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Thales Castro - Teoria Das Relações Internacionais - funag

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ThALES CASTRO<br />

especificamente, em 25 de dezembro daquele ano, a URSS invade o<br />

Afeganistão e derruba o então Presidente Hafizullah Amin que fora,<br />

posteriormente, substituído por Babrak Karmal. Em 1979, duas outras<br />

importantes revoluções fizeram parte do contexto histório bipolar: a<br />

revolução nicaraguense sandinista que derruba Anastásio Somoza e<br />

a revolução iraniana que derruba o Xá Reza Pahlevi, no poder desde<br />

a década de quarenta. Uma questão de cunho teórico-metodológico<br />

pairava à época quando se estudava com profundidade a rica obra de<br />

Waltz: diante da distribuição de poder relativo às unidades estatais como<br />

atores racionais em um sistema anárquico, qual estrutura de polaridade<br />

consegue manter maior grau de estabilidade e ordem sistêmica?<br />

Nesse sentido, Waltz aponta para os sistemas bipolares como sendo<br />

mais estáveis pela natureza da balança de poder que estes acarretam.<br />

Segundo Waltz, os caminhos de cooperação possíveis com países de<br />

menor estatura cratólogica em um sistema bipolar são mais factíveis<br />

para regulação das partes em um cenário anárquico e irregularmente<br />

distributivo. 481 Assim, evidencia-se que o bipolarismo oferece algumas<br />

brechas de cooperação intrassistêmica.<br />

Quando é enterrada a Guerra Fria, em dezembro de 1991, alguns<br />

aspectos da teoria de Waltz serão revistos em razão do abrupto rompimento<br />

da rivalidade bipolar por meio de brechas de cooperação ainda maiores<br />

durante o final da gestão Gorbachev. Para alguns teóricos, Waltz não<br />

conseguiu, no núcleo duro de sua teoria que permanecia impávida até<br />

então, prever como o próprio sistema bipolar iria ruir da maneira como<br />

ocorreu no fluxo histórico dos eventos da queda do Muro de Berlim (1989)<br />

à Guerra do Golfo (1991).<br />

Kenneth Waltz, ao desenvolver sua teoria do equilíbrio de<br />

poder (balança de poder) em 1979, aprofunda o conhecimentos sobre o<br />

funcionamento da macrossistemia. De acordo com o sistema de autoajuda,<br />

há limitações estruturais para as ações externas dos Estados pelos seus<br />

chamados esforços internos e esforços externos. O processo de socialização<br />

e de competição articula meios na forma de alianças fortes ou fracas para,<br />

objetivamente, gerir o relacionamento externo estratégico dos Estados.<br />

Waltz é um autor múltiplo e impactante. Waltz continua<br />

contribuindo para a renovação e a ampliação do neorrealismo em várias<br />

searas. Suas visões, mesmo após a Guerra Fria, ainda são debatidas como<br />

forma de adaptar seus pilares para além das meras lógicas bipolares de<br />

“soma zero”, bastante presentes na detalhada descrição do comportamento<br />

481 CEPIK, marco; SChNEIDER, Luiza. Kenneth Waltz. In mEDEIROS, marcelo et al, orgs. Clássicos das <strong>Relações</strong> <strong>Internacionais</strong>.<br />

Op. cit. pp. 92-116.<br />

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