Cuidar da Pessoa com Fístula Arteriovenosa - Repositório Aberto da ...
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o enfermeiro pode detectar de problemas <strong>da</strong> FAV, nomea<strong>da</strong>mente na identificação de<br />
estenoses venosas; sinais e sintomas de infecção; síndrome de hipoperfusão distal<br />
isquemia; síndrome de hiperdébito, entre outros. Contudo, na literatura existe pouca<br />
documentação que evidencie os contributos desenvolvidos pelo enfermeiro nesta área.<br />
Porém, o Dialysis Out<strong>com</strong>es and Practice Patterns Study (DOPPS), 2002, cit.<br />
por Pile (2004), afirma que o enfermeiro tem uma responsabili<strong>da</strong>de fun<strong>da</strong>mental na<br />
detecção precoce <strong>da</strong> infecção do acesso, cooperando para a diminuição <strong>da</strong>s<br />
<strong>com</strong>plicações nas FAV e obtendo ganhos em saúde para a pessoa/socie<strong>da</strong>de. Konner,<br />
Nonnast-Daniel, & Ritz (2003:1675) afirmam que o enfermeiro deveria “recognize<br />
fistula problems and to pay attention to a progressive increase of venous inflow<br />
pressure and post-puncture bleeding time”. Allon & Robbin (2002) evidenciam a<br />
importância <strong>da</strong> perícia do enfermeiro na avaliação e punção <strong>da</strong> FAV. Num outro estudo,<br />
Young, Dykstra, Goodkin, Mapes, Wolfe, & Held (2002), investigaram o impacto <strong>da</strong><br />
experiência <strong>da</strong> equipa de enfermagem na sobrevi<strong>da</strong> <strong>da</strong> FAV, concluindo que se a equipe<br />
tiver um aumento de 20% na experiência dialítica (superior a 3 anos), reduz a trombose<br />
em 11%. Enquanto, Hemphill & Allon (2003) operacionalizaram cinco aspectos<br />
específicos para optimizar a FAV <strong>da</strong> pessoa, sendo um deles, a experiência e perícia <strong>da</strong><br />
equipe de enfermagem na punção. Estes aspectos tem <strong>com</strong>o objectivo reduzir<br />
hematomas e/ou infiltrações que <strong>com</strong>prometam a funcionali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> FAV. Robbin, et<br />
al., (2002), num outro estudo, demonstraram que o enfermeiro <strong>com</strong> experiência em<br />
diálise, através do exame físico, consegue determinar a maturação <strong>da</strong> FAV em 80%, ou<br />
seja, se pode iniciar punção <strong>com</strong> sucesso. Contudo, nesse artigo não são expressos os<br />
parâmetros que o enfermeiro considerou no exame físico para avaliar a maturação <strong>da</strong><br />
FAV. A não existência de parâmetros documentados dificulta a análise e a reflexão<br />
sobre as práticas de cui<strong>da</strong>dos efectua<strong>da</strong>s pela enfermagem. Desta forma parece-nos<br />
pertinente operacionalizar parâmetros específicos que expressem áreas de atenção de<br />
enfermagem em relação ao exame físico.<br />
Ball (2005:611) afirma, que o exame físico, envolve “[...] three aspects of<br />
nursing care: inspecion, palpation and auscultion”, sendo efectua<strong>da</strong> antes <strong>da</strong> punção,<br />
<strong>com</strong> o intuito de seleccionar o local mais adequado de punção. Ao realizar o exame<br />
físico, ao membro <strong>da</strong> FAV, o enfermeiro procura indícios de problemas ou<br />
<strong>com</strong>plicações que possam <strong>com</strong>prometer o seu funcionamento (Ball, 2005).<br />
Na nossa opinião, a prática do cui<strong>da</strong>r de enfermagem não envolve só a áreas do<br />
exame físico à FAV, também deve expressar outras áreas de atenção. Assim sendo, o<br />
enfermeiro de diálise, têm um papel importante na detecção <strong>da</strong> disfunção <strong>da</strong> FAV,<br />
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