A Esperança é a última que morrei \ olhos da cara

Verde in! egral
rynPTreii
A diferença que faz diferença
A Associação Cultural Ecológi-
ca Lagoa do Nado - ACELN - tem
uma maneira "sul generis" de lidar
com a questão ambiental. Traba-
lha - e sente prazer - com o concei-
to de "eco-cultura", ou seja, parte
do pressuposto de que não dá
para falar apenas em "conservar a
natureza" sem mudar a atitude das
pessoas em relação ao meio em
que vivem. O "buraco negro", na
visão da ACELN, é bem mais em-
baixo. Entendemos que é preciso
uma mudança radical nos valores
culturais que norteiam a socieda-
de. Preservar o homem, sim, mas
denunciar também que ele é o ser
vivo que mais desequilibra e destrói
o meio-ambiente. E que esta é
uma realidade que urge ser trans-
formada.
Sabemos que esta não é tarefa
para uma só geração, mas acredi-
tamos piamente nesta nossa ma-
neira de plantar uma árvore. Como
bem diz o antropólogo Carlos Ro-
drigues Brandão em "O rosto e o
espelho - cultura e natureza":
"...oo macaco a árvore é um
sinal natural referente, uma fonte
de alimentos e um local de abrigo.
Para o homem ela pode ser isto e
muito mais: o logotipo de uma ca-
miseta, o símbolo de um neo-amor
pela natureza, uma bandeira de
luta, a mercadoria do antípoda ca-
pitalista e madeireiro, uma das ra-
zões de ser de um Código Florestal,
um momento de contemplação
do mundo, a palavra de um poe-
ma, o memória de um momento
de amor, a metáfora bem ou o al-
tar de um deus. "(1)
A ACELN se distingue ainda por
trabalhar diretamente com a co-
munidade e por interagir com mo-
vimentos populares, culturais e eco-
lógicos de várias regiões de Minas
e do Brasil, se comunicando princi-
palmente através da arte, aqui en-
carada como fator de sensibilida-
de, de criação e de participação.
Somos movidos pelo sentimen-
to de que há "uma dimensão ina-
diável de ação libertadora na cria-
ção cultural popular e que é urgen-
te despertar este seu sentido pri-
mordial onde o mofo dos dias e a
soma dos desenganos parece
fazê-lo esquecido. A preocupação
em manter acesa a vocação tam-
bém cultural e fisicamente artística
da luta sem trégua pela cidadania.
A consciência de que quanto mais
modernos e uniformemente pode-
rosos os modos e meios de reprodu-
ção das idéias vazias, a pretensos
sujeitos sem idéias, tanto mais Indis-
pensável este nosso aparente tra-
balho invisível, mas poderosamente
face-a-face, vida a vida: todos os
dias!" (2)
(1) Cadernos "Trem da História" (1991)
(2) Idetn
^h
Clip da Lagoa - A Agência do Banco do Brasil no bairro Planalto tomou a iniciati-
va de produzir um documentário em vídeo sobre a Lagoa do Nado, destacando
o trabalho da ACELN. O vídeo-clip será veiculado brevemente em um monitor de
TV Instalado na própria agência.
Parque do Rio Doce - O IEF (Instituto Estadual de Florestas) convidou as organiza-
ções não-governamenfais Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado, Funda-
ção Biodlversltas, Centro para Conservação da Natureza, Associação Mineira de
Defesa do Ambiente (AMDA) e Fundação Rellctos para desenvolverem um proje-
to de educação ambientai no Centro de Interpretação do Parque Estadual do
Rio Doce, localizado no município de Marliérla/MG. Um desafio e tanto para a
realização de um trabalho conjunto entre um órgão público e aquelas ONGs.
Cangados de Ollveira/MG, resgatados em disco pelo projeto "Trem da História",
sob a coordenação da cantora Titane
Consciência Negra: Uma oficina de percursão e criação de instrumentos com
Djalma Corrêa e o lançamento do LP "Os Negros do Rosário" (foto) foram as ativi-
dades realizadas no Parque Fazenda Lagoa do Nado, dentro da programação
da Semana da Consciência Negra (de 20 a 29 de novembro de 1992). A ACELN
juntou-se ás seguintes entidades na promoção deste evento: Casa Dandara, De-
partamento Cultural do Sindicato dos Bancários, Associação dos Congadeiros de
Oliveira, Movimento Negro Unificado e Movimento Cultural Oliveira Viva.
EPC - O 'Trem da História" fez uma parada na Lagoa do Nado nos dias 3 e 4 de
abril último para mais uma plenória do Encontro Popular de Cultura de Minas Ge-
rais (EPC/MG). Os participantes concluíram que a busca de "Vida, Cultura e Felici-
dade" - tema do 4 S Encontro realizado ano passado - é realmente o que une e
motiva o movimento. A vital necessidade de se encontrar, trocar experiências,
emoções e, sobretudo, construir a utopia. Ficou decidido também que será ela-
borada uma pesquisa objetivando avaliar o EPC/MG e traçar novos rumos para o
movimento.
Fesfivale - O XIV Festivale (Festival de Cultural Popular do Vale do Jequifinhonha)
terá como palco este ano a cidade de Minas Novas-MG, no período de 16 a 25
de julho. Esta foi uma das decisões tomadas pela plenária da Federação das Enti-
dades Culturais e Artistas do Vale do Jequitinhonha (FECAJ), que esteve reunida
em Berilo-MG durante a Semana Santa. Na oportunidade, foi escolhida também
a nova diretoria da entidade.
Multimídia - Teatro de rua, música, teatro infantil e mímica. Estas são algumas das
linguagens utilizadas pela multimídia "Reviu a Volta Cia de Artes", cujo QG é o
Parque do Nado. A Companhia dispõe também de um "Grupo de Serenata"
com repertório de aproximadamente 1500 músicas, que pode ser contratado
através do fone: 491-2137 (falar com Monallsa).
Seresta - No dia 7 de maio último, a ACELN promoveu pelo oitavo ano consecuti-
vo uma seresta em homenagem às mães. O evento foi realizado na Praça da Paz
(bairro Planalto), um dos espaços conquistados pela comunidade conjuntamente
com a ACELN. Segundo C|air Benflca, um dos objetivos é "resgatar a praça como
espaço público de convivência, valorizando também aspectos culturais de uma
região onde a maioria das pessoas são egressas de cidades do Interior."
■Expediente!
VERDE INTEGRAL
Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado
Redação: José Edward (Reg. Prof, n»5.107)
ACELN Edição: José Edward e Clair Benfica
Av. Olímpio Mourão Filho, 400 ■ Planalto - CEP 31.720- Projeto Gráfico e Programação Visual:
200 - Beto Horizonte (MG) - CGC n» 19.138.981/0001-66 Marco Eliel
Diretor de Comunicação: Sérgio Augusto Oomingues Fotos: Breno Pataro, Lester Moreira,
Diretor de Ecologia: Antônio Márcio Moura João Roberto (JR.), Valéria Marques e Arquivo/ACELN
Diretor de Cultura: Roberta Mendes Veloso . Composição: Tlppo Editora - (031) 2250582
Diretora de Administração: Ludmila F. Pinto llustrações Berzé e Lor
Diretora de Finanças: Fídeíis do Amarante Jr. Tiragem: 3.000 exemplares
Impresso no Diário do Comércio
Eco-ciencia
Q Produzido há 3.500 anos, o
vidro é altcmente recíctável.
Caco de vidro barateia o cus-
to de produção, pois exige
energia, O Brasí! recicla aproxi-
madamente 30% das suas em-
balagens de vidro, Uma garra-
fa de cerveja volta 30 vezes à
fabrica,
J Vinte milhões de brasileiros
nào recebem água tratada,
60 milhões não são atendidos
por coleta de lixo e 75 milhões
não dispõem de serviços de
esgoto.
Q Técnicos europeus estudam
a possibilidade de criar um de-
pósito de lixo espacial para
coloccr ali os satélites que dei-
xaram de funcionar, restos de
foguetes e outros equipamen-
tos. Esse depósito seria uma
"órbrta-cemitérío" em que o
lixo seria acumulado.
Q Se você fuma e se sente
persegu ido pelo mundo mo-
derno, relaxe, Poderia ser pior.
O sultão turco Ahmed I a
(1603-1617) foi um dos pionei-
ros no iobby ontitabagísta, Ele
reunia fumantes e mandava
perfurar seus narizes. Um sul-
tão posterior, Moerad 4 B
(1623-40) ma ndava decapitar
fumantes e o papa Urbano
8 e (1623-44) excomungava a-
queles que fumavam em lo-
cais sagrados.
□ Beber água com açúcar
não tem nenhum efeito seda-
tivo sobre o sistema nervoso.
Há apenas um efeito placebo
(psicológico), mas é inerte no
organismo como calmante.
Zi Não hã registro de casos de
AIDS transmitidos por picada
de inseto que picou antes
uma pessoa infectada. O vírus
HIV não se reproduz no estô-
mago de insetos, pois estes
apenas sugam o sangue sem
o Injetar. Na África, os focais
de maior concentração de in-
setos, áreas rurais, têm o me-
nor número d© pessoas conta-
minadas. Portanto, esses btchi-
nhos não podem ser conside-
rados vetores.
3 Os cientistas ainda não
conseguiram explicar porque
a maioria das pessoas têm
preferência pelo lado direito
do corpo, Í0% da população
é composta por canhotos,
que antigamente eram perse-
guidos pois acreditava-se que
conhottsmo era um traço sa-
tânico. Viva os novos temposi