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ENTREVISTA Alberto Silva Franco e Dyrceu Aguiar Dias Cintra Jr ...

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entrevista<br />

expediente sumário editorial entrevista artigos reflexão do história resenhas<br />

estudante<br />

que você não se saiu bem...”. A Jacira – Jacira era a mulher dele<br />

– gostou muito. E um amigo meu disse que quando a mulher de<br />

juiz fala que você se saiu bem – e mulher não sabe do que está<br />

falando (risos) – é a pior coisa que tem, pois quando a mulher<br />

fala assim é porque não quer falar que você se saiu mal (risos).<br />

E a Jacira falou: “Ranulfo, você se saiu bem!” (risos).<br />

A.S.F.<br />

– Você fez só um júri?<br />

Ranulfo<br />

– Depois fiz outros. Mas nesse júri aconteceu o seguinte – a<br />

estória é rápida –: havia um taxista; ele sai de Lucélia e vai para<br />

Adamantina, levar uma pessoa; depois, no caminho, o taxista é<br />

encontrado morto ali, sem carro, sem nada; de madrugada, uma<br />

mulher da zona procura o delegado e fala: “ontem o Barbosinha<br />

esteve aqui com a roupa manchada de sangue”;mais tarde, o<br />

Barbosinha foi preso no Paraná com o carro da vítima e com a<br />

roupa manchada de sangue. A prova era toda indiciária (risos).<br />

A.S.F.<br />

– Bem indiciária, né (risos)?<br />

D.A.D.C.J.<br />

– Superindiciária (risos)! Principalmente as manchas de<br />

sangue.<br />

Ranulfo<br />

– (risos) É, as manchas de sangue! Mas há uma coisa que o<br />

Dr. Romeu fez na hora, quando me nomeou, e que mais tarde<br />

influiu nas nossas “coisas” da 5ª Câmara, com as ideias da<br />

gente. Ele falou assim: “Então você leva o processo, Ranulfo,<br />

porque o Sebastião falou comigo ‘esse mineiro fala bem’. Os<br />

advogados aqui não querem aceitar a defesa do Barbosinha,<br />

então eu nomeio o Ranulfo para defender o Barbosinha”. E<br />

aí ele falou ainda: “Olha, eu ainda não interroguei”. Aquilo<br />

mais tarde deve ter-me influenciado, isto é, de eu pegar aquele<br />

processo sem que tivesse sido ainda o réu interrogado e levá-lo<br />

comigo – ficou alguns dias comigo – e depois é que eu devolvi.<br />

Aí eu cheguei para o Barbosinha e falei rapidamente com ele o<br />

seguinte: “Olha, eu li o processo” – e não olhava na cara dele –<br />

“Estou convencido de que não foi você; se foi não fala porque<br />

senão eu não te defendo. Eu vou voltar no fim da semana prá<br />

gente conversar novamente” (risos). Ele disse: “Excelência tem<br />

razão, eu sou inocente!”. Eu disse: “Então ótimo! É o que eu to<br />

querendo”. Aí ele deu a explicação de que na realidade, quando<br />

eles iam de um lado para outro, foram assaltados, houve uma<br />

luta e ele conseguiu escapar, fugiu...<br />

D.A.D.C.J.<br />

– E foi fugindo até o Paraná (risos)!<br />

Revista Liberdades - nº 11 - setembro/dezembro de 2012 I Publicação Oficial do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais<br />

A.S.F.<br />

– Primeiro ele passou na zona; depois foi para o Paraná<br />

(risos). Conseguiu a absolvição desse?

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