O risco e a invenção - UFRJ
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TIPO:<br />
[Do gr. typos, ‘cunho’, ‘molde’, ‘sinal’.] S. m.<br />
1. Aquilo que inspira fé como modelo.<br />
2. Coisa que reúne em si os caracteres distintivos de<br />
uma classe; símbolo.<br />
3. Exemplar, modelo.<br />
4. Personagem paradigmático da ficção ou da tradição<br />
oral.<br />
—————————<br />
8. Biol. Exemplar que, examinado pelo autor de uma<br />
espécie, é explicitamente indicado por ele como padrão<br />
da descrição original da espécie. [Se não houve<br />
menção do tipo, outro exemplar é escolhido,<br />
posteriormente, para servir de tipo.]<br />
—————————<br />
para Aristóteles o homem imita não somente a natureza mas a essência interna, ideal, das<br />
coisas: “… que a arte pode representar as coisas como são ou como devem ser … que<br />
produzem a desocultação … e o deleite intelectual” (Boutrox, 2000). De acordo com Brandão<br />
(2000):<br />
O conceito de imitatio […] constituiu o núcleo fundamental a partir do qual Platão e<br />
Aristóteles consideram a atividade artística e em torno do qual a História da Arte<br />
desenvolveu-se […] Esta ‘imitação ou representação’, tal como compreendido no vocábulo<br />
grego mímesis, não se confunde com ‘cópia’. Além disso, tal termo sofreu diversas<br />
interpretações contrastantes na História de acordo com a cultura em que foi pensado,<br />
chegando mesmo a comportar, no seu interior, uma teoria antimimética [sic] da Arte ao<br />
identificar a liberdade fantástica como a ‘imitação’ da idéia ou de uma essência inteligível<br />
oculta sob a realidade sensível …<br />
O Neoplatonismo tomará a acepção do termo enquanto imitação da idéia e não da natureza,<br />
ligando, todavia, a imagem a um modelo ideal perfeito e excelso: a imitação de um objeto<br />
real nada pode produzir de belo enquanto que pela imitação de uma ‘idéia verdadeira’<br />
produzir-se-ia uma beleza oriunda de um mundo de puras essências imutáveis. Então, mais<br />
do que imitação da natureza dever-se-ia procurar tratar da ‘imitação’ da ação da natureza e<br />
de uma suposta verdade essencial inerente às coisas. Conforme Brandão (2000), na<br />
Renascença, conceber a mimese como imitação da ação da natureza incluía-se no processo<br />
de investigação de uma realidade que deveria ser revelada pela arte e pela ciência:<br />
Aí, a atividade mimética configura-se como uma verdadeira operação inventiva pois, mais<br />
do que descobrir ou excogitare aqueles primeiros princípios, o artista os antecipa<br />
intelectualmente, tal como faz na perspectiva. O artificial se apresenta no natural e como<br />
natural. De imitatore, o artista torna-se um inventore. Ele produz mais o mundo do que o<br />
reproduz.<br />
Ao introduzir, no século XIX, a noção de ‘tipo’ Quatremère de Quincy também iria reconhecer<br />
a mimese como uma espécie de ‘imitação’ do caráter de um tipo construtivo ideal, ou seja,<br />
distingue a imitação de princípios formais ou de organização de elementos construtivos da<br />
mera cópia de objetos ou elementos preexistentes.<br />
No final dos anos 60 o filósofo Theodor Adorno dará um tratamento renovado à noção de<br />
mimese. Na sua Teoria Estética o autor se refere a mimese como ‘reflexo’ de um tipo especial<br />
de ‘afinidade’ entre o sujeito e as coisas do mundo a sua volta. Uma afinidade que não se<br />
funda na razão instrumental e que ultrapassa a antítese entre sujeito e objeto. De acordo<br />
com Heynen (2000), o momento ‘mimético’ de cognição proposto pelo filósofo tem relação<br />
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