ENTREVISTA Alberto Silva Franco e Dyrceu Aguiar Dias Cintra Jr ...
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entrevista<br />
expediente sumário editorial entrevista artigos reflexão do história resenhas<br />
estudante<br />
D.A.D.C.J.<br />
– O Angarita você já conhecia de Minas, não é? Dos anos de<br />
faculdade. É isso?<br />
Ranulfo<br />
– É, já o conhecia de Minas. Diz ele que, no primeiro dia, nós<br />
fomos pra zona (risos).<br />
A.S.F.<br />
– O quê de importante para você significou o exercício da<br />
judicatura em Rio Claro? Você encontrou ali uma pessoa que<br />
acho que você já conhecia, que era especial, não é? Seu colega.<br />
D.A.D.C.J.<br />
– Um juiz mais velho que estava lá.<br />
Ranulfo<br />
– Ah! O Luis Gonzaga, Luis Gonzaga Arruda Campos.<br />
O “Luizinho”. Ele dizia assim: “Ocê não me engana, ocê é<br />
comunista”. Eu dizia: “Eu não sou”. Porque ele era integralista;<br />
ele integrou aquele grupo do Plínio Salgado. E ele era amigo do<br />
Miguel Reale.<br />
D.A.D.C.J.<br />
– Mas ele já tinha passado essa fase?<br />
Ranulfo<br />
– Já tinha passado, isso aí já era folclore para ele. Ele nunca<br />
* Neste momento da entrevista ingressa na sala o Dr. Ivan Martins Motta.<br />
foi homem da direita, nem nada. E o Miguel Reale, pai, também.<br />
I.M.M.<br />
– Era mais um problema filosófico...<br />
Ranulfo<br />
– Mas o Miguel Reale, pai, não queria a ditadura fascista,<br />
coisa e tal. O Goffredo da <strong>Silva</strong> Telles <strong>Jr</strong>., que fazia parte desse<br />
grupo, também não era a favor de ditadura.<br />
Revista Liberdades - nº 11 - setembro/dezembro de 2012 I Publicação Oficial do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais<br />
A.S.F.<br />
– Mas voltando a Rio Claro, quer dizer, há alguns episódios de<br />
Rio Claro que sempre são contados, não é? Um deles é o da bicicleta.<br />
Ranulfo<br />
– Tem um que é verídico de tudo. Eu vinha descendo a escada<br />
[do fórum] e ia tomar um chope ali embaixo; aí ia subindo uma<br />
pessoa. Eu falei “O Sr. vai subir e tal? O senhor quer falar com o<br />
juiz da 1º ou 2º Vara”. E ele: “Sartei d’ocê, cigarrinho de palha”<br />
(risos). Eu não tinha ouvido, mas isso correu na cidade inteira.<br />
A.S.F.<br />
– E o da bicicleta, não é verdadeiro?<br />
Ranulfo<br />
– Eu fiquei preocupado porque o sujeito pediu pra que eu<br />
ficasse ali um pouquinho, porque ele ia não sei onde, e se eu<br />
saísse iam roubá-la [a bicicleta].