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Ben Bernanke alerta que situação fiscal dos EUA é - Brasil ...

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PONTO FINAL<br />

IDEIAS/DEBATES pontofinal@brasileconomico.com.br<br />

Orlando Octávio de Freitas Jr.<br />

Sócio da área de mercado empreendedor da KPMG no <strong>Brasil</strong><br />

Um novo padrão contábil<br />

Há quase cinco anos, era promulgada a Lei 11.638/07, <strong>que</strong> trata da convergência<br />

do padrão contábil brasileiro para as chamadas IFRS — International<br />

Financial Reporting Standards, ou normas internacionais de contabilidade,<br />

adotadas atualmente por mais de 100 países. A nova legislação estabeleceu<br />

<strong>que</strong> tais normas deveriam ser adaptadas à realidade brasileira e, a partir dessa<br />

adequação, passassem a valer efetivamente para as demonstrações financeiras<br />

de 2010 das empresas de capital aberto (listadas em bolsa) e para grandes<br />

corporações de capital fechado (com faturamento acima de R$ 300 milhões<br />

ao ano). Empresas, seus contadores, auditores, órgãos reguladores e<br />

normativos, entidades representativas de profissionais e demais instituições<br />

envolvidas nesse segmento esforçaram-se ao máximo para cumprir o <strong>que</strong><br />

foi estabelecido na lei. Tal esforço não foi em vão, e o <strong>Brasil</strong> <strong>é</strong> hoje reconhecido<br />

como um <strong>dos</strong> integrantes da comunidade <strong>que</strong> adota de fato as IFRS.<br />

Como em todo processo de evolução de padronização de normas, as IFRS estão<br />

expandindo sua aplicabilidade, deixando de se restringir às empresas de capital<br />

aberto e às grandes empresas para serem adotadas por todas as corporações de<br />

qual<strong>que</strong>r tamanho e nível de faturamento. Embora não haja, de fato, qual<strong>que</strong>r penalidade<br />

pelo não cumprimento desta regulamentação, o fato <strong>é</strong> <strong>que</strong> a conversão<br />

das empresas às normas <strong>é</strong> uma oportunidade e o grande desafio <strong>que</strong> se apresenta<br />

para os próximos anos está em formar e capacitar profissionais para a tarefa.<br />

Certamente haverá vários obstáculos. Mas temos certeza de <strong>que</strong> o atual<br />

processo garantirá evolução à gestão das empresas. Entre suas vantagens, está<br />

a adoção de um padrão internacionalmente aprovado e reconhecido. Com<br />

isso, as empresas estarão melhor preparadas em termos de governança, com<br />

suas demonstrações financeiras adequadas à análise, inclusive de agentes internacionais,<br />

abrindo espaço especialmente para o acesso e barateamento do<br />

cr<strong>é</strong>dito no sistema financeiro e de outras fontes de recursos. Al<strong>é</strong>m, <strong>é</strong> claro, de<br />

proporcionar maior segurança para a expansão geográfica, seja pelo estabelecimento<br />

de parcerias, joint ventures ou acor<strong>dos</strong> com fornecedores internacionais,<br />

seja pela abertura de escritórios, representações ou plantas fora do país.<br />

Precisamos tornar a adoção do padrão internacional<br />

de contabilidade uma ferramenta de desenvolvimento<br />

para as empresas e para todo o mercado<br />

A adoção das IFRS <strong>é</strong>, portanto, um <strong>dos</strong> pilares para garantir a conquista da<br />

“Cidadania Corporativa”, especialmente para empresas jovens, de pe<strong>que</strong>no<br />

porte ou sob gestão familiar ainda não profissionalizada. Pode parecer simplificação<br />

lançar mão do termo “Cidadania Corporativa” neste debate, mas um<br />

percentual significativo de corporações no <strong>Brasil</strong> ainda não <strong>é</strong> reconhecido e<br />

respeitado por sua relevância em nossa sociedade. A conquista desse reconhecimento<br />

passa, sem dúvida, pelo desenvolvimento de instrumentos de<br />

governança, dentre os quais as IFRS são importante componente.<br />

O desafio não <strong>é</strong> simples de ser suplantado. Precisamos garantir o ensino<br />

das normas internacionais aos profissionais já atuantes, formar pessoal para a<br />

nova realidade, organizar as corporações para <strong>que</strong> estejam preparadas para<br />

assumir a mudança e tornar a adoção do padrão internacional de contabilidade<br />

uma ferramenta de desenvolvimento para as empresas e para todo o mercado.<br />

Trabalho não falta, mas os resulta<strong>dos</strong> tendem a ser ótimos para to<strong>dos</strong>. ■<br />

Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos<br />

Diretor-Presidente Jos<strong>é</strong> Mascarenhas<br />

Diretor Executivo Ricardo Galuppo<br />

Publisher Ricardo Galuppo<br />

Diretor de Redação Joaquim Castanheira<br />

Diretor Adjunto Octávio Costa<br />

Editores Executivos Adriana Teixeira,<br />

Gabriel de Sales, Jiane Carvalho<br />

redacao@brasileconomico.com.br<br />

BRASIL ECONÔMICO<br />

<strong>é</strong> uma publicação da Empresa<br />

Jornalística Econômico S.A.<br />

Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar<br />

CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP)<br />

Sede - Rua Joaquim Palhares, 40<br />

Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080<br />

Rio de Janeiro (RJ)<br />

Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707<br />

Japão analisa usinas suscetíveis a terremotos<br />

Rodrigo Sias<br />

Economista do Instituto de Economia da Universidade<br />

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)<br />

A controv<strong>é</strong>rsia do euro<br />

Robert Mundell ganhou o prêmio Nobel de Economia em 1999 por seus trabalhos<br />

acadêmicos sobre as “zonas monetárias ótimas”, nos quais analisava<br />

quando seria propícia a criação de uma moeda comum entre dois ou mais<br />

países. Por conta desses estu<strong>dos</strong>, ele <strong>é</strong> considerado o “pai intelectual” do euro.<br />

Para Mundell, a Europa poderia ser uma zona monetária ótima caso algumas<br />

condições fossem atendidas: os preços e salários deveriam ser flexíveis,<br />

deveria haver livre movimentação de capital e os governos deveriam permitir<br />

a deflação relativa da economia, mantendo orçamentos equilibra<strong>dos</strong>. Caso<br />

algum país dentro da zona monetária experimentasse d<strong>é</strong>ficits persistentes<br />

em seu balanço de pagamento, os salários e preços deveriam cair. Isso seria<br />

equivalente a uma depreciação de sua taxa de câmbio, o <strong>que</strong> permitiria o<br />

reequilíbrio das contas pelo aumento de competitividade.<br />

Inspirado nos mecanismos descritos por Mundell, a União Europeia exige<br />

<strong>que</strong> os países membros possuam d<strong>é</strong>ficits públicos reduzi<strong>dos</strong>, livre movimento<br />

de produtos, pessoas, serviços e capital, al<strong>é</strong>m da padronização de legislações<br />

e flexibilidade na mão de obra. Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia<br />

em 1976, não acreditava <strong>que</strong> os mecanismos descritos por Mundell<br />

funcionariam. Ele observava <strong>que</strong> os preços, em especial, salários, seriam resistentes<br />

à <strong>que</strong>da e os governos tenderiam a não deixar <strong>que</strong> a deflação corretiva<br />

fosse posta em marcha, por medo <strong>dos</strong> efeitos recessivos de curto prazo.<br />

Por conta disso, Friedman pensava <strong>que</strong> o melhor seria estabelecer uma liberalização<br />

comercial profunda, mantendo, entretanto, as moedas nacionais.<br />

As taxas de câmbio seriam as responsáveis pelos ajustes entre países superavitários<br />

e deficitários. Havendo d<strong>é</strong>ficit, a taxa de câmbio do país deficitário<br />

depreciaria at<strong>é</strong> restabelecer sua competitividade e seu equilíbrio no balanço<br />

de pagamentos, independente da flexibilidade <strong>dos</strong> preços e salários ou<br />

da disciplina do governo. Analisando a atual <strong>situação</strong> europeia, observa-se<br />

<strong>que</strong> Friedman tinha razão. Em grande parte da Europa os salários são rígi<strong>dos</strong><br />

— por leis como o seguro desemprego ou pela força <strong>dos</strong> sindicatos —, os governos<br />

não conseguem controlar gastos e a mão de obra não <strong>é</strong> tão livre. O<br />

ajuste necessário nunca veio. Ao contrário, a zona monetária comum apenas<br />

propiciou uma má avaliação de risco por parte do mercado, <strong>que</strong> emprestou<br />

continuamente aos países deficitários, acreditando no bay out europeu<br />

eterno para os devedores.<br />

Há apenas um país <strong>que</strong> funciona tal como Mundell especificava: a Alemanha.<br />

Lá, os trabalhadores aceitaram <strong>que</strong>das nos salários e o governo produz<br />

reduzido d<strong>é</strong>ficit. Com isso, a Alemanha <strong>é</strong> capaz de competir at<strong>é</strong> mesmo com<br />

a China e alcança superávits comerciais com seus vizinhos europeus, aumentando<br />

os desequilíbrios na UE. A controv<strong>é</strong>rsia entre os dois ganhadores do<br />

Nobel mostra <strong>que</strong> a União Europeia só poderá ser salva sob duas hipóteses:<br />

ou os países europeus abandonam organizadamente o euro, acabando com a<br />

união monetária e mantendo taxas de câmbio flutuantes — como propunha<br />

Friedman —, ou os países europeus tornam-se mais pareci<strong>dos</strong> com a Alemanha,<br />

conforme Mundell acreditava. Eu aposto na primeira opção. ■<br />

CONTATOS:<br />

Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158<br />

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Quarta-feira, 18 de julho, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 39<br />

O Japão está revendo da<strong>dos</strong> sismológicos das suas usinas nucleares, após<br />

a imprensa noticiar a descoberta de <strong>que</strong> mais uma instalação atômica foi<br />

construída sobre uma falha tectônica ativa. Essa revisão pode levar a uma<br />

desativação permanente de algumas usinas japonesas, alimentando o debate<br />

sobre o futuro da energia nuclear depois do desastre de Fukushima, causado por<br />

um terremoto e um tsunami. “Realizaremos audiências para ouvir as opiniões de<br />

especialistas”, disse o ministro de Com<strong>é</strong>rcio e Indústria, Yukyo Edano. Reuters<br />

A União Europeia só poderá ser salva sob duas<br />

hipóteses: ou os países abandonam organizadamente<br />

o euro ou se tornam mais pareci<strong>dos</strong> com a Alemanha<br />

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assinaturascorporativas@brasileconomico.com.br<br />

Fone (11) 3320-2017<br />

(circulação de segunda a sexta, exceto nos feria<strong>dos</strong> nacionais)<br />

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Impressão<br />

Editora O Dia S.A. (RJ)<br />

Diário Serv Gráfica & Logística (SP)

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