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Cícero Dantas Martins – De Barão a Coronel - Programa de Pós ...

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A fazenda Caritá ficava próxima ao rio Vaza Barris. È nessa zona árida do sertão baia-<br />

no que o recém-nascido <strong>Cícero</strong> <strong>Dantas</strong> <strong>Martins</strong> passou sua infância.<br />

Foi levado a pia batismal em 23 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1839. Batizou-o e pôs-lhe os Santos<br />

Óleos o vigário Joaquim Inácio <strong>de</strong> Vasconcelos, pessoa <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> da família. Foram seus<br />

padrinhos seu tio paterno o comandante Superior José <strong>Dantas</strong> Itapicurú, <strong>de</strong>pois 1° barão do<br />

Rio Real, sua tia materna D. Ana Maurícia Teles Fontes, e seu primo paterno cel. Manoel<br />

Gonçalves Leite.<br />

<strong>Cícero</strong> e seus irmãos foram criados <strong>de</strong>ntro dos costumes da época, num clima <strong>de</strong> aus-<br />

terida<strong>de</strong> e respeitabilida<strong>de</strong>. <strong>De</strong>vido as circunstâncias do ambiente e da zona em que viviam,<br />

em um meio <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> opções <strong>de</strong> distrações para os jovens, os rebentos chegavam a ter<br />

temor aos pais e cumpriam as <strong>de</strong>terminações paternas sem pô-las em questionamento.<br />

Fora as visitas ou estadas passadas em fazendas <strong>de</strong> parentes e amigos íntimos da famí-<br />

lia, a vida era levada numa calmaria e monotonia sem medida, sempre as mesmas coisas, dia<br />

após dia. Enquanto João, Baldoíno, Cornélio, Crescêncio, <strong>Cícero</strong> e Benício ainda encontra-<br />

vam meios para se divertir - piculas em volta da casa-gran<strong>de</strong>, escon<strong>de</strong>-escon<strong>de</strong> no pomar,<br />

brinca<strong>de</strong>iras com os animais da fazenda, perseguição as escravas da casa e da senzala - ;<br />

Francisca e Ana A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> aceitaram uma maneira <strong>de</strong> viver que já vinha <strong>de</strong> sua mãe e avós. O<br />

coronel João <strong>Dantas</strong> educou-as com as maiores preocupações, procurando distancia-las da<br />

vida mundana. Não <strong>de</strong>ixava elas passearem e quando das visitas as fazendas <strong>de</strong> amigos e pa-<br />

rentes só as permitia se fossem acompanhadas <strong>de</strong> um tio ou irmão mais velho; orientava que<br />

permanecessem nos seus quartos quando aparecesse um visitante masculino, e se lhes era<br />

concedido sentarem a mesa para as refeições, tinham que se comportar espartanamente: em<br />

fila, do lado esquerdo, uma ao lado da outra, sem conversarem e nem levantarem os olhos. O<br />

mesmo comportamento <strong>de</strong>viam seguir na capela da casa, on<strong>de</strong> se acomodavam na primeira<br />

fileira, próxima ao altar, e se possível longe dos homens. As filhas <strong>de</strong>sses senhores <strong>de</strong> enge-<br />

nho após o horário <strong>de</strong> estudo que realizavam em casa passavam o dia distraídas nos afazeres<br />

<strong>de</strong> costume, crochê e confecção <strong>de</strong> rendas, sempre assessoradas por escravas <strong>de</strong> confiança.<br />

<strong>De</strong>sta maneira se tornavam especialista em bordados e rendas.<br />

<strong>De</strong> vestido comprido e <strong>de</strong> sapatos fechados, ma<strong>de</strong>ixas presas com alguns fios em <strong>de</strong>-<br />

salinho, orientando ao mucamas na cozinha ou remendando meias e camisas dos irmãos, as-<br />

sim viviam os seus dias, as irmãs <strong>de</strong> <strong>Cícero</strong> na Casa do Caritá.<br />

Das duas irmãs <strong>de</strong> <strong>Cícero</strong> - Francisca e Ana A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> - apenas a primeira casou-se,<br />

pois Ana faleceu menor. Francisca como era muito comum na época, casou-se com seu primo<br />

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