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A VIAGEM DE IBN AMMÂR DE SÃO BRÁS A SILVES - Campo ...

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A. Fernandes, A. Khawli, L. Fraga<br />

A obra de al-Idrîssî é anterior ao ano de 1165, data da morte do autor, enquanto que a<br />

construção do castelo de Salir fazia parte do programa almoáda de reforço da defesa do<br />

Algarve, programa este que se inicia a partir de 1189, ano da tomada de Silves pelos<br />

Portugueses e Cruzados, e continua até 1227, ano da retirada dos Almoádas do al-<br />

Andalus;<br />

Seria difícil explicar a mudança do topónimo Portela para Sellir, ambos de origem<br />

linguística latina;<br />

Uma leitura atenta ao texto de al-Idrîssî leva-nos a conjecturar que o castelo em questão<br />

não se localize no Algarve, mas que se trate simplesmente do castelo de Mértola, como<br />

aliás vem mencionado no manuscrito. As distâncias indicadas até Faro, uma etapa breve,<br />

e até Silves, uma etapa, são calculadas a partir da foz do rio Guadiana, que é a última<br />

estação a ser referenciada no texto.<br />

Loulé, Al-‘Ulyâ <br />

É uma das localidades que aparece referenciada unicamente em fontes árabes tardias dos<br />

séculos XII, XIII e XIV. A primeira referência (Ibn Idârî, p. 39), onde surge classificada de<br />

madîna, relata os acontecimentos do ano de 1149-50 aquando da submissão dos seus<br />

habitantes ao chefe almoáda em missão de pacificação no Gharb. No ano de 1169, Loulé faz<br />

parte do distrito de Tavira, a nova capital do Sotavento, governado pelo chefe almoáda Ibn<br />

Sinân (Ibn Sâhib Assalâ, p. 309). No século XIII, Abd al-Wâhid al-Marrâcuxî (Al-Mu’jib, p.<br />

523) coloca-a entre as cidades do sudoeste ibérico: «De Sevilha até Silves, que se situa sobre<br />

a costa do Mar Grande (o Atlântico) há cinco etapas. Entre elas existem pequenas<br />

localidades como a cidade de Labla, o castelo (hisn) de Martula, a cidade de Tabîra, a<br />

cidade de Al-‘Ulyâ e a cidade conhecida por Xantamiriyya».<br />

No mesmo século, a cidade de Loulé é mencionada por causa de dois sábios que dela eram<br />

naturais: Kutayyir al-‘Ulyâwî (o Louletano) e Abû Ja’far, ou Abû al-‘Abbâs, al-‘Uryânî:<br />

O primeiro vem referenciado na obra literária de Ibn Saîd (al-Mughrib, vol. II, p. 398)<br />

que do seu nome completo apenas indica o próprio (ism) e a origem geográfica. No<br />

entanto, sublinha que teria sido torturado na cidade de Bugia (Argélia) donde foi exilado<br />

para Minorca, ilha onde se fixou junto ao seu amigo Abû ‘Utmân Saîd Ibn Hakam de<br />

Tavira 2 , reproduzindo alguns trechos da sua poesia 3 . Outro biógrafo do século XIII, Ibn<br />

2 - Acerca deste sábio e rei independente de Minorca ver A. Khawli, “Tavira islâmica novos dados”in Tavira:<br />

Território e Poder, pp. 131-146; J. G. Domingues, “Tavira na época árabe” in Tavira: territ´rio e Poder, pp.<br />

341-359.<br />

14 <strong>Campo</strong> Arqueológico de Tavira 2006- www.arqueotavira.com

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