ECOLOGIA DE LEBRE-IBÉRICA (Lepus sranatensis) NUM ...
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Introdução<br />
espécie são mais elevados, variando entre 24,2 e 154 lebres por 100ha (FRYLESTAM,<br />
1981). A Lebre-de-piornal, em Espanha, apresenta densidades que variam entre 8,83 e<br />
23,32ha (BALLESTEROS, 2000). As densidades de Lebre-ibérica situam-se entre 0-22,1<br />
lebres/100 ha na província de Léon, Espanha (CALZADA e MARTÍNEZ, 1994; LOPEZ et ai,<br />
1996) e entre 11,2 a 23,71 em Dohana, Espanha (BÉLTRAN et ai, 1995). No entanto,<br />
DUARTE e VARGAS (1998) observaram valores mais elevados de densidade populacional<br />
máxima, em áreas de cultivo intensivo (79,8 indivíduos/100ha) num estudo realizado em<br />
olivais do sul de Espanha.<br />
Alguns estudos realizados em Inglaterra e outras regiões da Europa indicam o<br />
declínio de populações de Lebre-europeia, sendo as razões apontadas sobretudo a perda<br />
de diversidade do habitat e as alterações nas práticas agrícolas (MCLAREN et ai, 1997;<br />
VAUGHAN ei ai, 2003). DINGERKUS e MONTGOMERY (2002) referem igualmente um declínio<br />
nas populações de L. timidus hibernicus no norte da Irlanda, sugerindo a possibilidade<br />
de este ser devido a uma intensificação da agricultura, mas não sendo claro o principal<br />
motivo do decréscimo observado.<br />
Apesar de ser uma espécie comum e até abundante em algumas zonas, as<br />
populações de Lebre-ibérica encontram-se em regressão em algumas áreas,<br />
nomeadamente no norte da Península Ibérica (PALÁCIOS e RAMOS, 1979; BALLESTEROS et<br />
ai., 1996). Segundo PALÁCIOS e RAMOS (1979), existem vários factores que contribuem<br />
para esta regressão, nomeadamente a excessiva pressão cinegética, a ocorrência de<br />
caça furtiva, a captura de exemplares para fins de cativeiro, atropelamentos, bem<br />
como alterações no habitat. Uma vez que se trata de uma espécie cujo habitat<br />
compreende áreas de cultivo, as alterações nas práticas agrícolas, nomeadamente o uso<br />
de fertilizantes e de pesticidas e o uso de maquinaria agrícola, podem ter um impacto<br />
negativo nas suas populações (PALÁCIOS e RAMOS, 1979; TAPPER e PARSONS, 1984; ALONSO et<br />
ai., 1997c). ALVES e NIETHAMER (in press) referem a ausência de Lebre-ibérica na região<br />
do Minho e a existência de elevadas abundâncias no Sul de Portugal. DUARTE e VARGAS<br />
(1998) indicam igualmente, como referido em epígrafe, a existência de altas densidades<br />
de Lebre-ibérica no Sul de Espanha, em zonas de agricultura intensiva. LOPEZ ei al.<br />
(1996) constatam também um aumento de densidade em sistemas de cultivo intensivos<br />
em Léon, ao contrário do observado em zonas de cultivo extensivo de cereais na mesma<br />
área. Os motivos para estas densidades elevadas em zonas de agricultura intensiva não<br />
são claras, sendo, assim, necessário aprofundar o estudo das populações de lebre nestas<br />
zonas (DUARTE e VARGAS, 1998).<br />
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