Cuidar da Pessoa com Fístula Arteriovenosa - Repositório Aberto da ...
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A doença renal crónica (DRC) é uma doença crónica, <strong>com</strong> repercussões no<br />
<strong>com</strong>portamento individual, em que muitas vezes a identi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pessoa, é posta em<br />
causa no contexto <strong>da</strong>s interacções familiares e sociais. Perante esta patologia, o doente<br />
mu<strong>da</strong> os seus hábitos, o estilo de vi<strong>da</strong> e apercebe-se <strong>da</strong>s inúmeras per<strong>da</strong>s,<br />
nomea<strong>da</strong>mente a nível <strong>da</strong> condição saudável; de papéis; de responsabili<strong>da</strong>de e<br />
dependendo <strong>da</strong> cronici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> doença, pode ter menor tempo de vi<strong>da</strong> (McDaniel,<br />
Hepworth, & Doherty, 1994). Como tal, tenta rea<strong>da</strong>ptar-se às limitações e as novas<br />
condições gera<strong>da</strong>s pela existência <strong>da</strong> DRC.<br />
Esta doença caracteriza-se pela redução clinicamente significativa, irreversível e<br />
progressiva do número de nefrónios funcionantes, <strong>com</strong>prometendo a homeostasia<br />
interna do organismo (Durán & Sellarés, 1998). Da<strong>da</strong> a natureza evolutiva <strong>da</strong> doença,<br />
alguns nefrónios (a uni<strong>da</strong>de funcional do rim) permanecem intactos enquanto outros são<br />
destruídos, ocorrendo assim, uma hipertrofia nefrótica. Este processo a<strong>da</strong>ptativo permite<br />
ao rim continuar a responder às necessi<strong>da</strong>des do organismo, até uma fase muito<br />
avança<strong>da</strong> de destruição do parênquima renal. Nesse processo evolutivo, o rim deixa de<br />
eliminar adequa<strong>da</strong>mente certas substâncias resultantes do metabolismo, apresentando a<br />
pessoa alterações persistentes, tais <strong>com</strong>o, azotémia, hipercaliémia, acidose metabólica,<br />
hipocalcémia, hiperfosfatémia, anemia, edemas, náuseas, vómitos, de entre outros,<br />
evoluindo para um quadro de síndrome urémico. Na fase terminal <strong>da</strong> DRC, os doentes<br />
apresentam alterações na excreção de água e electrólitos, alterações endócrinas e na<br />
regulação <strong>da</strong> homeostasia do organismo, necessitando de uma terapêutica substitutiva<br />
<strong>da</strong> função renal (Durán & Sellarés, 1998).<br />
A hemodiálise (HD) é um tratamento substitutivo <strong>da</strong> função renal extracorporal,<br />
em que o sangue é depurado no exterior do organismo, <strong>com</strong> o auxílio de equipamento<br />
específico. Contudo, para a sua realização são necessários requisitos básicos de várias<br />
ordens, nomea<strong>da</strong>mente a nível tecnológico, operacional, organizacional, bem <strong>com</strong>o,<br />
profissionais de saúde que cuidem destes doentes e apliquem o tratamento de HD, de<br />
forma a manter quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas que padecem desta doença.<br />
Ao longo dos séculos os saberes científico-tecnológicos foram evoluindo, assim<br />
<strong>com</strong>o a prática do cui<strong>da</strong>r à pessoa em programa regular de hemodiálise (PRHD). As<br />
descobertas científicas sobre os mecanismos de funcionamento do rim e o<br />
desenvolvimento tecnológico <strong>da</strong> engenharia informática, a nível dos monitores<br />
reduziram as suas dimensões e aumentaram a sua <strong>com</strong>plexi<strong>da</strong>de, simplificando os<br />
procedimentos técnicos e minorando os riscos. Simultaneamente, ocorreram, também,<br />
desenvolvimentos a nível do acesso vascular. Trata-se de um requisito indispensável<br />
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