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Demodicose canina Canine demodicosis - Faculdade de Medicina ...

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Leitão JPA e Leitão JPA RPCV (2008) 103 (567-568) 135-149<br />

<strong>de</strong>bilitação (Gross et al., 2005; Medleau e Hnilica,<br />

2006). A linfa<strong>de</strong>nopatia periférica é geralmente<br />

marcada e generalizada (Niemand e Sutter, 1992).<br />

Staphylococcus intermedius é a bactéria isolada<br />

com maior frequência (Scott et al., 2001). Outras<br />

bactérias importantes incluem Pseudomonas aeruginosa<br />

(causando pio<strong>de</strong>rmite grave e especialmente<br />

refractária ao tratamento na PD) e Proteus mirabilis<br />

(Scott et al., 2001).<br />

Po<strong>de</strong>m surgir formas atípicas caracterizadas por<br />

múltiplos nódulos (com 2 a 3 mm <strong>de</strong> diâmetro) ou<br />

alopecias focais bem <strong>de</strong>marcadas, sobretudo nas raças<br />

braquicefálicas como o Bulldog inglês, o Boxer e<br />

Pittbull Terriers, bem como no Shar-pei (Scott et al.,<br />

2001; (Gross et al., 2005) (Figura 13).<br />

A PD, quando ocorre isoladamente, po<strong>de</strong> ser o resultado<br />

<strong>de</strong> DCG que curou completamente com excepção<br />

das extremida<strong>de</strong>s podais ou ser a única manifestação da<br />

DC (Mur, 1997; Gross et al., 2005) (Figura 14). Um<br />

inquérito rigoroso permite distinguir os dois casos<br />

(Lopez, 1998). Apesar da doença estar confinada<br />

às extremida<strong>de</strong>s podais, alguns <strong>de</strong>stes cães têm<br />

populações <strong>de</strong> ácaros mais numerosas que o normal nas<br />

zonas <strong>de</strong> pele clinicamente saudável (Scott et al., 2001).<br />

Caracteriza-se por uma <strong>de</strong>rmatite papulonodular com<br />

eritema, e<strong>de</strong>ma e dor, prurido, alopecia, hiperpigmentação,<br />

liquenificação, seborreia, crostas, pústulas,<br />

bolhas e fístulas envolvendo as áreas digital, interdigital<br />

e palmar/plantar (Nesbitt e Ackerman, 1998; Gross<br />

et al., 2005). Esta apresentação é particularmente<br />

propensa a infecção bacteriana secundária, po<strong>de</strong>ndo<br />

tornar-se crónica e resistente ao tratamento (Mur,<br />

1997). Algumas raças são especialmente afectadas pelo<br />

<strong>de</strong>sconforto e dor da PD: Bobtail, Cão da Terra Nova,<br />

Dogue Alemão e São Bernardo (Scott et al., 2001).<br />

As infestações por D. injai caracterizam-se<br />

tipicamente por seborreia oleosa sobretudo na região<br />

dorsal do tronco mas po<strong>de</strong>m surgir outras lesões como<br />

alopecia, eritema, hiperpigmentação e comedões<br />

(Medleau e Hnilica, 2006).<br />

Segundo a ida<strong>de</strong> em que surge, a DC po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>signada como juvenil ou adulta (Ferrer, 1997).<br />

Figura 13 - Forma nodular <strong>de</strong> <strong>de</strong>modicose <strong>canina</strong> numa American<br />

Staffordshire Terrier com cerca <strong>de</strong> 5 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (original).<br />

140<br />

A DC juvenil (DCJ) é tipicamente observada em cães<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as 6 semanas até aos 12 a 18 meses <strong>de</strong> vida<br />

(Nesbitt e Ackerman, 1998). A gran<strong>de</strong> maioria apresenta<br />

a forma localizada mas alguns exibem a forma<br />

generalizada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância (Nesbitt e Ackerman,<br />

1998). Parece haver maior incidência nos cães <strong>de</strong> porte<br />

médio ou gran<strong>de</strong>. A DC generalizada juvenil (DCGJ)<br />

po<strong>de</strong> ser causada por D. canis bem como por D. cornae<br />

(Medleau e Hnilica, 2006). Julga-se que resulta <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>feito genético na resposta imunitária específica<br />

contra D. canis (Scott et al., 2001).<br />

A DC adulta (DCA) po<strong>de</strong> ser causada pelas três<br />

espécies <strong>de</strong> Demo<strong>de</strong>x e surge em cães com mais <strong>de</strong> 2<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (após os 4 anos segundo alguns autores)<br />

(Guaguère, 1991). Nestes casos, doenças concomitantes<br />

<strong>de</strong>vem estar presentes para romper o equilíbrio<br />

que permitiu durante anos a existência <strong>de</strong> ácaros do<br />

género Demo<strong>de</strong>x como parte da fauna cutânea normal,<br />

promovendo a rápida multiplicação do parasita<br />

(Ferrer, 1997). Embora alguns casos relatados<br />

representem animais que "transportaram" a doença<br />

não diagnosticada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ida<strong>de</strong> juvenil, a maioria<br />

resulta <strong>de</strong> condições imunossupressoras na ida<strong>de</strong><br />

adulta (Ferrer, 1997). A história clínica <strong>de</strong>ve permitir<br />

diferenciar as situações.<br />

Diagnóstico<br />

O método diagnóstico <strong>de</strong> eleição da DC é a<br />

observação microscópica do produto da raspagem<br />

<strong>de</strong> pele. O tricograma e a histopatologia <strong>de</strong> biópsias<br />

<strong>de</strong> pele po<strong>de</strong>m ser úteis em <strong>de</strong>terminados casos. Os<br />

dados epi<strong>de</strong>miológicos (ida<strong>de</strong>, raça, existência <strong>de</strong><br />

outros membros da ninhada afectados, história<br />

familiar da doença), a anamnese (ida<strong>de</strong> em que surgiu<br />

a doença, evolução, resposta a terapêuticas anteriores)<br />

e o exame clínico permitem obter informação adicional<br />

importante para elaborar o plano terapêutico.<br />

A raspagem <strong>de</strong> pele, além do diagnóstico, permite a<br />

monitorização do animal ao longo do tratamento<br />

(Bensignor, 2002). Todas as lesões <strong>de</strong> pele, sugestivas<br />

Figura 14 - Podo<strong>de</strong>modicose no mesmo animal da figura 10.<br />

Tumefacção digital <strong>de</strong>vido a furunculose secundária a <strong>de</strong>modicose<br />

generalizada (original).

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