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A VIAGEM DE IBN AMMÂR DE SÃO BRÁS A SILVES - Campo ...

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Principais fontes regionais<br />

SL - Roteiro viário e Mapa de Baptista Lopes<br />

A viagem de Ibn Ammâr, de São Brás a Silves<br />

A cartografia viária regional (sobretudo a partir de finais do séc. XVIII), permite, após as<br />

necessárias correcções topográficas, reconstituir os percursos mais utilizados antes da grande<br />

revolução viária moderna, iniciada em meados do séc. XIX com o Liberalismo.<br />

Tem aqui um papel fundamental o extraordinário trabalho geográfico de José Baptista da<br />

Silva Lopes, com o seu Roteiro Viário (parte da sua Corografia, publicada em 1841) 18 e o seu<br />

Mapa Corográfico do Reino do Algarve, publicado em 1842 19 .<br />

O Roteiro corresponde a uma época anterior à da sua publicação, descrevendo uma realidade<br />

viária anterior ao Vintismo, marcada nos seus anos finais pela notável actividade edilícia do<br />

bispo do Algarve, Francisco Gomes do Avelar.<br />

As obras viárias mais importantes então realizadas foram decisivas para a efectivação do<br />

projecto pombalino de um eixo longitudinal de transportes carroçáveis entre Lagos e o<br />

Guadiana (a futura EN 125). Delas constam: pontes na ribeira de Odiáxere (1 arco), ribeira de<br />

Arão (dois arcos), ribeira do Farelo (2 arcos), calçada sobrelevada no Sapal de Portimão, de<br />

acesso à barca na margem direita (1815), ponte na ribeira de Marim (1817), ponte na ribeira<br />

de Marchil, ponte na ribeira do Ludo (1810), ponte na ribeira de Cacela (1810), passadeiras na<br />

ribeira de Cadavai, calçadinha de São Brás de Alportel (após 1809) e projecto das pontes nos<br />

esteiros da Carrasqueira e Lezíria (Vila Real de Santo António), que seriam efectivados<br />

apenas várias décadas mais tarde 20 .<br />

Se excluirmos estes desenvolvimentos, importantes mas pontuais, e os sinais da decadência<br />

pós-Pombalina e das Invasões Francesas, manifestos em diversas passagens do Roteiro, este<br />

remete-nos para uma realidade de meados do séc. XVIII, em que a maior parte do trânsito é<br />

pecuário ou ainda realizado a dorso-de-besta. Neste sentido, o Roteiro completa-se com os<br />

esquemáticos mapas militares da Guerra Peninsular, o mais importante dos quais é o de<br />

Torfino de San Miguel, de finais do séc. XVIII 21 .<br />

18<br />

"Roteiro terrestre das terras do Algarve entre si e para Lisboa e Alentejo", capítulo VII de LOPES (1841): 474-<br />

512<br />

19<br />

FRAGA DA SILVA (2005b)<br />

20<br />

A estas obras juntam-se a construção e reedificação de fortificações na zona fronteiriça do Guadiana: baterias<br />

do Cabeço, do Monte Gordo, da Ponta da Areia, do Medo Alto, do Pinho, da Carrasqueira, do Registo e Rocha<br />

do Zambujal, e os fortes de S. João e S. Sebastião. (OLIVEIRA 1902)<br />

21<br />

Vincente Torfino de San Miguel, New military map of Spain & Portugal, < 1795. Ver este mapa e a colecção<br />

dos mapas desta época (sobretudo ingleses) no site do <strong>Campo</strong> Arqueológico de Tavira:<br />

http://www.arqueotavira.com/Mapas/index.html<br />

<strong>Campo</strong> Arqueológico de Tavira 2006- www.arqueotavira.com 27

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