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A VIAGEM DE IBN AMMÂR DE SÃO BRÁS A SILVES - Campo ...

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A viagem de Ibn Ammâr, de São Brás a Silves<br />

virtude das circunstâncias históricas que geraram o lugar, se esperaria encontrar a<br />

moçárabe. Este processo de substituição de formas toponímicas, arcaicas ou dialectais,<br />

documenta-se nas fontes escritas desde os finais da época medieval até à actualidade.<br />

Em qualquer dos casos referidos, a cronologia dos topónimos é impossível de precisar<br />

sem as atestações correspondentes, a menos que elementos subsidiários da geografia,<br />

história, etnografia e arqueologia locais a fundamentem.<br />

De qualquer modo, a escolha de um nome para um lugar não depende unicamente das<br />

possibilidades lexicais oferecidas por uma língua (ou por uma das suas variedades)<br />

numa dada época. Essa escolha é ainda determinada pelo contexto situacional em que o<br />

lugar se enquadra, pelo que a motivação da criação toponímica implica não só o<br />

referente, ou seja, o elemento externo que dá azo à denominação, mas também as<br />

circunstâncias históricas e sociais que geram o lugar denominado. É neste sentido que<br />

os topónimos identificam parcelas do território.<br />

Decorrentes destes pressupostos, as etimologias aqui propostas assentam na<br />

reconstituição da história interna e externa dos nomes de lugar.<br />

A história interna é reconstruída com base nas relações formais e semânticas<br />

estabelecidas pelos processos de formação e evolução desses nomes. Compreende ainda<br />

os processos atribuíveis à sua adaptação à língua de contacto, quer essa adaptação<br />

consista na arabização dos topónimos quer na sua passagem do árabe ao romance.<br />

As conjecturas sobre a filiação e cronologia dos topónimos são, sempre que disponíveis,<br />

sustentadas pela atestação de derivações etimológicas, primitivas ou mediatas. Essas<br />

atestações podem ser lexicais (nomes comuns documentados no léxico hispânico<br />

primitivo), arcaísmos dialectais ou mesmo toponímicos e pertencer a qualquer um dos<br />

domínios linguísticos ibero-românicos, dada a totalidade do território ter estado sujeita<br />

tanto ao domínio romano quanto ao islâmico.<br />

A história externa baseia-se na reconstituição dos factores extra-linguísticos que<br />

motivaram as criações toponímicas. Para o efeito, são tidas em conta as características<br />

físicas do território e das suas formas de ocupação, nomeadamente, as que se referem ao<br />

povoamento anterior e coevo do domínio islâmico. As informações relativas a estes<br />

aspectos foram recolhidas em estudos de geografia histórica e arqueologia, já realizados<br />

ou em curso de realização. Com base nos dados disponibilizados por esses estudos,<br />

procura-se identificar as circunstâncias que originaram os lugares e as respectivas<br />

denominações.

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