Maio/Junho - Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Maio/Junho - Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Maio/Junho - Sociedade Brasileira de Anestesiologia
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Figura 1 – Livro editado pela CMA – Canadian Medical Association<br />
Baseado no sucesso assistencial obtido<br />
nos cuidados com a saú<strong>de</strong> ocupacional e<br />
bem-estar ocupacional do médico no canadá,<br />
o Dr. Michael Myers, clinical professor<br />
of the Dept. of Psychiatry, University of<br />
British Columbia, através da Canadian Medical<br />
Association (CMA), editou um livro<br />
que alerta sobre fatos que potencialmente<br />
elevam a incidência dos vários tipos <strong>de</strong> patologia<br />
ocupacional, bem como fontes <strong>de</strong><br />
recursos para o diagnóstico, tratamento e<br />
suporte no Canadá (Figura 1). Certamente<br />
esse é um dos exemplos a ser seguido por<br />
outras instituições.<br />
Algumas características inerentes à prática<br />
da anestesiologia nos tempos mo<strong>de</strong>rnos po<strong>de</strong>m<br />
resultar em certas correlações bastante<br />
signifi cantes com patologias psicogênicas,<br />
6 - mai-jun, 2010 - Anestesia em revista<br />
sendo estas geradoras <strong>de</strong> graus elevados <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong>.<br />
Entre essas características, po<strong>de</strong>mos<br />
citar e enfatizar os perigos do surgimento <strong>de</strong> situações<br />
crônicas <strong>de</strong> fadiga e <strong>de</strong> elevado nível <strong>de</strong><br />
estresse ocupacional, que po<strong>de</strong>m estar presentes<br />
tanto na prática clínica da anestesiologia como<br />
também nos centros <strong>de</strong> formação dos jovens profi<br />
ssionais <strong>de</strong>ssa área (centros <strong>de</strong> ensino e treinamento<br />
e residências médicas - SBA e MEC).<br />
No Brasil, a Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina, através<br />
<strong>de</strong> seu setor <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência química<br />
em médicos, a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pesquisa em Álcool e<br />
Drogas (Uniad), apresenta recente casuística, exposta<br />
no Quadro II, com um N <strong>de</strong> 57 pacientes<br />
com evidência clínica <strong>de</strong> signifi cante prevalência <strong>de</strong><br />
adição química <strong>de</strong> drogas opioi<strong>de</strong>s (52,6%), álcool<br />
(22,8%) e benzodiazepínicos (29,8%) em anestesiologistas.<br />
A <strong>de</strong>pendência química a esse tipo <strong>de</strong> droga,<br />
principalmente aos opioi<strong>de</strong>s, torna o tratamento<br />
<strong>de</strong> recuperação do médico adicto bastante<br />
dificultado e, muitas vezes, frustrante, principalmente<br />
em razão <strong>de</strong> o fator etiológico resultar em<br />
alterações significantes na formatação da codificação<br />
genética celular no sistema nervoso central<br />
(up and down regulation neuronal). Essa alteração<br />
patológica genético-fisiológica do neurônio<br />
(principalmente em estrutura do sistema límbico)<br />
resulta na adoção <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> patológica<br />
caracterizada pelo <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento da busca incontrolável<br />
pela droga e pela satisfação advinda <strong>de</strong> seu uso<br />
Quadro II – Relação da drogas utilizadas pelos médicos anestesiologistas<br />
adictos