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O risco e a invenção - UFRJ

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A partir do trabalho realizado por<br />

Danièle Pauly, o autor Daniel M.<br />

Herbert, no seu Architectural<br />

Study Drawings, procurou<br />

demonstrar e recriar o processo<br />

de elaboração dos esboços de<br />

concepção realizados por<br />

Le Corbusier para Ronchamp,<br />

tomando por base o primeiro<br />

esboço realizado em 6 de junho<br />

de 1950.<br />

•<br />

A estrutura da exposição procurou resgatar a trajetória individual do arquiteto, passando<br />

pelas primeiras realizações até chegar à obra madura e consolidada. De um ponto de vista<br />

restrito, a exposição dos desenhos revela o âmago da própria prática da concepção do projeto<br />

e, talvez, a melhor explicação para os trabalhos expostos seja uma intensa paixão pelo <strong>risco</strong><br />

à mão livre.<br />

A oportunidade que surge com a apresentação da produção de um mestre deve ser aproveitada<br />

visando compreender, de uma maneira geral, a natureza de um ato difícil, mas corriqueiro<br />

para a grande maioria dos arquitetos. Como alguns autores vêm demonstrando (D. Pauly, D.<br />

M. Herbert, entre outros) é exatamente pela investigação de situações notáveis e exemplares,<br />

que se poderá entender a importância da notação gráfica para os arquitetos e lançar alguma<br />

luz sobre o tema.<br />

Esta tese então propõe uma análise de parte dessas notações gráficas de uma maneira<br />

renovada. Serão estudados todos os desenhos relativos a concepção de Brasília apresentados<br />

na exposição e uma seleção dos documentos que contêm tanto textos como desenhos, mais<br />

os dois desenhos publicados na edição especial da revista Arquitetura e Urbanismo de Abril<br />

de 1985.<br />

20<br />

V<br />

Encontrar ou definir um método de análise que pudesse dar conta do processo de<br />

concepção não é uma tarefa simples ou óbvia. Mais ainda, se for considerado que esse é um<br />

campo de estudo bastante recente. Neste trabalho se pretende não só combinar referências a<br />

alguns procedimentos já aplicados, mas principalmente incorporar essas abordagens em<br />

um método gráfico de tratamento simples, algo como uma espécie de ‘diagrama da idéia’, o<br />

qual poder-se-ia denominar ‘redução ideogramática’.<br />

Esta redução consistiria em buscar a essência do gesto, [re-]imaginando a sua intenção e<br />

traduzindo-o no mais simples, elementar e regular traçado de natureza ‘geométrica’, o que,<br />

de certa maneira, também significa ‘interferir’ no desenho. Trata-se de uma operação<br />

mediadora, que combina a ‘apropriação’ e o ‘distanciamento’. Neste sentido, se estuda o<br />

desenho interpondo uma ‘ferramenta conceitual’, porque ao redesenhá-lo e substitui-lo,<br />

objetiva-se reconhecer e deslindar parte dos motivos, métodos e técnicas que constituiriam<br />

a mecânica do processo criativo.

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