Ben Bernanke alerta que situação fiscal dos EUA é - Brasil ...
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34 <strong>Brasil</strong> Econômico Quarta-feira, 18 de julho, 2012<br />
FINANÇAS PESSOAIS<br />
ECONOMIZAR<br />
Aprenda a negociar empr<strong>é</strong>stimos<br />
novos e antigos com os bancos<br />
Bons pagadores levam vantagem<br />
num momento em <strong>que</strong> os juros estão<br />
em <strong>que</strong>da e a inadimplência, em alta<br />
Vanessa Correia<br />
vcorreia@brasileconomico.com.br<br />
Quem precisa pedir dinheiro novo<br />
emprestado ou renegociar<br />
contratos antigos tem boas<br />
chances de conseguir condições<br />
favoráveis nos bancos neste momento.<br />
Com juros em <strong>que</strong>da e<br />
inadimplência em alta, os bancos<br />
estão cada vez mais interessa<strong>dos</strong><br />
em clientes considera<strong>dos</strong><br />
“bons pagadores”. Pesquisando<br />
bastante, <strong>que</strong>m tem um histórico<br />
e bom relacionamento com<br />
bancos pode conseguir aliviar o<br />
peso das parcelas do empr<strong>é</strong>stimo<br />
no orçamento.<br />
Foi o <strong>que</strong> fez o empresário do<br />
ramo de construção civil Rubens<br />
Molinari. Prevendo uma<br />
desaceleração no ritmo de crescimento<br />
<strong>dos</strong> negócios, Molinari<br />
informou às instituições financeiras<br />
com as quais mantinha relacionamento<br />
sua preocupação<br />
de não conseguir honrar os seus<br />
compromissos no curto prazo.<br />
“Em mea<strong>dos</strong> do ano passado,<br />
quando ainda não estava<br />
inadimplente, entrei em contato<br />
com os bancos solicitando a<br />
revisão das taxas de juros e forma<br />
de pagamento <strong>dos</strong> empr<strong>é</strong>stimos<br />
contraí<strong>dos</strong>. Dos quatro bancos<br />
em <strong>que</strong> tenho conta, três<br />
aceitaram minha proposta.”<br />
A iniciativa do empresário <strong>é</strong><br />
recomendada por Jos<strong>é</strong> Nicolau<br />
Pompeo, professor de finanças<br />
da Pontifícia Universidade Católica<br />
de São Paulo (PUC-SP). “Solicitar<br />
o alongamento <strong>dos</strong> pra-<br />
zos de financiamento <strong>é</strong> uma alternativa<br />
para <strong>que</strong>m não está<br />
inadimplente. Os bancos <strong>que</strong>rem<br />
receber o <strong>que</strong> foi contratado<br />
pelo correntista e não ter<br />
mais um cliente devedor”, diz.<br />
Outra sugestão <strong>é</strong> fazer a portabilidade<br />
de seu contrato para outra<br />
instituição financeira, caso a<br />
<strong>que</strong> tem relacionamento não<br />
aceite negociar. “Neste caso,<br />
avalie o custo financeiro da migração,<br />
não apenas os juros cobra<strong>dos</strong>.<br />
Muitas vezes, a cobrança<br />
de tarifas — entre elas o pacote<br />
de serviços para manter conta<br />
corrente aberta, ou mesmo a<br />
contratação de uma apólice de<br />
seguros — anula o ganho da redução<br />
<strong>dos</strong> juros”, lembra Carlos<br />
Thadeu de Oliveira, gerente t<strong>é</strong>cnico<br />
do Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de<br />
Defesa do Consumidor (Idec).<br />
Já Maria Inês Dolci, coordenadora<br />
institucional da Proteste,<br />
diz <strong>é</strong> <strong>que</strong> comum, em operações<br />
de portabilidade do cr<strong>é</strong>dito, a<br />
exigência de <strong>que</strong> o cliente compre<br />
produtos não liga<strong>dos</strong> à operação,<br />
tais como título de capitalização.<br />
“Essa prática <strong>é</strong> conhecida<br />
como venda casada e <strong>é</strong> proibida.<br />
Não aceite caso um banco<br />
a ofereça em contrapartida a juros<br />
mais baixos.”<br />
Para <strong>que</strong>m busca um novo financiamento,<br />
seja para a aquisição<br />
de um eletrodom<strong>é</strong>stico, veículo<br />
ou imóvel, a orientação <strong>é</strong><br />
pesquisar. “Avalie em outros<br />
bancos as taxas de juros cobradas<br />
na modalidade de cr<strong>é</strong>dito de<br />
seu interesse. Isso o ajudará a ne-<br />
Martins organizou as finanças e conseguiu quitar dívidas da empresa, <strong>que</strong> somavam R$ 130 mil<br />
PARA COMPARAR<br />
Veja se o <strong>que</strong> seu banco<br />
cobra está dentro da m<strong>é</strong>dia,<br />
taxa anual*<br />
PESSOA JURÍDICA<br />
Desconto de duplicata 36,4%<br />
Capital de giro 20,5%<br />
Conta garantida 103,5%<br />
PESSOA FÍSICA<br />
Che<strong>que</strong> especial 169,5%<br />
Cr<strong>é</strong>dito pessoal 41,4%<br />
Aquisição de veículos 23,4%<br />
Fonte: Banco Central<br />
*Da<strong>dos</strong> referentes a maio<br />
EM BUSCA DOS JUROS MENORES Como renegociar contratos e obter empr<strong>é</strong>stimos mais baratos<br />
O banco solicitará informações<br />
para avaliar sua capacidade de<br />
honrar os compromissos. Não omita<br />
da<strong>dos</strong>, seja de renda familiar ou de<br />
empr<strong>é</strong>stimos em outros bancos<br />
Fonte: especialistas<br />
1 2 3<br />
Pesquise em outros bancos as taxas<br />
de juros cobradas na modalidade<br />
de cr<strong>é</strong>dito de seu interesse. Isso o<br />
ajudará a negociar com a instituição<br />
financeira onde tem conta<br />
Considere a possibilidade<br />
de migrar seu contrato para<br />
outra instituição financeira,<br />
caso a <strong>que</strong> tem relacionamento<br />
não aceite negociar<br />
Avalie o custo financeiro<br />
da portabilidade, não apenas<br />
os juros cobra<strong>dos</strong>. Muitas vezes,<br />
a cobrança de tarifas anula o<br />
ganho com a redução <strong>dos</strong> juros<br />
gociar com a instituição financeira<br />
com a qual tem relacionamento”,<br />
diz Mauro Calil, professor<br />
e educador financeiro.<br />
Isso, inclusive, <strong>é</strong> uma arma<br />
na mão do consumidor, afirma<br />
Pompeo. “Com a explosão <strong>dos</strong><br />
índices de inadimplência, um<br />
banco <strong>que</strong> não conhece seu histórico<br />
de pagamento tende a<br />
embutir o risco da operação no<br />
custo e, conse<strong>que</strong>ntemente, cobrar<br />
juros mais altos. Mas se a<br />
instituição com a qual mant<strong>é</strong>m<br />
relacionamento fizer isso, não<br />
aceite: negocie.”<br />
Clientes inadimplentes, pessoas<br />
físicas ou empresas, tamb<strong>é</strong>m<br />
podem negociar com os<br />
bancos a quitação <strong>dos</strong> d<strong>é</strong>bitos.<br />
Se as parcelas estiverem<br />
pesadas, proponha à instituição<br />
financeira a repactuação da<br />
dívida, ou seja, o alongamento<br />
<strong>dos</strong> prazos de pagamento<br />
Alexandre Rezende<br />
Foi o <strong>que</strong> o empresário Robson<br />
Martins, de 36 anos, fez. Com<br />
uma dívida de R$ 130 mil, ele<br />
entrou em contato com os bancos<br />
<strong>que</strong>rendo negociar. “Antes,<br />
organizei as finanças pessoais e<br />
profissionais, e minha empresa<br />
começou a dar lucro. Com o respiro,<br />
pude propor a um <strong>dos</strong> bancos<br />
a renegociação da dívida”,<br />
lembra o empresário.<br />
Ainda de acordo com Martins,<br />
com o primeiro banco <strong>que</strong><br />
entrou em contato, o valor do<br />
empr<strong>é</strong>stimo era de R$ 50 mil<br />
com juros de 4% ao mês. “Conseguimos<br />
reduzir as taxas para<br />
1,8% ao mês, al<strong>é</strong>m do abatimento<br />
do montante da dívida”, informa<br />
o empresário. ■<br />
4 5 6<br />
Não espere a dívida crescer<br />
para propor a renegociação das<br />
condições de seu financiamento.<br />
A recomendação <strong>é</strong> esperar no<br />
máximo três meses