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UNIDA A ESQUERDA GANHA.

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2 5 N0V1989<br />

ANO II<br />

N?13<br />

OUTUBR<br />

1989<br />

<strong>UNIDA</strong> A<br />

<strong>ESQUERDA</strong><br />

<strong>GANHA</strong>.<br />

Para começar nos livramos do golpe do baú.<br />

Os juizes, felismente liquidaram<br />

Silvio Santos e seu partido nanico.


Vive-se hoje a um pas-<br />

so do pânico. O quadro<br />

é de virtual desgoverno.<br />

As expectativas se preci-<br />

pitam. A inflação ganha<br />

velocidade vertiginosa. A<br />

insegurança é total. Fal-<br />

tam quatro meses para a<br />

posse do futuro presidente. O colapso hiperinflacionário<br />

não é mais uma possibilidade remota. Este presente<br />

nos prognósticos e nas atividades do cotidiano. A crise<br />

tem contornos selvagens. Daqui para o tumulto social<br />

não há mais que um passo. A própria democracia está<br />

sendo posta a prova.<br />

Nesses dias de inércia e omissão é preciso conhecer<br />

as duas faces do Brasil: no verso, o de um país miserável,<br />

cujas autoridades se orgulham de dizer que se trata<br />

da 8°. potência econômica do planeta, mas cujos indica-<br />

dores sociais o colocam na fronteira entre o Terceiro<br />

Mundo pobre e o miserável Quarto Mundo: No reverso,<br />

e de um país cujo Estado não só faliu como se transfor-<br />

mou em um Robin Hood às avessas, que tira mais dos<br />

pobres para dar mais aos ricos. Calcula-se em US$<br />

153 bilhões a quantia que o governo entregou à iniciativa<br />

privada, de 1973 a 1985, a título de renúncias fiscais.<br />

Isso tudo em um país em que 32% da população é<br />

oficialmente classificada como miserável.<br />

O déficit habitacional no Brasil é de 8 a 10 milhões<br />

de unidades, atingindo 40 milhões de pessoas. O salário<br />

mínimo caiu 42,4% de 64 a 85. Faltavam 145.359 leitos<br />

hospitalares no Brasil em 1985 e só a malária, atingia,<br />

mais de meio milhão de pessoas em 1987. E preciso<br />

agir diante da irresponsabilidade de sempre. O Brasil<br />

mostra que o quadro de desigualdades no país é muito<br />

pior do que se supõe: Paraguai, Colômbia, Filipinas<br />

e Sri Lanka apresentam indicadores sociais melhores<br />

do que os do Brasil. O Brasil está atrás de outros países<br />

pobres até no emprego de terapias de baixo custo, como<br />

a aplicação de sais da reidratação oral (SRO) em crian-<br />

ças com diarréia. A inércia e a omissão não interessam<br />

a niguém. O que está em jogo é o futum da economia<br />

e da sociedade brasileira.<br />

Mas, apesar de tudo o nosso povo ainda não perdeu<br />

a esperança. A nossa gente ainda não perdeu a capaci-<br />

dade de sonhar. Os poderosos tentaram de todas as<br />

formas sufocar a esperança no coração de nossos com-<br />

panheiros. Os poderosos prometeram reforma agrária,<br />

salário justo, casa e saúde. Tudo ficou nas promessas.<br />

Muita gente desacreditou da luta. Agora a gente começa<br />

a entender que o problema não está na luta, mas nos<br />

políticos das classes dominantes. Nunca foi tão neces-<br />

sário o menor aprender a acreditar na força do menor,<br />

dos oprimidos.<br />

Hoje, depois de 29 anos, não é chegada, apenas,<br />

a hora de votar. E a hora de dizer que nós existimos.<br />

E das nossas mãos que vai nascer um novo Brasil.<br />

No dia 15 de novembro vamos votar na gente, vamos<br />

lutar pela maioria. Votaremos contra os responsáveis<br />

pela miséria da maioria do nosso povo. Com certeza!<br />

EXPEDIENTE:<br />

Diretoria: Presidente - José Lourenço Pechtoll, Vice-<br />

Presidente - José Sebastião Zago, Primeiro Secre-<br />

tário - Antônio Aparecido Silva Pinto, Segunda Se-<br />

cretária - Geralda Silva Vieira, Primeiro Tesoureiro<br />

- Aleto José de Souza, Segundo Tesoureiro - Luís<br />

Fratucci Zagato.<br />

Colaboradores: Márcia Aparecida Fontana Rodri-<br />

gues, Ramon Álvaro Velasques, padre Ângelo, Ade-<br />

mar Carlos de Oliveira, leda Maria Roberto, frei Darci<br />

Rettore, Isaías Gomes de Lima, Wagner Bispo.<br />

Jornalista Responsável: José Lourenço Pechtoll<br />

(RPMtb 18450)<br />

Diagramação: José Valter Lopes<br />

2. ESPALHA FATOS<br />

ESTE É O SEU ESPAÇO<br />

Baixada Fluminense, 13 de Outubro de 1989.<br />

DE: Comissão dos Religiosos Seminaristas, Padres Negros do RJ<br />

PARA: Entidades Negras que lutam contra o RACISMO<br />

e demais entidades que lutam pela<br />

DENÚNCIA<br />

JUSTIÇA.<br />

Recebemos comunicação do Sindicato dos<br />

Trabalhadores do Ensino Público de Mato<br />

Grosso, relatando-nos a discriminação con-<br />

tra a população negra, feita pelo Diretor da<br />

Escola Conveniada "Sarita Baracat", Se-<br />

nhor Manoel Reis, em uma reunião na refe-<br />

rida escola, "comentou" com grande orgulho<br />

que o bairro e a referida escola estavam me-<br />

lhorando, segundo ele pelo fato das crianças<br />

negras estarem migrando (deixando) dos re-<br />

feridos locais, ficando apenas as crianças<br />

brancas e loiras, dando assim, um novo visual<br />

à escola do bairro". (Texto do sindicato).<br />

Diante desta violenta discriminação, por<br />

parte deste diretor, solicitamos o posiciona-<br />

mento de sua entidade, através de cartas,<br />

dando o seguinte direcionamento:<br />

1) Que o diretor se retrate publicamente<br />

nos meios de comunicação da cidade de<br />

Cuiabá;<br />

2) Que o colégio convide um represen-<br />

tante do conselho estadual de Direitos do<br />

Negro para desenvolver um trabalho sobre<br />

a história do povo negro, em cada sala de<br />

aula, com a duração de 45 minutos;<br />

JUSTIÇA<br />

3) Que os corajosos professores que de-<br />

nunciaram a atitude racista do diretor, rece-<br />

bam cartas do Conselho Estadual de Direitos<br />

do Negro, parabenizando-os pelo gesto de<br />

vigilância e solidariedade a causa do negro;<br />

4) Caso o diretor não se retrate no prazo<br />

de 30 dias, a contar da data deste ofício,<br />

que seja retirado da direção do referido colé-<br />

gio e que abra processo conforme a Consti-<br />

tuição Federal, artigo 5", n'.' XLII.<br />

Endereços para enviar as correspondên-<br />

cias:<br />

a) Diretoria Geral da Rede de Escolas<br />

"Sarita Baracat" - Várzea Grande<br />

Parque do Lago - Cristo Rei - 78000 - Cuia-<br />

bá - MT<br />

b) Movimento Negro de Cuiabá - A/C Ge-<br />

raldo Henrique Costa<br />

Rua Prof. Azélia Mamoré de Melo, n 1 .' 395<br />

- Araés - Cuiabá - 78000 - MT.<br />

Oue o vigor dos nossos mártires negros<br />

- Zumbi dos Palmares, Manoel Congo... es-<br />

teja em nós e nos dé forças para lutar!!!<br />

MODJUMBA AXÉ!!!<br />

Comissão dos Religiosos, Seminaristas<br />

e Padres Negros do Rio de Janeiro.<br />

OLHO VIVO NAS ELEIÇÕES<br />

Dos principais candidatos à Presi-<br />

dência, apenas quatro merecem o seu<br />

voto. Isso é o que aponta o vídeo<br />

Olho Vivo nas Eleições, quando abor-<br />

da a questáo da Reforma Agrária.<br />

Esse programa faz parte de uma série<br />

sobre os principais desafios que o pró-<br />

ximo Presidente vai enfrentar - De-<br />

mocracia, Cultura, Política Urbana,<br />

Meio Ambiente e Dívida Externa. Os<br />

temas são apresentados pelos espe-<br />

cialistas: Plínio de Arruda Sampaio,<br />

Herbert de Souza, Irmã Passoni, Fá-<br />

bio Feldman e Paulo Sandroni.<br />

Dois personagens - o boneco Simão<br />

e o seu amigo Tonho - intervém, dis-<br />

cutem e comentam, no balcáo de um<br />

bar, o conteúdo exposto.<br />

Olho Vivo nas Eleições é uma pro-<br />

dução da TV Comunidade, núcleo de<br />

vídeo do CAMPO (Centro de Asses-<br />

soria ao Meio Popular), para subsi-<br />

diar os debates pré-eleitorais nas Co-<br />

munidades de Base, Movimentos Po-<br />

pulares, Sindicatos, Escolas, e de-<br />

mais grupos interessados.<br />

As cópias dos programas estão dis-<br />

poníveis na sede da entidade: Rua<br />

Professora Sebastiana da Silva Mi-<br />

nhoto, 31 - Tatuapé, São Paulo, SP,<br />

CEP: 03316. Telefone (011)<br />

293-1193.<br />

O QUE É O<br />

CAMPO?<br />

O CAMPO (Centro de Assessoria<br />

ao Meio Popular) é uma associação<br />

de profissionais e estudantes cristãos<br />

sem fins lucrativos, que produz diver-<br />

sos materiais, promove cursos e ativi-<br />

dades de formação, a fim de que o<br />

próprio povo disponha de instrumen-<br />

tos para transformar a sociedade -<br />

conforme as Diretrizes Gerais da<br />

Ação Pastoral da Igreja no Brasil tra-<br />

çadas pela CNBB.<br />

A entidade existe desde 1985 e já<br />

produziu vídeo com a UCBC (União<br />

Cristã Brasileira de Comunicação So-<br />

cial), prestou serviços à Comissão<br />

Justiça e Paz, produções próprias -<br />

documentação dos principais eventos<br />

da Igreja de São Paulo. Além disso,<br />

o CAMPO tem oferecido Cursos de<br />

Leitura Crítica da Comunicação e da<br />

Propaganda Política na TV em várias<br />

comunidades de Arquidiocese de São<br />

Paulo e de outras dioceses.


Por que votar na esquerda? Inicio<br />

este artigo com uma pergunta e<br />

abaixo seguem os argumentos que<br />

justificam porque não devemos vo-<br />

tar em candidatos da ala direita.<br />

O primeiro deles é que ficamos<br />

29 anos sob uma a ditadura de direi-<br />

ta, que prendia e matava por sim-<br />

ples suspeita, como foi o caso do<br />

companheiro de profissão jornalista<br />

Wladimir Herzog, encontrado mor-<br />

to na prisão. Mas antes da ditadura,<br />

no tempo de Getulio Vargas e após<br />

ele, também sempre foi assim.<br />

O Salário do trabalhador sempre<br />

foi uma miséria, nunca acompa-<br />

nhou como também não acompa-<br />

nha hoje os custos do alimento, do<br />

material escolar, da vestimenta e do<br />

aluguel ou da prestação da casa pró-<br />

pria. Neste último caso, o exefhplo<br />

é o enorme número de favelas exis-<br />

tentes no País.<br />

Quem é o culpado por esta situa-<br />

ção em que vivemos atualmente? A<br />

resposta está clara: os políticos de<br />

direita, que sempre estiveram no<br />

poder. Os empresários, que são po-<br />

líticos e concorrem a cargos públi-<br />

cos, porque querem aprovar leis<br />

que favoreçam suas empresas a<br />

crescerem cada vez mais, enquanto<br />

o salário de seus empregados são<br />

cada vez mais minguados.<br />

A esquerda nunca esteve no po-<br />

der, embora tenha tentado por di-<br />

versas vezes. O máximo que conse-<br />

guiu em alguns períodos que o Par-<br />

tido Comunista esteve na legalidade<br />

foi eleger alguns deputados. Aqui<br />

mesmo em Santo André, se não me<br />

engano em 1940, o PC conseguiu<br />

eleger o prefeito e os vereadores.<br />

Só que ninguém tomou posse.<br />

Desde que foi descoberto, o Bra-<br />

sil vem sendo roubado. Todo o ouro<br />

aqui descoberto pelo portugueses<br />

foi parar na Inglaterra. É por isso,<br />

que a libra esterlina é uma das moe-<br />

das mais fortes do mundo e o cruza-<br />

- Os grupos afinados com as<br />

candidaturas à esquerda têm<br />

intensificado as negociações com vistas<br />

à formação de uma frente progressista<br />

no segundo turno, caso um dos dois<br />

mais votados no primeiro turno seja<br />

ligado à direita. Já se falou mesmo na<br />

possibilidade da pregação do voto útil<br />

para determinado candidato da<br />

esquerda, ainda no primeiro turno.<br />

Esse caminho, contudo, por não ser<br />

consensual (tem esbarrado sobretudo<br />

Vamos mudar, votando em<br />

candidatos da esquerda<br />

do novo ninguém aceita, a exemplo<br />

do antigo cruzeiro. É por isso, que<br />

os empresários e o próprio governo<br />

em suas obras utilizam como moeda<br />

de referência o dólar.<br />

-Hildebrando Pafundi*-<br />

Votar em candidatos de direita<br />

representa manter o País na situa-<br />

ção em que se encontra atualmente.<br />

E o mesmo que deixar o Sarney no<br />

Poder. E o mesmo que manter o<br />

Progressistas articulam-se para 2 o . turno<br />

na disposição do candidato do PCB,<br />

Roberto Freire, de ir até o fim no<br />

primeiro turno), parece estar afastado.<br />

Os principais articuladores da frente<br />

de esquerda para o segundo turno são<br />

os deputados Plínio de Arruda<br />

Sampaio, Wladimir Palmeiras e Luis<br />

Gushiken, pelo PT; o candidato a<br />

vice-presidente Fernando Lyra e os<br />

deputados Brandão Monteiro e Luis<br />

Salomão, pelo PDT; os deputados<br />

Vilson de Souza, Vicente Bogo e<br />

Cristina Tavares, pelo PSDB; o<br />

senador Jamil Haddad, pelo PSB; o<br />

presidente do PC do B, João<br />

Amazonas.<br />

Também tem se integrado às<br />

conversações a ala do PMDB alinhada<br />

com o governador de Pernambuco,<br />

Miguel Arraes. . Aqui, destacam-se os<br />

deputados Oswaldo Lima Filho, Egídio<br />

Ferreira Lima e Maurílio Ferreira<br />

Lima, todos de Pernambuco. Arraes<br />

salário de fome, que ganhamos<br />

atualmente. E o mesmo que nunca<br />

termos dinheiro suficiente para<br />

comprar nossa casa própria. É o<br />

mesmo que não termos escola gra-<br />

tuita e digna para nossos filhos. Por-<br />

que para a direita, para as elites,<br />

quanto mais ignorante for o povo,<br />

melhor. E mais fácil para ser explo-<br />

rado.<br />

Não são apenas os dois donos de<br />

televisão, que não merecem o nosso<br />

voto, mas todos os candidatos de'<br />

direita. Até mesmo os que se dizem<br />

liberais ou de centro, na realidade<br />

são de direita. Tem que ser mesmo<br />

de esquerda. Tem que ser socialista<br />

ou comunista. Não vou citar nomes,<br />

porque não sabemos o que pode<br />

acontecer no segundo turno.<br />

Mas é bem provável que no se-<br />

gundo turno, se o povo for cons-<br />

ciente, não deixar-se iludir por fal-<br />

sas mensagens, poderemos ter até<br />

dois candidatos de partidos da es-<br />

querda. Aí nos uniremos em torno<br />

do melhor nome e derrotaremos as<br />

elites burguesas, que sempre domi-<br />

naram este País. Que sempre vive-<br />

ram nas mansóes, nos melhores<br />

apartamentos, enquanto o povo é<br />

obrigado a se sujeitar às intermi-<br />

náveis prestações do Sistema Finan-<br />

ceiro de Habitação, pagar aluguéis<br />

que levam quase todo seu salário<br />

ou morar em favelas.<br />

Há muito mais motivos para votar<br />

nos candidatos de esquerda. Mas<br />

para não ficar cansativo, vou para<br />

por aqui. Vote consciente. Vote em<br />

candidatos comprometidos com o<br />

bem estar social do povo. Compro-<br />

metidos em dar alfabetização para<br />

todos. Comprometidos com a saúde<br />

e a boa alimentação do povo. Fim.<br />

Hildebrando Pafundi é jornalista,<br />

sindicalista e membro do Diretório<br />

do PT de Santo André.<br />

sempre demonstrou resistências com<br />

relação à candidatura de Ulysses<br />

Guimarães e, pensando em disputar o<br />

controle do PMDB com o governador<br />

de São Paulo, Orestes Quércia, tem<br />

estimulado as negociações em tomo da<br />

frente de esquerda. Maurício Ferreira<br />

Lima, inclusive, apoia declaradamente<br />

a candidatura de Lula. Roberto Freire,<br />

apesar da resistência quanto ao "votp<br />

útil", também tem participado de<br />

reuniões com outros partidos.<br />

ESPALHA FATOS - 3


LEI ORGÂNICA: QUEREMOS A<br />

PARTICIPAÇÃO POPULAR<br />

E?tá em pleno processo, a nível<br />

muriicipal, em todo país a elabo-<br />

ração da Lei Orgânica dos Muni-<br />

cípios, o que também está sendo<br />

denominada de Constituinte Mu-<br />

nicipal.<br />

A exemplo do que ocorreu na<br />

elaboração da Constituição Fede-<br />

ral e Estadual, nesse momento,<br />

é fundamental a importância que<br />

todos os cidadãos estejam atentos<br />

e influindo na sua elaboração.<br />

Na Lei Orgânica, constarão as<br />

diretrizes básicas do Município.<br />

São leis gerais que irão influenciar<br />

na vida do dia-a-dia de cada cida-<br />

dão. É justamente por isso que<br />

agora não podemos nos omitir.<br />

Sabemos que o Brasil está envol-<br />

vido na questão das eleições presi-<br />

denciais, mas é agora e inclusive<br />

há prazos legais para que possa-<br />

mos influenciar na sua elabora-<br />

ção:<br />

O Conselho Popular<br />

Nós que militamos no movi-<br />

mento popular não podemos per-<br />

der esta oportunidade para apre-<br />

sentarmos as nossas sugestões e<br />

mais que isso "brigarmos" para<br />

que elas sejam asseguradas na fu-<br />

tura Lei Orgânica de Santo An-<br />

dré.' É nesse sentido que estamos<br />

apresentando a população de<br />

Santo André a nossa proposta de<br />

Conselho Popular que queremos<br />

ver instituído no Município. Que<br />

fique claro que não estamos que-<br />

rendo uma dádiva dos vereado-<br />

res, mas sim a nível de nossa orga-<br />

nização, iremos arrancar esse<br />

Conselho Popular que é um direi-<br />

to do cidadão.<br />

Nesse sentido, estamos na rua<br />

com uma proposta de Conselho<br />

Popular Municipal, onde estamos<br />

coletando assinaturas dos mora-<br />

dores de nossa cidade. Contamos<br />

com a sua participação em nosso<br />

movimento. Precisamos de pelo<br />

menos, 1.000 assinaturas, mas,<br />

quamto mais assinaturas tivermos<br />

será melhor, pois mostrará a força<br />

de nossa organização. Você que<br />

pretende se engajar em nosso mo-<br />

vimento, ligue para o número:<br />

415*-5282 e fale com Isaías.<br />

A Câmara Municipal de Santo<br />

André instalou oficialmente, no<br />

último dia 5, a Constituinte<br />

Municipal (Lei Orgânica do<br />

Município), que deverá ficar pronta<br />

até 2 de abril do próximo ano.<br />

Segundo o presidente do<br />

Legislativo, Luiz Carlos da Silva<br />

(PT), o regimento interno<br />

estabelecido para dirigir os trabalhos<br />

da Constituinte garante a<br />

participação popular em todo o<br />

período de elaboração da nova Lei.<br />

Nele é permitido a qualquer<br />

(ELCIO RIVA)<br />

COMPOSIÇÃO DA CONSTITUINTE<br />

DE SANTO ANDRÉ<br />

MESA DIRETORA<br />

Franco Masiero (PTB) - Presidente<br />

José de Araújo (PMDB) - Vice-Presidente<br />

Joáo Rodrigues (PT) - Primeiro Secretário<br />

Milton Mendes (PDT) - Segundo Secretário<br />

Norberto Fernandes (PTB) - Terceiro Secretário<br />

COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO<br />

Virgílio do Prado (PSDB) - Presidente<br />

Miguel Rupp (PT) - Relator Geral<br />

Carlos Augusto (PT) - Relator<br />

Vanderlei Siraque (PT) - Relator<br />

Joaquim Boaventura (PTB) - Relator<br />

Manoelá Perestrelo (PL) - Relator<br />

Luiz Carlos da Silva (PT)<br />

Admir Rodrigues (PT)<br />

Carlos Ferreira (PTB)<br />

Manoel de Oliveira (PMDB)<br />

COMISSÕES TEMÁTICAS<br />

Poderes Legislativo e Executivo<br />

Carlos Ferreira (PTB)<br />

Carlos Augusto (PT)<br />

Joaquim dos Santos (PTB)<br />

José Montoro Filho (PT)<br />

Norberto Fernandes (PT)<br />

Ordem Econômica, Desenvol,<br />

Urbano eMeio Ambiente<br />

Joáo Batista (PT)<br />

Joaquim Boaventura (PTB)<br />

Admir Rodrigues (PT)<br />

Miguel Rupp (PT)<br />

Adelmo Campanholo (PMDB)<br />

Administração, Finanças e Orçam.<br />

Manoel de Oliveira (PMDB)<br />

Vanderlei Siraque (PT)<br />

José Montoro Filho (PT)<br />

Joaquim dos Santos (PTB)<br />

Virgílio do Prado (PSDB)<br />

Ordem Social<br />

Ivo Martins (PT)<br />

Manoela Perestrelo (PL)<br />

Luiz C. da Silva (PT)<br />

José de Araújo (PMDB)<br />

Joaquim Boaventura (PTB;<br />

LÍDERES DA BANCADA<br />

PT - Admir Rodrigues<br />

PSDB - Virgílio do Prado<br />

PDT - Miltom Mendes<br />

PMDB - Manoel de Oliveira<br />

PTB - Joaquim Boaventura<br />

PT - Manoela Perestrelo<br />

COORDENADORIA DO<br />

ABASTECIMENTO DE SANTO ANDRÉ<br />

IMPLANTA MAIS DEZ FEIRAS POPULARES<br />

Entre o final deste ano e durante o próximo, a Coordenadoria de<br />

Abastecimento vai imlantar cerca de 10 novas feiras populares, que<br />

atualmente comercializam de quatro a cinco toneladas de mercadorias<br />

por semana a.preços inferiores às feiras tradicionais. Estão funcionando<br />

feiras populares, com a inauguração da do Jardim Santo Alberto,<br />

às quintas-feiras, na rua Tibetânia. Outras duas são na Vila Suíça,<br />

rua Barão de Loreto, às quintas, e no Centreville, às terças, na rui<br />

Doze.<br />

A última inaugurada, do Jardim Irene, no Cear do Guarará.<br />

O funcionamento da feira depende necessariamente da organização<br />

da população para divulgação e, ao mesmo tempo, ajudar na fiscalização<br />

de preços, diz o Coordenador de Abastecimento.<br />

Confira<br />

Produto Feira Popular Feira Livre Diferença<br />

cenoura NCzS 1,30 maço NCzS 1,50 maço 15%<br />

tomate NCzS 2,80 a 3,20 o kg NCzS 3,00 a 4,50 o kg 40%<br />

acelga NCz$1,50unid. NCzS 3,00 unid. 100%<br />

couve NCzS 0,90 maço NCzS 1,50 maço 66%<br />

espinafre "NCzS 1,00 maço NCzS 2,00 maço 100%<br />

repolho NCzS 0,90 unid. NCzS 1,50 unid. 66%<br />

alface NCzS 1,00 bacia (2) NCzS 1,00 cada zero<br />

mamão NCzS 4,00 bacia (3) NCzS 4,00 bacia (3) zero<br />

melão NCzS 6,00 (grande) NCzS 2,50 (médio) 140%<br />

laranja NCzS 1,40 a 2,00 NCzS 1,00 a 2,00 40%<br />

maçã NCzS 1,00 cada NCzS 1,00 cada zero<br />

pêssego NCzS 8,00 quilo NCzSIO.OO caixa<br />

mais de 1 kg<br />

25%<br />

abacaxi NCzS 3,00 NCzS 5,00 66%<br />

pêra 3 por NCzS 4,00 NCzS 1.50 a 2,00 50% .<br />

,—. , ——<br />

Lei Orgânica terá participação popular<br />

munícipe requerer cópias de<br />

documentos relacionados aos<br />

trabalhos realizados pelos<br />

vereadores, bem como a realização<br />

pública das reuniões Comissões<br />

Temáticas e sessões de plenário. O<br />

andamento das discussões será<br />

publicado em folhetos e distribuídos<br />

à população.<br />

Conforme determina a Constituição<br />

Federal, todos os municípios<br />

deverão promulgar sua Lei Orgânica<br />

dentro dos próximos seis meses.<br />

Para fazer valer efetivamente a<br />

participação popular na<br />

Constituição de Santo André, as<br />

entidades representativas terão três<br />

momentos de atuação. O primeiro,<br />

no período de 18 de outubro a 22<br />

de novembro, data limite para<br />

apresentação das propostas<br />

populares para as Comissões. O<br />

segundo prazo para apresentação de<br />

emendas ao anteprojeto esgota-se<br />

no dia 15 de janeiro de 90. A terceira<br />

e última etapa para que as entidades<br />

apresentem novas emendas será no<br />

período de 13 a 23 de fevereiro.<br />

As emendas e propostas poderão ser<br />

encaminhadas às Comissões por<br />

qualquer entidade legalmente<br />

constituída e com sede no<br />

Município, devendo conter no<br />

mínimo mil assinaturas de eleitores<br />

residentes na Cidade.<br />

Comissões<br />

Foram formadas cinco Comissões<br />

Temáticas, cada qual composta por<br />

cinco vereadores. As Comissões do<br />

Poder Legislativo e do Poder<br />

Executivo funcionarão às<br />

Jt<br />

O começo<br />

da luta<br />

tem um<br />

nome:<br />

Abastecimento<br />

segundas-feiras, das 15 às 17h. As<br />

da Ordem Econômica, do<br />

Desenvolvimento Urbano e do Meio<br />

Ambiente, às segundas-feiras, das<br />

17 às 19h; da Administração<br />

Muriicipal, do Orçamento e de<br />

Finanças, às quartas-feiras, das 15<br />

às 17h; da Ordem Social, às<br />

quartas-feiras, das 17 às 19h; a da<br />

Sistematização, responsável pela<br />

redação final da Lei Orgânica, se<br />

reunirá às segundas e quartas-feiras,<br />

das 16 às 19h, juntamente com as<br />

sessões do plenário. (SR)<br />

OPINIÃO<br />

0 direito à alimentação<br />

é o próprio<br />

direito à cidadania<br />

A atuação de um governo democrático,<br />

comprometido com a população, passa, ne-<br />

cessariamente . por encontrar soluções para<br />

seus problemas básicos. As reivindicações,<br />

mobilizações e organizações populares de<br />

Santo André em torno de questões da ali-<br />

mentação, colocam sem dúvida, e até histo-<br />

ricamente, o abastecimento como uma dás<br />

prioridades para o Município.<br />

O direito à alimentação é o prõprio direi-<br />

to à cidadania. Não existe o cidadão, pleno<br />

em seus direitos, que não tenha acesso à<br />

alimentação minimamente necessária. Po-<br />

rém, o exercício desse direito tem como<br />

condição o acesso à renda. No entanto, mais<br />

da metade da população brasileira nãp dis-<br />

põe de renda suficiente para arcar com os<br />

custos de alimentação necessária.<br />

Identificada a causa principal do proble-<br />

ma, fica clara a pequena margem de mano-<br />

bra que o Poder Público municipal tem para<br />

reverter este quadro. O campo de atuação<br />

dá-se ao nível de programas paliativos co<br />

mo: sacolões, feiras populares, pacotão da<br />

economia, dia do peixe fresco, compras co-<br />

munitárias, comboio da economia etc.<br />

Embora se tenha como certo que não será<br />

através da Coordenadoria do Abastecimen-<br />

to que ficarão resolvidos os problemas das<br />

camadas populares, o abastecimento repre-<br />

senta uma nova forma de luta enquanto tor-<br />

nar possível práticas embrionárias de um<br />

novo projeto de sociedade. Através desta<br />

nova forma de luta acontecem mudanças<br />

importantes como: compromisso em grupo;<br />

planejamento é organização coletiva, des-<br />

coberta da relação entre política de produ-<br />

ção, preços, salários, inflação; engajamento<br />

crítico e possibilidade de controle dos servi-<br />

ços públicos da Coordenadoria do Abaste-<br />

cimento.<br />

Nesse sentido, a participação popular nos<br />

programas de abastecimento da Prefeitura<br />

de Santo André não foi pensada simples-<br />

mente num alargamento indefinido das rei-<br />

vindicações. Não adianta muito elaborar<br />

projetos de reivindicações listando tudo<br />

aquilo que a população necessita. O funda-<br />

mental, para a Coordenadoria, é impulsio-<br />

nar mecanismos que tornem públicos os co-<br />

nhecimentos sobre as possibilidades de alte-<br />

ração dos serviços de abastecimento e esti-<br />

mulem a população a controlá-los.<br />

Nós, da Coordenadoria do Abastecimen-<br />

to, não queremos separar duas coisas: de<br />

um lado pensar algum plano para "melho-<br />

rar à alimentação popular", de outro, pro-<br />

postas de organização popular. Estamos<br />

pensando juntos os dois lados para que as<br />

nossas propostas levem em conta a partici-<br />

pação da população e para que a organi-<br />

zação popular se faça num processo de ca-<br />

pacitação para o exercício do poder.<br />

José Lourenço Pechtoll, Assessor da<br />

Coordenadoria de Abastecimento<br />

WÇAMENT,<br />

Após ter realizado diversas<br />

reuniões com a popula-<br />

ção e entidades represen-<br />

tativas da Cidade, a Prefeitura en-<br />

viou o projeto do Orçamento —<br />

programa Municipal de 1990 para<br />

a Câmara, que terá até o dia 30<br />

de novembro para aprová-lo ou<br />

rejeitá-lo. A previsão da receita<br />

para o próximo ano é de NCz$<br />

249.832.760,00 (valores de ju-<br />

lho/89), muito acima da previsão<br />

preliminar de NCz$<br />

205.608.000,00, elaborada pela<br />

Administração e discutida com a<br />

comunidade. O acréscimo irá<br />

atender a reivindicações e priori-<br />

dades levantadas durante os en-<br />

contros.<br />

Nesse sentido, as Secretarias,<br />

que trabalham diretamente para<br />

a melhoria de qualidade de vida<br />

da população, receberam aumen-<br />

to de receita em relação ao orça-<br />

mento inicial. As áreas de Educa-<br />

ção, Cultura e Esportes, por<br />

exemplo, passaram de NCz$<br />

29.847.640,00 para NCz$<br />

36.631.260,00. A Secretaria da<br />

Habitação passou de NCz$<br />

MUNICIPAL<br />

® fundamental n„<br />

'^Mosetn'""'""' 9ttab °* or*sZT me "' OS -<br />

'o-lUade e^T ender ' ^«r acZ "*" S "<br />

7.904.810,00 para NCz$<br />

9.744.560,00. Transporte, de<br />

NCz$ 23.960.000,00 para NCz$<br />

40.948.450,00: Saúde, de NCz$<br />

22.000.100,00 para NCz$<br />

28.262.952,00; e Obras e Serviços,<br />

Urbanos, de NCz$ 33.442.590,00<br />

para NCz$ 40.948.450,00.<br />

A fonte principal da receita en-<br />

tregue à Câmara é resultado dos<br />

tributos. Entre eles se destacam<br />

o IPTU, que deverá representar<br />

15,23% do orçamento. O ICMS,<br />

48,3%; entre os tributtos própios,<br />

19,01%; entre outros. Estes nú-<br />

meros levam em consideração<br />

uma reforma tributária, que vai<br />

aumentar os recursos próprios do<br />

Município, através de taxação<br />

progressiva (principalmente o IP-<br />

TU). Isto será feito adotando uma<br />

política de justiça social: os mais<br />

ricos vão pagar mais. Essa pro-<br />

posta de reforma tributária ainda<br />

será discutida com a população,<br />

pois poderá sofrer alterações.<br />

A discussão sobre a elaboração<br />

do orçamento de 1990 foi inédita<br />

na história de Santo André, ao<br />

envolver a população para que ela<br />

própria apontasse os investimen-<br />

tos necessários. De 21 de agosto<br />

à 10 de dezembro, cerca de 1.540<br />

pessoas participaram de 26 reu-<br />

niões em entidades, por temas e<br />

região.<br />

Após esse processo, a Adminis-<br />

tração avaliou todas as reivindi-<br />

cações apontadas, para incorpo-<br />

rá-las na proposta final encami-<br />

nhada à Câmara Municipal. O cri-<br />

tério de avaliação das propostas<br />

colhidas durante as consultas,<br />

além de estar fundamentado no<br />

programa de governo que prioriza<br />

a prestação de serviços de boa<br />

qualidade, também se baseia no<br />

número de solicitações, bem co-<br />

mo na verba disponível.<br />

Além dessas inovações políti-<br />

cas, a nova peça orçamentária é"<br />

original no processo de discussão<br />

interna. Também pela primeira<br />

vez o orçamento foi discutido am-<br />

plamente com todos os setores da<br />

Administração. Em épocas ante-<br />

riores, era discutido apenas pelo<br />

Gabinete e Secretaria da Fazenda<br />

(ET). (Santo AndréçmNotícias):<br />

4 - ESPALHA FATOS ESPALHA FATOS - 5


ALUNOS DO AMARAL WAGNER ENFRENTAM<br />

DIRETOR AUTORITÁRIO E REPRESSIVO<br />

(Prof. Wagner Polletí<br />

O Ensino Público sofre ataques se-<br />

guidos na tentativa de seu fim. O gover-<br />

no Quércia quer impor a Municipali-<br />

zação, que é um caminho para a des-<br />

truição do Ensino Público e para isso<br />

tem um novo secretário da educação:<br />

Wagner Rossi.<br />

As verbas para a Educação Pública<br />

são insuficientes e a nova Constituição<br />

garante verbas públicas para escolas<br />

particulares (com outros nomçs: esco-<br />

las confessionais etc).<br />

A contenção das verbas para educa-<br />

ção pública está dentro de um plano<br />

geral determinado pelos interesses dos<br />

grandes padrões internacionais e o<br />

FMI, que á a desestatização.<br />

Associado à falta de verbas, existe<br />

a condução do ensino impositiva onde<br />

ainda vigora nas escolas a visão única<br />

de mundo que é a visão imposta pelo<br />

sistema social vigente, através da hie-<br />

rarquia do ensino que tem como ápice<br />

o Ministério da Educação e Secretarias<br />

Estaduais e termina nas delegacias de<br />

ensino, direções de escola e setores de<br />

professores que ainda defendem a esco-<br />

la conservadora e não simpatizam com<br />

a participação democrática da comuni-<br />


Os trabalhadores metalúrgicos de<br />

São Bernardo do Campo, em<br />

assembléia realizada dia 28 de<br />

_J outubro na sede do Sindicato, com<br />

a participação de cerca de 2 mil operários<br />

aprovaram por ampla maioria a proposta<br />

salarial apresentada pela Fiesp.<br />

1. Salário de outubro<br />

35,95%, que corresponde a 100% do IPC (inflação)<br />

4,15%, referente à 2? parcela do resíduo<br />

8,59%, de recomposição salarial<br />

Total: 53,75% a ser aplicado no salário de setembro<br />

2. Salário de novembro<br />

37,62%, referente ao IPC de outubro<br />

4,15%, da 3? parcela do resíduo<br />

8%, de reajuste emergencial (como chamam os<br />

patrões) ou aumento real<br />

Total: 54,80%.<br />

3. Piso salarial<br />

Os pisos foram enxugados para 2 faixas:<br />

N? de trabalhadores outubro novembro<br />

Até 700 614,86 951,80<br />

Acima de 700 736,58 1.140,23<br />

4. Próximos reajustes<br />

Nos meses de janeiro à março, o reajuste salarial<br />

será de 100% do IPC (inflação) para quem ganha<br />

até 3 salários mínimos, e 90% do IPC na parte do<br />

salário que ultrapassar essa faixa. O pagamento do<br />

resíduo será no final do trimestre.<br />

5. Dias de pagamento<br />

A partir de novembro os pagamentos serão efetua-<br />

dos até o dia 5 de cada mês, com pagamento do<br />

vale (adiantamento) no dia 20. O vale será de 40%<br />

do salário bruto e não mais 30%.<br />

6. Unificação da data-ba-<br />

se<br />

A Fiesp propôs os meses de junho, julho ou agosto<br />

para que todos os metalúrgicos do Estado tenham<br />

a mesma data-base. A proposta, agora, será estu-<br />

dada pelos sindicatos.<br />

7. Aumento real<br />

A proposta da Fiesp é de 8% de aumento real,<br />

que já está calculado no salário de novembro. Nossa<br />

assembléia, no entanto, decidiu reivindicar um índice<br />

maior, que está sendo negociado com o Grupo 19<br />

da Fiesp.<br />

3 o . - ENCONTRAO CEBS - ABC<br />

Assim como no 2". Enconfráo de<br />

CEB's, realizado em São Bernardo<br />

do Campo (18/08/85), ocorreram<br />

acontecimentos importantes,<br />

também no 3". encontro tivemos<br />

fatos interessantes como: o<br />

ecumenismo, as apresentações das<br />

comunidades e a presença de Dom<br />

Paulo Evaristo Arns.<br />

A abertura foi feita por D.<br />

Cláudio Hummes, bispo da Diocese<br />

de Santo André, Juntamente com<br />

a Pastara Zeni da Igreja Metodista,<br />

t da Pastara Haidde da Igreja<br />

Luterana, que receberam das<br />

CEB's o símbolo de Ecumenismo,<br />

A Diocese tem<br />

seu Centro<br />

de Pastoral.<br />

A Campanha da Fraternidade des-<br />

te ano, foi sobre a "comunicação".<br />

E o que fazer depois da CF.? A Dio-<br />

cese de Santo André, através do bis-<br />

po D. Cláudio Hummes, inaugurou,<br />

dia 01 de Outubro, o Centro de Pasto-<br />

ral da Diocese. Fica situado na antiga<br />

casa do bispo (Cúria Diocesana), na<br />

praça do Carmo, 36.'Este centro pre-<br />

tende ser um espaço aberto não ape-<br />

nas as pastorais organizadas à nível<br />

diocesano, mas a todas as necessida-<br />

des pastorais das regiões e Paróquias<br />

da Diocese.' Também teve início os<br />

trabalhos da Pastoral da Comunica-<br />

ção, que foi uma solicitação dos parti-<br />

cipantes da Semana de Comunicação,<br />

ocorrida em Maio último.<br />

A Pastoral da Comunicação, tem<br />

como objetivo dar apoio e dinamizar<br />

as outras pastorais através de cursos,<br />

debates, exposições, enfim, atender<br />

as necessidades das comunidades e<br />

para isso já dispõe de materiais para<br />

uso comum como: toca-disco, micro-<br />

fone, vídeo-cassete, gravador, slides<br />

eetc.<br />

Vale a pena conferir<br />

num momento marcante que<br />

simbolizou a caminhada conjunta<br />

das igrejas.<br />

As apresentações das 7 regiões<br />

que formam a Diocese, colocaram<br />

os participantes em dia com os<br />

problemas que afetam as<br />

comunidades de Base.<br />

No período da tarde, a presença de<br />

Dom Paulo Evaristo Arns, deu mais<br />

ânimo para o povo presente (cerca<br />

de 1.500 pessoas). Seu discurso<br />

colocou a importância das CEB's<br />

na história da igreja no Brasil, e<br />

chamou os cristãos a serem<br />

efetivamente fermento na massa,<br />

Paju Refletindo<br />

"Fé e Política"<br />

Pela necessidade dos acontecimen-<br />

tos que o Brasil está passando, época<br />

de eleições a Pastoral da Juventude<br />

Diocesana resolveu fazer um encon-<br />

tro, cujo tema central foi a "Fé e Polí-<br />

tica". Realizado em 29/10/89, no cen-<br />

tro comunitário da igreja Santo Antô-<br />

nio, contou com a participação dos<br />

representantes das diversas regiões<br />

do ABCD.<br />

O encontro se desenvolveu a partir<br />

do método: Ver, Julgar e Agir, basea-<br />

do na história do Brasil, desde seu<br />

descobrimento, passando pelos di-<br />

versos períodos: reinado, ditadura,<br />

militarismo até as eleições presiden-<br />

ciais de 1989.<br />

A partir do que vimos; julgamos,<br />

o nosso agir foi de estabelecer alguns<br />

critérios para o candidato da Pastoral<br />

da Juventude, entre eles:<br />

- compromisso com o povo<br />

- oposição a situação vigente<br />

- não utilização dos meios de comuni-<br />

cação social, para encobrir a verda-<br />

deira realidade.<br />

- melhor divisão de rendas<br />

Uma matéria mais completa sairá<br />

no jornal da Pastoral da Juventude<br />

de Novembro/Dezembro/89.<br />

O próximo econtro será realizado no<br />

dia 26/11/89 no mesmo local<br />

Leandro Reginaldo<br />

Edna C. do Prado<br />

multiplicando e espalhando seus<br />

dons à serviço da comunidade e do<br />

próximo.<br />

O Encerramento foi marcado<br />

pela missa comunitária, celebrada<br />

por aproximadamente 10 padres<br />

das regiões.<br />

O destaque do Encontrão foram os<br />

momentos de confraternização,<br />

partilha o compromisso com a<br />

transformação da sociedade.<br />

Objetivos esses que foram<br />

reafirmados pelos participantes<br />

como uma caminhada diária das<br />

CEB's.<br />

.II Festival de<br />

Música Popular<br />

do Migrante<br />

Ò SPM (Serviço de Pastoral dos<br />

Migrantes), juntamente com o CEM<br />

(Centro de Estudos Migratórios),<br />

promoveram o II Festival de Música<br />

Popular do Migrante, cujo tema foi<br />

"Mulher Migrante; Pé no Chão, His-<br />

tória na Mão".<br />

A preocupação dos promotores do<br />

evento foi o de recuperar um pouco<br />

da história da mulher migrante, como<br />

sugere o tema, que luta incessante-<br />

mente junto a família por um lugar<br />

e uma vida com mais dignidade.<br />

O festival aconteceu em 04 e 05<br />

de Novembro de 1989, no teatro da<br />

Igreja da Paz, na Liberdade (São<br />

Paulo).<br />

Participaram do Festival os seguin-<br />

tes grupos: Moxotó, Amerinti, Emo-<br />

samba, Chora Menino, Miriam Mira,<br />

Grupo de Teatro União e Olho Vivo,<br />

Mandacaru e Fora de Série.<br />

Todos sob o comando do "Mano-<br />

veio" Expedito Duarte (Rádio Ban-<br />

deirantes: Programa Quebradas do<br />

Sertão).<br />

O grande contemplado foi o Grupo<br />

Mandacaru (Parque das Nações -<br />

Santo André), com a sugestiva músi-<br />

ca: "Vai senhora, reclama da terra<br />

o que é teu!"<br />

ESPALHA FATOS - 7


siMis »<br />

RECURSOS DA<br />

PACOM DISPONÍVEIS<br />

AOS MOVIMENTOS<br />

POPULARES, ESCOLAS<br />

E COM<strong>UNIDA</strong>DES<br />

Economia/Inflação/Hiperinfla-<br />

çáo...<br />

Slides — Vamos cortar caminho<br />

(Aditepp)<br />

Você sabia que o preço do fei-<br />

jão na lavoura é 300% mais bara-<br />

to do que no Supermercado?<br />

Sabe por que isso acontece?<br />

Quem é o responsável?<br />

Isto mesmo, estamos falando<br />

do "atravessador"; aquele que<br />

não trabalha e fica com o lucro.<br />

Este é um problema que tem solu-<br />

ção. Este slide mostra como.<br />

Slides — De olho na conjuntura<br />

(Aditepp)<br />

O que é inflação? Hiperinfla-<br />

ção? Quem paga a dívida exter-<br />

na? Q que temos a ver com o des-<br />

matamento na Amazônia? E a<br />

poluição ambiental? É necessário<br />

uma visão conjunta dos proble-<br />

mas que nos cercam, a fim de que<br />

possamos escolher as medidas<br />

corretas para resolvê-los. Anali-<br />

sar corretamente a conjuntura é<br />

fundamental para uma prática<br />

transformadora.<br />

Ecologia/Reforma Agrária/Dívida<br />

Externa/Economia Interna...<br />

Fita de vídeo — Olho vivo nas<br />

eleições (CAMPO)<br />

Análise dos temas ecologia, re-<br />

forma agrária, dívida externa,<br />

economia interna e outros proble-<br />

mas do Brasil atual, comentados<br />

por especialista. Dentre eles, Plí-<br />

nio de Arruda Sampaio, Fábio<br />

Feldman, Irmã Passoni, Herbert<br />

de Souza e Paulo Sandroni, pro-<br />

põe desafios e soluções para o<br />

Brasil depois das eleições.<br />

A PACQM dispõe de acervo<br />

de publicações populares, audio-<br />

visuais (Slide e Vídeo), sempre<br />

à disposição dos Movimentos Po-<br />

pulares, Escolas e Comunidades.<br />

Venha conferir.<br />

i\íàeo<br />

O Espalha Fatos é o jornal oficial do<br />

Centro de Projetos Alternativos de Comunicação<br />

PACOM<br />

Rua luguslávia, 384 Pq. das Nações<br />

09280 - Santo André - SP (011) 415-5282<br />

IMPRESSO<br />

8-ESPALHA PAIOS<br />

Hoje em dia, a televisão é considerada<br />

como uma moderna "babá eletrônica",<br />

muito eficaz já que oferece às crianças<br />

aproximadamente 30 horas de<br />

programação de 2° à 6' feira.<br />

No sábado, oferece meio expediente e<br />

no domingo 3 horas de serviço. Afinal<br />

qual sua real intenção: deseducar e<br />

idiotizar as crianças ou uma inteligente<br />

educadora? A qualquer hora que<br />

ligamos a TV, tem alguém levando um<br />

soco, um tiro, alguma espécie de<br />

violência. Violência essa, que compôs<br />

a maioria dos desenhos animados.<br />

A violência dos desenhos não reflete<br />

na criança, necessariamente, o desejo<br />

de ser violenta, ela sabe que é de<br />

"faz-de-conta".<br />

O filme violento pode gerar violência,<br />

porque a criança percebe que as<br />

conseqüências são sempre reais: quem<br />

leva um tiro morre, enquanto no<br />

desenho, por mais que pratique<br />

maldade, no final os personagens<br />

aparecem sem arranhões.<br />

Quanto mais novos os desenhos, mais<br />

i marcantes sua violência através da<br />

invasão de monstros estrangeiros. São<br />

vampiros, robôs, monstros gigantescos,<br />

cientistas e vilões que sempre tem<br />

traços das minorias raciais.<br />

Temos um ídolo loiro, de olhos azuis,<br />

num país de negros e morenos e que<br />

já convive com um racismo violento.<br />

Não existem heróis negros na TV e isso<br />

é perigoso. Olho azul, cabelo loiro ou<br />

claro, status de uma raça pura, que não<br />

é real, a população brasileira não é<br />

assim. •<br />

Os programas são todos iguais: Bom<br />

dia, boa tarde, desenho, sorteio,<br />

comercial, brincadeira absurda. A<br />

criança, nesses programas, se destaca<br />

porque joga bola mais alto ou escreve<br />

e desenha mais bonitinho. Não<br />

acrescenta nada. Só a propaganda<br />

estimula uma "ação-reação", a criança<br />

vê, deseja, ped^ aos pais num crescente<br />

conflito e frustração, pois nem sempre<br />

possuímos condições de compra.<br />

Tomando-se a publicidade como<br />

comunicação, é fácil ver que ela coloca<br />

valores para a criança do que em nossa<br />

sociedade apenas vale o dinheiro, o<br />

status e a posição previlegiada de uma<br />

determinada classe social.<br />

A Xuxa é uma fada para crianças, mas<br />

os produtos que anuncia em seu<br />

programa são muitos caros e 98% da<br />

população é "empobrecida". O Bozo<br />

é um comércio, só pensa na criança<br />

enquanto consumidor.<br />

Converse com seu filho, faça-o ver a<br />

realidade da TV. Mostre que ela é uma<br />

máquina de inventar histórias pra tudo,<br />

até para o jornal (notícias). A criança<br />

tem um senso crítico muito forte, basta<br />

despertá-lo.<br />

O bom seria os pais apresentarem<br />

outras opções às crianças. Livros,<br />

passeios à pé, brincadeiras de rua,<br />

fantasias, etc...<br />

Há muitas opções. É só colocar em<br />

prática e aguardar uma geração de<br />

adultos mais conscientes de suas<br />

responsabilidades.<br />

ESTUDANTES REALIZAM A<br />

V SEMANA DO MAGISTÉRIO<br />

Realizou-se na semana de 23 a 27<br />

de outubro, na EEPSG Prof. Esther<br />

Medina, V. Ia Lucinda, Santo André<br />

a "V Semana do Magistério", organi-<br />

zada pelos alunos de magistério da es-<br />

cola e apoiada pelo Grêmio Livre Ed-<br />

son Luis também da escola e pelo Cen-<br />

tro de Projetos Alternativos de Comu-<br />

nicação - Pacom.<br />

A Semana contou com a participação<br />

de cerca de 150 futuros professores e<br />

tratou de temas específicos do Magis-<br />

tério como a preferida pela Profa. Gló-<br />

ria Ap. Shimabuco, e também de temas<br />

gerais como "A Função Política do<br />

Educador" proferida pelo Prof. Isaías<br />

Gomes de Lima, da Pacom, além de<br />

apresentações de peças teatrais e jo-<br />

grais.<br />

' Destaque-se que além da efetiva par-<br />

ticipação dos estudantes nos debates<br />

que se seguiam às exposições, o futuro<br />

professorado mostrou-se muito preocu-<br />

pado com a atual situação do Magis-<br />

tério e da escola pública e em todas<br />

as apresentações denunciou o descaso<br />

das autoridades governamentais em re-<br />

HPV<br />

Cláudio Rossi, 257 - Jd. da Glória<br />

J4/ - Vila Mariana - SP<br />

lação ao assunto, além de fazer um<br />

compromisso público de lutar para<br />

readquirir a dignidade do Magistério.

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