível de<br />

inadimplência líquida da Aliansce<br />

foi de 1,3%, mantendo o patamar<br />

do primeiro trimestre do<br />

ano. Comparado ao mesmo período<br />

do ano anterior, a taxa<br />

chega a 3,9% - redução de 0,1<br />

ponto percentual. ■<br />

Empresa deve registrar <strong>que</strong>da no lucro líquido<br />

Para analistas do BTG Pactual,<br />

o setor de shopping não deve<br />

apresentar grandes surpresas<br />

Rafael Palmeiras<br />

rpalmeiras@brasileconomico.com.br<br />

A Pesquisa de Fusões e Aquisições da KPMG no <strong>Brasil</strong> divulgou<br />

<strong>que</strong> o setor imobiliário registrou 17 fusões e aquisições no primeiro<br />

semestre deste ano. Do total de operações, 11 foram de caráter<br />

dom<strong>é</strong>stico, nove ocorreram no primeiro trimestre do ano e oito nos<br />

meses de abril, maio e junho. Vale lembrar, <strong>que</strong> em 2011, o setor<br />

tamb<strong>é</strong>m apresentou 17 fusões e aquisições, mas em relação a 2010,<br />

houve um aumento de 30,8%.<br />

SACOLAS CHEIAS<br />

Pr<strong>é</strong>via de resulta<strong>dos</strong> da<br />

Aliansce, no 2º trimestre**<br />

VENDAS TOTAIS<br />

R$ 1,4 bi<br />

EVOLUÇÃO*<br />

12,8%<br />

VENDAS DAS MESMAS LOJAS<br />

10,1%<br />

MESMAS ÁREAS<br />

11,4%<br />

Número de shoppings 15<br />

Taxa de ocupação 97,8%<br />

ABL própria** 351 mil m2 Fonte: Aliansce<br />

*comparação com 2º trimestre de 2011<br />

** Área Bruta Locável<br />

Aposta são os novos shoppings, ainda em período de maturação, apesar do momento econômico<br />

ESTIMATIVAS<br />

Lucro das administradoras<br />

de shoppings no 2º trimestre<br />

EMPRESA LUCRO LÍQUIDO VARIAÇÃO<br />

BR MALLS<br />

MULTIPLAN<br />

IGUATEMI<br />

ALIANSCE<br />

Fonte: BTG Pactual<br />

R$ 300 MIL<br />

R$ 65 MILHÕES<br />

R$ 53,5 MILHÕES<br />

R$ 21,3 MILHÕES<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 17<br />

-100%<br />

6%<br />

25%<br />

-42%<br />

lucro líquido próximo a zero, fechando<br />

o trimestre em R$ 300<br />

mil, com perdas de 100%.<br />

Já do lado positivo, a empresa<br />

deve registrar alta de 33% na<br />

receita líquida <strong>que</strong> passa de R$<br />

199,4 milhões para R$ 265,4 milhões<br />

como resultado das aquisições<br />

feitas.<br />

Em cima do muro, a Multiplan<br />

deve vê seu lucro líquido<br />

subir ligeiramente para R$ 65<br />

milhões, com alta de 6% quando<br />

comparado ao mesmo período<br />

do ano anterior.<br />

Segundo os analistas o resultado<br />

<strong>é</strong> devido “à venda do Morumbi<br />

Business Tower no trimestre<br />

anterior.” ■


18 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

EMPRESAS<br />

Sabrina Lorenzi<br />

redacao@brasileconomico.com.br<br />

O mercado aguarda com ansiedade<br />

pelos números de produção<br />

da Vale, <strong>que</strong> divulga hoje<br />

seu relatório referente ao segundo<br />

trimestre (os resulta<strong>dos</strong><br />

financeiros serão revela<strong>dos</strong><br />

na semana <strong>que</strong> vem). A<br />

companhia deverá exibir, esperam<br />

analistas,maiores volumes<br />

de extração de min<strong>é</strong>rio de<br />

ferro, retomando patamares<br />

registra<strong>dos</strong> antes das chuvas<br />

<strong>que</strong> interromperam operações<br />

de algumas minas da companhia<br />

e afetaram os embar<strong>que</strong>s<br />

do primeiro trimestre. A<br />

maior produtora de min<strong>é</strong>rio<br />

de ferro do mundo deverá<br />

anunciar, ainda, aumento na<br />

produção de cobre e ní<strong>que</strong>l.<br />

A produção de min<strong>é</strong>rio de<br />

ferro da Vale deverá ser da ordem<br />

de 80 milhões de toneladas,<br />

cerca de 15% maior em<br />

comparação à obtida no primeiro<br />

trimestre e 5% acima do <strong>que</strong><br />

alcançou no mesmo período de<br />

2011, segundo relatório do Citibank.<br />

Já o Goldman Sachs estima<br />

<strong>que</strong> a mineradora produzirá<br />

cerca de 73 milhões toneladas<br />

de min<strong>é</strong>rio de ferro sem<br />

considerar a produção da Samarco,<br />

na qual a Vale det<strong>é</strong>m<br />

participação de 50% em parceria<br />

com a australiana BHP.<br />

Dos quase 70 milhões de toneladas<br />

<strong>que</strong> a empresa produziu<br />

Distribuidora paraense negocia<br />

pagamento de encargos setoriais<br />

para liberar reajuste tarifário<br />

A Celpa está buscando um acordo<br />

com Agência Nacional de<br />

Energia El<strong>é</strong>trica (Aneel) e com<br />

a Eletrobras sobre o pagamento<br />

de encargos setoriais devi<strong>dos</strong><br />

pela distribuidora e <strong>que</strong> poderiam<br />

blo<strong>que</strong>ar a aplicação de<br />

uma nova tarifa resultante da<br />

revisão e do reajuste tarifário<br />

da companhia paraense.<br />

no primeiro trimestre do ano,<br />

2,5 milhões de toneladas foram<br />

atribuí<strong>dos</strong> à parcela da mineradora<br />

brasileira na Samarco.<br />

“Nós esperamos um preço<br />

m<strong>é</strong>dio de US$ 112 por tonelada,<br />

ligeiramente melhor do <strong>que</strong><br />

US$ 109 por tonelada vistos no<br />

último trimestre, com base no<br />

A revisão tarifária da companhia<br />

paraense será votada em<br />

31 de julho, antes da assembleia<br />

<strong>dos</strong> credores para aprovar o plano<br />

de recuperação judicial da<br />

companhia, em 9 de agosto.<br />

“Essa <strong>que</strong>stão está bem evoluída.<br />

Só falta bater o martelo",<br />

disse o administrador judicial<br />

da paraense em recuperação judicial,<br />

Mauro Santos, ao se referir<br />

ao acordo sobre os encargos<br />

setoriais. A companhia deve cerca<br />

de R$ 118 milhões em encar-<br />

Scott Eells/Bloomberg<br />

menor frete e custos de combustível”,<br />

afirmam Alexander<br />

Hacking e Thiago Ojea, <strong>que</strong> assinam<br />

o relatório do Citibank.<br />

O banco prevê ainda alta de<br />

10% na produção de ní<strong>que</strong>l em<br />

relação ao trimestre anterior e<br />

crescimento de 23% em comparação<br />

ao mesmo período de<br />

gos setoriais com pagamento já<br />

vencido, valor <strong>que</strong> seria pago<br />

em 60 parcelas, de acordo com<br />

o <strong>que</strong> está sendo negociado.<br />

O diretor da Aneel Andr<strong>é</strong> Pepitone<br />

defendeu <strong>que</strong> a Celpa retire<br />

do processo de recuperação<br />

judicial as dívidas relativas ao<br />

pagamento de encargos, para<br />

<strong>que</strong> a agência possa considerar<br />

a empresa adimplente e autorizar<br />

a revisão tarifária programada<br />

para agosto.<br />

A Aneel informou <strong>que</strong> a Cel-<br />

INTERNET<br />

YouTube lança canal esportivo para mostrar<br />

bastidores da Olimpíada de Londres<br />

O YouTube lançou o canal esportivo Londres 360, após parceria<br />

com a ESPN. A rede será responsável pelo conteúdo <strong>dos</strong> Jogos<br />

Olímpicos de Londres para o novo canal do portal de vídeos.<br />

O canal terá programação ao vivo com entrevistas com atletas<br />

e personalidades, reportagens e monitoramento das principais<br />

buscas feitas na web sobre o tema olimpíadas.<br />

Produção da Vale deve crescer<br />

15% no trimestre, estima mercado<br />

Mineradora aguarda para hoje divulgação do relatório de produção entre abril e junho; Citibank projeta <strong>que</strong><br />

volume chegará a 80 milhões de toneladas; cotação do min<strong>é</strong>rio de ferro deverá cair nos próximos três anos<br />

Renzo Gostoli/Bloomberg<br />

Ferreira, da Vale: para JP Morgan, aumento de volume ajudará a impulsionar resulta<strong>dos</strong> trimestrais<br />

2011. A estimativa, de 69 mil toneladas,<br />

<strong>é</strong> a mesma realizada pelos<br />

analistas da Goldman Sachs.<br />

O aumento na produção de<br />

cobre tamb<strong>é</strong>m será de dois dígitos,<br />

de acordo com o Citibank:<br />

13% na comparação entre<br />

trimestres em 2012 e de<br />

31% em relação ao segundo tri-<br />

pa tem um total de R$ 169,6 milhões<br />

em dívida considerando<br />

encargos setoriais, contrato bilateral<br />

e leilão. Os encargos setoriais<br />

são recolhi<strong>dos</strong> por meio da<br />

tarifa de energia paga pelos consumidores<br />

e devem ser repassa<strong>dos</strong><br />

pelas distribuidoras à Aneel<br />

ou à Eletrobras, <strong>que</strong> administra<br />

alguns fun<strong>dos</strong> setoriais.<br />

Pepitone, relator da revisão<br />

tarifária, explicou <strong>que</strong> com a retirada<br />

das dívidas da recuperação<br />

judicial, o governo poderá<br />

mestre do ano passado, considerando<br />

uma produção de 82<br />

mil toneladas.<br />

Resultado<br />

De acordo com o JP Morgan, o<br />

aumento no volume de produção<br />

da Vale deve ser o principal<br />

impulso para a melhora <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

<strong>que</strong> a companhia apresentará<br />

na próxima semana,<br />

mais especificamente no dia 25.<br />

“O resultado deve apresentar<br />

uma melhora se<strong>que</strong>ncial impulsionada<br />

principalmente por melhores<br />

volumes de min<strong>é</strong>rio de<br />

ferro, cobre e ní<strong>que</strong>l, já <strong>que</strong> o<br />

primeiro foi afetado pelas chuvas.<br />

Os preços devem ficar estáveis<br />

ou levemente pra baixo, por<strong>é</strong>m,<br />

no geral, as margens devem<br />

ver alguma melhora”, afirmam<br />

analistas do banco por<br />

meio de relatório. O JP Morgan<br />

reduziu em 7%, 10% e 4% as estimativas<br />

de preços para o min<strong>é</strong>rio<br />

de ferro nos próximos três<br />

anos, para US$ 138 em 2012;<br />

US$ 135 em 2013 e US$ 120 dólares<br />

em 2014.<br />

Apesar de reduzir estimativas<br />

de preços do min<strong>é</strong>rio de ferro,<br />

o banco mant<strong>é</strong>m recomendação<br />

de compra de pap<strong>é</strong>is da Vale.<br />

“Nesse cenário de incertezas<br />

<strong>que</strong> a economia global se encontra,<br />

recomendamos cautela e a<br />

busca por empresas <strong>que</strong> tenham<br />

baixo custo em commodities<br />

e forte oferta de mat<strong>é</strong>riaprima”.<br />

■ Reuters<br />

Celpa tenta acordo sobre dívidas com Aneel e Eletrobras<br />

inscrever estes d<strong>é</strong>bitos na dívida<br />

ativa da União. Neste caso,<br />

as condições de pagamento seriam<br />

divididas em at<strong>é</strong> 60 meses.<br />

“Mas isso teria um custo, a dívida<br />

aumentaria em cerca de<br />

20%”, disse Pepitone.<br />

A Equatorial Energia, <strong>que</strong><br />

apresentou uma proposta pelo<br />

controle da Celpa, condicionou<br />

a operação à aplicação de um aumento<br />

entre 10% e 11% na tarifa<br />

de energia, segundo afirmou<br />

Mauro Santos. ■ Reuters


Marcela Beltrão<br />

Felipe Frisch<br />

redacao@brasileconomico.com.br<br />

A Estácio Participações, segundo<br />

maior grupo de educação brasileiro<br />

de capital aberto por receita,<br />

<strong>que</strong>r entrar “com mais<br />

força” no Estado de São Paulo a<br />

partir de 2013 e comprar outras<br />

instituições pe<strong>que</strong>nas e m<strong>é</strong>dias<br />

em todo o país para dobrar seus<br />

resulta<strong>dos</strong> at<strong>é</strong> 2014.<br />

“Estamos fazendo em São<br />

Paulo uma transformação parecida<br />

com a <strong>que</strong> foi feita no resto<br />

do País, mas atrasada”, disse o<br />

presidente da Estácio, Rog<strong>é</strong>rio<br />

Melzi. “Não existe Estácio no futuro<br />

sem uma presença forte<br />

em São Paulo”, afirma.<br />

FARMACÊUTICA<br />

Produção nacional do setor deverá<br />

ter <strong>que</strong>da de 6,8% no 2º trimestre de 2012<br />

De acordo com levantamento da Tendências Consultoria, a produção<br />

da indústria farmacêutica nacional terá <strong>que</strong>da de 6,8% no segundo<br />

trimestre deste ano na comparação anual. Para maio, o indicador<br />

mostrou recuo de 5% frente ao mesmo período do ano passado.<br />

Para 2012, a projeção da Tendências para o indicador <strong>é</strong> de expansão<br />

de 3% em comparação a 2011.<br />

Estácio prevê dobrar resulta<strong>dos</strong> at<strong>é</strong> 2014<br />

Um <strong>dos</strong> focos para o investimento<br />

na maior cidade do país<br />

será o ensino à distância, segundo<br />

Melzi. Para marcar maior presença,<br />

a Estácio pretende utilizar<br />

a estrutura da Uniradial. O<br />

centro universitário, adquirido<br />

em 2007 e com cerca de 13 mil<br />

alunos, deverá passar por mudanças<br />

internas na gestão e no<br />

atendimento para depois disso<br />

reformar pr<strong>é</strong>dios, fazer campanhas<br />

de marketing e abrir novas<br />

unidades, segundo Melzi.<br />

A Estácio pretende dobrar o<br />

lucro antes de impostos, juros,<br />

depreciação e amortização, ou<br />

Ebitda, para cerca de R$ 400 milhões<br />

em 2014, sem considerar<br />

grandes aquisições ou licenças<br />

para operar cursos à distância,<br />

segundo o executivo. No primeiro<br />

trimestre, o Ebitda subiu<br />

43% para R$ 62 milhões.<br />

O projeto de expansão prevê<br />

“pe<strong>que</strong>nas e m<strong>é</strong>dias” aquisições<br />

para entrar nas oito unidades<br />

da federação onde ainda<br />

não tem campus, entre elas esta<strong>dos</strong><br />

do Norte e Nordeste, com<br />

Companhia aposta<br />

em cursos a distância<br />

para ampliar<br />

negócios em SP;<br />

aquisições tamb<strong>é</strong>m<br />

estão nos planos<br />

preferência pelas capitais e cidades<br />

com mais de 300 mil habitantes,<br />

disse Melzi. Ele foi indicado<br />

para a presidência pela GP<br />

Investments, a maior acionista<br />

da Estácio desde 2008, com<br />

19,5% das ações.<br />

Nos últimos 12 meses, a Estácio<br />

comprou seis instituições de<br />

ensino, sendo a maior delas uma<br />

faculdade de 4 mil alunos em São<br />

Luís, no Maranhão. O objetivo <strong>é</strong><br />

aumentar o número de alunos<br />

em 80 mil por meio das aquisições<br />

at<strong>é</strong> 2015. A empresa tem hoje<br />

281 mil alunos, <strong>dos</strong> quais 51 mil<br />

do ensino à distância, segundo<br />

Melzi. A Estácio ainda não oferece<br />

cursos no Rio Grande do Sul,<br />

Piauí, Tocantins, Acre, Rondô-<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 19<br />

Para isso, a instituição de ensino carioca terá de voltar a crescer em São Paulo, onde atua desde 2007 com a Uniradial<br />

nia, Amazonas, Distrito Federal e<br />

Mato Grosso.<br />

“Nosso plano A <strong>é</strong> crescer organicamente,<br />

usando pe<strong>que</strong>nas<br />

e m<strong>é</strong>dias aquisições, por<strong>é</strong>m a<br />

Estácio jamais descarta fazer<br />

aquisições de maior porte”, disse<br />

o executivo.<br />

As ações da Estácio acumulam<br />

alta 39,7% no ano at<strong>é</strong> ontem, enquanto<br />

os pap<strong>é</strong>is das suas concorrentes<br />

Kroton Educacional e<br />

Anhanguera Educacional Participações<br />

acumulam valorização de<br />

55,7% e 35,4%, respectivamente.<br />

O Ibovespa teve <strong>que</strong>da de 5% no<br />

período. Em valor de mercado, a<br />

Estácio <strong>é</strong> a terceira colocada das<br />

três, avaliada em R$ 2,1 bilhões.<br />

■ Bloomberg


20 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012


Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 21


22 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

EMPRESAS<br />

A Rio Tinto, uma das maiores<br />

mineradoras do mundo, anunciou<br />

ontem <strong>que</strong> a produção de<br />

min<strong>é</strong>rio de ferro ficou estável<br />

no trimestre encerrado em junho,<br />

em relação ao mesmo mês<br />

do ano passado. Mas as vendas<br />

ficaram levemente abaixo da<br />

produção, o <strong>que</strong> pressionou as<br />

ações da companhia e levantou<br />

preocupações sobre o desa<strong>que</strong>cimento<br />

da demanda chinesa.<br />

O min<strong>é</strong>rio de ferro responde<br />

por cerca de 80%<br />

<strong>dos</strong> ganhos da mineradora<br />

global,<br />

<strong>que</strong> recentemente<br />

se comprometeu<br />

a investir US$<br />

3,7 bilhões para<br />

expandir a capacidade<br />

de produção<br />

na Austrália<br />

em 25%, por considerar a commodity<br />

a <strong>que</strong> mais traz retorno<br />

em um cenário econômico global<br />

difícil.<br />

O presidente-executivo da<br />

empresa, Tom Albanese, disse<br />

<strong>que</strong>, apesar da volatilidade da<br />

economia mundial, a companhia<br />

mant<strong>é</strong>m os planos de expansão.<br />

“Estamos acompanhando<br />

de perto o ritmo da recupera-<br />

Um estudo independente sobre<br />

gerenciamento de dispositivos<br />

móveis (MDM, da sigla em inglês)<br />

revela <strong>que</strong>, embora a inserção<br />

de smartphones siga em<br />

crescimento no ambiente de<br />

trabalho, a mobilidade tamb<strong>é</strong>m<br />

tem produzido aumento no custo<br />

anual trabalhista da TI. O estudo,<br />

produzido pelo Osterman<br />

Research, aponta <strong>que</strong> o<br />

custo trabalhista de TI por profissional<br />

relacionado com MDM<br />

ção da economia <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong>, a continuação da crise<br />

da zona do euro e o impacto <strong>dos</strong><br />

esforços para estimular a economia<br />

chinesa nos merca<strong>dos</strong> <strong>que</strong><br />

atendemos”, disse Albanese.<br />

A produção de min<strong>é</strong>rio de ferro<br />

da Rio Tinto ficou estável em<br />

48,6 milhões de toneladas no segundo<br />

trimestre, ante os 48,9<br />

milhões de um ano atrás e os<br />

45,6 milhões nos três primeiros<br />

meses de 2012.<br />

“A comercialização de min<strong>é</strong>rio<br />

de ferro não se recuperou<br />

tanto (em relação ao primeiro<br />

trimestre) quan-<br />

to as pessoas estavam<br />

esperando”,<br />

disse o analista<br />

Lyndon Fagan,<br />

do JPMorgan.<br />

Já as vendas da<br />

Rio Tinto, em termos<br />

totais, a partir<br />

das operações<br />

de min<strong>é</strong>rio de ferro no oeste da<br />

Austrália somaram 57,4 milhões<br />

de toneladas, ante produção<br />

de 58,4 milhões.<br />

A mineradora informou <strong>que</strong><br />

continua em seu cronograma<br />

para produzir 250 milhões de toneladas<br />

neste ano, algo <strong>que</strong> analistas<br />

afirmam ser difícil de cumprir<br />

se a produção de aço da China<br />

continuar fraca. ■ Reuters<br />

está em trajetória crescente,<br />

saindo de US$ 229 em 2011 para<br />

US$ 294 em 2012, com projeções<br />

apontando para US$ 339<br />

no próximo ano.<br />

A inserção de smartphones<br />

em organizações de m<strong>é</strong>dio e<br />

grande portes na Am<strong>é</strong>rica do<br />

Norte atingirá 50% at<strong>é</strong> 2013,<br />

avalia Scott Gode, vice-presidente<br />

de gestão de produto e<br />

marketing na provedora de comunicação<br />

unificada Azaleos,<br />

<strong>que</strong> patrocinou o estudo.<br />

A pesquisa aponta <strong>que</strong> 40%<br />

<strong>dos</strong> respondentes <strong>que</strong> adotaram<br />

plataformas de MDM utilizam<br />

BlackBerry Enterprise Server<br />

Fotos: divulgação<br />

Rio Tinto mant<strong>é</strong>m expansão<br />

apesar de demanda fraca<br />

(BES). “Obviamente a plataforma<br />

não tem pernas para crescer,<br />

assim, as organizações precisarão<br />

migrar para algum outro<br />

sistema e isso trará custos associa<strong>dos</strong><br />

com novas plataformas,<br />

hardwares e custos de treinamento<br />

da equipe de TI”, pontua<br />

MODA<br />

Crise europeia e desaceleração na China impedem crescimento nas vendas em junho<br />

Hugo Bachega<br />

redacao@brasileconomico.com.br<br />

Associação cria projeto para impulsionar<br />

marcas brasileiras de moda praia no exterior<br />

Matthew Lloyd/Bloomberg<br />

Gode. “Pode ser ainda <strong>que</strong> traga<br />

a necessidade de novas contratações<br />

para gerenciar e monitorar<br />

a plataforma de MDM.”<br />

Entre as organizações <strong>que</strong> ainda<br />

não implantaram uma plataforma<br />

de MDM, 32% <strong>dos</strong> participantes<br />

acreditam <strong>que</strong> o farão<br />

em 2013, enquanto 24% planejam<br />

a tarefa para 2014. A principal<br />

razão para o investimento está<br />

a preocupação com perda de<br />

dado e propriedade intelectual.<br />

Ainda <strong>que</strong> as organizações referendem<br />

apenas uma plataforma,<br />

os custos de MDM devem<br />

aumentar, por conta do aumento<br />

de funcionalidades <strong>que</strong> os sis-<br />

Diretoria<br />

executiva da<br />

Cimpor <strong>é</strong><br />

formalizada<br />

A diretoria executiva da Cimpor<br />

<strong>é</strong> constituída totalmente<br />

por gestores brasileiros, em representação<br />

de seu principal<br />

acionista, a InterCement, subsidiária<br />

de negócios internacionais<br />

de cimento do grupo Camargo<br />

Corrêa. Al<strong>é</strong>m de Ricardo<br />

Lima, <strong>que</strong> nesta semana tomou<br />

posse como presidente-executivo<br />

da empresa portuguesa, integram<br />

o comando da empresa<br />

Armando S<strong>é</strong>rgio Antunes Silva,<br />

Andr<strong>é</strong> Gama Schaeffer e Daniel<br />

Antonio Biondo Bastos.<br />

Cargos<br />

O Diário Económico apurou <strong>que</strong><br />

Armando S<strong>é</strong>rgio Antunes Silva<br />

irá assumir as funções de diretor<br />

financeiro (CFO) da Cimpor.<br />

Já Daniel Antonio Biondo<br />

Bastos substituirá o presidente<br />

executivo Ricardo Lima quando<br />

for necessário.<br />

O quarteto <strong>que</strong> compõe a diretoria<br />

executiva da companhia<br />

iniciou ontem um mandato<br />

<strong>que</strong> termina em 2014, em resultado<br />

do sucesso da Oferta<br />

Pública de Aquisição (OPA) lançada<br />

pela InterCement, a 30 de<br />

março, sobre a totalidade do<br />

capital da Cimpor. O preço da<br />

oferta era de ¤2,66 por ação e o<br />

negócio movimentou cerca de<br />

¤ 2 bilhões. ■ Diário Económico<br />

e Redação<br />

Mobilidade amplia custo trabalhista, diz estudo<br />

Cada profissional consome<br />

US$ 294 e o preço subirá<br />

para US$ 339 em 2013,<br />

segundo Osterman<br />

Plano de<br />

investimento da<br />

companhia <strong>é</strong><br />

de US$ 3,7 bilhões<br />

nos próximos<br />

anos<br />

Albanese, presidente da Rio Tinto: aposta em min<strong>é</strong>rio de ferro<br />

Inserção de<br />

smartphones em<br />

empresas de m<strong>é</strong>dio<br />

e grande portes na<br />

Am<strong>é</strong>rica do Norte<br />

atingirá 50% at<strong>é</strong> 2013<br />

A moda praia brasileira sempre fez sucesso no mercado externo pela<br />

variedade de cores, estampas e mat<strong>é</strong>rias-primas. Pensando nisto, a<br />

Associação <strong>Brasil</strong>eira de Estilistas (Abest) criou o grupo +Beach <strong>Brasil</strong>,<br />

projeto <strong>que</strong> visa a internacionalização das marcas de beachwear.<br />

O objetivo <strong>é</strong> o de criar uma identidade no exterior para aumentar<br />

as exportações e fixar a imagem das grifes nacionais.<br />

Comando da cimenteira<br />

portuguesa <strong>é</strong> formada<br />

totalmente por brasileiros<br />

temas operacionais móveis trazem,<br />

comenta o executivo, e<br />

tamb<strong>é</strong>m das políticas <strong>que</strong> a TI<br />

precisará criar para gerenciar<br />

os dispositivos.<br />

Mas um quarto das organizações<br />

notou não possuir quantidade<br />

de smartphones suficiente<br />

para justificar o investimento<br />

em uma solução de MDM. Outros<br />

21% <strong>dos</strong> participantes indicaram<br />

<strong>que</strong> as soluções de MDM<br />

são muito caras para implantar<br />

e o mesmo número informou<br />

<strong>que</strong> ainda não vê valor suficiente<br />

nessas plataformas para justificar<br />

o preço praticado no mercado.<br />

■ ITWeb


Gabriel Ferreira<br />

gferreira@brasileconomico.com.br<br />

Os resulta<strong>dos</strong> trimestrais da Coca-Cola,<br />

divulga<strong>dos</strong> ontem pela<br />

companhia, superaram as expectativas<br />

<strong>dos</strong> analistas de mercado,<br />

mas ainda apresentaram<br />

impactos decorrentes do cenário<br />

complicado enfrentado pela<br />

economia mundial. “Temos<br />

de considerar <strong>que</strong> vivemos um<br />

momento em <strong>que</strong> os Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong> ainda enfrentam problemas<br />

com desemprego, a Europa<br />

vive uma <strong>situação</strong> complicada<br />

e a China não cresce como<br />

antes”, afirmou Muhtar Kent,<br />

presidente da Coca-Cola, na<br />

conferência de divulgação de<br />

resulta<strong>dos</strong> da companhia.<br />

No segundo trimestre deste<br />

ano, a Coca-Cola atingiu receitas<br />

de US$ 13 bilhões. O número<br />

representa um crescimento de<br />

4%, pouco acima do <strong>que</strong> esperavam<br />

os analistas. Kent disse <strong>que</strong><br />

os resulta<strong>dos</strong> estão de acordo<br />

com o plano traçado pela companhia<br />

no fim de 2009 para dobrar<br />

de tamanho at<strong>é</strong> 2020.<br />

Emergentes<br />

Quando considera<strong>dos</strong> apenas<br />

os da<strong>dos</strong> referentes às bebidas<br />

gaseificadas, principal linha<br />

de produtos da Coca-Cola, o<br />

volume de vendas apresentou<br />

RESTAURANTES<br />

Dona do Frango Assado fecha compra<br />

da rede carioca Batata Assada<br />

A International Meal, <strong>que</strong> administra restaurantes como Viena<br />

e Frango Assado no <strong>Brasil</strong> e na Am<strong>é</strong>rica Latina, anunciou ontem a<br />

conclusão da compra da rede Batata Assada. A empresa, com sede<br />

no Rio de Janeiro, <strong>é</strong> dona de 16 restaurantes próprios no estado.<br />

Com isso, a International Meal passa a deter 44 pontos comerciais<br />

no Rio de Janeiro. O valor total do negócio foi de R$ 40 milhões.<br />

POUCO GÁS<br />

Desempenho da<br />

Coca-Cola no 2º trimestre,<br />

em US$ bilhões<br />

NO MUNDO<br />

FATURAMENTO<br />

LUCRO<br />

13,0<br />

3,2<br />

VARIAÇÃO<br />

3%<br />

4%<br />

NA AMÉRICA LATINA<br />

VARIAÇÃO<br />

FATURAMENTO 1,1 1%<br />

LUCRO 0,7 2%<br />

Fonte: empresa<br />

Prashanth Vishwanathan/Bloomberg<br />

Kent, da Coca-Cola: atuação nos emergentes <strong>é</strong> essencial para a meta de duplicar tamanho at<strong>é</strong> 2020<br />

Resultado magro da<br />

Coca-Cola não assusta<br />

Companhia afirma <strong>que</strong>, em momento de crise econômica, crescimento<br />

de 4% está de acordo com expectativas. No <strong>Brasil</strong>, receita aumentou 6%<br />

crescimento de 2% em todo o<br />

mundo. Boa parte do aumento<br />

está ligada a bons resulta<strong>dos</strong><br />

obti<strong>dos</strong> pela companhia em<br />

economias em desenvolvimento.<br />

“Crescer nos emergentes <strong>é</strong><br />

fundamental para <strong>que</strong> a Coca-<br />

Cola atinja os objetivos traça<strong>dos</strong><br />

para os próximos anos”,<br />

afirma Thomas Mullarkey, analista<br />

do setor de bebidas da Morningstar.<br />

No <strong>Brasil</strong>, as vendas<br />

da Coca-Cola apresentaram aumento<br />

de 4% e o faturamento<br />

da companhia cresceu 6%.<br />

Chás em alta<br />

Em boa parte <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong><br />

emergentes, por<strong>é</strong>m, foi a venda<br />

de bebidas não gasosas <strong>que</strong> apresentou<br />

maior crescimento.<br />

“Por ter um portfólio <strong>que</strong> inclui<br />

uma grande diversidade de bebidas,<br />

a Coca-Cola tem ferramentas<br />

para conquistar espaço nos<br />

mais diversos tipos de mercado<br />

e ampliar sua presença onde já<br />

atua”, diz Mullarkey.<br />

Na Am<strong>é</strong>rica Latina, a venda<br />

das bebidas sem gás cresceu<br />

8%, puxada principalmente pelos<br />

chás, <strong>que</strong> apresentaram aumento<br />

de 37%, resultado do lançamento<br />

da linha Fuze Tea em<br />

diversos países da região. O produto<br />

foi lançado em março, simultaneamente<br />

em 20 países,<br />

como M<strong>é</strong>xico e Equador. ■<br />

Lucro da Johnson &<br />

Johnson cai 49% no<br />

segundo trimestre<br />

Resulta<strong>dos</strong> somam US$ 1,4 bi,<br />

impacta<strong>dos</strong> pelo efeito do<br />

câmbio nos merca<strong>dos</strong> externos<br />

A Johnson & Johnson, maior fabricante<br />

mundial de produtos<br />

de cuida<strong>dos</strong> para a saúde, registrou<br />

lucro líquido de US$ 1,4 bilhão<br />

no segundo trimestre, uma<br />

<strong>que</strong>da de 49% na comparação<br />

com mesmo período do ano anterior.<br />

O resultado foi impactado<br />

pelo efeito do<br />

câmbio nos merca<strong>dos</strong>internacionais<br />

onde a companhia<br />

atua.<br />

A empresa tamb<strong>é</strong>m<br />

anunciou<br />

<strong>que</strong> diminuiu sua<br />

previsão de lucro<br />

para o ano de<br />

2012. Outras companhias americanas<br />

seguiram o caminho da<br />

Johnson & Johnson e tamb<strong>é</strong>m<br />

baixaram suas previsões de lucro.<br />

Estão nesta lista grandes<br />

grupos como Procter & Gamble<br />

e Philip Morris. To<strong>dos</strong> pelo<br />

mesmo motivo: efeito negativo<br />

do câmbio.<br />

No segundo trimestre, a Johnson<br />

& Johnson faturou US$ 16,5<br />

bilhões, uma <strong>que</strong>da de 0,7% na<br />

comparação com o mesmo perío-<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 23<br />

Gigante<br />

americana parou<br />

de produzir e<br />

vender fraldas<br />

descartáveis para<br />

crianças no <strong>Brasil</strong><br />

do do ano anterios. “É tudo por<br />

causa da moeda. Mas em minhas<br />

análises não me importo com a<br />

moeda. Estou olhando para o<br />

<strong>que</strong> a companhia faz enquanto<br />

negócio”, afirma Tony Butler,<br />

analista da Barclays Capital.<br />

Adeus fraldas<br />

Em abril deste ano, a companhia<br />

americana decidiu parar<br />

de produzir e vender no <strong>Brasil</strong><br />

suas linhas de<br />

fraldas descartáveis<br />

para crianças.<br />

O mercado<br />

brasileiro foi o último<br />

no qual a<br />

empresa atua a<br />

abandonar a comercialização<br />

do<br />

produto. Na <strong>é</strong>poca,<br />

a empresa informou <strong>que</strong> a<br />

estrat<strong>é</strong>gia fazia parte de seu<br />

plano global.<br />

Embora o segmento de fraldas<br />

seja atrativo, a companhia<br />

tem procurado focar em produtos<br />

<strong>que</strong>, segundo ela, apresentem<br />

mais inovação ao consumidor.<br />

Para se ter uma<br />

ideia, nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, a<br />

Johnson & Johnson deixou de<br />

produzir as fraldas há mais de<br />

vinte anos. ■ Reuters e<br />

Bloomberg


24 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

EMPRESAS<br />

Marissa, do Yahoo: quase metade do faturamento da empresa veio da venda de publicidade<br />

Gabriel Ferreira*<br />

gferreira@brasileconomico.com.br<br />

Logo em seu primeiro dia de trabalho,<br />

a nova presidente do Yahoo,<br />

Marissa Mayer, já pode sentir o peso<br />

de seu principal desafio <strong>que</strong><br />

tem pela frente: fazer crescer o faturamento<br />

da companhia. Ontem,<br />

a companhia anunciou seus<br />

resulta<strong>dos</strong> do segundo trimestre<br />

deste ano, <strong>que</strong> ficaram praticamente<br />

estáveis na comparação<br />

com o mesmo período do ano anterior.<br />

O anúncio marca a consolidação<br />

do fim da tendência de <strong>que</strong>da<br />

registrada nos últimos trimestres<br />

do ano passado. De janeiro a<br />

março os números já haviam sido<br />

mais favoráveis à companhia.<br />

Os resulta<strong>dos</strong> estáveis do<br />

Yahoo agradaram os analistas.<br />

“A missão de Marissa será menos<br />

complicada do <strong>que</strong> se imaginou.<br />

Costuma ser mais fácil cortar<br />

custos do <strong>que</strong> fazer as receitas<br />

crescerem”, afirma Colin Gillis,<br />

analista do BGC Partners.<br />

Marissa, <strong>que</strong> foi anunciada co-<br />

mo presidente da empresa na última<br />

segunda-feira, <strong>é</strong> a terceira<br />

pessoa a ocupar o cargo no período<br />

de um ano.<br />

O faturamento líquido do<br />

Yahoo, apresentou redução de<br />

1%, chegando a US$ 1,2 bilhão,<br />

nos últimos três meses. No semestre,<br />

as receitas ficaram estáveis<br />

em relação ao ano passado,<br />

em US$ 2,4 bilhões. Quando são<br />

excluí<strong>dos</strong> os valores repassa<strong>dos</strong><br />

a sites parceiros, o faturamento<br />

trimestral foi de US$ 1 bilhão,<br />

mesmo valor registrado em<br />

2011, e o semestral de US$ 2,1 bilhões,<br />

tamb<strong>é</strong>m estável.<br />

O lucro da companhia no trimestre,<br />

de US$ 226,6 milhões,<br />

Divulgação<br />

Noah Berger/Bloomberg<br />

Cifras do Yahoo<br />

apontam para futuro<br />

mais tranquilo<br />

Faturamento e lucro da companhia ficaram estáveis no trimestre<br />

Nova presidente<br />

do Yahoo tem<br />

como missão fazer<br />

a receita crescer<br />

num cenário<br />

de corte de custos<br />

foi 4,6% menor do <strong>que</strong> o registrado<br />

há um ano.<br />

O faturamento do Yahoo com<br />

seu mecanismo de busca apresentou<br />

pe<strong>que</strong>na <strong>que</strong>da, de<br />

1,2%, e chegou a US$ 460,9 milhões.<br />

No semestre, por<strong>é</strong>m, essa<br />

unidade de negócios teve receitas<br />

de US$ 931,4 milhões,<br />

um crescimento de 1% na comparação<br />

com o primeiro semestre<br />

do ano passado.<br />

A venda de anúncios para<br />

suas páginas foi o segmento responsável<br />

pela maior parte do faturamento<br />

do Yahoo. No segundo<br />

trimestre deste ano, a comercialização<br />

de propagandas<br />

respondeu por 44% das receitas<br />

obtidas pela empresa. Com<br />

um crescimento de 2,1% na<br />

comparação com um ano atrás,<br />

o faturamento proveniente da<br />

publicidade foi de US$ 534,9<br />

milhões no trimestre. Nos seis<br />

primeiros meses do ano, o indicador<br />

atingiu US$ 1 bilhão,<br />

mantendo-se estável em relação<br />

a 2011. ■ *Com Bloomberg<br />

EDUCAÇÃO<br />

STB lança divisão de cursos voltada<br />

para desenvolvimento de carreiras<br />

A Student Travel Bureau, especializada em intercâmbio e turismo<br />

jovem, criou uma nova divisão: o Bureau de Carreiras. O departamento<br />

orientará profissionais a partir de 25 anos para a escolha de<br />

cursos no exterior volta<strong>dos</strong> para o desenvolvimento de carreiras.<br />

A empresa montou diversas opções de cursos rápi<strong>dos</strong> nas<br />

principais cidades <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, Canadá, Europa e Oceania.<br />

Com novo CEO,<br />

Mandic vai à nuvem<br />

Pioneira no serviço de internet<br />

no <strong>Brasil</strong>, companhia <strong>que</strong>r<br />

crescer com cloud computing<br />

Juliana Ribeiro<br />

jribeiro@brasileconomico.com.br<br />

Depois de passar por gigantes<br />

do setor de tecnologia da informação<br />

como HP, AT&T e Telecom<br />

Itália, Maurício Cascão está<br />

à frente de um novo desafio:<br />

conduzir os próximos passos da<br />

Nova Mandic, empresa de m<strong>é</strong>dio<br />

porte <strong>que</strong> foi pioneira no serviço<br />

de internet nos anos 1990 e<br />

agoras investe em computação<br />

em nuvem ou cloud computing.<br />

Há pouco mais de um mês como<br />

CEO da companhia, Cascão<br />

explica <strong>que</strong> optou por sair do<br />

mercado das grandes corporações<br />

e ir para uma empresa de<br />

menor porte por um simples<br />

motivo: potencial de crescimento.<br />

À frente da Mandic, ele tem<br />

o desafio de investir R$ 100 milhões<br />

nos próximos três anos.<br />

“O dinheiro deverá ser investido<br />

internamente e em novas<br />

aquisições”, revela.<br />

O aporte foi feito pela Riverwood<br />

Capital, fundo <strong>que</strong> possui<br />

US$ 1 bilhão em investimentos<br />

em empresas de tecnologia<br />

na Ásia, Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e Am<strong>é</strong>rica<br />

Latina. O grupo <strong>é</strong> sócio majoritário<br />

da Mandic e adquiriu a<br />

Tecla no início do ano. Com a<br />

compra, o grupo <strong>que</strong>r se tornar<br />

líder em soluções de software<br />

como serviço (SaaS) e em infraestrtura<br />

como serviço (IaaS)<br />

para pe<strong>que</strong>nas e m<strong>é</strong>dias empresas<br />

na Am<strong>é</strong>rica Latina e multiplicar<br />

seu faturamento <strong>que</strong> foi de<br />

R$ 30 milhões em 2011. O momento<br />

parece propício, já <strong>que</strong><br />

<strong>que</strong> o <strong>Brasil</strong> está no radar internacional<br />

para investimentos.<br />

A produtora de software de design<br />

Autodesk vai comprar o serviço<br />

de compartilhamento de vídeos<br />

Socialcam por cerca de<br />

US$ 60 milhões, para ampliar<br />

sua linha de produtos para mídias<br />

sociais.<br />

O aplicativo da Socialcam ajuda<br />

os usuários a gravar, editar e<br />

“O mercado brasileiro de<br />

cloud computing tem potencial<br />

para gerar R$ 3 bilhões em negócios<br />

nos proximos anos, vamos<br />

aproveitar essa perspectiva para<br />

crescer”, afirma Cascão.<br />

Para tanto, a estrat<strong>é</strong>gia da<br />

Mandic <strong>é</strong> ampliar o número de<br />

unidades regionais no país e ampliar<br />

a carteira de clientes <strong>que</strong> já<br />

ultrapassa 20 mil empresas. Entre<br />

os principais serviços ofereci<strong>dos</strong><br />

pela companhia estão as<br />

ferramentas de gerenciamento<br />

e armazenamento de da<strong>dos</strong> em<br />

nuvem e sistemas de backup.<br />

Recente estudo da consultoria<br />

IDC apontou <strong>que</strong> o mercado<br />

de cloud computing deverá movimentar<br />

cerca de US$ 72,9 bilhões<br />

em todo o mundo. No <strong>Brasil</strong>,<br />

a expectativa <strong>é</strong> de <strong>que</strong> ao final<br />

do ano o serviço de IaaS movimente<br />

US$ 90,86 milhões, ante<br />

US$ 55,89 milhões em 2011.■<br />

Autodesk compra Socialcam<br />

Serviço <strong>que</strong> ajuda a gravar e<br />

compartilhar vídeos será<br />

adquirido por US$ 60 milhões<br />

NEGÓCIOS NAS ALTURAS<br />

Movimentação do mercado de<br />

computação em nuvem* no <strong>Brasil</strong><br />

US$ 35,8 mi<br />

US$ 55,89 mi<br />

US$ 90,86 mi*<br />

2010<br />

Fonte: IDC<br />

2011 2012<br />

*Da<strong>dos</strong> referentes à IaaS,<br />

infraestrutura como serviço<br />

compartilhar vídeos por meio<br />

de telefones celulares. A companhia<br />

informou <strong>que</strong> o programa,<br />

disponível para os sistemas operacionais<br />

móveis iOS e Android,<br />

teve mais de 16 milhões de downloads<br />

desde o lançamento,<br />

em 2011.<br />

No ano passado, a Autodesk<br />

comprou o serviço online de edição<br />

e compartilhamento de fotos<br />

Pixlr por um valor não revelado.<br />

■ Reuters


Lucas Schifres/Bloomberg<br />

O americano Malcolm Walter,<br />

segundo na hierarquia mundial<br />

da <strong>Ben</strong>tley, passou oito anos<br />

sem visitar a operação brasileira<br />

da companhia de software para<br />

engenharia e arquitetura, mas a<br />

história agora vai mudar. A empresa<br />

<strong>que</strong>r duplicar a receita<br />

vinda <strong>dos</strong> países do Brics ( <strong>Brasil</strong>,<br />

Rússia, Índia, China) em<br />

três anos com o crescimento<br />

<strong>dos</strong> investimentos em infraestrutura<br />

nessas regiões.<br />

Segundo Walter, o crescimento<br />

anual da receita nestes países<br />

tem sido de 20% nos últimos<br />

anos, mas a meta <strong>é</strong> aumentar o<br />

percentual para 25% a partir de<br />

2012. No <strong>Brasil</strong>, a <strong>Ben</strong>tley tem<br />

clientes como a Engevix, Sabesp<br />

e Camargo Corrêa, <strong>que</strong> utilizam<br />

os sistemas da americana<br />

para executar projetos.<br />

A companhia prevê <strong>que</strong> fato-<br />

A fabricante de computadores<br />

Dell está assistindo a uma desaceleração<br />

de seus negócios na<br />

China, seu maior mercado fora<br />

<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, sinalizou<br />

res como a chegada <strong>dos</strong> eventos<br />

esportivos (Copa do Mundo e<br />

Olimpíadas) e o Programa de<br />

Aceleração do Crescimento<br />

Michael Dell, presidente-executivo<br />

da companhia.<br />

O país, <strong>que</strong> <strong>é</strong> a maior economia<br />

do mundo e <strong>é</strong> responsável<br />

por cerca de US$ 5 bilhões em<br />

receitas anuais da fabricante de<br />

computadores, está crescendo<br />

no menor ritmo em mais de três<br />

anos de acordo com da<strong>dos</strong> divulga<strong>dos</strong><br />

pela empresa.<br />

(PAC) vão impulsionar as vendas<br />

no país. E para conseguir tirar<br />

proveito do potencial do<br />

mercado brasileiro de infraestrutura,<br />

a <strong>Ben</strong>tley estuda fazer<br />

uma aquisição no <strong>Brasil</strong>.<br />

“O foco são empresas com faturamento<br />

entre US$ 5 milhões<br />

e US$ 20 milhões <strong>que</strong> tenham<br />

tecnologia <strong>que</strong> complementem<br />

a nossa oferta”, diz Walter. O<br />

executivo afirma <strong>que</strong> há um representante<br />

da empresa se reunindo<br />

com possíveis alvos de<br />

aquisição no <strong>Brasil</strong>. Se concretizada,<br />

esta será a primeira compra<br />

da <strong>Ben</strong>tley no país.<br />

Dell registra desaceleração na China<br />

De acordo com presidente<br />

da empresa, ritmo de<br />

crescimento <strong>é</strong> o mais lento<br />

no país em três anos<br />

Orgãos de defesa da concorrência<br />

da União Europeia abriram<br />

uma investigação para verificar<br />

se a Microsoft está cumprindo<br />

uma decisão de 2009 de oferecer<br />

aos usuários a opção de escolher<br />

TENDÊNCIA<br />

<strong>Ben</strong>tley busca<br />

aquisição para<br />

crescer no <strong>Brasil</strong><br />

Companhia americana de software pretende<br />

duplicar receita vinda <strong>dos</strong> Brics em três anos<br />

Carolina Pereira<br />

cpereira@brasileconomico.com.br<br />

o navegador de Internet em seus<br />

computadores pessoais, informou<br />

o comissário de Concorrência<br />

da UE, Joaquín Almunia. Na<br />

maior parte <strong>dos</strong> computadores<br />

pessoais novos com o sistema<br />

Windows, o navegador Internet<br />

Explorer vem pr<strong>é</strong>-instalado. O<br />

usuário não <strong>é</strong> informado pela<br />

companhia da possbilidade de<br />

“Há alguns desafios na China”,<br />

disse o executivo <strong>que</strong> completou<br />

<strong>que</strong> "merca<strong>dos</strong> emergentes<br />

são importantes para nós.”<br />

Investimentos<br />

A Dell anunciou a criação de um<br />

fundo de US$ 60 milhões destinado<br />

a “Startel” na área de armazenamento<br />

de da<strong>dos</strong>. ■ Reuters<br />

Microsoft enfrenta nova ação na UE<br />

Companhia <strong>é</strong> acusada de não<br />

informar usuários sobre opções<br />

de navegadores de internet<br />

Profissionais de TI fora do escritório<br />

representam cerca de 40% da categoria<br />

Quase 40% <strong>dos</strong> funcionários da área de TI (tecnologia da informação)<br />

trabalham fora de suas empresas. É o <strong>que</strong> aponta uma pesquisa<br />

encomendada pelo Sindicato de Trabalhadores de TI (Sindpd) ao<br />

Instituto Datafolha. O estudo mostra <strong>que</strong> de cada 10 profissionais, dois<br />

trabalham aloja<strong>dos</strong> nos clientes da empresa, 11% passam o dia-a-dia<br />

visitando vários clientes e 7% exercem suas atividades em casa.<br />

EM RECUPERAÇÃO<br />

Evolução da receita da<br />

<strong>Ben</strong>tley, em US$ milhões<br />

520<br />

400<br />

450<br />

2007<br />

501<br />

2008<br />

Fonte: empresa<br />

451<br />

2009<br />

476<br />

2010<br />

523<br />

2011<br />

utilizar sistemas de outros desenvolvedores,<br />

como o Google Chrome<br />

e o Mozilla Firefox. “Levamos<br />

a s<strong>é</strong>rio o cumprimento das<br />

nossas decisões. Eu acreditei<br />

<strong>que</strong> os relatórios da empresa<br />

eram corretos, mas parece <strong>que</strong><br />

não era o caso. Então, entramos<br />

em ação imediatamente”, diz Almunia.<br />

■ Reuters<br />

Al<strong>é</strong>m da possível aquisição,<br />

a estrat<strong>é</strong>gia de crescimento da<br />

<strong>Ben</strong>tley no <strong>Brasil</strong> tamb<strong>é</strong>m se baseia<br />

no aumento do número de<br />

distribuidores especializa<strong>dos</strong><br />

no país. Hoje, são três empresas<br />

parceiras, e a expectativa <strong>é</strong><br />

atingir doze em um ano. Para<br />

atingir o objetivo, a companhia<br />

acaba de contratar um<br />

executivo para gerenciar a<br />

área de canais.<br />

Receita<br />

O foco da <strong>Ben</strong>tley nos BRIC está<br />

ligado à crise econômica e estabilização<br />

<strong>dos</strong> projetos de infraes-<br />

A fabricante de chips Intel estima<br />

nível fraco de vendas no segundo<br />

trimestre. A companhia<br />

deve anunciar seus resulta<strong>dos</strong><br />

nos próximos dias.<br />

A antecipação <strong>dos</strong> maus resulta<strong>dos</strong><br />

reforça os temores de <strong>que</strong><br />

a crise na econo-<br />

mia mundial e a<br />

falta de interesse<br />

de consumidores<br />

por computadores<br />

pessoais prejudi<strong>que</strong><br />

o comportamento<br />

do<br />

mercado global de PCs.<br />

A empresa tamb<strong>é</strong>m reduziu<br />

sua projeção de crescimento de<br />

receita em 2012 para entre 3% e<br />

Alexandre Rezende<br />

trutura pela qual passam os merca<strong>dos</strong><br />

desenvolvi<strong>dos</strong>. Desta forma,<br />

de 2008 para 2009 a empresa<br />

enfrentou <strong>que</strong>da de 10% na<br />

receita, de R$ 501 milhões para<br />

US$ 451 milhões. No ano passado,<br />

no entanto, o número foi impulsionado<br />

pela receita vinda<br />

<strong>dos</strong> países emergentes e alcançou<br />

US$ 523 milhões.<br />

A <strong>Ben</strong>tley, <strong>que</strong> <strong>é</strong> familiar e<br />

tem capital fechado, não tem<br />

planos de fazer IPO. “Temos capital<br />

próprio para investir no<br />

crescimento, hoje abrir capital<br />

não <strong>é</strong> tão interessante para a empresa”,<br />

diz Walter. ■<br />

Intel prevê <strong>que</strong>da de<br />

faturamento no trimestre<br />

Fabricante enfrenta como<br />

barreiras o mercado de tablets<br />

<strong>que</strong> utiliza novas tecnologias.<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 25<br />

Walter, chefe de operações da <strong>Ben</strong>tley: Copa, Olimpíada e PAC vão impulsionar vendas da companhia<br />

No ano,<br />

fabricante de<br />

chips prevê alta<br />

de 5% na receita<br />

5%. A estimativa anterior era<br />

de alta de 10%. A Intel fornece<br />

processadores para 80% <strong>dos</strong><br />

PCs do mundo, mas ainda não<br />

realizou progresso significativo<br />

no setor de tablets e smartphones,<br />

produtos <strong>que</strong> fazem uso de<br />

chips basea<strong>dos</strong> em tecnologia<br />

da britânica ARM Holdings.<br />

“O crescimento sazonal <strong>que</strong><br />

a Intel está prevendo <strong>é</strong> menor<br />

<strong>que</strong> o normal. Ela<br />

está claramente<br />

levando em conta<br />

as condições econômicasmundiais”,<br />

disse Doug<br />

Freedman, do<br />

RBC. “A demanda<br />

sazonal por PCs cresce no terceiro<br />

trimestre pelo menos 9% a<br />

10%, e a previsão da Intel está<br />

abaixo disso”. ■ Reuters


26 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

EMPRESAS<br />

Dhanya Skariachan<br />

e Brad Dorfman<br />

redacao@brasileconomico.com.br<br />

A estreia da nova saga de Batman<br />

nas telas ao redor do mundo<br />

e as vendas da boneca Barbie<br />

impulsionaram os resulta<strong>dos</strong> da<br />

Mattel no segundo trimestre, período<br />

considerado fraco para a<br />

indústria de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong>.<br />

“Estamos muito satisfeitos<br />

com os números no período,<br />

principalmente com nosso desempenho<br />

na Europa”, disse o<br />

presidente da empresa, Bryan<br />

Stockton. O executivo afirma<br />

<strong>que</strong>, a exemplo de outras companhias<br />

do setor, manterá a cautela<br />

ao longo de segundo semestre,<br />

quando as vendas tipicamente<br />

têm crescimento.<br />

A dona de marcas como Barbie,<br />

Hot Wheels e Fisher-Price<br />

viu seu lucro saltar de US$ 80,5<br />

milhões para US$ 96,2 milhões.<br />

O faturamento líquido no período<br />

ficou praticamente estável -<br />

passou de US$ 1,13 bilhão para<br />

US$ 1,16 bilhão. As cifras foram<br />

influenciadas pela valorização<br />

do dólar.<br />

O volume de vendas de Barbies<br />

saltou 5% no período. A<br />

companhia disse <strong>que</strong> tamb<strong>é</strong>m<br />

registrou alta nas vendas de artigos<br />

licencia<strong>dos</strong> do Batman, cuja<br />

saga “Batman - O Cavaleiro das<br />

Operadora de resorts temáticos<br />

planeja levar sua marca para<br />

50 unidades ao redor do mundo<br />

A Hard Rock International, operadora<br />

de cassinos e de restaurantes<br />

temáticos, está conversando<br />

com investidores para levantar<br />

US$ 250 milhões para expandir<br />

sua rede de hot<strong>é</strong>is.<br />

“Queremos ir a cidades <strong>que</strong><br />

julgamos essenciais para nosso<br />

crescimento”, disse o vice-presidente<br />

da companhia, Michael<br />

Shindler. “Sem os recursos, não<br />

podemos aproveitar oportunida-<br />

Trevas Ressurge” tem estreia<br />

mundial marcada para o dia 20<br />

de julho. A fabricante americana<br />

de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong> tamb<strong>é</strong>m informou<br />

<strong>que</strong> conseguiu compensar<br />

as perdas cambiais com o corte<br />

na verba de publicidade de seus<br />

produtos. De acordo com analis-<br />

des <strong>que</strong> estão surgindo em nosso<br />

horizonte”. A companhia<br />

<strong>que</strong>r levar a sua marca para 50<br />

hot<strong>é</strong>is ao redor do mundo, expandindo<br />

seu modelo de gestão<br />

e suas principais características<br />

ambientes temáticos e despoja<strong>dos</strong>.<br />

Os planos incluem empreendimentos<br />

em Londres (onde<br />

o primeiro restaurante da rede<br />

foi aberto, em 1971), Paris,<br />

Nova York, Los Angeles, Dubai,<br />

Hong Kong, Pequim e Xangai.<br />

A Hard Rock International está<br />

em negociações “em estágio<br />

inicial” com diversos investido-<br />

tas, a Mattel deve cortar cerca<br />

de US$ 175 milhões em dois<br />

anos por meio de um programa<br />

de excelência em gestão.<br />

Corte de custos<br />

A Mattel não <strong>é</strong> a única companhia<br />

de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong> a cortar cus-<br />

res. Uma das alternativas da<br />

companhia <strong>é</strong> criar um fundo e<br />

vender cotas.<br />

No mês passado, o Aabar Properties,<br />

um fundo de investimento<br />

controlado pela família<br />

real de Abu Dhabi, informou<br />

<strong>que</strong> vai construir um hotel cinco<br />

estrelas, com 378 quartos, para<br />

ser gerenciado pela Hard Rock.<br />

Atualmente, a gestora de hot<strong>é</strong>is<br />

tem 16 propriedades ao redor<br />

do mundo, incluindo hot<strong>é</strong>is<br />

em Bali, Panamá e Cingapura. A<br />

taxa de ocupação m<strong>é</strong>dia <strong>dos</strong> hot<strong>é</strong>is<br />

<strong>é</strong> de 75%. ■ Bloomberg<br />

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO<br />

Cresce a presença das redes sociais pelas<br />

100 maiores companhias no mundo<br />

Barbie e Batman se unem para<br />

impulsionar vendas da Mattel<br />

Hard Rock Caf<strong>é</strong> busca US$ 250<br />

tos de produção. A Jakks Pacific,<br />

uma pe<strong>que</strong>na fabricante<br />

<strong>que</strong> det<strong>é</strong>m marcas de desenhos<br />

japoneses como Pok<strong>é</strong>mon e Hello<br />

Kitty, tamb<strong>é</strong>m informou ao<br />

mercado <strong>que</strong> está em processo<br />

de redução de despesas — mas<br />

os esforços não foram assim tão<br />

milhões para expansão global Juntas, as gravadoras terão<br />

Divulgação<br />

A terceira edição do estudo Global Social Media Check-up,<br />

realizado pela agência Burson-Masteller, mostrou <strong>que</strong> o Twitter<br />

<strong>é</strong> a ferramenta mais popular entre as 100 maiores empresas<br />

do mundo listadas pela revista Fortune, com 82% das menções<br />

da pesquisa. O Facebook, vice-campeão entre as redes mais<br />

usadas pelas corporações, teve uma alta de utilização de 275%.<br />

Negócios da boneca mais famosa do mundo subiram 5% no 2º trimestre, período fraco para setor de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong><br />

“Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge” tem estreia mundial marcada para o dia 20 de julho<br />

Divulgação<br />

A Universal Music, da Vivendi,<br />

pode vender três selos musicais<br />

da EMI, empresa <strong>que</strong> pretende<br />

adquirir do Citigroup, para diminuir<br />

as preocupações <strong>dos</strong> reguladores<br />

de concorrência da União<br />

Europeia sobre o negócio de R$<br />

1,9 bilhão, disseram pessoas familiarizadas<br />

com o negócio.<br />

A Comissão Europeia tem <strong>alerta</strong>do<br />

à Universal de <strong>que</strong> seu plano<br />

de comprar o negócio de gravações<br />

musicais da EMI vai impedir<br />

significativamente a com-<br />

bem sucedi<strong>dos</strong>. A companhia,<br />

<strong>que</strong> deve apresentar seu resultado<br />

nesta semana, já adiantou<br />

<strong>que</strong> prevê um segundo trimestre<br />

mais fraco do <strong>que</strong> esperado<br />

por analistas. A Hasbro, segundo<br />

maior empresas de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong><br />

<strong>dos</strong> <strong>EUA</strong>, tamb<strong>é</strong>m divulgará<br />

resulta<strong>dos</strong> na próxima semana.<br />

Previsão<br />

Analistas afirma <strong>que</strong> será difícil<br />

para a Mattel replicar o sucesso<br />

da linha de brin<strong>que</strong><strong>dos</strong> do filme<br />

“Carros 2”, do ano passado,<br />

mesmo com os lançamentos do<br />

filmes “Valente” e com o último<br />

Batman da s<strong>é</strong>rie. Ao redor do<br />

mundo, as vendas brutas da empresa<br />

no mercado de entretenimento<br />

apresentaram <strong>que</strong>da de<br />

36%, principalmente pela redução<br />

de demanda de merchandise<br />

da linha Carros 2.<br />

A Mattel vende brin<strong>que</strong><strong>dos</strong><br />

por meio de redes como Walmart,<br />

Toys’R Us e Target, bem como<br />

por meio de catalogo e tamb<strong>é</strong>m<br />

com<strong>é</strong>rcio eletrônico.<br />

O conselho de administração<br />

da empresa tamb<strong>é</strong>m divulgou<br />

nesta semana <strong>que</strong> fará um pagamento<br />

por dividen<strong>dos</strong> na casa de<br />

US$ 0,31 a ação, e <strong>que</strong> manterá a<br />

previsão anual de pagamento de<br />

US$ 1,24. Ações da empresa tiveram<br />

um aumento de 8% para<br />

US$ 33,5 ontem. ■ Reuters<br />

Universal prevê desmembrar<br />

negócios da EMI após compra<br />

36% do mercado mundial, o <strong>que</strong><br />

preocupa reguladores da UE<br />

petição, sinalizando a possibilidade<br />

de veto, a não ser <strong>que</strong> ela<br />

venda algumas unidades.<br />

Juntas, as empresas seriam<br />

quase o dobro da rival mais próxima<br />

na Europa, e a participação<br />

mundial da Universal entre<br />

as gravadoras subiria de 26,5%<br />

para 36%, de acordo com os órgãos<br />

antitruste da região.<br />

A Universal vai colocar à venda<br />

selos de clássicos da EMI e de<br />

jazz, al<strong>é</strong>m da gravadora Virgin,<br />

afirmou uma das fontes.<br />

O regulador da União Europeia<br />

deve dar seu parecer sobre<br />

a <strong>que</strong>stão no dia 6 de setembro.<br />

■ Reuters


CRIATIVIDADE & MÍDIA<br />

Editado por: Rachel Car<strong>dos</strong>o criatividade@brasileconomico.com.br<br />

Campanha da Nokia provoca<br />

estardalhaço nas redes sociais<br />

Carolina Marcelino<br />

cmarcelino@brasileconomico.com.br<br />

Para divulgar uma nova tecnologia<br />

a Nokia do <strong>Brasil</strong> surpreendeu<br />

os consumidores com o vídeo<br />

“Perdi meu amor na balada”.<br />

At<strong>é</strong> à noite de ontem 795<br />

mil pessoas acessaram o filme<br />

divulgado em uma página no<br />

Facebook. To<strong>dos</strong> se solidarizaram<br />

com o jovem Daniel Alcântara,<br />

<strong>que</strong> num depoimento apaixonado<br />

pede ajuda para encontrar<br />

o grande amor de sua vida.<br />

A moça, chamada Fernanda, teria<br />

sido conhecido em uma balada<br />

em São Paulo.<br />

No tumulto, anotara o telefone<br />

de Fernanda em um pe<strong>que</strong>no<br />

pedaço de papel, <strong>que</strong> se perdeu.<br />

Mas ele tinha esperança<br />

de encontrá-la: uma jovem<br />

morena, de pele clara, 1,70m e<br />

olhos verdes ou azuis, não se<br />

lembra bem por<strong>que</strong> o local estava<br />

escuro demais.<br />

Toda a história <strong>que</strong> envolveu<br />

os usuários do Facebook fez parte<br />

de uma ação de marketing<br />

da fabricante para o lançamento<br />

do celular Nokia 808 Pure-<br />

PARA LEMBRAR<br />

Elefante pop<br />

View. Mas isso só foi revelado<br />

ontem, quando outro filme da<br />

campanha foi ao ar. Nele, Daniel<br />

recebe o contato de uma<br />

pessoa <strong>que</strong> tamb<strong>é</strong>m estava na<br />

balada. Ele percebeu <strong>que</strong> em<br />

uma de suas fotos aparecia o pedaço<br />

de papel com o número do<br />

telefone de Fernanda, revelado<br />

graças à capacidade de zoom do<br />

produto da Nokia.<br />

A agência Na Jaca, de Maria<br />

Em algumas embalagens, certos elementos não podem<br />

mudar nunca, mas podem se repaginar. A figura<br />

de um elefante <strong>é</strong> utilizada pela Cica desde 1941.<br />

Em 1969, por<strong>é</strong>m, o personagem Jotalhão, criado<br />

e de propriedade do renomado cartunista Mauricio<br />

de Sousa, passou a ser utilizado como mascote<br />

do extrato de tomate sob licença do seu titular.<br />

João Abujamra, Michel Carasso e<br />

Vando Araújo, foi a responsável<br />

pela campanha. Eles usaram um<br />

perfil verdadeiro no Facebook<br />

para criar a ação. “Eu já fiz muitas<br />

loucuras por amor, meus amigos<br />

me chamam de 'O Último<br />

Romântico'. Seria algo <strong>que</strong> eu faria,<br />

por isso topei participar”, comentou<br />

o rapaz, dono do perfil,<br />

<strong>que</strong> trabalha no setor de logística<br />

em uma multinacional.■<br />

NO MUNDO DIGITAL<br />

Bob’s volta a vender<br />

sanduíche por R$ 5,00<br />

C&C Orienta traz dicas interativas de decoração<br />

O portal C&C Orienta tem o formato<br />

parecido com o de uma rede social,<br />

em <strong>que</strong> os internautas podem<br />

interagir e compartilhar dicas<br />

relacionadas a arquitetura e<br />

decoração. No site, <strong>é</strong> possível<br />

encontrar informações sobre como<br />

renovar a casa, aplicar textura na<br />

parede, cultivar plantas, instalar o<br />

sistema el<strong>é</strong>trico, entre outros<br />

assuntos. Para usar o C&C Orienta <strong>é</strong><br />

necessário fazer um cadastro e criar<br />

login e senha.<br />

VAIVÉM<br />

GISELA BELLINELLO<br />

Nova gerente-geral da<br />

operação brasileira da Agilent<br />

●<br />

R$8,9<br />

bilhões<br />

O Bob´s relançou a campanha<br />

7 Sanduíches, em <strong>que</strong> os clientes<br />

encontrarão, a cada dia da<br />

semana, um lanche diferente por<br />

R$ 5,00. O cardápio inclui Big<br />

Bob, Bob´s Picanha 90g, Double<br />

Cheddar, Bob's Burger Duplo e<br />

outros. A investida de marketing<br />

leva a assinatura da agência NBS.<br />

Brastemp dará desconto<br />

de 30% na Casa Cor SP<br />

Entre os dias 19 e 22 de julho,<br />

acontece a venda especial de<br />

produtos em exposição na Casa<br />

Cor, em São Paulo. E o desta<strong>que</strong><br />

será o espaço BGourmet, da<br />

Brastemp, <strong>que</strong> oferecerá<br />

descontos de at<strong>é</strong> 30%. São 30<br />

itens em promoção e o prazo de<br />

entrega varia de 5 a 25 dias.<br />

Azul e Wizard fazem<br />

intercâmbio de promoção<br />

A Wizard e a Azul lançam ofertas<br />

conjuntas para os clientes.<br />

Os alunos da escola de idiomas<br />

ganharão R$ 50 de desconto<br />

na compra de passagem da a<strong>é</strong>rea.<br />

E os funcionários da Azul, por<br />

sua vez, receberão descontos<br />

para se matricularem na Wizard.<br />

A Agilent anunciou Gisela<br />

➤ Bellinello como a nova<br />

gerente-geral da operação<br />

brasileira, <strong>que</strong> inclui as<br />

divisões de Análises Químicas<br />

e Biociências. Gisela foi<br />

gerente-geral da GE Healthcare<br />

Life Sciences, empresa em<br />

<strong>que</strong> atuou por 21 anos, em Nova<br />

Jersey (<strong>EUA</strong>). Ela <strong>é</strong> graduada<br />

em Farmácia-Bioquímica<br />

pela Universidade de São Paulo<br />

e tem especialização em<br />

administração de empresas<br />

pela Fundação Getulio Vargas<br />

de São Paulo.<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 27<br />

foi quanto a mídia brasileira<br />

faturou no primeiro quadrimestre<br />

de 2012. De acordo com o<br />

levantamento do Projeto<br />

Inter-Meios, este faturamento<br />

foi 11,5% superior ao mesmo<br />

período do ano passado.<br />

No mês de abril, a internet foi<br />

responsável por 23% das vendas,<br />

seguido pelo cinema com 17,5%.<br />

COM A PALAVRA...<br />

... DENIS SANTINI<br />

Sócio-fundador da MD<br />

Comunicação<br />

Fotos: divulgação<br />

Como <strong>é</strong> desenvolver<br />

ações apenas para<br />

empresas fran<strong>que</strong>adas?<br />

O grande desafio são os detalhes.<br />

A nossa dificuldade está no nosso<br />

trabalho de pesquisa. Temos de<br />

entender <strong>que</strong> uma única empresa<br />

tem franquias em vários lugares,<br />

por isso <strong>é</strong> importante ficar atento<br />

em leis e no público. Em São<br />

Paulo, por exemplo, <strong>é</strong> proibido<br />

ter outdoors, mas em outros<br />

lugares esse tipo de abordagem<br />

ainda dá muito certo. Al<strong>é</strong>m disso,<br />

<strong>é</strong> importante diversificar<br />

as ações, já <strong>que</strong> em grandes<br />

capitais o custo <strong>é</strong> maior.<br />

Como fazer uma ação para<br />

agradar os clientes de norte<br />

a sul do país?<br />

É mais simples do <strong>que</strong> podemos<br />

imaginar. No começo do ano,<br />

a Farmais lançou uma promoção<br />

na qual nós sorteamos<br />

10 viagens para cruzeiros para<br />

os consumidores da empresa.<br />

Cada fran<strong>que</strong>ada liberou<br />

uma grande quantia para<br />

investirmos nesta ação.<br />

E no caso das publicidades?<br />

Existe uma mídia <strong>que</strong> dá<br />

mais certo?<br />

Unir a internet e a televisão<br />

dá muito certo, mas não <strong>é</strong> uma<br />

receita. O importante hoje <strong>é</strong><br />

enxergar <strong>que</strong> não há a mídia<br />

certa para investir. Hoje dá mais<br />

certo o conjunto. Temos de<br />

achar um caminho <strong>que</strong> atinja um<br />

monte de pessoas e com o menor<br />

dinheiro possível. O foco <strong>é</strong><br />

fazer ações pontuais para juntar<br />

tudo isso em um mix de ações.<br />

Quais os planos de expansão<br />

da MD Comunicação?<br />

A nossa expectativa era crescer<br />

50% em relação a 2011, mas só<br />

nos primeiros seis meses tivemos<br />

faturamento 70% maior do <strong>que</strong><br />

o mesmo período do ano passado.<br />

Ou seja, o segundo semestre<br />

será ainda melhor. Al<strong>é</strong>m disso,<br />

já acumulamos na nossa carta<br />

de clientes empresas como a<br />

Onodera, Contours, Multicoisas<br />

e supermercado O Dia. C.M.


28 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

JUSTIÇA<br />

Efeito Copa do Mundo a<strong>que</strong>ce<br />

um ramo novo da advocacia<br />

Escritórios começam a se especializar<br />

no direito da construção, ainda sem<br />

código ou regulamentação no país<br />

Pedro Venceslau<br />

pvenceslau@brasileconomico.com.br<br />

Existem muito mais investimentos<br />

chegando ao <strong>Brasil</strong> entre<br />

a Copa do Mundo de 2014 e<br />

as Olimpíadas de 2016 do <strong>que</strong><br />

imagina a nossa vã filosofia.<br />

Al<strong>é</strong>m da construção de estádios<br />

suntuosos, arenas multiuso, reforma<br />

em aeroportos e demais<br />

intervenções urbanas exigidas<br />

pela Fifa, os dois eventos estão<br />

estimulando a abertura ou a expansão<br />

de diversos nichos. No<br />

ramo do direito, uma especialidade<br />

at<strong>é</strong> pouco tempo desprezada<br />

pelos grandes escritórios ganha<br />

cada vez mais espaço: o direito<br />

da constru-<br />

ção. “Não existe<br />

regulamentação<br />

ou código sobre<br />

isso no <strong>Brasil</strong> e a<br />

legislação <strong>é</strong> muito<br />

esparsa. Essa<br />

especialidade surgiu<br />

por aqui há<br />

apenas seis anos.<br />

Com a Copa do<br />

Mundo e as Olimpíadas,<br />

a demanda<br />

cresceu muito”, conta o advogado<br />

Victor Madeira, um <strong>dos</strong><br />

três sócios do escritório MVA<br />

(Madeira, Valentim e Alem).<br />

Eles acabam de ser escolhi<strong>dos</strong><br />

os representantes brasileiros<br />

da “Construlegal”, uma<br />

aliança internacional formada<br />

pelos principais escritórios especializa<strong>dos</strong><br />

em direito da construção<br />

das Am<strong>é</strong>ricas. A organização<br />

foi criada pelo escritório<br />

americano Peckar & Abranson,<br />

um <strong>dos</strong> maiores do mundo no<br />

ramo da construção. Com a<br />

perspectiva <strong>dos</strong> dois eventos es-<br />

DIREITO RESPEITADO<br />

A Lei de Acesso à Informação, <strong>que</strong><br />

completou dois meses de vigência<br />

esta semana, já resultou em um total<br />

de 16,9 mil pedi<strong>dos</strong> de informações<br />

aos órgãos públicos federais.<br />

De acordo com a Controladoria-Geral<br />

da União (CGU),<br />

84,38% das solicitações já foram<br />

respondidas. As respostas<br />

demoram, em m<strong>é</strong>dia, 9,42 dias.<br />

<strong>Brasil</strong> faz parte do<br />

“Construlegal”,<br />

aliança<br />

internacional<br />

de escritórios<br />

especializa<strong>dos</strong><br />

em direito<br />

da construção<br />

portivos e a expansão do setor<br />

hoteleiro, Abranson Peckar sentiu<br />

<strong>que</strong> era hora de incluir o <strong>Brasil</strong><br />

em seu radar. “A Construlegal<br />

permite a troca de expertises<br />

e informações entre empresas<br />

<strong>que</strong> desejam entrar no <strong>Brasil</strong><br />

e vice versa”, explica Madeira.<br />

“Os grandes eventos estão<br />

a<strong>que</strong>cendo o mercado de engenharia.<br />

Fornecedores de equipamentos<br />

e players do mundo<br />

inteiro estão vindo para cá. O<br />

direito da construção impede<br />

<strong>que</strong> as obras parem diante de<br />

impasses", diz Geraldo Valentim,<br />

outro sócio do escritório.<br />

Entre as demandas mais comuns<br />

estão os pleitos das construtoras<br />

contra<br />

donos de obras.<br />

Isso costuma<br />

acontecer quando<br />

a empreiteira<br />

<strong>é</strong> contratada para<br />

um determinado<br />

serviço, mas<br />

constata <strong>que</strong> o<br />

projetos têm erros<br />

ou as condições<br />

são adversas,<br />

por exemplo.<br />

Então pede-se um aditivo, <strong>que</strong><br />

costuma ser <strong>que</strong>stionado. “No<br />

caso das obras da Copa, existe<br />

muita pressa para a execução e<br />

os projetos acabam sendo atropela<strong>dos</strong><br />

devido às exigências<br />

da Fifa”, diz Victor Madeira.<br />

“Al<strong>é</strong>m disso, existem problemas<br />

com licenças <strong>que</strong> impactam<br />

o cronograma e terminam<br />

em disputas <strong>que</strong> são resolvidas<br />

por arbitragem”, conclui. Como<br />

costuma acontecer no<br />

“mercado” do direito, o escritório<br />

não revela seus números ou<br />

valores de contratos.<br />

Entre os pedi<strong>dos</strong> <strong>que</strong> tiveram<br />

resposta, 82,53% foram atendi<strong>dos</strong><br />

positivamente, 1.370 solicitações<br />

foram negadas e 1.130<br />

não puderam ser atendidas por<br />

não tratarem de mat<strong>é</strong>ria da competência<br />

legal do órgão demandado<br />

ou pelo fato de a informação<br />

não existir.<br />

Segundo a CGU, 94,36% <strong>dos</strong><br />

Valentim, Madeira e Alem: de olho no boom da Copa do Mundo<br />

Aço e cimento<br />

Quando decidiu entrar no <strong>Brasil</strong><br />

para explorar negócios relaciona<strong>dos</strong><br />

aos Jogos Olímpicos e Copa<br />

do Mundo, a Thorton Tomasseti,<br />

empresa americana especializada<br />

em engenharia estrutural<br />

e arquitetura sustentável,<br />

tomou como primeira providência<br />

contratar um escritório de<br />

direito da construção para conhecer<br />

melhor o mercado.<br />

A primeira conclusão foi <strong>que</strong> o<br />

pedi<strong>dos</strong> de informação são feitos<br />

por pessoas físicas e 5,69%<br />

por pessoas jurídicas.<br />

Os da<strong>dos</strong> foram apresenta<strong>dos</strong><br />

esta semana pela diretora de Prevenção<br />

da Corrupção da CGU,<br />

Vânia Vieira, durante palestra no<br />

7º Congresso da Associação <strong>Brasil</strong>eira<br />

de Jornalismo Investigativo<br />

(Abraji), em São Paulo.<br />

Rodrigo Capote<br />

país prefere o concreto em vez<br />

do aço na estrutura de suas construções.<br />

“Percebemos então <strong>que</strong><br />

existia um nicho a ser explorado,<br />

especialmente com a proximidade<br />

da Copa e Jogos Olímpicos.<br />

A estrutura metálica exige<br />

mais planejamento antes do<br />

canteiro de obras, mas permite<br />

<strong>que</strong> se execute o organograma<br />

com muito mais rapidez", explica<br />

Lauane Lins, diretora de projetos<br />

da Thorton. “Com um es-<br />

Entre os órgãos do executivo federal,<br />

os <strong>que</strong> receberam mais pedi<strong>dos</strong><br />

de informações foram a Superintendência<br />

de Seguros Priva<strong>dos</strong><br />

(Susep), o Instituto Nacional do<br />

Seguro Social (INSS), o Banco<br />

Central, o Minist<strong>é</strong>rio do Planejamento,<br />

os Correios, o Minist<strong>é</strong>rio<br />

da Fazenda, a Caixa Econômica<br />

Federal, o Instituto <strong>Brasil</strong>eiro do<br />

CANTEIRO DE OBRAS<br />

Questões mais abordadas<br />

no direito da construção<br />

Avaliação <strong>dos</strong> crit<strong>é</strong>rios de acesso aos<br />

incentivos e benefícios fiscais para obras<br />

de infraestrutura, com o objetivo de<br />

reduzir o impacto da carga tributária<br />

Incorreções no projeto original<br />

<strong>que</strong> levam a pleitos das construtoras<br />

por aditivos nos contratos<br />

Obtenção de licenças para uso do solo<br />

Fonte: escritório de advocacia<br />

critório brasileiro de direito da<br />

construção aprendemos a navegar<br />

no sistema brasileiro e nos<br />

estabelecemos legalmente. Precisamos<br />

entender quando começa<br />

e termina o escopo de uma<br />

empresa”, diz a executiva, <strong>que</strong><br />

fica em Nova York, mas viaja regularmente<br />

para São Paulo.<br />

Ela explica <strong>que</strong> os principais<br />

clientes estão no setor hoteleiro,<br />

<strong>que</strong>, sob forte demanda, precisa<br />

construir de forma rápida e<br />

eficiente. “No <strong>Brasil</strong>, as pessoas<br />

não estão acostumadas com a rapidez”,<br />

conclui. A Thorton, <strong>que</strong><br />

ainda está em fase de negociação<br />

com clientes brasileiros, está<br />

em vias de fechar uma parceria<br />

com uma fabricante de estruturas<br />

metálicas.<br />

Outro nicho em fase de franca<br />

expansão (veja coluna mosaico<br />

na página 3) <strong>que</strong> tem procurado<br />

muito os especialistas em direito<br />

da construção são os estacionamentos.<br />

“Eles são importantes<br />

principalmente na hora<br />

de negociar contratos e parcerias<br />

com prefeituras para o uso<br />

do solo. O empresário vê com<br />

desconfiança toda concessão pública”,<br />

afirma Rubens Taleb, dono<br />

da Multipark. ■<br />

Nova lei da informação resultou em 17 mil pedi<strong>dos</strong> em 2 meses<br />

Licitações<br />

Financiamentos atrela<strong>dos</strong> à estrutura<br />

<strong>dos</strong> contratos<br />

Meio Ambiente e <strong>dos</strong> Recursos Naturais<br />

Renováveis (Ibama), a própria<br />

CGU e o Minist<strong>é</strong>rio do Trabalho<br />

e Emprego.<br />

A Lei de Acesso à Informação<br />

foi sancionada no fim do ano passado<br />

e tem o objetivo de garantir<br />

aos cidadãos brasileiros acesso aos<br />

da<strong>dos</strong> oficiais do Executivo, Legislativo<br />

e Judiciário. ■ ABr


800<br />

700<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

Quem deve pagar pelo<br />

acidente de trabalho?<br />

Governo cobra das empresas pagamentos feitos aos trabalhadores vítimas de<br />

acidentes, desde 1991, quando surgiu a legislação <strong>que</strong> permite o ressarcimento<br />

A Procuradoria Geral Federal,<br />

da Advocacia Geral da União,<br />

está acentuando os esforços para<br />

recuperar, junto às empresas,<br />

os pagamentos <strong>que</strong> fez devido<br />

a acidentes de trabalho.<br />

Vem ajuizando cerca de 500<br />

ações regressivas acidentárias<br />

por ano e, em 2011, resgatou<br />

mais <strong>que</strong> R$ 1 milhão. No acumulado,<br />

desde 1991, quando<br />

surgiu a legislação sobre o tema,<br />

foram 2.300 ações, com expectativa<br />

de ressarcimento de<br />

R$ 400 milhões.<br />

As empresas se defendem.<br />

Alegam <strong>que</strong> já participam da<br />

conta ao contribuir com o Seguro<br />

Acidentes de Trabalho<br />

(SAT), cuja alíquota varia, entre<br />

1% e 3%, conforme a periculosidade<br />

da ocupação. Al<strong>é</strong>m<br />

do mais, pagam contribuição<br />

previdenciária de 20%, como<br />

uma reserva para tais situações,<br />

argumenta o advogado<br />

Wagner Balera.<br />

Contudo, a conta não está fechando.<br />

“O INSS vem suportando<br />

um expressivo d<strong>é</strong>ficit em benefícios<br />

acidentários”, diz o<br />

procurador federal Rodrigo<br />

Abreu Belon Fernandes, chefe<br />

de gabinete da Procuradoria Geral<br />

Federal do INSS em Brasília.<br />

Os últimos da<strong>dos</strong> fecha<strong>dos</strong> mostram<br />

<strong>que</strong>, em 2009, a arrecadação<br />

do SAT somou R$ 8,9 bilhões<br />

e a despesa com os benefícios<br />

devi<strong>dos</strong> por acidentes do<br />

trabalho superou R$ 14 bilhões.<br />

As empresas, por<strong>é</strong>m, argumentam<br />

<strong>que</strong> o INSS precisa provar<br />

a culpa do empregador. “É<br />

imprescindível <strong>que</strong> a responsabilidade<br />

fi<strong>que</strong> clara”, frisa Rodrigo<br />

Takano, sócio da área tra-<br />

0<br />

OCORRÊNCIAS NO PAÍS<br />

Cai número de acidentes<br />

de trabalho<br />

600<br />

512.232<br />

500<br />

2006<br />

653.090<br />

2007<br />

755.980 733.365 701.496<br />

2008<br />

2009<br />

Fonte: Minist<strong>é</strong>rio da Previdência Social<br />

2010<br />

INSS vem ajuizando<br />

500 ações regressivas<br />

acidentárias por ano<br />

e calcula <strong>que</strong> pode<br />

obter ressarcimentos<br />

de R$ 400 milhões<br />

balhista do escritório Machado<br />

Meyer. Ele lembra <strong>que</strong> a defesa<br />

da empresa nem sempre diz respeito<br />

ao valor envolvido na<br />

ação, mas com o risco de se<br />

abrir um precedente.<br />

Por isso, os advoga<strong>dos</strong> ainda<br />

comemoram a dificuldade da<br />

Procuradoria de ajuizar ações<br />

no prazo — cinco anos, como<br />

previsto no decreto 20.910/32.<br />

Alexandre Rezende Luta<br />

WagnerBalera:“AsempresasjápagamoSeguroAcidentesdeTrabalho”<br />

Incidências por região,<br />

em 2010<br />

SUDESTE 378.564<br />

SUL<br />

NORDESTE<br />

CENTRO-OESTE<br />

NORTE<br />

156.853<br />

89.485<br />

47.374<br />

29.220<br />

0 50100 0 0 0 0150 50 5 0 200 00250 0 250 5 0 300 0 0 350 5 0 0400<br />

400<br />

As ações do INSS são usadas<br />

para combater a negligência do<br />

empregador quanto às condições<br />

de trabalho <strong>dos</strong> emprega<strong>dos</strong>,<br />

explica o procurador federal<br />

Rodrigo Abreu Belon Fernandes.<br />

“Tem efeito pedagógico.”<br />

O exemplo do órgão <strong>é</strong> Manaus,<br />

onde, em um ano, o número<br />

de mortes devidas a acidentes<br />

de trabalho caiu 80%.<br />

Tributarista do escritório Si<strong>que</strong>ira<br />

Castro, Fábio Coutinho<br />

Kurtz concorda <strong>que</strong> há um caráter<br />

educativo. Para prevenir<br />

problemas, a firma faz seminários<br />

para os clientes, destacando<br />

as normas de segurança no<br />

trabalho. Tamb<strong>é</strong>m oferece vistorias<br />

semestrais para assegurar o<br />

cumprimento das regras. ■<br />

Segmentos com mais<br />

registros, em 2010<br />

Com<strong>é</strong>rcio e reparação<br />

de veículos<br />

Indústria de alimentos<br />

e bebidas<br />

Atividades em saúde<br />

e serviços sociais<br />

Construção civil<br />

Atividades em transporte,<br />

armazenagem e correios<br />

95.496<br />

59.976<br />

58.252<br />

54.664<br />

51.934<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 29<br />

contra o exercício<br />

legal da advocacia<br />

Somente o advogado está autorizado a postular em Juízo,<br />

em qual<strong>que</strong>r órgão do Judiciário e Juiza<strong>dos</strong> Especiais,<br />

com exceção do habeas corpus, al<strong>é</strong>m de prestar<br />

serviços de consultoria, assessoria e direção jurídicas.<br />

O Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei federal<br />

8.906/94) define essas atividades como privativas do<br />

advogado, profissional aprovado no Exame de Ordem e<br />

inscrito na entidade.<br />

Essa restrição tem como objetivo defender a profissão<br />

e to<strong>dos</strong> os cidadãos <strong>que</strong> possam precisar <strong>dos</strong> serviços<br />

jurídicos presta<strong>dos</strong> por um advogado. A OAB-SP está<br />

constantemente em <strong>alerta</strong> e promovendo um combate<br />

incansável contra a prática ilegal da advocacia por<br />

não advoga<strong>dos</strong>, associações e empresas <strong>que</strong> violam o<br />

Estatuto da Advocacia.<br />

A luta contra o exercício ilegal da profissão começa<br />

na identificação da<strong>que</strong>les <strong>que</strong> atuam indevidamente na<br />

prestação de serviços advocatícios . Em um segundo<br />

momento, essa ação gera medidas judiciais em busca<br />

de punição da<strong>que</strong>les <strong>que</strong> exercem ilegalmente a profissão<br />

e prejudicam o advogado e o jurisdicionado, cujos<br />

direitos não são devidamente<br />

ampara<strong>dos</strong>.<br />

A Justiça tem<br />

reconhecido os<br />

danos <strong>que</strong> podem<br />

causar o exercício<br />

irregular da<br />

advocacia à classe<br />

e, principalmente,<br />

ao, jurisdicionado,<br />

buscando coibir<br />

liminarmente<br />

essa ilegalidade<br />

MARCOS DA COSTA<br />

É advogado e presidente<br />

em exercício da OAB-SP<br />

Por meio de ações civis<br />

públicas, temos obtido<br />

grandes vitórias na<br />

Justiça. Um exemplo recente<br />

foi uma liminar<br />

conseguida na Justiça<br />

Federal, <strong>que</strong> determinou<br />

a interrupção <strong>dos</strong><br />

serviços por parte de<br />

uma consultoria jurídica<br />

<strong>que</strong>, notificada pela<br />

OAB-SP, informou não<br />

ter advoga<strong>dos</strong> em seus<br />

quadros.<br />

Conseguimos outras<br />

vitórias em ações contra<br />

associação <strong>que</strong> ofere-<br />

cia serviços de consultoria jurídica nas áreas empresarial,<br />

trabalhista, civil, tributária e criminal, mas não<br />

apresentou nomes <strong>dos</strong> advoga<strong>dos</strong> <strong>que</strong> prestariam o serviço;<br />

e contra uma sociedade comercial <strong>que</strong> prestava<br />

consultoria e auditoria contábil e tributária, tamb<strong>é</strong>m<br />

sem advoga<strong>dos</strong> em seus quadros.<br />

Al<strong>é</strong>m desses, vários outros procedimentos jurídicos<br />

estão em andamento, por meio de um trabalho conjunto<br />

entre o Tribunal de Ética e Disciplina e o Departamento<br />

Jurídico da OAB-SP, com o objetivo de salvaguardar<br />

os direitos da advocacia e, conse<strong>que</strong>ntemente, de todas<br />

as pessoas <strong>que</strong> têm alguma demanda no Judiciário.<br />

A Justiça tem reconhecido os danos <strong>que</strong> podem causar<br />

o exercício irregular da advocacia à classe e, principalmente<br />

ao jurisdicionado, buscando coibir liminarmente<br />

essa ilegalidade, uma vez <strong>que</strong> to<strong>dos</strong> os atos privativos<br />

de advoga<strong>dos</strong> pratica<strong>dos</strong> por profissional não inscrito<br />

na OAB são considera<strong>dos</strong> nulos.<br />

Vamos continuar a dar visibilidade ao problema no<br />

sentido de <strong>alerta</strong>r os cidadãos sobre a necessidade de se<br />

certificaram <strong>que</strong> a<strong>que</strong>la pessoa <strong>que</strong> irá patrocinar sua<br />

causa ou prestar consultoria jurídica está habilitada para<br />

tanto, se <strong>é</strong> de fato um advogado inscrito na OAB.<br />

Continuaremos a promover a defesa intransigente<br />

<strong>dos</strong> advoga<strong>dos</strong> contra o exercício ilegal da advocacia,<br />

com uma atuação forte e pontual, para evitar a expansão<br />

de uma concorrência desleal e a mercantilização<br />

da profissão. ■


30 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

FINANÇAS<br />

Editora: L<strong>é</strong>a De Luca lluca@brasileconomico.com.br<br />

Subeditora: Priscila Dadona pdadona@brasileconomico.com.br<br />

JP Morgan caça pap<strong>é</strong>is de<br />

empresas brasileiras em dólar<br />

Instituição agora evita exposição ao real, <strong>é</strong> mais seletiva com bancos e <strong>que</strong>r rendimentos de longo prazo<br />

Marília Almeida<br />

malmeida@brasileconomico.com.br<br />

Ao contrário de outros gestores,<br />

o J.P. Morgan Chase, um<br />

<strong>dos</strong> maiores bancos de investimento<br />

global, não diminuiu<br />

seus investimentos em ativos<br />

brasileiros, e continua vendo<br />

oportunidades no país e em outros<br />

merca<strong>dos</strong> emergentes.<br />

Pierre-Yves Bareau, estrategista<br />

de renda fixa em merca<strong>dos</strong><br />

emergentes - responsável<br />

pelo <strong>que</strong> entra nas carteiras <strong>dos</strong><br />

fun<strong>dos</strong> do banco -, disse em entrevista<br />

exclusiva ao BRASIL ECO-<br />

NÔMICO <strong>que</strong> o patrimônio desses<br />

fun<strong>dos</strong> <strong>é</strong> de atualmente US$ 22<br />

bilhões, <strong>dos</strong> quais 10% estão<br />

aplica<strong>dos</strong> no <strong>Brasil</strong>.<br />

“Os juros no país devem continuar<br />

em <strong>que</strong>da. Primeiro foram<br />

as taxas nominais <strong>que</strong> caíram;<br />

depois as taxas reais; acreditamos<br />

<strong>que</strong> o próximo movimento<br />

será sobre as taxas <strong>que</strong><br />

as empresas pagam quando tomam<br />

empr<strong>é</strong>stimos nos bancos."<br />

Por essa razão, o J.P.Morgan<br />

tem preferido investir em pap<strong>é</strong>is<br />

de dívidas corporativas de<br />

longo prazo. Hoje, a maior parte<br />

<strong>dos</strong> investimentos está em pap<strong>é</strong>is<br />

denomina<strong>dos</strong> em dólar.<br />

"Os investidores não <strong>que</strong>rem<br />

correr risco cambial, preferem<br />

uma exposição maior a cr<strong>é</strong>dito”,<br />

informou.<br />

Segundo o estrategista, há<br />

muito apetite por títulos brasileiros<br />

denomina<strong>dos</strong> em dólar, e<br />

um apetite menor por títulos<br />

em moeda local e de curto prazo.<br />

Mas, mesmo assim, o J.P.<br />

Morgan não <strong>que</strong>r sair do mercado<br />

de títulos em real. “Como estrangeiros,<br />

pagamos uma taxa<br />

de 6% quando retiramos nossos<br />

fun<strong>dos</strong> do país. Quando investi-<br />

O Goldman Sachs reportou lucro<br />

líquido de US$ 927 milhões<br />

no segundo trimestre de<br />

2012, uma <strong>que</strong>da de 12% em re-<br />

mos no <strong>Brasil</strong>, temos como horizonte<br />

de investimento o longo<br />

prazo. Não conseguimos entrar<br />

e sair rapidamente sem custo”.<br />

Dívida soberana<br />

Os títulos da dívida soberana<br />

brasileira em dólares têm mostrado<br />

desempenho dentro das<br />

expectativas <strong>dos</strong> investidores,<br />

pois a remuneração vem melhorando<br />

frente a de pap<strong>é</strong>is de outros<br />

países. “Com maior aversão<br />

ao risco, os investidores correram<br />

para títulos americanos.<br />

Como consequência, seus juros<br />

caíram; e os títulos brasileiros,<br />

com juros maiores, atraem mais<br />

investidores.”<br />

Isso não acontece com títulos<br />

denomina<strong>dos</strong> em dólares emiti<strong>dos</strong><br />

por empresas brasileiras.<br />

“O Chile teve melhor desempe-<br />

lação ao mesmo período do<br />

ano passado. O lucro alcançou<br />

US$ 1,78 por ação, acima do esperado<br />

pelo mercado, <strong>que</strong> previa<br />

um resultado de US$ 1,18<br />

por ação, de acordo com levantamento<br />

da Capital IQ.<br />

No segundo trimestre, a recei-<br />

nho, quando consideramos países<br />

da região. Acredito <strong>que</strong> uma<br />

das razões <strong>é</strong> a pressão sobre o<br />

sistema bancário brasileiro e<br />

em empresas do mercado de carne<br />

e commodities. Com os bancos,<br />

estamos mais seletivos.”<br />

Divulgação<br />

ta do banco caiu 9%, face ao<br />

mesmo período do ano passado,<br />

somando US$ 6,6 bilhões.<br />

“No segundo trimestre, as<br />

condições de mercado se deterioraram<br />

e o nível de atividade<br />

foi mais baixo, com a contínua<br />

instabilidade na Europa e preo-<br />

Scott Eells/Bloomberg<br />

Já no mercado de títulos em<br />

reais, o desempenho foi bem<br />

abaixo do esperado desde o início<br />

do ano. Mais uma vez, Chile<br />

e o Peru apresentaram maiores<br />

retornos. "O <strong>Brasil</strong> tem desempenho<br />

abaixo do mercado. O<br />

motivo <strong>é</strong> <strong>que</strong> nós, estrangeiros,<br />

quando investimos no <strong>Brasil</strong>,<br />

vendemos nossa moeda para<br />

comprar reais, e como o real<br />

caiu, perdemos.”<br />

A moeda colombiana foi um<br />

pouco depreciada, mas não como<br />

o Real. No Chile, a moeda<br />

flutua livremente. “A moeda<br />

forte <strong>é</strong> bem-vinda no Chile,<br />

mas recentemente enfra<strong>que</strong>ceu<br />

por<strong>que</strong> o país <strong>é</strong> um exportador<br />

de cobre e, por causa de incertezas<br />

sobre a demanda pelo metal<br />

na China, o peso chileno se depreciou”,<br />

diz Bareau.<br />

cupações com o crescimento<br />

mundial”, afirmou em nota o<br />

presidente-executivo do banco,<br />

Lloyd Blankfein.<br />

A maior <strong>que</strong>da ocorreu na divisão<br />

de investimentos do banco,<br />

cuja receita atingiu US$ 1,2<br />

bilhão, recuo de 17%.<br />

“Muitos fun<strong>dos</strong> estão entrando<br />

nos merca<strong>dos</strong> emergentes,<br />

mesmo em tempos nebulosos.<br />

Há muita incerteza na Europa,<br />

com Gr<strong>é</strong>cia, Espanha e Itália; e<br />

tamb<strong>é</strong>m existe muita volatilidade<br />

no mercado”, disse Bareau.<br />

Nos últimos meses, foram realiza<strong>dos</strong><br />

aportes de aproximadamente<br />

US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões.<br />

O motivo de tanto interesse<br />

são as taxas de juros. Mesmo<br />

em <strong>que</strong>da, elas ainda são<br />

maiores do <strong>que</strong> as taxas nos Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong> e na Alemanha.<br />

“As taxas estão muito baixas<br />

nas economias desenvolvidas.<br />

Então, para muitos investidores<br />

de longo prazo, como seguradoras<br />

e fun<strong>dos</strong> de pensão, investir<br />

nestes títulos não <strong>é</strong> mais uma<br />

opção, e os merca<strong>dos</strong> emergentes<br />

são uma alternativa”. ■<br />

Lucro do Goldman Sachs cai 12% no trimestre<br />

Apesar da <strong>que</strong>da, resultado por<br />

ação (US$ 1,78) veio melhor <strong>que</strong><br />

o esperado de US$ 1,18 por papel<br />

Banco de investimentos mira altos rendimentos das taxas de juros pagas pelos países emergentes<br />

Pierre Yves<br />

Barreau<br />

Estrategista<br />

de renda fixa<br />

para merca<strong>dos</strong><br />

emergentes<br />

do J.P. Morgan<br />

“Estamos em busca de títulos<br />

de longo prazo, e <strong>que</strong>remos<br />

aumentar investimentos em<br />

pap<strong>é</strong>is brasileiros”<br />

PERFIL<br />

Quem <strong>é</strong> o JPMorgan Chase & Co<br />

TOTAL DE ATIVOS<br />

US$ 2,3 trilhões<br />

Total de ativos<br />

investi<strong>dos</strong> em países<br />

emergentes<br />

Percentual<br />

investido no <strong>Brasil</strong><br />

OPERAÇÃO<br />

60 países<br />

US$ 22 bi<br />

US$ 2,2 bi<br />

Clientes Private banking,<br />

institucional,<br />

corporativo e setor<br />

público<br />

Fonte: instituição<br />

Em contrapartida, as despesas<br />

operacionais do Goldman<br />

Sachs recuaram 8% na mesma<br />

base de comparação, com<br />

US$ 5,2 bilhões.<br />

A rentabilidade do banco<br />

atingiu 5,4% no segundo trimestre.<br />

■ Redação


Marcela Beltrão<br />

A Am<strong>é</strong>rica Latina saiu de uma<br />

posição de coadjuvante para<br />

um <strong>dos</strong> personagens principais<br />

nos negócios da corretora de seguros<br />

americana Aon, uma das<br />

maiores do mundo, com receita<br />

de US$ 11,3 bilhões no ano<br />

passado. A companhia <strong>que</strong>r<br />

crescer 17% em receita na região<br />

neste ano, para US$ 661<br />

milhões, e intermediar a contratação<br />

de US$ 4 bilhões em<br />

prêmios de seguros, o <strong>que</strong> deve<br />

conseguir com crescimento orgânico<br />

e por meio de aquisições.<br />

As informações são de<br />

Fernando Pereira, <strong>que</strong> acaba de<br />

assumir a presidência da Aon<br />

para a Am<strong>é</strong>rica Latina e conversou<br />

com exclusividade com o<br />

BRASIL ECONÔMICO. É o primeiro<br />

brasileiro a assumir a função.<br />

O <strong>Brasil</strong> representa em torno<br />

de 40% do resultado da Aon na<br />

Am<strong>é</strong>rica Latina, o <strong>que</strong> significa<br />

US$ 226 milhões de faturamento<br />

em 2011. “A empresa reconhece<br />

o poder do <strong>Brasil</strong> de alavancar<br />

o crescimento e a excelência<br />

operacional”, destaca o<br />

executivo. No país, um <strong>dos</strong> focos<br />

da companhia <strong>é</strong> a intermediação<br />

na venda de seguros para<br />

empresas de menor porte.<br />

A Aon atua na Am<strong>é</strong>rica Latina<br />

há 15 anos e está em nove<br />

países al<strong>é</strong>m do <strong>Brasil</strong>, entre eles<br />

BTG recomenda compra de pap<strong>é</strong>is do ABC<br />

A perspectiva para os bancos m<strong>é</strong>dios piorou nos últimos meses,<br />

o <strong>que</strong> gerou uma fuga <strong>dos</strong> investidores <strong>dos</strong> pap<strong>é</strong>is dessas instituições,<br />

cujos resulta<strong>dos</strong> do segundo trimestre devem ser fracos, segundo<br />

relatório divulgado ontem pelo BTG. O ABC <strong>Brasil</strong> <strong>é</strong> o preferido<br />

do BTG nesse segmento, “por sua consistência, o crescimento<br />

moderado de seus empr<strong>é</strong>stimos, bons indicadores de qualidade<br />

de ativos, e m<strong>é</strong>tricas adequadas de rentabilidade”, diz o relatório.<br />

Pereira <strong>é</strong> o primeiro brasileiro a comandar operações da corretora Aon na Am<strong>é</strong>rica Latina<br />

Corretora Aon planeja<br />

crescer 17% na AL<br />

PAPEL PRINCIPAL<br />

Perfil da Aon, no mundo<br />

e no <strong>Brasil</strong><br />

1982<br />

Criação da empresa, a partir da fusão<br />

da Ryan Insurance Group e a<br />

Combined International Corporation<br />

1987<br />

Abertura de capital em Nova York<br />

com o nome Aon<br />

1990<br />

Diversas aquisições a partir dessa d<strong>é</strong>cada,<br />

entre elas da Hudig-Langeveldt, <strong>que</strong><br />

vendia apólices para navios de carga,<br />

fundada em 1680, e a Hewitt Associates,<br />

especializada em serviços relaciona<strong>dos</strong><br />

a capital humano<br />

62 mil<br />

<strong>é</strong> o número de emprega<strong>dos</strong><br />

120<br />

<strong>é</strong> o número de países em <strong>que</strong> a<br />

empresa atua<br />

US$ 11,3 bilhões<br />

foi a receita em 2011, alta de 33%<br />

ante o ano anterior, devido<br />

principalmente a aquisições<br />

US$ 565 milhões<br />

foi a receita da Am<strong>é</strong>rica Latina<br />

(5% do total) em 2011<br />

US$ 226 milhões<br />

foi o faturamento do <strong>Brasil</strong> (40%<br />

do total da Am<strong>é</strong>rica Latina) em 2011<br />

Fonte: empresa<br />

Alexandre Rezende<br />

Objetivo <strong>é</strong> atingir uma receita de US$ 661 milhões neste ano, e comprar<br />

unidade no Peru; o <strong>Brasil</strong> representa 40% <strong>dos</strong> negócios na região<br />

Flávia Furlan<br />

ffurlan@brasileconomico.com.br<br />

a Venezuela e o Chile. Agora,<br />

<strong>que</strong>r ter uma corretora de seguros<br />

própria no Peru, onde tem<br />

escritório de representação em<br />

resseguros. “O Peru <strong>é</strong> um <strong>dos</strong><br />

países <strong>que</strong> mais cresce na região”,<br />

diz Pereira. A maior atuação<br />

no mercado peruano seria<br />

obtida com a aquisição da corretora<br />

Rehder, fundada em 1991<br />

para lidar com a administração<br />

de programas de saúde m<strong>é</strong>dicos<br />

e benefícios para capital humano<br />

nas companhias do país. A<br />

Rehder <strong>é</strong> o principal corretor de<br />

seguros do país, com US$ 800<br />

milhões em faturamento e participação<br />

superior a 20%. Conversas<br />

sobre a compra da corretora<br />

já estão em andamento.<br />

Pereira diz <strong>que</strong> a Am<strong>é</strong>rica Latina<br />

sempre foi negligenciada<br />

por muitas multinacionais,<br />

mas essas companhias viram<br />

<strong>que</strong> podem avançar na região.<br />

“A Am<strong>é</strong>rica Latina <strong>é</strong> a terceira<br />

região do mundo em importância<br />

do ponto de vista democrático,<br />

embora seja volátil”, afirma<br />

o executivo, <strong>que</strong> aponta <strong>que</strong>, se<br />

no passado, havia duas ou três<br />

empresas atuantes no <strong>Brasil</strong><br />

com interesse em toda a Am<strong>é</strong>rica<br />

Latina, agora já são mais de<br />

300. O <strong>que</strong> a Aon <strong>que</strong>r <strong>é</strong> ser a<br />

corretora de seguro destas empresas<br />

<strong>que</strong> expandem em toda<br />

a Am<strong>é</strong>rica Latina. “Somos a<br />

maior estrutura de corretagem<br />

de seguros da região.” ■<br />

AGENDA<br />

● No Reino Unido, ata do BoE<br />

e taxa de desemprego, às 5h30.<br />

● Alemanha e Portugal fazem<br />

leilão de bônus, às 6h30.<br />

● Nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong><br />

saem números do mercado<br />

imobiliário, às 9h30,<br />

e o Livro Bege, às 15h.<br />

Ex-diretor da Gol<br />

presidirá a CVM<br />

Leonardo Pereira foi indicado por<br />

Mantega e surpreendeu mercado<br />

por ser do meio corporativo<br />

Redação<br />

financas@brasileconomico.com.br<br />

O Minist<strong>é</strong>rio da Fazenda surpreendeu<br />

o mercado ontem ao<br />

indicar um profissional de uma<br />

empresa privada para presidir o<br />

órgão regulador do mercado de<br />

capitais. O escolhido foi Leonardo<br />

Pereira, vice-presidente financeiro<br />

e de Relações com Investidores<br />

da Gol.<br />

O executivo foi indicado pelo<br />

próprio ministro Guido Mantega.<br />

Se for aprovado pelo Senado<br />

Federal , Pereira assumirá a<br />

presidência da Comissão de Valores<br />

Mobiliários (CVM) no lugar<br />

de Maria Helena Santana,<br />

<strong>que</strong> encerrou o seu mandato no<br />

último sábado. Pereira será sabatinado<br />

pela Comissão de Assuntos<br />

Econômicos (CAE) do Senado<br />

em data a ser definida - o<br />

Congresso entra em recesso hoje<br />

e volta apenas no dia 31. Se<br />

for aprovado, cumprirá mandato<br />

de cinco anos.<br />

Alguns profissionais do mercado<br />

esperavam <strong>que</strong> o novo presidente<br />

da CVM viesse do próprio<br />

colegiado do órgão ou da<br />

BM&FBovespa. “Ele não tem<br />

formação t<strong>é</strong>cnica nem jurídica,<br />

o <strong>que</strong> pode ser um problema”,<br />

diz uma fonte próxima à autarquia.<br />

Procurada, a BM&FBovespa<br />

não comentou a indicação de<br />

Pereira para assumir a CVM.<br />

Para o sócio do escritório Mot-<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 31<br />

ta, Fernandes Rocha Advoga<strong>dos</strong><br />

e ex-presidente da CVM,<br />

Luiz Leonardo Cantidiano, a indicação<br />

de um profissional com<br />

carreira no setor privado para o<br />

posto pode sugerir o interesse<br />

do governo de <strong>que</strong> a autarquia<br />

tenha agenda mais centrada no<br />

desenvolvimento do mercado.“Vários<br />

<strong>dos</strong> grandes assuntos<br />

<strong>que</strong> estavam na agenda já foram<br />

endereça<strong>dos</strong> nos últimos<br />

anos foram endereça<strong>dos</strong>”, diz.<br />

No início de julho, Pereira<br />

ofereceu pagar R$ 200 mil para<br />

encerrar processo aberto pela<br />

CVM — um procedimento conhecido<br />

como termo de compromisso.<br />

O executivo era investigado<br />

por não ter publicado fato<br />

relevante em julho de 2011<br />

avisando sobre mudança de projeções<br />

de resulta<strong>dos</strong> da Gol. O<br />

termo de compromisso não implica<br />

em admissão de culpa do<br />

investigado.<br />

Formado em economia e engenharia,<br />

Pereira, de 54 anos,<br />

começou sua carreira no Citibank,<br />

onde trabalhou de 1982 a<br />

1995. Tamb<strong>é</strong>m foi diretor financeiro<br />

e de relações com investidores<br />

da Net e diretor de planejamento<br />

corporativo e de RI da<br />

Globopar, holding do grupo de<br />

comunicação Globo.<br />

O diretor da CVM Otavio Yazbek<br />

segue na presidência como<br />

interino. Segundo fonte, a Gol<br />

está definindo detalhes finais<br />

para a indicação de um executivo<br />

da própria companhia para<br />

ocupar a vice-presidência financeira.<br />

■ Com Reuters<br />

Eduardo de Sousa<br />

Leonardo Pereira: executivo ainda será sabatinado pelo Senado


32 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

FATO RELEVANTE<br />

Eztec diz <strong>que</strong><br />

terá caixa<br />

para manter<br />

crescimento<br />

Menos dependente de cr<strong>é</strong>dito,<br />

margens da companhia superam<br />

as das suas concorrentes<br />

Ana Paula Ribeiro<br />

aribeiro@brasileconomico.com.br<br />

A Eztec espera conseguir manter<br />

dinheiro em caixa nos próximos<br />

anos mesmo com o lançamento<br />

de obras de maior porte,<br />

<strong>que</strong> demandam mais recursos.<br />

É justamente a liquidez da empresa<br />

<strong>que</strong>, nos últimos anos, fez<br />

com <strong>que</strong> a Eztec tivesse um desempenho<br />

acima da m<strong>é</strong>dia da<br />

concorrência. Sem necessitar<br />

de tantos empr<strong>é</strong>stimos, conseguiu<br />

margens mais altas na venda<br />

de seus empreendimentos. A<br />

margem bruta da empresa está<br />

acima de 50% e a líquida, em<br />

torno de 45%. Segundo analistas,<br />

isso <strong>é</strong> mais do <strong>que</strong> a m<strong>é</strong>dia<br />

do setor de construção.<br />

Essas margens mais elevadas<br />

ajudaram os pap<strong>é</strong>is da incorporadora,<br />

<strong>que</strong> no ano acumulam<br />

alta de 27,6%, tendo fechado o<br />

pregão de ontem a R$ 19,66, liderando<br />

o desempenho do setor<br />

no ano. A MRV <strong>é</strong> a segunda<br />

melhor, com avanço de apenas<br />

0,5%. Todas as demais acumulam<br />

perdas em 2012.<br />

“Temos capacidade de fazer<br />

a geração de caixa necessária para<br />

a compra de terrenos após<br />

2014”, afirma o diretor financeiro<br />

da empresa, Emílio Fugazza.<br />

Em 2011, os empr<strong>é</strong>stimos e financiamentos<br />

toma<strong>dos</strong> pela<br />

companhia equivaliam a 11% de<br />

seu caixa. Neste ano, a previsão<br />

<strong>é</strong> <strong>que</strong> os compromissos subam<br />

para 38,1% das disponibilidades<br />

e <strong>que</strong> fi<strong>que</strong>m em torno de 45%<br />

nos dois anos seguintes. Mesmo<br />

com o aumento, Fugazza garante<br />

<strong>que</strong> não há risco de a curva se<br />

inverter e a dívida superar o cai-<br />

xa. “Não temos projeção para<br />

qual<strong>que</strong>r inversão dessa curva<br />

ou uso de financiamentos <strong>que</strong><br />

não sejam destina<strong>dos</strong> à execução<br />

<strong>dos</strong> empreendimentos.”<br />

Essa posição mais conservadora<br />

do caixa e da gestão operacional,<br />

com menor número de<br />

empreendimentos em execução<br />

e atuação mais restrita do ponto<br />

de vista geográfico (basicamente<br />

São Paulo e região metropolitana)<br />

e do perfil <strong>dos</strong> empreendimentos<br />

(volta<strong>dos</strong> às classes m<strong>é</strong>dia-alta<br />

e alta), foram determinantes<br />

para a manutenção das<br />

margens, refletindo nas ações.<br />

“Somos uma empresa realista<br />

e <strong>que</strong> crescemos dentro da<br />

capacidade financeira”, diz o<br />

presidente da Eztec, Silvio Ernesto<br />

Zarzur.<br />

Um <strong>dos</strong> exemplos do contro-<br />

ALTA DE 27,6%<br />

Variação <strong>dos</strong> pap<strong>é</strong>is Eztec ON<br />

no ano, em R$/ação<br />

23,0<br />

21,4<br />

19,8<br />

18,2<br />

16,6<br />

15,41<br />

15,0<br />

29/DEZ<br />

Angel Navarrete/Bloomberg<br />

Fontes: Economatica, BM&FBovespa<br />

e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />

19,66<br />

17/JUL<br />

Santander lança plataforma de benefícios<br />

O Santander lança o Santander Esfera, plataforma de benefícios para<br />

<strong>que</strong>m usa cartão de cr<strong>é</strong>dito. O sistema concentrará to<strong>dos</strong> os pontos<br />

<strong>dos</strong> clientes, quando o cartão <strong>é</strong> usado nas maquininhas credenciadas<br />

pelo banco. Al<strong>é</strong>m disso, a plataforma será uma esp<strong>é</strong>cie de portal com<br />

promoções temáticas diárias e descontos em mais de 240 parceiros<br />

seleciona<strong>dos</strong>, com ofertas nacionais e internacionais. O banco tamb<strong>é</strong>m<br />

oferece benefícios aos estabelecimentos <strong>que</strong> utilizam a maquininha.<br />

Zarzuz, presidente da empresa: apesar do baixo volume de lançamentos no primeiro semestre, R$ 326 milhões, ainda há demanda para empreendimentos imobiliários<br />

POUCA DIVERSIFICAÇÃO<br />

Atuação da Eztec se concentra em projetos de m<strong>é</strong>dio-alto<br />

e alto padrão em São Paulo<br />

PADRÃO DOS EMPREENDIMENTOS* LOCALIZAÇÃO*<br />

M<strong>é</strong>dio-alto<br />

39,4%<br />

Econômico<br />

1,0%<br />

Comercial<br />

11,4%<br />

Alto<br />

25,6%<br />

M<strong>é</strong>dio<br />

22,5%<br />

São Paulo<br />

64,7%<br />

Fontes: Eztec e <strong>Brasil</strong> Econômico *Lançamentos em 12 meses<br />

Região metropolitana<br />

de São Paulo<br />

20,1%<br />

Interior<br />

5,8%<br />

Litoral<br />

9,5%<br />

le de gestão <strong>é</strong> a inadimplência<br />

<strong>dos</strong> contratos <strong>dos</strong> clientes <strong>que</strong><br />

compram na planta e pagam à<br />

incorporadora at<strong>é</strong> o momento<br />

da entrega da obra — depois disso,<br />

a operação <strong>é</strong> repassada a<br />

uma instituição financeira.<br />

Calote<br />

De acordo com o diretor administrativo,<br />

Mauro Alberto, em<br />

2010 a empresa detectou aumento<br />

do calote, fruto da demora<br />

da liberação de financiamentos<br />

imobiliários na entrega das<br />

chaves. Esse período coincidiu<br />

com o boom do cr<strong>é</strong>dito imobiliário.<br />

“Os bancos e cartórios não<br />

estavam prepara<strong>dos</strong>”, diz.<br />

A saída foi antecipar o processo<br />

e procurar bancos e clientes<br />

entre cinco e seis meses antes<br />

da entrega das chaves. A<br />

inadimplência caiu de 4,5% em<br />

janeiro de 2011 para 0,3% em<br />

abril deste ano.<br />

O analista de construção civil<br />

da CGD Securities Flávio Conde,<br />

lembra <strong>que</strong> o fato da Eztec<br />

não ter seguido as outras do setor,<br />

<strong>que</strong> elevaram os lançamentos<br />

de empreendimentos de padrão<br />

econômico e começaram a<br />

atuar em outras regiões do país,<br />

foi o <strong>que</strong> deu sustentação à incorporadora.<br />

“Ela conseguiu fazer<br />

melhor o controle de seus<br />

custos”, diz, acrescentando <strong>que</strong><br />

o caixa elevado tamb<strong>é</strong>m foi determinante<br />

para uma melhor<br />

rentabilidade. Como exemplo,<br />

citou a compra de terrenos, <strong>que</strong><br />

<strong>é</strong> feita à vista pela Eztec enquanto<br />

outras incorporadoras fazem<br />

permuta, o <strong>que</strong> <strong>é</strong> mais caro. “Isso<br />

dá um ganho de 10% na margem”,<br />

afirma Conde. ■<br />

ACELERAÇÃO<br />

Rodrigo Capote<br />

Incorporadora<br />

prevê mais<br />

lançamentos<br />

Terceiro trimestre deve ser<br />

melhor; volume atual foi baixo<br />

por atraso da prefeitura<br />

O presidente da Eztec, Silvio<br />

Ernesto Zarzur, acredita <strong>que</strong> o<br />

terceiro trimestre será melhor<br />

para a empresa no <strong>que</strong> está relacionado<br />

ao lançamento <strong>dos</strong><br />

projetos. “Acredito <strong>que</strong> a prefeitura<br />

(de São Paulo) vai voltar<br />

ao ritmo”, diz.<br />

Desde abril, com as denúncias<br />

envolvendo o ex-diretor<br />

do Departamento de Aprovação<br />

de Edificações da prefeitura Hussain<br />

Aref Saab, as aprovações<br />

para os grandes empreendimentos<br />

entraram em um ritmo mais<br />

lento, reduzindo os lançamentos<br />

do setor de construção. A<br />

Eztec lançou entre janeiro e junho<br />

R$ 326 milhões, o equivalente<br />

à 27% da projeção para todo<br />

o ano, de R$ 1,2 bilhão.<br />

Al<strong>é</strong>m de esperar maior agilidade<br />

da prefeitura, o analista da<br />

CGD Securities, Flavio Conde,<br />

acredita <strong>que</strong> a incorporadora<br />

não terá problemas em cumprir<br />

sua meta por<strong>que</strong> tradicionalmente<br />

os lançamentos de empreendimentos<br />

estão concentra<strong>dos</strong><br />

no segundo semestre. “O<br />

<strong>que</strong> ocorreu <strong>é</strong> <strong>que</strong> alguns projetos<br />

escorregaram para o terceiro<br />

trimestre.” ■ A.P.R.


MERCADO<br />

BOLSAS<br />

Dia de otimismo nos<br />

merca<strong>dos</strong> acionários<br />

As principais bolsas mundiais, inclusive a brasileira, fecharam em alta ante<br />

disposição do Federal Reserve em adotar novas medidas de estímulo<br />

Niviane Magalhães<br />

nmagalhaes@brasileconomico.com.br<br />

As principais bolsas de valores<br />

do mundo foram das perdas aos<br />

ganhos ontem, acompanhando<br />

o discurso de <strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong>,<br />

presidente do Federal Reserve<br />

(Fed, o banco central americano).<br />

O chairman americano citou<br />

os desafios mundiais, mas finalizou<br />

apontando <strong>que</strong> pode liberar<br />

novas medidas de estímulo<br />

à economia <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong>, o <strong>que</strong><br />

fez as bolsas americanas e brasileira<br />

fecharem em alta.<br />

No <strong>Brasil</strong>, após ficar volátil<br />

durante o dia, o Ibovespa conseguiu<br />

fechar em alta de<br />

0,95%, aos 53.909 pontos. Entre<br />

as maiores altas, as ações da<br />

Cyrela e da Light lideraram,<br />

com acr<strong>é</strong>scimos de 5,45% e<br />

5,34%, respectivamente. Já entre<br />

as maiores baixas, os pap<strong>é</strong>is<br />

da Dasa perderam 3,29% e os<br />

da TIM recuaram 1,21%.<br />

As ações da Localiza chegaram<br />

a figurar entre os melhores<br />

desempenhos do dia, mas,<br />

ao final do pregão, subiram<br />

3,85%. Ontem a empresa divulgou<br />

o balanço do segundo trimestre<br />

e, apesar de ter reportado<br />

<strong>que</strong>da de 85% no lucro líquido,<br />

o resultado veio em linha<br />

com o esperado.<br />

Em discurso no Congresso, o<br />

MOEDAS<br />

O discurso do presidente do Federal<br />

Reserve (Fed, banco central<br />

americano), <strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong>,<br />

acalmou os investidores e fez<br />

com <strong>que</strong> o dólar encerrasse em<br />

<strong>que</strong>da ontem, de 0,73%, negociado<br />

a R$ 2,020 para compra e<br />

R$ 2,022 para venda.<br />

“O <strong>Bernanke</strong> teve sucesso<br />

em sua explanação, ao adotar a<br />

postura de falar da economia<br />

americana e europeia como um<br />

todo”, afirma Reginaldo Galhardo,<br />

gerente de câmbio da<br />

Treviso Corretora.<br />

No <strong>Brasil</strong>l o Ibovespa<br />

subiu 0,95%; nos<br />

<strong>EUA</strong>, o Dow Jones<br />

avançou 0,65% e a<br />

eletrônica Nasdaq<br />

teve alta de 0,39%<br />

presidente do BC americano<br />

pontuou no início de sua fala<br />

<strong>que</strong> a economia mundial está enfra<strong>que</strong>cida<br />

e isso provocou perdas<br />

nos merca<strong>dos</strong> acionários.<br />

“No começo, ele falou sobre as<br />

ações <strong>dos</strong> bancos na Europa, o<br />

<strong>que</strong> pesou nos merca<strong>dos</strong>, mas<br />

depois os investidores refletiram<br />

melhor e a bolsa se recuperou”,<br />

diz Clodoir Vieira, economista<br />

da Souza Barros.<br />

Segundo explicou Vieira, o<br />

presidente da autoridade monetária<br />

“ficou em cima do muro<br />

e não disse se a economia<br />

vai melhorar ou piorar”. No entanto,<br />

<strong>Bernanke</strong> pontuou <strong>que</strong><br />

o risco de inflação nos Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong> está baixo, o <strong>que</strong> sinaliza<br />

<strong>que</strong> a economia vai continuar<br />

desa<strong>que</strong>cida.<br />

Por outro lado, apesar do<br />

tom pessimista no início do discurso,<br />

<strong>Bernanke</strong> não mostrou<br />

nenhuma novidade em relação<br />

à <strong>situação</strong> econômica e ainda sinalizou<br />

<strong>que</strong> está disposto a libe-<br />

BC americano acalma<br />

investidores e dólar cede<br />

Em um primeiro momento,<br />

como o presidente do Fed não<br />

anunciou o programa de estímulo<br />

(Quantitative Easing 3) esperado<br />

por parte do mercado, os<br />

investidores iniciaram uma corrida<br />

por dólares e a moeda at<strong>é</strong><br />

subiu. “Ao longo do discurso,<br />

ele foi esclarecendo o motivo<br />

de não tomar a medidae isso<br />

tranquilizou o mercado, <strong>que</strong> entendeu<br />

<strong>que</strong> a política monetária<br />

<strong>dos</strong> <strong>EUA</strong> está consciente”.<br />

Para o pregão de hoje, Galhardo<br />

espera <strong>que</strong> o dólar oscile pró-<br />

rar novas medidas de estímulo.<br />

Com isso, as bolsas americanas<br />

fecharam com avanço. O índice<br />

Dow Jones registrou alta<br />

de 0,65%, enquanto o S&P 500<br />

teve acr<strong>é</strong>scimo de 0,65% e o<br />

Nasdaq acelerou 0,39% no pregão<br />

de ontem.<br />

Outro ponto <strong>que</strong> colaborou<br />

para os ganhos foi <strong>que</strong> a confiança<br />

do setor de construção <strong>dos</strong><br />

Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, <strong>que</strong> melhorou<br />

em julho. O indicador marcou<br />

35 pontos no s<strong>é</strong>timo mês do<br />

ano, contra 29 pontos em junho.<br />

Os analistas previam <strong>que</strong> o<br />

índice marcaria 30 pontos.<br />

Já na Europa, as notícias não<br />

foram positivas. O discurso de<br />

<strong>Bernanke</strong> mostrou <strong>que</strong> a crise<br />

na Zona do Euro ainda pode piorar.<br />

No entanto, a instituição<br />

acredita <strong>que</strong> as autoridades europeias<br />

têm recursos suficientes<br />

para resolver a crise.<br />

Segundo Vieira, da Souza<br />

Barros, ‘a Europa tem de fazer<br />

um ajuste <strong>fiscal</strong> e terá de ter<br />

um Banco Central <strong>que</strong> tome<br />

conta de tudo, mas fazer isso<br />

gera uma <strong>situação</strong> muito complicada,<br />

pois tira a independência<br />

de cada país’.<br />

Ontem, o índice CAC 40, da<br />

França, perdeu 0,09%. Já na<br />

Alemanha, o DAX subiu 0,18%;<br />

enquanto no Reino Unido, o FT-<br />

SE 100 desvalorizou 0,59%. ■<br />

Moeda americana caiu 0,73% ontem, fechando a R$ 2,022 para venda<br />

ximo <strong>dos</strong> R$ 2,02 e sem grandes<br />

variações. “Abaixo disso, fatalmente<br />

o Banco Central deve intervir”,<br />

pontua. O BC pode<br />

comprar dólares, ou, por meio<br />

de um porta-voz, reforçar sua<br />

postura de não permitir câmbio<br />

abaixo <strong>dos</strong> R$ 2,00. “Quando<br />

o Aldo Mendes (diretor de<br />

política monetária o BC) falou<br />

<strong>que</strong> o dólar abaixo de R$ 2,00<br />

era ruim para a indústria, o<br />

mercado respondeu prontamente<br />

e saiu comprando.” ■<br />

Lucas Bombana<br />

DEPARTAMENTO DE<br />

POLÍCIA FEDERAL<br />

SUPERINTENDÊNCIA<br />

REGIONAL EM<br />

SÃO PAULO<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 33<br />

Minist<strong>é</strong>rio da<br />

Justiça<br />

AVISO DE LICITAÇÃO<br />

Pregão Eletrônico nº 14/2012<br />

Processo nº 08500.010966/2012-78 OBJETO: contratação de serviço continuado<br />

de vigilância patrimonial armada e desarmada, visando atender às necessidades<br />

da Superintendência Regional da Polícia Federal no estado de São Paulo, suas<br />

instalações e Unidades Descentralizadas. DATA DA ABERTURA: 30 de julho de<br />

2012, às 10:00 horas. EDITAL: Site: www.comprasnet.gov.br.


34 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

FINANÇAS PESSOAIS<br />

ECONOMIZAR<br />

Aprenda a negociar empr<strong>é</strong>stimos<br />

novos e antigos com os bancos<br />

Bons pagadores levam vantagem<br />

num momento em <strong>que</strong> os juros estão<br />

em <strong>que</strong>da e a inadimplência, em alta<br />

Vanessa Correia<br />

vcorreia@brasileconomico.com.br<br />

Quem precisa pedir dinheiro novo<br />

emprestado ou renegociar<br />

contratos antigos tem boas<br />

chances de conseguir condições<br />

favoráveis nos bancos neste momento.<br />

Com juros em <strong>que</strong>da e<br />

inadimplência em alta, os bancos<br />

estão cada vez mais interessa<strong>dos</strong><br />

em clientes considera<strong>dos</strong><br />

“bons pagadores”. Pesquisando<br />

bastante, <strong>que</strong>m tem um histórico<br />

e bom relacionamento com<br />

bancos pode conseguir aliviar o<br />

peso das parcelas do empr<strong>é</strong>stimo<br />

no orçamento.<br />

Foi o <strong>que</strong> fez o empresário do<br />

ramo de construção civil Rubens<br />

Molinari. Prevendo uma<br />

desaceleração no ritmo de crescimento<br />

<strong>dos</strong> negócios, Molinari<br />

informou às instituições financeiras<br />

com as quais mantinha relacionamento<br />

sua preocupação<br />

de não conseguir honrar os seus<br />

compromissos no curto prazo.<br />

“Em mea<strong>dos</strong> do ano passado,<br />

quando ainda não estava<br />

inadimplente, entrei em contato<br />

com os bancos solicitando a<br />

revisão das taxas de juros e forma<br />

de pagamento <strong>dos</strong> empr<strong>é</strong>stimos<br />

contraí<strong>dos</strong>. Dos quatro bancos<br />

em <strong>que</strong> tenho conta, três<br />

aceitaram minha proposta.”<br />

A iniciativa do empresário <strong>é</strong><br />

recomendada por Jos<strong>é</strong> Nicolau<br />

Pompeo, professor de finanças<br />

da Pontifícia Universidade Católica<br />

de São Paulo (PUC-SP). “Solicitar<br />

o alongamento <strong>dos</strong> pra-<br />

zos de financiamento <strong>é</strong> uma alternativa<br />

para <strong>que</strong>m não está<br />

inadimplente. Os bancos <strong>que</strong>rem<br />

receber o <strong>que</strong> foi contratado<br />

pelo correntista e não ter<br />

mais um cliente devedor”, diz.<br />

Outra sugestão <strong>é</strong> fazer a portabilidade<br />

de seu contrato para outra<br />

instituição financeira, caso a<br />

<strong>que</strong> tem relacionamento não<br />

aceite negociar. “Neste caso,<br />

avalie o custo financeiro da migração,<br />

não apenas os juros cobra<strong>dos</strong>.<br />

Muitas vezes, a cobrança<br />

de tarifas — entre elas o pacote<br />

de serviços para manter conta<br />

corrente aberta, ou mesmo a<br />

contratação de uma apólice de<br />

seguros — anula o ganho da redução<br />

<strong>dos</strong> juros”, lembra Carlos<br />

Thadeu de Oliveira, gerente t<strong>é</strong>cnico<br />

do Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de<br />

Defesa do Consumidor (Idec).<br />

Já Maria Inês Dolci, coordenadora<br />

institucional da Proteste,<br />

diz <strong>é</strong> <strong>que</strong> comum, em operações<br />

de portabilidade do cr<strong>é</strong>dito, a<br />

exigência de <strong>que</strong> o cliente compre<br />

produtos não liga<strong>dos</strong> à operação,<br />

tais como título de capitalização.<br />

“Essa prática <strong>é</strong> conhecida<br />

como venda casada e <strong>é</strong> proibida.<br />

Não aceite caso um banco<br />

a ofereça em contrapartida a juros<br />

mais baixos.”<br />

Para <strong>que</strong>m busca um novo financiamento,<br />

seja para a aquisição<br />

de um eletrodom<strong>é</strong>stico, veículo<br />

ou imóvel, a orientação <strong>é</strong><br />

pesquisar. “Avalie em outros<br />

bancos as taxas de juros cobradas<br />

na modalidade de cr<strong>é</strong>dito de<br />

seu interesse. Isso o ajudará a ne-<br />

Martins organizou as finanças e conseguiu quitar dívidas da empresa, <strong>que</strong> somavam R$ 130 mil<br />

PARA COMPARAR<br />

Veja se o <strong>que</strong> seu banco<br />

cobra está dentro da m<strong>é</strong>dia,<br />

taxa anual*<br />

PESSOA JURÍDICA<br />

Desconto de duplicata 36,4%<br />

Capital de giro 20,5%<br />

Conta garantida 103,5%<br />

PESSOA FÍSICA<br />

Che<strong>que</strong> especial 169,5%<br />

Cr<strong>é</strong>dito pessoal 41,4%<br />

Aquisição de veículos 23,4%<br />

Fonte: Banco Central<br />

*Da<strong>dos</strong> referentes a maio<br />

EM BUSCA DOS JUROS MENORES Como renegociar contratos e obter empr<strong>é</strong>stimos mais baratos<br />

O banco solicitará informações<br />

para avaliar sua capacidade de<br />

honrar os compromissos. Não omita<br />

da<strong>dos</strong>, seja de renda familiar ou de<br />

empr<strong>é</strong>stimos em outros bancos<br />

Fonte: especialistas<br />

1 2 3<br />

Pesquise em outros bancos as taxas<br />

de juros cobradas na modalidade<br />

de cr<strong>é</strong>dito de seu interesse. Isso o<br />

ajudará a negociar com a instituição<br />

financeira onde tem conta<br />

Considere a possibilidade<br />

de migrar seu contrato para<br />

outra instituição financeira,<br />

caso a <strong>que</strong> tem relacionamento<br />

não aceite negociar<br />

Avalie o custo financeiro<br />

da portabilidade, não apenas<br />

os juros cobra<strong>dos</strong>. Muitas vezes,<br />

a cobrança de tarifas anula o<br />

ganho com a redução <strong>dos</strong> juros<br />

gociar com a instituição financeira<br />

com a qual tem relacionamento”,<br />

diz Mauro Calil, professor<br />

e educador financeiro.<br />

Isso, inclusive, <strong>é</strong> uma arma<br />

na mão do consumidor, afirma<br />

Pompeo. “Com a explosão <strong>dos</strong><br />

índices de inadimplência, um<br />

banco <strong>que</strong> não conhece seu histórico<br />

de pagamento tende a<br />

embutir o risco da operação no<br />

custo e, conse<strong>que</strong>ntemente, cobrar<br />

juros mais altos. Mas se a<br />

instituição com a qual mant<strong>é</strong>m<br />

relacionamento fizer isso, não<br />

aceite: negocie.”<br />

Clientes inadimplentes, pessoas<br />

físicas ou empresas, tamb<strong>é</strong>m<br />

podem negociar com os<br />

bancos a quitação <strong>dos</strong> d<strong>é</strong>bitos.<br />

Se as parcelas estiverem<br />

pesadas, proponha à instituição<br />

financeira a repactuação da<br />

dívida, ou seja, o alongamento<br />

<strong>dos</strong> prazos de pagamento<br />

Alexandre Rezende<br />

Foi o <strong>que</strong> o empresário Robson<br />

Martins, de 36 anos, fez. Com<br />

uma dívida de R$ 130 mil, ele<br />

entrou em contato com os bancos<br />

<strong>que</strong>rendo negociar. “Antes,<br />

organizei as finanças pessoais e<br />

profissionais, e minha empresa<br />

começou a dar lucro. Com o respiro,<br />

pude propor a um <strong>dos</strong> bancos<br />

a renegociação da dívida”,<br />

lembra o empresário.<br />

Ainda de acordo com Martins,<br />

com o primeiro banco <strong>que</strong><br />

entrou em contato, o valor do<br />

empr<strong>é</strong>stimo era de R$ 50 mil<br />

com juros de 4% ao mês. “Conseguimos<br />

reduzir as taxas para<br />

1,8% ao mês, al<strong>é</strong>m do abatimento<br />

do montante da dívida”, informa<br />

o empresário. ■<br />

4 5 6<br />

Não espere a dívida crescer<br />

para propor a renegociação das<br />

condições de seu financiamento.<br />

A recomendação <strong>é</strong> esperar no<br />

máximo três meses


HOME BROKER<br />

Lojas Americanas PN (LAME4)<br />

15,00<br />

14,12<br />

13,45<br />

13,25<br />

12,37<br />

11,50<br />

30/MAR<br />

Resistência<br />

13,88<br />

Objetivo<br />

15,00<br />

1/JUN<br />

(fechamento em R$)<br />

Suporte<br />

12,70<br />

Fontes: Raphael Figueredo, Economatica, BM&FBovespa e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />

Os resulta<strong>dos</strong> trimestrais da<br />

Localiza vieram fracos, mas<br />

dentro do esperado, segundo a<br />

BB Investimentos. O lucro líquido<br />

caiu 85,5% no segundo trimestre<br />

para R$ 10,7 milhões, ante R$ 74<br />

milhões em igual período de 2011.<br />

“O fraco desempenho reflete o<br />

baixo crescimento da economia,<br />

afetando principalmente o setor<br />

de aluguel de carros, de perfil<br />

mais cíclico. As vendas de<br />

carros, <strong>que</strong> vinham com certa<br />

dificuldade por conta do cr<strong>é</strong>dito<br />

mais restrito, conseguiram<br />

se recuperar depois de segui<strong>dos</strong><br />

cortes nos juros e redução<br />

do IPI”, afirma Leonardo Nitta,<br />

analista do BBI, em<br />

relatório.Apesar <strong>dos</strong> impactos<br />

por conta do menor crescimento<br />

econômico e alta da depreciação<br />

em função da redução do IPI,<br />

a corretora manteve o preço alvo<br />

de R$ 37,54 para ação da<br />

Localiza e a recomendação<br />

acima da m<strong>é</strong>dia do mercado<br />

“por continuar apresentando alta<br />

rentabilidade, pelo seu modelo<br />

de negócios flexível <strong>que</strong> permite<br />

ajustar o tamanho da frota<br />

sem reduzir ganhos de volume,<br />

e pela sua solidez financeira”.<br />

Ontem, os pap<strong>é</strong>is da empresa<br />

subiram 3,85% a R$ 30,22.<br />

DURATEX SOFISA PROVENTOS CURSO DE FINANÇAS<br />

13,30<br />

17/JUL<br />

Ações da Lojas Americanas estão atrativas<br />

Cotadas a R$ 13,30 após fecharem o pregão de ontem com alta<br />

de 1,76%, as ações preferenciais da Lojas Americanas (LAME4)<br />

estão em patamar interessante para os investidores <strong>que</strong> desejarem<br />

ganhar exposição ao papel. De acordo com Raphael Figueredo,<br />

analista gráfico da Icap Corretora, a ação entra em ponto de<br />

compra após fechar acima de R$ 13,36, com objetivo final em<br />

R$ 15,00. Antes de atingir esse preço, contudo, a ação LAME4<br />

deve romper duas resistências (pontos <strong>que</strong>, se supera<strong>dos</strong>, indicam<br />

a possibilidade de continuidade de movimento de alta da ação),<br />

em R$ 13,88 e R$ 14,50. “O volume tem sido bom na compra, mas,<br />

para o gráfico semanal, <strong>é</strong> imprescindível <strong>que</strong> volte a trabalhar acima<br />

de R$ 13,88 para afastar de vez o perigo de qual<strong>que</strong>r precipitação<br />

na venda”, informa Figueredo. Segundo o analista, o motivo<br />

da compra <strong>é</strong> <strong>que</strong> a ação segue bem configurada em tendência<br />

de alta no curto prazo. Recentemente, o ativo fez um fundo quando<br />

testou o suporte (patamar <strong>que</strong>, se perdido, aponta para uma<br />

chance de <strong>que</strong>da em sequência) e “divisor de águas” de R$ 12,70.<br />

“É o estilo clássico da análise gráfica: caiu, comprou, acreditando<br />

na manutenção da tendência de alta”, explica. Por outro lado, se<br />

o papel reverter o movimento e passar a recuar, o stop loss<br />

(ponto em <strong>que</strong> o investidor deve zerar a posição) deve ser fixado<br />

em R$ 12,95. Abaixo disso são encontra<strong>dos</strong> os suportes do papel,<br />

em R$ 12,70, R$ 12,50 e o mais forte deles, R$ 12,00. Giulia Camillo<br />

Debenturista<br />

converte papel<br />

A Duratex aprovou o aumento<br />

do capital social da companhia<br />

em R$ 205,3 mil, para R$ 1,55 bilhão.<br />

A elevação ocorre mediante<br />

a emissão de 15.590 ações ordinárias,<br />

subscritas e integralizadas<br />

por debenturistas <strong>que</strong>, no último<br />

dia 10 de julho, manifestaram<br />

intenção de converter 1.559<br />

debêntures adquiridas na primeira<br />

emissão privada de debêntures<br />

conversíveis em ações. O<br />

preço unitário foi fixado em R$<br />

13,16, tendo como base o valor<br />

nominal unitário das debêntures<br />

convertidas. ■<br />

Banco paga<br />

R$ 12 milhões<br />

O Banco Sofisa, especializado<br />

em cr<strong>é</strong>dito para pe<strong>que</strong>nas e m<strong>é</strong>dias<br />

empresas (conhecido como<br />

middle market) informou ao<br />

mercado <strong>que</strong> distribuirá R$ 12<br />

milhões em juros sobre capital<br />

próprio (JCP) aos acionistas da<br />

companhia. A operação foi aprovada<br />

em reunião do conselho<br />

de administração realizada no<br />

dia 10 deste mês. Para cada ação<br />

ordinária (ON) ou preferencial<br />

(PN) será pago R$ 0,08, sendo o<br />

valor líquido R$ 0,07. A data de<br />

pagamento do provento será<br />

dia 27 deste mês. ■<br />

LOCALIZA<br />

Resultado fraco como<br />

esperado, segundo o BBI<br />

Jorge Coelho<br />

Insper prepara<br />

executivos<br />

A área de educação executiva<br />

do Insper está com inscrições<br />

abertas para o curso de curta duração<br />

Finanças para Executivos.<br />

Com duração de 48 horas, o curso<br />

visa o reforço e consolidação<br />

de conceitos financeiros para<br />

a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> <strong>que</strong>rem atuar de forma<br />

mais estrat<strong>é</strong>gica, sejam eles<br />

gestores de unidades de negócios<br />

ou outros profissionais. As<br />

aulas vão de 2 a 17 de agosto,<br />

das 9h às 18h. A matrícula deve<br />

ser feita at<strong>é</strong> o dia 30 deste mês.<br />

Mais informações pelo telefone<br />

(11) 4504-2400. ■<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 35<br />

Eletrobras emitirá R$ 1,8 bi em debêntures<br />

A Centrais El<strong>é</strong>tricas <strong>Brasil</strong>eiras (Eletrobras) planeja vender R$ 1,8 bilhão<br />

em debêntures, segundo uma pessoa familiarizada com a operação.<br />

Os bancos BTG Pactual e Santander foram contrata<strong>dos</strong> para coordenar<br />

a operação, disse a fonte <strong>que</strong> pediu para não ser identificada por<strong>que</strong> os<br />

termos da operação não foram finaliza<strong>dos</strong>. At<strong>é</strong> junho foram emiti<strong>dos</strong><br />

R$ 32,1 bilhões em debêntures, segundo a Associação <strong>Brasil</strong>eiras das<br />

Entidades <strong>dos</strong> Merca<strong>dos</strong> Financeiro e de Capitais (Anbima).<br />

Quem guarda tem<br />

O <strong>que</strong> <strong>é</strong> ser previdente? A expressão remete à necessidade<br />

de ser precavido, prudente. Em geral, nosso atos trazem<br />

efeitos ao longo de outros momentos da vida. Previdente <strong>é</strong><br />

<strong>que</strong>m consegue conectar ações presentes com efeitos futuros.<br />

Deste conceito se originam os planos de previdência.<br />

Assim, a alocação de recursos em planos previdenciários<br />

deve (ou ao menos deveria) ser precedida de reflexão<br />

<strong>que</strong> permita à família conhecer o valor <strong>que</strong> deve economizar<br />

todo mês para concretizar seus planos.<br />

Aqui devemos retomar um princípio básico de finanças<br />

pessoais: as economias não devem estar baseadas no <strong>que</strong><br />

sobra. E o passo inicial <strong>é</strong> definir os objetivos, criando espaços<br />

no orçamento para esse fim.<br />

Vencida a primeira etapa e iniciado o plano de previdência,<br />

<strong>é</strong> fundamental <strong>que</strong> a família mantenha disciplina e reveja,<br />

periodicamente, quão perto (ou longe) estão seus objetivos.<br />

Nessas revisões <strong>é</strong> importante avaliar a necessidade<br />

de alterar o plano para adequá-lo à nova realidade. Por<br />

exemplo, mudanças no<br />

patamar de carreira, um<br />

Cada vez mais<br />

seguradoras terão<br />

de incentivar<br />

clientes a alocarem<br />

recursos no<br />

longo prazo e<br />

incentivá-los<br />

a tomar a<br />

melhor decisão<br />

JOÃO BATISTA<br />

MENDES ANGELO<br />

Superintendente de<br />

produtos da <strong>Brasil</strong>prev<br />

filho <strong>que</strong> deixa de ser dependente<br />

da família, etc.<br />

Independentemente<br />

<strong>dos</strong> propósitos, <strong>é</strong> certo<br />

<strong>que</strong> os recursos aloca<strong>dos</strong><br />

em um plano devem<br />

prestar-se, prioritariamente,<br />

para viabilizar objetivos<br />

de longo prazo.<br />

Nesse sentido, a disciplina<br />

<strong>que</strong> acompanhou a família<br />

para organizar seu<br />

padrão de consumo e<br />

promover os depósitos<br />

periódicos, deve tamb<strong>é</strong>m acompanhá-la ao longo do plano.<br />

Aqui põe-se em <strong>que</strong>stão o fim dado a estes recursos no<br />

momento do resgate.<br />

Se uma pessoa resgata o dinheiro acumulado no plano<br />

de previdência antes da data prevista, estaria agindo<br />

mal? Depende. Em linhas gerais, podemos considerar<br />

um resgate como inadequado quando o investidor utiliza<br />

seus recursos deteriorando o patrimônio acumulado durante<br />

anos, comprando um bem pouco durável ou atendendo<br />

a uma necessidade pontual de consumo. O perigo<br />

<strong>é</strong> reincorporar essas reservas (ou parte delas) ao orçamento<br />

familiar.<br />

No entanto, mesmo sendo o produto destinado a objetivos<br />

de longo prazo, <strong>é</strong> evidente <strong>que</strong> não <strong>é</strong> errado acessá-lo<br />

antes do previsto. O importante <strong>é</strong> refletir e ter certeza de<br />

<strong>que</strong> trata-se de um “motivo nobre”, ponderando se a interrupção<br />

<strong>dos</strong> aportes ou o sa<strong>que</strong> são apropria<strong>dos</strong> (caso de<br />

desemprego, por exemplo). O mercado de previdência privada<br />

aberta no <strong>Brasil</strong> ainda <strong>é</strong> novo e está amadurecendo.<br />

Cada vez mais seguradoras terão de incentivar clientes a<br />

alocarem, em seus planos, recursos cujo objetivo seja de<br />

longo prazo e apoiá-los no momento do resgate, auxiliando-os<br />

a tomar a melhor decisão. É grande o desafio para<br />

as famílias em promover as reflexões aqui propostas. No<br />

entanto, com o progresso econômico do país, amparado<br />

na melhoria na renda <strong>dos</strong> trabalhadores e por programas<br />

<strong>que</strong> estimulam a educação financeira, existem condições<br />

para <strong>que</strong>, maduras, as famílias possam refletir, discutir e<br />

fazer escolhas para garantir melhor qualidade de vida ao<br />

longo de to<strong>dos</strong> os ciclos <strong>que</strong> vivenciamos. ■


36 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

MUNDO<br />

Editor executivo: Gabriel de Sales gsales@brasileconomico.com.br<br />

Política <strong>fiscal</strong> <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong> está<br />

insustentável, avalia <strong>Bernanke</strong><br />

Presidente do Fed indica, no relatório entregue ao Congresso, <strong>que</strong> pode adotar novos estímulos à economia<br />

Niviane Magalhães<br />

nmagalhaes@brasileconomico.com.br<br />

“A economia <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong><br />

continua se recuperando,<br />

mas a atividade econômica desacelerou<br />

no primeiro semestre<br />

deste ano”, aponta <strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong>,<br />

presidente do Federal<br />

Reserve (Fed, o banco central<br />

americano), no relatório sobre<br />

Política Monetária do país,<br />

apresentado ao Congresso. Ele<br />

indica ainda <strong>que</strong> a autoridade<br />

monetária está pronta para dar<br />

mais ajuda monetária.<br />

“As políticas fiscais <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong> estão em um caminho<br />

insustentável, e o desenvolvimento<br />

de um plano de m<strong>é</strong>dio<br />

prazo para controlar o d<strong>é</strong>ficit deve<br />

ser prioridade”, afirma o dirigente<br />

do Fed. Al<strong>é</strong>m disso, as<br />

condições no mercado de trabalho<br />

pioraram. A economia americana<br />

gerava cerca de 200 mil<br />

vagas mensais no início do ano,<br />

mas no segundo trimestre essa<br />

taxa era de 75 mil novos postos<br />

de trabalho por mês.<br />

Em relação aos gastos das famílias,<br />

o relatório mostra <strong>que</strong> continuam<br />

avançando, mas em ritmo<br />

menor. A redução no preço da<br />

energia está elevando o poder de<br />

compra do americano, mas ainda<br />

a preocupação com o emprego<br />

e a renda afetam diretamente<br />

O discurso de <strong>Ben</strong> <strong>Bernanke</strong>,<br />

presidente do Federal Reserve,<br />

movimentou as principais bolsas<br />

mundiais ontem (o Ibovespa<br />

conseguiu fechar em alta de<br />

0,95%, aos 53.909 pontos, enquanto<br />

o giro financeiro ficou<br />

em R$ 4,91 bilhões).<br />

“No começo, a fala sobre as<br />

ações <strong>dos</strong> bancos na Europa e a<br />

taxa Libor pesou um pouco,<br />

mas depois os investidores refletiram<br />

melhor e a bolsa se recuperou”,<br />

analisou Clodoir Vieira,<br />

economista da Souza Barros.<br />

Segundo o economista, o presidente<br />

da autoridade monetária<br />

“fica em cima do muro e não<br />

a confiança do consumidor.<br />

No setor de habitação houve<br />

leve melhora, principalmente<br />

por causa da diminuição das taxas<br />

de hipotecas. No entanto,<br />

os possíveis compradores de<br />

imóveis novos e usa<strong>dos</strong> estão<br />

pessimistas com suas finanças e<br />

com a economia em geral.<br />

Outro fator <strong>que</strong> está penalizando<br />

os potenciais compradores<br />

<strong>é</strong> o cr<strong>é</strong>dito apertado e o alto<br />

peso das dívidas imobiliárias.<br />

De acordo com o relatório, alguns<br />

deles devem mais do <strong>que</strong><br />

suas casas valem.<br />

No segundo trimestre, al<strong>é</strong>m<br />

do fraco desempenho na produção<br />

da indústria, os gastos das<br />

empresas com equipamentos e<br />

softwares tamb<strong>é</strong>m desaceleraram.<br />

Indicadores de projeção futura<br />

mostram menos investimentos.<br />

Esta redução está ligada<br />

diretamente à <strong>situação</strong> na Europa,<br />

al<strong>é</strong>m do arrefecimento<br />

nas economias de outros parceiros<br />

comerciais, limitando a demanda<br />

por exportações <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong>.<br />

“Nossas projeções de crescimento<br />

do PIB para este ano estão<br />

entre 1,9% e 2,4% e para 2013,<br />

entre 2,2% e 2,8%. São previsões<br />

inferiores às <strong>que</strong> fizemos em janeiros,<br />

por causa das tensões financeiras<br />

na Europa, <strong>que</strong> estão<br />

afetando a atividade econômica<br />

diz se a economia vai melhorar<br />

ou piorar. No entanto, ele disse<br />

<strong>que</strong> o risco de inflação nos Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong> está baixo, o <strong>que</strong> sinaliza<br />

<strong>que</strong> a economia vai continuar<br />

desa<strong>que</strong>cida”.<br />

Apesar do tom pessimista no<br />

início do discurso, <strong>Bernanke</strong><br />

não mostrou nenhuma novidade<br />

em relação à <strong>situação</strong> econômica<br />

e ainda sinalizou <strong>que</strong> está<br />

disposto a liberar novas medidas<br />

de estímulo. Com isso, as bolsas<br />

americanas fecharam com avanço<br />

(o índice Dow Jones registrou<br />

alta de 0,62%; o S&P 500 de<br />

0,74%; e o Nasdaq 0,45%).<br />

Outro ponto <strong>que</strong> colaborou para<br />

os ganhos foi <strong>que</strong> a confiança<br />

do setor de construção <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong> melhorou em julho.<br />

Outro sinal positivo foi a alta de<br />

dom<strong>é</strong>stica”, afirma <strong>Bernanke</strong>.<br />

“O mercado imobiliário tem<br />

melhorado, mas a contribuição<br />

para a recuperação <strong>é</strong> menor do<br />

<strong>que</strong> nos anos anteriores”, indica<br />

o relatório. Para o presidente<br />

do Fed, estes pontos devem ser<br />

ameniza<strong>dos</strong> ao longo do tempo<br />

e melhorar o mercado de traba-<br />

0,45 da produção industrial americana<br />

em junho (ver gráfico).<br />

Já na Europa, as notícias não<br />

foram positivas. O discurso de<br />

<strong>Bernanke</strong> mostrou <strong>que</strong> a crise<br />

na Zona do Euro ainda pode piorar.<br />

No entanto, a instituição<br />

acredita <strong>que</strong> as autoridades europeias<br />

têm recursos suficientes<br />

para resolver a crise.<br />

“A Europa tem <strong>que</strong> fazer um<br />

ajuste <strong>fiscal</strong> e terá <strong>que</strong> ter um<br />

Banco Central <strong>que</strong> tome conta<br />

de tudo, mas fazer isso gera<br />

uma <strong>situação</strong> muito complicada,<br />

pois tira a independência de<br />

cada país”, explicou.<br />

Com isso, o índice CAC 40, da<br />

França, perdeu 0,09%; na Alemanha,<br />

o DAX subiu 0,18%; enquanto<br />

no Reino Unido, o FTSE<br />

100 desvalorizou 0,59%. ■ N.M.<br />

lho. A projeção da taxa de desemprego<br />

para 2014 <strong>é</strong> de 7%.<br />

Na inflação, após atingir 3,5%<br />

no primeiro trimestre por conta<br />

<strong>dos</strong> gastos com energia, a <strong>que</strong>da<br />

nos preços de petróleo trouxe a<br />

taxa para 1,5% nos primeiros cinco<br />

meses. A projeção para este<br />

ano fica entre 1,2% e 1,7%. ■<br />

SINAL TRANQUILIZADOR<br />

Produção industrial <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong><br />

ficou em linha com a previsão*<br />

1,20<br />

1,06<br />

0,75<br />

0,30<br />

-0,15<br />

-0,60<br />

JUN/11<br />

JAN/12<br />

Karen Bleier/AFP<br />

Fed movimenta, mas não prejudica merca<strong>dos</strong><br />

Fala de <strong>Bernanke</strong> coincide com<br />

da<strong>dos</strong> econômicos positivos<br />

e não chega a prejudicar bolsas<br />

<strong>Bernanke</strong>:am<strong>é</strong>dioprazo,planoparacontrolard<strong>é</strong>ficitdeveserprioridade<br />

0,41<br />

JUN<br />

Fontes: Federal Reserve e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />

*em % sobre o mês anterior<br />

SEM TENSÃO<br />

Câmbio em<br />

linha com<br />

o discurso<br />

Apesar da apreensão inicial,<br />

dólar fechou em baixa<br />

frente às principais moedas<br />

Após a apreensão do mercado<br />

no início do discurso de <strong>Ben</strong><br />

<strong>Bernanke</strong> ter gerado uma valorização<br />

do dólar frente ao real,<br />

conforme a autoridade prosseguia<br />

com seu discurso, os investidores<br />

se acalmaram e reverteram<br />

a trajetória da moeda<br />

americana, <strong>que</strong> terminou em<br />

baixa frente a maior parte das<br />

divisas globais. Ante o real, o<br />

dólar recuou 0,73%, negociado<br />

a R$ 2,020 para compra e<br />

R$ 2,022 para venda.<br />

Num primeiro<br />

momento, investidores<br />

iniciaram uma corrida<br />

em busca de dólares<br />

“O <strong>Bernanke</strong> teve sucesso na<br />

explanação dele. A melhora do<br />

dia se deve à postura adotada,<br />

de falar da economia americana<br />

e da economia europeia como<br />

um todo”, afirma Reginaldo Galhardo,<br />

gerente de câmbio da<br />

Treviso Corretora.<br />

Em um primeiro momento,<br />

como o presidente do Fed não<br />

anunciou o programa de estímulos<br />

(Quantitative Easing, QE3)<br />

esperado por parte do mercado,<br />

os investidores iniciaram uma<br />

corrida por dólares.<br />

“Ao longo do discurso, ele<br />

foi esclarecendo o porquê de<br />

não tomar uma medida mais<br />

drástica, <strong>que</strong> a preocupação dele<br />

<strong>é</strong> com o futuro, de não fazer<br />

com <strong>que</strong> a medida se torne um<br />

arcabouço para a economia<br />

americana”, explica Galhardo.<br />

“Isso tranquilizou o mercado,<br />

<strong>que</strong> entendeu <strong>que</strong> a política monetária<br />

<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> está<br />

bastante consciente”. ■ Lucas<br />

Bombana


Pedro Ladeira/AFP<br />

Giuseppe Mandara (de camisa branca): negócios com a máfia<br />

Rei da muçarela<br />

<strong>é</strong> detido na Itália<br />

Giuseppe Mandara, <strong>que</strong> se diz o<br />

“Armani da Muçarela” <strong>é</strong> acusado<br />

de ligações com a Camorra<br />

A polícia italiana prendeu ontem<br />

o maior produtor de muçarela<br />

de búfala por suas conexões<br />

com a máfia napolitana, a Camorra.<br />

Segundo os investigadores,<br />

Giuseppe Mandara, <strong>que</strong><br />

sempre se apresentou como o<br />

“Armani da Muçarela”, mantinha<br />

relações comerciais com a<br />

temida organização criminosa<br />

<strong>dos</strong> Casalesi, um <strong>dos</strong> clãs mais<br />

poderosos da Camorra.<br />

A polícia apreendeu bens no<br />

valor de cerca de ¤ 100 milhões<br />

pertencentes a Mandara, o dono<br />

de uma das maiores marcas<br />

de exportação de muçarela de<br />

búfala, <strong>que</strong> a Itália vende para<br />

vários países da Europa, assim<br />

como Japão e Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.<br />

A empresa de Mandara <strong>é</strong> acusada<br />

de ter enganado os consu-<br />

O banco britânico HSBC e sua filial<br />

norte-americana ocultaram<br />

suas operações com o Irã<br />

por seis anos, totalizando um<br />

valor de US$ 16 bilhões, violando<br />

as regras norte-americanas<br />

sobre transparência, informou,<br />

ontem, um relatório do Senado<br />

<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.<br />

Os executivos do HSBC sabiam<br />

das “transações iranianas ocultas”<br />

desde 2001, mas permitiram<br />

<strong>que</strong> fossem realizadas 25.000 tran-<br />

midores misturando leite de búfala<br />

com leite de vaca e de eti<strong>que</strong>tar<br />

o <strong>que</strong>ijo provolone comum<br />

como se fosse um <strong>que</strong>ijo<br />

de maior qualidade.<br />

O grupo de Mandara tamb<strong>é</strong>m<br />

<strong>é</strong> acusado de comercializar substâncias<br />

nocivas, depois <strong>que</strong> foram<br />

encontradas em suas instalações<br />

duas toneladas de moçarela<br />

contaminadas com pó de cerâmica.<br />

Contatado pela AFP, um<br />

porta-voz do Gruppo Alival, o<br />

maior sócio de Mandara, se negou<br />

a comentar a notícia.<br />

Em uma entrevista de 2010<br />

publicada no site denaro.it,<br />

Mandara assegura <strong>que</strong> seu grupo<br />

emprega 180 pessoas e produz<br />

78.000 <strong>que</strong>ijos por dia.<br />

Segundo a imprensa local, a<br />

companhia de Mandara produzia<br />

duas toneladas de muçarela<br />

de búfala por dia, tanto para o<br />

mercado interno como para a<br />

exportação. ■ AFP<br />

HSBC realizou transações<br />

de US$ 16 bi com o Irã<br />

Operações, reveladas em<br />

relatório do Senado <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong>,<br />

violam as regras americanas<br />

Salário do Rei da Espanha reduzido em 7,1%<br />

A iniciativa <strong>é</strong> do próprio rei Juan Carlos em acordo com as novas<br />

medidas de austeridade aprovadas na sexta-feira passada pelo governo<br />

espanhol, informou ontem a Casa Real. A decisão do rei representa<br />

uma redução de ¤ 20.910 em seu salário, sem impostos, enquanto<br />

<strong>que</strong> seu filho e herdeiro, Felipe de Borbón, receberá ¤ 10.455 a menos,<br />

ao mesmo tempo em <strong>que</strong> o resto da famíla real tamb<strong>é</strong>m verá reduzi<strong>dos</strong><br />

seus gastos de representação. AFP<br />

AFP<br />

sações at<strong>é</strong> 2007, de acordo com investigações<br />

do Senado relacionadas<br />

com a segurança interna.<br />

No relatório de 330 páginas,<br />

são registradas transações mediante<br />

as quais os fun<strong>dos</strong> eram<br />

envia<strong>dos</strong> aos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e<br />

logo retira<strong>dos</strong> do país, por um<br />

total de US$ 19,4 bilhões. Desse<br />

montante, um total de US$ 16 bilhões<br />

em operações foram realiza<strong>dos</strong><br />

sem <strong>que</strong> a conexão com o<br />

Irã fosse revelada.<br />

Os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> proíbem<br />

relações comerciais e financeiras<br />

com Irã, Coreia do Norte e<br />

Sudão. ■ Reuters<br />

Gr<strong>é</strong>cia tenta negociar<br />

empr<strong>é</strong>stimo-ponte<br />

País corre o risco de ficar sem dinheiro nas próximas semanas, caso<br />

não consiga a ajuda de emergência <strong>dos</strong> credores internacionais<br />

Lefteris Papadimas<br />

Reuters, Atenas<br />

A endividada Gr<strong>é</strong>cia está buscando<br />

um empr<strong>é</strong>stimo-ponte<br />

junto a credores internacionais<br />

do país para cobrir suas necessidades<br />

financeiras at<strong>é</strong> agosto,<br />

afirmou ontem uma fonte do Minist<strong>é</strong>rio<br />

das Finanças.<br />

Atenas ficará sem dinheiro<br />

em semanas se não conseguir<br />

acessar mais financiamentos da<br />

União Europeia (UE) e do Fundo<br />

Monetário Internacional<br />

(FMI), mas a próxima parcela<br />

do resgate não deve ser liberada<br />

at<strong>é</strong> setembro.<br />

Os parceiros europeus da Gr<strong>é</strong>cia<br />

— <strong>que</strong> <strong>que</strong>rem ver progressos<br />

NA CÂMERA DO BEIJO<br />

nas reformas antes de liberar essa<br />

ajuda — prometeram cobrir as<br />

necessidades do país at<strong>é</strong> agosto,<br />

quando ¤ 3,3 bilhões em títulos<br />

vencerão, mas ainda não especificaram<br />

como isso será feito. “Nós<br />

estamos lutando para garantir<br />

um empr<strong>é</strong>stimo-ponte at<strong>é</strong> setembro”,<br />

disse uma autoridade<br />

do Minist<strong>é</strong>rio das Finanças grego,<br />

em condição de anonimato.<br />

O presidente do Eurogrupo<br />

(grupo formado por ministros<br />

das Finanças da Zona do Euro),<br />

Jean-Claude Juncker, buscou<br />

tranquilizar os investidores e a<br />

própria Gr<strong>é</strong>cia, e afirmou na semana<br />

passada <strong>que</strong> at<strong>é</strong> agosto haverá<br />

uma solução para a <strong>situação</strong><br />

de financiamento do país.<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 37<br />

Uma reportagem publicada<br />

no final de semana sugeriu <strong>que</strong><br />

o Banco Central Europeu (BCE)<br />

poderia considerar um atraso<br />

no pagamento <strong>dos</strong> títulos em<br />

agosto, mas autoridades da<br />

União Europeia disseram <strong>que</strong> as<br />

discussões sobre as necessidades<br />

de financiamento só poderiam<br />

começar depois da visita<br />

<strong>dos</strong> credores a Atenas.<br />

Inspetores da troika — grupo<br />

formado por BCE, UE e FMI —<br />

voltarão à Atenas em 24 de julho,<br />

e o novo governo conservador<br />

da Gr<strong>é</strong>cia está preparando propostas<br />

para cortes de gastos no<br />

valor de ¤ 11,7 bilhões em 2013 e<br />

2013, exigi<strong>dos</strong> sob os termos do<br />

último pacote de resgate. ■<br />

Jonathan Ernst/Reuters<br />

O presidente Barack Obama e seu vice, Joe Biden, foram sauda<strong>dos</strong> com gritos de<br />

“USA, USA” ao se instalarem, no Verizon Center, em Washington para assistir<br />

ao jogo de bas<strong>que</strong>te preparatório para a Olimpíada de Londres entre as seleções <strong>dos</strong><br />

Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e do <strong>Brasil</strong>, segunda-feira à noite. Mas o presidente foi vaiado quando<br />

ele e a primeira-dama, Michelle, apareceram na “câmera do beijo” sem se beijarem.<br />

A “Kiss-cam” capta imagens de casais na plateia, mostrando-os no telão do<br />

ginásio e estimulando-os a se beijarem. Já quase no fim do jogo, o casal presidencial<br />

voltou a aparecer no telão, e dessa vez o beijo saiu . O presidente causou uma<br />

mini-polêmica ao dizer <strong>que</strong> o atual time <strong>dos</strong> <strong>EUA</strong> “tem talentos inacreditáveis”<br />

e deve trazer o ouro de Londres, mas <strong>que</strong>, por “uma <strong>que</strong>stão de geração”, prefere<br />

o “Dream Team” de 20 anos atrás. A seleção brasileira chegou ter vantagem<br />

de dez pontos, mas acabou derrotada por 80 a 69. Reuters


38 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

MUNDO<br />

Erika Solomon e Mariam Karouny<br />

Reuters, Beirute<br />

Damasco registrou, ontem, confrontos<br />

entre rebeldes e forças governamentais<br />

pelo terceiro dia seguido,<br />

nos mais violentos combates<br />

na capital síria em 17 meses<br />

de rebelião contra o presidente<br />

Bashar al Assad. Forças de segurança<br />

e veículos blinda<strong>dos</strong> cercaram<br />

áreas rebeldes como o bairro<br />

de Midan, mas foram incapazes<br />

de expulsar os combatentes.<br />

Um vídeo divulgado pela oposição<br />

mostrava homens de jeans<br />

escondi<strong>dos</strong> atrás de sacos de<br />

areia em becos, disparando granadas<br />

de propulsão e metralhadoras.<br />

Rebeldes <strong>que</strong>imaram pneus e<br />

blo<strong>que</strong>aram algumas ruas para<br />

proteger os combatentes.<br />

O governo pouco disse sobre o<br />

avanço do conflito para a capital.<br />

A TV estatal informou na segun-<br />

Bagdá pede a<br />

iraquianos <strong>que</strong><br />

saiam da Síria<br />

da-feira <strong>que</strong> as forças do governo<br />

estavam buscando “grupos terroristas”<br />

escondi<strong>dos</strong> em alguns<br />

bairros de Damasco.<br />

Um combatente disse à Reuters<br />

<strong>que</strong> os rebeldes continuam<br />

lutando por<strong>que</strong> não têm como recuar<br />

para áreas mais seguras. “Se<br />

eles pudessem sair, sairiam”.<br />

Ativistas da oposição disseram<br />

<strong>que</strong> a ocorrência de combates no<br />

coração do poder de Assad mostra<br />

<strong>que</strong> os rebeldes estão perdendo<br />

o medo das forças governamentais.<br />

“Quando você volta<br />

seus canhões para o coração de<br />

Damasco, para Midan, você perdeu<br />

a cidade”, disse o ativista<br />

Imad Moaz, de Damasco. “Os rebeldes<br />

têm o apoio de famílias<br />

em toda a cidade.”<br />

O Observatório Sírio de Direitos<br />

Humanos disse <strong>que</strong> os combates<br />

se espalharam desde a noite<br />

de domingo para outras áreas da<br />

capital, e <strong>que</strong> helicópteros bombardearam<br />

alguns bairros.<br />

A violência continua desenfreada<br />

em outros pontos do país.<br />

O Observatório, com sede na Grã-<br />

Bretanha, disse ter recebido relatos<br />

de <strong>que</strong> mais de 150 pessoas foram<br />

mortas na segunda-feira.<br />

Na frente diplomática, o mediador<br />

internacional, Kofi Annan,<br />

reuniu-se em Moscou com<br />

o presidente Vladimir Putin, mas<br />

a Rússia parece relutante em ceder<br />

aos pedi<strong>dos</strong> para <strong>que</strong> pare de<br />

proteger Assad.<br />

Na segunda-feira, o chanceler<br />

russo, Sergei Lavrov, acusou o<br />

Ocidente de incluir “elementos<br />

de chantagem” em uma proposta<br />

de resolução <strong>que</strong> renova o mandato<br />

da missão de observação da<br />

ONU na Síria, mas inclui ameaças<br />

de sanção. A Rússia <strong>que</strong>r a<br />

aprovação de outra versão do texto,<br />

mas sem falar em sanções. ■<br />

DISSIPANDO TENSÕES<br />

Presidente tunisiano visita a França,<br />

país <strong>que</strong> apoiou o antigo regime de <strong>Ben</strong> Ali<br />

A visita de Moncef Marzouki, iniciada ontem <strong>é</strong> altamente simbólica,<br />

pois tem o objetivo de dissipar as tensões geradas pelo apoio de Paris<br />

ao antigo regime do ex-presidente <strong>Ben</strong> Ali. Marzouki se reuniu, ontem,<br />

com o presidente francês, François Hollande e hoje pronunciará um<br />

discurso na Assembleia Nacional (Câmara Baixa), uma honra <strong>que</strong> antes<br />

dele havia sido reservada a somente 16 líderes estrangeiros. AFP<br />

Combates entre Ex<strong>é</strong>rcito e rebeldes<br />

se intensificam na capital síria<br />

Violentos confrontos prosseguiam, ontem, pelo terceiro dia seguido em Damasco e em outras regiões do país<br />

INSEGURANÇA<br />

O Ira<strong>que</strong>, ainda conturbado por<br />

episódios de violência, após a retirada<br />

das tropas norte-americans,<br />

pediu aos seus cidadãos<br />

<strong>que</strong> vivem na Síria para voltar<br />

para casa por causa da escalada<br />

do conflito em seu vizinho. O<br />

gabinete iraquiano expressou<br />

preocupação com o “número<br />

crescente de incidentes de homicídio<br />

e agressão a iraquianos<br />

<strong>que</strong> vivem na Síria”, disse o porta-voz<br />

do governo Ali al-Dabbagh<br />

em comunicado.<br />

A <strong>situação</strong> da segurança no<br />

Ira<strong>que</strong> ainda <strong>é</strong> perigosa, apesar<br />

de um abrandamento na violência<br />

sectária pós-guerra, <strong>que</strong> matou<br />

dezenas de milhares de pessoas<br />

em 2006-2007. No mês passado,<br />

pelo menos 237 pessoas foram<br />

mortas e 603 ficaram feridas<br />

em ata<strong>que</strong>s de militantes.<br />

Cerca de 87 mil iraquianos foram<br />

para a Siria durante a violência<br />

secretária pós-guerra. ■<br />

Aseel Kami, Reuters<br />

LUTA E RECONCILIAÇÃO<br />

Philippe Wojazer/Reuters<br />

O ex-presidente americano Bill Clinton visitou, ontem, o líder sul-africano<br />

Nelson Mandela em Qunu, povoado do sudeste do país, onde o herói da luta contra o<br />

apartheid passou parte de sua infância e onde comemora hoje seus 94 anos. Clinton<br />

inaugurou uma biblioteca na escola primária No-Moscow local na companhia da<br />

esposa de Mandela, Graça Machel, e de sua filha Zindzi. Depois plantou uma árvore no<br />

Jardim da Recordação, onde estão enterra<strong>dos</strong> os chefes tradicionais locais. O 18 de<br />

julho, dia do aniversário de Mandela, <strong>é</strong> uma data importante na África do Sul, ocasião<br />

para multiplicar as homenagens, as boas ações e tamb<strong>é</strong>m os debates críticos sobre<br />

a melhor maneira de prosseguir com sua luta pelo trabalho de reconciliação. AFP<br />

Pneusincendia<strong>dos</strong>emDamascoparaimpediravançodastropasoficiais<br />

Reuters<br />

“TRANSIÇÃO”<br />

General <strong>que</strong><br />

desertou está<br />

em Paris<br />

AFP<br />

O general Manaf Tlass, o oficial<br />

de maior patente <strong>que</strong> desertou<br />

do ex<strong>é</strong>rcito sírio e considerado ligado<br />

ao presidente Bashar al Assad,<br />

anunciou <strong>que</strong> se encontra<br />

em Paris e <strong>que</strong> deseja uma transição<br />

construtiva em seu país, em<br />

um comunicado transmitido,<br />

ontem, à AFP.<br />

No texto assinado “general Manaf<br />

Tlass, Paris, 17 de julho de<br />

2012”, o oficial deseja “<strong>que</strong> o país<br />

saia da crise mediante uma fase<br />

de transição construtiva <strong>que</strong> garanta<br />

à Síria sua unidade, sua estabilidade<br />

e sua segurança, assim<br />

como as aspirações legítimas de<br />

seu povo”. E expressa sua “ira e<br />

dor por ver o ex<strong>é</strong>rcito levado a<br />

travar um combate contrário a<br />

seus princípios”.<br />

Esta primeira declaração direta<br />

à imprensa acontece depois do<br />

anúncio, em 6 julho, de sua deserção.<br />

O general acusou o poder de<br />

ter a maior parte da responsabilidade<br />

na atual crise na Síria. ■ AFP


PONTO FINAL<br />

IDEIAS/DEBATES pontofinal@brasileconomico.com.br<br />

Orlando Octávio de Freitas Jr.<br />

Sócio da área de mercado empreendedor da KPMG no <strong>Brasil</strong><br />

Um novo padrão contábil<br />

Há quase cinco anos, era promulgada a Lei 11.638/07, <strong>que</strong> trata da convergência<br />

do padrão contábil brasileiro para as chamadas IFRS — International<br />

Financial Reporting Standards, ou normas internacionais de contabilidade,<br />

adotadas atualmente por mais de 100 países. A nova legislação estabeleceu<br />

<strong>que</strong> tais normas deveriam ser adaptadas à realidade brasileira e, a partir dessa<br />

adequação, passassem a valer efetivamente para as demonstrações financeiras<br />

de 2010 das empresas de capital aberto (listadas em bolsa) e para grandes<br />

corporações de capital fechado (com faturamento acima de R$ 300 milhões<br />

ao ano). Empresas, seus contadores, auditores, órgãos reguladores e<br />

normativos, entidades representativas de profissionais e demais instituições<br />

envolvidas nesse segmento esforçaram-se ao máximo para cumprir o <strong>que</strong><br />

foi estabelecido na lei. Tal esforço não foi em vão, e o <strong>Brasil</strong> <strong>é</strong> hoje reconhecido<br />

como um <strong>dos</strong> integrantes da comunidade <strong>que</strong> adota de fato as IFRS.<br />

Como em todo processo de evolução de padronização de normas, as IFRS estão<br />

expandindo sua aplicabilidade, deixando de se restringir às empresas de capital<br />

aberto e às grandes empresas para serem adotadas por todas as corporações de<br />

qual<strong>que</strong>r tamanho e nível de faturamento. Embora não haja, de fato, qual<strong>que</strong>r penalidade<br />

pelo não cumprimento desta regulamentação, o fato <strong>é</strong> <strong>que</strong> a conversão<br />

das empresas às normas <strong>é</strong> uma oportunidade e o grande desafio <strong>que</strong> se apresenta<br />

para os próximos anos está em formar e capacitar profissionais para a tarefa.<br />

Certamente haverá vários obstáculos. Mas temos certeza de <strong>que</strong> o atual<br />

processo garantirá evolução à gestão das empresas. Entre suas vantagens, está<br />

a adoção de um padrão internacionalmente aprovado e reconhecido. Com<br />

isso, as empresas estarão melhor preparadas em termos de governança, com<br />

suas demonstrações financeiras adequadas à análise, inclusive de agentes internacionais,<br />

abrindo espaço especialmente para o acesso e barateamento do<br />

cr<strong>é</strong>dito no sistema financeiro e de outras fontes de recursos. Al<strong>é</strong>m, <strong>é</strong> claro, de<br />

proporcionar maior segurança para a expansão geográfica, seja pelo estabelecimento<br />

de parcerias, joint ventures ou acor<strong>dos</strong> com fornecedores internacionais,<br />

seja pela abertura de escritórios, representações ou plantas fora do país.<br />

Precisamos tornar a adoção do padrão internacional<br />

de contabilidade uma ferramenta de desenvolvimento<br />

para as empresas e para todo o mercado<br />

A adoção das IFRS <strong>é</strong>, portanto, um <strong>dos</strong> pilares para garantir a conquista da<br />

“Cidadania Corporativa”, especialmente para empresas jovens, de pe<strong>que</strong>no<br />

porte ou sob gestão familiar ainda não profissionalizada. Pode parecer simplificação<br />

lançar mão do termo “Cidadania Corporativa” neste debate, mas um<br />

percentual significativo de corporações no <strong>Brasil</strong> ainda não <strong>é</strong> reconhecido e<br />

respeitado por sua relevância em nossa sociedade. A conquista desse reconhecimento<br />

passa, sem dúvida, pelo desenvolvimento de instrumentos de<br />

governança, dentre os quais as IFRS são importante componente.<br />

O desafio não <strong>é</strong> simples de ser suplantado. Precisamos garantir o ensino<br />

das normas internacionais aos profissionais já atuantes, formar pessoal para a<br />

nova realidade, organizar as corporações para <strong>que</strong> estejam preparadas para<br />

assumir a mudança e tornar a adoção do padrão internacional de contabilidade<br />

uma ferramenta de desenvolvimento para as empresas e para todo o mercado.<br />

Trabalho não falta, mas os resulta<strong>dos</strong> tendem a ser ótimos para to<strong>dos</strong>. ■<br />

Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos<br />

Diretor-Presidente Jos<strong>é</strong> Mascarenhas<br />

Diretor Executivo Ricardo Galuppo<br />

Publisher Ricardo Galuppo<br />

Diretor de Redação Joaquim Castanheira<br />

Diretor Adjunto Octávio Costa<br />

Editores Executivos Adriana Teixeira,<br />

Gabriel de Sales, Jiane Carvalho<br />

redacao@brasileconomico.com.br<br />

BRASIL ECONÔMICO<br />

<strong>é</strong> uma publicação da Empresa<br />

Jornalística Econômico S.A.<br />

Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar<br />

CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP)<br />

Sede - Rua Joaquim Palhares, 40<br />

Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080<br />

Rio de Janeiro (RJ)<br />

Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707<br />

Japão analisa usinas suscetíveis a terremotos<br />

Rodrigo Sias<br />

Economista do Instituto de Economia da Universidade<br />

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)<br />

A controv<strong>é</strong>rsia do euro<br />

Robert Mundell ganhou o prêmio Nobel de Economia em 1999 por seus trabalhos<br />

acadêmicos sobre as “zonas monetárias ótimas”, nos quais analisava<br />

quando seria propícia a criação de uma moeda comum entre dois ou mais<br />

países. Por conta desses estu<strong>dos</strong>, ele <strong>é</strong> considerado o “pai intelectual” do euro.<br />

Para Mundell, a Europa poderia ser uma zona monetária ótima caso algumas<br />

condições fossem atendidas: os preços e salários deveriam ser flexíveis,<br />

deveria haver livre movimentação de capital e os governos deveriam permitir<br />

a deflação relativa da economia, mantendo orçamentos equilibra<strong>dos</strong>. Caso<br />

algum país dentro da zona monetária experimentasse d<strong>é</strong>ficits persistentes<br />

em seu balanço de pagamento, os salários e preços deveriam cair. Isso seria<br />

equivalente a uma depreciação de sua taxa de câmbio, o <strong>que</strong> permitiria o<br />

reequilíbrio das contas pelo aumento de competitividade.<br />

Inspirado nos mecanismos descritos por Mundell, a União Europeia exige<br />

<strong>que</strong> os países membros possuam d<strong>é</strong>ficits públicos reduzi<strong>dos</strong>, livre movimento<br />

de produtos, pessoas, serviços e capital, al<strong>é</strong>m da padronização de legislações<br />

e flexibilidade na mão de obra. Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia<br />

em 1976, não acreditava <strong>que</strong> os mecanismos descritos por Mundell<br />

funcionariam. Ele observava <strong>que</strong> os preços, em especial, salários, seriam resistentes<br />

à <strong>que</strong>da e os governos tenderiam a não deixar <strong>que</strong> a deflação corretiva<br />

fosse posta em marcha, por medo <strong>dos</strong> efeitos recessivos de curto prazo.<br />

Por conta disso, Friedman pensava <strong>que</strong> o melhor seria estabelecer uma liberalização<br />

comercial profunda, mantendo, entretanto, as moedas nacionais.<br />

As taxas de câmbio seriam as responsáveis pelos ajustes entre países superavitários<br />

e deficitários. Havendo d<strong>é</strong>ficit, a taxa de câmbio do país deficitário<br />

depreciaria at<strong>é</strong> restabelecer sua competitividade e seu equilíbrio no balanço<br />

de pagamentos, independente da flexibilidade <strong>dos</strong> preços e salários ou<br />

da disciplina do governo. Analisando a atual <strong>situação</strong> europeia, observa-se<br />

<strong>que</strong> Friedman tinha razão. Em grande parte da Europa os salários são rígi<strong>dos</strong><br />

— por leis como o seguro desemprego ou pela força <strong>dos</strong> sindicatos —, os governos<br />

não conseguem controlar gastos e a mão de obra não <strong>é</strong> tão livre. O<br />

ajuste necessário nunca veio. Ao contrário, a zona monetária comum apenas<br />

propiciou uma má avaliação de risco por parte do mercado, <strong>que</strong> emprestou<br />

continuamente aos países deficitários, acreditando no bay out europeu<br />

eterno para os devedores.<br />

Há apenas um país <strong>que</strong> funciona tal como Mundell especificava: a Alemanha.<br />

Lá, os trabalhadores aceitaram <strong>que</strong>das nos salários e o governo produz<br />

reduzido d<strong>é</strong>ficit. Com isso, a Alemanha <strong>é</strong> capaz de competir at<strong>é</strong> mesmo com<br />

a China e alcança superávits comerciais com seus vizinhos europeus, aumentando<br />

os desequilíbrios na UE. A controv<strong>é</strong>rsia entre os dois ganhadores do<br />

Nobel mostra <strong>que</strong> a União Europeia só poderá ser salva sob duas hipóteses:<br />

ou os países europeus abandonam organizadamente o euro, acabando com a<br />

união monetária e mantendo taxas de câmbio flutuantes — como propunha<br />

Friedman —, ou os países europeus tornam-se mais pareci<strong>dos</strong> com a Alemanha,<br />

conforme Mundell acreditava. Eu aposto na primeira opção. ■<br />

CONTATOS:<br />

Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158<br />

Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128<br />

Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182<br />

Atendimento ao assinante/leitor<br />

Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100<br />

São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118<br />

De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30<br />

Sába<strong>dos</strong>, domingos e feria<strong>dos</strong> - das 7h às 14h<br />

www.brasileconomico.com.br/assine<br />

assinatura@brasileconomico.com.br<br />

Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 39<br />

O Japão está revendo da<strong>dos</strong> sismológicos das suas usinas nucleares, após<br />

a imprensa noticiar a descoberta de <strong>que</strong> mais uma instalação atômica foi<br />

construída sobre uma falha tectônica ativa. Essa revisão pode levar a uma<br />

desativação permanente de algumas usinas japonesas, alimentando o debate<br />

sobre o futuro da energia nuclear depois do desastre de Fukushima, causado por<br />

um terremoto e um tsunami. “Realizaremos audiências para ouvir as opiniões de<br />

especialistas”, disse o ministro de Com<strong>é</strong>rcio e Indústria, Yukyo Edano. Reuters<br />

A União Europeia só poderá ser salva sob duas<br />

hipóteses: ou os países abandonam organizadamente<br />

o euro ou se tornam mais pareci<strong>dos</strong> com a Alemanha<br />

Condições especiais para pacotes e projetos corporativos<br />

assinaturascorporativas@brasileconomico.com.br<br />

Fone (11) 3320-2017<br />

(circulação de segunda a sexta, exceto nos feria<strong>dos</strong> nacionais)<br />

Central de Atendimento ao Jornaleiro<br />

Fone (11) 3320-2112<br />

Impressão<br />

Editora O Dia S.A. (RJ)<br />

Diário Serv Gráfica & Logística (SP)


40 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />

ÚLTIMA HORA<br />

Governo <strong>que</strong>r mais infraestrutura<br />

para operadoras de telefonia móvel<br />

Depois da proibição da venda de novas<br />

linhas de telefonia celular em<br />

Porto Alegre, determinada pelo Procon,<br />

o ministro interino das Comunicações,<br />

Cezar Alvarez, disse ontem<br />

<strong>que</strong> o governo está trabalhando<br />

com medidas para solucionar os<br />

problemas de qualidade das operadoras.<br />

Entre elas estão o incentivo<br />

ao compartilhamento de infraestrutura<br />

entre as empresas, regras transitórias<br />

para a Copa do Mundo e<br />

isenções tributárias para projetos<br />

de infraestrutura.<br />

“Estamos vendo o <strong>que</strong> está ao<br />

nosso alcance para ajudar as empresas<br />

a terem mais infraestrutura para<br />

dar conta do <strong>que</strong> vendem. Ao mesmo<br />

tempo, temos <strong>que</strong> cuidar para<br />

<strong>que</strong> o <strong>que</strong> vende seja atendido e o cidadão<br />

nãos seja prejudicado”.<br />

Para Alvarez, a decisão do Procon<br />

de Porto Alegre não foi estapafúrdia,<br />

e reflete um cenário em <strong>que</strong><br />

a demanda por serviços está crescendo<br />

mais <strong>que</strong> a capacidade de investimento<br />

das empresas. “É evidente<br />

<strong>que</strong> a capacidade instalada está<br />

no seu limite, as empresas reconhecem<br />

isso. A Anatel nos conta e a<br />

gente, como usuário, percebe <strong>que</strong> a<br />

qualidade vem diminuindo um pouco,<br />

em alguns lugares mais, outros<br />

menos”. O Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de<br />

Defesa do Consumidor (Idec) espera<br />

<strong>que</strong> a decisão tomada em Porto<br />

Alegre reflita no cenário de investimentos<br />

das operadoras, <strong>que</strong>, na ava-<br />

David Manning/Reuters<br />

Republicano não informará rendimento anterior a 2010<br />

Romney se nega a divulgar<br />

outras declarações de renda<br />

O pr<strong>é</strong>-candidato republicano Mitt Romney ignorou ontem<br />

a pressão para <strong>que</strong> divulgue mais declarações de<br />

renda, e sua campanha criticou o presidente Barack<br />

Obama num esforço para desviar o debate do histórico<br />

empresarial e financeiro de Romney. Romney diz <strong>que</strong><br />

não vai ceder aos apelos — inclusive de alguns colegas<br />

de partido — para <strong>que</strong> divulgue rendimentos anteriores<br />

a 2010. “No ambiente político <strong>que</strong> existe hoje, a pesquisa<br />

de oposição da campanha de Obama está procurando<br />

qual<strong>que</strong>r coisa <strong>que</strong> eles possam usar para distrair (o eleitorado)<br />

do fracasso do presidente em reacender nossa<br />

economia”, disse Romney ao site conservador National<br />

Review Online. “Simplesmente não me entusiasmo em<br />

entregar-lhes centenas ou milhares de páginas a mais<br />

para <strong>que</strong> selecionem, distorçam e mintam a respeito”,<br />

disse ele. ■ Reuters<br />

<strong>Brasil</strong> Econômico <strong>é</strong> uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A.,<br />

com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7 o andar, Cidade Nova - CEP 20260-080<br />

Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707<br />

Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118<br />

Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - assinatura@brasileconomico.com.br<br />

É proibida a reprodução total ou parcial sem pr<strong>é</strong>via autorização da Empresa Jornalística Econômica S.A.<br />

Valter Campanato/ABr<br />

Cezar Alvarez: “Temos de cuidar para <strong>que</strong> o cidadão não seja prejudicado”<br />

liação da entidade, se concentram<br />

mais na expansão da base de clientes,<br />

em detrimento de infraestrutura<br />

para qualidade <strong>dos</strong> serviços.<br />

“Uma medida como essa vai fazer<br />

com <strong>que</strong> pelo menos se repense esse<br />

cenário”, disse o advogado da entidade,<br />

Guilherme Varella. ■ ABr<br />

Empresa contabilizou R$ 61,1 milhões em vendas<br />

Receitas da Ferbasa<br />

sobem 11,7% em junho<br />

Divulgação<br />

A Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa) registrou<br />

receita líquida de vendas de R$ 61,13 milhões em<br />

junho, alta de 11,7% em relação a igual período de 2011,<br />

quando totalizou R$ 54,73 milhões. Em maio, o faturamento<br />

foi maior, somando R$ 64,29 milhões. Na comparação<br />

com o mês anterior, a receita teve <strong>que</strong>da de 4,9%.<br />

Os volumes vendi<strong>dos</strong> no mês de junho atingiram<br />

10.816 toneladas de FeCrAC (Ferro Cromo Alto Carbono),<br />

1.604 toneladas de FeCrBC (Ferro Cromo Baixo Carbono)<br />

e 6.006 toneladas de FeSi 75% (Ferro Silício), respectivamente<br />

25,75%, 14,25% e -22,73% de variação<br />

em relação ao mesmo período de 2011.<br />

No início de julho, a Ferbasa reduziu o preço de referência<br />

do ferro cromo alto carbono (<strong>Ben</strong>chmark Europa)<br />

em 7,41% para o terceiro trimestre, para US$ 1,25<br />

por libra de cromo. ■ <strong>Brasil</strong> Econômico Online<br />

www.brasileconomico.com.br<br />

Ricardo Galuppo<br />

rgaluppo@brasileconomico.com.br<br />

Publisher<br />

O número mágico<br />

da Lei Orçamentária<br />

Existe uma armadilha embutida na Lei de Diretrizes<br />

Orçamentárias aprovada ontem pelo Congresso Nacional.<br />

Conforme o documento, o PIB do país terá um<br />

crescimento de 5,5% ao longo de 2013 — e <strong>é</strong> esse o número<br />

<strong>que</strong> será utilizado pelos parlamentares, quando<br />

chegar a hora de elaborar o orçamento propriamente<br />

dito, para definir as despesas públicas no período. É<br />

com base nessa previsão de desempenho da economia<br />

<strong>que</strong> os parlamentares definirão o valor das emendas<br />

<strong>que</strong> apresentarão ao governo para gastos públicos em<br />

suas bases. O problema <strong>é</strong> <strong>que</strong> a previsão <strong>é</strong> consideravelmente<br />

mais otimista do <strong>que</strong> os números do Banco Central<br />

— <strong>que</strong> tem se caracterizado por uma <strong>dos</strong>e de realismo<br />

superior à de outras instituições do governo. Segundo<br />

o relatório Focus divulgado na segunda-feira<br />

passada, o crescimento de 2013 deverá ficar em 4,1%<br />

(ou seja, 1,4 ponto abaixo do percentual de crescimento<br />

<strong>que</strong> o Congresso utilizará para calcular as despesas).<br />

Entre o PIB previsto pela LDO<br />

e os números do Focus, do BC,<br />

existe uma diferença de cerca<br />

de R$ 70 bilhões no PIB de 2013<br />

Por uma conta simples, tomando-se o PIB de 2011 e<br />

aplicando sobre ele o crescimento de 1,9% previsto pelo<br />

Focus (aplicando-se sobre ele o IPCA estimado pelo<br />

Focus em 4,87%), chegaríamos a um PIB de R$ 4,43<br />

trilhões este ano. É aí <strong>que</strong> vem a armadilha. Utilizando-se<br />

o mesmo crit<strong>é</strong>rio e tendo os 5,5% de crescimento<br />

previstos pela LDO como referência, o PIB de 2013<br />

seria de R$ 4,93 trilhões. Pelo número do Focus, o valor<br />

seria menor, de R$ 4,86 trilhões. A diferença, nesse<br />

caso, seria de mais ou menos R$ 70 bilhões. É muito<br />

dinheiro. O suficiente para financiar mais de oito pacotes<br />

de estímulo à indústria iguais ao baixado pelo governo<br />

dias atrás e <strong>que</strong> foi finalmente aprovado pelo<br />

Congresso na sessão de ontem. Ou seja: já na largada,<br />

o Congresso está estimando gastos superiores à capacidade<br />

de arrecadação assumida por uma das instituições<br />

de maior credibilidade do país.<br />

A consequência <strong>é</strong> mais do <strong>que</strong> previsível. Ao longo<br />

de 2013, o governo será obrigado a adotar medidas para<br />

compatibilizar o gasto com as possibilidades reais<br />

do erário público. Ao fazer isso, será acusado de descumprir<br />

o Orçamento — quando, na verdade, estará<br />

apenas tomando as medidas necessárias para se manter<br />

nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou,<br />

então, para não provocar um desarranjo inflacionário<br />

<strong>que</strong> conseguiria, única e tão somente, deixar o cenário<br />

mais confuso e retroceder à<strong>que</strong>le desatino monetário<br />

anterior ao Plano Real. Nos últimos anos, o Congresso<br />

Nacional tem se caracterizado por fugir do essencial<br />

e centrar seu esforço em iniciativas inúteis. Esta<br />

semana os parlamentares entram em recesso e,<br />

com os eventos previstos para os próximos meses (como<br />

o julgamento <strong>dos</strong> r<strong>é</strong>us do escândalo do “Mensalão”<br />

e as eleições municipais), <strong>é</strong> pouco provável <strong>que</strong> alguma<br />

medida importante seja votada em Brasília (conforme<br />

mostra a reportagem em Desta<strong>que</strong> nesta edição<br />

do BRASIL ECONÔMICO). É lamentável <strong>que</strong> seja assim.<br />

Mas, infelizmente, essa tem sido nossa realidade. ■

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!