19.04.2013 Views

Folhetim 09 - Galera da Física

Folhetim 09 - Galera da Física

Folhetim 09 - Galera da Física

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

NOVEMBRO DE 1999<br />

A força gravitacional é a força <strong>da</strong>s<br />

grandes escalas (o cosmo). Na figura<br />

1, vimos que a força gravitacional,<br />

inclusive dentro do nucleon, é muito<br />

menor que as outras forças fun<strong>da</strong>mentais,<br />

de forma que, de agora em<br />

diante, nos restringiremos a discutir<br />

as outras três forças fun<strong>da</strong>mentais:<br />

eletromagnética, fraca e forte.<br />

O fóton (luz) é a partícula responsável<br />

pelas forças eletromagnéticas.<br />

Quando duas partículas carrega<strong>da</strong>s<br />

eletricamente interagem entre si, elas<br />

estão trocando fótons. Devemos ressaltar<br />

que, apesar dos fótons serem<br />

os responsáveis pela interação entre<br />

as partículas carrega<strong>da</strong>s, o fóton não<br />

possui carga elétrica. O fato de a<br />

força eletromagnética ser de longo<br />

alcance nos permite garantir que a<br />

massa associa<strong>da</strong> ao campo responsável<br />

por essa interação é zero.<br />

Como o fóton é o campo responsável<br />

por esta interação, podemos afirmar<br />

que a sua massa é zero, e, conseqüentemente,<br />

sua veloci<strong>da</strong>de é igual<br />

à veloci<strong>da</strong>de c <strong>da</strong> luz. A veloci<strong>da</strong>de<br />

do fóton é sempre igual a c, qualquer<br />

que seja o referencial a partir<br />

do qual o observamos.<br />

Esta nova formulação <strong>da</strong>s forças<br />

<strong>da</strong> Natureza preserva leis de<br />

conservação, tais como, por exemplo,<br />

a conservação <strong>da</strong> carga elétrica<br />

total em todo o espaço. No caso<br />

eletromagnético temos os processos<br />

descritos na figura 3.<br />

γ<br />

γ<br />

γ<br />

e- e +<br />

e +<br />

e +<br />

e- e- (a) (b)<br />

Processos em que a carga elétrica<br />

total se conserva em todos os instantes.<br />

(a) Espalham ento do elétron (e -)<br />

por<br />

sua antipartícula (e + , pósitron) pela<br />

troca de um fóton ( γ).<br />

(b) Criação de um par elétron-pósitron<br />

a partir de um fóton. Para criar o par,<br />

a energia mínima do fóton ( γ)<br />

é de 1MeV.<br />

figura 3<br />

FOLHE<br />

FOLHE<br />

FOLHE TIM<br />

TIM<br />

Gostaríamos de lembrar que to<strong>da</strong>s<br />

as partículas carrega<strong>da</strong>s eletricamente,<br />

quer sejam léptons, quer<br />

sejam hádrons, interagem eletromagneticamente<br />

através <strong>da</strong> troca<br />

de fótons.<br />

A força fraca é senti<strong>da</strong> por todos<br />

os tipos de partículas: léptons<br />

e hádrons. As partículas responsáveis<br />

pela força fraca são os chamados<br />

bósons vetoriais W ± e Z 0 .<br />

Os bósons vetoriais W ± e Z 0 foram<br />

detectados no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

de 80 no CERN (Europa). Desde<br />

então as suas proprie<strong>da</strong>des têm<br />

sido estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s sistematicamente.<br />

O bóson Z 0 tem carga elétrica nula,<br />

enquanto que os W ± possuem carga<br />

elétrica ±1e.<br />

O decaimento b do nêutron, que<br />

é mediado pelo bóson W - , passa<br />

a ser descrito pelo diagrama <strong>da</strong> figura<br />

4.<br />

n<br />

p νe W -<br />

e -<br />

Diagrama do decaimento β.<br />

O bóson<br />

-<br />

vetorial W decai num elétron (e -)<br />

e no<br />

anti-neutrino do elétron ( νe<br />

), de forma<br />

que os produtos do decaimento do<br />

nêutron são: próton (p), elétron (e -)<br />

e o<br />

anti-neutrino do elétron ( νe<br />

).<br />

figura 4<br />

Voltamos a mencionar a unificação<br />

<strong>da</strong>s forças fraca e eletromagnética<br />

para distâncias menores que<br />

10 -18 m. As energias envolvi<strong>da</strong>s<br />

nessa escala de tamanho são tão<br />

grandes que não faz diferença o<br />

fato do fóton não ter massa, enquanto<br />

que a massa dos bósons<br />

vetoriais W ± e Z 0 é <strong>da</strong> ordem de<br />

10 5 m e , onde m e é a massa do elétron.<br />

Para distâncias menores que<br />

10 -18 m não é possível distinguir as<br />

partículas: W ± , Z 0 e o fóton. Entretanto,<br />

para distâncias maiores<br />

que 10 -18 m, as forças voltam a ser<br />

9<br />

distintas entre si, e o fato de o fóton<br />

ter massa zero faz com que a força<br />

pela qual ele é responsável seja de<br />

longo alcance, podendo ser senti<strong>da</strong><br />

a qualquer distância, enquanto<br />

que a força fraca restringe a sua<br />

ação a distâncias dentro do núcleo,<br />

devido às partículas responsáveis<br />

por essa interação serem muito<br />

pesa<strong>da</strong>s.<br />

A força forte é media<strong>da</strong> pelo<br />

glúon, que é um bóson que não tem<br />

massa. Apesar <strong>da</strong> partícula responsável<br />

pela força forte ter massa<br />

zero, a força forte tem alcance<br />

finito, que se restringe ao tamanho<br />

do núcleo. Isto ocorre devido à peculiari<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> Cromodinâmica<br />

Quântica. Ao contrário <strong>da</strong> força<br />

fraca, apenas os hádrons interagem<br />

via força forte.<br />

(Como dissemos anteriormente,<br />

todos os hádrons são estados ligados<br />

de partículas fun<strong>da</strong>mentais<br />

chama<strong>da</strong>s quarks. Os quarks são<br />

muito mais pesados que o elétron.<br />

Lembremos que uma característica<br />

interessante dos quarks é que<br />

eles possuem carga elétrica fracionária,<br />

como foi mencionado na primeira<br />

parte deste artigo. Lá, também<br />

comentamos que, experimentalmente,<br />

até hoje nunca foi medi<strong>da</strong><br />

uma carga elétrica fracionária<br />

em nenhum material. Isto equivale<br />

a dizer que não existem quarks livres.<br />

Os quarks aparecem na Natureza<br />

apenas na forma de estados<br />

ligados. Esses estados ligados têm<br />

cargas elétricas expressas por múltiplos<br />

inteiros <strong>da</strong> carga elétrica fun<strong>da</strong>mental<br />

do elétron).<br />

Ca<strong>da</strong> tipo (sabor) de quark (up,<br />

down, strange, charm, botton, top)<br />

existe em três estados diferentes,<br />

que chamamos de cor. Daí dizermos<br />

que os quarks têm carga de<br />

cor. No caso de partículas carrega<strong>da</strong>s<br />

eletricamente, temos dois tipos<br />

de carga elétrica: carga elétri-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!