Cícero Dantas Martins – De Barão a Coronel - Programa de Pós ...

More documents

Recommendations

Info

INTRODUÇÃO No presente trabalho é nosso objetivo estudar a trajetória política de Cícero Dantas Martins - barão de Jeremoabo em duas fases distintas de sua vida. Essa meta nos foi facilitada graças as circunstâncias históricas do momento em que viveu . A sua carreira política desen- volveu-se em dois períodos de nossa história , o regime monárquico e republicano, tendo atin- gido o auge entre a última década do primeiro e os dois anos iniciais do seguinte, exatamente em um período de transição . Procuramos fazer uma associação entre as transformações soci- ais, políticas e econômicas do referido período às mudanças ocorridas no comportamento po- lítico do barão de Jeremoabo e vice-versa. O estabelecimento de uma ordem cronológica fez-se necessário , porque através dela podemos elaborar melhor nossa análise. Vale ressaltar porém que com isso não tivemos a in- tenção de adotar uma perspectiva evolucionista em nossa abordagem. Os diversos cortes tem- porais freqüentemente usados no decorrer deste trabalho tiveram o intuito de melhor situar nosso objeto de estudo nas diferentes conjunturas sócio-política e econômicas em que esteve envolvido. O título deste trabalho : "Cícero Dantas Martins - De barão a coronel: Trajetória políti- ca de um líder conservador na Bahia. (1838-1903 )", nos revela os diferentes contextos em que inserimos a nossa análise . Em linhas gerais, para o Império tomamos como referência alguns temas clássicos explorados pela historiografia, portanto, questões como centralização , libera- lismo e conservadorismo, Estado patrimonial e burocrático, entre outros vão servir de pano de fundo para o desenvolvimento de nossa proposta. O mesmo procedimento adotei para a Re- pública, para a qual , temas como federalismo, autonomia dos Estados , coronelismo, são fre- qüentes. Só após a conscientização da relevância desses temas para um trabalho desenvolvido nesse período é que me propus a tentar perceber como se comportou o barão de Jeremoabo diante de tais realidades históricas. Tomando como parâmetro duas clássicas definições, que revelam a mentalidade e o comportamento de uma época : o `conservadorismo' e o `coronelismo', procurei rastrear os passos dados por um deputado provincial e geral baiano, também titular do império e depois intendente municipal e senador estadual na República, na tentativa de entender sua lógica de ação, dentro dos modelos explicativos acima citados. 13
Vale ressaltar que esses modelos não são os únicos a explicar o nosso período de estudo, mas são reveladores da mentalidade de uma época, que no nosso caso específico, na figura do barão de Jeremoabo, caíram como uma luva , pois esse político, através de seu pensamento e ação, assumiu plenamente o conservadorismo de uma época procurando expandi-lo nos momentos de estabilidade e transformando-o e adaptando nas fases de transição , mas nunca desfazendo- se de sua essência. È seguindo essa linha de pensamento que desenvolvo esse trabalho. A historiografia brasileira e de modo especial a baiana, nas últimas duas décadas, pou- co tem se dedicado a estudos que tenham como temática central a abordagem política. No caso da Bahia, que aqui nos toca mais particularmente , a escassez é sentida até nos trabalhos acadêmicos. Para o período monárquico e princípio da República temos o livro de Braz do Amaral, Do Império a República, que apesar de ser um bom manancial em termos de infor- mações, peca pela falta de análise . Para a República temos o trabalho de Antônio Moniz Fer- rão de Aragão, A Bahia e os seus Governadores na República, que segue a mesma linha me- todológica de Amaral. Além destes, dentro do nosso espaço temporal e procurando abordar o campo da política, dos poderes e da relação desses com a sociedade, existe a obra do braziali- anista Eul-Soo Pang no seu livro , Coronelismo e Oligarquias. 1889-1943 , que nos traz importantes contribuições em torno dos nossos coronéis do interior e mandões estaduais, e o trabalho da historiadora Consuelo Novais Sampaio em seu livro Os partidos políticos da Bahia na primeira República. Uma política de acomodação. Sampaio nesse estudo faz uma análise da primeira República na Bahia sob a ótica dos partidos políticos e eleições . Segundo ela, todos os interesses dos líderes políticos estação voltados para as eleições e são elas que motivam o surgimento dos partidos e justificam sua existência. Conclui que todo jogo político, com seus acordos e arranjos, suas rearticulações, são incentivadas pelo desejo maior das lideranças políticas de fazerem parte da máquina ad- ministrativa do Estado. Tanto o trabalho de Pang como o de Consuelo nos trazem valiosas contribuições para a compreensão do processo de desenvolvimento político do Estado da Bahia nos primeiros anos da República . O primeiro destaca o sistema oligárquico como o fator principal da base política do poder na Bahia. A segunda enfatiza a importância do estudo da formação de partidos políticos para melhor compreendermos as engrenagens do poder na primeira República. Ambos os trabalhos foram muito utilizados nessa dissertação com o objetivo de melhor con- 14
Page 1 and 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACUL
Page 3 and 4: Solar do Engenho Santo Antônio do
Page 5 and 6: AGRADECIMENTOS O produto final dest
Page 7 and 8: "Não bebo, não jogo, não gasto c
Page 9 and 10: ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES Solar do e
Page 11 and 12: destacando-se das demais , em estil
Page 13: APEB - Arquivo Público do Estado d
Page 17 and 18: Na Universidade do Rio de Janeiro e
Page 19 and 20: Cícero Dantas Martins: de barão a
Page 21 and 22: por terem sido devolvidas pela fam
Page 23 and 24: A segunda parte desta dissertação
Page 25 and 26: por Angelita Marques Visali; Walthe
Page 27 and 28: Francisco Gonçalves Leite faleceu
Page 29 and 30: Em 13 de junho de 1734 o Camuciatá
Page 31 and 32: cujo santo de sua invocação (Ant
Page 33 and 34: pelo grande beneficio que podem rec
Page 35 and 36: co sobre a descendência do capitã
Page 37 and 38: Os magistrados mais importantes era
Page 39 and 40: festou, diante dos militares, senti
Page 41 and 42: Essa prática de adoção de nomes
Page 43 and 44: Não ficaram excluídos dessas bene
Page 45 and 46: e os pais de família acreditavam "
Page 47 and 48: sidente da Câmara de 1833 a 1872,
Page 49 and 50: criminosos, repressão a revolta ar
Page 51 and 52: Fazenda Caritci, palco de important
Page 53 and 54: A fazenda Caritá ficava próxima a
Page 55 and 56: Fiel José de Carvalho e Oliveira,
Page 57 and 58: Entre estas, o velho coronel escolh
Page 59 and 60: am substituídos em decorrência de
Page 61 and 62: F i^^?.>1Ct ('itT^F: 1't'\'( i?)..\
Page 63 and 64: vinte anos, e que ajudava os estuda
Page 65 and 66:
1 Casa do engenho Pau Forro constru
Page 67 and 68:
Um tempo saquarema que segundo a an
Page 69 and 70:
Jeremoabo no século XIX. Vendo-se
Page 71 and 72:
encarada como um negócio, um arran
Page 73 and 74:
ça, pois "fizerão sem nenhum cabi
Page 75 and 76:
chegou a Bahia para fazer comércio
Page 77 and 78:
Janeiro: Editora Nova Fronteira, 19
Page 79 and 80:
provincial na legislatura de 1870/1
Page 81 and 82:
lhos influenciados por essa ótica
Page 83 and 84:
es de proprietários rurais , princ
Page 85 and 86:
um modo de por em prática uma supr
Page 87 and 88:
parlamento. Com essas medidas os co
Page 89 and 90:
genro Fiel de Carvalho; José Danta
Page 91 and 92:
igreja cercada por gente armada, e
Page 93 and 94:
das eleições em duas comarcas ext
Page 95 and 96:
Coronel João Dantas dos Reis, pai
Page 97 and 98:
Carta de alforria concedida a Justi
Page 99 and 100:
Fotografia tirada junto a igreja de
Page 101 and 102:
tra fraudes, alargou o voto aos nat
Page 103 and 104:
passando pelo de Lafeyette e chegan
Page 105 and 106:
aos meus amigos . Resultante das fa
Page 107 and 108:
viajar por causa da doença do filh
Page 109 and 110:
mente o Uruguai, com qual o Brasil
Page 111 and 112:
Saguão da tntracla principal, com
Page 113 and 114:
deputado Paulino de Souza justifico
Page 115 and 116:
grupos, mas compreendas que tendo s
Page 117 and 118:
Jeremoabo aceitando seu nome para d
Page 119 and 120:
Da presidência de Alagoas passou M
Page 121 and 122:
em um conservadorismo que tinha ra
Page 123 and 124:
os resultados eleitorais, para não
Page 125 and 126:
para as eleições. Em conluio com
Page 127 and 128:
gos e chegavam a presidir três a q
Page 129 and 130:
Mapa representando a zona de influ
Page 131 and 132:
uma época: ganhar as eleições e
Page 133 and 134:
capitalista, com o uso do assalaria
Page 135 and 136:
ANTIGA SEDE DA USINA BOM JARUIM (rs
Page 137 and 138:
7r z^> ¡7 t^", 4`0ú 2)w4t.ÁÁ w
Page 139 and 140:
de tal sorte o tumulto nos debates.
Page 141 and 142:
das pugnas políticas, depondo as a
Page 143 and 144:
atualidade política do Brasil ". I
Page 145 and 146:
68. Carta de Cícero Dantas Martins
Page 147 and 148:
Mesmo assim, o barão se mostra cau
Page 149 and 150:
do qual era um representante, adapt
Page 151 and 152:
Dois aspectos da fábrica do engenh
Page 153 and 154:
anulação do poder público em det
Page 155 and 156:
Conclui que dos conchavos imprescin
Page 157 and 158:
O próprio Leal após reconhecer a
Page 159 and 160:
Para ele "oligarquia" é uma organi
Page 161 and 162:
mas não se compadeceu do império
Page 163 and 164:
A gravura representa os membros da
Page 165 and 166:
O movimento se avoluma, criando for
Page 167 and 168:
Federal da Bahia e do outro José G
Page 169 and 170:
nos vantajosa, por estarem sem o ap
Page 171 and 172:
Estas duas fotografias representam
Page 173 and 174:
disse que apoiava o governo do dr.
show all

Cícero Dantas Martins – De Barão a Coronel - Programa de Pós ...

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?