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Demodicose canina Canine demodicosis - Faculdade de Medicina ...

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Leitão JPA e Leitão JPA RPCV (2008) 103 (567-568) 135-149<br />

absoluta <strong>de</strong> antibiograma (caso evi<strong>de</strong>ncie bastonetes<br />

Gram negativos). A leishmaniose po<strong>de</strong> coexistir com a<br />

DC (Oliveira et al., 2002). Os autores já diagnosticaram<br />

quatro cães com DCG e leishmaniose<br />

concomitantes e sugerem a pesquisa <strong>de</strong> Leishmania<br />

spp., sobretudo nas regiões on<strong>de</strong> a doença é endémica.<br />

Tratamento<br />

Embora o tratamento varie com a forma <strong>de</strong> apresentação<br />

da doença, alguns princípios gerais são comuns<br />

(Mathet et al., 1996).<br />

O uso <strong>de</strong> fármacos corticosterói<strong>de</strong>s, em qualquer<br />

dose ou forma <strong>de</strong> apresentação, está contra-indicado<br />

já que o seu efeito imunossupressor po<strong>de</strong> levar à<br />

progressão da doença da forma localizada à forma<br />

generalizada (Hill, 2002). Exceptuam-se as situações<br />

que implicam risco <strong>de</strong> vida para o animal (Scott et al.,<br />

2001; Hill, 2002).<br />

A pio<strong>de</strong>rmite bacteriana, o prurido e a seborreia<br />

<strong>de</strong>vem ser controlados, quer se institua ou não um<br />

tratamento acaricida específico (Medleau e Hnilica,<br />

2006). O uso <strong>de</strong> colares isabelinos ou <strong>de</strong> T-shirts ajuda<br />

a minimizar o autotraumatismo resultante do prurido e<br />

o agravamento da pio<strong>de</strong>rmite (Griffin et al., 1993). O<br />

uso <strong>de</strong> anti-inflamatórios não esterói<strong>de</strong>s no maneio<br />

inicial da pio<strong>de</strong>rmite ajuda a controlar o prurido ao<br />

reduzir a inflamação, a dor e o e<strong>de</strong>ma muitas vezes<br />

presentes. Quando o prurido é intenso associamos<br />

anti-histamínicos sem que surjam efeitos colaterais.<br />

A gravida<strong>de</strong> e a extensão da infecção bacteriana<br />

secundária condicionam o tratamento da pio<strong>de</strong>rmite.<br />

Nas pio<strong>de</strong>rmites superficiais localizadas, o uso <strong>de</strong><br />

champôs à base <strong>de</strong> clorohexidina (2% a 4%)<br />

(peso/volume) ou <strong>de</strong> peróxido <strong>de</strong> benzoílo (2,5%)<br />

(peso/volume) po<strong>de</strong> ser suficiente (Griffin et al.,<br />

1993). Vários autores preferem o peróxido <strong>de</strong> benzoílo<br />

pelas proprieda<strong>de</strong>s antibacteriana, antisseborreica<br />

e antipruriginosa, auxiliando ainda na expulsão do<br />

conteúdo dos folículos pilosos (efeito <strong>de</strong> flushing)<br />

(Hill, 2002; Rho<strong>de</strong>s et al., 2004). A antibioterapia<br />

sistémica <strong>de</strong>ve ser associada nas pio<strong>de</strong>rmites generalizadas<br />

ou profundas (Hill, 2002).<br />

O controlo da pio<strong>de</strong>rmite e da seborreia, ainda que<br />

não seja total até que os ácaros sejam eliminados, permite<br />

reduzir a irritação cutânea, melhorar a penetração<br />

dos acaricidas tópicos e diminuir a imuno<strong>de</strong>pressão<br />

provocada pelo componente bacteriano secundário<br />

(Scott et al., 2001).<br />

A recuperação da DC <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, pelo menos em<br />

parte, <strong>de</strong> um bom estado geral. Devido ao carácter<br />

imuno<strong>de</strong>pressivo que acompanha a DC, os cuidados<br />

básicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como a nutrição, a <strong>de</strong>sparasitação e a<br />

vacinação não <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>scurados (Paradis, 2000).<br />

A vacinação é geralmente adiada até que a pio<strong>de</strong>rmite<br />

seja controlada. Qualquer patologia associada merece<br />

tratamento imediato (Mathet et al., 1996).<br />

142<br />

Tratamento da DCL<br />

O tratamento da DCL assenta em quatro premissas<br />

importantes: é uma forma benigna que resolve<br />

espontaneamente em cerca <strong>de</strong> 90% dos casos; o seu<br />

tratamento não previne a progressão para a forma<br />

generalizada nos restantes 10%; a percentagem <strong>de</strong><br />

cura <strong>de</strong> animais tratados e não tratados não diverge e<br />

as recidivas são raras. De acordo com as premissas<br />

referidas e pelo risco <strong>de</strong> selecção <strong>de</strong> estirpes<br />

resistentes aos acaricidas específicos, o seu uso não é<br />

recomendado no tratamento da DCL (Scott et al.,<br />

2001). O tratamento, a realizar algum, <strong>de</strong>ve ser<br />

conservativo à base <strong>de</strong> peróxido <strong>de</strong> benzoílo (gel,<br />

loção, creme, champô), aplicado 2 a 3 vezes ao dia e<br />

no sentido <strong>de</strong> crescimento do pêlo, ou rotenona e<br />

antibioterapia em caso <strong>de</strong> pio<strong>de</strong>rmite (Medleau e<br />

Hnilica, 2006).<br />

A raspagem <strong>de</strong> pele cada 4 semanas após o diagnóstico<br />

(com ou sem tratamento) permite monitorizar a<br />

evolução da doença. Nas lesões em regressão, as raspagens<br />

mostram poucas formas imaturas ou adultas.<br />

Se as lesões progri<strong>de</strong>m ou se a contagem <strong>de</strong> ácaros<br />

aumenta, incluindo a relação formas larvares/formas<br />

adultas, há progressão para a forma generalizada<br />

da doença e o tratamento acaricida específico está<br />

indicado (Griffin et al., 1993; Hill, 2002).<br />

Tratamento da DCG<br />

Apesar do conhecimento sobre a doença ter evoluído<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente nos últimos anos, continua a ser<br />

uma doença <strong>de</strong> difícil tratamento, com frequência<br />

oneroso e <strong>de</strong>sgastante para o proprietário (Scott et al.,<br />

2001). A discussão acerca da etiopatogenia, da gravida<strong>de</strong><br />

dos sinais clínicos, dos tratamentos disponíveis e<br />

do prognóstico da DCG, permite obter confiança e um<br />

maior envolvimento do dono, essencial para o sucesso<br />

do tratamento. A compreensão dos critérios <strong>de</strong> cura<br />

(clínica, parasitológica e <strong>de</strong>finitiva) é fundamental.<br />

A eficácia do tratamento é monitorizada por raspagens<br />

<strong>de</strong> pele cada 2 a 4 semanas, i<strong>de</strong>almente sempre<br />

nos mesmos locais (Paradis, 2000).<br />

O tratamento <strong>de</strong>ve ser prolongado por pelo menos<br />

mais 30 dias (60 dias para reduzir as recidivas) após a<br />

obtenção das primeiras raspagens <strong>de</strong> pele negativas<br />

simultaneamente em 6 a 8 locais diferentes. São então<br />

realizadas novas raspagens. Se forem negativas, o<br />

tratamento po<strong>de</strong> ser interrompido. Se as raspagens<br />

ainda revelarem ácaros, o tratamento <strong>de</strong>ve continuar<br />

por mais 30 dias (60 dias quando se trata <strong>de</strong> recidivas)<br />

seguido <strong>de</strong> novas raspagens (Scott et al., 2001; Hill,<br />

2002; Rho<strong>de</strong>s et al., 2004).<br />

A cura parasitológica é conseguida quando as<br />

raspagens <strong>de</strong> pele não revelam ácaros (vivos ou<br />

mortos) em qualquer estádio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. A<br />

cura <strong>de</strong>finitiva é alcançada quando são obtidas raspagens<br />

negativas 4 semanas após a cura parasitológica e<br />

<strong>de</strong>pois cada 3 meses por um período <strong>de</strong> 12 meses

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