A VIAGEM DE IBN AMMÂR DE SÃO BRÁS A SILVES - Campo ...
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A viagem de Ibn Ammâr, de São Brás a Silves<br />
(aramaico), br. (berbere), cast. (castelhano), dim. (diminutivo), fr. (francês), gal.-port.<br />
(galego-português), gót. (gótico), gr. (grego), lat. (latim, latino), lat. cl. (latim clássico),<br />
lat. vlg. (latim vulgar), moç. (moçárabe), neo-ár. (neo-árabe), port. méd. (português<br />
médio), suf. (sufixo), top. (topónimo). As representações fonológicas, fonéticas e<br />
gráficas são dadas, respectivamente, entre barras oblíquas, parênteses rectos e aspas<br />
simples. Esta últimas são utilizadas na representação das transliterações das grafias<br />
árabes, apenas quando necessárias à ilustração de algum fenómeno linguístico.<br />
Estudo toponímico<br />
1. São Brás<br />
Atestações. Este hagiotopónimo está atestado como qaryat Xannabs (sécs. XI-XIII).<br />
Xannabs representa Xanbaras, i.e., Xanbras (Cf. Lopes, 1968, 107, 100, 131).<br />
Etimologia. Do lat. Br a s iu - , variante de B la s i u - , no caso acusativo, que remonta a<br />
um provável p r a e n o m e n de origem etrusca (Kajanto, 1982, 42).<br />
O , grafia etimológica galego-portuguesa da fricativa pré-palatal surda /š/,<br />
translitera aqui o (n), que grafa essa mesma consoante. A escrita árabe especializou<br />
o n para transcrever a fricativa ápico-alveolar românica // continuadora do S latino,<br />
por não possuir um grafema adequado para a sua representação. A transcrição árabe<br />
comprova a realização ápico-alveolar desta fricativa no moçárabe (Galmés de Fuentes,<br />
1983, 66, 200-201).<br />
São Brás e São Blás foram os resultados do nome deste santo nos romances hispânicos<br />
(Vasconcellos, 1928, 56). A queda da sílaba final do título ficou a dever-se à sua<br />
posição proclítica: Sanctu- > Santo > San > São. Esta última forma decorre da<br />
uniformização das terminações nasais gal.-port. –ã (< lat. -ane, -an) e –õ (< lat. -ne,<br />
ne) no ditongo –ão durante o período do port. méd. (séc. XV).