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natalidade e educação no pensamento político de ... - pibid/ufsj

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participação do gover<strong>no</strong> na questão é inegável – assim como o direito dos pais” 21 . A<br />

participação do gover<strong>no</strong> na <strong>educação</strong> da criança <strong>de</strong>ve restringir-se ao conteúdo e não <strong>de</strong>ve<br />

incluir o direito à livre associação.<br />

A escola é o primeiro lugar fora do lar em que a criança estabelece relações sociais<br />

<strong>no</strong> mundo público. Contudo, segundo a autora, esse mundo público não é <strong>político</strong>, mas<br />

social. Diz Maria Rita <strong>de</strong> Assis César,<br />

A <strong>educação</strong> <strong>de</strong>veria ser o lugar da preparação <strong>de</strong> crianças e jovens para o espaço<br />

público, o lugar por excelência da formação do cidadão. A escola, encontrando-se<br />

entre o espaço íntimo da família e o mundo público do exercício da cidadania,<br />

<strong>de</strong>veria realizar um papel fundamental <strong>de</strong> transição entre ambos os mundos. 22<br />

E é nessa esfera social e <strong>no</strong> âmbito da <strong>educação</strong>, que a interferência do gover<strong>no</strong><br />

abole a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pais e professores, que é substituída pelo domínio da opinião pública<br />

que, segundo a autora, a criança “não tem nem a capacida<strong>de</strong> nem o direito <strong>de</strong> estabelecer<br />

uma opinião própria” 23 . Situada na esfera social, a <strong>educação</strong> envolve crianças que precisam<br />

ser guiadas pelos pais ou professores.<br />

Analisando pela perspectiva do espaço público, José Sérgio F. Carvalho corrobora<br />

com essa afirmação <strong>de</strong> Arendt ao dizer que a <strong>educação</strong><br />

É um elo entre o mundo comum e o público e os <strong>no</strong>vos que a ele chegam pela<br />

<strong>natalida<strong>de</strong></strong>. Nesse sentido, o ensi<strong>no</strong> e aprendizado se justificam não<br />

prepon<strong>de</strong>rantemente pelo seu caráter funcional ou pela sua aplicação imediata, mas<br />

pela sua capacida<strong>de</strong> formadora. 24<br />

Nesse contexto perguntamo-<strong>no</strong>s, como compreen<strong>de</strong>r a <strong>natalida<strong>de</strong></strong>, apontada pela<br />

autora como essência da <strong>educação</strong> e ao mesmo tempo como categoria política na qual<br />

lidamos com adultos?<br />

Para tanto, prosseguiremos <strong>no</strong>ssa análise abordando a ação humana <strong>no</strong> âmbito da<br />

política e do espaço público on<strong>de</strong> todos po<strong>de</strong>m espontaneamente aparecer e que, ao<br />

mesmo tempo, constitui o mundo público que <strong>de</strong>ve perdurar e <strong>no</strong> qual as crianças <strong>de</strong>vem<br />

ser acolhidas com segurança.<br />

A <strong>natalida<strong>de</strong></strong> e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> começar<br />

21 Hannah ARENDT, Reflexões sobre Little Rock, p.279.<br />

22 A <strong>educação</strong> num mundo à <strong>de</strong>riva, Educação, v. 4, p. 37.<br />

23 Reflexões sobre Little Rock, p.281.<br />

24 O <strong>de</strong>clínio do sentido público da <strong>educação</strong>, Revista Brasileira <strong>de</strong> Estudos Pedagógicos, v. 89, n. 223.<br />

Natalida<strong>de</strong> e <strong>educação</strong> <strong>no</strong> <strong>pensamento</strong> <strong>político</strong> <strong>de</strong> Hannah Arendt – Esmeraldina A. Ferreira - 2012<br />

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