Cícero Dantas Martins – De Barão a Coronel - Programa de Pós ...
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criminosos, repressão a revolta armada, caça aos escravos fugitivos , escolta <strong>de</strong> fundos públi-<br />
cos e <strong>de</strong> gêneros alimentícios.<br />
Foi ciente <strong>de</strong>ssas últimas responsabilida<strong>de</strong>s que o coronel João <strong>Dantas</strong> , na época da<br />
segunda administração do viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Lourenço , socorreu aos flagelados pela seca, for-<br />
necendo, à sua custa, dinheiro , víveres e roupas . O que aliás não era favor , pois fazia parte das<br />
atribuições dos membros da Guarda Nacional não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do erário público , fornecendo as<br />
suas custas, inclusive, seus próprios uniformes , arma e munições.<br />
O envelhecimento do coronel João <strong>Dantas</strong> foi se dando paralelamente com a perda <strong>de</strong><br />
importância da Guarda Nacional , que <strong>de</strong>vido ao fortalecimento das estruturas administrativas<br />
do Império foi se esvaziando . Em 1873 , um ano após a morte do coronel <strong>Dantas</strong> , a Guarda<br />
Nacional per<strong>de</strong>u suas funções policiais . No interior, porém, os chefes locais - quase sempre<br />
proprietários <strong>de</strong> terras - e sua clientela continuaram ditar leis por conte própria . <strong>De</strong>ixou, as-<br />
sim, o velho coronel, a seus seis filhos varões, inclusive <strong>Cícero</strong> <strong>Dantas</strong> <strong>Martins</strong>, o prestígio e a<br />
influência dos todos - po<strong>de</strong>rosos `coronéis', que assim continuaram a ser chamados, mesmo<br />
com a extinção dos postos da Guarda Nacional , e que durante muito tempo dominaram a po-<br />
lítica regional.<br />
Faleceu em Camuciatá, a 7 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1872 , vítima <strong>de</strong> diabetis , já viúvo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
1848, <strong>de</strong> Mariana Francisca da Silveira <strong>Dantas</strong> , filha do capitão-mor <strong>de</strong> Estância, João Mar-<br />
tins Fontes e <strong>de</strong> Ana Francisca da Silveira Fontes , e com a qual se consorciara a 12 <strong>de</strong> janeiro<br />
<strong>de</strong> 1829.<br />
Os pais <strong>de</strong> <strong>Cícero</strong> <strong>Dantas</strong> <strong>Martins</strong> - João <strong>Dantas</strong> dos Reis Portátil e Mariana Francisca<br />
da Silveira <strong>Dantas</strong> - se conheceram nas andanças pelo município <strong>de</strong> Jeremoabo na época das<br />
lutas pela In<strong>de</strong>pendência da Bahia , nos anos 1822/23.<br />
Mariana Francisca da Silveira era filha, como já foi dito , <strong>de</strong> João <strong>Martins</strong> Fontes e Ana<br />
Francisca da Silveira e neta paterna do capitão -mor das Or<strong>de</strong>nanças, Antônio <strong>Martins</strong> Fontes<br />
(<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte do fundador da família "Fontes" em Sergipe -, Gaspar Fontes, que obteve ses-<br />
maria em 12 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1601 - 1 000 braças em quadra do rio Vasa Barris on<strong>de</strong> se chama<br />
Tinharé ...),36 e <strong>de</strong> D. Mariana Brandão <strong>de</strong> Barros.<br />
João <strong>Martins</strong> Fontes nasceu em 1762. A partir <strong>de</strong> 1801 exerceu diversas vezes o cargo<br />
<strong>de</strong> juiz ordinário, presi<strong>de</strong>nte da câmara <strong>de</strong> Lagarto e São Cristovão . Mas foi em 1822, ano em<br />
que se iniciou o movimento pela in<strong>de</strong>pendência , que conheceu o primeiro marido <strong>de</strong> sua filha<br />
(Francisco Félix <strong>de</strong> Carvalho ) e o pai do segundo , João <strong>Dantas</strong> dos Reis Imperiais Itapicurú.<br />
Todos três capitães-mores, uniram-se em torno <strong>de</strong> um mesmo i<strong>de</strong>al - aclamar o prínci-<br />
pe regente em Sergipe . A essa altura Mariana já estava casada com Francisco - capitão-mor<br />
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