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N,° 144 COIMBRA-Domingo, 5 de julho de 1896<br />
Melhore-se mas<br />
não se sopprima<br />
2.° A N N O<br />
cios públicos, estabelecendo-se aszação dos serviços actualmente con- Os fuzilamentos na índia<br />
sim um regimen em que os actos fiados à burocracia, que tão delate-<br />
B a g r a t e l l a s<br />
do governo não estarão sujeitos a<br />
• .<br />
O governo recebeu um telegram-<br />
namente está influindo em todos ma do commissario régio em Gôa, O sr. ministro das obras publi-<br />
qualquer fiscalização que obste aos<br />
confirmando a noticia transmittida<br />
os ramos da actividade social.<br />
cas mandou que a Commissão dos<br />
attentados contra a justiça e contra<br />
ao Universal acerca do fuzilamento<br />
Um dos motivos determinantes<br />
Neste sentido profundas são as<br />
Monumentos Nacionaes se pronun-<br />
a liberdade. A enorme série de pre-<br />
de Raugi Ranes.<br />
da indifferença com que o país tem<br />
reformas que é necessário introdupotências<br />
que o nosso governo tem<br />
Diz esse despacho:<br />
ciasse sobre as obras da egreja de<br />
assistido aos successiyos golpes vizir<br />
no nosso país, a exemplo do<br />
Santa Cruz de Coimbra!<br />
praticado, d'isso dá incontroverti<br />
«Raugi foi fuzilado por ter resistido<br />
brados pelo governo nas garantias<br />
que já em alguns países exti^ngei-<br />
Depois dos desvarios consuma-<br />
vel testemunha.<br />
á escolta que o conduzia preso, na oc-<br />
fundamentaes do regimen politico,<br />
ros se tem feito. . : a<br />
casião em que pretendia evadir-se.» dos á custa dos dinheiros da nação,<br />
Actualmente só a imprensa tenta<br />
a governança despertou I<br />
que de direito vigorava entre nós,<br />
defender a ordem jurídica e os bons<br />
Não é crivei que tentasse eva-<br />
Pavorosa<br />
O objectivo util d'esta estupenda<br />
é a gravíssima crise que atravessam<br />
dir-se um preso, que ia escoltado<br />
princípios de publica administração,<br />
os governos representativos e, de-<br />
O govern® procurando desviar as por uns poucos de homens arma-<br />
solicitude final por força vae escon-<br />
censurando com maior ou menor attenções do publico .dos aconteci dos. E sabendo-se que já a esse der-se nas dobras mysteriosas do<br />
signadamente, os de fórma parla- vehemencia os crimes que o gover mentos da*India, prepara uma pa tempo estava publicada a portaria manto rico das protecções á inémentar.<br />
no dia a dia vae praticando. Mas a vorosa que deve dar orado. Corre homicida, essa hypothese é inveropcia !...<br />
Desacreditados perante a opinião<br />
que o corregedor Veiga recebera insímil. O chefe da escolta cumpriu-a,<br />
própria imprensa está sendo victi-<br />
A commissão destacou dois dos<br />
publica, mercê dos processos viciostrucções<br />
nesse sentido e que está assassinando o individuo que havia<br />
ma da mais feroz perseguição, não dispondo tudo cuidadosamente para prendido.<br />
seus membros; e as gazetas rezam,<br />
sos por que são recrutados os mem-<br />
que caíram deslumbrados pelos ful-<br />
podendo pugnar efficazmente pela o grande espectáculo.<br />
E assim que os factos se devem<br />
bros que compõem os parlamentos; manutenção das suas garantias. Não foi, porém, possível evitar ter dado. E a julgar pelas corresgôres do talento que fez da velha<br />
das futilidades que constituem ob- E certo é que, quando não se<br />
que os bellicos preparativos fossem pondências que da índia têm sido egreja uma garridice de kaleidosjecto<br />
de longas e acaloradas discus-<br />
conhecidos e a fmprensa indepen- enviadas para alguns jornaes, pacopo 1<br />
dê algum movimento energico que dente já preveniu o publico do sirece que Raugi Ranes não é a única Em termos claros: o sr. Frazão,<br />
sões nas camaras; da inanidade dos supprima a causa primordial da nistro plano do dictador do Al- victima da deshumana portaria, que<br />
director das obras publicas do dis-<br />
discursos pronunciados, cujo movei gravíssima crise que o país através caide.<br />
lança sobre Portugal um labéo in-<br />
são mesquinhas ambições, o amor sa, a imprensa ba-de ser manieta- A este respeito diz O Liberal: famante.tricto<br />
de Coimbra está, para todos<br />
proprio e nunca a dedicação pelo<br />
Embora, porém, não houvesse vi- os effeitos, habilmente illibado das<br />
da, embora em periodo de curta «Affirroa-se, parece que com bom<br />
ctima alguma a lamentar, o auctor accusações sobre elle accumuladas.<br />
interesse publico; da leviandade ou,<br />
fundamento, que o governo, para des-<br />
duração, pela publicação de mediviar<br />
a attenção do publico da questão de tão monstruosa portaria já não O peso esmagador dos delictos<br />
antes, inconsciência com que se das mais despóticas. Ficarão então da iQiJia, traz em gestação uma enor- devia estar como commissario régio fica, daqui para o futuro, inteira-<br />
operam reformas no direito; do ob- os direitos individuaes colhpletame pavorosa.<br />
em Moçambique. Um governo sério mente a cargo da Commissão dos<br />
Parece que collabora nisso ha mui- tê-lo-hiajlemittidoimmediatamente.<br />
struccionismo com que não raras mente sujeitos ao arbítrio do govertos dias o famigerado corregedor.<br />
Monumentos.<br />
Mas riao procederá assim o actual<br />
vezes se protelam providencias neno e dos seus delegados, que po- Sempre é bom prevenir o publico.»<br />
gabinete, caja permanencia no po- Nesta deplorável crise do bom<br />
cessárias; dos excessos de linguaderão ordenar devassas, entrar rias Embora se saiba ,íjue de tudo é der só é explicável por uma abso- senso ninguém pôde prevêr onde<br />
gem, nem sempre justificados; da redacções dos jornaes pedindo que capaz o actual governo e esteja já luta ausência de vergonha e de sen- param os limites dá aberração mo-<br />
subserviência com que são acatados lhes sejam entregues, sem mais for-<br />
muito gasto o expediste das pavoso moral. Dizem até alguns jornaes ral que escarnece de todas as resrosas<br />
para que causem illusões, que elle ficára satisfeito com as no-<br />
os actos do governo que elegeu as malidades, os autographos dos arponsabilidades!!.<br />
..<br />
têm as prevenções ao publico a granticias que lhe foram communicadas<br />
maiorias, e doutros vicios d'egual tigos publicados. E ninguém confie<br />
Uma corporação de que fazem<br />
de vantagem de evitar que as vio pelo seu feroz commissario.<br />
natureza, os governos representati em que perante esses attentados se 'encias premeditadas pelo governo A opinião publica é que com cer- parte homens da maior auctoridade<br />
vos e parlamentares não encon- desperte um forte espirito de soli-<br />
attinjam alguns incautos.<br />
teza o não ficou, e um dia virá em e nome, dos mais dedicados ao es-<br />
Em Coimbra podem estar todos que ha de fazer-se completa liquitudo da historia da arte, prestigiotram<br />
nessa opinião sério apoio para dariedade, nas classes cujos mem<br />
socegados. A policia de cá ainda dação de contas.<br />
sos pela sua superioridade mental,<br />
resistir a qualquer transformação bros sejam lesados nos seus direi- não tecebeu ordens para collaborar<br />
não hesita em subscrever, como seus,<br />
repentina ou gradual no sentido da tos, que faça recuar o governo. na pavorosa.<br />
O ultimo numero dos Perfis Contem- os desatinos que o capricho cego tem<br />
sua eliminação. Ninguém crê que Amplamente provado está que ninporâneos<br />
traz o retrato de sua alteza, inspirado e que a inhabilidade mais<br />
os parlamentos possam exercer um guém pôde contar com semelhante O conspícuo «Correio Nacional» pu aiographado pelo major Fernandes audaz tem perpetrado!<br />
)licou ha dias um artigo laudatorio Costa.<br />
influxo benefico na administração meio de defêsa ou de ataque contra para o governo e de apologia para Que biographia se poderá fazer de Tudo isto é supinamente comico!<br />
publica e na defêsa da ordem jurí- o governo.<br />
as crueldades praticadas na Índia Ião interessante néné?<br />
Ânimos menos contidos protesta-<br />
pelo sr. Neves Ferreira, que conclue Que sabe dizer muito bem papá,<br />
dica, e d'ahi o não causar a minima Taes serão as consequências que )ela seguinte pergunta innocente: mamã, brinca muito com as bonecas, vam contra as tropelias renovado-<br />
commoção qualquer acto por que<br />
etc., etc.<br />
necessariamente derivarão da supras<br />
que assolavam Santa Cruz ; o<br />
«Como querem esses figurões que por ahi Ai, é verdade, pôde descrever-lhe a<br />
sejam espezinhadas as suas garan-<br />
andam a vociferar desgrenhadamente contra<br />
pressão do parlamento. Não con-<br />
bom senso publico percebia que al-<br />
os que personificam a patria perante o mundo, ascendencia e essa é gloriosa!<br />
tias.testamos<br />
que o systema representa- que se enxugue afinal o pantano da índia<br />
guma coisa de anormal se notava<br />
em tudoaquillo, e suspeitoso aguar-<br />
Assim desconceituado, não podetivo esteja minado por vicios gravís- Vamos responder-lbe com as palavras<br />
do eminente escriptor Almeida Da sabedoria das nações dava que o debate publico das opirá<br />
o systema representativo resistir simos, e que se haja tornado impo- Garrett que parece lhes advinhou os<br />
e, antes que se opere uma transfortente para garantir efficazmente a instinctos.<br />
E comparativamente moderna a niões idóneas derimisse o pleito.<br />
«São de hontem e já invadem tudo, desintelligencia dos reis com os po- Coimbra tem o direito de saber com<br />
mação radical nas instituições poli- ordem e o progresso social. Descon- o palacio, a cúria, o conselho do prínvos. Foi necessaria muita má fé, que bulas um curioso entra num<br />
ticas por que efficazmente se garanceituado porém como está, o parlacipe e as assembleias da nação. muita traição de coroados tribunos dos mais notáveis monumentos,<br />
Já pretendem com uma exigencia,<br />
tam as liberdades collectivas e inmento constitue ainda assim uma<br />
)ara desenganar o pobre do povo,<br />
já dispõem com uma arrogancia !...<br />
de marrêta em punho, e corta a<br />
dividuaes, provável é que, pelo me- preciosa garantia de liberdade dos Já na imaginação atiçam as fogueiras ]ue tantos annos combateu por el-<br />
de Rocio, e benzem a corda das forcas es e só para elles, cuidando que torto e a direito, á mercê dos menos<br />
em alguns países, se dê um ac- cidadãos, cuja falia o nosso país<br />
do campo de Sanct-Anna. E, emquanto para si combatia.<br />
teoros e dos flatos de cada dia!<br />
centuado regresso para o absolu- está sentindo.<br />
não chega esse dia de gloria e de ben- Dos despojos d'essa lucta, o leão E quando toda a gente esperava,<br />
ção vão aconselhando e aptismo,<br />
de que derivarão as mais Que ninguém pôde dar o nome<br />
'ez a partilha do costume; e ainda<br />
j>rovaudo todas as cruelda-<br />
para escarmenta de atrevimentos<br />
perigosas consequências. Nós já as de parlamento ao Solar dos Barrides e perseguições...» em cima pôz-se a devorar o sendei- futuros, que o relatorio duma ins-<br />
Parece-nos que é este o melhor meio ro, que o auxiliou...<br />
estamos experimentando. gas.pecção<br />
serena e proficiente julgasse<br />
de se enxugar o tal pantano, pela van-<br />
A suppressão dos parlamentos, Combatemos pois sem hesitações tagem que nos trás de purificar ao<br />
X<br />
do delicto, surge a Commissão, que<br />
mesmo tempo o ar, com o calôrzinho<br />
nas actuaes condições, terá como a opinião de que pedem a suppres-<br />
Povo — Sendeiro que briga como pelos seus delegados bate pé á fren-<br />
da fogueira.<br />
resultado fatal a preponderância são do parlamento. Necessário se<br />
um leão, mas que se deixa albarte e atira para cima do conflicto a<br />
dar depois como quem é...<br />
absoluta de uma só força politi- torna, porém, para que a acção do<br />
affirmação decisiva d'uma profunda<br />
Houve em Mafra, por causa do au-<br />
e estólida arbitrariedade:<br />
ca—a burocracia. Todas as ou- parlamento melhor se faça sentir e gmento de impostos, mosquitos por<br />
corda. 0 governo trata de averiguar<br />
tras forças sociaes, que d'esta não ainda para melhor organização d'um<br />
Dm jornal de Viseu desata aos vivas •— Tudo muito bem!<br />
quem foram os cabeças de motim, às majestades, dizendo que D. Carlos E' a gratuita presumpçâo de con-<br />
façam parte, serão completamente systema de garantias jurídicas, que como 9e nestas questões podesse haver é uma garantia da liberdade.<br />
d'umas cabeças.<br />
selheiro, a fingir que é a espada de<br />
gastadas da ingerencia nos nego- se opere uma larga descentrali-<br />
São como os cães. Quanto mais se<br />
Pois se todos são explorados.., íes bate, mais lambem as mãos. Brenno1
—Está tudo optimo!<br />
E quem ouvir a arrogancia da sentença<br />
dando-se foros indiscutíveis<br />
de supremo arbitro, mal imaginará<br />
que o voto do sr. Luciano Cordeiro<br />
vale uma unidade apenas, como outro<br />
qualquer voto. Como d'um jurisconsulto,<br />
d'um mathematico, ou<br />
d'um agronomo!<br />
No seu dilettantismo, cheio de<br />
convenções em matéria de arte, na<br />
irascibilidade dos [seus processos<br />
de exhibição, basta dizer que tem<br />
sido o defensor pertinaz dos desacatos<br />
da Batalha 1!<br />
Com que direito pois se arroga<br />
o poder de inutilizar com uma só<br />
«Os possuidores de acções devem<br />
Usar de toda a prudência.<br />
O capital dos accionistas, embora<br />
relativamente pequeno, ainda attinge<br />
uns milhares de contos} o banco tem<br />
quarenta mil contos de hypothecas;<br />
tudo para garantir vinte mil contos de<br />
letras emittidas. Sabendo-se ainda que<br />
O valor da propriedade tem, em geral,<br />
augmeotado no duplo, é claro que d^lleSi<br />
não é crivei que este estabelecimento<br />
possa dar prejuizo aos seus credores.<br />
Se o contrario viesse a dar-se, provado<br />
ficaria, só por isso, que as administrações<br />
têm sido dolosas, a fim de<br />
prejudicar intencionalmente os que se<br />
lhes confiaram.<br />
E neste caso, ao governo brasileiro<br />
compete ser inexorável com aquelles<br />
que assim compromettem as economias<br />
dos que mourejam uma vida inteira,<br />
para se crearem uma relativa tranquilidade<br />
futura.<br />
O papel do Brasil tinha aqui uma<br />
acceitação enorme. Um facto d'estes, a<br />
não serem immediatamente punidos os<br />
que nelle tiverem culpa, virá abalar a<br />
confiança em todos os valores brazi<br />
leiros, o que é um grave prejuizo para<br />
o proprio interesse material do Brasil.<br />
Mas o governo da Republica não trepidará<br />
em fazer justiça.»<br />
nha-se de um tenente e sete soldados.<br />
As tropas hespanholas perderam<br />
novamente a pista a Máximo Gomez,<br />
e não sabem a situação exacta<br />
de Antonio Maceo. Suppõe-se,<br />
todavia, na Havana, que o primei<br />
ro continúa na Camaguey, emtanto<br />
que o segundo se conserva na província<br />
de Pinar dei Rio.<br />
Weyler não tornou a fallar dos<br />
onze cabecilhas que ha dias noticiou<br />
terem partido para a Jamaica.<br />
Parece que nem mesmo chegou<br />
a averiguar-se o nome de cada um<br />
RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />
Carta de Lisboa<br />
Lisboa, 3 de julho de 1896.<br />
Agora discule-se a questão da<br />
índia e a questão das negociações<br />
entre a Inglaterra e Soveral sobre<br />
a cooperação inglesa em Moçambique.<br />
Não lhes minto se disser que<br />
na intriga da índia ninguém está<br />
interessado. E que nos negocios<br />
tJm dos concelhos ultimamente supprimidos<br />
Qca a 54 kilometros da séde<br />
a que foi annexado.<br />
O governo, no decreto que degolou<br />
esse concelho, devia estabelecer uma<br />
gratificação aos contribuintes para<br />
despesas de viagem.<br />
A cooperação Inglesa<br />
nas colonias<br />
Ainda a imprensa governamental<br />
não deu explicação alguma so-<br />
)re as gravíssimas revelações da<br />
Semaine, jornal da republica do<br />
'ranswaal, por onde se mostra ser<br />
o sr. Soveral representante em Por<br />
da França em Madagascar. Esta politica<br />
está personificada, ha três annos<br />
a esta parte, no sr. de Soveral,<br />
actual ministro dos negocios<br />
extrangeiros de sua magestade fidelíssima.»<br />
tugal, ha três annos, da politica brimais<br />
graves da colonia, como o do<br />
caminho de ferro de Murmugão,<br />
.annica em Moçambique, e já ap-<br />
para onde os inglêses lançam as jarecem novas informações na im-<br />
suas vistas, ninguém pensa, porque jrensa extrangeira, muito mais com-<br />
não sabe e porque não quer. jromelledoras para esse ministro<br />
A canalhice tão fácil no meio Eis o que se lê no jornal pari<br />
politico de Lisbôa encontra um siense Le Temps:<br />
derivativo nas batotas de praia.<br />
palavra o esforço de reclamação Era Almada foi autoado por duas A estação calmosa é mais um<br />
sustentada com tanto desinteresse, vezes o juiz de direito porque os seus jretexlo para que impudentemente<br />
criados andavam a vender legumes<br />
como inutilidade ?1<br />
se deixem correr todos os negocios<br />
numa carroça, sem licença e não tra-<br />
É preciso notar, para a classifizendo as balanças aferidas.<br />
públicos.<br />
cação moral do facto, que Santa<br />
— Isto vae mal, "dizia-me um<br />
jatriota. Vocês, os republicanos,<br />
Cruz não ameaçava ruina; nenhu-<br />
C - c C b a<br />
não fazem nada.<br />
ma exigencia de reforma se impu-<br />
Não, canalha, não se faz nada,<br />
nha.<br />
)orque tu e os outros como tu não<br />
MAIS EXPEDIÇÕES<br />
Todos os dictames de prudência,<br />
,êm vergonha, não têm caracter,<br />
de sciencia e de honestidade aconse- Numa reunião ultimamente cele- não têm coragem.<br />
lhavam a sobreestar em deliberabrada por a junta revolucionaria cu- Has de arrebentar, cão, porque,<br />
ções, que não fossem proficientemenbana<br />
de New-York, resolveu-se que não julgues que as libras d'essa<br />
todas as semanas, durante os mê- administração extrangeira, que rete<br />
pensadas, discutidas e assentes.<br />
ses de verão, saiam de Cayo Hueclamas, hão de correr-te para o<br />
Nada d'isso se fez!<br />
zo, Tampa, New-Yorke outros pon- )olso.<br />
Começaram pela limpêza da abotos, expedições de homens, armas Porque a verdade é esta:—no<br />
bada, dirigida pelo conductor Este e munições com direcção a Cuba. meio de toda a vergonha em que nos<br />
vam Parada, — cujo nome deve re- D'este numero é já a que debatemos, a esperança de muitos<br />
cordar-se como uma reparação acaba de desembarcar em Santo é a administração extrangeiraI<br />
Antonio e Cabo Sul; que, apezar de<br />
A esse tempo ainda o sr. dire-<br />
x<br />
perseguida pelas forças de Wadctor<br />
não tinha sido mordido pela Rás e de voluntários, se poude rea As noticias dadas pelo Temps, e<br />
áspide da bravura, nem sentido as lizar a salvo.<br />
que já devem conhecer pelos jornaes<br />
picadas intestinaes de erudições Estas noticias tem alarmado os de Lisbôa, sobre as negociações com<br />
architectonicas!<br />
nossos vizinhos, como se^ vê pelos a Inglaterra, quasi nos deixam indif-<br />
seus jornaes, que todos commenferentes os homens desta linda e<br />
Os gabos daquelle trabalho fotam<br />
muito desfavoravelmente o fa cynica politica de Lisbôa.<br />
ram merecidos e não regateados. cto de agora mais do que nunca Apenas atguns, accusados de<br />
Movido pelos applausos, e qui- ameudarem os desembarques de ex- .ngenuos, se oreoccupam, mas logo<br />
çá pelo despeito, o sr. Frazão enpedições que constantemente en a turba dos<br />
tra em scena. Assume o mando des- grossam as fileiras revolucionarias<br />
cricionario e começa essa série de de Cuba.<br />
X<br />
hesitações e temeridades, em solavancos<br />
de atafona, que deram em 0 capitão Organ, commandante<br />
resultado esse lindo aspecto inte- das guerrilhas de Campechucha<br />
rior de Santa Cruz,—que faz lem- Vicaua e Higuera, dispoz uma em<br />
brar o Bom Jesus de Braga! boscada aos insurrectos, matandolhes<br />
cinco homens.<br />
Isto com os apoiados da Com-<br />
Estes, ao verem-se atacados, demissão<br />
dos Monumentos 1. .. fenderam-se heroicamente, como<br />
O caso é longo e edificante! costumam, obrigando as guerrilhas<br />
A. a retir'arem-se com perdas consideráveis.<br />
Confirma-se a noticia de que o<br />
Credito Real do Brasil não pagará Os coronéis Echevarria e Her<br />
o coupon das suas letras d'ouro e nandez andam em pacíficos reco-<br />
de papel que se venceu em julho nhecimentos pela província de Pi-<br />
corrente. Já de ha muito que se sanar dei Rios.<br />
bia não ser prospero o estado d'es- Nas Villas, os revoltosos atacasa<br />
companhia, não causando porram duas povoações: Zaza, em Santanto<br />
surpresa a noticia de que não cti Spiritus; e Mordaza, na linha de<br />
era pago o coupon.<br />
Matanzas, a Santa Clara.<br />
Em Portugal ha muitas letras de Da primeira foram repellidos; na<br />
ouro e de papel. Alguns jornaes segunda entraram á vontade e abas-<br />
calculam em 12:000 contos a sua teceram-se do que melhor lhes con-<br />
imporlancia.<br />
veiu.<br />
Parece que, ultimamente, se re- A guarnição de Mordaza compuceberam<br />
no Porto telegrammas do<br />
Rio de Janeiro em que se communica<br />
a noticia de que o Credito Real<br />
suspendeu os pagamentos.<br />
A respeito d'este caso o nosso<br />
prezado collega A Voz Publica diz<br />
o seguinte:<br />
? Vão-se tornando agora melhor<br />
conhecidos os fios d'esse trama, em<br />
que um ministro do rei de Portugal<br />
procura compromelter o seu país<br />
em beneficio da Inglaterra, a quem<br />
ámanhã pertencerá Moçambique.<br />
E ainda hontem lá gastamos tanto<br />
dinheiro, o que é muito, e perdemos<br />
tantas vidas, o que é muito<br />
mais!<br />
Foi marcado o dia 5 de agosto<br />
O nosso correspondente em Li- para o julgamento do nosso prezado<br />
verpool chama a nossa attenção para correligionário e altivo jornalista<br />
a seguinte nota do Manchester CouJoão<br />
Chagas, por artigos publicarier,<br />
relativa a um aceôrdo de dos, ha tempo, nos Pamphletos, e<br />
Portugal e da Inglaterra, que foram querellados pelo delega-<br />
que poderá produzir séria acção sodo do ministério publico.<br />
jre o futuro do sul da Africa:<br />
O governo português vae adoptar<br />
jrevemente energicas medidas para Os salões do palacio<br />
o desinvolvimento dos territorios do Kremlim<br />
portuguêses no sueste de Africa O palacio do Kremlim coutem três<br />
para o que acaba de ser trocada notáveis salões,— o de S. Jorge, o de<br />
entre as aucloridades de Lisboa e SantojAlexandre Nevsky e o do throno.<br />
Londres umacorrespondencia mui- O de S Jorge, o maior do palacio<br />
imperial, tem 61 metros de comprido,<br />
to satisfactoria sobre este as-<br />
21 de largo e 17 de altura.<br />
sumpto. Ainda que seja pouco ve Pôde conter á vontade 3:000 pes-<br />
rosimil que Portugal consinta na soas.<br />
venda das suas colonias in toto A sua decoração è em branco e<br />
(no todo),torna-se de dia para ouro. Sustentam o teclo 18 columuas,<br />
dia mais provável que o coroadas por outras tantas Victorias de<br />
Vitali, cujos escudos representam as<br />
governo português queira principaes conquistas da Rússia.<br />
animar e favorecer a in- Adornam as piredes ricos mármotroducção<br />
de capitaes inres, onde se lêem em lettras de ouro<br />
gleses e da influencia in- os nomes dos m is illu-urps peneraes<br />
glesa nas suas colonias, e russos e de todos os otfieiaes da ordem<br />
de S. Jorge, a primeira das or-<br />
e nisto sobretudo que a cordens militar* s do império.<br />
respondência que acaba de 0 pavimento é feito era mosaico de<br />
ser trocadà pôde ser consi 20 madeiras distinctas.<br />
derada como satisfactoria Em uma das suas extremidades ele-<br />
no mais alto grau para a va-se um grupo de prata, presente<br />
-que estendem a mão á Inglaterra.<br />
dos cossacos do Don, grupo em que<br />
se destacam as figuras de Irmak, con-<br />
esmola ou á infamia abafa essas A'parte o seu valor intrínseco quistador da Sibéria, e de Platof, tendo<br />
poucas vozes de protesto.<br />
que, apesar de indeterminado, é aos seus pés o rio Jenisseí. Illuminam<br />
E bem certo que em várias cama real, as colonias portuguêsas do este magnifico salão 3:20Q luzes.<br />
das da sociedade ha descendentes<br />
O salão de Santo Alexandre de Ne-<br />
sueste africano adquiriram<br />
daquelles miseráveis que em 158(<br />
vsky. ainda que mais pequeno, pois<br />
uma importancia particu- mede só 31 melros de comprido tendo<br />
e mais tarde, com a invasão francê^, lar para a Inglaterra de- a mesma largura que o de S. Jorge,<br />
só travavam batalha com o inimigo pois da annexaçao de Ma- produz um aspecto imponente pela ri-<br />
a proposito do preço por qoe se dagascar á França e em queza de que está revestido e por a<br />
venderiam.<br />
vista da politica que o go-<br />
Agora se explica a perseguição verno francês inaugurou<br />
á imprensa republicana por occasião nesta nova colonia.»<br />
da visita da esquadra inglêsa. E<br />
as infamias que hão de succeder-se Entre o governo português e o<br />
mais provarão que de ha muito<br />
inglês tem sido trocada correspon-<br />
uma conspiração vem sendo tramada<br />
contra esta patria, por quem todos dência, que pôde ser consi-<br />
gritam mas que por lãq poucos é derada como satisfactoria<br />
comprehendida e amada. no mais alto grau para a<br />
Inglaterra, no sentido de<br />
introduzir capitaes e des-<br />
Se um dia esta nação, por um involver a influencia d'este<br />
acaso, se lembrar de pedir contas pais nas nossas colonias.<br />
aos que a arrastaram a tal miséria,<br />
Não se sentindo com forças para<br />
muitos culpados têm de castigar.<br />
Eu creio que a difficuldade, num<br />
vender as colonias por um acto for<br />
momento de liquidação,está sómente mal, porque se levantaria o mais<br />
nisto — procurar arranjar alguns vehemente protesto por parle do<br />
que finjam de excepção ao vilipendio povo, vae o nosso governo dispondo<br />
que domina e esmaga um povo de as coisas para as entregar á Ingla-<br />
escravos, bem digno de melhores<br />
terra. Nessa missão trabalha ha<br />
destinos.<br />
uns poucos dannos o sr. Soveral.<br />
O Memorial Diplomatique, folha<br />
bem informada, já o declarou por<br />
Foi approvado na generalidade occasião da viagem do rei á Ingla-<br />
o projecto do codigo civil allemão. terra, como em tempo noticiámos e<br />
hoje repetimos:<br />
«A politica seguida por Portugal<br />
relativamente a uma cooperação britannica<br />
para a colonização de Moçambique,<br />
não é, como sem razão<br />
se julgou, uma resposta ás victorias<br />
altura do seu tecto, de 21 metros, terminando<br />
por uma soberba cupula.<br />
Adornam esta cupula preciosos baixos-relevos<br />
dourados com as insígnias<br />
da ordem de Santo Alexandre Nevsky,<br />
fundada por Catharina I em 172'5.<br />
Os moveis, em estylo russo, estão<br />
cobertos de terciopelo.<br />
Tem este salão 14 janellas, que dão<br />
sobre o Moscova, em frente d'ellas, no<br />
lado opposto, ha 14 enormes espelhos,<br />
onde se reflecte parte da cidade situada<br />
á esquerda do rio.<br />
A sua decoração é em ouro e rosa.<br />
O saião do throno, coberto interiormente<br />
de seda azul, que é a côr da<br />
Ordem de Santo André, fundada por<br />
Pedro o grande, tem 49 metros de<br />
largo e o seu tecto assenta sobre 10<br />
gigantescas columnas. O throno imperial<br />
está collocado em frente da entrada<br />
e eleva-se sobre um estrado de sete<br />
escadas. O docel, em estylo russo, termina<br />
em cóne encimado por uma corôa,<br />
d'onde cai até aos pés do throno<br />
uma cortina côr de purpura. Sobre o<br />
throno vê-se o olho da Providencia,<br />
cercado de uma aureola.<br />
Para dar idèa da grandêza do palacio<br />
imperial do Kremlim, basta dizer<br />
que este palacio contém 700 habita»<br />
ções. Numa d'ellas, chamada Salão da<br />
Prata, ha sete mêsas macissas d'este<br />
metal, e quatro formosos tapetes com<br />
scenas do D. Quichote de La Mancha,<br />
São esses os salões em que o czar,<br />
depois da sua coroação, recebeu a<br />
corte, os embaixadores extrangeiros,<br />
os altos dignitários do império, o es<<br />
tado-maior do exercito, os representantes<br />
oíflciaes de todas as câmaras<br />
russas e os delegados de todo o terrii<br />
torio do governo de Moscow»
UNIVERSIDADE<br />
Nos dias 2 e 3 de julho fizeram<br />
acto e ficaram approvados os seguintes<br />
alumnos:<br />
Faculdade de Tlieologia<br />
1anno—Bernardo de Caslro Neves.<br />
3.° anno — Augusto Joaquim Alves<br />
dos Santos.<br />
5 ° anno—Manuel Leite Marinho.<br />
Terminaram os actos neste anno.<br />
Faculdade de Direito<br />
1.° anno—Raul Toscano Pereira de<br />
Rezende, Francisco Fernandes Rosa<br />
Falcão, Manuel Luiz d'Almeida Pessanha,<br />
Accacio Ludgero d'Almeida Furtado,<br />
Francisco Carlos Soares, Guilhermino<br />
Martins Saraiva, e Abel de Mendonça.<br />
Houve cinco reprovações.<br />
2.° anno — José Marques Loureiro,<br />
Lourenço de Mattos Cordeiro, Sebastião<br />
Marques d'Almeida, Luiz Osorio da<br />
Gama e Castro Oliveira Baptista, Luiz<br />
Tebeira de Mecedo e Castro, e Manuel<br />
Ladislau Bentes.<br />
3.° anno — Manuel Casimiro Coelho<br />
do Amaral Reis, Manuel Dias Gonçalves<br />
Cerejeira, Manuel Loureiro da Fonseca.<br />
4.° anno — João Pimenta, Joaquim<br />
Festas Picanço, Joaquim Martins de<br />
Araujo, Joaquim de Moraes Sarmento,<br />
e Joaquim Simões Peixinho.<br />
5." anno — João José Bragança de<br />
Miranda, João Maria de Albuquerque<br />
de Azevedo Coutinho, João de Passos<br />
de Sousa Canavarro, eJoão de Sampaio<br />
Freire d'Andrade de Sousa Cyrne.<br />
Faculdade de Medicina<br />
1.° anno-— Sergio Augusto Parreira,<br />
Guilhermino Vieira.<br />
Houve duas reprovações.<br />
2.° anno—Joaauim Navarro Marques<br />
de Paiva, Jordão de Mello Falcão, José<br />
Alberto Pereira de Carvalho, e José<br />
Alves Moreira.<br />
3.° anno — Francisco Casimiro Pinheiro<br />
Torres, Alfredo Pereira de<br />
Baireto Barbosa, José Joaquim Fernaudes,<br />
e Samuel Augusto Pessoa.<br />
4.° anno—Ricardo Soares Machado,<br />
Victor José de Deus, Joaquim Luiz<br />
Martha, e Francisco Maria Dias Constan<br />
tino Ferreira Pinto.<br />
Faculdade de Mathematica<br />
1.° anno — Alberto dos Santos Nogueira<br />
Lobo, Alvaro Pereira Soares,<br />
Guilhermino da Cunha Vaz, Miguel<br />
Augusto Alves Ferreira, Arthur Anuibal<br />
Fernandes, Adelino Augusto Fernandes,<br />
Anselmo Ferraz de Carvalho,<br />
Avelino Augusto Vieira Pinto, José<br />
15 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Ã0 DAS GALÉS<br />
X<br />
Inquietações -<br />
Gribeauval viu perfeitamente o ho<br />
mern que o espiava subir para uma<br />
carruagem, que conjeçou a seguir a sua;<br />
mas como o leilão *tiuha terminado às<br />
4 horas, e queria chegar ainda nessa<br />
noite a Cacham, preferiu antes desnortear<br />
o espião do que addiar a partida.<br />
Fiz pois parar à sua carruagem â<br />
esquina da rua Bac, passou rapidamente<br />
ao cocheiro, baixando a vidraça<br />
da frente, o preço da corrida, e, reeommendando-lhe<br />
que esperasse 5 minutos,<br />
para o caso de não encontrar a pessoa<br />
que procurava. Saltou da carruagem<br />
entrou na casa, atravessou rapidamente<br />
o café sem se incommodar com<br />
o espanto do criado, marchou direito<br />
á estação de carros que fica ao longo do<br />
cáes, escolheu num relance d'olhos os<br />
melhores cavallos e gritou ao cocheiro:<br />
— Rua Bac, 97.<br />
—Passou proximo de Hermann, cujos<br />
olhos se fixavam na porta; examinou<br />
attentamente as suas feições, e, vendo<br />
que elle ficava no mesmo logar,<br />
adquiriu a certeza de o haver mystiflcado.<br />
Não deixou por isso de tomar as<br />
suas pecauções, e, chegando á rua<br />
Saiot-Dominique-Saint-Germain, gritou<br />
^q cocheiro}<br />
«<br />
de Birros Mendes d'Abreu, João de<br />
Mattos Cid, e Alberto Jannes Garcia<br />
Fialho.<br />
Houve uma reprovação.<br />
Faculdade de Philosopliia<br />
l. a oadeira (Chymica inorgânico,)—<br />
Alberto de Barros Castro, Affonso da<br />
Silveira Brandão Freire Themudo, Abílio<br />
Tavares Justiça, José Tavares Lebre,<br />
Adriano Vieira Martins, e Antonio da<br />
Silva e Sousa Torres.<br />
3 a cadeira (Physica, [Aparte).—<br />
Antonio Cardôso Pinto.<br />
Houve uma reprovação.<br />
7. a cadeira (Mineralogia e geologia).<br />
José Carlos de Barros.<br />
Cadeira de desenho (curso mathematico)<br />
3.° anno—Jayme Pinto, e Gregorio<br />
de Mello Nunes Geraldes.<br />
Cadeira de desenho (curso philosnphico)<br />
1.° anno — Antonio Francisco de<br />
Sousa, Agostinho Ferreira Coutinho,<br />
Augusto Jorge Rodrigues Freire, Augusto<br />
de Paiva Robella Motta, Antonio<br />
Ruival Saavedra, Manuel Justino de<br />
Carvalho Pinto Coelho Valle e Vasconcellos,<br />
Antonio Luiz Pestana, Antonio<br />
Taveira de Carvalho, Carlos da Silveira<br />
Brandão Freire Themudo, Manuel Quaresma<br />
Limpo Pereira de Lacerda, e<br />
Bernardo Augusto Loureiro Polonio.<br />
Houve três reprovações.<br />
Desistiu um alumno do acto.<br />
2 a cadeira (Chymica organica eanalyse<br />
chymica) — Delphim Augusto da<br />
Silva Pinheiro, Vicente Pedro Dias<br />
Júnior, Julio Peixoto Corrêa, e Antonio<br />
de Gouveia Osorio.<br />
Curso de pharmacia<br />
1.° anno —Fernando Augusto da<br />
Paixão, e Manuel Rodrigues da Paixão.<br />
Lá vae por esse mundo fora, á<br />
custa do thesouro, o sr. Madeira<br />
Pinto, com a pequenina gratificação,<br />
além dos ordenados, de réis<br />
201000 em ouro 1<br />
Ha milhares e milhares de pessoas<br />
que ha quatro annos não vêem<br />
uma esterlina, e este Madeira tem o<br />
subido prazer de receber do país<br />
quatro por dia.<br />
E aproveitar emquanto é tempo.<br />
Em Alicante, na Hespanha, tem<br />
havido sérios motins por causa do<br />
imposto do consumo votado pelo<br />
ajuntamento. As ultimas noticias<br />
dão aquella cidade em via de pacificação<br />
em virtude da maioria do<br />
ajuntamento haver resolvido demit<br />
tir-se.<br />
— Gare d'Orleans.<br />
Na gare d'Orleans tomou o caminho<br />
de ferro de cintura até á gare de<br />
Sceaux-Ceinture. Ahi desceu e caminhou<br />
a pé até Cachau.<br />
— Como estaes, perguntou M. me de<br />
Villedieu, fizeste despezas loucas?<br />
—Loucas na verdade, senhora, para<br />
cima de 74:000 francos.<br />
—Setenta e quatro mil francos! Mas<br />
vós não possuis esse dinheiro, dissesteme<br />
que apenas tinhas 22:000 francos<br />
disponíveis.<br />
— É necessário arranjar o que falta<br />
por que ámanhã tenho de entrar com<br />
elle.<br />
—Levareis as minhas jóias e empenha-las-heis,<br />
disse M. me de Villedieu.<br />
— Oh! isso por caso nenhum.<br />
— Sois o meu procurador, senhor,<br />
e portanto deveis obedecer-me se<br />
quereis que vos confie os meus .negocios.<br />
As minhas jóias, valem mais de<br />
300:000 francos, e creio bem que sem<br />
difficuldade vos emprestarão sobre ellas<br />
100:000 francos. Acceitareis a quantia<br />
que offerecerem, por que é bom que<br />
eu tenha algum dinheiro disponível.<br />
Ah! não tendes que hesitar ordeno-vos,<br />
que me obedeçaes.<br />
Teremos occasião de mais tarde<br />
resgatar as jóias, por emquanto ficam<br />
assim bem guardadas.<br />
—Cumprirei as vossas ordens, mas<br />
preferia...<br />
— O melhor é obedecer ao seu<br />
senhor, e eu sou vossa senhora, visto<br />
que sou vossa hospeda. Mas explicaeme<br />
como esses objectos chegaram a tão<br />
elevado preço?<br />
RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />
O conflicto de Creta<br />
Todo o interesse das principaes<br />
potencias é resolverem amigavelmente<br />
a questão de Greta, e para<br />
isso dão instrucções aos seus representantes<br />
e empregam os seus<br />
melhores diplomatas.<br />
Numa nota collectiva aconselharam<br />
a Sublime Porta a que faça<br />
quanto antes o que tantas vezes<br />
tem promeltido, sem comtudo o ter<br />
feito ainda, isto é: que entregue a<br />
um christão o governo da ilha, que<br />
conceda uma amnistia geral e que<br />
convoque quanto antes a assemblêa<br />
de Greta.<br />
Parte d'este conselho já foi attendida,<br />
pois foi nomeado governa-<br />
dor da ilha de Greta o príncipe<br />
Jorge Beoniteh de Samos.<br />
Comquanto sejam descabidas,<br />
pelo momento, quaesquer previsões<br />
optimistas, não se pode deixar de<br />
assignalar um sensível progresso<br />
na situação. O termo d'este deplorável<br />
estado de coisas não depende<br />
tde modo fatal, irreductivel, da continuação<br />
da lucta, mas do livre exercício<br />
da vontade dos belligerantes.<br />
A diplomacia francêsa tem o direito<br />
de felicitar-se—escreve o Temps—<br />
por ter contribuído poderosamente<br />
para este resultado. A' energica<br />
intervenção dos embaixadores de<br />
França, da Rússia e da Austria-<br />
Hungria, marchando num accordo<br />
absoluto, se deve que a Porta Ottomana<br />
obtemperasse a condições<br />
sem as quaes o restabelecimento da<br />
paz seria a mais insubsistente das<br />
chimeras, mas também com as<br />
quaes se tornaria a mais culpável<br />
das obstinações a prolongação indefinida<br />
das hostilidades.<br />
Rainha Santa<br />
Por occasião das grandes festas<br />
que se hão de realizar nos dias 9,<br />
•10, 11 e 12 em honra-da Rainha<br />
Santa Isabel, padroeira d'esta cidade,<br />
a egreja de S. Pedro achar-se-ha<br />
—É que M. de Villedieu assistira ao<br />
leilão, disse Luciano, e quando viu<br />
que eu comprava por todo o preço os<br />
que vos tinham pertencido, ou provinham<br />
da vossa família, elle enviou um<br />
homem para junto de mim, que fiz<br />
elevar os objectos a preços fabulosos.<br />
Paguei o. fauteuil de vosso pae por<br />
4:300 francos a toilette de prata dourada<br />
por 48:000 francos a vossa mêsa de<br />
trabalho por 3:000 francos... Cancei<br />
por fim o meu advernario que não<br />
lançou mais, mas não me perdeu de<br />
vista, seguindo-me, como disse, e eu<br />
tive um trabalho enorme para me des-<br />
cartar d'elle.<br />
—Ah! disse a duqueza, é verdade!<br />
outro que não fôsses vós devia ter ido<br />
ao leilão. Nem pensei nisso. Só linha<br />
confiança em vós, como a única pessôa<br />
que poderia advinhar os objectos que<br />
me eram caros. Ah ! melhor me fôra<br />
ter abandonado as minhas recordações,<br />
porque se M. de Villedieu nos faz<br />
seguir, descobrir-nos-ha.<br />
—Tomarei maiores precauções ainda,<br />
disse Luciano. Ámanhã volto a Paris,<br />
recebo os moveis, parto de lá á noite<br />
com as provisões, muitas provisões, e<br />
não sairei mais d'esta casa durante<br />
oito dias. Depois vou a Sceaux, renovo<br />
as provisões e volto para Paris d'onde<br />
não sairei lambem durante alguns<br />
dias.<br />
Está combinado?<br />
— Eu abarreço-me tanto, quando não<br />
estaes junto de mim»<br />
— Em primeiro logar está a vossa<br />
segurança. Podemos comprar a carne,<br />
o páo e mil outras cousas em Arcueih<br />
em exposição paia os forasteiros<br />
que a quizerem visitar.<br />
Este templo é digno de ser visto<br />
pelo seu correcto estvlo antigo<br />
mas de alegre aspecto e bom estado<br />
de conservação e aceio em que se<br />
encontra, graças aos cuidados do seu<br />
zeloso e activo sachristão, por devoção<br />
, o sr. Manuel Lourenço,<br />
coadjuvado por alguns bemfeitores.<br />
Informam alguns jornaes que o<br />
sr. Raphael d'Andrade responderá<br />
em conselho de guerra pelo crime<br />
de aggressão (caso Avenida) de que<br />
é accusado. Parece que se intendeu<br />
agora que lhe é applicavel o art.<br />
325, § único, do codigo de justiça<br />
militar.<br />
Na camara dos deputados, em França,<br />
Doumes, ex-ministro da fazenda do<br />
gabinete Bourgeois, apresentou uma<br />
proposta de imposto de rendimento,<br />
analogo ao apresentado quando foi ministro<br />
naquella situação.<br />
Veremos o que a camara faz. Para<br />
ser coherente deve approva-lo, visto<br />
que já tinha approvado o anterior.<br />
Mas não approva...<br />
Fez hontem exame de geographia,<br />
Qcando approvado com distincção, o<br />
sr. Alberto Cupertino Pessoa, filho do<br />
sr. dr. Alberto Pessoa, digníssimo director<br />
da Escóla Académica.<br />
Partido republicano<br />
Vae fundar-se em Villa Real um jornal<br />
que se intitulará Aurora da Liberdade.<br />
Será redigido pelo nosso correligionário<br />
sr. Amadeu Sanches Barreto,<br />
ex-redactor do nosso prezado collega<br />
O Povo da Figueira.<br />
O novo jornal, que se propõe defender<br />
a causa da Republica, será bisemanal.<br />
Chegou a esta cidade o novo inspe-<br />
ctor do sello neste districto, o sr. dr.<br />
Alberto de Mello Ponces de Carvalho.<br />
Está a concurso por provas publicas<br />
a egreja do Espirito Santo, de Lamas,<br />
no concelho de Miranda do Corvo.<br />
Por provas documentaes foram postas<br />
a concurso as seguintes egrejas<br />
d^sta diocese:<br />
Becco (Santo Aleixo), de Ferreira de<br />
Zezere; Machio (Santa Maria), do concelho<br />
da Pampilhosa; e Ois da Ribeira<br />
(Santo Adrião) no concelho de Agueda.<br />
Assim evitamos os perigos de Paris.<br />
Nada temaes, elles não me seguirão.<br />
— Não me deixaes só muito tempo,<br />
não?<br />
(Continua).<br />
Caminho de ferro na Africa Austral<br />
A cerimonia da collocação do primeiro<br />
rail do caminho de ferro de Ouganda,<br />
que deve ligar Mombassa na<br />
costa leste-africana, ao lago Victoria,<br />
effeituou-se no dia 29 de maio ultimo<br />
em Kilindini. Foi a esposa do engenheiro<br />
em chefe que collocou o rail,<br />
emquanto a musica d'um batalhão de<br />
Beloutchistan tocava o God save the<br />
queen, e os coolies hindus e africanos<br />
acclamavam as côres da bandeira britannica.<br />
No mês de junho ultimo foram pelo<br />
governo civil d'este districto conferidos<br />
90 passaportes, sendo 80 para o<br />
Brazil, 8 para a Africa, e 2 para viajar<br />
pela Europa.<br />
J. A. DA SILVA CORDEIRO<br />
A CRISE<br />
Em seus aspectos moraes<br />
(Psychologia individual e collectiva)<br />
1 vol. de 429 pag., 600 reis<br />
A' venda na livraria-editora de França<br />
Amado. — Coimbra.<br />
Codigo AdministratiYO<br />
A Bibliotheca Popular de Legislação,<br />
com séde na rua da Atalaya, 183, 1.°,<br />
Lisboa, tem â venda a 2. a edição d'este<br />
codigo, approvado por decreto dictatorial<br />
de 2 de março do anno findo,<br />
seguido de repertorio alphabetico,<br />
e das alterações e modificações approvadas<br />
pelo parlamento, na ultima<br />
legislação e confirmadas por carta de<br />
lei de 4 de maio do corrente anno,<br />
podendo, portanto, chamar-se a esta<br />
edição — Novo Codigo Administrativo.<br />
— Preço, 200 réis.<br />
Tabella dos emolumentos e salarios<br />
judiciaes<br />
Da Bibliotheca Popular de Legisla-<br />
ção, com séde na rua da Atalaya, 183,<br />
1.°, Lisboa, recebemos um exemplar<br />
d'esta tabella, coordenada alphabeticamente,<br />
mas conforme com a edição official<br />
(Diário do Governo de 18 de<br />
maio de 1896), e approvada por carta<br />
de lei de 13 do referido mês, sendo<br />
a wnica edição assim elaborada.—<br />
Preço, 200 réis.<br />
Canções e musica popular da Beira<br />
COLLIGIDAS POR<br />
PEDRO TRAJANO<br />
COM UMA 1NTRODUCÇÃO POR<br />
J. US1TE UE VASC0NCELL0S<br />
Sahirá brevemente esta importante<br />
Não, porque me custava também<br />
obra, que formará um volume em 8.°,<br />
de approximadamente 250 paginas, ni-<br />
deixar, de ver-vos. Mas quero que tidamente impresso em typo elzevir e<br />
nada tenhaes a receiar.<br />
optimo papel, com 50 paginas de mu-<br />
—Não tendes cartas para mim? sica.<br />
—Não, senhora. Nada trouxe o cor- Preço por assignatura, 600; avulso,<br />
reio, de M Durand. Deve estar ainda 800 réis.<br />
longe de Milão. E talvez não seja tarde. Toda a correspondência deve ser di-<br />
Para que vós tivesseis carta era rigida á Imprensa Lusitana, Figueira<br />
preciso que elle respondesse na volta da Foz.<br />
do correio.<br />
— Morrerei de medo, se me deixaes<br />
muito tempo só. Lembrae-vos de que<br />
sois o meu único amigo.<br />
Escolas e princípios<br />
— Senhora...<br />
— E a minha segurança exige que de criminologia moderna<br />
não me desempareis. Se meu marido<br />
nos mandou seguir, tendes por ventura<br />
PELO<br />
a certeza de ter evitado os espiões ?<br />
Ah! eu conheço M. de Villedieu, é<br />
DR. AFFONSO COSTA<br />
capaz de tudo. Talvez neste momento 1 vol. em 8.° de 341 paginas<br />
já saiba onde me occulto, e preciso<br />
que estejaes junto de mim para me<br />
PREÇO —SOO RÉIS<br />
defenderes.<br />
A' venda em todas as livrarias de Lis<br />
—Senhora, estou convencido que o boa, Porto e Coimbra.<br />
espião mandado me perdeu de vista.<br />
Estae pois descançado que elles não DO MESU0 ACGT0R:<br />
conhecem este retiro. Mas comprehendo<br />
bem que a rainha vigilancia .A. Eg-reja<br />
sobre este caso deve ser incessante. © a questão social<br />
Não deixarei de vellar todas as noites.<br />
—Obrigada. Quereis dar um pequeno<br />
1$000 réis<br />
passeio pelo jardim?<br />
Vinde, até á minha floresta vir- Os peritos no<br />
gem.<br />
processo criminal<br />
700 r$ia
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excellentes aguas mineraes<br />
para doença de pelle,<br />
estomago, garganta, etc.<br />
RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />
CALDAS DA FELGUEIRA<br />
CANNAS CANNAS DE SENHORIM<br />
(BEIRA ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
i<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
medico, pharrnacia<br />
e casa de barbear.<br />
Magnificas accommodafões<br />
~ desde 1#200 réis<br />
comprehendendo serviço, club,<br />
etc. Bónus para oS médicos<br />
O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de 1 a a 5. a classe; duas salas<br />
para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />
annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos—Viagem<br />
— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />
estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmaoia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
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Sií, Rua Ferreira Borges, S2 (Em frente ao Arco (1'Almedina)<br />
COIMBRA<br />
Tal íhrôrímliPA' Gran(le deposito da Companhia Cabo Monudl<br />
HjuldUlM. dego.—-Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras.<br />
flWtriíMdíiriP p nntirfl A CilCWlIWuaue O upilta<br />
encia da casa Raraos & Silva de<br />
g<br />
Lisboa, coostructores de pára-raios,<br />
campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
Tintac nara nintnrflclllliaa<br />
paia pmiuiaa.<br />
Alvaiades,ofeòs,agua-raz,crés,gesso<br />
vernizes, e muitas outras tintas.e<br />
artigos para pintores.<br />
fimPTitnQ' In 8 |ez e Cabo Mondego, as melhores qualidades<br />
lillllClilUS. que se empregam em construcçôes hydraulicas.<br />
nivprun^' Bande J as ) oleados, papel para forrar casas, moi-<br />
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carne, balanças de todos os systemas - Redes de arame,<br />
zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
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Lisboa e Porto.<br />
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riOgagClli). descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />
obras.<br />
flltilíiria • Mutilaria nac > 0Ilal e estrangeira dos melhores auulUlutna.<br />
ctore8i Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />
FaflllPirnr ^rystofle, raeta ' branco, cabo d'ebano e marfim,<br />
rai[U0ilUo. compieto sortido em faqueiros e outros artigos<br />
de Guimarães.<br />
ímirac indlMíse ria form- Esmaltada e estanhada, ferro<br />
LUUVdl) IllglMdb, Uti 1C1IU. Agat6) servipo cori]pieto para<br />
mesa, lavatorio e cozinha.<br />
AriTlíK dP ff)0rt' Carabinas de repetição de 12 e 15 tiros, re-<br />
AIlMo uti IU5U. Voivers, espingardas para caça,os melhores<br />
systemas.<br />
Á venda a 2. a edição da<br />
DESAFFRONTA<br />
(HISTORIA D'UMA PERSEGUIÇÃO)<br />
POR<br />
ANTONIO JOSÉ D ALMEIDA<br />
PEDIDOS Á<br />
1 vol. in-8.° com o retrato do auclor<br />
Preço SOO réis—Pelo correio 3SO<br />
LIVRARIA MODERNA<br />
Largo tio Principe D. Carlos, 19 a 85<br />
C O I M B R A<br />
JOÀO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
IS Armazém de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
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Gontinúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
Éditos de 10 dias<br />
2. a publicpção<br />
14 Deio Juizo de Direito da<br />
» comarca de Coimbra, e<br />
cartorio do escrivão do 4.° officio,<br />
José Lourenço da Costa,<br />
correm éditos, citando quaesquer<br />
credores, que se julguem<br />
com direito á quantia de réis,<br />
176(51911 depositada na Caixa<br />
Geral de Depositos, pelo inventario<br />
orphanologico a que no<br />
Juizo de Direito da comarca de<br />
Condeixa-a-Nova, se procedeu<br />
por obito de Joaquim Nunes<br />
Pereira Branco, para que venham<br />
deduzir esse direito, por<br />
meio de preferencias, no praso<br />
de 10 dias, a contar passados<br />
outros 10 depois da 2 a publicação<br />
d'este annuncio no Diário<br />
do Governo, á execução de sentença<br />
commercial que Paulo<br />
Antunes Ramos, negociante de<br />
Coimbra, move contra Thereza<br />
de Jesus Teixeira, viuva do<br />
referido Joaquim Nunes Pereira<br />
Branco, e seus filhos Adelaide,<br />
José, Maria e Rilta, residentes<br />
em Coimbra, pela qual execução<br />
a mencionada quantia de réis<br />
176$911 foi penhorada, sob<br />
pena de revelia.<br />
Verifiquei a exactidão<br />
0 juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
13 A rrenda-se do S. João<br />
de 1896 em deante a<br />
loja com os n. os 68, 70 e 72<br />
na rua do Visconde da Luz. Para<br />
tractar com Joaquim Augusto<br />
Preces Diniz.<br />
Caixeiro<br />
N 12 esta redacção se diz quem<br />
precisa d'um com boa<br />
pratica de mercearia, a quem<br />
se dará o ordenado conforme<br />
as suas aptidões.<br />
SELLOS<br />
11 ftonipr»m-se collecções<br />
v completas de sellos Antoninos.<br />
Livraria Moderna.<br />
VENDA ~~<br />
lOWende-se em COZELHAS<br />
w uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam família numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
agua, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. É em sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
0 comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
Para esclarecimentos, João<br />
Marques Mósca, solicitador, rua<br />
do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
Castanheira, largo da Portagem,<br />
Coimbra.<br />
Aos photographos<br />
9 Acaba de chegar á Pape-<br />
« laria Central, rua do<br />
Visconde da Luz, um grande<br />
sortimento de apparelhos para<br />
photographia que vende d'agora<br />
em diante pelo preço dos catálogos<br />
mais commodos, porque<br />
se fornece directamente dos<br />
fabricantes.<br />
A chapa «Lumiere & ses fils»<br />
e papel é o que se está uzando<br />
melhtfr e que pôde vender com<br />
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até 250grammas, remettem-se<br />
grátis.<br />
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8 I7ende-se a da Conchada.<br />
w Na mesma se diz quem<br />
está auctorisado a receber propostas.<br />
Arrendamento<br />
7 fflranciseo V. de Car»<br />
* Talho arrenda a loja<br />
n.° 171 a 173 na rua de Ferreira<br />
Borges (Calçada) tendo<br />
uma boa sobreloja para habitação.<br />
Governante<br />
6 precisa-se com boas re-<br />
» ferencias.<br />
Para tratar da 1 ás 5 horas<br />
da tarde. Quinta dos Sardões,<br />
Celi as.<br />
Loja da China<br />
Ferreira Borges<br />
5 âcaba de chegar um granai<br />
de sortimento de leques,<br />
sombrinhas e estores, japonêses<br />
e chineses.<br />
Especialidades da casa<br />
Chás e cafés<br />
Charutos "Confianza"<br />
Papelaria Central<br />
COMPANHIA DE SEGUROS<br />
FIDELIDADE<br />
Capital réis... 1.344:000^000<br />
Fundo de reserva... âil:000$000<br />
SEDE EM LISBOA<br />
4 |*sta companhia a mais poli<br />
derosa de Portugal, por<br />
intervenção do seu correspondente<br />
em Coimbra, toma seguros<br />
contra fogo ou raio, sobre<br />
prédios, mobílias e estabelecimentos.<br />
Correspondente Basilio Augusto<br />
Xavier d'Andrade, rua<br />
Martins de Carvalho, n.° 45.<br />
Arrendam-se<br />
3 f|ols andares e o sotão de<br />
" uma casa sita na praça<br />
do Commercio. Trata-se uo<br />
mesmo local n. os 32 e 33.<br />
~ CAVALLOS<br />
uares, etc.; esquinencias,<br />
sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
mauqueiras, fraquezas<br />
de peruas, etc , curam-se<br />
eom o LINIMENTO ' V1S1CANTE<br />
C0SFA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. A venda nas<br />
principaes terras.— Depositos:<br />
Lisboa : QuiuUns, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
Áos bohemios<br />
1 photographia» do bo-<br />
• hemio Augusto tlylario,<br />
vendem-se na loja do Vianna,<br />
Largo da Sé Velna.—Coimbra.<br />
"UES1STENC1A,,<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
E QCINTAS-FEIHAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
E D I T O R<br />
João Maria da Fonseca Frias<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2$700<br />
Semestre 1$350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 2f$400<br />
Semestre 16200<br />
Trimestre 600<br />
AJVNTJNCIOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repeti<br />
pões, 20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />
desconto de 50 p. o,<br />
L I V R O S<br />
Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
Tjj. I. França" An»«d« — COIMBRA
Expediente<br />
A estatua de Teixeira Lopes<br />
deu o governo força aos que agora Joaquim Madureira<br />
•<br />
estão na índia fomentando a revolta Concluiu a sua formatura em Di-<br />
que tanto dinheiro tem custado ao reito este nosso querido amigo, an-<br />
Em virtude das festas<br />
país e a tantos vexames sujeitado. igo collega de redacção da Resis-<br />
da Rainha Santa o proxitência<br />
cujas paginas abrilhantou com<br />
E foi o proprio governo que, hamo<br />
numero da «Resistên-<br />
as Notas d'um azedo e artigos semvendo<br />
tão criminosamente fortale- 3re vibrantes, sempre originaes, recia»<br />
sairá na segunda feira. cido -os. diligentes do elemento inveladores d'uma grando alma, d'um<br />
dígena para exercerem as maiores joderoso talento, d'uma já distin-<br />
BOAPOLITICÂ!<br />
cta individualidade litteraria. Espi-<br />
vexações contra os descendentes rito revoltado,<br />
dos europeus, manda depois incendiar<br />
povoações inteiras e dá as<br />
mais barbaras e deshumanas ins-<br />
Sempre que do choque de intetrucções<br />
ao sr. Neves Ferreira, que<br />
resses pessoaes ou melindres offen-<br />
com imbecil atrocidade as executa.<br />
didos surge uma questão entre os<br />
Por este meio conseguiu o go-<br />
defensores da monarchia, patenverno<br />
desinvolver extraordinariatêam-se<br />
infames negociatas, descomente<br />
a revolta, que elle proprio<br />
brem-se planos torpes do governo<br />
havia preparado com uma politica<br />
que, sempre com apoio do rei, só<br />
partidaria tão criminosa como ine-<br />
tem usado do poder para satisfazer<br />
ptos e infames têm sido agora os<br />
as suas tão desmedidas como vis<br />
actos por que tem pretendido suf-<br />
ambições e os caprichos ou convefocá-la.<br />
Sem plano definido, manniências<br />
d'uma monarchia compledando<br />
primeiro incendiar para retamente<br />
perdida no conceito publicorrer<br />
em seguida a processos branco.<br />
Hontem as revelações feitas por<br />
dos, conceder a amnistia num<br />
Fuschini; hoje a publicação das car-<br />
dia para no seguinte se fuzilar<br />
tas dosr. Constâncio Roque da Cos-<br />
sem processo nem formalidades,<br />
ta, redactor do Universal, por al-<br />
sente-se o governo sem força nem<br />
guns jornaes monarchicos de Lis-<br />
prestigio algum para restabelecer a<br />
boa.<br />
ordem na índia, onde sem duvida<br />
Não temos o intuito de nos in- soffreremos maiores calamidades.<br />
trometter na questão que motivou a Mas mantem-se no poder e man-<br />
publicação d'essas cartas, nem nas da dizer pela sua imprensa assala<br />
consequências, de caracter pessoal, liada que os jornaes republicanos<br />
que d'esla derivem. Conclusões ti- estão defendendo os revoltosos nos<br />
ramos, porém, da leitura d'esses ataques que dirigem ao governo<br />
documentos que, respeitando dire-<br />
Os ministros que, sacrificando os<br />
ctamente ao interesse publico, nos<br />
interesses do país, prepararam ;<br />
é licito expôr aqui.<br />
revolta; os ministros que, susten<br />
Das cartas publicadas vê-se que<br />
tando-se sem vergonha nem di-<br />
o redactor do Universal era em Lisgnidade<br />
nas cadeiras do poder,<br />
boa o representante do grupo que<br />
pela falta de prudência e de ener-<br />
na índia tem incitado e animado<br />
gia a têm aggravado, não trepidam<br />
a revolta e que esse grupo tem man<br />
em pedir que ainda hoje os acom-<br />
tido as mais intimas relações com o<br />
panhe a imprensa que, ao rebentar<br />
actual governo. O sr. Hintze Ribei<br />
a revolta, lhes concedeu todo o seu<br />
ro tinha correspondência epistolar<br />
apoio, e vêm declarar que a con<br />
com o Visconde de Bardez, satisfa-<br />
demnação dos seus actos é a defêsa<br />
zia todos os seus pedidos o sr. João<br />
dos revoltosos!<br />
Franco, na secretaria da marinha<br />
Que triste prova de imbecilidade<br />
era o grupo presidido pelo princi<br />
pai chefe da revolta quem dava ordens.<br />
Partido republicano<br />
Já depois d'esta haver rebentado Saiu o primeirò numero da<br />
S6 modificou a organização d'um Integridade, jorfial republicano de<br />
Leiria.<br />
conselho de guerra em harmonia<br />
No seu artigo programma de-<br />
com as conveniências dos amigos do clara a redacção d'esse periodico:<br />
sr. visconde de Bardezl<br />
«Portanto nós, soldados fieis da republica,<br />
Também na índia desejava o vimos juntar os nossos protestos aos d'aquel<br />
les que por ella pelejam, confiados em que<br />
governo ler amigos e, para os con-<br />
será da Democracia a redempçáo da nossa<br />
quistar, adoptou os mesmos pro- querida mas abatida patria.<br />
Somos da republica, por ella combateremos<br />
cessos que no continente: pôr á sua<br />
e por ella sacrificaremos o nosso sangue por-<br />
disposição a politica e a adminisque, abstrahindo mesmo as fórmas de governo,<br />
já nSo é combater apenas por um ideal polititração,<br />
nomeando e demittindo emco,<br />
por este ou aquelle partido:—-é combater<br />
pregados conforme as indicações pela salvação da patria, na espmnça de me-<br />
que recebia, abrindo-lhes os cofres lhores dias.»<br />
públicos e concedendo-lhes as ter- Felicitamos o novo collega, deras<br />
pertencentes ao Estado. Assim sejando-lhe longa vida.<br />
um Que faz o homem?<br />
Procura o eseriptor que teve a<br />
ousadia de o convidar a abdicar?<br />
Bate-lhe?<br />
Bate-se?<br />
Que vezes que isto me tem acon-<br />
Não.<br />
tecido !<br />
Yinga-se. Mas não se vinga como<br />
Dou com um Santo que um gran-<br />
um homem, — vinga-se como um<br />
de artista animou d'um grande sen-<br />
polirão. Tem o Poder e usa-o.<br />
ti mentOj e fico-me parado, sem vêr<br />
A liberdadè e preciosa. — Tira-<br />
nada, lodo ^fèso d'úma emoção exme<br />
a liberdade.<br />
verdadeiro intranha.<br />
Parecè-mé que é deôtro de<br />
Faz-me julgar e faz-me condemsubmisso,<br />
para as aulas só estuda-<br />
mim que corre aquelle sentimento,<br />
nar — o que vem a ser a mesma<br />
va o suficiente para passar.' Tinha<br />
sinto-me vibrante d'aquella idêa que<br />
coisa.<br />
um verdadeiro horror á sebenta; os<br />
me subjuga, me tira a voz e me dá<br />
codigos causavam-lhe constantes pe-<br />
Rouba-me. Rouba-me uma coisa<br />
vontade de rir e vontade de chorar,<br />
zadelos.<br />
de que eu preciso, em primeiro<br />
como se, sem esperar, encontrasse<br />
ogar para respirar e depois para<br />
E todavia Joaquim Madureira foi<br />
de repente alguém que eu amasse<br />
comer.<br />
um dos membros mais estudiosos<br />
muito e ha muito tempo não tivesse<br />
Comtudo, João Franco illude-se.<br />
da actual geração académica. Ra-<br />
visto.<br />
Não se vinga. — Compromette-se.<br />
ros os que como elle trabalharam,<br />
E é tão funda esta emoção, que<br />
Não quero ameaçá-lo, mas sempre<br />
poucos os que d'aqui sáem com tan-<br />
eu ponho-me a pensar se me não<br />
he direi que lhe vou dar que fazer.<br />
tos conhecimentos scientificos e lit-<br />
valeria mais ter vivido ha muito temterarios.<br />
Até lia as obras dos cláspo,<br />
quando no mundo se levantasicos,<br />
elle que é um novo na verda- A lei contra os aquelles<br />
vam as grandes cathedraes, andar<br />
deira accepção da palavra!<br />
sempre preso d'esta emoção extra-<br />
Alma aberta, sempre generosa, Communicam-nos do Porto que nhadarte, que é,como o aroma das<br />
era implacavel na critica de todos Relação negou provimento ao flôres, suave, e mata.<br />
os actos que revelassem baixêza de recurso que, por ordem do governo,<br />
caracter, perversidade de sentimen- oi interposto da sentença que letos,<br />
como indulgente para com as vantou a suspensão do nosso pre-<br />
Bons tempos esses em que vive-<br />
misérias que o meio social faz gerzado collega O Commercio do Porto.<br />
ram imaginarios.<br />
minar e desinvolver. Nunca Joaquim )'onde se vê que o governo não<br />
Passavam a vida a correr mundo<br />
Madureira lia uma local em que se sabe interpretar a lei, que elle pro-<br />
e a povoá-lo dos seus sonhos d'arte.<br />
noticiasse, d'animo leve, a prostiprio elaborou.<br />
Havia artista que gastava a vida<br />
tuição d'uma creança, que não se<br />
inteira fazendo o mesmo santo, sem-<br />
O sr. João Franco que conseguiu<br />
indignasse contra o deshumano jorpre<br />
a aperfeiçoá-lo e nunca satis-<br />
que o sr. Antonio d'Azevedo, minalista.nistro<br />
da justiça, negasse d'um<br />
feito.<br />
O seu caracter conquistou-lhe modo miserável a interpretação que<br />
Que bella vida, sempre a adorar<br />
dedicados amigos; a sua poderosa he havia dado na Camara dos Pa-<br />
o mesmo corpo, sempre a illumi-<br />
intelligencia muilos admiradores. res, não poude agora sujeitar o<br />
ná-lo da mesma idêa!<br />
Bons auspícios para quem entra na )oder judicial aos seus caprichos<br />
Por toda a parte se levantavam<br />
vida prática, em que desejamos ao Excepcional, como é, o facto<br />
egrejas, em toda a parte se fallava<br />
nosso querido amigo, de quem nos merece os mais rasgados elogios.<br />
em Deus e nos Santos.<br />
despedimos com um saudoso abraço Appareceu afinal quem tivesse a<br />
as maiores felicidades.<br />
independencia suficiente para se A vida dos Santos animava as<br />
oppôr ás nevroticas prepotências do cathedraes, e elles desciam de noi-<br />
sr. João Franco.<br />
te do céu a vêr as obras.<br />
Insignificante mau<br />
Toda a gente o sabia!<br />
O eminente jornalista e nosso<br />
Mais d'um Santo foi apanhado<br />
Continúa no seu posto o sr,<br />
prezado amigo João Chagas, contra<br />
pelo esculptor a corrigir-lhe a obra.<br />
Neves Ferreira, o já celeberrimo Numa egreja, contava-o toda a<br />
quem o sr. João Franco começou auctor da portaria homicida que gente, andava muito alto, numa pa-<br />
exercer miserável perseguição por felicitou o governo pelo facto de rede, um artista a fazer Jesus. Em<br />
causa do artigo que publicou no haver sido assassinado o Raugi Ra baixo havia já d'elle uma estatua<br />
Paiz e que foi transcripto na Resis- nes. Não admira que assim succeda, de Nossa Senhora, muito linda, o<br />
tência, completa assim a apreciação<br />
porque o país já de ha muito está corpo meio curvado, como a escon-<br />
habituado a supporlar o feroz di-<br />
que fez d'essa intrigante individuader-se<br />
para animar a gente, as mãos<br />
clador do Alcaide.<br />
estendidas, os lábios num sorriso.<br />
lidade:<br />
Pois dizia-se que esta Nossa Se-<br />
«Eu suppunha o actual João Têm razão<br />
nhora, de noite, saía do seu balda-<br />
Franco um homem doente. Nervoso.<br />
quino rendilhado e ia acima vêr o<br />
Diz o sr. Fuschini que as trovoa- Os jornaes regeneradores estão Christo que andava a fazer o esculdas<br />
o assustavam. Mas não o sup verberando a imprensa progressista ptor.<br />
punha mau. Vulgar, até nisso. Sae- por ella atacar os actos do governo, E uma noite em que elle viera<br />
me também mau, o que já o rehabi- seguindo assim o mesmo procedi- vêr a sua obra e lhe faltaram os<br />
lita a meus olhos. E' um insignifi mento que a imprensa republicana. pés e caiu d'aquella grande altura,<br />
cante mau, e isto já é ser alguma E, como leaes conselheiros, accres- ouviu-se um grande grito que Ella<br />
coisa.<br />
centam essas folhas que o partido deu, e Nossa Senhora apanhou-o na<br />
Mandôu-me chamara contas pelos progressista está preparando assim quéda, apertando-o nos braços con-<br />
tribunaes do Porto, por onde cor- maus dias para quando estiver no tra o peito.<br />
rem contra mim uns seis ou sete poder.<br />
No dia immediato a Virgem ti-<br />
processos de imprensa, — não sei Concordamos com as censuras e nha outra vez estendidos os braços<br />
bem. Com urgência, já se vê. conselhos da imprensa governamen- rígidos de pedra em que o escul-<br />
julgamento está marcado para breve tal. Cabendo á monarchia a principtor foi encontrado a dormir muito<br />
Estão d'aqui a vêr o homem? pal responsabilidade dos desvarios socegado pela manha, quando os<br />
o valentão ? o rufião ? Tem em seu e attentados que o governo pratica, canteiros vinham p'ró trabalho.<br />
poder a liberdade de um eseriptor ainda que por outro motivo não<br />
Esse eseriptor levanta-se e dií-lhe seja porque o tem conservado no E outra vez, por agosto, numa<br />
a elle, a elle só: —Tira-te fi'ahi poder, justo é que, quem defende a noite de luar muito bonito, em que<br />
imbecil. Sae d'esse logar. Que és monarchia, não ataque os actos do um artista adormecera á fresca num<br />
tu ? Quem és tu ? Quem te deu o governo que ella apoia, protege e andaime ao pé da sua obra — um<br />
direito de te sentares nessa cadeira? ampara. Se isto não é verdade, en- lindo Santo de pedra, acordou e<br />
Anda,despacha-te, põe-teao fresco tão descremos completamente da deu com o Santo ao pé da estatua<br />
Não comprometias teu amo. lógica.<br />
,a rir-se {
E com razão, que o Santo era<br />
muito differente do que elle imaginára.<br />
Levanlou-se logo, não fosse no<br />
dia immediato esquecer-lhe tudo, e<br />
poz-se a fazê-lo de novo.<br />
O luar descia dalto e ia enchendo<br />
o mármore de côr e vida. De<br />
longe mal se via o artista, e parecia<br />
que era o luar do céu que an<br />
dava a fazer a estatua.<br />
Depois todos os dias se sabiam<br />
coisas novas, chegavam cavalleiros<br />
da Terra Santa e contavam como<br />
era, descreviam a casa onde nasce<br />
ra Nossa Senhora, o jardim das Oliveiras,<br />
tudo, tudo...<br />
E que faina! Sempre a virem<br />
grandes carros de bois com pedras<br />
enormes de muito longe, da serra;<br />
e logo os artistas a desbastar. A pe<br />
dra voava em estilhaços, dando<br />
grandes gritos ásperos de dôr. Pouco<br />
a pouco, apparecia a estatua, vinha<br />
o trabalho mais delicado, e enchia-se<br />
todo o templo d'um ruido<br />
d'ouro, melancholico, como o ge<br />
mer das rolas a distancia, musical<br />
como o som das harpas a afinar.<br />
Pela tarde, vinha a castellã afagar<br />
as creanças que andavam pela<br />
obra, saber de todos cheia de caridade.<br />
Que santos se faziam então 1<br />
Tão simples, quasi nada: um bocado<br />
tosco de pedra que pensa num<br />
sorriso e vive numa attitude.<br />
Não se comprehendem e fascinam,<br />
Caminham recolhidos, o fato<br />
cingido ao corpo, sem fazer barulho,<br />
e a serenidade vem de dentro florescer<br />
nos lábios, num sorriso.<br />
Era fácil então... mas hoje!<br />
Vela o pae por elle, reza por<br />
elle a mãe, como a minha, que<br />
foi lá para cirna ha tanto tempo<br />
muito branca, com uma côr de fada<br />
boa, que hoje ninguém tem, e um<br />
olhar muito negro, muito riso e só<br />
meu, olhar que se perdeu.<br />
O que eu escrevo...<br />
É que ao fallar-lhe, é que ao an<br />
dar-lhe ao lado, a gente tem pena<br />
de não ter mais aquelle irmão.<br />
Nenhum havia de ser mais ami<br />
go d'elle!<br />
T. C.<br />
Os
de Medeiros, Abilio Tavares Justiça,<br />
José Ta v ares Lebre, Custodio Luiz<br />
d'Oliveira Pessa, Luiz de Brito Monteiro<br />
Guimarães, Guilhermino da Cunha Vaz,<br />
Alberto dos Santos Monteiro.<br />
2.° anno—Henrique Beato Diniz Miguens,<br />
Alberto Sabino Ferreira, Alberto<br />
Augusto de Neves Rocha, Eduardo da<br />
Silva Pereira, Cypriano Antunes dos<br />
Santos Trincão, Alberto da Costa Teixeira,<br />
Alberto Rodrigues Pinto, Amílcar<br />
Augusto Queiroz de Sousa, Annibal<br />
Dias, Annibal P. de Brito, Antonio R.<br />
Manso, José A. Guimarães, Manuel Firmino<br />
da Costa, Raul Lucas, Manuel F.<br />
Neves Júnior, Alvaro de Lima Henriques,<br />
José Pinto da Silva Faria, Camillo<br />
Augusto dos Santos Rodrigues,<br />
Vicente Pedro Dias Júnior, Antonio de<br />
Gouveia Osorio, Luiz Caetano Guimarães<br />
Júnior, Antonio dos Santos Cidraes,<br />
Rodrigo de Barros Teixeira dos Reis,<br />
Camillo Correia Guimarães, Alfredo<br />
Augusto d'01iveira Machado e Costa,<br />
Fernando Affonso Leal Gonçalves, Custodio<br />
Luiz d'Oliveira Pessoa, José Carlos<br />
da Silveira B.-andão Freire Themudo,<br />
Antonio Luiz Pestana, Antonio<br />
Francisco de Sousa e Delphim Augusto<br />
da Silva Pinheiro.<br />
Houve treze reprovações.<br />
€urso de pharmacia<br />
1anno—José Maria Pereira e Antonio<br />
de Moura.<br />
2.° anno — Joaquim Marques dos<br />
S'tJtos e Tito Affonso da Silva Poiares.<br />
Rainha Santa<br />
Percorrem já as ruas de Coimbra<br />
muitos forasteiros que de diversos pontos<br />
do pais vêm assistir ás festas da<br />
Rainha Santa, que promettem ser imponentes.<br />
As ruas por onde deve passar<br />
a procissão estão já todas adornadas,<br />
devendo produzir essa ornamentação<br />
um magnifico effeito com a illuminação.<br />
X<br />
A imagem da Rainha Santa chegou<br />
ua segunda feira, sendo entregue pelo<br />
sr. conego Fresco, governador da diocese<br />
na ausência do sr. Bispo-Conde,<br />
â Mesa da Irmandade, em nome da<br />
sr. a D. Amélia. Na gare era esperada<br />
pela Mesa que a acompanhou alé Santa<br />
Clara, sendo ahi exposta ao publico<br />
no novo andor. A concorrência a<br />
Santa Clara tem sido enorme, sendo<br />
unanimes os lou'vores prestados ao insigne<br />
artista que concebeu e executou<br />
tão admiravel preciosidade.<br />
X<br />
Á ex. ma marquêsa de Pomares foi Sessão ordinaria de 25 de jimho de<br />
entregue pela Mesa da Rainha Santa o 1896.<br />
diploma de irmã bemfeitora, por ha- Presidência do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />
ver contribuído com o donativo de réis Vereadores presentes : — effeclivos : arcediago<br />
José Simões Dias, José Antonio dos<br />
16 Folhetim da RESISTENCIA<br />
JOÃO DAS GALÉS<br />
X<br />
Inquietações<br />
Como o único carreiro que serpenteava<br />
atravéz das silvas era estreito,<br />
apertavam-seum contra o outro Um<br />
era homem e o outro mulher, e a pri<br />
mavera ria ao receber os raios do sol.<br />
As pequenas plantas estavam em<br />
flor, as ortigas não picavam ainda, as<br />
acacias abriam sob os raios do sol os<br />
seus cachos odoríferos,uma brisaquenle<br />
passava entre as collinas.<br />
— Como se respira bem! disse M. me<br />
de Villedieu.<br />
Assentaram-se no banco coberto de<br />
musgo.<br />
— Se tivesse uma fortuna medíocre,<br />
disse M. me de Villedieu, teria desposado<br />
algum honesto rapaz que me daria<br />
para habitação uma pequena casa como<br />
esta, onde eu viveria alegre, cuidando<br />
dos nossos filhos. Eu havia de amar<br />
esse homem. Como era rica, casaram-<br />
me com um duque. A fortuna não dá<br />
felicidade, Luciano.<br />
— Ah! senhora, que desgraçada<br />
sois! Não ha talvez no mundo um homem<br />
tão perverso como vosso marido, e fostes<br />
vôsl... Sei que, na sociedade se<br />
trata apenas de casar rico, mas, ao<br />
menos tivesseis vós a felicidade de<br />
encontrar um d'esses homens que,<br />
x<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
Santrs, José Antonio Lucas, Antonio José de ponde a i de- julho insere os artigos seguin-<br />
Moura Bastos, Albano Gomes Paes.<br />
tes :<br />
Chegaram já a esta cidade um des Presente o administrador do concelho. Eugène Véron—Esthetica, O romance. En- Regulamento geral do ensiuo<br />
tacamento de cavallaria 10 e forças de Approvada a aeta da sessão anterior, o treactos—Manual do cozinheiro theatial ícou- primário — A Bibliothena Popular de Le-<br />
presidenta disse ter felicitado telegraphicatinuação), A. ML — Récitas e eoncert»».—Gragislação tem concluída a impressão d'este Re-<br />
infanteria 12 e I4,qn>> vêm reforçar o mente Sins Magestades e ao Governo pelo vuras: A opera deVienna—Correspondências: gulamento, Parte I e Parte II (o que se deve<br />
regimento de infante'ia 23 Neste re- regresso de Sua Alteza o sr. D. Affonso, e de Paris, por Xavier de Carvalho; de Madrid, ter em vista porque o regulamento está assim<br />
gimento não havia soldados em nume- apresentou telesramma de agradecimento á por E. Alonso Orera; do Porto, por João Pi- dividido), approvadas por decreto de 18 de<br />
ro sufliciente para se apresentar con- camara municipal, em nome de quem dirigiu mentel— Vade Mecum do actor: Maximas e junho do corrente anno, e seguidas do decre-<br />
aquellas felicitações.<br />
Conselhos—Necrologia—Variedades—Biblioto n.° 1, de 22 de dezembro de 1894, visto as<br />
dignamente na procissão.<br />
Arrendou em praça pelo tempo que decorre thea dramatica—Alcaçar-Kibir.<br />
novas disposições regulamentares serem com-<br />
até o fim do anno e pelo preço de tres mil<br />
plemento d'aquelle decreto.<br />
X<br />
réis, para cultivo, o terreno pertencente ao<br />
Os pedidos acompanhados da respectiva im-<br />
município do porto dos Lozaros.<br />
Revista das Escholas—Semanario portância, sem o que não serão satisfeitos, de-<br />
Foi hontem offerecido á familia de Resolveu agradecer á Real Confraria da dedicado ás famílias e ao professorado, que se vem ser enderessados á mencionada Bibliothe-<br />
Teixeira Lopes pela Mesa da confraria Rainha Santa Isabel o convite para a pro- publica no Porto, sob a direcção do sr. Antoca, rua da Atalaya, 183, 1.°, Lisboa. — Preço,<br />
cissão que ha de realisar-se no dia 12 de<br />
um jantar no Hotel Braganza. Para<br />
nio de Mesquita<br />
200 réis, franco de porte.<br />
julho, declarando que será illuminada como O numero que acabamos de receber contém<br />
esse jantar foi convidado o nosso que- deseja, nas noites dos festejos, a fachada do os seguintes artigos:<br />
rido collega Antonio Augusto Gonçal- edifício municipal.<br />
A portaria de 9 d'abril—Ainda a proposito<br />
ves.<br />
Resolveu em vista de informação da junta do nosso appello ao professorado primário,— J. A. DA SILVA CORDEIRO<br />
de parochia de S. Paulo dos Frades, ácerca A Associação dos Jornalistas e Homens de<br />
de uma usurpação, mandar intimar um pro- Lettras do Porto—Ao País—Legislação eschoprietário<br />
para restituir ao goso do publico o lar: Decretos. Classificação dos professores de<br />
terreno usurpado.<br />
instrueção primaria dos districtos da Horta e A CRISE<br />
Camara Municipal de Coimbra Foram apresentadas duas participações, que Angra do Heroísmo—Despachos pela direcção<br />
foram enviadas ao commissario de policia, geral de instrueção publica—Consultas—No- Em seus aspectos moraes<br />
uma ácerca da occupação de terrenos do ticias escolares.—Bibliographio.—Noticias di-<br />
Resumo das deliberações tomadas na município, contra o preceituado pehs postuversas— Expediente.<br />
(Psychologia individual e collectiva)<br />
sessão ordinaria de 18 cie junho de ras; outra por aggrestão contra um empregado<br />
1896.<br />
do serviço da limpeza da cidade.<br />
Mandou passar licença para apascentamento Jornal de Viagens e aventuras de i vol. de 429 pag., 600 reis<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da Costa. de cabras, segundo as posturas, a quatro indi- terra e mar. — Recebemos o n.° Í4 d'este in-<br />
Vereadores presentes : — effeetivos : arcevíduos d'este concelho.<br />
teressante jornal que se publica no Porto, sob A' venda na livraria-editora de Frandiago<br />
José Simões Dias, José Antonio dos Attestou favoravelmente ácerca de duas a direcção do sr. Deolindo de Castro. ça Amado. — Coimbra.<br />
Santos, J'>sé Antonio Lucas, Antonio José de petições para subsídios de lactação a meno- Eis o summario das matérias contidas nes-<br />
Moura Baslos, Albano Gomes Paes.<br />
res.te<br />
numero :<br />
O administrador do concelho, bacharel Auctorisou a compra de quatro exemplares Texto :—Kara-Fatima—A instrueção nacio-<br />
José Miranda, assistiu á parte da sessão. da lei de 13 de maio ultimo, sobre matéria de nal: O ensino da língua pelo alphabcto natu-<br />
Depois de lida e approvada a acta da sessão recenseamento.<br />
ral- -As grandes aventuras: Sem-Cinco-Réis— Revue des Journaux<br />
anterior, tomou providencias ácerca da falia Auctorisou a construcção de um pequeno Excursão pedestre no pais das grandes pedras<br />
de limpeza, accusada pelo corpo de policia, cano provisorio de exgotos na rua do Tenente —Assumptos brazileiros: O Forte de Coimbra<br />
na travessa da rua Oriental de Monfarrio e Valadim, orçada em 2$10o réis.<br />
— Descoberta do Brazil (?): João Ramalho et des Livres<br />
no largo dos Lazaros em Fóra de Portas. Auctorisou uma avença para o consumo (O Bacharel—No coração da Africa: No país<br />
Attestou ácerca de sete requerimentos para d'agua.<br />
dos elephantes. Revista colonial—Pelo mundo:<br />
anno<br />
subsídios de lactação a menores.<br />
Resolveu chamar a attenção do commissario O Leopardo Inglês. Uma montanha a arder.<br />
Resolveu reparar um cano de esgoto ao de policia para os exgotos de uma loja na Protecção á pesca. Portugal e a pesca costeira. Recommendando aos nossos leitores esta<br />
fundo da rua de S. João, obra orçada em rua da Magdalena, que tornam iminunda a Gravuras : — Mandou cobrir as ameias das excellente revista hebdomadaria, prestamos-<br />
3$800 réis; auctorisar avenças para o consumo valeta da mesma rua, em prejuízo da saúde muralhas de turbantes brancos — «Queira eslhe com certeza uma indicação importantíssi-<br />
d'agua nos domicílios; auctorisar o pagamento publica.<br />
cutar-me». «Sou toda ouvidos». — As pedras ma, porque esta publicação é a mais curiosa e<br />
de 422^000 réis, do fornecimento de carvão Auctorisou o presidente a ordenar em sagradas de Carnac. — Era uma flotilha de amais interessante da nossa epocha. Reproduz<br />
de pedia para as maMiinas das aguas; 150$800 tempo o p igamento dos vencimentos de junho grandes pirogas que aproava para Ujiji. em cada domingo o que de mais notável apa-<br />
réis de talados ao pessoal de serviços da ao pessoal das differentes repartições do munirece<br />
duarnte a semana em jornaes e livros:—<br />
limpeza, na primeira quinzena de junho; cípio.<br />
Artigos de sensação, Noticias, Contos, Chroni-<br />
19$500 de material adquirido para os mesmos Auctorisou os seguintes pagamentos : — Gazeta das Aldêas—Importante secas, Actualidades, Curiosidades scientifkas, Co-<br />
serviços; 25$360 réis de salarios ao pessoal 77$225 réis, ultima prestação do emprestimo manario de propaganda agrícola e vulgarizanhecimentos úteis, Romances, etc., etc., bera co-<br />
encarregado das canalisações d'agua; 15$'260 de quarenta contos de réis, contractado com ção de conhecimentos úteis que se publica no mo numerosas gravuras da actualidade: retra-<br />
réis do custeamento da officina do abasteci- o Banco Commercial de Lisboa; 2£000 réis, Porto.<br />
tos. acontecimentos do dia etc.<br />
mento d'aguas; 10$i80 reis de reparação de custo do Annuario Commercial; 4$5(J0 réis,<br />
calçadas das ruas da cidade; 2^400 réis de<br />
É seu redactor principal o sr. dr. Antonio Em folhetos publica a Revista dois ro-<br />
assignatura da Revista de Direito Administra-<br />
conservação d'arvores.<br />
de Magalhães, distincto chimico analysta do mances de um alto interesse emocionante,<br />
tivo.<br />
Laboratorio Chimico-Agricola do Porto. como todos os que tem publicado a Revista<br />
Mandou enviar • ao vereador competente Despachou requerimentos, auctorisando oc- O n.° 27 que recebemos insere os artigos se- e que tám sido acolhidos paio publico com o<br />
para informar, um requerimento ácerca de cupação de terreno ás Ameias, para o estabeguintes :<br />
maior favor.<br />
um incidente havido entre o cgveiro do cernilecimento de uma escola de tiro durante os Regresso aos campos (V), Franeisco Simões A collecção dos 10 primeiros annos da<br />
terio e Francisco Simões, canteiro.<br />
festejos á Rainha Santa Isabel; a abertura de Margiochi.—O Black-Bot, Arthur Leitão—Se- Revne des doarnax contém mais de<br />
Auctorisou o fornecimento de cem archotes uma porta de serventia em um prédio de ricultura (VI), Francisco M. da L. Póssas.—A 4:000 novellas htterarias e contos diversos,<br />
para o serviço dos incêndios.<br />
Taveiro; a collocação de faboletas e pharoes industria dos lacticínios (II), dr. Antonio de assignados pelos mais illustres escriptores, e<br />
Approvou definitivamente o primeiro or- em alguns estabelecimentos; a reparação de Magalhães.—Os trabalhos do mês, J. V.—Me- romances completos de Alphonse Daudet, Hençamento<br />
«upplementar do corrente anno, apre- um cano de exgoto d'aguas ao marco da dicina pratica, A raiva (IV), dr. Magalhães ri Rochefurt, Octave Feuillet, Ludovic Halévy,<br />
sentado em sessão de 5 de junho na impor- Feira, e alteslando ácerca do comportamento Lemos — Economia domestica (IV;, D. Maria Hector Mallot, Guy de Maupasant, Paul Bourtância<br />
492^050 réis.<br />
mor.il e civil de diversos.<br />
Margarida de Oliveira Pinto — Conselhos de get Emile Zola, etc., etc. A collecção composta<br />
Mandou enviar ao commissario de policia Indeferiu um requerimento para o estabele- veterinaria, A. Sanson — Folhetim: Oabysmo, de 10 magníficos volumes de 825 pag., con-<br />
um requerimento de proprietários de differen cimento de uma barraca para venda de refres- Carlos Deslys, traducção de Julio Gama.—Setendo matéria de mais de 100 volumes, soli-<br />
tes freguezias do concelho, queixando se dos cos no largo do Príncipe D. Carlos, durante cções e artigos diversos : A vida agrícola — damente encadernados, vende-se a 14 francos<br />
prejuízos que soffrem com o apascentamento os festejos á Rainha Santa Isabel.<br />
Como se carregam os carros (com gravura) — o volume.<br />
de gado cabrino eiri contravenção das posta- Julgou não haver motivo para procedi- Revista universal -Palestra semanal—Chroniras<br />
do município.<br />
mento contra um coveiro do cemiteno, pelo<br />
Rrindes : — Um retrato a oleo do assica<br />
dos acontecimentos.<br />
Despachou requerimentos auctorisando a motivo de queixas feitas á camara por desacagnante,<br />
e um outro em carta-album. Um livro<br />
armação de pavilhões para festejos populares tos commettidos sobre o que se colheram<br />
*<br />
de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />
em diversas ruas da cidade ; a collocação de informações do administrador interino do<br />
de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 me-<br />
Roleiim do Syndicato Agrícola<br />
letreiros e taboletas em alguns estabelecimen- mesmo cemiterio.<br />
zes e 3 mezes respectivamente.<br />
de MontemOr-o-Velho — Recebemos o n.° 6<br />
tos; a canalisação d'aguas de exgoto de diffe-<br />
d'esta interessante publicação.<br />
Assignatnra «— Seis mezes, 8 fr., um<br />
rentes casas a trasladação de ossadas do<br />
Eis o summario dos seus artigos:<br />
anno, 14 fr. Assigna-se: — 1." em todas as es-<br />
jazigo municipal para sepultura raza.<br />
As irrigações—Noctuellas — O esbandeiratações de correio das colonias francezas, da<br />
Bibliographia<br />
mento do milho—Bombas centrífugas — Noti- Bélgica, Dinamarca, Italia, Suissa, Paizes Baicias<br />
agrícolas -Boletim commercial. — Preços xos, Suécia, Noruega e Portugal; 2." nas livra-<br />
dos generos em differentes mercados, rias que têm correspondente em Paris; 3." por<br />
meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />
Revista Tbeatral—Publicação quinzenal<br />
de assumptos tNeatraes, de que são re<br />
dactores os srs. Collares Pereira e Augusto<br />
de Mello.<br />
O numero que temos presente e que corres-<br />
Perfis Contemporâneos —Acaba<br />
de publicar-se o n.° 21 d'esta curiosa revista<br />
quinzenal, de Lisboa.<br />
Os dez primeiros annOs custam<br />
lOOfr,, accrescendo O porte.<br />
Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />
administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />
professando a vosso respeito o scepticismo<br />
dos grandes, vos deixasse ao<br />
menos em paz.<br />
— Eu poderia ter sido muito mais<br />
leliz, senhor; porque sinto a necessidade<br />
d'uma affeiçáo maior, mais elevada.<br />
Tinha necessidade de amar, tivesse<br />
eu procurado quem me amasse.<br />
Nunca experimentastes o desejo de ser<br />
amado por um ser que vós amasseis?<br />
Pôde dar-se o caso de se amar alguém<br />
que nos deteste, mas eu creio que o<br />
amor verdadeiro se encontra na reciprocidade<br />
dos .sentimentos. Não é essa<br />
a vossa opinião ?<br />
— Sim, senhora, respondeu Luciano,<br />
a quem estas palavras commoviam até<br />
o fundo d'alma.<br />
— Não me pertencem nem pertencerão<br />
nunca essas venturas, apesar de<br />
acreditar na sua existencia, disse M. me<br />
de Villedieu. Tenho um único parente,<br />
um tio velho; não viverá muito tempo<br />
e eu assim ficarei só, perdida sobre a<br />
terra.<br />
— Tereis um amigo, senhora.<br />
— Ohl sei isso, disse M. me — Não terei amante, nem me casarei,<br />
e muito menos me esquecerei, disse<br />
Luciano.<br />
— É isso verdade?, exclamou M<br />
de Villedieu,<br />
estendendo a sua mão a Luciano,<br />
e desejaria que nos podessemos<br />
vêr muitas vezes, até ao momento de<br />
nos separar-nos.<br />
— Separar ?, disse Luciano.<br />
—-Sem duvida. Sois joven, casarvos-heis.<br />
Uma esposa ou uma.amante<br />
vos impedirá de pensar na desgraçada<br />
creatura que tão generosamente<br />
recebeste na vossa casa de Cachan.<br />
Eu representarei o passado, e o passado<br />
esquece depressa!<br />
me<br />
As paredes foram almofadadas, as do estão doentes são mandados para<br />
cortinas são espessas, as portas têm o hospital. E' preciso que, o que presen-<br />
reposteiros. Podem fazer-se alli cem temente nos embaraça, adoeça. Assim<br />
moites. 0 preço são 12:882 francos teremos occasião de introduzir lá outro<br />
de Villedieu, agarrando-lhe vivamente e 50 cêntimos. Aqui está o recibo. qosso.<br />
as mãos.<br />
— Só falta o passaro para o metter — É fácil. Vou a casa d'um pharma-<br />
Depois, sorrindo tristemente, accres- na gaiola, disse Villedieu, julgas tu ceutico e trago coisa que o levará ao<br />
centou:<br />
que com toda a sua habilidade o pae hospital por alguns dias.<br />
— Véde, senhor, como tão facil- Lebigot não descobriu ainda a du- — Vae lá a casa do pharmaceutico<br />
mente nos tornamos egoístas e loucos. quêsa ?<br />
e compra ao mesmo tempo digitalina.<br />
Eu de boa vontade vos privaria da — Oh! E tu querias encarregar-me — Para quê?<br />
companhia dos amigos, dos affectos da<br />
do que eu...<br />
— Para envenenar quatro homens<br />
familia, e dos vossos amores, para con<br />
— Tu commetteste muita falta, elle na occasião. ^<br />
servar a vossa amizade só para mim.<br />
não. Elle seguiu M. Gribeauval até á Hermann meneou a cabeça e partiu<br />
Voltemos, senhor, porque o orvalho já<br />
gare de Sceaux, uma vez, e outra até sem responder coisa alguma.<br />
cae. Ámanhã, ao romper do dia,, vol-<br />
Sceaux. Depois perdeu-o de vista na M. de Villedieu caminhava a passos<br />
tareis a Paris, tomareis os meus bri-<br />
estrada d'Arcueil, a Vtllejuif e a Ba- largos pelo quarto.<br />
lhantes, empenha los-heis, e depois de<br />
gneaux. Quando Lebigot julgava ter<br />
pagar os moveis, guardareis em vos-<br />
— E' necessário operar, pensava, é<br />
so poder o dinheiro que sobrar e vol-<br />
acertado o verdadeiro caminho a se- necessário operar! Vejamos. Ganhei ao<br />
tareis á tarde com as nossas proviguir,<br />
Gribeauval levava-o a Saint-De- jogo 70:000 francos; o leilão, fóra as<br />
sões.nis,<br />
a Asnières. a Méndon, a Mantes— despêsas, rendeu 117:200 francos, os<br />
quatro dias seguidos a Ville-d'Avray, a cavallos e as carruagens 14:000 fran-<br />
— Porque, perguntava para si Lu-<br />
Versailles. Entretanto Lebigot, percecos, total, 201:200 francos, com que<br />
ciano, terei eu o coração tão duro e<br />
beu que as precauções tomadas por o podia perfeitamente viver um honesto<br />
as lagrimas sempre promptas a saltar<br />
joven não eram tamanhas nas outras burguês, mas eu não sou burguês.<br />
das palpebras ?<br />
linhas como nas de Sceaux. D'onde D'esta quantia já dispendi até hoje:<br />
XI<br />
concluiu que a direcção de Sceaux de- para os meus gastos 6:440 francos;<br />
via ser a preferida. Não o seguiu mais. para as pessoas que emprego, Lebi-<br />
esperou-o e espera-o, e qualquer dia, got, Hermann e outro, 7:700 francos;<br />
Desenhasse a acção<br />
num pontoou noutro, Gribeauval apon para os creados e indemnisação ao sor-<br />
tará contra elle, e Lebigot saberá o que dido do meu senhorio do boulevard<br />
— Os aposentos estão promptos ?, eu desejo saber.<br />
Malesherbes, 15:000 francos; por um<br />
perguntou Villedieu dirigindo-se a Her- — E o outro negocio?<br />
anno de aluguer do meu novo domimann.<br />
— Nada por emquanto. Apenas te cilio, 1:600 francos; de mobilia, 12:882<br />
— Estão promptos. Aluguei-os na mos lâ um creado, que soube já ca- francos e 50 cêntimos; somma toda a<br />
rua Mazarine, perto da passagem da ptar as boas graças do mordomo, o<br />
despêsa, 42:622 francos e 50 cênti-<br />
Pont-Neuf. Na casa vivem estudantes. nos leva a usar dos meios extremos.<br />
mos; restam-me, pois, em carteira,<br />
A vida alli ó um continuo carnaval, e Eu conheço Koellen. Excepto o mor-<br />
144:577 francos e 50 cêntimos.<br />
ninguém se importa com o vizinho. domoj todos os demais creados quan-<br />
{Cmima)t
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excellentes aguas mineraes<br />
para doença de pelle,<br />
estomago, garganta, etc.<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
CALDAS DA FELGUEIRA<br />
CANNAS DE SENHORIM<br />
(BEIRA ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
medico, pharmacia<br />
e casa de barbear.<br />
Magnificas accommodações<br />
desde 10200 réis<br />
comprehendendo serviço, club.<br />
etc. Bónus para os médicos<br />
O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />
para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />
annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos—Viagem<br />
— Faz-se tôda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadan% era bons carros. A<br />
estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
Filtro-Mallié<br />
de porcellana (Tamiantho<br />
Esterilisação absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Deposito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />
Deposito da Fabrica Nacional<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ & GENRO<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />
17 W'ESTE deposito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fabrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fabrica.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fabrica de Gorôas e Flôres<br />
F. DELPORT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />
16 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
^ Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE OIMA—20<br />
BICO AUER<br />
Previlegiado" em Portugal pelo aliará 1:127<br />
50 °(o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
C O I M B R A<br />
ESTABELECIMENTO<br />
DE<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
Si), Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />
C O I M B R A<br />
Pai JIvdrflllliM 1 6 r a n d e deposito da Companhia Cabo Monvidl<br />
fljulaUiujíl. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras.<br />
fllprtrirfMfladp P nntira Agencia da casa Ramos & Silva de<br />
CaCulliulU&Uv} C upiiia Ljsb0a, constructores de pára-raios,<br />
campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
Tintas para pinturas: Mvaiades ' oleos ' agua " raz ' crés ' gesso<br />
artigos para pintores.<br />
Inglez e Cab<br />
que se empregam em construcçòes hydraulicas.<br />
ni\fPr
JOÃO FRANCO<br />
O sr. João Franco, vendo que o<br />
país sua a bom suar,— effeilos da<br />
• calma e dos impostos,— pensa, talvez,<br />
comsigo,«queaindifferença quçe<br />
a nação lhe vota é uma connivencia<br />
tacita com os seus desmandos,<br />
assim uma especie de apoiado de<br />
Barriga de Solar ás medidas que o<br />
seu cerebro doente delinêa, e a rubrica<br />
do sr. D. Carlos de Bragança<br />
João Franco assim o intende, o<br />
rei assim o sancciona!<br />
João Franco é o poder legislativo,<br />
executivo, judicial! Elle é ministro,<br />
legislador, magistrado e, maior numero<br />
de vezes, policia!<br />
E isto, porque?<br />
Porque ó país. cada vez, se roja<br />
mais, se havia de levantar-se em<br />
rasgos de coragem e altivez<br />
«E assim vamos indo, de 3riiflcio<br />
gin artiQcio, de sortíteiio em sortilégio,<br />
até á hora em que a consciência<br />
publica se revolte contra Acções e<br />
exija que a administração publica seja,<br />
se não sensata, pelo menos séria.»<br />
sob tão grande peso, elle se conserva<br />
ainda á frente da administração do<br />
Estado.<br />
Não podemos acreditar em que o<br />
chefe do Estado possa continuar também<br />
a assumjr as responsabilidades que o<br />
seu governo procura lanhar sobre elle,<br />
pois não é possível què continue a<br />
deixar que os delegados d'esse governo<br />
exerçam na índia uma politica de<br />
extermínio, mandando fuzilar cidadãos"<br />
sem fórma de processo, e sem poder<br />
saber-se se são culpados se innocentes,<br />
pois que Portugal faz parte das<br />
nações cultas da Europa e as tradições<br />
de tolerancia que honram as paginas<br />
da nossa historia não podem ser obliteradas<br />
pelas loucuras e selvagerias de<br />
qualquer doido deshumano, ou pela<br />
incapacidade e pela ignorancia de qualquer<br />
governo insensato».<br />
2.° ANNO<br />
A estatua de Teixeira Lopes<br />
Para matar o deficit ; a responsabilidade do governo, consentindo<br />
na continuação do commissario<br />
O Commercio do Porto termina um ! régio a fuzilar na índia, excede todas<br />
1<br />
artigo, em que demonstra que os as metas, e assombra como, ajoujado<br />
exercícios de 1893 a 1894 e 1894<br />
II<br />
a 1895 se fecharam com deficit, commentando:<br />
Santa Clara — sol de manhã,<br />
frescura de convento. Cheira a flôres.<br />
E pede esse conceituado jornal<br />
X<br />
que se administre com sériedade,<br />
Ameaças, não as teme: elle é<br />
ao menos, as finanças do Estado.<br />
sancciona.<br />
Para satisfazer o seu desejo, o go-<br />
Tartarin.<br />
verno tinha ha dois dias decretado<br />
Deve pensar assim, e pensa-o, Um movimento, porém, sério de uma medida, que é do mais largo<br />
com certeza: atravez do chorrilho resistencia havia de atirá-lo para alcance administrativo e principal-<br />
de tolices que jorram pelo Diário do<br />
mente financeiro.<br />
a sombra d'onde saiu.<br />
Governo, é-nos dado apanhar, aqui<br />
No Diário do Governo de quinta<br />
E o país ficava salvo, porque o feira ultima foi publicado um regu-<br />
e alli, com bastante trabalho e gran- mesmo embate que derrubasse João lamento para a repressão da emide<br />
dóse de paciência, é certo, a li- Franco estilhaçaria o throno. gração clandestina em que são creanha<br />
mais ou menos confusa e indos<br />
os seguintes logares, com os<br />
Tão unidos elles andam!...<br />
termitlenle da trajectória cerebral<br />
correspondentes ordenados:<br />
Unamo-nos, portanto, e espere-<br />
de tão conspícuo dictador:<br />
1 commissario 9000000<br />
mos com coragem. João Franco não<br />
1 amanuense 3000000<br />
— O país não tem força, nem co- pode abafar os impulsos vitaes d'um 2 chefes a 0000000 réis . 1:2000000<br />
ragem : pandega e mais pandega,<br />
20 agentes a 3000000 réis 6:0000000<br />
povo cheio de heroicidades. O throno<br />
portanto!<br />
não pôde continuar pesando, eterna-<br />
Este pensamento anima-o e mente, sobre nós!<br />
dá-lhe força, como algumas garra- Dí-lo a Historia e confirma-o<br />
fas de vinho dão coragem e energia nossa esperança. A Patria não<br />
a um pusillanime embriagado. ainda uma palavra' vã.<br />
E,assim,apparece-nos João Franco<br />
um homem de força: vae subindo Partido republicano<br />
pela politica, como Tartarin subia<br />
O nosso prezado correligionário<br />
pelos gelos do Monte Branco. e scintillante jornalista João Chagas<br />
E sobe sempre.<br />
vae dirigir um novo jornal republi-<br />
Hontem, era ministro, apenas. cano da tarde, que será publicado<br />
em Lisboa. Ainda não foi escolhido<br />
Hoje, é dictador.<br />
o titulo.<br />
E, dentro da dictadura, preparase<br />
para subir toda a escada das vio- Numa folha monarchica de Lisboa<br />
lências I<br />
lê-se a seguinte gravíssima revelação:<br />
Hoje manda-nos perseguir.<br />
«Pelo que respeita ao boato do sr.<br />
Amanhã, é capaz de nos mandar Soveral ter andado involvido em negociações<br />
d'uma concessão destinada<br />
malar. Já fez experiencias na índia! a capitalistas inglêses ligados com a<br />
Eis o homem que symbolisa South Africa, mantemos o nosso dizer,<br />
sendo para notar que o principal obs-<br />
os últimos extremos d'um regitáculo nos desejos de s. ex.<br />
men nefasto. Ao mesmo tempo que<br />
é um doido, é um beleguim,<br />
x<br />
Lá, onde subiu, sente as primeiras<br />
tonturas, a uma voz intima que<br />
lhe diz:<br />
— Logar!<br />
Os seus olhos, então, têm chispas<br />
de fogo, e caem, desapiedados,<br />
sobre os qne moirejam para alcançar<br />
a vida. Manda perseguir, transferir,<br />
demiltir, condemnar!<br />
Em nome de quê, por ordem de<br />
quem?<br />
Por sua ordem, e em nome d'uma<br />
desmoralização infrene que pretende<br />
prolongar-se.<br />
Neste assumpto, o poder real é<br />
tudo, o país é cousa nenhuma, Não<br />
ha lei que valha o sabre d'um<br />
policia, nem direito que se equipare<br />
a uma carabina da municipal!<br />
a Acaba de collocar-se a estatua<br />
sobre uma mêsa, ainda envolta num<br />
panno branco de linho fino.<br />
Teixeira Lopes puxa-o violentamente,<br />
e elle desce desenrolando-se<br />
num movimento em espiral a tremer<br />
e a agarrar-se á Santa, como se<br />
lhe custasse a deixá-la.<br />
Ella emergiu d'esta vibração de<br />
branco, como as Virgens que nos<br />
antigos missaes illuminados sáem<br />
do cálice das açucenas, muito palli-<br />
Nós temos a profunda convicção da, o olhar baixo, os cabellos a es-<br />
de que o sr. D. Carlos continuará correr d'ouro fino.<br />
a assumir todas as responsabilida- Parecia que um resto de vibrades<br />
dos actos praticados pelo goção do ar lhe agitava o véu que lhe<br />
verno, a quem sempre tem dado o escondia a cabeça, e o fazia ondu-<br />
mais decidido apoio. Emquanto os lar ainda levemente a descobrir-lhe<br />
ministros, para engrandecerem o o rosto.<br />
poder real, calcam inauferíveis di- Ouviu-se um ah que se prolonreitos<br />
e praticam actos da mais regou, diminuindo ei continuando-se<br />
quintada vilania e corrupção, elle num echo abafado ao longe ao fim<br />
Ahi temos mais uma despesa de vae gosando o que o país lhe paga do côro.<br />
8:400$000 réis, única e exclusiva- em constantes divertimentos.<br />
Todos se calaram. Algumas mumente<br />
destinada a saciar famintos<br />
lheres choravam baixinho.<br />
amigos e afilhados d® governo, que<br />
Á volta, nas paredes da egreja, fi-<br />
não têm competencia nem energia<br />
A venda<br />
cou mais triste o sol nos damascos<br />
para obterem os necessários-meios de Lourenço Marques vermelhos de festa.<br />
- " - DBt «•- •- • V<br />
de subsistência por um trabalho di-<br />
O conceituado jornal francês Le<br />
gno e honrado. Que o governo nun-<br />
E nós tivemos vontade de lhe<br />
Temps diz sobre este assumpto:<br />
ca pensou sequér um momento em<br />
pegar aos hombros, trazê-la para o<br />
estudar as causas da emigração e «A despeito dos desmentidos de sol em gloria, vir para a cidade cha-<br />
os meios de as altenuar ou suppri- origem portuguesa oppostos á noticia mar as mulheres ás janellas para<br />
mir.<br />
d'um accordo colonial da Inglaterra e lhe deitarem flôres e os homens<br />
Portugal, uma folha allemã publicou,<br />
Sobre tão importante assumpto<br />
para a rua para grilarem comnosco<br />
hontem* sob o titulo A bahia de Dela-<br />
a única providencia que da treslougoa vendida d Inglaterra, pormenores gloria do artista, como em Roma<br />
cada iniciativa do sr. João Franco que completam as informações recentes em tempos que já lá vão, se organi-<br />
saiu até hoje, foi a celebre circular dos jornaes de Manchester a este reszavam os cortejos em que Principes<br />
aos governadores civis para que orpeito. iam a guiar o carro que levava o<br />
Lé-se nesse jornal que as negociadenassem<br />
aos administradores de<br />
mármore triumphante, a obra gloções<br />
foram conduzidas, por parte do<br />
concelho que se tornem agentes da<br />
riosa d'um artista antigo cujo nome<br />
governo de Lisboa, peio sr. de Soveral,<br />
emigração. Agora veiu mais este ex ministro em Londres e que vae em se perdêra.<br />
decreto.<br />
breve retomar as suas funeções diplo- Todos estavam dominados e,Deus<br />
As nomeações que já se fizeram máticas. Ao que o DaVy News accres- me perdoe, mas creio que se esticenta<br />
que a Iuglaterra já pagou uma<br />
para os logares que foram creados<br />
vesse o Senhor exposto, ninguém o<br />
parte da somma fixada pela acquisição,<br />
bem claramente revelam qual o in-<br />
veria branco na sua custodia d'ou-<br />
não de Delagoa-Bay em geral, mas de<br />
foram tuito que o governo teve.<br />
uma tira de territorio que assegura à ro fino. '<br />
solicitações amigaveis da Allemanba, a<br />
Inglaterra o livre percurso entre a Na obra de Teixeira Lopes vê-se<br />
qual é absolutamente extranha ao pleito<br />
costa e o interior »<br />
sustentado perante o tribunal de Berne.<br />
passar o martyrio de todos os ar-<br />
As razões da Allemanha eram muito Correspondências d%índia para<br />
outras.»<br />
dois jornaes de Lisboa noticiam as<br />
Com certeza vamos ter novos<br />
tistas a sonhar. Gothica pela linha<br />
gravíssimas occorrencias que ali se<br />
desmentidos da imprensa governa-<br />
que elle surprehendeu na Virgem do<br />
Quando se liquidarão todas estas tem dado e que ainda continua em<br />
mental. Tudo, porém, se saberá e<br />
Pilar, a imagem querida da Rainha<br />
negociações?<br />
vigor a monstruosa portaria do sr.<br />
a tempo de se exigirem as devidas<br />
Santa que hoje se conserva no museu<br />
i»<br />
Neves Ferreira, que lambem con-<br />
responsabilidades a todos os trai-<br />
episcopal, é renascença pelo perfil<br />
Caminho de ferro de Loureuço Marques linúa a exercer o logar de commisdores.<br />
suave, delicado, amoravelmente acariciado<br />
pelosjinhos brancos, rosto de<br />
sario régio. E' positivo que se com-<br />
mulher que parece sonhado por Do-<br />
Do nosso prezado collega O Paiz: metteu, em execução da nefanda<br />
natello e ter saído d'um subtil e<br />
Calcula-se que será dada em no- portaria, um vilissimo assassinato,<br />
CuLtoa,<br />
delicado baixo relevo para tomar<br />
vembro proximo a sentença do tribu- não se dando sequér á victima tem-<br />
vulto e se transformar em estatua,<br />
nal arbitral de Berne, que ha de fixar po sufficiente para que podesse di- Telegrammas de. Habana dizem conservando a mesma delicadeza<br />
a indemnisaçáo que Portugal deve aos<br />
zer o ultimo adeus a sua familia! que morrera, victima das feridas<br />
herdeiros de Mac-Murdo pela linha<br />
de linhas, a mesma finura de mo-<br />
ferrea de Lourenço Marques.<br />
Taes são as atrocidades que na recebidas num combate, o notável dellação, o mesmo vago d'aquelles<br />
Não se sabe qual Sera a resolução índia têm sido commetlidas, que caudilho da causa de independencia maravilhosos baixo-relêvos que pa-<br />
do tribunal, ao qual os herdeiros de um jornal monarchico, que ainda de Cuba José Maceo, e os jornaes recem esculpidos numa nuvem<br />
Mac-Murdo pedem que Portugal seja não ha muito defendia o governo, hespanhoes, noticiando a confirma- transparente e que a gente tem<br />
condemnado a pagar-lhes uma indem-<br />
diz, referindo-se á nomeação do sr. ção da sua morte dizem que os in- mêdo de vêr desfazer-se, como um<br />
nisaçáo de 22:500 coutos em ouro.<br />
Também se não sabe onde se ha de Neves Ferreira para commissario surgentes trataram de a occullar, sonho.<br />
arranjar dinheiro para pagar a quantia régio e ao modo por que tem desem- mas que todas as reservas guarda- Na estatua de Teixeira Lopes ha,<br />
que a nação portuguêsafôr condemnapenhado o seu logar:<br />
das foram inúteis.<br />
ao lado do que descobriram artisda<br />
a satisfazer.<br />
A morte de Maceo produziu, ao<br />
O que, porém, se sabe é que seretas<br />
antigos a sonhar, a consagração<br />
«Esta nomeação malfadada, esta esco-<br />
que parece, completa desmoralizamos<br />
condemnados a pagar uns poucos lha fatídica, tinha inevitalmente de<br />
de tudo o que ha de mais moderno<br />
de milhares de contos e que não ha surtir os seus resultados. Foram, infeção nas fileiras insurrectas, Diz-se — o amor do symbolo, a reconsti-<br />
meio de arranjar esses milhares de lizmente, muitíssimo mais sinistros e que será Calixto Garcia quem o tuição histórica, a adoração da fór«<br />
contos.<br />
graves do que se podia prever, mas substituirá.<br />
raaâ o culto da côr,
Conhece o valor dos tecidos, a<br />
sua flacidez, o seu brilho, como um<br />
grande esculptor da renascença; conhece<br />
a vida e a forma, como o primeiro<br />
dos esculptores modernos.<br />
Feita com a minúcia paciente,<br />
demorada e trabalhosa que a esculptura<br />
moderna inventou na multiplicação<br />
dos planos e na sua graduação<br />
complicada edifficil,demodo<br />
a dar na estatua o valor differente<br />
que têm as carnes e os tecidos, estudada<br />
detalhadamente nos mais<br />
pequenos pormenores de reconstituição<br />
do facto historico da lenda,<br />
concebida numa linha antiga, cheia<br />
de movimento, esta obra d'arte de<br />
um trabalho difficil e complicado,<br />
parece simples e feita sem esforço.<br />
Não é a Santa de uma pesada<br />
chronica do século xvn, éa figura<br />
ingénua e simples dum romance<br />
popular antigo.<br />
Tão simples, parece sonhada pelo<br />
povo e concebida por uma mulher.<br />
Um homem não faria aquillo.<br />
É uma Santa a viver a vida an<br />
tiga d'um velho romance.<br />
«As suas falias são doces,<br />
São como fios de mel;<br />
Deita esmolas, ás mãos cheias,<br />
A'que!le povo fiel,<br />
E o ouro não tem medida,<br />
E o cobre càe a granel.<br />
Já ao chagado da lepra<br />
Lhe não queima tanto a pelle;<br />
E os velhos se choram inda,<br />
As lagrimas não tem fel<br />
Porque ab mçoam a Santa<br />
(Gritam todos) Santa, Santa<br />
Rainha Donna Isabel.<br />
Mas eis El-Rey que apparece,<br />
Que vinha de passeiar,<br />
Com sua côrte brilhante<br />
E ei lo a Rainha a saudar:<br />
— Que fazeis, Senhora minha,<br />
Com essa gente a gritar ?<br />
Porque saístes sósinha,<br />
Que vos pódem fazer mal ?<br />
Que escondi vosso regaço,<br />
Rainha de Portugal ?<br />
E a Rainha que não ama<br />
Sua humildade mostrar<br />
A El-Rey responde logo:<br />
— Eu ia pelos caminhos,<br />
Ia só a passeiar;<br />
Tolheu-me este pobre povo<br />
Que me estava a festejar;<br />
E o que levo no regaço<br />
São flores de bom cheirar.<br />
Logo se abriu o regaço<br />
Por milagre, de pasmar,<br />
E do ouro, prata ou cobre<br />
Não havia nem signal,<br />
Eram tudo lindas flores,<br />
As mais lindas do logar,<br />
Que por milagre divino<br />
Alli vieram brotar.<br />
Là vae a Rainha Santa<br />
Com El-Rey de Portugal»<br />
Na cabeça da Rainha<br />
Um resplandor a allumiar.<br />
É feito do ouro e da prata<br />
Com que ella andava a esmolar.<br />
O resplandor brilha tanto<br />
Sua luz é de cegar :<br />
Lembra a rainha uma Santa<br />
Postinha agora no altar.<br />
Não é a esculptura complicada<br />
de Teixeira Lopes a figura simples<br />
do antigo romance popular?<br />
Que simplicidade 1 Nem um bordado<br />
no seu chapim de seda, nem<br />
um brinco, nem um annel. D'ouro<br />
só a sua coróa, bordado só o seu<br />
rico manto de rainha que o co<br />
tovello esquerdo, fraco, meio levan<br />
tado, tem difficuldade em fazer andar.<br />
Que emoção franca e simples que<br />
ella desperta e que complicadas<br />
coisas que se vêem, quando se estuda<br />
de perto a estatua!<br />
No rosto macerado passa a tris<br />
teza da sua vida triste, sempre no<br />
meio das luctas do marido e dos filhos,<br />
a nobreza da sua alma, a submissão<br />
ao senhor, a pena de ter<br />
mentido.<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
A altitude traduz um mundo de mais é capaz dc senti-la, ninguém<br />
Esta luz extranha parece que lhe<br />
ALBINO P. RODR. BARBOSA<br />
idêas. Anda-se á volta d'ella e não mais capaz de comprehendê-la.<br />
sáe de dentro e que lhe pára á vol-<br />
ha a repetição d'uma linha, sempre Só eu deveria possui-la!... Desde que o vi, fiquei logo a gosta, involvendo-a numa auréola.<br />
effeitos novos conseguidos com uma Eu, não! Minha mãe sim, tão tar d'elle.<br />
Tendo comprehendido a belleza<br />
grande simplicidade.<br />
boa! Ella que cria tanto e me en- Ouvi-lhe isto:<br />
da fórma d'aquelle corpo, os tons<br />
De frente vê-se parada e trémusinou a rezar a mim. ..<br />
— Venho do museu do Rispo, do que deviam vestí-lo, Albino Rarboa<br />
adeantando-se para o rei. O man-<br />
Instituto e da Sé Velha, e tenho sa comprehendeu a emoção que<br />
T. C.<br />
to que ella cingiu mal viu o rei, para<br />
aprendido muito.<br />
creára Teixeira Lopes.<br />
occultar as flôres, está ainda agar-<br />
Eu extranhei que houvesse al- Quando o Rei fallou, a Santa firado<br />
ao corpo, deixando vêr a tremer<br />
guém que ignorasse alguma coisa cou de cêra e quasi desappareceu<br />
Carta de Lisboa<br />
o seu seio direito, peito de Santa,<br />
neste país, em que toda a gente na alvura do linho bra\ico o seu<br />
redondo e duro como o de uma<br />
sabe tudo.<br />
rosto dourado, como o fundo d'um<br />
Lisboa, 10 de jullio de 1896.<br />
Virgem.<br />
Outra vez alguém deanle d'elle lirio branco. Os lábios desmaiaram,<br />
Quando viu El-Rei fechou o re- Se lhes quizer fallar a verdade disse que tinha tido uns rudimen- sumiu-se o olhar, a carne impalligaço,<br />
apertando os braços contra o eu devo dizer que de política até tos de pintura, e elle voltou-se para deceu como se nas veias corressem<br />
corpo. El-Rei fallou e aellacaíram- agora só conheço a velha questão mim admirado a perguntar-me: — a cêra, o ambar e o ouro.<br />
íe sem força as mãos, toda a tre- da índia.<br />
Rudimentos? O que quer dizer ru- A occasião era a do milagre.<br />
mer, os braços agarrados ao corpo. No meu proposito, já traçado em dimentos de pintura?Ha só pintura, Olhando bem, ainda se conhece que<br />
Passou um vento mais frio que carta anterior, lhes direi que não pois não ha ? Quem não faz senão as flôres são ouro; ha ainda refle-<br />
he agitou o véu e lhe descobriu o me occupo d'ella e como em breve o que lhe ensinaram, pôde fazer xos dourados nas pétalas, alguma<br />
rosto.<br />
espero qué afii"me supporlem a tudo, mas não faz uma obra d'arte. que vae caindo, e a que um men-<br />
Caminhando para o lado esquer- massada d'uns artigos sobre o cen- Quem não puzer no que fizer algudigo possa deitar a mão, vae quasi<br />
do d'ella começa a apparecer numa tenário da índia, commentarios lima coisa de seu, coisa que lhe fôr ouro, a que tombou em terra é de<br />
inha curva desde a cabeça aos pés geiros em simples trabalho de com- própria e que ninguém lhe tenha ouro fino já, já pôde soccorrer um<br />
a sua submissão humilfleao marido. paração hei de fazê-las com impar- ensinado, não é um artista, nunca desgraçado.<br />
No lado direito, uma linha gocial violência.<br />
fará uma obra d'arte.<br />
O violeta do manto e os reflexos<br />
thica bem achada, traduz a fraque-<br />
X<br />
Eu olliava-o, a gostar de o ouvir que sobem d'elle a colorir o véu que<br />
za d'aquelle corpo que mal pôde ar-<br />
fallar, a vêr illuminada a sua physio- occulta a cabeça casam-se maravirastar<br />
o manto que desce para traz A questão das relações do Sovenomia doce, a sua cabeça, como a lhosamente com o tom dourado das<br />
em prégas muilo ricas, manto de ral com os inglêses vae quasi pas- das aves de presa, forte, um pouco carnes.<br />
rainha que enche de nobreza a essada. Estas coisas duram tanto como enterrada entre os hombros, com Ha tanto amor pela sua arte, tantatua.<br />
a vergonha da sociedade portu- um olhar preto, muilo intelligente e to respeito pela arte dos oulros nes-<br />
Deliciosa a linha quebrada que guesa.<br />
muilo agudo, olhar de quem vê bem. ta obra de Albino Rarbosa, que ella<br />
'ormam a perna e o braço direito,<br />
x<br />
Tem um grande amor pela àrte, dá-me a expressão extranha d'um<br />
inha d'um grande sabor antigo.<br />
gosta das obras antigas, mas não soneto d'um grande poeta, feito á<br />
Francamente lhes digo que não<br />
0 corpo está modellado com amor,<br />
as reproduz, suggerem-lhe ellas obra d'um grande esculptor.<br />
sei que mais escreva. Tal a sensaapalpa-se<br />
por baixo dos tecidos, é<br />
obras originaes e novas.<br />
)oria se' manifesta em Lisboa e tan-<br />
T. C.<br />
um corpo magro de Santa, muito<br />
Deante duma capa d'asperges<br />
.0 o descaramento da politica se<br />
elegante, esguio e fino, levemente<br />
antiga, toda bordada de santos co-<br />
torna inacessível a todas as refle-<br />
accentuado nos seios, em linhas sim-<br />
loridos sobre um fundo d'ouro pal- Nem os seus o poupam<br />
xões que a proposito d'islo se fa-<br />
)lesem prégas delicadas e sóbrias no<br />
lido, ficou-se estático; nunca mais<br />
çam.<br />
Draço esquerdo, na curva da perna<br />
a esqueceu, e dizia-me:—Tudo isto 0 notável advogado do Porto sr.<br />
x<br />
direita e no pé, pé aristocrático, lon-<br />
se faz muito bem, eu é que me não dr. Pinto de Mesquita, que tem migo<br />
e magro.<br />
Epocha de relativa Iranquillida- tinha lembrado nunca.<br />
litado no partido regenerador, ha-<br />
!<br />
O saber encontra-se a cada pasde,as grandes quadrilhas fojem pro- Na pintura da estatua—uma arte vendo já exercido alguns cargos imso,<br />
nos tecidos bem apalpados, bem visoriamente de Lisboa e á parte li- muilo Porluguêsa que agora parece portantes, diz na contra-minuta em<br />
vistos e bem pesados.<br />
geiros casos de embriaguez e maus<br />
querer nascer lá fóra, tem feito in- que sustenta o despacho do juiz<br />
Cortando em cima rigido numa costumes, que tanto illustram esta<br />
venções, modificando o modo de que declarou não haver fundamen-<br />
inha quebrada o manto, Teixeira cidade, de politica não ha mais na-<br />
dourar e de pintar, por fórma a dar to para a suspensão do Commercio<br />
Lopes sublinhou a finura dos linhos da. Uns insignificantes roubos de<br />
a iljusão dos tecidos e bordaduras. do Porto:<br />
que lhe involvem as carnes delica- carteiras e disse.<br />
É um modesto que voluntaria- «Se o governo português quer predas,<br />
accentuou por uma fórma mui- Para não romper a tradição dumente se apaga deanle da obra dos venir e reprimir os attentados anarto<br />
artística a doçura e a delicadeza rante a epocha dos banhos. outros.<br />
[•histas, não se limite a publicar só leis<br />
da physionomia.<br />
Adora Teixeira Lopes e ama-lhe de excepção contra os seus auctores;<br />
João de Menezes.<br />
imponha se a todos pelo respeito àlei,<br />
As duas prégas do manto que<br />
tanto a sua esculptura em mármo- pela moralidade nos seus actos, por<br />
descem do hombro direito -e vem<br />
re, que na estatua da Rainha Santa medidas de largo alcance economico e<br />
perder-se no regaço, modellam e<br />
pretendeu dar a ilíusão do mármo- pelo espirito de protecção ás classes<br />
P. S. — Se eu me lembrasse a<br />
affagam o busto da Santa que parece<br />
re colorido.<br />
operarias.<br />
tempo de que em Coimbra andam<br />
adiantar-se num ruído surdo de<br />
Conhece a pintura antiga, os cus- Não é fomentando a anarchia poli-<br />
lodos entretidos com as festas da<br />
tica pelos repetidos attentados contra<br />
sedas pesadas.<br />
tosos brocados que vestem as escul-<br />
Rainha Santa, não tinha escripto.<br />
a constituição do país, não é toleran-<br />
A linha que traduz o movimento<br />
pturas gothicas, os tecidos suaves do a anarchia moral pela indiíferença<br />
Que massada 1<br />
do lado direito, serviu também ao<br />
da renascença que parecem feitos e tolerancia para com os bandidos que<br />
artista para descrever a fraqueza<br />
por um illuminador delicado, os da- dispo*erain do dinheiro d i nação, nem<br />
restabelecendo a censura prévia de<br />
d'aquelle corpo de Santa que tanto No côro unanime de louvores a mascos pesados e ricos do século ominosa memoria, não é sacrificando<br />
se revela no cotovello saído e le- Teixeira Lopes, apenas uma voz xvn, as sedas finas de qué os pin- os mais vities interesses do país á<br />
vantado a suspender o manto, na discordante, a do sr. Luciano Cortores do século xviii vestiam os simples ambição de governar, nem<br />
delicadeza da coxa, na magreza do deiro, que nos dizem ter aconselhacorpos<br />
das Santas.<br />
dispendendo em custosas embaixadas<br />
e rendosas commissões o dinheiro que<br />
pé longo e fino.<br />
do no Porto, que a levassem a Coim- Sabe como tudo isso se faz, mas<br />
se devia applirar ao fomento economi-<br />
Teixeira Lopes conhece como ninbra; mas que se deixassem de a ex- pinta as estatuas a seu modo, pela co, não é preparando uma terrível criguém<br />
a belleza dó corpo feminino; pôr em Lisboa.<br />
maneira que é sua, que elle inventou. se de miséria com as ultimas reservas<br />
vê-se nas mais pequenas coisas a O successo obtido na capital mos- A pintura da estatua da Rainha metallicas da nação, nem tão pouco<br />
sua adoração dartista pelo corpo tra bem que foi infeliz o critico nas Santa diz-nos que no pintor vive aggravando contribuições directas que<br />
vão ferir as fontes de riqueza publica<br />
da mulher.<br />
suas presumpções.<br />
uma alma darlisla vibranle com as ou augmentando os impostos indire-<br />
Veja-se o cuidado com que o veu Tal qual como Santa Cruz que grandes, obras d'arte.<br />
ctos que vão incidir sobre os generos<br />
lhe cinge a cabeça e lhe acaricia o elle achou muito bem, e toda a gen- Comprehendeu a eslatua, pintou necessários â vida das classes opera-<br />
collo. E' tão delicado que não parete achou muito máu...<br />
uma obra original.<br />
das, não é, finalmente, antepondo às<br />
questões economicas e financeiras as<br />
ce trabalho das mãos, lembra que<br />
As côres que cobrem a Santa são estereis questões de galopinagem po-<br />
fosse modellado pelo vento.<br />
Ao passar num grupo Teixeira as das sêdas que vestem as flôres litica, ou apregoando a extiuccão do<br />
E como elle comprehende o mo- Lopes ouviu dizer:—E um dia que na primavera. Tons claros, vistos deficit orçamental no mesmo dia em<br />
vimento, a vida da carne, a vibra- deve ser assignalado, porque não de manhã, muito frescos, antes do que se pedem novos sacrifícios ao conção<br />
musical das linhas finas dum torna a ter outro egual.<br />
sol fazer murchar as flôres.<br />
tribuinte e se preparam novos e onerosos<br />
emprestimos, não é por esses<br />
aristocrático corpo de mulher. E elle, com uma grande fé na Conhece perfeitamente os tecidos processos, sem duvida, que o gover-<br />
Lê-se a chronica cheia de provas sua arte, contava commovido: que pinta, sabe dar-lhes a côr, a no d'uma nação ha de prevenir e evi-<br />
e a gente vae sorrindo dos milagres; Um dia, em Paris, uma , das mi- espessura, o peso, a transparência. tar a grande crise de fome que amea-<br />
olha-se a simples eslatua de Tei nhas obras teve um grande succes- Na estatua de Teixeira Lopes elle ça tudo subverter.»<br />
xeira Lopes, e a gente vê que se so. Os meus professores, homens tem uma parte própria —a luz que<br />
enganara, e crê. Aquilio foi assim, d'edade, diziam-me:—Você está involve a estatua, luz que parece Coisa notável! Todos pensam as-<br />
deu-se aquelle milagre, ninguém novo, mas podemos-lheaffirmarque vir de dentro, e que de noite nos sim, todos censuram asperamente<br />
duvidará; porque todos o vêem; por muito que viva não torna a fa- dá a illusão de que ella caminha in o governo e, afinal, todos se sub-<br />
porque o sentem fundo todas as zer obra assim. Garantimos-lhe com volta em nevoeiro branco, como o mettem vergonhosamente perante<br />
almas; é aquella a Santa que foi a a nossa experiencia.<br />
incenso, e de dia a idêa d'uma au- as suas prepotências!<br />
esposa de D. Diniz.<br />
Pois eu depois d'esse tenho tido reola dourada.<br />
Explicando caso tão extranho,<br />
Apossasse por tal fórma de nós, outros successos eguaes, e tive ago- Encheu de reflexos dourados o dizia-nos ha dias um amigo: nin-<br />
que todos nós acreditamos que Teira este enorme, que eu nunca po* setim branco da túnica, as sêdas guém tem mêdo, mas todos pensam<br />
xeira Lopes fez aquella estatua para deria prevèr, que eu nunca poderia côr de rosa e lilaz do manto, as que os outros o têm e, portanto,<br />
nós e só para nós, e que ninguém imaginar*<br />
carnes d'ambar e cêra,<br />
mettem-se em casa,
AS FESTAS<br />
17 Folhetim da RESISTENCIA<br />
RESISTENCIA — Secunda feira., lft inlTm rio<br />
Pelos passeios estendiam-se fitas de A Pussia e a China contra o Japão<br />
povo ávido de vêr a Rainha Santa, que<br />
UNIVERSIDADE<br />
uma lenda tão bella cinge d'uma nu- Cartas recebidas em Vaucouver<br />
Coimbra transfigurou-se.<br />
vem magica de poesia.<br />
Pelas ruas muito illuminadas, muito<br />
(America Inglêsa), pelo ultimo cor-<br />
Camponeses simples! quantos não<br />
Nos dias 9 e II de julho fizeram<br />
brancas, começavaa agitar-se uma onda tinham os olhos illuminados d*um pro reio do Japão, contam que o gover- acto e ficaram approvados os seguin-<br />
negra de povo alegre, cheio da alegria fundo reconhecimento, e os lábios meno d'esta potencia recebeu do gotes alumnos:<br />
simples que vem d'uma vida trabalhosa, chendo-se numa prece fervorosa I verno russo uma nota em que se<br />
lá nos campos, ao sol, com uns viu- Muitos anjos, como é costume, en- exige que as tropas japonesas aban- Faculdade de Direito<br />
temsitos ao fundo da arca, e uma congrinaldando as duas fitas da procissão.<br />
sciência tranquilla e bôa a florescerdonem<br />
immediatamente a ilha For- 1.° anno — Joaquim do Nascimento<br />
lhe nos lábios em vida e canções.<br />
mosa.<br />
Pela tarde, ao chegar perto do logar<br />
e Sousa, Antonio José de Pinho Júnior,<br />
Santa gente. Para elles a vida, para em que Teixeira Lopes espreitava a A Rússia está concentrando um Rodrigo Antonio Leite da Cunha e An-<br />
elles a alegria.<br />
sua obra escondido na multidão, o sr. exercito de 100:000 homens e uma tonio Vicente Chantre.<br />
A Rainha Santa vinha sorrimlo-lhes dr. Sousa Gomes, que o descubriu poderosa esquadra em Vladiwos- Houve oito reprovações.<br />
já de longe, nas horas em que o tra- curvado entre o povo, mandou parar<br />
2<br />
balho aperta e o sol é de fogo, bafetoek,<br />
para attender a qualquer even-<br />
o andor. Foi um momento de commoção<br />
jando-lbes a phantasia, emquanlo pentualidade<br />
que possa resultar da<br />
extranho, e do meio da multidão<br />
savam no prazer com que vêm, ago- sahiram vivas a Teixeira Lopes que nota.<br />
ra, sobresaltar a pacatez d'esta cida- foram correspondidos sem ninguém Também entrou nas aguas da Side,<br />
olhos presos das illuminações, na achar extraordinário. É que na admira-<br />
continuação, talvez, de idillios que o<br />
béria uma pequena esquadra inglêção<br />
pelo artista, ia a adoração pela<br />
trabalho, tantas vezes, interrompe. Santa que o artista fizera boa e comsa. E de prevêr, portanto, que es-<br />
De noite na procissão, ao adeanlar-se passiva, sorrindo para os humildes teja incubado outro grave confliclo<br />
a Santa muito pallida, parecendo involta Mais lorige o sr. Battistini, professor no Extremo Oriente e que a Rússia<br />
em nevoeiro, animando-se ao passar da Escola Brotero, levantou commovido e a Inglaterra escolham as aguas do<br />
nos arcos illuininados, deixando cair outro viva e o povo sorria e corres Japão para continuar a lucta come-<br />
cheia de tristeza a sua bocca deliciosa pondia chéio de alegria.<br />
e desmaiada de amargura, ouviain-se<br />
çada naCrimêa ha 40 annos, pro-<br />
Teixeira Lopes, muito modesto, a<br />
murmurios de admiração. Mulheres<br />
seguindo depois nos planaltos da<br />
esconder-se, e quasi a chorar, recusou<br />
apontavam-a. .. aos filhos e diziam:<br />
o pedido que lhe fazia a mesa de se Asia Central em pequena escala e<br />
olha, olha a santinha, meu filho...<br />
encorporar na procissão ao lado da nas chancellarias europêas debaixo<br />
Ao passar ao pé de mim, uma mulher sua obra.<br />
de differentes formas e com os mais<br />
com movida gritou : esta sim, que é Foi um dia grande de emoção e de<br />
Santa!... 0 povo curvava-se e admi-<br />
variados pretextos.<br />
alegria, dia que sonháramos a ler a<br />
rava-se de a ter julgado tanto tempo, vida antiga dos artistas, dia de gloria Um telegramma de S. Petersbur<br />
como a fez o Possitlonio e a imagina em que todos se inclinavam deante de gode6diz que os jornaes daquella<br />
ainda o sr. Luciano Cordeiro — muito um grande artista, no culto da ovação capital annunciam, com aucloriza<br />
alta, muito feia e muito gorda, gritando d'uma santa boa.<br />
ção para isso, que a Rússia conse<br />
ao rei em voz grossa : rosas!...<br />
As festas, como o programma as in-<br />
guiu que lhe seja concedida abso<br />
dicava: serenata no Mondego, fogo de<br />
luta liberdade commercial na China<br />
artificio, fogueiras e procissão.<br />
Já nem critica merece essa coisa septentrional.<br />
Todos sabem o que é uma serenata que para ahi se exhibe como governo<br />
no Mondego. Este anno, porém, ella do país. Todos o apepinam. Os proprios<br />
, não teve o esplendor que era para de- amigos (de Peniche), expõe-no á ir- Realizou-se ante-hontem o baptisado<br />
sejar: poucos barcos, e alguns mal enrisão publica; senão vejam:<br />
d'uma filhinha do nosso querido amigo<br />
feitados.<br />
Ha tempos a Tarde, jornal de levar e distincto professor do lyceu d'esta<br />
Dois barcos unidos, com um pavi- e trazer, dos membros do actual gabi- cidade, dr. Francisco Fernandes Costa.<br />
lhão para dança, e um rancho de nete, pôz um rabo-leva no ministro da<br />
creanças, produziam uma vista muito justiça, que o ha de acompanhar até<br />
agradavel.<br />
á sepultura — 0 Kagado.<br />
Principiaram hontem as formaturas<br />
No outro dia, o fogo d'arlificio. Vis Hoje a fatalidade da coisa quiz tam- do 5.° anno de Medicina, que, como<br />
toso, mas com grandes intervallos. bém que fôsse a mesma folha que, a é sabido, levam 20 dias a concluir.<br />
Além d'isso, havendo a desastrada proposito d'um concurso de belleza só<br />
ideia de collocar a banda de musica para homens, dissesse umas graças do<br />
m> smo ao pé da ponte, o povo que governo que o pôde fazer rir... mas Os exames dè admissão aps lyceus<br />
enchia todo o largo da Portagem nada com riso amareilo.<br />
principiam no primeiro dia util de<br />
ouvia.<br />
Já é andar com azanga.<br />
agosto.<br />
Nas fogueiras, a animação era também<br />
grande. Muita gente cercando<br />
Sr. Redactor:<br />
sempre os pavilhões cheios de rapa De Benguella acabam de participar<br />
rigas formosas, e com musica bem afi- a triste noticia do fallecimento do sr.<br />
Peço-lhe o obsequio de publicar no<br />
nada.<br />
Antonio de Sousa Doria, distincto phar-<br />
seu conceituado jornal a seguinte<br />
De resto, as ruas sempre cheias, maceutico do Ultramar.<br />
Declaração<br />
sempre com uma vida extraordinaria, Era nutural d'esta cidade e filho do<br />
povo alegre cantando, dançando, cor- dr. João Doria, um dos homens que Tendo deixado de ser professor de<br />
rendo tudo, affluindo, porém, em maior deixou de si a mais querida memoria latim no collegio de S. Pedro, dirigido<br />
quantidade, ás dos Sapateiros e do Cor- no coração do povo de C imbra, pela pelo sr. Maximiano Augusto da Cunha,<br />
vo que, como de costume, estavam sua abnegação e honestidade.<br />
circumstancias ha que me obrigam a<br />
magnificas.<br />
A toda a familia do extincto moço e tornar publico que de ha muito tinha<br />
Por ultimo, a procissão.<br />
especialmente a seu tio e cunhado os formado esse proposito e que o reali-<br />
As janellas cheias, repletas de se- nossos amigos Antonio Doria e dr. José zei agora por motu proprio.<br />
nhoras. Neste ponto, foi tudo surpre Nazareth a expressão da nossa condo Coimbra, 11 de julho de 1896.<br />
hendente : a quantidade e a qualidade lencia.<br />
Padre José Rodrigues Teixeira<br />
0 anno—Mscario da Silva, Joaquim<br />
José Prado, Manuel Simões Pinto, Joaquim<br />
Pedro Martins, Manuel de Mello<br />
Vaz de Sampaio, Joaquim dos Reis<br />
Torgal e Alfredo Telles de Sampaio<br />
Rio.<br />
Houve uma reprovação.<br />
3 0 anno—Manuel Augusto Granjo e<br />
Azzi Ferreira de Moura Cruz.<br />
Houve uma reprovação.<br />
4.° anno — José Sebastião Cardoso<br />
de Menezes, Julio Maria d'Andrade e<br />
Sousa, Luiz Conçalves Forte, Manuel<br />
Diniz Henriques, Manuel Emygdio Furtado<br />
Garcia e Manuel Gomes Cruz.<br />
5 0 e Sidonio Bernardino Cardoso da Silva<br />
Paes.<br />
Houve uma reprovação.<br />
Cadeira de Hebreu<br />
Jayme Alves Machado, João Gomes<br />
de Carvalho, Luiz d'01iveira Alves Couto,<br />
Manuel Augusto d'Andrade, José Joaquim<br />
da Silva, e Luiz da Cunha Brandão.<br />
No proximo dia 15 reúne em Lisboa<br />
a commissão para exame dos livros de<br />
instrucção secundaria.<br />
A fim de presidir essa commissão<br />
já partiu para Lisboa o dr. Antonio dos<br />
Santos Viegas, illustre decano da faculdade<br />
de Philosophia.<br />
anno — José Augusto Rodrigues<br />
Ribeiro, José Ferraz de Carvalho Megre,<br />
José Figueira d'Andrade e José<br />
Maria da Silva.<br />
Faculdade de Medicina<br />
1.° anno—Bento Rodrigues Ferreira<br />
Malva.<br />
Houve uma reprovação.<br />
2.° anno — José Augusto Telles, e<br />
Luiz Augusto Leote d'Ayet du Perier.<br />
4.° anno— José Vicente Costa,<br />
Antonio Alejandre Saraiva da Rocha.<br />
Faculdade de Malhematica<br />
1.° anno — Tito Augusto de Moraes,<br />
Luiz da Veiga Ottolini, Abilio Tavares<br />
Justiça, José Tavares Lebre, Augusto<br />
de Paiva Rebello Motta, Ayres Gouveia<br />
Alcoforado, Antonio José da Silva Braga<br />
Júnior, José d'Aguilar Teixeira Car<br />
doso, e Manuel Quaresma Limpo Pe<br />
reira de Lacerda.<br />
Houve três reprovações.<br />
Faculdade de Philosophia<br />
2 . a cadeira (Chymica organica e ana<br />
lyse chymica) — José Collaço Alves de<br />
Sobral, Rodrigo AfFonso Alves de Sousa,<br />
Antonio Augusto Pires, Antonio Cardoso<br />
Pinto, Eugénio Augusto Sampaio<br />
Duarte, Eduardo Ferreira d'Oliveira,<br />
Antonio Pereira de Sousa Neves, Adalberto<br />
Novaes de Carvalho Soares de<br />
Medeiros; Alberto A. das Neves Rocha<br />
e Antonio Francisco Coelho.<br />
Desistiu um alumno do acto.<br />
6. a Bibliographia<br />
Revista das Escliolas — Recebemos<br />
o n.° 20 d'e$te semanario, que a par de<br />
outros assumptos interessantes insere o novo<br />
Regulamento de Instrucção Primaria.<br />
Reptis e amphibios da Península<br />
Ibérica e especialmente em Portugal<br />
POR<br />
II. Paulino tTOlivelra<br />
Lente cathedratioo de Zoologia e director<br />
do Museu zoologico da Universidade<br />
PREÇO, 400 RÉIS<br />
A' venda na Imprensa da Universidade.<br />
Bibliotheca Popular de Legislação<br />
LEI DO SELLO<br />
Cartas de lei de 21 de julho de 1893<br />
e 4 de maio de 1896 e tabellas respectivas,<br />
em fórma de reportorio alphabetico<br />
e portarias posteriormente<br />
publicadas referentes ao mesmo assumpto.<br />
PREÇO, 200 RÉIS<br />
Pedidos a A. José Rodrigues, rua da<br />
Alalaya, 183, l.<br />
cadeira (Zoologia) — Joaquim Hermano<br />
Mendes de Carvalho, Julio da<br />
Silveira Brandão Freire Themudo, Manuel<br />
Ferreira da Motta Rosa e Luiz<br />
Caetano Pereira Guimarães Júnior.<br />
2.° anno—José Collaço Alves Sobral<br />
9 —Lisboa.<br />
. Fernandes Costa<br />
ADVOGADO<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
Lições de hygiene publica<br />
PELO<br />
DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />
PREÇO, 1$000 RÉIS<br />
Á venda na Imprensa da Universidade.<br />
duque de Villedieu á realidade. Encer- — Que fim tens em vista?<br />
disse Villedieu, porque não sabemos o<br />
rou apressadamente o seu cofre dentro — Viver tranquillamente dentro da<br />
— Estaes dispostos a obedecer-me?<br />
que Gribeauval poderá fazer. Resolve-<br />
da malla, e foi ubrir.<br />
minha nobrésa, quando tu me fizeres<br />
—Isso é conforme, disse Hermann.<br />
remos a esse respeito.<br />
Uma especie de notário entrou. De rico.<br />
—Oh! cada um no limite das suas<br />
I0Ã0 DAS GALÉS<br />
Hermann entrou.<br />
rosto redondo, suissas brancas, cor — 0 verdadeiro fidalgo era... ?<br />
acuidades, disse Villedieu, não peço<br />
— Eis aqui o veneno pedido, disse<br />
avermelhada, pequenas lunetas d'aço<br />
XI<br />
— Tu és muito curioso. Mais tarde,<br />
a ninguém o impossível.<br />
entregando a Villedieu um frasco, e<br />
num nariz bem feito, e vestindo pela senhor duque, mais tarde, veremos...<br />
—Ah! disse Lebigot, como tu me<br />
neste outro frasco o élixir de colcbico.<br />
Desenha-se a acção ultima moda.<br />
Villedieu encolheu os hombros:<br />
dás prazer! Encontro-te como outr'ora,<br />
Emprega-se ás gottas. O nosso homem<br />
— Se não estivesse acostumado ás —A desconfiança não vem a propo-<br />
meu filho.<br />
poderá toma-lo como bitter, e garanto-te<br />
Fez a conta no seu livro de aponta- vossas transformações, senhor Lebigot, sito, disse elle.<br />
— Não escarneço do prazer que te<br />
que adoecerá dentro em tres dias, e<br />
mentos, verificando em seguida os não vos reconheceria, mas como foste — E se eu quizer ter também os<br />
posso causar, respondeu Villedieu.<br />
pedirá elle mesmo para que o recolham<br />
valores existentes no pequeno cofre vós que, outr'ora, me ensinaste a meus segredos! disse Lebigot.<br />
-É justo. Vamos, vamos ao traba-<br />
no hospital.<br />
forte que tinha fechado numa grande mudar a physionomia!...<br />
lho. Falia, meu filho.<br />
— Á tua vontade. Fallemos da du- —Obrigado.<br />
malla.<br />
— Sim, disse Lebigot, tu és meu quèsa: encontras-te-la?<br />
—Ha na verdade trabalhos a exe-<br />
—Vamos, disse Villedieu, ver os<br />
— A conta está exacta, muito exa- discípulo, e saíste muito esperto. Nada — Sim.<br />
cutar, disse tylledieu. Para ti em<br />
aposentos da ruaMazarine. Ahi estarecta.<br />
vamos, por emquanlo tenho o te escapa. Como me achaes, senhor<br />
primeiro logar,<br />
— Ah! exclamou o duque, até que mos mais á vontade para conversar.<br />
bastante para fazer face às despêsas. duque? Estou suficientemente cor- emfim!<br />
Chegaram depressa ao seu destino<br />
Quando concluir o negocio Koellen e recto? Nós outros, deixamos a falta — Está numa pequena casa isolada, e o primeiro cuidado de Villedieu fai<br />
que o tio morra, terei o sufficiente de distincção para esses indivíduos que situada na margem do Bièvre, na corn- sondar as paredes e convencer-se de<br />
para jogar 1 É preciso que a minha faliam a giria e são incapazes de operar muna de Cachan. Essa casa é proprie- que a voz não os atravessava.<br />
força de vontade seja muito forte para no grande mundo. Nós outros os nobres dade de M. Griheauval.<br />
O aposento compunha-se de três<br />
que eu me tenha cohibido de jogar da ladroeira, valemos mais que elles. — Bem, disse friamente Villedieu. peças, d'uma cosinha e d'um gabinete<br />
Oh! quando vejo alguém com cartas Tenho precisamente no bolso os meus —Ah! tive muito trabalho para a escuro. As paredes estavam cobertas<br />
na mão, tenho vontade de lhe saltar títulos. Quereis examina-los, vós que encontrar! Foi muito diflicil seguir a de estofo, as cortinas eram duplas, e os<br />
ao pescoço para me apoderar do seu sois conhecedor de pergamminhos ? pista do joven ! Mas quem seria capaz tapetes assentes sobre caoutcbouc.<br />
dinheiro. Oh ! jogar! sentir na mão a 5is aqui as armas dos d'Esprignolles. de esconder-se da vista de lyux do D'um compartimento para os outros<br />
fortuna e ver o ouro e as notas de "em a linha da bastardia mas isso que cavalheiro d'Esprignolles ? Em breve soltaram gritos agudos sem que fossem<br />
banco accumularern-se, crescer sobre mporta! Ha tantos filhos de reis bastar- te mostrarei a casa. A duquêsa nunca ouvidos reciprocamente.<br />
o tapete, enterrar as mãos nesse dos como nós! Que dizeis, meu caro, sae e nós teremos assim occasião de<br />
—Apresento-te os meus cumprimen-<br />
dinheiro e ter deante de si um adver- d'esta papelada ?<br />
a apanhar quando quizermos.<br />
tos, disse Villedieu para Hermann. Isto<br />
sado que. pallido como a morte, se — Como descobriste estes pergam- -Brsvo, disse Villedieu, aqui tens está bem arranjado. É preciso prever<br />
Suicidará talvez á saída. Oh! raiva! minhos? perguntou Villedieu.<br />
10:000 francos para ti.<br />
tudo porque os pássaros cantam nas<br />
enterrar-lhe o jogo no coração como — Como obtiveste tu os teus, duque? -Obrigado, disse d'Esprignolles, iollas. Assentai-vos, senhores.<br />
um punhal, e revolve-lo depois na perguntou por sua voz Lebigot. mas a minha missão ainda não está A physionomia de Villedieu tor-<br />
chagai Raiva! Paixão do jogo! Dai me — Silencio! disse vivamente Ville- terminada. Ha um signal convencional nou se rigida repentinamente. Colo-<br />
milhões, milhões que eu os jogarei dieu , e fallemos sempre baixo. As entre elles, e eu voltarei a Cachan para cou-se deante dos dois homens que<br />
d'uma vez sobre o az de paus! paredes pódem ter ouvidos.<br />
o surprehender*<br />
estavam assentados e disse-lhes d'um<br />
Uma pancada na porta chamou o — Eu sou um d'Esprignolles.<br />
; —È preciso andar com prudência, modo brutal;<br />
- Hermann. Vaes partir<br />
para a Bélgica. Ha em Bruxellas um<br />
)ando de homens de saco e corda<br />
que vivem de odiosas rapinas, especulando<br />
em contrafacções de toda a<br />
especie de quadros, livros, etc., etc.,<br />
que compram mercadorias a prazo e as<br />
fazem desapparecer immediatamente,<br />
havendo outros que se não apanham,<br />
que recebem os roubos commettidos<br />
em França e outros pontos, e que se<br />
encarregam de passar todos os productos<br />
que se lhes confiam. Hermann,<br />
tu visitavas estas pessoas. Recommendar-te-hei<br />
a Hymans, a Digheim,<br />
Van Humbeck,Cottiere,Kromyer, etc...<br />
íntender-te-has com elles para a colocação<br />
de quadros de mestre, verdadeiros<br />
percebes ? Logo que te tenhas<br />
entendido com elles sobre as bazes de<br />
um terço de prejuízo e metade de<br />
luvas partirás para Amsterdam.<br />
(£oniitiua),
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
Filtro-Mallié<br />
de porcellana taiantho<br />
Esterilisação absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Deposito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva. & C. a<br />
Deposito da Fabrica Nacional<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ & GENRO<br />
128—RUA FERREIRA BORGES—130<br />
17 M'ESTE deposito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fabrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fabrica.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fabrica de Coroas e Flôres<br />
F. DELPOBT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />
nASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
v Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE OIMA—20<br />
II11 Õ Al]Eli<br />
Previlegiado em. Portugal pelo alvará 1:127<br />
50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
L U Z A L V Í S S I M A<br />
Encommendas:<br />
a I0SÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz— lOá<br />
COIMBRA<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
DE<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco Olmedina)<br />
C O I M B R A<br />
n 1 TT J „„i;„„ . Grande deposito da Companhia Cabo Mon-<br />
Cal Hyaraulica. dego.^Aviso aos proprietários e mestres<br />
r.1 i • 'J j„ „ „n
N.° 147 COIMBRA—Quinta feira, 16 de julho de 1896 2.° ANNO<br />
0 tabelliado<br />
Acabamos de lêr um erudito e<br />
consciencioso trabalho do laureado<br />
alumno da faculdade de Direito e<br />
já bacharel formado em Philosophia,<br />
o sr. José Tavares, sobre a Prática<br />
extra-judicial e o Tabelliado, em que<br />
claramente se evidenceia o estado<br />
cahotico em que entre nós se encontram<br />
as mais importantes instituições<br />
sociaes, mercê da deleteria<br />
influencia que sobre ellas tem exercido<br />
a politica monarchica.<br />
Versa a parte mais interessante<br />
d'csse trabalho sobre o tabelliado,<br />
estudando a genese e evolução histórica<br />
d'esta instituição, expondo os<br />
princípios em que assenta a sua<br />
actual organização nos principaes<br />
Estados e o estado em que se en-<br />
Não teria a monarchia tantos defensores<br />
se não fo^se possível aos<br />
seus ministros nomear arbitrariamente,<br />
sem se prenderem com habilitações<br />
nem outros quaesquer requisitos,<br />
para os mais rendosos logares.<br />
Certo é que da nomeação de<br />
indivíduos incompetentes para o<br />
exercício das mais importantes funcções<br />
sociaes derivam gravíssimos<br />
prejuízos dordem individual e col-<br />
lectiva; não o é menos que, dada a<br />
faculdade ao governo de pôr completamente<br />
de lado quaesquer habilitações,<br />
ninguém se entrega a sérios<br />
e árduos estudos para obter um<br />
dado logar, porque bem sabe que<br />
outros são os meios porque, o pôde<br />
conquistar. Mas com isso nada lucrava<br />
a monarchia. Perderia até.<br />
As obras da monarchia<br />
Ninguém dirá que a penna d'um<br />
monarchico escreveu o que em seguida<br />
transcrevemos, tão verdadeiro<br />
é o quadro que em poucas phrases<br />
se traça da deplorável situação a<br />
que a monarchia nos arrastou.<br />
Lêam:<br />
«De modo que, resumindo as nossas<br />
considerações, a situação do país é<br />
esta: Ha tres para quatro annos, não<br />
tinha dinheiro, nem d'onde elle lhe<br />
viesse; não tinha credito; estava «m<br />
plena bancarrota, pois reduzira forçadamente<br />
a sua divida publica, e isso em<br />
sciencia financeira não tem.outro nome;<br />
durante esse, tempo nerii uma única<br />
medida encontrou para, numa administração<br />
ordenada e economjp, attenuar<br />
algumas das soas essenciaès difficuldades;<br />
sobrevieram-lhe embaraços novos,<br />
com que não contava, etjue lhe aggravaram<br />
pesadamente os jáfesados encargos;<br />
vê a S]^a industria* trepei ecer, a<br />
sua agriculturà"rfianter-se estagnada e o<br />
seu commercio paralysado-, não produz<br />
O sr. Soveral não só nunca patrocinou<br />
qualquer pedido de concessão,<br />
mas tem-se manifestado sempre con-<br />
tra taes pedidos.<br />
Leram bem ? Tem-se sempre manifestado<br />
contra taes pedidos.<br />
E agora pôde continuar a dança,<br />
uma vez que isso os diverte.»<br />
O collega que se diverte a publicar<br />
desmentidos que os factos desmentem,<br />
podia ser mais moderado.<br />
Pela nossa partê ~e com a maximà<br />
moderação continuámos affirmando do<br />
modo mais cathegorico, que a Tarde<br />
anda mal informada e que o sr. Soveral<br />
repetidas vezes veiu a Lisboa para<br />
patrocinar um contracto relativo a Lourenço<br />
Marques, no qual figuravam indivíduos,<br />
que depois collaboraram na<br />
redacção do cifrante.<br />
Não se conseguiu nada, principalmente<br />
por haver opposição formal da Allemanha<br />
a qualquer concessão dentro<br />
da bahia de Lourenço Marques.<br />
Que o sr. Soveral se tenha manifestado<br />
contra outros pedidos, não o duvidamos<br />
e até o achamos natural.<br />
Entre as nossas informações e as da<br />
Carta de Lisboa<br />
Lisboa, 14 de julho de 1896.<br />
Corre ha dias uma noticia de<br />
sensação para os besbilhoteiros políticos<br />
e, pois que ao bom provinciano<br />
interessam as pequenas misérias<br />
de Lisboa, vou dizer-lhes<br />
qualquer coisa a esse respeito.<br />
Trata-se da entrada para o partido<br />
progressista ou, pelo menos, do<br />
apoio do fallecido estadistaMarianno<br />
de Carvalho a esse partido.<br />
Esta noticia foi dada por um jornal<br />
bem informado e, quando outras<br />
folhas a reproduziram commentando-a,<br />
nenhum dos interessados<br />
— os da rua dos Navegantes ou o<br />
do largo de S. Roque a desmenti-<br />
annualmente o pão necessário ao seu<br />
Tudo o que seja promover a in- sust^to e tem de compra-lo no extranstrucção<br />
e odesinvolvimento sociaf* ig£Ír^W)m o ouro que não possue, nem<br />
o- mesmo que. inmar; r às. bases Pm<br />
contra no nosso país, den^nstra^o ^gese^poiàifí^s monarchias. Fia<br />
necessidade dsssa fi^ganfeá^ção lhas d'um passado dodiosos privi-<br />
e apresentando as bases em que delégios, representando ellas próprias<br />
ve firmar-se. Nesta ultima parte, da um privilegio indefensável, natural<br />
comparação do tabelliado portug^ês^ é».que procurem obstar ao progres-<br />
com a organização do tabelliado éx* so social que cada vez mais as dis-<br />
trangeiro chegou o sr. José Tavares tanciará dos ominosos tempos em<br />
á firme convicção de que Portugal que germinaram e floresceram.<br />
«se deixou atrazár d'um século no Não pódt» pois. esperar-se
Cada vez noticias mais graves<br />
sobre Africa e perspectiva de maiores<br />
complicações.<br />
Não ha que vêr— a cedencia ao<br />
ultimatum, o tratado de 20 d'Agosto,<br />
a visita do rei a Londres, a visita<br />
da esquadra inglêsa, Soveral<br />
ministro, que podiam dar senão o<br />
que se vê que é mau, o que se adivinha<br />
que é terrível ?<br />
Bem lhes importa a elles todos<br />
—a não ser para estreitos fins partidários—o<br />
que nos ha de succeder<br />
em Africa.<br />
Já viram algum partido monarchico<br />
apresentar-se contra a alliança<br />
inglêsa?<br />
X<br />
Vamos esperando.<br />
Emquanto se vae perdendo a ver-<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
politica estou verde e estarei sem- , gonha no continente, vae-se perpre—<br />
se irritarão com as minhas t dendo a riqueza no ultramar.<br />
palavras. Mas a verdade é que não Para os eximios patriotas da bis-<br />
vejo motivo para espantos ou irribilhotice politica, — que tem por<br />
tações.<br />
ideal supremo ver cair um ministé-<br />
Vêm dizer-me que Navarro e Mario e resuscitar as liberdades da<br />
rianno têm por varias vezes des- Carta, isto é caso de pouca monta.<br />
composto os progressistas e que es- O que se quer saber não é se<br />
tes lhes hão pago sempre em moe- nos leva o diabo.<br />
da forte ?<br />
No que se pensa é naquelle ma-<br />
Mas o que disse Marianno dos roto d'aquelle recebedor «que em<br />
regeneradores? E não os defende vindo os outros, ha de paga-las.»<br />
hoje?!<br />
No que se pensa é nos votos de<br />
O que disse João Franco de Ma- fulano que é um liberal, e nas esrianno?<br />
E não foi ministro com elle?! pertezas de sicrano que é hábil.<br />
O que disse Marianno do Lopo ?<br />
x<br />
E não foi ministro com elle?!<br />
— E a respeito de monarchia, ó<br />
O que disseram Marianno e Na-<br />
maluquinhos?!<br />
varro de José Luciano ? E não fo-<br />
— Não seja tão exaltado homem.<br />
ram ministros com elle?!<br />
Isto ha de ir.<br />
O que disseram os progressistas<br />
— Para o fundo, creio bem.<br />
do rei D. Luiz? E não foram ministros<br />
d'elle, dando-lhe o dinheiro<br />
João de Menezes.<br />
para o casamento do principe D.<br />
Carlos?<br />
«Mala da Europa»<br />
O que disseram e asseveraram<br />
os progressistas do rei D. Carlos— O numero que acabamos de receber,<br />
d'esta excellente revista, insere na<br />
cá tenho guardado tudo — não foi primeira pagina o retrato do seu illus-<br />
tudo quanto os republicanos muitas tre director politico e distincto homem<br />
desciencia, o sr. dr. Francisco Ferraz<br />
vezes não se atreveram a dizer? de Macedo.<br />
E não estão de joelhos deante do<br />
throno e não vão ámanhã ser mi-<br />
Foi suspenso por 15 dias o sr.<br />
nistros do rei?!<br />
Manuel Tavares de Medeiros, chefe<br />
Porque não havia o Marianno de da 3.<br />
voltar a ser progressista, por cansa<br />
da outra metade?!<br />
Mas no parlamento, de deputados<br />
e ministros progressistas, eu<br />
não conheço senão discursos e votações<br />
defendendo Marianno!<br />
Porque não ha de voltar, porque<br />
não ha de até ser ministro?!<br />
Duvida alguém que todos elles<br />
se intendem?<br />
E assistir a uma sessão do parlamento:<br />
Accusam-se dos maiores crimes,<br />
tratam-se de ladrões e cá fóra—esbofeteiam-se,<br />
batem-se, desforçamse?<br />
Dão o braço e riem-se dos ingénuos.<br />
Dos ingénuos que os tomam a<br />
sério, dos ingénuos que ainda esperam<br />
o D. Sebastião progressista<br />
montado no cavallo branco em demandados<br />
arraiaes republicanos!<br />
E assim se passa a vida.<br />
Deixemos isto...<br />
x<br />
a repartição da direcção geral<br />
das alfandegas. A portaria de suspensão,<br />
que foi publicada ante-hontem<br />
no Diário do Coverno, causou<br />
grande sensação em Lisboa,julgando-se<br />
que a suspensão não fôra motivada<br />
pelos factos que nella são<br />
expostos em arrevesado estylo, e<br />
que seriam sufficientes para trinta<br />
demissões, mas por esse empregado<br />
não.se prestar a proteger os afilhados<br />
do governo.<br />
E provável é que assim succeda,<br />
visto que é a firma Bensaude, Mayer<br />
& C. a com o secretario de estado norte-<br />
Arton<br />
americano, mr. Olney, ácerca d'uma<br />
Foi condemnado a mais dois an-<br />
nota que o Foreiyn Office tenciona<br />
nos de policia correccional e 3:000<br />
dirigir aos gabinetes europeus.<br />
francos de multa o celebre Arion,<br />
O fim d'essa nota é preparar a<br />
pelo crime de abuso de confiança.<br />
reunião de uma conferencia diplo-<br />
Ha dias havia elle sido condemática<br />
para examinar os planos de<br />
mnado a seis annos de trabalhos<br />
arhilragem internacional, que tem<br />
forçados.<br />
sido formulada por muitos escriptores<br />
e políticos, e que tem grande<br />
E assim que a Republica france-<br />
numero de partidarios tanto em<br />
sa procede. Commettem-se lá, como<br />
Inglaterra como nos Eslados-Uni-<br />
emjtodos os países,gravíssimos abudos.sos,<br />
mas ao passo que as monarchias<br />
encobrem-os grandes crimi-<br />
Dizem também esses telegramnosos,<br />
por conveniência própria pormas<br />
que os governo italiano e hesque<br />
nelles têm os seus melhores depanhol<br />
se acham muito bem disposfensores,<br />
a acção dos tribunaes<br />
tos para apoiar a realização da<br />
francêses exerce-se d'um modo in-<br />
primeira conferencia, no fim deste<br />
flexível contra todos os prevarica-<br />
anno, em Londres.<br />
dores, ainda que sejam ministros<br />
de Estado.<br />
Os jornaes extrangeiros dizem<br />
qne a recepção affectuosa que foi<br />
C " C L b a ,<br />
feita em Londres á companhia de<br />
artilheria de Boston, faz prever que Bem nos queria a nós parecer que<br />
são mais estreitas e amistosas as a annunciada morte de José Maceo era<br />
relações entre a Inglaterra e os mais uma das mil carrapatas que<br />
Estados-Unidos, e que ambas estas diariamente nos chegam por intermedio<br />
nações parecem dispostas a concor- das informações oíEciosas, e que mostra<br />
rerem simultaneamente paraa manu- bem a situação pouco lisonjeira ahi<br />
tenção da paz.<br />
disfructada pelos hespanhoes que precisam<br />
de lançar mão de tão tristes<br />
Dizem também que antes de se<br />
expedientes.<br />
realizar a eleição presidencial e no<br />
O Intransigeant, referindo-se á noti-<br />
caso em qtfe Cleveland não seja<br />
cia transmittida pela Havas da morte do<br />
eleito, se firmará um tratado entre<br />
intrépido chefe cubano, diz que, apesar<br />
os Estados-Unidos e a Gran-Breta-<br />
de, pela seguuda vez, esta agencia<br />
nha.<br />
•officiosao dar por moito, pôde asseve-<br />
Espera-se que em breve &ej£"<br />
rar que Maceo passa tanto melhor<br />
publicada a correspondência lro'cada<br />
quanto mais os officiosos se entrelêem<br />
sobre este assumpto.<br />
em anriunciar a sua morte.<br />
X<br />
As medalhas da exposição Na Republica Cabana, semanario<br />
de Chicago<br />
escripto em hespanhol e francês e que<br />
Em Pariz foram ultimamente distri- se publica em Paris, lê-se o seguinte:<br />
buídas as medalhas da exposição uni- «O general Weyler, como é sabido, puversal<br />
de Chicago, correspondentes aos blicou um edital prohibindo que fossem<br />
expositores premiados.<br />
distribuídos viveres pelas famílias dos<br />
Estas medalhas téem um erro curio-<br />
cubanos que se encontram no campo<br />
so. Lê-se n'ellas': «A Americu foi descoberta<br />
em 1892.» Gravaram MDCCCXCII revolucionário. Foi também ordenado<br />
em lugar de MCCCCXClt.<br />
que as referidas famílias tratassem de<br />
E' muito possível que este erro se se juntar àquelles que luctain pela<br />
quem manda no ministério da dé nas medalhas enviadas para Portu- revolução.<br />
fazenda.<br />
gal e outros países.<br />
«Taes medidas são infames. Têm<br />
apenas por fim condemnar milhares de<br />
creanças e mulheres a morrer de fome<br />
AUenlado contra o presidente Falleceu o cardeal Bourrel, bispo nas florestas ou a ser assassinadas nas<br />
da republica francêsa de Rhodez, que nascera em 1827. estradas pelas tropas hespauholas. O<br />
A agencia Havas transmittiu em Este cardeal era um espirito emi- general em chefe do exercito cubano<br />
telegramma que no dia 14, no mo-<br />
respondeu ao ignóbil edital de Weyler<br />
nentemente liberal. Em 1857 esmento<br />
em que o presidente Felix<br />
com a seguinte circular:<br />
crevia elle:<br />
Faure entrava no terreno da revista<br />
«Quartel general do exercito libertador.<br />
militar em Longchamps, um indivi- «Por maioria da rasão, ninguém Sanctí Spiritus, 7 d'abril de 1895.<br />
duo disparou um tiro de revolver é obrigado em these geral a sub-<br />
na direcção do presidente. Este, metter-se a um poder illegitimo na Em virtude da deshumana e cruel<br />
que não ficou ferido foi calorosa- sua origem, a um governo de facto. ordem que collocou as famílias cubanas<br />
mente acclamado. O individuo, que Em principio o simples facto não em uma grave situação, decreto:<br />
foi logo preso, declarou que o tiro gosa direito nem na ordem publica, 1.° Não se impedirá que as famílias<br />
por elle disparado era de polvora nem na particular. O êxito não é se installem e residam onde lhes conve-<br />
secca.<br />
regra de justiça, e nenhum acto é nha.<br />
Chama-se François e crê-se que legitimo só porque deu bom resul- 2.° Serão concedidos soccorros e<br />
está louco.<br />
tado. O poder de facto não obriga, protecção ás famílias cubanas ou extran-<br />
O facto não tem importancia tal é o principio».<br />
geiras que se encontrem na ilha de<br />
alguma.<br />
Cuba.<br />
Se vivesse em Portugal, o cardeal<br />
Bourret teria sem duvida soffrido a<br />
mais cruel perseguição por parte<br />
do sr. João Franco. Com certeza era<br />
demiltido.<br />
Por motivo da feira de Montemór-o-<br />
Velho a Companhia Real dos Caminhos<br />
de Ferro resolveu que os comboyos<br />
transways, entre Coimbra e a Figueira,<br />
tenham uma paragem ás quartas-feiras,<br />
de quinze em quinze dias, na passagem<br />
de nivel junto à ponte de Alfarellos.<br />
A arbitragem internacional<br />
Telegrammas chegados de Paris<br />
dão notícia d'um facto que tem<br />
causado grande sensação nos centros<br />
diplomáticos.<br />
Segundo esses telegrammas dizem,Lord<br />
Salisburydeu instrucções<br />
ao embaixador da Grã-Bretannha<br />
em Washington para se intender<br />
Revolta em Africa<br />
Segundo um despacho de Boulouwayo<br />
para o Daily Telegraph, foi publicada<br />
uma proclamação declarando amnistiados<br />
todos os rebeldes que se submet<br />
terem até ao dia 10 de agosto.<br />
0 jornal inglês que publicou esta<br />
noticia, accrescenta que a proclamação<br />
a que ella se refere produziu a maior<br />
indignação entre os europeus, sendo<br />
considerada um grande erro da adttli*<br />
nistraçâo da South-Africa.<br />
3.° Pódem todos tratar dos seus<br />
negocios e unicamente lhes é inlerdicto<br />
negociar com os artigos prohibidos<br />
pela circular de 10 de julho.<br />
Os chefes e os ofliciaes do exercito<br />
libertador assim como as auctoridades<br />
civis são encarregados de executar o<br />
exarado.<br />
O general em chefe,<br />
Máximo Gomez.<br />
Começaram em terceira finda as<br />
diligencias judiciaes nos processos<br />
do Nyassa, tendo sido já examinados<br />
os livros das actas do conselho<br />
fiscal e assembleia geral dos dois<br />
grupos — o da rua do Alecrim e o<br />
da rua da Prata, pelos tabelliães<br />
Scola e Bastos Jervis,<br />
UNIVERSIDADE<br />
Nos dias 13, lie 15 de julho fizeram<br />
acto e ficaram approvados os seguintes<br />
alumnos:<br />
Faculdade de Direito<br />
1 o anno — Arthur Anselmo Ribeiro<br />
de Castro, Justino Antunes Guimarães,<br />
Manuel Ferreira Diogo, Alberto de<br />
Magalhães Birros Júdice Queiroz, Francisco<br />
de Carvalho Martius, e Alencoão<br />
da Fouseca Bordallo.<br />
Houve quatorze reprovações.<br />
2.° anno—(Economia politica)—Antonio<br />
Pereira de Sousa Neves, Francisco<br />
Antonio Honorato de Sousa Vaz, Carlos<br />
de Carvalho Braga, Antonio Francisco<br />
Coelho, Luiz Carlos d'Almeida Casassa,<br />
Antonio Roxanes de Carvalho Júnior,<br />
João Ribeiro Braga e Alvaro Colen Godinho.<br />
3.° anno — Antonio Peixoto Corrêa,<br />
Manuel de Goveia Osorio, Leopoldo de<br />
Barros Teixeira dos Reis, Manuel Augusto<br />
Martins, Manuel Teixeira de<br />
Sampaio Mansilha, Virgilio dos Santos<br />
Faria, Adolpho Alves da Motta e Manuel<br />
Maria Toscano de Figueiredo e Albuquerque.<br />
4 0 anno — Manuel Joaquim Corrêa,<br />
Manuel José Moreira de Sá Couto, Manuel<br />
Pessoa Ferreira da Fonseca, Pedro<br />
de Barbosa Falcão de Azevedo, Pedro<br />
de Barros Rodrigues, Quintino Elysio<br />
Alves de Castro e Ricardo Paes Gomes.<br />
5.° anno — José Pinheiro Mourisca<br />
Juni r, José Teixeira Rebello, José<br />
Vicente Madeira, Julio Armando da<br />
Silva Pereira, Leopoldo Augusto Cesar<br />
de Carvalho Sameíro, Luiz Augusto<br />
da Fonseca Dinue, Luiz Bettencourt de<br />
Medeiros e Camara e Manuel d'Abrantes<br />
Moraes.<br />
' Faculdade de Medicina<br />
1.° anno — José Antonio Simões de<br />
Oliveira, José Boieiras Proença, José<br />
de Brito Prego Lyra, Alfonso Maria de<br />
Sousa Teixeira da Moita, José Homem<br />
Corrêa Telles d'Araujo e Albuquerque<br />
e Manuel Gomes Filippe Coelho<br />
2.° anno—Sebastião Maria de Lemos,<br />
Thomaz Godinho de Faria e Silva, Lino<br />
Ferreira, Raymundo da Silva Mendes,<br />
Antonio da Silva Lima e Brito e Duarte<br />
de Mello Ponces de.Carvalho.<br />
Faculdade de Jlathematica<br />
1.° anno—Affonso da Silveira Brandão<br />
Freire Themudo, Francisco de Paula<br />
de Carvalho Pinlo Coelho Valle e<br />
Vasconcellos, João Maria Durão, Augusto<br />
Epiphanio de Sousa Neves, José<br />
Duarte Videira, João Augusto da Costa<br />
Jardim e José Nunes Tierno da Silva.<br />
Faltaram dois alumnos ao acto.<br />
Houve sete reprovações.<br />
3.° anno — João Alexandre Lopes<br />
Galvão, Francisco Barbosa Falcão de<br />
Azevedò, Joaquim da Silveira Malheiro,<br />
José Augusto Lobato Guerra, José<br />
Luiz d'Andrade Mendes Pinheiro e D.<br />
Domitilla Hormisinda Miranda de Carvalho.<br />
Faculdade de Philosophia<br />
1cadeira (Chymica inorganica)—<br />
Adelino Augusto Fernandes.<br />
Houve uma reprovação.<br />
2 a cadeira (Chymica organica e analyse<br />
chymica)—J-^yme Correia de Sousa.<br />
6." cadeira (Zoologia) — Alvaro de<br />
Lima Henriques, Manuel Francisco Nunes<br />
Júnior, Fortunato Alfredo Pitta,<br />
Alvaro José da Silva Basto.<br />
Houve quatro reprovações.<br />
Curso especial de analyse chimica—<br />
Antonio Roxanes de Carvalho Júnior, e<br />
João Ribeiro Braga.<br />
Curso de pharmacia<br />
2.° anno— José Adelino de Carvalho<br />
Sameíro, Julio Ferrão de Carvalho,<br />
Estanislau Monteiro dos Santos e Francisco<br />
Antunes.<br />
*<br />
Classificações<br />
A faculdade de Theologia, reunida<br />
no domingo ultimo em congregação final,<br />
conferiu as seguintes classificações<br />
aos seus alumnos que mais se distinguiram<br />
na frequencia e actos:<br />
2.° anno — Accessit: José Joaquim<br />
de Oliveira Guimarães Júnior; distincto,<br />
José Joaquim da Silva.
3.° anno—Premio: Augusto Joaquim<br />
Alves dos Santos.<br />
4.° anno—Accessit: José Alves Correia<br />
da Silva.<br />
Informações dos bacharéis que concluíram<br />
formatura na faculdade di<br />
Theologia no anno lectivo de 1895 ;<br />
1896 :<br />
Bacharéis formados—Antonio d'Azevedo<br />
Maia, B., com 11 valores; Antonio<br />
Mouralo Themudo, B., 11 valores"<br />
Antonio Nave Catalão, B, 11 valores<br />
Manuel da Novoa, B , 11 valores; Al<br />
bino Francisco Ramos. S., 8 valores<br />
Manuel Leite Marinho, B , 11 valores<br />
Diz-se que ainda esta semana<br />
será publicado o codigo de justiça<br />
militar.<br />
Concurso<br />
Está aberto o concurso até 10 de<br />
agosto, para o provimento de dois<br />
logares de olficiaes subalternos da<br />
Bibliotheca da Universidade, com o<br />
ordenado de 250$000 réis cada um.<br />
Os candidatos devem apresentar os<br />
seus requerimentos devidamente reconhecidos<br />
na Reitoria da Universidade<br />
e instruídos com os seguintes documentos:<br />
1." Certidão de edade de 21 annos<br />
completos;<br />
2.° Alvará de folha corrida;<br />
3.° Attestados de bom comportamento<br />
moral, civil e religioso;<br />
4° Attestado de não padecerem<br />
moiestia contagiosa ou defeito que inhabilite<br />
para o erercicio do emprego;<br />
5." Documento por onde provem<br />
terem satisfeito as disposições legaes<br />
do recrutamento militar; documentos<br />
comprovativos de habilitações litterarias.<br />
0 historiador allemão Ciirtius<br />
Annunciam de Berlim a morte do<br />
historiador allemão Ernesto Curlius,<br />
pliilologo e archeologo também, cujas<br />
ob as lêem sido traduzidas em diversas<br />
línguas, sendo conhecidas e admiradas<br />
em toda a Europa.<br />
Fôra preceplôr do imperador Frede-<br />
rico III, e nascera em Lubeck a 2 de<br />
setembro de 1814.<br />
Fez os seus primeiros estudos na<br />
sua terra natal e depois nas Universidades<br />
de Bonn, Goettingen e Berlim.<br />
Quando os terminou, em 1837, dirigiuse<br />
com o professor Brandis a Athenas,<br />
dando comêço ás suas preciosas inves-<br />
tigações sobre os monumentos da antiguidade<br />
bohemica. Associou-se com<br />
18 Folhetim da RESISTENCIA<br />
Oufried Muller para comprehender uma<br />
viagem de exploração ao Peloponeso.<br />
Com a morte de Muller, determinou<br />
voltar á Allemanha, percorrendo depois<br />
as priucipaes povoações da Itália.<br />
Em 1850 fixou a sua residencia em<br />
Berlim, sendo nomeado membro da<br />
Academia das Sciencias pelos seus trabalhos<br />
archeologicos e litterarios. Em<br />
1875 foi enviado pelo governo allemão<br />
á Grécia, onde adquiriu para a Allemanha<br />
o exclusivo direito às explorações<br />
de Olympia.<br />
A sua obra mais notável e popular<br />
é a «Historia da Grécia».<br />
Bibliographia<br />
Jornal de Viagens e aventuras de<br />
terra e mar. — Recebemos o n.° 15 d'este interessante<br />
jornal que se publica no Porto, sob<br />
a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />
Eis o summario das matérias contidas nes<br />
te numero :<br />
Texto — A capella-mór da Sé de Braga.—<br />
Descoberta do Brazil (?): João Ramalho (O<br />
Baebarel).—As grandes aventuras: Sem-Cinco-<br />
Reis. — Monumentos e consagrações : A Collegiada<br />
de Guimarães. — Contos e lendas do<br />
Universo: Orpheu e Eurydice.—A Palestina.—<br />
Dramas do mar : O navio mysterioso. — Pelo<br />
mundo : «Os portuguéses na Africa do Sul»,<br />
O domingo ein Londres, Lucta d'um homem<br />
com um leão.<br />
Gravuras—A capella-mór da Sé de Braga.—<br />
Barricas arrombadas, cairos quebrados, mate<br />
rial eseacado... —E Mercúrio, galgando os<br />
espaços com aquelle precioso fardo nos braços...<br />
— S. Miguel do Castello. — Vi cravar<br />
na mesa de jogo, com uma faca, a mão de um<br />
americano...<br />
*<br />
Regulamento geral de lustra<br />
ccão primaria—Recebemos este Regula<br />
mento, approvado por decreto de 18 de junho<br />
ultimo, e editado pela «Bibliotheca Popular de<br />
Legislação», com séde na rua da Atalaya, 183,<br />
1.°, Lisboa, contendo a Parte i ea Parte II,<br />
os programmas de ensino elementar e eomple<br />
mentar, habilitações para o magistério, decreto<br />
de 22 de dezembro de 1894, e as importantes<br />
rectificações feitas pela direcção geral da tns<br />
trucçâo Publica ao referido regulamento e pu<br />
blicadas no Diário do Governo de 10 de julho<br />
de 1896, sendo, por isso, a unira edição com<br />
pleta.—Preço (franco de porle) 200 réis.<br />
Está a concurso o logar de amanuense<br />
da administração do concelho de<br />
Goes, com o ordenado annual de réis<br />
800000. 0 prazo é de 30 dias, e começou<br />
no dia 8 do corrente.<br />
Foi creada uma cadeira rnixta deensido<br />
primário em Cecarias, concelho<br />
de Arganil.<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinaria de 2 de julho de<br />
1896.<br />
Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />
Vereadores presentes :—efifectivos: bacharel<br />
José Augusto Gaspar de Mattos, José Antonio<br />
dos Santos, José Antonio Lucas, Antonio<br />
José de Moura Bastos, Albano Gomes Paes.<br />
Presente o administrador do concelho, bacharel<br />
José Miranda.<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão ante<br />
rior.<br />
Mandou enviar ao vereador respectivo um<br />
officio do chefe do districto, com referencia á<br />
mobilia da escola da freguezia de S. Martinho<br />
do Bispo, sexo masculino.<br />
Resolveu fazer-se representar no acto da<br />
benção da nova imagem da Rainha Santa<br />
Isabel, agradecendo o convite recebido da<br />
real confraria e auctorisando a ornamentação<br />
das ruas do transito da procissão.<br />
Mandou passar licenças para apascentamento<br />
de cabras a um proprietário de Taveiro e a<br />
outro da freguezia de S. Paulo de Frades.<br />
Auctorisou a presidencia a resolver ácerca<br />
da culpabilidade de um vigia dos impostos<br />
pela inutilisação de uma lanterna no respectivo<br />
pnsto fi?cal.<br />
Resolveu chamar aattençãodo commissario<br />
de policia para as continuas transgressões da<br />
postura de 13 d'outubro de 1880, sobre illuminaçâo<br />
publica, praticadas durante a noite<br />
pelas ruas da cidade.<br />
Auctorisou o fornecimento de impressos<br />
para a nota de fundos da thesouraria ; dois<br />
crfdigos administrativos para a secretaria da<br />
municipalidade; um litro de tinta, idem; cern<br />
enveloppes pequenos, idem; guias para ins<br />
pecções sanitarias (recrutamento); mil e du<br />
zentos exemplares relações (njodelo 9) recrutamento;<br />
encadernação da copia do livro do<br />
recenseamento militar.<br />
Auctorisou o vereador Lucas a fazer a<br />
escolha do local mais apropriado para a collocação<br />
de um pequeno marco fontenario, que<br />
aproveite a população entre a praça do Commercio<br />
e o largo Oito de Maio.<br />
Auctorisou o vereador Santos a mandar<br />
azer urn casaco e chapéu para distinctivo do<br />
guarda da quinta de Santa Cruz, e a comprar<br />
on alugar as bandeijas necessarias para as<br />
janellas do edifício dos paços do concelho.<br />
Mandou concertar os bancos da praça do<br />
Commercio.<br />
Auctorisou a presidencia a dispender até á<br />
quantia de 40$000 réis em reparos urgentes<br />
nas calçadas das ruas da cidade.<br />
Auctorisou os seguintes pagamentos :<br />
Vencimentos do thesoureiro em junho réis<br />
34I63C.<br />
Vencimeníos dos empregados da repartição<br />
dos impostos, idem, 3.j3^620 réis.<br />
Vencimentos da companhia de bombeiros<br />
municipaes no primeiro semestre d'este anno,<br />
550#300 réis.<br />
Gratificações e prémios aos bombeiros nos<br />
termos do regulamento, 44^101) réis.<br />
Côngrua de 1895-1896 freguezia da Sé Nova<br />
700 réis.<br />
Conservação e limpeza do edifício do governo<br />
civil, em junho, 32#180 réis.<br />
Renda de casa ao porteiro do cemiterio.<br />
10,0000 réis.<br />
Vencimentos do servente da estação (to<br />
material dos incêndios, em junho, 7$200 réis.<br />
Custeamerito do asylo de Cellas, em iunho,<br />
57#070 reis.<br />
Strviços da iiluminação do logar de Santo<br />
Antonio dos Oiivaes, idem, 1^500 réis.<br />
Limpeza do matadouro de janeiro a junho,<br />
2$ 160 réis.<br />
Idem da repartição d'obras, em junho, réis<br />
M000.<br />
Idem da repartição dos impostos, idem, réis<br />
750.<br />
Idem da casa da thesouraria, idem, 500<br />
réis.<br />
Utensílios para o posto vaceinico, 3#R30<br />
réis.<br />
Cobrança, aguas, em junho, 4$500 réis.<br />
Gaz consumido nas estações do maerial dos<br />
incêndios, de abril a junho, 4#800 réis.<br />
Canalisação de gaz nos paços do concelho<br />
(reparos) 9$600 réis.<br />
Salarios ao pessoal da limpeza na segunda<br />
quinzena de junho, 153$730 réis.<br />
Material para serviço da limpeza, idem, réis<br />
25$740.<br />
Canalisações d'agua, idem, 52$040 réis.<br />
Custeio da ofíieina das aguas, idem, 13$800<br />
réis.<br />
Limpeza da nascente do asylo de Cellas,<br />
idem, 880 réis.<br />
Reparação de calçadas, idem, 14^935 réis.<br />
Cano d'esgoto ao fundo da rua de S. João<br />
(reparos) 1$190 réis.<br />
Conservação d'arvores na segunda quinzena<br />
de junho, 2£760 réis.<br />
Cano d'esgoto na rua do Tenente Valadim,<br />
2$ 105 réis.<br />
Limpeza do jardim da quinta de Santa Cruz,<br />
1$320 réis.<br />
Calçada da serventia entre o rocio de Santa<br />
Clara e a estrada districtal de Coimbra a<br />
Penella, 2$210 réis.<br />
Despachou requerimentos attestando ácerca<br />
do comportamento de diversos, e auctorisando<br />
a occupação de terrenos no caes das Ameias<br />
para divertimentos públicos durante as festas<br />
da Rainha Santa; pagamento de r. novação de<br />
taxas de sepulturas no cemiterio da Conchada;<br />
a exoneração pedida por um bombeiro municipal<br />
; a construcção de um novo andar em<br />
uma casa em Monfarroio ; a construcção de<br />
uma casa terrea na Povoa de S. Martinho do<br />
Bispo, determinando o alinhamento; e concedendo<br />
licença de 15 dias a um zelador, para<br />
tractar da sua saúde.<br />
Indeferiu Ires requerimentos: um ácerca do<br />
pagamento do consumo d'agua para rega de<br />
um jardim particular; outro relativamente a<br />
nma indemnisação pedida por motivo de aproveitamento<br />
de canalisação particular; e o<br />
terceiro eom referencia ao arrendamento dos<br />
impostos municipaes sobre as carnes verdes a<br />
consumir até o fim do anno na freguezia de<br />
S. Martinho do Bispo.<br />
Fez no dia 14 exame de allemão,<br />
ficando approvado com distincção,<br />
o sr. Alberto Cupertino Pessôa, fi-<br />
lho do sr. dr. Alberto Pessôa, digníssimo<br />
director da Escola Académica.<br />
Codigo Administrativo<br />
A Bibliotheca Popular de Legislação,<br />
com séde na rua da Atalaya, 183,<br />
Lisboa, tem â venda a 2. a edição d'este<br />
codigo, approvado por decreto dictatorial<br />
de 2 de março do anno Ando,<br />
seguido de repertorio alphabetico,<br />
e das alterações e modificações approvadas<br />
pelo parlamento, na ultima<br />
legislação e confirmadas por carta de<br />
lei de 4 de maio do corrente anno,<br />
podendo, portanto, chamar-se a esta<br />
edição—Novo Codigo Administrativo.<br />
— Preço, 200 réis.<br />
Tabella dos emolumentos c salarios<br />
judiciaes<br />
Da Bibliotheca Popular de Legislação,<br />
com séde na rua da Atalaya, 183,<br />
l.°, Lisboa, recebemos um exemplar<br />
d'esta tabella, coordenada alphabeticamente,<br />
mas conforme com a edição official<br />
(.Diário do Governo de 18 de<br />
maio de 1896), e approvada por carta<br />
de lei de 13 do referido mês, sendo<br />
a única edição assim elaborada.—<br />
Preço, 200 réis.<br />
J. A. DA SILVA CORDEIRO<br />
A CRISE<br />
Em seus aspectos moraes<br />
(Psychologia individual e collectiva)<br />
I vol. de 429 pag., 600 reis<br />
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Amado.—Coimbra.<br />
Reptis e amphibios da Península<br />
Ibérica e especialmente em Portugal<br />
POR<br />
SI. Paulluo «rOliveira<br />
Lente cathedratico de Zoologia e director<br />
do Museu zoologico da Universidade<br />
PREÇO, 400 RÉIS<br />
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Cançõese musica popular da Beira<br />
COLLIGIDAS POR<br />
PEDRO TRAJANO<br />
COM UMA INTRODUCÇÃO POR<br />
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Sahirá brevemente esta importante<br />
obra, que formará um volume em 8.°,<br />
de approximadamente250 paginas, nitidamente<br />
impresso em typo elzevir e<br />
optimo papel, com 50 paginas de musica.<br />
Preço por assignatura, 600; avulso,<br />
800 réis.<br />
Toda a correspondeucia deve ser dirigida<br />
á Imprensa Lusitana, Figueira<br />
da Foz.<br />
Bibliotheca Popular de Legislação<br />
LEI DO SELLO<br />
Cartas de lei de 21 de julho de 1893<br />
e 4 de maio de 1896 e tabellas respectivas,<br />
em fórma de reportorio alphabetico<br />
e portarias posteriormente<br />
publicadas referentes ao mesmo assumpto.<br />
PREÇO, 200 RÉIS<br />
Pedidos a A. José Rodrigues, rua da<br />
Atalaya, 183, 1.°—Lisboa.<br />
a casa de M. de Koellen, e, no dia se- olho quem descobrir a transforma- de ter enviado Hermann á Bélgica, M. gava tão disfarçado. Eu sou o duque<br />
guinte, voltarei com uma pesada caixa ção.<br />
de Villedieu recebeu no Grand-Hotel, de Villedieu.<br />
que os creados levarão. Entrarás em — A operação realizar-se-ha em ple- onde conservava um quarto, um bi- — Para que é esse disfarce?, per-<br />
casa de M. de Koellen ao mesmo temno dia.<br />
'hete assim concebido:<br />
guntou Koellen, abrindo ao mesmo<br />
I0Ã0 DAS GALÉS po que eu, e os homens deverão che- — E' para se vêr melhor.<br />
«Tudo prompto. Podem vir.»<br />
tempo uma gaveta e tirando um regar<br />
um a um no espaço d'um quarto — Os homens que estão ás nossas M. de Villedieu tirou immediatamenwolver. de hora. Nada será anormal para uma ordens conhecem-me ?<br />
te d'uma malla um fato claro e um in-<br />
XI<br />
M. de Villedieu fez que não perce-<br />
casa aonde aflluem os visitantes. Cara- — Sim.<br />
dispensável. Vestiu o fato claro sobre beu o seu movimento.<br />
Traça-se o plano<br />
cterisar-vos-heis de modo que vos não — Apenas sairmos do domicilio de o fato que usava, e metteu o indispen — Disfarcei-me para apanhar mais<br />
ceconheçam. A senha combinada é a M. de Koellen, iremos, Lebigot, ambos sável no bolso do pardessus que leva facilmente minha mulher porque, não<br />
Alli procurareis um judeu de que seguiute: Uma moeda de cinco fran- a Cachan e traremos a duquesa, os no braço.<br />
sei se sabeis, já lhe descobri o para-<br />
eu te direi o nome, e aue se encarrecos partida era cinco bocados des- homens seguir-nos-hão para serem em Foi assim até ao restaurante Helder. deiro. Trata-se agora de a decidir a<br />
ga dos diamantes pelo simples signal eguaes, para os criados não é preciso. pregados em caso urgente.<br />
Pediu um gabinete e mandou servir o voltar para a minha companhia e par-<br />
da fôrma e do peso, e os retalha e re- A moeda será entregue a,) criado que — E o joven ?<br />
almoço. Na altura do café, pediu a contir em seguida para a Italia, em provende<br />
nas barbas dos proprios que os tem de abrir a porta. Cada um de nós — Manda-o seguir nesse dia por dois ta, pagou, e estendeu-se ao çomprido cura do tio. Preferi tratar este nego-<br />
reclamam. Entender-te-has com esse chegaudo fará esta pergunta:—Está homens espertos, incapazes de o per- sobre um sophà, fumando o seu chacio eu proprio, senhor de Koellen, por-<br />
homem para os diamantes. Farás ra- em casa M. de koellen?—e apresenderem de vista. Estou mesmo, que o meruto.que a policia nada descobriria e porpidamente<br />
esta viagem e voltarás estará o seu bocado da moeda, 0 criado lhor é começar a segui lo dois ou três De repente levantou-se, fechou a porque se a justiça se mettesse no negoperar-me<br />
cm Bruxellas, no hotel da depois de tornar a fechar a porta ve- dias antes, pois tenho receio de que se ta, tirou o indispensável, e sacou de cio, minha mulher com certeza propo-<br />
Bellevue. Está entendido?<br />
rificará se o bocado se adapta á moe- não encontre no dia proprio. Vendo- dentro, tinturas, escovas, lápis, e, em ria a acção de separação de pessoas<br />
í; —Está entendido.<br />
da, depois do que abrirá e iutroduzirse seguido, não irá certamente a Ca- frente d' um espelho, mudou em cinco que eu quero evitar a todo o custo.<br />
— Agora tu, Lebigot.<br />
nos-ha no sotão. Quando todos tiverchan e assim nos veremos livre d'elles minutos a physionomia; a barba ficou — Ê logico. Sabeis positivamente<br />
; —Cavalleiro d'Esprignolles, se faz mos entrado, fechadas as portas, M. sem violência alguma.<br />
ruiva, o nariz augmentou, o rosto tor- onde se encontra a duquêsa ?<br />
favor.<br />
de Koellen não receberá mais ninguém. — Está combinado. Irei esta noite a nou-se córado e as rugas desappare- — Está com M. Lucien de Gribeau-<br />
I —Cavalleiro d'Esprignolles, preciso Logo que estejamos reunidos, os Un- Cachan para surprehender a senha. ceram.val,<br />
numa casa isolada, junto das mar-<br />
de três homens seguros, audazes, bagidos criados amordaçarão o mordo- — Antes d'isso virás ao Grande-Ho- Despiu-se vestiu o fato claro para gens do Bièvre, em Cachan.<br />
beis ejde boa figura. Disseste-me que mo. Antes terão trazido para o apotel. Entregar-te-hai os papeis e uma debaixo do fato preto, e por cima — É necessário que eu conheça M.<br />
os tinhas?<br />
sento junto as pinças, serras e brocas porção das minhas roupas que levarás o pardessus, depois esperou o momen- de Gribeauval, pensou M. de Koellen,<br />
\ —Sim.<br />
que eu te hei de entregar. Depois, á rua Mazarine.<br />
to em que o criado não estava na sala, e voltando-se depois para Villedieu:<br />
>— Esses três homens, tu e eu, cin- mãos á obra. Ha cofres-fortes para se<br />
e saiu sem que alguém reparasse Foi para me dares a conhecer o refuco,<br />
os dois criados, sete. É bastante. abrir, e além d'isso, percebes, além<br />
XII<br />
nelle.<br />
gio da duquêsa que aqui viestes ?<br />
Aqui está a droga que M. Hermann me d'isso, quando sairmos d'essa casa,<br />
M. de Villedieu foi d'alli direito a — Não. Tenho necessidade de di-<br />
deu. Entrega-la-has ao criado que te- deixaremos lá dois cadaveres.<br />
Prepara-se o orime<br />
casa de M. de Koellen e entrou no seu nheiro para tirar a duquêsa e partir<br />
mos na praça, que a fará tomar rapi- — Tanto peior 1, disse Lebigot. Nes*<br />
gabinete.<br />
Com ella para a Italia: eis aqui o obje-"<br />
damente ao que deve sair. Logo que se momento serei ainda Lebigot, mas Cinco dias depois de ter concerta- — A quem tenho a honra de fallar?, cto da minha visita.<br />
elle adoeça será preciso substituí-lo, é uma hora depois, e para o resto dos do com Lebigot o plano que seguiriam peiguntou M. de Koellen.<br />
— Já jogasteis o producto do leilão?<br />
um negocio a arranjar com o mais ve- meus dias, tomarei o nome de cavai* para chegar ao cumprimento da sua — 0 quê, não me conheceis, meu — Era vinte e quatro horas.<br />
Jho dos creados, Nesse mesmo dia irei leiro d'Esprignolles, e ha de ter bom criminosa emprêsa, cinco dias depois caro senhor de Koellen ? Não me jui-<br />
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Estabelecimento Thermal<br />
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RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
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referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
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COIHHHA<br />
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PUBLICÀ-SE AOS DOMtNGOS<br />
E QUINTÀS-FEIKAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
E D I T O »<br />
João Maria da Fonseca Frias<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 20700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
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Cada linha, 30 réis—Repeti<br />
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desconto de 50 p. c.<br />
L I V R O S<br />
Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fór honrado.<br />
Typ. F. França Amad«—GQUJBHi
N.° 148 COIMBRA-Domingo, 19 de julho de 1896 2* ANNO<br />
0 que fâz cair o soYerno origem os esban i ament ° s de ante -<br />
" " riores administrações.<br />
Próxima a quéda ministerial—<br />
dizem.<br />
O governo já não tem credito, os<br />
capitalistas fecharam-lhe as portas<br />
e o país não pôde, sem a cooperação<br />
d'estes, satisfazer os importantíssimos<br />
encargos creados pela monarchia—explicam.<br />
A razão é decisiva. Muito bem<br />
sabe a monarchia que a bancarrôta<br />
terá, como uma das primeiras con<br />
sequencias, a collocação de escri<br />
ptos nas portas dos paços reaes<br />
Urge, pois, evitá-la, ir adiando in<br />
definidamente o fatal termo duma<br />
situação que ella de ha muito vem<br />
preparando.<br />
A esta suprema necessidade sacrificará<br />
a monarchia os seus mais<br />
favoritos servidores. Acima de tudo<br />
quer viver, e, para prolongar a sua<br />
e'xistencia, forçoso é que em nome<br />
do país se contráiam novos e mais<br />
onerosos compromissos, solvendo-se<br />
por meio do credito os já existentes.<br />
Gabinete que o .não possa fazer,<br />
eslá irremediavelmente perdido.<br />
Gomo os fallidos, os insolventes,<br />
Não podendo, porém, existir sem<br />
corromper, e só podendo corromper<br />
á custa dos cofres públicos; neces<br />
sitando, por outro lado, de sentai<br />
á mêsa do orçamento os amigos e<br />
afilhados que só para isso os acom<br />
panharam na opposição, os novos<br />
ministros seguirão exactamente os<br />
mesmos processos que os actuaes,<br />
vêr-se-hão mais tarde nas mesmas<br />
dificuldades financeiras e a monarchia<br />
terá então que os despedir para<br />
chamar ao governo quem de mo<br />
mento as possa vencer.<br />
E assim irá vivendo, até que se<br />
torne inadiavel a liquidação. Obrigará<br />
esta a sair o país da crimino<br />
sa indifferença em que ha muito<br />
vive para pedir contas aos que, então,<br />
ha de considerar seus infiéis<br />
mandatarios. Os que agora tanto<br />
defendem a monarchia, porque paga<br />
generosamente á custa da nação<br />
os seus serviços, abandoná-la-hão;<br />
mais do que isso, movêr-lhe-hão a<br />
mais crua guerra procurando assim<br />
illudir o povo a quem desejarão explorar<br />
por seu turno/<br />
Venham mais desmentidos<br />
Acerca da venda de Lourenço<br />
Marques lemos no Figaro, que ainda<br />
não ha muilo pretendia desmentir<br />
que enlre o governo português e o<br />
inglês houvesse negociações, em<br />
que figurava como intermediário o<br />
sr. de Soveral, para a sujeição de<br />
aquella colonia ao domínio da nossa<br />
fiel alliada, a seguinte noticia, cuja<br />
gravidade não é necessário pôr em<br />
relevo.<br />
«Recomeça-se a falar, no mundo<br />
diplomático e entre a gente que sabe<br />
tudo e o resto, de negociações entaboladas<br />
entre Portugal e a Inglaterra<br />
para a cessão da bahia de Delagoa<br />
Recordam-se que ha alguns méses<br />
boatos similhantes correram em Paris<br />
até em Berlim e que, perante a<br />
sensação produzida por essa noticia,<br />
os proprios portuguéses e os ingleses<br />
foram obrigados a desmenti-la. O desmentido<br />
era sincero? É questão entre<br />
consciência dos ministros e a immanente<br />
verdade.<br />
As nossas informações particulares<br />
permittem-nos affirmar que nessa época<br />
diligencias muito sérias haviam sido<br />
entaboladas entre os gabinetes de<br />
Saint-James e de Lisboa e que se<br />
chegara até a fixar o valor de indem<br />
nisação ou da compra.<br />
O ministério dos negocios extrangeiros<br />
de França estava então conflado<br />
ao sr. Berthelot. O illustre sábio mostrou-se,<br />
nesta circumstancia, tão bom<br />
diplomata como é excellente chimico,<br />
árboricidio<br />
meio de salvarem o seu commandante,<br />
fazem uma descarga cerrada para o<br />
grupo. O rebelde càe varado pelas balas<br />
e o cabo fica illeso, porque assim n- , „, . , .<br />
o quiz a bondade do Deus omnipotente » Uiz algures laine guee pela sen-<br />
0 assumpto do quadro é realmente 1 sibilidade affectuosa para com os<br />
commovedor e piedoso. É por isso do<br />
especial agrado do sr. ministro da<br />
marinha, reproduzindojle mais a mai^<br />
a versão oficiosa do assassino de Raugi<br />
Rannes.<br />
Vae a caminho do calvario da<br />
rua dos Navegantes o ínclito varão<br />
Marianno.<br />
Diz-se que leva ás costas apenas<br />
metade da cruz. Deve ser verdade,<br />
porque na outra metade crucificou<br />
elle a honra d'um partido que se<br />
declarou solidário nas suas aventuras.<br />
Partiu hontem para Lisboa acompanhado<br />
de sua ex. ma esposa, o nosso<br />
querido amigo e antigo collega de redaccão<br />
dr. Joaquim Madureira.<br />
Em Cintra<br />
Do nosso prezado collega O Pais,<br />
de sexta feira ultima: \<br />
«O assumpto da noite ante-hontem<br />
era Cintra foi uma obra que o sr. D<br />
Alfonso ía fazendo.<br />
O irmão do sr. D. Carlos seguia num<br />
trem da villa para a Estephania, guian<br />
do, e perto da loja do sr. Barreto,<br />
junto á praça, .estava um carro de<br />
bois, parado, com o carreiro entretido<br />
a falar com qualquer individuo.<br />
O trem ia na direcção do carro e o<br />
sr. D. Affonso não se dignou mais do<br />
que dar ura berro, sem coratudo desviar<br />
os cavallos.<br />
A lança do trem foi por isso de<br />
encontro ao carro de bois e teria<br />
deixado mal os animaes, se o carreiro<br />
ligeiramente os não afastasse.<br />
Também foi muito commentado o<br />
trajo em que o sr. D. Carlos passeou<br />
pela villa, a Cavallo : —chapéu desabado,<br />
jaqueta, polainas altas, de cabe<br />
dal, e de varapau atravessado nas<br />
pernas.<br />
arvoredos que se pôde avaliar da<br />
delicadeza e da doçura dos caracteres.<br />
O preceito deve ser exacto!<br />
Quantas vezes nestes últimos<br />
tempos a imprensa de Coimbra tem<br />
protestado em brados contra o abuso<br />
desatinado do córte de arvores,<br />
sem necessidade e sem justificação.<br />
No lago de Santa Cruz a camara,<br />
preparando-se para bem receber<br />
os forasteiros por occasião das ultimas<br />
festas, mandou rolar pela<br />
mesma bitola todo o revestimento<br />
de cedros, como se fosse um muro.<br />
Agora resta caia-los I<br />
O sr. director das obras publicas,<br />
á sua parte, tem feito mais estragos<br />
no arvoredo da estrada da<br />
Beira, que uma lagarta numa hortal<br />
O odio que este illustre engenheiro<br />
tem ás arvores é entranhado<br />
e invencível!<br />
conseguiu fizer gorar o negocio.<br />
Agora no largo do Museu appareceram<br />
as arvores brocadas junto<br />
do sólo e vestígios de acido lança-<br />
Este facto constitue, eom a convenção<br />
do nesses furos. Pretende-se fazê-<br />
relativa á delimitação da fronteira<br />
Será, pois, também a falta de di- siameza nas nossas possessões da<br />
las murchar para justificar o cortei<br />
nheiro que levará o país a dester- Indo-China, os seus grandes successos<br />
Aqui ha, ou uma exorbitância de<br />
não hesitará a monarchia um mo-<br />
diplomáticos.<br />
rar a monarchia.<br />
auctoridade, ou um crime de per-<br />
Hoje, a Inglaterra, sob o domínio das<br />
mento em lançar mão de todos os<br />
A isso estão reduzidos os immor- velleidades d'aggressão que o jseu<br />
versidade, que uma camara sufi-<br />
expedientes antes de declarar aber-<br />
triumpho passageiro no Egipto lhe<br />
cientemente briosa não deixaria fi-<br />
,aes princípios.<br />
eu, retoma o projecto de annexação da<br />
tamente as miseráveis condições ficar<br />
impune, se nesse desafôro não<br />
)ahia de Delagoa, no ponto em que<br />
nanceiras em que o país se encon-<br />
linha sido deixado. Sabemos que o sr.<br />
é connivente.<br />
"anotaux se mostrará pelo menos tão<br />
tra. Organizem-se phantasticos or- Noticias gravíssimas<br />
Ao longo dos boulevards, nas<br />
vigilante como o seu predecessor e,<br />
çamentos de receitas e despesas,<br />
demais, parece-nos muito difficil que a<br />
grandes cidades, as arvores cres-<br />
Diz-se que o governo déra or- Allemanha, que já interveio em favor<br />
viciem-se as contas definitivas do dem para que se apromptassem<br />
cem livremente em frente de gran-<br />
do Transwaal, não adopte attitude<br />
thesouro, paguem-se com receitas de )ara longa commissão de serviço o similhante na questão de Delagoa®.<br />
des fachadas. Aqui julga-se indis-<br />
exercicios correntes as dividas atra-<br />
couraçado Vasco da Gama, a corve-<br />
No paço houve um jantar a que aspensável deitar abaixo as arvores<br />
ta Duque da Terceira e a canhoneisistiram<br />
as duas rainhas, o sr. D. Car- do Museu, para que não prejudizadase,<br />
quando isso não seja possíra D. Luiz, e que esses vasos de Dr. Nunes da Ponte los e o sr. D. Alfonso, e que foi denoquem o recente frontão e os camavel,<br />
peça-se emprestado, dizendo-se uerra irão a Moçambique, dirigin-<br />
minado de reconciliação.<br />
reiros funerários do laboratorio chi-<br />
sempre em pomposos relatorios que (o a divisão naval o sr. Augusto de Esteve em Coimbra, de passa-<br />
se equilibrou a receita com a despesa<br />
Castilho, commandante da Duque<br />
mico, ultimamente fabricados segem,<br />
este nosso prezadíssimo amigo<br />
da Terceira.<br />
e prestigioso correligionário, que<br />
As ridículas medidas do governo, gundo os desenhos mais caracteris-<br />
ou que houve saldo favoravel. As-<br />
Esla expedição é motivada por actualmente se encontra em Luso.<br />
que outro nome não merecem depois ticamente imbecis da epocha crassim<br />
o exige a monarchia; e,se é rela- noticias alarmantes que se diz o go-<br />
da campanha dos O e dos A, ácerca<br />
sa do Marquês de Pombal 1<br />
tivamente fácil arranjar um Carrilho verno recebera e que occulta ao pu-<br />
da imprensa, até pelas folhas conser-<br />
para combinar números arbitrariablico, seguindo o seu louvável cos- A imprensa conlinúa a occuparvadoras<br />
da vizinha Hespanha estão Contra a brutalidade de tal seltume.<br />
Segundo essas noticias, a inse do assassinato de Raugi Rannes,<br />
sendo criticadas. Assim, La Época, vageria nós continuaremos protesmente,<br />
se não falta quem se preste surreição dos negros matabeiles e facto sobre que dão informações com-<br />
de Madrid, noticiando a resolução ,ando.<br />
a mentir descaradamente, o capital machonas ter-se-ha alastrado para pletamente inacreditáveis as ultimas<br />
do governo quanto á transmissão<br />
não raro impõe condições que não o sul e já se terão ferido combates correspondências da índia publica-<br />
de telegrammas que dêem conta dos<br />
se limitam só á taxa do juro, e por<br />
em territorio português.<br />
das em alguns jornaes.<br />
factos a que respeita a lei de 13 Torna a funccionar ámanhã no<br />
de fevereiro, diz:<br />
O seguinte telegramma, expedi- O nosso prezado collega A Pro-<br />
yceu d'esta cidade o jury dos exa-<br />
vezes depende da habilidade dos<br />
do de Londres para Lisboa, em 16 vinda, resume e caracteriza muito<br />
mes de latim e lalinidadé, que es-<br />
«Para que se vejam os processos do<br />
ministros o bom êxito das negocia- do corrente, revela que têm funda- bem no seguinte suelto as noticias governo português, basta dizer-se que tiveram suspensos desde o dia 13<br />
ções. Claudicaria o governo nesta mento as noticias que circulam. dadas nessas correspondências: hontem não permittiu que passasse um em virtude de haverem saído para<br />
telegramma que se limitava a repro<br />
parle? Talvez. A monarchia é que * Segundo annuncía um telegram-<br />
jisboa, em commissão de serviço,<br />
ma de Buluwayo para o Daily Te- Consta que o sr. Jacintho Candido, duzir um discurso pronunciado na ca- três membros do jury, um dos quaes<br />
indubitavelmente necessita de con-<br />
em vista das noticias recebidas da mara dos communs em Londres, pelo<br />
legraph, juntaram-se aos rebeldes<br />
accumulava.<br />
índia, vae pôr a concurso um quadro<br />
ministro das colonias, sobre a questão<br />
trair um avultado emprestimo. Se mais uns 15:000 indígenas, sendo historico, com o seguinte thema:<br />
referente à passagem das tropas inglê- Consta-nos que houve dificulda-<br />
o governo o não podér efíeiluar, gravíssima a situação de Fort Sasas<br />
pela colonia portuguêsa da Beira.» de em arranjar examinador para<br />
«Por uma estrada dalndia portuguêsa,<br />
está irremediavelmente perdido. lisbury.»<br />
caminha uma escolta de soldados, com-<br />
continuar o jury.<br />
Quem sabe se esta insurreição mandada por um cabo de aspecto O sr. João Franco deve estar sa- O jury de introducção, que não<br />
Substiluí-io-ha quem possa ven-<br />
nobre, como descendente d'uma fami tisfeitíssimo; com certeza que as ne-<br />
ainda dará como resultado apode-<br />
funccionou alguns dias, continúa e<br />
lia aristocratica. No centro da escolta, vralgias faciaes o não torturarão<br />
cer as dificuldades em que elle sosrar-se a Inglaterra de mais alguns<br />
com a mesma organização.<br />
vê-se um rebelde,, de arcabouço her- tão cedo.<br />
sobrou, avolumando, pelo engros- territorios no interior de Lourenço cúleo. De repenle o rebelde lança-se Se até o orgão do gabinete pre-<br />
Marques?<br />
sobre o commando da esquadra, dando<br />
samento da divida publica, os en-<br />
Muitas pessoas têm essa convi- um salto mortal por cima dos soldasidido por Canovas, chefe do par- O sr. dr. Joaquim Olmedilla y<br />
cargos que já esmagam o país para<br />
dos, que o separavam d'elle.<br />
tido conservador em Hespanha,<br />
cção, que o passado aliás aucto*<br />
Puig acaba de publicar um folheto<br />
Trava-se lucta braço a brapo entre censura as suas medidas!<br />
satisfazer dividas que tiveram por<br />
sobre El sábio medico português dei<br />
riza,<br />
os dois. Os soldados, não tendo outro Já é,<br />
siylo XVI, Garcia 4a Orta,
CuCba<br />
RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />
Litteratura e Arte<br />
Sociedade<br />
Carta de Lisboa<br />
Philantropico - Académica<br />
As ultimas noticias de Cuba<br />
No anno econorrico de 1895 a JUGULES comeu a compota de ameixas<br />
Lisboa, 17 de julho de 1896. são verdadeiramente desanimadoras 1896 teve esta sociedade de receita<br />
Noticias d'Africa dão os inglêses para a Hespanha. Parece que os 1:279$370 réis e de despesa réis<br />
em perigo no forte de Salisbury. insurrectos, sempre fortes e unidos, 1:015$355, passando por saldo<br />
para o anno economico de 1896 a<br />
Estimo sinceramente.<br />
vendo dia a dia engrossar as suas<br />
1897 a quanlia de 264$015 réis.<br />
Mas...<br />
fileiras e recebendo constantes e<br />
x<br />
poderósos auxílios, não estão muito<br />
x<br />
longe de conquistarem para aquella<br />
Mas é natural que brevemente<br />
A direcção da mesma sociedade,<br />
nos vejamos involvidos na questão<br />
importantíssima ilha a ambicionada em sessão de quinta feira ultima,<br />
e não andará muito longe da ver- liberdade.<br />
resolveu abrir concurso para os<br />
subsídios a conceder aos socios no<br />
dade quem calcular que, de um mo-; É isto, pelo menos, o que nos<br />
anno lectivo proximo futuro; e de-<br />
mento para outro, graves complica- 1 eva a su p pô r a seguin te co m m u n i caliberou exigir dos actuaes subsidiações<br />
hão de surgir para nós. ção telegraphica do correspondente dos certidão de aproveitamento es-<br />
Lourenço Marques lá está e a d 'El Imparcial em Cuba, que causou cholar no anno lectivo findo e documentos<br />
que provem que continuam<br />
Inglaterra ha de encontrar pretex- em Hespanha amais profunda cons-<br />
nas circumstancias de falta de<br />
tos para por lá passar.<br />
ternação:<br />
meios, indispensáveis para a manu-<br />
Hintze e Soveral, o amigo do sr.<br />
,enção do subsidio.<br />
D. Carlos e do principe de Galles, «Havana, 14.—As noticias divulgadas<br />
pela imprensa da Havana, e que<br />
farão tudo pelo melhor.<br />
telegraphicamente communiquei, sobre V<br />
Ou não fosse a Inglaterra a allia- o facto de Máximo Gomez se encontrar \ i> Na Relação do Porto, por cinco<br />
perto de Santa Clara, foram ratificada<br />
que mais nos convém, como dis-<br />
votos conformes, foi mantido o acdps<br />
officialmente.<br />
acordão em que aquelle tribunal hase<br />
alli o outro, manifestando o seu Sabe-se agora que Máximo Gomez,<br />
com Calixto Garcia e á frente de numevia pronunciado pelo crime de ho-<br />
reconhecimento aos inglêses da esrósas<br />
forças, se encaminha para o micídio involuntário José Luciano<br />
quadra em nome das regateiras da Oriente, em marcha rápida e bem de Castro Pires Corte Real e despraça<br />
da Figueira e das matrônas planeada, alarmando as auctoridades )ronunciado Agostinho da Costa<br />
de Santiago de Cuba, que temem oc-<br />
da rua do Capellão.<br />
Allemão, não sendo assim acatado<br />
correncias muito sérias.<br />
Creiam que as vamos vêr boas.<br />
o accordão do Supremo Tribunal de<br />
A situação aggrava-se bastante, com<br />
Principalmente quando chegar a a circumstancia de ser grande a falta ustiça, que foi aqui objecto de mui<br />
de tropas no departamento orieutal. ,os commentarios.<br />
liquidação do tribunal arbitral de Em virtude de semelhantes noticias<br />
Berne.<br />
e de telegrammas trocados entre o<br />
commandante general do oriente e o<br />
Ainda então estarão resolvidos capitão general, foi ordenada por este Partiu para as Caldas da Rainha com<br />
os bravos patriotas da legalidade a a salda d'alguns reforços para Santiago sua ex.<br />
de Cuba.<br />
pedirem que se respeite a Caria ?<br />
Infelizmente, as tropas mandadas<br />
E possível.<br />
hoje para a região orieutal são pouco<br />
A estupidez humana, e principal- numerosas, vi ta a impossibilidade de<br />
se separarem das guarnições e colummente<br />
a portuguêsa, dá para tudo. nas todos os contigentes que agora<br />
seriam necessários para o desvanecimento<br />
dos receios que está inspirando<br />
a situação d'aquella região.<br />
Alguns jornaes censuram que o Deve ainda tomar-se em linha de<br />
rei andasse em Cintra de jaquêta, conta que as enfermidades têm dizimado<br />
consideravelmente os homens disponí-<br />
chapéu desabado e varapau.<br />
veis, que possuíamos.<br />
Está illudido, grita d'alli o prior As pessoas intendidas e de bom<br />
tonselho opinam que muito conviria<br />
da Lapa que se vê proximo do po> chegarem immediatamente da península<br />
der.<br />
os batalhões de voluntários organizados<br />
pelas províncias.<br />
Deixem-lhes perder as esperan<br />
Desta maneira, tornar-se-ía possí-<br />
ças e verão como elle grita que o vel tirar às guarnições das praças e<br />
rei é tal e qual o sr. D. Miguel. fortes alguns batalhões, que fazem im<br />
mensa falta em Santiago de Cuba.<br />
Mas não afugentemos com remo- Também 83 vae tornando urgente<br />
ques os filhos adoptivos de Passos. resolver a questão pecuniaria.<br />
Desde março que as tropas não são<br />
É favorecer o governo, diz-me<br />
remunerada?. A muitos voluntários e<br />
d'alli um homem prudente.<br />
guerrilhas locaes não tem sido feito<br />
Está claro 1<br />
nenhum pagamento<br />
A falta de dinheiro difllculta a compra<br />
Tratemos de favorecer a monar- de viveres, que já não pôde realizar se,<br />
chia, admittindo que ainda pôde ha- como em outros tempos, a credito.<br />
ver um partido monarchico que sal- A miséria da ilha obriga o governo<br />
a sustentar muitos milhares de famíve<br />
isto.<br />
lias, que perderam os seus meios de<br />
Ai, a falta de memoria I<br />
&ubsistencia, quer pelo incêndio dos<br />
engenhos, quer pela paralyzação do<br />
Ai, a falta de vergonha!<br />
trabalho nos campos.<br />
Além d'isso é urgente substituir<br />
x<br />
mulas e cavallos, e bem assim fazer<br />
os abastecimentos indispensáveis para<br />
Nenhum ministro em Lisboa. as operações.<br />
Se a situação não melhorar rapida-<br />
Para onde foram?<br />
mente, pouco efllcazes poderão ser os<br />
Á procura da vergonha.<br />
reforços aue se estão preparando em<br />
Hespanha.<br />
Taes são as impressões em voga.<br />
Cumprindo a minha obrigação de dizer<br />
São alguns mil contos de inde- sempre a verdade, não vacillo em as<br />
transmittir.»<br />
mnização que temos a pagar por<br />
causa do caminho de ferro de Lourenço<br />
Marques.<br />
Que oiro, meus amores.<br />
Protestemos, mas dentro da lei.<br />
Saiu um novo livro do sr. Magalhães<br />
Lima—A <strong>Obra</strong> Internacional.<br />
Internacional, na verdade, copia<br />
auclores de todas as nações.<br />
João de Menezes,<br />
ma esposa e o seu interessante<br />
filho o nosso prezado amigo e concei<br />
tuado banqueiro d'esta cidade, sr<br />
João Teixeira Soares de Brito.<br />
Começam ámanhã os actos do 5.°<br />
anno de. Philosophia. A demora que<br />
tem havido foi motivada pelas duvidas<br />
do conselho da Faculdade sobre se era<br />
ou não obrigatorio o exame de grego<br />
para os alumnos d'esse anno.<br />
O governo respondeu â consulta da<br />
faculdade, dizeudo que não era obrigatorio<br />
esse exame.<br />
O governo austríaco resolveu<br />
adoptar para o seu exercito uma<br />
nova espingarda, em vista do bom<br />
resultado que deram as experiencias<br />
que com ella ultimamente se<br />
fizeram.<br />
O systema d'essa arma é superior<br />
ao da Mauser, sendo mais leves<br />
tanto a arma como os cartuchos,<br />
de modo que cada soldado<br />
pôde levar 130 tiros.<br />
Partiu para a sua quinta de Amares<br />
o sr. dr. Porphyrio Antonio da Silva,<br />
distincto professor da faculdade de<br />
Theologia.<br />
Pediu licença para ir ao extrangeiro<br />
o distincto professor da Escóla<br />
Brotero d'esta cidade, sr. Charles<br />
Lepierre. Vae assistir ao 2.°<br />
congresso de chymica applicada que<br />
se realiza em Paris no fim do corrente<br />
mês.<br />
A Hespanha mandará mais ho- Foi apresentado na egreja da<br />
mens; gastará ainda muito dinheiro. Campello, o revd.<br />
E, a final, ficará sem Cuba. E a<br />
nossa convicção.<br />
Foi offerecido hontem no Porto<br />
um banquete ao ministro das obras<br />
publicas. É assim que se pagam os<br />
serviços importantes que, á custa<br />
dos cofres públicos, elle tem prestado<br />
aos seus amigos e afilhados d'aquella<br />
cidade.<br />
0 Alfredo Ferreira<br />
Lavos, e na de Bobodella, Oliveira<br />
do Hospital, o revd. 0 filho. Tudo o que elle faz é sempre<br />
bem feito.<br />
E, naturalmente, tomou o partido<br />
de Jugules contra mim.<br />
— Que molivo, meu amigo, te<br />
Entrando de improviso na sala<br />
leva a acreditar que foi Jugules<br />
de jantar, senti a porta do aparador<br />
quem comeu a compota? Elle se a<br />
fechar-se bruscamente e surprehendi<br />
tivessse comido dizia-o, não é ver-<br />
ainda o meu pequeno Jugules limdade,<br />
meu Jugules?<br />
pando os lábios á manga do casaco.<br />
—Sim, mamã.<br />
Ao ver-me, Jugules, imprimiu á<br />
Pronunciado este sim mamã, o<br />
sua pbysionomia um ar de candura<br />
tratante olhava-me d'uma maneira<br />
inefável, em que os olhos tinham a<br />
que parecia dizer: «sim, fui eu que<br />
limpidez do azul dos céos.<br />
comi a compota! E logo ainda hei<br />
Quando vejo, porém, o meu pe-<br />
de comer maisl Olha, para ti, fiqueno<br />
apparentar tanta serenidade,<br />
gas.»<br />
tenho logo este presentimento:<br />
Uma discussão violenla se travou<br />
Jugules acaba de fazer alguma tra-<br />
entre mim e Brigitte.<br />
vessura.<br />
Já viram uma leôa, a cujo filho<br />
Sim, mas que faria elle?<br />
impotassem o crime de ter comido<br />
Sem esperança d'uma resposta<br />
compota de ameixas sem licença?<br />
sincera, interroguei Jugules:<br />
No decurso d'esta tempestuosa<br />
— O que é que estavas a fazer?<br />
discussão, uma idêa luminosa me<br />
— Nada, papá.<br />
occorreu de repente:<br />
— Como, nada?<br />
— Sim, exclamei, foi Jugules que<br />
—Não fiz nada, asseguro-t'o,<br />
comeu as ameixas! E vou provar-<br />
papá.<br />
vá-lo.<br />
—Tiraste alguma coisa do apa-<br />
—Ah! meu Deus, exclamou a<br />
rador?<br />
eôa, mas não lhe abrireis o ventre,<br />
— Não tirei nada, papá,<br />
para isso!<br />
—Mas tu fechaste a porta quando<br />
—Não!<br />
eu entrei.<br />
—Sim, papá, fechei-a para evitar<br />
Alguns minutos depois d'esta<br />
que o pó entrasse lá dentro.<br />
scena a sciencia contava mais uma<br />
— Então sempre o abriste?<br />
applicação.<br />
—Não, papá, já estava aberto.<br />
Graças as tubo de Crookes, que<br />
O que mais me incommodava nas<br />
nunca me abandona, e a um accu-<br />
suas respostas, não era tanto a<br />
mulador d'uma energia pouco com-<br />
mentira, bem natural em summa,<br />
mum, photographei Jugules segun-<br />
como o seu olhar zombeteiro.<br />
do o processo de Roentgen para<br />
Conheço bem o meu Jugules<br />
pbotographar os corpos opacos.<br />
quando se apresentar com esse ar,<br />
O cliché confirmou as minhas<br />
nem o proprio Torquemada é capaz<br />
provisões. No estomago de Jugules<br />
de lhe arrancar o segredo.<br />
viam-se distinctamente os caroços<br />
Resolvido a fazer um inquérito,<br />
das sete ameixas que elle tinha en-<br />
examinei o aparador por todos os<br />
gulido.<br />
lados a ver se encontrava vestígios<br />
Animado com a minha descober-<br />
da passagem de Jugules.<br />
ta, quiz confundir o pequeno.<br />
A minhainvestigaçãodurou pouco<br />
Mas elle, muilo ao corrente dos<br />
tempo.<br />
modernos inventos, respondeu-me<br />
Uma compoteira de doce de<br />
cynicamente:<br />
ameixa eslava vazia.<br />
—Para outra vez, quando quizer<br />
As ameixas tinham desappare-<br />
comer alguma coisa que esteja nos<br />
cido, mas o molho escorria ainda<br />
aparadores, hei de faze-lo só de<br />
pelos bordos.<br />
substancias insensíveis aos raios X.<br />
Fácil me era, pois, reconstituir o<br />
Trad.<br />
delicio.<br />
—Jugules, tu comeste as ameixas<br />
que sobejaram do almoço?<br />
Foi apresentado na egreja de<br />
—Não, papá.<br />
Santa Cruz d'esta cidade o revd.<br />
—E eu digo-te, sim!<br />
—E eu assevero-te que não<br />
—Onde estão ellas, então?<br />
— E posso eu sabê-lo? Por acaso<br />
m'as déste a guardar?<br />
Eu amo perdidamente o meu<br />
Jugules, mas penso que para as<br />
crianças obstinadamente mentirosas<br />
é necessário um correctivo.<br />
Ia, pois, castigá-lo quando minha<br />
mulher, attraída pelo barulho, entrou<br />
na sala do jantar.<br />
—Que é isto?<br />
—Foi o Jugules que comeu a<br />
Antonio compota de ameixas e não quer<br />
Alves Ferreira.<br />
confessar.<br />
—Ê verdade, Jugules?<br />
—Não, mamã, não é verdade 1<br />
Consta que entre os papeis do Não fui eu que comi as ameixas:<br />
fallecido conde de Casal Ribeiro fo- que necessidade tinha eu de comêram<br />
encontrados dois estudos polílas<br />
ás escondidas?<br />
ticos em via de conclusão, sendo<br />
um sobre D, Pedro V e outro rela- Brigilte, minha esposa, é d'uma<br />
tivo a Canovas dei Castilho. fraqueza deplorável na presença do<br />
0<br />
Mendes Saraiva, actual prior da Sé<br />
Velha.<br />
Excursão<br />
O lente do Instituto industrial e<br />
commercial de Lisboa, sr. capitão<br />
Dias Costa, vem brevemente ao norte<br />
com os alumnos da sua cadeira<br />
(hydraulica) em missão de estudo<br />
ás obras do Mondego, barra do<br />
Douro, porto de Leixões e doca de<br />
Vianna.<br />
A repartição da industria officiou<br />
já aos respectivos chefes de serviço<br />
para que prestem os auxílios e esclarecimentos<br />
que o referido pro'<br />
fessor e os alumnos necessitarem.<br />
Concluíram os actos no 1.°, 2.°e<br />
3.° anno da faculdade de Direito.<br />
Os do 4.° e 5.° devem terminar na<br />
próxima semana, effeituando-se a<br />
congregação final na sexta feira 01}<br />
no sabbado,
UNIVERSIDADE<br />
Nos dias 17 e 18 de julho fizeram<br />
acto e ficaram approvados os seguintes<br />
alumnos:<br />
Faculdade de Direito<br />
2.° anno—(Economia politica)—Rodrigo<br />
Affonso Alves de Sousa, e Eugénio<br />
Trajano de Bastos Guedes.<br />
3.° anno — Manuel de Lacerda Aranha<br />
Mourão e Albuquerque, Arthur<br />
Ribeiro Lima, Alexandre Braga, Augusto<br />
Cesar Ferreira Gil, e Fausto Guedes<br />
Teixeira.<br />
Houve duas reprovações.<br />
4 ° anno — Simão de Gusmão Corrêa<br />
Arouca, D. Vicente de Paula Gonçalves<br />
Zarco da Camara, Jorge da Silveira<br />
Freire Themudo de Vera, Porphirio da<br />
Costa Novaes, Autonio da Cunha Vaz, e<br />
Bernardo Vellez de Lima.<br />
5.° anno— Manuel Cardoso Baptista,<br />
Manuel Ferrreiaa da Costa Amador Valente,<br />
Manuel Joaquim d'Almeida, Manuel<br />
Joaquim Vieira Júnior, Manuel<br />
dos Passos de Freitas, e Manuel Pinto<br />
Pimentel.<br />
Faculdade de Medicina<br />
1.° anno—Abel Soares Rodrigues.<br />
Houve uma reprovação.<br />
2.° anno— Oscar Pereira Marinho, e<br />
José Pereira Barata.<br />
Faculdade de Mathematica<br />
1 0 anno — Antonio d'Almeida Aze<br />
vedo, Luiz de Brito Monteiro Guimarães,<br />
Carlos dos Santos Natividade, Alberto<br />
da Silveira Rrandão Freire Themudo,<br />
Sebastião José Marques d'Almeida,<br />
José Rodrigues Madeira.<br />
Houve duas reprovações.<br />
3." anno — José Cordoso de Menezes<br />
Martins, Jayme Pinto, José Henriques<br />
Lebre, e Antonio Vasco de Mello Silva<br />
Cesar e Menezes.<br />
Faculdade de Philosophia<br />
3 a cadeira (Physica, {Aparte}<br />
Antonio Aurelio da Costa Ferreira, e<br />
Jo«A Gomes Lopes.<br />
6. a cadeira (Zoologia)— Alfredo Augusto<br />
d'Oliveira Machado e Costa, Rodrigo<br />
de Barros Teixeira dos Reis, An<br />
tonio Alexandre Ferreira Pinto, e Sidonio<br />
Bernardino Cardoso da Silva Paes<br />
Houve duas reprovações.<br />
Curso de pharmacia<br />
2.° anno — João Augusto Monteiro<br />
dos Santos Telles, Francisco da Silva<br />
Amorim, Zeferino Lucas de Moura, e<br />
José Augusto Serra Campos.<br />
Falleceu em Paris o conhecido<br />
escriptor Edmundo Goncourt.<br />
19 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Ã0 DAS GALÉS<br />
XII<br />
Prepara-se o crime<br />
— Então não trapaceaes ao jogo?<br />
— Eu não posso fazer trapaça ao<br />
jogo; quando a faço, perco todo o in<br />
teresse por elle.<br />
— Sois incomprehensivel M. de Villedieu.<br />
—Tendes dinheiro disponivel?<br />
— Tendes garantia para me dar?<br />
— Sim.<br />
•—O quê?<br />
— Dois quadros: um Hobbema e um<br />
Rousseau, um mármore de Pradier, e<br />
alguns bijous deixados por minha mulher.<br />
— Onde encoctrasteis isso?<br />
— No quarto de minha mulher. Pertencem,<br />
como as outras télas que vos<br />
trouxe já. á herança de Durand.<br />
M. de Koellen fez um gesto que significava<br />
: — Tudo isso será verdade,<br />
mas eu não os conhecia.<br />
E accrescentou:<br />
— Trazei esses objectos, eu os examinarei,<br />
e veremos.<br />
— Tenho necessidade do dinheiro<br />
àmanhã.<br />
—•Traiei os objectos âmanhã, ao<br />
meio dia*<br />
Armamento para o Transwaal<br />
O jornal Globe informa que uma<br />
casa francesa recebera do governo<br />
do Transwaal uma encommenda de<br />
300 toneladas de munições de guerra<br />
e de armas diversas, e que d'esta<br />
encommenda 300 toneladas serão<br />
expedidas do Havre em agosto<br />
e setembro, por via de Lourenço<br />
Marques, e que as outras 500 seguirão<br />
em janeiro e fevereiro de<br />
1897.<br />
Por vários amigos de Guerrita<br />
oi offerecido um par de brincos á<br />
sua esposa, que custaram 7:000<br />
pesetas.<br />
Foi fixado em 30 o numero de<br />
zeladores e guardas campestres no<br />
districlo de Coimbra.<br />
BibliograpMa<br />
Kevlita Tlieatral—Publicação quin<br />
zenal de assumptos theatraes, de que são re<br />
dactores os srs. Coitares Pereira e Augusto<br />
de Mello.<br />
O numero que acabamos de receber contém<br />
os seguintes artigos:<br />
Texto—Harry How, (interviw Henri Irvirig<br />
— J. M., Revista dos thatros.— Correspondências:<br />
de Madrid, E. Alonso Orera; de Paris,<br />
Xavier de Carvalho; do Porto, João Pimentel.<br />
— Diderot, Paradoxo. Acerca do comediante<br />
(cont.) —Lecorne, O thealro na sala, Historia<br />
d'um crime (cont.)—Necrologia.—Variedades.<br />
— Gravuras : Henry lrving actor celebre. —<br />
Bibliotheca dramatica, Aicacer-Kibir.<br />
No viu * ima Legislação da Instrucção<br />
Primaria — Coordenada por<br />
Francisco Jo>é Cardoso.—Uni volume contendo<br />
o decreto n.° t de 22 de dezembro de lb94;<br />
o Regulamento e programmas de 18 de junho<br />
de 1896; eas Portarias correlativas ao mesmo<br />
decreto.<br />
Agradecemos o exemplar recebido.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinaria de 9 de julho de<br />
1896.<br />
Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />
Vereadores presentes :—effe.-tivos : bacharel<br />
José Augusto Gaspar de Mattos, José Antonio<br />
dos Santos, Jose Antonio Lucas, Antonio<br />
José de Moura Bastos, Albano Gomes Paes.<br />
Presente o administrador do concelho, bacharel<br />
José Miranda.<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão anterior.<br />
Tomando a camara conhecimento pela correspondência<br />
recebida, de que foi approvado<br />
superiormente o pagamento feito dos vencimentos<br />
das amas dos expostos e das mães<br />
subsidiadas, relativos ao trimestre de janeiro<br />
a março: de que foram approvadas as pereen-<br />
RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />
tagens votadas para o anno futuro, e de ter<br />
sido também approvado o primeiro orçamento<br />
supplementar ao ordinário do corrente<br />
anno.<br />
Auelorisou a acquisição de material diverso<br />
para o serviço das aguas, torneiras e tuba<br />
gens; para a secretaria, impressos e papel ordinário;<br />
para a thesouraria, prégos para papeis;<br />
mangueiras para os serviços da limpeza.<br />
Mandou depositar na caixa geral em confor<br />
midade das disposições legaes a quantia de<br />
339$365 réis em conta da viação municipal.<br />
Mandou pagar ao escrivão de fazenda a<br />
quantia de 100^000 réis, como gratificação arbitrada<br />
pelo governo pelo serviço extraordi<br />
nario de lançamento dos impostos municipaes<br />
para o corrente anno.<br />
Mandou passar licença para apascentamento<br />
de cabras a um proprietário do logar dos Palheiros.<br />
Auctorisou o concerto de dois caixões pertencentes<br />
ao carro funerário.<br />
Attestou acerca de algumas petições para<br />
subsídios de lactação a menores.<br />
Auctorisou os seguintes pagamentos:<br />
Papel, tinta, etc., para as differentes repartições<br />
a cargo da camara no 2.° trimestre do<br />
corrente anno, 631890 réis.<br />
Um filtro de pressão para os paços do concelho,<br />
160780 réis.<br />
Transporte de carvão de pedra pira as machinas<br />
das aguas de Villa Nova de Gaya a<br />
Coimbra, 1790130 réis.<br />
Limpeza da barraca do fiscal do mercado no<br />
1.° semestre do corrente anno, Í044O.<br />
Conducção de finados no cemiterio no 2.°<br />
trimestre de 1896, 400000.<br />
Despachou requerimentos: passando attestados<br />
de comportamento; e auctorisando a<br />
collocação de lettreiros em estabelecimentos<br />
de commercio: o rebaixamento de uma pequena<br />
parte do muro da quinta de Santa Cruz<br />
no ponto em que tira as vistas de uma casa<br />
em Monfarroio; a eollocaçãn d'inscripções em<br />
jazigos no cemiterio da Conchada; a abertura<br />
de um talho em uma loja na rua do Pateo da<br />
Inquisição, observando se as prescripções das<br />
posturas.<br />
Informou uma reclamação ao serviço do recrutamento,<br />
pedindo dispensa segundo o re-<br />
gulamento de 29 d'outubro de 1891.<br />
Ficou sobre a mesa um requerimento de<br />
diversos moradores do logar de Celtas, representando<br />
ácerca da falta d agua que estão soffrendo.<br />
EDITAL<br />
Luiz da Costa e AÍmeida,<br />
provedor da Santa Casa<br />
da Misericórdia de Coimbra<br />
O provedor,<br />
Luiz da Costa e Almeida.<br />
EDITAL<br />
Sociedade Philantiopico-Acaslemica<br />
Premio Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto<br />
O dr. Julio Augusto Henriques, presidente<br />
da direcção da sociedade Philantropico-Académica,<br />
etc.<br />
Faço saber o seguinte:<br />
Tendo a ex. ma sr. a D. Maria Julia de<br />
Sousa Pinto, instituído um premio pecuniário<br />
do valor de 400000 réis, para<br />
ser conferido por esta sociedade, annualmente,<br />
durante a vida da instituidora,<br />
com a designação de «Premio<br />
Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto», a direcção<br />
d'esta sociedade, resolveu, em<br />
sessão de 16 do corrente e em harmonia<br />
com as condições da instituição do<br />
referido premio, abrir concurso documental<br />
entre os estudantes das Faculdades<br />
de Mathematica e de Philosophia,<br />
afim de ser conferido o premio relativo<br />
ao actual anno lectivo (1895 a 1896)<br />
devendo observar-se o seguinte:<br />
1.° — Só poderá ser contemplado o<br />
alumno que provar ser falto de meios;<br />
e que tivfr dado provas de verdadeira<br />
applicação ao estudo, nas cadeiras que<br />
frequente das Faculdades de Mathematica<br />
ou de Philosophia.<br />
2.° — 0 premio será conferido em<br />
concurso documental, preferindo os<br />
alumnos de Mathematica; a esta, seguir-se-hão<br />
os das cadeiras de Physica<br />
(3. a e 5. a de Philosophia); e, na falta<br />
destes, os mais distinctos em qualquer<br />
das cadeiras de Philosophia.<br />
3.®—Não havendo, entre os alumnos<br />
subsidiados pela sociedade, nenhum<br />
que esteja nas condições indicadas,<br />
poderá o premio ser conferido a algum<br />
outro que tenha as exigidas falta de<br />
meios e applicação ao estudo, seguindo<br />
se sempre na preferencia a ordem estabelecida<br />
no n.° 2.°<br />
4.° — Caso a direcção da Sociedade<br />
Phijanlropico-Academica não julgue nenhum<br />
dos concorrentes digno de lhe<br />
ser conferido o premio, será a sua im-<br />
Faço saber que no dia 13 do proportância (400000 réis) depositada na<br />
ximo mês d'agosto, pelas duas horas Caixa Economica Portuguesa e servirá<br />
da tarde, se ha de proceder à arrema- para premiar nos annos lectivos se<br />
tação em basta publica, por meio de guintes os que forem julgados no caso<br />
lecitação verbal, do arrendamento da d'isso.<br />
quinta da Conchada, da Casa de Cêbo,<br />
sita á ribeira de Coselhas, e do autigo 5.°—Os requerimentos, devidamente<br />
Collegio dos orphãos, situada na rua documentados, devem ser remettidos<br />
dos Coutinhos, com os números de ao presidente da direcção da Sociedade<br />
policia, 26, 28 e 30.<br />
Philantropico-Academica, de Coimbra,<br />
As condições da arrematação acham- até ao dia 15 de agosto proximo fuse<br />
patentes na secretaria da Santa turo.<br />
Casa, onde pódem ser examinadas todos<br />
os dias não sanctifiuados desde as 10<br />
horas da manhã até ás 3 da tarde.<br />
Secretaria da Misericórdia de Coimbra,<br />
18 de julho de 1896.<br />
E para constar se mandou lavrar o<br />
presente que eu dr. Luiz dos Santos<br />
Viegas subscrevi.<br />
Coimbra, 19 de julho de 1896.<br />
O presidente,<br />
Dr. Julio Augusto Henriques.<br />
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Os dez primeiros annOs custam<br />
lOOfr,. accrescendo O porte.<br />
Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />
administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />
Koellen apenas ficou só, chamou o rios pacotes de serras para as renovar — Estejam reunidos do meio dia.ao — Um homem de menos, disse.<br />
mordomo e disse-lhe:<br />
à medida que se inutdisassem: des- meio dia e um quarto, disse Villedieu M. de Villedieu saiu e encontrou o<br />
— 0 homem que acaba de sair d'atempéram sempre que cortam no ferro. Ao meio dia preciso M. de Villedieu velho mordomo seguro por os seus hoqui<br />
é o duque de Villedieu; volta áma- — Peço-te que compres em qualquer entrava em casa de M. de Koellen. mens.uhã<br />
ao meio dia e traz uma caixa. parte uma pequena alavanca de aço — Mandae os vossos creados trazer Derramou na bocca d'este dedicado<br />
Todo o tempo que elle aqui estiver, que experimentarás, a fim de verifica- a malla, disse M. de Villedieu, traz as servidor o resto do frasco.<br />
conservar-vos-heis a esta porta de reres que não tenha falhas, e entrega- telas enroladas e a estatua.<br />
0 velho creado esticou o corpo e fiwotver<br />
em punho. Ao primeiro grito, rás tudo isto aos creados. Aqui tendes Logo que a malla chegou, M. de Vilcou immovel.<br />
apparecereis e fareis fogo sobre elle agora quatro bocados da moeda de ledieu, que principiava a fallar de coi- — Deitae os dois cadaveres nos seus<br />
sem mêdo.<br />
cinco francos. Eu guardo o quinto. sas insignificantes, continuou ainda so- respectivos leitos, disse Villedieu, e<br />
— Está bem, senhor, disse o mor- Ainda uma vez e ultima, tens absolubre o mesmo assumpto durante um collocae-os numa posição natural emdomo.ta<br />
confiança nos teus homens?<br />
bom quarto de hora; depois, certo de quanto estão quentes, despi-os e de-<br />
M. de Villedieu tomou um carro e — Sim.<br />
estarem já reunidos os seus cúmplices pendurae a sua roupa numa cadeira<br />
dirigiu-se para o boulevard Montpar — Não obstante, desejo vê-los. Ama- abriu a malla e tirou de dentro duas junto da cama.<br />
nasse, onde entregou a Souffrante o nhã às onze horas e meia no Grand- télas enroladas e um pequeno quadro Os bandidos que faziam de creados<br />
seguinte bilhete:<br />
Café. Até ámanhã.<br />
— Não sei se este pequeno quadro de Koellen cumpriram esta ordem era-<br />
«L., esta noite às 10 horas, G. H.»<br />
tem algum valor?, disse, mostrando-o quauto os outros seguiram Villedieu.<br />
Quando la no carro, passou um len-<br />
XIII<br />
a Koellen.<br />
— Mãos á obra e que se não perca<br />
ço pelo rosto, que tornou a licar na<br />
— Ohl não tem, disse Koellen que, um minuto.<br />
sua côr natural.<br />
Roubo oom arrombamento até aquelle momento, se conservava No gabinete de M. de Koellen, havia<br />
0 cocheiro parando na praça Gail-<br />
seguido de assassinato detraz da sua banca de escriptorio e três grandes cofres fortes.<br />
lon viu sair do seu coupé um sujeito<br />
que deixou essa posição para vir obser — Que raiva! não termos nós as<br />
vestido de preto.<br />
Ás onze horas e um quarto da ma- var a malla.<br />
chaves, disse um dos homens.<br />
— Oh!, exclamou, estarei engana<br />
nhã, ura carro de praça carregado cora — E este?, perguntou Villedieu des — As chaves? imbecil 1, disse Ville-<br />
do ? Volta cocotte. Anda ! Eu estou lou- uma larga e comprida malla parou viando a palha que enchia a malla. dieu. Para que serão necessarias as<br />
co I O viajante que acaba de sair do deante do Grand-Café.<br />
— É uma figura de Jenol, exclamou chaves quando temos gazuas? Mas aqui<br />
coupé não é o que eu tomei, meu M. de Villedieu, vestido com um fato M. de Koellen, afastando-se para traz as gazuas seriam inúteis porque era<br />
Deus!<br />
claro, absolutamente caracterisado Mas a mão forte de Villedieu tinha preciso conhecer a palavra e o segre-<br />
M. de Villedieu dera-lhe uma moeda como na vespera, desceu.<br />
acompanhado o usurário no seu mo do. A melhor em todas as chaves é esta.<br />
de dez francos.<br />
Assentou-se junto d'uma mesa no vimento e apertava-lhe a garganta. E pegando numa broca, poz-se elle<br />
— Por este preço, murmurou o co- terreno onde se juntavam mais quatro Soltou um fraco grito a que respon proprio a fazer um buraco na parede<br />
cheiro, transportaria de boa vontade pessoas, duas das quaes pareciam mui- deu outro mais forte soltado pelo ve lateral do cofre forte, de maneira a<br />
camaleões durante todo o dia.<br />
to jovens e alegres e as outras duas lho mordomo a quem estrangulavam não encontrar as molas da fechadura.<br />
A's dez horas da noite M. Lebigot velhas e alquebradas. Ainda que na no quarto proximo.<br />
Feito o buraco, introduziu a serra e<br />
estava no Grand-Hotei.<br />
verdade os velhos fossem os novo» e M. de Villedieu tirou do bolso o fras- coitou largamente a placa.<br />
M. de Villedieu entregou-lhe aa bro- os novos velhos.<br />
co que lhe entregàra Hermann e ver- — Vôdes como se faz; & obra, ã<br />
cas, as torquezas e pequenas serras Beberam juntos absyntho e separateu nos lábios de M. de Koellen me- obra, pois, grandes madraços!<br />
de aço admiravelmente montadas e váram-se.tade do seu contendo.<br />
[Continua) {
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sit<br />
ira<br />
lie i<br />
«<br />
O centenário da índia<br />
Agitam-se em commissõese subcommissões<br />
os festeiros, para que<br />
a solemnização centenaria da descoberta<br />
do caminho para a índia<br />
ostente os esplendores da evocação<br />
gloriosa d'essa deslumbrante epopeia.<br />
E, não obstante os esforços para<br />
despertar o enthusiasmo nacional,<br />
a alma portuguesa ficará fria perante<br />
essa exhibição vangloriosa e<br />
fatua, que para os verdadeiros patriotas<br />
representa simplesmenteuma<br />
irrisão e um vexame.<br />
A nação comprehenderá que a<br />
recordação d'essa formidável série<br />
de feitos sobrehumanos só servirá<br />
para pôr em doloroso contraste a<br />
lugubre decadencia d'um povo;que<br />
de tanta riquêsa, de tanta gloria,<br />
de tantos sacrifícios e tantos heroísmos,<br />
nada soube aproveitar, porque<br />
tudo entregou á rapacidade insaciável<br />
dos alliados da dynastia.<br />
Que interesses de ordem superior<br />
pôde trazer ao país esta congratulação<br />
internacional, promovi-^<br />
da pela "própria ná:ção, que ,tem rfialbaralado<br />
em loucuras d'uma imbecilidade<br />
cega todos os recursos das<br />
suas conquistas marítimas, que de-<br />
E a pfesença dos seus couraçados<br />
balouçando-se altaneiros nas<br />
aguas do Tejo será a synthese affrontosa<br />
de toda essa festa insensata<br />
!<br />
Porque se trata daquella mesma<br />
Índia que nos foi arrebatada, d'onde<br />
a cubiça e a perfídia do leopardo<br />
britannico tem arrancado montanhas<br />
de ouro; mantendo a supremacia<br />
exploradora, exercendo as<br />
mais inauditas crueldades, roubando<br />
e opprimindo sem consciência e<br />
sem lei, como salteadores ferozes;<br />
assassinando rajahs e nababos e<br />
amarrando com gargalheiras de ferro<br />
á sua voracidade sem fundo os<br />
tantos milhões de súbditos da —<br />
Graciosa Magestadel<br />
Mas a festa segue! Os programmas<br />
serão faustosos, os preparativos<br />
apropriados aos altos desígnios<br />
d'um povo que celébra a sua incapacidade,<br />
ludibrio d'uma dynastia<br />
de reis insensatos e déspotas!....<br />
Na sua proverbial bonacheirice,<br />
a província despejará sobre a capital<br />
alguns milhares de viajantes.<br />
As folhas farão miudamente a reportagem<br />
das iUumina$ões-> dos lautos<br />
1 banquetes, dos bailes da ÍStírte,<br />
dos vivas combinados, dos discursos<br />
e dos roubos. O thesouro<br />
CONTRA OS HUGUENOTES<br />
A sr. a D. Amélia de Orleans,<br />
protectora do movimento de reacção<br />
religiosa que vai lavrando pelo país,<br />
numa carta dirigida ao sr. Bispo-<br />
Gonde lembra os ardilosos preceitos<br />
de captação que abaixo transcrevemos.<br />
Essa carta apparece' publicada,<br />
em completo e inconvenientíssimo<br />
desproposito, num livro recente do<br />
sr. conde de Moucheron ; e o que<br />
sobretudo assombra é o denodo<br />
provocante com que uma confiança<br />
talvez excessiva faz correr inundo<br />
peças d'esta ordem.<br />
Eis um fragmento por amostra:<br />
«—Por isso mesmo que os tempos<br />
são difficeis e perigosos, é necessário<br />
dispor de muita prudência<br />
e reserva em tudo e para com todos,<br />
e tirar ás festas religiosas tudo o<br />
que possa haver nellas de odio e de<br />
ameaça contra os seus adversários.<br />
«Combatei as suas doutrinas;<br />
os processos dissolventes e anarchicos;<br />
mas tratae de o fazer<br />
de tal sorte que em lugar de exasperar<br />
e provocar os, seus fautores;<br />
possaes apasigua-los e chama-los<br />
a vófr, conforme o verdadeiro espirito<br />
christão.»<br />
portavel é imitação. "Com a differença<br />
de que a cabeça emblemática<br />
da Republica, que se vê no meio<br />
impressa a agua, perdeu o nome ao<br />
passar a fronteira e chama-se-lhe<br />
cá Lusitania!<br />
Também já havia notas com a<br />
cabeça de Mercúrio, em bonra do<br />
commercio; agora falta a cabeça de<br />
Medusa, ou antes, a de Midas, em<br />
honra das instituições!<br />
Dr. Amândio Gonçalves<br />
Depois de uma curta visita a esta<br />
cidade, retirou hontem para o Porto,<br />
este nosso particularíssimo correligionário<br />
e distincto professor da<br />
Academia Polytechnica.<br />
Pavorosa<br />
Dizem que falhou a temorosa<br />
maquinação de grande espectáculo,<br />
que estava planeada pelo governo<br />
com o préstimo do juiz Veiga.<br />
Mas, pelos modos, nova carrapata<br />
se anda architectando que promette<br />
ser de maior estrondo e desviar a<br />
attenção publica da eslrumeira governativa.<br />
E o sr. João Franco deitado sobre<br />
a pelle do leão de Nemêa afia o<br />
alfange para decepar a hydra!....<br />
As restaurações artísticas<br />
EM<br />
C O I M B R A<br />
i<br />
Ouçam vv. ex. iS serenamente, que<br />
eu vou fallar baixinho, devagar, sem<br />
me zangar.<br />
Em Coimbra houve sempre um<br />
grande amor pelas velhas coisas<br />
d'arte.<br />
A natureza especial d'esta população<br />
de rapazes cheios de vida,<br />
com a audacia que só dá a mocidade,<br />
faz com que aqui echoem, primeiro<br />
que em outra qualquer parte<br />
do país, as vozes de Fóra. Assim,<br />
Coimbra tem sido sempre o ponto<br />
de partida dos grandes movimentos<br />
revolucionários da nossa litteratura;<br />
daqui tem saído sempre o<br />
primeiro grito de admiração pela<br />
obra dos mais novos, dos que tentam<br />
quebrar a rotina e andam pelo<br />
mundo, num desprezo de velhas<br />
aucloridades, a prégar em arte uma<br />
nova religião.<br />
publico dispenderá 1:000 conviam<br />
ser a garantia segura da sua tos, que desapparecerão nas mãos<br />
prosperidade e da sua grandêsa! ? sequiosas dos emprasarios insaciá-<br />
As riquêsas da índia e todo o paveis. Os côches do paço, levando os<br />
trimónio colonial português passa- preciosos fardos, reluzirão por enram<br />
ás mãos da Inglaterra que, destre as baynetas das guardas reaes!...<br />
de dois séculos e meio, abraçada á<br />
realêsa não pára na sua obra ne-<br />
E de toda esta vertigem de folia<br />
fasta de absorpção.<br />
não restará aos olhos dos circums-<br />
Para que serve, — um país insopectos<br />
mais do que um facto únilúvel<br />
em face dos crédores, incapaz<br />
co :•*— a confirmação implacavel da<br />
dos fortes embates da existencia,<br />
desgraça d'um povo, sem iniciativa<br />
atrophiado, frouxo, batido e castra-<br />
e sem alma, que facilmente se deido<br />
para a civilização, — para que<br />
xa embriagar para não sentir as dô-<br />
serve, dizemos, dispender sommas<br />
res da sua completa ruina!<br />
incalculáveis com este novo regabofe<br />
de vaidades contemplativas, de<br />
um platonismo ridiculo neste pe- Dr. Guilherme Moreira<br />
ríodo de calamidades publicas, que Acompanhado de sua ex.<br />
vamos atravessando!<br />
E a redundancia exorbitante de<br />
uma banalidade faustosa, que ultrapassa<br />
a esphera das applicações<br />
rhetoricas, onde até ha pouco se<br />
mantinha: — a apotheose do nosso<br />
passado de glorias!<br />
Ora a esse conceito oratorio temse<br />
contraposto a ficção idiota da<br />
— aíliança inglêsa, penhor da nossa<br />
independencia t<br />
E a Inglaterra, senhora do grande<br />
emporio das índias — para vergonha<br />
nossa!— far-se-ha representar,<br />
adherindo aos enthusiasmos<br />
portuguêses,<br />
ma O povo, o operário de Coimbra<br />
é mais illustrado que o de qualquer<br />
Borrasca em Moçambique das outras cidades do país. Tem a<br />
O ministério vive fatidicamente<br />
educação fácil nas escholas d'in-<br />
Nesta carta pastoral a sr. D. apertado em conflictos que elle vae strucção primaria, na Associação dos<br />
Amélia falia pela bocca de Loyola illudindo, cercando-se dos véos es- Artistas, e recebe na Eschola Bro-<br />
e até ensina o padre-nosso ao cura! pessos de impenetrável sigillo. tero a educação artística que lhe é<br />
Parece incrível que uma princeza Agora é a desintelligencia entre dirigida por Antonio Augusto Gon-<br />
esteja tão bem iniciada nos artifícios Mousinho de Albuquerque e o goçalves, sem duvida o primeiro provernador<br />
da Companhia de Moçam-<br />
dá monita secreta!<br />
fessor d'ensino industrial em Porbique<br />
Joaquim José Machado. E o<br />
Ora pois, que se lhe não depare governo vê-se entalado, sem saber<br />
tugal.<br />
algum revez,que obste ao fervor da que solução adoptar, porque os dois Por isso o operário de Coimbra<br />
sua propaganda ultrmontana, é o persistem refractários a todas as se interessa, mais até que os nossos<br />
que por agora se nos offerece dese- tentativas de conciliação.<br />
ministros d'instrucção, pelas obras<br />
jar-lhe.<br />
Ante-hontem repeliram-se as con- mutiladas que o acaso lhe depara.<br />
ferencias entre os ministros da fa-<br />
E é de vêr a alegria com que elles<br />
zenda e da marinha, indo aquelle<br />
depois a Cascaes conferenciar com<br />
interrompem o trabalho para cha-<br />
Único!<br />
o rei.<br />
marem alguém que passa, e elles sa-<br />
Os jornaes de Lisboa vem tro- Hontem conselho de ministros. bem conhecer de coisas d'arle, para<br />
çando um mestre d'obras e um com- Chovem telegrammas e officios: lhe mostrarem, o capitel, o fragmenpositor<br />
typographico que por lá an- um aguaceiro de metter mêdo! to de fuste ou destatua, a inscridam,<br />
commissionados pela imprenpção<br />
mutilada que o acaso lhe desa<br />
da Universidade, a estudar o Exposição Universal parou ao abrirem uma valia, ou ao<br />
melhor processo decavalletes actual-<br />
de 1900<br />
desfazér uma parede velha.<br />
mente adoptados.<br />
Se isto não é uma blague dos O governo fez a communicação Juntam-se todos a perguntar se<br />
fami- nossos collegas da capital, ou um official de que Portugal tomaria par- tem valor, e faliam d'outras pedras<br />
lia partiu ante-hontem para o'Bus- remoque a um par de narizes que te na grande exposição. assim que elles viram em outras<br />
saco este nosso querido amigo e il- tomaram de arrendamento um ex- Custou a decidir-se. Mas o que<br />
partes, e talvez se encontrem ainda.<br />
lustre director da Resistencia. ministro d'estado e um banqueiro é necessário é que se não repitam<br />
muito em evidencia, é tudo quanto os conflictos que em 1889 se de- Nunca se sabe quem fez o acha-<br />
de mais piccaresco conhecemos. ram entre os delegados porluguêdo. Foram todos.<br />
O ministro das obras publicas, Uma commissão para estudar cases, porque estas desintelligencias A gente pára, vê e agradece.<br />
vulgo o Lyrio pendente, proferiu um valletes!.-..<br />
só servem para nos desacreditar e No dia immediato passa a gente<br />
discurso num banquete politico no<br />
compromelter a nossa representa- de novo e pergunta pela pedra. Está<br />
palacio de crystral.<br />
ção.<br />
Explanou o programma do go-<br />
já em alvenaria, na parede. 0 di-<br />
A belleza das notas Demais foi á ultima hora que as<br />
verno para levar o país á gloria; e<br />
iniciativas accordaram e tudo se<br />
rector da obra mandou-a partir, e<br />
com o estomago repleto disse mara- A Gasa da Moeda com os seus ressentiu d'essa precipitação deplo- quando elles timidamente lhe disvilhas<br />
da nossa situação economica: hábeis artistas está atirando á cirrável, não obstante as sommas enorséram que alguém passára, a vira e<br />
—O país nada em Champagne e culação notas, que, como obras de mes que foram dispendidas. affirmára que tinha valor e devia<br />
abarrota de pigeons au trujfes, fileis arte, dão vontade de rir.<br />
E isto o que tem acontecido em ser guardada, gritára furioso:—Já<br />
hors d'oeuvre, e patê de foie gras I Nos padrões não ha espirito; as todas as exposições em que Portu- disse. D'aqui não sáe nada para fóra!<br />
O único perigo que o ameaça é côres são destemperadas e brigangal se tem feito representar, graças<br />
a indigestão!<br />
les.<br />
a este desleixo num assumpto de Elles quebram a custo o capitel,<br />
Dizem as folhas que filiou como Nas ultimas notas de 10$000 tal gravidade para os interesses e ou fuste que encontraram tão ale-<br />
Gladstone!..,<br />
réis, tão elogiadas, o que ha de sup- os créditos do país!<br />
gres, ,,
Neste meio excepcional, andavase<br />
fazendo uma obra excepcional,<br />
a primeira das restaurações do país,<br />
a restauração da Sé Velha, a única<br />
que em Portugal tinha um caracter<br />
artístico bem accenluado, a única<br />
em que sempre se via o respeito<br />
por aquella extraordinaria obra de<br />
arte; restauração emprehendida pelo<br />
sr. Bispo-Conde, que parece ter<br />
herdado com a dignidade a magnificência<br />
dos antigos prelados de<br />
Coimbra, possuir o mesmo amor<br />
pelas obras darle e que soube com<br />
uma consciência antiga escolher<br />
para dirigir a sua obra querida,<br />
Antonio Augusto Gonçalves, um artista<br />
modesto, um contemplativo,<br />
um santo da Religião santa da<br />
Arte.<br />
Empenhada na mesma restauração<br />
andava sua mageslade a rainha<br />
sr. a D. Amélia, e ia tudo bem. Preoc<br />
cupados pela obra nem se viam.<br />
Como os operários no trabalho ninguém<br />
conhecia a mão que ajudava<br />
Andava-se alegre neste emprehendimento,<br />
quando appareceu com<br />
veleidades de restaurador o sr. dire<br />
ctor das obras publicas de Coimbra,<br />
homem que tóda a gente reconhecia<br />
sem saber e sem competência<br />
artística.<br />
Entrára por ser director das obras<br />
publicas, para administrar o dinheiro<br />
que o governo concedia; viera sem<br />
Para conter as demasias e os<br />
enthusiasmos mentirosos da imprensa<br />
governamental, que não cessa<br />
de exaltar os prodígios administrativos<br />
devidos a esta situação, diz<br />
um nosso collega do norte:<br />
«As litographias allemãs, fabricando<br />
sem conta, pezo ou medida o dinheiro<br />
nacional, permittiram que o estado,<br />
que ao Banco de Portugal devia apenas<br />
em 1890 uns 8:000 contos, elevasse<br />
a sua divida ultimamente a uns 38:000<br />
contos; que se arranjaram uns 7:000<br />
conlos substituindo as obrigações dos<br />
tabacos, empenhadas no banco emissor<br />
em 1891, portitulos de divida publicai»<br />
E afora outros recursos, cujas<br />
origens são por emquanto desconhecidas,<br />
mas que devem apparecer<br />
um dia com bem dolorosa surpreza<br />
para o país!<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
Carta de Lisboa<br />
Se o director não vê, escondem-o, surava, diziam-lhe que sim que se<br />
Exposição de Calligraphia gularidade dos serviços da sua com-<br />
e vêm de noite trazê-lo a nossas ia fazer como elle mandava, e iam<br />
petência, cessa, desde o dia 1.° de<br />
Esta exposição inaugurada du-<br />
casas, e assim salva o artista hu- fazendo como lhes lembrara e o sr.<br />
agosto proximo, o abono de quaesrante<br />
as ultimas festas, e que está<br />
milde o que o director mandára des- director approvava.<br />
Lisboa, 21 cie julho de 1896.<br />
quer gartificações que, por despa-<br />
aberta ao publico na sala do Athe<br />
truir.chos<br />
anteriores, tenham sido conce-<br />
Se alguém fallava ao sr. director O caso da chacota em Lisboa neu Commercial representa uma tendidas para serviços extraordinários<br />
o sr. director repetia sempre o o banquete do Palacio de Crystal tativa apreciavel, como o são todos das alludidas repartições, ou que<br />
Lá para o Tovim, Santo Antonio mesmo estribilho : — Eu não sei Consideram-no um acto de pura ga-<br />
os esforços que visam ao aperfei- tivessem por fundamento a falta de<br />
dos Olivaes e outros logares pequeçoamento<br />
da educação geral.<br />
nada, quem mandou foi o Gonçalves. lopinagem e houve quem se admi-<br />
pessoal para a regularidade dos res-<br />
A exposição, assás modesta pe<br />
nos que sorriem brancos na verdu- Se o Gonçalves recusava tomar rasse de no fim não ter havido a<br />
pectivos serviços.<br />
las dimensões, tem trabalhos que<br />
ra negra dos pinhaes, terras em que a responsabilidade do pedreiro, o distribuição de prémios aos votan se recommondam e sobretudo uma<br />
habitam pedreiros, encontram-se sr. director èeixava passar a occa- tes.<br />
vigorosa intenção de utilidade prá- Nova Associação<br />
por vezes em casas humildes e essião e dizia-nos baixinho, a sós: Mas houve melhor segundo ditica. A collecção de escriptas das<br />
treitas, no sitio de mais luz, em nada! Eu d'ora ávante vou exigir zem. Foi a reclamação do guarda-<br />
escolas e de transformação rapida Vai fundar-se em S Martinho d
ifle contra o valente cobecilba, deixando,<br />
incólume quasi por milagre!<br />
Os guerrilheiros de Calixto Garcia<br />
desforçaram-se então, como era<br />
natual, do attentado, fuzilando o<br />
criminoso sem demora.<br />
x<br />
Desertou do Camagiiey o tenente<br />
do exercito hespanhol, D. Salvador<br />
Fernandes Barreto, que fazia parte<br />
de uma guerrilha de Affonso Vlll.<br />
x<br />
Um jornal madrileno declarou<br />
ha dias, que, para evitar as continuas<br />
carrapatas das informações<br />
officiaes sobre a guerra de Cuba,<br />
ia abrir uma secção de informações<br />
particulares que posessem o publico<br />
ao corrente dos verdadeiros successos<br />
que ali occorressem.<br />
Parece-nos, porém, que pouco se<br />
melhorou se é que a tal respeito se<br />
não peorou.<br />
Ora vejam:<br />
«Havana, 24 de junho—No dia<br />
16 de março ultimo, uma pequena<br />
secção composta de dez soldados e dez<br />
guardas saiu de Yabucito em busca<br />
dos insurrectos. Á frente da força<br />
animoso e sereno marchava o tenente<br />
Rodriguez, dispostos a luctar com<br />
forças que eram o triplo das suas; e<br />
com certeza da Victoria grilava.—«Um<br />
soldado espanhol vale bem por tres<br />
insurrectos».<br />
Meia hora depois, cada um d'aquelles<br />
bravos luctava contra 100 insurrectos<br />
1 !»<br />
Querem-nos melhores?<br />
x<br />
O que de verdade por lá se passa:<br />
Dizem da Havana ao New York-<br />
Herald que uma columna hespanliola<br />
contando dois mil homens ás<br />
ordens do general Suarez Inclan foi<br />
attrahido a uma embuscada por Antonio<br />
Maceo que lhe inflingiu uma<br />
derrota sanguinolenta no dia 15 de<br />
julho p. p. em Pinar dei Rio.<br />
Os hespanhoes perderam quatorze<br />
officiaes e trezentos homens em<br />
mortos e feridos. Corre até o boato<br />
que o general Inclan ficou presioneiro<br />
e é guardado como refem.<br />
De Madrid ha um telegramma<br />
desmentindo esta informação. No<br />
entanto, a edição do New York-He-<br />
rald de Paris, affirma este feito de<br />
armas dos revolucionários.<br />
2° Folhetim da RESISTENCIA<br />
x<br />
Segundo noticias officiaes transmitidas<br />
de Cuba pelo general Wey<br />
ler, houve um feito d'armas importante<br />
em que o batalhão de Wald-<br />
Rás colheu os louros da victoria.<br />
N'um logar denominado Sitios<br />
Nuevos, Matanzas, foi batida e derrotada<br />
a partida do cabecilha Varona,<br />
que se compunha, ao que dizem<br />
as noticias officiaes, de 2:000<br />
homens.<br />
Houve de parte a parle empe<br />
nhada lucta, acabando pela retirada<br />
dos rebeldes que deixaram muitos<br />
mortos e feridos, que fizeram tam<br />
bem nas tropas fieis muitos estragos.<br />
O sr. Antonio Gomes da Fonseca<br />
Godinho, digno e intelligente 2.° aspi<br />
rante da Repartição de fazenda dis<br />
rictal, foi promovido por concurso aos<br />
togar de 1.° aspirante.<br />
Os nossos parabéns.<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
Os operários da fabrica de lanifícios<br />
dos srs. Peig-Planas & C. a , que são<br />
numerosos, vão organisar uma phylar-<br />
monica.<br />
Por entre as lôas que o sr. ministro<br />
das obras publicas foi cantar ao Porto<br />
para adormentar os ingénuos, com o<br />
gáudio dos dilectos da cornucopia or<br />
çamental, figuram os milagres financeiros<br />
do actual ministério.<br />
Segundo a cantata, atravessamos<br />
uma quadra phenomenal de venturas<br />
dilatadas, sem uma nuvem perturbadora<br />
no horisonte.<br />
Occorrendo a estes desvaneios pergunta<br />
uma folha de Lisboa:<br />
Com que conta o governo paro custear<br />
as despezas ordinárias, aggravadas<br />
com as despezas de viagens e fes-<br />
tas dos ministros, e com o augmento<br />
de empregadagem, incluindo os commissarios<br />
régios?<br />
Com que conta para despezas de<br />
expedições e de guerras no ultramar?<br />
Com que conta para as despezas com<br />
o Centenario da índia, que, bem feitas,<br />
se elevarão a milhares de contos?<br />
Com que conta para pagar a indemnisação<br />
aos herdeiros de Mac Murd,<br />
que se elevará talvez a uma dezena de<br />
milhares de contos, e terá de ser paga<br />
nos primeiros mezes de 1897 ?<br />
Com que conta para pagar o coupon<br />
de outubro do anno corrente, e de janeiro<br />
do anrio proximo?<br />
Note-se que tudo isso são pagamentos<br />
em oiro, e lembrem-se que ainda<br />
ha pouco o governo se viu em sérios<br />
embaraços para pagar leiras vencidas<br />
ern Londres e para o pagamento do<br />
coupon externo.<br />
UNIVERSIDADE<br />
Nos dits 20, 21, 22e 23 dejulho fizeram<br />
acio e ficaram approvado» os seguintes<br />
alumnos:<br />
Faculdade de Direito<br />
4 0 anno —Antonio Lopes da Silva<br />
Garcez, José Augusto Diniz, Theodoro<br />
da Fonseca Mesquita, Augusto Cesar<br />
de Moraes Sarmento, e Julião de Senna<br />
Sarmento.<br />
Houve duas reprovações e terminaram<br />
os actos neste anno.<br />
5.° anno— Manuel da Silva Mendes,<br />
Maximiano Maria d'Azevedo Faria, Plínio<br />
Gomes Vianna, Rufino Cesar Osorio<br />
Júnior, Sebastião Ferreira de Carvalho,<br />
Venâncio Jacintho Deslandes Correia<br />
Caldeira, Antonio de Prado de Sousa<br />
Lacerda, Miguel Carneiro, e Manuel<br />
Bento da Rocha Peixoto.<br />
Faculdade de Medicina<br />
1.° anno — Albino Joaqu,m Gomes,<br />
Fernando Pinto d'Albuquerque Stockler,<br />
Luiz da Cruz Navega.<br />
Terminaram os actos neste anno.<br />
Houve exames de pratica.<br />
Faculdade de Mathematica<br />
1.® anno—Alberto da Silveira Brandão<br />
Freire Themudo. Apparicio Rebello<br />
dos Santos, Francisco Martins Grillo,<br />
Delphim Miranda.<br />
Houve uma reprovação.<br />
Faculdade de Philosophia<br />
6. a cadeira (Zoologia) — Camillo Augusto<br />
dos Santos Rodrigues. Houve uma<br />
desistencia e terminaram os actos n'esta<br />
cadeira.<br />
5.° anno—7." e 8. a cadeiras (Mineralogia<br />
e Anthropologia)—Antonio Maria<br />
Vellado Alves Pereira da Fonseca, Jayme<br />
Constantino Fernandes Leal e José<br />
Henriques Lebre, e João Alexandre<br />
Lopes Galvão.<br />
A faculdade de Mathematica reunida<br />
em congregação final conferiu as seguintes<br />
classificações aos seus alumnos:<br />
1.° anno — Premio: Auselmo Ferraz<br />
de Carvalho.<br />
1accessit sem gradação—D. Manuel<br />
d'Assis Mascarenhas e Pompeu de Meyrelles<br />
Garrido.<br />
2.° accessit — Alexandre Alberto de<br />
Sousa Pinto.<br />
Distincto — Antonio Taveira de Carvalho.<br />
2.° anno — 1.° accessit: Eujeno Trajano<br />
de Bastos Guedes.<br />
2.° accessit— Pedro Paulo Bon de<br />
Sousa.<br />
Distincto—Rodrigo Affonso Alves de<br />
Sousa.<br />
3.° anno—1.° accessit: D. Domitlilla<br />
Hormisinda Miranda de Carvalho.<br />
2.° accessit sem grada cão—João Ale<br />
xandre Lopes Galvão e José Luiz d'Andrade<br />
Mendes Pinheiro<br />
Distincto—José Augusto Lobalo Guerra.<br />
4 ° anno—Premio : Sidonio Bernardino<br />
da Silva Paes.<br />
5.° anno — accessit: Pedro Joyce Diniz.<br />
Informação do bacharel que concluiu<br />
a sua formatura nesta faculdade no<br />
prasente anno lectivo: — Pedro Joyce<br />
Diniz, M. B. com 16 valores.<br />
A congregação mixta das faculdades<br />
de Mathematica e Philosophia reunida<br />
hoje, deliberou coilocar nas seguintes<br />
classes (l. a e 2. a ) os alumnos que nos<br />
annos lectivos abaixo designados con<br />
cluiram os tres primeiros annos do<br />
curso preparatório para a Escola do<br />
Exercito:<br />
1894 a 1895 — l. a classe. — Jorge<br />
Soares Pinto Mascarenhas, Luiz Vasques<br />
da Cunha Braamcamp de Mancellos.<br />
2. a classe.—Alfredo Balvuino de Seabra<br />
Júnior.<br />
1895 a 1896 — t . a classe. — Carlos<br />
Braamcamp Freire, Carlos de Oliveira<br />
Brandão Freire Themudo, Francisco<br />
Barbosa Falcão d'Azezedo, João Ale-<br />
xandre Lopes Galvão, Joaquim da Silveira<br />
Malheiro, José Augusto Lobato<br />
Guerra, José Carlos de Barros, José<br />
Henriques Lebre, José Luiz d'Andrade<br />
Mendes Pinheiro.<br />
Foi inaugurada no domingo a linha<br />
telegraphica entre Coimbra e Miranda<br />
do Corvo.<br />
O relogio dos chinas<br />
O gato é o relogio do aldeão chinês,<br />
chronometro vivo, invariavel,<br />
que nunca necessita de ir ao relojoeiro.<br />
Todo o mundo sabe que a pupila<br />
das raças felinas se contrahe durante<br />
o dia e se dilata durante a<br />
noite; mas parece que as dilatações<br />
e contracções seguem com tal regularidade<br />
durante as horas do dia,<br />
que um individuo qualquer, pôde<br />
por estes signaes conhecê-las; pela<br />
manhã a pupila é oval, da manhã<br />
ao meio dia restringe o seu diâmetro<br />
até a tornar-se numa simples<br />
linha, e do meio dia á tarde volta<br />
a tomar insensivelmente a fórma<br />
oval, e de noite torna-se redonda.<br />
O aldeão chinês regula-se por<br />
este quadrante natural; o olho do<br />
seu gato.<br />
A economia d'este relogio é incontestável.<br />
Sociedade Philantropico-Academica<br />
EDITAL<br />
O dr. Julio Augusto Henriques, presidente<br />
da direcção da sociedade Philantropico-Academica,<br />
etc.<br />
Faço saber o seguinte:<br />
1.° Em harmonia com a deliberação<br />
da Direcção tomada em sessão de 16<br />
do corrente, os socios que, durante o<br />
anno lectivo corrente foram subsidiados<br />
por esta Sociedade, devem, até<br />
ao dia 8 de outubro, proximo futuro,<br />
provar perante esta Direcção que concluíram<br />
com bom êxito os seus trabalhos<br />
escholares; e que continuam nas<br />
condições de falta de meios e bom<br />
comportamento exigidas pelos estatutos.<br />
Qualquer dos subsidiados que perdesse<br />
o anno deverá justificar os motivos<br />
da perda d'anno, junctando egualmente<br />
documentos de pobreza e bom<br />
comportamento.<br />
2.° Os socios, não subsidiados no<br />
actual anno lectivo, que pretenderem<br />
sêl-o no anno lectivo de 1896-1897<br />
devem assim requerel-o á Direcção até<br />
ao dia 30 de setembro prorirao futuro,<br />
para serem attendidos caso haja logar<br />
a isso.<br />
Quaesquer requerimentos neste sen-<br />
tido devem ser instruídos com<br />
a) attestado de pobreza;<br />
b) documentos de bom comportamento;<br />
c) documentos de bom aproveitamento<br />
litterario;<br />
d) recibo da ultima prestação de<br />
socio ou declaração do secretario que<br />
o substitua.<br />
3.° Os requerimentos e documentos<br />
a que se referem os números precedentes<br />
devem ser remettidos, ao secretario<br />
da Direccão, rua dos Militares, 2<br />
Coimbra.<br />
E para constar se mandou lavrar o<br />
presente que eu Augusto Cymbron<br />
Borges de Sousa, servindo de secretario,<br />
subscrevi.<br />
Coimbra, 20 de julho de 1896.<br />
0 presidente da Direcção,<br />
Dr. Julio Augusto Henriques.<br />
Declaração<br />
Commissão promotora do encerramento<br />
das lojas aos domingos, declara,<br />
para os devidos effeitos, que não é auctora<br />
do communicado inserto no Defensor<br />
do Povo de domingo ultimo, e<br />
desconhece por completo o seu verdadeiro<br />
auctor.<br />
Declina por este meio a responsabilidade<br />
que poderiam attribuir-lhe, mantendo-se<br />
em silencio.<br />
Aproveita a occasião para agradecer<br />
aos srs. commerciantes que attenderarn<br />
o seu pedido, que renova.<br />
Coimbra 23 de julho de 1896.<br />
A commissão.<br />
Despejados os cofres tiraram tudo do o ultimo de nós tiver desappareci- Souffrante e ahi recebi este bilhete de meiro andar. Penetrou no quarto e<br />
de dentro da caixa que Villedieu troudo, os criados largaram as suas librés Comard em que me annuncia que o collocou-se atraz da porta.<br />
xera, e, esvasiando os estojos, mette- e partirão também.<br />
segue, e não é o Comard que o larga- — Sois vós?, repetiu M.<br />
ram dentro da caixa as jóias e pedras M. de Villedieu, fez-se conduzir ao rá de vista,<br />
JOÃO DAS GALÉS dobrando e amassando tudo de modo caminho de ferro do Havre. Collocou a — Aquella carruagem que está lá<br />
a caber lá a maior quantidade de ob- malla entre as bagagens; mas, depois, em baixo é para nós ?<br />
ectos possível.<br />
fingindo não poder partir ainda, fez — Sim.<br />
XIII<br />
Villedieu passou em seguida ao sa- conduzir novamente a malla para o — Vós, disse dirigindo se aos seus<br />
Roubo com arrombamento lão. Tomou os Delacroix, o Ingres e o carro que o transportou á gare do homens, seguir-nos-heis, e, emquan-<br />
seguido de assassinato Chiffla, sobre os quaes M. de Koellen Nord. Ahi fez o mesmo manejo e parlo vos não chamar, conservar-vos-<br />
lbe tinha emprestado dinheiro, tirou tiu para o Grand-Hotet.<br />
heis fóra do muro do jardim de vigia.<br />
Atacavam os cofres. Uns furavam e ainda mais algumas telas de mestre, — Eis aqui uma historia divertida, Tu, Lebigot, acompanhar-nos-has de-<br />
os outros serravam. Durante hora enrolou-as, metteu-as na malla, e dis- disse o cocheiro para o moço do hopois, subindo para o lado do cocheiro,<br />
e meia, estes homens trabalharam, se aos seus homens:<br />
tel que veiu buscar a malla. Carreguei ao qual contarás a historia d'um ra-<br />
sem pronunciar uma palavra.<br />
— Machucae os objectos de ouro e um viajante branco e descarrego um pto amoroso e impedí-lo-has de fazer<br />
Quando pararam, as lampas dos co- enchei com elles os espeços vazios. negro.<br />
qualquer signal aos policias; se elle<br />
fres fortes tinham buracos que permit- Um dos homens atou uma corda a<br />
não fôr bom batedor prometter-lhe has<br />
tiam tirar de lá o que se encontrava um cofre, e enrolando com ella os ob-<br />
XIV<br />
cem francos que lhe entregarás prom-<br />
nos differentes compartimentos. ,ectos de ouro, fez uma especie de<br />
O rapto<br />
ptamente. Eu descerei na rua Guènè-<br />
No momento em que os seus com- jarras com que acabou de encher a<br />
gand, tu seguirás na sua companhia<br />
panheiros começaram a tirar dos co- malla. Villedieu fechou-a com cuidado M. de Villedieu, metamorphoseando- ainda por um certo tempo. Amanhã,<br />
fres, os estojos com differentes peças e apertou as correias.<br />
se novamente, chegou em pouco tem- virás passeiar debaixo das janellas do<br />
de ourivesaria Villedieu soltou um gri — Depois, disse aos dois creados : po ao aqueducto d'Arcueil, onde en- meu quarto da rua Mazarine. Eu cha-<br />
to de raiva.<br />
— Ide coilocar essa malla na carcontrou Lebigot e os seus companheimar-te-hei. Acabava de encontrar outros pequeruagem que está lá em baixo.<br />
ros.<br />
— É aqui a casa, disse Lebigot.<br />
nos cofres que não cabiam por os bu- "—Pesa bastante!, disséram os dois — Qual é, perguntou elle a Lebigot, — A fechadura é difficil de forçar?<br />
racos feitos. Era preciso alarga-los, por- creados.<br />
a senha do amante de minha mulher? — Não para nós, disse Lebigot tique<br />
Villedieu tinha a certeza de que as — Nada receieis, a malla é sólida. — Elle entra no jardim, respondeu rando uma gazua do bolso.<br />
pedras mais preciosas eslavam dentro Elles levaram a malla e puzeram-na Lebigot, atira uma pedra ás vidraças do — Tu é que has de fazer o signal,<br />
d'elles.<br />
na carruagem que a tinha trazido. primeiro andar que ordinariamente es- disse Villedieu.<br />
Foi-os abrindo á medida que iam — Parece que augmentou de peso, tão entre-abertas e diz:<br />
Entraram no jardim como se esti-<br />
saindo.<br />
disse o cocheiro.<br />
— Sou eu. — Ouve-se descer uma vessem em sua casa.<br />
Estavam com effeito cheios de pe- — Recebereis as vossas partes antes pessoa. Elle colloca-se á pprta. A mu- Lebigot fez o signal debaixo da- jadrarias.<br />
de quinze dias, disse Villedieu diriginlher pergunta ainda: — Quem está lá? nella e voltou para a porta.<br />
Dentro d'um dos cofres encontrou do-se aos seus homens; ide esperar-me — Elle responde :—Sou eu, abri,— e M. de Villedieu entretanto subiu pela<br />
100:000 francos em moeda de oiro no aqueducto d'Arcueil com uma boa depois entra.<br />
janella. Logo que viu desapparecer a<br />
que os ladrões dividiram entre si im- carruagem. Devemos sair d'aqui pela — Gribeauval está lâ?<br />
lufc do quarto, agarrando-se ás trepamediatamente,<br />
mesma ordem por que entramos. Quan- — Não. Á vinda, passei por casa da deiras, subiu como um gato até ao pri-<br />
me de Villedieu<br />
antes de abrir a porta da casa.<br />
E quasi ao mesmo tempo accrescentou:<br />
— Oh I não é a sua voz I e sem<br />
abrir, voltou ao seu quarto esclamando:<br />
— Quem será?<br />
— Eu, disse M. de Villedieu.<br />
Surpreza, espantada, a duquèsa soltou<br />
um grito terrível e caiu no chão.<br />
— Perfeitamente, murmurou M. de<br />
Villedieu, uma mulher desmaiada é<br />
bem mais fácil de transportar.<br />
Passou uma vista d'olhos sobre o<br />
que o cercava.<br />
— Não estava mal installada aqui.<br />
Depois perguutou a si proprio:<br />
— Estarão aqui as suas jóias?<br />
Em poucos minutos percorreu toda<br />
a casa e rebuscou todos os moveis.<br />
— Não, disse, ella tomou as suas<br />
precauções.<br />
E voltou para junto de sua mulher.<br />
— 0 fresco e o ar livre fa-la-bão<br />
voltar a si, é necessário evitar que ella.<br />
grite.<br />
Fez com o lenço de batiste da duqueza<br />
uma bola e metteu-lh'a na bocca,<br />
— Ê a melhor das mordaças, diâse<br />
elle.<br />
Embrulhou cuidadosamente sua mulher<br />
num chaile.<br />
—Eis aqui o melhor dos laços. Assim<br />
não se debaterá nem gritará.<br />
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riiriPT»tn
N.° 150 COIMBRA—Domingo, 26 de julho de 1896 2.° ANNO<br />
Às pavorosas<br />
Desde muito se nota que o governo<br />
alimenta intenções sinistras<br />
de repressão. Os pruridos de despotismo<br />
sem mascara e .sem peias<br />
alvoroçam-lhe o sangue.<br />
E nas suas visões de epileptico<br />
o sr. João Franco exulta nos anlegosos<br />
de suspensões de garantias,<br />
golpes d'estado, chacina das multidões<br />
inermes, proscripções aos milhares<br />
e o terror do seu nome a<br />
echoar na historia num clamor de<br />
imprecações I<br />
Desvaira,imaginando a sua mão<br />
pesada de luctador omnipotente e<br />
de grande estadista a suffocar todas<br />
as aspirações revolucionarias e todos<br />
os germens de resistencia aos excessos<br />
d'essa situação absurda e burlesca<br />
1!...<br />
x<br />
Muito bem!<br />
Se é certo que vae reabrir-se o<br />
periodo das perseguições e decretar-se<br />
o extermínio dos sectários das<br />
doutrinas anti-monarchicas, curvemo-nos<br />
submissos, e aguardemos<br />
a investida das féras, resignados<br />
e fáceis, como outr'ora, os primeiros<br />
martyres do circo romano.<br />
Vamos I Entrem em scena os<br />
dictadores, e traçando a clamyde<br />
roçagante dos Sylas e dos Marios,<br />
atulhem as masmorras e os presídios<br />
com essa ralé de díscolos, cujo descontentamento<br />
possa perturbar a<br />
digestão dos dirigentes!<br />
Nós só queremos que essa tyrannia<br />
sáia uma obra limpa e tragica,<br />
que nos não envergonha perante<br />
os vindouros! Uma perseguição chinfrim,<br />
que não faça jorrar o sangue<br />
pelo tablado dos patíbulos; que não<br />
ponha a balouçar ás brisas fagueiras<br />
da tarde um bom numero de<br />
cadaveres pendentes das forças,<br />
levantadas ás dúzias; que não lance<br />
no exilio torrentes de proscriptos,<br />
será uma tyrannia pelintra, muito<br />
abaixo das exigencias da situação e<br />
do pulso energico dos dictadores!<br />
x<br />
E que a Historia<br />
bocca dos T. Livios:<br />
ja, pela<br />
— Gemia a Luzitania sob o império<br />
dos déspotas.<br />
Os lyrannos, a fim de exterminar<br />
o monstro da anarchia, que<br />
debaixo da fórma de propaganda<br />
republicana avassalava os espíritos<br />
e ameaçava a segurança dos syndicatciros,<br />
ergueram por toda a parte<br />
Cadafalsos e faziam justiça summa-<br />
Chega a ser monstruosa a defesa<br />
que as folhas governamentaes estão<br />
fazendo dos actos de feroz selvageria<br />
praticados pelo fanfarrão commissario<br />
régio na índia.<br />
Quando a parcialidade chega a<br />
excessos d'um tal impudor, a noção<br />
da moral e do decoro pode julgar-se<br />
perdida!<br />
Defende-se um assassinato, e a<br />
cobardia d'um valentaço, que pretende<br />
arrogar-se instinctos faccinorar,<br />
á Martinez Campos, e cuja<br />
bravura se revelou por esbofetear<br />
no parlamento um ministro somnambulo!<br />
Que despresivel gloria!<br />
O dia 24 de julho, anniversario<br />
da entrada do exercito libertador<br />
em Lisboa, passou quasi desapercebido,<br />
como convém a um governo<br />
reaccionário e a um povo submisso<br />
e sceptico, apto para supporlar todas<br />
as iniquidades e a violação de todas<br />
as liberdades publicas.<br />
E uma ingratidão o esquecimento<br />
d'esta data.<br />
Porque esses generosos illudidos,<br />
que retemperavam as armas nas<br />
angustiosas provações d'uma longa<br />
guerra civil; sacrificados á conquista<br />
d'um ideal de bem commum, offerecem<br />
ao povo de hoje, que finge<br />
não os conhecer, um exemplo solemne<br />
de coragem e dignidade civica.<br />
Se a má fé d'um aventureiro foi<br />
capaz de converter em proveito proprio<br />
tanta abnegação e tão grandes e<br />
dolorosos sacrifícios á liberdade; se<br />
x<br />
Já depois de composta esta local<br />
ivemos conhecimento de que a<br />
Associação Commercial, na sua reunião<br />
de hontem, resolveu ofiiciar<br />
ao governo pedindo providencias<br />
sobre este assumpto,<br />
As restaurações artísticas<br />
ria, decepando as cabeças dos cida Ora essa!...<br />
•<br />
o enthusiasmo não deixou ver a essa<br />
dãos mais distinctos pela sua pre<br />
phalange de bravos a cilada para<br />
Diz uma folha que o presidente<br />
ponderancia, saber e virtude.<br />
onde os conduzia um impostor de-<br />
de ministros fôra hontem procurado<br />
EM<br />
sempregado; nem por isso a gratidão<br />
Fora este o conselho que um por uma commissão de senhoras popular devia deixar de manifestar- OOIUVriBZR.A.<br />
ancião honrado por nome Emygdio recolhidas no convento de Santa se, para que se saiba que existe, ao<br />
Navarro, que vivia relrahido nas Joanna.<br />
II<br />
menos, a justa comprehensão da<br />
Para recolhidas, lá nos parecem<br />
solidões de Bussaco, lhes dera, ao<br />
legitima resistencia armada!...<br />
sabidas de mais! Porque senhoras<br />
Quando correu que Antonio Au-<br />
ser consultado sobre os desastres recolhidas não devem frequentar os<br />
gusto Gonçalves abandonára a di-<br />
públicos. Elle pegára d'uma vara e alcouces chamados ministérios!<br />
Pedregal<br />
recção artística dás obras da Sé Ve-<br />
em meditação silenciosa cortara as E depois era escusado o encomlha,<br />
manifestou-se na opinião pu-<br />
Falleceu D. Manuel Pedregal, o<br />
modo. Ninguém se illude:;p nego-<br />
papoulas mais altas que floriam nos<br />
jurisconsulto e econámista notável, blica um vivo descontentamento,<br />
cio a estas horas deve esfcr bem<br />
seus canteiros de Luzo.<br />
que em 1873 geriu a pasta da fa- começando desde então a olhar-se<br />
recommendado e os ministros são<br />
zenda ao serviço da republica hes-<br />
Durante dias e noites, não para submissos ás ordens que rÈcebem<br />
com desconfiança a restauração que<br />
panhola.<br />
fôra tão auspiciosamente começada.<br />
ram os algozes, arrebanhados na<br />
Ligado primeiramente a Castel- Para calar murmurações o sr. di-<br />
imprensa regeneradora e retribuídos<br />
lar em breve discordou do possibi-<br />
Noticias recebidas da Índia mos-<br />
a tostão por cada cabeça de díscolo<br />
lismo emoliente d'este philosopho e<br />
rector das obras publicas lembroutram<br />
não haver sido revogada a<br />
adheriu ao grupo de Salmeron. se da Commissão dos Monumentos<br />
que rolava pelo chão.<br />
portaria por que o sr. Neves Fer-<br />
A sua morte é considerada uma Nacionaes.<br />
Dentro em pouco a tranquilidade reira ordenou que, sem processo<br />
perda calamitosa.<br />
algum prévio, fossem fuzilados os<br />
E a solução sabida de todas as<br />
renascia; e o silencio reinava nas revoltosos que apparecerem arma-<br />
malandrices em Portugal.<br />
cidades; e o país deu graças aos dos. Falsas foram, pois, as declara- Silvestre Falcão<br />
Quando um homem perde o cre-<br />
deuses e aos dictadores, porque ções que o governo fez pela sua<br />
dito, quando se levantam alto de<br />
tinham espungido do luso torrão a imprensa de que havia mandado Este nosso querido amigo e correligionário<br />
acaba de ser provido no ter- toda a parte censuras ao seu modo<br />
revogar a monstruosa portaria, ou,<br />
praga damninha da republicanagem<br />
ceiro partido medico do município de de proceder, o malandro pede uma<br />
se o não foram, o sr. Neves Fer- Loubé. Felicitamol-o cordealmente.<br />
jfc<br />
odiada.<br />
reira desacatou a ordens do governo.<br />
syndicancia que o absolve sempre, e<br />
E os governantes coroados de As responsabilidades do governo<br />
o deixa sempre de honra immacu-<br />
pampanos celebravam libações ba- são as mesmas quer numa quer<br />
Novos desastres na índia lada.<br />
noutra hypolhese: na índia estãochicas<br />
nos lugares públicos!<br />
As ultimas noticias confirmam as E caso de todos os dias. O expese<br />
commettendo assassinatos com previsões dos que receiavam as diente é velho e gasto.<br />
E a paz e a felicidade eram por o seu assentimento. Que este pro- consequências da exaltação dos ra-<br />
toda a parte!<br />
venha de ser dotado de tão ferozes nes pelo assassinato de Baugi.<br />
e deshumanos sentimentos o seu A sublevação ameaça tomar pro- A syndicar vieram os srs. Mar-<br />
commissario régio ou do mêdo porções assustadoras. As principaes del, Gabriel Pereira e Ramalho Or-<br />
de que este venha tornar conhcidas famílias emigram para a índia intigão. Algunsjornaes independentes de<br />
do publico patifarias que conhece, glêsa.<br />
Nós já aqui dissémos longamen-<br />
Lisboa dizem que vae grande indi-<br />
é indifferente.<br />
A gravidade dos factos é tal que te as nossas impressões sobre esta<br />
gnação no paço contra os srs. con-<br />
uma folha que tem opinião no asselheiro<br />
José Luciano e Barros Gosumpto<br />
exprime-se por esta fórma:<br />
primeira deputação da Commissão<br />
mes por não haverem assistido ao<br />
Mêdo!<br />
dos Monumeutos Nacionaes.<br />
«Cada vez nos convencemos mais de que<br />
baile que ultimamente se deu na<br />
O sr. Gabriel Pereira é um erudi-<br />
O Popular annunciou que por por pou«> tempo íluctuará ainda a nossa ban-<br />
Pena, e que, em virtude d'esse facto,<br />
deira no territorio de Gôal»<br />
to que, a estudar historia, se encon-<br />
vontade expressa do sr. D. Carlos<br />
largos meses se conservará ainda<br />
vai ser militarada a policia civil de<br />
trou com a arte. É um homem hon-<br />
no poder o actual governo.<br />
Lisboa e annexada á guarda muni-<br />
Para que se veja qual o critério<br />
Aviso aos incautos<br />
rado, disposto sempre a ajudar os<br />
cipal.<br />
outros em investigações históricas,<br />
que orienta o primeiro magistrado A preoccupação que domina os Está novamente estabelecida a ensinando sem rebuço, francamen-<br />
da nação no exercício d'uma das altos personagens, para constante- fiscalisação aduaneira na estação do<br />
suas mais importantes funcções, aqui<br />
te, tudo o que sabe, tudo o que o<br />
mante augmentarem as tropas pre- caminho de ferro, desta cidade, e<br />
registamos o facto.<br />
torianas e tudo converterem em isto depois de ter sido ha tempos seu trabalho paciente e persistente<br />
elementos de defesa material, prova altendido o pedido da Associação tem descoberto em livros velhos, em<br />
bem quanto elles se sentem fracos Commercial para que fôsse dali pergaminhos ignorados ou esqueci-<br />
Sar ah de Mattos e o pavor que os assalta ao senti- retirada. Continuam, pois, os vexados. Foi prohibido o cortejo que hoje rem fugir-lhes o terreno debaixo mes para o publico de Coimbra e<br />
devia realisar-se por motivo da trasla- dos pés.<br />
)ara os que a esta cidade vierem<br />
E um historiador, não é um cridação<br />
dos restos mortaes da infeliz<br />
tractar dos seus negocios.<br />
tico d'arle.<br />
Sarah de Mattos, victima da irmã Col-<br />
O facto que se deu ha dias com O sr. Mardel é um homem intellecta.<br />
Assim devia ser, por que isso iria Os anniversarios da Carta um amigo nosso por causa de tres ligente, mas que olha a archeologia<br />
camisas d'Oxford vindas de Lisboa,<br />
desgostar os jesuítas e sua alta e<br />
artística, como o resto, a rir, como<br />
desvelada protectora.<br />
e pelas quaes teve de pagar 2$500 mais um passatempo na sua vida<br />
réis de multa, representa quasi uma<br />
que é uma successão de anedoctas,<br />
extorsão, pela ignorancia em que<br />
ínclito Neves Ferreira<br />
o publico ordinariamente está das<br />
alterações e das ordens que se expedem<br />
neste genero de serviços.<br />
E de resto, bem fáceis eram de<br />
evitar os contínuos vexames; bastava,<br />
)ara isso, distribuir pelas fronteiras<br />
e costas do país o fisco accumulado<br />
nos grandes centros onde, por não<br />
er que fazer e ter de mostrar serviços,<br />
se vê obrigado a tractar das<br />
jequenas cousas.<br />
que elle conta a rir e que fazem rir<br />
a gente.<br />
O sr. Ramalho Ortigão tem aptidões<br />
criticas reconhecidas por lodos.<br />
Ora depois de examinarem as<br />
obras de Santa Cruz elles respondiam<br />
a toda a gente que os interrogava:—<br />
O director è um homem<br />
muito amavel, cortando assim com<br />
uma phrase delicada a conversa que<br />
se pretendia começar.<br />
Correndo tudo muito bem, o sr.<br />
director das obras publicas comprometteu-se,<br />
não sei porquê nem para<br />
quê, a não fazer obra nova de restauração,<br />
sem primeiro ser consultada
O que não riria a Commissão dos<br />
Monumentos Nacionaes que já o ouvira<br />
em Lisboa, quando elle fôra<br />
informa-la das obras da Sé Velha?<br />
D'essa vez veiu elle de Lisboa<br />
dizer-nos: os homens ficaram satis-<br />
feitos, e approvaram tudo.<br />
Pessoa de toda a auctoridade que<br />
assistira a essa reunião disse-nos<br />
porém: — Se vocês queriam que as<br />
obras fossem condemnadas, andaram<br />
bem. Elle fosse tantos disparates, que<br />
a todos se impunha a obrigação de<br />
mandar parar as obras.<br />
E assim devia ser; porque o sr.<br />
director das obras publicas não sabe<br />
nada. E elle mesmo que o diz a todo<br />
o momento.<br />
Ou sabe?<br />
Falle homem, pôde fallar uma<br />
vez na vida.<br />
Ha exemplos historicos...<br />
Quando foi para entregar a egreja<br />
de Santa Cruz o sr. director das<br />
obras publicas pediu nova syndicancia.<br />
O Gonçalves pediu-me que cor<br />
tasse o final do periodo e eu cor<br />
tei-o.<br />
Mais lhe devo eu.<br />
Mas fiquei sem saber como aca<br />
bar.<br />
Acabem vv. ex. aí como quizerem,<br />
que no proximo numero... começarei<br />
eu.<br />
Imaginem!...<br />
RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />
T. C.<br />
Foi hontem demolida uma latrina<br />
feita de taboas pôdres, que a direcção<br />
das obras da Sé Velha fez<br />
construir arrimada á parede do<br />
templo!!<br />
Por occasião das festas da Rainha<br />
Santa tínhamos aqui instado por<br />
que desapparecesse aquelle foco<br />
immundo, d'um cheiro pestilencial.<br />
Engendrada haverá talvez dois annos,<br />
nunca foi limpa!...<br />
Pois só hontem se desmanchou!<br />
E assim se mostrou ao mundo,<br />
que se tem auctoridade e— não se<br />
aceitam imposições!<br />
Carta de Lisboa<br />
«Não bastam, porém, desabafos.<br />
A nação quer que nós, os republicanos,<br />
sejamos alguma coisa mais<br />
do que vãos declamadores, vociferando<br />
sempre contra os males e erros<br />
do passado e do presente. Quer<br />
que tenhamos ideias, que lhe digamos,<br />
não palavras, mas coisas, que<br />
lhe mostremos que estudamos as<br />
causas dos seus soffrimentos e procuramos<br />
achar-lhes remedio. Tal é<br />
a nossa missão neste momento cri<br />
tico da vida nacional, em que a própria<br />
monarchia se vê sem gente e<br />
em que a nação pergunta, quaes<br />
são os homens — venham elles d'on<br />
de vierem — capazes de a governar.<br />
Tem o nosso partido no seu grémio<br />
homens de grande valor, uns<br />
que toda a gente conhece como republicanos,<br />
outros que do publico<br />
se occultam discreta, modesta ou<br />
timidamente. Que esses cidadãos<br />
appareçam e digam o que pensam<br />
sobre os problemas da administra<br />
ção do Estado. Se querem guardar<br />
o incógnito, appareçam de dominó,<br />
assignem com pseudonymo; mas<br />
mostrem que sabem, que lêem, que<br />
estudam, que têm ideias, um plano,<br />
em summa, orientem a opinião.»<br />
Receita<br />
i<br />
Venda de bilhetes no dia 10 81.51980<br />
Idem, no dia 12 660660<br />
Idem, no dia 11 490830<br />
Donativos de diflerenle cavalheiros<br />
120800<br />
Somma... 2110270<br />
Despeza<br />
Aluguer de cadeiras 240800<br />
Illuminação nas 3 noites 530220<br />
<strong>Obra</strong> de carpinteiro e pintor 240220<br />
Despesas diversas 250840<br />
Somma..<br />
Saldo...<br />
1280080<br />
830190<br />
Saldo em dinheiro em podêr do thesoureiro<br />
do Gymnasio: 830190 réis.<br />
Alem d'este saldo ha 150 prendas<br />
no valôr de 1300000 réis de que a<br />
commissão deliberou fazer uma rifa<br />
com todos os bilhetes premiados, prevendo<br />
assim obter um lisongeiro resultado,<br />
para q fim que tem em vista.<br />
Os documentos da receita e despesa<br />
podem ser examinados pelos socios<br />
ou pessoas interessadas na sede do<br />
Gymnasio.<br />
X<br />
A Direcção do Gymnasio, em nome<br />
dos promotores, agradece penhoradissimi<br />
a todas as pessoas que se dignaram<br />
concorrer com prendas, donativos<br />
ou ainda com o seu auxilio em favôr<br />
d'este basar, cujo producto integral é<br />
destinado â compra do armamento para<br />
o batalhão infantiL<br />
Litteratura e Arte<br />
a Commissão dos Monumentos Na- Da antiga veiu apenas o sr. Mar-<br />
Concordo.<br />
cionaes, sem primeiro ella ter auctodel, homem muito alegre e que sabe<br />
Mas<br />
risado a abra delineada.<br />
fazer, diz elle, pasteis, como nin-<br />
?!<br />
Lisboa, 24 de julho de 1896.<br />
Para que tantos cuidados, se tudo guém.<br />
Torno a repetir que concordo com<br />
estava tão bem e o sr. director das Não veiu o sr. Ramalho Ortigão, Hoje, 24 de julho, dia da entra- o que diz o dr. Ferrari que eu con-<br />
obras publicas tinha revellado com- e foi pena.<br />
da, em Lisboa, do exercito que lusidero, apezar de divergir, em muipetência<br />
tão extraordinaria?<br />
ctava ingenuamente por uma libertos pontos, d'elle, um homem hon-<br />
Naturalmente excessiva modéstia O sr. Ramalho Ortigão tem ha dade que julgou digna e sincera, lerado. do sr. director das obras publicas... muito uma auctoridade incontestáse nos jornaes que a policia de se- O que é raro.<br />
Devia ser isso.<br />
vel.gurança<br />
vae ficar annexa á guarda<br />
x<br />
O seu ultimo livro, escripto numa municipal e sob as ordens do gene-<br />
Ora toda a gente notou que o sr. linguagem admiravel de colorido, e ral Queiroz.<br />
Pois é verdade, por desejo do rei,<br />
Ramalho Ortigão não dizia franca- de propriedade, é o maior grito que Explica o Popidar que isto se faz policia e municipal ambas unidimente<br />
& sua opinião, ese conservava se tem levantado contra todas as por desejo do rei.<br />
nhas ás ordens de Queiroz para nos<br />
prudentemente reservado, sem querer torpezas que por esse país fóra an- Estimo esta franqueza.<br />
desancarem.<br />
comprometter-se.<br />
dam fazendo Direcções d'obras pu- E agora venham dizer-me que o Dentro da Carta que é o supre-<br />
Porquê?<br />
blicas e Camaras municipaes, e nós rei eslá illudido.<br />
mo encanto ali do commendador<br />
Eu sei lá!...<br />
esperavamos que o sr. Ramalho Or- Illudido anda o povo com aquel- Cetáceo, homem prudente e de muitigão,<br />
sabendo que havia um confliles que em logar de exporem a sua ta finura.<br />
Ora de duas uma: ou o sr. Francto aberto entre os que em Coim- vida luctando pela regeneração na-<br />
x<br />
co Frazão cumpriu honradamente o bra se entregam ao estudo da ar cional andam para ahi a pedir a<br />
seu compromisso, eas obras que de- cheologia artística, e os que se ga- Carta e outras intrujices, seguros<br />
Negocios d'Africa embrulhados.<br />
pois se fizeram foram approvadas bam de tudo fazer bem, sem saber de que assim nem perderão as boas<br />
Da índia, também.<br />
pela Commissão dos Monumentos Na- de coisa nenhuma, viesse generosa graças de ninguém e não correrão<br />
Inglêses na cosia.<br />
cionaes; e então não se comprehen- mente pôr-se ao nosso lado e aju- o risco de ir para a cadeia.<br />
Tudo se resolve, hão de vêr.<br />
de a commissão de syndicancia que dar-nos com a sua auctoridade, com<br />
Sim ! Hão de vêr o que nos le-<br />
Porque de levar pancada não<br />
veiu mais tarde, e que vinha por a força da sua penna.<br />
vam ...<br />
têm mêdo.<br />
J. M.<br />
isso approvar o que já approvára E não era a primeira vez que São avisados para fugir a tempo.<br />
ou o sr. director das obras publi- isso acontecia; tínhamos o direito<br />
x<br />
cas faltou ao seu compromisso, e de o esperar.<br />
Professor distincto<br />
então a Commissão dos Monumentos Quando eu no Instituto levantei Debate-se a questão de saber se Entre os alumnos que no lyceu<br />
d'esta cidade têm feito exame de<br />
Nacionaes, ha muito que devia ter um grito d'indignação contra as res- o Vasco da Gama pôde fazer uma latim destacaram-se, pelo conheci<br />
lhe pedido contas do seu proceditaurações que andavam a fazer-se viagem até Angola.<br />
mento que revelaram de tão difficil línmento,<br />
tanto mais que o sr. Fran na Ratalha e que toda a gente ad- Os competentes dizem que elle gua, os discípulos do nosso presado<br />
amigo revd.<br />
co Frazão, como mais tarde mosmirava, e que toda a gente louvava, pôde ficar sem carvão no alto mar.<br />
traremos, não séguiu as indicações o sr. Ramalho Ortigão delegado da Mas quem se importa com a|vida<br />
que lhe foram dadas pela primeira Commissão dos Monumentos Nacio- dos marinheiros em perigo ?<br />
commissão de syndicancia. naes poz-se ao meu lado, condemnan Não foi o Índia até Moçambique?<br />
Demais, a resolução da commis- do abertamente as obras, não ob E não se sabia que a cada mosão<br />
de syndicancia foi pouco pen- stante o ter querido abafar toda a mento podia perder-se?<br />
sada. O sr. director das obras pu discussão, usando da linguagem me- Não estava elle condemnado?<br />
blicas não podia consultar para nada nos cortez na própria Commissqo Quem se importa com isso?<br />
a Commissão dos Monumentos Na- dos Monumentos Nacionaes, o sr. Lu Os desejos do rei é que prendem<br />
cionaes, porque o sr. Franco Fra ciano Cordeiro.<br />
a attenção dos seus subordinados.<br />
zão não sabe escrever, ignora com- Custa-me que o sr. Ramalho Or- A vida dos marinheiros não é as<br />
pletamente a technologia artistica tigão não viesse, para ter a alegria sumpto que interesse a esses cava-<br />
não podia por conseguinte fazer-se de o ter mais uma vez ao meu lado, lheiros.<br />
perceber.<br />
ou para discutir com elle. Ha ini- Elles não dão dinheiro, nem pré-<br />
Era como se alguém se lembrasmigos que nos honram e ser-me-ia dios, nem outras coisas ainda mese<br />
de se dirigir a um medico pedin- mais agradavel discutir polidamenlhores ...<br />
do-lhe remedio para uma determi te com elle do que ter apenas de<br />
x<br />
nada doença diagnosticada por o avaliar as opiniões do sr. Luciano<br />
doente, sem saber medicina. Cordeiro que pela insolência da lin-<br />
O sr. Horácio Ferrari escreve<br />
O medico naturalmente ria-se. guagem e pela audacia da sua igno-<br />
num artigo do Paiz o seguinte:<br />
rância, só deve ser tratado a.. .<br />
0 José Ribeiro de Liz Teixeira.<br />
Todos os estudantes que leccionou<br />
tanto em collegios como particularmente,<br />
e que declarou habilitados<br />
para exame, ficaram approvados, obtendo<br />
seis d'elles distincçôes.<br />
Tão lisonjeiro resultado, quando por<br />
ahi se diz que os exames de latim<br />
têm estado diíllceis, prova d'um modo<br />
evidente a grande dedicação d'aquelle<br />
distincto professor pelo aproveitamento<br />
dos seus discípulos. E como o<br />
melhor premio de quem tão prolkien<br />
temente desempenha a ardua funcção<br />
do magistério é vêr coroado de bom<br />
êxito as suas incessantes fadigas, felicitamos<br />
cordealmente o revd. 0 CARTA DE NAMORO<br />
Não sei. Não sei se és tu...<br />
A procurar-te corri hoje a floresta.<br />
Ha tanto tempo que lá não ía!<br />
Os fetos, meus amigos, beijavamme<br />
os pés, os platanos, murmuravam<br />
em cima, e a abraçar-me iam-me<br />
afogando as madresilvas.<br />
Acabava o dia.<br />
O sol vermelho rolava ao fundo<br />
como um disco de cobre, roendo<br />
o dorso dos montes, e a terra mordida<br />
agitava-se e tremia na vibração<br />
da ullima caricia vermelha de prazer.<br />
No meio das arvores o ar era<br />
todo verde e leite, como o fundo<br />
da agua...<br />
Lembrou-me então o amor que<br />
eu tive por uma sereia que morava<br />
num palacio maravilhoso no fundo<br />
d'agua assim transparente e verde<br />
e puz-me a pensar em ti que eu<br />
não conheço e me dominas.<br />
Pouco a pouco ia-se sumindo<br />
o sol.<br />
Havia um nevoeiro verde apenas<br />
em baixo, pouco acima dos fetos.<br />
Ao alto no ceo já branco de<br />
prata insculpia-se negra a ramaria<br />
das arvores.<br />
Parecia-me que a todo o momento<br />
tu ias apparecer....<br />
Tu, que eu não conheço...<br />
Nasceu-me este amor, quando<br />
nasceram as flores, e andei toda a<br />
primavera a procurar-te, a sorrir a<br />
todas as flores, sem te encontrar.<br />
As flores começaram a amar-me...<br />
Começaram; que eu bem percebi.<br />
Um dia encontrei um lyrio a<br />
chorar, eas rosas deixavam-se cahir<br />
sobre o chão mortas damor, quando<br />
eu passada sem as ver, a procu-<br />
Liz Tei rar-te.<br />
xeira pelas approvações que os seus<br />
discípulos obtiveram.<br />
Julguei que tu morresses, quando<br />
morressem as flores, e andei a<br />
chorar com ellas, a espreitar a sua<br />
Bastir promovido nos dias 10,
mento, o teu sonhado corpo côr de<br />
rosa naquella atmosphera verde, em<br />
que hoje andei na floresta, não sei<br />
se a procurar-te se a fugir de ti...<br />
Coimbra, 22-VII-96.<br />
Marreiros Netto<br />
T. C.<br />
Este nosso prezado amigo e distincto<br />
correligionário, acaba de assentar<br />
banca de advogado em Silves.<br />
«Ao pais»<br />
A população de Cellas sequiosa<br />
conclama perante o país,— que a<br />
camara municipal de Coimbra tem<br />
recusado as providencias, que instantemente<br />
lhe tem dirigido, para<br />
ser abastecida da agua indispensável<br />
,ás suas necessidades.<br />
É o caso que a única fonte que<br />
alimentava a população parece ter<br />
sido desviada em beneficio d'uma<br />
propriedade particular, diz o manifesto<br />
!<br />
Os senhores vereadores muito<br />
commodamente sentados nas suas<br />
cadeiras, com as faxas a tiracollo,<br />
entendem que, por não terem alli á<br />
mão a vara de Moysés, lhes cumpre<br />
fazer ouvidos de mercador 1...<br />
D'ahi a justa indignação dos 53<br />
signatarios, que terminam a exposição<br />
da sua justiça com estas palavras<br />
memoráveis:<br />
«É uma verdadeira selvageria que a<br />
camara municipal de Coimbra condemne<br />
a morrer á sêde os habitantes de<br />
Cellas I»<br />
(<br />
E tem carradas de razão 1 Mal<br />
se comprehende este desprendimen-<br />
to, com que a camara encara esta<br />
questão momentosa para o bem estar<br />
e saúde publica.<br />
Associação Commercial<br />
Reuniu hontem á noite esta Associação<br />
afim de lhe ser presente o officio<br />
da direcção do caminho de ferro da<br />
Beira-Alta, em resposta ao que lhe<br />
havia sido dirigido ha mêses pedindo<br />
o estabelecimento d'um comboio transway<br />
entre a Pampilhosa e Luso.<br />
A companhia da Beira promptifica-se<br />
a estabelecel-o ás quintas e domingos<br />
desde que a Companhia Real accorde<br />
também nisso. 0 que cremos se dará,<br />
pois era esta a única difíiculdade que<br />
ella apresentava".<br />
21 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Í0 DâS GALÉS<br />
XIV<br />
H O rapto<br />
Tomou-a nos braços e desceu as escadas.<br />
Abriu a porta e fechou-a com cuida-<br />
do e caminhou acompanhado por Lebigot,<br />
emquanto que os outros homens<br />
se dispersavam.<br />
— Tiveste uma feliz idêa em subir<br />
pela janella, disse Lebigot, assim evitaste<br />
barulhos.<br />
Chegaram junto da carruagem.<br />
Lebigot subiu para junto do cocheiro.<br />
— Á Pont Neuf, disse.<br />
Villedieu collocou sua mulher ao seu<br />
lado e tirou-lhe o lenço.<br />
— Não ha necessidade de que morra<br />
abafada.<br />
M. me de Villedieu não despertou durante<br />
o trajecto.<br />
Cbegandp á esquina da rua Monnaie,<br />
M. de Villedieu desceu, e pegando em<br />
sua mulher, com os seus braços robustos<br />
transportou-a para sua- casa. Era<br />
Uma hora da manhã e M. de Villedieu<br />
encontrou apenas um par muito occupado<br />
de si proprio para se occupar<br />
dos outros.<br />
Uma vez nos seus aposentos, M. de<br />
Villedieu correu os fechos de segurança<br />
que tinha mandado coilocar e des-<br />
UNIVERSIDADE<br />
Faculdade de Direito<br />
A faculdade de Direito reunida hontem<br />
em congregação final conferiu as<br />
seguintes classificações aos seus alumnos<br />
:<br />
1 A N N O — 1distincto — Antonio<br />
Henriques Gomes.<br />
2.° distincto — Manuel Isaías Abúndio<br />
da Silva.<br />
Distinctos sem gradação—Alberto Pinheiro<br />
Torres, Augusto Cesar Correia<br />
d'Aguiar, José Ferreira da Silva e Sá,<br />
e Arthur Anselmo Ribeiro de Castro.<br />
2.° ANNO — Accessit — Antonio Luiz<br />
Netto, Joaquim Pedro Martins.<br />
Distinctos — Alfredo d'Almeida, Bernardo<br />
Ferreira Gomes de Pinho, José<br />
Antonio Alves Ferreira de Lemos Júnior,<br />
José Maria Vilhena Barbosa de<br />
Magalhães, José Marques, Luiz Antonio<br />
Vieira de Sousa Lemos, Patrício Eugénio<br />
Mascarenhas Júdice, e Macario da<br />
Silva.<br />
3.° ANNO—1.° distincto—Carlos<br />
Fuzzetta.<br />
Distinctos sem gradação — Augusto<br />
Angelo Villela Passos, Manuel Augusto<br />
Granjo, e Antonio Peixoto Correia.<br />
4.° ANNO — Premio—José Maria Joaquim<br />
Tavares.<br />
Accessit — José Alberto dos Reis.<br />
1.° distincto — Eduardo d'Almeida<br />
Saldanha.<br />
2.° distincto—Antonio Corrêa Teixeira<br />
de Vasconcellos Portocarrero.<br />
3."distincto—Accacio Mendes de<br />
Magalhães Ramalho.<br />
4.° distincto — Joaquim Festas Picanço.<br />
5.° ANNO — Accessit—Abel Pereira<br />
d'Andrade.<br />
Relação dos doutorandos que fizeram<br />
acto de licenciatura e dos bacharéis<br />
que concluíram a sua formatura na<br />
faculdade de Direito, no anno lecti-<br />
vo de 1895 a 1896.<br />
LICENCIADOS<br />
Francisco Joaquim Fernandes, M. B.,<br />
16 valores.<br />
José Ferreira Marnoco e Sousa, M.<br />
B., 16 valores.<br />
Alvaro da Costa Machado Villela, M.<br />
B., 16 valores.<br />
BACHARÉIS FORMADOS<br />
RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />
Augusto Francisco de Assis, B. 11.<br />
Abilio Duarte Dias d'Andrade, B. 11.<br />
Adelino Julio Mendes d'Abreu, B. 11.<br />
Alberto Augusto Leite Ribeiro. S. 10<br />
Alberto Ferreira Vidal, B. 11.<br />
Alberto Teixeira de Sampaio. S. 9.<br />
Albino Alves d'01iveira, S 9.<br />
Albino Antonio d'Almeida Mattos, B.<br />
11-<br />
Alfredo Martins Fernandes Nogueira,<br />
B. 14.<br />
Alipio Albano Camello, B. 13.<br />
Amadeu de Castro Pereira e Solla,<br />
B 12.<br />
Amadeu Fernando da Silva Pinto e<br />
Abreu. S. 10.<br />
Amadeu Gonçalves Guimarães, B.<br />
11.<br />
André João dos Reis, B. 11.<br />
André Lopes da Motta Capitão, S. 8.<br />
Antão José d'Oliveira, B. 11.<br />
Antonio d'Almeida Dias, B 12.<br />
Antonio Carlos Alves, B II.<br />
Manuel Leite Marinho, S. 10.<br />
Antonio Joaquim Simões, S. 10.<br />
Antonio Nicolau Carneiro, B. tl.<br />
Daniel da Silva, B. 1 1.<br />
Antonio Rodrigues Mendes Moreira,<br />
S. 10.<br />
Arnaldo Augusto d'Almeida Bigotte<br />
de Carvalho, B. 11.<br />
Arthur de Mesquita Guimarães, B.<br />
11.<br />
Augusto Borges d'Oliveira, B. 11.<br />
Ausrusto Carlos Vieira de Vasconcelos,<br />
S 9.<br />
Augusto Cesar Ribeiro Lima, S., 8.<br />
Augusto Fernandes Correia, B , 11.<br />
Abel Pereira d'Andrade, M. B., 16.<br />
Augusto Lopes Mendes e Silva, S.<br />
11.<br />
Augusto d'01iveira Coimbra, B. 11.<br />
Benjamin Pereira d'Amaral Netto, B.<br />
11.<br />
Bernardino José Leite d'Almeida, B.<br />
11.<br />
Carlos Mesquita, B. 11.<br />
Cesar Augusto dos Santos, S., 10.<br />
Antonio Osorio da Fonseca, B., 11.<br />
Diogo João Mascarenhas Marreiros<br />
Netto, B. 12.<br />
Eduardo da Silva, S. 10<br />
Emilio Pereira de Sá Sotto Maior,<br />
S. 9.<br />
Fernando Maria de Sousa, S. 9.<br />
Fortunato d'Almeida Pereira d'Andrade,<br />
B 11.<br />
Francisco José d'Oliveira Valle, S. 8.<br />
Francisco Marques, B 11.<br />
Francisco Ramos da Cruz, S 10.<br />
Germano Lopes Martin, S. 10.<br />
Jayme Rebello da Costa Arnaud, S.,<br />
10.<br />
João de Bettencourt Barcellos Machado,<br />
S., 9.<br />
João Caetano da Fonseca Lima, B.,<br />
tl.<br />
João José Bragança de Miranda, B.,<br />
11.<br />
João Maria de Albuquerque de Azevedo<br />
Coutinho, B., 11.<br />
João de Passos de Sousa Canavarro,<br />
B., 11.<br />
João de Sampaio Freire d'Andrade<br />
de Sousa Cyrne, S., 9.<br />
Francisco Antonio Bayão Taquenho,<br />
B., 11.<br />
Joaquim Mendes, B., 11.<br />
Joaquim Nunes Borges Madureira de<br />
Carvalho, S., 10.<br />
Joaquim Telles de Menezes Vieira de<br />
Meyrelles, S., 11.<br />
José Agostinho de Figueiredo Pacheco<br />
Telles, S., 9.<br />
José Alves Pereira, S., 9.<br />
José Augusto Rodrigues Ribeiro, S ,<br />
10.<br />
José Ferraz de Carvalho Megre, B ,<br />
11.<br />
José Figueira d'Andrade, B , 11.<br />
José Maria da Silva, S. 10.<br />
José Pinheiro Mourisca Júnior, B.,<br />
11.<br />
José Teixeira Rebello, S., 8.<br />
José Vicente Madeira, B., 11.<br />
Julio Armando da Silva Pereira, S., 9.<br />
Leopoldo Augusto Cesar de Carvalho<br />
Sameiro, B., 11.<br />
Luiz Augusto da Fonseca Dinne, S.,<br />
10.<br />
Luiz Bettencourt de Medeiros e Camara,<br />
B., 11.<br />
Manuel d'Abrantes Moraes, B., 11.<br />
Manuel Cardoso Baptista, B., 11.<br />
Manuel Ferreira da Costa Amador<br />
Valente, S., 10.<br />
Manuel Joaqui-m d'Almeida, S , 8.<br />
Manuel Joaquim Vieira Júnior, B., 11.<br />
Manuel dos Passos de Freitas, S.,<br />
10.<br />
Manuel Pinto Pimentel, S., 9.<br />
Manuel da Silva Mendes, B., 11.<br />
Maximiano Maria d'Azevedo Faria,<br />
S , 10.<br />
Plinio Gomes Vianna, S , 10.<br />
Rufino Cesar Osorio Júnior, B., 11.<br />
Sebastião Ferreira de Carvalho, S.,<br />
10.<br />
Venâncio Jacintho Deslandes Corrêa<br />
Caldeira, S., 9.<br />
Viriato de Sá Fragoso, S., 10.<br />
Sebastião d'Avila Furtado, S., 7.<br />
Manuel Alberto Vieira Monteiro, S., 8.<br />
Antonio do Prado de Sousa Lacerda,<br />
S., 10.<br />
Miguel Corrêa Carneiro, S., 9.<br />
Manuel Bento da Rocha Peixoto, S.,<br />
10.<br />
Foi nomeado fiscal do imposto do<br />
sello para Coimbra o sr. Manuel Almeida<br />
Cardoso,<br />
Partiu para as Caldas da Rainha<br />
o nosso estimável amigo e conceituado<br />
negociante d'esta praça, o sr.<br />
Antonio Francisco do Valle.<br />
No districto de Bragança foram<br />
descobertas as primeiras manchas<br />
do mildiw, em Mirandella, numa<br />
propriedade do conde de Vinhaes<br />
e numas videiras junto á estação<br />
sericola.<br />
Festa do Senhor do Calvario em Gouveia<br />
Nos dias 6, 8, 9 e 10 do proximo<br />
mez de agosto têm logar as festas ao<br />
padroeiro de Gouveia, que este anno<br />
como se vé pelos programmas profu-<br />
samente distribuídos, devem ser imponentes.<br />
Préga a revd. 0 Conego Alves Mendes.<br />
• Ha bilhetes de ida e volta, a preço<br />
reduzidos na linha da Beira-Alta, e<br />
grande quantidade de carros para conduções<br />
dos romeiros da estação de<br />
Gouveia para a Villa.<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5.° anno de Direito, continiia<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
e Philosophia.<br />
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do Museu zoologico da Universidade<br />
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Sahirá brevemente esta importante<br />
obra, que formará um volume em 8.°,<br />
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800 réis.<br />
Toda a correspondência deve ser dirigida<br />
á Imprensa Lusitana, Figueira<br />
da Foz.<br />
cerrou os reposteiros e cortinas, tirou o<br />
disfarce, retomando o aspecto de duque<br />
de Villedieu e occtipou-se da duquêsa<br />
Tendo apenas á sua disposição agua<br />
fresca, e como o desmaio da duquèsa<br />
se prolongasse, foi difflcil fazê la vol<br />
tar a si, o que lhe causava uma certa<br />
inquietação, quando, finalmente, ella<br />
abriu os olhos.<br />
— Vós f, disse ella com voz débil,<br />
quando recuperou os sentidos.<br />
— Eu, sim, disse o duque de Villedieu.<br />
Achaes isso extraordinário?<br />
Levantae-vos um pouco. Não ha motivo<br />
para desmaios por uma apparição<br />
tão natural.<br />
A duquèsa não tinha ainda forças<br />
para se levantar.<br />
— Afastae-vos de mim, disse.<br />
— E para que queres que me afaste<br />
de ti, Helene? Tu és minha esposa, o<br />
meu bem, o meu tudo. Posso fazer de<br />
ti tudo o que quizer. Disponho de tiá<br />
minha vontade. E de mais, ha tanto<br />
tempo que te não via, que estou apaixonado<br />
por ti, duquèsa.<br />
M. me — Zombo tão pouco, disse o duque,<br />
que quero provar-te o poder das mi<br />
nhãs palavras.<br />
— Se vos approximaes, senhor, grito<br />
por soccorro.<br />
— Oh! podeis gritar, senhora, tanto<br />
quanto quizerdes, porque ninguém vos<br />
ouvirá, estes compartimentos foram arranjados<br />
a proposito.<br />
— Onde estou eu, pois?, perguntou<br />
M.<br />
de Villedieu fez um esforço para<br />
se afastar de seu marido.<br />
— Ah I, disse ella, julgava-vos curado<br />
de vossa falsa paixão, senhor. Se<br />
me enganei, acreditaeque tomarei uma<br />
resolução deliberada maduramente.<br />
Não soffrerei jámais que a vossa mão<br />
se levante contra mim. Sabeis bem<br />
quanto vos odeio. Para quê, pois, foste<br />
procurar-me novamente?<br />
— Porque te anao.<br />
— É inútil a zombaria, disse a du*<br />
quèsa.<br />
me — As minhas jóias estão em segu- esperar modestamente a morte de vosrança.so<br />
tio. Vinde commigo, procurar esse<br />
— Veremos isso quando eu voltar. tio à Italia, e, quando a morte o levar<br />
— Não vereis nada.<br />
nós nos arranjaremos, dar-vos-hei in-<br />
— Podeis confessar que elle é vos teira liberdade; vós ficareis com todos<br />
so amante, qne isso me é indiferente. os Gribeauvals do mundo, e eu, guar-<br />
— Sei isso bem, podeis acreditar o darei os milhões.<br />
que quizerdes que nada me incommo- — Não serei eu que vos acompanhe<br />
da.<br />
á Italia.<br />
— Também me não cançarei a usar — Se eu vos não obrigar a obede-<br />
de Villedieu passando uma vista dos direitos que a lei me confere peceres-me. d'olhos pelos objectos que a cercavam. rante vós.<br />
— De nada vos serviria a vossa for-<br />
— Fistás em tua casa.<br />
— A lei dá-me também direitos de ça.<br />
— Eu não estou em minha casa pelo que eu usarei; senhor.<br />
— Senhora, disse Villedieu, pensae<br />
facto de vós habitares aqui.<br />
— A justiça estará mais pelo meu bem que eu que vos procurei é por<br />
— Ah ! és muito cruel duqueza, dis lado do que pelo vosso, disse Ville- que tenho aleun fim em vista. Possuo-<br />
se o duque apoderando-se de sua mu dieu, e é a ella para começar, que eu vos, e servi-me-hei de vós. Em quanto<br />
lher.<br />
devo o possuir-vos hoje; ou pelo me não realisar os meus planos não vos<br />
nos é á perfeitura da policia que se largarei. Quero a herança de vosso tio.<br />
Esta gritava e debatia-se. Mas não<br />
encarregou de procurar-vos, que eu Aqui sois minha prisioneira. As mi-<br />
podia retirar-se dos seus braços que a<br />
devo o conhecimento do vosso refugio. nhas precauções estão tomadas. Não<br />
apertavam como num torno. Lançou<br />
— Ah! é á policia que... Ah !.... vos largarei. Digo-vos isto porque não<br />
lhe as mãos â garganta e enterrou-lhe<br />
as unhas na pelle.<br />
Mas disseste á policia as torturas que serei o vosso carcereiro. É necessário<br />
me infligíeis, que me arrastavas pelos que eu parta ámanhã de manhã, mas<br />
— Seja, disse Villedieu, largando-a, cabellos, que me calcavas o peito com entrego-vos nas mãos d'um velho va-<br />
eu não quero mais que isto: O que eu o salto da bota?<br />
lente e fiel, que terá todas as attenções<br />
desejo, duquêsa, é conservar-vos aqui, ^Não.<br />
para comvosco, mas exercerá com au-<br />
a fim de que, logo que esteja de vol- — Eis abi, pois, o que eu vou dizer<br />
ctoridade o cargo de carcereiro, que<br />
ta d'uma pequena viagem que vou fa- à justiça.<br />
eu lhe confio, junto de vós. Quando<br />
zer, possamos ir juntos em procura de<br />
terminar os negocios que reclamam<br />
— Helene, se eu me arrependesse<br />
vosso tio.<br />
a minha presença, voltarei, e então ire-<br />
de tudo o que te tenho feito?<br />
mos chorando lagrimas de sangue, pro-<br />
— Eu não quero ficar aqui, senhor. — Oh! senhor, não fallemos nisso,<br />
curar vosso tio na ítalia. Deveis co-<br />
— Quereis voltar para junto de vos- rogovo-lo.<br />
nhecer-me já suflicientemente para saso<br />
amante ?<br />
— Na verdade, disse Villedieu, tenberdes<br />
que o que eu delibero cura-<br />
-—Eu não tenho amante, senhor. des razão, não vale a pena pensar em<br />
pro-o.<br />
— Perdão, M. Gribeauvaí...<br />
tal. Duquêsa, attendei no que vou di-<br />
—• É um amigo.<br />
zer-vos: Vendi toda a vossa mobilia e,<br />
— Oh! os amigos! Ê elle que tem graças ao vosso encarregado de nego-<br />
as vossas jóias ?<br />
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da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
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Arrematação<br />
(2.<br />
13<br />
a publicação)<br />
No dia 2 do proximo mês<br />
d'agosto pelas 11 horas<br />
da manhã, á porta do Tribunal<br />
de Justiça d'esta comarca, pela<br />
execução hypothecaria que D.<br />
Anna Fortunata Morim Sequeira<br />
d'esta cidade, move contra Manuel<br />
Tejo Salvado e mulher, de<br />
São João do Campo, e que corre<br />
seus termos pelo cartofio do<br />
escrivão do 4." offlio, José<br />
Lourenço da Costa, voltam pela<br />
segunda vez á praça, e serão<br />
entregues a quem maior lanço<br />
offerecer além das quantias por<br />
que são postos em praça, que<br />
são metade dos valores em que<br />
foram avaliados, os prédios seguintes:<br />
Duas terças partesd'uma terra<br />
de semeadura com testada de<br />
pinhal, no sitio da Lomba limite<br />
e freguezia de São João<br />
do Campo, indivisas com Maria<br />
Julia Polonia, e vão á praça<br />
pela quantia de 5$000 réis.<br />
Uma terra de semeadura com<br />
algumas oliveiras e mais arvores<br />
de fructo no sitio dos Corracs,<br />
limite da Cioga freguezia<br />
de São João do Campo, paga o<br />
fòro annual de 12 alqueires de<br />
milho e 2 gallinhas ao dr. Joaquim<br />
Roxanes d'esta cidade, e<br />
vae á praça pela quantia de<br />
20)5230 réis.<br />
Pelo presente são citados<br />
quaesquer credores incertos.<br />
Verifiquei a exactidão<br />
O juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
VENDA<br />
Vende-se em COZELHAS<br />
uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
agua, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. É em sitio muito pittoresco<br />
e aprazivel, tendo estrada<br />
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L I V R O S<br />
Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
T/p. F. França Amai»—COIMBRA
•<br />
RODRIGUES DE FREITAS<br />
De novo a Democracia portuguêsa<br />
se veste de crepes pela morte<br />
d'um dos seus mais gloriosos e austeros<br />
apostolos!<br />
Rodrigues de Freitas desde antehontem<br />
que pertence á posteridade;<br />
e esta noticia levada a todos os cantos<br />
do país deverá fazer meditar,<br />
sob que fatídicos presagios se entenebrece<br />
o futuro da nação, que por<br />
tal fórma vae perdendo tantos dos<br />
mais puros e energicos batalhadores,<br />
dos mais aptos para o impulso<br />
das ideias, a agitação dos espíritos<br />
è o ressurgimento nacional!...<br />
Na galeria das poderosas personalidades<br />
da actualidade portuguêsa<br />
o vulto valetudinário d'este eminente<br />
cidadão resplandecerá, admi-<br />
lace fúnebre era previsto; os estragos<br />
progressivos da lesão cardíaca<br />
que lhe dificultavam a acção directa<br />
nos combates do partido, ao<br />
mesmo tempo lhe esgotavam as forças<br />
e minavam a existencia.<br />
Agora a sua memoria consagrada<br />
pelo respeito e pelo amor, que as<br />
suas virtudes inspiram, sobreviverá<br />
luminosa e inextinguível no reconhecimento<br />
das gerações.<br />
A imprensa do Porto tem dedicado<br />
a este acontecimento artigos<br />
que são o mais solemne reconhecimento<br />
e consagração dos brilhantes<br />
méritos, virtudes cívicas, simplicidade<br />
moral e elevação de caracter<br />
rado pela vasta illustração do seu<br />
do illustre finado; e os seus fune-<br />
saber como professor e publicista,<br />
raes foram cuidadosamente descri-<br />
e pela prudência e firmeza do seu<br />
ptos, com uma minuciosidade cari-<br />
procedimento e do seu conselho<br />
nhosa.<br />
como politico.<br />
Por sua vontade expressa, não<br />
Caudilho republicano, a elle per- teve as honras ostentosas do elogio<br />
tence um dos mais distinctos luga- e das pompas materiaes de convenres<br />
pela auctoridade da sua palação. Nem discursos, nem corôas.<br />
vra e do seu talento, pela popula- Quiz que a modéstia adoravel dos<br />
ridade do seu nome e pelo exemplo seus costumes e a simplicidade da<br />
d'uma vida immaculada de dedica- sua vida o acompanhassem até á<br />
ção e constancia aos sentimentos derradeira jornada. As flôres que<br />
sagrados da justiça e da Patria. lhe eram destinadas não figuraram<br />
O seu nome ficará sendo como no cortejo.<br />
um symbolo de purêsa de creança, Desde que o cadaver saiu da ca-<br />
de abnegação e de honestidade; um mara mortuaria, o préstito fúnebre<br />
protesto contra essa onda dissolven- foi augmentando constantemente,<br />
te de perversão moral, que de cima até que no cemiterio a agglomera-<br />
se precipita e arrasta os ambiciosos ção de pessoas foi computada em<br />
venaes, lançando a desanimação e numero superior a trinta mil.<br />
a descrença na alma dos ingénuos Todas as classes sociaes se acha-<br />
e dos timidos.<br />
vam largamente representadas: ho-<br />
Neste periodo de decadencia, em mens de lettras, associações popu-<br />
que a sociedade portuguêsa se prolares e agremiações politicas, etc.<br />
stitue numa almosphera de dupli- A impressão que o cemiterio ofcidades<br />
vis, de ambições illicitas e ferecia ao descer o ferelro á cova é<br />
de intrigas ignóbeis, a morte dos tocantemente descripto em quasi to-<br />
homens de tal estatura não repredos os jornaes.<br />
senta sómente uma catastrophe A concentração piedosa d'um sen-<br />
partidaria: é mais do que isso, portimento profundo que invadia todos<br />
que elles são como que os regula- os espíritos deu á cerimonia a imdores<br />
na exaltação tumultuosa das ponência excepcional e melancho-<br />
ideias e das aspirações.<br />
lica d'uma profunda desolação pu-<br />
Rodrigues de Freitas, intelligenblica.cia adestrada no profundo estudo O Porto, obedecendo ao impul-<br />
dos mais pondorosos problemas de so espontâneo da sua magua, sou-<br />
administração, dispunha d'uma diabe prestar as mais solemnés honléctica<br />
inquebrantável, revestida de ras fúnebres ao mais dilecto dos<br />
uma fórma attrahente e d'uma ener- seus filhos, ao insigne cidadão que<br />
gia colorida e sóbria.<br />
deixa no mundo pela actividade in-<br />
Na imprensa a vehemencia pertellectual do seu espirito e pela pusuasiva<br />
e lúcida das suas opiniões reza moral da sua honestidade uma<br />
e da sua palavra desnorteava os lição salutar para o eterno aper-<br />
adversarios e vencia pela persuasão feiçoamento dos seus semelhantes.<br />
imponente. Na tribuna parlamentar<br />
e nos cbmicios accudiu sempre em<br />
x<br />
defêsa dos interesses do país e do<br />
respeito á liberdade; e no calor dos A imprensa avançada é unanime<br />
debates a sua palavra mantinha-se em prestar ao illustre morto a mais<br />
sonora e severa, com desassombro e eloquente homenagem; e o que é<br />
audacia, por sobre as borrascas e os mais, na imprensa monarchica, sem<br />
alaridos dos facciosos.<br />
distincção de côres, são-lhe dedica-<br />
Pesde muito tempo que o desendas palavras justas, dicladas pela<br />
sinceridade que a parcialidade partidaria<br />
não foi capaz de suffocar, e<br />
que provam quanto é funda e sentida<br />
a sympathia immensa e o prestigio<br />
do seu nome.<br />
Transcrevemos, inteiramente ao<br />
acaso, de varias folhas alguns períodos<br />
palpitantes, escriptos sob a impressão<br />
do acontecimento.<br />
x<br />
Da Voz Publica:<br />
«É morto Rodrigues de Freitas I<br />
Tão nobre e immaculada foi a sua<br />
vida; tão alto e puro o seu exemplo,<br />
tão funda a sua fé, tão proveitosa a<br />
sua doutrinação, que pronunciar o nome<br />
d'esle cidadão benemerito e pres-<br />
tantissimo á causa republicana, o mes-<br />
mo é que fazer-lhe a historia, o panegyrico,<br />
a consagração.<br />
Está nisto a razão" e a immortalidade<br />
da nossa causa. Os nossos mortos<br />
levantam-se na unanimidade ritual de<br />
uma apotheose de amor, de respeito,<br />
de enthusiasmo: os pisos, sepultamse<br />
como entulho. Para os nossos, é a<br />
Historia um novo reabrir das nossas<br />
maguas, um accordar das nossas saudades,<br />
uma confirmação do nosso culto:<br />
para os vossos, o maior favor da<br />
Posteridade e o esquecimento.<br />
Portanto, enterrámos os nossos mortos,<br />
mas caminhêmos sempre, sempre,<br />
na segurança de uma causa santa, que<br />
não em nenhum pacto, em nenhum<br />
conluio secreto, em nenhuma convenção,<br />
mas sim na própria alma humana<br />
tem fundamento.<br />
Como a luz do sol não se apagaria,<br />
ainda quando toda a Humanidade fosse<br />
cega, assim a razão eterna da Causa<br />
Republicana sobrevive e sobreviverá<br />
sempre a todos os desastres e a todos<br />
os cataclysmos.»<br />
De O Paiz:<br />
«Caminhámos para uma situação em<br />
que será necessário expêr a própria<br />
vido para salvar a Liberdade e preparar<br />
novos dias de felicidade para a nação<br />
portuguêsa.<br />
Pois bem: caminhêmos para esses<br />
grandes dias com os olhos nos exemplos<br />
que os grandes republicanos nos<br />
deixaram, com os seus nomes no coração<br />
e procurando imitá-los pelo estudo,<br />
pelo trabalho, pela fé nos princípios,<br />
pela coberencia e pela devoção<br />
civica.»<br />
Da Vanguarda:<br />
«A morte de Rodrigues de Freitas è<br />
uma das maiores desgraças que tèem<br />
ferido o partido republicano.<br />
Com elle se apagou uma das luzes<br />
mais brilhantes e firmes que nos era<br />
guia no caminho sombrio da politica<br />
portuguêsa, e que, em segredos dos<br />
mais discretos, norteava novos e velhos<br />
no caminho mais curto e mais<br />
suave. Nas rumas d'aquelle corpo esplendia<br />
o melhor espirito, d'aquelles<br />
que são luz e calor, para os que a impaciência<br />
cega, e para os que as desillusões<br />
desalentam.»<br />
Do Primeiro de Janeiro:<br />
«A sua vida de homem publico,<br />
como deputado que foi em varias le-<br />
gislaturas, como professor e como jornalista,<br />
foi um protesto vivo contra<br />
esta deliquescencia gangrenosa em que<br />
caiu a nossa sociedade.»<br />
Do Correio da Noite:<br />
«Defendia com vigor as suas ideias<br />
politicas, em que sempre foi intransigente,<br />
mas sabia manter-se â altura<br />
do seu nome e da sua posição. Como<br />
deputado republicano em varias legisaturas,<br />
honrou o partido que representava.»<br />
Do Repórter:<br />
«José Joaquim Rodrigues de Freitas<br />
era, sem contestação, uma das primeiras<br />
intelligencias do país. Militava na<br />
vanguarda do partido republicano, que<br />
nelle perde um dos seus membros<br />
mais honrados e dignos. Mas a sua<br />
acção nesse campo politico manifestára-se<br />
sempre peia discussão das questões<br />
doutrinarias».<br />
Da Nação:<br />
«Ainda que muito afastados em doutrinas<br />
religiosas e politicas do finado,<br />
admirámos-lhe seu fecundo talento e<br />
fazíamos justiça á sinceridade das<br />
suas crenças».<br />
Da Tarde:<br />
«Nós, que politicamente sempre militámos<br />
em terreno opposto, não podemos<br />
deixar de curvar a cabeça perante<br />
o feretro do illustre'morto, reconhecendo<br />
com sincero e leal sentimento<br />
que com Rodrigues de Freitas desappareceu<br />
um dos homens de intelligencia<br />
e de honra do nosso país».<br />
Do Diário de Noticias:<br />
«A noticia da sua morte, que foi<br />
assás dolorosa para nós, ha de ser<br />
verdadeiramente cruel para o Porto,<br />
onde elle tinha bom numero de amigos<br />
e admiradores; e onde elle, desde a<br />
juventude, fizera brilhar com grande<br />
esplendor o seu bello talento. Era um<br />
ornamento na academia polytechnica,<br />
como o fôra na imprensa e na tribuna<br />
parlamentar.<br />
Do Diário lllustrado:<br />
«Com a morte do sr. dr. Rodrigues<br />
de Freitas, desapparece não só um dos<br />
vultos mais notáveis do partido republicano,<br />
mas também um filho illustre<br />
de Portugal, um filho que o soube<br />
honrar sempre, pela elevação do seu<br />
talento, pela nobreza do seu caracter<br />
e pelos primores da sua fidalga educação».<br />
X<br />
As restaurações artísticas<br />
EM<br />
C O I M B R A<br />
I I I<br />
Ora, não vá esquecer o sr. Luciano<br />
Cordeiro...<br />
Não conheço pessoalmente o sr.<br />
Luciano Cordeiro; mas, desde muito<br />
novo, estou habituado a rir-me<br />
d'elle, mesmo sem o conhecer.<br />
A convivência com a familia<br />
Quental iniciára-me, ha muito, na<br />
pathologia d'aquelle espirito, e fizera-me<br />
conhecer a troça que lhe<br />
fizera o bom Ànthero, castigando<br />
fundo as suas p retenções de critico<br />
e de erudito, cobrindo-o d'um ridículo<br />
que ainda dura hoje.<br />
Nos ateliers por onde ando, pintores<br />
e esculptores nunca fallaram<br />
diante de mim no sr. Luciano Cordeiro<br />
que não fosse para se rirem<br />
das suas opiniões, j)ara contarem<br />
casos sempre novos, e sempre divertidos,<br />
em que o tem mettido a<br />
pretensão de conhecer tudo e de<br />
tudo saber.<br />
Nunca fallei do sr. Luciano Cordeiro<br />
a,um poeta, a um romancista<br />
ou a um critico, que não começasse<br />
logo a ouvir uma série intermi-<br />
nável d'anedoctas, coisas que s. ex. 1<br />
fez a sério, e fazem rir a gente.<br />
Ha muito que eu me rio do sr.<br />
Luciano Cordeiro sem o conhecer.<br />
Num d'estes dias vi-o; e reconhe-<br />
ci-o d'uma caricatura do Antonio<br />
Maria em que o Bordallo Pinheiro<br />
me fizera rir da sua figura, como os<br />
outros me haviam habituado a rir<br />
do seu espirito.<br />
Neste furor de troça, com que se<br />
tem corrido Luciano Cordeiro, nada<br />
se tem poupado.<br />
O seu nome tem-se orthographado<br />
Luciasno; tem-se encontrado explicações<br />
as mais extravagantes para<br />
o genese do seu queixo que alguém<br />
comparou já á queixada com que<br />
Samsão matou os phylisteus.<br />
São coisas de máu gosto, e que<br />
trazemos apenas para fazer vêr que<br />
A Resistencia solicitou do sr. dr. não somos o primeiro a achar o sr.<br />
Nunes da Ponte e Jayme Filinto Luciano Cordeiro falto de compe-<br />
que a representassem no sahimento<br />
fúnebre.<br />
tência para a alta missão que lhe foi<br />
confiada. Deixaremos todo o passado<br />
de s. ex.<br />
A commissão municipal republicana<br />
de Coimbra foi representada<br />
pelos srs. dr. Duarte Leite e Forbes<br />
Bessa.<br />
a , que não conhecemos<br />
senão por ouvir dizer, para mostrar<br />
a sua incompetência apenas com<br />
casos dos nossos dias, coisas d'hontem.<br />
0 sr. Luciano Cordeiro é incapaz<br />
de comprehender uma obra de<br />
arte,
Mostra-o bem, o que elle disse<br />
da estatua de Teixeira Lopes que o<br />
país inteiro ainda ha pouco admirou.<br />
Quando a viu pela primeira vez,<br />
não teve uma palavra d'elogio, e<br />
aconselhou que a não levassem a Lisboa,<br />
que a mandassem logo para<br />
Coimbra.<br />
Diante da obra extraordinaria de<br />
Teixeira Lopes, vibrante da vida<br />
toda de Santa Isabel, vida de tormento<br />
passada na tortura, sempre<br />
a pacificar os outros, diante d'essa<br />
estatua que, como todas as grandes<br />
obras d'arte, impressiona tanto a<br />
alma ingénua dos simples, como a<br />
dos artistas que passam a sonhar o<br />
mesmo sonho darte, o sr. Luciano<br />
Cordeiro ficou sem emoção, discu<br />
tindo a frio, sem enthusiasmo.<br />
E elle o único. Os grandes criti<br />
cos do nosso país Joaquim de Vas<br />
conceitos, A. Arroyo e Fialho d'Al<br />
meida não tiveram senão palavras<br />
d'elogio, nenhum levantou uma censura-;<br />
só o sr. Luciano Cordeiro se<br />
lembrou, no meio do côro de louvores<br />
que em Lisboa se levantavam<br />
á obra do esculptor, de achar que<br />
a imagem da Rainha Santa era falta<br />
de verdade histórica, e de extranhar<br />
que o esculptor reputasse<br />
sem a authenticidade d'um retrato,<br />
a estatua jacente do tumulo que a<br />
rainha mandára fazer em vida, e se<br />
não tivesse servido do retrato pu<br />
blicado por o sr. Benevides ou mesmo<br />
do quadro existente na Sé Ve-<br />
lha.<br />
Analysemos este caso que vale<br />
a pena.<br />
Custa a comprehender que um<br />
homem só seja capaz d'accumular<br />
tantos erros na apreciação do mes<br />
mo facto historico.<br />
r<br />
E necessário desconhecer completamente<br />
á historia d'arte no nosso<br />
país para dar o valor d'um retrato<br />
a uma estátua jacente d'um<br />
tumulo do século xiv.<br />
O artista d'então não se preoc-<br />
cupava com a physionomia do personagem<br />
que tinha d'ésculpir, ten<br />
ta v a apenas representara dignidade<br />
que o investia, dando á physionomia<br />
as características do ideal da<br />
belleza do seu tempo.<br />
Por isso todas as physionomias<br />
gothicas se parecem, todas tem<br />
mesma fronte grande e proeminente,<br />
o mesmo lábio grande e vincado, a<br />
mesma boca pequena, o mesmo<br />
collo, o mesmo seio a mesma estatura.<br />
Basta comparar duas estatuas da<br />
mesma epocha, a de D. Vetaça e a<br />
da Rainha Santa, representando<br />
pessoas de países tão differentes,<br />
apenas eguaes no berço, para se<br />
ficar convencido da verdade d'este<br />
acerto. As representações iconicas<br />
dos antigos personagens são apenas<br />
um elemento valioso para a historia<br />
do costume.<br />
Quem já tenha assistido á abertura<br />
d'um tumulo, e tenha podido<br />
estudar o cadaver, e comparal-o<br />
Com a estatua jacente que o representa,<br />
tem-se confirmado cada vez<br />
mais nesta opinião.<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
Ao retrato do sr. Benevides<br />
ninguém tem até hoje reconhecido<br />
a authenticidade d'um documento<br />
comtemporaneo de Santa Isabel.<br />
Centenario da índia<br />
Hontem consorciaram-se em S. João<br />
d'Almedína o sr. Augusto Raphael<br />
Garcia d'Araujo e a ex. ma sr. a D. Etelvina<br />
de Oliveira, Diba do conceituado<br />
industrial, desta cidade, sr. Raphael<br />
Rodrigues de Oliveira.<br />
Carta de Lisboa<br />
Porque muitos indivíduos que<br />
usam certo nome não se confundem<br />
com elle. Passa-lhe.s como uma<br />
alcunha.<br />
E esta a differença entre o charlatanismo<br />
e a dignidade.<br />
x<br />
As festas commemorativas da<br />
descoberta d'aquella mesma índia, Lisboa, 28 de julho de 1896.<br />
onde um Affonso de Albuquerque<br />
O argumento de mais força que de montra de algibebe, com o ap Comprehendem que hoje nao<br />
se tem apresentado é a sua seme- plauso do actual governo, está, nes- posso fallar-lhes senão da morte de<br />
lhança com a estatua do tumulo. te momento, fuzilando descripcio Rodrigues de Freitas.<br />
nariamente súbditos portugueses Não foi uma surpreza como<br />
Uma accusação dirigiam a Rodri-<br />
para, pelo terror, fazer calar recla de José Falcão.<br />
Ora esta semelhança nada prova;<br />
gues de Freitas: — A de não ser<br />
maçães e protestos, vão de mal Sabia-se que eslava perdido ha<br />
porque a estatua jacente não pode<br />
revolucionário. Em que termos en-<br />
peior!<br />
muito tempo e todos se admiravam<br />
tendiam esses accusadores ignorados<br />
ser um retrato, como já dissemos. E a genuína leviandade portu de que vivesse ainda.<br />
a palavra revolução? Eu explico:<br />
gueza em acção!<br />
Por isso eu não começo a sentir dizerem-se revolucionários é uma<br />
Resta o quadro da Sé Velha. Gizou-se obra a capricho e a es a falta de Rodrigues de Freitas desculpa com que encobrem a sua<br />
O quadro da Sé Velha é uma<br />
mo; e immediatamente se annun desde hoje. Sinto-a desde que élle inutilidade para o estudo, para o<br />
ciou ao mundo um projecto de fes foi considerado perdido para nós,<br />
pintura do século XVII em que a<br />
saber, para o sacrifício obscuro,<br />
tas phantasticas, tudo que occorreu ha dois annos.<br />
para as responsabilidades de cada<br />
Rainha Santa está vestida á moda á imaginação dos visionários. Nin Eu não o conheci pessoalmente dia.<br />
do século XVIII...<br />
guem se preoccupou com as despe o que não impediu de saber por<br />
Claro que nestas palavras defino<br />
zas loucas que essa faustosa exhi um dos seus Íntimos—José Falcão<br />
os revolucionários que se dizem e<br />
Ora o século XVII fica um pouco bição exigia.<br />
—quanto valia o seu espirito e o<br />
não o são.<br />
longe do século XIV em que viveu<br />
Ninguém estudou, nem calculou seu caracter.<br />
Não fallo dos que, tendo a mais<br />
orçamentos, nem determinou limi- O seu caracter. Eis aqui um caso<br />
a Santa...<br />
nobre concepção da revolta, compretes<br />
á folia.<br />
para considerar: Rodrigues de Freihendem<br />
a necessidade de homens<br />
E a repetição do que inalteravel tas era um professor brilhante. Na<br />
como Rodrigues de Freitas.<br />
O sr. Luciano Cordeiro que foi o mente tem succedido. Quando vêm sua especialidade, um erudito. Par-<br />
único critico que se revellou sem a Lisboa o rei de Hespanha, a exlamentar d'um alto valor, sem ar<br />
Porque elle não seria um revolu-<br />
emoção perante a bella obra d'arte posição d'arte ornamental, que cus- remetlidas fáceis que se transforcionário<br />
no sentido ardente da pala-<br />
de Teixeira Lopes, provou também<br />
tou 500 contos, estava orçada em mam, como as que sabemos, em<br />
vra. Mas era uma garantia para a<br />
50. E tudo assim!<br />
cobardíssimo retrahimento, nem ha<br />
obra da Revolução. .<br />
que não tem a erudição bastante<br />
Agora começam a apparecer vo- bilidades saloias de cynico e de<br />
x<br />
para comprehender uma obra hiszes prudentes, a temperar a fúria corrupto.<br />
Agora uma palavra sincera. Semtórica.<br />
vertiginosa da pandega patriótica Era correcto na expressão, ao<br />
pre que nos morre um grande chefe<br />
I^este sentido uma carta do sr rpesmo tempo nobre e simples<br />
como succede agora, o desanimo<br />
Um facto recente prova que o Thomaz Ribeiro publicada no Fo- —o que é d'uma difficuldade ex-<br />
abate os mais sinceros e os mais<br />
sr. Luciano Cordeiro é incapaz de<br />
pular é louvável de bom senso. traordinaria, quando não está no<br />
convictos.<br />
Propõe o adiamento das festas, e temperamento do individuo. Mas a<br />
avaliar bem uma restauração artís-<br />
É uma doença nacional que deriva<br />
a reducção d'ellas á proporções le sua correcção, exactamente porque<br />
tica.<br />
do nosso messianismo.<br />
gitimas e modestas d'uma simples derivava da delicadeza e da digni-<br />
Num trabalho meu publicado no comroemoração nacional.<br />
dade de pensamento, era de rara<br />
Admiremos os grandes homens<br />
Instituto, eu mostrava a necessidade Áparte o fiasco, a proposta é ac- energia em todos os actos da sua<br />
como exemplos e façamos o que<br />
de estorvar as obras de restauração ceitavel. Mas, por isso mesmo, o vida. De fórma que este homem,<br />
devemos: — imitemo-los.<br />
que se andavam fazendo na Ba- governo ha de resolver-se a exce- intellectualmente superior, domina-<br />
Chora-los, só para usar d'elles<br />
der as verbas votadas!<br />
va antes de tudo pela sua auctori-<br />
como ornamento oratorio, para espetalha.<br />
E, em vez das miseráveis dezedade moral. D'ahirvinhaa sua força,<br />
culação, para argumento em ques-<br />
A Commissão dos monumentos nanas de contos que foram auclorisa- o seu prestigio. E logico. Na crise<br />
tiunculas, é ridículo e despresivel.<br />
cionaes resolveu por proposta de não das, ha de a nação largar 2:00( portuguêsa faltam os homens hon- E necessário respeitar os mortos.<br />
sei quem, mandar examinar as obras contos, que não ó para menos rados. O prestigio da dignidade, Recordemo-los só, procedendo como<br />
Foi nomeado o sr. Ramalho Orti- vasto plano da festança!<br />
affirmando-se em actos, sem osten- elles procederam. D'outra forma<br />
gão.<br />
Olaré II...<br />
tação e sem réclames ridículos, não os profanemos citando os seus<br />
domina acima de tudo.<br />
nomes.<br />
O sr. Luciano Cordeiro que não<br />
João de Menezes.<br />
Rodrigues de Freitas além d'isto<br />
assistiu á sessão, affirmou depois «A Republica» merece as minhas sympathias e<br />
que as obras se estavam fazendo<br />
meu respeito, porque desde que foi Partiu para a Figueira da Foz o nos-<br />
muito bem, e que o seu director ti- É o titulo d'uma folha de com- deputado republicano integrou as so prezado amigo, dr. Francisco Manso<br />
Preto, distincto professor do lyceu<br />
nha muita competencia, que elle bate que sob a direcção de João suas idêas politicas num principio de Coimbra.<br />
votava contra tal exame.<br />
Chagas, a partir do 1.° de agosto definido e combateu com doutrina,<br />
vem engrossar a phalange dos mais<br />
com argumentos, com factos, oppondo<br />
á monarchia a Republica. A sessão solemne para a entrega<br />
Ora o sr. Ramalho Ortigão con-<br />
energicos luctadores da imprensa<br />
Discutiu, affirmou-se, estabeleceu da espada oíferecida ao valoroso codemnou<br />
comnosco as obras da Ba-<br />
democratica.<br />
uma linha de proceder e desenvolronel Galhardo pela colonia portutalha<br />
em plena sessão da Commis- Aguardamos com impaciência a ver um critério. Assim não foi um guêsa residente no Amparo, Brazil,<br />
são conservadora dos monumentos na-<br />
apparição do novo legionário. chicaneiro, um intrujão de accordos, foi celebrada nas salas do Grémio<br />
um homem dos corredores. Foi um de Mallosinhos!<br />
cionaes, e ainda, ultimamente, nt) seu<br />
deputado republicano—combaten- Esta não lembra ao diabo!<br />
livro — O cidto d'arte em Portugal, Sarah de Mattos do a monarchia e defendendo a Alguns jornaes até occultam o<br />
voltou a tratar minuciosamente o<br />
republica.<br />
logar da entrega.<br />
A manifestação realisada no domingo<br />
assumpto, denunciando os erros que no cemiterio Occidental de Lisboa, na E porque era intelligente e por- Não havia no Porto: na casa da<br />
lá se tem commettido.<br />
transladação dos ossos da desventurada que não fora cúmplice de facto ou camara, no Palacio de Crystal, na<br />
criança victima da perversidade jesuí- de direito de quantas infamias se Bolsa, na Associação Commercial,<br />
tica, num coio de víboras, teve praticam tornou-se temido o que ou em qualquer outra, um salão dis-<br />
Vê-se pois que o sr. Luciano altíssima significação de protesto col-<br />
é muito, respeitado o que é mais. ponível ?<br />
lectivo e vibrante d'uma população<br />
Cordeiro como critico, está muitas<br />
inteira revoltada contra essa onda de Com estas qualidades venceu A parte oratoria correu super-<br />
vezes só...<br />
fanatismo, que ameaça asfixiar a socie- definitivamente.<br />
abundante e até o auctor da espa-<br />
Em Coimbra está sò com o sr. dade portuguêsa.<br />
Porque as victorias d'occasião da intendeu intervir com o descôco<br />
0 governo, por bajular a reacção do<br />
Director das obras publicas...<br />
'aceis de conquistar essas nada de banalidades e vivorio á familia<br />
paço, prohibiu o cortejo; mas a mani-<br />
valem. Servem aos cynicos, aos reall<br />
festação manteve-se tão imponente e<br />
solemne, como era necessário para nullos; mas passam depressa.<br />
E eis aqui como um alto pensa-<br />
Já cá faltava o sr. director das<br />
desaggravo dos sentimentos liberaes Rodrigues de Freitas não fez mento de galardão patriotico é pre-<br />
obras publicas...<br />
da nação.<br />
assim. Seguiu o seu caminho a dicado pela incomprehensão do<br />
Hoje é tarde, não pode ser, fica O facto, pela enorme multidão que direito; de forma que, sendo intel- apparato que exige!<br />
sanccionou e pela convicção que o<br />
para outra vez...<br />
dirigiu,—confessando-o todos os imigente, homem de sciencia e homem<br />
E não perde por esperar, sr. Diparciaes, — deveria prestar-se a medi- de bem fixou-se e dahi nunca foi Consta-nos que nos dias 14 e 15 do<br />
tações de prudência por parte dos que jossivel desvial-o, nem ahi foi posrector<br />
das obras publicas...<br />
proximo mez d'agosto ha no Theatro<br />
impellem essa invasão ultramontana, sível attacal-o.<br />
Príncipe D. Carlos, da Figueira da Foz,<br />
se prudência podesse encontrar-se nos<br />
T. C.<br />
Aos espíritos medíocres, aos va- 2 espectáculos d'assignatura pela trou-<br />
ambiciosos e medíocres que julgam<br />
dominar as idèas com os sabres da dios da galeria talvez nem sempre pe do theatro de D. Maria, de Lisboa,<br />
que anda em digressão pelo paiz.<br />
municipal!<br />
agradem.<br />
A empreza d'estes espectáculos é do<br />
Depois d'utna prolongada doen-<br />
Na verdade, para essa gente sr. F. dos Santos Lucas, actual arrença,<br />
succumbiu o sr. José Francisco<br />
elle não deixa uma figura de rethodatario do Theatro Príncipe Real, de<br />
da Cruz, activo e honrado indusrica,<br />
nem a memoria de certo con- Coimbra.<br />
rial-d'esta cidade.<br />
vívio fácil dos que buscam a popu-<br />
Ao seu consocio e genro, o sr.<br />
laridade.<br />
Manuel José Telles enviamos o mais<br />
sentido pezame.<br />
Mas deixou um nome seu, o que<br />
é diíficil.<br />
Acha-se na Figueira da Foz a banhos<br />
o nosso amigo João Gomes Moreira,<br />
conceituado commerciante d'esta praça,
O u L b a ,<br />
Um artigo do Temps, folha auctorisada<br />
pelas especiaes condições<br />
de informação, publicou um artigo<br />
que produziu uma impressão formidável<br />
no animo dos hespanhoes.<br />
A Hespanba esgota-se nesta lucta,<br />
e tudo leva a crêr que gravíssimos<br />
desastres lhe estão reservados,<br />
se persistir na politica orgulhosa,<br />
que lhe não deixa tentar medi-<br />
das de conciliação, por meio de reformas<br />
libcraes.<br />
x<br />
Continuam na Havana as prisões<br />
de pessoas suspeitas de cumplicide<br />
com os insurgenles.<br />
Foram presos o dr. Zertucha, exalcaide<br />
de Bejucal; um tenente de<br />
voluntários, chamado Garcia, e outros<br />
indivíduos.<br />
A columna Fondevicla teve um<br />
encontro, cujos pormenores são desconhecidos,<br />
porque no ministério<br />
da guerra, em Madrid, não facultaram<br />
á imprensa o telegramma official<br />
respectivo.<br />
Isto parece indicar que o resultado<br />
não foi favoravel ás armas hespanholas.<br />
x<br />
Em Carabatas foi morto o cabecilha<br />
mulato Venâncio Micado, depois<br />
de uma lucta corpo a corpo,<br />
com o tenente de voluntários Ramon<br />
Garcia.<br />
x<br />
signal a Lebigot, que passeiava no logar<br />
convencionado.<br />
M. me de Villedieu, vendo a janella<br />
aberta precípitou-se para diante, gritando<br />
:<br />
— SoccorroI soccorro I<br />
M. de Villedieu impelliu-a rudemente<br />
para o meio do quarto.<br />
— Vamos, poisl, disse elle. Vão julgar<br />
que estão aqui estudantes banqueteando<br />
se. Acompanhae-me. Vêdeseste<br />
gabinete escuro onde mandei coilocar<br />
um grande fauteuill Peço-vos perdão,<br />
mas é là que o meu amigo d'Esprignoles<br />
tem ordem de encerrar-vos, se não<br />
estiverdes socegada. Ê lá também que<br />
tendes de ficar quando elle quizer sair,<br />
a fim de não quebrares as vidraças.<br />
Metteu-a no gabinete, fechou a porta<br />
e foi esperar Lebigot.<br />
— Meu caro d'Esprignolles, disse<br />
pile de modo a ser ouvido por sua mu-<br />
RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />
Dr. Affonso Costa<br />
Coru sua ex. ma familia partiu para a<br />
Figueira da Foz este nosso muito presado<br />
amigo e distincto correligionário.<br />
As alterações que a Companhia<br />
dos Caminhos de Ferro Portuguêses<br />
faz nos seus horários só por deferencia<br />
e formalidade costumam<br />
ser apresentados á sancção do mi-<br />
nistro.<br />
Mas o sr. Hinlze que queria um<br />
apeadeiro á porta, marcou alteração<br />
para a paragem em Algés do<br />
rápido de Cascaes. Em vista do<br />
que a companhia prescindiu da reforma<br />
do horário.<br />
Por estas ninharias reveladoras<br />
de desmedida ambição se pôde avaliar<br />
da força absorvente da caranguejola<br />
!...<br />
UNIVERSIDADE<br />
Faculdade de Philosophia<br />
Esta faculdade reunida hontem em<br />
congregação final conferiu as seguintes<br />
classificações aos seus alumnos:<br />
Classiflcações<br />
1. A CADEIRA — Accessit: João Salema<br />
de Sousa Abreu Goveia, Anselmo<br />
Ferraz de Carvalho, D. Manuel d'Assis<br />
Mascarenhas, Pompeu de Meirelles Garrido.<br />
Distinctos: Antonio T. de Carvalho,<br />
Alexandre Sousa Pinto, Eduardo Nogueira<br />
Lemos, Ayres Alcoforado.<br />
2. a CADEIRA — Partidos: Alvaro da<br />
Silva Basto, Sidonio Bernardino Cardo-<br />
O lnlransigeant mette a ridículo so da Silva Paes, Eugénio Trajano de<br />
as reformas de Canovas, dizendo Bastos Guedes.<br />
que se resumirão no seguinte: de- Accessit: Antonio Francisco de Sousa.<br />
Distinctos: José dos Santos Alves,<br />
portação, garrote vil e fu-<br />
Antonio Aurelio da Costa Ferreira, Adalzilamento<br />
para os cubaberto Novaes de Carvalho.<br />
nos.<br />
ANALYSE CHYMICA — Distincto: Car-<br />
x<br />
los Braamcamp Freire.<br />
3.<br />
O Herdldo de Madrid, diz que<br />
durante o anno corrente já se tem<br />
gasto com a campanha de Cuba<br />
360 milhões de pesetas 1<br />
x<br />
Partiu de Barcelona para Cuba o<br />
vapor Antonio Lopez, conduzindo 21<br />
officiaes e 235 voluntários.<br />
Acha-se quasi restabelecido, o que<br />
sinceramente estimamos, o sr. Adelino<br />
Vieira, digno secretario da camara municipal.<br />
a CADEIRA— 1.° accessit: Antonio<br />
Francisco de Sousa; 2.°, José dos Santos<br />
Alves; 3.°, Rodrigo Affonso Alves<br />
de Sousa.<br />
1.° distincto, Eugénio Trajano de<br />
Bastos Guedes; 2.°, Pedro Bon de Sousa;<br />
3.°, Camillo C. Guimarães.<br />
4. a CADEIRA — Premio: Sidonio Bernardino<br />
Cardoso da Silva Paes.<br />
Accessit: José Joaquim Pereira dos<br />
Santos.<br />
Distinctos: Armando Augusto Leal<br />
Gonçalves, Arsênio Botelho de Sousa,<br />
José Carlos de Barros, Alfredo Machado<br />
e Costa, Antonio Alexandre F. Fontes,<br />
Aureliano Xavier de Sousa Maia,<br />
José Bernardino de Carvalho, Manuel<br />
Francisco Neves Júnior.<br />
gundo o que está combinado, tu lhe<br />
endiques outro bilhete que escreverei<br />
também.<br />
—-Bem.<br />
— 0 numero que elle tem ê, se bem<br />
5. a CADEIRA—Accessit: José Augusto<br />
Lobato Guerra.<br />
l. os distinctos: José J. Pereira dos<br />
Santos Motta, Jayme Pinto; 2. 0S , Alvaro<br />
de Lima Henriques, Antonio José de<br />
Sousa, Joaquina Hermano de Carvalho.<br />
6 a CADEIRA — Prémios: Alvaro da<br />
Silvo Bastos, Sidonio Bernardino Cardoso<br />
da Silva Paes.<br />
Distinctos: Alvaro de Lima Henriques,<br />
José J. Pereira dos Santos Motta, Armando<br />
A. Leal Gonçalves, Aureliano<br />
Xavier de Sousa Maia, Antonio Alexandre<br />
F. Fontes.<br />
7. a CADEIRA —Accessits: José A. Lobato<br />
Guerra, José Carlos de Barros.<br />
8. 1 CADEIRA—Premio: Alvaro da<br />
Silva Bastos.<br />
7. a E 8. a CADEIRA — Premio: Antonio<br />
Affonso Vellado Alves Pereira da<br />
Fonseca.<br />
Accessit: João Alexandre Lopes Galvão.<br />
I o distincto: José Henriques Lebre;<br />
2.°, Manuel de Mello Nunes Giraldes.<br />
Bacharéis formados<br />
Relação dos bacharéis que concluíram<br />
a sua formatura na faculdade de<br />
Philosophia no anno lectivo de 18Ç 5<br />
a 1896.<br />
Antonio Affonso Maria Vellado Alves<br />
Pereira da Fonseca, M. B. 20; Jayme<br />
Constantino Fernandes Leal, B. 11;<br />
José Henriques Lebre, B. 14; João<br />
Alexandre Lopes Galvão, B. 15; Joaquim<br />
José Cerqueira da Rocha, S. 10;<br />
Américo Manuel da Conceição Mattos<br />
dos Santos, B. 12; Manuel de Mello<br />
Nunes Giraldes, B. 13; José Araujo<br />
de Souáa Nasareth, S. 10; Alvaro José<br />
da Silva Basto, M. B. 20.<br />
Faculdade de Medicina<br />
Esta faculdade reunida hoje em congregação<br />
final conferiu as seguintes<br />
classificações aos seus alumnos.<br />
Classificações<br />
1.° ANNO — Premio: Jose de Mattos<br />
Sobral Cid.<br />
1.° accessit: João Evangelista Lopes<br />
Manita; 2.°, Manuel Gomes Filippe<br />
Coelho; 3.°, Antonio da Gama Rodrigues;<br />
4.°, Elysio d'Azevedo e Moura.<br />
I. 05 distinctos: Angelo Rodrigues da<br />
Fonseca, Joaquim José d'Abreu; 2. 0i ,<br />
Amândio Gonçalves Patil, Manuel de<br />
Lucena, Manuel Xavier Ribeiro Vaz de<br />
Carvalho.<br />
Premio Rarão Castello de Paiva: João<br />
Evangelista Lopes Manita.<br />
2.° ANNO — Premio: Albino Augusto<br />
Pacheco; 2.°, Luiz Augusto Leotte<br />
Ayer du Perier.<br />
1."' accessit: Alfredo Machado, Antonio<br />
Caetano d'Abreu Freire Egas<br />
Moniz; 2.°, Ernesto Rodolpho Alves (Te<br />
Castro.<br />
Distinctos: Augusto de Sousa Rosa,<br />
João Evangelista Soares da Cunha e<br />
Costa.<br />
3 ° ANNO — Premio: Luiz dos Santos<br />
Viegas.<br />
Accessit: Francisco Cardoso de Lemos.<br />
4 ° ANNO— 1.° premio: Antonio de<br />
Padua; 2.°, Antonio Olympio Cagigal.<br />
l.° accessit: José Rodrigues d'0!iveira;<br />
2.°, Manuel Vieira de Carvalho;<br />
3.°, João dos Santos Jacob; 4.°, Carlos<br />
Alberto Lopes d'Alraeida.<br />
l. os distinctos: Joaquim Luiz Martha,<br />
Benjamin de Sousa Teixeira, Diogo<br />
Barata Cortez; 2. ss , José Victorino da<br />
Motta, Luiz Antonio Trincão, Gualdim<br />
Antonio de Queiroz e Mello, e Joaquim<br />
Salinas Antunes.<br />
5.° ANNO — Premio: João Serras e<br />
Silva.<br />
Accessit: Arthur d'Azevedo Leitão.<br />
Distinctos: 1.° Guilherme Henrique<br />
de Moura Neves; 2.° João Avelino Pereira<br />
da Rocha; 3.° Manuel Antonio<br />
Martins Pereira; 4.° Alfredo Lopes;<br />
5.® Frederico Augusto Sanches Pereira<br />
de Moraes.<br />
Relação dos doutorandos que fizeram<br />
acto de licenciatura e dos bacharéis<br />
que concluíram^ a sua formatura na<br />
faculdade de Medicina no anno lectivo<br />
de 1895 a 1896.<br />
#<br />
Terminou o serviço na Universidade.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinaria de 16 de julho de<br />
1896.<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />
Vereadores presentes : —effectivos: arcediago<br />
José Simões Dias, José Antonio dos<br />
Santos, José Antonio Lucas, Albano Gomes<br />
Paes.<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão anterior.<br />
Tomando a camara conhecimento de um officio<br />
do chefe dos serviços da caixa geral dos<br />
depositos, dando conhecimento de que todos<br />
os precatorios para levantamento de importâncias<br />
pertencentes ao fundo de viação municipal,<br />
devem ser passados em papel sellado<br />
de taxa de 100 réis e ter pago o sello de um<br />
por milhar relativo á importancia deprecada;<br />
e de um outro officio do zelador chefe dos<br />
serviços da limpeza da cidade, participando<br />
diversas irregularidades que não permittem<br />
que o serviço da limpeza da cidade, se faça<br />
conforme os desejos da repartição.<br />
Auctorisou a acquisição de duas agulhetas<br />
tercidas e emplastos para concertos das mangueiras<br />
e reparos nas mesmas, e bem assim<br />
no carro do serviço dos incêndios; limpeza<br />
de um cano ao porto dos Bentos que recebe<br />
as aguas da rua da alegria; noventa e tres<br />
avenças para o pagamento de impostos indirectos<br />
do trimestre de julho a setembro do corrente<br />
anno; auctorisou o pagamento da côngrua<br />
parochial de Santa Cruz— 2$850 réis; salarios<br />
ao pessoal da limpeza da cidade 155^040 réis;<br />
material para o serviço da limpeza da cidade<br />
45$928 réis; execução de eanalisações d'aguas<br />
28#460 réis ; reparos da canalisaçSo em gerai<br />
e conservação de reservatórios 21 £073; limpeza<br />
da valia do nascente de agua no cerco do<br />
asylo dos Cegos em Cellas o£550 réis; reparação<br />
de bancos na Praça do Commercio réis<br />
8#705 ; reparação de calçadas e syphões nas<br />
ruas da cidade 5«8970 réis; conservação d'arvores<br />
3#360 réis; limpeza de ruas do jardim<br />
de Santa Cruz 3^000 réis; reparação de calçada<br />
na ladeira de Santa Isabel em Santa Clara<br />
33$510 rés.i<br />
Licenciado<br />
Attestou ácerca de algumas petições para<br />
subsídios de lactação a menores.<br />
Encarregou o vereador do pelouro respectivo<br />
de dar o seu parecer ácerca de uma proposta<br />
para o fornecimento de pão para o<br />
asylo dos Cegos om Cellas por preço mais<br />
Adelino Vieira de Campos de Carvalho,<br />
M. B. 16.<br />
baixo e de qualidade superior ao que actualmente<br />
é fornecido para o mesmo asylo.<br />
Mandou eliminar em virtude de reclamação<br />
Bacharéis formados<br />
do rol de imposto directo para 1897 o nome<br />
de um contribuinte.<br />
Adriano Luiz d'01iveira Pessa, B. 13.<br />
Despacoou requerimentos:—passando attestados<br />
de comportamento; auctorisando a eol-<br />
Antonio Agostinho Morão de Camlocação de letreiros e tôldos em estabeleeimenpos,<br />
B. 13.<br />
tos de commercio ; licenças a empregados da<br />
Frederico Augusto Sanches Pereira<br />
de Moraes, B. 14.<br />
João Avelino Pereira da Rocha, B. 14.<br />
Alfredo Lopes, B. 14.<br />
Antonio dos Santos Tovim, B. 12.<br />
Antonio Francisco de Paula, B. 13.<br />
Camara ; alinhamento sein occupação de terreno<br />
publico ; formação de andaimes para a<br />
pintura de uma casa; eollocação de signaes<br />
funerários no cemiterio da Conchada; abertura<br />
de boracos para postes em Santo Antonio dos<br />
Olivaes.<br />
Arthur d'Azevedo Leitão, B. 15.<br />
Ricardo José d'Almeida eSousa, B. 13.<br />
Accacio Julio Ferreira, B. 12. Manuel T. Pessoa,<br />
Guilherme Henriques de Moura Ne-<br />
estudante do 5.° anno de Direito, conves,<br />
B. 14.<br />
tinua a leccionar Historia, Geographia<br />
João Serras e Silva, M. B , 16.<br />
e Philosophia.<br />
Manuel Antonio Martins Pereira, B. 14.<br />
José Maria Cardoso, B. 13.<br />
José Maria da Silveira Montenero,<br />
B. 12.<br />
Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />
Lições de hygiene publica<br />
PELO<br />
DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />
PREÇO, 10000 RÉIS<br />
Á venda na Imprensa da Universidade.<br />
F. Fernandes Costa<br />
ADVOGADO<br />
Rua do Visconde da Luz, 50]<br />
22<br />
Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Ã0 DAS GALÉS<br />
XIV<br />
O rapto<br />
M. me lher, como eu o tinha previsto, a du- me recordo 312?, perguntou Villedieu — Consentis que vos abrace, Hèlè- gnac. Mandou metter as duas malas<br />
queza não quiz ser rasoavel, e, como pegando na penna.<br />
ne?, perguntou o duque soltando uma dentro do carro, e disse para o rapaz:<br />
necessito ausentar-me confio á tua — Sim.<br />
gargalhada, eu parto com demora de — Gare do Norte.<br />
guarda, na forma por que combinamos. — Aqui está, disse Villedieu, mos- alguns dias.<br />
— Gare do Norte, repetiu elle para<br />
Sei que és um cavalheiro incapaz de trando-lhe o bilhete:<br />
A duquèsa recuou.<br />
o cocheiro.<br />
abuzares da minha confiança parte,<br />
— Oh I, disse elle, eu não insisto. Apenas a carruagem se poz em mo-<br />
«Rogo ao proprietário do Grand Ho-<br />
pois, seguro de que cumprirás com os<br />
Girou sobre os calcanhares e saiu. vimento, M. de Villedieu cortou com<br />
tel o favor de entregar as minhas ma-<br />
teus deveres. A duqueza tem completa<br />
No palacio Saint-Michel, escreveu e uma faca o panno das malas e descolas<br />
ao carregador, n.° 312, portador<br />
liberdade nos seus aposentos, mas es-<br />
expediu um telegramma a Camard. Delou-o. Depois pegou numa esponja, la-<br />
d'este bilhete.<br />
tará sempre debaixo da tua vigilaccia.<br />
pois tomou um fiacre que passava no vou ao de leve a cotia que adheria<br />
Se ella se limitar a palavriado, deixa-a,<br />
Duque de Villedieu. t Caes e fez-se conduzir ao Grand-Hotel. aqui e alli e appareceram duas lindas<br />
de Villedieu deixou pender a mas se quizer escapar-r,e ou se gritar<br />
Pediu a sua conta.<br />
malas de couro. Atirou o panno fóra,<br />
cabeça sobre o peito. Sabia, na verda- de mais, encerra-a no gabinete escuro. — Serão talvez um pouco pesadas. — Deixaes definitivamente a Fran- espremeu a esponja, e accendeu um<br />
de, que a vontade de seu marido era Tu farás as compras necessarias para São os moveis que me restam, e que ça, senhor duque ?, perguntou o cai- cigarro.<br />
inflexível.<br />
as refeições; e também és tu que as eu não levarei commigo, disse Villexeiro. Chegando á gare do Norte, deu cin-<br />
Villedieu abriu a janella e fez um has de cosinhar, não serão primorosos dieu, mas tu as alliviarás de todos os<br />
— Sim, respondeu Villedieu, mas<br />
co fracos ao cocheiro, e entrou para<br />
os manjares, mas a minha ausência é papeis, com que farás três ou quatro não para sempre.<br />
um gabinete de toilette.<br />
curta! Quando tiveres de abandonar pacotes que deitarás no correio, diri-<br />
Alli, abriu o seu sacco de viagem,<br />
um momento que seja, é ainda no gagidos ao conde de Clairemont, posta<br />
— 0 boulevard vae sentir a vossa<br />
suspendeu da parede um pequeno esbinete<br />
que tens de encerra-la. Entre- restante, Roma. Os papeis esperarão là<br />
falta.<br />
pelho, cortou as suissas, pintou o rosmos<br />
na sala, tenho cousas a dizer te todo o tempo que eu quizer e ninguém<br />
O duque subiu ao seu aposento.<br />
to, passou pelos cabellos uma agua<br />
Eram oito horas da manhã.<br />
agora que a duqueza não deve ouvir. irá alli procura-los. É um asylo segu-<br />
que os tornou negros, poz um fino bi-<br />
Em alguns segundos metteu os ob-<br />
— Tens comtigo, preguntou Villero. Queimarás em seguida a mala que<br />
gode e uma pequena pera, muito nejectos<br />
que, na vespera, tinham sido<br />
dieu, apenas entraram, todos os do- nos acompanhou a casa de Koellen e<br />
gra, e artisticamente feita, e comple-<br />
roubados em casa de M. de Koellen,<br />
cumentos para provar que és o cava- lançarás os fechos nos esgotos. Entretou<br />
o seu disfarce pondo na botonicre<br />
em duas malas de panno.<br />
lheiro d'Esprignolles?<br />
garás cem francos a Camard, em paga<br />
o laço encarnado da Legião d'Honra.<br />
— Acompanha-me sempre.<br />
da corrida e de ter impedido que M. Fechou as suas roupas e os seus pa- — Aqui está como se desnorteiam<br />
—Emprestamos para fazer a minha Gribeauval viesse perturbar-nos dupeis em três outras malas e chamou o as rapozas... nada temo agora.<br />
viagem na Bélgica e na Hollanda.—Torante a nossa operação de hontem. rapaz.<br />
— Ora está, eu não vi entrar aqueldas<br />
as precauções são poucas. — Vou Villedieu abriu a porta dos aposen- — Rapaz, conduz estas maias. Esle cavalheiro, disse a velha que guar-<br />
mandar um bilhete a Camard, para elle tos de sua mulher.<br />
tou arrependido de ter despedido o dava os gabinetes.<br />
estar aqdi antes d'uma hora, com o — Senhora, apresento-vos o cava- fiacre que me trouxe. Vae-me buscar M. de Villedieu foi ao guichet e com-<br />
seu facto de carregador, para que, selheiro d'Esprignolles, vosso carcereiro. uma carruagem depressa. As três maprou um bilhete para Lille.<br />
0 cavalheiro saudou-a.<br />
las que aqui ficam, entrega-las-has ao<br />
-—Singular cavalheiro que acceita<br />
carregador, n.° 312, que ba de vir<br />
um tal papel, disse a duquêsa.<br />
aqui procura-las.<br />
[Continua),<br />
Espiignotleii fez um cumprimento M. de Villedieu poz ao tiracollo o seu<br />
mais rasgado ainda.<br />
sacco de viagem e um frasco de CQ
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excellentes aguas míneraes<br />
para doença de pelle,<br />
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RESISTENCIA - Quinta feira 30 de julho de 1896<br />
CALDAS DA FELGUEIRA [<br />
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(BEIRA ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
Grande Hotel Club<br />
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desde 10200 réis<br />
comprehendendo serviço, club,<br />
etc. Bónus para-os médicos<br />
O estabeleci mento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de 1 . a a 5. a classe; duas salas<br />
para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />
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estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente aoestabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.% referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
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campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
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derosa de Portugal, por<br />
intervenção do seu correspondente<br />
em Coimbra, toma seguros<br />
contra fogo ou raio, sobre<br />
prédios, mobílias e estabelecimentos.<br />
Correspondente Bisiliò ."Autíusto<br />
Xavier d'Aíidrade, iua<br />
Martins de Carvalho, u.° 45.<br />
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Fernão Pinto da Conceição<br />
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Borges (Calçada) tendo<br />
uma boa sobreloja para habitação.<br />
VENDA<br />
9 ITendc-se em COZELHAS<br />
" uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
agua, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. Éem sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
0 comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
Para esclarecimentos, João<br />
Marques Mósca, solicitador, rua<br />
do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
Castanheira, largo da Portagem,<br />
Coimbra,<br />
Loja da China<br />
Ferreira Borges<br />
8 A caba de chegar um gran-<br />
» de sortimento de leques,<br />
sombrinhas e estores, japonêses<br />
e chinêses.<br />
Kl*<br />
Vã,<br />
o a<br />
Chás e cafós<br />
Casa em bom local<br />
7 fTende-se uma, de 4 anda-<br />
» res e magnificas lojas,<br />
na Couraça dos Apostolos, n.° 35.<br />
Quem pretender fale com<br />
Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
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o pagamento a praso mediante<br />
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R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
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3 flonsultas todos os dias das<br />
v nove da manhã ás quatro<br />
da tarde.<br />
QUINTA<br />
4 17eude-se a da Concbada.<br />
• Na mesma se diz quem<br />
está auctorisado a receber propostas.<br />
Julião A. d'Almeida & C. a<br />
20—Rua de Sargento Mór—24<br />
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lStTende-se uma que mede<br />
¥ tres metros de comprido<br />
por um de largo.<br />
Nesta redacção se diz quem<br />
a vende.<br />
Aos photographos<br />
COIMBRA<br />
3<br />
ftteste antigo estabeleci-<br />
« mento cobrem-se de novo<br />
guarda-soes, com bôas sêdas<br />
de fabrico português. Preços os<br />
mais baratos.<br />
Também têm lãsinhas finas<br />
e outras fazendas para coberturas<br />
baratas.<br />
Acaba de chegar á Pape- Receberam ultimamente um<br />
» laria Ceniral, rua do sortido de sarja de sêda de<br />
Visconde da Luz, um grande variadas côres, para guarda-<br />
sortimento de apparelhos para soes e sombrinhas de senhoras.<br />
photographia que vende d'agora 0 que ha de mais chic.<br />
em diante pelo preço dos catalogos<br />
mais commodos, porque<br />
se fornece directamente dos CAVALLOS<br />
fabricantes.<br />
'uares, etc; esquiuencias,<br />
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sobrecannas, ovas, es-<br />
e papel é o que se está uzando paravões, manqueiras, fraque-<br />
melhor e que pôde vender com zas de pernas, etc., curam-se<br />
desconto, em grandes quantida- com o LINIMENTO ' V1S1CANTE<br />
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"BEsmmiA,,<br />
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Redacção e Administração<br />
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'João Maria da Fonseca Frias<br />
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(PAGA ADIANTADA)<br />
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Anno 2^700<br />
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todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
Typ. F. França Amadt — COIMBRA
Cornasse recruta * /ILHÍ^^Í^F^^I ,;EPHEMERIDE<br />
'F^ » ». ,1 millipil 11ÍV » rvoi Í-V^C fi/in « I Á* I<br />
_ ; 1 I j II. •<br />
Verdadeiramenje assombroso o.<br />
que se está dando entre nós com a<br />
nomeação dos agentes do ministério<br />
publico, d'onde sáem por promoção,<br />
em que nem sempre e só<br />
por conveniências politicas se observa<br />
o principio da antiguidade, os<br />
j matura, -porque insignificante çv em<br />
gemi,*o lapso de* tempo qu£ medeia<br />
31 de julho de 1896<br />
èntré esta "e 3 concurso<br />
Morre de morte macaca, ás mãos<br />
Outra é a causa.<br />
do dictador de triste figura, a velha<br />
Suppondo que o jury dos con- carta constitucional.<br />
Carta Constitucional e seus Actos addicionaes,<br />
ou que incite á infracção das<br />
leis ou regulamentos, ou seja offensivo<br />
de algum dos poderes políticos, de<br />
qualquer corporação ou corpo collectivo<br />
que exerça funcções publicas, da moral<br />
publica, do decoro e honra dos funccionarios<br />
e dos particulares, ou que<br />
provoque manifestações contrarias á<br />
ordem publica, pôde ser apregoado nas<br />
ruas e logares públicos».<br />
As restaurações artísticas<br />
EM<br />
C O I M B R A<br />
cursos seja completamente imparcial<br />
na apreciação dos candidatos,<br />
Que susto!<br />
certo é que elle não pode formar<br />
juizo seguro ácerca do seu mereci<br />
Na ultima quinta feira, de tarde Sahirá, porém, no dia competente<br />
e á noite, esteve vigiado pela poli-<br />
com um dos dez títulos que tem<br />
mento com as provas que a lei exicia o collegio de Campolide, a fim<br />
habilitados, talvez:^ Marselhesa. A<br />
ge. D'ahi as mais flagrantes injus- de se evitar qualquer conflicto a pro-<br />
não ser que a Parreirinha tenha<br />
magistrados judiciaes. Até no retiças,<br />
as mais extraordinarias cias posito do anniversario da memoran-<br />
ordes do dictador da triste figura,<br />
crutamento dos membros do poder<br />
sificações, que teriam, como primeida<br />
procissão antonina.<br />
para ir affixando successivos editaes<br />
a proposito de cada um dos dez<br />
judicial, de cuja illustração e cara<br />
Seria melhor que a polieia vi<br />
ro resultado, desprestigiar a facul-<br />
títulos.<br />
cter depende a existencia e o des-<br />
giasse os cofres públicos e gazofidade<br />
de direito, nalguma considelasse os gatunos que lá mettem as<br />
Assim deve ser, pois é essa a<br />
involvimento de qualquer Estado<br />
ração se lhes ligasse.<br />
maos.<br />
opinião que Cergio ha dias vem<br />
porque são elles que dão vida á lei,<br />
expondo na sua mangedoura.<br />
A verdade, porém, é que nem o<br />
se está notando que, ao lado d'uma<br />
publico lhes liga importancia nem Diz o Tempo que «a policiar dei-<br />
legislação extremamente defeituosa<br />
o governo faz obra por ellas, no xou fugir um caro amigo do corre-<br />
Ministro á lébre<br />
ha o mais escandaloso favoritismo.<br />
gedor, que accumulava, com as Ainda mal apagados os fumos do<br />
meando d'entre os candidatos ap-<br />
A politica monarchica nada respei<br />
funcções de corretor e espião, as champagne com que os amigos do<br />
provados os "que têm melhores pro- qualidades de escroc e de mais Porto brindaram pelo Lyrio penden-<br />
ta, sujeitando tudo ás suas convetecções.<br />
O juizo que ácerca d'elles alguma cousa».<br />
te, filho dado á luz dentro d'um folniências.<br />
Vendo-se irremediável<br />
tenha formado a faculdade de Direi- Não é para extranhar que a poie, já nos chega a noticia de que<br />
mente perdida, parece apostada a<br />
licia assim procedesse para com um outros amigos de Paço d'Arcos, se<br />
to, que é sustentada á custa do Es-<br />
arrastar comsigo na quéda uma na-<br />
caro amigo do sr. corregedor. preparam'para nova paparóca, em<br />
tado, e as classiflcações que tenham<br />
ção que tanto tem aviltado. E con-<br />
Para os malandrins ao serviço honra do mesmo supra.<br />
obtido nos concursos, tudo isso lhes da corregedoria toda a protecçãol Em vista de tal affluencia, consta<br />
seguí-lo-ha, se por mais alguns an-<br />
é completamente indifferente<br />
que s. ex.<br />
nos podér^ desorganizar e corrom-<br />
Não,se nomeiam para agentes do<br />
per todas as instituições.<br />
• Incrível!<br />
w- - - - "O*<br />
ministério publico os individuos que<br />
No poder judicial já se estão sen-<br />
Chegaram a Lisboa nove crean-<br />
melhores garantias offereçam de<br />
tindo, em parte, os effeitos da deças,<br />
orphãs de funccionarios e mi-<br />
)em exercerem tão elevadas funcleleria<br />
influencia do actual regilitares,<br />
que estavam na escola de<br />
ções, mas os que, pelos suas idêas artes e oíiicios em Moçambique.<br />
men politico; e o modo por que se<br />
politicas e relações de parentesco Foi o governador d'essa provín-<br />
faz o recrutamento dos seus memcia<br />
o major Mousinho que, condoído<br />
ou de amizade com influentes políbros<br />
leva ao espirito de quem pen-<br />
do seu estado, e não julgando conticos,<br />
melhor sirvam os interesses<br />
sa no futuro do país as mais graves<br />
veniente a sua permanencia alli as<br />
d'um partido. E esse o único crité- repatriou.<br />
apprehensões. A muitas pessoas terio<br />
por que os governos se diri- Pois querem saber o que o<br />
mos ouvido dizer que, se se mantigem.<br />
governo pensa fazer destas infelizes<br />
ver o estado de coisas por alguns<br />
crianças?! h<br />
Não ha partido algum que não<br />
annos, o poder judicial virá a não<br />
Manda-las para a colonia agrícola<br />
considere as nomeações para os lo- de Villa Fernando que é destinada<br />
offerecer garantias algumas aos cigares<br />
de agentes do ministério pu- aos incorrigíveis.<br />
dadãos. E fundamento existe para<br />
Pasmoso!<br />
blico como um dos meios mais effi<br />
tão triste previsão.<br />
cazes de conquistar ou conservar<br />
Vejamos.<br />
correligionários. Só a isso se atten-<br />
Como habilitação especial para o<br />
de.<br />
exercício das funcções do ministé-<br />
Assim vão entrando no poder jurio<br />
publico, e portanto da magistradicial,<br />
pela porta do ministério pu<br />
tura judicial, exige-se a formatura<br />
blico, individuos que só por exces-<br />
em direito e a approvação num consiva<br />
benevolencia conseguiram uma<br />
curso, cujas provas são tão ridicuformatura<br />
em Direito com R R em<br />
I las como pasmosos os resultados, e<br />
quasi todos os annos e baixíssimas<br />
que parece até especialmente desti-<br />
informações. E serão elles que ámanado<br />
a annullar as informações que<br />
nhã se sentarão numa cadeira de<br />
sobre o mérito litterario dos alu-<br />
juiz, de desembargador da Relação<br />
mnos são dadas pela faculdade de<br />
indo alguns até ao Supremo Tri-<br />
direito. E na verdade, quem conbunal<br />
de Justiça<br />
frontar as classiflcações obtidas nos<br />
Assim se vae desacreditando a<br />
concursos com essas informações,<br />
instituição social de que mais dire<br />
verá que raras vezes succede haver<br />
ctamente dependem os direitos dos<br />
correspondência entre ellas, dan-<br />
cidadãos I<br />
do-se até por vezes o extranho caso<br />
E tudo se faz d'animo leve, pen-<br />
de serem os que a faculdade collosando<br />
só no dia d'hoje!<br />
cou em ultimo logar os que no concurso<br />
obtêm o primeiro.<br />
a Apezar do grande numero de restaurações<br />
emprehendidas neste século<br />
em toda a Europa, não ha uniformidade<br />
d'opiniões sobre a orientação<br />
artística a que devem subordinar-se.<br />
vae supprimir, por inútil,<br />
a cozinheira.<br />
Consta a uma folha da capital<br />
que o sr. conde de Burnay offereceu<br />
os seus serviços incondicionalmente<br />
á commissão encarregada da<br />
exposição industrial por occasião<br />
do Centenario da índia.<br />
Vamos ter exposição de virgens<br />
da Madragoa e annexos.<br />
João trata de ti!...<br />
Pelo ministério da fazenda foi<br />
declarado que os prelados diocesanos<br />
estão isentos de contribuição<br />
industrial pelos emolumentos a que<br />
têm direito.<br />
Venha de lá mais isso!<br />
Partido republicano<br />
Já não sáe com o titulo com que<br />
foi annunciado A Republica o novo<br />
jornal de combate do nosso prezado<br />
collega João Chagas,<br />
Obsta a isso o recente Ukasse,<br />
Refere um periodico que a policia do sr. Segurado Interino, que no §<br />
de emigração continua fazendo excel- I<br />
lente serviço no Porto!<br />
Esta noticia faz-nos lembrar o caso<br />
da que antes de o ser jd o era.<br />
o Sar ah de Mattos<br />
Tem continuado a grande mani-<br />
'estação junto do tumulo da infeliz<br />
Sarab de Mattos, a victima dos<br />
esuitas, a quem a celebre irmã Colecta<br />
envenenou no convento das<br />
Trinas.<br />
Desde domingo que homens, mulheres<br />
e creanças vão ao cemiterio<br />
levar flores á pobre Sarah, tão cedo<br />
roubada á vida.<br />
Este protesto unanime do povo<br />
de Lisboa mostra que todos os que<br />
são honrados e dignos repudiam a<br />
protecção que os altos poderes do<br />
estado estão dispensando aos jesuítas.<br />
Continue o povo a mostrar-se<br />
energico, que o futuro pertence-lhe.<br />
A attitude sympathica com que<br />
os socialistas defendem a creança<br />
atacada pelos abutres tem merecido<br />
o respeito de todos.<br />
Continuem assim, e em pouco<br />
tempo o seu partido ha de impôrse,<br />
e tem de ser attendido.<br />
O caso de «escroquerie»<br />
Consta que está afinal averiguado,<br />
pelas investigações a que o chefe<br />
Aguiar da policia de Lisboa tem<br />
procedido, e especialmente pelo depoimento<br />
do sr. Anahojr, que<br />
Segismundo do Carmo e Eduardo<br />
Ignacio da Costa Almada, burlaram<br />
a sr.<br />
, do artigo 2.°, reza assim:<br />
«Nenhum titulo contrario ao systema<br />
monarchico-representatlvo fundado na<br />
a Ha quem seja absolutamente contrario<br />
a qualquer obra de restauração<br />
que vá destruir trabalho artístico<br />
existente no edifício que pretende<br />
restaurar-se, embora esse trabalho<br />
d'origem mais moderna esteja<br />
encobrindo a obra primitiva.<br />
Não se julgam, os que seguem<br />
esta doutrina, com direito de retirar<br />
das paredes do templo os trabalhos<br />
de gerações d'esculptores<br />
que andaram piedosamente a ornamentar<br />
a casa do Senhor.<br />
Respeitam esses trabalhos, como<br />
os ex-voto que a piedade dos fieis<br />
pendurou perto das imagens queridas<br />
que nos altares sorriem, cheias<br />
tie caridade, ás suas supplicas.<br />
Este modo de vêr é ainda abonado<br />
por um motivo de mais valia<br />
— o respeito por todo o trabalho<br />
artístico.<br />
Se uma restauração é determinada<br />
por o respeito pela obra d'arte<br />
do architecto que primeiro concebeu<br />
e delineou o edifício, por que é<br />
que se não deve ter o mesmo respeito<br />
pela obra dos artistas que andaram<br />
durante séculos a decorá-la,<br />
abrindo capellas novas e ornamentando-as<br />
do seu capricho, invoivendo<br />
a creação do primeiro architecto<br />
num novo sonho d'arte?<br />
Porque se ha de respeitar a arte<br />
na obra do architecto e se não ha<br />
de respeitar na obra do decorador?<br />
Tanto vale um bello baixo relevo<br />
em que agonize triste o Christo, a<br />
cabeça dobrada a consolar os que<br />
choram'em baixo ao pé da cruz,<br />
obra que um esculptor concebeu<br />
num momento d'inspiração, realizou<br />
em poucos dias de trabalho e<br />
se foi occultar tristemente na parede<br />
escura, no silencio triste d'uma<br />
capella pequenina; como vale uma<br />
cathedral das que levaram séculos<br />
a fazer e se levantam triumphantes<br />
ao sol no meio das grandes cidades<br />
e nos fazem calar, quando á volta<br />
tudo se agita em movimento, e grita<br />
em gritos de vida.<br />
A decoração feita por um artista<br />
D. Maria Levy de Carvalho, para a parede d'um templo antigo<br />
sendo o principal auctor o Segis-<br />
deve ser respeitada como a obra do<br />
mundo.<br />
Os outros, diz-se que parece não<br />
architecto primitivo, e pelo mesmo<br />
estarem implicados; pelo menos é motivo—o respeito pela arte.<br />
esta a opinião do seu amigo do co- Para os que assim pensam, a<br />
ração — Corregedor.<br />
restauração d'ura monumento é<br />
IV
apenas um trabalho d'erudição, é<br />
uma lição d'arte e faz-se num livro<br />
ou levanta-se num modelo.<br />
No livro descreve-se o estado do<br />
edifício, analysa-se historicamente<br />
toda a obra, marcam-se as superfetações<br />
e traça-se em desenhos a<br />
reconstituição, como a mostrou o<br />
trabalho do historiador e do archeologo.<br />
Noutras partes levanta-se em<br />
gesso ou em madeira um modelo<br />
que mostre rapidamente o aspecto<br />
primitivo do templo, como o revelou<br />
o trabalho do critico e do antiquario.<br />
Algumas vezes, o modelo é feito<br />
em metaes preciosos, lavrado em<br />
ouro ou prata e serve de relicário á<br />
relíquia do santo que fez levantar<br />
antigamente aquelle templo, a que<br />
vinham de tão longe caravanas de<br />
peregrinos a agradecer ou implorar<br />
o milagre; e lá se conserva no thesouro<br />
a preciosa reconstituição;<br />
mas o templo fica na mesma, como<br />
o fez a piedade dos fieis.<br />
sa, tivesse acompanhado sempre os<br />
artistas de todas as epochas.<br />
Se este principio é respeitável<br />
em qualquer parte, no nosso país<br />
é uma necessidade fazê-lo acceitar.<br />
Se entre nós se admittisse principio<br />
tão salutar, não teríamos de lamentar<br />
as obras vergonhosas de<br />
,orpe restauração que se tem feito<br />
)or esse país fóra.<br />
Conviria que se limitassem as<br />
obras á simples conservação dos<br />
edifícios, até que em Portugal hou<br />
vesse alguém competente e respeitador<br />
da arte e da opinião publica,<br />
a quem podesse entregar-se o cuidado<br />
das ruinas do nosso passado<br />
artístico.<br />
O segundo modo de vêr cujo ideal<br />
seria uma restauração em que nin<br />
guem differençasse o antigo do que<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Carta de Lisboa<br />
Lisboa, 31 de julho de 1896.<br />
Dia da outhorga da Carla Constitucional<br />
o de hoje, convinha celebrá-lo<br />
por maneira a demonstrar<br />
mais uma vez que a Carta é uma<br />
intrujice, a coberto da qual o rei faz<br />
o que quer.<br />
E assim o nosso D. Carlos, furioso<br />
porque nas paredes lia a pa-<br />
Não se está disposto a alurar-<br />
Ihes as impertinências indelicadas.<br />
De resto Veiga melhor fará pensando<br />
que não se pôde ter relações<br />
com elle desde que escreve a escrocs<br />
trataqdo-os por «amigos do coração».<br />
João de Menezes.<br />
Litteratura e Arte<br />
BALLADA<br />
Ohl Se alguém te visse o corpo<br />
vestido do meu desejo...<br />
Da estriga dos teus cabellos louros,<br />
que eu ando, ha tanto tempo,<br />
A caçada aos padres a fiar com meus beijos, faria o veu<br />
A Nação e a Palavra, referindo- )ara te envolver a cabeça.<br />
lavra Republica, titulo do novo jorse ao anniversario da selvagem canal<br />
de João Chagas, chamou o João çada aos padres, effectuada em 30 E andaria sempre a tua cabeça<br />
Franco e deu-lhe ordens.<br />
de julho do anno passado, afirmam, envolta do murmurio dos meus<br />
Quaes ellas foram vê-se do edi- o que de resto já era ha muito sa- jeijos.<br />
tal hoje affixado em varias paredes bido, que essa caçada foi planeada<br />
de Lisboa, não esquecendo a do pré- pelo fallecido Carlos Lobo d'Avila<br />
dio do jornal do Chagas.<br />
e executada pelos agentes do go- O teu vestido seria transparen-<br />
Nesse edital se diz o que veverno com o auxilio de certos pere, côr do luar quando nasce, e é<br />
rão pelos jornaes, embora eu não digões ao serviço da corregedoria. ainda dourado do ultimo raio de<br />
me dispense de transcrever d'e)fe a É bom que isto se saiba. sol.<br />
E seria leve e acariciador como<br />
preciosidade que segue:<br />
a ponta dos meus dedos.<br />
se fez de novo, corresponde para «Art. 4 É prohifoido expor No jantar dado ao ar livre com gui Mal te tocaria os quadris, redon-<br />
ao publico ou affixar nos logares tarrada, pela sr.* D Maria Pia, na dos, como os sonham meus olhos,<br />
nós a uma mystificação, é censurá- públicos, cartazes, annuncios, dísticos, quinta de Monserrate, desappareceram e cahiria sobre o chão, sempre a<br />
vel como a restauração d'um perga lottreiros, figuras, quadros, estampas, uns seis talheres de metal branco<br />
imagens ou publicações offensivas de Não admira.<br />
ondular ao vento, a enrugar-se e a<br />
minho, criminoso como a falsifica alguns dos poderes políticos ou de qual- Têm d'estes inconvenientes as pandi- íeijar-te os pés dourados, como a<br />
ção d'uma escriptura.<br />
quer corporação ou corpo collectivo gas nas hortas.<br />
renda d'espuma que o mar faz<br />
que exerça funcções publicas, da mo-<br />
quando mordo a areia loura da praia.<br />
Com um critério assim acaba-se ral publica, do decoro e honra dos func-<br />
É respeitável este modo de ver na penitenciaria.<br />
cionarios e dos particulares, ou que Condemnação de Jameson<br />
provoquem manifestações contrarias á<br />
i<br />
E seria como o vestido da lua,<br />
ordem publica.»<br />
0 jury do alto tribunal de Londres que dizem que mata quem o olha.<br />
Para outros a restauração dos Respeitámos também a opinião<br />
proferiu no dia 28 o seu veredictum,<br />
velhos monumentos é cousa per- dos que limitam a restauração á evo Leram bem: expor ao publico ? condemnando o famigerado dr. Jameson,<br />
o invasor do Transwaal, a 15<br />
mittida.<br />
cação do sonho antigo do esculptor, Por este processo simplifica-se<br />
E seria como o nevoeiro que<br />
mèses de prisão, e os seus sequazes<br />
Deve-se procurar livrar os tem- deixando bem a claro a obra nova toda a complicada patifaria da obra<br />
morre quando aquece o sol, tecido<br />
o major White a 7 m&-es; Coveritry<br />
plos de tudo o que encubra a con- de modo a excluir toda a idêa da<br />
de Lopo Vaz.<br />
Grey e o coronel White a 5 mêses que se desfaria ao calor dos meus<br />
Expôr ao publico, pôde ser ven e Willoughby a 10 mêses.<br />
beijos.<br />
cepção do architecto primitivo. falsificação de toda a obra empre-<br />
der ao publico, mostrar ao publico Como deve estar triste o sr. du So<br />
Mas ainda aqui se dividem as hendida.<br />
para que compre.<br />
verall<br />
Se algum dia o meu desejo ves-<br />
opiniões.<br />
É como se num velho pergami- Portanto a policia lê o jornal,<br />
tisse o teu corpo...<br />
nho roído pelo tempo, alguém pie- não lhe agrada? Jornal apprehen- Espera-se que o Tramway-Coim-<br />
Uns querem que se refaça por dosamente tapasse os buracos, esdido e mais penas da lei seguidabra-Luso comece a funccionar no<br />
completo a obra antiga, creando de crevendo as palavras que o estudo<br />
mente.<br />
meiado d'esle mês.<br />
Eu andaria sempre de rastos a<br />
É nestas alturas que os patriotas<br />
.estender as mãos para tu pôres os<br />
novo decorações nos si tios d'onde lhes indicasse lerem desapparecido,<br />
gritam pela Carta, pedem a liber-<br />
pés, sentindo no hombro nu a ca-<br />
desappareceram as antigas, tentan na sua calligraphia, sem pretensões<br />
Diz O Popular que o facto de o rei<br />
dade e esperam que os filhos de<br />
ricia das tuas unhas, o calor da<br />
se fazer acompanhar, na sua próxima<br />
do dar ao baixo relevo, ao friso, ao a querer enganar ninguém. Passos nos deixem á vontade. viagem ás Caldas, pelo sr. du Soveral ponta dos teus dedos.<br />
capitel, o sabor archaico da obra Mas teremos tempo de fallar nisto É nestas alturas que os cynicos é «por ter comprehendido que, de<br />
primitiva.<br />
mais devagar.<br />
e cobardes se lembram de accusar pois de factos recentes, o sr. Sove-<br />
as impaciências da gente nova e lhe<br />
ral carece de ser coberto!»<br />
Toda a vida andaria de rastos,<br />
Para estes, o ideal da restauração V. ex." devem estar cançados já.<br />
Querem ver que dentro em pouco parando onde parasse o teu capri-<br />
recommendam — que não cáia no tempo ternos a verificar um novo cho.<br />
seria o não poder ninguém reconhe-<br />
desagrado dos adversarios. aCds de Mr. Guerin/» Se o diabo já<br />
cer onde houvesse obra nova, con- Li tudo outra vez.<br />
Como se os que faliam claro e disparou uma trancai<br />
seguir insufflar o mesmo sentimento Não é tão bom escrever tanto verdadeiro, estejam dispostos a es-<br />
E nunca levantaria a cabeça!<br />
que palpita nos restos em que tocou tempo d'arte sem ter de fallar em... perar pela quéda do ministério para Tourada na Figueira<br />
apenas o cinzel dos primitivos es- Não! Hoje ha de ser completo o dizerem o que sentem ou fazerem o<br />
Pôde lá mais na vida levantar a<br />
que querem.<br />
Com uma brilhantissima tourada<br />
culptores, em tudo o que teve de prazer. Nem onomed'elles escreve-<br />
cabeça quem tenha olhado uma vez<br />
Positivamente a baixêsa do go- inaugura no proximo dia 9 o Coly-<br />
fazer-se de novo.<br />
rei.<br />
os teus pés...<br />
verno explica-se: — E que desce a seu Figueirense a sua epocha tau-<br />
T. C procurar a baixêsa dos cobardes. romachica.<br />
Outros, finalmente nas, restaura-<br />
De crer é que esta festa seja Frescos, como uma flôr.<br />
ções reproduzem apenas as linhas<br />
enormemente concorrida, attenden- Parece que nunca foram calça-<br />
Congresso internacional de chimica Mestre Veiga, esse pequenino do aos esforços que a digna diredos, e que nunca andaram descal-<br />
geraes. As molduras, os capiteis,<br />
Inaugurou-se em Paris, no dia 27, juiz e mais pequeno policia mancção da companhia do Colyseu em ços; pés sonhados que tivessem ca-<br />
os frisos, toda a obra que desappa- o Congresso Internacional que ha de dou dizer por um criado ao João prega para tornar este espectáculo minhado sempre sobre beijos.<br />
receu, fica apenas esboçada.<br />
estudar as applicações da chimica. Chagas que fosse fallar-lhe. e os da presente epocha o mais<br />
Presidiu á sessão o illustre chimico<br />
O Chagas respondeu o qub devia attrahentes possível, já esmerando-<br />
Berthelot, que pronunciou um interes-<br />
Os dedos parecem os das mãos<br />
Nós respeitamos a primeira opisantíssimo discurso, enumerando e e para que não houvesse duvidas se na escolha do gado, já chamando e pedem a caricia do ouro e das<br />
nião. !<br />
elogiando os progressos alcançados chamou um amigo para ouvir: os mais afamados artistas portuguê- pedras preciosas.<br />
pela chimica nos últimos annos.<br />
— Diga ao sr. Veiga que o não ses e bespanhoes.<br />
Somos contra as restaurações. Até hoje adheriram ao congresso conheço pessoalmente. Por conse- E nem lhes faltará a vida e ani-<br />
Se o edificio civil ou o templo 1:597 chimicos, sendo 602 extrangeiquência<br />
não tenho nada que fazer mação que só lhes sabem imprimir São^ fortes, longos, duros e flexíros.<br />
são um documento, se são uma<br />
O congresso reservou 11 vice-presi- no governo civil onde não posso ser as filhas de Hespanha, que nesta veis, como o aço, perfumados, como<br />
lição d'historia, essa lição lê-se dencias para os extrangeiros. chamado senão por dois motivos: quadra afíluem a essa bella cidade, um lyrio côr de rosa.<br />
numa monographia, ou vê-se bem Nas sessões, tanto geraes como de Ou para negocios particulares ou e este anno mais do que nunca,<br />
secção, tratarão os congressistas de<br />
num modelo.<br />
para negocios officiaes. Negocios seduzidas pelos encantos da mais Mal se apoiam sobre o chão.<br />
examinar os progressos realisados pelas<br />
particulares, como não conheço o formosa e pittoresca praia de Por-<br />
Para dar a um templo a sua industrias desde 1894, e* especial-<br />
A planta do teu pé é cavada,<br />
feição antiga alterada pelo trabalho<br />
mente pela de fabricação de assucar. sr. Veiga elle se quizer que os vetugal. numa cova pequenina, em que ca-<br />
Também parece que, por desejo nha tratar aqui, onde o espero até A los toros t<br />
bem a custo meus lábios...<br />
de muitas gerações, eu não preciso expresso dos governos, se occuparão ás 6 horas da tarde, recebendo-o Eis a lista completa dos artistas<br />
destruir as obras mais modernas, em fixar os methodos de analyses que como recebo toda a gente que me para esta corrida:<br />
se devem adoptar nas futuras legisla-<br />
vejo-a bem sem fechar os olhos,<br />
procura. Negocios officiaes não se Cavalleiros—Os distinctos artis- Pôde lá mais levantar cabeça<br />
ções industriaes.<br />
olhando bem os restos do edificio.<br />
tratam por convites. 0 sr. Veiga tas Fernando d'01iveira e Gomes quem um dia tenha beijado os teus<br />
que me intime e então irei.<br />
Duque.<br />
pés...<br />
Assiste a este congresso como re<br />
Espada—El Quinite, o celebre Coimbra, 31-YII-96.<br />
Demais o estado em que se acha presentante do governo português o<br />
matador de novilhos e sua cuadrio<br />
templo é uma lição d'outra espe- sr. Charles Lepierre, distincto profes- Veiga embatucou, mas o Edital Iha.<br />
T. C.<br />
sor da Escola Industrial Brotero, d'esta<br />
cie, ensina o respeito que se deve cidade.<br />
vingou-o.<br />
Bandarilheiros—- Os estimados<br />
ter pela obra dos outros, mostra Não levou ajudas de custo nem re- Não sáe a Republica, sáe a Mar- artistas do Campo Pequeno; Theo*<br />
0 sr. Leopoldo Battistini, professor<br />
como teria sido útil, que este prin cebe por portas travessas, porque se selheM.<br />
doro. Cadete e Salgado.<br />
de desenho elementar da escola Indus-<br />
tracta d'uma coisa séria. Se fôsse para Veiga embatucará sempre que Director da corrida o sr. Jayme trial d'esta cidade, obteve licença para<br />
cipio do respeito pela arte, que é uma pandiga a Buda-Pesth, despeja vam- pretender sair da lei,<br />
Henrique.<br />
lr passar as feria» ao extrangeiroi<br />
de hoje, que ó uma conquista nos< se as arcas do thesouro.
C-cOoa,<br />
Não ha noticias da guerra.<br />
Também se não desmentiu ainda<br />
a noticia da derrota do coronel Suarez<br />
Inclan, que se julga prisioneiro<br />
de Antonio Maceo.<br />
Partiu hontem para a Figueira<br />
da Foz, com sua ex. ma familia, o<br />
nosso prezado amigo dr. Antonio<br />
José Teixeira d'Abreu, distincto lente<br />
da faculdade de Direito.<br />
Encommendas postaes<br />
A contar de hontem, é elevado a<br />
5 kilogrammas por cada volume, o<br />
peso máximo, das encommendas<br />
postaes permutadas entre o conti<br />
nente, ilhas, Gran-Bretanha e colo<br />
nias britannicas, sendo também ad<br />
mittidas encommendas postaes com<br />
valor declarado até á quantia de<br />
réis em cada volume.<br />
Terminou hontem o curso das<br />
acluaes letras de cambio, que podem<br />
ser trocadas pelas do novo modelo,<br />
durante todo o mês de agosto.<br />
Diz um correspondente d'esta cidade<br />
que se espera que o logar de administrador<br />
da Imprensa da Universidade,<br />
cujo concurso se encerrou ha quatro<br />
meses, será provido por estes dias.<br />
Muito tem custado ao dictador da<br />
triste figura, a pôr este ovo.<br />
Principiaram hontem, como ha<br />
dias noticiámos, os exames de instrueção<br />
primaria no lyceu d'esta<br />
cidade.<br />
Está aberto concurso para provi<br />
mento do partido medico-veterinario<br />
do Cartaxo, com o ordenado annual<br />
de 360$000 réis.<br />
Na diocese de Coimbra está vaga<br />
a egreja de Alfarellos.<br />
Vae ser expedida uma circular aos<br />
reitores dos lyceus sobre a fórma de<br />
organizarem as folhas dos vencimentos<br />
dos professores do lyceu que presidem<br />
aos exames de admissão, que serão<br />
abandonados quando façam serviço na<br />
séde da sua residencia com a gratificação<br />
de exercício, acrescendo a esta<br />
23 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Ã0 DAS GALÉS<br />
XV<br />
As victimas<br />
Pouco illuminado pela luz dos candieiros<br />
do boulevard, o aposento de<br />
M. de Koellen apresentava um aspecto<br />
lúgubre.<br />
No gabinete, os cofres fortes arrombados,<br />
os moveis em desordem; e, nos<br />
leitos, dois cadaveres.<br />
M. de Koellen e um criado alli est*<br />
vam esteudidos.<br />
Entretanto, se se observasse attentamente<br />
M. de Koellen, vêr-se-hia o<br />
seu peito levantar-se com intervallos<br />
regulares.<br />
De instante a instante, a vida vol<br />
tava mais intensa, e, às cinco horas<br />
da manhã, saia do somno lethargico<br />
em que o havia apenas mergulhado<br />
aquelle que julgou tê-lo envenenado.<br />
is sete horas ergueu-se no leito<br />
mas tornou a cair.<br />
Só apenas às dez horas é que pôde<br />
conseguir levantar-se.<br />
— Que dôr de cabeçal, exclamou<br />
Depois, repentinamente:<br />
— Os ladrões I Os ladrões !<br />
E correu ao seu gabinete.<br />
ficou atterrado,<br />
10200 réis diários, quando esse serviço<br />
é feilo fóra da su< residencia. Aos<br />
professores de ensino primário e outros<br />
funccionarios, que façam parte<br />
dos jurys e residam fóra da localidade,<br />
os exames se iealizarem, é concedida<br />
igual gratificação de 10200 réis por<br />
cada dia de serviço e viagem.<br />
Acompanhado de sua ex. raa esiosa<br />
e interessante filhinha, parte<br />
>or estes dias para a Figueira da<br />
?uz o nosso estimável amigo sr. dr.<br />
Francisco da Costa Pessoa Cabral,<br />
islincto professor do lyceu d'esta<br />
cidade.<br />
Collegio Mondego<br />
O intelligente director d'esta conceituada<br />
casa de educação e ensino,<br />
sr. Diamantino Diniz Ferreira, que<br />
todos nós conhecemos como trabahador<br />
iucansavel e educador de<br />
jrimeira ordem, teve o prazer de<br />
ver todos os seus alumnos approvados<br />
na presente epocha de exames,<br />
tanto no lyceu, como no seminário.<br />
Este facto excepcional, num anno<br />
em que a benevolencia dos examinadores<br />
do lyceu de Coimbra se<br />
manifesta por 225 reprovações,<br />
prova exhuberantemente o cuidado<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
que nesta casa de ensino se tem<br />
com a habilitação litteraria dos<br />
seus alumnos, e na escolha do seu<br />
pessoal docente.<br />
Congratulámos-nos com o sr.<br />
Diamantino Ferreira por vêr assim<br />
coroados do melhor êxito os seus<br />
intelligentes esforços, e fazemos<br />
votos pela crescente prosperidade<br />
do seu collegio.<br />
Desforra d'um cura<br />
Um camponez levou certo dia uma<br />
gallinha de prezente ao seu cura. 0<br />
cura, agradecido, convidou-o para o<br />
jantar.<br />
Oito dias depois, apresenta-se em<br />
casa do cura outro camponez, mas<br />
d'esta vez com as mãos vazias.<br />
—Quem sois e o que quereis?<br />
—Senhor cura, eu sou irmão do homem<br />
que vos trouxe uma gallinha.<br />
—Sentae-vos.<br />
E assim appareceu uma ladainha: de<br />
primos, vizinhos, etc que todos<br />
os dias vinham comer o jantar ao<br />
presbyterio, até que por fim o cura,<br />
arreliado, fez servir por a sua criada,<br />
ao ultimo visitante, aue era nem mais<br />
nem menos do que «um parente do<br />
primo do neto do irmão mais velho do<br />
-Roubaram-me mais de três milhões,<br />
murmurou.<br />
E caiu sobre uma cadeira.<br />
Pouco a pouco foi voltando a si.<br />
— Vejamos, levaram-me os brilban<br />
tes e o ouro. O valor do que elles me<br />
levaram é de três milhões, pelo menos,<br />
mas para mim o prejuízo é apenas de<br />
mil e quinhentos francos, uma perda<br />
reparavel. Não levariam mais nada?<br />
Passou ao salão.<br />
— Ah ! Elle levou as suas telas com<br />
usura. Supponhamos que perdi dois<br />
milhões. É preciso trabalhar muito para<br />
cobrir este prejuízo, mas, emfim, não<br />
estou arruinado. É o terceiro roubo de<br />
que sou victima, roas este é muito importante<br />
para que eu o deixe passar<br />
assim. A minha posição é sem duvida<br />
muito delicada, pois que, pensando<br />
bem, eu não sou mais do que um usurário,<br />
um penhorista, mas como tenho<br />
na mão, muitos magistrados, militares<br />
e diplomatas, nada tenho a receiar da<br />
justiça num negocio d'esta especie.<br />
Mas porque motivo os meus criados<br />
me não accudiram ? Tocou a campainha.<br />
Ninguém respondeu.<br />
— Certamente, disse elle, abrindo<br />
uma gavêta e pegando em dois rewolveres,<br />
os meus criados tiveram a mesma<br />
sorte que eu. M. de Villedieu não<br />
podia fazer só esta bella obra. No emtanto<br />
os meus criados eram três.<br />
Entrou no quarto onde dormia o seu<br />
mordomo e encontrou-o estendido sem<br />
movimento sobre o leito.<br />
— Mataram-no, murmurou,<br />
homem da gallinha», uma grande tigela<br />
de agua quente.<br />
—Que é isto? disse elle para a criada<br />
do cura.<br />
—É, senhor, o parente do primo do<br />
neto do irmão mais velho do caldo da<br />
gallinha!<br />
Bibliograpliia<br />
Rpcebemos o Relatorio e Contas Ha Associação<br />
de Soccorros Mutuos dos Artistas^ de<br />
Coimbra, relativos ao anno de 1894 e 1893.<br />
Agradecemos o exemplar que nos foi enviado.<br />
Gazeta das Aldêas— Importante semanario<br />
de propaganda agrícola e vulgarização<br />
de conhecimentos úteis que se publíca'no<br />
Porto.<br />
É seu redactor principal o sr. dr. Antonio<br />
de Magalhães, distincto chimico analysta do<br />
Lsboratorio Chimico-Aericola do Porto.<br />
O n.° 30 que recebemos insere os artigos seguintes<br />
:<br />
Regresso aos campos (VIII), F. Simões Margiochi-<br />
Rudimentos de agricultura, dr. Antonio<br />
de Magalhães—Agricultura colonial portuguêsa,<br />
Mello de Mattos—Sericullura (VIII, continuação),<br />
F. M. da S. Póssas — A industria<br />
dos lacticínios (V), dr. Antonio de Magalhães<br />
— Os animaes domestieos (IX;, Trigueiros<br />
Martel — Cultura do Topinambo (com gravura),<br />
A. M. Lopes d? Carvalho—Economia domestica<br />
(VI), D. Maria M. d'01iveira Pinto.—<br />
Conselhos de vetennaria, Osvaldo Eletti. — O<br />
Abysmo (folhetim) — Secções e artigos diversos.<br />
Jornal de Viagens e aventuras de<br />
terra e mar. — Reeebemos o n.° 16 d'este interessante<br />
jornal que se publica no Porto, sob<br />
a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />
Eis ó summario das matérias contidas neste<br />
numero :<br />
Texto: — Educação dos Betchuana—O pro<br />
ximo Centenario —As grandes aventuras: Sem<br />
Cinco-Reis, —Os Magyares e a exposição do<br />
millenario da Hungria.— índia (narrativa flamenga<br />
de 1504). — A instrueção nacional: O<br />
ensino da iingua pelo alphabelo natural—Caçadas<br />
ao leão.—Descoberta do Brazil (?): João<br />
Ramalho. —Dramas do mar : O navio mysterioso<br />
— O nosso dominio em Africa — Pelas<br />
colonias.<br />
Gravuras ."—Um dos degraçados, succumbindo<br />
á dôr. — Entrada principal da secção<br />
histórica, na exposição de Buda-Peslh. — Caçada<br />
ao leão. — O pobre diabo sobrevivente<br />
procurou em torno de si um refugio. —De pé<br />
junto ao balcão. d,e copos nas mãos.<br />
Preço da assignatura : trimestre, 750 réis ;<br />
províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />
Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />
Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 29,<br />
ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />
Porto.<br />
Revista das Escltolas — Recebemos<br />
o n.° 22 d'este semanario, que a par de<br />
outros assumptos interessantes insere o novo<br />
Regulamento de Instrueção Primaria.<br />
O numero que acabamos de receber contém<br />
os seguintes artigos:<br />
A instrueção christã, Padre João Vieira<br />
Neves Castro da Cruz.—As rendas de casa aos<br />
professores do Porto, A. F. —O regulamento,<br />
A.— O promettido é devido, A. C.—A auctoridade<br />
administraliva de Ceia, A. C. — Legislação<br />
escolar : Portaria de 20 de setembro de<br />
1882, approvando as instrucçOes que devem<br />
ser observadas pelos inspectores e sub-inspectores<br />
de instrueção primaria nas visitas ás<br />
0 procurador da Republica junto do<br />
tribunal do Sena acabava de sentar-se<br />
á sua mêsa, quando lhe entregaram<br />
um bilhete em que se lia o seguinte:<br />
«Peço o favor d'uma audiência.»<br />
Este bilhete era assignado por Lu<br />
cien Gribeauval.<br />
escolas publicas e particulares. Instrucções a<br />
que a mesma portaria se refere. Decretos de<br />
16 de julho, determinando que s-jam abertos<br />
no ministério da fazenda a favor^do do<br />
reino, os seguintes créditos especiae*: "âSSJíOOO<br />
réis para pagamento de gratificações ao vicepresidente<br />
e vogaes do conselhe superior da<br />
instrueção publica, e 458#805 réis para pagamento<br />
do ordenado do professor e das demais<br />
despezas da escola «Manuel Antonio de Seixas»,<br />
em Moncorvo. Despachos pela direcção<br />
geral de instrueção publica. Programma para<br />
o concurso da cadeira de pintura histórica da<br />
escola de Bellas-Artes de Lisboa. —Noticias<br />
escolares.—Noticias diversas.—Secção litteraria<br />
: Os bons pastores, poesia, A. Moreira<br />
Bello. — Bibliographia.<br />
Aviso aos devotos da Rainha<br />
Santa Isabel<br />
A mesa da real confraria da Rainha<br />
Santa Isabel, reconhecendo que a continuação<br />
da exposição da veneranda<br />
imagem da Rainha Santa na sua egreja<br />
em Santa Clara, sem as precauções<br />
devidas, estava sendo prejudicada com<br />
o continuo pó e sujeita a muitos outros<br />
estrogos, resolveu em sua ultima<br />
sessão que emquanto não tivesse uma<br />
vitrine própria a poder ser vista esta<br />
valiosa dadiva de sua magestade a<br />
rainha sr. a D. Amélia, fosse encerrada<br />
no logar em que estava exposta, convenientemente<br />
envolta em pannos e<br />
fechada no seu docel.<br />
Mais resolveu que os photographias<br />
da mesma imagem fossem marcadas<br />
com a chancella da real confraria e que<br />
se expozessem á venda na egreja do<br />
mosteiro de Santa Clara e nos estabelecimentos<br />
dos srs. Miguel José da Costa<br />
Braga, rua do Visconde da Luz, Francisco<br />
Maria de Sousa Nazareth Júnior<br />
e Francisco José da Costa, na rua de<br />
Ferreira Borges.<br />
As pessoas de fóra da cidade que<br />
desejem adquirir as photographias da<br />
veneranda imagem, podem dirigir os<br />
seus pedidos ao procurador da real<br />
confraria o sr. Francisco Maria de Sousa<br />
Nazareth Júnior, na rua de Ferreira<br />
Borges, n.° 22, em Coimbra, que promptamente<br />
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José Ferreira Barbedo Vieira.<br />
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a minha sombra, de maneira que só<br />
pela manhã pude entrar em Cachan.<br />
E esta manhã, senhor, encontrei as<br />
Cogido do Processo Commercial<br />
APPROVADO POR<br />
Carta de Lei de 13 do maio de 1896<br />
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Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5.® anno de Direito, continua<br />
a leccionar Historia, Geograpbia<br />
e Philosophia.<br />
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Reptis e amphibios da Peninsnla<br />
Ibérica e especialmente em Portugal<br />
POR<br />
IH. Paulino «TOlivelra<br />
Lente cathedratico de Zoologia e director<br />
do Museu zoologico da Universidade<br />
PREÇO, 400 RÉIS<br />
A' venda na Imprensa da Universi-<br />
I dade.<br />
ADVOGADO<br />
Rua do Visconde da Lnz, 50<br />
Procurou os outros.<br />
— Mandae entrar, disse o magis- portas da minha casa arrombadas e<br />
— Não estarão elles no mesmo estrado. M.<br />
tado?, e estariam elles cá quando M. Gribeauval estava pallido e desfigu<br />
de Villedieu entrou ? Seriam seus cúm- rado.<br />
plices os dois criados novos ?<br />
— Senhor, eu moro no boulevard<br />
Tentou fazer voltar a si o seu mor- Malesherbes, n." 102.<br />
domo, mas os seus esforços foram bal-<br />
— 102?, repetiu o magistrado evodados.cando<br />
as suas recordações.<br />
— Estará morto?, ou está em esta-<br />
— Habitava lá também, continuou<br />
do cataléptico ? O veneno seria para<br />
Lucien, ha poucos .dias, o duque de<br />
elle em maior dóse do que para mim,<br />
Villedieu.<br />
porque certamente esse bandido me<br />
— Sei isso, disse o magistrado, re-<br />
queria matar. Tinha a certeza de que<br />
cordando se da queixa feita pelo duque<br />
os mortos não faliam. E se elles des-<br />
de Villedieu contra sua mulher. E cocobrem<br />
que eu não estou morto ? Temeçou<br />
a prestar mais attenção ao que<br />
nho tudo a receiar d'elles. Oh! vou<br />
lhe la dizendo Gribeauval.<br />
immediatamente á policia, e vere-<br />
-E todos os dias, desde pela mamos...<br />
Os meus dois rewolveres em<br />
nhã até à noifb, continuou, assistia a<br />
todo o caso acompanhar-me-bào.<br />
scenas violentas entre Villedieu e sua<br />
M. de Koellen abriu um dos armarios<br />
mulher. Custava-me a comprehender<br />
da sua escrivaninha e tirou um papel.<br />
como ella podia viver com um homem<br />
— Este papel é-me necessário, a fim<br />
que lhe batia e a calcava aos pés. Um<br />
de que a justiça se convença de que<br />
dia surprehendia-a a fazer pequenos<br />
eu apenas conheci a existencia d'um<br />
embrulhos. Adivinhei os seus projectos.<br />
tal criminoso lh'o vim annunciar, e de<br />
Não tendo visto nunca junto d'ella quem<br />
que eu nunca tive negocios senão com<br />
a defendesse, offereci-lhe o meu apoio,<br />
o duque de Villedieu.<br />
ainda que fraco e um asylo que eu jul-<br />
XVI<br />
gava seguro. Levei-a para a minha pequena<br />
propriedade de Cachan. Dias de-<br />
O Procurador da Republioa pois percebi que era seguido e espionado,<br />
o que me obrigou a usar das<br />
maiores precauções quando queria levar-lhe<br />
o que lhe era necessário. Hontem,<br />
desde pela manhã até à noite, um<br />
desconhecido seguiu-me como se fosse<br />
me de Villedieu tinha desapparecido.<br />
— Provavelmente o marido que foi<br />
procurar a sua bem amada, disse sorrindo<br />
o magistrado.<br />
— E é isso o que eu lamento, senhor,<br />
disse Gribeauval, porque se M.<br />
de Villedieu a levou, mata-la-ha com<br />
certeza.<br />
Um oflicial de justiça apresentou ao<br />
magistrado uma folha de papel na qual<br />
haviam escripto:<br />
«Eu vi a carta de M. Gribeauval quando<br />
elle a entregou ao oflicial, desejava<br />
ser introduzido emquanto elle está comvosco.<br />
Creio que o mesmo assumpto<br />
nos traz pmute vós.»<br />
— Julgo que está alli M. deMonsieur<br />
de Villedieu, disse o magistrado.<br />
Gribeauval franziu as sobrancelhas<br />
e olhou para a porta.<br />
Não era M. de Villedieu quem entrava.<br />
— Senhor, disse o recem-chegado,<br />
penso que estavam a fallar de M. me de<br />
Villedieu ?...<br />
— Sim, senhor, disse Gribeauval.<br />
— Vou dizer qual o Gm da minha<br />
visita, disse o recem-chegado sentando-se.<br />
Senhores, eu sou Koellen, banqueiro,<br />
morador no boulevard da Magdalena,<br />
n.° 19. M. de Villedieu é quem<br />
me ensinou o vosso nome, senhor Gribeauval,<br />
foi elle que me disse que M.<br />
de Villedieu estava na vossa casa de<br />
Cachan. Fez-me estas confidencias no<br />
momento em que rae pediu dinheiro.<br />
{Continuais
Estabelecimento Thermal<br />
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RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
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Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
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u e rua de S - Juliã0 ' 80 ' J - 0 ' aferente ao Grande Hotel.-Correspondência para as Caldas<br />
rtfniSfSSf g • da A Co ^P aDh,a d0 Graod e Hotel.-As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
antifrna ní. 10 n® 8 ,*® a n n o adjudÍCado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
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fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
8<br />
12 M a ( l u ' Dta d e Santa Cruz,<br />
li Praça de D. Luiz, ha<br />
dois andares; tem agua e quintal.<br />
Tractar com Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
n.° 6.<br />
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Vende-se em COZELHAS<br />
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se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construidas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excedente terreno com muita<br />
agua, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. É em sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
O comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importância ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
Para esclarecimentos, João<br />
Marques Mósca, solicitador, rua<br />
do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
Castanheira, largo da Portagem,<br />
Coimbra.<br />
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Ferreira Borges<br />
7 Acaba de chegar um grania<br />
de sortimento de leques,<br />
sombrinhas e estores, japoneses<br />
e chineses.<br />
Especialidades da casa<br />
Chás e cafés<br />
^críde-se uma, de 4 and<br />
res e magnificas loja<br />
na Couraça dos Apostolos, n.°3<br />
Quem pretender fale cot<br />
Adriano da Silva e Sousa, n<br />
mesma casa<br />
YENDE-SE<br />
A morada de casas sit<br />
na rua do Moreno n.°<br />
7 e 9, facultando se ao compra<br />
dor o pagamento a praso me<br />
diante juro razoavel.<br />
Tracta-se na rua da Sophia<br />
35.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentaria<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA<br />
4<br />
fjjonsultas todos os dias das<br />
V nove da manhã ás quatro<br />
da tarde.<br />
QUINTA<br />
Weiiae-.se a da Conchada.<br />
• Ma mesma se diz quem<br />
está auctorisado a receber propostas.<br />
Julião A. d'Almeida & C. a<br />
20—Rua de Sargento Mór—24<br />
fin] Hvdranlíra * G r a n d e deposito da Companhia Cabo Mon-<br />
Utu fljuiauiiui. dego.—Aviso aos proprietários è mestres<br />
d'obras.<br />
Electricidade e óptica S r — o ^ J.ES,£<br />
campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
Tintas para pintaras: í S ^ X T ^ f l S "<br />
artigos para pintores.<br />
CimentOS' Inglez e Gab0 Moude &°) as ^cude-se uma que mede<br />
melhores qualidades<br />
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1/liCiòuo• jjhQg e torradores para café, machiuas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />
zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
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Lisboa e Porto.<br />
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Nesta redacção se diz quem<br />
a vende.<br />
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lana Ceuiral, rua do<br />
Visconde da Luz, um grande<br />
sortimento de apparelhos para<br />
photographia que vende d'agora<br />
em diante pelo preço dos catalogos<br />
mais commodos, porque<br />
se fornece directamente dos<br />
fabricantes.<br />
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e papel ê o que se esta uzando<br />
melhor e que pôde vender com<br />
desconto, em grandes quantidades<br />
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até 250 grammas, remettem-se<br />
graus.<br />
Arrendamento<br />
irauclsco V. de Car-<br />
. estanhada, ferro valho arrenda a loja<br />
V t) /íuu, uv luiiu. Agat6i s e m p o c o m p| e t o para n_o i7i a 173 na rua de Fermesa,<br />
tavatono_e cozinha. | reira Borges (Galcada) t e u d o<br />
Armas de fogo: uma boa sobreloja para habitação.<br />
Ca í" abinas de COIMBRA<br />
2<br />
&|esíe antigo estabeleci-<br />
I mento cobrem-se de novo<br />
guarda-soes, com bôas sedas<br />
de fabrico português. Preços os<br />
mais baratos.<br />
Também têm lãsinhas finas<br />
e outras fazendas para coberturas<br />
baratas.<br />
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sortido de sarja de sèda de<br />
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e sombrinhas de senhoras.<br />
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CÂVÃLLÕS<br />
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« sobrecannas, ovas, esparavòes,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de peruas, etc.. curam-se<br />
com o LINIMENTO V1S1CANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. A venda nas<br />
priucipaes terras.—Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
. repetição de 12 e 15 tiros, re-<br />
Borges, 128.—Deposito ge-<br />
volvers, espingardas para caça,os melhores<br />
ral: Pharmacia Costa —Sosystemas.bral<br />
de Mont'Agraço.<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
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João Maria da Fonseca Frias<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2(51700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 20400<br />
Semestre 1)5(200<br />
Trimestre 600<br />
ANNIJNCIOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repeti<br />
pões, 20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
LIVROS<br />
Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa' or<br />
N." 153 COIMBRA—Quinta feira, 6 de agosto de 1896 2.° ANNO<br />
BANCO DE PORTUGAL<br />
O conselho d'administração d'este<br />
Banco não accedeu aò pedido da<br />
direcção da Associação Commercial<br />
para que fosse reduzida nesta cidade<br />
a taxa de desconto das letras a<br />
5 •/« %, ficando sujeita ao mesmo<br />
regimen que Lisboa e Porto.<br />
Fundamentando a sua recusa,<br />
declara em officio esse conselho<br />
que o regulamento do Banco auctoriza<br />
a elevação da taxa do juro nas<br />
suas agencias a mais 2 % do que<br />
na séde e caixa filial do Porto e<br />
que, se fizesse em Coimbra a reducção<br />
pedida, as demais terras do<br />
reino reclamariam a mesma concessão.<br />
Mostram estas razões que o conselho<br />
d'administração do Banco de<br />
Portugal não teve o desejo de satisfazer<br />
o pedido que a direcção da<br />
Associação Commercial lhe fez em<br />
nome do commercio d'esta cidade,<br />
como aliás declara no officio em<br />
que diz ser-lhe penosa a recusa,<br />
porque nenhuma d'el!as é procedente.<br />
Conhecida era a disposição do<br />
regulamento do Banco citada no<br />
officio como tão bem é sabida a<br />
razão que a legitima. Não são de<br />
egual importancia as operações das<br />
agencias do Banco nas diversas<br />
localidades do país, havendo assim<br />
em algumas despesas dadministra-<br />
ção e expediente superiores ao resultado<br />
d'essas operações. Justo<br />
era, pois, que, nestas condições, se<br />
mantivesse uma taxa elevada de<br />
desconto, se por esse meio podessem<br />
evitar-se os prejuízos.<br />
Não se dá, porém, em Coimbra<br />
esse facto.<br />
E importantíssimo o movimento<br />
de desconto de letras nesta cidade,<br />
tendo o Banco auferido nos últimos<br />
annos avultados lucros. Não devia,<br />
portanto, o conselho dadministra-<br />
çâo invocar uma disposição do regulamento,<br />
que constitue para elle<br />
uma faculdade de que deve usar<br />
prudentemente em harmonia com<br />
as circumstancias, desde que a<br />
applicação d'ella represente uma<br />
verdadeira arbitrariedade, uma inquestionável<br />
exploração.<br />
Se porventura qualquer outra localidade<br />
pedisse a mesma reducção<br />
de juro que se tivesse auctorizado<br />
para Coimbra, bem podia o conselho<br />
de administração responder-lhe<br />
que só os lucros líquidos da agencia<br />
do Banco em Coimbra eram<br />
guaes aos de todas as outras reudas<br />
e assim mostraria que sabia<br />
As restaurações artísticas<br />
ser justa. E era estaaconducta que<br />
esse conselho devia seguir: sujeitar<br />
ao mesmo regimen todas as localidades<br />
em que se dérem as mesmas<br />
condições.<br />
Qualquer outra é arbitraria e,<br />
portanto, condemnavel. Nem o re<br />
gulamento a pode justificar, porque<br />
elle não obriga o conselho d'administração<br />
a applicar a mesma taxa<br />
de juro em todas as localidades.<br />
A excepção a que Coimbra fica<br />
sujeita representa uma excepção<br />
odiosa relativamente a Lisboa e Porto<br />
e afigura-se-nos que o conselho<br />
dadministração nem sequér os interesses<br />
do Banco soube zelar devidamente.<br />
O tempo o dirá. -<br />
Lá vae mais uni á... Builapesth<br />
Agora é o sr. Lagosça que vae,<br />
obrigado, representar a camara dos pares<br />
no congresso internacional da paz.<br />
Diz-se que este desterro, para tão<br />
longe, é devido a opposição séria que<br />
sua ex a MELHORAMENTOS ordens s.upériores sem critério, transformadas<br />
errt leis do país:<br />
*<br />
Numa folha da terra um circum-<br />
4<br />
EM<br />
specto patriota espreguiça-se em «Contrabando — Escrevem-nos de<br />
bocejos laudatorios, pelo motivo de Valença do Minho:<br />
C O I M B R A<br />
que a camara, presidente na dian- Consta que, um negociante de<br />
v<br />
teira, vai enriquecer a cidade com Melgaço aproveitando a ausência do<br />
um—plano geral.de melhoramentos! chefe da secção fiscal, introduziu Conhecendo a incompetência do<br />
Segundo o discreto pensar do uma grande quantidade de fazen- sr. director das obras publicas, in-<br />
articulista, Coimbra pode dormir das de contrabando, passando-as competência e falta de saber que s.<br />
socegada porque nada mais é pre- nas proximidades decerto posto fisciso<br />
para o aformoseamento, a hycal. ex.<br />
giene e a ventura da população. A ser verdade, com o que nin-<br />
Porque, como muito bem diz, em guém se surprehende, recommendá-<br />
linguagem beliscada pela convicção: mos o assumpto ao nobre conse-<br />
—«se a maior parte da população lheiro administrador geral das al-<br />
soubesse o perigo que corre vivendo fandegas, e ao sr. commandanle do<br />
em casas infectas, fugia sem dilação!» batalhão n.° 3 da guarda fiscal, que,<br />
Certamente: fugia, ou habitava sem duvida, não deixarão de man-<br />
bons palaciosl. ..<br />
dar investigar do delicto que se diz<br />
E num momento, sempre circum- commettido.»<br />
speclo, medindo a fundo a profundeza<br />
do abysmo, exclama em ancias<br />
de dôr que a perspectiva lugubre «0 fisco — Procedente de Cuba,<br />
do quadro justifica: «E quantas la- aonde fôra estudar de visu os acongrimas?<br />
Quantos dissabores? Quantecimentos d'aquella ilha, chegou<br />
tas vidas preciosas roubadas ás trazantontem a Lisboa o illustre re-<br />
lettras, ás artes e aos ofíiciosl» dactor de El Imparcial, de Madrid,<br />
Effectivamente! quando a gente sr. D. José R. Gimeno Yisarra.<br />
pensa que é a falta d'um plano que Veio por Vigo e, ao chegar á<br />
tem distendido a asa negra da tu- estação de Valença, deu ao mani-<br />
fez na camara ao actual goberculose e da morte por sobre a festo uns charutos que trazia, que<br />
verno.<br />
população; que até hoje nenhuma pesavam 400 grammas e pelos quaes<br />
Protestamos contra tão cruel violência<br />
!<br />
camara foi assaz previdente e sabia pagou 247 réis; guardado o respe-<br />
para engrandecer a cidade com um ctivo recibo, chegou ao Porto, onde,<br />
plano de melhoramentos em tres para poder fumar os charutos, os<br />
Os perfidps!.... melros de panei tela, não podemos mostrou ao respectivo guarda fiscal;<br />
reprimir um brado de maldição so- este notou tudo em ordem, deu um<br />
A gréve dos operários do gaz em bre todas as vereações que não córte no recibo, e disse que não era<br />
Lisboa e a altitude do governo pe- souberam fazer planos!<br />
preciso mais nada. Agora é que é<br />
rante os prejuízos incalculáveis que Somente uma duvida assalta a a surpreza.<br />
essa crise está custando á cidade mente do prestante pensador, que O nosso distincto collega chega<br />
mostra a profunda anarchia da ad- cabisbaixo e sceplico exclama: Oxalá a Lisboa, dá de novo os charutos<br />
ministração publica, adsliicta aos as camaras vindouras não despre- ao manifesto, apresenta o mesmo<br />
lucros e ás prepotências das granzem o plano de melhoramentos, que recibo; o esperto guarda ri-se da<br />
des companhias.<br />
se vae elaborar, ele.!<br />
ingenuidade do jornalista, diz-lhe<br />
Porque essas companhias têm ao Daccôrdo!.. . mas não! senti- que o despacho apresentado de<br />
seu serviço todos os figurantes da mos necessidade de acreditar, para nada serve e apprehende-lhe os<br />
politica, innumeraveis administra- bem da especie que, feito o dese- charutos todos!»<br />
dores, largamente retribuídos, para nho, ninguém se atreverá a despre-<br />
lhes comprar o silencio, a conniza-lol E assim a fiscalisação em Portuvencia<br />
e a defêsa incondicional de Nós teremos por refece e villãqualgal!!! todos os abusos e traficancias. quer camara futura que despreze o<br />
Assim os interesses do publico plano e o não estenda immediata-<br />
são sacrificados ás especulações dos mente por obra!<br />
«A Marselhesa»<br />
aventureiros insaciaveis de todos os Depois Dameial, que subscreve<br />
syndicatos e de todas as quadri-<br />
Appareceu a folha de combate<br />
essa longa parlanda, espraia-se em<br />
lhas!<br />
considerações persuasivas, d'um al-<br />
de João Chagas.<br />
Ha quantos dias dura a gréve, cance e d'uma larguêsa de vistas; Tal como a esperava a ancieda-<br />
causando damnos de toda a ordem d'uma firmeza de raciocínio e de de publica, que só em Lisboa con-<br />
e o governo, em vez de intervir deducção, tão competente e comsumiu 15:000 exemplares em venda<br />
para que cesse este estado de coupleta ácerca do mercado, que nada<br />
sas, provocado pelo despotismo de se nos offerece objectar 1...<br />
avulso; e como o temiam os servos<br />
um aventureiro francês sobre os Sim, senhor!<br />
da realeza, é um jornal brilhante e<br />
operários portuguéses, no intuito Que venha o plano! eis a recla- denodado, feito com arte e com in-<br />
de os substituir por operários esmação impreterível que desde este trepidez.trangeiros,<br />
o governo gasta-se em momento, numa séde de melhor fu-<br />
evasivas, ao mesmo tempo que a<br />
— Seja bem vindo!<br />
turo, toda Coimbra deve levantar<br />
policia e o corregedor em campo — para interesse do planêta e glo-<br />
procura alemorisar os grévistas e ria de todos os pianistas!.. .<br />
desacreditar o movimento.<br />
Dizem que por estes dias vai ser<br />
assignado o decreto concedendo<br />
A indignação é geral; e toda a<br />
aos expedicionários da índia a me-<br />
imprensa, á excepção dos marian-<br />
O fisco<br />
dalha D. Amélia.<br />
nos e barjonas, de sobejo conhecidos,<br />
é unanime em condemnar As duas noticias que em seguida Medalha D. Amélia!...<br />
A bajulação cortezã, na ancia de<br />
esses escandalos apoiando os quei- publicámos, transcriptas d'um jornal<br />
xosos e protestando contra a inér-<br />
rastejar cada vez mais servil, tem<br />
do Porto, vêm confirmar o que hã<br />
cia do governo e da camara.<br />
aberrações miseráveis!<br />
dias aqui dissémos sobre a neces-<br />
Mas o feroz e ridículo João Fransidade<br />
de ser mandada para a fronco<br />
a estas horas quer uma pavorosa,<br />
para mostrar a força do seu brateira<br />
a fiscalização accumulada nos<br />
Vão ser expostos, por estes dias<br />
os projectos apresentados no conço<br />
e lisonjear o rei com os despo- grandes centros, como único meio<br />
curso para a conclusão do edifício<br />
tismos impunes, á Marquez de Pom- de evitar os contínuos vexames que dos Jeronymos e annexos, destinabal<br />
1<br />
o publico soffre, com a execução de dos a museu colonial.<br />
a tem confessado mais d'uma vez<br />
deanle de nós e deante de toda a<br />
gente, nós nunca esperamos que as<br />
restaurações dos velhos monumentos<br />
de Coimbra fossem coisa tolerável.<br />
Não extranhâmos por isso, quando<br />
vimos apparecer os primeiros<br />
erros e quando os vimos crescer e<br />
multiplicar-se.<br />
Conhecendo a compelencia e o<br />
zelo da Commissão dos Monumentos<br />
Nacionaes, não extranhâmos lambem<br />
quando soubemos que os delegados<br />
d'ella tinham achado tudo<br />
muito bem.<br />
Para avaliar d'uma restauração<br />
é necessário seguí-la de perto, é necessário<br />
andar a olhar minuciosamente,<br />
demoradamente, lodosos vestígios<br />
que as demolições vão pondo<br />
a descoberto, e que indicam a existência<br />
d'obras anteriores, lhe definem<br />
o caracter e lhe marcam a época.<br />
E necessário integrar na construcção<br />
antiga os restos qtoe o acaso<br />
conservou; é necessário estudálos<br />
com vagar e vêr se o que se encontra<br />
não será antes o vestígio de<br />
conslrucções anteriores á do edifício<br />
que se pretende restaurar; é necessário<br />
sondar escrupulosamente<br />
as paredes e o sólo num trabalho<br />
minucioso e persistente e procurar<br />
pelo estudo dos vestígios das mutilações<br />
feitas durante séculos, reconstituir<br />
a physionomia primitiva da<br />
construcção.<br />
Ora a Commissão dos Monumentos<br />
Nacionaes dorme soccegadamenle<br />
em Lisboa, ea obra correu abandonada,<br />
ninguém a seguiu de perto,<br />
a Commissão não sabe o que se<br />
descobriu, viu apenas a obra feita,<br />
não pôde dizer se a restauração é<br />
boa.<br />
Quando muito podia affirmar, se<br />
tivesse compelencia para isso, que<br />
era provável que o edifício tivesse sido<br />
primitivamente assim.<br />
Affirmar, porém, que a restauração<br />
estava bem feita, nunca o poderia;<br />
porque ha muitos modos de resolver<br />
um problema architectonico<br />
em qualquer dos estylos conhecidos.<br />
A Commissão não estudou a obra<br />
antiga, não assistiu ás demolições,<br />
não viu as paredes a nú; encontrou<br />
columnas e capiteis restaurados, os<br />
vestígios da antiga construcção es-
Entra-se por uma bella porta<br />
renascença, encimada pelos brazões<br />
de D. Jorge d'Almeida e de D. João<br />
Soares, os bispos magníficos que<br />
povoaram Coimbra d'obras d'arte,<br />
e transformaram esta terra num<br />
logar encantador cheio da saudade<br />
dos tempos que passaram.<br />
Os frisos e os ornatos estão<br />
roidos pelo tempo, e são d'um trabalho<br />
fino e delicado; os capiteis<br />
parecem de bronze, rendados e<br />
fortes.<br />
Abre o portão para um corredor<br />
largo; o tecto de madeira. Ao fundo<br />
encontra-se o pateo e pára-se commovido.<br />
E que at velha residencia<br />
episcopal nos transporta de repente<br />
a plena renascença. E uma construcção<br />
simples e nobre, cheia de<br />
gravidade e de belleza.<br />
Para o velho palacio sobe-se por<br />
uma escada larga, o corrimão e<br />
balaustres de ferro. Ao cimo da<br />
escada, um pequeno alpendre resguardando<br />
a porta que é toda la-<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 6 de agosto de 1896<br />
Encarregado de fazer o projecto<br />
de restauração do lanço do norte<br />
do paço, teve s. ex. a uma occasião<br />
única de emendar o erro que fizera<br />
o seu antecessor, regularisando os<br />
pavimentos, inutilisando a escada<br />
do fundo da varanda, dando ao<br />
edifício a sua apparencia antiga.<br />
A começar em setembro, poderão<br />
expedir-se encommendas postaes,<br />
sem valor declarado, para as seguintes<br />
localidades das províncias<br />
ultramarinas portuguêsas da costa<br />
da Africa Occidental: S. Vicente,<br />
S. Thiago, Bolama, S. Thomé, Cabinda,<br />
Ambriz, Loanda, Benguella<br />
e Massamedes.<br />
Uma imagem da Rainha Santa<br />
condidos e apagados num reboco quadro imaginado. O ceu é azul e<br />
novo, a Commissão não podia por doce, ao fundo os salgueiros verde-<br />
isso affirmar que a restauração setenros, em que se some o areal,<br />
guira de perto as indicações que sulcado de fios d'agua, delicados e<br />
lhe iam dando as obras de demoli- azues, como as veias das mulheres<br />
ção.<br />
oiras.<br />
Mas a Commissão approvou e fez Ao fundo da escada, encimada<br />
bem. Pelo menos não nos tirou o )or um animal heráldico, sustentan-<br />
prazer de mudar d'uma opinião já co um brazão, vê-se a casa do por-<br />
muito velha—a Commissão dos Moteiro com uma janella pequenina, o<br />
numentos Nacionaes é inútil, e tem relogio e a sineta do serviço.<br />
sido até prejudicial á conservação<br />
dos restos do nosso patrimonio ar- Nada mais fácil de restaurar,<br />
tístico.<br />
íastaria abrir as antigas janellas,<br />
Vão vv. ex." vêr o museu do Car- 'uma construcção muito simples,<br />
mo e ahi encontrarão a apodrecer e a sem difficuldades de ornamentação,<br />
desfazer-se no mais completo aban- coilocar as gelosias de madeira na<br />
dono, obras d'arte que a Commis- galeria superior da varanda, para<br />
são dos Monumentos Nacionaes an- dar ao velho pateo a sua sympatbica<br />
dou colhendo por todo o país, e que physionomia antiga.<br />
lhe foram entregues, imaginando<br />
toda a gente que fossem conserva- Querem vv. ex.<br />
dos com carinho e amor.<br />
O museu do Carmo é uma das<br />
maiores vergonhas do nosso país, e<br />
mostra bem a falta de competencia,<br />
a falta d'actividade, a falta d'amor<br />
pelas coisas d'arte, de quem o organizou<br />
e de quem o dirige.<br />
Deixemos, porém, coisas velhas<br />
e já muito ditas e examinemos as<br />
restaurações de Coimbra.<br />
O paço do Bispo. Era um bello<br />
palacio a cair em ruinas. Andava a<br />
gente por lá, e sentia-se viver em<br />
tempos muito antigos.<br />
as C h j C b a ,<br />
O cônsul de Hespanha em Filadelphia<br />
D. José Congosto, dirigiu<br />
ao capitão do vapor Laureada uma<br />
carta, em que, promettendo-lhe completa<br />
impunidade, lhe offerece dez<br />
mil duros se lhe facilitar o apresamento<br />
em aguas hespanholas de<br />
alguma expedição.<br />
O capitão do Laureada, considerando<br />
este offerecimento como um<br />
soborno, pôs a carta á disposição<br />
do advogado da companhia naval<br />
Hast and Company, a que pertence<br />
o navio.<br />
O advogado, achando inaudito o<br />
acto do referido cônsul vae formular<br />
uma energica reclamação.<br />
E é por esta fórma que o heroe<br />
Weyler quer sustentar o prestigio<br />
da Hespanha em Cuba!<br />
Dr. Daniel de Mattos<br />
saber o que fez<br />
a obra publica?<br />
Em companhia de sua ex.<br />
Um mestre d'obras antigo, cujo<br />
nome nem queremos saber, encarregado<br />
de valer ao estado de ruina<br />
em que se achava o lanço do norte,<br />
modificou a altura dos pavimentos,<br />
fazendo as construcções novas mais<br />
baixas que as já existentes. Assim<br />
a varanda ficou mais alta que os<br />
pavimentos construídos de novo, e<br />
tiveram de[se fazer na extremidade<br />
dá varanda degraus por onde se<br />
subisse para o seu pavimento antigo<br />
que está ao mesmo nivel que os dos<br />
outros lanços do paço.<br />
Foi um erro que era necessário<br />
remediar.<br />
O que fez agora o sr. director<br />
dos obras publicas?<br />
ma Na pequenina sachrislia da Capella<br />
de Santo Antonio dos Olivaes,<br />
omos encontrar muito escondido e<br />
guardado como coisa preciosa, um<br />
r uadrito quinhentista delicioso, re-<br />
>resentando a Rainha Santa Isabel.<br />
Foi para lá levado pelo sr. Conexo<br />
Prudencio Garcia, que o salvou<br />
c e ser roubado do convento de Celas<br />
por algum devoto que o destruísse<br />
a limpa-lo o a a restaura-lo.<br />
É uma pintura encantadora de<br />
ingenuidade<br />
A rainha tem vestida uma túnica<br />
vermelha, aos hombros um manto<br />
azul bordado, a cabeça involla num<br />
véo branco, cingido pela corôa de<br />
rainha, corôa d'ouro e pedras preciosas.<br />
A altitude é d'uma grande ingenuidade,<br />
o corpo numa linha curva,<br />
as mãos caídas, sustentando uma<br />
abada de rosas.<br />
fa- Ao fundo vê-se o convento velho,<br />
milia partiu para a Granja este a ponte, e Coimbra sobre um mon-<br />
nosso prezadíssimo amigo e distinte cheio de tons azues de illumicto<br />
professor da faculdade de Menura.dicina. A cidade parece pintada de memoria,<br />
ou por apontamento tirado<br />
Parece que está ultimado o regu-<br />
rapidamente. Do lado esquerdo da<br />
lamento para os toques de sinos,<br />
Santa levanta-se um palacio renas-<br />
redigido de accordo entre o sr.<br />
cença (1), em cujas varandas se vê<br />
Bispo-Conde, parochos e governa-<br />
muita gente a olhar uma outra raidor<br />
civil. E este congresso respeitánha que pára em baixo e a quem<br />
vel resolveu que cada signal, ou um D. Diniz, trágico, mette as mãos<br />
repique não dure mais de cinco no regaço, furioso, imaginando di-<br />
minutos.<br />
nheiro, e encontrando flores.<br />
Somente não sabemos se estipu- Mais adeante um adro com um<br />
ou o numero de signaes e repiques degrau á volta em que estão pobres<br />
que cabe a cada um dos actos, a sentados a vêr uma outra rainha de<br />
que se applicam.<br />
corôa na cabeça, lavando os pés a<br />
Ditosa cidade, onde todas as<br />
uma pobre.<br />
posturas de sanidade, limpeza e<br />
A pequenina taboa pintada está<br />
decencia são uma execravel burla<br />
emoldurada por um portico doura-<br />
e cujas auctoridades se sentem com<br />
do em cujo tímpano e base se lê:<br />
vagar para as futilidades dos sinosl<br />
Lux orta est in nostro Regno quum<br />
talem obtinuit reginam quce vocata<br />
volis adest numine prcesentissimum,<br />
Encommendas postaes para o ultramar palavras do officio da Rainha Santa<br />
feito em 1551 por André de Rezende.<br />
Á volta do quadro andam já vários<br />
amadores, d'estes amadores de<br />
comprar e vender, dos que vão arranjando<br />
a sua vida a comprar em<br />
Coimbra como amadores, para vender<br />
em Braga como negociantes.<br />
As encommendas não deverão<br />
Dizem-me que entre elles figura<br />
Pois não fez nada d'isto, e em exceder, por cada volume, o peso<br />
o que, em Santa Clara, comprou ás<br />
vez de emendar o erro do seu ante- de 5 kilogrammas, nem a dimensão<br />
freiras, a vida da Rainha Santa, a<br />
cessor, o sr. Franco Frazão tornou de 60 centímetros, em qualquer das<br />
preciosa lenda do século XIV, para<br />
quasi irrealisavel a restauração do duas faces, nem a capacidade de<br />
a vender no Porlo ao sr. Graça.<br />
20 decimetros cúbicos.<br />
Custou-lhe meia libra e vendeu-a<br />
paço episcopal, fazendo o pavimen-<br />
As encommendas destinadas a<br />
por algumas dezenas de mil réis.<br />
to da sala de jantar tmais baixo Cabo Verde e Guiné estão sujeitas<br />
Não foi mau o negocio, o do<br />
que o da galeria superior da va- ao porte de 500 réis; as destinadas<br />
amadôr.<br />
randa, acceitando, para se guiar, ás províncias de S. Thomé e Angola,<br />
Noutros tem sido mais infeliz!<br />
as indicações que lhe dava a obra de 700 réis.<br />
É bom, porém, que se lhe não<br />
restaurada pelo seu antecessor, não A expedição das mesmas faz-se<br />
deixe levar mais nada.<br />
pelos paquetes da Empreza Nacio-<br />
T. C.<br />
vendo que essa obra representava<br />
nal de Navegação que partem de<br />
vrada, muito ornamentada de pre- um erro que era necessário emen- Lisboa nos dias 6 e 23 de cada<br />
gos e mascaras de bronze dourado. dar.<br />
mês; e a entrega aos destinatários De visita, esteve nesta cidade, o<br />
nosso estimável amigo sr. Albino Igna-<br />
A conslrucção é muito simples, A importancia das novas cons- effectua-se por entermedio das agencio<br />
Rosa, importante industrial em Cas-<br />
as janellas pouco decoradas, em trucções torna quasi impossível cias da Companhia.<br />
tanheira de Pera.<br />
cima uma simalha simples de pedra emendar o erro antigo e restituir ao<br />
que corôa todo o edifício.<br />
pateo o seu aspecto primitivo. Por motivo do quinquagesimo an Cóm o maior prazer publr amos a<br />
A parte que olha para o Mondego<br />
Mas não param aqui os erros. niversario da creação dos sellos do relação dos alumnos que no anno lectivo<br />
abriu-a um architecto intelligente Não param, não. Dão até para correio, os colleccionadores cujo fiudo foram habilitados para exame de<br />
nutaero augmenta dia a dia, tratam latim, pelo nosso amigo rev.° José<br />
numa varanda de dupla arcaria de outro artigo.<br />
Rodrigues Liz Teixeira, e que Ocaram<br />
de organizar em Bruxellas no anno<br />
pedra, deixando ver a doce paisagem Até ao proximo numero.<br />
approvados, sendo alguns com distin-<br />
proximo uma exposição de sellos cção, o que mais uma vez vem confir-<br />
dos campos de Coimbra.<br />
T. C. de lodos os países.<br />
mar os créditos de que gosa este dis-<br />
Parece esta varanda a decoração<br />
tincto professor.<br />
d'um quadro golhico: no arco do<br />
1.» PARTE<br />
centro estaria numa cadeira Nossa Colyseu Figueirense<br />
Em goso de ferias, regressou a<br />
Coimbra o distincto alumno de enge- Fernando Paulino de Oliveira Albu-<br />
Senhora, aos lados anjos a offerecer Para a próxima corrida do dia 9,<br />
querque, distincto.<br />
nheria, sr. Carlos Bastos, filho do<br />
fructos ao Menino, e em cima anda- primeira da presente epocha, as com-<br />
Vasco Freire Themudo, distincto.<br />
nosso prezado amigo dr. Antonio<br />
panhias Nacional e da Beira Alta, es-<br />
Nuno Freire Themudo, distincto.<br />
riam graves os Santos e as Santas.<br />
Maria de Sousa Bastos, advogado<br />
tabelecem comboyos especiaes de ida<br />
Antonio Maria d'Andrade e Sousa,<br />
A paisagem parece feita para o e volta a preços reduzidos.<br />
nos auditorios d'esta cidade, distincto.<br />
Jayme Zuzarte Cortezão, distincto.<br />
Carlos Augusto das Neves Rocha.<br />
Henrique Luiz Doria Homem Corte-<br />
Real.<br />
José Máximo de Mello e Cistro Ribeiro.<br />
Jayme Herculano da Costa S irmento.<br />
Alvaro Guedes Faro Ferraz.<br />
Fortunato Gomes Seiça.<br />
Joaquim Augusto Gabriel d'A!meida.<br />
Jorge Paiva Bubella da Motta.<br />
Julio Machado Feliciano.<br />
Mário Barroso Henriques da Silva.<br />
Arthur Vieira de Carvalho.<br />
João Vianna de Lemos da Costa<br />
Salema.<br />
Jorge Pereira de Azevedo.<br />
2. a PAUTE<br />
5.° anno—Alvaro d'Almeida Mattos,<br />
distincto.<br />
João Eduardo de Vasconcellos Rebello.<br />
2. a PARTE<br />
6.° anno—Alvaro d'Almeida Mattos,<br />
distincto.<br />
Manuel Luiz Ferreira Tavares.<br />
Luiz Francisco Beato.<br />
Associação de ladrões<br />
Descobriu-se uma associação de la<br />
drões nos correios hespanhoes, de que<br />
têm sido victimas varias companhias<br />
mineiras de Andaluzia.<br />
A policia hespanhola, posta em carn-<br />
30, veiu a saber que o centro da ladroeira<br />
era no correio geral de Madrid.<br />
Ahi prendeu logo um empregado, que<br />
subtrahia as cartas procedentes de Andaluzia<br />
com destino ao estrangeiro.<br />
A' prisão d'este empregado seguiram-se<br />
as de mais cinco individuos,<br />
que pozeram a policia ao corrente de<br />
que esta quadrilha tinha ramificações<br />
em Valencia, San Sebastian, Paris e<br />
outras cidades.<br />
O Herald referindo-se a este caso<br />
diz, que entre os implicados, se contam<br />
pessoas altamente cnllocadas: o<br />
secretario particular d'um ex-ministro,<br />
um advogado, um procurador e outros<br />
empregados em tribunaes e re-<br />
partições publicas.<br />
Uma das victimas foi a casa Noel a<br />
quem roubaram 25:000 francos.<br />
Os roubos montam já a 20:0000000<br />
réis.<br />
Acha-se em Luso com sua ex. ml esposa<br />
o sr. Augusto Raphael Garcia de<br />
Araujo, distincto alumno da faculdade<br />
de Medicina.<br />
Seminário de Coimbra<br />
Já se vão fazendo sentir os inconvenientes<br />
da nova reforma de instrucção<br />
secundaria.<br />
O sr. vice-reitor do seminário acaba<br />
de publicar no nosso prezado collega<br />
o Conimbricense uma extensa carta em<br />
que, depois de mostraras poucas vantagens<br />
que os alumnos de ensino particular<br />
tem comparadas com as do lyceu,<br />
nos annuncia que, para o proximo anno<br />
lectivo e emquanto subsistirem os<br />
actuaes motivos, o sr. Bispo-Conde or-<br />
denou que se abrissem apenas as ca-<br />
deiras de instrucção secundaria que<br />
habilitam para a matricula no curso<br />
superior do semiuario.<br />
Continila, no entretanto, o internato<br />
para os alumnos que se destinam á<br />
vida civil e pretendam frequentar<br />
algumas das aulas alli estabelecidas<br />
ou irem frequentar as do lyceu em<br />
que se tenham matriculado, sendo neste<br />
caso acompanhados, quer à ida quer<br />
á volta, por um empregado do seminário.<br />
Na referida carta, avisam-se as famílias<br />
dos alumnos que queiram frequentar<br />
as aulas nestas condições de<br />
que necessitam ter nesta cidade pessoa<br />
idónea como representante de<br />
pae ou tutor, para tomar conta do alumno<br />
desde que a disciplina d'este estabelecimento<br />
não permitta que elle alli<br />
continue.<br />
Não pôde ser representante para<br />
este caso qualquer estudante, mesmo<br />
que seja da Universidade.<br />
Ainda que não temos grandes sympatjiias<br />
pelo ensino dos seminários não<br />
podemos deixar de sentir esta resolu»<br />
pão que as circumstancias obrigaram<br />
a tomar ao sr. Bispo Gonde.
Em ferro frio<br />
Em quanto os alvasís da cidade<br />
andam a entreter os ocios com vãos<br />
regulamentos sobre badalos e si-<br />
neiros, clamam de balde alguns<br />
jornaes contra as crueldades que<br />
por essas ruas se praticam sobre<br />
os animaes.<br />
Todas as reclamações são inúteis<br />
1<br />
A policia que entende ler sido inventada<br />
só para prender, nem sombras<br />
de vigilancia exerce sobre tal<br />
serviço; e são frequentes os conflictos<br />
entre os carroceiros e os cidadãos<br />
que protestam contra as bestialidades<br />
cruéis que por ahi se presenceiam.<br />
Estamos como no tempo dos antigos<br />
zeladores municipaes!<br />
Partiu para a estancia d'aguas do<br />
Gerez o nosso prezado amigo sr. Francisco<br />
dos Santos Almeida, digno guarda-livros<br />
da camara municipal d'esta<br />
cidade.<br />
Modo de fazer vinagre<br />
Para evitar as mixordias, quasi sempre<br />
prejudiciaes à saúde, que nos empingem'<br />
em vez de vinagre, vamos<br />
apresentar aos nossos leitores, que<br />
ainda d'isso não tinham conhecimento,<br />
o meio fácil de fazer uma boa vinagreira<br />
Para se arranjar o fermento, lança<br />
se um pouco de vinho (o branco é preferível)<br />
de graduação alcoolica fraca,<br />
8 o a 9 o numa travéssa, deixando-se fi<br />
car em repouso em sitio bem arejado,<br />
e onde a temperatura não seja inferior<br />
a 25° nem suprrior a 30°.<br />
Em poucos dias a superfície do vinho,<br />
que se deitou na travéssa, cobre<br />
se d'uma pellicula mais ou menos espessa.<br />
Essa pellicula é formada por<br />
uma série de colonias do mycoderma<br />
aceati, que se desinvolveu em conta-<br />
cto com o ar, consumindo todo o álcool<br />
e transformando o em acido acético<br />
vinoso.<br />
Obtido isto, resta simplesmente apartar<br />
com cuidado essa pellicula por<br />
meio d'uma esparlula ou colher, e lançá-la<br />
no barril, destinado á vinagreira,<br />
no qual se deitou d'antemão uma pequena<br />
porção de vinho da mesma qualidade.<br />
O fermento desinvolve-se nesse<br />
novo campo, que se vae accresc ntando<br />
com outras porções de vinho,<br />
até o barril ficar quasi cheio.<br />
Para accelerar a fermentação vae-se<br />
fabricando mais fermento n^s travéssas<br />
e lançado dentro do barril. Em<br />
pouco tempo estará o vinagre f^ito e a<br />
vinagreira completa.<br />
O barril necessita de uns certos cui-<br />
24 Folhetim da RESISTENCIA<br />
J0Â0 DAS GALÉS<br />
XVI<br />
O Procurador da Republica<br />
— Como, disse o magistrado, M. de<br />
Villedieu não é millionario?<br />
— Está arruinado ha muilo tempo.<br />
Vendeu a mobilia, e vive em apuros<br />
Hoje tem dinheiro às mãos cheias, por<br />
que me roubou, em pleno dia, perto<br />
de quatro milhões, em jóias, dinheiro<br />
e quadros.<br />
— Que dizeis vós?, exclamou o magistrado,<br />
um roubo d'essa importancia,<br />
commettido hontem ?<br />
— Em pleno dia, em pleno boulevard,<br />
roubo seguido de assassinato ou<br />
de tentaliva de assassinato, roubo com<br />
arrombamento. Fazei comparecer o<br />
vosso escrivão, seuhor, para escrever<br />
o meu depoimento.<br />
M. de Koellen relatou a aventura de<br />
que havia sido testemunha e victima,<br />
e não teve grande trabalho para restabelecer<br />
os factos como elles se teriam<br />
passado, desde o momento em<br />
que tpntaram assassiná-lo até á parti<br />
da dos ladroes<br />
Quando o escrivão acabou de escre<br />
Ver M. de Koellen tirou um papel do<br />
bolso e continuou:<br />
p-tfm facto sobre o qual eu tinha<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 6 de agosto de 1896<br />
dados A torneira de.ve ser de pau para<br />
não ser atacada pelos ácidos, e o ba-<br />
toque deve estar sempre destapado<br />
para lhe entrar o ar, necessário ávida<br />
do mycodermn.<br />
Nunca se deve eucher completamen-<br />
te o barril, e é mesmo conveniente<br />
que se lhe faça ura furo na parte su<br />
perior d'um dos tampos para o ar circular<br />
livremente. Tombem o funil que<br />
houver de servir para o arcrescentar,<br />
deve ter o bico bastante comprido, de<br />
maneira a mergulhar o mais possível<br />
no barril. Com esta precaução se evitará<br />
a agitação brusca do vinagre, e portanto<br />
a destruição da pellicula fermento<br />
que cobre a su * superfície.<br />
Para limpeza, como tem de conservar<br />
o batoque destapado, cobre-secom<br />
uma rede miúda de arame, ou mesmo<br />
talagarsa.<br />
A vinagreira deve conservar-se em<br />
sitio em que a temperatura não seja<br />
alta.<br />
Claustro de Cellas<br />
A secção de archeologia do Instituto<br />
dirigiu aos poderes públicos<br />
uma representação, em que, ponderando<br />
o estado de completa ruina<br />
d'esse primoroso claustro, um dos<br />
mais preciosos e suggestivos monumentos<br />
do país, solicitava as necessárias<br />
providencias no sentido da<br />
sensata e escrupulosa consolidação<br />
d'essa antiqualha tão digna de ser<br />
estimada, para a educação do sentimento<br />
publico e para a historia da<br />
arte.<br />
Consta que a representação foi<br />
bem aceite e parece haver esperanças<br />
de que se consiga essa inadiavel<br />
obra, sem os perigos de intervenções<br />
desastradas.<br />
Bibliographia<br />
Perfis Contemporâneos — Acaba<br />
de publicar-se o n.° 22 d'esta curiosa revista<br />
quinzenal, de Lisboa.<br />
Traz o retrato do distincto maestro brazileiro,<br />
Carlos Gomes, biograpliado por Luiz<br />
Guimarães.<br />
Revista Theatral—Publicação quinzenal<br />
de assumptos theatraes, de que são directores<br />
os srs. Coitares Pereira e Joaquim<br />
Miranda.<br />
O presente numero insere um explendido<br />
artigo sobre o estado do the.itro português<br />
— Revistas do brilhante eseriptor Fialho d'AI<br />
meida.<br />
Recebemos — Embargos á execução com<br />
murn que José Alves d Oliveira, da Uedinha,<br />
promove do juízo de Direito da comarca de<br />
Soure, contra Francisco Lourenço Tavares<br />
Ornellas, advogado em Condeixa.<br />
Jornal de Viagens e aventuras de<br />
leria e mar. — Recebemos n n.° 18 d'este interessante<br />
jornal que se publica no Porto, sob<br />
a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />
Este numero publica o retrato de José Joaquim<br />
Rodrigues de Freitas, acompanhado d'um<br />
artigo, em que Joaquim de Vasconcellos commemora<br />
o passamento d'aquelle grande espirito.<br />
Boletim do Syndicato Agrícola<br />
de Síontemór-o-VelIio — R cebemos<br />
mais um numero d'esta excellente revista agrícola,<br />
cujo summario é o seguinte:<br />
Parecer da commissão de agricultura.—Syndicato<br />
agrícola de Felgueiras. — Preparativos<br />
para a vindima—Syndicato agrícola de Santo<br />
Thyrso—O esbandeiramento do milho.—Bombas<br />
centrífugas. — Syndicato agrícola de Reguengos.—Noticias<br />
agrícolas. — Boletim commercial.<br />
Gazeta das Aldêas—Importante semariario<br />
de propaganda agrícola e vulgarização<br />
de conhecimentos úteis que se publica no<br />
Porto.<br />
É seu redactor principal o sr. dr. Antonio<br />
de Magalhães, distincto chimico analysta do<br />
Laboralorio Chimico-Agrícola do Porto.<br />
Agradecemos o n.° 32 d'esta revista? que<br />
traz artigos interessantíssimos.<br />
Preço da assignatura : trimestre, 750 réis ;<br />
províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />
Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />
Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 29,<br />
ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />
Porto.<br />
Communicado<br />
Sr. redactor da Resistencia.<br />
Rogo a v. a fineza da publicação da<br />
inclusa copia d uma carta que nesta<br />
data envio ao Defensor do Povo.<br />
Pelo que muito agradecido lhe fica o<br />
Coimbra, 3-8-96.<br />
De v., etc.,<br />
José Maria dos Santos Nazareth<br />
lll. mo e ex. mo sr. Pedro Cardoso.<br />
0 n.° 130 do Defensor do Povo, jornal<br />
que v. ex. a superiormente redige,<br />
insere um pedaço de boa prosa e sã<br />
doutrina, ao qual tenho de, em nume<br />
da verdade, fazer alguns reparos.<br />
Diz v. ex. a na local «No campo das<br />
responsabilidades» que os estudantes<br />
republicanos debandaram do campo ao<br />
bater-lhes á porta a móca das justiças<br />
d'el-rei; e da querella ao Portugal<br />
ficara sómenle no campo da responsa<br />
bilidade o — desgraçado—editor.<br />
E falsíssima essa afflrmação.<br />
Se não apresentei o original do artigo<br />
incriminado, que possuo desde a sua<br />
publicação, foi porque não quiz; pois,<br />
pertencendo a responsabilidade d'esse<br />
pregão revolucionário a tudos os estudantes<br />
do grupo republicano e achandose<br />
o original assiguado sómente por<br />
um limitadíssimo numero de estudantes—todavia,<br />
todos os que nessa data<br />
se encontravam em Coimbra — julguei<br />
que praticaria uma fl grante injustiça<br />
ao caracter dos restantes académicos<br />
se fôsse' entregar ás palma< de um<br />
martyrio de 5 a ordem esses signatários.<br />
Por isso aos agentes d'el-rei declarei<br />
que na presente occasião não podia<br />
dar esclarecimentos relativamente ao<br />
facto, visto que se encontravam fóra<br />
de Coimbra os redactores do jornal.<br />
Ora v. ex. a viu, na singelêsa d'esta<br />
declaração de que sou único responsável,<br />
uma debandada tremenda e cobarde.<br />
Golpes de vista d'um puritano e<br />
martyr de 15 dias de cadeia remíveis<br />
a tostão! (E martyrio... que nem é<br />
de 5 a ordem).<br />
Dizem lá na gazeta que «á sombra<br />
d'esse desgraçado (isto é commigo) se<br />
podem atirar todas as pedras».<br />
Devolvo-lhe o adjectivo e as pedras<br />
porque v. ex. a parece ter-me julgado<br />
por si no papel que certamente lhe<br />
é destinado quando habilita jornaes.<br />
Quanto a mim, se é certo que applaudo<br />
rasgadamente a attitude do Portugal,<br />
não é menos verdade que fui sempre<br />
consultado na publicação dos seus<br />
artigos tendo por varias vezes notado<br />
falta de energia.<br />
O resto é uma parte cantante que<br />
conheço, creia v. ex. a , e a responder-<br />
lhe... ah I lembro-me agora que v.<br />
ex. a é o proprietário da Typographia<br />
Operaria...<br />
Espero que v. ex. a fará publicar<br />
esta i:arta no proximo numero do<br />
Defensor do Povo.<br />
Coimbra, 3-8-96.<br />
De v. ex. a att.° ven. or<br />
José Maria dos Santos Nazareth,<br />
(Segue o reconhecimento)<br />
operário typographico.<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5.° anno de Direito, con-|<br />
tinúa a leccionar Historia, Geographia|<br />
e Philosophia.<br />
Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />
Cogido do Processo Commercial<br />
APPROVADO POR<br />
Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />
Preço 200 réis<br />
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Á venda na Imprensa da Universidade |<br />
F. Fernandes Gosta<br />
ADVOGADO<br />
Rua do Visconde da Luz, 00<br />
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Offerece-se para dama de companhia.<br />
Para tractar, rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, n.° 9.<br />
DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />
A minha administração<br />
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1 volume com 10 estampas — Preço 1&OQO<br />
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Reptis e amphibios da Península<br />
Ibérica e especialmente em Portugal<br />
POR<br />
91. Paulino d'Oliveira<br />
Lente cathedratico de Zoologia e director<br />
do Museu zoologico da Universidade<br />
PREÇO, 400 RÉIS<br />
A' venda na Imprensa da Universidade.<br />
'<br />
Bibliotheca Popular de Legislação<br />
LEI DO SELLO<br />
Cartas de lei de 21 de julho de 1893<br />
e 4 de maio de 1896 e tabellas respectivas,<br />
em fórma de reportorio alphabetico<br />
e portarias posteriormente<br />
publicadas referentes ao mesmo assumpto.<br />
PREÇO, 200 RÉIS<br />
Pedidos a A. Jòsé Rodrigues, rua da<br />
Atalaya, 183, 1.°— Lisboa.<br />
presumpções, mas não ainda tão for- ella se subtrahiu à sua acção e em que — Se o conheceis tãobem, disse o —Que razões tendes para suppôr<br />
tes para que podesse participa-lo á jus- as heranças lhe escaparam. Vendeu magistrado, como haveis podido ad- que elle vá á Bélgica ?<br />
tiça, foi-me confirmado esta manhã por toda a mobilia, mas como necessitava quirir relações com um forçado?<br />
— Porque sô na Bélgica ou na Hol-<br />
este papel immundo, gordurento, amar- de um milhão, foi pedir-m'o. Ese, ago- — Já tive a honra de vos dizer, ha landa é que elle pôde vender com serotado,<br />
caído talvez do bolso do chefe ra, senhor, desejaes saber o nome do pouco, senhor, que só desde ha pougurança o que me roubou. Esperae...<br />
dos ladrões no momento em que saía homem audacioso capaz de levar a poucos dias é que soube ser verdade o Poderia dar-se o caso de não se ter<br />
dó meu quarto, porque o encontrei no cabo taes emprésas, se quereis saber que se dizia, e só depois d'isso é que en- lembrado de tudo. Mandae ao Grandpatamar<br />
da escada. Ouvi bem, senho- o nome do forçado, é — João das Gatrei em investigações, depois das quaes, Hotel onde elle estava hospedado, sares.<br />
Ha treze annos, foi commettido lés.<br />
e se ellas confirmassem as minhas susber o formato das malas que levou e<br />
um roubo com arrombamento na rua<br />
Pagevin por um habituée dos tribunaes,<br />
XVII<br />
peitas, o teria certamente denunciado<br />
â justiça. Mas, senhor, foi só esta ma-<br />
enviae os seus signaes com ordem de<br />
deter Q seu possuidor. Quanto aos si-<br />
que foi condemnado a trabalhos forçados<br />
perpetuos: este homem, é hoje o<br />
duque de Villedieu. Três annos depois,<br />
o condemnado, escapára-se do presi-<br />
João das Galés<br />
nhã, ao encontrar este papel éque eu gnaes do homem, no seu estado natu-<br />
tive a completa certeza do que havia ral, Jean Guerin é córado, nariz fino,<br />
— Guerinl, exclamou o magistrado. suspeitado. Ponho nas vossas mãos, olhos castanhos vivos, muito vivos; os<br />
— Villedieu I, exclamou por sua vez senhor, este extracto da sentença que do duque de Villedieu são...<br />
dio de Tdulon. Dm anno mais tarde, o Gribeauval.<br />
condemnou João Guerin a trabalhos — Eu conheço-os.<br />
velho duque de Villedieu morreu as- João das Galés I o nome d'este sal forçados perpetuos.<br />
— A estatura não tem nada de exsassinado,<br />
e todas as pesquizas para teador audaz cuja fama se espalhou — Tendes mais algum esclarecimen traordinário, infelizmente.<br />
encontrar o assassino foram infructife- pelos auatro ventos, que era conheci- to a dar-nos quanto ao logar onde o O magistrado escreveu e disse a um<br />
ras: o assassino transformára-se em do pela sua força extraordinaria, de chamado Guerin haja podido refugiar guarda republicano.<br />
duque de Villedieu. 0 que a justiça que os jornaes e os annaes de causas se?<br />
— Este ao perfeito de policia, este<br />
nunca soube, é que depois da morte celebres tanto se occuparam, este no- — Estou inteiramente convencido, ao telegrapho, correi.<br />
do velho duque, seu filho, que havia me atterrou os dois personagens que disse M. de Koellen, que elle vae nes- — Se fosse de vosso agrado iriamos<br />
herdado o titulo, foiegualmente assas- o tinham ouvido pronunciar.<br />
te momento a caminho da fronteira agora ao meu domicilio, disse M. de<br />
sinado por o forçado evadido, que, Gribeauval fui quem primeiro falou. Belga.<br />
Koellen.<br />
graças a uma semelhança notável e á — E é nas mãos de semelhante ban- — Porque o nâo disseste ha mais — Vou intender-me com o juiz de<br />
arte que certos indivíduos têm em cadido que essa<br />
racterisar-se, poude fazer se passar por encontra I<br />
desgraçada mulher se tempo ?, exclamou o magistrado tocando<br />
uma campainha.<br />
instrueção, disse o magistrado.<br />
— E M.<br />
duque de Villedieu. 0 velho duque dei- — Não está já na vossa casa de Ca- — Para que havia de dizê-lo ?<br />
xara cerca de 200:000 francos em dichan?, perguntou M. de Koellen.<br />
— Para o fazer deter no caminho.<br />
nheiro. 0 forçado feito duque de Ville- — Não, foi raptada esta noite.<br />
— Estou convencido que assim não<br />
dieu, soube conservar gastando com — Então fizeram isso depois que saí- o apanhareis.<br />
parcimouia esta quantia até que cheram de minha casa, disse M. de Koel- — Ê bom sempre experimentar. Que<br />
gou a desposar uma menina, três vezes<br />
milliouaria, cujo pae, M. Durand,<br />
len; mas nada tunaes,<br />
estar junto d'elia.<br />
ella não deve signaes tem ?<br />
—Nada lucraps em sabê-los; porque<br />
se deixara seduzir pelo brazão dos Vil- — Oudtj eslâ então í<br />
eu estou certo que elle se havia de<br />
ledieu. M. de Villedieu devorou a for» — Iguoro-o, mas eile,(,<br />
tuna de sua mulher até ao dia em que ço as suas compauhiag,<br />
eu conhe- disfarçar perfeitamente, de modo a não<br />
ser reconhecido.<br />
me de Villedieu? M. elle Durand?,<br />
exclamou Gribeauval.<br />
— Oh I esse assumpto não é tão urgente,<br />
disse o magistrado, ha de encontrar-se.<br />
O rnais importante agora ó<br />
prender o bandido.<br />
— É a vós que pertence procurar<br />
M. me de Villedieu, disse Koellen, e se<br />
vós a não encontrardes ninguém a encontrará.<br />
{Continte) x
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
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RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
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e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
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reterente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />
aa i elgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafada's vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
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Diversos* Bande J as > oleados, papel para forrar casas, moiu<br />
m 3<br />
" ' ohos e torradores para café, machiuas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />
zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
Ferragens para construcções: Grande sorlido
Arrogantes e máus!<br />
A visão dos melhoramentos<br />
As restaurações artísticas<br />
não dêem á questão uma nova face,<br />
preparando acontecimentos lastimosos<br />
1<br />
Está averiguado que Coimbra não<br />
A gréve dos operários do gaz na<br />
O governo conta com as prisões pôde viver sem um Messias, ou um<br />
capital continua nos mesmos ter-<br />
em massa e os porões dos navios.<br />
D. Sebastião!<br />
mos, lançando no animo dos que<br />
Seja qual fôr; tudo serve!<br />
Os factos antecedentes anima-o<br />
olham com sympathia a causa dos<br />
I ><br />
Vem de longa data esta aspira-<br />
a novas e levianas arremetidas para<br />
queixosos, a suspeita de que a<br />
ção lyrica ao sobrenatural. E os des-<br />
suffocar o protesto dos que traba-<br />
solução da pendencia lhes não seja<br />
enganos não a corrigem!<br />
lham.<br />
favoravel.<br />
Se não tem uma mystificação de-<br />
Pois bem, que a perversidade<br />
Uma machinação de interesses<br />
vota, a enlreter-l-he os ocios e a fin-<br />
dos seus instinctos o não illudal gida credulidade, um embuste a<br />
escandalosos e repugnantes preten-<br />
orque é inadmissível e revoltante affagar-lhe os sonhos, anda biliosa<br />
de explorar a situação. O governo,<br />
que no dia de boje se pretenda con- e trisíe!<br />
protector de todos os syndicatos,<br />
duzir a golpes de azorrague um Tal qual como aquella dama ro-<br />
colloca-se impudicamente ao lado<br />
povo civilisado e livre!.. .<br />
mantica, que ia para toda a parte,<br />
da companhia; e a camara munici-<br />
com tanto que a raptassem!...<br />
pal, que tinha obrigação de intervir<br />
Até ha pouco era o devaneio do<br />
zelosamente, para que a cidade não<br />
Tentativas revolucionarias<br />
elevador; agora é o plano dos melho-<br />
soffresse os graves prejuízos que tem Turvam-se os ares em Hespanha. ramentos, que a camara vai elabo-<br />
supportado, abstem-se com .uma<br />
Os ânimos agitados manifestam-se<br />
rar por entre applausos e reclames,<br />
se em hostilidade armadas.<br />
perfídia revoltante de cumprir o seu<br />
e o concomitante mercado, que volta<br />
Exactamente como em 1866, com<br />
dever.<br />
a guerra na America começam a a incender-lhe a facúndia dos alvi-<br />
A direcção da companhia cobre rebentar os pronunciamentos no tres.<br />
com a sua solidariedade as prepo-<br />
continente. E como então, não dei- E nos centros da palestra discuxarão<br />
de seguir-se as perseguições,<br />
tências d'um estrangeiro, prompta<br />
te-se o local mais apropriado e gi-<br />
os desterros e os fusilamentos.<br />
za-se á larga a ostentação das or-<br />
a explorar os lucros que a interven- No dia 4 nos arredores de Vação<br />
dos poderes públicos podesse encia appareceram grupos armados<br />
namentações archilectonicas.<br />
deparar-lhe. Dizem que a compa-<br />
evantando vivas á republica. Em A escolha do local está produ-<br />
diversos pontos houve lucta. zindo as mais jucosas opiniões. Cada<br />
nhia arruinada, como todas as em-<br />
Os manifestantes foram batidos cidadão o tolera onde quizerem, com<br />
prezas onde se anicham as firmas e tem sido realisadas muitas prisões. a condição de que fique á sua porta.<br />
dos políticos mais desacreditados, O ministro do interior declarou Os da Praça 8 de Maio querem-o<br />
desejaria esse procedimento, para que se organisavam rebelliões em<br />
Saragoça, Geromo e outros lugares.<br />
pelas alturas do Terreiro de Santo<br />
ter pretexto a exigir indemnisações Em Madrid também têm sido Antonio; a rua dos Sapateiros no<br />
absurdas, que a puzesse a coberto presos por conspiradores vários in- largo da Fornalhinha; a Portagem<br />
de desastres que se esperam. divíduos.<br />
na Avenida, á margem do rio; a<br />
É um espectáculo vergonhoso<br />
O governo toma precauções e as Sophia alli por S. Domingos; e os<br />
tropas estão de prevenção.<br />
este que se está desenvolvendo aos<br />
de Fóra de Portas nas proximida-<br />
O que sahirá de tudo isto!...<br />
olhos da nação, pela insensatez desdes<br />
dos Lazaros.<br />
pótica dos que governam e pela<br />
Os moradores da rua Ferreira<br />
Na folha do conspícuo sr. Ma- Borges, muito condescendentes, sa<br />
connivencia nos processos mais vis rianno lê-se esta chalaça:<br />
crificam-se a admitti-lo nas ampli-<br />
de exploração endurecida e cegai<br />
«Todos os estabelecimentos das ruas dões do Paço do Conde, com um<br />
E neste conluio infame de banda- do Ouro, Augusta e da Prata tiveram<br />
grande boulevard que parta de S.<br />
hontem explendida illuminação. O<br />
lheiras e de especulações, setecen-<br />
mesmo aconteceu aos estabelecimen- Thiago em cominunicação directa.<br />
tos operários, que representam altos da rua da Palma.»<br />
Espera-se que a cidade alta, por<br />
gumas mil pessoas, estão á mercê<br />
D'onde se conclue que para a emquanto remettida a um discreto<br />
de contingências deploráveis, em illuminação publica ser boa devem silencio, se pronuncie por estes dias.<br />
perigo de serem lançados na mi- estar os gazometros vazios.<br />
O plano está á bica: é só pedir<br />
séria.<br />
E eis ahi está como o que nunca por bocca. E estão servidos!<br />
chegou sequer a ser râzoavel em<br />
Uma folha notava com razão que tempos normaes, se torna agora<br />
todas as grandes companhias actual explendido á simples voz do illumi-<br />
O homem do gaz<br />
mente em Portugal são administranado Marianno.<br />
das exclusivamente por estrangei- Vão ver, ou nós muito nos en- Foi publicada no jornaes de Lisganamos,<br />
o D. Xarope e o intelli boa a seguinte carta:<br />
ros e políticos corruptos, que sim-<br />
gente sr. Hintze, acreditar neste<br />
plesmente obedecem ás suggestões sortilégio! Abrenuníio!<br />
«Sr. Redactor. — Tenho a honra de<br />
participar a v. para os effeitos que<br />
ferozes do seu egoísmo, sem consi-<br />
julgar convenientes:<br />
deração pelo trabalho nacional e<br />
Parodias<br />
1.° Que os fogueiros e contra-mestre<br />
mandados vir de Bruxellas chegam<br />
pelos interesses da população.<br />
O sr. ministro da guerra apraz- no primeiro Sud-express, por ser o<br />
Tudo isto caminha para um cata-<br />
meio mais rápido;<br />
se em acalentar as tinêtas bellicas<br />
2.° Que já partiram para Lisboa<br />
clismo pavoroso, que um governo do seu antecessor.<br />
mais alguns de Nápoles;<br />
de larvados auctoritarios e dissolu- Foram chamadas as reservas para 3.° Que hoje embarcam 8 em Bortos<br />
julga poder dominar com as es-<br />
tomarem parte em próximas manodéus no paquete das .Messageries;<br />
bras !<br />
4<br />
pingardas da municipal!<br />
Toda a gente pergunta para que<br />
O procedimento dos grévistas servirá desperdiçar sommas enor-<br />
tem sido d'uma moderação irrepremes com estes espectáculos absoluhensivel,<br />
d'uma circumspecção toda<br />
tamente inúteis, que não têm uma<br />
única explicação plausível!<br />
de prudência. Quem pôde porém Mas el-rei gosta d'estes folgue-<br />
garantir que contingências impredos marciaes; e tanto basta a jusvistas,<br />
d'um momento para o outro, tificar mais este desperdício louco I<br />
0 as torneiras e valvulas, aQm de começar<br />
a haver gaz para motores.<br />
Sou com a maior consideração,<br />
De v., etc.<br />
Marianno de Carvalho »<br />
Leram?<br />
Pois querem saber no que deu<br />
esta fanfarronada? É o proprio parlapatão<br />
signatario que no-lo diz:—<br />
«Realizou-se tudo quanto nella se<br />
a/firma, excepto o que se menciona<br />
no n.° 7.°». Isto é, Lisboa continuou<br />
ás escuras!<br />
O que se cumprirá talvez são as afirmações<br />
i.<br />
Que já hoje se apresentaram ao<br />
serviço 4 homens dos que se pozeram<br />
em gréve e foram recebidos;<br />
5.° Que hoje ás 10 horas da manhã<br />
tínhamos já a mesma quantidade de<br />
gaz que hontem às 3 horas da tarde<br />
(13 mil metros);<br />
6.° Que a producção por hora é<br />
superior a 1:000 metros, e que será<br />
mais ámanhã e já esta noite;<br />
7.° Que ás 3 horas da tarde se abrem<br />
a , 2. a e 3. a EM<br />
C O I M B R A<br />
v i<br />
O paço do Bispo. A parte externa<br />
do edifício é sem valor: mutilações<br />
successivas, abrindo portas e<br />
substituindo janellas, tiraram-lhe o<br />
caracter, se alguma vez o teve.<br />
Cheio de caracter havia apenas<br />
, porque fácil o pateo, um bello exemplar que<br />
é fazer vir ao país os lazzaroni nos fazia imaginar toda a velha re-<br />
napolitanos e meia dúzia de desocsidencia senhorial do século xvi,<br />
cupados belgas e francêses. grande e nobre capricho da renas-<br />
E assim, com este laço armado cença.<br />
á proverbial estupidez do chefe de<br />
Por dentro do edifício encontra-<br />
abinete e ao agudo engenho de D.<br />
Xarope, salvou o sr. Marianno a vam-se a cada passo vestígios de<br />
companhia do gaz do castigo que épocas mais antigas, ao lado de<br />
lie é imposto para estes casos nas construcções importantes feitas no<br />
clausulas do respectivo contracto. século xvm a caírem em ruinas.<br />
Eram, porém, fragmentos dis-<br />
As obras de Belem persos, documentos de valor relativamente<br />
insignificante para pode-<br />
Foram classificados os projectos<br />
apresentados a concurso para a rem determinar a direcção a dar<br />
conclusão do monumento dos Jerò- a uma obra de restauração. Ponymos<br />
e edifício annexo destinado der-se-íam conservar como curiosi-<br />
á exposição nacional.<br />
dade no edifício restaurado ou em<br />
Os concorrentes foram quatro; e um museu.<br />
os projectos escolhidos pelo jury<br />
oram dois, cabendo o primeiro pre-<br />
O que dava càraclei* âo edifício<br />
mio do monumento ao sr. Adães era o pateo, que deveria ser reli-<br />
Bermudes e o segundo ao sr. Dogiosamente conservado, emendando<br />
mingos Parente.<br />
o erro da restauração contemporâ-<br />
Para o edifício annexo a primeira nea, banal e sem valor artístico.<br />
recompensa foi dada ao sr. Parente<br />
e a segunda ao sr. Bermudes.<br />
Como sempre acontece em con- O pateo é de estylo renascença.<br />
cursos portuguéses, já se levantam<br />
protestos: — que esse resultado já O sr. director das obras publi-<br />
era sabido antes da apreciação dos<br />
cas, encarregado de restaurar o paço,<br />
trabalhos; e que o programma foi<br />
alterado em favor dos preferidos.<br />
não soube vêr o valor architectoni-<br />
Temos outra celeuma como a do co e documental do pateo, que é<br />
Infante D. Henrique. Vamos ouvi- bem conhecido e tem sido muitas<br />
las bonitas!<br />
vezes reproduzido por desenhos em<br />
livros nacionaes e extrangeiros.<br />
Universidade<br />
Em livros portuguéses ha paginas<br />
dedicadas áquella bella obra<br />
O Diário já publicou o avise da<br />
abertura d'este estabelecimento no pro- que não é obra desconhecida, que<br />
ximo outubro.<br />
é obra estudada.<br />
A matricula geral tem logar nos dias<br />
2, 3 e 4 de outubro. E os requerimen<br />
O sr. director das obras publi-<br />
tos para esta matricula devem ser en cas não poderia ignorar-lhe o valor,<br />
tregues na secretaria; para os primei excepto se s. ex." não sabe lêr.<br />
ros annos até ao dia 20 de setembro<br />
e para os demais atè 25.<br />
Encarregado de restaurar o pa£o<br />
Á bicada!<br />
episcopal, o sr. director das obras<br />
publicas, não o estudou, não pro-<br />
Já tínhamos o bico de gaz Auer,<br />
curou suggestionar-se pelos restos<br />
o bico invencivel, e o bico electrico;<br />
agora temos um novo bico de pro das construcções antigas; tendo de<br />
testo contra as garras aduncas do restaurar um palacio de estylo re-<br />
fisco e dos syndicateiros- dos pbosnascença, apresentou um plano de<br />
phoros e da isca.<br />
restauração em estylo manoelino.<br />
Alguns benemeritos commercian- Encarregado de restaurar um pates<br />
da baixa offerecem nos seus es<br />
lácio em que havia uma obra do<br />
tabelecimentos aos fumadores um<br />
bico microscopico e permanente valor do pateo, o sr. director pas-<br />
para accenderem os seus cigarros. sou ao lado sem a vêr, e tentou al-<br />
Aproveitando esta generosidade terar-lhe a physionomia, transfor-<br />
patriótica, muita gente que se préza mando o velho pateo, cheio de no-<br />
eliminou no seu orçamento a caixa breza e de caracter, numa constru-<br />
de 10 réis.<br />
cção de estylo manoelino, o manoe-<br />
Se o odioso monopolio dos phosphoros<br />
d'esta vez não rebenta na lino dos jazigos e dos palacios que<br />
allencia, é por que o diabo o pro- no Minho mandam agora fazer carregadores<br />
enriquecidos no Brazil,
É um manoelino sem graça e sem<br />
proporções, um manoelino sem força,<br />
esguio, doente, monotono, sem<br />
belleza e sem variedade.<br />
O desenho das janellas que deitam<br />
para o Salvador, é secco e mau.<br />
As janellas são excessivamente esguias,<br />
a sua decoração é dura e<br />
mesquinha.<br />
As gargulas foram mal escolhidas,<br />
são feias, hirtas, de bronze, com<br />
uns argollões detestáveis caídos ao<br />
lado.<br />
As janellas geminadas que deitam<br />
para o rio, são de melhor desenho,<br />
mas são manoelinas, apenas<br />
por alguns detalhes de decoração e<br />
por mais nada.<br />
Todavia, o sr. director das obras<br />
publicas diz que essas janellas são<br />
a reproducção fiel d'uma janella antiga,<br />
janella manoelina, existente já<br />
no antigo edifício.<br />
t<br />
E falso 1 Não ha no paço episcopal<br />
uma janella manoelina; porque<br />
as únicas que havia foram mutiladas<br />
pelo sr. director das obras pu-<br />
blicas, que lhes mandou augmentar o<br />
comprimento dos fustes para as tornar<br />
mais elegantes e para que ellas<br />
podéssem deixar entrar mais luz.<br />
E incrível, pois não é? Encarrega-se<br />
um homem de restaurar um<br />
edifício e elle tenta tirar-lhe toda a<br />
feição antiga, emprehendendo a res-<br />
Na parte que o sr. director das<br />
obras publicas restaurou também,<br />
e que dá para um pequeno jardim,<br />
sem importancia, o sr. director das<br />
obras publicas quiz-se mostrar magnifico,<br />
mas, querendo ser grande,<br />
mostrou-se insignificante, apertando<br />
o já pequeno quinlal em duas<br />
galerias, de janellas largas, de mau<br />
desenho, as paredes sustentadas por<br />
uns gigantes ridiculos, como desenho,<br />
e como proporções.<br />
Ora, se o sr. director das obras<br />
publicas soubesse, tinha feito melhor<br />
obra e gasto menos dinheiro.<br />
Para este pateo deitam as cosinhas.<br />
Lembrava por isso logo ornamentar<br />
a parede, construindo<br />
uma chaminé monumental, das que<br />
são tão frequentes no nosso país, e<br />
são d'um effeito tão elegante, e tão<br />
decorativo, No estylo manoelino,<br />
encontraria facilmente o sr. director<br />
das obras publicas mais de um<br />
exemplar, estudando o que resta<br />
das moradas senhoriaes do século<br />
XVI.<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Demais, o sr. Gonçalves aconselhou<br />
que se conservasse a poria<br />
golhica que existia no palacio; e o<br />
sr. director das obras publicas mandou-a,<br />
dizem, para a estrada de Penacova,<br />
transformando-a em fonte.<br />
Toda a gente sabe o respeito que<br />
o sr. director das obras publicas<br />
tem pelas opiniões de A. A. Gonçalves<br />
...<br />
Para se desculpar diz ainda o<br />
sr. director...<br />
Não! 0 resto fica para o proximo<br />
numero, que já me doem os braços.<br />
T. C.<br />
Tem estado em perigo de vida o sr.<br />
José Maria Rosa de Carvalho, o amigo<br />
das andorinhas.<br />
Partiu para o Bussaco, onde vae<br />
passar algum tempo com sua ex. ma<br />
familia, o sr. dr. José Nazareth, clinico<br />
justamente respeitado e estimado<br />
nesta cidade.<br />
Boa viagem e restabelecimento<br />
prompto,<br />
Carta de Lisboa<br />
Tendo de restituir a um edifício tauração noutro estylo, e sujeitando<br />
pois encontradas e entregues á po-<br />
a sua physionomia antiga, o sr. di- a nova reforma a uma janella antiga, Mas não, o sr. director das obras<br />
licia. r<br />
rector das obras publicas tentou al- alterando-lhe primeiro as propor<br />
E o contagio do exemplo e da<br />
publicas, em vez da chaminé mo- Lisboa, 7 de agosto de 1896<br />
terar o aspecto grandioso do que ções.<br />
impunidade, que subverte a socienumental,<br />
pôz uma chaminé ridi-<br />
ainda restava e lhe devia ter servi- Ora no estylo manoelino, como<br />
dade portuguêsa numa onda infacula.<br />
Á hora em que lhes escrevo ain<br />
mante de traições e de latrocínios!<br />
do de guia. O paço devia ser res em todos os estylos, ha sempre rela<br />
da não está resolvida, a gréve do<br />
Em compensação, lá estão as<br />
taurado em estylo renascença, nun ções estabelecidas entre os fustes,<br />
gaz.<br />
bellas galerias de branca cantaria,<br />
ca em estylo manoelino.<br />
as bases* e os^capiteis. Uma colum-<br />
Todavia, dois factos são verda-<br />
não se sabe para quê, naturalmente<br />
Partiu para a Felgueira o nosso<br />
deiros e certos: Que vão ficar sem<br />
na manoelina a que se modifiquem<br />
amigo Miguel Barata, conceituado<br />
para gallinhas e patos, que é o que pão algumas dezenas de trabalha-<br />
E o sr. director das obras"publi- as dimensões do fuste, da base, ou<br />
industrial d'esta cidade.<br />
costuma haver nos paleos das cosidores e que, Centeno, Barjona, Arcas<br />
quiz mandar abrir janellas ma- do capitel deixa de ser uma columnhas.royo,<br />
e Marianno juntamente com<br />
noelinas na parte do edifício que na manoelina, para ser uma coisa<br />
um extrangeiro têm o governo e a<br />
fecha o pateo, janellas condemna- sem nome.<br />
camara de Lisboa ás suas ordens.<br />
 próxima exposição de Paris<br />
Mas ha mais ainda: parte das<br />
das pela magnifica varanda renas- As janellas manoelinas, são janel-<br />
x<br />
As construcções, trabalhos de de-<br />
cantarias lavradas aproveitadas na<br />
coração e installação eslão orçadas<br />
cença.las<br />
fortes, pesadas, d'umajdecoração<br />
restauração do paço episcopal, vie- Continua a especular-se na im- em 18 mil contos.<br />
muito variada; as janellas do paço<br />
ram do theatro académico e tinham prensa com o caso da ilha da Trin- Os dois palacios, para os quaes<br />
episcopal, são excessivamente es-<br />
E o sr. director das obras publi<br />
sido feitas sob a direcção de Nicola<br />
dade.<br />
foi aberto concurso, cuslam 3:600<br />
guias e monotonas, sem variedade<br />
Trabalho escusado.<br />
contos.<br />
cas quiz substituir a porta d'entra-<br />
Bigaglia.<br />
de linhas, nem de decoração.<br />
Todos sabem que Soveral nada A exposição de 1889 lançou na<br />
da de bello estylo renascença por<br />
Ora o thealro académico era mais fez do que obedecera uma or-<br />
As únicas janellas manoelinas que<br />
grande capital uma somma calcula-<br />
uma porta em estylo manoelino,<br />
planeado em estylo neo-grego.. . dem da Inglaterra para fingir de arda em 100 mil contos, sendo 60<br />
havia no paço, deu cabod'ellaso sr.<br />
quando o resto do edifício pedia uma<br />
bitro.<br />
mil gastos alli por extrangeiros.<br />
director das obras publicas, alte-<br />
porta em estylo renascença, e quan-<br />
, A Inglaterra a tomar a sério Sorando-lhes<br />
as proporções.<br />
E lá ficaram as decorações neo-<br />
E tudo leva a crêr que em 1900<br />
veral !<br />
do o respeito pelos que neste mun-<br />
a affluencia de extrangeiros seja<br />
Hoje no paço episcopal não ha<br />
gregas na restauração manoelina! Alguém acredita nisso?<br />
muito maior.<br />
do honraram o seu nome com obras<br />
uma janella manoelina.<br />
boas, exigia a conservação e restau-<br />
x<br />
Ora, para se desculpar, diz o sr.<br />
ração da velha porta renascença<br />
que lá está, encimada pelos brazões E deu-se até nm caso extranho.<br />
director das obras publicas: foi o Todavia este acontecimento deu Parle na próxima terça feira para<br />
logar a um balão de ensaio. Beno-<br />
Gonçalves que aconselhou a restaura-<br />
o extrangeiro em viagem de recreio<br />
de D. Jorge d'Almeida e D. João As duas janellas manoelinas não<br />
vam a alliança inglêsa em toda<br />
ção em estylo manoelino.<br />
o sr. dr. Henrique de Figueiredo.<br />
Soares, os magníficos Bispos de tinham a mesma altura, e por isso<br />
sua vilania.<br />
Coimbra que encheram esta bella mais baixa era mais estreita. O<br />
E assim num periodico, cujo no-<br />
cidade de construcções e monumen- que faz o sr. director? Corta a dif- Pois não foi, não senhor. me não pronunciaremos, um artigo<br />
0 que convém á monarchia!<br />
concluía por estas palavras:—Viva<br />
tos que gritam os seus nomes, imficuldade, mandando que se aug-<br />
a Inglaterra !<br />
Corre mundo uma estatística, repondo-os<br />
ao nosso respeito. mentem os fustes das columnas, O sr. A. A. Gonçalves, vendo Leram bem?<br />
centemente publicada, da percenta-<br />
por forma a que as duas janellas que as janellas manoelinas iam<br />
O sr. director das obras publi-<br />
x<br />
gem dos analphabetos nas diversas<br />
geminadas tenham a mesma al- desapparecer, e vendo a falta de<br />
cas, tendo um edifício de estylo do<br />
nações da Europa.<br />
tura! ...<br />
respeito com que ellas andavam Acaba de entrar na cadeia o sr. Portugal tem o logar d'honra, é<br />
renascimento a restaurar, julgou que<br />
pelo chão, sempre ameaçadas de Faustino da Fonseca, director do da cabeça do rol, figura nella<br />
cumpria o seu dever destruindo tudo<br />
jornal A Vanguarda.<br />
o que ainda restava das antigas E lá ficou no meio uma janella serem destruídas, disse: O sr., que<br />
com a percentagem de 67,35 por<br />
Como fui seu advogado não que- cento, eslá mesmo muito acima da<br />
construcções renascença por con- muilo estreitinha, doente, thysica é um homem de gosto, não deve deiro agora explanar-me sobre o as- Turquia, que apenas nos apparece<br />
strucções modernas de estylo ma- Parece até que a tossir perdeu o xar perder as janellas, aproveite-as sumpto, pois alguém o poderia in alli com 14,79.<br />
noelino !...<br />
columnellofdo meio.<br />
em qualquer parte.<br />
lerpretar como eu não quero que Eis a estatística:<br />
Ora aproveitar uma janella ma- interpretem nunca os meus actos e<br />
E ahi está,[como o sr. director noelina pode fazer-se num palacio<br />
as minhas palavras.<br />
ANALPHABETOS<br />
O manoelino do sr. director das<br />
Limito-me a recordar que vae<br />
p. C.<br />
das obras publicas, querendoVestau- renascença, mas deve ver-se bem<br />
obras publicas!...<br />
preso por ter dito da camara mu Portugal 67,35<br />
rar um edifício renascença, apre- que o que determinou a sua con- nicipal algumas palavras amargas llalia 52,93<br />
sentou um plano em estylo manoeservação foi o respeito pela arte. É e verdadeiras.<br />
Bolonha 39,82<br />
Hungria 37,69<br />
lino; e querendo fazer um plano um objecto que se conserva como A camara municipal de Lisboa,<br />
Rússia 36,42<br />
manoelino se foi determinar por relíquia. Tem-se feito isso muita sabem o que ella é, não é verdade? Áustria 36,70<br />
um motivo decorativo, alterando a vez em restaurações contemporâ- Bem, adiante.<br />
Grécia 25,18<br />
feição manoelina a uma janella, neas. Ha exemplos vulgarissimos<br />
Protesto contra esta prisão, como Roumania 17,75<br />
protesto contra todos os attentados Bélgica 15,22<br />
sujeitando toda a decoração d'uma em Italia.<br />
Turquia da Europa . 14,79<br />
aos princípios que defendo como<br />
Bohemia e Moravia . 8,98<br />
fachada a um erro propositado.<br />
sei, como posso e como quero,<br />
Hespanha 8,71<br />
O habito de errar.<br />
Irlanda<br />
x<br />
Calor insupportavel.<br />
Tudo foge para as praias.<br />
A politica, soccegada, sem um<br />
protesto.<br />
E o que resulta da sem vergonha<br />
em que se vae vivendo.<br />
Vamos com Deus.<br />
João de Menezes.<br />
Dr. Sousa Refoios<br />
Em companhia de sua ex. ma esposa<br />
e filhos partiu para a praia de Espinho<br />
este uosso estimável amigo e distincto<br />
lente da faculdade de Medicina.<br />
A latrofolia!<br />
Foi descoberto no Porto um novo<br />
crime de violação de cartas e valores<br />
subtrahidos pelo 2. 3 aspirante<br />
ados correios Albano de Mattos, em-<br />
regado na ambulancia da linha do<br />
linho e Douro.<br />
Ha seis mêses que se entrega a<br />
esta fraude, segundo as próprias<br />
declarações do prêso.<br />
Para se desembaraçar de provas<br />
compromettedoras, quando ha dias<br />
o comboyo atravessava a ponte de<br />
D. Luiz, arremessou ao rio Douro<br />
um maço de cartas, que foram de*<br />
7,27<br />
França<br />
3,50<br />
Inglaterra 3,49<br />
Hollanda 3,38<br />
Escossia 2,83<br />
Allemanha 2,49<br />
Noruega 1,02<br />
Suécia 0,74<br />
Suissa 0,60<br />
Dinamarca 0,49<br />
Não é risonho este quadro?<br />
E no entanto, é crente na immuabilidaded'este<br />
numero, que a todo<br />
o custo trata de manter, que a monarchia<br />
vae vivendo no nosso país:<br />
— á sombra do torpe indifferentismo<br />
d'uns, explorando a ignorancia<br />
da maior parte.<br />
Acha-se na Figueira da Foz com<br />
sua ex. ma familia o capitalista d'esta<br />
cidade e nosso amigo sr. José Ferreira<br />
Barbedo Vieira.<br />
Pereceu afogado.na quinta feira, pelas<br />
2 horas da tarde, no rio Tejo, o<br />
jedreiro Ignacio Marques.<br />
O infeliz operário contava apenas 19<br />
annos, era solteiro e natural de S. Martinho<br />
do Bispo, d'este concelho. Era<br />
lho de Antonio. Marques e de Emilla<br />
Cardoso, residentes em Lisboa.<br />
Foi muito sentida a sua morte entre<br />
os seus companheiros de trabalho, porque<br />
elle era dotado d'um bondoso co^<br />
ração.
Curiosidade archeologica<br />
Sóbe a milhares o numero de pes<br />
soas que de Coimbra partiram para<br />
iquella cidade, a desenfadar-se na ber<br />
rala do ajuntamento.<br />
Que é, afinal, o único attractivo: a<br />
iberdade â arruaça!<br />
Regressou das thermas dos Cucos o<br />
DOSSO respeitável amigo sr. Joaquim<br />
iugusto de Carvalho Santos, digno<br />
gente do Banco de Portugal.<br />
Folhetim da RESISTENCIA<br />
JOÃO DAS GALÉS<br />
XVII<br />
João das Galés<br />
Gribeauval saiu furioso contra esses<br />
lomens que não se interessavam pela<br />
única pessoa digna de interesse neste<br />
oegocio.<br />
>1. de Koellen entrou, alguns instanes<br />
depois, para uma carruagem com<br />
os magistrados. Apenas chegados ao<br />
loulevard de Magdaleine, viram um<br />
çraDde ajunUmento em frente da casa<br />
Era o velho criado, também resuscitao,<br />
que tinha grilado e que chamava<br />
Ulicto pelo seu amo.<br />
Apenas o avistou,, precipitou-se nos<br />
bá braços, exclamando:<br />
-Meu senhor! meu caro senhor!<br />
li! eu não pude soccorrer-vos, porque<br />
me agarraram ao mesmo tempo que a<br />
vós e me amordaçaram.<br />
XVIII<br />
A Odyssea de João das Galés<br />
João da? Galés, transformou-se de<br />
uque de Villedieu em cavalheiro d'Esirignolles.<br />
iQstallou secommodamentenumcou-<br />
>6 com as suas duas mallas ao lado.<br />
C - c L b a ,<br />
A respeito da situação da-Hespanha<br />
em Cuba, affirma O ISoleil a<br />
necessidade imperiosa que ha em<br />
terminar a guerra antes de março<br />
do proximo anno, porque ha tudo a<br />
—Outro qualquer, pensava elle, confundir-se-ía<br />
com a turba dos viajantes,<br />
mas, eu, occupo um coupé porque sou<br />
rico, e as pessoas que viajam com este<br />
predicado são menos iucommodadas<br />
que as outras.<br />
Para junto d'elle entrou uma senhora<br />
de idade e um velho.<br />
— lncommoda-a, senhora, o fumo<br />
do charuto?, perguntou d'Espriguolles.<br />
— Não, senhor.<br />
D'Esprignolles accendeu um charuto,<br />
encostou-se a um cauto contemplando<br />
absorto as espiraes de fumo.<br />
iEm Arras, abriram-se subitamente<br />
as portas e os empregados entraram:<br />
— Os senhores levam algumas mailas<br />
ahi ?, perguntaram.<br />
— Sim, disse o velho, levamos estas.<br />
— E eu estas duas, disse d'Esprignolies.<br />
Os empregados examinaram as maas<br />
e os rostos dos viajantes e reliraram-se.<br />
— Parece que procuravam a'gum<br />
bancarroteiro ?, disse em voz alta d'Es-<br />
)iguolles.<br />
— Ah! por certo, que nem eu nem<br />
o meu marido nos parecemos com elle,<br />
exclamou a senhora de idade.<br />
D'Esprignolles entretanto perguntava<br />
para si se esta singular visita seria<br />
para elle.<br />
— Elles certamente revistarão com<br />
maior attenção na fronteira, mas nãu<br />
sou eu que a vá passar com malas<br />
carregadas de jóias.<br />
M. ú'Esprignolles desceu em Lille, e<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
receiar do novo e provável presidente<br />
da republica norte-americana,<br />
que, sem duvida, será favoravel<br />
ás resoluções do congresso na questão<br />
cubana.<br />
rectos no trimestre de julho a setembro.<br />
Resolveu mandar proceder aos concertos<br />
necessários na ponte de Coenços; votou a<br />
verba de 50$000 réis para ser despendida na<br />
reparação de calçadas e syptiões da cidade ;<br />
mandou abonar ao solicitador Mósca a quantia<br />
de lòíOOO para despegas judiciaes; auctorisou<br />
o lornecimento de diversos impressos para o<br />
serviço do expediente da repartição dos impostos;<br />
dispensou um bombeiro de 1." classe<br />
de continuar a exercer as funcções de chefe<br />
interino da 5.* esquadra por motivo de irregularidades<br />
praticadas num incêndio que ha<br />
tempo houve nesta cidade, ficando na primitiva<br />
situação de bombeiro de 1." classe; resolveu<br />
mandar proceder á limpeza da runa da rua<br />
da Moeda, na parte qne fica junto ao passo de<br />
nivel dos Oleiros.<br />
Despachou requerimeníos pedind•>: annulação<br />
de contribuição direeta municipal lançada<br />
Gogido do Processo Commercial<br />
APPROVADO POR<br />
Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />
Preço 200 réis<br />
Á venda na Imprensa da Universidade<br />
Agradecimento<br />
Presume-se com bons fundamentos<br />
que no interior d'umas casas,<br />
nas proximidades e um pouco ao<br />
norte da Sé Velha, sob o revesti<br />
mento d'uma parede interior existe<br />
parte da fachada d'uma habitação<br />
romanica.<br />
Tentam-se diligencias para que<br />
em breve possa verificar-se até que<br />
ponto é exacta esta conjectura.<br />
Se o facto se confirma, será i<br />
segundo exemplar, posto que incom<br />
pleto, de construcção civil do século<br />
XII que resta no país. O pri<br />
rneiro é a antiga casa da camara<br />
de Bragança, que se conserva quasi<br />
inteira, com o simples enxerto de<br />
duas janellas que lhe incrustaram<br />
no século XYIÍ.<br />
Itetirou para a Figueira da Foz com<br />
sua ex. ma Apertado dentro cia província da<br />
Habana, como num becco sem saída,<br />
o exercito hespanhol, pela bocca do<br />
seu chefe, declára-se impotente para<br />
dominar a insurreição de Cuba.<br />
E esta o conclusão a tirar do Esteve de passagem nesta cidade<br />
célebre bando do suborno, que Wey- o esculptor Teixeira Lopes, que se<br />
ler dirigiu aos capitães da marinha acha em Luso, fazendo o busto do<br />
mercante, promettendo-lhes dinhei- filhinho mais novo do sr. Ayres de<br />
ro e isenção de responsabilidade, Campos.<br />
caso se prestassem a uma traição<br />
contra os que defendem a sua independencia.<br />
Já regressou das Caldas da Rainha<br />
A nobrêsa com que foi repellido com sua ex,<br />
este convite é pratica d'uma infamia<br />
pelos que têm em conta os<br />
seus compromissos d'honra, mais<br />
pôz em evidencia a vilêsa do expe<br />
cliente de que um chefe sem prestigio,<br />
se queria valer para encobrir a incompetência<br />
do commando supe-<br />
familia o sr. Antonio M*ria rior, do numeroso exercito que lhe<br />
'imenta, muito digno director dos cor foi confiado.<br />
reios e telegraphos de Coimbra.<br />
Correm assim, por lá, as coisas<br />
de Hespanha, perdendo homens e<br />
Prisão do director da VANGUARDA consumindo milhões numa lucta que<br />
nenhuma gloria lhe trará se sair<br />
Deu entrada ante-hontem na cadeia vencedora, nem sympathia quando<br />
do Limoeiro o sr. Faustino da Fonseca<br />
vencida.<br />
lara cumprir a iniqua e brutal pena<br />
le três mêses de prisão que os tribu<br />
x<br />
laes lhe impozeram sob pretexto de<br />
abuso de liberdade de imprensa. Nada nos dizem os telegrammas<br />
[ E como se fôra pouco a condemna- e correspondências officiaes dotheaão<br />
odiosa d'um jornalista, quandt tro da guerra, dão até a entender<br />
«dasasespeciesde altos bandidos, de que hespanhoes e cubanos se en-<br />
grandes e confessos ladrões se exhitregam ás delicias de Capua.<br />
iem por esse país impunes e livres, a<br />
ilpada das justiças quiz tornar mais Procurando, porém, as informa-<br />
•epugnante a violência; e em vez de ções extra-officiaes, deparamos com<br />
communicar-lhe a intimação a apre o seguinte no Temps:<br />
sentar-se, mandou prendê-lo por um «Um despacho de Havana, rece-<br />
agente de policia, de surpreza, em bido em Key-West, diz que ha pou-<br />
plena rua e em pleno dia, como se st<br />
cos dias se deu um renhido e san-<br />
ratasse d'um faquista, ou d'um larapio<br />
!<br />
grento encontro, em Sauthiago de<br />
Toda a imprensa séria protesta in- Cuba, entre 3:000 insurgenles comdignada<br />
contra estes ignóbeis procesmandados pelo cabecilha Rabba e<br />
sos d'um despotismo infame, que só egual numero de soldados hespa-<br />
em a sustentá-lo a indifferença punhoes, tendo estes sido completailica!mente<br />
batidos e obrigados a retirar<br />
depois de soffrerem enormes per-<br />
Tourada na Figueira das.<br />
Pela sua parte, os insui gentes ficaram<br />
tão fatigados, que não poderam<br />
perseguir as tropas hespanholas.»<br />
ma no corrente anno a um contribuinte que falleceu;<br />
lii-ença a um empregado da camara;<br />
collocação de um lettreiro num estabelecimento<br />
d'esta eidade; alinhamento sem occupação<br />
de terreno publico; attestados de comportamento<br />
e restituição de um deposito a uma<br />
proprietária que não chegou a fazer uma obra<br />
para o que tinha pedindo licença.<br />
Por,ultimo o vereador José' Antonio dos<br />
Santos, communicou á camara que o nivel da<br />
agua na nascente do asylo de Cellas, baixou<br />
proximamente 30 centimetros não tendo sabida<br />
pela actual bica, e que só poderia remediar-se<br />
este facto rebaixando na penha do deposito<br />
o canal por onoe a agua tinha escoante<br />
na altura egual a esse abaixamento -de nivel.<br />
Communicou mais que para remediar com<br />
urgência a falta d'agua que d'ahi resultava<br />
familia o nosso amigo para fornecer aos habitantes de Cellas, andava<br />
sr. João Teixeira Soares de Brito, em negociações com o sr. conselheiro José<br />
Maria d'Andrade, a fim de remediar esta falta.<br />
conceituado banqueiro nesta cidade. O presidente propoz á camara que ficava<br />
anctorisado o sr. José Antonio dos Santos de<br />
activar as negociações ou trabalhos necessários,<br />
para que os habitantes de Cellas não<br />
Seguiu ante-hontem para o In- soffressem falta d'agua e estudasse se era possível<br />
derivar por meio de canalisação, a<br />
stituto bactereologico uma creança, porção d'agua que podesse dispensar se no<br />
de 3 annos, que no logar do Co- asylo para um local conveniente onde se<br />
abrisse uma fonte permanente ao pnblico.<br />
brai, freguezia de Carapinheira do<br />
Campo, foi mordida por um cão hydrophobo.<br />
Na classificação dos desenhadores<br />
d'obras publicas que traz o Diário chegado<br />
hoje, ficaram em l.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão or dinar ia de 23 de julho de<br />
1896.<br />
Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />
Vereadores presentes : -—effectivos: arcediago<br />
José Simões Dias, bacharel José Augusto<br />
Gaspar de Mattos, José Antonio dos<br />
Santos, e José Marques Pinto.<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão anterior,<br />
tomando a camara conhecimento pela<br />
correspondência recebida do escrivão de fazenda<br />
communicando que em cumprimento d'ordens<br />
superiores foi resolvido que, tanto nas<br />
concessões de terreno para" construcções de<br />
jazigos no cemiterio como pela alienação entre<br />
particulares d'esses terrenos e eontrucções é<br />
devida contribuição de registro e com relação<br />
aos contractos anteriores que ficam validos<br />
poslo que não tenham pago aquella contribuição;<br />
da companhia do gaz declarando que<br />
começa o trabalho para o levantamento e<br />
reparação do tubo geral da canalisação do<br />
gaz na rua de Sargento Mór; do governo civil<br />
consultando acamara ácerca de um artigo de<br />
um edital que vae publicar regulando os<br />
toques de sinos nesta cidade por occasião de<br />
incêndios.<br />
Auctorisou 23 avenças para consumo de<br />
agua relativas ao 2.° semestre do corrente<br />
anno e 3 para o pagamento de impostos indi-<br />
a classe, o sr.<br />
Sebastião Soriano, e em 2. a Marianna de Jesus Costa Cruz, Maria<br />
Arnalia da Cruz, Olympia da Cruz Telles<br />
e Manuel José Telles, não podendo,<br />
individualmente, agradecer a todas as<br />
pessoas que os distinguiram, honrando-os<br />
com a sua presença no cortejo,<br />
e ofíicios religiosos celebrados á memoria<br />
de seu amado esposo, pae e sogro,<br />
de indelevel saudade, vêem, neste<br />
logar, agradecer penhoradissimos a<br />
todos.<br />
Egualmente se confessam, extremamente<br />
penhorados para com aquelles<br />
que, com disvello e carinho, tantos<br />
auxílios prestaram, nos últimos momentos<br />
de vida, áquelle que foi esposo,<br />
pae e sogro amantíssimo.<br />
A' illustrada imprensa periódica, que<br />
lhe dirigiu tão expontaneas palavras de<br />
condolência, enaltecendo, ao mesmo<br />
tempo, as qualidades moraes, virtudes<br />
que enobreceram o saudosíssimo morto,<br />
enviam, reconhecidíssimos, o testemunho<br />
do mais sincero agradecimento.<br />
Outrosim é dever tornar bem publicamente,<br />
a nossa gratidão por tudo<br />
quanto devemos, em carinho e dedicação,<br />
ao ex<br />
, os srs.<br />
José Maria de Lacerda e Alberto dos<br />
Prazeres Salgueiro.<br />
As nossas felicitações.<br />
Açaimo aos sinos<br />
Pelo prelado diocesano já foi distribuída<br />
aos parochos da cidade a circular<br />
em que é regulamentado o toque<br />
dos sinos, sendo comminadas aos sineiros<br />
transgressores penas desconhecidas.<br />
Os senhores artistas sineiros ficam<br />
sabendo: que não poderão tocar mais<br />
de cinco minutos seguidos; e nunca<br />
haverá menos de 5 minutos de intervallo<br />
entre dois toques.<br />
Em todo o caso, poderão dar seis<br />
repiques ou dobres numa hora !<br />
A mania de tudo policiar dá resultados<br />
como este!<br />
Ora nós somos pela suppress.ão completa,<br />
ou pela ampla liberdade do sino!<br />
F. Fernandes Costa<br />
ADVOGADO<br />
Rua do Yisconde da Luz, 00<br />
mo sr. dr. João Jacintho,<br />
medico assistente do saudoso fallecido,<br />
que, empregou todo o seu grande<br />
talento medico e todos os seus cuidados<br />
para a salvação do doente, que se<br />
debatia dolorosamente no leito, victima<br />
de uma enfermidade incurável.<br />
As faltas que possam ter commettido,<br />
são involuntárias; por isso, na generalidade,<br />
aqui se consagra infindo<br />
agradecimento.<br />
Coimbra, 7 de agosto de 1896.<br />
Piano vertical<br />
Vende-se um na rua de Joaquim<br />
Antonio d'Aguiar, n.° 9.<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5.° anno de Direito, continúa<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
e Philosophia.<br />
Rua do Yisconde da Luz, 4 a 6<br />
SENHORA<br />
Offerece-se para dama de companhia.<br />
Para tractar, rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, n.° 9.<br />
Lições de hygiene publica<br />
pegando elle proprio nas suas baga- Koellen, e vós sabeis que elle só em- — Jantareis comnosco, disse o joagens,<br />
foi direito ao n.° 7 da rua Espresta sobre bons objectos.<br />
lheiro. Depois conduzir-vos-hei a casa<br />
quermoise, casa d'um dos joalheiros — Estão engastados ?<br />
do homem.<br />
mais afreguezados da cidade.<br />
— A maior parte. Se não fosse assim M. Hignard fechou os pequenos co-<br />
— Queria faltar ao patrão, paia um não eram precisas estas malas. fres num armario, e subiram para a<br />
negocio importante.<br />
— Talvez escolha alguns. E dQS sala de jantar.<br />
— Eu vou procura-lo, senhor, disse outros faremos pacotes sellados para D Esprignolles encontrou-se .no meio<br />
uma joven caixeira. ( entregar aos contrabandistas. Pela pas- d'uma familia adoravel. A dona da casa,<br />
Appareceu um homem d'idade. sagem respondo eu, a questão é pa- duas filhas jovens, frescas, rosadas e<br />
— Em que posso servir-vos, senhor? gar-lhes bem<br />
um pequenito que principiou logo a<br />
M. d'Esprignolles repeliu as suas — Eu gratificar-los-hei bem, mas tratar sem cerimonia d'Esprignolles,<br />
primeiras palavras:<br />
necessito que isto esteja amanhã em eram todos alegres e felizes, porque<br />
— Eu desejo fallar ao patrão sobre Bruxellas.<br />
nenhum dos membros d'esta familia<br />
um negocio importaute.<br />
— É possível.<br />
sabia que o seu chefe era um abomi-<br />
M. Hignard, o joalheiro, olhou fixa- — Escolhei o que vos convier, disse nável usurário, o receptador da alta<br />
mente para o recem-chegado.<br />
d'E«prignolles, abrindo as malas e pa- ladroagem parisiense, o cúmplice de<br />
— Eslá bem, senhor, uisse elle, facotes. um bando de contrabandistas, e, o que<br />
zei o favor de entrar no meu gabinete. Os dois homem começaram a tarefa. era mais nem por sonhos lhe passava<br />
Apenas entraram, d'Esprignolles le- 0 joalheiro comprou uma dúzia de que tinham ao seu lado um ladrão e<br />
vou o seu dedo médio á espadua di- pedras por 110:000 francos. Depois assassino.<br />
reita, passou-o rapidamente ao lado propoz-lhe a compra do ouro a pêso, — Se eu amasse as mulheres, mur-<br />
esquerdo e apreseutou-lhe a mão aber- a Um de diminuir o volume do contramurou d'Esprignolles, voltaria aqui,<br />
ta. M. liignard fez o gesto contrario e bando. D'Esprignolles conveio nisso e mas as mulheres não são o meu forte.<br />
apresentou-ihe a sua fechada. D'Espri- as pedras foram desengastadas e met- Depois de jantar o joalheiro disse ao<br />
gnolles abriu-lhe a mão e traçou uma tidas em pequenas caixas de aço, le- seu hospede:<br />
lettra na palma. M. Hignard desenhou ves, sólidas, cercadas por uma grossa —Quer vir provar a cerveja do pais?<br />
uma outra lettra nos dedos reunidos capa de couro e envolvidas em coout — E um pouco amarga, segundo me<br />
d'Esprignolles.<br />
chouc.<br />
têm dito, respondeu d'Esprignolles, mas<br />
— Podeis fallar, disse Hignard.<br />
Terminada esta operação, M. Hignard não será isso motivo para que eu a<br />
— Estas duas malas estão cheias disse para d'Esprignolles:<br />
não prove.<br />
de jóias, tenho também algumas te* — Quereis passar juntamente com Saíram e dirigiram-se para o lado<br />
las de mestre entre o forro do meu os contrabandistas?<br />
da Grand Place onde está a columna<br />
pardessus, disse d'Esprignolles, e ne- — Sim.<br />
commemorativa do cerco de 1792, e<br />
cessito que tudo isso passe a fronteira —-Sois dextro e agil ?<br />
entraram numa casa em que habitava<br />
dentro ue 24 horas; amanhã devo — Conheço bem o offlcio, nada re- uma mulher idosa.<br />
estar na Bélgica.<br />
ceeis, disse d'Esprignolles.<br />
— M. Clary está em casa?, pergun-<br />
—• Os brilhantes são de boa agua ? 0 joalheiro cumprimentou-o, como a tou o joalheiro,<br />
— Soberbos. Vèin de casa de M. um mestre,<br />
(Continte),<br />
PELO<br />
DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />
PREÇO, 10000 RÉIS<br />
Á venda na Imprensa da Universidade.
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excedentes aguas mineraes<br />
para doença de pelle,<br />
estomago, garganta, etc.<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
ÍL J 14 i " : ^<br />
CALDAS DA FELGUEISA<br />
CANNAS DE SENHORIM<br />
(BEIRA ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
medico, pharmacia<br />
e casa de barbear.<br />
Magnificas accommodações<br />
desde 1(51200 réis<br />
comprehendendo serviço, club,<br />
etc. Bónus para os médicos<br />
O estabelecimento therinai foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />
para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />
annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos.—Viagem<br />
— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />
estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da* Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
Filtro-Mallié<br />
de porcellana d'amiantho<br />
Esterilisação absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
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Deposito da Fabrica Nacional<br />
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BOLACHAS E BISCOITOS<br />
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JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ & GENRO<br />
128 —RDA FERREIRA BORGES — 130<br />
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venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fabrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fabrica.<br />
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d'obras.<br />
fllprtriririíirip p nntira A CiieWUWUítUO G Vpiiba<br />
e n c i a da casa R a m o s & Silva de<br />
e<br />
Lisb0a, constructores de pára-raios,<br />
campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
Tintflc nara nintiimliiliaa<br />
pata piutuiao.<br />
Alvaiades,oleos,agua-raz,crés,gesso<br />
vernizes, e muitas outras tintas e<br />
artigos para pintores.<br />
PimPntnÇ" In S lez e Gal:)0 Mondego, as melhores qualidades<br />
vllilclltub • que se empregam em construcções hydraulicas.<br />
nivPm meta ' branco, cabo d'ebano e marfim,<br />
ranuciiua. COmpleto<br />
de Guimarães.<br />
sortido em faqueiros e outros artigos<br />
Esmaltada e estanhada, Louas inglezas, de ferro: Agate, serviço completo<br />
mesa, lavatorio e cozinha.<br />
ferro<br />
para<br />
Armas de fo^o* Garal)inas de re P eti c a ° de 12 e 15 tiros,re-<br />
systemas.<br />
volvers, espingardas para caça,os melhores<br />
Á venda a 2. a edição da<br />
DESAFFRONTA<br />
(HISTORIA D'UMA PERSEGUIÇÃO)<br />
POR<br />
ANTONIO JOSÉ D ALMEIDA<br />
PEDIDOS Á<br />
1 vol in-8.° com o retrato do auctor<br />
Preço 300 réis—Pelo correio 330<br />
LIVRARIA MODERNA<br />
JLargo do Príncipe O. Cariou, lOatá<br />
C O I M B R A<br />
JOÃO RODRIGUES BRÂ6À<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
12 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
junto e a retalho, Grande deposito de pannos crus.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de corôas e bouquets, fnnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continila a encarregar-se de funeraes completos, armaçõeâ<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
Arrematação<br />
2. 3 publicação<br />
11 Mo dia 16 do corrente por<br />
ii 11 ,horas da manhã á<br />
porta do tribunal de justiça<br />
d'esta comarca de Coimbra, e<br />
pelo cartorio do escrivão do 4.°<br />
officio José Lourenço da Costa,<br />
voltam pela 3. a vez à praça sem<br />
designação alguma de valor os<br />
prédios abaixo designados penhorados<br />
pela execução hypothecaria<br />
que D. Anna Fortunata<br />
Morim Sequeira, viuva, d'esta<br />
cidade, move contra Manuel<br />
Tejo Salvado e mulher, da Ciogâ,<br />
freguezia de S. João do Campo.<br />
Duas terças, partes d'u5na<br />
terra de semeadura com testada<br />
de pinhal no sitio da Lomba,<br />
freguezia de S. João do Campo.<br />
Uma terra de semeadura com<br />
oliveiras e mais arvores de<br />
fructo no sitio dos Curraes,<br />
dita freguezia.<br />
É foreiro em 12 alqueires de<br />
milho e 2 gallinhas ao dr. Roxanes<br />
de Carvalho.<br />
Pelo presente são citados<br />
quaesquer credores incertos.<br />
Verifiquei a exactidão<br />
O juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
Arrematação<br />
(2. a publicação)<br />
10 BTo dia 1G do corrente mês<br />
il d'agosto, pelas 11 horas<br />
da manhã, á porta do tribunal<br />
de justiça d'esta comarca, e<br />
pela execução de sentença commercial<br />
que a firma Santos &<br />
Brito, d'esta cidade, move contra<br />
a Corporação de Salvação Publica,<br />
também d'esta cidade, e<br />
que corre seus termos pelo cartorio<br />
do escrivão José Lourenço<br />
da Costa, vão á praça e serão<br />
entregues a quem maior lanço<br />
offerecer, além das quantias em<br />
que foram avaliados, os objectos<br />
seguintes:<br />
Dm carro de material d'incendios,<br />
avaliado em 180)5000<br />
réis.<br />
Dma bomba para incêndios,<br />
avaliada em 25* $000 réis.<br />
Dma carreta de mangueiras,<br />
avaliada em 900000 réis.<br />
Nove machados, avaliados em<br />
130500 réis,<br />
Dma bomba de jardim, avaliada<br />
em 3)51000 réis.<br />
Pelo presente são citados<br />
quaesquer credores.<br />
Verifiquei a exactidão<br />
O Juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
Aos bohemios<br />
9 photographias do bo-<br />
1 hemio Augusto Hylario,<br />
vendem-se na loja do Vianna,<br />
Largo da Sé Velha. — Coimbra.<br />
CAVALL0S<br />
8 M uare s>etc.;esquinencias,<br />
«I sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc., curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. Á ven H a nas<br />
principaes terras.— Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço,<br />
QUÍNTA<br />
7 Y7ende-se a da Conchada.<br />
" Na mesma se diz quem<br />
está auctorisado a receber propostas.<br />
TABOLETA<br />
6 tfende-se uma que mede<br />
• tres metros de comprido<br />
por um de largo.<br />
Nesta redacção se diz quem<br />
a vende.<br />
Casa em bom local<br />
5 fTende-se uma, de 4 anda<br />
» res e magnificas lojas,<br />
na Couraça dos Apostolos, n.° 35<br />
Quem pretender fale cora<br />
Adriano da Silva e Sousa, m<br />
mesma casa.<br />
PIANO<br />
4 ITende-se um em bom uso<br />
• Praça do Commercio, 54,<br />
Aviso aos devotos da Rainh<br />
Santa Isabel<br />
3 A mesa da real confraria<br />
A da Rainha Santa Isabel,<br />
reconhecendo que a continuação<br />
da exposição da veneranda ima<br />
gem da Rainha Santa na sua<br />
egreja em Santa Clara, sem as<br />
precauções devidas, eslava sendo<br />
prejudicada com o continuo tJ<br />
pó e sujeita a muitos outros es<br />
tragos, resolveu em sua ultima<br />
sessão que emquanto não tivesse<br />
vitrine própria a poder ser vista<br />
esta valiosa dadiva desua magestade<br />
a rainha sr. a D. Amélia,<br />
fosse encerrada no logar em<br />
que estava exposta, convenientemente<br />
envolta em pannos<br />
fechada no seu docel.<br />
Maisresolveu queasphotographias<br />
da mesma imagem fossem<br />
marcadas com a chancella da<br />
real confraria e que se expozessem<br />
á venda na egreja do mos<br />
teiro de Santa Clara e nos estabelecimentos<br />
dos srs. Miguel Josí<br />
da Costa Braga, rua do Visconde<br />
da Luz, Fraucisco Maria de Sousa<br />
Nazareth Júnior e Francisco José<br />
da Costa, na rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
As pessoas de fóra da cidade<br />
que desejem adquirir as photo<br />
graphias da veneranda imagem,<br />
podem dirigir os seus pedidos<br />
ao procurador da real confraria<br />
o sr. Francisco Maria de Sousa<br />
Nazareth Júnior, na rua de Fer<br />
reira Borges, n.° 22, em Coira<br />
bra, que promptamente serão<br />
satisfeitos com portes grátis.<br />
Os preços das photographias<br />
são os seguintes:<br />
Photographia, n.° l,coro 0,30<br />
por 0,28, 500 réis.<br />
Dita, n.°2,com0,21 por 0,16,<br />
300 réis.<br />
Dita, n.° 3, com 0,14 por 0,10,<br />
140 réis.<br />
0 secretario,<br />
José Ferreira Barbedo Vieira.<br />
Pharmacia<br />
G<br />
2 ouipra-se ou arrenda-se<br />
no districto de Coimbra,<br />
Esclarecimentos ao sr. Ada<br />
lino Saraiva, Phar ecia da Mise<br />
ricordia — Coimbra.<br />
Casa para arrendar<br />
1 Ma quinta de Santa Cruz,<br />
li Praça de D. Luiz, ha<br />
dois andares; tem agua e quintal.<br />
Tractsr com Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
"HESISTENCIA,,<br />
PCBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
E QUINTA8-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
EDITOU<br />
João Maria da Fonseca Frias<br />
Condições de assiguatun<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Sem estampilha'.<br />
20701)<br />
103511<br />
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20400<br />
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eu<br />
A.NNXJIsrCl08<br />
Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />
desconto de 50 p. c<br />
yp. F. França
ll<br />
idaj<br />
as,<br />
35,<br />
;ora<br />
01<br />
uso<br />
54,<br />
È A coacção do servilismo<br />
a ria<br />
bel,<br />
ção<br />
masua<br />
ai<br />
:eu<<br />
auo<br />
esima<br />
isse<br />
isti<br />
reslia,<br />
em<br />
eos<br />
I<br />
jrasem<br />
d<br />
;es<br />
IOS<br />
3taosé<br />
ode<br />
usa<br />
osí<br />
áira<br />
ade<br />
)lo<br />
ira,<br />
dos<br />
iria<br />
usa<br />
r er<br />
ira<br />
rãi<br />
uai<br />
,31<br />
16,<br />
10,<br />
•a.<br />
ira,<br />
deise-<br />
uz,<br />
ba<br />
iin-<br />
-los<br />
es,<br />
»<br />
ira<br />
roo<br />
S5i<br />
>80<br />
iOÍ<br />
>0g<br />
>00<br />
Ao lêr nas paginas horrorosas da<br />
historia as atrocidades penaes dos<br />
tempos do absolutismo, — de ha<br />
100 annos,—uma consideração escapa<br />
do peito oppresso : — Como é<br />
^què para as alçadas do implacavel<br />
Marquez de Pombal se encontravam<br />
juizes, que servissem de instrumentos<br />
dóceis aos decretos excepcionaes<br />
e faccinorosos, que em nome<br />
da justiça feriam horrivelmente culpados<br />
e innocentes?. . .<br />
Gomo é que esse homem, mon<br />
struoso nos accessos da sua ira, en<br />
contrava um José de Mascarenhas<br />
e tantos, tantos outros, para afogar<br />
em sangue o motim dos taberneiros,<br />
no Porto, com a mais infamante<br />
crueldade?<br />
Uma imprudência execravelmen<br />
te castigada com os açoutes, o de<br />
gredo, o confisco e a pena de morte,<br />
ás dezenas e indistinctamente<br />
Uma fúria lugubre e tragica, que<br />
liorrorisa a consciência!<br />
Gomo é que encontrava juizes e<br />
desembargadores obedientes e deshumanos,<br />
á laia de Marques Bacalhau,<br />
para torcerem a vara da jus-<br />
tiça ao sabor do orgulho, dos odios<br />
particulares, do capricho e da iniquidade<br />
do déspota feroz e sanguinário,<br />
para a formação do lugubre<br />
processo e medonha execução dos<br />
Tavoras, no patibulo de Belem ?<br />
E com lai convicção que muitos<br />
se desdisseram na rehabilitação posteriormente<br />
iniciada!. ..<br />
Tantos collaboradores dedicados,<br />
— juizes e carrascos, — trabalhando<br />
nos enrêdos mysteriosos d'uma<br />
politica sombria 1<br />
Como é que a toga luminosa da<br />
Justiça podia ser transformada em<br />
libré de serviçaes e de esbirros dos<br />
desmandos do poder?!....<br />
X<br />
Dada a differença dos tempos, os<br />
factos que estamos presenceando<br />
lançam-nos numa desolação profunda.<br />
Foi anazado o forte da Junqueira;<br />
e não se encontram nos ergástulos<br />
instrumentss de tortura; nem<br />
se esquartejam membros palpitantes.<br />
Mas nem por isso o retrocesso<br />
e a decadência é menos evidente e<br />
deplorável!<br />
Exemplos da actualidade estão<br />
mostrando como é ignóbil a cubiça<br />
humana; e como são frágeis as conquistas<br />
dos direitos públicos t<br />
Se fosse possível a ressurreição<br />
gesses tempos ominosos não seria<br />
As restaurações artísticas<br />
por falta de executores que a vio<br />
lação de todas as liberdades dei<br />
xaria de ser consumada!<br />
Não faltam no parlamento homens<br />
liberaes a sanccionar leis op<br />
pressoras; nem magistrados para as<br />
executar; nem milicia para apontar<br />
as armas ao peito dos ~qííe protes-*<br />
tem!<br />
Nem na imprensa faltam jornalistas<br />
que incitem á perseguição<br />
bajuladores que incensem as audaciasdos<br />
tyrannetes, offensivas da civilização<br />
e dos direitos conquista<br />
dos á custa de lodos os sacrifícios<br />
e de todas as dôres!<br />
E esse opprobrio da lei de imprensa<br />
tem cumpridores zelosos; ao<br />
mesmo tempo que se trancam, ou<br />
se sustém processos escandalosos<br />
de concussão, de defraudação da<br />
fazenda publica, de companhias, ou<br />
de estabelecimento de credito! .<br />
Pavorosa anarchia moral, em que<br />
por lai fórma se desacatam os dictames<br />
sagrados da Suprema Justiça,<br />
da Liberdade e da honra!<br />
Taes são os desvios, a que a ambição<br />
conduz!<br />
Taes são os estragos d'essa syphilis<br />
contagiosa dos prntibulos da<br />
politica, em que os homens se abandalham<br />
e vendem como meretrizes!<br />
A lei de Lopo Ladrão<br />
Acaba de ser intimada a suspensão<br />
da sua publicação por 30 dias<br />
ao nosso prezado collega a Vanguarda.<br />
Nem outra coisa era de esperar<br />
d'um regimen que liquida.<br />
Reforma no exercito<br />
Diz-se que o ministro da guerra<br />
vae pedir auclorisação ao sr. Cardeal<br />
Patriarcha para os corpos da guarnição<br />
de Lisboa poderem levantar<br />
altares na parada dos quartéis e<br />
ahi os regimentos poderem ouvir<br />
missa e fazerem as respectivas novenas<br />
e ladainhas.<br />
Aqui está uma idêa que leva um<br />
homem á posteridade.<br />
Muito feliz<br />
Annunciam os jornaes a chegada<br />
Paris, do sr. Madeira Pinto,<br />
vindo de Budapeslh e que em breve<br />
o teremos entre nós.<br />
Ainda bem.<br />
Maisnosdizem que ásua chegada<br />
ali, encontrou logo ensejo para se<br />
demorar uns dias a desopilar o<br />
igado e a descançar dos incommodos<br />
da viagem.<br />
Parabéns.<br />
Que s. ex. a DEVAGAR! por mysteriosos processos a tem<br />
pestade se conjure.<br />
E ainda ha de chegar para ma<br />
EM<br />
A camara pediu auclorisação para nobras militares, e essa formidave<br />
vender no caes — faxas de terreno dissipação do centenário da índia C O I M B R A<br />
para edificações, acima e abaixo da<br />
dois mil contos!<br />
VII<br />
E eis aqui no que deram essas<br />
ponte.<br />
torpes mentirolas do sr. Hintze O paço do Bispo. Quando censu-<br />
Ngsles termos vagos não sabe- quando affirmou solemnementeqúe rado pelas barbaridades que se<br />
mos o que a camara projecta. To- os novos sacrifícios que exigia não têm praticado na restauração do<br />
davia em assumptos d'uma tal gra- só salvavam as finanças equilibran-<br />
paço episcopal, o sr. director das<br />
vidade, que alteram o aspecto e o do a receita com a despeza, mas<br />
plano da cidade baixa, parece-nos<br />
davam um saldo positivo, garantido obras publicas ou attribue a res-<br />
nas tibornas orçamentologicas. ponsabilidade a Antonio Augusto<br />
audacioso, que três ou quatro se-<br />
Chega a ser asqueroso este im- Gonçalves, ou allega o ler de satisnhores<br />
commerciantes e industriaes, pudor com que esses embusteiros fazer os desejos do sr. Bispo Conde.<br />
salvo o devido respeito! abancados mentem ao país!<br />
Já demonstramos a falsidade da<br />
em volta d'uma mesa, como para<br />
primeira attribuição, que, a ser feita<br />
partida de burro, ou de bisca lambida,<br />
assumam a responsabilidade A gréve em Lisboa de boa fé, confirma mais uma vez a<br />
incompetência do sr. director das<br />
d'uma tal deliberação.<br />
Falta-lhes absolutamente a illus-<br />
Pelas revelações que tem vindo obras publicas que não soube com-<br />
a lume, pôde affirmar-se que a prehender o que lhe disséram.<br />
tração do gosto e as aptidões do<br />
gréve contra a companhia do gaz A attribuição da responsabilida-<br />
senso esthetico!<br />
foi motivada pela conspiração do de dos erros praticados ao sr. Bis-<br />
Suas excellencias e senhorias fo- grupo dos administradores portupo<br />
Conde, essa nem na ignorancia<br />
ram empoleirados nas cadeiras seguêses,— Centeno, Marianno, Arnaloriaes<br />
pelo suffragio libérrimo e royo e Barjona,— contra o repre-<br />
do sr. director das obras publicas<br />
sentante belga Favette.<br />
pôde achar desculpa.<br />
esclarecido da cidade para as func-<br />
E entre os rumores que correm<br />
ções da administração normal; mas<br />
não é difficil conjecturar qual o O sr. director das obras publicas<br />
de certo exorbitam, se, levados pelas objectivo da intriga: os episodios<br />
tem sempre desprezado as indica-<br />
exigencias economicas de arranjar infames do costume.<br />
ções do sr. Bispo-Conde, escolhen-<br />
)roventos, intenderem obstruir pra- Falla-se de alcances e tramóias,<br />
ças e largos.<br />
as façanhas e traficancias dos cyni do as occasiões em que s. ex.<br />
O aformoseamento das cidades<br />
cos incorrigíveis, que se acham<br />
colligados para levar de assalto com<br />
mporlantes é uma questão consi-<br />
gazuas e chaves falsas todas as<br />
derada da mais alta transcendên- empresas e companhias onde haja<br />
cia, e confiado a commissões techni- receitas e capitaes.<br />
cas e debates públicos.<br />
Sempre os mesmos sinistros per-<br />
Em todas as grandes cidades ha sonagens, as mesmas fraudes, i<br />
commissões especiaes sobre as quaes<br />
rapinagem insaciavel que é a des<br />
honra do país, porque o país ;<br />
mpendem exclusivamente os as-<br />
tolera.<br />
sumptos da architectura, arruamen- Falla-se em syndicancia, exigida<br />
tos, passeios, squares, plantações, e por Favette, aos livros da escriptu-<br />
até as simples concessões sobre a ração; e mysterios sujos d'um im-<br />
via publica para kiosques, e todo o pudor atrevido.<br />
^enero de pavilhões e ainda assen- A fiscalisação precavida dos administradores<br />
estrangeiros tentou<br />
amento de annuncios e reclames,<br />
contrariar os planos da quadrilha;<br />
etc.<br />
d'ahi a série de intrigas, a fomentar<br />
E em Paris desde a ultima expo- o descontentamento dos operários<br />
sição ha uma delegação para as so- e o abandono do trabalho, que tanemnizações<br />
publicas!<br />
tos e grandes prejuízos causou á<br />
capital.<br />
Repetimos, que desconhecemos<br />
Felizmente está terminada a gré-<br />
as intenções da camara, que podeve e os perigos e ameaças d'uma<br />
rão ser luminosas. Mas o que des- situação excitada e violenta.<br />
e já condemnamos em these é o Foi a Associação dos logistas que<br />
acto de suas excellencias e senho- com uma honrosa iniciativa tomou<br />
rias se arrogarem compelencia para, sobre si a missão trabalhosa de<br />
jelo seu alvedrio gizarem no chão,<br />
aplanar as dificuldades entre a<br />
administração e os grévistas para<br />
)or bamburrio e a capricho, como uma conciliação justa. Depois dos<br />
uem risca alinhamentos de barra- preliminares, em que, como é natucas<br />
de feira, a cordel e estacas, o ral, houve reluctancias, foram at-<br />
)ejamento eterno d'um largo e a tendidas as reclamações dos operá-<br />
ransformação d'um dos mais belrios e cessou o conflicto com a admisos<br />
panoramas da cidade.<br />
são ao trabalho de todos os grévistas.<br />
Ficamos esperando.<br />
O governo, aturdido e desconfiado,<br />
durante 11 dias que durou<br />
este pleito, não teve uma única idêa<br />
A ruina<br />
para a solução da situação anormal<br />
que de tal fórma compromettia a<br />
Consta que o governo se vê afíli- tranquilidade e os interesses d'uma<br />
cto para arranjar recursos necessá- grande cidade.<br />
gose por lá á farta o rios para solver o coupon de outubro, Sempre brutal e inepto reduziu<br />
nosso rico dinheirinho, é esse o e não vê outro expediente que o seu papel a pôr a municipal de<br />
nosso maior desejo,<br />
não seja recorrer ao credito. prevenção e preparar ciladas para<br />
De resto, não se incommode, Ora credito não ha, mas como ha o abuso da força!<br />
venha quando quizer,<br />
colonias e conluios é possível que Imbecis!<br />
a se<br />
retira de Coimbra, para levar a cabo<br />
obfas que tornem impossível a reaização<br />
dos justos desejos de s. ex. a<br />
Expliquemo-nos.<br />
O sr. Bispo-Conde quiz conservar<br />
os azulejos que no paço episco-<br />
)al contavam a historia de um seu<br />
antecessor, e descreviam toda a reorma<br />
do marquez de Pombal.<br />
Havia numa sala do paço, feitos<br />
em azulejos todos os planos de todos<br />
os edifícios que mandou edificar<br />
em Coimbra para a Universidade<br />
o marquez de Pombal, e cuja construcção<br />
fôra dirigida pelo Bispo reormador.<br />
Estes azulejos, obra portuguêsa,<br />
obra das olarias de Coimjra<br />
valiam para a historia da arte<br />
em Portugal, eram um documento<br />
iistoricod'uma grande reforma, um<br />
jadrão de gloria para o episcopado<br />
conimbricense.<br />
Estes azulejos deviam ser conservados,<br />
em sitio bem evidente,<br />
em logar d'honra, mandava-o o ineresse<br />
da historia, exigia-o o respeito<br />
que em toda a parte se tem,<br />
selos que em sua vida honraram o<br />
seu nome trabalhando em bem da<br />
satria, em bem da eciencia.<br />
Saindo do paço, só os podia conservar<br />
a Universidade, a cuja historia<br />
pertencem.<br />
O sr. director das obras publicas<br />
mandou arrancar os azulejos.<br />
Porquê? Porque ficavam mal num<br />
palacio manoelino os azulejos do<br />
século x viu?<br />
Esta razão era attendivel, mas<br />
não a pôde apresentar o sr, dire-<br />
1
Demais, ninguém pretendia conservar<br />
o tecto como feito para o<br />
palacio, pelo contrario, a obra projectada<br />
affirmava bem claramente<br />
que o tecto não fóra feito para alli,<br />
e se conservava apenas como objecto<br />
precioso que era necessário<br />
respeitar.<br />
Ahi têem vv. ex. a ' o caso que o<br />
sr. director das obras publicas faz<br />
dos desejos do sr. Bispo-Conde, a<br />
fórma como elle atlende os justos<br />
conselhos de s. ex.*<br />
O sr. director das obras publicas<br />
para se justificar apresenta ainda<br />
este motivo: o paço do Bispo foi<br />
feito em diversas épocas, a parte que<br />
eu restaurei era manoelina; por isso<br />
estava auctorisada a restauração<br />
neste estylo.<br />
Não, meu senhor 1 A parte que<br />
v. ex." restaurou não era contemporânea<br />
de D. Manoel. D'esse tempo<br />
podiam apenas serás duas janellas.<br />
Ora duas janellas abrem-se em<br />
qualquer edificio, e Coimbra está<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
apenas se conserva ainda intacta,<br />
por milagre, uma pequenina arcada<br />
romanica.<br />
Quando alguém falia em que se<br />
não deixe perder a pequena arcada,<br />
respondem invariavelmente: o sr.<br />
director já a mandou photographar.<br />
Por entre o entulho lá andam a<br />
perder-se preciosos lavores manoelinos,<br />
curiosos capiteis românicos,<br />
que o sr. director não deixa teimosamente<br />
ir para o museu do Instituto,<br />
onde seriam conservados.<br />
Resumindo: o sr. director das<br />
obras publicas, encarregado de restaurar<br />
um palacio, quiz transformar<br />
o trecho capital, o pateo de estylo<br />
renascença, num pateo de estylo<br />
manoelino; tendo de aproveitar duas<br />
janellas manoelinas, deu cabo delias,augmentando-lheo<br />
comprimento<br />
dos fustes, sem respeito pelo artista<br />
que as desenhára e as fizera; o sr.<br />
director das obras publicas, tem<br />
desprezado systematicamente as indicações<br />
do sr. Bispo-Conde e de<br />
Antonio Augusto Gonçalves, insultando<br />
a imprensa quando esta lhe<br />
pediu que estudasse e resolvesse um<br />
problema que apparecera durante<br />
a restauração, mandando entulhar<br />
os subterrâneos que se haviam posto<br />
a descoberto.<br />
O jury encarregado da selecção<br />
do melhor projecto para a conclusão<br />
do edifício dos Jeronymos era<br />
composta de 2 archilectos, 1 capitão<br />
e 2 generaes!<br />
As academias e corporações de<br />
architeclos e a própria commissão<br />
dos monumentos ficaram na rua<br />
para dar lugar ao estado-maior.<br />
Carta de Lisboa<br />
ctor das obras publicas que na en- j cheia de casas de estylo renascença Encarregado de restaurar o paço,<br />
irada da parte restaurada em estylo • em que portas e janellas são do tornou a restauração impossível,<br />
manoelino mandou collocar azulejos, século xix.<br />
guiando-se nas obras importantes<br />
que trouxe da imprensa da Universi- Não é um accidente decorativo que emprehendeu por uma restaudade<br />
e que são do século XVIll, obra que marca a época e o caracter de ração moderna que deturpára o<br />
que ficou má e cara.<br />
uma construcção, mas sim as linhas aspecto primitivo do palacio, dei-<br />
Porque se arrancaram os azule- geraes, as particularidades da orxando perder os vestígios de conjos<br />
que eram um documento tão vaganização do edifício.<br />
strucções antigas de alto interesse<br />
lioso dos serviços feitos á Sciencia Na Sé Velha ha guirlandas e historico.<br />
pelos Bispos de Coimbra, e porque gargulas gothicas, ha portas e va- Tendo apparecido durante a res-<br />
se trouxeram outros de assumptos randas renascença, e todavia o editauração subterrâneos importantes,<br />
mylhologicos que nada significam e fício é românico.<br />
que era necessário explorar e estu-<br />
cuja restauração ficou tão cara ? Na parte restaurada havia vestídar, tomou o estudo e a exploração<br />
gios de construcções do século xv impossíveis, mandando-os entulhar.<br />
Pôde lá ninguém saber 1 Coisas a caírem em ruina. O velho edifí-<br />
d'elle...<br />
cio é anterior ao gotbico que res- Depois d'isto tudo, eu não posso<br />
taurou a phantasia do sr. director deixar de reconhecer, como o sr.<br />
Mas ha mais e melhor.<br />
das obras publicas.<br />
Luciano Cordeiro, que a restauração<br />
Na Sé Velha havia um tecto mu-<br />
E um edifício em que se abriu do paço episcopal—está bem feita.<br />
degar, coisa preciosa e rara em Por-<br />
uma janella no tempo de D. Manoel,<br />
tugal que foi cuidadosamente reco-<br />
mas não é um edifício manoelino. E vv. ex.<br />
lhido pelo sr. Bispo-Conde.<br />
O sr. Bispo-Conde queria-o col- Para acabar!<br />
locar na sua sala de jantar, e Anto- O sr. director das obras publicas,<br />
nio Augusto Gonçalves offerecera-se que desprezou sempre as indicações<br />
para lhe desenhar uma moldura do sr. Bispo Conde e do sr. A. A.<br />
simples, sem pretensões a querer Gonçalves, leve palavras d'uma<br />
illudir ninguém, moldura que indi- grosseria revoltante para a imprencava<br />
apenas o respeito pela velha sa, quando esta levantou a voz pe-<br />
obra.<br />
dindo que se explorassem os subterrâneos<br />
que a restauração poz a<br />
O sr. director das obras publicas descoberto, obra de importancia e<br />
deixou sair o sr. Bispo-Conde, e fez de valor que era necessário estudar.<br />
á pressa um tecto, tornando impossivel<br />
a collocação do velho tecto O sr. director das obras publicas<br />
mudegar.<br />
insultou os jornaes e mandou en-<br />
Interrogado pelo sr. Bispo-Conde, tulhar os subterrâneos!<br />
disse que faria um tecto de estuque<br />
a fingir madeira, tecto manoelino<br />
Darante a restauração apeou-se<br />
mais d'harmonia com o estylo do<br />
um velho tecto de madeira, apaine-<br />
edificio.<br />
lado, que lá está a desfazer-se e a<br />
apodrecer. Está condemnado a des-<br />
De estuque a fingir madeira...<br />
apparecer como o que se apeou em<br />
Santa Cruz.<br />
O tecto mudegar podia conservar-se,<br />
mesmo admittindo que a<br />
Durante os trabalhos da restau-<br />
restauração do paço episcopal fosse<br />
ração appareceram columnas e capi-<br />
do mais puro estylo manoelino; porteis<br />
românicos, que se perderam,<br />
que em palacios do tempo de D.<br />
Manoel se encontram tectos mudegares.<br />
as detraz do Palacio da Alimentação,<br />
com os alicerces mergulhados no<br />
Sena, em risco de ser innundado,<br />
Lisboa, 11 de agosto de 1896. se as chuvas engrossassem o rio.<br />
Um chronista, todo nosso affei-<br />
Acaba hoje a gréve.<br />
çoado e louvaminhos, não pode<br />
Acaba a gréve mas começa o conter-se que não diga isto:<br />
escandalo. Agora mesmo um jornal<br />
recebeu de Favelte communicações «Par malheur il fant. pour te trou-<br />
preciosas:<br />
ver y mettre autant de constance qu'ou<br />
Que a gréve foi inventada por a mis de soin à le dissimuler».<br />
Centeno e Marianno.<br />
Que um director recebeu réis Quanto á representação do traba-<br />
2:500$000 para contractar dez lho nacional, havia vinhos e faianças<br />
fogueiros.<br />
das Caldas.<br />
E até agora nem fogueiros nem O que salvou apparentemente a<br />
dinheiro.<br />
situação foram os interessantes pro-<br />
Que na administração da compaductos das colonias. Sem isso a<br />
nhia ha graves irregularidades. exposição seria um fiasco vexatorio.<br />
Em resumo, Favetle acabou por Em bellas-artes, por exemplo,<br />
fallar em bandidos e ladrões. em pintura, aHespanharepresentou-<br />
Aqui têm os meus amigos o que se por 55 artistas: 116 télas, algu-<br />
diz Favetle.<br />
mas de extraordinário folego, — O<br />
Agora o que eu ouvi com algu- Sino de Huesca, a Rendição de Gra-<br />
?.. .<br />
ma coisa que sei.<br />
nada, a Expulsão dos Judeus, a Con-<br />
— Também!<br />
versão do Duque de Gandia, etc., etc.<br />
x<br />
Pois já se vê 1...<br />
A fóra outros generos de pintura.<br />
Portugal evidenciou-se, na secção<br />
T. C. Marianno, ha tempos, no Diário internacional, pelo sr. Brito, de<br />
Popular, declarou que tinha deixa- Vianna do Castello, com um retraio<br />
do de estar ao lado do governo logo (!...) e o sr. Sousa Pinto com<br />
Uma ninharia<br />
que se desempenhou d'uma missão três quadros anedocticos!<br />
de que estava incumbido.<br />
Mais nada. O resto em proporção!<br />
O Paiz lança a noticia de que Essa missão adivinham qual é, E tudo aquillo custou rios de<br />
quasi todos os administradores da desde que eu lhes fallar no que dinheiro! Foi ás cegas!.. .<br />
Companhia do Gaz de Lisboa estão segue.<br />
pagos até ao anno de 1900 e que Não bastava a Marianno prejudi-<br />
existe um desfalque que monta a car o partido republicano. Era ne- Partiu para as Caldas da Rainha<br />
dois mil contos!<br />
cessário mais para seu governo. De com sua familia o tabellião priva-<br />
maneira que foi lançando as suas tivo nesta cidade sr. Antonio Fran-<br />
vistas para os socialistas. Desorgacisco da Cruz.<br />
Foram hoje celebradas na egreja niza-los quanto podesse e aprovei-<br />
Duranle a sua ausência fica a<br />
de S. João d'Almedina exequias sotar o que lhe conviesse contra os<br />
substituí-lo o nosso prezado amigo<br />
lemnes para suffragar a alma do republicanos.<br />
sr. José da Costa Braga.<br />
sr. José Francisco da Cruz.<br />
Centeno collaborava.<br />
Sabem o que se tem passado<br />
para que eu me cance a massa-los.<br />
Ora, adeus!<br />
O caso é que, a gréve do gaz<br />
Tezura<br />
prestava-se explerididamente a uma O sr. loão Franco declara não<br />
A imprensa, em altos brados, dá alta manobra.<br />
estar disposto a consentir exames<br />
a alarmante noticia de que a pedi- Por um lado esse gentil grupo em outubro, nem a atlender a quaesdo<br />
da Companhia de Rhodesia, ia Baijona, Arroyo, Centeno, Marianquer influencias por mais fortes que<br />
ser desviado o caminho de ferro de no, livrava-se de Favelte que é sejam, as quaes (diz elle) já entra-<br />
Pungue do seu primitivo traçado, vigilante.<br />
ram em exercício.<br />
afastando-se de Massequece, a fim Por outro lado—Centeno e Ma- Muito nos havemos de rir.<br />
de servir uma zona inglesa. rianno jogavam com os operários,<br />
Debalde gritará!<br />
intrigavam, illudiam eao fim surgiam<br />
O destino das colonias está nas como seus protectores.<br />
Partiram para o Gerez os nossos<br />
mãos do impávido sr. Soveral. Feito islo o golpe estava dado e prezados amigos srs. Manuel Anto-<br />
Assim o querem el-rei e a Ingla- Marianno e Centeno manobrando nio da Cosia e Vicente José de<br />
terra.<br />
com algumas centenas de trabalha- Seiça.<br />
E o país encolhe os hombros! dores, para o que désse e viésse.<br />
Não vale ralar os tristes dias da Assim era a manobra.<br />
vida!<br />
Assim virão outras.<br />
Ha de ser o que Deus quizer,—<br />
segundo o velho proloquio lusita-<br />
João de Menezes.<br />
no !<br />
Alguns amigos nossos d'esta cidade<br />
iniciam por estes dias uma<br />
série de passeios a varias localidades<br />
antigas, a colher apontamenlos<br />
Acha-se inslallada na rua Martins<br />
de Carvalho, (antiga rua das Figueirinhas),<br />
a nova repartição de inspecção<br />
do sêilo.<br />
«A Montanha»<br />
Completou mais um anno este<br />
de curiosidades artísticas que nel- nosso valente collega de Trancoso.<br />
las existam.<br />
A primeira excursão será a Montemór-o-Velho.<br />
As nossas felicitações.<br />
Foi posta a concurso por provas<br />
publicas a egreja do SS. Salvador,<br />
A exposição internacional de Paris do concelho de Leiria.<br />
O governo aproveitando a passa-<br />
Intolerância<br />
gem do sr. Madeira Pinto por<br />
O ministério das obras publicas<br />
O parocho de Pampilhosa da Ser- Paris encarregou-o da escolha do<br />
auctorisou a expropriação de 50<br />
ra recusou sepultura a uma das terreno para a secção portuguêsa.<br />
metros cúbicos de madeira do Chou-<br />
suas ovelhas, pelo motivo de não Veremos se d'esta vez se resolpal<br />
para as obras do lyceu d'esta<br />
ser pontual na desobriga.<br />
vem a tratar a sério d'esta momen-<br />
cidade.<br />
Dois dias esteve insepulta essa tosa questão, para evitar os factos<br />
alimaria vil; e afinal foi enterrada vergonhosos que se deram em 1889,<br />
á porta do cemiterio!<br />
em que a nação dispendeu sommas<br />
Não achamos motivo para es- fabulosas com as precipitações da<br />
pantos. E um servo do Senhor, com ultima hora.<br />
comichões no corpo, a pedir a pal- Os delegados portuguéses andama<br />
do martyrio sob a fórma materam em rixa e ás cabeçadas; e<br />
rial d'um marmeleiro.<br />
pouco faltou para se engulirem uns<br />
Dêam-lh'a os povos de Pampilho- aos outros. Foi um escandalo.<br />
sa da Serra, — por caridade evan- A collocação do pavilhão foi desasgélica<br />
I<br />
trada » a um canto, escondida por<br />
Foi approvado o projecto e respectivo<br />
orçamento, de 26 de março ultimo,<br />
para conservação das margens do rio<br />
Mondego, entre os camalhôes da margem<br />
esquerda, a moutante da ponte de<br />
Coimbra e a Ladroeira, sendo auctorizadoo<br />
director da 2 a circumscripção<br />
hydraulica a dispender a quantia de<br />
8:5000000 réis, importancia do mesmo<br />
orçamento.
C-vifoa,<br />
Weyler que desde a sua chegada<br />
a Cuba está haciendo muertos y co- A classificação dos concelhos neste<br />
giendo caballos y mulos al enemigo, districto, ficou assim constituída:<br />
vê-se sériamente embaraçado para Oimhra, 1<br />
enterrar uns e cuidar dos outros!<br />
Até se lembrou já d'um armistício.<br />
No emtanto vae mandando para<br />
cá noticias de sensação como esta,<br />
a proposito da morte dos Maceos:<br />
a classe; Cantanhede e<br />
Figueira, 2. a ; Arganil, Comieixa, Louzã,<br />
Monte mór, Oliveira do Hospital, Soure<br />
e Tabua, 3. a ; Goes, Miranda, Pampilhosa<br />
e Penacova, 4.\<br />
«Afliima-se que Antonio Maceo, ir-<br />
mão de José Maceo, foi morto no recontro<br />
de Reyes. Alguma coisa deve<br />
haver de verdade sobre esta morte,<br />
quando se sabe que aJunta revolucionaria<br />
de New-York deliberou, em uma<br />
das suas sessões, mandar matar os cabecilhas<br />
prelos, e substitui-los por ou-<br />
Iros brancos.<br />
«Parece que esta resolução lhe foi<br />
imposta por um syndicato americano e<br />
indicada pelo governo da Republica dos<br />
príncipes do toucinho, (é. assim que<br />
elle chama aos Estados-Onidos), por<br />
julgar esse o meio mais fácil de conseguir<br />
a annexação de Cuba.<br />
Á morte dos Maceos ha de seguir se<br />
a de Banderas, Cobreros e outros de<br />
côr que têm commando entre as forças<br />
dos insurgentes.»<br />
Como se vê, Weyler é prolífico<br />
em expedientes. Tendo falhado o<br />
do suborno, ensaia agora o da intriga<br />
e da calumnia.<br />
Da guerra não ha noticias de importância,<br />
a não ser as declarações<br />
de Canovas de que ella custa<br />
ao thesouro da melropole 140 mi-<br />
lhões de reales por mez, e que os<br />
novos reforços a mandar, farão subir<br />
essa somma a 400 milhões.<br />
Mas não tem duvida, porque Wey-<br />
ler continúa a hacer muertos y a cotjer<br />
caballos y mulos al enemigo.<br />
Ficam ámanhã concluídos os trabalhos<br />
da commissão de apreciação<br />
dos compêndios para a instrucção<br />
secundaria. Dizem que a escolha<br />
foi rigorosa e as approvações raríssimas.<br />
Foram concedidas licenças: de<br />
30 dias ao sr. Antonio M. Leite<br />
d'Albuquerque, guarda do lyceu de<br />
Coimbra; e de 60 dias ao sr. Ri-<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
cardo Diniz de Carvalho, porteiro<br />
do mesmo lyceu.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinaria de 30 de julho de<br />
1896.<br />
Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />
Vereadores presentes:—effe
Casa em bom local<br />
15 Y7ende-se uma, de 4 anda-<br />
" res e magnificas lojas,<br />
na Couraçados Aposlolos, n.° 35.<br />
Quem pretender fale com<br />
Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
PIANO<br />
V 14 ende-se um em bom uso<br />
Praça do Commercio, 54.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentaria<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 114<br />
COIMBRA<br />
De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />
consultas todos os dias das<br />
9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />
Figueira da Foz.<br />
Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />
estabelecimento do ex mo sr. dr.<br />
Neves).<br />
Em agosto e outubro, aos<br />
domingos consultas ás mesmas<br />
horas em Coimbra.<br />
13<br />
Casa para arrendar<br />
N a quinta de Santa Cruz,<br />
Praça de D. Luiz, ha<br />
dois andares; tem agua e quintal.<br />
Tractar com Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
n.° 6.<br />
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Ml sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de peruas, etc.. curam-se<br />
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untura forte em todos os casos.<br />
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principaes terras.— Deposites:<br />
Lisboa : Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pharmacia Costa—-Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
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Ferreira Borges<br />
tl Acaba de chegar um grande<br />
sortimento de leques,<br />
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e chineses.<br />
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Chás e cafés<br />
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Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do pjiz<br />
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RESISTENCIA - Quinta feira, 17 de setembro de 1896<br />
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CANNAS DE SENHORIM<br />
(BEIRA ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e íecha em 30 de noyembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
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desde 1)5200 réis<br />
comprehendendo serviço, club<br />
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— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />
estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
VENDA<br />
7 TTcnde-se em COZELHAS<br />
• uma linda vivenda, que<br />
se compõe, de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
aguí, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. Éem sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
0 comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
Para esclarecimentos, João<br />
Marque^ Mósca, solicitador, rua<br />
do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
Castanheira, largo da Portagem,<br />
Coimbra.<br />
Assignatura<br />
100 RS.<br />
cada n.°<br />
0<br />
wj C/2<br />
U>as cn<br />
A ° R<br />
K3 1<br />
1*1 M<br />
1*1<br />
V W<br />
M<br />
1*1<br />
V W<br />
M<br />
1*1<br />
V W<br />
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1*1<br />
V W<br />
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V W<br />
B I S<br />
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H S 1<br />
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Q<br />
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Q<br />
MANTEIGA DA CONRARIA<br />
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João Gomes Moreira<br />
S0, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />
Cal fiydraulica:<br />
d'obras.<br />
C O I M B R A<br />
PEDIR OS PROSPECTOS<br />
Os leitores da REVIS- U M A FOLHA, de<br />
TA, além do texto, compre- /^l 4"! rt Ul " a P e t' a original portuguêsa,<br />
hendendo o original de perto |y|)VI T 1 C paginada separadamente, de ma<br />
de 90 paginas em 8.°, têm tam- VJI1 ILLiO " B i ra a formar um elegante vobem<br />
lume.<br />
REVISTA<br />
THEATRAL<br />
ILLUSTRADA<br />
Critica, Historia, Estudos e doutrinas,<br />
Correspondências, etc.<br />
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO<br />
R. Nova do Carmo, 76, 2.°—LISII01<br />
PEÇAS PUBLICADAS<br />
SALTIMBANCO<br />
de Antonio Ennes<br />
JUCUNDA<br />
de Aliei B tellio<br />
A1CACER-E1BIR<br />
de D João da ' amar*<br />
PAHAISO CONQUISTADO<br />
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Ciúme com ciúme se paga<br />
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G ^ S ^ Y ENVIA-SE UM NUMERO G R Á T I S A QUEM 0 REQUISITAR<br />
Grande deposito da Companhia Cabo Mondego.—Aviso<br />
aos proprietários e mestres<br />
AGUIA D'0UR0<br />
FRANCISCO P. MARQUES<br />
6 Doupas completas para ho<br />
« mem, de 5)5000 réis<br />
para cima!<br />
Alta novidade,<br />
QUINTA<br />
3 V7ende-se a da Conchada.<br />
» Na mesma se diz quem<br />
está auctorisado a receber propostas.<br />
10 flompra-sc ou arrenda-se<br />
v no districto de Coimbra.<br />
Esclarecimentos ao sr. Adelino<br />
Saraiva, Phar.racia da Misericórdia—<br />
Coimbra.<br />
Julião A. d'Almeida & C. a<br />
20—Rua de Sargento Mór—24<br />
COIMBRA<br />
9 este antigo estabeleci-<br />
N mento cobrem-se de novo<br />
guarda-soes, com bôas sêdas<br />
de fabrico português. Preços os<br />
mais baratos.<br />
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e outras fazendas para coberturas<br />
baratas.<br />
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e sombrinhas de senhoras.<br />
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8 i morada de casas sita<br />
*» na rua do Morêno n. os<br />
flWtrifidfld» o nntina Agencia da casa Ramos & Silva de<br />
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campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
TintflC nara nintiirac<br />
lllliaa paia Jjmtuiab.<br />
Alvaiades,oleos,agua-raz,crés, gesso<br />
vernizes, e muitas outras tintas e<br />
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CinientOS' *<br />
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o pagamento a praso mediante<br />
juro razoavel.<br />
Tracta-se na rua da Sopbia,<br />
35.<br />
D g l e z e Monde 8°' 3 8 e Caco Mondego, as<br />
melhores que se empregam em construcções hydraulicas. qualidades<br />
Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moi-<br />
Diversos: nhos e torradores para café, machinas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />
zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
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obras.<br />
Fundo de reserva... 241:000*000<br />
Cutilaria nacional e estrangeira dos melhores au- SEDE EM LISBOA<br />
Cutilaria: ctores. Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />
4 lista companhia a mais po-<br />
Crystofle, metal branco, cabo d'ebano e marfim, U derosa de Portugal, por<br />
Faqueiros: completo sortido em faqueiros e outros artigos intervenção do seu correspon-<br />
de Guimarães.<br />
dente em Coimbra, toma seguros<br />
contra fogo ou raio, sobre<br />
Louas mglezas, de ferro: j f t J ^ t S f c<br />
prédios, mobilias e estabeleci*<br />
mesa, lavatorio e cozinha.<br />
mentos.<br />
Carabinas de repetição de 12 e 15 tiros, re- Correspondente Basilio Au*<br />
Armas de fogo: volvers, espingardas para caça,os melhores gusto Xavier d'Andiade, rua<br />
Martins de Garvalho, n.° 4.<br />
Sae nos dias<br />
1 E 15<br />
de cada mez<br />
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N.° 156 COIMBRA—Domingo, 16 de agosto de 1896 2.° ANNO<br />
A SITUAÇÃO<br />
0. CENTENARIO DA ÍNDIA<br />
Isto pôde lá continuar I<br />
A situação misérrima e desespe- £<br />
a exigir passaportes aos portugueses!<br />
Os estrangeiros, esses podem<br />
rada do thesouro e do contribuinte, O ministério continua em angus- livremente entrar e sair, por mar e<br />
cada vez mais implacavel; o dia de tias para arranjar dinheiro para a por terra!<br />
Nos períodos de descontentamen-<br />
celebração do centenário.<br />
E incrível!<br />
ámanhã mais sombrio e incerto!...<br />
to e gestação renovadora, que pre-<br />
O banco de Portugal levanta em- Resta saber por quaes mysterio-<br />
E neste turpôrapparentedos ani<br />
cedem as grandes convulsões sobaraços<br />
a novos emprestimos por sos distinctivos o sr. João Franco<br />
mos assombrados por tantas sur- falta de garantia.<br />
quer que á-simples vista a sua pociaes,<br />
ha sSmprê noâ "sectários das<br />
presas pretende-se nada menos do Os preparativos para essa estulicia reconheça os estrangeiros, sem<br />
idêas avançadas a predisposição á<br />
penda fantasia deslizam no meio da discussões e sem vexames!<br />
que ampliar a auctoridade das cas<br />
desconfiança mutua e as recrimina<br />
indifferença geral.<br />
tas, empurrando a nação condes-<br />
ções de indecisão e de cobardia.<br />
Debalde se esforçam os iniciadocendente,<br />
para as enxovias latrinares por encontrar o apoio na im- Exposição<br />
Nesta effervescencia dos espiriiias<br />
do direito divino!<br />
prensa e na opinião publica, intos<br />
impacientes, se manifesta o ericluindo<br />
nas innumeraveis commis- No programma muito variado das<br />
Pretendem fazer resuscitar os<br />
thusiasmo da convicção e da iniciasões<br />
escriptores e jornalistas. O festas da Agonia em Vianna do<br />
processos do velho regimen enter divorcio entre a nação e os gover- Castello, apparece uma exposição<br />
tiva. O conflicto das suspeições é o<br />
rado ha cem annos e apodrecido nas nantes é tão fundo, que o caracter de arte ornamental.<br />
indicio da energia comprimida<br />
sepulturas da Historia!<br />
official, que imprimiram ás festas, A frequencia notável com que a<br />
A acção transformadora das idêas<br />
basta para afugentar todas as co- iniciativa das diversas localidades<br />
Pretendem apoiar sobre a mi-<br />
politicas tem de ser entre nós neoperações<br />
e sympathias numa so- promove espectáculos d'esta ordem<br />
lícia adiposa e tôsca dos mosteiros, lemnidade que devia ser profunda- representa uma tendencia feliz, que<br />
cessariamente lenta e cortada de<br />
sobre a ignorancia das massas e o mente nacional.<br />
os governos deveriam solicitamente<br />
accidentes pelas condições espe-<br />
fanatismo religioso, essa ordem de Não obstante, o governo vai por acompanhar e dirigir para uma<br />
ciacs da educação e dos interesses.<br />
diante. As sommas necessarias hão acção commum.<br />
coisas, suscitada pela ambição exor-<br />
Mas nem por isso o triumpho de<br />
de apparecer. Dois mil contos lan- • Todos estes esforços isolados<br />
bitante e inepta dos altos patifes<br />
finilivo da causa democratica ha de<br />
çados á voragem d'uma ostentação podiam ser convertidos numa forte<br />
conluiados!<br />
tristemente significativa!<br />
corrente de educação.<br />
ser menos dominador e infallivel<br />
E para a realização material d'es- No ultimo conselho de ministros, Mas. . . nem vale a pena fallar<br />
Porque, dizem, o país caiu na<br />
diz a indescripção das chronicas, em tal!<br />
ta vasta obra contam apenas com o<br />
indolência e na apathia! Não é ver<br />
que o sr. Soveral tivera esta phrase<br />
apoio da força armada e a vozeria<br />
dade: nunca o impeto da revolta foi<br />
sarcastica:<br />
esdruxula dos energúmenos aluga- — Do que eu tenho medo é que<br />
tão fundo no seio do povo!<br />
dos e em completo descredito! afinal isso não venha a passar de<br />
Somente as revoluções não obe- „ . , , um arraial no Alcaide, menos pitto-<br />
, , , , Este projecto collossal de desdecem<br />
a programas dabor^ , i a r, ces.co e mais comico..<br />
M d a c í v j | i z a ç t o<br />
nii/tiTin rv\ AII I A n A nu K /\ H I r, A >-v\ . .-.<br />
préviameMe ao sabor das commis<br />
A dicacidade tem todos os visos<br />
tido tortuoso d'uma conspiração in- de pouco verídica, mas exprime a<br />
sõ"s, nem têm dia marcado á marfame,<br />
é tão pueril e monstruoso, previsão geral.<br />
gem do knlendario das festas mo-<br />
como se pretendessem sustar a torveis.rente<br />
do Niagara com canalizações<br />
A luz está feita em todos os es-<br />
Dr. Guilherme Moreira<br />
de lata!<br />
espiritos, e a propaganda continua<br />
Depois de alguns dias passados<br />
Do excesso do mal brotará o re-<br />
activa e destruidora, não já pelas<br />
no Bussaco regressou a Coimbra,<br />
medio.<br />
com sua ex.<br />
palavras demagógicas dos exalta-<br />
Os acontecimentos de 28 deviam<br />
dos, mas pelas obras dos proprios<br />
estar diante dos olhos d'essa gente!<br />
realistas aturdidos pela inefficacia<br />
D. Miguel beatificado pela su-<br />
dos seus Ímpetos autocráticos na<br />
perstição popular; com estadistas<br />
resistencia passiva do país.<br />
da envergadura do Alcaide, pela<br />
Todos os homens, os mais pru-<br />
intellectualidade e pela philosophia<br />
dentes e tolerantes, comprehendem<br />
da eschola; com o prestigio dos fra-<br />
que atravessámos um momento pedes<br />
em cóleras infrenes contra os<br />
rigoso de transição, inteiramente<br />
sectários da Liberdade; a repressão<br />
insustentável.<br />
e a violência levada á ferocidade: o<br />
E a nação parece deixar-se con-<br />
cacête, o cárcere e a forca num deduzir<br />
aos desastres da sua ruina<br />
irio de terror!. ..<br />
fazendo visagens truanescas!<br />
E tudo isso foi arrastado pela<br />
O que se passa é realmente in-<br />
vassoura revolucionaria!<br />
comprehensivel e começa a tornar-<br />
Agora, não obstante os esforços<br />
nos burlescos e lastimosos!<br />
e os desafôros d'uns pygmeus atre-<br />
Três ou quatro individuos, notávidos,<br />
não se torcem as leis univerveis<br />
apenas porque são medíocres;<br />
saes da evolução humana!<br />
que se alteiam na governação fa-<br />
Esperêmos com resolução e sezendo<br />
gala da immoralidade e desrenidade!<br />
Mas esperêmos... e saiprezo<br />
absoluto pela opinião; sobre-<br />
)amos esperar!<br />
pondo-se ao país e rasgando as leis;<br />
ludibriando todas as normas da honestidade<br />
e da justiça; mentindo<br />
No concurso para os logares de<br />
officiaes subalternos da bibliotheca<br />
sempre; locupletando as quadrilhas<br />
da Universidade são 15 os candi-<br />
de traficantes; protegendo os ladatos.drões;<br />
alardeando pulso e força e<br />
Seria melhor que a formalidade<br />
expluindo ameaças transido de pa-<br />
ivesse sido dispensada pela justa<br />
vor; um desnorteamento de loucu-<br />
promoção dos dois empregados inra,<br />
um estrebuchamento de epile- terinos, que mostram folha de bons<br />
serviços durante tantos annos.<br />
ma As restaurações artísticas<br />
EM<br />
C O I M B R A<br />
vrri<br />
A Sé Velha. Pr'á Sê Velha, para<br />
irmos depressa, e não que tenham<br />
acabado os erros no paço episcopal;<br />
mas eu não posso seguir e analysar<br />
tudo o que inventou em má<br />
hora o cerebro do sr. director das<br />
obras publicas, abrazado em febre<br />
de archeologo.<br />
Se vv. ex.<br />
A ponte<br />
A imprensa de Coimbra constantemente<br />
está reclamando, e com razão,<br />
reparações na ponte de Santa<br />
Clara; e afeia os perigos que o madeiramento<br />
desfeito e solto offerece<br />
aos transeuntes.<br />
Tudo isso é verdade.<br />
Essa ponto é um dos maiores<br />
destemperos que Coimbra deve á<br />
engenharia!<br />
Numa região que é toda uma pe-<br />
familia, este nosso dreira de boa qualidade, abundan-<br />
querido amigo e illustre director da te e barata, a ponte foi mandada vir<br />
Resistencia.<br />
do estrangeiro, feita de ferro e madeira<br />
!<br />
Não se percebe facilmente por<br />
Fac-totum<br />
que raciocínios capciosos, o pedantismo<br />
chegou a encontrar motivos<br />
Foi nomeada uma commissão da<br />
de preferencia para esse viaducto<br />
qual faz parte o sr. Luciano Cor-<br />
estúpido e feio, rogado pelos merdeiro<br />
para emittir o seu parecer<br />
cados, como obra rejeitada e grati-<br />
ácerca d'uma grammatica da lingua<br />
ficação de venda aos corretores!...<br />
francêsa, elaborada pelo sr. Falcão<br />
Foi um labéo o que então se<br />
de Lima.<br />
disse, sem desmentido e sem de-<br />
O sr. Luciano Cordeiro approvou fêsa!<br />
as obras da Batalha; approvou Santa<br />
Cruz de Coimbra; approvou o<br />
Argumentára-se que a obra de<br />
Paço episcopal; e, por coherencia,<br />
ferro era mais barata; e na pobre<br />
approvou a grammatica!<br />
arte ninguém fallou!<br />
O que essa razão de economia<br />
Tragam cá o Pégaso, o cavallo<br />
significava tem-se visto, pela expe-<br />
aguia, para sua excellencia remonriencia.tar<br />
ás alturas!<br />
A ponte de pedra que poderia<br />
ser digna da cidade, formosa, am-<br />
Aos trambulhões<br />
pla e sólida, foi substituída por<br />
essa detestável gaiola, á qual addi-<br />
Aquelle regedor do Alcaide é cionaram os dois miseráveis passa-<br />
phantastico!<br />
diços lateraes, para attenuar o lô-<br />
Lembram-se da celeuma e oppogro.sição levantada á exigencia louca A ponte de pedra que seria dis-<br />
dos passaportes a todos os viajanpendida d'uma só vez, de duração<br />
tes, a pretexto de evitar a emigra- de muitos séculos, foi trocada por<br />
ção clandestina?<br />
essa vil passagem feita de solipas<br />
A imprensa bramou contra o in- sempre desconjunctadas e pôdres,<br />
signe disparate, que fechava o país, sempre a exigir reparações e refor-<br />
afastando os estrangeiros e dificulmas.tando as communicações.<br />
Uma perfeita esparrella! Porque<br />
O inquebrantável não cedeu. de ferro, se faziam lá fóra t<br />
Agora, depois de longo matutar, Lá fóra, onde escasseia a pedra<br />
sáe-se com esta correcção ao sone- e o ferro abunda!... Que marioto:—A<br />
policia da fronteira só tem las!<br />
as tiverem tempo, vão<br />
por lá, e vejam a porta manoelina<br />
que deita para a varanda, uma porta<br />
muito esguia, com uma base ridícula.<br />
VV. ex. as verão em obra de marceneria<br />
coisas manoelinas, que espantariam<br />
o proprio senhor D. Manuel,<br />
o venturoso; portas muito bem<br />
imaginadas, com a sua bandeira<br />
guarnecida d'um cordão torcido muito<br />
manoelino, e vidraças do seu caixilho<br />
de madeira também muito manoelino.<br />
Coisas que, se as visse, augmentariam<br />
a ventura do proprio senhor<br />
D. Manuel, o venturoso.<br />
É extravagante que o sr. director<br />
das obras publicas, que é do maxiximo<br />
rigor historico, seja tão desprendido,<br />
quando se trata das guarnições<br />
das janellas que lá estão de<br />
madeira, em vez de chumbo, de vidros<br />
muito largos, vidros d'agora,<br />
em vez dos pequenos caixilhos de<br />
pequenos vidros.<br />
Elle que é tão rigoroso com os<br />
tectos, lá anda a fazer um sobrado<br />
moderno, muito bem imaginado, que<br />
vae ficar num dinheirão.<br />
Para o paço transportou o desenho<br />
das ameiras com que elle tem<br />
decorado os chafarizes por essas estradas<br />
fóra.<br />
Lá estão muito ridículas, muito<br />
pequeninas. Os passaros já levaram<br />
algumas.<br />
Mas vamos, vamos para a Sé Velha.<br />
O sr. Bispo-Conde emprehendeu<br />
uma vez a restauração da Sé Velha.<br />
Foi isto depois da ultima viagem<br />
de SS. MM. a Coimbra.<br />
No programma 8as festas escapára,<br />
como muitas coisas mais, a<br />
visita á Sé Velha. Por denuncia de<br />
Antonio Angusto Gonçalves sua majestade<br />
a rainha soube da existen-
cia do velho monumento, e quiz<br />
vê-lo.<br />
Ficou extasiada, e mandou buscar<br />
ao jardim botânico o pequenino<br />
príncipe que por lá andava a pas-<br />
ção, .<br />
Muito escreviam d'antes archeologos.<br />
. . por baptizar.<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Àcabe-se com o resto<br />
0 fisco em Portugal<br />
Vergonhosos expedientes<br />
C-ciba,<br />
Estas coisas, porém, eram corseiar.<br />
Os ministros bocejavam e sua<br />
rentes, já ninguém as discutia, e,<br />
majestade ia-se demorando, extra-<br />
quando começou a demolição, não<br />
nhando as deturpações que tinham<br />
se ouviam senão vozes, protestando<br />
alterado a physionomia do velho<br />
contra a obra que ninguém com-<br />
edificio.<br />
prehendia, e que todos alcunhavam<br />
de profanação.<br />
Pouco depois começava a obra da<br />
restauração, iniciada pelo sr. Bispo<br />
O sr. director das obras publicas<br />
Conde, patrocinado por sua majes-<br />
conserva-se prudentemente de lado,<br />
tade a rainha, dirigida por Antonio<br />
e ia dizendo: Eu não sei nada, ellas<br />
Augusto Gonçalves.<br />
é que lá se entendem.. ..<br />
Administrava os dinheiros públicos<br />
o sr. Franco Frazão, director<br />
das obras publicas de Coimbra.<br />
O sr. Bispo-Conde saiu então<br />
com um folheto, dizendo que aquella<br />
obra estava sendo censurada<br />
Era esse o seu papel, e nem po-<br />
como outras que elle emprehendera;<br />
dia ser outro. .,<br />
mas que havia de levar-se a cabo,<br />
Elle mesmo affirmava alto a sua<br />
como as outras.<br />
incompetência, a sua falta de saber.<br />
O publico, que conhece a força<br />
Antonio Augusto Gonçalves pro-<br />
de vontade do sr. Bispo-Conde, viu<br />
poz uma obra larga de exploração,<br />
que a obra era inevitável.<br />
sondagens no solo e nas paredes,<br />
por fórma a poder fazer-se um plano<br />
geral da obra a executar.<br />
O sr. director das obras publicas<br />
viu que a restauração seria levada<br />
a cabo. Era obra de vulto, devia lá<br />
A obra era difficil. O publico ha-<br />
deixar o seu nome, como em todos<br />
bituára-se ao aspecto do velho mo-<br />
os chafarizes que tem restaurado<br />
numento, e julgava virtudes o que<br />
por essas estradas fóra, muito lirós,<br />
eram defeitos e alterações produzi-<br />
de suas ameias, um ar muito fidaldas<br />
por obras feitas durante sécugo...los,-na<br />
melhor das intenções, por<br />
pessoas sem saber.<br />
De fidalgo do Fundão.. .<br />
Sem saber.... Como poderiam<br />
T. C.<br />
usar do nosso critério, do critério<br />
d'hoje, os nossos antepassados de O proprietário da folha o Meri-<br />
ha tantos séculos ?...<br />
dional, de Montemór-o-Novo, foi<br />
processado por falta de habilitação.<br />
E de notar que este jornal, com<br />
Assim, andava por livros em ar- o mesmo editor, se publica ha seis<br />
tigos de muita erudição, que o es- annos!<br />
pirito se sentia alquebrado e cheio<br />
de Ímpetos mysticos, mal se entra-<br />
No incêndio de Roeda, Hespanha,<br />
va, ao megulhar na luz suave e ve- que devorou 500 casas, o português<br />
lada do velho templo.<br />
Mannel Medo, palhapo de profissão, praticou<br />
taes actos de coragem, que o governo<br />
hespanhol vae condecorá-lo com<br />
E a luz era suave e velada, por- a gran-cruz de Beneficencia.<br />
que o côro tapava ao fundo da egreja<br />
a galeria do triforio; porque os Concurso dos compêndios<br />
altares levantados no século xvn<br />
A commissão encarregada da es-<br />
tinham obstruído as frestas das nacôlha<br />
dos compêndios para a inves<br />
lateraes; porque as obras da strucção secundaria concluiu os seus<br />
imprensa da Universidade tinham trabalhos.<br />
tirado a luz á galeria do triforio do Da l.<br />
lado da epistola.<br />
E todavia os entendidos extasiavam-se<br />
com a falta de luz; tão característica<br />
da architectura do velho<br />
monumento, commentavam socios do<br />
Instituto e membros da Commissão<br />
dos Monumentos Nacionaes.. .<br />
Dos azulejos então corriam coisas<br />
d'espantar.<br />
Eram arabes, affirmava alguém<br />
de fóra. E não admirava; porque<br />
toda a gente sabia que a Sé de Coimbra<br />
tinha sido mesquita de moiros.<br />
Quando se fez o horror da torre<br />
de sinos que agora lá está, alguém<br />
muito considerado escreveu: e já o<br />
som.dos sinos cbristãos revôa donde<br />
a voz do muezin grilava aos filhos<br />
do lslam que eram horas da ora-<br />
a secção (linguas e historia)<br />
foram approvados os seguintes<br />
com alterações e observações que<br />
são consignadas nos respectivos pareceres<br />
e com as quaes têm de se<br />
conformar seus auctores, sob pena<br />
de lhes não serem acceitos os livros.<br />
Para a l. 1 classe Biographias de<br />
Arsênio de Mascarenhas; 2. a classe<br />
Historia, de auctor desconhecido,<br />
de que é editor Alexandre Magno<br />
de Castilho.<br />
Lingua portuguêsa: provisoriamente,<br />
a morphologia da grammatica,<br />
de Ulysses Machado; selecta<br />
de Adolpho Goelho.<br />
Lingua latina: grammatica, mas<br />
provisoriamente, de Moreira e Correia,<br />
e selecta dos mesmos auctores.<br />
Lingua francêsa: grammatica de<br />
Jacob Bensabat e selecta de Domingos<br />
de Azevedo.<br />
Na 2. a Contam-nos:<br />
O governo está deduzindo as<br />
Hoje de manhã, um empregado<br />
ultimás consequências do principio da Companhia dos Phosphoros en-<br />
que estabeleceu como norma de trou numa loja do largo do Chafariz<br />
proceder—o arbítrio em tudo e por de Dentro, e pediu ao dono da casa<br />
tudo, sem respeito algum pela lei. que lhe guardasse uma lala. Como<br />
Cabe agora a vez ao poder judi- se faz frequentemente, o proprietário<br />
do estabelecimento não poz<br />
cial que ainda constituía, dentro de<br />
embaraços em satisfazer-lhe o pe-<br />
restricta esphera, uma garantia condido.tra a corrupção e a anarchia que Deixar objectos a guardar em<br />
por ahi lavram. Não estando esse lojas—islo é vulgar.<br />
poder, pela sua organização defei- Não se tinha, porém, passado i<br />
tuosa, completamente exempto de hora, quando appareceram dois<br />
influencias politicas, certo era que<br />
guardas fiscaes, de aspecto rebarbalivo,<br />
exigindo uma busca á loja.<br />
nunca pretendeu annullar-se uma<br />
Descobrem a lala, abrem-na e<br />
sentença passada em julgado por encontram-na cheia d'isca—a isca<br />
um acto do poder executivo. Profe- prohibida no vigente regimem de<br />
rida ell i, quaesquer que fossem os monopolio. O dono da casa é preso,<br />
interesses offendidos, era respeita- levado para a alfandega, multado,<br />
da, executava-se. Considera va-se in- vexado, ele.<br />
dependente o poder judicial.<br />
Que significa isto?<br />
Uma comedia — dizem.<br />
Para o actual governo era esta Puro bandoleirismo—affirmam.<br />
prática um grave obstáculo á inte- Tres individuos concerlam-se,<br />
gral realização do seu plano—con- como para um crime. Um d'elles é<br />
centrar em si lodos os poderes do o agente compromettedor, anonyrno,<br />
clandestino, — o que deposita a cai-<br />
Estado, supprimindo quaesquer gaxa,<br />
a lata, o barril. Os oulros são<br />
rantias de independencia dos cida- o fisco, a postura, a lei: dois soldãos.<br />
Exigências de interesses modados.narchicos e partidarios, que consti- Represenla-se a farça, trama-se<br />
tuem a suprema razão do Estado. o complot e cabem um, dois, três<br />
Trate-se, pois, de remover esse obs- pobres diabos na cilada estúpida.<br />
táculo, publicando-se avisos, decre- Vem a multa e a multa é dividida.tos<br />
ou portarias no Diário do Go-<br />
Çomprehende o publico?<br />
verno em que se proclame doutrina E o grande exemplo de cima<br />
contraria á seguida num caso jul- lavrando em baixo—o guarda fiscal<br />
gado.<br />
á compita com o homem d'Eslado.<br />
E já o governo encetou o cami- Grandes companhias. Pequenos<br />
nho. O sr. dr. Campos Henriques,<br />
bandos.<br />
Finalmente — contagio.<br />
que sendo juiz de direito foi chamado<br />
para ministro das obras publi-<br />
(Da Marselhesa.)<br />
cas, acaba de publicar um aviso no<br />
Diário em que sentenceia não ser Não haverá este anno tramway<br />
susceptivel de arresto uma patente, entre Coimbra e Luso. Em ofiieio á<br />
que pelo tribunal do commercio do direcção da Associação Commercial<br />
Porto, pela Relação e Supremo Tri- declarou a companhia real dos ca<br />
minhos de ferro de norte e leste<br />
bunal foi considerada como sujeita<br />
que não lhe era possível estabele-<br />
a elle. Desacatou assim o veredictum cê-lo por não possuir para a sua<br />
dos tribunaes, diz-se que para ser- formação o necessário material.<br />
vir um amigo que lhe tem prestado Ficam assim sem exilo os esfor-<br />
serviços.<br />
ços envidados pela illustrada dire-<br />
Protesta a imprensa independencção da Associação Commercial, a<br />
fim de obter para Coimbra tão imte<br />
contra tão inaudito altentado;<br />
portante melhoramento. Bom será,<br />
protestam alguns membros do poder porém, que ella não desista do seu<br />
judicial, que vêm offendida a sua empenho.<br />
dignidade. Mas tudo será inútil, Também levou muito tempo o<br />
convictamente o dizemos.<br />
estabelecimento do tramivny entre<br />
Os protestos dentro da ordem e<br />
Coimbra e a Figueira e elle ahi está<br />
funccionando com grande commo-<br />
da legalidade contra os desvarios e<br />
didade do publico.<br />
crimes do actual governo só têm<br />
dado como resultado fazê-lo mais<br />
afoutamente progredir no caminho No dia 6 morreu afogado, no rio Guadiana,<br />
no baixo da Ribeira de Alcou-<br />
em que uma vez se lançou. Uma só tim, Anthero Saraiva, estudante do 2.°<br />
cousa o detem—a espada. Perante anno de Direito d'esta Universidade.<br />
ella curva-se, recurva-se, fazendo<br />
tudo o que exigem. Lei, direitos,<br />
Colysi 11 Figueirense — I<br />
garantias, dignidade, de nada servem,<br />
para nada valem.<br />
Não deixam a este respeito a<br />
minima duvida os processos que o<br />
actual governo tem seguido e só é<br />
de admirar que, depois de provas<br />
tão decisivas, ainda haja .quem se<br />
entretenha com banaes declamações,<br />
em vez de pensar a sério nos<br />
meios práticos de acabar de vez<br />
com uma situação que é para o país<br />
secção, de sciencias, foram<br />
uma vergonha sem precedentes.<br />
todos rejeitados, á excepção da Bo•*<br />
tanica do sr. Pereira Coutinho e, Vae ser nomeado professor do pri-<br />
provisoriamente, o de desenho de meiro grupo do lyceu de Coimbra o sr.<br />
José Miguel,<br />
Carlos de Lemos»<br />
a corrida<br />
da epocha<br />
No proximo dia 23 tem logar<br />
nesta elegante praça a 2. a Correm de mal a peior as coisas<br />
de Hespanha na grande Antilha.<br />
O memorandum enviado ás potencias,<br />
pedindo liberdade efaefão, mostra<br />
claramente o valor das dificuldades<br />
que se lhe deparam para levar<br />
a cabo a pacificação de Cuba.<br />
E a dar credito ás noticias extra-officiaes<br />
que nos faliam do thoatro<br />
da guerra, não pôde ser mais<br />
periclitante odominio da Hespanha,<br />
se dominio se pôde ainda chamar á<br />
sua situação alli, limitada a duas<br />
ou Irês cidades, importantes é certo,<br />
quando todo o resto da ilha está<br />
sob a mão dos insurrectos.<br />
Assim, na província da Habana<br />
manda Aguirre; Lecrot occupa^liatanza?;<br />
em Las Villas domina Maya<br />
Rodriguez; Camaguez é o quartel<br />
general de Máximo Gomez; Santiago<br />
de Cuba está á mercê de Callixto<br />
Garcia; e Maceo continua na de<br />
Pinar dei Rio, sem que as columnas<br />
hespanholas tenham podido desalojá-lo<br />
d'alli.<br />
E não têm sido pequenos os esforços<br />
empregados para o conseguirem,<br />
pois, ainda ha pouco tempo,<br />
as tropas que manobravam ás<br />
ordens do general Munoz, o atacaram<br />
na sua posição de Rubi, mas<br />
foi tal o desastre que obrigou Weyler<br />
a destituí-lo do commando e<br />
a repatriá-lo.<br />
Vae, portanto, como se vê, ganhando<br />
terreno a causa dos cubanos<br />
que, além do seu valor e coragem<br />
quasi selvagens, têm por outro lado,<br />
como auxiliar poderoso, a estação<br />
das chuvas, com o seu cortejo terrível:<br />
da febre amarella, lypho,<br />
vomito negro, dysentrias e tétano,<br />
quasi sempre fataes, e de que actualmente<br />
infermam mais de 15:000<br />
soldados hesparihoes.<br />
E nestas circumstancias, bem<br />
críticas na verdade, é que o tyrannete<br />
em chefe explora a boa fé da<br />
metrópole, com a estatística de los<br />
presentados que, juntamente com os<br />
muertos e cogidos, formam para elle<br />
a parte opima dos despojos da<br />
guerra.<br />
Vejam e pasmem!<br />
«Mas presentados: —Em Nuevitas se<br />
ham presentado á indtilto, um súbdito<br />
inglês y dos norte americanos, que<br />
estaban entre los enemigos de Espana.<br />
Los três han annunciado nuevas<br />
presentaciones».<br />
r<br />
E para não diminuir um ápice<br />
de importancia a este mirabolante<br />
successo de los presentados, que elle<br />
se abstém, prudentemente, de lhes<br />
fallar de los abalados, dos que diariamente<br />
desertam das suas fileiras<br />
com a fé e confiança perdidas, para<br />
o arraial cubano, ou para a valia<br />
do cemiterio depois de apodrecidos<br />
num hospital, pelas febres do país.<br />
Estes são aos milhares!<br />
x<br />
luia despedida amável<br />
Merece registo a carta que Ja-<br />
corrida mes Creelman, correspondente em<br />
da epocha, com touros das mana- Cuba, do World, de New-York e da<br />
das do distincto ganadero Faustino Estrella do Panamá, dirigiu ao ge-<br />
da Gama.<br />
neral Weyler, por causa da sua ex-<br />
Isto bastará para a recommenpulsão de Cuba.<br />
dar; mas a emprêsa sempre solicita Ella ahi vae, e sem commenta-<br />
cm tornar altrahenle o mais possíios, que d'elles não necessita.<br />
vel as corridas no seu Colyseu, r<br />
«Excellencia.— Acabo de saber que<br />
quer dar-nos d'esla vez o extranho a vossa resposta aos meus telegram-<br />
espectáculo das corridas á vara larmas publicados no World, nos quaes<br />
ga ao uso de hespanhol, para o que descrevo minuciosamente os assassí-<br />
contraclou já três dos melhores pinios dos cubanos pacíficos, pelas tropas<br />
cadores.<br />
hespanholas nesta ilha, não é uma<br />
syndicaucia sincera e rapida ácerca<br />
Que Dios lhe depare melhor dia dos referidos factos; mas apenas um<br />
do que o da corrida passada. decreto eXpulsando-me de Cuba, Esta
27 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Ã0 DAS GALÉS<br />
XVIII<br />
A Odyssea de João das Galés<br />
— Ah ! tu deves comprehender, meu<br />
caro, disse Hermann, que obter a digitalis,<br />
o veneno, depois do caso da<br />
Pommercie, é difflcilimo. É necessário<br />
fazer uma receita assignada, e mostrar<br />
a carta se nao se é conhecido do<br />
pharmaceulico, emfim, é muito compromettedor.<br />
— Comprehendo.... um narcotico<br />
bastava.<br />
— Sem duvida. Tiveste tempo sufflciente<br />
para a operação, e hoje aquelles<br />
que tu julgavas mortos passam bem<br />
e assim te vês alliviado de dois crimes.<br />
Deves, pois, agradecer me.<br />
— No emtanto sempre te direi que<br />
M. de Koellen me conhecia perfeita<br />
mente e que, neste momento, se sabe<br />
quem eu sou, todo o mundo conhece<br />
o João das Galés.<br />
M. d'E
Casa em bom local<br />
lã Y7ende-se urna, de 4 andaw<br />
res e magnificas lojas,<br />
naCouraçados Apostolos, n.°35.<br />
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Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
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Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira d Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
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e fecha em 30 de novembro<br />
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-Faz-se toda em caminho de ferro alé Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />
estapão de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca rí'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Ilotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos prepos Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
VENDA<br />
7 Wessde-se em COZELHAS<br />
» uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recenU-mente construídas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excedente terreno com muita<br />
aguí, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. Éem sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
0 comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
Para esclarecimentos, João<br />
Marques Mósca, solicitador, rua<br />
do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
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TA, além do texto, compivheridendo<br />
o original de perto<br />
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c?<br />
C/i<br />
CP<br />
S<br />
P<br />
P<br />
CQ<br />
N.° 158 COIMBRA—Domingo, 23 de agosto de 1896 2." ANNO<br />
Carta de Lisboa<br />
Pela Hespanha<br />
fatalmente, inevitavelmente, na mo- Sulcando os mares representação dirigida ao imperador<br />
do Japão, em que se lhe pede<br />
narchia vizinha?<br />
Parece, finalmente, que voltou de — «que se digne conquistar aquel-<br />
Não é só pela conservação de novo a época das nossas gloriosas les terrilorios para os encorporar na<br />
Cuba que lucta a monarchia hespa- aventuras marítimas. Já nas aguas sua corôa, libertando ao mesmo<br />
tranquillas do Tejo se aprestam es-<br />
Não se occultam já, nem por parte nhola; é a sua conservação própria<br />
tempo os seus pacíficos habitantes<br />
quadras, já tremulam outra vez so- do tyrannico jugo do dominio hes-<br />
dos que mais optimistas se apresen- que ella defende. Presente que o bre as vergas dos navios, bafejados panhol». Consta que o tal agente<br />
tavam até ha pouco, as apprehen- throno, abalado e periclilanle, amea- pelas brisas do mar, os nossos pa- colheu perto de 20:000 assignatusões<br />
sombrias que estão entenebreça ruir num momento.<br />
vilhões de guerra,-• •.<br />
ras.<br />
Mar em tóra, acaba d#Targ&r do<br />
cendo a opinião publica na vizinha A monarchia em Hespanha, como<br />
De modo que a Hespanha eslá<br />
Tejo uma divisão naval portuguesa em risco de vêr fugir-lhe mais<br />
Hespanha ácerca do resultado da em Portugal, não tem a sustentá-la — três navios: uma canhoneira, aquella rica possessão, o que não<br />
revolução cubana. E, o que mais a eslima pública; não se cimenta na uma corvêta, e um couraçado — a pôde attribuir senão aos processos<br />
preoccupaos espíritos peninsulares, alma dos povos, onde o affeclo por Zambeze, a Duque da Terceira e o administrativos que já a levaram á<br />
Vasco da Gama — 541 homens ao<br />
não é precisamente se a Hespanha ella se não radicou. Sob o governo<br />
guerra de Cuba.<br />
todo!<br />
E se o Japão quizer, entendido,<br />
consegue subjugar Cuba revoltada, monárchico chegaram os dois povos Mas para onde se dirigirá a di- como estará com os habitantes das<br />
nem se a preciosa ilha consegue fur- da península á situação extrema em visão naval? Em que plagas lon- Philippinas, que assim lh'o pedem,<br />
tar-se ao domínio hespanhol: —no que se encontra a sua economia ingínquas irão espalhar a morle os não terá muitos receios de se vêr<br />
seus canhões de guerra?<br />
que principalmente se está pensanterna e o seu crédito externo. Um<br />
vencido.<br />
A divisão vae até.. . Cabo Ver-,<br />
Já não pertence ao dominio dos<br />
do é nas consequências políticas que desastre em Cuba traduzir-se-ha de. E ahi divide-se. A Zambeze di- koatos a noljcja que damos. É um<br />
resultarão da victoria cubana, que, em Hespanha pelaquéda da monar- rige-se a Moçambique; a Duque 'Mfacto confirmado, ao qual alludiu<br />
tudo o leva a crer, é já agora uma chia.<br />
Terceira e o Vasco da Gama chega- |)0 senado hespanhol o ministro do<br />
rão a Angola. ultramar, ante-hontem, declarando<br />
questão de pouco tempo.<br />
É esta a solução que aos espíri-<br />
Não têm força para mais. .. que se descobrira nas Philippinas<br />
As consequências económicas o tos, ainda os mais optimistas, se Uma divisão naval I . uma vasla conspiração com idêas<br />
financeiras do estado de guer- apresenta. Homens de estado, affe- Mas apostaram então tornar-nos separatistas, apoiada por sociedades<br />
ra em que a Hespanha, por culpa ctos ao regimen actual, não occul- ridículos de todo aos olhos dos ex- secreias<br />
trangeiros? Soffrerá mais este desastre<br />
própria, se encontra involvida, são tam em Hespanha o seu modo de<br />
Um pouco de pudôr, ao menos. Hespanha?<br />
conhecidas e desastrosas. As con- vêr. Presentem-se, além d'isto, uns Não os obriguem a rir-se da nossa<br />
sequências políticas são um pro movimentos de agitação que pre- miséria.<br />
blema cuja solução a quasi todos nunciam que este ha de ser o re-<br />
Porque foi para Angola o YASCO DA GAMA<br />
se antolha fácil.<br />
sultado.<br />
Reflectindo um pouco serenamen- São poucas já as esperanças em<br />
D. Leoil Vega I Toda a gente pergunta que ur-<br />
,, , . Lente commissão de serviço obrigou<br />
te e de animo despreaccíipado so- Hespanha de se recuperar o dominio bernforma de processoacabade * fazer part.r para An-J<br />
bre a situação politica da Hespa- de Cuba, E, par, isso, o governo ser prBlõ e entregue ao foro rrníi- fa o r o ^ ^ ^ t ó & T<br />
lar, o illustre d,redor pol.lico do J - yj<br />
nha, e, concomitantemente, pelas af- hespanhel, que jã não espera sub-<br />
representam sempre<br />
nosso prezado collega La Justtcía, ve<br />
finidades naturais e lógicas que lijugar a revolução cubana, exforçag.im<br />
entre si os destinos das duas mose por obstar á revolução interna<br />
narchias peninsulares, se conside- que se manifesta e se prevê.<br />
rarmos também a phase politica do É a monarchia a defender-se. E<br />
nosso país no actual momento his- d'este movimento de luctas, latente,<br />
tórico, poderemos talvez prevêr o constante, que se agita no seio da<br />
que para ambas as monarchias de Hespanha, resultará,—e ainda bem<br />
rivará da guerra de Cuba.<br />
— a libertação de dois povos para<br />
uma vida nova num regimen novo.<br />
Até hoje tudo tem conspirado<br />
Cuba livre,—Hespanha livre.<br />
contra a Hespanha, apesar do no-<br />
E, consequência natural, Portubilíssimo<br />
exforço que a este país<br />
gal liberlar-se-ha também.<br />
tem custado a guerra, exforço tena-<br />
Por grande que seja o affecto que<br />
cissimo e digno de admiração pelo<br />
nos liga á Hespanha, e o nosso<br />
sentimento patriotico que o tem im-<br />
desejo das suas glórias, não devepulsionado,<br />
denodadamente, intranmos<br />
occultar que a nossa sympa<br />
sigentemente, numa lucta cruenta<br />
thia eslá com os insurrectos de Cu<br />
e ruinosa.<br />
ba. É sympathia e é egoísmo:— é<br />
A alma hespanhola, generosa e<br />
de Cuba, independente, que parti-<br />
dedicada até ao sacrifício mais exrá<br />
para a península ibérica o motraordinário,<br />
tem vibrado unisona,<br />
vimento da sua regeneração.<br />
num incitamento constante aos poderes<br />
públicos para que a insurreição<br />
seja dominada.<br />
Tem custado rios de sangue a<br />
revolução, está cheia de luto a Hespanha.<br />
E, comtudo, as expedições<br />
de muitos milhares de homens continuam<br />
para Cuba...<br />
Mas vencerá a Hespanha? Os<br />
acontecimentos até hoje levam á<br />
convicção de que em breve Cuba livre<br />
será um facto.<br />
Qual será o futuro da Hespauha?<br />
Que transformação politica se dará,<br />
J rdadeil|s temeridades, pelo pede<br />
Madrid, pelo motivo de ler ver- 1<br />
rigo imminente que offerecem<br />
berado desassombradamente o acto<br />
Essa explicação dá-a o Diário<br />
administrativo do recrutamento do<br />
Popular:—Vae para Angola o cou-<br />
ultramar.<br />
raçado, porque o governo, ou antes,<br />
Ê facto único este, de o foro mi- o illustre sr. Soveral, persuadindolitar<br />
intervir, subslituindo-se ao fôro<br />
. . . . I ose u Ude V Uque U U wos u «111. allemães IIJIAKW M preparam<br />
• " '**<br />
cml no julgamento dos processos I, ^ êsa c o n l r/ n ó s em<br />
de liberdade de imprensa, mór.nen- p ^ Âlexan<br />
As massadas<br />
estão prohibidas<br />
K dre ou na ,)ahia (|o8<br />
te quando, como neste caso, o arti- T| resoWeu ôr_,hes aque,|a<br />
go incriminado criticava actos ^ no S ssa formidavei michina de guerra<br />
pura administraçao. QS C0|)ler em iloj<br />
Representa, portanto, esta exce- c<br />
pção para com o distincto publicis-1<br />
tar C anle 1 Lisboa, 21 de agosto de 1896.<br />
Devem estar apprehensivos sobre<br />
o alarido que o governo faz nos seus<br />
jornaes com a saída da divisão<br />
naval.<br />
Ahi pela província talvez exista<br />
a opinião de que nós temos navios.<br />
E o primeiro êrro.<br />
Temos simplesmente caixões fluctuantes,<br />
sem para nada sefvirem.<br />
Pois por saírem a barra ao mesmo<br />
tempo, três d'esles caixões, anda<br />
tudo alvoraçado como se tivesse<br />
partido a Invencível Armada.<br />
E todavia o facto de saírem três<br />
navios em logar d'um é naturalíssimo.<br />
Esta é a epocha de saírem navios<br />
para as estações.<br />
O que se fez?<br />
A Zambeze estava para sair. A<br />
Duque da Terceira voltava de viagem<br />
que interrompeu e estava em condicções<br />
de continuar. Esperou-se<br />
que o couraçado estivesse prompto<br />
e ahi vão os navios todos juntos<br />
quando um d'elles podia ter saído<br />
ha muito, outro podia continuar lá<br />
fóra e o terceiro, o couraçado podia<br />
sair quando saiu sem atrazar os<br />
outsos.<br />
Ahi têm a parlapatice que traz<br />
maluquinhos os jornalistas do governo<br />
e outros idiotas que estiveram<br />
no alto de Santa Catharina a ver<br />
partir os navios.<br />
Devem concordar que mestre<br />
Marianno tem razão quando affirma<br />
que augmenta a importação de burros<br />
hespanhoes.<br />
X<br />
• • •<br />
la sr. Leon Vega, um attentado á<br />
constituição do Estado, que assim<br />
fica d'hoje para o futuro á mercê da A Allemanha e a França<br />
má vontade e capricho de qualque*<br />
A noticia da visita do imperador<br />
tyrannete odiento.<br />
Guilherme á França, por occasião<br />
Associando-nos aos seus amigos<br />
da exposição de 1900, tem feito<br />
nas manifestações de pezar por este<br />
pensar uma approximação de relação<br />
acto inqualificável, felicitámo-lo ao<br />
mesmo tempo pela<br />
i<br />
torma<br />
fx<br />
severa e<br />
„ i entre<br />
r "<br />
os dois paizes, e talvez numa<br />
altiva com que tem castigado todos<br />
os abusos do poder.<br />
v ... _ ^ '<br />
altiva mm nn/tpm rasteio tndns | reconciliação. E que o acontecimento<br />
era tão inesperado e ate não<br />
inacreditável, que a resolução do<br />
imperador da Allemanha apresenim<br />
desastre p» a « ^ Z T ^ ^<br />
Parece que o dominio hespanhol Se até havia ingénuos que acreno<br />
archipelago das Philippinas cor- ditavam numa restituição da Alsacia<br />
re perigo imminente. Ha muito já e-da Lorena. ..<br />
Assim o entende o nosso bom João I que se notavam, por parte da colo- Mas o jornal de Bismarck Noti-<br />
Fianco que não esteve para aturar a; nia ph.lippina estabelecida no Japão,\cias de Hambcrgo, diz ser impossiestopada<br />
de presidir até ao fim á re- nejos tendentes a collocar sob a vel que a Allemanha se reconcilie<br />
./ J 1U . . , protecção d esta potencia oriental o com a França, e que quaesquer<br />
união do conselho superior de instru- ^chip V e|ag0 da ^ ^ ^ „ tentalivas neste 8entido são prejudi.<br />
cção publica. gsleg j30al0S) que corriaII1) aca- ciaesá dignidade allemã. E lamenta<br />
A paginas tantas, vendo que se ap-<br />
bam de ter plena confirmação com o mesmo jornal que o imperador<br />
proximava a hora da partida do com- o seguinte facto: acceitasse o convite para visitar a<br />
boio para as Caldas, entregou a pre- — Um enviado dos colonos hes- exposição, tanto mais que a próxima<br />
sidencia ao vogal Teixeira e foi-se. panhoes domiciliados no Japão, an- visita do czar a Paris faz que todos<br />
É que s. ex. dou em Manilla e noutros pontos os franceses, ainda os mais moderacolhendo<br />
assignaturas para uma dos, esperem uma revanche.<br />
a Além dos navios, o que mais<br />
interessa á Lisbôa que não saiu,<br />
ou por ter juízo ou não ter que pôr<br />
no prégo, é a colhida do rei nas<br />
Caldas.<br />
A colhida não. O risco em que<br />
elle esteve de ser furado por um<br />
toiro.<br />
Tal facto, nos jornaes, ou não é<br />
noticiado ou commentado em ar de<br />
troça.<br />
Assim um O Jornal do Commercio,<br />
diz que o rei melhor faria<br />
pegando de cara os ministros.<br />
Lá vem, leiam!<br />
Esta nossa vida portuguesa vae<br />
assumindo proporções phantasticas.<br />
Falla-se dos negocios públicos<br />
como se se estivesse no sol d'uma<br />
praça de toiros.<br />
O rei é citado como Guerrita e<br />
Mazzantini.<br />
Os jornaes dirão:<br />
—Guerrita foi colhido.<br />
—Outro dia em Badajoz, Faico<br />
ía soflrendo umacolhida.Felizmente,<br />
padece agora da mo-<br />
como succedeu com o rei D. Carlos,<br />
léstia dos bichos carpinteiros.
um cavalleiro interpoz-se entre elle MELHORAMENTOS MUNICIPÀES<br />
e o espada.<br />
Por este caminho ler-se-ha também:<br />
—Hintze esteve opportuno nos<br />
quites.<br />
—Soveral emborcou-se.<br />
Esta situação exige pois um par<br />
de bandarilhas.<br />
J. M.<br />
O Centenario da índia<br />
Annunciou-se ao mundo, ao uni<br />
verso inteiro, que o Portugal d'ho<br />
je, abatido, decadente, mizerrimo<br />
ia celebrar para o anno em festas<br />
pomposas d'um povo feliz, épocas<br />
de glória, datas épicas de feitos im<br />
mortaes do Portugal antigo.<br />
Programmas altisonantes de fes<br />
tas nunca vistas, foram espalhados<br />
em diversas linguas, pelo mundo..<br />
J 897, o 4.° centenário da aven<br />
turosa expedição de Vasco da Ga<br />
ma. —1497, a data gloriosa do<br />
mais audaz feito marítimo que tem<br />
espantado o mundo...<br />
Celebração extranba, em festas<br />
singulares, da maior glória portuguêsa<br />
... . e tudo seria pequeno<br />
mesquinho para a grandêza heróica<br />
do acontecimento.<br />
Annunciou-se a commemoração<br />
prepararam-se os programmas; constituiram-se<br />
as commissões; deiinearam-se<br />
os projectos, com grandêza<br />
e magestade; annunciaram-se<br />
officialmente aos extrangeiros as<br />
festas que se preparavam. O governo<br />
animou, aconselhou, tomou par<br />
te directa e activa na apotheose em<br />
preparação...<br />
A' ultima hora:—Não ha dinhei<br />
ro; não pôde haver commemorações;<br />
vão ser adiadas para mais tarde...<br />
ainda se não sabe quando!<br />
Riem-se os extrangeiros dos nossos<br />
ridículos; mas esfregam as mãos<br />
de contentes os nossos credôres.<br />
«Á ex. ma viuva de José Joaquim Rodrigues<br />
de Freitas:—A commissão installadora<br />
da Associação Commercial dos<br />
logistas de Lisbôa, compenetrada do<br />
profundo sentimento que invade<br />
coração de todos os portuguéses, onde<br />
o respeito pelos talentos, pela honestidade<br />
e pela comprehensão dos deveres<br />
civicos se assentua da maneira mais<br />
gloriosa em honra da sympathica memoria<br />
de Rodrigues de Freitas, vem<br />
prestar a homenagem, devida ao illustre<br />
extincto, manifestando a v. ex. a o<br />
immenso pezar que o seu passamento<br />
causou a esta conectividade, acostumada<br />
desde muito a admirar a rija<br />
tempera das suas purissimas convicções<br />
democráticas e o estudo perseverante<br />
na investigação dos mais apurados<br />
methodos scientiOcos.<br />
Esta commissão, ao lançar na acta<br />
da sua sessão o voto unanime de con<br />
dolência por tão irreparavel perda<br />
nacional, resolveu que elle fôsse communicado<br />
a v. ex. a , como demonstração<br />
de saudade pelo grande vulto que a<br />
morte arrebatou á estima de todos nós,<br />
e de respeito a v. ex.* que foi digníssima<br />
companheira de um homem que<br />
deixa um nome tão honrado nas paginas<br />
da historia d'esta nação.—Lisbôa,<br />
18 de agosto de 1896.—Pela commissão,<br />
o presidente José Pinheiro de<br />
Mello e o secretario José Romão de<br />
Mattos.»<br />
Um dos mais urgentes melhoramentos<br />
de tantos que a cidade está<br />
reclamando, é a reforma d'essas calçadas<br />
da alta e da baixa.<br />
Todos os remendos com que desde<br />
longe as solicitudes camararias<br />
vão adiando essa urgência, têm sido<br />
expedientes illusorios e nada mais.<br />
A forma com que o empedra-<br />
menlo é feito, o maedam de massas<br />
de entulho levemente batido em<br />
ruas de grande declive, etc., tudo<br />
isso são dissimulações transitórias<br />
e evasivas de administração ligeira.<br />
O estado em que se encontram<br />
os passeios lateraes das ruas Fer<br />
reira Borges e Visconde da Luz é<br />
a prova vergonhosa da incúria das<br />
vereações e da excessiva tolerancia<br />
do commercio. No inverno é impossível<br />
o transito pelas ruas centraes<br />
de maior movimento.<br />
A rua de Quebra-Costas, a prin<br />
cipal via de communicação entre os<br />
dois bairros da cidade, na occasião<br />
das chuvas offerece aos transeuntes<br />
uma catadupa nos lanços de degraus<br />
e um lago em cada patamar.<br />
Ha annos a iniciativa municipal<br />
pareceu despertar: procederam a<br />
estudos, medições e orçamentos<br />
houve debate acceso e meditação<br />
longa.<br />
Afinal a annunciada reforma não<br />
passou d'isto: enrugar a picão a superfície<br />
dos degraus e tapar a cimento<br />
todos os orifícios e fendas.<br />
Istoé, calafetar todos os sumidouros,<br />
para que a enxurrada corra mais<br />
volumosa e pittoresca!<br />
Quanto pode o génio do homem!<br />
E' certo que os derradeiros recursos<br />
das receitas municipaes foram<br />
obstinadamente lançados no<br />
trafico chinfrim da politica em par-<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Á despedida novas instancias e<br />
que fosse repetidas vezes.<br />
E Perrault commovido pedia ao<br />
amigo, se era possível ali reunir<br />
num só os vinte ou trinta almoços<br />
seguintes!<br />
Á espera dos touros<br />
Um rei toureiro, um rei folião,<br />
um rei rapaz — é o nosso rei, o<br />
chefe do Estado português, o pri-<br />
meiro magistrado do nosso país.<br />
Chapéu á Mazzantini, gravata vermelha,<br />
jaquêta á hespanhola, faxa<br />
e varapau, calça de picador e botas<br />
de salto de prateleira, eí-lo ahi vae,<br />
risonho, feliz, esperar os touros. A<br />
desannuviar o seu espirito dos graves<br />
cuidados da administração publica.<br />
. .<br />
Um louro fino, de sangue ardente,—<br />
um revoltado, tresmalha-se;<br />
investe contra o rei; depois de escangalhar<br />
um trem, propõe-se esfrangalhar<br />
um homem. Mais um momento,<br />
e o pur-sang do rei arrastaria<br />
pelo chão as tripas rasgadas;<br />
mais um momento e o chefe do Estado<br />
rolaria pelo chão, escornado,<br />
pisado, em sangue. .. O que valeu<br />
ao rei?—Um rapaz, raramente generoso,<br />
que se atirou e ao seu Cavallo<br />
ás hastes da féra. O sacrifício<br />
cego d'um rapaz do povo par» salvar<br />
um homem, salvou da ultima<br />
humilhação a dignidade real. E o<br />
rapaz ficou ferido e prostrado, sem<br />
sentidos; o Cavallo, rasgado o ventre,<br />
foi morto a tiro. . . Eo rei, generosamente<br />
salvo, voltou risonho<br />
a fumar o seu charuto.<br />
Livrou-se de boa. ... Que mais<br />
queria elle ?.. .<br />
Está cada vez mais radicado<br />
mais firme o prestigio real.<br />
Falleceu hontem a ultima freira<br />
do convento de S.pmide.<br />
Ahi fica mais outro edifício vago<br />
para a absorpção jesuítica.<br />
CARTA DA FIGUEIRA<br />
Figueira, 22 —VIII —96.<br />
Escrevo-lhes, meus amigos, nma<br />
carta ligeira, ao correr da pena, umas<br />
simples impressões de banhista, que<br />
vem a esta formosíssima praia, in<br />
nundada de luz e batida de sol, lorrificar<br />
os musculos e desannuviar<br />
o espirito. E que, na verdade, a Figueira<br />
é uma encantadora estancia<br />
de verão, tão própria para dar vigor<br />
e energia ao organismo cançado,<br />
como para insuflar no nosso, espirito<br />
momentos d'um delicioso encanto.<br />
E enorme e animada a concorrên-<br />
cia, cheia de alegria e cheia de vida.<br />
Como é differente o aspecto<br />
desta praia no mês d'agosto do que<br />
ella apresenta no mês seguinte.. .<br />
E bem differente a população.<br />
Agora predomina a colonia hespanhola,<br />
'notável unicamente pela<br />
foi 'tnosura e graciosidade das mu-<br />
lheres; porque elles, os machos, de<br />
rostos esquálidos, amarellecidos, de<br />
cabello empastado, e olhos mortos<br />
de bebedores de capilé são simplesmente<br />
detestáveis — nos modos, no<br />
ar, naquelle todo, que faz frenezim<br />
e arripia os nervos.<br />
Mas ellas, as mulheres hespanho-<br />
las, que sentimento despertam. ..<br />
Não é o enlêvo, que nos faz parar<br />
extáticos ao vêr passar um typo de<br />
madona, diáphano e gracil, de ca-<br />
bellos loiros e olhos de turquêza,<br />
brilhando, dôces, numa pallidêz de<br />
camélia.<br />
E um encanto que não se exprime,<br />
mixlo de ardôr e de timidez,<br />
de audacia e de receio, que nos im-<br />
se quizerom ser sinceros dirão também—<br />
que as mulheres hespanholas<br />
são as únicas mulheres do mundo.<br />
Que eu bem os vejo borboleteando<br />
incessantes em volta da cham-<br />
ma incendiária. . .<br />
Talvez que na próxima carta me<br />
resolva a ser mais claro.<br />
*<br />
Toiros no domingo. O enthusiasmo<br />
pela corrida é grande, embora<br />
a anterior fosse detestável. E, digo<br />
mais, ainda que se soubesse que<br />
esta corrida dagora seria como a<br />
anterior, ainda assim o enlhusiasmo<br />
seria o mesmo.<br />
Porque a nós, portuguéses, dêem-<br />
nos toiros e mulheres formosas...<br />
Fernão Silvestre.<br />
O estado das nossas relações com a<br />
França não é neste momento absoluiamente<br />
cordeal. A própria recusa da<br />
cotação das obrigações da Companhia<br />
Real, que provém da opposição do<br />
gabinete de Paris, demonstra esta si-<br />
tuação pouco agradavel. Com a Allernanhi<br />
também não se pode dizer que<br />
estejamos em grande cordealidade de<br />
relações. Ahi, além de muito mais, é<br />
prova o officio insolente que a Darmstadt<br />
Banque nos enviou ácerca do<br />
empréstimo municipal e que o sr. Hin-<br />
Ize Ribeiro humildemente mandou informar<br />
á camara de Lisboa. Aquelle<br />
banco nunca procederia assim sem<br />
beneplácito do governo de Berlim.<br />
M is o sr. Soveral usa as mais deleitosas<br />
toilettes d'este pais e conta a<br />
el-rei os mais famigerados carapelõus<br />
ácerca do príncipe de Galles.<br />
homem é aquillo!<br />
Grande<br />
Na alfandega de Lisboa furam despachadas<br />
livres de direitos trinta e seis<br />
caixas com tecidos de sedas, setins,<br />
quiuquilherias, madeira em obra, louça,<br />
etc., para o sr. Horta e Costa, governador<br />
de Macau, e embaixador<br />
extraordinário em S'ão, e aclualmente<br />
de licença no reino.<br />
Não sabemos se este caso extranho<br />
esiá previsto nas leis, se o está, é um<br />
privilegio inqualificável com que se<br />
deve acabar.<br />
Dr. Rodrigues de Freitas<br />
pulsiona e nos afasta, que nos ar-<br />
Vá, senhores, isto é a maré do rasta e nos repelle. Porque é domi-<br />
carvoeiro!<br />
nador e irresistível o typo de for-<br />
Á viuva d'este illustre homem de<br />
mosura hespanhola.—Mulheres es-<br />
sciencia e saudoso republicano, ditidos médicos, para prestigio e gloria Velocípedes em Portugal culpturaes, de linhas nobres e serigiu<br />
a Associação dos Logistas de da caranguejola inepta, que ahi es- Já no nosso país se fabricam esveras, ao mesmo tempo que attra-<br />
Lisbôa a seguinte mensagem, tão teve em gáudio a riscar elevadores, tas commodas e elegantes machihentes e suaves, feitas de rigidez<br />
singella como nobre:<br />
em sortes de saltimbanco para ennas, que estão produzindo uma re- severa e que se curvam em ondulatreter<br />
a pasmaceira.<br />
volução nos meios de transporte ções felinas; de olhos negros tene-<br />
Por prazer e por necessidade, o des-<br />
Mas a actual vereação, pelas<br />
involvimento deste ramo do sport<br />
brosos, ora jparados numa indiíFe-<br />
sympathicas affinidades de crenças está attingindo em Portugal prorença gélida, ora acariciadores e<br />
communhão de artifícios de fé porções notáveis, sem comtudo po- dolentes, cheios de morbidezza a re-<br />
Colyseu Figueirense<br />
patriótica, tendo aceitado espontader comparar-se com o que se dá çumar damor; de cabellos opulenneamente<br />
em herança o encargo de noutros países, onde, do ministro tos, onde a tentação se aninha, co-<br />
beneficiar a cidade, soube bem o ao amanuense, do general ao solroando triumphanlemente a obra<br />
dado, do embaixador ao bolelinei-<br />
que fez.<br />
ro, médicos, negociantes, caixeiros,<br />
prima da carne, onde a seducção<br />
Ede certo tem inscripto no seu a aristocracia, os burgueses, os bu- se acoita; a formosura das mulhe-<br />
programma mais alguma coisa do rocratas, todos se entregam aos prares hespanholas, que por toda a<br />
que desenhar no papel vastos plazeres e ás commodidades da velo- parle dominam e triumpham, imnhado<br />
de dois picadores de vara<br />
nos de melhoramentos, para uso<br />
cipedia.prime<br />
a este canto perdido no ex- larga, que exhibirão nesta corrida<br />
dos vindouros!<br />
Mas em Portugal não tardará que tremo occidente da península, um os seus trabalhos, ainda pouco vistos<br />
também todos, preconceitos fóra, de<br />
Plano de melhoramentos, que<br />
encanto irresistível.<br />
em Portugal.<br />
camisola e calção, curvados sobre a<br />
nos palpita, deverão lembrar os pla- machina, levem a correr esta vida, E eu, desprezando os homens e<br />
nos estratégicos do general Fritz!. porque hoje, em toda a parle, a Vi- adorando as mulheres, vou alimen- Nova Urina commercial<br />
Emfim, a camara reconhece comctoria cabe ao mais veloz.<br />
tando na minha alma esta admiração Por escriplura particular, reconosco<br />
a necessidade impreterível Já se fabricam velocípedes em profunda que liga á Hespanha o meu nhecida pelo tabelhão d'esta cidade<br />
d'esse serviço, e vai remendando.<br />
Portugal; — é a primeira condição<br />
affecto.<br />
José Lourenço da Costa, e registada<br />
para entre nós se vulgarizar o seu<br />
Somente é necessário reunir em<br />
uso.<br />
Claro é que não sou eu o único. no tribunal do commercio, associou<br />
uma só essas parcellas de esforço.<br />
Serei uma nota que vibra forte na o sr. Antonio Augusto da Silva a<br />
Como na conhecida anedocta.<br />
sua casa commercial de calçado e<br />
orchestração d'amor que é formada<br />
0 pintor Perraull era desde<br />
Contribuição annullada<br />
cabedaes, da rua dos Sapateiros, seu<br />
por todas as almas ardentes da mo- filho e nosso prestimoso amigo o<br />
muito solicitado para almoçar com • Como fieis chronistas que temos sido cidade portuguêsa. E, como eu,<br />
da viagem triumphal do sr. Madeira<br />
sr. Manuel Augusto da Silva, que<br />
um amigo de infancia, que habitava Pinto a Budapesth, e ainda no desem- amigos nossos e muito meus dile- já ha muitos annos geria este impor-<br />
nos arredores de Paris. Um dia pés penho d'essa missão gratíssima ao ctos, que nesta praia vão acalmar tante estabelecimento.<br />
nosso coração, temos a honra de par-<br />
a caminho.<br />
ticipar ao respeitável publico que s« nas ondas a ardência do sangue a A nova firma girará de hoje em<br />
diante sob a razão social de Silva<br />
Foi recebido com effusão. Sómen- ex." ja regressou a penates.<br />
estuar, embora queiram apparente<br />
o apregoado almoço constou d'um Não se flíeram convites especiaes<br />
& Filho.<br />
ar o contrario, em obediencia<br />
para o bota-dentro, por expressa re-<br />
Desejamos-lhe todas as prospe*<br />
pão e um ôvo!...<br />
commendação do recemvindo. absurda ás conveniências sociaes, ridades,<br />
Em beneficio da Santa Casa da<br />
Misericórdia de Buarcos, realiza-se<br />
hoje nesta importante praça a 2. a<br />
corrida da presente época.<br />
Serão lidados pelos mais distinctos<br />
artistas nacionaes e extrangeiros<br />
10 bravíssimos louros das manadas<br />
do acreditado ganadero das<br />
Caldas da Rainha o sr. Faustino da<br />
Gama.<br />
E cavalleiro nesta corrida o primoroso<br />
artista Fernando d'Oliveira.<br />
Simulará a morte do touro o<br />
celebre matador de novilhos Juan<br />
Ripoll (Orazes) que vem acompa
Prevenção<br />
Communicam-nos que foi prorogado<br />
até ao dia 31 do corrente o prazo para<br />
os donos dos estabelecimentos considerados<br />
insalubres, incommodos ou perigosos<br />
se munirem da respectiva licença,<br />
se, é claro, a não tiverem ainda.<br />
Passado este prazo, serão obrigados ao<br />
pagamento da multa que a lei lbes<br />
impõe os que forem encontrados sem<br />
licença.<br />
São considerados insalubres, incommodos<br />
ou perigosos os estabelecimentos<br />
seguintes:<br />
Caldeireiros, depositos de carvão,<br />
depositos de lenba, depositos de petroleo,<br />
depositos de madeiras, depositos<br />
de palha, depositos de trapos, estalagem<br />
para guarda d'animaes, fabricas de<br />
cortumes, fabricas de polvora, fabricas<br />
de tecidos, fogos de artificio (fogueteiros),<br />
fornos de coser pão, latoeiros,<br />
refinações de assucar, serralheiros ou<br />
ferreiros, tanoeiros, fabricas de fundição<br />
de ferro, etc...<br />
Foi participado para juizo, que<br />
duas mulheres de Castello Viegas,<br />
mãe e filha, injuriaram ha dias o<br />
parocho da freguezia, quando este<br />
ao Lavabo da missa, agradecia aos<br />
seus freguezes a sua eleição para<br />
juiz d'uma confraria ali erecta.<br />
Desabafos eleitoraes.<br />
Pelo amor<br />
Um moço oflicial d'hussards. descendente<br />
d'uma aristocrática familia húngara,<br />
o conde A> thur Csalsy Pallavicini,<br />
suicidou-se ha poucos dias por amor.<br />
Conheceram as celebres irmãs Harris<br />
son, que o anno passado, nos circos,<br />
faziam a alegria dos novos e ainda<br />
mais a dos velhos com urnas cançonetas<br />
gaiatas? Soberbas raparigas de trages<br />
ligeiros e olhos de tentação... Pois<br />
por uma d'estas, então de passagem<br />
em Budapesth, apaixonou-se doidamente<br />
o pobre oflicial d'hussards, que<br />
morreu por não po^r casar com ella.<br />
A sua ultima recommendação foi:—<br />
«IVço a miss Etel Harrisson que acompanhe<br />
o meu caixão á cova, e que de<br />
ponha nelle um beijo !»<br />
E ella foi, e beijou o caixão, debulharia<br />
em lágrimas, e depôs sobre elle<br />
um ramo de flôres de larangeira.<br />
Symbolizou assim, sem dúvida, a<br />
candida ingenuidade do pobre moço.<br />
Ima receita ulil e simples<br />
Todos sabem como os animaes são<br />
perseguidos pelas moscas e outros in<br />
sectos nos dias de calor, perseguição<br />
por vezes tão insistente e tenaz que<br />
chega a desesperar os animaes perseguidos.<br />
29 Folhetim da RESISTENCIA<br />
Pois é facílimo obstar a este incon<br />
veniente que tanto prejudica e fatiga<br />
o gado.<br />
Basta fazer ferver du r ante cinco mi<br />
nutos um bom punhado de folhas de<br />
louro num kilogramma de manteiga de<br />
porco, e depois untar com ella, no sen<br />
lido do pêllo, o corpo do animal.<br />
Quando se atrella um cavallo ao carro<br />
deve-se esfregar muito bem, an<br />
tes de apparelhado, com esta banha<br />
assim preparada Ha a certeza de que<br />
nenhuma especie de mosca lhe tocará<br />
Em França ha muito tempo que se<br />
de ensino primário d'estp estabelecimento<br />
durante a feira de S. B^rtholomeu,<br />
de 20 a 30 do corrente, para<br />
abrirem novamente na 2. a feira de 31<br />
de agosto.<br />
0 mgmento de frequencia e o desejo<br />
de dotar esta cidade com um estabelecimento<br />
que satisfaça por completo a<br />
todas as exigencias do ensino moderno<br />
levam-nos a estabelecer já desde o<br />
principio de outubro a divisão dos<br />
alumnos de instrueção primaria em<br />
classes tendo cada classe.' um professor<br />
especial e aula independente das<br />
das outras classes.<br />
Dos methodos e material de ensino,<br />
cuidadosamente organisados, poderão<br />
a.i pessoas interessadas tomar conhecimento<br />
visitando esta casa.<br />
0 collegio Académico lem durante<br />
as ferias professores legalmente habi<br />
litados para leccionar as differentes<br />
disciplinas do antigo curso dos lyceus,<br />
estando já a funccionar algumas aulas.<br />
Brevemente publicaremos a relação<br />
do pessoal docente para o ensino pri-<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
mario, secundário e commercial no<br />
proximo futuro anno lectivo, bem como<br />
o relatorio dos trabalhos do corrente<br />
anno e dos bons resultados colhidos<br />
na finda epocha de exames.<br />
Coimbra, 19-8-96.<br />
O director do Collegio Académico.<br />
José Falcão Ribeiro.<br />
Declaração<br />
Coimbra, 22 de agosto de 1896.<br />
Joaquim Maria Ferreira<br />
Joaquim Teixeira de Sá<br />
Adolfo Ferreira.<br />
Bibliographia<br />
Jornal de Viagens e aventuras de<br />
terra e mar. — Recehemos o n.° 20 d'este interessante<br />
jornal que se publica no Porto, sob<br />
a direcção do sr Deolindo de Castro.<br />
O numero que acabamos de receber contém<br />
os seguintes artigos:<br />
Textn — Inglêses e negros : A guerra dos<br />
matabelles.—Historia da Geographia: Origem<br />
do Canal de Suez.—O Castello da Feira. — O<br />
perigo amarello. — Thermas e praias: Caldellas.<br />
— Colon-s em Moçambique.—Caçadas ao<br />
leão—As grandes aventuras: Sem-Cinco-Reis.<br />
— Moçambique. — A instrueção nacional: O<br />
ensino da lingua pelo alphabéto natural.—No<br />
coração da Africa: No país dos elephantes. —<br />
Pelas colonias. — Pelo mundo : Novos jazigos<br />
de enxofre, O botânico padre Delavay, Restaurantes<br />
vegetareanos.—A Inglaterra ameaçada,<br />
Polo nnrte, Menelick e Leão XI ti, O consumo<br />
do vinho, Na nossa Africa: A rebellião<br />
dos Bangalas, Pequenas noticias.<br />
Gravuras—O algoz segurando para traz com<br />
a mão esquerda a testa da victima... —A<br />
vegetação em Caldellas. — Ponte romana do<br />
Homem. — Egreja do Coucieiro. — Leão da<br />
Argélia. — Mistress Claudia, com os dilatados<br />
pelo espanto... —Um bando de elephantes<br />
desceu até á praia...<br />
Preço da assignatura : trimestre, 730 réis ;<br />
.Assignatura s — Seis mezes, 8 fr., um<br />
anno, 14 fr. A c signa-se:— 1.° em todas as estações<br />
de correio das colonias francezas, da<br />
Bélgica, Dinamarca., Italia, Suissa, Paizes Baixos,<br />
Suécia, Noruega e Portugal; 2." nas livrarias<br />
que têm correspondente em Paris; 3.° por<br />
meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />
Os dez primeiros annOs cu*tam<br />
1 Ott fr., accrescendo O porte.<br />
Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />
administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />
Cogido do Processo Commercial<br />
APPROVADO POR<br />
Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />
Preço 200 réis<br />
Á venda na Imprensa da Universidade<br />
DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />
A minha administração<br />
dos Hospitaes da Universidade<br />
1 volume—Preço 1$000 réis<br />
Constrncções hospitalares<br />
(Noções geraes e projectos)<br />
1 volume com 10 estampas — Preço 1&000<br />
réis<br />
faz uso d'esle processo, de que se tem<br />
tirado enormes vantagens, e conta-se<br />
que em Strasburgo os marchantes engorduram<br />
todas as manhãs as paredes<br />
dos açougues junto das portas e janellas,<br />
e que conseguem assim que não<br />
haja nem uma só mosca sobre as carnes.<br />
Como vêem, o processo é simples e<br />
barato, e vale a pena experimentá-lo.<br />
Retira hoje em companhia de sua es<br />
posa e interessante filhinho, para Vien<br />
na d'Austria, onde vae fixar residencia,<br />
o sr. Emilio Iock, que foi durante<br />
alguns annos professor distinctissimo<br />
da cadeira de Mechanica na Eschola<br />
Industrial Brotero.<br />
Admiradores do seu bello caracter<br />
sentimos esta resolução de s. ex. a Os signatarios, lendo no ultimo<br />
províncias, 800, (pagamento adiantado). Reconstrncções e novas constrncções<br />
numero da Correspondência de Coim- Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />
bra uma portaria do sr. Reitor da Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 29,<br />
dos Hospitaes da Universidade<br />
ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />
Universidade qué os declara demit- Porto.<br />
1 volume com 2 estampas e 11 gravuras no<br />
tidos do quadro do pessoal da im-<br />
texto—Preço 600 reis<br />
prensa annexa a este estabelecimento<br />
scientifico, vêm publicamente<br />
Histologia e Physiologia dos mnscnlos<br />
declarar o seguinte: Revue des Journaux Secção I—Histologia dos musculos<br />
1.° Que não é exacto (como ahi et des Livres<br />
1 volume com 90 gravuras originaes—Preço<br />
se pretende explicar essa arbitra-<br />
500 réis<br />
riedade), que se tivessem «recusa-<br />
12.° anno<br />
do a retomar o serviço do estabe-<br />
Á venda na Imprensa da Universi-<br />
Recommendando aos nossos leitores esta<br />
lecimento depois de competentemen- excellente revista hebdomadaria, prestamos dade.te<br />
reclamados pela administração lhe com certeza uma indicação importantissi<br />
ma, porque esta puhlicação é a mais curiosa e<br />
2.° Que efectivamente terminou amais interessante da nossa epocha. Reproduz,<br />
em cada domingo o que de mais notável apa-<br />
o prazo das licenças, para estarem rece diiamte a semana em jornaes e livros:— F. Fernandes Gosta<br />
ausentes d'essa officina, em confor Artigos de smsnção, Noticias, Contos, Chronicas,<br />
Actualidades, Curiosidades scientificas, Co-<br />
e midade com o artigo 116.° do renhecimentos úteis, Romances, etc.. etc., bem co- ADVOGADO<br />
d'aqui lhe enviamos as nossas despegulamento, mas que antes d'essa mo numerosas gravuras da actualidade: retradidas,<br />
fazendo votos pela sua felici<br />
tos. acontecimentos do dia etc.<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
dade.<br />
data pediram a prorogaçâo d'essas Em folhetos publica a Revista dois ro-<br />
licenças ao sr. administrador e ao mances de um alto interesse emocionante,<br />
como todos os que tem publicado a Revista<br />
sr. Reitor, petição essa que contra e que tám sido acolhidos pato publico com o<br />
a. lettra do mesmo artigo regula-<br />
Reptis e amphibios da Península<br />
maior favor.<br />
Collegio Aeademieo mentar lhes foi indeferida.<br />
A collecção dos 10 primeiros annos da Ibérica e especialmente em Por-<br />
Revue des .fonrnax contém mais de<br />
Tendo algumas famílias pedido que 3.° Que, não concordando com 4:000 novellas litterarias e contos diversos, tugal<br />
assignados pelos mais illustres e escriptores.<br />
haja aulas de ensino primário durante essa injusta negativa, deliberaram romances compMos de Alphonse Daudet, Hen-<br />
POR<br />
o mês de setembro, mas sendo indis- recorrer ás estações superiores para ri Rorhefort. Octare Feuillet, Ludovic Halévy,<br />
pensável dar algum deseanço ao pes-<br />
Hector Mallnt, Gvy de Maupasant, Paul Bour- M. Paulino d'Ollveira<br />
lhes serem garantidos os seus disoal<br />
docente, extenuado de um anno<br />
get Emile Zola, etc., etc. A colle.-ção composta<br />
inteiro de trabalho, fecham as aulas reitos.<br />
de 10 magníficos volumes de 825 pag., con- Lente cathelralico de Zoologia e diretendo<br />
matéria de mais de 100 volumes, solictor do Museu zoologico da Universi-<br />
Nesta situação, considerando-se damente encadernados, vende-se a 14 francos dade<br />
ainda como empregados da mesma o volume.<br />
PREÇO, 400 RÉIS<br />
imprensa e portanto subalternos do Rrindes « — Um retrato a oleo do assi- A' venda na Imprensa da Universi-<br />
sr. Reitor, abstêem-se por disciplignante. e nm outro em carta-alhum. Um livro<br />
de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 80., e um dade.na<br />
e respeito de fazer commentarios de 2 fr., para os assignanles de 1 anno, 6 me-<br />
á referida portaria.<br />
zes e 3 mezes respectivamente.<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5 0 anno de Direito, continúa<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
e Philosophia.<br />
Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />
Lições de hygiene publica<br />
PELO<br />
DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />
PREÇO, 10000 RÉIS<br />
Á venda na Imprensa da Universr<br />
ade.<br />
abandonou mais a janella. Não tardou<br />
a vêr sair Hermann com outro individuo,<br />
mas esse outro não se parecia<br />
nada c<br />
JOÃO DÂS GALÉS<br />
XIX<br />
O que havia feito Gribeauval<br />
Dirigiu-se ao hotel Mangelle e tomou<br />
ahi um quarto que pagou adiantadamente<br />
porque não levava bagagens.<br />
Em cada um dos hotéis Bellevue,<br />
Britannique e Europa alugou quartos<br />
nas mesmas condições. Depois começou<br />
em idas e vindas entre estes<br />
boteis, fazendo-se servir ora num ora<br />
noutro, expiando, e disfarçando se o<br />
mais possível.<br />
Uma tarde, quando sala do hotel<br />
Bellevue viu destacar se na porta uma figura<br />
que o impressionou.<br />
— 0 homem que me seguiu no dia<br />
do leilão, murmurou.<br />
Dirigiu-se ao porteiro:<br />
—• Aquelle sujeito que está acolá não<br />
é M. Cornier?<br />
— Não, é um medico francês, M.<br />
Hermann.<br />
— Ah!<br />
Lucien sabia lhe o nome,<br />
— Entre Hermann e Villedieu, disse<br />
para si, ha pontos de contacto. Hei de<br />
encontrar Villedieu aqui.<br />
Pol ao hotel de France buscar "os<br />
Seus fatos, pediu um quarto na parte<br />
tia frente do hotel de Bellevue, e não<br />
i De tarde, Lucien viu partir Hermann<br />
e d'Esprignolles.<br />
A' pressa, escreveu numa das fo-<br />
m Villedieu.<br />
lhas da sua carteira: «Parti forçada-<br />
Lucien desceu a consultar o quadro mente. Enviarei telegramma.»<br />
dos viajantes. Havia ali um nome de — Entregareis isto, ás pessoas que<br />
novo.<br />
vierem ámanhã de manhã procurar-me.<br />
— 0 cavalheiro d'Esprignolles, leu De Anvers mandou-lhe o telegram-<br />
Gribeauval.<br />
ma seguinte:<br />
Dirigiu se ao porteiro :<br />
— Dizei-me, quem é este cavalheiro<br />
«Homens vão para a Hollanda. Parti.<br />
d'Esprignolles ?<br />
Que um de vós fique na linha, onde o<br />
— Dm amigo de M. Hermann, um<br />
encontrarão indo de gare em gare,<br />
francês, senhor, que. apenas chegou<br />
Simien. Que Mahon vá para Rotterdam,<br />
perguntou pelo doutor,<br />
lotei Lejgraaf, e Ducrot para o hotel<br />
— É Villedieu, disse para si Lucien.<br />
da Europe, na Haye; eu sigo-o ; (tele-<br />
Dirigiu-se immedialamente ao te'egrapharei para estes pontos. Aloja»<br />
grapho e expediu o seguinte telegramma<br />
:<br />
«Ao procurador da Republica.—Paris.<br />
«Enviae immediatamente, homens e<br />
ordens, achei o criminoso »<br />
Duas horas depois recebia esta resposta<br />
:<br />
«0 procurador da Republica em Paris<br />
á M. Lucien Gribeauval, hotel Bellevue,<br />
Bruxellas.<br />
«Ponho ás vossas ordens Simien,<br />
Ducrot e Mahon. Chegarão ámanhã de<br />
manhã hotel.»<br />
— Por certo que chegarão tarde,<br />
disse Gribeauval. Ê preciso prendé-lo<br />
a todo o custo para libertar a mulher.<br />
- -<br />
me-hei hotel Pays-Bas, se elle me levar<br />
até Amsterdam. Parti logo. Têm<br />
estes signaes: Fato preto, pardessus<br />
pardo, uma pequena mala côr de castanho,<br />
fechos de cobre; cabeça redonda,<br />
olhos pardos vivos, cahellos e barnegros.<br />
Altura l m XX<br />
Contou a d'Esprignolles 100:000<br />
ranços em notas de banco hollandê-<br />
Continuação da Odyssea sas e entregou lhe um cheque de um<br />
de João das Galés<br />
milhão pagavel á vista na casa Rottschild,<br />
em Paris.<br />
Tendo encontrado o que procurava, — Nós vamos prevenir a casa Rot-<br />
Gribeauval pêz-se em observação. tschild, disse Samuel Mergbach, que<br />
M. de Villedieu saiu do hotel. vos pagará logo que chegueis a Paris.<br />
Elie seguiu-o.<br />
Vamos enviar-lhe immediatamente o<br />
DEsprignolles, reflectindo, disséra : talão do cheque dentro da carta de<br />
— Esta cara é a de Lucien Gribeau- aviso. Não tendes inconveniente em<br />
val. Pois se julgas apanhar-me, tu, meu receber d'este modo o vosso dinheiro?<br />
pequeno, não sejas mau, e, se quize- — Não, respondeu d'Esprignolles.<br />
res sê-lo, acautela-te, ha muitos ca- Pegou nos valores e voltou por um<br />
naes aqui e por a mais estreita aber- pequeno canal, o Raam, que vae de<br />
tura dos parapeitos.. . far-te-hei mer- Owanen Burgwal a Kloveviers Burgwal.<br />
gulhar no Rokin.<br />
^o caminho appareceu-lhe Griheauval.<br />
Quando se viu seguido, como co- —Oh! d'estavez, pensou, tanto peor<br />
nhecia perfeitamente Amsterdam, onde para elle.<br />
tinha vindo varias vezes para vender Começou a andar muito devagar<br />
jóias; e como Amsterdam é uma cida- atraz de Gribeauval que, tendo-se volde<br />
onde é facll esconder-se, qualquer tado e não o reconhecendo continuou<br />
jessoa, desnorteou facilmente Lucien, o seu caminho.<br />
,70 centímetros.» e chegou só a San Anthonie.<br />
DEsprignolles, com uma pancada<br />
Samuel Mergbach perguntou-lhe por- nas pernas e um encontrão, atirou o<br />
que é que tinha voltado tão cedo. ao canal.<br />
Em Anvers, Gribeauval esperou Vil- — Preciso receber o meu dinheiro — Chafurda para ahi.<br />
edieu no caminho de ferro, emquanto antes da partida do ultimo trem, disse Dirigiu-se apressadamente para o ho-<br />
que Hermann e elle partiam pelo va- d'Esprignolles.<br />
tel, pagou a sua conta e saiu logo, lepor,<br />
e os perdia assim de vista em — Ê impossível.<br />
vando uma pequena mala de mão que<br />
Rotterdam. Percorreu successivamente — Preciso absolutamente d'elle. Ide, havia comprado durante a viagem.<br />
a Haye e Amsterdam, e, de repente, eu espero-vos aqui. Fazei os esforços Gribeauval entretanto estava meio<br />
encontrou aquelles que procurava no necessários para isso, e, se me uão enterrado na lama immundae mal chei-<br />
hotel dos Pays-Bas.<br />
podeis pagar, partirei com os brilhanrosa que cobria o fundo do canal. Feliz-<br />
Telegraphou immediatamente para o tes para outra parte. Aqui não estou mente era excellente nadador. Voltou á<br />
hotel Lejgranf e para o hotel Europe seguro.<br />
superfície e dirigiu-se para o lado de<br />
a Mahon e Ducrot a fim de seguirem Samuel Mergbach saiu e voltou pas- Rloveniers.<br />
para Amsterdam.<br />
ado uma hora,<br />
(Continte/,
Arrematação<br />
(2 . a publicação)<br />
13 Mo dia 30 do corrente mês,<br />
ll de agosto, pelas 11 horas<br />
da manhã, á porta do Tribunal<br />
de Justiça d'esta comarca, e<br />
pela execução de sentença commercial<br />
que a firma Santos &<br />
Brito d'esta cidade move contra<br />
a Corporação de Salvação Publica,<br />
também d'esta cidade e<br />
que corre seus termos pelo<br />
cartorio do escrivão José Lourenço<br />
da Costa, voltam pela<br />
segunda vez á praça e serão<br />
entregues a quem maior lanço<br />
offerecer, além de metade do<br />
valor em que foram avaliados,<br />
os objectos seguintes:<br />
Um carro de material d'incendios,<br />
avaliado em 1800000<br />
réis, vae á praça em 900000<br />
réis.<br />
Uma bomba para incêndios,<br />
avaliada em 2500000 réis, vae<br />
á praça em 1250000 réis.<br />
Uma carreta de mangueiras,<br />
avaliada em 900000 réis, vae<br />
á praça em 45)51000 réis.<br />
Pelo presente são citados<br />
quaesquer credores incertos.<br />
Verifiquei a exactidão<br />
O juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
Casa em bom local<br />
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Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca «»;_ U M A F O L H A de s9í nn5 Os leitores da REVISdias<br />
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TA, além do texto, compre-<br />
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THEATRAL<br />
ILLUSTRADA<br />
Critica, Historia, Estudos e doutrinas,<br />
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REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO<br />
l\. Nova do Carmo, 76, 2 o —LISB0V<br />
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de estados sociaes<br />
2.° ANNO<br />
chias inglésa, austríaca e italiana, tomou<br />
na mesma épocha a iniciativa d'uma<br />
proposição de armistício para se eleger<br />
a assemblêa nacional em França.<br />
| Foi a Europa inteira que, ainda antes<br />
! de votada a RepuMi
As restaurações artísticas<br />
< EM<br />
C O I M B R A<br />
x<br />
A Sé Velha. A restauração da Sé<br />
Velha é um facto único pelo interesse<br />
que despertou em todo o país.<br />
A volta d'ella andavam architectos,<br />
litteratos, e archeologos. 0 velho<br />
monumento era desenhado e<br />
descripto e pela primeira vez appareciam<br />
documentos d'um alto valor<br />
historico, procurados com muito trabalho<br />
e discutidos serenamente, honestamente.<br />
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RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
A. A. Gonçalves acha que o respeito<br />
pela Arte obriga o artista a<br />
dar aos velhos monumentos a sua<br />
feição antiga.<br />
D'um monumento deve retirar-se<br />
tudo o que não deixe vêr rapidamente<br />
as linhas geraes da construcção,<br />
tudo o que prejudique o effeito<br />
que o artista sonhou e que realizou.<br />
<strong>Obra</strong> de decoração posterior ao<br />
acabamento d'um edificio é obra<br />
condemnada..<br />
O respeito pela Arte impõe a todos<br />
o limparem os velhos monumentos<br />
de todas as obras que a piedade<br />
e o culto dos mortos fizeram le<br />
vantar, perturbando a harmonia da<br />
construcção primitiva.<br />
As paredes, que foram feitas para<br />
serem pintadas, não podem ser cobertas<br />
d'azulejos, embora o valor<br />
artístico dos azulejos seja grande.<br />
É este também o modo de vêr do<br />
sr. Antonio A. Gonçalves como o<br />
indicam os trabalhos encetados que<br />
nós seguíamos, applaudindo.<br />
Nunca se viu uma coisa assim.<br />
Os jornaes não fallavam senão do<br />
que se encontrava na Sé Velha.<br />
De fóra vinham artistas vêr e estudai,<br />
faziam-se desenhos, pintavam-se<br />
quadros.<br />
O sr. conego Prudencio revolvia<br />
os archivos da Sé e ía publicando<br />
documentos sobre documentos que<br />
iam elucidando as obras que durante<br />
séculos emprehenderam Bispos,<br />
decorando JCíj a do Senhor.<br />
A. Ribeiroatneu.iVasconcellos andava<br />
colliging® ! u scripções tumulares<br />
e publica Os seus trabalhos<br />
no Instituto.<br />
Um dia todo o alto funccionalis-<br />
CARTA DA FIGUEIRA<br />
Sein intuito de levantar contenda,<br />
mas com o fim único de não coarctar<br />
a liberdade de opiniões na questão<br />
sujeita, accedemos, gostosamente, ao<br />
pedido que um cavalheiro, actual<br />
mente a banhos na Figueira, nos faz,<br />
da publicação de alguns reparos que<br />
lhe suggeriu a leitura da carta que<br />
d'aquella praia nos enviou o nosso<br />
prezado correspondente Fernão Silvestre,<br />
e que foi publicada no numero<br />
passado da Resistencia.<br />
Figueira, 25 —VIII —96.<br />
... Sr. redactor: — Em inconti<br />
nencias de enlhusiasmo, altenlatorio<br />
das graves cogitações da sociedade<br />
Primeiro de Dezembro, o correspondente<br />
da Resistencia nesta cidade,<br />
rendido á descrição, procla-<br />
mordeduras do arrependimento, se<br />
hontem na praia, quando o disco<br />
coruscante do sol tombava no horisonte<br />
de purpura, ouvisse a indulgência<br />
generosa com que eram perdoados<br />
os exaggeros da sua culpa<br />
pela mais encantadora, a mais angelical<br />
e doce creatura que se tem<br />
abrigado sob este ceu de Portugal!<br />
E porque ha de desfazer-se a miragem<br />
dos seus enganos, deixo-o<br />
entregue ao remorso, sob o peso<br />
d'esta sentença de Chamfleury:<br />
«L'amour est un commerce orageux,<br />
qui finit toujours par une banqueroute.»<br />
Começou dirigindo a restauração<br />
ma vehemenle de fecundia !iitera-<br />
o sr. Estevão Parada, homem traria<br />
os explendores da formosura<br />
balhador e honesto, com vontade de<br />
hespanhola, que «imprimem a este<br />
fazer uma obra boa, sem errar.<br />
canto perdido no extremo Occiden-<br />
Conhecendo bem o nosso caratal<br />
da peninsula (Figueira da Foz)<br />
mo de Coimbra foi assistir á abercter,<br />
como um grande prático do<br />
um encanto irresistível.»<br />
O que primitivamente era simtura dos tumulos de dois bispos.<br />
serviço dobras publicas, emprehen-<br />
Nada teria que vêr com estas laples,<br />
não pôde decorar-se, embora A gloria para os emprehendedobarêdas d'um coração de isca alcadeu<br />
a restauração muito devagar, a decoração seja sumptuosa e de res da restauração era clamada por troada, subtrahido á vigilancia po-<br />
por fórma a que no velho monumen- alto valor artístico.<br />
todos; até a Coimbra Medica fallava liciai do fisco,—não sendo bombeito<br />
se não interrompesse o culto. A piedade que hoje não faz ca- mal, e eu ria-me...<br />
ro, nem accionista de emprêsas de<br />
thedraes, nao pode abrir capellas e<br />
seguro sobre vidas, —se esta pecha<br />
Um dia que elle foi para o Porto,<br />
de exotismo ibérico não ferisse os<br />
nichos nos templos antigos feitos De quê? De qualquer coisa, eu<br />
Antonio Augusto Gonçalves, dr. José<br />
melindres da independencia nacio-<br />
num grande amor darte, numa gran- rio-me muito facilmente..<br />
nal, tanto quanto a parcialidade do<br />
Nazareth, conego Prudencio Garcia, de adoração, numa crença funda.<br />
dictame offende o sentimento esthe-<br />
e eu entrámos na Sé Velha, corre-<br />
Dos templos românicos devem<br />
tico da justiça.<br />
mos e sondamos tudo, e de repente<br />
Pois com a entrada do sr. dire-<br />
banir-se as decorações golhicas j<br />
Fernão Silvestre na febre erótica<br />
surgiu a necessidade d'uma grande<br />
ctor das obras publicas, o sr. cone-<br />
como dos templos gothicos se devem<br />
de aventuras sensuaes tudo quanto<br />
obra, emprehendida serenamente e<br />
go Prudencio deixou de escrever, o vê são generalizações d'uma ima-<br />
retirar as obras da renascença.<br />
que levaria annos a terminar.<br />
sr. A. Ribeiro de Vasconcellos largem fixa.<br />
Para conservar essas obras, digou o Instituto e veiu para o Tribu- Sabe-sel. . .<br />
gnas de vêr-se, e que é necessário no Popular gritar contra a restau- E nessa estacada da Praça Nova<br />
O sr. Bispo-Conde visitando a Sé estudar, ha os museus, onde elração, o sr. dr. JoséNazarelhcançou- não surgem um Magriço e os onze<br />
Velha e vendo o que nós fizéramos, las são preciosamente conservadas,<br />
companheiros, que lancem pregão e<br />
se de aconselhar e calou-se, Anto-<br />
sorriu e disse na sua voz forte e escrevendo-se a sua biographia,<br />
repto, não em offensa ás damas hesnio<br />
Augusto Gonçalves abandonou<br />
boa:— «Andam cá tantos caçadopanholas,<br />
mas em pról das lusita-<br />
analysândo-as, marcando-lhe o va- a direcção artística da restauração,<br />
res! Caçaram muito?»<br />
nas, deprimidas pelas imprudências<br />
lor, as^ignalando-lhe o logar na evo- o sr. Bispo-Conde ficou... a ralhar. silvestres de Fernão I. . .<br />
E sorria, para os velhos tumulos lução artística de cada país.<br />
Pois quê! Silvestre rendendo á<br />
que o nosso cuidado puzera a des-<br />
belleza um culto desinteressado e<br />
coberto.<br />
O sr. director das obras publi-<br />
leal, não encontra na Figueira mu-<br />
Esta opinião é um pouco diffecas desconsiderára toda a gente que lheres formosíssimas, mais que as<br />
rente da minha.<br />
O sr. Estevão Parada riu-se do<br />
se afastou das obras de restaura- patrícias dei Cid?!. . .<br />
Eu acho que o respeito da Arte<br />
que nós fizéramos, e continuou a resção,<br />
Páris de chapéu de palha, en-<br />
impõe a conservação em qualquer<br />
leiado nas ciladas, que em certa<br />
tauração com mais ardor, com mais<br />
monumento de qualquer obra de<br />
noite de luar, ao rumor longinquo e<br />
amor.<br />
A todos, menos a mim. O sr. di-<br />
caracter artístico, embora posterior<br />
melancholico das ondas, amor arrector<br />
tralou-me sempre com toda mou brandamente, ha de entregar o<br />
á edificação do edificio.<br />
Foi então que o sr. director das<br />
a consideração. Levou-me um dia pômo ás filhas de Caslella, sem que<br />
A obra gothica feita para deco-<br />
obras publicas fez retirar de Coim-<br />
a Santa Cruz a vêr as obras, man- vozes de protesto exijam a revisão<br />
rar uma parede romanica, o nicho<br />
bra o sr. Estevão Parada.<br />
dou que na direcção das obras pu- da sentença!?. . .<br />
renascença aberto num templo go-<br />
0 motivo era velho...<br />
blicas me mostrassem todos os pla- Ha palavras suaves, que têm a<br />
thico são, quando obras d'arte, coi-<br />
repercussão dos aggravos. E este é<br />
nos de restauração, ~convidou-me<br />
sas respeitáveis, indicam problemas<br />
o caso.<br />
Mas que se importam vv. ex."<br />
para fazer parte d'uma commissão... Pôde Fernão com o seu tempe-<br />
postos e resolvidos.<br />
com mexericos das obras publicas ?<br />
ramento aventuroso, de flôramarella<br />
E esta a nossa opinião, todavia...<br />
Deixemos o assumpto ás nossas<br />
E por isso que estes^artigos são ao peito, continuar a consumir-se<br />
serventes.<br />
obra da ma»''feia ingratidão. nas salas do Casino, segredando e<br />
Todavia a corrente moderna que<br />
rindo, despertando reparos de des-<br />
I O' . T. C. peito e ciúmes mordazes, e quiçá<br />
Só, o sr. director das obras pu- vem atraz dos trabalhos dos gran-<br />
merecidos (?)..,. O que não póde<br />
blicas começou a hostilizar Antonio des críticos inglêses é a da opinião<br />
Sempre ó muito modesto!<br />
A. Gonçalves.<br />
de A. A. Gonçalves.<br />
Erro que apparecesse — era William Morris apresenta como Diz o nosso prezado collega O<br />
d'elle, dizia baixinho o sr. director; um grande sonho do futuro retirar Paiz:<br />
coisa censurada, nunca se discutia, da cathedral de Westminster, o «O sr. Campos Henriques, que ba<br />
pouco declarou á commissão do cen-<br />
o sr. director limilava-se a sorrir e grande pantheon inglês, lodos os<br />
tenário da índia que o governo não<br />
a dizer: eu não sei nada, elle é quem monumentos funerários levantados podia fazer a Avenida do Aterro aos<br />
manda.<br />
á memoria dos grandes reis, dos Jeronymos, mandou construir em Guimarães<br />
a Avenida Campos Henriques,<br />
E o sr. Antonio Augusto Gon- grandes heroes, dos grandes pen- que custa mais do que a quantia que<br />
çalves ia ficando com as responsasadores, dos grandes poetas e dos aquelle melhoramento indispensável á<br />
cidade de Lisboa custaria!»<br />
bilidades dos erros do sr. director grandes artistas.<br />
das obras publicas que, quando ap-<br />
Ê que á avenida de Lisboa, por<br />
parecia coisa que a opinião publica<br />
certo, não poriam a alcunha que<br />
VV. ex." comprehendem esta<br />
pozeram á de Guimarães.<br />
louvasse, tomava generosamente a enormidade? Um inglês a pedir pelo<br />
paternidade da opinião.<br />
respeito da Arte que se retirem do<br />
pantheon os tumulos das glorias da<br />
Foi exonerado o sub-delpgado<br />
desta comarca, sr. Abílio Duarte<br />
Examinemos, porém, o plano e as patria porque não deixam vêr em<br />
Dias d'Andrade, e nomeado para<br />
idéas que sobre a restauração ex- toda a sua purêza o sonho d*um ar- esse logar o sr. José Maria de Ma*<br />
pendia A, A. Gonçalves,<br />
tista antigo!<br />
galhães Pimentel Cochofel<br />
!<br />
Providencias!<br />
Na terça feira deu-se na linha<br />
de Cintra, em Chellas, um lamentável<br />
desastre, sendo horrivelmente<br />
mutilado pelo comboio e morrendo<br />
instantaneamente, um rapaz de 19<br />
annos, que foi apanhado pela m"achina<br />
do tramway, n.° 277; quarenta<br />
horas antes era esmagada<br />
também pelo comboio, na linha de<br />
Cascaes, em frente do Aterro, uma<br />
pobre mulher.<br />
A repetição d'estes factos revela<br />
claramente quanto eslá sendo descurado<br />
o serviço de fiscalização das<br />
linhas. Bom será que o governo<br />
tome as devidas providencias, se os<br />
syndicatos e divertimentos para isso<br />
lhe deixem tempo.<br />
A expedição á Lunda<br />
Foi ordenado pelo ministério da<br />
marinha que se procedesse criminalmente<br />
contra o major Henrique<br />
de Carvalho e contra todos os commerciantes<br />
que cooperaram com elle<br />
nos grandes escândalos da expedição<br />
á Lunda. A syndicancia que se<br />
fez em Lisboa e Angola descobriu<br />
os mais extraordinários furtos. Não<br />
nos surprehende que elles se déssem;<br />
o que nos surprehende é que<br />
a syndicancia os revelasse e que o<br />
governo mande proceder contra os<br />
seus auctores. Este procedimento é<br />
completamente excepcional.<br />
Acerca d'esle assumpto conta um<br />
jornal de Lisboa que o estandarte<br />
para a pxpedição, que se disse ter<br />
sido bordado e offerecido por uma<br />
commissão de damas, apparece comprado<br />
por 170$000 réis, e que numa<br />
casa commercial de Lisboa se fizeram<br />
os seguintes fornecimentos:<br />
1 piano melodico e accessorios,<br />
415$000 réis; 4 caixas de perfumarias,<br />
62$000; 2 relogios de parede,<br />
79$>000; 7 peças de tecidos<br />
para reposteiros e accessorios, réis<br />
6501000; 4 rewolvers, 373$000;<br />
é esquecer o que deve á patria até 4 espingardas e accessorios, 750$;<br />
a iniquidade de desdenhar em pu- 8:000 cartuchos, 745$000; 4 carblico<br />
as suas conterrâneas, num tucheiras, 68$000; 843 melros de<br />
certamen gratuito, onde a imparcia- setim, 843$000; i chronometro de<br />
lidade não achou logar.<br />
algibeira, 415$000; 36 colheres,<br />
O chronista Fernão Silvestre é 48$000; 3 caixas de gôrros de lã,<br />
bem menos integro, que o seu an- 405$000; uma bicycleta, 192$000;<br />
tecessor Fernão Lopes!<br />
6 peças de bretanha, 305$000; 2<br />
E recordarei a Fernão, — por- canôas de desarmar, 396$000; 6<br />
que sempre a energia das impres- campainhas electricas, 43$000; fasões<br />
novas desperta exemplos vezendas diversas, 249$000; semenlhos,—<br />
que por desígnios menos tes diversas, i27$000.<br />
audaciosos e palavras de menor temeridade,<br />
alguns mancebos mal Accrescenta o mesmo jornal que<br />
contidos morderam o pó em campo só á firma Bensaude, Bacellar e<br />
aberto, diante do estoque vingador Freitas ficou o governo devedor de<br />
da cavalheirosa Maupinl... 54:000^000 réis, sendo 32 contos<br />
Outros tempos, em que a flôr da de carregadores.<br />
gentileza era cultivada com esme- E tão inauditas roubalheiras não<br />
ro!...<br />
constituem um caso esporádico; ca-<br />
Agora saiba Fernão Silvestre que sos d'estes todos os dias se estão<br />
a estas horas sentiria as primeiras dando,<br />
W.
RECONCILIAÇÃO<br />
—Viver, sempre mentir.. .<br />
O ceo muito pallido, quasi verde.<br />
No horisonte escoa-se, cor de rosa; o<br />
sangue do poente. Tudo morre, desmaia<br />
a Tarde.<br />
—Fugiste-me! Has de levar comtigo<br />
o meu ultimo aríior.<br />
Nunca mais o ruido do teu Cabello,<br />
cahindo a desatar-se pesado<br />
sobre o chão, encobrirá o voar do<br />
meu primeiro beijo.<br />
Vou levantar um palacio e lá<br />
andarei a amar a Illusão.<br />
Delicioso o corpo d'Ella, feito<br />
das perfeições que os meus dedos<br />
a sonhar modelaram nos corpos que<br />
eu amei.<br />
Andará, sempre vestido da minha<br />
carne, aquelle corpo macio e fresco<br />
como a relva nova.<br />
Quasi nenhumas jóias.<br />
Brincos, os dois primeiros beijos<br />
que eu dei.<br />
Nos pulsos e nos dedos os anneis<br />
das minhas mãos...<br />
A espreitar, devagar, vem a chegar<br />
a Noute. Nem se sente andar.<br />
Ao longe as arvores »garram-se<br />
umas ás outras, muito calailas, e<br />
apertam-se numa ma^a muito neyra.<br />
Nâo se ouve murmurio de folha.<br />
O ar caher pesado, molle e quente<br />
sobre a terra.<br />
—fugiste. Melhor foi isso...<br />
Onde nos levaria aquelle grande<br />
amor.<br />
Depressa, muito depressa, chegaríamos<br />
a país agreste, á terra da<br />
Desillusão.<br />
E os nossos corpos, despidos do<br />
encanto do Desejo, magros, nodosos<br />
e seccos, como as arvores velhas a<br />
morrer, iriam a penar naquelle país<br />
tão áspero, sem uma arvore. ..<br />
Lá andaríamos sós, sem ver ninguém,<br />
naquella terra tão grande e<br />
tão cheia da gente; que a D,ôr é<br />
como o sol forte, não deixa vêr<br />
nada: onde dá enche tudo de luz<br />
que fere como lume, e faz a sombra<br />
pesada e muito negra.<br />
A Dôr é como o sol forte: mal se<br />
30 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Ã0 DAS GALÉS<br />
XX<br />
Continiíaçâo da Odyssea<br />
de João das Galés<br />
Procurou uma escada ou uma corda<br />
por onde podesse subir para o caes.<br />
Chamou, mas ninguém o ouviu.<br />
—Nademos, disse, eu hei de encontrar<br />
algum barco ou escada.<br />
Passou por debaixo d'uma das nu-<br />
merósas pontes levadiças que servem<br />
de eommuuicação entre os caes.<br />
Encontrava-se naquelle momento<br />
num dos logares mais pittorescos de<br />
Amsterdam, comparavel só a Veneza,<br />
nesse triangulo formado pelos Kloveniers<br />
Burgwel, Binneu, Singel e Nukin,<br />
os mais bellos canaes de Amsterdam.<br />
Via-se perdido no meio d'um espaço<br />
sombrio. A agua estava quente,<br />
elle podia nadar durante muito tempo<br />
sem se cançar, mas pensando que o<br />
ieu inimigo lhe poderia escapar, encheu-se<br />
de raiva a ponto de não descobrir<br />
um logar a onde abordasse.<br />
—Ahi os jardins, disse elle.<br />
—Ha, na verdade, neste sitio, casas<br />
cujos pequenos jardins são banhados<br />
pelas aguas. Viu, dirigindo-se pars<br />
elles, ^uma rampa por a qual podia<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
levanta um Grito, fecha tudo os<br />
olhos para não ver. . .<br />
Até os cardos a morrer de sede<br />
fugiriam de ferir-nos os pés, para<br />
os não queimar o nosso sangue a<br />
arder.<br />
Em cima, o ceo azul a escaldar,<br />
sem uma nuvem de que podesse<br />
fazer-se a frescura d'uma illusão<br />
queimar-te-ia o corpo que eu co<br />
nheci macio e fresco, como a terra<br />
quando a Primavera a cobre da ca<br />
ricia fresca da primeira relva. E<br />
ficaria o teu corpo secco e duro<br />
como as arvores mortas a que se<br />
agarra a aridez dos musgos.<br />
E andaríamos assim muito tempo<br />
mortos por morrer, os olhos quei<br />
mados do sol, fechados, sem ver<br />
os corpos curvados muito cançados<br />
a arrastar penosamente a sombra<br />
aos saltos no chão áspero e secco<br />
No ceo anda o luar leitoso, como<br />
luz da lampada em quarto onde se<br />
ame.<br />
O ar, caricia molle de leque, agi<br />
ta-se lúbrico, como o lialito da mu<br />
lher, sobre o pescoço nú.<br />
—És tu?!...<br />
Caminha a sua sombra, como<br />
sombra d'uma nau balouçando-se a<br />
brincar sobre o mar socegido.<br />
Á volta anda a caricia do luar.<br />
fazpr mais negros os seus olho-.<br />
Os lábios vermelhos e durosabremse<br />
num sorriso em que assoma a al<br />
vura dos seus dentes.<br />
—Es tu?!...<br />
Detraz do seu olhar espreita o seu<br />
desejo.<br />
Quieto o corpo, ouvem-se tremer<br />
os musculos, parados com vontade<br />
de saltar, cheios de força.<br />
—És tu! Sempre vieste?!...<br />
Abrem-se os seus lábios duros num<br />
riso que deixa veralvejar os seus<br />
dentes, como se florescessem tyrios<br />
num ramo de cora).<br />
—Mais uma noute d'amor e eu<br />
por fartar de beijos. Ámanhã.. .<br />
—Ámanhã?...<br />
—Viver, amar, sempre mentir...<br />
Coimbra—Um dia d'estes.<br />
T. C.<br />
subir, dirigiu-se para ella e apressou-se<br />
a entrar no hotel.<br />
Despiu-se á pressa, ordenando que<br />
lhe enxugassem o fato.<br />
Emquanto procedia á sua toillete, um<br />
alto e robusto homem, com suisses<br />
brancas e uma cara paternal bateu á<br />
porta do seu quarto, e entrou<br />
—Eu sou Ducrot, disse o recemcbegado.<br />
— Ah I senhor? lhe disse Lucien<br />
João das Galés está nesta casa com M.<br />
Hermann.<br />
—Não, senhor, disse Ducrot, não<br />
está já aqui.<br />
—Que dizeis?<br />
— Partiu.<br />
—Partiu I<br />
— A estas horas vae<br />
de ferro; no emtanto,<br />
em caminho<br />
Simien, que<br />
estava commigo, segue-o<br />
— Ah! exclamou Lucien, então havemos<br />
de agarra-loI<br />
Contou ao agente o que lhe acabava<br />
de succeder.<br />
—Aqui, disse Ducrot, é fácil costear<br />
as casas.<br />
— Eu não quero perder-lhe a pista,<br />
disse Lucien, podemos ainda partir,<br />
partamos. 0 meu fato já está limpo.<br />
Dirigiram-se para a Haye.<br />
Apenas chegavam á gare d'esta<br />
cidade, a primeira pessoa que Ducrot<br />
avistou, foi o agente Simien.<br />
—Escapou-me, disse este ultimo.<br />
Com certeza não desceu em nenhuma<br />
gare. Eu occupavao compartimento ao<br />
lado do seu. 0 trem não atravessou a<br />
«D. Quicliote»<br />
Publicação quinzenal com illustrações<br />
e caricaturas de Leal da<br />
Camara.<br />
Traz artigos de litteratura, phi<br />
losophia e critica, e não faz pro<br />
gramma.<br />
Ao que parece, gente moça em<br />
lancha de recreio por sobre as aguas<br />
da publicidade.<br />
Espirito alegre, pulso firme e ala<br />
p'ra frente!<br />
Nós applaudiremos.<br />
Noticiam as folhas que o sr. João<br />
Franco persiste no firme proposito<br />
de não conceder exames em outubro,<br />
e que sobre "o n vss5mpto nem<br />
sequér consultára o n oiselho supe<br />
rior de instrueção ;ia '' e 'ca e os rei<br />
tores dos lyceus. ^ ^ s ^e-nos, po<br />
lém, que os pretend&ies ainda se<br />
não convenceram da intransigência<br />
do grande dictador.<br />
No porto de Trieste estão procedendo<br />
por meio de mergulhadores<br />
á extracção do cofre forte da fragata<br />
Danac, ha 85 annos submergida no<br />
dito porto, que deve conter 8 milhões<br />
de francos.<br />
Diversas tentativas se têm empenhado<br />
já, mas inutilmente, estando<br />
esperançados agoraus irmãos Ama<br />
deu em poder levar a cabo a sua<br />
tarefa.<br />
O sr. Bispo-Conde acaba de publicar<br />
em folheto uma carta que dirigiu<br />
ao sr. ministro da guerra.<br />
Agradecemos o exemplar que nos<br />
foi offerecido.<br />
Um thesouro enterrado<br />
O pedreiro Tiburcio Fernandes<br />
Areca, de 42 annos, morador no<br />
logar de Chavelho, freguezia e con<br />
celho de Figueiró dos Vinhos, encontrou<br />
um destes dias um cofrt<br />
de téca, já meio pôdre, enterrado<br />
numa pobre casita em ruínas, que<br />
comprou para reedificar.<br />
Partindo-o, encontrou nelle nada<br />
menos de 5:750 peças de ouro de<br />
8$000 réis!<br />
Pôde imaginar-se bem a alegria<br />
do pobre homem ao vêr-se assim<br />
Haye. O que é certo é que ao chegar<br />
aqui, não o avistei mais.<br />
—Não sahiria alguma pessoa que<br />
tu não tivesses visto entrar?, pergun<br />
tou Ducrot ao seu collegá.<br />
—Sim. Um velbo de baiba branca.<br />
— Vestido?<br />
—De panno grosso azu J > c<br />
— Hum! devia ser elluinte<br />
— Julgas isso?<br />
—Sim.<br />
— Mas a sua mala era tão pequena<br />
que não podia conter um fato completo.<br />
— Póde-se facilmente trazer dois<br />
'atos, ura sobre o outro.<br />
—Ê verdade.<br />
— E além'd'isso ha fatos de duplaface.<br />
O agente Durot, mais experimentado<br />
que Simien, tinha razão nas suas supposições.<br />
D'Esprignolles não descera era nenhuma<br />
gare, mas emquanto o comboio<br />
marcha em grande velocidade entre<br />
^eyde e a Haye, elle agarrando á sua<br />
mala nos dentes, aberta e fechada sem<br />
'azer baiulho a porta do seu compartimento,<br />
procurara um compartimento<br />
vazio, e, em alguns minutos, se havia<br />
metamorphoseado. Os seus cabellos<br />
negros passavam a ser grisalhas, e a<br />
sua barba negra tornou*se branca.<br />
Mudou de calças e voltou do avêsso o<br />
seu pardessus que ficou sendo azul.<br />
Koi assim, que elle passou na Haye<br />
á vista de Semien que não o reconhe-<br />
repentinamente rico. Uma das suas<br />
primeiras resoluções foideilar abaixo<br />
a parte que já tinha reedificado<br />
para construir o prédio lodo de<br />
novo, á sua vontade.<br />
Segundo se diz em Figueiró, a<br />
casa onde foi encontrado o impor<br />
tante thesouro, foi em tempos solar<br />
d'um rico fidalgo.<br />
«Jornal de mathematica»<br />
Consta que vae fundar-se, em<br />
Lisboa, um jornal de mathematica<br />
que publicará trabalhos originaes<br />
questões propostas e uma desenvolvida<br />
revista bibliographica. Para a<br />
redacção effectiva foram convidados<br />
os srs. Schiappa Monteiro, Marrecas<br />
Ferreira, Jorge de Avilez e Anlonio<br />
Cabreira.<br />
Consorcio<br />
Celebrou-se hoje pelas 8 horas<br />
da manhã, na egreja de S. Thiago,<br />
o casamento da ex. raa sr. a D. Laura<br />
Marques Manso, filha do antigo e<br />
honrado negociante desta praça o<br />
sr. José Marques Manso, com o sr<br />
Anlonio da Cunha Vaz, bacharel em<br />
Direito, natural do Fundão.<br />
Foram paranymphos a mãe da<br />
noiva a ex. ma sr. a D. Maria José de<br />
Miranda Manso, e sua tia a sr<br />
D. Maria das Dores Marques Manso;<br />
o pae do noivo, sr. Sebastião da<br />
Cunha Vaz e o tio da noiva o acreditado<br />
industrial d'esta cidade, sr.<br />
José Viclorino de Miranda.<br />
Aos noivos desejámos uma perenne<br />
lua de mel.<br />
Tem estado gravemente doente<br />
mas felizmente já se acha com<br />
algumas melhoras, o sr. Francisco<br />
Ribeiro, distincto impressor da Imprensa<br />
Académica,<br />
Despedida<br />
Emil Ioch, ao retirar-se d'esta cidade,<br />
apresenta por esta fórma os seus cumprimentos<br />
áqueilas pessoas, de quem<br />
não poude pessoalmente despedir-se.<br />
EDITAL<br />
Distribuição dos dias em que tem<br />
logar a inspecção sanitaria dos mancebos<br />
recenseados no corrente anno pelo<br />
concelho de Coimbra :<br />
No mês de setembro<br />
Dia 16, Alraalaguez (2). Dia 17, Almalaguez<br />
(22), Ameal, Antanhol, Antuzede<br />
e Arzilla. Dia 18, Assafarge,<br />
Botão, Brasfemes, Castello Viegas, Ceira<br />
(11). Dia 19, Ceira (5), Eiras, Lamarosa,<br />
Ribeira de Frades (10). Dia<br />
21, Ribeira de Frades (3), Santa Clara<br />
e Santa Cruz (26). Dia 22, Santa Cruz<br />
(39) e Santo Antonio dos Olivaes (6).<br />
Dia 23, Santo Antonio dos Olivaes (45).<br />
Dia 24, Santo Antonio dos Olivaes (2),<br />
S. Bartholomeu e S. Christovão (1).<br />
Dia 25, S. Christovão (35), S. João do<br />
Campo (10). Dia 26, S. João do Campo<br />
(4). S. Martinho d'Arvore e S. Martinho<br />
do Bispo (32). Dia 29, S. Martinho<br />
do Bispo (12), S. Paulo de Frades,<br />
S. Silvestre, Sé Nova (4). Dia 30, Sé<br />
Nova (32), Sernache (13).<br />
No mês de outubro<br />
Dia 1, Sernache (16), Souzellas, Taveiro,<br />
Torre de Villela, Trouxemil. Dia<br />
2, Vil de Mattos.<br />
Observação:—As freguezias que não<br />
levam algarismo, entram todas no mesmo<br />
dia de inspecção.<br />
Quartel em Coimbra, 22 d'agosto de<br />
1896.<br />
O commandante,<br />
José Ignacio Teixeira Bello,<br />
Ten. coronel d'infanteria 23<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5.° anno de Direito, continua<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
e Philosophia.<br />
Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />
F. Fernandes Costa<br />
ADVOGADO<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
• *<br />
Reptis e amphibios da Península<br />
Ibérica e especialmente em Portugal<br />
POR<br />
91. Paulino d'Ollveira<br />
Lente cathedratiço de Zoologia e director<br />
do Museu zoologico da Universidade<br />
PREÇO, 400 RÉIS<br />
A' venda na Imprensa da Universidade.<br />
ceu, nem os dois viajantes que com caminho de ferro paraUtrecbt eArnem<br />
elle vinham no compartimento que elle e entrou em França pelo lado da<br />
tão imprudentememe deixára.<br />
p<br />
russia.<br />
D'Esprignolles, reconheceu perfeitamente<br />
os agentes.<br />
— Ah! a canalha vem no meu<br />
alcance, disse elle, nós v» remos.<br />
Alguns dias depois, Gribeauval e os<br />
agentes voltaram para Paris, sabendo<br />
Dois dias depois, recebi em casa de<br />
tottschild um milhão em ouro e notas<br />
de banco que os homens ás ordens de<br />
Comard transportaram, e assim se<br />
dirigiu para os seus aposentos da rua<br />
Mazarine.<br />
durante a viagem que a maré lançára Na rua avistou um grande ajunta-<br />
sobre os diques da ilha Putteu o cormento. Metteu-se por entre esses grupo<br />
d'um medico francês, chamado Herpos. Era a casa, eram os aposentos<br />
mann, tomo indicavam os papeis que em que elle deixára a duquêsa que el-<br />
se lhe encontraram, e que os pescales apontavam, dizendo:<br />
dores guardaram.<br />
Gribeauval foi, apenas chegou, vizi- «Acabam de deter uma ladra famosa<br />
tar o procurador da Republica.<br />
e procuram ura ladrão audacioso».<br />
— Estaes certo de que elle era<br />
,oão das Galés? perguntou o procurador<br />
a Gribeauval.<br />
XXI<br />
— Sim, João Guerin, João dos Galés,<br />
Villedieu e d'Esprignolles, porque elle O porteiro do a.° 53<br />
viajava com este ultimo nome.<br />
—Talvez vos tenhaes enganado, O porteiro do n.* 53 da rua Mazarine,<br />
disse o procurador tomando nota do ficára admirado, quando viu tapetar e<br />
nome de d'Esprignolles.<br />
mobilar ricamente o que elle chamava<br />
—Vi-o com os meus proprios olhos, «o seu paiol». ~<br />
disse Gribeauval.<br />
—Oh! quando se não é do officio!<br />
—Quem serão os inquilinios que<br />
vêm habitar aqui?, perguntava elle<br />
Lucien fez um movimento de hom- para si.<br />
bros e saiu.<br />
Quanto a João das Galés, atravessou<br />
Quando<br />
incerteza.<br />
os viu, Dcou na mesma<br />
a Haye sem parar, e dirigiu-se a Sche- — Quem serão<br />
veniugue, e ahi, alugou um barco onde repetia elle.<br />
estes burguêses ?<br />
foi até proximo de Loosduinen. Nesta<br />
localidade, alugou uma carruagem que<br />
Farejava algum mysterio.<br />
o levou a RysWyk, d'aqui foi a Dalft e<br />
de Delfl a Gouda, fim Gouda tomou o<br />
{Continua),
CAVÂLLOS<br />
16 Muares, etc.; esquinencias,<br />
«1 sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc . curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaés terras.— Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junquèira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral<br />
: Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
VENDE-SE<br />
15 A morada de casas sita<br />
k na rua do Morêno n. os<br />
7 e 9, facultando se ao comprador<br />
o pagamento a praso mediante<br />
juro razoavel.<br />
Tracta-se na rua da Sophia,<br />
35.<br />
PIANO<br />
14fTende-se um em bom uso<br />
w Praça do Commercio, 54.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentaria<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
C O I M B R A<br />
De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />
consultas lodos os dias das<br />
9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />
Figueira da Foz.<br />
Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />
estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />
Neves).<br />
Em agosto e outubro, aos<br />
domingos consultas ás mesmas<br />
horas em Coimbra.<br />
Casa para arrendar<br />
11 Ha quinta de Santa Cruz,<br />
Al Praça de D. Luiz, ha<br />
um andar; tem agua e quintal.<br />
Tractar com Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
n.° 6.<br />
Bom emprego de capital<br />
10Weude-se uma casa sita<br />
w aos Arcos do Jardim, n.°<br />
41, cora fundos para Santa<br />
Cruz.<br />
0 motivo da venda é o ter<br />
de retirar-se d'esta cidade o<br />
seu proprietário.<br />
Para informações, na loja do<br />
sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />
Borges, ou com o sr. Antonio<br />
Maria Leite de Albuquerque,<br />
empregado no Lyceu.<br />
Loja da China<br />
Ferreira Borges<br />
9 A caba de chegar um gran-<br />
« de sortimento de leques,<br />
sombrinhas e estores, japonêses<br />
e chinêses.<br />
Especialidades da casa<br />
CMs e cafés<br />
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excellentes aguas mineraes<br />
para doença de pelle,<br />
estomago, garganta, etc.<br />
Gasa em bom local<br />
13 Vfende-se uma, de 4 anda-<br />
» res e magnificas lojas,<br />
na Couraça dos Apostolos, n.°35.<br />
Quem pretender fale com<br />
Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
Liquidação<br />
N 12 a loja de Alves Borges,<br />
successor, rua do Visconde<br />
da Luz, n. os V E N D A<br />
7 Wende-se em COZELHAS<br />
" uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
agui, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. Éem sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
O comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
64 a 66, se<br />
poder, a que se faz um juro<br />
vendem por preços modicos,<br />
modico.<br />
pregos de ferro suecio e escocio Para esclarecimentos, João<br />
de embutir, para ferragens, e Marques Mósca, solicitador, rua<br />
outros objectos a liquidar, e do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
algumas qualidades de ferro Castanheira, largo da Portagem,<br />
suecio e escocio.<br />
Coimbra.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
1 1<br />
CALDAS DA FELGUEIRA<br />
CANNAS DE SENHORIM<br />
(BEIRA (BEIRA ALTA) ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
PEDIR OS PROSPECTOS<br />
Grátis<br />
de 90 paginas em 8.°, têm tam-<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
medico, phsrmacia<br />
e casa de barbear.<br />
Magnificas accommodações<br />
desde 10200 réis<br />
comprehendendo serviço, Club,<br />
etc Bónus para os médicos<br />
O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />
para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulveris»ção e aspiração, com ga-<br />
® anexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reiuo, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />
baz-setoda em caminho de ferro até Cannas (Beira 'lltfc) 9 d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />
estaçao de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directa) jente ligada com todas as linhas férreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca ii'Al«a.eHTUy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
rererente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, e Tui.», referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />
cia i elgueira ao gerente da Companhia do Grande IlotdO, v As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, —5<br />
O hotel foi este anno adjudicado à acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
Assignatura<br />
100 RS.<br />
cada n.°<br />
co<br />
r>!<br />
j o<br />
H<br />
x<br />
«1<br />
Ocn Ed<br />
Approximando-se do fim<br />
CONTRA AS LICENÇAS<br />
As restaurações artísticas<br />
seaccentuará mais. Não pôde a monarchia<br />
fazer uma administração<br />
séria, pôr termo aos enormes es- Para tratar da questão das licen-<br />
Incessantemente vae subindo a<br />
banjamentos e incessantes roubos ôas que, tendo sido creadas pela lei<br />
divida fluctuante. Como resposta a<br />
de 21 de outubro de 1863, só pela<br />
que se dão nos cofres públicos, por-<br />
relatórios officiaes e a artigos pu-<br />
lei do sei lo de 21 de julho de 1893<br />
que isso seria a sua perdição. Só foram fixadas em 10$000 réis e<br />
blicados nas folhas do governo, em<br />
tem quem a sirva, porque é perdu- exigidas agora, reuniu-se ante-hon-<br />
que impudentemente se affirma o<br />
lária, paga generosamente e assetem á noite em assemblêa geral a As-<br />
equilibrio das receitas com as dessociação<br />
Commercial, effeituando-se<br />
gura a impunidade aos grandes lapesas<br />
do Estado, lá vêm, sempre<br />
ainda na sala da Associação dos<br />
drões. Se procedesse d'outro modo, Artistas uma reunião de operários<br />
retardadas, as notas officiaes d'essa<br />
seria immediatamente abandonada. e industriaes, a fim de accordar no<br />
dividadenunciar, num laconismo que<br />
Mas isto é, afinal, um simples<br />
procedimento a seguir por parte<br />
vivamente impressiona, as difficilli-<br />
dos interessados.<br />
adiamento. Não pôde hoje recorrer<br />
mas circumstancias em que o the-<br />
Na Associação CommercTal resol-<br />
a um emprestimo publico, não poveu-se telegraphar ao ministro da<br />
souro publico se encontra.<br />
derá ámanhã descontar leiras do fazenda, pedindo a suspensão da<br />
Expediente de que se soccorrem<br />
thesouro, ainda que pague eleva- execução das licenças; representar<br />
os governos sempre que os recur-<br />
ao governo para que revogue essa<br />
díssimo juro. E questão de mais ou<br />
sos ordinários do Estado não são<br />
medida tributaria, solicitar o apoio<br />
menos tempo, mas fatalmente che- da Associação commercial do Porto<br />
sufficientes para a satisfação dos engará<br />
a essa situação. E enlão será e promover uma manifestação pecargos<br />
que sobre elle pesam, a di-<br />
irremediavelmente condemnada, e<br />
rante o governo civil das classes<br />
vida fluctuante é, quando attinge<br />
commercial e industrial.<br />
quem sabe se com ella um país que<br />
uma elevada somma, indicio que só<br />
Esta proposta, que foi apresen-<br />
tão cobardemente se tem deixado tada pela direcção da Associação<br />
de per si testifica de modo indubi-<br />
expoliar.<br />
Commercial e approvada por acclatável<br />
a existencia d'uma critica ad-<br />
O crédoré cruel, esobretudo para mação, era precedida dos seguintes<br />
ministração financeira, e a sua exi-<br />
considerandos:<br />
com aquelles que não só á incúria<br />
gibilidade em curtos prazos consti-<br />
e criminoso desleixo mas aos mais «Considerando que a lei de 21 de<br />
tue sempre um enorme perigo. D'ahi<br />
outubro de 1863, na parte relativa ás<br />
revoltantes actos de prodigalidade licenças para os estabelecimentos con-<br />
vem que só os Estados sem credito<br />
devem a sua insolvência. E a bansiderados insalubres, incommodos ou<br />
deixam avolumar essa divida, pela<br />
perigosos, é absurda, inopportuna,<br />
carrôta, que é o termo fatal a que iniqua e vexatória:—absurda, porque,<br />
impossibilidade de contrahirem um<br />
a monarchia nes levará, não pôde pelo facto do estado cobrar as respe-<br />
emprestimo publico que a consolictivas<br />
importâncias, nem por isso deixa<br />
de modo algum attribuir-se a qual- de haver os mesmos perigos para a<br />
de. E o que se dá com a Turquia e<br />
quer desgraça que ferisse o país, a saúde e segurança publica;—inoppor-<br />
o que succedeu no Egypto emquantuna,<br />
porque, sendo lei desde 21 de<br />
um d'esses accidentes imprevistos outubro de 1863, só agora, trinta e<br />
to lá não houve uma administração<br />
que reduzem á miséria não só indi- três annos depois, é que é posta em<br />
extrangeira. E o que se Verifica ago-<br />
execução;—iniqua, porque não estavíduos<br />
mas também nações; debelece uifferenças entre o grande e o<br />
ra no nosso país.<br />
riva única e exclusivamente da pés- pequeno industrial, entre o grande e<br />
De ha muito que a divida flu-<br />
o pequeno deposito;—vexatória, porsima<br />
administração financeira de que mais vem aggravar as já precárias<br />
ctuante excede a cifra em que os<br />
todos os governos da monarchia circumstam ias do contribuinte, ficando<br />
governos, no tempo em que lhes era<br />
os estabelecimentos munidos de licença<br />
perante a qual o país se tem sem- sujeitos a uma fiscalisação, que se<br />
possível contrahirem empreslimos<br />
pôde tornar impoituna:<br />
pre manlido na mais criminosa in-<br />
públicos, intendiam necessário con-<br />
Considerando que a sua execução<br />
diíferença. A monarchia, e o país arrastaria comsigo a miséria para<br />
solidá-la. Em 29.462:408$835 réis<br />
que a tolera, não merecem pois a muitos pequeuos commerciantes e in-<br />
nos diz a ultima nota official que<br />
dustriaes, que, sem meios para satis-<br />
miuima contemplação.<br />
fizerem as licenças e respectivos pro-<br />
ella estava em 30 de junho findo, e<br />
Não a merecem e não a terão. cessos, ficariam privados dos meios<br />
as combinações para a sua conso-<br />
de subsistência».<br />
O extrangeiro está-nos jogando<br />
lidação costumavam ordinariamente<br />
já as maiores affrontas. Recusa-se O sr. João Alves Barata propoz,<br />
dar-se antes que attingisse 20:000<br />
a admiltir á colação nas suas bol- sendo também approvado por una-<br />
contos. Se o governo não tem recorsas<br />
os títulos de divida das nossas<br />
nimidade, que se officiasse á camarido<br />
a ellas, é porque o anima a<br />
ra municipal para que, como repre<br />
companhias dos caminhos de ferro<br />
profunda convicção de que resulta-<br />
senlante dos contribuintes, proteja a<br />
e dos tabacos de que o governo é causa d'estes.<br />
do algum colheria. A monarchia não<br />
possuidor e que pretende negociar. Em seguida foi enviado ao mi-<br />
tem credito; hoje é-lhe completa<br />
nistro da fazenda o seguinte tele-<br />
Para fundar qualquer emprêsa em<br />
mente impossível contrahir um emgramma:<br />
Portugal nào empresta nem um ceiprestimo<br />
no extrangeiro.<br />
til. A sua imprensa dá-nos como um «A Associação Commercial de Coim-<br />
Irá, portanto, subindo indefinidabra,<br />
reunida em assemblêa geral, pro<br />
país perdido, completamente esma- testa junto de v. ex.<br />
mente a divida fluctuante. Nos úlgado<br />
já pelo peso da divida putimos<br />
cinco annos, não obstante es<br />
blica.<br />
tar o país sujeito a medidas de sal<br />
E é nestas circumstancias que o<br />
vação publica, havendo-se reduzido<br />
governo tem de arranjar dinheiro<br />
o juro da divida, tendo-se effeitua-<br />
para pagar vasos de guerra, e a indo<br />
enormes deducções nos ordena<br />
demnização do caminho de ferro de<br />
dos dos funccionarios públicos e<br />
Lourenço Marques e o coupon de<br />
augmentado extraordinariamente al-<br />
janeiro 1<br />
guns impostos, houve nessa divida<br />
Isto vae-se approximando do fim.<br />
um augmento de 10.149:943^852<br />
réis.<br />
Foi concedido o terço do ordenado<br />
É animador 1<br />
ao sr. dr. Mauuel Nunes Geraldes,<br />
E esse desequilíbrio cada vez decano da faculdade de Direito.<br />
a Realizou-se hontem, pela 1 hora<br />
e meia da tarde esta manifestação,<br />
indo ao governo civil commercian-<br />
KM<br />
tes, industriaes e operários em numero<br />
superior a 400. O ponto de COIMBRA<br />
reunião foi a Praça do Commercio.<br />
XI<br />
Dirigindo-se para o governo civil<br />
foram alli recebidas pelo governa- Sé Velha. O edificio foi durante<br />
dor civil substituto a mêsa da as- muito tempo sujeito a obras que<br />
semblêa geral è"9ireffçSo da Asso- lhe modificaram o aspecto primitivo,<br />
ciação Commercial e a commissão obras sobretudo importantes nos<br />
nomeada na reunião da Associação<br />
Commercial.*<br />
séculos XV e XVI. Externamente<br />
O governador civil, ouvidas as ha a lamentar as portas de Santa<br />
reclamações dos commerciantes e Clara e a especiosa, singulares obras<br />
industriaes, communicou-lhes que o d'arte que mascararam o aspecto<br />
inspector geral do sello já havia te- austero e severo do velho templo,<br />
legraphado prorogando por mais enchendo-o de decorações d'um alto<br />
60 dias o prazo para requerer as<br />
valor artístico, mas que o tempo<br />
licenças e aconselhou o pedido de<br />
revisão da lei no sentido de serem tem quasi completamente destruído.<br />
exceptuados os pequenos estabele- Hoje é para lamentar não se<br />
cimentos.<br />
poder reconstruir o aspecto exte-<br />
x<br />
rior da antiga cathedral, e ter de<br />
conservar as ruinas pitlorescas<br />
É digna dos mais calorosos ap- das obras do renascimento, cuja<br />
plausos a altitude dos commercian-<br />
deterioração não pára, e cuja destes<br />
e industriaes perante a inqualificável<br />
exigencia do governo que truição se vê caminhar dia a dia.<br />
pretende applicar agora, depois de<br />
ter vivido inoffensivo durante 33 Ainda no século XVI se fez a<br />
annos, uma lei absurda e iniqua.<br />
sacristia, obra importante de már-<br />
Não se comprehende que, a titulo<br />
duma licença que só tem por fim<br />
mores polychromicos, bem compre-<br />
garantir a segurança ou commodihendida e bem executada, mas que<br />
dade do publico, se vá exigir um foi encobrir as paredes da abside e<br />
imposto, além da contribuição in- dos absidiolos, e prejudicar assim<br />
dustrial a que já estão. sujeitos os o ,effeito geral das grandes linhas<br />
estabelecimentos que têm de pedir<br />
do velho templo.<br />
essa licença.<br />
E a lei de 63 está redigida em<br />
Do lado da imprensa da Univer-<br />
termos tão vagos e indefinidos, que sidade construiu-se no século XV o<br />
nella se comprehendem estabeleci- claustro, estabelecendo por essa ocmentos<br />
que não são incommodos, casião a passagem abobadada, com<br />
nem perigosos, riem insalubres. entrada por uma pequena porta<br />
%rece que, a pretexto da seguran- fronteira á que mais tarde se fez na<br />
ça publica, quiz o legislador obter<br />
para o Estado uma verdadeira fonte<br />
sacristia.<br />
de receita!<br />
O' claustro e esta passagem enco-<br />
É assim que se procede em Porbriram as paredes da Sé Velha e<br />
tugal, até quando se trata dos as- destruiram-nas em parte.<br />
sumptos de maior gravidade!<br />
Nem a outra consideração attendeu<br />
o governo, que não fosse ao<br />
No século XVI fez-se nova pas-<br />
augmento das receitas, vindo resussagem para o côro, que acabou de<br />
cilar uma lei que no olvido encon- encobrir este lado do templo.<br />
trou o justo destino das absurdas<br />
• # ? /.*.<br />
disposições que continha. Quer di-<br />
Dentro, os estragos não têçi<br />
nheiro, muito dinheiro, porque só<br />
assim pôde pagar a commissarios sido menores.<br />
régios, a embaixadores que jogam, No século XV construira-se ao<br />
a afilhados que vivem com a maior fundo do templo, junto da porta de<br />
ostentação sem nada fazerem. entrada, um pequeno côro de tecto<br />
E os commerciantes, e os indus- de madeira mudegar, destruindo em<br />
triaes, e os trabalhadores, que já<br />
parte as columnas, para em seu<br />
luctam com mil dificuldades para<br />
viverem modestamente, que paguem logar fazer um arco deselegante e<br />
todas essas loucuras! Pague um sem graça do mesmo estylo.<br />
contra a execu- latoeiro dez mil réis para poder No mesmo século se fez a obra<br />
ção da lei de 21 dé outubro de 1863,<br />
atormentar os ouvidos do vizinho!<br />
ua parte relativa ás licenças para os<br />
de talha do altar mór, obra precio-<br />
estabelecimentos e oílicinas considera Já se viu disparate egual! Haverá sa, mas que foi destruir o primiti-<br />
dos insalubres, incommodos e perigo maior loucura!<br />
sos. Esta Associação vae representar,<br />
vo altar dedicado á Virgem; se en-<br />
Positivamente, isto chegou a es-<br />
sobre o mesmo assumpto, ao governo tado tal que não é possível suppor cobriu o tumulo d'um bispo coJlo-<br />
de Sua Majestade. — (a) Presidente da<br />
assemblêa geral».<br />
tar mais as exigeucias, ou, antes, cado do lado da epistola com um<br />
as expoliações d'um fisco faminto, quadro de estuque mudegar, emol-<br />
Na Associação dos Artistas, onde mercê dos esbanjamentos de godurando um nicho d'imagem ou da<br />
se reuniram operários e industriaes vernos corruptos e corruptores.<br />
relíquia, e se abriu uma pequena<br />
em numero superior a 400, resol- Tê-lo-ha comprehendido assim o<br />
janella do lado do evangelho, em<br />
veu-se por acclamação adherir ás commercio e a industria?<br />
resoluções da Associação Commer- Nós estamos dispostos a applau-<br />
que o esculptor deixou, numa incial,<br />
acompanhando a direcção da dí-los sempre que saibam luctar scripção gravada, uma palavra —<br />
j Associação Commercial ao governo efficazmente contra exigencias iní- lopo, que era talvez o nome d'elle.<br />
civil.<br />
quas e absurdas.<br />
Já anteriormente se tinham des-
truido os dois primeiros arcos do branco de cal frio, húmido e escuro<br />
lado da epistola, abrindo nelles o<br />
ediculo para o tumulo do bispo,<br />
que mais tarde fóra encoberto.<br />
No século XVI cobriu-se toda a<br />
egreja de azulejo polychromico,<br />
construiram-se as capellas de S.<br />
Pedro e S. Sacramento, fazendo<br />
descer o nivel dos absidiolos ao do<br />
resto do pavimento da egreja.<br />
Por essa época parece também<br />
ter-se rebaixado o pavimento da<br />
capella mór, cobrindo-o d'um tapete<br />
d'azulejo.<br />
Mais tarde fez-se a capella de<br />
S. Miguel.<br />
Ainda no século XVI se fez o<br />
côro, tapando a arcaria que ao fundo<br />
da egreja fazia communicar as duas<br />
gallerias do triforio e incluindo na<br />
alvenaria parte da varanda d'um e<br />
outro lado do triforio.<br />
No século XVII fizeram-se as<br />
capellas restantes, que são um arremedo<br />
grosseiro da bella renascença<br />
do século XVI.<br />
Ainda neste século cobriu-se de<br />
uma talha dourada, muito pesada, e<br />
de mau gosto,- toda a capella mór,<br />
afogando o altar do século XV cujo<br />
effeito ficou desde então perdido<br />
e se fez a varanda do côro, coisa<br />
torturada e sem valor artístico.<br />
No século XVIII inventaram os<br />
conegos a pouca vergonha d'um<br />
orgão, em que se iam consumindo<br />
os rendimentos da mitra, e para<br />
isso veio de Lisboa um conego muito<br />
entendido, que lá andou, destruindo<br />
mais a galeria do triforjo<br />
do lado do evangelho.<br />
Ainda neste século se cortaram<br />
as columnas da nave central a meia<br />
altura, encobrindo esta monstruosa<br />
amputação com misulas de madeira,<br />
e se occultaram os capiteis da nave<br />
central e os da cupula com outros<br />
de madeira dourada.<br />
Não sei de que tempo data, mas<br />
é posterior* ao século XVI, o reboco<br />
das paredes que encobriam galerias<br />
do íransepto e a caiadella das abobadas<br />
que haviam sido pintadas<br />
como as columnas de ornatos em<br />
estylo gothico, que devem remontar<br />
ao século XV.<br />
O levantamento geral do pavimento<br />
parece-me datar do século<br />
XVI.<br />
O século XIX deu também o seu<br />
contingente para as mutilações.<br />
Da parte principal removeram-se<br />
os fustes que lá foram para Lisboa.<br />
Ao fundo do templo rasgaram-se<br />
duas janellas para illuminarem as<br />
duas naves lateraes.<br />
O effeito d'estas mutilações havia<br />
sido o mais desastroso, compromettendo<br />
a belleza do templo, não<br />
deixando advinhar as suas linhas<br />
geraes.<br />
As obras da imprensa e do côro<br />
tinham modificado completamente<br />
a illuminação da Sé Velha, transformando-a<br />
de casa alegre em que<br />
por toda a parte ria o sol na ruiva<br />
pedra de Bordallo, num edificio<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
estamos escrevendo estas palavras<br />
com muita satisfação. . .<br />
CARTA DA FIGUEIRA<br />
como uma cisterna.<br />
Ao fundo o côro de castanho negro<br />
absorvia a pouca luz que vinha<br />
da janella, e para empregar o bello<br />
retábulo do altar-mór era necessário<br />
mandar abrir todas as portas<br />
Dava-se até o caso extranho da<br />
egreja ser mais alegre, quando havia<br />
algum enterro, occasião única<br />
em que tudo se abria, e a luz entrava<br />
mais desafogada.<br />
A Sé Velha tinha sido formada<br />
em albergue dos Santos.<br />
Quando se destruía uma egreja<br />
quando se fechava um convento, ou<br />
se interrompia um .culto, os santos<br />
abandonados eram cuidadosamente<br />
recolhidos na Sé Velha, abrindo<br />
nas paredes novas fendas para en<br />
caixar uma misula que os sustentasse.<br />
E causa tristeza vêr santos tão<br />
bons em templo tão triste.<br />
Nem tudo, porém, tinha sido des<br />
truição.<br />
Ha muito que á volta da Sé Velha<br />
andava uma vontade, a do sr<br />
A. A. Gonçalves, que sonbára a reparação<br />
do templo e se metteu na<br />
administração da parochia, rodean<br />
do-se damigos que o ouviam e o<br />
ajudavam.<br />
Nem todos eram amigos, nem todos<br />
o ajudavam. ..<br />
Mas deixemos isso...<br />
No sr. padre Saraiva, então parocho<br />
de S. Christovão, e por isso<br />
presidente da junta de parochia da<br />
Sé Velha, encontrou o sr. A. Augusto<br />
Gonçalves um auxiliar valioso<br />
que se apaixonou pela obra que<br />
começára a antever realizada.<br />
E de toda a justiça louvar s. ex. a Ah ! Esquecia-me de dizer que<br />
o sr. director das obras publicas<br />
desconsiderou o sr. padre Saraiva...<br />
VV. ex.<br />
do?.<br />
,<br />
que soube pôr de parte o seu interesse,<br />
não levantando nunca embaraços<br />
á obra, sendo o primeiro a<br />
propôr a transferencia do culto para<br />
a egreja de S. João, por fórma a<br />
poder-se dar o maior impulso á restauração.<br />
Não abandonava as obras, ahi o<br />
encontrámos sempre, seguindo-as<br />
com interesse e com amor.<br />
Quando se aventava a idêa de remover<br />
obra sem caracter artístico,<br />
mas que importava augmentar a<br />
despêza, e adiár para mais tarde o<br />
restabelecimento do culto, sempre<br />
o sr. padre Saraiva attendeu ao<br />
valor dos argumentos, e sempre<br />
pugnou porque a obra se fizesse,<br />
sem se importar com as suas conveniências,<br />
vendo a realização d'um<br />
grande emprehendimento.<br />
Foi o sr. Saraiva que, com a sua<br />
palavra sempre ouvida, e sempre<br />
attendida pelos seus parochianos,<br />
desfez os attrictos que a piedade<br />
pouco esclarecida dalguns levantava<br />
á obra, e conseguiu interessar a<br />
todos pela restauração da Sé Velha,<br />
não se poupando á canceira nem ao<br />
trabalho, sempre prompto a mostrar<br />
a obra a todos, a explicá-la e<br />
a louvá-la.<br />
E digna de todo o elogio a altitude<br />
do sr. padre Saraiva, por isso<br />
as Não pude fallar-lhes na tourada<br />
Figueira, 28—VIII—96. de domingo ultimo, porque me não<br />
foi possível escrever-lhes, como ti-<br />
Meus amigos. — Bem longe eslanha<br />
promeltido, para o ultimo nuva<br />
eu, ao escrever a minha primeimero da Resistencia.<br />
ra carta da Figueira, de provocar Por isso, e porque os jornaes<br />
as investidas cavalleirosas do sr. já deram conta d'ella, limilar-me-<br />
já tinham adivinha- W., que, modestamente acobertado, hei a dizer-lhes que a tourada foi<br />
parece estíir-se penteando para Ma- das melhores que pela província se<br />
griço e a sentir-se capaz de repe vêem, e muilo melhor do que mui-<br />
tir, nesta burgueza praia de banhos, tas do Campo Pequeno. O gado, em<br />
•Pois muito me admiro 1.. . a aventura dos Doze d,'Inglaterra. geral, bravo e de boa lide, prestou-<br />
Através da sua prosa, espirituosa e se a um toureio luzido, em que se<br />
T. C. elegante, valha a verdade, vê-se a distinguiram o espada Orozco, Mi-<br />
referver-lhe no peito a alma épica nuto e Theodoro, que tiveram al-<br />
d'um cavalleiro andante; e no caso<br />
A caminho de Lisboa, informam<br />
guns pares de primeira ordem. Já<br />
sujeito, que fez vibrar-lhe a corda<br />
os jornaes, o coronel Machado, que<br />
sabem da colhida que soffreu o Fer-<br />
dos desafios, sentiu-se Magriço<br />
foi ou vae ser demiltido do logar<br />
nando d'Oliveira, que tem passado<br />
mas fallam-lhe os onze companhei-<br />
de governador da Companhia de<br />
de cama eslesdias, sem, felizmente,<br />
ros. E só o que lhe falia, vê-st<br />
Moçambique. Pessoas bem informa-<br />
ser de gravidade o desastre. Este<br />
bem.. .<br />
das tecem os mais rasgados elogios<br />
distincto loureiro, que sabe da arte<br />
á intelligencia e caracter com que De ventou de flanella e camisa de como poucos e que tem as sympa-<br />
se houve no desempenho do cargo e Oxford, passeia nesta praia, a terihias de todos, tem sido muilo visi-<br />
dizem que a saída d'elle de Moçamçar lanças por donzellas sem defêsa, tado; toda a gente se interessa por<br />
bique, onde linha grande prestigio, um cavalleiro denodado.<br />
elle. A colhida d'este cavalleiro pre-<br />
será exFremamenle prejudicial para É o sr. W. que eu estou venjudicou a corrida, que não teve, pela<br />
a manutenção da ordem naquella do, a escrever, furioso, na areia sua falta, o brilho que devia ter.<br />
colonia.<br />
«la praia, palavras de morte com a Como havia de sobresaír o traba-<br />
Mas a isso não liga a minim<br />
ponla da sua badine, emquanto o lho do Fernando com touros as-<br />
importancia o governo do rei. Que<br />
cardo de espinhos agudos, em que sim . ..<br />
que continue em Moçambique o ma<br />
se transformou a flôr da cavallaria, Agora as attenções e o enthu-<br />
jor Mousinho que, por ser um va-<br />
lhe vae espicaçando a alma de hesiasmo dos aficionados prendem-se<br />
lente, não se segue que seja um<br />
roe.<br />
todos á tourada do Guerrila, que se<br />
bom e hábil administrador.<br />
E uma alma perdida a do sr. W., está preparando a capricho para o<br />
que não é d'es te tempo. . .<br />
Parece que alé já eslá provado o<br />
dia 8 de selembro. O lavrador, que<br />
Pois porque sallou á estacada,<br />
contrario.<br />
é o conhecido ganadero Faustino da<br />
em defêsa das damas porluguêsas. Gama, promette gado de 1." ordem<br />
que eu não quis confrontar com as e alguns louros puros.<br />
Um confronto<br />
senhoras hespanholas ? — Porque,<br />
Não percamos a occasião: porque<br />
alma de Magriço degenerado etn D.<br />
o Reverte e o Guerrita são os prín-<br />
O ministro das finanças da Re- Quichote, não quis perder a occacipes<br />
do toureio moderno, e a maior<br />
publica francêsa fixou o seguinte sião de envergar a armadura de lata<br />
parte de todos nós poucas occasiões<br />
juro para a divida fluctuante: 1 p. e enfiar pela cabeça o capacete de<br />
teremos de vêr trabalhar qualquer<br />
pelos bilhetes do thesouro de três Mambrino.<br />
d'elles.<br />
a cinco mêses; i e meio p. c. pelos Bem conhecem as senhoras por-<br />
bilhetes de seis a dez mêses e 2 p. tugnêsas que, se lêem predicados<br />
c. pelos bilhetes a um anno. que as egualem ás damas hespa- Queria ainda referir-me a umas<br />
Comparem esle juro com o que nholas, não são esses os da belleza avenlurasitas do Casino, em que<br />
pagava a antiga monarchia cm Fran- e da graça. . . e é por isso que as uns Lovelaces de pechisbeque se<br />
ça e com o que se paga em Portu- odeiam, sendo ellas alé o principal querem dar ares de D. Juan Tenogal<br />
e digam que a fórma republica obstáculo á federação da Ibéria. rio. Que agradeçam ao seu amigo<br />
na é detestável os que em Franç; Não se lembrou ainda a sociedade W., mas não perderão com a de-<br />
querem encontrar argumentos para Primeiro de Dezembro de aproveitar mora. Uns Lovelaces de cuécas...<br />
defenderem a monarchia.<br />
para o seu fim patriótico essa arma como se ellas podessem sotírê-los,<br />
de combate.<br />
os casquilhos I<br />
Mas deverá ser isto motivo para<br />
Fernão Silvestre.<br />
Informa o Popular que a Ingla- que eu, sincero, embora ardente,<br />
terra diz ao governo português, deixe de ser justo? Surja o sr. W.<br />
quando lhe pede dinheiro,— nem um e com elle os onze companheiros, Lord Salisbury, que ha pouco disse,<br />
penny; e a França—nem um sou. pie eu, como os corlezãos inglêses, no parlamento íuglês ser pelas soluções<br />
pacificas, acaba de intervir pela força<br />
Valha-nos isso. Se tal se nào affirmarei:<br />
em Z«nzibar para assegurar a succes-<br />
désse, eram muito maiores os es-<br />
.. que honras e famas sáo do throuo a um primo do sultão<br />
janjamentos.<br />
«Em taes damas não ha para ser damas » falleeido contra as pretençòes d'um tio<br />
do mesmo. Impôr a es.e a saída do<br />
querendo com isto significar, sómen- palácio de que se havia assenhoreado,<br />
Credito Real do Brazil te, que nas senhoras porluguêsas e, perante uma recusa formal, ordenar<br />
não ha — honr as e famas de formo-<br />
o bombardeamento, foi obra de poucas<br />
noras. E lá morreram heroicamente os<br />
A direcçãodeste estabelecimento sura e gentileza.<br />
sectários do sultão intruso, em grande<br />
de crédito expediu para a Europa M.is querem que lhes explique, numero.<br />
o seguinte telegramma:<br />
meus amigos, a razão da investida Assim procede lord Salisbury, o<br />
«A directoria d'este estabelecimento<br />
do sr. W.f E uma razão puramente amigo da paz, sempre que se trata de<br />
bancario trabalha activamente para hysiológica, que se encontra na uayões cuja lorça nào teme.<br />
conhecer as forças da massa do Banco, sentença do velho e experimentado<br />
realisando ao mesmo tempo operações Chamfleu
Como se equilibra o orçamento<br />
Nos primeiros onze mêses do<br />
anno economico de 1895-1896 as<br />
despêsas publicas augmenlaram, relativamente<br />
a egual periodo do anno<br />
economico anterior, a bagatella de<br />
5:221 contos. E o que se vê das<br />
contas do thesooro publicadas-no<br />
Diário do Governo, onde appareceu- Por portaria hontem publicad<br />
ultimamente a relativa ao mês de no Diário foi determinado aos rei-<br />
maio.<br />
tores dos lyceus que façam constar<br />
Nesse periodo deu-se também um aos directores de institntos de en-<br />
notável augmento nas receitas, dusino secundário particular e ás mais<br />
plicando quasi a contribuição indus- pessoas que exerçam ensino dotrial<br />
que de 1:002 contos que renmestico que não podem ser admitdeu<br />
nos primeiros onze mêses de tidos alumnos a cursar as discipli-<br />
1894-1895 se elevou a 1:811 connas da l.<br />
tos nos mêses correspondentes de<br />
1895-1896. Nos direitos sobre os<br />
cereaes houve também um augmento<br />
de 1:317 contos.<br />
Insignificante como tem sido o<br />
desinvolvimento das industrias e recaindo<br />
o imposto sobre os cereaes<br />
principalmente sobre o consumidor<br />
pobre, vê-se que a monarchia está<br />
aggravando excessivamente essas<br />
contribuições, em prejuízo do pio<br />
gresso das industrias que ilie cumpria<br />
promover e das condições do<br />
proletário que devia melhorar, para<br />
mais poder dispender em verdadeiras<br />
loucuras, em infames ladroeiras.<br />
E o país tudo vae supportando,<br />
com inaudita indilferença 1<br />
a classe sem que apresentem<br />
certidão d'approvação em exame<br />
d'instrucção primaria e certidão<br />
d'edade, por onde se prove que<br />
completaram dez annos, pelo menos,<br />
em outubro findo, na abertura<br />
das aulas, com tolerância até 31<br />
de dezembro.<br />
Sem estes attestados os alumnos<br />
não poderão provar a sua frequência,<br />
quando externos, para a sua<br />
admissão aos lyceus.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinai ia de 6 de agosto de<br />
1896.<br />
José da Gosta, distribuidor rural<br />
de Coimbra, foi promovido a 3. a<br />
distribuidor.<br />
No Diário d'âmanhã será publicado<br />
um viso da direcção geral de iustrucçào<br />
publica, abriudo novo concurso par.,<br />
compêndios da i. 4 , 2. a e 3. a parles<br />
da instrucção secundaria e para o<br />
periodo trausitorio.<br />
Vem publicada no Diário do Governo<br />
d'hontem a3. a e ultima parte<br />
do regulamento de instrucção primaria.<br />
Por esse regulamento são instituídos<br />
cem prémios pecuniários de<br />
60$000 réis cada um, exemplos de<br />
qualquer imposto, sendo alem d'isso<br />
creadas medalhas d'ouro, prata e<br />
cobre para premiar os serviços distinctos<br />
e diuturnos. A primeira só<br />
poderá ser concedida, mediante o<br />
31 Folhetim da RESISTENCIA<br />
parecer afirmativo do conselho superior<br />
d'instrucção publica aos pro<br />
fessores que tenham mais de 20 an-<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão anterior.<br />
Mandou orçar a despezaa fazer com a reparação<br />
da casa da escola elementar do sexo<br />
masculino da freguezia de S. Martinho do<br />
B spo e coui a compra de mobília para a<br />
mesma.<br />
Mandou passar licenças para apascentarnento<br />
de cabras a três proprietários do concelho.<br />
Iníprmuu favoravelmente um processo para<br />
a admissão delinitiva no ho-picio dos abandonados<br />
de uma creança orphã de pae e mãe.<br />
Auctorisou pequenos torneamentos a saber:<br />
— lenha para o asylo de Cellas, impressos paia<br />
a commissão do recenseamento militar; papel,<br />
penas e tinta, para o serviço da monlureira.<br />
Auctorisou a reparação mais urgente da<br />
fonte da Paiheira, ate á quantia de cmcoent.><br />
uni réis.<br />
ííesolveu chamar a altenção do commissario<br />
de po icia para as trausgiessões praticadas<br />
na praça do Counnerciu junto da egreja de S.<br />
Tliia .o e no mercado de 1). Pedi o V, durante<br />
algumas horas da noite.<br />
Auctorisou a presidência providenciar par.c<br />
o melhoramento dos serviços da couducçao do»<br />
ijecios do edificio dos hospitaes da Lniversi<br />
dade para a monlureira do íngote.<br />
Hesolveu eievar a mu réis o preço para a<br />
venda de cada um metro de estrume da monlureira,<br />
dando-se d'esta deliberação coiilieci-<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
mento aos povos por meio de editaes, bem teressante joraal que se publica no Porto, sob tecido, e ao ex.<br />
como de que todas as pessoas, qus tenham a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />
estrumes em deposito na monlureira, deverão O numero que acabamos de receber contém<br />
retirai os dentro em oito dias da data dos os seguintes artigos:<br />
vales da compra; que esta resolução terá effeito Texto—A evolução religiosa primitiva.—Os<br />
nos de serviço e 5 prémios ; a se- do primeiro de setembro em diante e qus os Magyares e a exposição do millenario da Hungunda<br />
aos que tenham 15 e 3 pré- vales não serão passidos depois do dia 20 de gria.—índia.—Costumes e religiões dos diver-<br />
cada miz.<br />
sos povos: O culto dos mortos.— Africanos e<br />
mios; a terceira aos que tenham 10 Resolveu mandar examinar as condições dn inglêses: O Lobengula vivo—Thermas e praias:<br />
e 2 prémios.<br />
segurança de uma parte do muro, que divide Caldellas.— Assumptos brazileiros: A ilha da<br />
a propriedade do fallecido José Mana Pessoa Trindade.—Viagens e explorações: Travessia<br />
e o asylo de Cellas.<br />
dos Andes.—Um príncipe do Líbano.—Histo-<br />
Resolveu que os pelouros da limpeza da ria de geographia : Endoxio de Cysico, suas<br />
cidade e dos incêndios fiquem per emquanlo descobertas. — Heroismo das mulheres portu-<br />
a cargo da presidencia, nas faltas aliaz justifiguêsas.—Dramas do mar: O navio mysterioso<br />
cadas do vereador respectivo.<br />
—Pelas colonias. — Pelo mundo : Peixes-ho-<br />
Auctorisou o pagamento dos vencimentos do mens e bomens-peixes, Policias inglêses a rou-<br />
thesoureiro relativos ao môs de julho, salários bar. Congresso geographico.<br />
do pessoal da limpeza da cidade e canalisações Gravuras — Encontrou elle três mulheres<br />
d'agua, material para os serviços da limpeza crucificadas em arvores.... — O Balneario.—<br />
na somma de 39$2â7 réis, na segunda quinzena Hotel da Boa-Vista.— Sala de jantar do Hotel<br />
de julho: conservação dos reservatórios de da Boa-Vista.—Um príncipe do Libano.—Nes-<br />
agua 25$335 réis; despezas com o asylo d» te momento o meu olhar fixou-se de novo no<br />
Cella% em julho 45$390 réis; rebaixamento de capitão.<br />
uma valia para canali-açã.i d'aguas potáveis Preço da assignatura : trimestre, 750 réis ;<br />
em terrenos do asylo 7^160 réis; conservação províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />
d'arvores 3$3tí0 iéis; limpeza de um cano de Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />
exgoto ao porto d s Bentos í$440 réis; repa- Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 92,<br />
ração de calçadas 15$710 réis; conservação do ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />
editicio do governo civil £ia julho 36iS860 Porto.<br />
réis.<br />
Mandou orçar a despeza a fazer com a repa<br />
ração do caminho entre a ponte d'agua de<br />
Maias e a montureira, situada na ladeira do Gazeta das Aldé-an—Importante se-<br />
ln gole.<br />
manario de propaganda agrícola e vulgariza-<br />
Approvou as condições para a arrematação ção de conhecimentos úteis que se publica no<br />
da empreitada da reparação do laboleiro da Porto.<br />
ponte de Coen.os, na freguezia de Ceira, É seu redactor principal o sr. dr. Antonio<br />
orçada em 48*870 réis, mandando annunciar de Magalhães, distincto chimico analysta do<br />
desde já esta obra.<br />
Laboralorio Chimico-A^ricola do Porto.<br />
Apresentadas pela presidencia cinco pro- O u.° 34 que recebemos insere os artigos sepostas<br />
etcnpUs para — venda de uma porção guintes :<br />
de terreno ao porto dos Lázaros, que não foi A emigração (II), Antonio M. Borgesd'Arau-<br />
aproveitado para a construcção do matadouro; jo.—Galhas phylloxericas no «Arauion Rupes-<br />
venda de uma facha de terreno para edificações tris», F. Palma de Vilhena. — Cultura do To-<br />
uo caes da * idade, por virtude do alargamento pinainbo (111), A. M. Lopes de Carvalho. —<br />
do mesmo caes; venda do terreno e casa do Avicultura, Jose A. de Oliveira.— Osanimaes<br />
antigo matadouro; applicação do rendinient domésticos (AL), Trigueiros Martel.—A indus-<br />
produzido pela venda da tacha de terreno no tria dos lacticínios, A manteiga (V), com gra-<br />
caes paia aterrar, arborisar e ajardinar os tervura/ dr. Antonio de Magalhães.—Extraordirenos<br />
da insua ao porto dos Bentos; e cedeu naria precocidade, dr. José de Magalhães.—<br />
cia gratuita de terreno á Associação Commer- Praticas viniculas, Pastonzaçâo do vinho (III),<br />
cial para a cuiislrucção de uma casa para a dr. Antonio de Magalhães—Agricultura colo-<br />
>uas sessões e para » fundação de uma escola nisl portuguêsa, Mello de Mattos.—Folhetim:<br />
commercial; foram voladas todas • unanime O abysino, Carlos Deslys, traducção de Julio<br />
Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa. mente pela vereação, resolveiido-se dirigir Gama. — Secções e artigos diversos : A vida<br />
Vereadores presentes: — effectivos: arce- superiormente os pedidos para a precisa aucto- agrícola. —Ovos de gemina negra. — Palestra<br />
diago JoseSiniOes Dias, bachare Jo?é Augusto risação.<br />
semanal—Processos e receitas uleis— Consul-<br />
Gaspar de Mattos, José Antonio dos Santos,<br />
tas—Chronica dos acontecimentos.<br />
Aulonio José de Moura Basios, José Antonio<br />
Toda a correspondência relativa á Gazeta<br />
i.ucas, José Marques Pinto e Albano Gomes<br />
das Aldêas, quer se trate de assumptos da re-<br />
Paes.<br />
dacção, quer de negocios de administração e<br />
vales do correio, etc., deve ser dirigida exclusivamente<br />
ao seu director, Julio Gama, rua do<br />
Costa Cabral, n.° 1216, Porto.<br />
mo sr. dr. Daniel de<br />
Mattos, um dos illustres clinicos conferentes,<br />
tributam o seu profundo reconhecimento<br />
pelos esforços que suas<br />
ex. as no exercício da sua benemerita<br />
profissão empregaram para a salvação<br />
do enfermo.<br />
Ao ill. m0 sr. Antonio da Silva Cabral,<br />
hábil enfermeiro dos hospitaes da Universidade,<br />
agradecem penhoradissimos<br />
os valiosos serviços que prestou na<br />
doença do saudoso extincto, e ao seu<br />
prestimoso amigo sr. Alexandre Horta,<br />
que desinteressadamente tratou do funeral,<br />
correndo as despezas a expensas<br />
suas, tributam o penhor da sua<br />
gratidão inolvidável.<br />
Nestas singellas palavras que lhes<br />
saem do coração ainda tão dilacerado<br />
pela irreparavel perda que os lançou<br />
na viuvez e orphandade, cumpre-lhes<br />
o dever de não esquecer o agradecimento<br />
que é devido a todos os cavalheiros<br />
que tomaram parte no sahimento<br />
fúnebre, ao «Monte-pio Conimbricense<br />
Martins de Carvalho» e caixas económicas<br />
«União Operaria» e «1.° d'0utubro<br />
do Bairro Alto» que se fizeram<br />
representar pelas suas direcções e muitos<br />
sócios; s. finalmente ás illustradas<br />
redacções do «Coniitóricepse», «Tribuno<br />
Popular», «Resistencia» e «Defensor<br />
do Povo», pelas expressões de<br />
condolência que lhes dirigiram e pelas<br />
referencias lisonjeiras que fizeram ao<br />
fallecido.<br />
A todos, pois, manifestam o seu mais<br />
delevel dever de gratidão, e pedem<br />
desculpa de qualquer falta involuntária<br />
que tenham commettido.<br />
Coimbra, 25 d'agosto de 1896.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
Despachou requerimentos: attestando ácerca<br />
do conipoi lamento de diversos ; concedendo<br />
trinta dias de licença ao guarda do cemitério,<br />
e aUctorisando o seguinte: colloeação de letreios<br />
e taboletas em estabelecimentos particulares<br />
, alinhamento para a continuação de um<br />
muro de vedação a um prédio no logar da<br />
Conraiia; alinhamento para uma casa na Ri<br />
beira de Frades; collocação de postes para<br />
festejos populares no logar do Ameal; providencias<br />
a adoptar pelo commissariado de poli<br />
cia acerca de caua.isões de exgoio, em um<br />
saguão particular; meios a empregar para o<br />
melhoramento das condições da distribuição<br />
d'aguas em Antanhol.<br />
Bibliographia<br />
«Hala d«» Europa» — Com o presente<br />
numero, oti, que recebemos ha dias, entra<br />
este importante jornal no 3." anno da sua pu-<br />
Dliçação.<br />
A sua iliustre redacção e sollicita emprása<br />
enviamos as nossas felicitações, desejando-lhes<br />
Iodas as piospenuades.<br />
A pai til- dVste numero reassumiu a direcção<br />
politica oa Mala da Europa o sr. conselheiro<br />
lhomaz Ribeiro.<br />
Jornal de Viagens e aventuras de<br />
terra e mar. — tteceheiuos o n.° 21 d'este ín-<br />
Agradecimento<br />
Maria do Ó Leal e seus filhos, na<br />
impossibilidade de agradecerem, como<br />
desejavam, tanios e tão assignalados<br />
favores que receberam durante a dolorosa<br />
enfermidade e ainda pelo passamento<br />
de seu saudoso marido e pae<br />
Cypriano Leal, vêm por esta fórma<br />
loirar bem publica a sua muita gr&tidao<br />
para com todas as pessoas que em tão<br />
evcruciante e aíllictivo transe lhes<br />
dispensaram seus favores.<br />
Aos illustres e abaiisados clinicos,<br />
os ex. uiu! srs. conselheiro dr. Costa<br />
Alemào e drs. Augusto Rocba e Auni-<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do YiscondeJdaJLuz, 50<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5.° anno de Direito, continha<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
e Philosophia.<br />
Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />
Lições de hygiene publica<br />
PELO<br />
UR. A. X. LOPES VIEIRi<br />
PREÇO, 10000 RÉIS<br />
Á venda na Imprensa da Universioal<br />
Maia, médicos assistentes do fal- dade.<br />
JOÃO DÂS GALÉS<br />
XXI<br />
O porteiro do n.° 53<br />
—Vi, pensava elle, o estudante de<br />
Direito do segundo andar, compra<br />
cretonne Louis XVI, para agradar a<br />
M. elle Num certo dia surprehendeu esu No dia seguinte de manhã pôz-se de —Hermann? um medico?<br />
— É certo que Villedieu vive alli com<br />
conversa:<br />
uovo a escutar e ouviu:<br />
—Sim, senhor commissario.<br />
sua mulher.<br />
— Náoiomprehendo, senhor, a vossa —Aules queria que M. de Villedieu — Será por acaso um medico de la- 0 porteiro foi por o caminho repe-<br />
infamia para me reler aqui cont a me assassinasse.<br />
drões ?, disse elle comsigo.<br />
tindo :<br />
d uuuha voulade, para me encerrar — Ou! otil fez elle.<br />
— Em seguida accrescentou :<br />
— Olha se eu não tenho a ideia de<br />
uesle gabiuele uegio quaudo saís, paru Couscio dos seus deveres, este ho- — Não ouviste mais nada?<br />
vir advertir a policia.<br />
vos atreverdes a ueitar-vos uo ateu uesto porteiro foi consultar o ven- — Sim, ouvi: Esumana mais que Ao passar disse ao ouvido de seu<br />
quarto diante da janella.<br />
deiro seu viziuho e seu compadre. Villedieu me assassinasse.<br />
compadre vendeiro:<br />
—Eu não faço mais de que executar —Seuhor Euiar, vós que sois um —Villedieu?, estaes bem certo de ou- — Parece que ha coisa grave.<br />
as Oiueus Uo vosso marino, sentioia. uoitiem ltuo, avisaríeis a justiça, uo viu prouuuciar esse nome ?<br />
0 vendeiro, entrou em casa da fru-<br />
—Meu mai ido, uao tem o direito dc meu caso.<br />
— Ou! sem duvida, senhor commiscteira sua vizinha e disse-lhe:<br />
me sequestrar, de uie tralar assim Eu — Meu vizinho, disse gravemente o sario.<br />
— Parece que ha coisa grave no 53.<br />
oao quero despir-me diaule ue vós, e vendeu o, é pieuso estar sempre de — E quem dizia isso?<br />
— 0 que é?<br />
assim uào posso doiuur.<br />
nem com a policia. Aaveili-u—Ainda — A mulher.<br />
— Não sei.<br />
Titine, mas nunca vi mobili t como O purteiiu ouviu aiuda:<br />
que nada ue giave sts passe, sempie — Em que sitio fica a vossa casa ? Alguns minutos depois, quando Le-<br />
esta. Eis aqui uns ricassos! Mas, se<br />
— Tremei se eu poder avisar a<br />
e ootn que ella veja.<br />
— Na rua Mazariue, n.° 53.<br />
bigot foi comprar um bouquet e peras<br />
são ricos, para que virão habiUr o meu<br />
justiça.<br />
—E juslo, disse o porteiro, se nada — E que audar occupam ?<br />
para uma compota, a fructeira disse-<br />
paiol?<br />
Esta palavra soou aos ouvidos do<br />
se passa ue grave, nenhum mal poderá — O segundo.<br />
lhe:<br />
Quando percebeu que havia uma mu<br />
porteiro como se lóia a trombeta uu succeder.<br />
— Esia bem. Procedeste correcta- — Sois vós que habitaes o n.° 53 ?<br />
. lher nos aposentos, disse:<br />
juízo Uual.<br />
E loi a casa do commissario de polimente, vindo procurar-me. Agora vol- — Sim.<br />
— Uma mulher que nunca sáe, é<br />
cia.tareis<br />
para vossa casa, e nao altera-<br />
—15 forçoso que eu esclareça este<br />
— 0 que é que se passa na vossa<br />
por certo menina que roubaram á fami-<br />
—Senhor, lho disse, com vossa reis em nada os vossos hábitos.<br />
mysleiío, dizia eile; se alguma coisa<br />
casa ?<br />
lia. Mau negocio.<br />
licença, aluguei a particulares um com- — Não fadeis a pessoa alguma nesta<br />
de grave se passa uo meu paiol, ie-<br />
— Absolutamente nada.<br />
Depois viu Lebigot ir pessoalmente<br />
partiuteulu da mintta casa e elle mau- visita.<br />
cahira sobre mim e.. •<br />
— Oh! ha por força qualquer coisa.<br />
fazer as compras, aílirmar-se nas pes-<br />
(jaraiu-uo acolchoar.<br />
soas que encontrava, e não s-aír nunca<br />
Espeiou debaiue ouvir mais alguma<br />
— Sim, senhor commissario.<br />
Lebigot olhou attentamente para a<br />
— Estavam uo seu direito, se o pro-<br />
sem ter explorado a rua com a vista.<br />
coisa. Nada mais se passou uaquelie<br />
— E quaudo tiverdes a certeza de fructeira.<br />
prietário a isso se não oppôz, disse o<br />
No primeiro dia, o porteiro pensou:<br />
compartimento.<br />
que o homem e a mulher estão nos — Não sei nada, disse elle.<br />
commissario.<br />
seus aposentos vireis immediaiamente — Ha por força alguma coisa, repe-<br />
— Poderia muito bem, este pelintra — Tremei que eu possa avisar a —Sim, mas essa pessoa, levou para parlicipar-m'o.<br />
tiu a fructeira.<br />
encarregar me de fazer-lhe as com- justiça?, murmurava o porteiro, disse ali uma mulher, occullamente, e eu — Sim, senhor commissario.<br />
Lebigot comprou as provisões, metpras.<br />
isto essa mulher, talvez devesse avi- ouvi-lhe uizer: Tremei se eu podei — Ficareis portanto, sabendo: que teu-as no césio e disse:<br />
No segundo dia, mormurava.<br />
sar a justiça também? Nao quero que avisar o justiça.<br />
não fatiareis a pessoa alguma e não — Ah! com que então, ha qualquer<br />
—Aqui ha negocio escuro.<br />
aconteça qualquer coisa de criminoso 0 commissario prestou mais attenção. vos afastareis da vossa porta sem a c«isa!<br />
E, como elle tratava do menage d'um uu meu paiol. Esta pobre mulher uào —Ahi e ba que tempo levaram elles certeza de que os dois se acham alli Saiu da rua Mazarinee enfiando pela<br />
par que habitava os aposentos junto dirá naua por se achar sequestrada? para alli essa mulher?<br />
dentro.<br />
rua de Saint-André-des-Arts, atirou o<br />
dos de Villedieu, fez um buraco na Se é seu marido que assim a tem ?, — Haverá uma semana talvez.<br />
0 porteiro partiu. 0 commissario per- cesto fóra e desappareceu.<br />
bandeira da porta, e passava o seu antes de tudo elle e u senhor?<br />
—Cumu se chama o vosso locatário? correu as iustrucções enviadas á per-<br />
tempo a escutar.<br />
0 poiíeiru eslava perplexo.<br />
— Hermann.<br />
fítiura e esfregou as maos de contente.<br />
[ContinuA)i
CAVALLOS<br />
16 Muares, etc.; esquinencias,<br />
«1 sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc . curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferivel ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira á Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
YENDE-SE<br />
15 A morada de casas sita<br />
A na rua do Morêno n.°*<br />
7 e 9, facultando se ao comprador<br />
o pagamento a praso mediante<br />
juro razoavel.<br />
Tracta-se na rua da Sophia,<br />
35.<br />
P I A N O<br />
14 TTende-se um na rua de<br />
* Joaquim Antonio d'Aguiar<br />
Casa em bom local<br />
13 TTende-se uma, de 4 andaf<br />
res e magnificas lojas,<br />
na Couraça dos Apostolos, n.° 35.<br />
Quem pretender fale com<br />
Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
Liquidação<br />
12 Ma loja de Alves Borges,<br />
ll successor, rua do Visconde<br />
da Luz, n. os 64 a 66, se<br />
vendem por preços modicos,<br />
pregos de ferro suecio e escocio<br />
de embutir, para ferragens, e<br />
outros objectos a liquidar, e<br />
algumas qualidades de ferro<br />
suecio e escocio.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentaria<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA<br />
De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />
consultas todos os dias das<br />
9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />
Figueira da Foz.<br />
Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />
estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />
Neves).<br />
Em agosto e outubro, aos<br />
domingos consultas ás mesmas<br />
horas em Coimbra.<br />
Casa para arrendar<br />
N<br />
11 a quinta de Santa Cruz,<br />
Praça de D. Luiz, ha<br />
um andar; tem agua e quintal.<br />
Tractar com Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira<br />
n.° 6.<br />
Borges,<br />
Bom emprego de capital<br />
10 TTende-se uma casa sita<br />
w aos Arcos do Jardim, n.°<br />
41, com fundos para Santa<br />
Cruz. •<br />
0 motivo da venda é o ter<br />
de retirar-se d'esta cidade o<br />
seu proprietário.<br />
Para informações, na loja do<br />
sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />
Borges, ou coto o sr. Antonio<br />
Maria Leite de Albuquerque,<br />
empregado no Lyceu.<br />
Loja da China<br />
Ferreira Borges<br />
9 A caba de chegar um gran*<br />
íl dé sortimento de leques,<br />
sombrinhas e estores, japonèses<br />
e chinêses.<br />
Especialidades da casa<br />
CMs e cafés<br />
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excellentes aguas mineraes<br />
para doença de pelle,<br />
estomago, garganta, etc.<br />
RESISTENCIA - Domingo, 20 de setembro de 1896<br />
CALDAS DA FELGUEIRA<br />
CANNAS DE SENHORIM<br />
SENHORIM<br />
(BEIRA (BEIRA ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
medico, pharmacia<br />
e casa de barbear.<br />
Magnificas arci.mmodações<br />
desde 10200 réis<br />
comprphendendo serviço, club<br />
f»tc Bónus para ns médicos<br />
O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehepd». 60 banheiras de 1 . a a 5.* classe; duas salas<br />
para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />
annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do"'reino, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />
— Faz -se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'shi, 5 kilometros de esirada de macadam, em bons carros. A<br />
estação de Cannas na linha ferrea d&Bèirâ Alta está. directamente ligada com todas as linhas ferreis hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Cacerer;'Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, PharDiaoia Andrade, rua do Alecrim, 125<br />
0 hotel.,M--este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
VENDA<br />
7 yende-se em C0ZELHAS<br />
» uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
agua, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. Éem sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
0 comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
Para esclarecimentos, João<br />
Marques Mósca, solicitador, rua<br />
do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
Castauheira, largo da Portagem,<br />
Coimbra.<br />
Assignatura<br />
100 RS.<br />
cada n.°<br />
<br />
Si<br />
Zi °<br />
m<br />
Q-<br />
S<br />
•ra. O-<br />
CO to<br />
2=s o<br />
CO<br />
ca »<br />
_ ta<br />
m
N.° 161 COIMBRA—Quinta feira, 3 de setembro de 1896 2.° A N N O<br />
Aos que atacam o rei,<br />
defendendo a monarchia<br />
0 quadro da Misericórdia do Porto<br />
com um mao chefe do Estado, o re- mudança d'instituições, de que degular<br />
funccionamento do organismo pende o futuro do país. Este, uma<br />
politico. E tão proeminente o logar vez operada a transformação, esco-<br />
que neste occupa o poder moderalherá quem o ha de governar.<br />
dor, privativamente exercido pelo Não se argumente, pois, com a<br />
É sagrada e inviolável a pessoa<br />
rei, que o mao uso das attribuições falta d'homens de valor no partido<br />
do rei, diz a carta constitucional.<br />
que ,formam fesse poder fatalmente republicano. Quem ataque o rei e<br />
Principio fundamental da fórma<br />
determinará gravíssimas irregulari- reconheça que no país ha um cida-<br />
monarchica, esta disposição sancdades,<br />
na publica administração. dão que lenha merecimentos supeciona<br />
a completa irresponsabilidade<br />
Dado que, porém, se pretendesriores a elle para chefe do Estado,<br />
do rei pelos actos que pratique como<br />
se annullar a influencia do rei, a deve pugnar por uma mudança de-<br />
chefe do Estado ou simples parti-<br />
fórma monarchica seria egualmente stituições.cular.<br />
Não é responsável o rei, no-<br />
indefensável para os que o censu- Se não quizer ir até. ahi, mantemeando<br />
ou demiltindo os seus miram.<br />
Para outra entidade passariam nha-se dentro dos limites da carta<br />
nistros, como o não é no exercício<br />
as funcções de chefe do Estado, não e espere que o rei se regenere. Pôde<br />
das relações conjugaes; é a mesma<br />
havendo na escolha d'ella as neces- até pedir a Deus que o converta,<br />
a sua inviolabilidade, quando de<br />
sárias garantias; e, por outro lado, que a carta não o prohibe.<br />
manto régio aos hombros lê o dis-<br />
a nação continuaria a dispender<br />
curso da corôa, como quando de ge-<br />
enormes sommas com a monarchia,<br />
resana vae esperar touros; é egual-<br />
DR. ANTOMO JOSÉ D'AUEI!)A<br />
o que, nas circumstancias difficillimcnte<br />
sagrado, quando quebre um<br />
mas em que o thesouro se encon- Pelas ultimas noticias vindas da<br />
juramento,'como quando a tiro mate<br />
tra, é um argumento de não pouca Africa soubemos que este nosso que-<br />
um touro ou andorinhas.<br />
rido amigo tinha chegado a S. Tho-<br />
ponderação contra a actual fórma<br />
Sempre inviolável, o rei não deve<br />
mé, vindo de Loanda. Gosava saú-<br />
de governo.<br />
de e fixára definitivamente a sua re-<br />
ser elogiado por qualquer acto, como<br />
Com um mao rei, pois, nunca<br />
siHencia naquelia cidade.<br />
também não pode ser censurado. A<br />
Ali soube da publicação da 2.<br />
poderá ser boa a monarchia. Quem<br />
censura não pode ferí-lo; o elogio<br />
sustente o contrario é, pelo menos,<br />
não pôde dar-lhe prestigio.<br />
incoherente.<br />
A coberto das apreciações dos<br />
homens o põe a carta constitucio-<br />
Mas onde está um homem no<br />
nal, emquanto fór pessoa ; livre-se<br />
partido republicano, dizem, para<br />
elle de que os irracionaes, que des-<br />
exercer o logar de chefe do Estado?<br />
conhecem os principios em que se<br />
Nós reconhecemos que a monarchia<br />
basêa a politica monarchica, o tor-<br />
funcciona mal, mas não vemos homens<br />
no partido republicano que<br />
nem uma cousa. O rei não está su-<br />
nos garantam que a Republica dará<br />
jeito a responsabilidade alguma; só<br />
melhores resultados.<br />
os irresponsáveis, dentro do credo<br />
monarchico, é que o podem ag- Assim argumentam os monarchigredir.cos<br />
que, censurando o rei, comba-<br />
Esta doutrina é indiscutível para tem o partido republicano. Muito<br />
todos os monarchicos.<br />
generosos, confessam que o partido<br />
Quem censure os actos do rei, republicano teve grandes homens,<br />
quem affirme que elle procede le- como Latino Coelho, Elias Garcia,<br />
vianamente, no exercício das suas José Falcão, Rodrigues de Freitas...<br />
funcções, como chefe do Estado ou porque já morreram; e, para provar<br />
nos actos que pratique, como parti- que os que vivem nada valem, fazcular,<br />
desacata um dos principios se o recenseamento dos jornaes re-<br />
fundamentaes do actual regimen popublicanos de Lisboa e Porto, como<br />
litico e razão ha para que se lhe se elles foram o partido!<br />
chame incoherente, quando, após a Ainda ha pouco assim fallava o<br />
censura, continue a dizer-se monar- Jornal do Commercio.<br />
chico.<br />
Não é possível raciocinar d'um<br />
Dizer que é mao o rei e que é modo mais lastimoso. Que o parti-<br />
boa uma fórma de governo que não do republicano tenha ou não ho-<br />
permitte imputar-lbe a responsabimens de valor, é isso completamenlidade<br />
dos actos que pratique e aste indilferente ao assumpto que se<br />
segura a sua perpetuidade no exer- discute. Preferir a monarchia á Recício<br />
do cargo, se não é uma incopublica quem ataca, pelo mau exerherencia,<br />
é um verdadeiro contracício das suas funcções, o chefe do<br />
senso.<br />
Estado, só o pôde fazer affirmando<br />
Podem operar-sê reformas poliT que não ha no país quem possa com<br />
ticas, dentro do systema monarchi- vantagem substituir o rèi.<br />
co; é este susceptível, num ou nou- Não é necessário que um cidadão<br />
tro ponto, de aperfeiçoamento; mas, tenha militado activamente no par-<br />
por mais importantes que sejam as tido republicano, para que seja eleito<br />
reformas effeituadas, nunca estas primeiro magistrado da nação.<br />
farão d'um mao rei um bom che- Os acluaes republicanos nada<br />
fe de Estado e nunca será possível, mais fazem do que pugnar por uma<br />
a<br />
edição da Desaffronta, para a qual<br />
tencionava mandar algumas emendas<br />
que já não poderiam chegar a<br />
tempo.<br />
Escusado será dizer que o nosso<br />
distincto correligionário não receberá<br />
nem um ceitil d'esta edição,<br />
como já não tinha recebido da primeira.<br />
Promette-nos o nosso antigo collega<br />
algumas cartas d'ali, distincção<br />
que muito honra o nosso jornal e<br />
que nós muito agradecemos.<br />
Os últimos telegrammas de Manica<br />
dizem que a insurreição nas<br />
Filippinas tem alastrado muito.<br />
Dr. Eduardo Vieira<br />
Partiu para a Figueira da Foz, com<br />
sua ex. ma famiiia, o nosso querido amigo<br />
e prestimoso correligionário dr.<br />
Eduardo Vieira, conceituado advogado<br />
nesta cidade.<br />
Vae em caminho d'uma solução<br />
amigavel a pendencia entre a Italia<br />
e o Brasil. Os ânimos neste país<br />
serenaram em virtude das medidas<br />
adoptadas pelo governo, que tem<br />
sido energico e prudente.<br />
Dr. Fernandes Costa<br />
Acompanhado de sua ex. ma Levantou-se ultimamente uma<br />
controvérsia ácerca da identidade<br />
dos personagens que neste quadro<br />
figuram, bem como ácerca do artista,<br />
ao qual deve altribuir-se esta<br />
obra gloriosa.<br />
A questão tratada em folhas volantes,<br />
de afogadilho, por entre biscas<br />
pessoaes, com argumentos de<br />
intuição e elaboração intellectual sobre<br />
photographias e gravuras, ficará<br />
sendo uma das anedoctas mais<br />
probativas do estado de fragilidade<br />
e de somnambulismo em que se encontra<br />
entre nós a educação dos<br />
espíritos embicados á predilecção e<br />
ao estudo da Arte.<br />
A sacola da dialéctica cheia de<br />
argumentos leves como cascas de<br />
alhos, esvaziou-se ao primeiro embate;<br />
e a polemica terminou por inanição.<br />
E bom foi, porque o fiasco ameaçava<br />
prolongar-se com a intervenção<br />
dos noticiários e das correspondências<br />
das praias.<br />
A critica instruída, embora fallivel,<br />
que tinha pronunciado sobre<br />
essa peça magistral os nomes de<br />
Holbein, Quenlin de Malsys, Bernard<br />
van Orley, ou qualquer outro<br />
da eschola de Gerard Da^id; que<br />
tinha estabelecido, com mais ou menos<br />
segurança, mas em todo o caso,<br />
com erudição profunda, elucidações<br />
preciosas de orientação no dominio<br />
das obras de origem ou influencia<br />
flamenga em Portugal, cedeu o logar<br />
a prelenções arbitrarias e fatuas<br />
de Van-Eyck, de méro espalhafato<br />
e argucias de lana caprina I. ..<br />
Mas, como nada no mundo se<br />
perde, o lado util d'este incidente<br />
foi fixar a attenção sobre um inclassificável<br />
delicto, que tem passado<br />
desapercebido, e deve levantar<br />
a inexorável condemnação de lodos<br />
os homens cultos.<br />
O quadro Fons vitae! da Misericórdia<br />
do Porto foi ha cerca de dois<br />
annos restaurado peia fórma mais<br />
audaciosa e barbaral<br />
Que é das medidas de repressão<br />
tantas vezes sollicitadas e promettidas?...<br />
Essa pintura extraordinaria achase<br />
repintada com toda a impudência<br />
d<br />
esposa e<br />
filhinhos, partiu para Foz d'Arouce, onde<br />
conta demorar-se todo o mês de setembro,<br />
este nosso querido amigo e distincto<br />
professor do lyceu de Coimbra.<br />
Regressou a Coimbra o nosso<br />
querido amigo sr. Antonio Albino<br />
de Carvalho Mourão, que ha dous<br />
mêses andava inspeccionando as<br />
escholas d'instrucção primaria no<br />
districto d'Aveiro,<br />
? pedras preciosas, ficará murcha e bi_<br />
tuminosa pela superposição de côres<br />
espessas e falsas 1<br />
Como poude praticar-se um tal<br />
desacato sem um brado de indignação<br />
geral!. ..<br />
Mas a aggravante incomprehensivel,<br />
que attinge as raias do inverosímil,<br />
é o facto de haver sido a<br />
obra realizada com o beneplácito e<br />
o apoio d'uma commissão de professores<br />
de bellas-artes das Academias<br />
do Porto e Lisboa!<br />
Isto é positivo 1!<br />
A direcção da Misericórdia pôde<br />
illibar-se por este modo de todas as<br />
responsabilidades, que vão esmagar<br />
vergonhosamente esses deploráveis<br />
conselheiros I.. .<br />
Mas a imprensa do Porto porque<br />
não acoça sem tréguas essa perversidade<br />
derrancada e estúpida que<br />
por lá anda ás soltas, que assolou<br />
o quadro da Misericórdia, e que no<br />
Museu municipal anda exercendo as<br />
mesmas sevícias sobre as obras capitaes?<br />
E ha de continuar, se o protesto<br />
não fôr unanime e violento, sem<br />
contemplações e sem caridade 1<br />
Por lodo o país, cidades e aldeias,<br />
as palavras são impotentes<br />
para castigar a reincidência de taes<br />
crimes. Tem-se visto que o processo<br />
da propaganda e da persuasão<br />
só pôde dar resultados imperceptíveis.<br />
Abra-se um novo capitulo no codigo<br />
penal:—a cadeia e a Africa,<br />
para esta especie execravel de incorrigíveis<br />
malfeitores 1<br />
A.<br />
N. B.—Depois de escripta esta<br />
algarvia, lemos na Marselheza:<br />
«Segundo um telegramma que hontem<br />
recebemos de Évora, acaba de ser<br />
demonstrada alli, a authenticidade do<br />
quadro da misericórdia do Porto, attribuido<br />
pelo sr. Moreira Freire a um<br />
dos irmãos Van Eych.»<br />
A tribu dos curiosos a fazer das<br />
suas!<br />
Partiu para a Figueira da Foz, em<br />
companhia de sua ex.<br />
uminaudito escandaio e duma<br />
requintada brutalidade 1<br />
Esse odioso attenlado por em<br />
quanto tem o salvaterio illusorio do<br />
verniz; mas não é precisa grande<br />
somma de perspicacia technica, para<br />
se reconhecer toda a extensão do<br />
deplorável estrago.<br />
As laccas dentro do curto periodo<br />
de dez ou quinze annos tornarse-hão<br />
opacas e inertes e a primitiva<br />
coloração brilhante de velatu-<br />
,as, translúcidas e intensas, como,<br />
ma familia, o sr.<br />
conselheiro dr. Antonio dos Santos Viegas,<br />
illustre decano da Faculdade de<br />
Philosophia.<br />
Colyseu Figueirense<br />
No dia 8 de setembro, é a 3." corrida<br />
da epocha.<br />
Grandiosa e excepcional festa tauromachica,<br />
promovida pela direcção do<br />
Colyseu Figueirense, em beneficio da<br />
Santa Casa da Misericórdia de Buarcos.<br />
Tomam parte nesta excepcional corrida<br />
o insigne espada»—Rafael Guerra<br />
(Guerrita), acompanhado da sua cuadrilla;<br />
e os mais distinctos artistas<br />
nacionaes.<br />
Os touros são do ganad&ro sr. Failstino<br />
da Gama.<br />
O cavalleiro nesta corrida é Ma*<br />
nuel Casimiro.
Litteratura e Arte<br />
BALLADA<br />
D'um bosque verde de loureiros sáe<br />
Ella, toda em marfim e oiro.<br />
De marfim o corpo, d'oiro os seus cabellos.<br />
Baixos os olhos, numa nuvem d'oiro<br />
anda a boiar o seu olhar azul, como se<br />
se desfizessem a borboletear as suas<br />
pestanas loiras.<br />
Vae campos fóra, e a ponta dos seus<br />
cabellos levanta-se leve a ondear no ar,<br />
como vestido leve d'uma bailadeira agitado<br />
por dançar suave.<br />
Riem as fontes, passam os rios a murmurar<br />
baixinho.<br />
Até o vento pára ao Ella chegar e se<br />
põe a andar com ella, devagar.<br />
Ao ladod'Elle, sem o vêr, passa Ella,<br />
e Elle que ia a debruçar-se para beber,<br />
vae-se atraz d'Ella a andar a mêdo.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
Ainda vive a papoila que hontem<br />
te vigiou o somno. . .<br />
ELLE. Dormir! Dormir, dormi<br />
ria eu no manto dos seus cabellos<br />
loiros.<br />
Gobrem-na toda, como as seáras<br />
o Campo. Não ha papoila mais vermelha<br />
que o alto do seu sein.<br />
O ceu é muito doirado e a sua figu<br />
ra loira quasi desapparece comida da<br />
luz d'oiro do ceu.<br />
De repente apaga-se o ceu e de re<br />
pente se faz a escuridão.<br />
Só se vê ainda um momento o seu<br />
vulto, que afinal se desfaz como um<br />
perfume leve.<br />
Carta de Lisboa<br />
Libboa, 28 de agosto de 1896<br />
Chegou hontem das Caldas o sr.<br />
D. Carlos e esse simples facto foi<br />
motivo para que os jornaes monarchicos<br />
se desfizessem em commenlarios<br />
gloriosos ao soberano.<br />
Tal houve que julgou a volta das<br />
Caldas mais gloriosa que a volta<br />
d'uma guerra em que o Bragança<br />
triumphasse.<br />
Nos artigos escriptos a tal respeito<br />
tiola-se todavia a banalidade<br />
A proposito do caso tenho ouvido<br />
algumas informações curiosas. Todavia<br />
nada se saberá, creio eu, emquanto<br />
não fôr pronunciada a sentença<br />
do tribunal arbitral de Berne<br />
sobre a indemnização que teremos<br />
de pagar por termos rescindido o<br />
contraclo do caminho de ferro em<br />
Lourenço Marques com Mac-Murdo<br />
Em todo o caso ahi vão algumas<br />
histórias que lenho ouvido:<br />
1.* Diz-se que a indemnização<br />
nunca será inferior a 400 contos.<br />
Não tendo nós dinheiro para isso,<br />
affirma-se que Rothschild, generoso,<br />
Com tantas claras luzes quebrava-se<br />
o nariz esbarrando a cada<br />
passo com as esquinas.<br />
Francamente, se a esses pobres<br />
homens que laes coisas escrevem,<br />
fosse possível imaginar-lhcs talento,<br />
era caso para dizer que sabiam ser<br />
ironicos alé á crueldade.<br />
Assim, são simplesmente parvos.<br />
x<br />
A FONTE. Aonde vaes? Anda cá,<br />
vem matar a sêde.<br />
ELLE. Quando Ella sorri, abremse<br />
no rosto umas cóvas pequeninas,<br />
como as que faz na terra a agua<br />
das fontes a sair aos borbotões, a<br />
rir.<br />
E as covinhas da sua cara parecem<br />
trasbordar de beijos.<br />
Oh 1 Não poder eu bebera fres<br />
cura d'aquelles beijos.<br />
OS RIOS. Onde vaes sem olhar?<br />
Vê a tua imagem. Quando tu passas<br />
começamos nós a andar mais<br />
devagar para tu te vêres melhor, e, se<br />
o VENTO vem a correr para brincar<br />
comnosco, logo nós nos pomos<br />
a murmurar, e o Vento pára, e tu<br />
vês-te melhor na agua socegada.<br />
Olha os salgueiros, como elles se<br />
miram na agua...<br />
Vieram a correi 1 O centenário da índia parece<br />
definitivamente liquidado.<br />
E pena.<br />
Sempre queria vêr como nos<br />
offerecerá 18:000 contos ao governo<br />
da chapa e o cançasso de quem se<br />
diriam a todos nós onde está a<br />
português para pagar a indemniza-<br />
ELLE. Não vejo nada! Onde es vae cansando de dizer asneiras. De<br />
índia portuguêsa.<br />
ção e para obras no porto de Lou-<br />
tou eu ?...<br />
resto, o rei não lê esses jornaes e o<br />
renço Marques, com a condição<br />
x<br />
povo muito menos. Do que resulta<br />
UMA BORBOLETA. Amasie, en-<br />
d'esta importante possessão ser<br />
o rei andar como um bom viveur<br />
Lisbôa diverle-se.<br />
cegueceste. Eu amei e vou mor-<br />
explorada por uma companhia —<br />
sem que nada o preoccupe e o povo<br />
Milhares de bebedeiras no senhor<br />
rer.. .<br />
parece troça — com uma direcção<br />
andar pensando como isto acabará.<br />
da Serra e na Atalaya.<br />
portuguêsa.<br />
O VENTO. Abre, abre a tua boc- Ha de acabar, é certo.<br />
D'ahi tiram os monarchicos a<br />
2.° Ha lambem uma versão que conclusão de que o país nada em<br />
ca, e deixa encher teu peito.<br />
x<br />
se refere á constituição de uma dinheiro.<br />
Eu trago o arôma de todas as flô-<br />
companhia com capitaes extrangeires,<br />
o perfume de todos os fructos, Boas informações dão-me a co-<br />
Todavia isto é mentira.<br />
ros para fazer as obras no porto<br />
a frescura das fontes e ribeiros. nhecer que o governo tanto se ap<br />
Mas como explicar tamanha festa,<br />
de Lourenço Marques, mediante<br />
Rasga, rasga os teus vestidos e proximou da Inglaterra que se<br />
com tanta falta de dinheiro.<br />
certas concessões.<br />
deixa beijar teu corpo a arder. afastou de mais das outras nações<br />
Muito simplesmente:<br />
Calcule-se o que será.<br />
O resultado é que a Allemanha<br />
O povo, como vê isto perdido,<br />
ELLE. Nunca mais, nunca mais<br />
Além d'estas duas informações,<br />
pretende apoderar-se da bahia dos<br />
trata de integrar os seus calotes no<br />
vêr a terra que me amou.<br />
que são as principaes, outras mui- Grande Cão Nacional.<br />
Tigres que nos pertence e a França<br />
Porque não nasci eu cego, portas<br />
são segredadas, não havendo a<br />
nos faz uma guerra financeira,<br />
X<br />
que havia eu de encontrá-la e sen-<br />
menor duvida de que alguma coisa<br />
temerosa.<br />
tir a sua imagem a queimar-me o<br />
se trama no extrangeiro a propo- Parece que vamos ter novos im-<br />
O governo, eslá claro, não se<br />
olhar como uma braza ?!. ..<br />
sito d'aquella colonia.<br />
postos. Mais um motivo para que<br />
importa com isso e cura unicamente<br />
os patriotas grilem pela Carta.<br />
UMA VOZ. Socega. Sabes quem de saber como ha de mentir todos<br />
x<br />
eu sou ?<br />
os dias ao publico por meio da sua<br />
João de Menezes.<br />
imprensa, que nunca attingiu, como<br />
Os patriotas que se desfaziam<br />
ELLE. Conheço a tua voz. hoje, um gráo de tanto cynismo e<br />
em contumelias perante a lealdade<br />
UMA VOZ. Não, não me conheces! tanta desfaçatez.<br />
inglêsa, a proposito da palhaçada<br />
da ilha da Trindade, andam um<br />
Ouviste uma voz assim um dia, quan-<br />
do campo e, ao<br />
x<br />
pouco encavacados com o bombardo<br />
ao teu lado passou a soluçar a Dôr<br />
deamento de Zanzibar.<br />
saltar na agua, pararam a vêr-se e que è minha irmã.<br />
De todas as terras do Alemlejo<br />
a alizar os seus cabellos verdes<br />
Na verdade é para amortecer o<br />
Eras muito feliz, nem voltaste a chegam noticias de que é terrível<br />
enlhusiasmodos mais dedicados de-<br />
Olha como estão contentes; pare- cabeça.<br />
a crise do trabalho e a fome incvi<br />
fensores de Soveral e seus amigos,<br />
cem uma vaga, como as que faz lá Sabes quem eu sou?...<br />
lavei.<br />
aquella brutalidade, que não esteve<br />
em baixo o mar, parecem uma onda<br />
O governo não tem dinheiro para<br />
verde que vae a partir-se, a desfa- ELLE. Posso lá saber...<br />
longe dedar-se comnosco em 11 de<br />
dar ás camaras municipaes de fórma janeiro, o que tão illuslres patriozer-se.<br />
..<br />
UMA VOZ. Lembraste do Sol?... que algumas, como a de Elvas, são tas esqueceram prudentemente.<br />
Mas não cairão, e vê-los-has sem-<br />
forçadas a vender as suas inscripre<br />
assim, os cabellos caídos, nunca ELLE. Se me lembro...<br />
E se querem que lhes diga a verpções,<br />
para sustentarem os traba-<br />
fartos de namorarem a sua imagem.<br />
dade, parece-me que aquelles ho<br />
UMA VOZ. Pois eu sou filho lhadores.<br />
memsinhos de Zanzibar, não se sub-<br />
Olha para nós, vem banhar teu d'Elle, d'esse senhor tão rico que anda<br />
x<br />
mettendo a ameaças e combatendo<br />
corpo, e nós faremos uma janga- todo o dia a encher o mundo d'oiro<br />
da de folhas e flôres em que irá<br />
Que futuro se eslá preparando como poderam, têm algum direito<br />
Minha Mãe era muito linda, e quan-<br />
a descer teu corpo até ao mar, aca-<br />
para Portugal é coisa que nem lodos a olhar com desdem para a cara<br />
do Elle a amou era tanta a sua alericiado<br />
por todos os salgueiros.<br />
sabem ou lêm a coragem de dizer. estanhada de certos que receberam<br />
gria que a chamaram — a Lua Todavia, affirmar que a ruina, a a bofetada e beijam agora a mão<br />
ELLE. Quem me déra afogar Cheia.. .<br />
deshonra e a miséria nos estão que lh'a deu.<br />
meu corpo nos seus braços delga- Um dia meu pae fugiu e minha cercando furiosamente não é mentir,<br />
dos como as plantas que ha debai- mãe pôz-se a correr atraz d'elle.<br />
x<br />
é fallar a verdade, que ainda assim<br />
xo dagua, tão finas... . E dão a O filho do Sol só anda de noite, não se sabe toda.<br />
De todos os pontos do Alemlejo<br />
morte á gente... .<br />
como os vagabundos, é pallido, como<br />
chegam noticias da miséria dos<br />
todos os vadios.<br />
x<br />
trabalhadores. Ha fome. As cama-<br />
AS FLORES. Olha, olha, somos As vezes, quando de noite minha<br />
nós.<br />
Isto vae mal, muito mal. ras municipaes pedem dinheiro ao<br />
Mãe me encontra, leva-me pela mão<br />
Porque passas, sem nos fallar, tu<br />
E, ou tratamos por uma vez de governo, afim de darem trabalho<br />
á procura de meu pae. E eu vou para<br />
que andavas sempre debruçado so-<br />
arcar de frente com as responsabi- aos miseráveis.<br />
a não magoar, a rir, mas bem sei<br />
bre a terra a sorver o nosso arôma?<br />
lidades ou então somos homens ao O governo diz que não lem, o<br />
que elle nos fugirá sempre.<br />
Somos nós I E temos para ti, só para<br />
mar como os monarchicos.<br />
que não impede os seus jornaes de<br />
Quando a viste desapparecer ce-<br />
ti, os mais suaves de todos os per-<br />
Tentemos o ultimo esforço, que affirmarem a prosperidade do país.<br />
gaste, vê-la-has sempre, serás semfumes.<br />
..<br />
este país eslá a afundar-se.<br />
O que succederá?<br />
pre feliz . . .<br />
Isto não são phrases. Nem sabem Não sei. Mas parece-me certo<br />
ELLE. Quando se abre a sua Amar é mau.<br />
os senhores como isto está desgra- que, se o povo pedir pão em voz<br />
bocca e branquejam os seus dentes, O filho do Sol chama-se Luar, só<br />
çado. ..<br />
alta, não ha de ser precisamente<br />
não ha canteiro de jasmins mais anda de noite, como os ladrões, foi<br />
com a Carta que lhe hão de malar<br />
perfumado que o hálito d'Ella. abandonado do pae, é um vadio....<br />
J. M. a fome.<br />
Que flôr será a dos seus lábios,<br />
x<br />
tão vermelhos, d'um perfume tão<br />
T. C. Lisboa, 1 de setembro de 1896.<br />
O sr. D. Carlos continua a ser<br />
suave ?. ..<br />
Não me cansarei muito a dizer- proclamado um monarcha de virtu-<br />
OS FRUCTOS. Pára. Todo o dia O sr. Charles Lepierre, babil hes que tem feito um verdadeiro des incomparáveis, porque vem das<br />
andou a amadurecer-nos o Sol. professor da Eschola Industrial Bro- successo de gargalhada a fuga dos Caldas, porque vae para Cintra e<br />
Nunca a nossa carne foi tão dôce tero, vae remetter ao governo um jrêsos do governo civil.<br />
porque anda de chapéu desabado.<br />
e tão perfumada...<br />
importante relatorio sobre as con- Um dos que fugiram, como sabem, Estes factos são motivo de largas<br />
Pára! Vaes a morrer de fome. clusões votadas no congresso chy- estava incommunicavel.<br />
apotheoses nos jornaes do governo,<br />
Pára! Mata a tua fome!... mico que ha pouco se realizou em Ha quem diga que este facto íavendo tal que, pelo facto de o<br />
ELLE. Os seus peitos são mais<br />
Paris e de que fez parte.<br />
depõe a favor da policia que mani- chefe do Estado ter accendido um<br />
esta assim — deixando fugir os charuto ao sair do combovo, escre-<br />
*/ redondos e eguaes que duas meta-<br />
jrêsos— a nenhuma utilidade em<br />
des do mesmo fructo.<br />
Não poder eu matar a fome d'este<br />
Foi nomeado professor auxiliar os conservar sob ferros desde que<br />
amôr. ..<br />
da Eschola Industrial Brotero o outros andam á solta.<br />
nosso amigo sr. dr. Francisco da<br />
OS TRIGOS. Onde vaes tão can- Costa Pessoa. Vae reger a cadeira<br />
çado?<br />
de physica, mechanica e desenho Continuam correndo boatos sobre<br />
Pára. São horas de dormir. de machinas.<br />
a venda de Lourenço Marques,<br />
7<br />
Acha-se era uso de banhos na praia<br />
de Espinho, com sua ex<br />
veu: «E logo ao descer da carruagem,<br />
S. M. deu a lodos uma alma<br />
nova illuminando os circumstantes<br />
com as claras luzes do seu espirito».<br />
Estas claras luzes de S. M. dão<br />
uma perfeita idêa do que seria Lis-<br />
)ôa, nas noites da gréve do gaz,<br />
ma familia, o<br />
sr. dr. Antonio Maria de Sousa Bastos,<br />
distincto advogado nesta cidade.<br />
Foi ante-hontem que a caixa economica<br />
1.° de Outubro do Bairro Alto<br />
distribuiu pelos seus associados as quotas<br />
com que cada um entrou durante<br />
o anno, além do producto de outras<br />
receitas eveutuaes.<br />
Fundada ba três annos pelos srs.<br />
José Coimbra, Antonio Viauna e José<br />
Maria de Figueiredo, têm, devido a zelosas<br />
e activas direcções, administrado<br />
os seus capitaes, augmentado de anno<br />
para anno o numero de socios.<br />
No anno que acaba de findar, teve<br />
esta caixa economica um movimento<br />
de 9520765 réis. .<br />
A direcção, composta dos srs. Anuibal<br />
Ramalhete, presidente, José Maria<br />
de Figueiredo, secretario, Antonio Marques,<br />
thesoureiro e José Maximiano,<br />
vogal, foi, por proposta de um dos socios<br />
fundadores, unanimemente reconduzida<br />
para o anno proximo.<br />
A mulher nos Estados-Unidos<br />
Os seguintes dados mostram o desinvolvimento<br />
espantoso que tem tornado<br />
o movimento feminino.<br />
É nos Eitados-Uuidos onde a mulher<br />
tem mais somma de direi os.<br />
Depois da proclamação do bitl em<br />
1870, todas as profissões lhe são accessiveis.<br />
Assim se comprehende que haja<br />
ali 15:000 mulheres exercendo variados<br />
cargos, desde a secretaria da presidencia<br />
da Republica, até aos empregos<br />
do ministério.<br />
Assim, no ministério dos correios e<br />
telegraphos ha 7:000, no do interior<br />
3:000, no da fazeuda 2:000, no da<br />
guerra 250, etc., etc., com ordenados<br />
que chegam a 1800000 réis.<br />
Quauto ao ensino, nos Estados-Unidos<br />
ha 191:000 mulheres que regem<br />
cathedras, escolas e outros estabelecimentos<br />
docentes, mostrando assim uma<br />
grande superioridade sobre os 104:000<br />
homens que exercem os mesmos cargos.<br />
De todas as nações da Europa a<br />
única que se pôde comparar com os<br />
Estados-Unidos é a Inglaterra, que tem<br />
empregadas nas suas linhas ferreas<br />
25:928 mulheres, e em telegraphos e<br />
correios 8:000.<br />
Depois d'isto vêm profissões particulares,<br />
nas quaes o sexo fraco desempenha<br />
um papel muito importante,
CARTA DÃ FIGUEIRA<br />
32 Folhetim da RESISTENCIA<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
tella e de Leão. Ora sus, heroicos<br />
perliquilelest e em combate singular<br />
mostrae — que la mancha dei ho-<br />
Figueira, 1—IX —96. nor solo con sangre se quita!...<br />
A felonia de Fernão vae até ao<br />
... Sr. redactor: — Fernão Sil-<br />
malévolo requinte de desvirtuar o<br />
vestre, partidario das damas hespa-<br />
meu protesto, attribuindo-me definholas,—ibérico<br />
pelo lado fraco,—<br />
ciências genesicas para o solfejo, na<br />
suspeito agente de flibusteiros cu-<br />
vasta philarmonica da nalurêza.. .<br />
banos em captação de sympathias<br />
femininas, toma posições á faiança<br />
E um al eivei<br />
e replica aos meus reparos, como se<br />
Sarcastica derivação d'um senti-<br />
nada tivesse a receiar da altitude<br />
mento nobre, arremessada ás faces<br />
retraída d'essa Ala dos Namorados,<br />
do patriotismo português, se é lici-<br />
que por ahi vagueia pelos cafés e<br />
to assim cxprimir-me.<br />
ao longo do caes!<br />
Fernão! A fé que em mim não<br />
trilhaes vinha philoxerada!<br />
Começa a sua epistola por se<br />
E com a candura d'um semina-<br />
desculpar — que não quiz confrontar<br />
rista, ruborizado até ao intimo, que<br />
as damas portuguêsas com as senho-<br />
ouso affirmá-lo!<br />
ras hespanholas. E depois d'esta rapida<br />
hesitação, cobra animo, bate<br />
Com o auxilio da providencia di-<br />
pé á frente, e obstinado e altivo afvina:<br />
quem me empresta um dynafirma:<br />
— que nas senhoras portuguêmomctro!?sas<br />
não ha honras e famas de formo- Prudência, inspirae-me!<br />
sura e gentileza.<br />
Temperemos os frémitos na nos-<br />
Refila, e impenitente e destemisa<br />
fúria!.. .<br />
do repete a affirmação, que ainda — Ó desvairado Fernão! Fernão<br />
hoje ao almoço fez estremecer de infernal, como hei de illibar-me<br />
cólera a cuia de D. Jeronyma, mi- d'esse labéu, que me desconcerta no<br />
nha respeitável commensal. conceito da communidade?. ..<br />
k indignação das damas em re-<br />
Ah, não!... E Deus sabe com<br />
dor da mesa attingiu o rubro; e as<br />
que jubiloso reconhecimento ergo a<br />
falias molles com manteiga foram<br />
dextra ao ceu!...<br />
trituradas entre maxilas convulsasl<br />
Fernão engana-se! Juro-o pelos<br />
E este cartél cáe na areia 1...<br />
sacratíssimos stigmates do venerável<br />
Um temerário em brados, que par-<br />
padre S. Francisco!. ..<br />
tem do alto do Viso, contesta o dom<br />
W.<br />
da formosura portuguêsa e não encontra<br />
na sua frente quem levante<br />
Em companhia de sua ex.<br />
a affronta e vingue as—fracas damas<br />
delicadas I<br />
Oh! manes de Vasco Martins da<br />
Cunha, que em presença do conde<br />
de Cambrix desafiou todos os cavaleiros<br />
e escudeiros presentes, porque<br />
sorriram á passagem d'uma<br />
dona!<br />
Fernão ri e troça dos Magriços,<br />
depois de os revestir da couraça de<br />
D. Quichote. E chasqueiando dos<br />
mrus sete lustros, ei-lo ahi vae todo<br />
vão e liró, a rodopiar, impando de<br />
salero, em fandangos repinicados !<br />
Bofé, mancebos, forasteiros em<br />
regimen debilitante de marisco e<br />
pão de ló, que não tendes, ao parecer,<br />
sangue nas veias 1<br />
Ó janotas de bugigangas, paladinos<br />
do namoro, pensae no que dirão<br />
os évos, ao vêr que um dos de<br />
Portugal nega graças e formosura ás<br />
eleitas do vosso coração, para exalçar,<br />
pelo contraste, as filhas de Cas-<br />
ma 0 general Blanco pediu só mil ho- meneias do clima continuam fazen- Por motivo de ter havido alguns<br />
mens, mas o governo envia-lhe o dudo nellas uma enorme mortandade. bailes nas salas dos hotéis, já foram<br />
plo para que possa ser mais activa a<br />
ameaçados os proprietários de que se<br />
acção militar.<br />
Pelo que respeita ás Filippinas, lhes lançaria uma fortíssima contribui-<br />
Q tando tive conhecimento da noti- vae o governo enviar para Manica ção pelo facto de terem piano. Que<br />
cia da insurreição, ordenei que se guar- 2:000 homens em vez de 1:000 que tolice!...<br />
dasse absoluta reserva, até que S M. o general Blanco pediu. Não é tpo Ameaçaram egualmente de organizar<br />
a rainha ficasse ao facto do que occor- optimista como este, e, para quem uma companhia com o fim de montar<br />
ria, por intermedio do ministro dos estrangeiros.<br />
saiba que, segundo o recenseamen- um hotel em boas condições, para<br />
os prejudicar, caso nã# queiram satis-<br />
O governo tomou todas as disposito de 1876, havia nas Filippinas fazer o que elles ordenam.<br />
ções precisas, e em menos de quatro 6.173:632 habitantes e que d'estes Parece incrível tanta falta de senso.<br />
horas ficou resolvido tudo o que se re- 5.501:356 pertenciam á raça indí- Mais coisas haveria que dizer, mas<br />
laciona com a remessa de forças e nagena submettida e mestiça, que ha basta o que fica exposto e que tanto<br />
vios de guerra, que contribuirão para<br />
suffocar a insurreição.<br />
602:853 indígenas não submetli- nojo causa.<br />
Fórmo muito boas tenções de, d'ora<br />
Entre os peninsulares que existem dos e 31:175 extrangeiros, sendo<br />
ávante, prescindir da inscripção que<br />
no archipelago das Filippinas, reinam insignificante a população hespa- nada aproveita e tratarei por todos<br />
patrióticos desejos, mostrando-se annhola, não acreditará facilmente em os meios ao meu alcance frizar bem o<br />
ciosos de coadjuvar pessoalmente o go- que a Hespanha consiga em curto procedimento da direcção naquelle<br />
verno na manutenção da integridade prazo suffocar a insurreição.<br />
estabelecimento.<br />
do territorio. D'ahi a auctorização pe-<br />
***<br />
dida pelo general Blanco para a crea- E ha ainda a notar que esta pação<br />
de batalhões de voluntários, ao que rece ter sido combinada no Japão.<br />
respondeu o ministro da guerra, con Não será este império para as Fi- Na Cruz deMorouços, suburbios d'es-<br />
cedendo licença para que o general<br />
lippinas o que os Estados-Unidos ta cidade, realiza-se na terça feira, 8<br />
organize todos os batalhões que julgar<br />
do corrente, a festividade a Nossa Se-<br />
convenientes, para o que serão envia- têm sido para Cuba?<br />
nhora da Graça, que todos os annos<br />
dos armamentos e petrechos.<br />
Em pouco tempo se saberá. costuma attrahir grande numero de fo-<br />
Quanto ao mais não posso negar que<br />
rasteiros a este pittoresco logar.<br />
as circumstancias são gravíssimas. Desde<br />
a guerra peninsular, a Hespanha não Regressaram da Figueira os srs. drs.<br />
se encontrou ainda em situação simi- Bernardo d'Albuquerque e Amaral e BibliograpMa<br />
Ihtnte.<br />
Pedro Monteiro Castello Branco.<br />
0 país que começava a reconstituir<br />
Revista Theatral—Publicação quinzenal<br />
de assumptos theatraes, de que são di-<br />
as suas finanças, teve que fazer sacrirectores<br />
os srs. Collares Pereira e Joaquina<br />
fícios como os que exige a manutenção Está gravemente enfermo em S. Mar- Miranda.<br />
da sua soberania na ilha de Cuba, e<br />
O n.° 41 que temos presente, a par de astinho<br />
do Bispo o sr. dr. Bento Ferreira<br />
agora mais do que nunca necessita de<br />
sumptos do mais alto interesse litterario ini-<br />
Malva, cirurgião-mór do exercito. cia a publicação, na sua bibliotheca dramati-<br />
todas as forças vivas do país para sair<br />
ca, da primeira farça Ignez Pereira, de Gil Vi-<br />
triumphante de tão extraordinária sicente.tuação.<br />
*<br />
Esteve em Coimbra, de visita, o nos-<br />
É para admirar o esforço de Hespa-<br />
Bibliotheca Popular de Legisso<br />
prestante correligionário dr. Manuel<br />
nha, pondo em Cuba 200:000 homens<br />
lação. — D'esla bibliotheca acabamos de<br />
d'Arriaga, que está a banhos na praia<br />
com armas, equipamentos e munições,<br />
receber o Regulamento do exercito e da ar-<br />
de Buarcos.<br />
mada, approvado por decreto de 6 de agosto<br />
esposa<br />
esforço de que não ha exemplo na his-<br />
de 1896.<br />
e filhos partiu para a Figueira da Foz<br />
toria.<br />
o importante capitalista d'esta cidade, Hoje uma nova perturbação vem agi-<br />
sr. João Teixeira Soares de Brito. tar outra d is suas possessões ultrama- Tem passado bastante incommodado<br />
rinas. O governo necessita do concur- o sr. José Domingos Serrado, bemquisso<br />
de todos, da coadjuvação efficaz de to industrial d'esta cidade.'<br />
r<br />
elementos políticos sem limitação de Fazemos votos pelo seu prompto res-<br />
E cada vez mais grave a situa- especie alguma, e no patriotismo de tabelecimento.ção<br />
da Hespanha. A insurreição das todos confia, visto que não haverá um<br />
Filippinas vae exigir-lhe novos sa- só que em tão difliceis circumstancias<br />
crifícios de vidas e de dinheiro, lhe negue um apoio resoluto e deci<br />
Luso, 31 d'agosto de 1896.<br />
dido.»<br />
quando ella se acha quasi comple-<br />
Teve ordem para sair d'aqui o<br />
tamente exhausta.<br />
Não occultando a gravidade da pianista que fazia serviço na Assem-<br />
O proprio Canovas já reconhece<br />
blêa, isto pelo facto de regressarem a<br />
situação, diz Canovas ter a convi-<br />
suas casas as damas importantes,<br />
que é difficillima a crise que a Hescção de que a Hespanha triumpha- ficando assim prejudicados os socio«<br />
panha atravessa. Eis as declarações rá. Quem desapaixonadamente at- que se inscreveram, contando terem ali<br />
que esse estadista acaba de fazer a tentar no que se está passando ha suas famílias mais um passatempo.<br />
alguns jornalistas que com elle ti- de prevêr o contrario.<br />
Prova-se por isto que o salão não é<br />
veram uma entrevista:<br />
dos socios, é propriedade exclusiva de<br />
As noticias que chegam de Cuba<br />
duas famílias, que só tratam de des-<br />
são extremamente desanimadoras<br />
«Não posso occultar que um moviconsiderar<br />
as restantes que se apremento<br />
insurreccional n3S Filippinas é para a Hespanha. Os insurrectos sentam, (como verifiquei algumas ve-<br />
grave, mas confio em que os rebeldes romperam a linha Mariel e têm rezes). serão anniquilados, e se o movimento cebido dos Estados-Unidos armas e Qualquer cavalheiro que não pertença<br />
durar ainda á chegada dos reforços que munições em grande quantidade. As ao numero dos escolhidos e que queira<br />
vão ser enviados immediatamente, es-<br />
d-rnçar, precisa mandar saber se con-<br />
tropas hespanholas não recebem<br />
ses reforços bastarão para que "í rebelsentem<br />
em ser apresentado. Isto é<br />
lião fique inteiramente debellada. soldo desde abril findo e as incle- simplesmente ridiculo!<br />
8<br />
Agradecemos o exemplar recebido.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5 ° anno de Direito, continúa<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
e Philosophia.<br />
Itua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />
Codigo do Processo Commercial<br />
APPROVADO POR<br />
Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />
Preço 200 réis<br />
Á venda na Imprensa da Universidade<br />
I0Í0 DAS GALÉS<br />
XXI<br />
O porteiro do n.° 53<br />
Á noite o porteiro do 53 não se tendo<br />
ainda collocado no limiar do porta, um<br />
agente da brigada de segurança veiu-<br />
Ihe perguntar se os locatarios do<br />
segundo andar estavam em casa.<br />
0 porteiro respondeu que a senhora<br />
estava, mas o homem não tinha ainda<br />
entrado.<br />
O agente foi á rua Guénégand e filiou<br />
com dois homens que alli estavam.<br />
—É preciso não perder de vista o<br />
porteiro, que por certo deu com a<br />
lingua nos dentes, e talvez queira prepaiar-nos<br />
uma ratoeira para livrar a<br />
mulher, disse um dos homens.<br />
Os agentes postaram-se. na rua em<br />
volta da casa, e dois d'entre elles<br />
subiram com um serralheiro que forçou<br />
a porta do aposento.<br />
-—Que é isto? disse um dos agentes,<br />
0 aposento está vazio.<br />
—Ha alli um gabinete, respondeu o<br />
outro.<br />
M. me — Sois M.<br />
de Villedieu apenas deu de cara<br />
com estes desconhecidos recuou cheia<br />
de mèdo.<br />
me de Villedieu? preguntaram-lhe.<br />
— Sim, disse ella.<br />
— M. me , disse um dos homens, eu<br />
sou o chefe da brigada de segurança<br />
na perfeitura (la policia. Peço-vos que<br />
me acompanheis. Tenho algumas explicações<br />
a pedir-vos.<br />
—Ahi, exclamou M. me de Villedieu,<br />
estou livre!<br />
0 chefe de segurança fez subir M. me<br />
de Villedieu para um fiacre.<br />
— Para a perfeitura e depressa, disse<br />
elle.<br />
Apenas alli chegaram, disse a M. me<br />
de Villedieu:<br />
-—Tende a bondade de entrar por<br />
essa galeria. Vamos a casa do Procurador<br />
da Republica. Nada temais, tratase<br />
apenas d'uma simples formalidade.<br />
— Oh! de ninguém receio senão de<br />
meu marido, disse M. me de Villedieu.<br />
0 procurador, avisado ao mesmo<br />
tempo que a perfeitura de policia,<br />
esperava com impaciência a noticia<br />
da captura de Villedieu.<br />
—Não podémos prender o homem,<br />
disse o chefe da segurança, aqui está<br />
a mulher...<br />
O Procurador da Republica comprimentou-a<br />
respeitosamente.<br />
— Senhora, disse elle, sou obrigado<br />
a cumprir uma missão dolorosa perante<br />
vós.<br />
-—Qual é, senhor?<br />
—M me — Por causa dos maus tratos que<br />
me tem dado?<br />
—Não, senhora, é por motivo muito<br />
mais grave.<br />
— De que se trata pois?<br />
—Trata-se d'um roubo.<br />
—Ah! elle roubou ao jogo.<br />
—Mais do que isso.<br />
—Mais!. .. que fez então?<br />
—Senhora, disse o procurador, vós<br />
julgaes ser a duquêsa de Villedieu?<br />
A duquesa passou a mão pela fronte.<br />
—Sim... disse ella, sim.<br />
— Senhora, o duque de Villedieu<br />
não existe. 0 verdadeiro duque de Villedieu<br />
morreu assassinado por um<br />
antigo forçado.<br />
—E esse forçado?<br />
—É vosso marido, senhora!<br />
—Oh! exclamou M.<br />
... sou obrigado a procurar<br />
vosso marido para o entregar â justiça*<br />
me — Não! vós disseste não?<br />
— Sim, disse. — Quando se dá um<br />
erro de pessoas, o casamento pôde ser<br />
declarado nullo.<br />
Aquelle dos esposos que tiver sido<br />
enganado pôde reclamar a annullação.<br />
Ê o qne estatue o artigo 180 ° do<br />
Codigo Civil, e, em seguida o artigo<br />
1:109.° dispõe que não ha consentimento<br />
válido se o consentimento tiver<br />
sido dado por erro, e aqui o erro<br />
recáe sobre a pessoa que era o objecto<br />
principal de contracto, artigro 1:110.°<br />
Vós podeis voltar a ser M<br />
de Villedieu,<br />
oh! isso não é possível.<br />
— O forçado chama-se João Gerin<br />
e o seu appellido é João das Galés.<br />
Este bandido abusou da sua grande<br />
semelhança para substituir o verdadeiro<br />
duque...<br />
— E desposar-me !... ah! senhor,<br />
mas isto é horrivel! é espantoso !...<br />
é impossível, o que vós acabaes de<br />
dizer-me!<br />
— Infelizmente, senhora, é a pura<br />
verdade.<br />
— Eu esposa d'um forçado!... Oh!<br />
esse homem! esse homem!... Oh! eu<br />
odiava-o muito!... Esse homem, viveu<br />
na minha companhia... e estou ligada<br />
a elle... ligada a elle para sempreI<br />
—NãO) senhora.<br />
elle — Sim, senhor. — Meu.... Gerin e<br />
elle foram-me tirar d% azilo que Gribeauval<br />
me havia offerecido, e depois<br />
conduziram-me desfallecida, e amordaçada,<br />
á rua Mazarine, onde Gerin me<br />
deixou sob a guarda d'este individuo<br />
que se appllidava o cavalleiro d'Esprignolles.<br />
—De Esprignolles? repetiu o procurador.<br />
—Quanto a Gerin elle devia voltar<br />
breve, esperavam-no.<br />
— Para onde tinha elle ido? sabei lo.<br />
Durand. —Ignoro-o.<br />
— Eu posso separar-me d'esse ho- —Senhora, disse o procurador, nós<br />
mem, disse Hélène, mas nem por isso havemos de precisar dos vossos escla-<br />
elle deixa de ser o forçado... Oh! é recimentos.— Para onde contaes ir em<br />
horrível!... eu não poderei viver saindo d'aqui?<br />
assim!... As vossas leis, senhor, as — Para onde quereis que eu vá? irei<br />
vossas leis não apagarão os beijos com para um hotel. Estou sem dinheiro,<br />
que elle me manchou!<br />
sem casa... e meu lio está na Italia.<br />
—Acalmai-vos, senhora, suppllco-vo- — Quereis que vos mande acompalo,<br />
disse o procurador, havemos de nhada até ao hotel ? E se m'o permit-<br />
fazer por vós tudo o que nos fôr postis, ponho a minha bolsa á vossa dissível.—<br />
Mas dizei-nos porque motivo posição.<br />
vosso marido...<br />
— Agradeço-vos, senhor, disse He-<br />
— Meu marido!<br />
lene, eu vou em primeiro logar a casa<br />
— Que João Gerin não entrou esta de M. de Gribeauval... Mas receio<br />
tarde para vossa casa como costu- muito de encontrar... Ah! é horroromava.so!,<br />
senhor!, é horroroso!... tudo o<br />
— Mas, senhor, esse Gerin não vi- que se passa, esta minha situação!...<br />
via commigo.<br />
—Senhora, se tendes os menores in-<br />
— Quem estava então comvoscoí dícios a respeito de João Gerin, e das<br />
—Um individuo que elle encarregou pessoas que vistes na sua companhia,<br />
de me guardar, um bandido como elle, d'E«prignolles, por ex., se tendes o me-<br />
sem duvida, que me encerrava onde nor receio, avisae-nos pelo correio e nós<br />
vós me fostes encontrar.<br />
correremos a proteger-vos.<br />
— Elle levou-vos de Cachan?<br />
(Continua),
CáVALLOS<br />
16 lW uares > etc; esquinencias,<br />
«1 sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc . curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 ré|s. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Motira, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
VENDE-SE<br />
15 A morada de casas sita<br />
» na rua do Morêno n. os<br />
7 e 9, facultando se ao comprador<br />
o pagamento a praso mediante<br />
juro razoavel.<br />
. Tracta-se na rua da Sophia,<br />
35<br />
PIANO ~~<br />
14 Wende-se um na rua de<br />
w Joaquim Antonio d'Aguiar<br />
Casa em bom local<br />
13 TTende-se uma, de 4 andaw<br />
res e magnificas lojas,<br />
na Couraça dos Apostolos, n.°35<br />
Quem pretender fale com<br />
Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentaria<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho Medico<br />
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excellentes aguas mineraes<br />
para doença de pelle,<br />
estomago, garganta, etc.<br />
Liquidação<br />
12 Na loja de Alves Borges,<br />
successor, rua do Visconde<br />
da Luz, n. os VENDA<br />
7 TTende-se em COZELHAS<br />
" uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam família numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
agua, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. É em sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
0 comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
64 a 66, se<br />
poder, a que se faz um juro<br />
vendem por preços modicos,<br />
| modico.<br />
pregos de ferro suecio e escocio<br />
Para esclarecimentos, João<br />
de embutir, para ferragens, e<br />
Marques Mósca, solicitador, rua<br />
outros objectos a liquidar, e<br />
I do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
algumas qualidades de ferro<br />
Castanheira, largo da Portagem,<br />
suecio e escocio.<br />
Coimbra.<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA<br />
De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />
consultas todos os dias das<br />
9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />
Figueira da Foz.<br />
Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />
estabelecimento doex. mo sr. dr.<br />
Neves).<br />
Em agosto e ^utubro, aos<br />
domingos consultas ás mesmas<br />
horas em Coimbra.<br />
Casa para arrendar<br />
tl Ma quinta de Santa Cruz,<br />
*1 Praça de D. Luiz, ha<br />
um andar; tem agua e quintal.<br />
Tractar com Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
n.° 6.<br />
Bom emprego de capital<br />
tOtTende-se uma casa sita<br />
• aos Arcos do Jardim, n.°<br />
41, com fundos para Santa<br />
Cruz.<br />
O motivo da venda é o ter<br />
de retirar-se d'esta cidade o<br />
seu proprietário.<br />
Para informações, na loja do<br />
sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />
Borges, ou com o sr. Antonio<br />
Maria Leite de Albuquerque,<br />
empregado no Lyceu.<br />
Loja da China<br />
Ferreira Borges<br />
9 A caba de chegar um gran-<br />
** de sortimento de leques,<br />
sombrinhas e estores, japonêses<br />
e cbiuèses.<br />
Especialidades da casa<br />
Chás e cafés<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
CALDAS DA FELGUEIRA<br />
CANNAS DE SENHORIM<br />
(BEIRA ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
medico, pharmacia<br />
e casa de barbear.<br />
Magnificas accommodações<br />
desde 1)51200 réis<br />
comprehendendo serviço, club,<br />
etc. Bónus para os médicos<br />
O estabelecimento therinal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />
para rlouches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de irihalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />
annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />
-Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilornetros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />
estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca u'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Jul.ão, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel.—Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
Assignatura<br />
100 RS.<br />
cada n.°<br />
CO<br />
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^ !=> < i<br />
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co<br />
O<br />
a<br />
JS 1<br />
Q<br />
Os leitores da REVIS-<br />
TA, além do texto, comprehendendo<br />
o original de perto<br />
de 90 paginas em 8.», têm também<br />
MANTEIGA DA GOMARIA<br />
Vende-se no Café Lusitano<br />
C O I M B R A<br />
ESTABELECIMENTO<br />
DE<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
5í), Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />
COIMBRA<br />
Câl Hvdraulira ' ^ raade deposito da Companhia Cabo Mon-<br />
J ll/u. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras.<br />
Electricidade e óptica X f i S ^<br />
campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
app irelhos concernentes.<br />
Tintas para pinturas:<br />
artigos para pintores.<br />
fimPlltíW In &' ez e ^abo Mondego, as melhores qualidades<br />
UWG1UV&. que ge empregam era construcções hydraulicas.<br />
niVPKflÇ* .^Qdejas, oleados, papel para forrar casas, moi-<br />
1/iVClbuo. n|jOS e torradores para café, machinas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />
zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
Ferragens para constrncções: «T.? 1 *<br />
Lisboa e Porto.<br />
Pregagens* ^ ferr0 6 aram . e P^roei qualidade com grandes<br />
descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />
obras.<br />
Cutilaria:<br />
PEDIR QS PROSPECTOS<br />
Grátis<br />
REVISTA<br />
THEATRAL<br />
ILLUSTRADA<br />
Critica, Historia, Estudos e doutrinas,<br />
Correspondências, etc.<br />
KEDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO<br />
li. Nova do Carmo, 76, 2 °—L1S1MH<br />
UMA FOLHA de<br />
unia peça original portuguêsa,<br />
paginada separadamente, de maneira<br />
a formar um elegante volume.<br />
PEÇAS PUBLICADAS<br />
SALTIMBANCO<br />
de Antonio Ennes<br />
J U C U N D A<br />
de Abel B-telho<br />
ALGAGEE-KIEIR<br />
de D João da ( amara<br />
PAHAISO<br />
de Lopes de Mendonça<br />
Ciúme com ciúme se paga<br />
de Rangel de Lima<br />
I j g P g ^ EMIÃ-SE UM NUMERO G R Á T I S<br />
Muito próprias as ultimas<br />
para amadores<br />
A QUEM, 0 REQUISITAR<br />
Cutilaria nacional e estrangeira dos melhores auc<br />
to res. Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />
FaíIHPÍTW CR Y STOFLE ' metal branco, cabo d'ebano e marfim,<br />
la^uciiuo. completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />
de Guimarães.<br />
Louças inglezas, de ferro: Esmaltada e estanhada, ferro<br />
Agate, serviço completo para<br />
mesa, lavatório e cozinha.<br />
ArmaS de fogo* Ca !" abiflas de re P eti volvers, espingardas<br />
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ABYSSUS ABYSSDM...<br />
Não é nunca impunemente que<br />
se abdica em face do despotismo.<br />
A historia, que, segundo a expressão<br />
consagrada, é a mestra da<br />
vida, dempnsJjajj, .Jxula_ajuz, que<br />
quanto mais os povos se humilham<br />
tanto mais o despotismo se ergue<br />
feroz e indomável, procurando esmagar<br />
tudo que pôde ser obstáculo<br />
á sua completa expansão. E, sempre<br />
que um poder independente se<br />
curva submisso, se humilha, perante<br />
outro poder, este não descança em<br />
quanto o não esbulha de todos os<br />
seus direitos e regalias, até o annullar<br />
completamente, reduzindo-o<br />
a uma simples chancella das suas<br />
arbitrariedades. E este espectáculo<br />
lamentavel é o que se está dando<br />
entre o poder executiuo e o judicial,<br />
que está soffrendo bem duramente,<br />
e com grande prejuizo dos direitos<br />
dos cidadãos, todas as consequências<br />
da sua falta de independencia,<br />
da sua condemnavel subserviência<br />
diante das invasões, cada vez mais<br />
crescentes e ameaçadoras, do poder<br />
executivo. Tem sido uma abdicação<br />
completa e criminosa, que muito<br />
caro lhe está custando, para vergonha<br />
da nação.<br />
Não ha injuria que os governos<br />
não tenham feito ao poder judicial,<br />
tornando-o escravo das suas vontades,<br />
vergando-o sem cessar a todas<br />
as suas arbitrariedades 1 E, comtudo,<br />
nunca aquelle poder se insurgiu,<br />
como lhe cumpria, por honra<br />
própria e do país, contra os attentados<br />
do executivo; antes encontrou<br />
nelle um auxiliar poderoso, na empresa<br />
que de longa data se iniciou,<br />
com o fim de supprimir todas as liberdades<br />
publicas, todos os direitos,<br />
ainda os mais sagrados e invioláveis,<br />
dos cidadãos.<br />
Tanto se humilhou a magistratura,<br />
prestando-se sempre a todas as<br />
imposições, ainda as mais aviltantes,<br />
perseguindo quem o governo<br />
queria vêr perseguido, deixando impunes<br />
todos os traficantes que o<br />
mesmo governo linha por auxiliares<br />
da sua obra demolidora, que<br />
este se julgou bastante forte e poderoso,<br />
para passar por sobre ella,<br />
sempre que lhe aprouvesse ou lhe<br />
fosse exigido pelos seus collaboradores,<br />
isto é, pelos seus adeptos<br />
mais fervorosos.<br />
A magistratura humilhára-se até<br />
aO ponto de sanccionar com accordãos<br />
vergonhosos, e até falhos na<br />
grammatica, o maior attentado constitucional<br />
que ainda nenhum go-<br />
As restaurações artísticas<br />
verno ousara commelter — o da co- vez manifesta o seu respeito "pela; O celebre embaixador, depois de<br />
brança coercitiva dos impostos, em magistratura. Segundo as nossas ouvir a leitura do memorial, quiz<br />
dictadura, quer dizer, sem lei que informações, ao poder judicial vae<br />
os auctorizasse. Isto nunca se viu e ser arrancado o julgamento das in-<br />
cremos que nenhuma outra magisfracções daquelle imposto, creando<br />
tratura o sanccionaria.<br />
para elle um tribunal de excepção.<br />
Pois bem 1 O governo, que tão Mas, em compensação, concede á<br />
agradecido lhe deveria estar, tem magistratura o julgamento das con-<br />
nella tanta confiança, respeita-a tantravenções das posturas municipaes!<br />
to, que lhe tem arrebatado, uma a Um cumulo.<br />
uma, todas as altribuições que me- E contiuuar-se-ha, visto que os<br />
lhor poderiam garantir os direitos offendidos appellam para a justiça<br />
do cidadão. Acatou a ta,l ponto o do chefe do Estado, e este, no di-<br />
poder judicial que, em matéria de zer de certas gazetas, anda comple-<br />
impostos indirectos, achou mais idotamente illudido pelos seus desleaneo<br />
um qualquer cabo de esquadra lissimos conselheiros...<br />
e até soldado razo do que um juiz<br />
de direito! Isto é espantoso; mas a<br />
Rodrigues da Silva<br />
magistratura calou-se. E, como ella<br />
a tudo se submette, já a audaciado Partiu para a Figueira da Foz,<br />
poder executivo vae até, por sim-<br />
onde vae passar este mês em companhia<br />
de sua ex.<br />
ples despacho, revogar uma sentença<br />
que passára em todas as instancias!<br />
Agora queixa-se e reclama, quando<br />
já carece ^'auctoridade para o fazer<br />
e para protestar contra a invasão<br />
perigosamente assustadora dos seus<br />
direitos e das suas mais elevadas<br />
attribuiçõés. Vae a tempo, não tem<br />
duvida. Espere pelo resultado dos<br />
seus protestos, que ha de ser excellente...<br />
O governo 5rí-se delles e d'ella,<br />
e tem razão. E, como é que não ha<br />
de proceder assim, se a magistratura<br />
nunca leve voz para se fazer<br />
ouvir, se nunca teve acção a não ser<br />
conlra os pequenos e humildes?<br />
Como é que o governo se não ha<br />
de rir dos seus protestos tardios, se<br />
elle viu, deante de si, no Solar, de<br />
cómica recordação, alguns juizes a<br />
applaudi-lo freneticamente pelos<br />
seus maiores atlentados, prestandose<br />
a votar leis que fazem do poder<br />
judicial um simples e humilde creado<br />
do executivo? A celebre lei de<br />
13 de fevereiro é d'isso um exemplo<br />
frisante.<br />
Ora, se a magistratura se submelteu<br />
e amesquinhou a ponto de<br />
receber silenciosa as maiores e mais<br />
graves injurias, com que direito vae<br />
protestar contra actos que são a natural<br />
consequência dos seus erros,<br />
das suas constantes e humilhantes<br />
subserviencias ? Não se pode comprehender<br />
facilmente o seu recente<br />
procedimento. Os seus protestos,<br />
méramente platonicos, quer dizer,<br />
inoffensivos, são tomados pelo governo<br />
na conta que merecem. O resultado-vê-lo-ha<br />
ella brevemente.<br />
O governo, como resposta a esses<br />
protestos, vae publicar um regulamento—<br />
o da fiscalização do imposto<br />
do sêllo — em que mais uma<br />
ma esclarecer-se sobre o alcance da<br />
pretensão dos delegados, fazendo<br />
lhes algumas interrogações.<br />
—Trata-se de impôr a arbitragem<br />
pela força moral ou por força...<br />
maior?<br />
—Única e exclusivamente pela<br />
força moral, — responderam-lhe;<br />
todo o nosso fim consiste precisamente<br />
em abolir a força brutal.<br />
—E essa campanha em pró da<br />
arbitragem e da paz, — tornou depois<br />
o cauteloso vice-rei, é monopolio<br />
d'este ou d'aquelle partido,<br />
ou bem uma obra mental e commum<br />
a todos?<br />
—Esta campanha, replicaram-<br />
Ihe, teve e tem o raro privilegio de<br />
reunir homens de todos os partidos,<br />
de todas as religiões e nacionalida-<br />
irmã e extredes. E uma ideia perfeitamente<br />
mecido sobrinho, este nosso queri- neutral, e de modo algum exclusiva<br />
do amigo e prestantissimo correli- de qualquer entidade ou agrupação<br />
gionário.<br />
politica.<br />
Estas explicações satisfizeram<br />
Li-Hung-Chang, que affirmou aos<br />
O sr. Dias Ferreira prevê que delegados merecer-lhe as mais vivas<br />
dentro de três annos vamos ter uma sympathias a idêa que apostolavam<br />
administração extrangeira, mercê<br />
e que podiam contar com todo o<br />
dos esbanjamentos do actual governo.<br />
Essa previsão, porém, só se rea-<br />
seu apoio para que ella tivesse<br />
lizará se não fôr chamado ao poder pleno êxito.<br />
antes de decorrido esse tempo. Que, Estas declarações, feitas por tão<br />
se o fôr, está tudo salvo!<br />
reservado estadista, significam o<br />
D'esta vez, disse elle algures, não assentimento da China ao principio<br />
governará com o, paço mas com a da arbitragem internacional. Pare-<br />
praça. O homem quer auxilio e a<br />
re-nos, porém, que ainda decorrerão<br />
praça poderá dar-lb'o... mas não<br />
é para o guindar ao poder.<br />
muitos annos antes que receba<br />
consagração prática o principio arbitral.<br />
Nas Filippinas<br />
Mas ha de impôr-se.<br />
Os últimos telegrammas de Manilla<br />
confirmam os fundados receios que<br />
havia da gravidade do movimento<br />
A respeito do contíictò entre a Ita-<br />
insurreccional das Filippinas. Essa inlia<br />
e o Brasil informa o Tempo que<br />
surreição tomou um notável incre-<br />
partira abordo do carregador Piemonte<br />
o sr. dr. Martins, enviado ao Rio de<br />
mento, havendo na provinda de Manilla<br />
Janeiro em missão especial para obter<br />
5:000 insurrectos, na de Cavite 2:000,<br />
satisfação do Brasil ás antigas e novas<br />
bastantes partidas, cuja importancia se<br />
reclamações da Italia. Leva instrucções<br />
desconhece, na província de Nueva<br />
para pedir a execução do protocollo<br />
Ecija, e grandes receios de que entrem<br />
ilalo-brasileiro rejeitado pelo parlamen-<br />
uo movimento as províncias de Berlato<br />
do Brasil, recorrendo, se o intender<br />
cau, Pampanga e Batagas.<br />
necessário, a um ultimatum. Os cinco<br />
Pelo que respeita a qualidade dos navios da esquadra volante, que vae<br />
chefes da insurreição, declara um des- ser restabelecida no Atlântico do sul,<br />
pacho official que elles são na maior receberam ordem para partir, caso<br />
parte auctoridaUes municipaes e pes- seja necessário.<br />
soas poderosas. No entanto o governador<br />
diz não precisar agora de mais<br />
reforços da metropole, porque as tropas<br />
indígenas têm sido leaes.<br />
O governo manda dizer pelos seus<br />
orgãos que não ha diíficuldades em<br />
obter o dinheiro para o pagamento<br />
A China e a arbitragem iuternacional dos navios de guerra. Também se<br />
vae insinuando já que a proposta<br />
O principio da arbitragem inter- Forges et Chanliers, para a consnacional<br />
acaba de ter uma importrucção das canhoneiras, é equipatante<br />
adhesão: a do Celeste Impérável á da casa Armstrong.<br />
rio.<br />
Isto, depois das revelações feitas<br />
Li-Hung-Chang durante os dias pela imprensa de Lisboa, percebese.<br />
E não tardará muito que o<br />
em que se demorou em Inglaterra<br />
país o sinta.<br />
recebeu em audiência uma delegação<br />
da Sociedade inglêsa e extrangeira<br />
da arbitragem, que lhe Tomou hontem posse da egreja<br />
apresentou um memorial em que de Santa Cruz o revd.<br />
solicitava a adhesão da China ás<br />
idêas que defendia.<br />
0 EM<br />
C O I M B R A<br />
XII<br />
Sé Velha. Ao sr. Antonio Augusto<br />
Gonçalves e á sua direcção superior<br />
sé deve o que ha na Sé Velha<br />
de bom; a elle se deve o haver<br />
em Portugal uma restauração feita<br />
com um grande respeito pela Arte,<br />
bem pensada, fructo d'uma grande<br />
erudição e d'uma orientação artística<br />
superior.<br />
A restauração da Sé Velha vinha<br />
muito tempo a estudar-se; muito<br />
tempo foi quasi o assumpto exclusivo<br />
do seu pensar d'artista.<br />
O sr. A. Augusto Gonçalves não<br />
fez uma restauração á portuguêsa,<br />
sem estudos prévios, e deixando-se<br />
guiar apenas pelas indicações de<br />
occasião.<br />
Quem folhear hoje a Gazeta de<br />
Coimbra, a Bohemia Nova e ainda<br />
publicações mais antigas, depressa<br />
se convence que a restauração da<br />
Sé Velha era a sua preoccupação de<br />
muitos annos. Quem conhece intimamente<br />
Antonio Augusto Gonçalves<br />
sabe perfeitamente, que era de<br />
ha muito o seu desejo—o emprehender<br />
e levar a cabo a restauração<br />
da Sé Velha.<br />
Quando começaram as obras, e á<br />
medida que ellas iam progredindo,<br />
A. Augusto Gonçalves andava com<br />
um receio novo — o de morrer sem<br />
vêr terminada a restauração.<br />
O plano de restauração estava<br />
bem delineado no seu espirito, quando<br />
começaram a fazer-se os primeiros<br />
trabalhos.<br />
Quem não conheça bem Antonio<br />
A. Gonçalves, pôde ler-se enganado,<br />
imaginando que a restauração<br />
era apenas um trabalho d'occasião,<br />
feito dia a dia. Muita gente ha de<br />
mesmo julgar que lhe suggeriu opiniões,<br />
que elle não tinha, e que foi<br />
o seu voto que determinou por vezes<br />
a direcção da obra.<br />
Quem isto imaginar, érra. Antonio<br />
A. Gonçalves conhecia as dificuldades<br />
da obra, sabia os attrictos<br />
que de toda a parte surgiam ; por<br />
isso ouvia a todos com paciência, e<br />
ia elle mesmo dizendo o que tencionava<br />
fazer, mostrando-se porém<br />
receioso de que a obra fosse mal<br />
vista pelo publico.<br />
Isto era dito com antecipação, e<br />
o publico ia-se pouco a pouco afazendo<br />
á idêa de Antonio Augusto<br />
Gonçalves, terminando por fim por<br />
reclamar a obra que lhe tinham suggcrido.<br />
Antonio Augusto Gonçalves cedia<br />
Jose Mendes então, a mêdo, e o publico imagina-<br />
Saraiva, sendo esse acto muito conva que fôra elle que determinara Q<br />
corrido.<br />
artista,
Não queremos com isto dizer que<br />
na Sé Velha não haja trabalhos determinados<br />
por descobertas de occasião.<br />
Seria faltar á verdade.<br />
Na Sé Velha ha obras de restauração<br />
que ninguém previra; mas são<br />
obras insignificantes, de simples decoração.<br />
O nivel do pavimento, a restauração<br />
do stylobato, que para muita<br />
gente passaram por verdadeiras surprêsas,<br />
tinham sido previstas pelo<br />
estudo dos monumentos similares<br />
de Hespanha e dos outros países.<br />
Além d'isto removeria, se houvesse<br />
dinheiro, as capellas das naves<br />
lateraes, construcções sem elegancia<br />
e sem valor artístico, retiraria<br />
o azulejo das paredes, como retirou<br />
o das columnas, empregando-os<br />
para forrar a sachristia, construcção<br />
que é como a dos azulejos<br />
do século xvi.<br />
Ahi ficariam melhor, do que como<br />
os deixou o sr. director das obras<br />
publicas, á mercê do capricho do<br />
primeiro ladrão...<br />
Mas deixemos o sr. director das<br />
obras publicas.<br />
Por ora....<br />
As demolições eram cuidadosamente<br />
vigiadas, e qualquer peque-<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
no fragmento, fuste ou capitel mutilado<br />
era minuciosamente estudado,<br />
procurando achar o sitio d'onde<br />
fôra arrancado. Por vezes encontraram-se<br />
objectos cujo logar foi impossível<br />
achar, não podendo integrar-se<br />
na obra da restauração.<br />
Tudo se arrecadou piedosamente,<br />
e se conserva hoje no Museu de<br />
Hoje não! Fica para o proximo<br />
numero o sr. director das obras publicas<br />
.. ,<br />
T. C.<br />
Tem estado em Coimbra o sr.<br />
dr. Sousa Viterbo, redactor do Diário<br />
de Noticias.<br />
Os castigos que pelo sr. Ferreira<br />
d'Almeida foram applicados a dois<br />
officiaes da armada acabam de ser<br />
trancados. Assim o resolveu o conselho<br />
do almirantado e o sr. Jacintho<br />
Candido.<br />
O sr. Ferreira d'Almeida está<br />
pensando no modo por que ha de<br />
vingar-se. Nova bofetada, d'esta vez<br />
no Solar dos Barrigas, e tê-4o-hemos<br />
ministro outra vez.<br />
Mais insurreições?<br />
Ha graves apprehensões na Hes-<br />
)anha relativamente a Porto Rico.<br />
O depotado por esta colonia, sr.<br />
Garcia Gomez, pediu ao ministro da<br />
marinha que mandasse mais barcos<br />
á pequena Antilha, na previsão de<br />
qualquer eventualidade.<br />
Nolicias da Italia dizem que eslá<br />
causando vivas apprehensô^s nas províncias<br />
do centro e do sul e na Sicilia<br />
a prohibição da emigração para o Bra<br />
zil. Calcula-se em dez mil homens os<br />
que se haviam feito inscrever para<br />
tomar passagem para o Brazil, tendo<br />
vendido todos os seus bens, e ha receio<br />
de que venham a causar graves embaraços,<br />
porque não é possível dar-lhes<br />
trabalho em condições regulares durante<br />
o inverno.<br />
Carta de Lisboa<br />
Lisboa, 4 de setembro de 1896.<br />
Evidentemente o que mais preoccupa<br />
os nossos políticos é a situação<br />
da Hespanha. Não bastava a<br />
revolta de Cuba para os assustar.<br />
x<br />
xilio aos cubanos, como elles o não<br />
pedem a nós.<br />
O sr. Canovas, porém, nada tem<br />
com o povo hespanhol. E este se<br />
quizer ter em Portugal um grande<br />
alliado—mas sempre livre !— deve<br />
fazer o que nós também precisamos<br />
de fazer,—libertar-se da monar-<br />
A revolta das Filippinas foi o coup chia.<br />
O general Beranger respondeu-<br />
antiguidades do Instituto, não ob-<br />
de grace. Andam atrapalhados os<br />
X<br />
lhe que estão lá quatro barcos, senstante<br />
o sr. director das obras pu-<br />
monarchicos. Porque, elles sabem<br />
do um d'elles o transatlantico arblicas<br />
....<br />
bem, ao fim d'estas revoltas, embo-<br />
Pobre Hespanha dizemos nós.<br />
mado, que é um grande vaso de ra a Hespanha vença, está a revo-<br />
E porque não havemos de dizer<br />
guerra e de muita velocidade. Enlução. — Pobre Portugal? Pobre Patria<br />
E eu sempre a tropeçar no sr. tende, portanto, que não urge man-<br />
abatida á mercê de meia dúzia de<br />
director. Por ora não, fica para mais<br />
Sim! Porque a ruina financeira<br />
dar mais reforços de marinha.<br />
insignificantes que invadiram tudo<br />
tarde...<br />
é inevitável.<br />
*<br />
e dão ordens, fazem leis, exploram,<br />
D'ahi os monarchicos terem como<br />
dominam, mandam o povo como se<br />
Antonio A. Gonçalves limitou a<br />
certa a revolução em Portugal.<br />
Foi também do sr. Antonio Au-<br />
este fosse uma leva de condemna-<br />
restauração a remover do templo<br />
Vêm no Temps os seguintes pe- A este respeito, porém, tenho a<br />
gusto Gonçalves a idêa de demolir<br />
dos.<br />
tudo o que lhe modificava o cararíodos<br />
:<br />
opinião de que Portugal não deve<br />
o lanço do edifício da Imprensa que<br />
Deixemos a Hespanha, que lá<br />
cter, prejudicando o effeito geral, a<br />
fundar as suas únicas esperanças,<br />
se encostava á Sé, e lhe tirava a «O governo hespanhol desconfia<br />
têm elles certa a revolução.<br />
concertar o que fôra mutilado, re-<br />
para se salvar, no facto de haver<br />
luz; como foi d'elle também a de que se está preparando um movi-<br />
Pensemos em Portugal.<br />
pondo as columnas no estado pri- restaurar o Claustro do século xv, mento revolucionário em Porto Ri-<br />
Republica em Hespanha. Pois en-<br />
Nunca se tornou necessário como<br />
mitivo, recuando porém, quando a que o sr. director das obras publico. Preventivamente ficarão alli altão, se a Hespanha estivesse nadan-<br />
agora pensarmos no futuro.<br />
obra a emprehender ia destruir qualgumas<br />
forças das que vão já camido em felicidades, nós havíamos de<br />
cas....quer<br />
monumento de alto valor arnho<br />
de Cuba.»<br />
convencer-nos de que também es-<br />
Nunca se impoz a todos os hotístico.ta<br />
vamos felizes?<br />
mens dignos de serem tidos na con-<br />
Por ora não....<br />
ta de homens de bem, como se im-<br />
E pelo facto de Hespanha ser mo-<br />
O projectado e já gorado centepõe<br />
agora, o dever de se prepara-<br />
Foi por isso que conservou o venarchia,<br />
mesmo que todo o exerci-<br />
Em tudo a restauração o sr. Annário<br />
da índia ainda está prendenrem<br />
para todos, todos os sacrifícios,<br />
lho altar gothico, e as duas capeldo<br />
as attenções da commissão noto, a marinha e o povo fossem, para<br />
tonio Augusto Gonçalves pretendeu<br />
para combater pela patria.<br />
las do Santissimo, e de S. Pedro,<br />
meada pelo governo para promover a revolução, em Portugal, havíamos<br />
apenas pôr a descoberto as linhas a sua realização.<br />
de gritar — esperem pela Hespa-<br />
Não só para a livrar da monar-<br />
apezar d'ellas terem modificado o<br />
geraes do edifício, limitando-se sim- E' afinal um bom meio de passar nha?chia,<br />
mas d'uma perda irremediá-<br />
aspecto da egreja, apezar do seu<br />
plesmente á consolidação do que o tempo para quem não possa sair<br />
vel.<br />
pavimento ter sido rebaixado no sé-<br />
Claro que não.<br />
ameaçava ruina, á restauração do agora de Lisboa. Que aquillo por lá<br />
Haverá quem falte a cumprir o<br />
culo xvi.<br />
Comludo isto não impede que os<br />
deve estar agora muito aborrecido 1<br />
que havia sido mutilado.<br />
seu dever?<br />
Nas capellas limitou-se apenas a<br />
acontecimentos de Hespanha in-<br />
A fórma como esta restauração<br />
fluam poderosamente na nossa vida.<br />
J. M.<br />
indicar visivelmente, que o styloba-<br />
foi feita é um facto único em Porto<br />
tinha sido cortado para dar mais<br />
Acaba de dar-se em Saragoça Por isso devemos prevenir-nos<br />
tugal, em que os monumentos na-<br />
elegancia ás duas construcções da<br />
um facto interessante.<br />
para todas jts eventualidades.<br />
Partiu para a Figueira da Foz,<br />
cionaes tem servido apenas para a Em um comboio que d'esla ci-<br />
renascença; mas não tocou nas ca-<br />
Mas a primeira eventualidade onde tenciona passar o mês de se-<br />
exhibição grotesca das incapacidadade conduzia tropas com destino a<br />
pellas ; porque tocar-lhe seria des-<br />
contra que devemos prevenir-nos tembro, o nosso prezado amigo sr.<br />
des officiaes.<br />
Cuba metteu-se, vestida de soldado,<br />
truí-las; porque não havia meio de<br />
é a da ruina e da miséria que a mo- dr. J. Adelino Serrasqueiro, distin-<br />
Na restauração não se fez nada<br />
uma rapariga que desejava acompanhar<br />
o marido, fazendo parte das<br />
narchia nos prepara.<br />
cto e considerado professor do ly-<br />
as remover para outra parte.<br />
de novo que rapidamente se não<br />
ceu d'esta cidade.<br />
forças expedicionárias. O seu ar<br />
x<br />
Da entrada da egreja fez retirar<br />
conheça, não houve o proposito de pouco marcial e a pouca edade que<br />
o côro, construcção desgraciosa fei-<br />
tirar o valor documental ao edificio, apresentava fizeram com que fosse Sobre o que se passa em Hespa-<br />
notada pelos empregados do cami-<br />
Escliolas em Santa Clara<br />
ta em parte no século x v e em parte<br />
a tenção de mystificar ninguém.<br />
nha ha muita gente que expõe a sua<br />
nho de ferro que, ao passarem re- opinião. Todos concordam em la- Pela camara municipal, sob pro-<br />
no século xvi, tendo apenas de no-<br />
Os fustes, os capiteis, as molduvista<br />
ao compartimento onde entrara,<br />
mentar tantas desgraças. Também posta do presidente, foi dirigida uma<br />
tável dois tectos mudegar es que foras<br />
feitas de novo foram apenas es-<br />
viram com surprêsa desprenderemse-lhe<br />
da cabeça duas lindas tranças eu lamento, mas não posso deixar representação ao governo em que<br />
ram piedosamente recolhidos pelo<br />
boçadas, reproduzem apenas as li-<br />
em virtude de lhe haver cahido o de dizer que a Hespanha poderia se pede a creação de duas escholas<br />
sr. Bispo-Conde.<br />
nhas geraes dos fustes, capiteis e<br />
gorro.<br />
ter evitado tudo se ha mais tempo de ensino elementar no bairro de<br />
Não aconteceu a estes tectos o<br />
molduras primitivas.<br />
Reconhecendo-se que era uma se libertasse da monarchia. Santa Clara.<br />
mesmo que ao bello tecto manoeli-<br />
Foi esta innovação, muito para<br />
mulher, foi-lhe ordenado immedia- Porque foi a monarchia com a Já ha muilo deveriam ter sido<br />
no, exemplar tão curioso, e tão raro<br />
applaudir pelo muito respeito que<br />
tamente que saisse do comboio, dan-<br />
sua violência, a sua immoralidade estabelecidas essas escholas, se não<br />
que o sr. director das obras publi-<br />
revelia pela Arte, e pela extranha<br />
do esta ordem logar a uma scena<br />
commovente, pois a rapariga não e a sua exploração que provocou fosse entre nós tão criminosamente<br />
cas apeou no paço espiscopal, e que<br />
sensibilidade que indica em quem<br />
queria de modo algum deixar o estas revoltas justíssimas.<br />
descurado tudo o que interessa á<br />
não soube aproveitar na restaura-<br />
teve a idêa e a levou a cabo, uma<br />
marido.<br />
Mas a Hespanha teve a ingenui- instrueção publica.<br />
ção manoelina que planeou.<br />
das coisas mais difficeis de fazer<br />
acceitar pelo publico.<br />
Afinal teve de ceder perante a dade de se deixar cair na armadi-<br />
O sr. director das obras publi- força.<br />
Mas deixemos por ora o sr. dilha<br />
de Sagunto.<br />
CclS • • • •<br />
rector das obras publicas.<br />
Ha de soltar-se d'ella, para sempre,<br />
quero crêr.<br />
Estas lições servem de bastante.<br />
Estão em Lisboa cerca de 120 pessoas<br />
hespanholas que dizem haver sido<br />
engajadas para emigrar para o Brazil.<br />
As folhas da capital notam que todas<br />
ellas apresentam o miserável aspecto<br />
de quem tem soffrido as torturas da<br />
fome.<br />
Começa assim a manifestar-se a gravíssima<br />
crise que mais que a guerra<br />
de Cuba e das Filippinas ha de atormentar<br />
a Hespanha.<br />
Mas, ia eu dizendo, lamenta-se a<br />
Hespanha.<br />
O sr. Canovas é que eu nunca<br />
lamentarei. Este cavalheiro, aqui<br />
ha annos, dizia no seu jornal La Vem publicado no Diário do Governo<br />
Época que as tropas hespanholas de 4 do corrente o decreto determinando<br />
que não seja admittido nos ly-<br />
deviam ter com que se entreter e ceus alumno algum a malricular-se nas<br />
Em quinta feira ultima, depois virem num passeio triumphal até disciplinas do 1.° e do 2.° anno de<br />
de impressa a Resistencia manifes-<br />
qualquer dos cursos estabelecidos pelo<br />
Lisboa.<br />
tou-se incêndio em Fóra de Portas,<br />
artigo 2.° do decreto de 20 de outu-<br />
na barraca do fogueteiro sr. João da Não vieram, mas tiveram o seu bro de 1888.<br />
Claudina. A barraca ardeu comple- passeio a Cuba e ás Filippinas.<br />
tamente e no incêndio soffreram al- E longo o passeio e o triumpho<br />
gumas queimaduras, em virtude da não é muito certo.<br />
O distincto cavalleiro Fernando de<br />
explosão da polvora, dois operários.<br />
Oliveira já toma parte na corrida que<br />
Mas, por o passeio até Lisboa<br />
Recolheram ao hospital, não sen-<br />
no dia 8 haverá na Figueira da Foz.<br />
não ser longo, o triumpho também<br />
do de gravidade o seu estado.<br />
Mais um motivo para que se previna a<br />
O fogo foi determinado por uma não seria fácil. No fim de contas tempo com bilhete quem quizer obter<br />
experiencia feita com um foguete. nós não precisaríamos de pedir au- um logar.
A questão das licenças<br />
Em sessão de quinta-feira, além<br />
da representação ao governo para<br />
a creação das escholas em Santa<br />
Clara que noticiamos noutro logar,<br />
a camara municipal resolveu pedir<br />
ao governo que extinga a corporação<br />
dos vigias creando outra<br />
de zeladores municipaes para occorrer<br />
ás necessidades da hygiene,<br />
limpeza e fiscalização d'impostos,<br />
composta de quarenta individuos<br />
com o ordenado annual de 100$>000<br />
réis e que faça uma revisão na lei<br />
que exige o pagamento de licenças<br />
aos commerciantes e industriaes.<br />
Relativamente a este ultimo assumpto,<br />
em que o governo já attendeu<br />
em parte as reclamações dos<br />
commerciantes, a deliberação da<br />
camara foi motivada pela seguinte<br />
representação que a Associação<br />
Commercial lhe dirigiu:<br />
Ill. mo e Ex. mo Sr.—A Associação Commercial<br />
de Coimbra, em assemblêa<br />
geral de 28 d'agosto p. passado deliberou,<br />
por unanimidade, dirigir-se ao<br />
illustre Senado conimbricense pedindo<br />
para que, como legitimo representante<br />
dss munícipes, represente ao governo<br />
de sua majestade impetrando a revisão<br />
da lei de 21 d'outubro de 1863, relativamente<br />
ás licenças para os estabelecimentos<br />
considerados insalubres, incommodos<br />
ou perigósos, e que só ultimamente<br />
foi mandada pôr em execução<br />
mediante o pagamento de 10)5000 réis<br />
de sello e custas do respectivo processo,<br />
o que tão vivamente impressionou,<br />
não só as attingidas pela lei, como<br />
o publico em geral.<br />
A esta lei vem annexas três tabellas<br />
com a designação dos estabelecimentos<br />
sujeitos á licença.<br />
Reconheceu esta Associação que ha<br />
uma certa ordem de estabelecimentos<br />
a quem a licença para o seu funccionanamento<br />
se torna necessaria, sem com<br />
tudo discutir a justiça ou injustiça do<br />
sello applicado, desde que esses estabelecimentos<br />
pagam a contribuição industrial<br />
da sua laboração. São elles<br />
pouco mais ou menos os que fazem<br />
parte das tabellas n.° 1 e 2, cornprehendendo<br />
os grandes depositos de<br />
matérias inflammaveis, mas não explosivas;<br />
as fabricas com machinas de<br />
pressão, afim de velar pela segurança<br />
de seus operários e condições hygienicas;<br />
os estabelecimentos que pela reconhecida<br />
insalubridade da sua industria,<br />
precisem egualmente satisfazer a<br />
determinadas condições hygienicas a<br />
bem da saúde publica, etc.<br />
33 Folhetim da RESISTENCIA<br />
JOÃO DAS GALÉS<br />
XXI<br />
O porteiro do n.° 53<br />
—Sim, disse Hélène.<br />
—Permittls que vos indique o Hotel<br />
do Louvre? Ide habitar ahi. Mandarei<br />
para lá um agente que ficará às vossas<br />
ordens.<br />
— Irei, disse Hélène.<br />
A que fôra duquêsa de Villedieu<br />
tomou um fiacre e fez-se conduzir ao<br />
boulevard Malesherbes, n.° 102.<br />
—Ide, disse ella ao cocheiro, apenas<br />
chegaram, saber se M. Gribeauval está<br />
em casa.<br />
— Ah I estava certo de que virieis<br />
aqui! disse um homem que introduzira<br />
a cabeça pela portinhola.<br />
E saltando rapidamente para a boleia,<br />
pegou nas redeas e chicoteou os cavailos<br />
com toda a força.<br />
Hélène reconhecera seu marido. Deitou<br />
a cabeça de fóra e gritou : «Soccorro!»<br />
Os transeuntes correram atraz do<br />
carro.<br />
João Gerin, vendo que la fatalmente<br />
ser agarrado, saltou abaixo do carro<br />
e fugiu.<br />
— Que ha?, perguntaram os guardas<br />
4a paz que Unham apparecido.<br />
Está de luto pelo fallecimento de<br />
uma sua irmã, o sr. José Rodrigues<br />
Paixão, honrado industrial nesta cidade.<br />
De visita a sua ex. ma familia acha-se<br />
nesta cidade o integerrímo juiz de<br />
Mirandella sr. dr. Amaral Guerra.<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Porém, obrigar os estabelecimentos<br />
retalhistas e pequenas industrias, que<br />
são todos os que fazem parte da tabella<br />
n.° 3. a uma licença para o seu funccionimento,<br />
é uma fl grante injustiça<br />
e absurda exigencia, pois que, sem<br />
maiores garantias para a sua e segurança<br />
publica, se perigos existissem,<br />
mais vem aggravar as já precarias<br />
circumstancias do contribuinte e reduzir<br />
muitos d'elles á total miséria.<br />
E tanto isto tem sido reconhecido<br />
pelos proprios poderes do estado é que<br />
ha 33 annos que esta lei jazia nos archivos,<br />
sem coragem para a pôr em<br />
prática.<br />
Para as matérias imminentemente<br />
explosivas, taes como a pólvora, o dynamile<br />
e outras, uma legislação especial<br />
deve regular este ramo de commercio,<br />
isolarido-o, sem comtudo affectar<br />
com sellos custosos a misérrima<br />
industria pyrotechnica.<br />
A superior illustração de v. ex. a e<br />
dos mais representantes do município,<br />
sobram conhecimentos para avaliarem<br />
de justiça da causa que defendemos e<br />
bem conhecida necessidade da revisão,<br />
em tempo opportuno, da citada lei de<br />
1863.<br />
Pede, portanto, a Associação Commercial<br />
de Coimbra, para que-vv. ex. as<br />
assim o aconselhem ao governo de sua<br />
majestade, pedindo a tolerancia da<br />
mencionada lei até á sua revisão.<br />
Deus guarde a v. ex. a — Associação<br />
Commercial de Coimbra, 2 de setembro<br />
de 1896. — lll. ra0 e ex mo sr. presidente<br />
da Camara Municipal de Coimbra.<br />
Em companhia de sua ex. ma Instrucção secundaria Lucas, José Marques Pinto e Albano Gomes reitor e professor de instrucção pri-<br />
Paes.<br />
maria do Collegio dos orphãos a cargo<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão ordi-<br />
A abertura das aulas nos lyceus naria de 6 do corrente, declarando o presi- d'esta Santa Casa.<br />
para os alumnos do periodo transidente não ter reunido a camara no dia 13 por Os reverendos presbyteros, que pre-<br />
falta de numero de seus vogaes.<br />
tório realiza-se no dia 15 d'oututenderem<br />
ser providos nalgum dos re-<br />
Enviou ao vereador respectivo, para inforbro,<br />
sendo esta disposição applicamações, um officio do professor official da<br />
feridos cargos, apresentarão os seus<br />
escola elementar de Eiras ácerca das condi- requerimentos na secretaria d'esta Mivel<br />
em todos os annos subsequenções da casa e mobília da mesma escola. sericórdia até às 3 horas da tarde do<br />
tes.<br />
Tomou conhecimento de uma participação dia 24 do corrente mês. E ahi lhes se-<br />
do inspector dos incêndios dando conta do rão também prestados quaesquer es-<br />
fallecimento de um bombeiro.<br />
Manteve uma multa imposta a um marclarecimentos de que porventura poschante<br />
por transgressão do artigo 25 do regusam carecer com referencia às obriga-<br />
Foi mandado abrir concurso de adlamento do motadoiro, auctorisando o fiscal ções inherentes áquelles differentes carmissão<br />
á Eschola Naval de 6 aspiran- respectivo a fazer a admoestação necessaria ao gos.<br />
referido marchante pela maneira menos contes,<br />
3 aspirantes a machinistas e 2 a<br />
veniente por que se houve no acto da intimação Quanto ás remunerações, os provi-<br />
médicos.<br />
da multa.<br />
dos terão: casa, cama e mêsa, roupa<br />
Mandou passar licenças para apascentamento lavada e engommada, facultativo, para<br />
de cabras a dois proprietários d'este concelho. os tratar em suas doenças, e remedios<br />
Informou duas reclamações sobre matéria<br />
Encontra-se quasi completamen- de recrutamento.<br />
gratuitos; e receberão de ordenado—<br />
Resolveu declarar á junta de parochia de reitor por esse cargo e pelo de thesoute<br />
restabelecido da enfermidade que Botão que a ella pertence mandar intimar um reiro da Capella 300)5000 réis — o vi-<br />
o deteve por alguns dias de cama, proprietário para restituir ao goso do publico ce-reitor 200)5000 réis, e o professor<br />
uma lira de terreno vedado junto a um cami-<br />
o sr. Francisco Ribeiro, muito hánho da parochia.<br />
190)5000 réis, comprehendendo-se em<br />
bil impressor na Imprensa Acadé- Auctorisou fornecimentos diversos para o cada uma d'estas duas ultimas verbas<br />
serviço da limpeza e para os da secretaria da a remuneração de 100)5000 réis pelas<br />
mica.<br />
camara.<br />
capellanias annexas.<br />
Auctorisou o pagamento de 5$ 700 réis do<br />
custo de um casaco e chapéu para o guarda da Secretaria da Misericórdia de Coim-<br />
quinta de Saíita Cruz.<br />
bra, 2 de setembro de 1896.<br />
Attestou ácerca de diversas petições para<br />
BibliograpMa<br />
subsídios de lactação a menores.<br />
O provedor,<br />
Mandou proceder pela repartição d'obras ás<br />
precisas averiguações — sobre o desappareci-<br />
Luiz da Costa e Almeida.<br />
Gazeta das Aldeai»—Importante semento de agua na fonte da Sereia na quinta<br />
manario de propaganda agrícola e vulgariza- de Santa Cruz.<br />
ção de conhecimentos úteis que se publica no Mandou çagar a quantia de 18ÍOOO réis de<br />
Porto.<br />
serviços do recenseamento eleitoral no cor- DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />
É seu redactor principal o sr. dr. Antonio rente anno.<br />
de Magalhães, distincto cbimico analysta do Dimittiu do sevrço o vigia dos impostos n.°<br />
Laboratorio Chimico-Agricoia do Porto. 14, por se provar da própria confissão do<br />
O n.° 35 que recebemos insere os artigos se- empregado, o abandono do posto fiscal em A minha administração<br />
guintes :<br />
Monfarroio no dia 17 do corrente.<br />
Auctorisou diversos pagamentos de pequenas<br />
dos Hospitaes da Pniyersidada<br />
O Douro, Diogo Martel.—No Norte, Vindi<br />
obras executadas na primeira quinzena de<br />
mas e Aguardente, D. 0. — A industria dos agosto.<br />
1 volume—Preço 1&000 réis<br />
lacticínios, A manteiga (VI), dr. Antonio de<br />
Despachou requerimentos—attestando ácer-<br />
Magalhães. —- O estado das vinhas, M. Rodrica do comporlamento de deversos; auctorigues<br />
de Moraes.—Sericultura (XI), Francisco<br />
Constrncções hospitalares<br />
sando a renovação de covatos no cemiterio da<br />
M. da L. Póssas.—Práticas vinícolas. Pastorí-<br />
filha<br />
Conchada; o deposito de entulhos de escavazação<br />
do vinho (VI) (com gravura), dr. Anto-<br />
(Noções geraes e projectos)<br />
cações feitas em uma casa na quinta de Santa<br />
partiu de Luso para a Figueira da Foz nio de Magalhães.—Folhetim : O abysmo, Car- Cruz em um ponto determinado da mesma<br />
o nosso prezadíssimo amigo sr. Arthur los Deslys, traducção de Julio Gama. — Sec- quinta; a modificação de uma porta e de uma<br />
1 volume com 10 estampas — Preço 1&000<br />
ções e artigos diversos: A vida agrícola.—<br />
de Sousa Moreira.<br />
janella de uma casa em Cellas; a canalisãção<br />
réis<br />
Revista universal.—Palestra semanal.—Con- de esgoto d'aguas de uma casa na rua do Norte;<br />
selhos de veterinaria. — Processos e receitas o aproveitamento d'aguas de uma vaUa junto Reconstrucções e novas constrncções<br />
úteis. — Variedades. — Chronica dos aconteci- da estrada municipal em Taveivo, pava rega<br />
mentos.<br />
de um prédio particular; a construcçSo de um<br />
Está na praia da Figueira o sr.<br />
dos Hospitaes da Universidade<br />
passeio junto de uma casa na Couraça de Lis-<br />
Toda a correspondência relativa á Gazeta<br />
Antonio da Cruz Machado, consiboa<br />
em continuação de outro ; a construcçSo<br />
das Aldêas, quer se trate de assumptos da re- de um jazigo no cemiterio da Concbada segundo 1 volume com 2 estampas e 11 gravuras no<br />
derado empregado na agencia do dacção, quer de negocios de administração e o alçado offerecido; concedeu licenças a empre- texto—Preço 600 reis<br />
vales do correio, etc., deve ser dirigida exclu-<br />
Banco de Portugal nesta cidade.<br />
gados e indeferiu três requerimentos; um, offesivamente<br />
ao seu director, Julio Gama, rua do recendo 850 réis por cada um metro de estrume Histologia e Physiologia dos mnscnlos<br />
Costa Cabral, n.° 1216, Porto.<br />
das varreduras da cidade, outro, pedindo que<br />
se arrende desde já pelo anno de 1897 uma<br />
porção de terreno' na quinta de Santa Cruz,<br />
Secção I—Histologia dos musculos<br />
Parte brevemente para as Cal-<br />
cujo arrendamento finda em dezembro do cor-<br />
A Critica—Revista Theatral, Ribliograrente anno, e o terceiro ácerca ào pagamento<br />
1 volume com 90 gravuras originaes—Preço<br />
das da Amieira a fazer uso das phica, Artística e Litteraria. Acabamos de re- de acréscimo de canalisação d'aguas para rega<br />
500 réis<br />
aguas thermaes, o bemquisto indusceber o n.° 2 d'esta bem redigida revista que de um jardim.<br />
se publica em Lisboa.<br />
trial, sr. Augusto Costa.<br />
Á venda na Imprensa da Universidade.<br />
Hélène arrancou uma folha da sua<br />
carteira, escreveu o que se acabava de<br />
passar, e disse a um dos guardas:<br />
—Um de vós faça chegar ao perfeito<br />
da policia, este bilhete o mais depressa<br />
possível.<br />
E ao outro agente disse:<br />
— Fazei conduzir este carro ao boulevard<br />
Malesherbes, n.° 102.<br />
—Ah! a minha carruagem! exclamou<br />
o cocheiro, e no emtanto os meus<br />
cavallos não tomaram o freio nos dentes.<br />
—Obrigado, disse Hélène dirigindose<br />
ao guarda.<br />
— Perdão, senhora, disse o guarda,<br />
mas dae-me o vosso nome e morada.<br />
— Madame Durand, Hotel do Louvre.<br />
—Mas, senhora... não é bastante<br />
para autoar e...<br />
—Tomae senhora, disse um homem<br />
adiantando-se e mostrando ao guarda<br />
uma carta que levava na palma da mão.<br />
— E então, disse Hélène para o cocheiro,<br />
está em casa?<br />
-—Sim, senhora.<br />
Dizei ao porteiro que vá pedir-lhe<br />
para que venha aqui immediatamente,<br />
que o espera uma dama.<br />
Lucien foi immediatamente avizado.<br />
Teve uma grande commoção.<br />
Desceu rapidamente.<br />
—Ah! sois vós, sois vôs! exclamou<br />
elle cheio de alegria.<br />
E sal ou para o carro, que partiu<br />
logo para o Hotel do Louvre, e abraçando<br />
Hélène, sem reparar no que<br />
fazia, murmurou:<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinaria de 20 de agosto de<br />
1896.<br />
Presidencia do dr. Luiz Pereira dá Costa.<br />
Vereadores presentes : — effectivos : arcediago<br />
José Simões Dias, bacharel José Augusto<br />
Gaspar de Mattos, José Antonio dos Santos,<br />
Antonio José de Moura Bastos, José Antonio<br />
—Amo-te!<br />
—Deixae-me! exclamou Hélène, eu<br />
sou mulher d'um forçado.<br />
XXII<br />
Namorado<br />
—Duvidaes do que acabo de dizervos?,<br />
disse Hélène vendo que Lucien<br />
ficára mudo e confuso.<br />
-—Estou perturbado pela palavra<br />
que acabo de pronunciar, senhora.<br />
Fi-lo inconscientemente, juro-vo-lo. Eu<br />
nunca disse que vos amava e essa<br />
palavra saiu não sei d'onde. Quanto á<br />
vossa historia, ai! conheço-a, senhora.<br />
Vosso marido é um antigo forçado, assassino<br />
e ladrão. Enganou vosso pae<br />
e abusou de vós. Eu sei tudo. Sois<br />
uma infeliz victima e eu sinto por esse<br />
motivo por vós mais amizade e mais<br />
dedicação do que tinha d'antes.<br />
—Como soubeste essa historia?<br />
Gribeauval contou-lhe o que se tinha<br />
passado depois que ella desappare-<br />
cera, e o que tinha feito, e o que<br />
tinha sabido.<br />
—Oh!, disse Hélène, o procurador<br />
não me tinha contado isso com tantos<br />
detalhes! È mais horrível do que eu<br />
pensava.<br />
— Ê horrível sem duvida, disse<br />
Gribeauval, mas nada d'isso, senhora,<br />
pôde recair sobre vós.<br />
— Ai I senhor, estamos ligados um<br />
ao outro! a sua deshonra câe sobre<br />
mim i o que disserem d'elle di-lo-bao<br />
E E<br />
Luiz da Costa e Almeida,<br />
provedor da Santa Casa<br />
da Misericórdia de Coimbra<br />
Faço saber que, por deliberação da<br />
Mèsa, se acha aberto concurso para o<br />
provimento dos logares de reitor, vice-<br />
de mim ! Oh! quero fugir para longe<br />
d'aqui, quero deixar a França!<br />
— Era talvez melhor procurar vosso<br />
tio em Italia.<br />
— É isso, é isso o que eu desejo<br />
fazer... sim... mas...<br />
— Mas?<br />
— Sou só, estou sem dinheiro...<br />
e...<br />
—Enganae-vos, senhora, ainda não<br />
me pedistes contas das operações de<br />
que me encarregastes. Paguei tudo o<br />
que comprei do vosso mobiliário, e<br />
tudo isso está seguro, em minha casa.<br />
Empenhei, conforme as vossas ordens,<br />
os brilhantes. Tenho para vos entregar<br />
[F. Fernandes Costa<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Yisconde da Luz, 80<br />
eu também. Escoltar-vos-hei. Quando<br />
tiverdes encontrado vosso tio, então<br />
dir-vos-hei adeus... se assim o exigires.<br />
Um e outro, sentiram as lagrimas<br />
correr-lhe pelas faces.<br />
—Adeus?... disse Hélène, não, senhor,<br />
não pronunciareis essa palavra.<br />
Eu não a pronunciarei nunca também.<br />
Ficaram silenciósos por momentos.<br />
—Mas, disse Hélène, agora me lsmbro,<br />
não terá a justiça necessidade de<br />
ouvir-me? O procurador disse-me para<br />
ficar aqui... Será para se declarar nullo<br />
o meu casamento?<br />
—Que importa isso!, exclamou Lu-<br />
o conhecimento d'essa operação e um cien. Quereis expôr-vos, em plena<br />
certificado de trinta mil francos. As audiência, ao olhar dos curiósos e sof-<br />
minhas contas estão certas como podeis frer talvez os sarcasmos d'um força-<br />
verificar. Não esqueçaes também, sedo? Acreditae-me, senhora, no que vos<br />
nhora, de que eu tenho em caixa algum digo, rompei com esse passado, esque-<br />
dinheiro meu e um certo crédito em cei-o. Deixae a justiça seguir o seu<br />
casa do meu banqueiro.<br />
caminho, para o que não é indispen-<br />
— Que homem de negocios! disse sável a vossa presença. A vindicta<br />
sorrindo Hélène.<br />
publica persegue vosso marido. Isso<br />
— Ah! rides-vos! é um pronuncio de basta. Fujamos de Franca, e vamos<br />
felicidade! para quando nos encontrar- procurar o esquecimento sob esse delimos<br />
longe d'aqui!...<br />
cioso ceu da Italia.<br />
— Nós!...<br />
Hélène estendeu a mâo a Lucien.<br />
—Oh! perdão, senhora. Na verdade — Partamos, disse ella, e não me<br />
eu não sei já o que digo. Deverei entre- abandoneis nunca, porque, eu não sei<br />
tanto deixar-vos partir só? Vede, se- se é porque vos amo, Lucien, mas cora<br />
nhora, eu trago um cinto de flanella e certèsa é por vossa causa que eu tenbo<br />
nesse cinto dois excellentes revolvers desejo de viver.<br />
e alguns cartuchos.<br />
Nunca largo estes apetrechos de<br />
guerra. São boas defêsas. Para onde<br />
[Continua) t<br />
vós fordes, se m'o perraittirdes, irei
CAVALLOS<br />
16 M u a r e s > etc -í esquioBncias,<br />
IH sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc . curam-se<br />
cam o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte era todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
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IS â morada de casas sita<br />
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o pagamento a praso mediante<br />
juro razoavel.<br />
Tracta-se na rua da Sophia,<br />
35.<br />
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i41Tende-se um na rua de<br />
* Joaquim Antonio d'Aguiar<br />
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13 Vfende-se uma, de 4 andaw<br />
res e magnificas lojas,<br />
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mesma casa.<br />
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il successor, rua do Visconde<br />
da Luz, n. 08 6 4 a 66, se<br />
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4ij cora fundos para Santa<br />
Cruz.<br />
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de retirar-se d'esta cidade o<br />
seu proprietário.<br />
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gr. Castro Leão, rua Ferreira<br />
Borges, ou com o sr. Antonio<br />
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Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Era Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
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7 Wende-se em COZELHAS<br />
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se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
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ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
Para esclarecimentos, João<br />
arques Mósca, solicitador, rua<br />
i\fo Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
astanheira, largo da Portagem,<br />
Coimbra.<br />
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100 RS.<br />
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Mj CO<br />
Q-S ca<br />
O<br />
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05<br />
nâ<br />
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O<br />
H<br />
2<br />
o<br />
Os leitores da BEVIS-<br />
TA, além do texto, coinprehendendo<br />
o original de perto<br />
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Saraiva, Phar:racia da Misericórdia—<br />
Coimbra.<br />
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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
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Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
EDITOR<br />
João Maria da Fonseca Frias<br />
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(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2)51700<br />
Seraéstre 10350<br />
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Sem estampilha-.<br />
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Trimestre 600<br />
ANNUNCIOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repeti<br />
ções, 20 réis.—Para os srs. as<br />
signantes, desconto de 50 p. c<br />
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todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
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SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
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garantidos pela economia obtida no<br />
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LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103
La reine s'amuse<br />
só o vestido com que a senhora D.<br />
Maria Pia assistira a esse casamento<br />
custara a somma fabulosa de 14<br />
contos de réis—quer dizer, a fortuna<br />
d'umas poucas de famílias!<br />
Bellissima caridade esta que por<br />
taes actos se affirma e define!<br />
Nós bem sabemos que as gazetas<br />
palacianas nos hão de vir dizer<br />
É um anjo de caridade que tem pericia, que por momentos se nos<br />
, . , afigura que o pais perdera a sua<br />
sempre pensado em si, e que so por antes F que p F assem á hist0.<br />
causa de si pede para dar. rja as instituições que tão mísera<br />
Já a viagem por occasião do ca- velmente o compromelteram.<br />
samento de seu irmão, o duque de A corrupção tem-se desinvolvido<br />
f . , em meio adequado e as municipaes<br />
Aosta, nos custou quantias fabulo-1 incutem ^ Ung comem e 0lflr0S<br />
sas, chegando a dizer-se então, sem<br />
cjue ninguém o contradictasse, que<br />
tremem.<br />
0 rei diverte-se,<br />
NA HESPANHA<br />
Vae-se aggravando a situação in-<br />
O governo guarda a maior reserva<br />
sobre o que se passa nas Fi<br />
lippinas. Poucos são os telegrammas<br />
que recebe de Blanco de que<br />
dá conhecimento á imprensa, e até<br />
nesses faz mutilações.<br />
Pelo ultimo telegramma communicado<br />
á imprensa, a insurreição<br />
está limitada a Cavite. Neste ponto,<br />
porém, reveste um caracter grave,<br />
tanto que o governo se prepara<br />
para mandar para o archipelago<br />
Esta doença da vinha foi recente'<br />
mente estudada pelo sr. Latasto, em<br />
cepas provenientes de Quilicura, perto<br />
de Santiago do Chili. Consiste nuns<br />
tumores recheados d'uma especie de<br />
cochenilha (Dactylopius).<br />
Das eXperiencias do sr. Latasto,<br />
conclue-se que a doença é extremamente<br />
contagiosa, e que para o seu<br />
tratamento não basta arrancar os tumo-<br />
res das cepas doentes, sendo necessário<br />
cauterizar estas e desinfectar os<br />
utensílios antes de os empregar nas cepas<br />
sãs. O melhor de tudo é, queimar<br />
as cepas atacadas.<br />
As restaurações artísticas<br />
EM<br />
COIMBRA<br />
Dizem varias gazetas da capital<br />
que a sr. a D. Maria Pia, a rainha<br />
mãe, resolvera ir á Italia assistirão<br />
casamento de seu sobrinho,<br />
o principe de Nápoles.<br />
Achamos justo, perfeitamente na- que a rainha vae divertir-se á<br />
tural e humano, este amor de fa- sua custa e que o thesouro nada<br />
milia, que determina a mãe do che- tem a soffrer com isso. Sabemos<br />
fe do Estado a ir vêr os pátrios la- isso de sobra, mas com taes alicanres.<br />
Nada tínhamos que oppôr á retinas nem já as creanças se illudem,<br />
gia resolução, nenhuma objecção e decerto também nos não pretennos<br />
suscitaria este projectado pas- der-0 il)udir a nôg_<br />
seio da rainha viuva, se esta senho- Q paíg é que evidentemente não se<br />
ra se encontrasse em condições fi- e gabe muiU) bem Q quedeve<br />
nanceiras tão desafogadas, que qual-|pensar e ^ em presença de fa_<br />
quer viagem emprehendida ou a ctos como os que diariamente se pro-<br />
emprehender não fosse motivo de duzem nas regiões do poder, onde<br />
sóbra p^ra apavorar os contribuin- parece lêr-se pela cartilha de Luís<br />
tes.<br />
XV: — Après nous le déluge.<br />
Mas, sabendo-se, como toda a<br />
gente sabe, que a decantada princeza<br />
não tem rendas próprias que lhe I , Declaram alguns jornaes monar-<br />
. . chicos que lavra no norte do pais a<br />
permutam satisfazer os seus multi-l jg profunda aversão contra o goplos<br />
e variados caprichos, tomámos Verno e que os nomes do rei e da<br />
a liberdade de extranhar que, numa rainha não são pronunciados com o<br />
situação financeira tão angustiosa acatamento que lhes é devido.<br />
como aquella em que o thesouro Ementando, accrescentam que<br />
M 1<br />
o governo nao liga a mínima impor<br />
publico se encontra, faltando-nos tancia a Sympt0mas tão graves<br />
dinheiro para as necessidades mais Continua a praticar os mesmos desurgentes<br />
da administração, a l g u é m vários, incessantemente se repetem<br />
nensar em desnerdicios na- os possa pensar em desperdícios, pa esbanjamentos que levaram o<br />
lhegouro pub,;co á mais aiarmante<br />
recendo-nos gracejo de máo gosto penu(.ja,<br />
este projectado e parece que deci- Não se tomam providencias algudido<br />
passeio á Italia da sr. a D. Ma- mas tendentes a promover o desin-<br />
• p;„ volvimento agrícola e industrial, não<br />
iid r ict. c ' . . .<br />
, - se pensa em lazer uma administra<br />
A nao ser que se queira pôr as I -Jgéria e economica.<br />
ultimas provas a paciência do con- q tempo que sobeja das mesqni.<br />
tribuinte e a elasticidade da sua nhas questões de politica partidaria<br />
bolsa, não comprehendemos como ou de palacianas intrigas, passam-no<br />
nas altas regiões se pôde 08 terna d'este país, correndo a mo-<br />
uma expedição de 4:000 homens.<br />
narchia sérios perigos.<br />
Havendo-se insinuado que os<br />
Os conservadores e os liberaes,<br />
súbditos allemães residentes nas<br />
reconhecendo-o, fizeram um vergo-<br />
Filippinas tinham promovido a innhosíssimo<br />
accôrdo no parlamento<br />
surreição, alguns jornaes allemães<br />
em virtude do qual se entregaram<br />
protestam contra esse facto que<br />
sem discussão ao extrangeiro as rê<br />
' i qualificam de ridículo, e attribuem-<br />
des dos caminhos de ferro e foram<br />
no a uma tentativa dos jesuítas em<br />
approvadas as eleições por Madrid.<br />
Madrid, para excitarem a opinião<br />
Esse accôrdo causou em Hespanha<br />
publica contra a Allemanha.<br />
profunda impressão, sendo violen-<br />
x<br />
tamente atacado pela imprensa independente<br />
o chefe do partido libe- De Cuba pôde dizer-se que não<br />
ral, que tem abandonado o parla- ia noticias. Continua o mesmo esmento<br />
nas circumstancias difficilliado: a Hespanha enviando incesmas<br />
que o país está atravessando. santemente novos reforços e os in-<br />
E é logico que soffram as consesurrectos recebendo novas expediquências<br />
da ruina da Hespanha os ções.<br />
dois partidos monarchicos que a Diz-se que Maceo conseguiu pas-<br />
promoveram. As responsabilidades sar a Trocha. Se assim é, Weyler,<br />
que pesam sobre conservadores e que resolvera concentrar naquelle<br />
liberaes são as mesmas, porque ponto 20:000 homens, não deve<br />
ambos seguiram os mesmos proces- estar satisfeito. Máximo Gomez e<br />
sos de governo.<br />
Maceo, na arte da guerra, continuam<br />
a mostrar-se superiores ao<br />
O Liberal, affirmando que a in-<br />
general hespanhol.<br />
surreição de Cuba e das Filippinas<br />
é egualmente devida á falta de previsão<br />
dos conservadores e dos libe-<br />
Chegou na terça feira a Lisbôa<br />
raes, conclue:<br />
o sr. dr. Assis Brazil, illustre repre-<br />
•«Grande é a culpa: não tardará<br />
sentante dos Estados-Unidos do<br />
nem será pequeno o castigo.»<br />
Brazil em Lisbôa.<br />
Os factos que se estão dando auciorizam<br />
esta prèvisão.<br />
x<br />
TROCO<br />
Os carlistas abandonaram o parlamento,<br />
dirigindo um manifesto ao Irónico e altaneiro, no bico dos<br />
país em que declaram que, haven pés pela notoriedade que julga ter<br />
do-se o parlamento convertido numa conquistado, o sr. José Moreira Frei<br />
agencia de negocios, não tinham lá re pretende enviar-me cinco réis<br />
que fazer. Esta atitude mostra que porque deplorei o estrago do qua-<br />
estão resolvidos a entrar no camidro da Misericórdia do Porto!<br />
nho da revolução.<br />
O espirito insolente da chocarri-<br />
Não é possível que conquistem ce revela bem que do tirocínio do<br />
por esse ou outro processo o poder, balcão alguma coisa lhe ficou dos<br />
enfraquecido comp está o seu par- vicios de marçano!<br />
tido ; mas graves difficuldades po- Ninguém fallou para o cavalhei<br />
dem levantar ao governo, vindo ro!.. . Na altura em que se acha<br />
complicar-se a insurreição de Cuba collocada a questão, poucos terão<br />
e que<br />
ministros em divertimentos, não e das Filippinas com o$4iorrores vontade de lhe invadir o terreno!<br />
'querendo saber se a monarchia corre d'uma guerra civil na metropole.<br />
pensar em despesas inúteis e até-<br />
Quanto a outras barbaridades<br />
ou nao grave perigo.<br />
Os republicanos estão unidos e julgo perceber de mais, quanto s<br />
dadas as nossas especiaes circum-| Assim faliam as taes gazetas. sem duvida aguardam o momento ex.<br />
^tancias — verdadeiramente injus-j E injustíssima esta accusação opportuno para entrarem em acção<br />
tificaveis.<br />
que se faz ao governo, que acima Não querem crear attrictos ao go-<br />
de tudo tem sido zelosíssimo deverno, nem tomar sobre elles a res-<br />
Talvez que a rainha viuva queifensor<br />
dos interesses da monarchia. ponsabilidade d'uma situação de<br />
ra mais uma vez mostrar quão ade- Sabendo que ella perdeu completa cujas consequências próximas im-<br />
quado é o titulo de anjo da carida- mente o prestigio no país e que lhe possível lhes é libertar o pais.<br />
de, que em tempos mais felizes para é impossível readquiri-lo, o governo A Hespanha, dado que não perca<br />
* monarchia adquiriu. Não sabe- ^fende-se pelos un.cos processos Cuba, ficará numa situação finan-<br />
M<br />
que podem adiar a sua queda: corceira verdadeiramente desesperada,<br />
mos realmente quaes os actos de rompendo por um lado e augmen- e será impossível á monarchia<br />
caridade praticados por essa prin- tando por outro as forças das guar luctar contra ella. O partido repu-<br />
ceza, á custa dos seus rendimentos, das municipaes.<br />
blicano não poderá então deixar de<br />
intervir, porque a Hespanha se in-<br />
que justificasse tal epitheto. Nisto tem pensado sempre- o go<br />
„ . , j. • • , • verno, não duvidando em sacrificar surgirá contra a monarchia que tão<br />
Em luxos e desperdícios innteis L ^ ^ Q futuro do paíg E Qg miseravelmente a comprometteu.<br />
sabemos nós que tem gasto fabulo- seus pjanos t£m sido tão bem com- Uma mudança de instituições na<br />
sas sommas. binados e executados com tanta Hespanha impõe-se fatalmente.<br />
x<br />
a percebeu de menos.<br />
Hei de fallar, porque é conveniente<br />
que falle,' não para gáudio<br />
dos gárrulos jactsnciosos, mas para<br />
elucidação dos que tiverem direito<br />
a formar juizo e ter voto. E, se* é<br />
certo o que julgo, a opinião de s<br />
ex. a XIXI<br />
Sé Velha. A obra de restauração<br />
emprehendida por A. Augusto Gonçalves<br />
.foi constantemente prejudicada<br />
pelo sr. director das obras<br />
)ublicas, que, desconhecendo absoutamente<br />
assumptos artisticos,tinha<br />
as mais phantasticas opiniões sobre<br />
que devia fazer-se.<br />
Não foram pequenos os esforços<br />
empregados por o sr. director das<br />
obras publicas para mandar lavrar<br />
os capiteis que tiveram de fazer-se de<br />
novo e que segundo o plano de A.<br />
Augusto Gonçalves foram apenas<br />
esboçados.<br />
Demoremo-nos aqui um bocadinho<br />
; porque a opinião foi partilhada<br />
também pelo sr. Valladas, primeiro,<br />
e, mais tarde, pelo sr. Luciano<br />
Cordeiro.<br />
Os antigos edifícios, aquelles que<br />
oram levantados por um grande<br />
sopro d'arte, são documentos de<br />
duas ordens: provam á piedade de<br />
quem os levantou, — são o reflexo<br />
do movimento artístico num dado<br />
momento historico.<br />
Considerados como documento<br />
das crenças dos que passaram já<br />
na vida, esses documentos devem<br />
ser rodeados de cuidados, vistos<br />
com respeito.<br />
Não pôde por isso tocar-se-lhes<br />
com o pretexto d'uma restauração<br />
artística; porque seria inutilizar os<br />
documentos da piedade de muitas<br />
gerações.<br />
Olhados como documento historico,<br />
eu entendo que não se lhes<br />
deve tocar também. O livro e o modelo<br />
em gêsso, ou noutra matéria<br />
qualquer, são o bastante. Dentro<br />
d'um templo românico insignificante<br />
pôde haver obras primas da<br />
arte gothica ou do renascimento,<br />
é-me absolutamente indifllren que são, como o edifício primitivo,<br />
te, porque sobre o caso não tem va- documentos com valor para deterlidade,<br />
nem cotação.<br />
minar a evolução da arte, para lhe<br />
E fiquemos nisto.<br />
escrever a historia.<br />
Tuberculose da vinha<br />
Não posso deixar de respeitar<br />
porém a opinião d'aquelles que pretendem<br />
dar aos edifícios antigos a<br />
sua fórma primitiva, procurando<br />
por obras modernas consolidá-los,<br />
tentando reconstituir a linha geral,<br />
mas sem pretender nunca fazer uma<br />
myslificação.<br />
Fazer hoje obra antiga é difficil.<br />
Só um erudito com uma grande sensibilidade<br />
artística será capaz de<br />
dar a linha geral d'uma obra anti*
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
CARTA DA FIGUEIRA<br />
ga, de lavrar um capitel ou uma os buracos e escrevesse as palavras<br />
misula por fórma a que pareçam que elle imaginou existirem e que<br />
impregnadas d'um sentimento velho,<br />
a manifestação d'um pensa-<br />
ninguém sabe, na letra da época,<br />
com illuminuras da época por fórma<br />
mento antigo.<br />
a que ninguém soubesse o que se<br />
As obras da restauração em Por- accrescentou, de modo a que nintugal—<br />
os Jeronymos e a Batalha guém differençasse o antigo do mo<br />
têm demonstrado que no nosso país derno?<br />
se não é capaz de reproduzir satis- Tal pergaminho teria perdido<br />
fatoriamente um capitel gothico*ou todo o valor.<br />
manuelino.<br />
Esburacado, podia interpretar-se;<br />
São coisas sabidas sobre que não restaurado, é coisa sero valor, por-<br />
vale a pena insistir.<br />
que ninguém pôde conhecer onde<br />
Não poderiam por isso lavrar-se acaba a historia e onde começa a<br />
hoje capiteis românicos que podes restauração.<br />
sem pôr-se ao lado dos que lá existem,<br />
e foram feitos noutro tempo, Acontece o mesmo com os tem<br />
noutro meio, com outros exemplares, pios. Se são um documento, devem<br />
e com preoccupações differentes. ter a authenticidade e o valor d'um<br />
Alguém chegou a propor que se documento historico.<br />
mandassem vir canteiros da Batalha.<br />
Hoje, quando se restaura um per-<br />
Isto de mandar vir canteiros da gaminho, a interpretação é feita em<br />
Batalha, que é um edifício gothico, caracteres modernos. Bestaurou-se<br />
para a restauração da Sé-Velha, que para se conservar. Consolidou-se;<br />
é um edifício românico, não lembra mas toda a gente vê rapidamente o<br />
a... toda a gente I<br />
que tem o valor historico da anti-<br />
Os canteiros da Batalha vivem guidade, toda a gente conhece<br />
desde pequenos no convento, nunca restauração.<br />
viram mais nada; desde pequenos<br />
são educados a reproduzir motivos Hoje, quando se restaura um tem-<br />
gothicos, por isso mesmo são inca plo, consolida-se, põe-se-lhe os<br />
pazes de fazer regularmente uma bocados que são necessários para<br />
decoração romanica.<br />
que elle não cáia, mas toda a gente<br />
O ornato, a interpretação do ani vê rapidamente onde está a restau-<br />
mal ou da planta são feitos por ração.<br />
fórma differente em cada um dos<br />
estyllos.<br />
Pois o sr. director das obras pu<br />
Como ha de por isso um cerebro blicas queria os capiteis restaura-<br />
inculto de canteiro, deformado por dos, e houve quem se offerecesse a<br />
o vicio das restaurações a vêr e a<br />
fazê-los eguaes aos velhos.<br />
reproduzir d'um certo modo os ani-<br />
Um amigo meu affirmou-me que<br />
maes e as plantas, fazer de repente era a mesma a opinião do sr. Lu<br />
coisa differente do que tem feito ciano Cordeiro.<br />
toda a vida, vêr com outros olhos Ora, francamente, não se compre-<br />
e trabalhar com outras mãos e ouhende bem*erro tão grosseiro.<br />
tros utensilios ?<br />
Os artistas da Batalha seriam dos<br />
Na mesma ordem d'idéas o sr.<br />
mais difficeis a educar por fórma a<br />
director das obras publicas mandou<br />
trabalhar no estylo românico.<br />
restaurar o tumulo d'um bispo.<br />
A restauração limitava-se apenas<br />
Demais é profundamente estúpi- á parte da physionomia e a todo o<br />
do lembrar-se alguém de trazer lado esquerdo da figura.<br />
canteiros para Coimbra, terra em Era só isto!...<br />
que os canteiros trabalham melhor Quando se viu a restauração tudo<br />
quejemjnenhuma outra parte do país se indispoz, os jornaes gritaram e<br />
o sr. director das obras publicas<br />
Mas admittamos que hoje se po- dirigiu-se á Sé Velha e quedou-se<br />
diam fazer ornatos como os que se um momento paralyzado pela indi-<br />
acham na Sé Velha, e que fossem gnação!.<br />
perfeitamente comparaveis como De 'repente a#ra-se á bengalada<br />
execução, e como intensão decora- á cabeça do monstro e 'a cabeça<br />
tiva, aos que lá se encontram. rolou pelo chão, e lá ficou muito<br />
Nunca se deveriam mandar fazer; brafica, os lábios abertos, os olhos<br />
porque então o monumento perde o a chorar.<br />
seu caracter de documento artístico Depois olhou o resto e não achou<br />
e só isto podia auctorizar uma res- mal.<br />
tauração condemnada pelo senti- Não tinha razão; S. Ex.<br />
mento de respeito pela piedade dos<br />
outros.<br />
Expliquemo-nos.<br />
Desde que um templo é um documento<br />
historico, deve ter a authenticidade<br />
d'um documento historico,<br />
deve ser olhado com o mesmo respeito<br />
que um pergaminho.<br />
Ora o que diriam V. Ex." do<br />
valor documental d'um pergaminho<br />
que fosse encontrado truncado e<br />
roto, e a que um restaurador tapasse<br />
a a partir<br />
a cabeça ao animal symbolico, devia<br />
partir as ventas ao Bispo e atirar-se<br />
ás vestes do lado esquerdo que são<br />
tão mal feitas como o resto.<br />
Quando acabou, o olhar do sr.<br />
director buscava flammejante o auctordoattentado<br />
artístico, um pobre<br />
d'um canteiro novo, com o olhar<br />
intelligente, e que procurava occular<br />
a sua pequena estatura na massa<br />
de gente que viera a vêr.<br />
Não tinha razão S, Ex. & rapaz fizera o que soubera, e o me-<br />
Minuto; e conseguiu metter um par<br />
lhor que pudera. A obra, apesar de<br />
como Dios lo quier, o Guerrila, no<br />
má, revelava habilidade, era uma<br />
phantasia como muitas qye estão<br />
tunante que por infelicidade pre-<br />
Figueira, 8 —IX —96.<br />
tendeu bandarilhar. Mas lambem<br />
na Batalha com applauso de toda a Concorrência enorme, de muitos houve na tourada alguma coisa de<br />
gente. A restauração do tumulo do milhares de pessoas, a de hoje superior — foi o trasteo do Guerri-<br />
bispo lembra até a do tumulo do esta deliciosa praia. Os comboios, ta. Com o capote e a muleta teve<br />
D. Duarte na Batalha.<br />
e principalmente o tramway, des- passes primorosos, notáveis pela<br />
O nariz do bispo é, Deus me perembarcavam, a cada chegada, gen- elegancia, pela serenidade e pela<br />
dôe, tal qual odomonarcha,— muite e gente,, que tornava exlremamen arte.<br />
to liso, bicudo, arrebitado, com dois te pittorescas e animadas as ruas Mas como é differente d'este o<br />
buracos abertos nas ventas. da cidade, e que se estendia num toureio do Reverte...<br />
Pobre bispo, e pobre rei 1 contínuo formigueiro humano para Encantador o aspecto da praça.<br />
além do Viso, estrada de Buarcos Mais de sete mil pessoas, e a gran-<br />
O canteiro fez o que lhe manda-<br />
fóra, a visitar a capella da Senhora de riqueza de colorido, que davam<br />
ram sem indicações, sem desenhos,<br />
da Encarnação, que Ião poeticamen- á multidão os vestidos das senho-<br />
sem modelos.<br />
te assenta, como todos sabem, no ras e os lenços e as blusas das tri-<br />
Não tivera quem lh'os désse.<br />
cume d'um monte, ao pé de Buarcanas, espalhavam pelo ar uma orcos.<br />
Que suggestiva paisagem sochestração bizarra de alegria.<br />
nhadora a que nos encanta d'aquel-<br />
E que para encontrar a anato-<br />
*<br />
la capellinha branca, paisagem larmia,<br />
a linha, a vida d'um animal ga, dar lavado, oxigenado e puro, Está a partir o correio; vou ter-<br />
heráldico é necessário cbamar-se de onde o nosso olhar e a nossa minar esta. Na próxima carta me<br />
Lassus ou Viollet-le-Duc, e o sr. di- alma se engolfam anciosamente na referirei aos Casinos e a muchas corector<br />
das obras publicas chama-se vastidão do mar azul. . .<br />
sas mas.. . embora corra o risco de<br />
simplesmente Franco Frazão, nome<br />
Á esquerda a barra, por onde vê despertar as cóleras dos WW. d'es-<br />
sem historia que até parece alcu-<br />
mos o mar, beijando o Forte, a enta praia.<br />
nha de secretaria.. .<br />
trar serenamente pela terra dentro,<br />
Fernão Silvestre.<br />
T. C.<br />
como que encantado d'uma tran<br />
quillidade tão dôce, elle, cançado A agencia Havas communica em te-<br />
O caso da Avenida das longas viagens através do Atlânlegramma de Madrid que o governador<br />
civil de Valencia annunciára que na<br />
tico, batido dos ventos que o fazem<br />
Acabam de ser absolvidos em<br />
noute do dia 8 para o dia 9 se reuni-"<br />
bramir de cólera. Caminhando para ram no meio d'um campo, no^s arredo-<br />
conselho de guerra os srs. Raphael<br />
dAndrade e Gomes da Costa por o norle, a fila branca da praia, de res de Pedralva, uns trinta homens,<br />
armados de espingardas Remington e<br />
não se provar a aggressão contra areia fina, a deliciar suavemente, que penetraram na villa, mas que sen-<br />
o sr. Constantino Boque da Costa. como que offerecendo-se, carinhodo perseguidos fugiram em direcção<br />
No tribunal criminal commum foi<br />
desconhecida. Accrescenta o governasa,<br />
ao mar, para que elle se espredor que parece tratar-se d'uma guer-<br />
este absolvido por se provar que guice, em murmurios de amor, pela rilha republicana.<br />
havido disparado o rewolver em<br />
areia fóra. E elle indolente e lasci-<br />
legitima defêsa. Provada a legitima<br />
defêsa, provada eslava a aggressão; vo, como que a brincar, num pro- Deu-se em Lisbôa um facto inte-<br />
não se provando a aggressão, a longamento de prazer, ora avança ressante com os emigrantes hespa-<br />
legitima defêsa não tinha logar. ora recúa, murmurante sempre, semnhoes que pretendiam embarcar<br />
.Quer dizer: o poder judicial dispapre a rir, a espalhar pela areia luratou.<br />
para o Brazil.<br />
minosa a sua cabelleira branca, des-<br />
Algunsjornaes monarchicos mos-<br />
Presumindo o ministro de Hesgrenhada.<br />
E isto até Buarcos, onde<br />
tram-se muito apprehensivos com o<br />
panha que alguns d'esses emigran-<br />
facto, que isto de justiça em Por-<br />
elle, na bahia serena, enlanguescites<br />
pretendiam esqui<br />
tugal já vae parecendo uma brindo, já sem força, se estende pela<br />
cadeira. Nós só registamos mais areia a desfazer-se num murmurio<br />
uma prova de quí a monarchia vae em que sôam beijos. Ao largo, onde<br />
corroendo o pouco que no país se confunde com o azul do mar o<br />
ainda havia de são. E para que se azul do céo, vêem-se a voar azas<br />
veja quatf procedente ella é, esta<br />
nota característica: poucos dias antes<br />
brancas de gaivotas, e a correr por<br />
de se reunir o aonselho de guerra, sobre as aguas velas brancas enfu-<br />
que tinha de julgar o sr. Gomes da nadas. De vez em quando chega até<br />
Cosia, o governo do rei nomeava-o á ermida, pousada no alto do mon-<br />
capitão-mór em Africa, e era fixado te, a melopêa d'uma canção da bei-<br />
o dia eftv que devia partir.<br />
ra-mar... E, animando a paisagem,<br />
enchendo-a de alegria e de risos, a<br />
alacridade da luz, batida em cheio,<br />
Para a policia de Lisbôa acabam<br />
violenta e forte, na casaria da cida-<br />
de chegar 700 rewolvers americade<br />
e na areia da praia.. .<br />
nos„ *<br />
E ainda ha quem diga que o governo<br />
não pensa nos interesses da<br />
monarchia!<br />
Mas nem só a Senhora da Encarnação<br />
trouxe hoje á Figueira tanta<br />
gente. O Guerrita, o loureiro ado-<br />
Está aberto concurso de provas rado da Hespanha, deu uma^enchen-<br />
práticas para o provimento de Ioga te á praça de touros. E foi uma tou-<br />
res de primeiros aspirantes do quarada bôa, a tourada do Guerrita,<br />
dro telegrapho-postal. Os concor- diziam uns; foi simplesmente tolerentes<br />
deverão entregar os requerável, diziam outros.<br />
rimentos aos respectivos chefes de Vamos com estes, embora peze<br />
serviço até ás 4 horas da tarde do<br />
á maior parle. Prejudicou o loureio<br />
dia 30 do corrente.<br />
dos artislas bons, a inferioridade<br />
do gado. Malessos quasi todos os<br />
touros, cheios de querenças e de<br />
Um carro que DO domingo ultimo re- arteirices, não deixaram que o tragressava<br />
de S. Silvestre voltou-se probalho dos cavalleiros e do notável<br />
ximo da estação velha do caminho de<br />
ferro.<br />
espada tivesse o brilho e luzimenlo<br />
Picaram maltratados os srs. João Au- que havia de ter. Resultado geral,<br />
gusto Antunes, Augusto Paes e Julio poucas coisas boas e muitas más.<br />
Cezar Augusto, não tendo nenhum<br />
; o pobre d'elle8 ferimento de gravidade. Em bandarilhas, teve pares bons o<br />
v ar-se ao serviço<br />
militar, pediu ao sr. João Franco<br />
para que os não deixasse embarcar<br />
sem que mostrassem os documentos<br />
que levavam.<br />
O sr. João Franco, que até as<br />
disposições do codigo administrativo<br />
que decretou em dictadura<br />
ignora, accedeu promplamente ao<br />
pedido, certamente por desconhecer<br />
que ainda ha pouco tempo havia<br />
decretado que aos extrangeiros que<br />
entrassem no reino ou d'este saíssem<br />
se não exigissem passaportes. Sendo-lhe<br />
lembrada essa disposição,<br />
deu conlra-ordem com a mesma<br />
energia nevrolica com que havia<br />
dado a ordem, determinando que<br />
os hespanhoes embarcassem. Mais<br />
tarde ordena que fique dependente<br />
do visto do consulado hespanhol a<br />
viagem.<br />
E ahi vae o vice-consul de Hespanha<br />
a bordo do paquete, separa<br />
uns 60 emigrantes que não podiam<br />
seguir viagem por falta de documentos<br />
e, como as familias respectivas<br />
se oppozessem á saída d'elles,<br />
apresenta-se uma força de capitão<br />
da guarda municipal, o chefe de<br />
policia do Porto e o representante<br />
consular da Hespanha e obrigam<br />
os 60 emigrantes a vir para terra,<br />
E então o vapor saiu a barra.<br />
Muito bem.<br />
0 sr. ]f)ão Franco é um grande<br />
estadista,
Bodrigues de Freitas<br />
Na crise tão dolorosa que atravessamos,<br />
quando o mal parece ter<br />
conquistado entre nós o reino deste<br />
mundo, mais que nunca se torna<br />
necessário que, ao menos na hora<br />
solemne do passamento, ao partirem<br />
para a viagem da eternidade, os<br />
homens de bem recebam a sua justa<br />
consagração.<br />
Morreu com Rodrigues de Freitas<br />
um dos caracteres mais nobres da<br />
nossa terra: elle era um dos raros<br />
membros, infelizmente tão dispersos<br />
1 da classe dirigente, cuja virtude<br />
ainda tem logrado reconfortar com<br />
o seu luminoso exemplo a alma<br />
nacional, guiando-a amoravelmente<br />
pelos caminhos já quasi perdidos<br />
da honra e da salvação. E em tão<br />
permanente communicaçãocom ella<br />
estava, e tamanha era a auctoridade<br />
que ao seu saber prestava a lógica<br />
da sua vida, que bem se pôde affirmar<br />
que o seu pensamento fazia<br />
parte integrante da consciência publica.<br />
Como professor ou como jornalista<br />
e tribuno, a sua personalidade<br />
insinuava-se; mas, embora a<br />
soa palavra escripta fôsse tão persuasiva,<br />
para ter perfeita idêa das<br />
faculdades de irradiação sympathica<br />
que o animavam, era necessário<br />
conhecer o orador. Elle sabia alliançar<br />
ao aprumo da sua inquebrantável<br />
firmeza de convicções uma<br />
doçura, uma tal complacência de<br />
tom e de maneiras, que irresistivelmente<br />
se apoderava do seu audi-<br />
tório. E por isso, porque era um<br />
delicado, não se envolvia em todos<br />
os combates: não o retraía a doença,<br />
mas a sua terna sintimentalidade.<br />
Luctador indefesso, procurava comludo<br />
tomar a posição, d'onde os<br />
seus ataques, visando aos erros<br />
sociaes, não podessem ferir o coração<br />
dos seus concidadãos, que elle<br />
tanto amava! A sua politica era uma<br />
politica de bondade, cuja fórmula<br />
elle ainda nos legou no seu testa-<br />
34 Folhetim da RESISTENCIA<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
mento: «devoção pelos doentes e<br />
pelos fracos».<br />
Filho do Porto, foi sem duvida<br />
nos últimos tempos a sua encarnação<br />
mais pura, e a falta que lhe<br />
faz, não pôde ser medida. Tantas<br />
vezes á custa da sua precária saúde,<br />
não houve momento diíficil em que<br />
a sua voz dedicada não soasse bem<br />
alto para que a cidade do trabalho,<br />
centro potente de iniciativa e de<br />
independencia, thealro dacções generosas<br />
na guerra e na paz, mantivesse<br />
sem desfalecimentos contra<br />
todos os assaltos a sagrada bandeira<br />
das suas tradições. E oxalá, na<br />
frágua dos negocios, ella não deixe<br />
nunca de ouvir o seu apello!<br />
A mim a noticia da sua morte<br />
feriu-me como um dobre de finados<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
*<br />
sessão ordinaria de 21 de agosto de<br />
1896.<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />
Vereadores presentes: — effectivos: arcediago<br />
José Simões Dias, José Antonio dos Santos,<br />
Antonio José de Moura Basfos. José Marques<br />
Pinto e Albano Gomes Paes.<br />
Lida e approvada a acta da sessão anterior,<br />
20 de agosto, com declaração de não ter<br />
havido sessão a 13, por falta de numero de<br />
vereadores.<br />
Mandou intimar um proprietário da Pauzada,<br />
para sustar o andamento de uma obra que<br />
está fazendo, sem pedir licença e o respectivo<br />
alinhamento.<br />
Auctorisou o pagamento dos ordenados de<br />
agosto aos empregados do município.<br />
Mandou annunciar a venda do milho, em<br />
espiga creado na quinta de Santa Cruz.<br />
Demiltiu do serviço de vigia dos impostos<br />
João Ferreira de Carvalho, n.° 9, por se provar<br />
pela própria confissão d'este empregado, ouvido<br />
neste acto, que abandonára o posto fiscal em<br />
que se achava de serviço no dia 17, sabendo-se<br />
que esteve por vezes em uma taberna, onde<br />
se embriagára altercando com outro vigia, já<br />
demittido.<br />
um negociante d'esta cidade para desempe<br />
nhar o logar de thesoureiro em qualquer falta<br />
qua porventura se dê do effectivo.<br />
Despachou-se requerimentos, auctorisando<br />
exhumações no cemiterio da Conchada; a reconstrucção<br />
d'uma casa pelos alicerces primi<br />
tivos no logar de Souzellas; a abertura de quatro<br />
portaes no mura de um prédio na rua da<br />
Nogueira e o alteamento do mesmo muro; o<br />
levantamento de um andar em uma casa em<br />
um quintal na Couraça dos Apostolos; a canalização<br />
d'exgoto d'aguas de uma casa situada<br />
ao Marco da Feira: a vedação d'um prédio<br />
em Almalaguem, por meio d'um muro; a canalização<br />
d'aguas de exgoto d'uma casa na<br />
Sophia; e o campeamento d'um muro da quin<br />
ta de Santa Cyiz, em parte rebaixado pelo<br />
proprietário de unn casa junto á rua Thomar,<br />
ficando o muro, bem como o capeamento, a<br />
pertencer ao município.<br />
A matricula das eseholas industriaes<br />
da circumscripção do norte é aberta<br />
de 10 a 25 do corrente. A abertura<br />
das aulas verifica se no dia t de ou<br />
tubro.<br />
Revue des Journaux<br />
et des Livres<br />
12.° anno<br />
Reeommendando aos nossos leitores esta<br />
excellente revista hebdomadari», prestamos-<br />
Ihe com certeza uma indicação importantíssima,<br />
porque esta publicação é a mais curiosa e<br />
amais interessante da nossa epocha. Reproduz,<br />
em cada domingo o que de mais notável aparece<br />
duarute a semana em jornaes e livros:—<br />
Artigo» de sensação, Noticias, Contos, Chronicas,<br />
Actualidades, Curiosidades scientificas, Conhecimentos<br />
úteis, Romances, etc., etc., bem como<br />
numerosas gravuras da actualidade: retratos,<br />
acontecimentos do dia etc.<br />
Em folhetos publica a Revista dois romances<br />
de um alto inter^se emocionante,<br />
como todos os que tem publicado a Revista<br />
e que têm sido acolhidos paio publico com o<br />
maior favor.<br />
A collecção dos 10 primeiros annos da<br />
Revue des Jonrnax contém mais de<br />
4:000 novellas litterarias e contos diversos,<br />
assignados pelos mais illustres e escriptores,<br />
romances completos de Alphonse Daudet, Henri<br />
Rochefort. Octave Feuillet, Ludovic Halévy,<br />
Hector Mallot, Guy de Maupasant, Paul Bourget<br />
Emile Zola, etc., etc. A collecção composta<br />
de 10 magníficos volumes de 825 pag., contendo<br />
matéria de mais de 100 volumes, solidamente<br />
encadernados, vende-se a 14 francos<br />
o volume.<br />
Auctorisou o fornecimento de 1:100 exem-<br />
pelo eximio patriota, de que se vê plares de guias de marcha (serviço do recrutamento);<br />
e a encadernação de uma copia do<br />
desamparada a revindição da liber- recenseamento militar; 300 expiares de folhas<br />
de fornecimento de materiaes; tinta, pennas,<br />
dade e da justiça em Portugal, e lápis e papel pautado para os serviços da<br />
limpeza da cidade.<br />
pelo amigo, cuja perda me alanceia Mandou pagar a despeza feita no corrente<br />
o coração com os espinhos da mais anno, com os serviços da commissão de jurados<br />
na importancia de 27$750 réis.<br />
amarga saudade.<br />
Attestou favoravelmente ácerca de duas petições<br />
para subsídios de lactação a menores.<br />
Bernardino Machado. Auctorisou a construcção de uma pequena<br />
cancella de madeira para vedar a entrada na<br />
runa da quinta de Santa Cruz, fazendo-se desapparecer<br />
um tapume que alli se encontrou.<br />
Resolveu não acceitar uma proposta (úni-<br />
Partiu para a Figueira da Foz, ca), apresentada hoje para a reparação da ponte<br />
de Coenços, por que o proponente se não<br />
onde tenciona demorar-se até o fim presta á condurção da madeira para o local da<br />
do corrente mês, o nosso prezado obra. posto que se promptifique a executa-la<br />
por menos 870 réis do que a base da licita-<br />
amigo si», dr. Francisco Maria Roção.drigues de Sousa Nazareth, digno Auctorisou a presidencia a dispender até á<br />
prior da Sé Calhedral.<br />
quantia de 50|000 réis na reparação do pavimento<br />
das ruas da Sophia e dos Militares.<br />
Concedeu 30 dias de licença ao aferidor do<br />
concelho para tratar da sua saúde, ficando encarregado<br />
dos serviços respectivos o chefe dos<br />
Do destacamento de infanteria n.° 23 serviços da limpeza da cidade.<br />
que estaciona no Bussaco, desertou um Auctorisou a execução d'uma obra contraetada<br />
por deliberação de 19 de dezembro de<br />
soldado no dia 5 do corrente.<br />
1895 e approvada pela commissão districtal<br />
em 2 de janeiro de 1896, ã saber: cedencia<br />
de dez metros quadrados de terreno por parte<br />
d'um proprietário para alargamento da rua<br />
Na segunda feira, foram apprehen- aos Arcos do Jardim, sendo demolido por condidos<br />
pela guarda fiscal na estação de ta da camara um muro existente e levantado<br />
de novo na importancia de 19330o réis.<br />
Coimbra B, no comboyo rápido, 620 Auctorisou a presidencia a providenciar<br />
lenços de seda que vinham de Hespanha para a reparação da casa da eschoía de S. Mar-<br />
furtados aos direitos.<br />
tinho do Bispo (sexo masculino), sendo aucto<br />
risada desde já a compra d'alguma mobilia<br />
para a mesma.<br />
Nomeou uma commislão de trás vogaes para<br />
estudar o asaumpto de uma representação que<br />
O sr. José d'Azevedo Castello foi dirigida, com relação ás aguas da fonte da<br />
Branco anda em digressão ofBcial Palheira, rega de prédios e cobertura dà mesma.<br />
pelo norte, achando-se actualmente Resolveu fornecer casa e mobilia para as<br />
no Porto.<br />
eseholas de ensino elementar da freguezia de<br />
Santa Clara e dirigir desde "já ao governo o<br />
pedido para a creação das respectivas ctivas cs cabeias,<br />
em conformidade da deliberar açãotor<br />
rente an<br />
É transcripto do Instituto o magnifico<br />
artigo do sr. dr. Bernardino Machado,<br />
sobre Rodrigues de Freitas.<br />
mada<br />
Hontem, na estação da Pampilhosa,<br />
roubaram ao sr. conego Manuel Marques<br />
Pereira Ribeiro, fima carteira contendo<br />
notas na importancia de 78$000 réis.<br />
Debalde foi procurado o auctor do Rrindes t — Um retrato a oleo do assi-<br />
roubo para lhe ser conferido o premio gnante, e um outro em carta-album. Um livro<br />
condigno da gentileza.<br />
de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />
de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 mezes<br />
e 3 mezes respectivamente.<br />
Assignatura s — Seis mezes, 8 fr., ura<br />
Regressaram hontem de Mangualde anno, 14 fr. Assigna-se: — 1." em todas as es-<br />
com suas famílias, onde foram passar tações de correio das colonias francezas, da<br />
alguns dias, os bemquistos industriaes Bélgica, Dinamarca, Italia, Suissa, Paizes Bai-<br />
srs. José Pinto de Mattos e Thiago de<br />
xos, Suécia, Noruega e Portugal; 2.° nas livrarias<br />
que têm correspondente em Paris; 3.® por<br />
Albuquerque.<br />
meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />
Os ilez primeiros annOs custam<br />
10O fr., accrescendo O porte.<br />
Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />
administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />
,Typograplio<br />
Na typographia d'este jornal admitle-se<br />
um compositor habilitado.<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5.° anno de Direito, continua<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
Atheneu Commercial de Coimbra e Philosophia.<br />
Rua do Yisconde da Luz, 4 a 6<br />
Por ordem do sr. presidente são<br />
convidados todos os socios d'esta Associação<br />
a reunirem domingo, 13 do<br />
corrente, pelas 5 horas da tarde, na<br />
salla do Atheneu, para a approvação Lições de hygiene publica<br />
dos estatutos.<br />
PELO<br />
Coimbra, 10 de setembro de 1896.<br />
DR. 4. X. LOPES VIEIRA<br />
0 2.° secretario,<br />
PREÇO, 10000 RÉIS<br />
João Cardoso.<br />
Á venda na Imprensa da Universidade.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
Codigo do Processo Commercial<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
APPROVADO POR<br />
em sessão de 11 de junho do corrente anno.<br />
Concedeu licença de 30 dias ao capellão do<br />
Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />
cemiterio, para tratar da sua saúde.<br />
ADVOGADOS<br />
Acceitou, a pedido do thesoureiro do mu-<br />
Preço 200 réis<br />
nicípio e na falta do seu proposto, ausente, Rua do Yisconde da Luz, 50. Á venda na Imprensa da Universidade<br />
D'um fiacre que tinha parado na rua po que Jean Gerin e fôra esperá-lo em — Eis o outro que sóbe, disse a mu-<br />
Bac desceu um dos homens que o ha- seguida para o recanto da rua fiherlher.viam seguido, depois o fiacre seguiu che-Midi. 0 outro não perdendo nanca Esse outro era Lebigot. *<br />
a trote, pela rua Grenelle.<br />
de vista o ponto para onde João das<br />
JOÃO DAS GALÉS — Este fiacre entrega-rne, pensou Galés se dirigiu, fizera-se conduzir di-<br />
João das Galés.<br />
rectamente para o boulevard Montpar-<br />
E deixou-o passar adiante de si. nasse.<br />
XXIII<br />
— Cra espera, elle vae vazioI<br />
Quando se avistaram, um d'elles foi<br />
A rusga<br />
O individuo que occupava o íiacre ao posto de policia mais proximo, em-<br />
titha-se agachado dentro sem que fosquanto que outro ficava vigiando o<br />
Saltando bruscamente da carruagem se .isto de Gerin.<br />
n.° 7.<br />
a que tão imprudentemente havia su- Gerin tomou pela rua Chaise. O fia- Disfarçou quatro agentes em burguêbido,<br />
aquelle que possuia o titulo de cre também.<br />
ses e deu-lhes ordem de vigiarem o n.°<br />
duque de Villedieu, Jean Gerin não vira — Desconfiemos do cocheiro, pensou 7 e de prenderem quem quer que sa-<br />
que um homem o seguia. No emtanto Gérin.<br />
hisse. Depois, em poucos minutos, des-<br />
desconfiava. Logo que chegou aos Cam- E subiu para o omnibus, na rua de piu-se, vestiu uma blusa branca, pôz<br />
pos Elyséos julgou que ninguém o se- Sèvres.<br />
um bonnet na cabeça e puxou para a<br />
guia e abrandou o passo.<br />
— Decididamente, pensou João das testa as melenas que em calão cha-<br />
O homem que o seguia passou logo Galés, é um cocheiro que deixa desmam rouflagnettes, e entrou na casa<br />
para o passeio opposto ao seu. Enconcançar os seus cavallos, e se dirige n.° 7.<br />
trou outro homem com quem fallou; para alguma estação onde ha alguma — Rapariga, disse elle á servente,<br />
ambos, disfarçadamente, seguiram Jean loja de vinhos.<br />
uma cousa que se beba, mas que seja<br />
Geriu.<br />
Deixou o omnibus na encruzilhada boa. A mãe?<br />
Este passou o Séme e tomou pela de Croix-Rouge e tomou pela ruaCher- — Não está. 0 que é que quereis?<br />
rua Bac.<br />
che-Midi.<br />
— Ah! beliêsa, como passas?, dis-<br />
— Os dois homens seguem exacta- O íiacre desappareceu.<br />
se elle indo apertar a mão a uma mumente<br />
o mesmo caminho que eu, mur- Gerin chegou ao boulevard Montparlher que estava a um canto da sala.<br />
murou elle.<br />
nasse.<br />
— E tu, freguez?, disse a muiher,<br />
Voltou pelo mesmo caminho. Os dois Começou a passeiar d'um lado ao o que é que pagas ?<br />
bomens desappareceram<br />
outro, foi comprar cigarros á rua Gai- 0 que tu quizeres.<br />
— Onde passariam elles? pergunti, e, finalmente, entrou d'um salto no — Traze-nos licôr, então. Com agua<br />
tou. Ê necessário vér.<br />
n.° 7.<br />
d'aff, faz esquecer as tristezas.<br />
Tornou a seguir a primitiva dire- Debaixo do arco do caminho de fer- A criada saiu.<br />
cção.ro<br />
dois homens, escondidos na sombra, — Está aqui, disse a mulher ao ou-<br />
Chegando á rua Grenelle, voltou-se appareceram no mesmo instante. Estes vido do homem, são dois, e estes lá<br />
ainda, inspeccionando a rua Bac e as dois homens eram os que seguiram em cima com a Souffrante. Esperam<br />
ruas adjacentes e continuou o ftu caJoão<br />
das Galés. O que descera do íia- outru.<br />
minho pelo lado da fonte.<br />
cre subira o omnibus ao mesmo tem- — Bom, vigia, disse o homem.<br />
5<br />
Ouviu-se na escada um passo precipitado,<br />
e a criada gritando:<br />
— Senhora I Senhora!<br />
— E a patroa ?, perguntou o agente. 0 agente escondeu-se no canto es-<br />
— Está com elles, como já te disse. curo sobre que abria a porta do quar-<br />
A creada trouxe a aguardente. to onde se celebravam as reuniões de<br />
0 agente bebeu.<br />
estes salteadores, e onde M. de Ville-<br />
— Isto é uma bebida horrível, (Tisse dieu tinha entrado nesse momento,<br />
o agente. Serve-nos outra coisa. Kirsch, para pedir que fossem procurar sua<br />
por exemplo.<br />
mulher.<br />
A criada deixou os e o agente disse Aos gritos da criada, a Soufifrante<br />
para a mulher:<br />
entreabriu a porta.<br />
— 0 teu quarto é em frente d'aquelle — 0 que ha?, perguntou.<br />
em que elles estão?<br />
— A policia!, disse a criada.<br />
— Sim.<br />
— Uma busca!, exclamou a Souf-<br />
— Subamos. *<br />
frante. Meus filhos, salvae-vos como<br />
Chegaram dois novos freguezes. poderdes!<br />
— Que quer isto dizer, não ha aqui A este grito, todos se levantavam.<br />
ninguém? Ah! perdão, senhora, não Ouviu-se o tinir de dinheiro lançado<br />
vos via. Mas é o mesmo, isto está de- dentro d'uma caixa.<br />
serto.<br />
— Por a janella, disse um dos ban-<br />
— Eh ! Avillarde traze-nos de beber, didos.<br />
o mais rápido possível. Despacha-te, Abriram a janella.<br />
emquanto eu vou lá fóra.<br />
— Eh! lá de cima, gritou uma voz<br />
— Queres vir commigo ?<br />
que partia da rua, recolha-se para den-<br />
Saíram para fóra do estabelecimentro.to e o agente subiu com a' mulher. E Lebigot que abrira a janella, avis-<br />
Apenas entraram no quarto, atirou tou os uniformes dos guardas que to-<br />
pela janella o seu lenço.<br />
mavam toda a rua.<br />
— Agora tu esconde-te detraz do — Não é uma simples busca, excla-<br />
teu leito, serás paga dos teus serviços. mou elle, é um assalto, e dirigido con-<br />
Viu da janella entrar quatro agentes tra nós!<br />
vestidos de bnrguêses, e uma esqua- — Então por os telhados, e depresdra<br />
de guardas da paz cercar as paresa !, gritou Jean Gerin abrindo a porta.<br />
des da casa, emquanto que seis d'el- Em frente da porta appareceu a files<br />
se dispunham para entrar.<br />
gura d'um agente, apontando dois re-<br />
Elle collocou-se no corredor que sewolvers.parava os dois quartos,<br />
\Continúa)t
CAVALLOS<br />
16 Muares, etc.; esquioencias,<br />
III sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc., curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silvav rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
YENDE-SE<br />
A morada de casas sita<br />
A na rua do Morêno n. os<br />
7 e 9, facultando se ao comprador<br />
o pagamento a praso mediante<br />
juro razoavel.<br />
Tracta-se na rua da Sophia,<br />
35.<br />
PIANO<br />
141Tende-se um na rua de<br />
f Joaquim Antonio d'Aguiar<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentaria<br />
Caldeira da Silva<br />
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Herculano Carvalho Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
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De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />
consultas todos os dias das<br />
9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />
Figueira da Foz.<br />
Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />
estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />
Neves).<br />
Em agosto e outubro, aos<br />
domingos consultas ás mesmas<br />
horas em Coimbra.<br />
Casa para arrendar<br />
11 Ma quinta de Santa Cruz,<br />
li Praça de D. Luiz, ha<br />
um andar; tem agua e quintal.<br />
Tractar cora Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
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Bom emprego de capital<br />
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aos Arcos do Jardim, n.°<br />
V<br />
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Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excellentes aguas mineraes<br />
para doença de pelle, -<br />
estomago, garganta, etc. „<br />
Casa em bom local<br />
13 VTeude-se uma, de 4 andaf<br />
res e magnificas lojas,<br />
na Couraça dos Apostolos, n.°35.<br />
Quem pretender fale cora<br />
Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
Liquidação<br />
12 Va loja de Alves Borges,<br />
W successor, rua do Visconde<br />
da Luz, n. os V E N D A<br />
7 Wende-se em COZKLHAS<br />
w uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam familia nume-,<br />
rosa; casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
agua, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. É em sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
0 comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
64 a 66, se poder, a que se faz um juro<br />
vendem por preços modicos, modico.<br />
pregos de ferro suecio e escocio Para esclarecimeotos, João<br />
de embutir, para ferragens, e Marques Mósca, solicitador, rua<br />
outros objectos a liquidar, e do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
algumas qualidades de ferro Castanheira, largo da Portagem,<br />
suecio e escocio.<br />
Coimbra.<br />
41, cora fundos para Santa<br />
Cruz.<br />
O motivo da venda é o ter<br />
de retirar-se d'esta cidade o<br />
seu proprietário.<br />
Para informações, na loja do<br />
sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />
Borges, ou com o sr. Antonio<br />
Maria Leite de Albuquerque,<br />
empregado no Lyceu.<br />
Loja da China<br />
Ferreira Borges<br />
9 A caba de chegar um gran-<br />
« de sortimento de leques,<br />
sombrinhas e estores, japonêses<br />
e chinêses.<br />
CMs e cafés<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
CALDAS DA FELGUEIRA<br />
CANNAS DE SENHORIM<br />
(BEIRA ALTA)<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
¥<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
mediío, pharmacia<br />
e casa de barbear.<br />
Magnificas accommodações<br />
desde 1)51200 réis<br />
comprehendendo serviço, club,<br />
etc. Bónus para os médicos<br />
O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de 1. a 5. classe; duas sala<br />
para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulvensaçao e aspiraçao,com gabinetes<br />
annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos.—l íagem<br />
— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam em bons carros. A<br />
estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada corn todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n. \zt>,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas .vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
Assignatura<br />
100 RS.<br />
cada n.°<br />
0<br />
H za<br />
«f<br />
K<br />
o<br />
A<br />
«I<br />
A<br />
Hl<br />
0<br />
o<br />
Os leitores da R3EVIS-<br />
Grátis<br />
XA, além do texto, corriprehendendo<br />
o original de perto<br />
de 90 paginas em 8.°, têm também<br />
MANTEIGA DA CONRARIA<br />
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João Gomes Moreira<br />
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HjuIttlliM. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
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apparelhos concernentes,<br />
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ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
EDITOR<br />
João Maria da Fonseca Frias<br />
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(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 20700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 2)5400<br />
Semestre 10200<br />
Trimestre 600<br />
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Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. asgigncmtes,<br />
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todos aquelles com cuja remessa<br />
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a<br />
1<br />
N.° 164 COIMBRA—Domingo, 13 de setembro de 1896 2.° ANNO<br />
Adiando sempre<br />
O actuai governo, cuja permanência<br />
no poder é uma verdadeira<br />
adiar as graves questões da administração<br />
pública, que a cada passo<br />
vae levantando a sua imperícia e<br />
falta de força, por meio de expe<br />
Jientes que cada vez comprometlem<br />
mais o país<br />
Dura ha longos mêses o conflicto<br />
entre o coronel Machado e o major<br />
Mousinho de Albuquerque, e o governo<br />
ainda o não resolveu, sendo<br />
certo que d'elle estão derivando graves<br />
consequências para a administração<br />
da província de Moçambique<br />
Diz-se num dia que foi chamado a<br />
Lisboa o coronel Machado e que o<br />
governo o vae demittir, affirma-se<br />
no seguinte que é o major Mousinho<br />
quem vae ser demittido, pensa-se<br />
depois em que serão demittidos<br />
ambos; o governo occupa-se do<br />
assumpto em repetidos conselhos e,<br />
afinal, persiste o conflicto e as vacillações<br />
do governo ácerca do modo<br />
como resolvê-lo. Não sabe este que<br />
solução adoptar, ou, se sabe, receia<br />
comprometter-se. Vae vivendo assim.<br />
Ha muito tempo que se discute<br />
o projecto de fusão da Companhia<br />
de Moçambique com a da Zambezia,<br />
tem havido sobre elle longas<br />
conferencias, o governo manifestase<br />
a favor da fusão, pronuncia-se<br />
contra ella a junta consultiva do Ultramar,<br />
e não se toma uma resolução<br />
definitiva. Sabe-se que da approvação<br />
do projecto derivarão gravíssimos<br />
prejuízos para o país, não<br />
se sente o governo com força para<br />
pôr de lado o parecer da junta consultiva<br />
do Ultramar, mas receia também<br />
que contra elle se desencadeiem<br />
as influencias que fizeram<br />
germinar o projecto e que agora o<br />
amparam. Para não levantar difficuldades,<br />
que podem determinar a<br />
sua quéda, vae adiando o assumpto.<br />
O projecto do caminho de ferro<br />
de Quelimane ao Ruo, por que tanto<br />
se iftleressa o ministro da marinha<br />
e a que se oppõe o ministro do<br />
reino, tem dado logar a engraçadíssimas<br />
scenas. A rejeição d'esse projecto<br />
determinará a saída do ministério<br />
do sr. Jacintho Candido, a sua<br />
approvação poderá crear difficuldades<br />
d'ordem financeira. E o governo<br />
mantem-se numa prudente indecisão.<br />
Ainda se não sabe quando será<br />
! realizado o centenário da índia. O<br />
governo nomeia uma commissão,<br />
esta enceta os seus trabalhos para<br />
o realizar na epocha fixada pelo<br />
poder legislativo, a pouco trecho<br />
vê-se sem dinheiro, pede o auxilio<br />
vergonha para o país, só pflisrÊm hto" gúyefnol este rSusà-se a dar-<br />
lh'o. Pensa-se no adiamento, por<br />
falta de dinheiro, e, emquanto se<br />
continua a dar publicidade no extrangeira<br />
a um espalhafatoso programma<br />
das festas, o governo recebe<br />
officios da commissão, a commissão<br />
recebe officios do governo, e nem a<br />
commissão nem o governo tomam<br />
uma resolução definiUva sobre o<br />
assumpto<br />
Yê -se o governo assoberbado<br />
com esmagadoras dificuldades d'ordem<br />
financeira. Não lhe é possive<br />
amortizar a divida flucluanle por<br />
meio dum emprestimo e, como a<br />
divida flnctuante externa, represen-<br />
tada em bonds do thesouro e contas<br />
correntes, ia engrossando muito e,<br />
por outro lado, a compra de cambiaes<br />
no país para o pagamento<br />
doscoupons no extrangeira influiria<br />
desastrosamente no mercado dos<br />
câmbios, soccorre-se do expediente<br />
de obter papel em Lisboa, que,<br />
tendo o acceito d'um banco ou banqueira<br />
de primeira ordem, facilmente<br />
é descontado em Londres.<br />
E' verdade que esse papel ha-de<br />
ser pago, decorrido que seja o praso<br />
de três mezes, pelo estabelecimento<br />
nacional que effeituara operação, e<br />
que este, tendo de comprar o papel<br />
no país, irá influir no cambio, que<br />
)oderá soffrer um violento abalo.<br />
Mas o governo, que agora adiou<br />
uma difficuldade, vae já estudando<br />
novo expediente que porá em práica<br />
d'aqui a três mêses.<br />
Certo é, porém, que estes adiamentos<br />
hão de ter um limite. Dia<br />
virá em que se faça a liquidação,<br />
e então sentirá o país, que agora<br />
)arece assistir indifferente aos ruinosos<br />
expedientes de que o governo<br />
se está servindo, quanto este o com-<br />
)ramettera. Este, os que o precederam,<br />
e os que se lhe seguirem.<br />
}ue se não pode imputar a responsabilidade<br />
do que se está dando a<br />
este ou áquelle governo designadamente<br />
; todos elles adoptaram e adobarão<br />
os mesmos processos, porque<br />
todos elles o que pretendem é<br />
defender a monarchia e esta só<br />
)óde viver á custa d'expedientes.<br />
Tendo-se ausentado para a Figueira<br />
da Foz o sr. dr. José Miranda, administrador<br />
d'este concelho, está desempenhando<br />
essas funcções o sr, dr. Luiz<br />
Pereira da Costa, presidente da camara<br />
municipal.<br />
As restaurações artísticas<br />
EM<br />
C O I M B R A<br />
X I V<br />
— Reconstitue-se o stylobato,<br />
fazendo-o passar por deante da capella<br />
...<br />
-Mas então fica a capella num<br />
poço?<br />
—Não!<br />
— Mas então fica entrincheirada<br />
atraz do stylobato?<br />
— Não! Refaz-se depois o pavimento<br />
dos absydiolos pela altura<br />
do stylobato.. .<br />
-Mas então, vae o pavimento<br />
truncar o pé do altar.<br />
-Vae; mas desfaz-se o pé do<br />
altar e o retábulo que representa<br />
S. Pedro fica suspenso como um<br />
quadro!<br />
-Oh!!.. .<br />
em Direcção dobras publicas: seria<br />
a necessidade qup todos reconhecem<br />
de inspirar o respeito pelas antigas<br />
obras darte aos senhores directores<br />
que por esse país fóra não<br />
têm feito.senão dar cabo delias.<br />
A collecção da Direcção...<br />
Não fica bem assim! O museu<br />
da Direcção das obras publicas de<br />
Coimbra é um capricho sem motivo,<br />
sem utilidade, e pôde constituir<br />
pelo mau exemplo um verdadeiro<br />
perigo.<br />
De resto revela, como os outros<br />
actos do sr. director, uma falta absoluta<br />
de respeito pelas obras d'arte,<br />
e a vontade de mutilar, que é<br />
uma das caracteristicas mais notáveis<br />
do temperamento de s. ex. a ,<br />
cuja obra já alguém alcunhou de—<br />
fazer entulho.<br />
E ha-o aos montes em todas as<br />
Torna a rir-se e accrescenta: não<br />
que eu tenho medo d'archeologos que<br />
me péllo!...<br />
Desculpe V. Ex. a o incommodo<br />
de _ter dito isto e de. ter lido depois<br />
o" que disse.<br />
-Sé Vblha. O sr. Director das <strong>Obra</strong>s<br />
publicas...<br />
Mas como apresentar a sério tal<br />
argumento, se o sr. Director das<br />
obras publicas de Coimbra, o inicia-<br />
Pois não, Ex.<br />
Hoje começa isto mal. Não addor<br />
do museu, tem cada vez menos<br />
mira estamos a 13, dia aziago. . .<br />
respeito pelas obras d'arte que dei-<br />
Como acabará isto ?<br />
xa mutilar barbaramente?...<br />
A restauração do tumulo do Bispo,<br />
como a intenção de refazer os Um museu danliguidades junto<br />
capiteis, ou de completar os capi- d'uma Direcção d'<strong>Obra</strong>s publicas é<br />
teis mutilados, podia apenas ter inútil e é até perigoso.<br />
uma explicação—a vontade de re- Quando os colleccionadores têem<br />
suscitar completamente a apparencia apenas a mania de colleccionar,<br />
do velho monumento, podia ser di- quando as collecções não são insctadaporum<br />
respeito pela obra dos piradas por um grande amor, por<br />
outros, por um amôr muito grande um grande respeito pelas obras<br />
pela arte antiga.<br />
darte. o colleccionador é perigoso,<br />
Por respeito pela Arte conservou porque não recua deante de nada<br />
o sr. A. Augusto Gonçalves a Ca- para augmentar a sua collecção,<br />
pella renascença de S. Pedro e a porque é capaz de mutillar e des-<br />
do S. Sacramento. *•<br />
truir, simplesmente para satisfazer<br />
Diz-me pessoa que me merece<br />
a sua mania.<br />
todo o credito, que o sr. Luciano Ha exemplos historicos. Em Roma<br />
Cordeiro apresentou um alvitre mui- tiveram de levantar-se cruzes no<br />
to bem imaginado de reconstituir o Colyseu para apagar a fúria dos<br />
aspecto antigo dos absidiolos, con- chrislãos coleccionadores que o iam<br />
servando a capella de S. Pedro sem destruindo pedra a pedra.<br />
lhe tocar.<br />
Na Sé Velha não faltavam as cruzes<br />
maa, nem assim reGuou o sr. director<br />
das obras publicas.<br />
O leitor espanta-se? Mais se vae<br />
espantar com o alvitre.<br />
É verdade? Porque não fugirá<br />
das cruzes o sr. director das obras<br />
publicas?...<br />
mo Senhor, as pedras<br />
que se encontraram foram na<br />
sua maior parte para o entulho. É<br />
verdade que lá ficaram algumas;<br />
mas tarde e contra vontade. E a<br />
prova é que eu sei quem tem capiteis<br />
e fustes em seu poder que<br />
sahiram da Sé Velha, e iam para o<br />
entulho.<br />
Aqui pôde o sr. director dizer<br />
que foram roubá-las á Sé Velha;<br />
mas, se o dissér... falta á verdade...<br />
O sr. Director das <strong>Obra</strong>s publicas<br />
inutilizou assim uma das obras<br />
architectonicas mais raras no nosso<br />
país, um claustro do século XIII tão<br />
bello nas suas ogivas lanceoladas,<br />
tão característico no infeichamento<br />
das suas columnas, tão...<br />
Mas para que estou eu a cançarme?!...<br />
O sr. ^director faz-me lembrar<br />
uma Tiistoria qúe eu sei, e que vou<br />
contar-lhe.<br />
Era uma vez um Bispo...<br />
Mas deixemos a historia para o<br />
outro numero, que graças leva este<br />
de mais...<br />
T. C.<br />
0 Tempo, elogiando a vida constitucional<br />
da Inglaterra e da Hollanda<br />
e para provar que o systema monarchico<br />
é tão bom como o republicano,<br />
nota que:<br />
«Nem na Inglaterra nem na Hollanda<br />
se faz sentir a acção da corôa».<br />
D'onde se conclue que a monarchia<br />
é tanto melhor quanto mais inútil fôr.<br />
O escandalo das bombas<br />
Esta ideia do sr. Luciano Cordeiro,<br />
que se não é delle bem podia obras que s. ex.<br />
sê-lo, faz-me lembrar a do sr. Director<br />
das obras publicas que transormou<br />
uma porta gothica numa<br />
"ontel<br />
Mas nem o respeito pela arte pode<br />
ser invocado pelo sr. Director<br />
das obras publicas que andou mutilando<br />
o revestimento dazulejodas<br />
)aredes da Sé Velha, com o pre-<br />
;exto de enriquecer o museu da Direcção<br />
das obras publicas, museu<br />
condemnado por todos os que não<br />
comprehendem o interesse que possa<br />
haver em ter um museu dantiguidades<br />
numa direcção d'obras<br />
publicas.<br />
Tal instituição é uma inutilidade,<br />
é um desperdício de dinheiros públicos.<br />
Havia apenas uma razao para<br />
admittir um museu ^antiguidades<br />
a A Camara acaba de resolver, por<br />
voto unanime dos vereadores, elevar<br />
a 240$000 réis o ordenado do<br />
dirige, e para o inspector de incêndios, que era de<br />
entulho foram columnas e capiteis 120&000.<br />
que no claustro da Sé-Velha foram<br />
Quando o logar foi creado e posto<br />
encontrados e que tão necessários<br />
a concurso, nada menos de oito<br />
eram para a restauração do claus-<br />
pretendentes o*disputavam, porque<br />
tro. Para o entulho foi também<br />
f 4 , i . s e julgava que a quantiia estabeleparte<br />
da moldura que corria ao cida era sufficiente remuneração.<br />
Innnrn rln nlnnolha a m m n «... a -» 1* i<br />
longo do claustro e que s. ex.<br />
deixou mutilada.<br />
Nas condições de extrema penú-<br />
Para o entulho foi também uma<br />
ria em que se encontram as finanças<br />
moldura gothica, resto de decoração<br />
municipaes, esta deliberação de eâ-<br />
maior que o sr. director qualificou<br />
candalôso patronato levanta censuras<br />
merecidas e asperas de toda a<br />
de obra pombalina!<br />
cidade.<br />
I Pelo que se vê a camara sente-se<br />
Ao chegar a este periodo, o sr. disposta a seguir os processos arbi-<br />
director das obras publicas sorri e trários e immoraes da vereação<br />
diz baixinho para quem o ouvir: o transacta.<br />
homem falta á verdade; vá á Sê- Porque nestes casos não se trata<br />
Velha, e lá verá estendidas sobre o d'um simples erro de administração,<br />
chão as pedras que foram conserva- mas de cousa mais grave, porque<br />
das, e que lá lhe deixo, até os archeo- representa a exhorbitancia e o abulogos<br />
decidirem, se sim ou não deve so dos dinheiros do município em<br />
ser restaurado o Claustro. Elle ha beneficio dos amigos!<br />
tantas opiniões,,,<br />
Isto é inaudito de coragem!,, fi
Instrucção pública<br />
Instrucção secundária<br />
E<br />
(1) D'um sabemos nós que, apesar de susensO<br />
ha mais de vinte annos d'um cargo púlico,<br />
por ser accusado de faltas gravíssimas,<br />
obteve logar num lyceo.-<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Carta de Lisboa<br />
que apenas se inquiria era se havia<br />
cadeira em que êlle commodamente<br />
x<br />
x<br />
podésse refestelar-se, exhibindo a<br />
Admiram-se os meus amigos!? Em que ficamos?<br />
sua ignorancia. Quando não havia Lisboa, 11 de setembro. É costume. Admiramo-nos sem- Esperamos?<br />
logar nos lyceos, appellava-se então<br />
pre. E todavia que vemos nós aqui<br />
XXXIII<br />
para as eseholas industriaes, outro<br />
Evidentemente, a única preoecu-<br />
Então vamos esperando. A In-<br />
todos os dias? Quantos se vendem?<br />
... soumettre lesjeunes asylo, generoso e complacente, da<br />
pação, a valer, dos monarchicos está<br />
glaterra sabe o caminho d'Africa,<br />
E impossível contá-los.<br />
esprits à une telle besogne, galopinagem eleitoral e de quantos<br />
na situação politica da Hespanha.<br />
o governo o caminho de nossas<br />
A verdade é que os compradores<br />
ce n'est pas les former, c'est imbecis pretendiam farta ração, sem<br />
Mal se escondem os receios de<br />
casas e os crédores o caminho de<br />
vêem-se embaraçados. No mundo<br />
les torturer.<br />
trabalho nem responsabilidade, como<br />
todos os homens das instituições e,<br />
Lisbôa.<br />
da politica de negacias, já não ha<br />
E. LEGODVÉ.<br />
êlles diziam, á mêsa do orçamento,<br />
por mais que tentem disfarçá-lo, o<br />
Vamos esperando.<br />
quem comprar.<br />
Um dos pontos da reforma que que prodigamente atirava ás reba-<br />
certo é que cada qual pensa com<br />
E já agora diz-me d'ali um ami-<br />
Vamos adeante, que a historia é<br />
nós mais francamente applaudimos tinhas a êsses privilegiados da sor-<br />
anciedade no dia d'ámanhã.<br />
go que deixemos o Sultão da Tur-<br />
velha.<br />
e que todos os que desejam vêr elete o dinheiro dos contribuintes (1). Esse terrível dia d'ámanhã, que<br />
quia dar vivas á Republica.<br />
x<br />
var o nivel do ensino, devem, por E tanto isto é assim, que já em do- anda gasto pelas gazetas, como tudo<br />
Esperar sim. Quer dizer: — não<br />
certo, applaudir, é evidentemente o cumento official, saído da mais alta o que foi uma figura de rhelorica, De maneira que, dentro da mo- descrer.<br />
que tem por fim limitar quanto pos- auctoridade legal, em assumptos de hoje é uma realidade tremenda. narchia constitucional, gastaram-se Porque aos que me dizem que<br />
sível a regencia interina das cadei- instrucção pública — o Conselho Terão elles, na verdade, motivo os salvadores.<br />
se vão embora se isto demora muito,<br />
ras, por ser êste um mal incalculá- Superior — se affirmou, sem impu- para receios? Julgo que sim. Com- Ficam os carlistas.<br />
respondo-lhes que vão: a Republica<br />
vel, de que o ensino secundário sofgnação de ninguém, haver sido um tudo não me deixo arrastar por en- Ficam os republicanos.<br />
não é um negocio e os republicanos<br />
fria ha muito, e cujos effeilos se hão mal irreparavel encher os lyceos de ihusiasmos de occasião e, se creio Pronunciar-se-hão os primeiros? não seguem como uma quadrilha<br />
de fazer sentir ainda, por um largo professores interinos; que, em con- fatal a revolução em Hespanha, não Pôde ser que não. Falla-se em para um assalto. Vão-se embora,<br />
espaço de tempo. E o que unicasequência d'isso, o ensino linha che- abrigo a idêa de que ella venha tão casar D. Jayme, filho de D. Carlos, vão. Escusam de nos roubar o remente<br />
lamentamos é que não se progado a um estado de decadencia rapida como eu a desejo.<br />
com a princêsa das Astúrias. Assim logio pelo caminho.<br />
curasse supprimir de vez ésta prá- dilBcil de exceder; que com seme- Quer dizer, não a espero todos unidos os dois ramos rivaes, o thro- Mas ha quem fique. E os que<br />
tica perniciosíssima, extirpar por lhante pessoal seria impossível fazer os dias no jornal, como alguns amino passará a ser propriedade com- ficam são os que têem crenças, os<br />
completo êste perigoso cancro, que vingar qualquer reforma, por melhor gos meus que a cada a momento mum — o throno e a nação. que têem principios, os que têem<br />
tanto tem affectado e corroído um e mais racional que ella fosse. Isto, me perguntam:—«Pois tu julgas E os republicanos? Claro que, vergonha.<br />
organismo que de tanto vigor pre- que é gravíssimo, disse-se muito que aquille pôde continuar assim?» dando-seeste caso, se pronunciarão Esperar quer dizer: não desanicisa.<br />
abertamente no relalorio da sessão — Pôde.<br />
com mais motivos. Não se dando mar.<br />
Por toda a parte, a cada canto,<br />
de 1888, assignado pelo sr. conse- Não devia ter começado, não de- pronunciar-se-hão egualmenle. Enlenda-se bem.<br />
e com ausência total de senso comlheiro<br />
Wenceslau de Lima, e não via ter continuado, a começar, mas Quando? *<br />
Não quer dizer ficar inerte, abamum,<br />
se estiveram a inventar pro-<br />
nos consta que fosse contestado por continúa. Motivos de extranhêza não A questão de Cuba resolve-se em tido, paciente, resignado.<br />
fessores idoneos para a regencia da<br />
quem podia e devia fazê-lo. Ora, os vejo. Ha mais de cinco annos que seis mêses. Vencida ou vencedora, Esperar luclando, esperar com-<br />
maioria, se não da quasi totalidade<br />
quando das altas regiões officiaes fazemos a mesma pergunta a res- a Hespanha tem ao fim d'esses seis batendo, esperar, cada um, contan-<br />
das disciplinas que se têem profes-<br />
se solta um grito de tamanho despeito de Portugal.<br />
mêses a bancarrôla.<br />
do comsigo proprio quando não<br />
sado nos lyceos; de modo que a realento,<br />
é porque o mal é grande e Antes de nós — quer dizer, antes E os republicanos a esse tempo puder contar com outros.<br />
gra não era já o que a todos se afi-<br />
porventura irreparavel.<br />
dos rapazes — perguntavam o mes- já não terão o perigo que a monar- Esperar, mas não ficar parado.<br />
mo ha mais de vinte annos outros chia lhes deseja: Cuba<br />
A republica marcha para nós. E<br />
gura regular e consentâneo com os É claro—e muito nos apraz re-<br />
homens. E nunca desanimaram. Porque a essas horas a Grande para a republica vamos andando<br />
bonsprincipiosquenos devemdeterconbecê-lo e confessá-lo claramente<br />
minar em questões d'ésta naturêza — que d'entre a turba-multa de<br />
Isto ha de acabar.<br />
Antilha, ou estará perdida ou ven- lambem.<br />
cida.<br />
Esperemos, portanto, mas pelo<br />
e com as necessidades inilludiveis ignorantes, de idoneos, na phrase<br />
x<br />
da instrucção secundária — isto é,<br />
Em qualquer dos casos o cami- caminho, até nos encontrarmos.<br />
consagrada pela terminologia offi-<br />
o professor habilitado em estabelecial, que' entraram nos lyceos pela<br />
Ha de acabar aqui e ha de acanho está desembaraçado.<br />
Ficar immovel, como á éspera<br />
cimentos proprios e depois em con- vontade omnipotente da politica de<br />
bar na Hespanha, porque parece Será assim ?<br />
de esmola, isso não.<br />
curso público, como succede em campanario, alguns se destacam, não haver mais sophismas com que Eu não dou opiniões, estabeleço Tal officio é bom para os políti-<br />
toda a parte onde sériamente se tem cujo valor intellectual é superior, illudir-se, nem mais expedientes pa- hypotheses.<br />
cos que o rei manda esperar á porta<br />
procurado resolver um problema de todo o ponto indiscutível, cuja ra que appellar. Agora, cá ou lá, a E pôde muito bem ser que a Re- como os seus lacaios.<br />
que, pela sua importancia capital, aptidão ninguém pôde contestar, monarchia tem de descobrir o jogo, publica ainda venha a ter a ques-<br />
João de Menezes.<br />
a todos se sobrepõe, mas o interino, cujo zêlo profissional é inexcedivel, á valentona. Acabaram as fórmulas, tão de Cuba para liquidar.<br />
o idoneo, como na phraseologia offi- cuja honestidade a ninguém é licito começa a lucta. O throno a impôr-se, Em todo o caso, o que tiver de<br />
cial lhe chamavam, e com todo o pôr em dúvida, cuja integridade de o povo a revoltir-se. Claro que o vêr-se ha de vêr-se em pouco tem-<br />
O projecto de fusão das compa-<br />
seu inseparavel cortejo de inconve- caracter é axiomalica. E não será throno, quando não quizesse ceder po. Na certeza de que aquillo não<br />
nhias de Moçambique e da Zambenientes<br />
!<br />
preciso ir muito longe para o de- á razão, tinha de ceder ao peso. ha de continuar.<br />
zia, que o governo protegia, entrou<br />
D'êsle facto anormal, extravaganmonstrar. Mas êstes, que só talvez Isto ha de acabar.<br />
x<br />
em nova phase. Ajunta consultivado<br />
te, insólito, e porventura único, pro- por engano fossem contemplados, Quando?<br />
ultramar, em sessão de 10 do corveio<br />
o desfavor que ha muito pesa não podéram, apesar do seu persis- Um pouco quando tiver de ser, E a proposito: se nós, lindos<br />
rente, deu por unanimidade parecer<br />
sobre a instrucção secundária, sem tente e honrado esforço, suster a um pouco quando todos quizerem. portuguezes, nos lembrássemos de<br />
contrario a este projecto, por que o<br />
que contra a forte corrente de des- onda de descrédito que sobre o en- Ali, na Hespanha, o povo não pôde que existe Portugal ?<br />
governo pretendia dar á companhia<br />
crédito que a invadiu lenham podisino secundário ha muito está pe- deixar de querer. Se desejasse íl- E se deante d'esta descoberta<br />
da Zambezia os direitos mageslatido<br />
luctar vantajosamente alguns sando: a incompetência abertamenludir a si proprio, já não tinha um maravilhosa, nos lembrássemos de<br />
cos de Moçambique, caindo assim*<br />
professores bons, intelligentes, sáte proclamada, até em documentos pretexto.<br />
D. Carlos, de Hintze, de Soveral,<br />
tudo em poder dos inglêses. E ha<br />
bios e trabalhadores, verdadeira- officiaes, da maioria, fazia escure- O partido conservador está no da Inglaterra, da casa da moeda,<br />
ainda a notar a circumstancia de<br />
mente conscios dos seus devêres e cer o valor incontestável d'alguns poder porque, dentro da monarchia, do Banco de Portugal, das colonias,<br />
que não estão ainda fixados os li-<br />
das grandes responsabilidades que — dos poucos que muito louvavel-<br />
outro não quer substituí-lo. Portanto dos credores, dos homens e das<br />
mites da companhia da Zambezia.<br />
impendem sobre aquêlles a quem mente procuravam honrar o magis-<br />
sustenta-se por tolerancia.<br />
pragas da monarchia?<br />
Veja-se em que disposições o<br />
está confiada uma tão elevada mistério. Esta situação devia necessa-<br />
O partido liberal, embora qui- E se pensássemos que João Fran-<br />
governo estádecompromettero país.<br />
são social, como é a do ensino. Os riamente acabar, por honra e dizesse substituí-lo, não podia. Acaba co é dono d'isto, o rei dono de João<br />
E, dizem folhas bem informadas,<br />
lyceos, como as eseholas indusgnidade do proprio professorado. E de tornar-se cúmplice do conserva- Franco, e a Inglaterra senhora de<br />
que o projecto ainda não morreu<br />
triaes, haviam-se convertido, por as necessidades, cada vez mais indor. Devem saber porque:<br />
tudo?<br />
com o formidável golpe que acaba<br />
assim dizer, e salvas algumas excestantes, de organizar conveniente- Sagasta, retirado em Avila, exi- E se nos lembrássemos que a<br />
de vibrar-lhe ajunta consultiva do<br />
pções muito honrosas, numa espemente o ensino médio exigiam-no mia-se a todas as responsabilidades. Hespanha pôde sentir-se muito feliz<br />
Ultramar.<br />
cie d'asylo de inválidos inteliectuaes, imperiosamente.<br />
O seu partido andava ás cegas, ás perdendo Cuba, perdendo homens,<br />
de inúteis de todas as especies, de São, pois, muito para honrar e<br />
apalpadellas. O governo continuava perdendo dinheiro e perdendo o<br />
galopins eleitoraes de todos os fei- applaudir, sem reservas, as disposi-<br />
á vontade.<br />
credito?<br />
tios (1), a quem os governos de toções da novíssima reforma, tenden-<br />
Esperavatro^oada somente quan- Se esse bello país se sentisse Preclitante o projecto do caminho<br />
dos os matizes estiveram, durante tes a eliminar uma das causas que do apresentasse entre outros proje- cançado exactamente quando devia de ferro do Ruo, em que se mostra<br />
mais de vinte annos, a inventar abu- mais estavam compromettendo os ctos o do auxilio ás Companhias dos começar a sentir-se forte?<br />
tão empenhado o sr. Jacintho Cansivamente<br />
professores de instrucção progressos da instrucção secundá- Caminhos de Ferro. Um escandalo Havíamos de continuar assim? dido. São grandes as difficuldades<br />
secundária, a fim de pagar, á custa ria, procurando dotá-la com um pes- que despejava os cofres do thesouro Servir-nos-hia a desvergonha, o que se levantam á sua realização,<br />
do ensino público e conseguintemensoal verdadeiramente á altura da na bolsa dos extrangeiros,deixando- abatimento, a decadencia alheia e, embora a junta do ultramar se<br />
te do futuro do país, serviços de sua espinhosa missão. E nós não os senhores das linhas férreas. para nos deixarmos ir ao fundo? lhe mostrasse favoravel, lá poz as<br />
muito duvidósa legitimidade. lhe regatearemos os merecidos lou- Sempre que se fallava nisto, os O que? E' a Hespanha que virá suas duvidas e restricções tenden-<br />
Não havia ignorante desoccupavores. liberaes gritavam: — não pôde ser, castigar os criminosos, libertar a tes a salvaguardar os interesses do<br />
do e altamente protegido que não Mas os auctores e inspiradores<br />
é uma vergonha, é um roubo! nação portuguêsa, tornal-a forte, thesouro.<br />
pretendesse e que, em regra, não da reforma conseguiriam porventu-<br />
Sagasta callado.<br />
digna, honrada, consciente?<br />
O nevrotico ministro do reino<br />
obtivesse uma cadeira num lyceo. ra êste tão ambicionado e tão ne- Chega a occasião de votar. Ac- Nós somos realmente Portugal, esfrega as mãos de contente, em-<br />
Ninguém tratava de saber se o precessário desideratum 1<br />
corda o amigo Sagasta e diz:— Vo- ou achamos pouco a Inglaterra e quanto o sr. Jacintho Candido vae<br />
tendente tinha habilitações reaes<br />
tem!<br />
esperamos lambem pela Hespanha? contando as suas mágoas aos ami-<br />
É o que examinarêmos proxima-<br />
para o cargo, aliás de grande remente. Votou-se. Votou-se uma vergo- Pergunto isto e oiço ahi fallar na<br />
gos em deliciósos passeios na matta<br />
sponsabilidade, que ambicionava; o<br />
nha, votou-se um roubo. Carta. Bem sei. Mestre Sagasta<br />
do Bussaco.<br />
(1) Não se julgue que exaggeramos. AlgUns Porque?<br />
falia tembem nos principios im* - — - ' — —<br />
d'êsses felizes que a munificência escandaliza Sagasta estava interessado no mortaes.<br />
dos nossos governos, ou, antes, a relaXaçSo<br />
Começaram no dia 10 as inspecções<br />
dos nossos costumes inventou professores de roubo e na vergonha.<br />
E tanto fallou que os mandou dos recrutas para o exercito e para a<br />
instrucção secundária, conhecemos nós que ti' Arrastou um partido. Tornou^o agora ao diabo pelo caminho de<br />
veram de se leccionar, para poderem balbuciar'<br />
armada. É exiguo o numero dos que<br />
qualquer coisa deante dos pobres discípulos. cúmplice,<br />
ferro,<br />
têem sido exemptos até hoje.
Mosteiro de Semide<br />
35 Folhetim da RESISTENCIA<br />
JOÃO DAS GALÉS<br />
XXIII<br />
A rusga<br />
— Queimo os miolos ao primeiro que<br />
se mexer, disse elle.<br />
— Oh 1 se estivesses só!, exclamou<br />
João das Galés.<br />
— Se estivesses só, veriamos, disse<br />
o agente, mas não estou só<br />
— Seja como fôrl, murmurou Lebigot.<br />
E esses homens entregaram-se immediatamente,<br />
com a passividade de<br />
antigos prisioneiros, á nova condição<br />
que lhes estava preparada.<br />
— Sáeum a um, commandou o agente,<br />
apenas chegaram ao cimo da escada<br />
os seus auxiliares.<br />
João das Galés foi o primeiro a sahir,<br />
depois Lebigot, a Souffrante e Camard.<br />
— Não estão todos, disse o agente,<br />
mas nós encontraremos os outros.<br />
— Isso não será fácil, meu filho,<br />
disse o Camard.<br />
Deixaram-se manietar sem resistencia.<br />
Levaram-nos ao posto proximo e de<br />
(«rde encerraram-nos em Mazas,<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
A «Cartilha do Povo» vae a caminho d'uma solução paci-<br />
Não tendo provavelmente a profica.<br />
A este respeito diz o seguinte<br />
Informam-nos que foram appredigalidade<br />
de recursos de outras<br />
o Tempo:<br />
(NOTAS AVULSAS)<br />
íendidos em Chaves, Yilla-Real e<br />
corporações, a vida neste convento Viseu os exemplares da Cartilha «Os jornaes italianos estão na crença<br />
No interior não se encontram res- era moderada e sóbria.<br />
do Povo para alli enviados pela de que.se chegue a um accordo pacitos<br />
da antiga arte, vestígios indica- Em pinturas, decorações, alfaias,<br />
fico sobre as reclamações da Italia ao<br />
Commissão Académica que, como<br />
dores de opulências passadas. Tudo<br />
Irazil, fundando grandes esperanças<br />
jóias, tecidos, mobiliário, etc., pou- lomenagem ao chorado chefe do no novo ministro dos extrangeiros bra-<br />
corresponde á apparencia modesta cos exemplares dignos de reparo. íarlido republicano o dr. José Falzileiro, o general reformado Dionysio<br />
do edifício.<br />
Todavia d'entre a vasla accumucão, os havia mandado imprimir de Castro Cerqueira.<br />
Comtudo o inventario, a que eslação de objectos em bric-à-brac, os )ara serem gratuitamente distribuí- Embora antigo militar que tomou<br />
tão procedendo,descripto coin exem- mais variados e imprevistos, uma<br />
parte brilhante nas campanhas do<br />
dos. E mais uma prepotencia do<br />
plar honestidade e intelligencia é,<br />
rnguay e do Paraguay, onde ficou<br />
surpresa inesperada se destaca: a desequilibrado ministro do reino, grávemente ferido em duas batalhas,<br />
ainda assim, importante, não pelos crossa d'um báculo de bispo, de co- exercida d'esla vez contra a vene- o general Dionysio Cerqueira é parti-<br />
valores d'arle, mas pela quantidade bre dourado, cravejado de pedras rável memoria d'um vulto eminente cularmente versado nas questões inter-<br />
das coisas, que não soffreram o sa- imitadas, do século xiv, talvez do de politica portuguêsa, a cujo extranacionaes, em que tem por mais de<br />
que dos últimos momentos. século xm! Falta-lhe, segundo to-<br />
uma vez demonstrado a sua competênordinário<br />
talento e immaculado cacia.dos os indícios, o calvario central, racter prestou a imprensa monar- Deputado pela Bahia desde 1890,<br />
A historia do edifício é desco- que poderia induzir a uma determichica unanime consagração.<br />
fez, além d'i«so, parte da commissão<br />
nhecida.nação<br />
chronologica menos duvidosa. Repetidas vezes foi reimpressa, de delimitação de fronteiras do Brazil<br />
Fr. Leão de S. Thomaz não des- Um escudo de prata esmaltado durante a vida de José Falcão, a com a Venezuela e com a Republica<br />
cobriu no archivo os elementos do-<br />
Argentina, e foi durante três annos um<br />
tem cinco vieiras; e da outra face Cartilha do Povo, sendo vendida dos ministros plenipotenciários do Bracumentaes<br />
para a elaboração da sua quatro barras vermelhas horison- jublicamente, sem que a monarzil na missão especial presidida pelo<br />
chronica anteriormenteaoseculoxvn. taes.chia<br />
a mandasse apprehender e até barão de Rio Branco, encarregada de<br />
Todo o seu passado está em trevas,<br />
Ora as cinco vieiras são o escu- nisso pensasse. Nesse folheto, admi- defender os direitos do Brazil na ques-<br />
desde a fundação, de que restam<br />
do do bispo, cujo tumulo foi descoravel pela verdade e simplicidade tão do territorio contestado das Missões,<br />
apenas tradições vagas, até 1610,<br />
submettida á arbitragem do presidente<br />
berto na Sé Velha, no altar de San- com que está escripto, aconselha-se Cleveland.<br />
anno em que as freiras de Semide<br />
ta Isabel. A urna mais antiga que ao povo que use do direito de suf- Dionysio Cerqueira também percor-<br />
se reuniram ás de Santa Anna, e<br />
a estatua não poude ser estudada, fragio com toda a independencia, reu uma grande parte do territorio<br />
logo em seguida se divorciaram,<br />
porque a isso se oppoz o sr. enge- a fim de realizar por esse meio uma contestado franco brazileiro, que pre-<br />
produzindo o mais pitloresco escannheiro<br />
Frazão, ou o seu representan- salutar transformação das instituisentemente está sendo objecto de nedalo<br />
da Coimbra antiga!<br />
te e congenere, que tanto monta... ções politicas. Não ha nelle o minimo gociações diplomáticas entre os governos<br />
brazileiro e francês».<br />
Esse báculo, apezar de um pou- appello á revolnção; uma única idêa<br />
Não pode avaliar, quem nunca<br />
co deteriorado, é um achado pre-<br />
que possa considerar-se subversiva.<br />
experimentou, a série de abalos que<br />
cioso. Que saibamos, é o terceiro<br />
E desde a implantação do regimen De passagem para a Figueira da Foz<br />
soffre o espirito ao peneirar num<br />
que existe em Portugal anterior ao<br />
liberal até que o sr. João Franco, esteve em Coimbra o nosso amigo e<br />
correligionário dr. Augusto Barreto.<br />
convento que se extingue.<br />
século xv.<br />
querendo mostrar que era o mais<br />
Pouco tempo se demorou—apenas<br />
Todas as coisas lêem uma impres-<br />
refinado lacaio da monarchia para<br />
são de tristêza commovenle; andam<br />
O sr. J. Francisco Brée, delega-<br />
o necessário para abraçar os amigos<br />
que a monarchia d'elle faça o seu que ne*ta terra lhe admiram a hones-<br />
em suspensão na almosphera emado<br />
do ministério da fazenda, inscre- primeiro estadista,sobraçasse apasta tidade e a integridade do caracter, o<br />
nações de sympathia por tudo que<br />
veu-o com a incontestável e intelli- do reino, ninguém pretendeu op- fogo e a robustez das convicções.<br />
nos cérca. Os telhados a desabar,<br />
gente solicitude de funccionario repôr-se á propaganda das idéas de-<br />
paredes desaprumadas, sobrados<br />
cto.mocráticas<br />
por aquelle processo. Communicam-nos que falleceu hontem<br />
abatidos, tectos escorados, que se<br />
Considerava-se como o exercício de na sua casa de Condeixa, victima d'um<br />
debruçam sobre as nossas cabe- O sr. Brée não precisa de gabos,<br />
um direito incontestável a crítica insulto ?popletico, o sr. commendador<br />
ças. ..' Ha soluços suffocados, la- nem de advogados gratuitos: elle<br />
das instituições vigentes e a divul- José Libertador de Magalhães Ferraz,<br />
antigo pharmaceutico, que contava<br />
grimas crystalizadas em toda essa saberá defender-se de censuras anogação<br />
de idêas tendentes a substi- numerosos amigos nesta cidade.<br />
decrepitude que vae ser votada ao nymas, que vejo em duas folhas.<br />
tui-las. Mas hoje já não existe tal A sua ex.<br />
abandono e á destruição!<br />
Todavia posso dar testemunho des-<br />
direito; o sr. João Franco não o<br />
E essa monstruosidade, incominteressado e fiel da affabilidade af-<br />
reconhece. Por isso não pôde disprehensivel<br />
hoje, chamada a clautribui<br />
r-se a Cartilha do Povo.<br />
fectuosa com que vi ser tratado pesura:<br />
a anniquilação implacavel e las senhoras, seculares existentes Ridiculo seria mostrar que grau<br />
absurda dos mais sagrados senti- no mosteiro, signal de que a sus- de imbecilidade accusa este minismentos,<br />
de todas as sonhadoras asceptibilidade feminina se não achatro com a prática de taes actos.<br />
pirações do coração humano, os afva resentida de cruezas tyrannicas Também não vale a pena formular<br />
fectos da familia, a vida, a mocida- e irreverencias grosseiras.<br />
inúteis protestos contra elles.<br />
de, o amor; todo esse sacrifício di- Quem conhece os refalsados pro- Vamos registando.<br />
lacerante e lôrpe, num momento, cessos d'esla crise moral de desver-<br />
pela suggestão romantica do pasgonha, sabe de que armas os dessado,<br />
nos parece acceitavel para a peitados e os intrigantes sabem ser- Conflicto italo-brazileiro<br />
felicidade do mundo, o aperfeiçoavi r-sel. . .<br />
mento do espirito e a paz da con-<br />
Como previramos, parece que o<br />
sciência!. ..<br />
A. conflicto entre a Italia e o Brazil<br />
ma As aulas abrir-se-hão no dia 1.® d<br />
proximo mês d'outubro.<br />
Na secretaria da mesma escola se<br />
prestam quaesquer esclarecimentos aos<br />
interessados.<br />
A bordo do paquete allemão Kaugler,<br />
que deve chegar ao nosso porto<br />
no dia 20 do corrente vem o ultimo<br />
troço da expedição a Lourenço<br />
Marques.<br />
As forças expedicionárias são<br />
compostas de cento e tantas praças<br />
de infanteria 2, egual numero de<br />
caçadores 3 e algumas de cavallaria<br />
e artilheria. Vêm sob o cominando<br />
do tenente de infanteria 2,<br />
Antonio Duarte Costa.<br />
Está em Luso o sr. dr. Jacintho<br />
)amasio Tragôso.<br />
Partiu para a Figueira da Foz a sr.<br />
familia, os nossos sentidos<br />
pesames.<br />
Dm jornal de Lisbôa dá a noticia de<br />
que vae ser retirado do govenro de<br />
Moçambique o major Mousinho por<br />
causa do celebre conflicto que se levantou<br />
entre elle e o administrador da<br />
companhia de Moçambique.<br />
ESCOLA INDUSTRIAL BR0TER0<br />
Até ao dia 25 do corrente, estão<br />
abertas as matriculas em todos os dias<br />
úteis, das 11 horas da manhã, ás 3<br />
da tarde e das 6 às 9 da noite, para<br />
as disciplinas professadas nesta escola.<br />
1<br />
). Maria da Gloria Castanheira, dislincta<br />
professora de piano nesta cidade.<br />
Regressou de Luso o sr. Joaquim<br />
)uarte Cannas, sympathico empregado<br />
da importante casa commercial do sr.<br />
Marques Manso, sobrinho.<br />
Na Hespanha<br />
A reunião republicana, em sessão<br />
secreta a que presidiu Esquierdo, discutiu<br />
a actual situação politica resolvendo<br />
convocar ura comicio.<br />
*<br />
Em Génova, por motivo do lançamento<br />
á agua do cruzador Christovão<br />
Colombo, houve na casa da camara<br />
uma recepção solemne e, quando o<br />
almirante Brin brindou pela união da<br />
Italia e da Hespanha e pelo termo da<br />
guerra de Cuba, alguns americanos<br />
que estavam presentes gritaram: «Viva<br />
Cuba livre!»<br />
Typographo<br />
Na typographia d'este jornal admitte-se<br />
um compositor habilitado.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Yisconde da Luz, 50<br />
XXIV<br />
Extraordinaria audiência<br />
A questão Koellen e esta importante<br />
prisão fizeram muito barulho em Paris,<br />
e a instrueção do processo fez-se rapidamente.<br />
O caminho era fácil para o<br />
instructor, em vista das confissões e<br />
indicações dadas pelos presos. Elles,<br />
porém, não disseram tudo, mas con-<br />
fessaram o que facilmente se podia<br />
descobrir. Quando quizeram obrigá-los<br />
a irem além dos limites que se tinham<br />
imposto, Jean Gérin e Lebigot recusaram-se<br />
a dizer mais:<br />
— Nós fallaremos na audiência, disseram.<br />
E, quando esse dia chegou, quando<br />
no meio d'uma affluencia considerava<br />
de espectadores, os recusados appareceram<br />
deanle do tribunal, Jean Gérin,<br />
levantou-se e disse:<br />
—O meu honrado collega M. Lebigot,<br />
e eu, recusamos-nos desde já a responder<br />
a qualquer pergunta que se<br />
nos faça, ainda que seja para nos perguntar<br />
a edade. Já prevenimos os nossos<br />
defensôres de que nós mesmos faríamos<br />
a nossa defêsa. Nessa occasião nós<br />
explicaremos.<br />
O presidente e o advogado geral encarregaram-se<br />
de explicar aos jurados<br />
a situação dos aceusados. O advogado<br />
geral expoz num longo questionário<br />
todas as provas reveladas na Instrueção.<br />
Os advogados nomeados eX-oilicio,<br />
em vista da declaração de Gérin, limi-<br />
taram-se a pedir a clemencia dos jurados,<br />
e esperaram para a defêsa de<br />
Camard e de Souffrante, que os dois<br />
principaes culpados fallassem.<br />
Quando o presidente perguntou a<br />
Gérin se tinha alguma coisa mais a<br />
allegar em sua defesa, este respondeu:<br />
— Peço para fallar depois de Lebigot.<br />
Lebigot levantou-se e disse:<br />
«Senhores e burguêses escutae o<br />
que vou dizer: Aos 25 annos eu era<br />
ainda um artista marceneiro, sobrio e<br />
trabalhador. Apesar do meu trabalho,<br />
uma noile de inverno, os meus pequenos<br />
filhinhos tiveram frio. Eu era casado<br />
e tinha dois filhos, senhores jurados,<br />
duas bellas crianças. Eu ganhava o<br />
*ufficiente para o seu sustento, mas<br />
se eu desviasse um sou que fôsse da<br />
alimentação elles passariam fóme. Mas<br />
elles não tinham fóme. Tinham apenas<br />
frio Não podíamos ter o lume accèso<br />
senão uma hora por dia, e ainda assim<br />
era um lume de carvão de lenha numa<br />
fornalha, com que se aquecia a sopa.<br />
«Quando entiava no atelier, não me<br />
sala da idêa, que os meus filhos tinham<br />
frio e minha mulher também. Eu por<br />
mim, tinha tanto frio como elles, mas<br />
isso pouco me importava, um homem,<br />
é fórte e resiste mais.<br />
«Com este pensamento, passei por<br />
um estabelecimento e vi á pórta uma<br />
coberta de la branca, que marcava o<br />
preço de trinta francos. Olhei em volta<br />
de mim e pareceu-me que ninguém me<br />
via. Tirei a coberta e fugi. Mas tinham-<br />
me visto. Foram correndo atraz de<br />
mim e gritando: Ê ladrão! Fiquei anniquillado.<br />
Prenderam-me.<br />
«Suppliquei aos agentes que me<br />
deixassem levar a féria da semana a<br />
minha mulher. Não o consentiram. Só<br />
tornei a vêr minha mulher seis semanas<br />
depois; ella tinha vendido toda a<br />
mobilia para se sustentar. Meus filhos<br />
tinham agora mais frio, e em breve<br />
teriam também fóme.<br />
«Condemnaram-me a dois annos de<br />
prisão. Dois annos de prisão por eu<br />
querer resguardar os meus filhos do<br />
frio.<br />
«Quando sal da prisão tinha a escóla<br />
completa da ladroagem, meus filhos<br />
tinham morrido, e minha mulher estava<br />
na cadeia; era a oitava ou decima vez<br />
que a prendiam por vagabundagem.<br />
«Minha mulher era muito fraca para<br />
se poder entregar a qualquer trabalho.<br />
Mendigava. Deixaram na morrer na<br />
prisão.<br />
«Crerdes vós, senhores, que nestas<br />
circumstancias eu me poderia entregar<br />
ao trabalho com afinco?<br />
«Accusei-vos de todos os meus males<br />
e comecei a roubar, para me vingar<br />
do mal que vós me havíeis feito.<br />
«Vistes o meu cadastro policial? fi<br />
enorme. Eu sou para vós todos um<br />
antigo conhecido. 0 senhor advogado<br />
geral, que falia tão bem, já vos expoz<br />
as minhas façanhas: cumplicidade de<br />
roubo, roubos mais ou menos qualificados,<br />
etc. Eu segui o caminho do<br />
verdadeiro ladrão. Do simples furto<br />
passei ao roubo com arrombamento.<br />
Principiei pela coberta, e acabei pelos<br />
cofres fórtes.<br />
«Mas fiz mais do que tudo isto.<br />
«No momento da minha prisão, trazia<br />
no bolso os documentos comprovativos<br />
do cavalleiro d'Esprignolles, que havia<br />
emprestado ao meu collega Gérin, para<br />
elle fazer a sua viagem pela Hollanda.<br />
Dizei-me pois, em consciência, senhor<br />
presidente, se, desde que estou prêso,<br />
foi lastimada a desapparição de este<br />
cavalleiro?<br />
«Não quereis responder-me, à vontade,<br />
mas eu devo fallar; o cavalleiro<br />
a que me refiro, tinha também dois<br />
filhos que não morreram de frio nem<br />
de fóme.<br />
«Eu me explico.<br />
«Exercendo por muito tempo a ladroagem,<br />
e vivendo em contínuos<br />
sobresaltos de ser apanhado, quiz dar<br />
cabo de mim. Fiz este reaciocinio: Ou<br />
viver tranquillo com um falso nome,<br />
ou, se te apanham tens de confessar<br />
tudo quanto tens feito. Venho pois<br />
confessa-lo.<br />
«Tinha tido occasião de encontrar<br />
muitas vezes um cavalleiro d'Esprignolles,<br />
que vivia modestamente, um<br />
pouco affastado, nào querendo mesmo<br />
receber seus filhos a maior parte das<br />
vezes. Era um misantropo, um maníaco.<br />
Entre mim e elle havia alguma semilhança<br />
tal que como Gérin com Villedieu.<br />
Tive a idêa de fazer em ponto<br />
pequeno, para meu beneficio, o que<br />
Gérin Qzéra em ponto grande*
CAVALLOS<br />
16 lW uares 'etc ; esquinencias,<br />
«A sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
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1 4 yeu £=><br />
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«O<br />
CO 0 3 ,<br />
fflg CO<br />
8<br />
JS I<br />
nlS<br />
u<br />
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Us leitores da REVIS-<br />
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o original de perto<br />
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prédios, mobílias e estabelecimentos.ô<br />
d® repetição de 12 e lB tiros, re- Correspondente Basilio Au-<br />
volvers, espingardas para caca,os melhores gusto Xavier d'Andrade, rua<br />
systemas.<br />
Martins de Carvalho, n.° 4.<br />
UMA FOLHA de<br />
uma peça original portuguêsa,<br />
paginada separadamente, de ma<br />
neira a formar um elegante volume.<br />
PEÇAS PUBLICADAS<br />
SALTTWBAWCO<br />
de Antonio Ennes<br />
JUCUNDA<br />
de Abel B telho<br />
ALCAGEK-KIBXE<br />
de D João da 1 amara<br />
PAHAISO CONQUISTADO<br />
de Lopps de Mendonça<br />
Ciúme com ciúme se paga<br />
de Rangel de Lima<br />
Muito próprias as ultimas<br />
para amadores<br />
-a<br />
o<br />
35<br />
c eu -o »<br />
a><br />
a<br />
Sae nos dias<br />
I E 15<br />
de cada mez<br />
CTO<br />
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Hl<br />
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Material para incêndios<br />
V «*nde-scumahomba,umi<br />
carreta e um carro de<br />
material, tudo completo e systema<br />
moderno.<br />
Trata-se com Jorge da Silveira<br />
Moraes, na Praça 8 de<br />
Maio, n. 08 6 e 7.<br />
Facilita-se o pagamento.<br />
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Compra-se ou arrenda-se<br />
no districto de Coimbra.<br />
Esclarecimentos ao sr. Adelino<br />
Saraiva, Phar.r acia da Misericórdia—Coimbra.<br />
"RESISTÊNCIA,,<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
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João Maria da Fonseca Frias<br />
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(PAGA ADIANTADA)<br />
1 Com estampilha:<br />
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A N N U N C I O S<br />
Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. as-<br />
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LIVROS<br />
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todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado. .<br />
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17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Barlholomeu)<br />
i A rinazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
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Encommendas:<br />
a J0SÊ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
L
N.° 165 COIMBRA Quinta feira, 17 de setembro de 1896 2.° A N N O<br />
A revolução pacifica<br />
do sr. Dias Ferreira<br />
O antigo ministro e presidente do<br />
conselho, José Dias Ferreira, continua<br />
no seu jornal reclamando uma<br />
revolução que, sem ruido e sem des-<br />
ordem, coaja os altos poderes do Estado,<br />
restabeleça a lei, mude o «aspecto<br />
da nossa situação politica e<br />
financeira», faça justiça, «correndo<br />
com os trapalhões emalandrões que<br />
por ahi estão agachados á sombra<br />
do actual estado de coisas», que,<br />
finalmente, imponha «sem demora<br />
a vontade do povo.»<br />
Como lhe parecesse absurdo levara<br />
cabo semilhante empresa,«sem<br />
ruido e sem desordem», um jornal<br />
de Lisboa lembrou-se de perguntar<br />
a este revolucionário da ultima hora<br />
porque processo entendia elle fazer<br />
a sua revolução.<br />
E eis como elle respondeu:<br />
«Não ha nada mais simples do que<br />
a resposta á pergunta.<br />
A lição dos factos e a comprehensão<br />
rios princípios não deixam a mais ligeira<br />
duvida do que uma simples marrifistação<br />
pacifica pfinhi immediatamente<br />
a administração publica nos seus<br />
eixos.<br />
As manifestações simplesmente das<br />
duas grandes cidades, capital e Porto,<br />
determinariam immediatamente a mudança<br />
de processos governativos.»<br />
E mais adiante:<br />
«No dia em que o povo quizer de<br />
VPZ o termo da folia e impozer um governo<br />
que esteja consubstanciado com<br />
os interesses públicos e com as aspirações<br />
nacionaes, não é preciso correr<br />
com esses figurões e com esses raachuchos.<br />
(«Os trapalhões e os malandrôes<br />
que por ahi estão agachados á<br />
sombra do actual estado de coisas»).<br />
Elles não se conservam nos covis.<br />
Fogem.<br />
As protecções que tinham, perdemnas.<br />
0 protectores, por mais altamente<br />
collocados que estejam, nunca mais os<br />
vêem!<br />
E por fim:<br />
«Nestas condições, não seria uma<br />
revolução, mas a imposição pacifica da<br />
vontade do país, que podia fazer mudar<br />
de face a nossa situação politica e<br />
financeira.»<br />
Isto parece um despauterio de sonho.<br />
O disparate toma assim, ás vezes,<br />
aspectos monstruosos de avantesmas<br />
de pesadêllo. Comludo lêse,<br />
sem sombra de illusão, no jornal<br />
o Tempo de hontem, domingo<br />
— redacção e administração rua do<br />
Alecrim, 33.<br />
Aqui lemos, pois, um homem que,<br />
no apparente goso de todas as suas<br />
faculdades, e muito a sério, pretende<br />
convencer-nos— 1.° De que em<br />
Portugal é possível effectuar pacificamente<br />
uma manifestação de caracter<br />
revolucionário, tendendo a fa-<br />
zer prevalecer a vontade do povo palavriado sem alcance, porque só blema da moralidade, ficaria de pé,<br />
sobre a vonlade do rei; — 2.° De dentro dos limites d'esse palavriado pois que, para moralizar em Por-<br />
que uma manifestação d'esla natu- e d'essa rhetorica é que elle seria tugal, seria necessário banir e punir,<br />
EM<br />
reza leria sufficiente alcance social, tolerado. Comicio que queira algu- não um homem, não dois homens, C O I M B R A<br />
e politico para pôr «immediatamenma cousa mais, ou é dissolvido e mas todo o systema constitucional,<br />
te nos seus eixos a administração annullado, ou, summariamente, es- e isso não queria elle, porque lhe"<br />
Sé Velha.—Antes de abandonar<br />
publica», «mudar de face a nossa pancado. O effeito do actual regimen tocava pela porta.<br />
a„Sjé Velha, não podemos deixar de<br />
situação politica e financeira», de- de liberdade em Porlugal é este: só Mas para que levar mais longe historiar a intriga que obrigou o sr.<br />
terminar uma «mudança de proces- serve a quem não precisa d'ella. semilhante discussão?<br />
Antonio Augusto Gonçalves a pedir<br />
sos governativos» e,—o que émais Finalmente:<br />
O sr. Dias Ferreira quer uma a sua demissão de membro da com-<br />
phantastico! — restabelecer a pro- Pela praça publica? — E' essa a revolução.<br />
missão que dirigia a restauração.<br />
bidade no poder e nos costumes, fórma porque o sr. Dias Ferreira Descance. Ha de tê-la.<br />
fazendo debandar dos seus covis, a entende que se devem manifestar Essa Revolução hade fazer-se, Desculpem vv. ex.<br />
despeito de todos os compromissos pacificamente os cidadãos de Lisboa hade, mas em contrario dos seus<br />
e de toda a solidariedade, «os figu- e Porto?<br />
desejos, ha de fazer-se com ruido—<br />
rões e os machuchos» e é elle quem Vamos — responda!<br />
o ruido d'um povo que acorda e<br />
falia) que infestam a sociedade e a Não tenha vergonha de confessar que é tão retumbante como o ruido<br />
politica porluguêsas.<br />
que disse um disparate, ou que foi do trovão.<br />
Vejamos.<br />
colhido em flagrante delicto de<br />
João Chagas.<br />
Cumpre discutir isto?<br />
má fé.<br />
0 homem está fallando a sério, Pela praça publicai<br />
Créditos especiaes<br />
ou eslá a divertir-se comnosco? A sério!<br />
Imaginemos por um momento O sr. Dias Ferreira, está conven- Para confirmar as declarações<br />
feitas pelo sr. Hinlze Ribeiro ácerca<br />
que eslá fallando a sério. Imaginecido, a serio, de que o Portugal de do equilíbrio orçamental, a cada<br />
mos que não é um refalsado hypo- hoje pôde descer á praça publica, passo apparecem no Diário do Gocrita,<br />
um d'esles burlões, que de a praticar um acto de natureza reverno decretos em que se abrem<br />
todos os tempos, procurando viver volucionaria,— como seja impôr a<br />
créditos especiaes.<br />
Nada menos de três foram agora<br />
bem com Deus e com os homens, vontade do povo, coagir os poderes<br />
abertos: um de 362:192$134 réis<br />
procuravam egualmente fallar a lín- públicos, reformar a administração, a favor do ministério da guerra para<br />
gua dos homens e a linguagem de mudar o aspecto das finanças, es- o excesso da despêsa que houve no<br />
Deus, suppondo melhor servir os pancar a corrupção, restabelecer a<br />
anno economico de 1895-1896;<br />
outro de 11:400^000 réis para<br />
seus interesses e as suas ambições, moralidade, restaurar, redimir, isto pagamento de movimento de tropas<br />
Imaginemos, por hypolhese, que este é, crear um estado novo, fundar reclamado por outros ministérios, e,<br />
Dias Ferreira das instituições fugiu uma nova sociedade, e levar tudo finalmente, um de 34:321^000 réis<br />
á corrente moral do seu lempo e do isto a cabo pacificamente, «sem rui-<br />
a favor do ministério da fazenda<br />
para pagamento de despêsas liqui-<br />
seu meio e quer sinceramente—redo e sem desordem», sem resistendadas e não pagas no exercício de<br />
formar.cia<br />
e sem lucta?<br />
1891-1892 e 1893-1894.<br />
Em primeiro logar: o que signi- 0 sr. Dias Ferreira está conven- E conlinuar-se-ha. Embora tarfica<br />
essa especie de exhortação ás<br />
diamente, o governo vê-se obrigado<br />
cido d'isto?<br />
a ir pagando o que deve, e os calo-<br />
duas grandes cidades — Lisboa e Vamos, responda!<br />
tes são muitos.<br />
Porto, a que se manifestem pacifi- Mas não. Elle não responde.<br />
camente ?<br />
E não responde porque com<br />
Porque fórma entende o sr. Dias effeito o apanhamos em flagrante O conde de Reilhac<br />
Ferreira que ellas se devam mani- delicto, porque lhe descobrimos o Tem estado em Lisboa, commofestar<br />
pacificamente?<br />
pensamento, agachado como um damente installado no Internacional<br />
e com policia ás ordens para pre-<br />
Pela representação ? — Eviden- gato receioso, na agua-furtada em<br />
venir qualquer eventualidade, este<br />
temente, não. Mesmo como burla, que elle premedita as suas tramóias insigne calumniador que em 1889<br />
parecer-nos-bia demasiado que o politico-intellectuaes.<br />
tanto aboccanbou os portugueses,<br />
sr. Dias Ferreira aconselhasse ain- O que o sr. Dias Ferreira quer,<br />
chamando-lhes escrocs, ladroes e<br />
outros epithetos de egual jaez. A<br />
da semilhante processo de pôr nos deseja e inutilmente provoca, por- imprensa independente protesta e<br />
eixos a administração publica, muque não tem auctoridade e não tem moslra-se indignada porque o sr.<br />
dar o aspecto das finanças, mora- prestigio, não é uma revolução que João Franco, que, num momento de<br />
lizar, restaurar, e, sobretudo, fazer<br />
fúria, mandou expulsar do país<br />
salve Portugal, mas um cambalacho<br />
prevalecer a vonlade do povo.<br />
um homem eminente como Sal-<br />
que o salve a elle. Por isso elle a meron, a cujo talento e honradez<br />
Como, então?<br />
quer pacifica, porque é na paz em de caracter osproprios monarchicos<br />
Pelo comicio? — Mas o sr. Dias que se forjam as revoluções pacifi- prestaram a devida homenagem,<br />
Ferreira não ignora que a liberdade<br />
consente agora que o vil diffamador<br />
cas que medram os homens como<br />
do nome português affronte a popu-<br />
de reunião em Porlugal é coisa nulla elle hábeis cortezâos do rei, hábeis lação de Lisboa passeando desca-<br />
e que os únicos cidadãos que ainda cortezãos do povo, fazendo entre radamente pela Avenida. Razão ha<br />
gosam d'esse direito são os progres- um e outro o jogo clandestino dos e de sóbra para que os homens insistos<br />
— esses mesmos com restricdependentes<br />
se indignem e pro-<br />
seus interesses.<br />
testem, mas forçôso é confessar que<br />
ções, visto que a enunciação do Poder-se-hia levar muito longe a não pôde exigir-se d'um ministro,<br />
pensamento em comícios está su- discussão do seu principio das re- que conta no numero dos seus amijeita<br />
ao arbítrio da censura. Admitvoluções pacificas, explicando a elle, gos e entre os seus mais encarnitamos,<br />
porém, o comicio. O comicio<br />
çados defensôres quem lhe chamou<br />
ou a quem o lê, que um só, para<br />
ignóbil e bandido, que expulse do<br />
é, no fim de contas, a representação, não fallar nos outros, dos problemas país um extrangeiro que tão vil-<br />
a moção, a rhetorica sem effeito, o que elle prometle resolver; o pro mente nos insultou.<br />
as a má redacção...<br />
Outra palavra em ão; decididamente<br />
a prosa é má como a acção.<br />
D'esta vez não emendo...<br />
Fiscalizando o trabalho dos operários,<br />
havia na Sé Velha um empregado<br />
da confiança do sr. director<br />
das obras publicas.<br />
Este empregado é activo, honesto,<br />
muito trabalhador e com vontade<br />
d'acertar. A restauração começou a<br />
interessá-lo, e pouco a pouco, foi<br />
lembrando alvitres que o sr. director<br />
das obras publicas applaudia<br />
sempre, e que nem sempre tinham<br />
a approvação de A. Augusto Gonçalves.<br />
Por vezes Anlonio Auguslo Gonçalves<br />
lembrava a necessidade de<br />
fazer uma obra, ou a vantagem de<br />
ordenar por outra fórma o trabalho,<br />
e as coisas nem sempre se faziam<br />
como desejava o sr. Gonçalves.<br />
Quando elle se qneixava, o sr.<br />
director sorria e dizia a tal conhecida<br />
phrase: foi elle que mandou e<br />
agora está a achar máo.<br />
Succedendo-se assim um certo<br />
numero de factos, e vendo o sr. A.<br />
A. Gonçalves que perante o publico<br />
era elle o responsável de coisas<br />
que nunca approvára, quiz abandonar<br />
a direcção das obras ; mas era<br />
lanto o seu empenho por as vêr<br />
realizadas, que se prestou a uma<br />
conciliação, proposta pelo sr. Bispo-Conde,<br />
que marcou um dia em<br />
cada semana para decidir das obras<br />
a fazer.<br />
Um dia, surgiu uma dificuldade<br />
imprevista, e A. Augusto Gonçalves<br />
pediu tempo para estudar o problema,<br />
aconselhando que se adiantassem<br />
as obras em outros pontos<br />
e se abandonasse aquelle,® até elle<br />
ter uma opinião sobre o que deveria<br />
fazer-se.<br />
Nada mais justo!<br />
Pois o empregado do sr. director<br />
das obras publicas resolveu o problema,<br />
como entendeu, e mandou<br />
executar as obras, como as planeára<br />
a sua phantasia.<br />
O sr. Gonçalves saiu da Com-<br />
(<br />
As restaurações artísticas
missão; o sr. Bispo Conde propoz<br />
que, como satisfação devida, se despedisse<br />
o empregado...<br />
O sr. director das obras publicas<br />
allegou que esse empregado recebia<br />
uma pequena gratificação pela obra,<br />
que era pobre...<br />
O sr. Bispo-Conde offereceu-se<br />
para pagar a remuneração do seu<br />
bolso,..<br />
O sr. director disse que era muito<br />
bem; mas que não linha quem o<br />
substituísse...<br />
E o sr. Gonçalves não tornou a<br />
entrar na Sé Velha.<br />
O sr. Bispo-Conde mandou então<br />
lagear a Sé Velha.<br />
E o sr. director das obras publicas<br />
pôz-se a lagear a Sé Velha e a<br />
reconstruir um muro exterior, obra<br />
modesta e, talvez, dentro da sua capacidade<br />
artística.<br />
O empregado do sr. director das<br />
obras publicas, tendo melhor collocação<br />
noutra parle, pediu a transferencia<br />
...<br />
E o sr. director das obras publicas<br />
não consentiu, por poder parecer<br />
uma satisfação dada a Antonio<br />
Augusto Gonçalves 1...<br />
O que se eslá fazendo na Sé Velha<br />
é uma vergonha para esta cidade.<br />
Mesmo que a restauração fique<br />
boa, mesmo que a actividade e o<br />
zelo do empregado do sr. director,<br />
cujo nome não dizemos exactamente<br />
por lhe respeitarmos a actividade,<br />
o interesse pela obra, e a honestidade,<br />
mesmo que elle por acaso<br />
acertasse, nem mesmo assim o facto<br />
deixaria de ser vergonhoso; porque<br />
indicava da parle de quem o<br />
consentia falta de competencia, porque<br />
se não pôde encarregar a restauração<br />
artística d'um monumento<br />
do valor da Sé Velha a quem não<br />
tenha dado provas publicas de muito<br />
amor pela arte, de muito respeito e<br />
de muita erudição.<br />
Entregar a um fiscal dos caminhos<br />
de ferro uma restauração de<br />
caracter artistico é máo, e não deve<br />
surprehender-se ninguém, se entre<br />
os motivos decorativos, figurar até o<br />
amor pela profissão...<br />
VV. ex." riem-se ? Então leiam<br />
isto que escreveu Ramalho Ortigão.<br />
Na Madre de Deus, onde aliás o<br />
primitivo portal da rainha D. Leonor<br />
foi discretamente reconsliluido<br />
na moderna fachada do edifício, temos<br />
o infortúnio de ir encontrar no<br />
consecutivo restauro de uma fabrica<br />
do tempo de D. João III novos<br />
capiteis de columnas, nos quaes em<br />
vez da ornamentação vegetal do<br />
nosso século XVI se vê reinar nos<br />
enlablamentos a figuração absolutamente<br />
imprevista e inopinada, de<br />
uma locomotiva de caminho de ferro,<br />
arrastando fumegante o respectivo<br />
comboyo, tudo lavrado mui<br />
laboriosamente em pedra e demandando<br />
um túnel.<br />
Imaginem vv. ex.<br />
na Sé Velha.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
um caso assim<br />
Por esta historia me lembra ago<br />
ra que eu linha promettido a vv<br />
ex. as conlar-lhe a historia d'um<br />
Bispo.<br />
E não ia eu faltando á minha pa<br />
lavra? 1...<br />
Este senhor director faz-me per<br />
der a cabeça...<br />
Ahi vae a historia.<br />
Era uma vez um bispo chamado<br />
D. Francisco de Lemos. Um dia, ao<br />
passar, olhou a torre da Sé Velha e<br />
pareceu-ltie um monte de pedra<br />
cal sem arte nem figura.<br />
Foi-se á torre e apeou-a e ficou<br />
muito contente; porque a pedra deu<br />
para todas as obras que foi neces<br />
sario fazer.<br />
Contou o caso ao Marquez de<br />
Pombal que achou bem e aproveitou a<br />
occasião para fazer estylo e chamar<br />
á torre Padrasto sombrio e infimo<br />
uma linda phrase que até parece do<br />
senhor... director.<br />
O sr. director das obras publicas<br />
tem o mesmo ponto de visla.<br />
E necessário entulho? Vae-se ao<br />
claustro, é um instante emquanto<br />
se arranja.. .<br />
E verdade que depois se pode<br />
insidiosamenle dizer que os outros<br />
mentem quando lhe chamam nomes<br />
feios; mas o que o sr. director<br />
das obras publicas não pode negar<br />
que da Sé Velha saíram pedras<br />
lavradas para os canos d'esgolo.<br />
Para os canos d'esgoto!<br />
E não pode negar porque no ln<br />
stituto lá está uma com o lei lo do<br />
cano já aberto 1<br />
Verdade é que o sr. director pode<br />
dizer que fui eu que o abri.<br />
A afFirmação seria bastante original!.<br />
..<br />
Não ha de também fallar o apoio<br />
d'um ministro a s. ex. a<br />
Ha de também ter o seu Pom<br />
lai, um Pombal modesto, como a<br />
sua envergadura de reformador, um<br />
Pombal pequeno... um Pombalinho...<br />
T.C.<br />
Na Hespanha<br />
A junta central da reunião repu-<br />
)licana, que hoje representa indiscutivelmente<br />
todos os republicanos<br />
lespanhoes, lêm effeiluado mais<br />
duas reuniões, além da que já noticiámos.<br />
Das deliberações tomadas<br />
nessas reuniões, sabe-se que o partido<br />
republicano está resolvido a<br />
recorrer a meios extremos para<br />
operar nas instituições politicas do<br />
país uma transformação que evite<br />
a sua completa ruina.<br />
E o que affirmam os jornaes re-<br />
publicanos. El País exprime-se asassim:<br />
«Nâo nos tínhamos enganado. A<br />
união republicana não perderá o tempo<br />
em actos estereis, que consomem força<br />
e prestigio; quando checar o momento<br />
opportuno não hesitará em pedir ao<br />
povo republicano e á opinião nacional<br />
o seu concurso, dando a união repu*<br />
blicana, antes de todos, o exemplo do<br />
sacrifício pessoal e da maior abnegação.<br />
Assim responde a união republicana<br />
aos que perdem o tempo a prop-ilar<br />
boatos agourentos sobre a sua força.»<br />
E alludindo á segunda sessão<br />
d'essa junta, diz ainda a mesma folha:<br />
«A junta central, ao contrario do que<br />
se affirma, não lançará nenhum manifesto<br />
ao país, nem fará outra manifestação<br />
legal senão a deliberada na<br />
primeira sessão: o comicio de Madrid.<br />
De resto, nem mais nada dentro da<br />
lei.<br />
A opinião republicana péde com<br />
urgência factos, faclos.. .<br />
E factos, factos, pedirá a junta cerj-'<br />
trai da união republicana á opinião e<br />
ao povo.<br />
E os que tenham de saber mais,<br />
sabel-o-hão a seu tempo».<br />
A allitude do partido republicano<br />
está causando graves apprehensões<br />
ao governo, que já recorre a medi-<br />
das extraordinarias.<br />
Em Barcelona continua a suspensão<br />
das garantias constitucionaes,<br />
affirmando-se nos centros officiaes<br />
que ella subsistirá emquanto<br />
se não organizar naqnella cidade<br />
um novo corpo de policia judicial<br />
Ha quem pense até que a suspensão<br />
de garantias será applicada a outras<br />
localidades, em que se lem dado<br />
alteração da ordem publica.<br />
Está averiguado que o partido<br />
"epublicano nenhumas responsabi<br />
lidades lem nesses factos que bem<br />
revelam os desejos do povo hespanhol.<br />
O partido republicano, porém, que<br />
os não provocou, não pode deixar<br />
de atlender a elles para traçar<br />
norma do seu procedimento. A Hespanha<br />
revolta-se contra uma monar<br />
chia que a arruinou e o partido re<br />
publicano trahiría a sua missão se<br />
a desemparasse neste momento.<br />
Que o não fará, bem claramente<br />
o evidenceiam as resoluções tomadas<br />
pela sua junta central. Manifes<br />
tação legal, só a do comicio de<br />
Madrid.<br />
Não é necessário dizer mais.<br />
AS OBRAS DOS JERONYMOS<br />
O concurso para a conclusão do<br />
edifício dos Jeronymos e construcção<br />
do additamento projectado foi<br />
um escandalo, que tem dado logar<br />
a peripecias cómicas e reclamações<br />
tão justas como inefficazes.<br />
Um concurso de architectura<br />
-e produza. A imprevidência e a dissipação<br />
do Estado nas edificações que<br />
elle dirige, são o mais afUictivo phe<br />
nomeno de Imbecilidade na administração<br />
artística dos dinheiros publico»<br />
E-ua cataslrophe, de todas a mais estúpida,<br />
não é sómente uma desdita publica,<br />
é urna vergonha nacional, que<br />
já não inspira laslima, inspira troça.<br />
Basta-nos relancear os olhos ás contas<br />
do thesouro, para reconhecer com<br />
espantosa evidencia que rias obras publicas,<br />
em Portugal, se tem consumido<br />
neste ultimo quarteirão do nosso século,<br />
um capital medonhamente superior<br />
ao que D. João V dispendeu ern<br />
todas as phantasias architectonicas do<br />
têem-se accumulado desastrosamente<br />
erros tão grandes, tão repetidos e tão<br />
dispendiosos, que o que sensatamente<br />
ha que fazer ao presente é supprimir<br />
quanto antes esse disparatado sumidouro<br />
de dinheiro e de gosto, concluindo<br />
as obras pendentes no mais breve<br />
tempo e com a menor despêsa possível.»<br />
Dizendo em seguida que o único<br />
projecto acceitavel para a reconstrucção<br />
dos Jeronymos era o do sr.<br />
confiado ao veredictum d'um jury de<br />
Ventura Terra, conclue:<br />
militares deu em resultado esse estrondoso<br />
fiasco, que levanta protes- «Em tal logar, e em tal edificio, tudo<br />
o que não seja a realização humilde e<br />
tos vigorosos.<br />
resignada do modesto projecto a que<br />
E' a casla dos incompetentes con- me refiro, será mais um documento<br />
escandaloso para se continuar a aflirsliluidos<br />
em agremiação de amparo<br />
mar que a architectura oflicial do nosso<br />
muluo, colonia de solemnes para- tempo é a consagração publici da inésitas<br />
que occupam as mais proemipcia da geração a que pertencemos.<br />
Por ultimo, supponho ainda que o<br />
nentes posições da gerencia pu- governo não tem direito de gastar um<br />
blica !<br />
único ceitil em obras nacionaes ou<br />
em adiantamentos, de qualquer impor-<br />
Na reconstrucção dos Jeronymos, tancia que sejam, para a celebração do<br />
já celebre pelos desvarios reles Centenario da índia, emquanto de ao<br />
da mais phenomenal.imbecilidade, pé da Torre de B^lem não remover o<br />
gazometro que ainda lá está, repre-<br />
ajunta mais este tilulo de inépcia sentando a mais descarada affronta de<br />
para demonstrar quanto são incor- canalhismo que jámais se fez ao pundonor<br />
histórico e á dignidade artística de<br />
rigíveis e cabeçudos os processos um povo»<br />
da administração portuguêsa!<br />
Em seguida damos alguns pe-<br />
La Tribuna, jornal de Roma, diz<br />
ríodos d'uma carta que o sr. Ra-<br />
ser possivel que o rei Humberto<br />
malho Ortigão publicou sobre esta abdique da coròa de Italia em seu<br />
queslão palpitante.<br />
filho Victor Manuel, príncipe de<br />
Nápoles, depois do seu casamento<br />
«A primeira, a meu vêr, das condi- com a princesa Helena de Monteções<br />
de uma construcção nacional, no<br />
estado economico em que ao presente negro. A este boalo não será extra-<br />
se acha o governo do nosso país, é a nho o revez que o exercito italiano<br />
da modicidade de preço. Uma edifica- soffreu na Africa e o tractado de<br />
ção de luxo num país individadn e po- paz que pretende celebrar-se com<br />
!>re, é, desde logo, artisticamente vi-<br />
Menelik.<br />
ciada e falsa, porque ínvolve um ridículo<br />
erro administrativo, e toda a as- Humberto julgar-se-ha despresneira<br />
é da sua natureza inesthetica, tigiado desde que o seu nome figura<br />
qualquer que seja a orbita em que ella num tratado ao lado d'um imperador<br />
semi-barbaro. E o caso não é<br />
para menos.<br />
Se se déra abdicação, é provável<br />
que a polilica externa da Italia soffra<br />
uma grande alteração. A Italia separar-se-ha<br />
da tríplice alliança, que<br />
Ião funesta lhe tem sido.<br />
O sr. ministro do reino dispensou<br />
do exame de desenho um alumno<br />
que vem matricular-se na faculdade<br />
de Direito. O motivo da<br />
dispensa é fallar a esse alumno o<br />
seu reinado, com a diflerença de que braço direito.<br />
O artigo do fundo o nosso tempo não produziu ainda a<br />
minima coisa que se possa comparar<br />
Transcrevemos do nosso preza-<br />
em arte, a qualquer dos monumentaes<br />
díssimo collega A Marselheza o noedifícios<br />
que nos deixou o século pas- O nosso prezadíssimo amigo e<br />
tável artigo A revolução pacifica do sado.<br />
prestimoso correligionário sr. dr.<br />
sr. Dias Ferreira.<br />
Os nossos modernos carrilhões de José Bruno pediu em casamento a<br />
Mafra, que são numeiosissimos, não ex,<br />
tangem para o povo os seus doces<br />
Largas conferencias tem havido minuetes, como aquelle com que tao<br />
entre o sr. Hintze Ribeiro e os mem- despreiníadamente nos dotou um rei<br />
iros da junta de credito publico absoluto e despotico. Repicam agora<br />
Sobre os motivos que as deteimi- unicamente em surdina, cantiga de<br />
natureza bem diversa, para encanto<br />
nam correm diversas versões. E' exclusivo dos priveligiados que no re-<br />
)ara aplanar attrictos que se levangimen liberal substituíram com grantaram<br />
entre o presidente e os vogaes íissima vantagem — para elles — os<br />
da junta, dizem uns; é para obter :apitães-móres, os fidalgos, os com-<br />
um adeanlamenlo para a compra rnendadores, os corregedores, os almotacés<br />
e os escripvões da puridade.<br />
dos navios de guerra, opinam ou-<br />
Refiro meão parasitismo dos traficantes<br />
ros ; trala-se da reforma da secre- políticos, dos beleguins eleitoraes, e<br />
aría, segredam os jornaes assala- dos agiotas.<br />
riados pelo governo. E, afinal, o Não vejo que tal desdem de econo-<br />
verdadeiro motivo tarde se apurará. mia nos domínios da arte oflicial spja<br />
uma norma invariavel de todas as ad-<br />
Cerlo é, porém, que tantas conministrações do mundo. Em Paris, por<br />
vencias, tão repelidos conselhos exemplo, onde se vae agora construir<br />
de ministros, mostram que o barco um annexo ao museu do Luxembourg,<br />
ministerial está em perigo.<br />
impõe-se ao coristructor a máxima parcirnonia<br />
de despêsa, prohibe se-lhe o<br />
emprego de todo o materialque nâo seja<br />
Foi agraciado com o grau de madeira e o tijolo, e prescreve-se<br />
que a fachada da nova construcção<br />
official da ordem de S. Thiago o sr.<br />
eja unicamente ornamentada de fo-<br />
Charles Lepierre, distincto profeslhagens e de flôres vivas. Ao mesmo<br />
sor de chymica na Eschola Indus- tempo rejeitam-se ao distincto engetrial<br />
Brotero.<br />
nheiro Devic os seus successivos projectos<br />
de um edificio para a futura Exposição<br />
Universal, pela razão de que<br />
Satu para S. Gião, Cêa, o sr. Manuel as suas lindas construcções lêem o in-<br />
Joaquim Massa, secretário geral do conveniente—único—de serem caras.<br />
governo civil.<br />
Nas obras do annexo dos Jeronymos<br />
ma sr. a D. Maria de Lencastre,<br />
interessantíssima filha do sr. conselheiro<br />
D. Luiz de Menezes e Lencastre<br />
e nela dos fallecidos viscondes<br />
de Maiorca.<br />
Saiu honlem para Espinho com sua<br />
ex. ma familia o nosso prezado amigo<br />
e conceituado clinico d'esta cidade,<br />
sr. dr. José Antonio de Sousa Nazareth.<br />
OS ASSASSINOS DE STAMBULOF<br />
O julgamento dos presumidos assassinos<br />
do estadista búlgaro Stambulof,<br />
cujo processo dura ha mais d'um anno,<br />
deve realizar-se em outubro proximo,<br />
em Sofia.<br />
O principal accusado é Georgief, que<br />
foi secretario do major Panitza, tendo<br />
por co-réus Tufeklchief, cujo irmão foi<br />
mariyrizado na Tcherna Djamia, e Atzof,<br />
o cocheiro que conduzia Stambulof no<br />
momento do assassínio.<br />
Os outros accusados, Halju, Stafref<br />
e Zwelkof, fugiram.<br />
No processo figuram mais de cem<br />
testemunhas, e entre estas Petkof, o<br />
amigo intimo de Stambulof, Grekof,<br />
chefe actual dos stambulovistas, e talvez<br />
também Natchevitch, quo passa<br />
por ter sido o mais perigoso inimigQ<br />
de Stambulof.
i<br />
O czar da Rússia<br />
Em Vienna d'Austria e Berlim estão<br />
sendo commentados os brindes que o<br />
czar da Rússia levantou aos imperadores<br />
da Allemanha e da Áustria. As palavras<br />
sóbrias e de méra cortezia do<br />
soberano russo deixaram na opinião<br />
publica dos dois países uma péssima<br />
impressão, que está sendo traduzida<br />
pelos seus jornaes mais importantes.<br />
Uma amostra:<br />
A Nova Imprensa Livre, de Vienna,<br />
diz que «o procedimento de Breslau.<br />
renovação do de Vienria, prova que a<br />
economia de palavras e a sequidão do<br />
toin são resullados d'um calculo. d'um<br />
plano combinado, e que em S. Petersburgo<br />
ha a anciosa preoccupação de<br />
evitar que as visitas actuaes projetem<br />
alguma sombra sobre a viagem a<br />
Paris.»<br />
Outro jornal austríaco, a Allgemeine<br />
Zeitung, mostra nestes termos seu mau<br />
humor: «Já aqui, em Vienna, se havia<br />
notado que o joven monarcha russo<br />
não punha o cotação muito ao pé da<br />
bocca; não se deixava empolgar pela<br />
impressão do momento. Mas em Bres<br />
lau a sua resposta é fria como o gelo<br />
do Norte.»<br />
0 correspondente do Times em Vienna<br />
diz, de seu lado, que «o desconcerto<br />
geral experimentado na capital<br />
austríaca e compartilhado pelas altas<br />
regiões, em consequência do tom gla<br />
ciai que caracterizou o toast do tzar<br />
em resposta ao do imperador Francisco<br />
José, manifesta-se de novo a proposito<br />
dos toasts dos dois imperadores em<br />
Breslau», e o correspondente do Daily<br />
Tdegraph escreve ao seu jornal que<br />
«nos centros políticos austríacos a visita<br />
do czar á Allemanha causa impressão<br />
desfavorável.»<br />
Os jornaes allemães fazem idênticas<br />
apreciações.<br />
A Gazeta de Voss sublinha que «o<br />
soberano autocrata de todas as Russias,<br />
o marido d'uma princéza allemã, respondeu<br />
em francês ao toast do imperador,<br />
apesar de conhecer o allemão<br />
como conhece a lingua materna».<br />
Quanto á Wolkszeilung, essa é de<br />
opinião que, «se é verdade que a<br />
entrevista de Breslau não pôde ser<br />
senão vantajósa para a manutenção da<br />
paz na Europa, não se pôde, coinludo,<br />
esperar que ella baste para fazer desapparecer<br />
completamente todas as discórdias<br />
e lodos os dissentimentos que<br />
existem entre a Allemanha e a Rússia».<br />
Allemães e austriações estão, porém,<br />
com os olhos fixos em Pa* is. Também<br />
lá conservará a mesma frieza o grande<br />
autocrata. ou mostrar se-ha mais expansivo?<br />
A França, que agora se está<br />
rindo com o desapontamento que vae<br />
na Áustria e na Allemanha, terá de o<br />
soffrer também? Eis as perguntas que<br />
se formulam. E lá está a tríplice al-<br />
36 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Â0 DAS GALÉS<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 17 de setembro de 1896<br />
liança a postos para pesar e escabichar<br />
tudo o que o czar disser e fizer<br />
em Paris.<br />
Suppomos que ainda hão-de soffrer<br />
mais do que ;
CAVALLOS<br />
16 Muares, etc.; esquinencias,<br />
«I sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc . curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
19.4; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pbarmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
YENDE-SE<br />
IS A morada de casas sita<br />
A na rua do Moreno n. os<br />
7 e 9, facultando se ao comprador<br />
o pagamento a praso mediante<br />
juro razoavel.<br />
Tracta-se na rua da Sophia,<br />
35.<br />
P I A N O -<br />
14Wende-se um ria rua de<br />
• Joaquim Antonio d'Aguiar<br />
Casa em bom local<br />
13 YTeude-sc uma, de 4 anda-<br />
» res e magnificas lojas,<br />
na Couraça dosApostolos, n.° 35.<br />
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Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
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i2 Ma loja de Alves Borges,<br />
ll successor, rua do Visconde<br />
da Luz, n. os 64 a 66, se<br />
vendem por preços modicos,<br />
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de embutir, para ferragens, e<br />
outros objectos a liquidar, e<br />
algumas qualidades de ferro<br />
suecio e escocio.<br />
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bocca e operações de<br />
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Herculano Carvalho<br />
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Dirigir carta a Alvaro Soares,<br />
Agueda.<br />
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w aos Arcos do Jardim, n.°<br />
41, cora fundos para Santa<br />
Cruz.<br />
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de reiirar-se d'esta cidade o<br />
seu proprietário.<br />
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Maria Leite de Albuquerque,<br />
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RESISTENCIA - Quinta feira, 17 de setembro de 1896<br />
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e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
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estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca
DM DECRETO ORIGINAL<br />
2.° ANNO<br />
Nas Filippinas e em Cuba<br />
d'estes lyceos seja elevado a quatro, ter tão cerebrina interpretação, como gimen commum ás duas classes de<br />
com sédes em Lisboa, Coimbra, se fosse licito admittir que ella pre- alumnos. Mas estaria o governo au-<br />
Porto e Braga. Continuando a haver tendia auctorizar que os lyceos cenctorizado a crear mais lyceos na-<br />
só as três circumscripções alludidas, traes se estabelecessem uns sobre cionaes ? Suppômos que não.<br />
A opinião pública em Hespanha<br />
Este país é positivamente uma<br />
cujas sédes são as três primeiras, os outros! Bem nos quis sempre Mas o escandalo não fica nisto; ficou alarmada com a publicação<br />
succursal, um tanto avariada, do<br />
cidades indicadas, não se sabe bem parecer a nós que as commoJidades vae muito mais longe. O decreto or- d'um telegramma do general Blanco,<br />
grão-ducado de Gerolstein, e os<br />
de que circumscripção é que o lyceo dos povos que elle queria harmonizar gânico e [o respectivo regulamento em que pergunta anciosamente ao<br />
actos do governo pediriam musica,<br />
de Braga fica sendo o centro. Mas com os interesses ao thesouro eram dispõem muito terminantemente que governo quando lhe manda refor-<br />
cie Offenbach, se, por honra de nós<br />
a coherencia não é por certo virtude nem mais nem menos e muito sim- os logares de professores dos lyceos ços. Nesse telegramma, que foi ex-<br />
todos, não estivessem a reclamar<br />
que este paternal governo possúa, plesmento os interesses dos compa- sejam providos soem concurso. Isto pedido no dia 15, diz-se, contra-<br />
correctivo um pouco mais energico:<br />
não nos admirando, por isso, mais dres. Os factos vieram provar esta é claro e não admitte duvidas. Pois riando o que se havia communicado<br />
a applicação immediata, sem de-<br />
este disparate.<br />
suspeita.<br />
com o lyceo de Guimarães abriu-se em telegrammas anteriores que dalongas,<br />
do celebre e celebrado codigo<br />
de Vinhaes. Isto chegou real- Mas porque mais um lyceo cen- Mas, como abyssus abyssum invo- uma excepção, contra a lei expresvam a insurreição reduzida a algumente<br />
ao ultimo desafôro.<br />
tral em Braga e este augmento incai, isto é, um mal nunca vem só, sa. Os professores serão conegos da mas partidas nas immediações de<br />
Não ha que vêr: o país tornou-se útil de despêsa? Que razões pon- também com este governo um es- collegiada e nomeados segundo a Ca vi te, que existem focos de rebel-<br />
propriedade exclusiva, única, d'uma derosas levaram o governo a mais candalo não vem sem outro escan- lei que regula o provimento dos calião em várias províncias e algumas<br />
cohorte de famintos, d'uma compa- êste condemnavel desperdício. O dalo: por isso, a par do da elevanonicatos, isto é, sem concurso de partidas que é necessário perseguir<br />
nhia exploradora, de responsabili- decreto citado, para illudir a creção do lyceo de Bragança, appare- provas públicas e apenas documen- e dissolver.<br />
dade illimitada, que o usufrúe a seu dulidade pública, diz que o numero ce no mesmo diploma a creação de tal. E já se vê que o hão de ser pelo Será devida a Blanco, por desco-<br />
bel-prazer, sem preoccupações nem de professores, que nos lyceos cen- um lyceo nacional em Guimarães, ministério da justiça e com a internhecer o curso das operações contra<br />
escrupulos, tractando isto como traes é de 14, em vez de 9 que ha que está a poucos kilometros de venção do respectivo prelado; fican- os insurrectos, a decepção que a<br />
roupa de franceses. Ora a paciência nos nacionaes, só opportunamente Braga 1 E este escandalo não nos do nós com um lyceo em que o pre- Hespanha acaba de soffrer, ou de-<br />
tem limites, e seria bom que a esta será augmentado, e que os venci- parece menor que aquelle, e até lado diocesano tem ingerencia, cumver-se-ha attribuir ao governo, que<br />
orgia governativa se posesse termo. mentos também somente serão ele- debaixo do ponto de vista legal nos mulativamente com a direcção da propositadamente alterasse os tele-<br />
Expliquemos.<br />
vados á medida que os rendimen- parece maior, pois que com tal crea- instrucção pública 1<br />
grammas do governador das Filippinas<br />
? A imprensa divide-se a esse<br />
tos daquelle lyceo forem augmenção não só se violaram a lei e o re- Um lyceo, cujos professores são<br />
Havia no país 23 lyceos, entre<br />
respeito, havendo muitos jornaes<br />
tando. E' uma razão capciosa, como gulamento da instrucção secundá- exclusivamente ecclesiasticos e sem<br />
nacionaes e centraes, visto que a<br />
que affirmam caber ao governo a<br />
vamos vêr.<br />
ria, mas escarneceu-se vergonhosa- concurso de provas públicas, é mais<br />
technologia governativa inventou<br />
responsabilidade das noticias opti-<br />
ha muito lyceos que não são nacio- A opporlunidade de que o decremente do bom senso e das reclama- um documento a attestar a falta de<br />
mistas que circularam na Hespanha,<br />
naes. Toda a gente que se occupa to falia é méro euphemismo, que já ções do público. Mas um escandalo escrupulos do governo, as suas ten-<br />
Certo ê, porém, que a insurreição<br />
mais ou menos d'estas questões não illude neguem, e por este lado não podia o governo fazer sem o dencias abertamente reaccionarias,<br />
das Filippinas, ao contrario do que<br />
achava que havia lyceos de mais e sabemos bem o que vale uma tal outro; e por isso se fizeram os dois e consequentemente o proposito de<br />
se havia noticiado, se apresenta com<br />
officinas de menos; que o seu nu- promessa. Quanto, porém, ao aug- simultaneamente, accentuando-se zombar dos sentimentos liberaes da<br />
um caracter de certa gravidade,<br />
mero deveria restringir-se em promento d'ordenado, ou a affirmativa bem ao mesmo tempo as tendencias nação, convertendo-a num vasto<br />
sendo necessário que o governo<br />
porção com as necessidades públi- do governo é uma sandice, uma reaccionarias do governo.<br />
campo de acção da seita jesuítica,<br />
envie para lá urgentemente imporcas,<br />
transformando-se um bom nu- inépcia que faz lastima, ou uma re- E sabido o odio que divide as dos degenerados, mas sempre amtantes<br />
reforços. A Hespanha não<br />
mero d'elles em eseholas profissiofinada deslealdade, uma intrujice duas cidades rivaes: a Roma e a biciosos filhos de Santo Ignacio de<br />
conseguirá restabelecer o seu presnaes,<br />
que nos fornecessem uma revoltante.<br />
Manchester portuguêsa. E de longa Loyola 1 E o país sem dar accôrdo<br />
tigio naquella colonia, sem grandes<br />
população industrial conveniente, Vejamos.<br />
data esta rivalidade insanavel, que de si!...<br />
sacrifícios de vidas e de dinheiro.<br />
porque do que mais se precisa é Como é que os rendimentos do<br />
um conflicto entre a junta geral e<br />
dartistas bem habilitados, para que lyceo de Braga poderão augmentar?<br />
os procuradores de Guimarães fize-<br />
O Primeiro de Janeiro termina<br />
as nossas industrias attinjam o gráo Unicamente com uma deslocação de<br />
ra explodir com violência, não sen-<br />
assim o seu artigo de fundo de sex- De Cuba poucas informações ha.<br />
de prosperidade que as arranque alumnos. Doutro modo não pôde<br />
do bastante, para fazer extinguir ou ta feira ultima:<br />
Os telegrammas de Weyler conti-<br />
ao estado de relativa inferioridade ser. Augmentando os alumnos em<br />
diminuir sequér o odio reciproco, o<br />
«Positivamente, nunca houve governuam a dar noticia de pequenas es-<br />
em que infelizmente se encontram.<br />
calmante-cataplasma dos municí-<br />
Braga, hão de diminuir necessariano<br />
mais immoral, mais inepto, mais caramuças em que são sempre morpios<br />
aulonomos que depois lhe ap- inconsciente, mais afistulado de vaida-<br />
Também as reclamações dos mente no Porto ou em Coimbra.<br />
plicou o sr. José Luciano.<br />
des, mais apodrecido de cortesanias tos muitos insurrectos, sem que haja<br />
competentes iam até ao ponto de Logo, o prejuízo para o Estado é<br />
palacianas, mais nocivo para este país, a lamentar graves perdas no exer-<br />
não se admitlirem exames de saída sempre certo e sabido. Só quem fôr As rivalidades continuaram com mais deshonroso perante os outros gocito<br />
hespanhol. O vomito negro é o<br />
vernos da Europa. Mas vive, sustenta-<br />
para os cursos superiores, senão tolo ou patife é que poderá afíirmar a mesma intensidade; e o governo, se. Porquê? Porque a corôa quer. É o grande inimigo; as armas dos insur-<br />
nos lyceos que são séde das três o contrario.<br />
que queria fazer o escandalo de que sabe todo o país — e que, um dia, rectos são inoffensivas. Imagine-se<br />
circumscripções académicas em que A elevação do lyceo de Braga re Braga, teve de fazer também o de ha de trazer as fataes consequências<br />
...»<br />
que num combate d'umas poucas<br />
o país está dividido, para os effeitos presenta, pois, um escandalo, que Guimarães, para satisfazer os seus<br />
d'horas, em que se chegou a fazer<br />
da instrucção secundária. Tudo isto o país tolera, porque já não tem amigos daqui; que decerto haviam Consequências fataes para a mo-<br />
uso da arma branca, só foi morto<br />
seria racional, util e consentâneo energia nem brio para defender os de reagir e indignar-se contra o narchia. Que ao país prestaria este<br />
governo um relevantíssimo serviço um soldado hespanhol 1 Inulil é di-<br />
com as necessidades da nação. Mas seus interesses e para fazer entrar favor feito a Braga, se porventura<br />
se, pondo em evidencia o que é e o zer que morreram muitos dos insur-<br />
exactamente porque assim devia ser, os governantes na ordem.<br />
não fossem também contemplados. que vale a monarchia, preparasse a rectos e que é Weyler quem dá a<br />
é que este governo paternal, com Um lyceo central em Braga, a E do mesmo modo, se apenas qui- sua quéda.<br />
noticia.<br />
que a Providencia nos miinoseou duas horas do Purto! Que o creas zesse beneficiar só Guimarães, os De resto o Primeiro de Janeiro Áparte as laes escaramuças, sa-<br />
vae para quatro annos, procedeu de sem em Viseu ou Évora, sobretudo de Braga não o conseutiriam ; e de deve conformar-se com o actual esbe-se<br />
que nos Estados-Unidos con-<br />
modo contrário. Se não fóra um em Évora, comprehendia-se, embo- esta fórma o governo, cujos escrutado de cousas. Se o rei quer o<br />
governo; se o Primeiro de Janeiro tinuam a organizar-se expedições<br />
governo de tão apregoada moralira se reconheça que não é indispenyulos são conhecidos, fez a vonta-<br />
quer o rei; se o país sabe tudo e em soccorro dos cubanos, e que dedade<br />
e economia, dir-se-hia que es sável. Mas em Braga, a dois passos de a todos, não se importando de não quer o rei nem quem o defende, pois da proclamação em que Cleve-<br />
tava apostado a dar com isto em da capital do Norte, é o que nin- rasgar a lei que elle proprio fizera. para que está a comprometter o rei land prégava a neutralidade, já des-<br />
pantana e a demonstrar aos extranguém comprehende e que reclama- E para crear o lyceo de Guimarães e o seu governo?<br />
embarcaram sete expedições ein<br />
geiros que somos uma nação de va uma severa correcção, para se foi preciso rasgá-la sem piedade. E' um pouco arriscado.<br />
Cuba.<br />
imbecis...<br />
evitarem futuros escandalos. Quer Em primeiro logar, o governo foi<br />
A Hespanha reclama, o governo<br />
Um decreto recente, publicado no dizer, que os interesses públicos con- crear um estabelecimento bybrido, Na recepção que em Cascaes se dos Estados-Unidos affirma sempre<br />
Diário de ha três dias, sem alterar tinuam a ser sacrificados em pro- habilitando para duas carreiras mui- fez ás majestades, para cujas des-<br />
os seus sentimentos de cordealida-<br />
as três circumscripções académicas, veito da politica de campanario. E, to distinctas. Tinha o pequeno semipêsas<br />
contribuíram os proprietários<br />
das casas de batota, uão houve quem<br />
de para com a Hespanha, mas tam-<br />
que são mantidas, e a cada uma das sendo este escandalo dos que fazem nário, o que já fôra escandalo, por<br />
levantasse um só viva. E' o Século, bém vae affirmando que lhe é im-<br />
quaes correspondia um lyceo central, indignar as próprias pedras, invo- que era desnecessário; e agora vae que faz a descripção das festas em possível obstar a que do seu terri-<br />
determina, comtudo, que o numero casse a lei, como se ella podesse desdobrá-lo em lyceo, com ura re- duas columnas, quem o diz, torio continuem a sair expedições
para Cuba. É grande a extensão das<br />
costas; para as vigiar devidamente,<br />
seria necessário pôr em acção toda<br />
a marinha de guerra e os Estados-<br />
Unidos não estão dispostos a sacrificar-se<br />
tanto pela Hespanha. E esta<br />
lá se vae resignando.<br />
Agora apresentou o secretario de<br />
Estado de Washington uma reclamação<br />
ao general Weyler por haver<br />
macheteado o jornalista americano<br />
Joven, e affirma-se que, não<br />
sendo satisfactorias as explicações<br />
do general, o governo dos Estados-<br />
Unidos pedirá uma grande indemnização.<br />
A Hespanha terá de a pagar,<br />
porque os Estados-Unidos ainda<br />
podem patentear-lhe mais energicamente<br />
a sua amizade.<br />
Pobre Hespanha 1 Em que abysmo<br />
a monarchia a precipitou!<br />
O centenário da índia<br />
A respeito d'esle já famoso centenário,<br />
informa o correspondente<br />
telegrapbico do nosso conceituado<br />
collega O Commercio do Porto:<br />
«Com relação ao centenário da índia,<br />
vou referir o boato que corre,<br />
quando mais não seja a título de curiosidade.<br />
Diz-se que el-rei e o governo<br />
vão tomar a direcção da festa, sen-<br />
do a data marcada para 1897 e pondo-se<br />
de parte a cooperação da Sociedade<br />
de Geographia. Constará a celebração<br />
de congressos de sábios e visitas<br />
a vários pontos do país, regatas<br />
e revista naval. Serão convidados o<br />
imperador da Allemanha, a rainha regente<br />
de Hespanha, o príncipe de Galles,<br />
o príncipe herdeiro da Italia, etc.,<br />
contando-se que esses personagens acceitem<br />
o convite.®<br />
Não acreditamos em tal boato,<br />
mas desejaríamos que elle se confirmasse.<br />
Para bem da monarchia.<br />
O schah da Pérsia<br />
O novo schah da Pérsia, segundo<br />
o que participam de Teheran,<br />
tem introduzido no país reformas<br />
radicaes desde que subiu ao throno.<br />
Como medidas de economia, supprimiu<br />
8:000 empregos e reduziu a<br />
sua lista de 5.000:000 krans (1:000<br />
contosaproximadamente)a 150:000<br />
e recusando ainda toda e qualquer<br />
quantia ou presente dos governadores<br />
de província.<br />
Noticias recebidas da índia dizem<br />
que fôra alli fuzilado um indígena<br />
em Rondá, sem processo algum,<br />
consistindo o crime em haver pedido<br />
tabaco a outro a quem amea-<br />
. çou de morte, se lh'o não désse.<br />
O sr. Neves Ferreira continúa a<br />
assassinar com pleno assentimento<br />
do governo do rei e, para manter o<br />
regimen de terror, contrata cento e<br />
sessenta e um indios mouros na<br />
índia inglêsa, comprando-lhes alli<br />
cavallos. Os resultados d'esta politica<br />
selvagem não tardará muito<br />
que o país os sinta.<br />
0 sr. ministro da marinha enviou<br />
ao governador de Timor, felicitando-o<br />
peta ultima victoria que<br />
o nosso exercito obteve naquella colonia,<br />
o seguinte telegramma:<br />
«Calorosas felicitações a v. ex. a , officiaes<br />
e soldados pelas victorias obtidas.<br />
O governo louva a v. ex. a e manda<br />
louvar tropas reaes.»<br />
Tropas reaes!<br />
Qualquer dia apparecerá no Diá-<br />
rio do Governo a celebre fórmula:<br />
«o rei assim o manda de sciencia<br />
certa e poder absoluto.»<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Litteratura e Arte<br />
do Quental, pelo celebre amigo de Ur- o teriam exautorado, se elle não pos- era um alienado! Por isto se pôde com<br />
bino de Freitas, F. A. Coelho; Anthero suísse faculdades e uma extraordinaria franqueza dizer que esse estudo, aliás<br />
do Quentú (esboço psychologico), por capacidade de trabalho em que tem brilhante, não devêra entrar no livro<br />
ANTHERO 1)0 QUENTAL F. Machado de Faria e Maia; O mal do revelado todo o seu valor<br />
In Memoriam, se é que as narrativas<br />
século, por Oliveira Martins; A prosa de A anedocta de Uluros estava esque- de situações comprovativas não mati-<br />
IN MEMORIAM<br />
Anthero, por Salomão Saraga; Em lemcida; e mesmo, neste embuste, quem zassem essa consagração. É importante<br />
brança de lembrança de Anthero, por não estava na melhor posição era An- o estudo bibliographico da obra de<br />
Acaba de apparecer á luz' da publi- C. de Andrade Albuquerque; Ao correr thero do Quental. Convinha não fallar Anthero; pouco trabalho realizado e<br />
cidade um esplendido volume in-8.° da penna (Notas), por Manuel de Ar- nisto; mas á falta de factos impulsivos, muita dispersão de energia, sem plano..<br />
grande, de 550 paginas, com mais riaga; Uma carta inédita, por Santos narra BUalha RPÍS, como é que elle Louve-se a intenção do livro de apo-<br />
XCVI de bibliographia, e ainda XXXI Valente ; A vida de Anthero. por Luiz Eça de Queiroz e Anthero, inventaram theose; confessemos que o poeta me-<br />
paginas, contendo uma série de 25 car- de Magalhães; O fim do Poeta, por os satanicos do norte:<br />
recia um monumento erigido pelos amitas<br />
inéditas, de Anthero do Quental Lobo de Moura; Memorias, por João M. «O nome de um d'esses montruosos<br />
gos sinceros, mas pela fórma em que<br />
Este livro de ha muito que estava em de Faria e Maia ; Tributo singelo, por poetas era perigoso de pronunciar,<br />
está redigido chegamos quasi a clas-<br />
preparação, devendo-se a demora do Alice Moderno; Um justo, por Jayme de produzia o vomito, tendo só consoansiflcá-Ios—amigos<br />
dos diabos.<br />
seu apparecimento á difficuldade de Magalhães Lima ; Nosographia de Antes; Hildwzh. Mas o grande artista que<br />
reunir o texto litterario de escriptores<br />
Theophilo Braga.<br />
thero, pelo dr. Sousa Martins (seu me- maior acceitação teve em Lisboa, foi<br />
impressionistas que só escrevem quandico); Annos de Coimbra, por Philome- Ulurus, citado com respeito e louvor,<br />
do acontece acharem-se com disposino da Camara; O sonho do poeta, por em livros de critica litteraria do temção<br />
ou inspiração. Tem o livro um uti-<br />
UM DICTADOR RIDICULARIZADO<br />
Anselmo de Andrade; Discurso commepo. Os livreiros, instados por alguns<br />
líssimo intuito : consagrar a Memoria morativo, por Vaz Pacheco; O suicídio dos mais cultos lilteratos portuguéses, O correspondente telegraphico<br />
de Anthero do Quental, o incompará- de Anthero, por M Duarte de Almeida; durante muitos msêes encommeudaram<br />
vel poeta dos Sonetos philosophicos,<br />
de Figueiró dos Vinhos para o Sé-<br />
Recordações de familia e impressões para Paris as obras completas d'este<br />
nos quaes fez por assim dizer a auto- pessoaes, por V. de Faria Machado; An- diabolico e phantastico auctor.» (In.<br />
culo, orgão governamental, noticiou<br />
psia da sua alma atormentada. E para thero e a Allemanha, por D Carolina Mem., p. 461). Não se cita aqui o no- ha dias que a banda d'aquella lo-<br />
que em tudo este monumento trouxes- MicbaeliRecordações queridas, por me de Luciano Cordeiro, mas todos<br />
se impresso um caracter sympathico, Marianno Machado; Annos de Lisboa (alcalidade,<br />
na inauguração d'um me-<br />
conhecem a anedocta, que hoje só tem<br />
foram convidados os mais Íntimos amigumas lembranças), por Jayme Batalha o inconveniente de pôr a uma luz melhoramento qualquer, havia tocado<br />
gos de Anthero do Quental, os que mais Reis; O drama da sua vida, por Guer nos sympalhica o espirito dirigente,<br />
de perto viveram com elle, os que es<br />
o hymno do rei e do sr. João Fran-<br />
ra Junqueiro; Um génio que era um que obedecia ás suggestões do meio<br />
cutaram as suas doutrinas metaphysi santo, por Eça de Queiroz; Um avô do trocista em que se achava. Mas esta co. Ficou-se assim sabendo que o<br />
cas e revolucionarias, os que o acom- poeta, Bartholomeu do Quental, por tendencia para o engano ou logro é sr. João Franco tinha hymno, mas<br />
panharam como admiradores sinceros Joaquim de Vasconcellos ; No tumulo também revelada por uma narrativa<br />
até ao seu ultimo momento, para con- de Anthero, (quadra), por Jão di' D^us;<br />
não se sabia se era só de musica<br />
do seu fervoroso amigo Alberto Samtribuírem<br />
para este padrão In Memo O Brazão dos Quentaes e Esboço geneapaio, que o acompanhou na viagem a ou se também tinha lettra.<br />
riam com estudos críticos sobre a sua lógico, por Ernusto do Canto; Ensaio de Paris; conta elle que Anthero do Quen-<br />
vida e os vários aspectos do seu ta- Bibliographia Antheriana, por Joaquim<br />
Um esquecimento imperdoável do<br />
tal fôra visitar o grande historiador<br />
lento. Que bello livro seria este, e bem de Araujo.<br />
Michelet, apresentando-se como um correspondente do Século, que fe-<br />
merecido por Anthero do Quental, se<br />
o pensamento originário fosse realiza- Seguem-se a todos estes devaneios dos descendentes dos reis das Canarias, lizmente acaba de ser remediado.<br />
da! Infelizmente a homenagem ao ge- e estudos as vinte e cinco encantado- um Bettencourt, que ia cumprir a misnial<br />
poeta, longe de consagrar-lhe a ras cartas de Anthero do Quental.<br />
são de lhe offerecer em nome do seu Eis como o nosso prezado colle-<br />
memoria, deprime-a pela inconsciência Pondo de parte três ou quatro des-<br />
auctor um exemplar das Odes moderga O Commercio de Fortugal narra<br />
com que alguns amigos se comprazem tes trabalhos que emprestam verdanas<br />
por Anthero do Quental. Michelet o caso e os cotnmentarios que faz:<br />
em descrever situações menos louvádeiros subsídios para o conhecimento<br />
recebeu o pseudo Bettencourt com a<br />
veis de Anthero, ou pondo em eviden- da individualidade de Anthero, os ou<br />
sua ingenita bondade, ouviu lêr tra- «O hymno do sr. João Franco,<br />
cia o seu estado pathologico de vesa tros são prosas estylicas, em que os<br />
duzidas para francês algumas compo- que nestes últimos dias tem ensur-<br />
nia mental, de que foi victima. seus auctores mais ou menos se collosições<br />
do livro, e deu ao visitante uma<br />
cam em fóco a pretexto do degraçado<br />
lacónica carta de agradecimento para decido as bemaventuradas multi-<br />
Quanto ao influxo sympathico, tão poeta.<br />
Anthero do Quental. Transcrevemos o dões de Figueiró dos Vinhos, con-<br />
natural e tão simples de conservação<br />
proprio trecho: «Apoz três mêses de<br />
e de repassar todo esse livro, está Começa um: «Uns três dias antes<br />
junctamente com o hymno da Car-<br />
descanço em Sant'Anna (ilha de S. Mi-<br />
substituído por uma atmosphera de de eu e Oliveira Martins o acompanharguel) voltou de novo a Paris. Nesta ta.. . violada pelo mesmo sr. João<br />
odio por alguns escriptores que se sermos a bordo e lhe darmos o ultimo segunda jornada visitou Michelet, apre- Franco,—também tem lettra, ou<br />
viram d'aquelle pedestal para d'alli de abraço, Autliero estivera em minha sentando-se sob o pseudonymo de Bet-<br />
traz do vulto trágico e compassivo de casa desde cerca das 2 horas até detencourt, corno incumbido pelo autor lôa. Hymno sem lôanão secompre-<br />
Anthero do Quental atirarem a sua pepois das 4 da ta.de. Vinha dizer-me das Odes modernas de lhe offerecer um hendia, tratando-se d'um estadista<br />
drada traiçoeira a um ou outro tran adeus mais demorado que das outras exemplar. Leu-lhe e traduziu-lhe al-<br />
seunte por este arraial das lettras por- vezes.<br />
guns trechos; e o genéfral historiador<br />
do Alcaide.<br />
tuguèsas. Vejamos como se originou a «Reclinado em posição quasi hon- francês entregou-lhe uma carta para A lettra do hymno foi descober-<br />
idéa d'este juizo.<br />
sontal na camilha da minha bibliothtca, elle transmittir ao seu amigo.» (In. ta pela Vanguarda. E tudo quanto<br />
Na Revista de Portugal, da casa edi- olhou em roda, atteutamente, para os Mem. p. 18).<br />
torial Lugan, do Porto, publicou An livros das estantes e da minha mesa<br />
no genero se conhece de mais su-<br />
thero do Quental uma série de artigos de trabalho, e perguntou-me que opi- Para que aT.hivar eslas duas pequeblime e também de mais enterne-<br />
com o titulo Tendencias geraes da Phi nião tinha eu das obras de Rhys D-tnas coisas, que não deixam um indi-<br />
losopia na segunda metade do século vids.» Por este insistente persoualismo viduo em boa luz? 0 livro abunda em cedor. Ora vejam:<br />
XIX; eram redactores d'essa revista vê-se logo que se tem em frente um narrativas assim insignificantes, dando<br />
Voz<br />
Eça de Queiroz, Luiz de Magalhães e pedante; procure-se o exame eacha-se<br />
todo o relevo a destemperos da moci-<br />
Jayme de Magalhães Lima, amigos e o do celebre sanskritologo—escrivão,<br />
dade, e ao prolongamento d'esta além Viva, viva o sr. João Franco<br />
admiradores de Anthero. Quando con- que além de assoalhar ahi a sua per-<br />
do seu tempo. Quando se trata de ag- Estadista sem rival;<br />
stou a desoladora noticia do suicídio sonalidade cómica, ainda joga á surglomerar<br />
factos positivos para funda- Com suas nobres medidas<br />
do poeta, em 11 de setembro de 1891, relfa a sua pedrada aos que bem comentar<br />
a gloria de Anthero, apenas ha<br />
em Ponta Delgada, na ilha de S. Mi-<br />
pyrotechnia de estylo e elegias sobre E maior que o marquês de Pombal.<br />
nhecem toda a sua inanidade.<br />
guel, annunciaram a publicação de um<br />
esperanças decepadas. Neste ponto o<br />
A nota odiosa sujou o livro que de-<br />
Coro<br />
numero da Revista de Portugal consa<br />
estudo de Marianno Machado sobre a<br />
vèra ser sympathico; esta, porem, é<br />
grado exclusivamente á memoria do<br />
capacidade philosophica de Anthero é Viva o nobre ministro<br />
propositada e bastava considera la co-<br />
seu collaborador.<br />
cheio de verdade: «Era assim, que Salvador d'esta nação<br />
mo um abuso passando adiante. Ila<br />
desde 1866 a 1868 estudara muito...<br />
Por circumstancias inherentes ao nos- outras de deplorável effeito, nas nar-<br />
Viva el-rei D. Carlos<br />
a mathemathica e philosophia de Auso<br />
meio litterario, a Revista de Porturativas dos mais sinceros amigos de gustojComte, encontrou ellé num intran-<br />
Viva a santa religião !<br />
gal interrompeu a sua publicação, res- Anthero; com certeza não as escrevesigente positivista. Ê claro que um<br />
ponsabilizando-se o honrado editor a ram para produzirem a impressão de-<br />
Pôde dormir tranquillamente o<br />
intransigente positivisia não podia con<br />
cumprir a promessa feita, prestandoprimente que deixam em quem lê Quan cordar cnm a orientação politica e phi- governo. Quando se possue a adhese<br />
a mandar imprimir em livro a pro- do Anthero do Quental estabeleceu por losophica de Anthero, então intransisão dos oito chapéos altos de Alcojectada<br />
homenagem anuunciada em algum tempo em Lisboa a sua resigente rnetaphysieo Elle esqueceu em<br />
1891. Pouco depois o proprietário da dência, junto com Batalha Reis, agrubaça,<br />
a confiança da commissão da<br />
um momento infeliz o que devia ao<br />
casa editora M. Mathieu Lugan traspou-se em volta d'elle uma pequena seu nome, classificando de banalidade Porcalhota, e as lôas de Figueiró,<br />
passou-a, mas cavalheirosamente man- Buhemia de rapazes intelligentes e es- francesa os trabalhos de Comte, um<br />
teve a sua palavra concorrendo com<br />
é porque o seu mérito é grande, e<br />
pirituosos, que viviam em troça per- dos maiores génios de que a humani-<br />
todas as despêsas para que a obra manente. Philosophava-se, discutia-se. dade se orgulha, e que merece com a nação está realmente salva.<br />
viesse a lume. Lucrou o plano do livro, improvisava-se, com um oiticismo va- justiça, segundo Stuart Mill, ser consi- Só lhe falta o concurso jornalís-<br />
alargando-se por fórma a tornar-se, se gabundo mas esterilizanle. Luciano derado superior a Descai tese Leibnitz,<br />
gundo o empenho de Eça de Queiroz Cordeiro, que então apparecera nas por ter manifestado uma potencia intico do sr. conde de Paçô Vieira.<br />
— «o depoimento dos amigos de An- lettras e manifestava o seu pnthusiastellectual igual á d'estes, em uma edade Mas este é certo. Não tarda oito<br />
thero perante a historia.» Eis a causa mo critico nos folhetins da Revo ução avançada do saber humano.<br />
da gestação de seis annos, que tanto<br />
dias.»<br />
de Setembro, quiz assistir ás discus-<br />
levou a elaboração do livro. Oxalá que sões d'essa reuoião, a que deram o «Pôde não reconhecer-se nos escri- Era o que faltava ao sr. João<br />
os meus amigos me não submettam nome de Cenáculo, para ser iniciado ptos philosophicos de Anthero os traços<br />
nunca a um tão ingénuo inquérito;<br />
Franco. O grande estadista, a ener-<br />
por Anthero na Metaphysica. Com toda geraes e preciósos de um systema phi-<br />
porque nada ha mais deplorável do<br />
a sinceridade da sua crença na supelosophico, perfeito, mas o que não é gia personificada, o dictador sem<br />
que a inconsciência que se faz passar<br />
rioridade mental de Anthero, era fácil justo contestar-lhe é a originalidade da rival, mettido a ridículo I<br />
por sinceridade. O livro In Memoriam<br />
abusar d'elle; Anthero começou pír sua argumentação, a sua subtileza...»<br />
foi coordenado por Luiz de Magalhães<br />
Que voltas o mundo dá!<br />
fazer-lhe a revelação de um extraordi- (In. Mem., pag. 436.)—-«Pareceu-me,<br />
e Jayme de Magalhães Lima; pouco innário<br />
poeta cossaco, ainda desconhe- e ainda me parece, uma illusão sympaformados<br />
dos antecedentes de Anthero,<br />
deixaram penetrar nesse livro incido<br />
em Portugal chamado Ulurus, do thica a sua aspiração ardente de deduzir<br />
Consorcio<br />
dividuos que hostilizaram Anthero, ou<br />
qual expôs os mais arrojados pensa- de um novo Budhismo, um conheci-<br />
que nunca tiveram a sua intimidade,<br />
mentos. Luciano Cordeiro acreditou na mento mais fundo das coisas e um ideal Teve hoje lugar na egreja de S.<br />
que hoje affectam; e admittiram narra-<br />
individualidade de Ulurus, e isto em de orientação de sentimento humano, João d'Almedina, o consorcio da ex.<br />
tivas banaes que não engrandecem o nada deslustra a nobre confiança que cuja lei suprema é ou deve ser o bem.»<br />
espirito d'aquelle a quem se presta a elle tributava a um espirito dirigente (tb.) Destacasse do livro como peça<br />
apotheose. Consta o livro In Memoriam que se chamou Porta-estandarte das capital o estudo do dr. Sousa Martins<br />
dos seguintes artigos i<br />
idéas modernas em Portugal. Cahiu Nosographia de Anthero, estudo magis-<br />
Luciano Cordeiro na leviandade de fatral de psychologia mórbida, sobre uma<br />
Anthero do Quental (recordações), por lar em um folhetim que reimprimiu individualidade cujos antepassados são<br />
Alberto Sampaio ; 0 tédio doloroso, Za- no seu Livro de Critica, no tal poeta bem conhecidos, e cujos actos pessoaes<br />
breu, sanskritologo, escrivão da Boa Ulurus. Imagine-se a troça que lhe fi- foram muito accentuadosj chega»se á<br />
Hora; A constituição poética de Anthero zeram os do Cenáculo/ e cora certeia conclusão demonstrada que o poeta<br />
ma<br />
sr. a D. Maria Ludovina de Meirelles e<br />
Vasconcellos, (Ilha do nosso amigo o<br />
sr. Gonçalo Christovâo de Meirelles com<br />
o sr. dr. Abilio Moreira e Aranha Furtado<br />
de Mendonça.<br />
As delicadas qualidades de espirito<br />
e primores de educação da uoiva asseguram<br />
a este enlace a felicidade qus<br />
desejamos,
«A Vanguarda»<br />
Reappareceu ante-hontem este<br />
nosso valente collega que, em virtude<br />
de sentença judicial, havia<br />
sido suspenso.<br />
Transcrevemos do Jornal do Commercio,<br />
do Rio de Janeiro, a carta em<br />
que o nosso eminente publicista dr.<br />
Theophilo Braga aprecia o livro In memoriam.<br />
É, por mais d'um motivo,<br />
muito interessante, e talvez origine<br />
uma discussão mais interessante ainda<br />
Informa um jornal monarchico<br />
que entre o sr. João Franco e o rei<br />
houvera violenta altercação. Quem<br />
sabe se ao nevrotico ministro do<br />
reino estará reservada a triste sorte<br />
de a monarchia desconhecer os bons<br />
serviços que lhe tem prestado e de<br />
prescindir dos que, de futuro, lhe<br />
offereça.<br />
Muito sentiremos, se tal succeder.<br />
Diz-se que a estação central de<br />
S. Bento no Porto será aberta em<br />
outubro proximo, construindo-se<br />
para isso barracões provisorios de<br />
madeira.<br />
Acabam de nos mostraras acções<br />
da Companhia do Matadouro.<br />
O arranjo typographico é sensato<br />
e simples, muito agradavel, sem a<br />
eslurdia de grandes pretensões.<br />
São impressas a duas côres, d'uma<br />
intensidade bem calculada e suave.<br />
Apreciamos merecidamentea perfeição<br />
d'este trabalho, porque repre-<br />
senta os esforços louváveis e o<br />
adeantamento da Typographia Operaria,<br />
onde foi executado.<br />
Perfis Contemporâneos<br />
Recebemos e agradecemos os n. os<br />
23 e 24 (2. a série) d'esta importante<br />
revista quinzenal, que são consagrados<br />
aos gloriosos feitos das nossas ar<br />
mas na ultima campanha de Moçambique<br />
e tem as seguintes illustrações,<br />
que são primorosas:<br />
Retratos do coronel Galhardo e do<br />
major Mousinho de Albuquerque; batalha<br />
de Coolella; aprisionamento do<br />
Gurigunhana, a figura da Patria, aguarella<br />
de Roque Ramiro; retratos dos<br />
heroes da campanha e do rei, Antonio<br />
Ermes, Pimentel Pinto, Jacintho Candido,<br />
Neves Ferreira e Ferreira d'Almeida.<br />
A parte litteraria é dos srs. Ferreira<br />
do Amara), Marianno de Carvalho e<br />
Antonio de Catnpos Júnior.<br />
37 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Ã0 DáS GALÉS<br />
XXIV<br />
Extraordinaria audiência<br />
«0 procurador já vos contou detalhadamente<br />
tudo o que se passou em<br />
casa de Koellen; quiz convencer-vos de<br />
que foi elle quem descobriu o crime.<br />
Os cocheiros, os mesmos que depois<br />
acharam a mala mais pesada, não reconhecem<br />
os homens que a transportaram.<br />
Elle tudo soube... e, etn vista<br />
de tão estulta vaidade, não me édifflcil,<br />
senhor advogado geral, provar que<br />
o sr. procurador é um asno.»<br />
— Accusado, disse o presidente, já<br />
vos admoestei, e, se continuaes a ser<br />
tão incorrecto, retiro-vos a palavra.<br />
«Sigamos, poisl, continuou Gérin,<br />
Dio ha de haver razão para tal! Eu<br />
estou em maré de confissões. Sabeis<br />
perfeitamente que ninguém me obriga<br />
a fallar, e eu creio bem que tereis todo<br />
0 interesse em que eu falle. Mas se me<br />
tortaes a interromper nada mais direi.<br />
Agrada-vos assim ?<br />
^Roubei o usurário Koellen ? Que ha<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
«Cartilha do Povo»<br />
O nosso collega O Intransigente, de<br />
Vianna, vae publicar num numero especial<br />
a CartHha do Povo do dr. José<br />
Falcão.<br />
O producto da venda d'este numero<br />
reverterá em favor das victimas do 31<br />
de janeiro.<br />
Brindem t — Um retraio a oleo do assignante,<br />
e um outro em carta-album. Um livro<br />
de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />
de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 mezes<br />
e 3 mezes respectivamente.<br />
COLLEGIO ACADÉMICO<br />
DIRECTOR—JOSÉ FALCÃO RIBEIRO<br />
Rua dos Coutinhos, 27 — COIMBRA<br />
Abaixo publicamos a relação dos alumnos d'este collegio que no findo anno lectivo fizeram exame<br />
ou passaram por média.<br />
Começou a ser distribuído o ca-<br />
Apezar de ser este o primeiro anno de existencia do Collegio Académico e de o anno passado só<br />
talogo da livraria que pertenceu ao muito tarde termos podido annunciar a abertura delle, temos a registar uma frequencia sem dúvida<br />
marquês de Vallada e que vae ser extraordinaria, e tanto mais quanto é grande o número de collegios de ha muito acreditados nesta cidade.<br />
vendida em leilão.<br />
Isto, certamente devido ao valor dos illustres professores que se dignaram honrar-nos com a sua camaradagem<br />
e que no futuro anno, com excepção dos que se acham no magistério secundário official, continuarão<br />
a ser professores do Collegio Académico, obriga-nos a collocar este estabelecimento de ensino nas condi-<br />
Bibliographia<br />
ções exigidas aos mais completos institutos d'esta ordem. Nisso temos trabalhado activamente e em breve<br />
annunciaremos as condições de internato, organização e pessoal de ensino em que vae funccionar o Collegio<br />
Reeebemos os números VI e VII do Instituto,<br />
correspondentes aos mêses de junho e Académico no proximo futuro anno lectivo.<br />
julho lindo, cujo summario é o seguinte:<br />
Desde já enviaremos, a quem no-las requisitar, quaesquer informações e tomaremos quaesquer encar-<br />
Alejandra Herculano de Carvalho, D. Antogos<br />
relativos á matricula tanto no collegio como no Lyceu, podendo os alumnos que frequentem o Lyceu<br />
aproveitar o internato do collegio, onde terão quem lhes explique as lições e os acompanhe á ida para as<br />
aulas e á volta. Os que porém por qualquer motivo preferirem o ensino particular terão no collegio todas<br />
as aulas tanto da antiga como da nova reforma, para as quaes, bem como para as de ensino primário e<br />
commercial, o collegio tem pessoal que satisfará ainda aos mais exigentes. 0 ensino, incluindo o das linguas,<br />
será em tudo moldado pelo do Lyceu.<br />
Eis a relação dos alumnos approvados ou que tiveram média no anno lectivo findo:<br />
nio Sanchez .Vloguel.— Rodrigues de Freitas,<br />
Bernardino Machado. — Arthur Loiseau, Bernardino<br />
Machado.—O professor Huxley, J. C.<br />
Berkeley Coller.—Memorias de Castilho, Julio<br />
de Castilho. —Os portuguéses e o gentio, Sousa<br />
Viterbo. — Memoria e estudo chymieo sobre<br />
as aguas mineraes e potáveis de Moledo, A. J.<br />
Ferreira da Silva. — A educação nova em Hespanha,<br />
Bernardino Machado.—Congresso pedagógico<br />
h^pano-português-americano e exposição<br />
pedagógica portuguêsa em Madrid, Bern<br />
rdino Machado. — Las vacaciones, Francisco Instrueção primaria<br />
Giner. — Um benemerito da archeologia, D.<br />
Francisco Gomes de Avellar, pelo conservador<br />
Affonso Botelho d'A. Leitão<br />
Monsenhor Conego J. M. Pereira Botto. — Dis-<br />
Agostinho Mourão de Campos<br />
curso proferido, ao inaugurar-se a exposição<br />
Alfredo Gomes<br />
eabigraphica celebrada no Atheneu Commer- Angelo Irnenes Lima (interno)<br />
cial de Coimbra. Bernardino Machado.—Livro Antonio Augusto Coelho<br />
das obpdiencias dos geraes (continuação).— Antonio Malva dos Santos<br />
Notas d'uin pae, Bernardino Machado. — A Antonio MeyreINs Garrido<br />
Critica do Manual das acções possessórias e Antonio Fernando Paceau<br />
seu processo, Antonio Leite Ribeiro de Maga- Antonio Simões de Carvalho (interno)<br />
lhães.—Cimelia biblion, A. F. Birata. Armando Cimpos Pinto<br />
Augusto Máximo de Figueiredo<br />
Henrique Pereira de Carvalho (interno)<br />
Joaquim Gomes<br />
J >sé Antonio de Sousa<br />
José Maria Pereira (interno)<br />
Revue des lournaux José de Sousa Gama<br />
Julio Cesar d'Andrade Freire<br />
et des Livres Luciano Fernandes Falcão<br />
Manuel Aftonso Simões<br />
Manuel Marques dos Sanlos<br />
12.° anno<br />
Oscar Cabral de Vasconcellos (interno).<br />
Três d'estes aluirmos só frequentaram o<br />
Recommendando aos nossos leitores esta ullimo mês. Por circumstancias diversas não<br />
excellente revista hebdomadaria, prestamos- fizeram exame mais cinco que estavam habi-<br />
Ihe com certeza uma indicação importantíssilitados.ma, porque esta publicação é a mais curiosa e<br />
amais interessante da nossa epocha. Reproduz, l.<br />
em cada domingo o que de mais notável aparece<br />
duarute a semana em jornaes e livros:—<br />
Artigos de sensação, Noticias, Contos, Chronicas,<br />
Actualidades, Curiosidades «cientificas, Conhecimentos<br />
úteis, Romances, etc., etc., bem como<br />
numerosas gravuras da actualidade: retratos,<br />
acontecimentos do dia etc.<br />
Em folhetos publica a Hevista dois romances<br />
de um alto interesse emocionante,<br />
como todos os que tem publicado a Uevista<br />
e que têm sido acolhidos paio publico com o<br />
maior favor.<br />
A collecção dos 10 primeiros annos da<br />
Kevue de»
Machina de costura<br />
16Weade-se uma para al-<br />
V faiate ou costureira Memoria,<br />
Está em muito bom uso e<br />
vende-se em conta.<br />
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do Marmeleiro, n.° 12, Coimbra.<br />
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Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
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da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
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da Silva, rua Ferreira<br />
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domingos consultas ás mesmas<br />
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Diniz, e na sua ausência com o<br />
ill." à sh Antonio Gonçalves Barreira,<br />
ha rua do Visconde da<br />
Luz, na casa do fallecido ill. mo<br />
sr. Borges.<br />
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Abertura do do estabelecimento estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
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O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a5. classe; duas salas<br />
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Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: bm Lisboa: rua do Alecrim, n. 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. - Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125. „ , „ no<br />
O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
V E N D A<br />
Vende-se em COZELHAS<br />
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se compõe de casas de habitação,<br />
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ficar com a importancia ajustada,<br />
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poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
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Marques Mósca, solicitador, rua<br />
do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
Castanheira, largo da Portagem,<br />
Coimbra.<br />
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Os leiture.» ila ItlilVIS-<br />
TA, além do texto, compivhendendo<br />
o original de perto<br />
de 90 paginas em 8.°, têm uru<br />
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Martins de Carvalho, n.° 4.<br />
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33»<br />
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v no districto de Coimbra.<br />
Esclarecimentos ao sr. Adelino<br />
Saraiva, Pharrracia da Misericórdia—<br />
Coimbra.<br />
tf<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
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^50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz,<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103
*N.° 167 COIMBRA—Quinta feira, 24 de setembro de 1896 2? ANNO<br />
Monumentos nacionaes<br />
EM PENDRIA M M G ^ R Z Í & F :<br />
Goradas as negociações para o<br />
emprestimo dos 9:000 contos no<br />
extrangeiro, resolveu o governo realizá-lo<br />
no país. Ém circulares dirigidas<br />
aos directores de estabelecimentos<br />
bancarios, annuncia-se que<br />
se recebem propostas até 1 d'outubro<br />
para a emissão das cem mil<br />
obrigações dos tabacos. Para que<br />
as propostas sejam acceitas, não se<br />
exige que os proponentes se responsabilisem<br />
pela totalidade do emprestimo;<br />
basta que tomem firmes<br />
3:000 contos de réis.<br />
Necessita o governo dos 9:000<br />
contos; mas,- quando lhe não seja<br />
possível obtê-los, 3:000 também<br />
servem. Satisfará assim alguns compromissos,<br />
cuja solução é inadiavel,<br />
tornando possível a sua permanência<br />
no poder por mais alguns mêses.<br />
Conseguido isto, pouco importa<br />
que o credito público soffra mais um<br />
formidável abalo pela confirmação<br />
de que não ha quem empreste dinheiro<br />
ao governo, até sobre obrigações<br />
que têm garantia especial.<br />
Nunca o actual governo, durante a<br />
sua já longa dicladura, attendcu a<br />
taes futilidades, e tudo denuncia<br />
que elle pretende dar mostras de<br />
espirito forte, morrendo impenitente.<br />
Proseguindo a esteira dos que o<br />
precederam no criminoso esbanjamento<br />
e immoral desperdício dos<br />
rendimentos do país, os ministros<br />
favoritos do rei, para obterem recursos,<br />
acabam de inaugurar um<br />
systema novo. As circulares, que a<br />
besbilhotice da imprensa tornou públicas,<br />
são assim como cartas d'um<br />
pobre envergonhado. O governo precisa<br />
de dinheiro, 9:000 contos faziam-lhe<br />
muilo geito; mas talvez<br />
que o emprestimo d'essa quantia<br />
cause transtorno aos amigos portuguéses<br />
a quem recorre, porque os<br />
reis da finança no extrangeiro lhe<br />
voltaram as costas. Não ousa por<br />
isso pedir tanto. Dêem-lhe alguma<br />
coisa, o que podér ser, que elle lá<br />
se arranjará.<br />
Como não*é muito exigente, algum<br />
amigo satisfará o seu pedido.<br />
O governo receberá os 3:000<br />
contos, tendo assim um allivio momentâneo<br />
nas atlribulações porque<br />
está passando.<br />
O país é que, além do novo encargo<br />
a que v O desmentido da Tarde ao que<br />
o Século affirmou, é tnais uma pro-<br />
rapazio, que não deixou<br />
único vidro!<br />
intacto um<br />
negociações que para esse fim enva da sua seriedade e do conceito<br />
O orgão e outras peças de talha valiosa<br />
já foram transferidas para a prócetou,<br />
que vem pedir aos banquei- que fórma do público. As negocia- 4 EGREJA DA VARZEA EH ALENQUER<br />
xima egreja de Triana. Entramos na<br />
ros portuguéses a totalidade ou uma ções para o emprestimo no extran-<br />
Um dos monumentos mais preciosos sacristia... um'horror! Em algumas<br />
parte d'esse emprestimo, não tendo geiro não déram resultado.<br />
do país está em risco imminente de gavetas dos sólidos arcazes de casta-<br />
duvida em recorrer a um expedien- Disse o Século e nós repetimo-lo, se converter,miro montão, de minas. nho montes de paramentos de seda e<br />
te que revela o seu descredito. affirmando que isso é uma vergonha Na capella-mór da egreja de Nossa Se- damasco, semi pôdre, cheios de traça,<br />
para o país cujo descrédito, devido nhora da Varzea jaz sepultado Damião um formigueiro no meio de velhos mis-<br />
x<br />
de Goes, o illustre chronista do reinasaes e de fragmentos de antigas ima-<br />
á politica monarchica, acaba de ser<br />
do de el-rei D. Manoel.<br />
gens de madeira. Havia mêses, talvez<br />
Ha quem affirme que não deve confirmado pelo proprio governo, Mais algumas semanas de desleixo,<br />
annos que nieguem perturbára com<br />
a imprensa tornar públicos taes fa- e intendemos que cumprimos assim e, entrado o inverno, veremos oscil-<br />
mão curiosa a acção destruidora dos<br />
ctos, porque não é o governo mas o nosso dever.<br />
lar e ruir as quatro paredes esburaca-<br />
vermes.<br />
das, que já vergam sob o peso dos te- Pobre Damião de Goes! Foi esta a<br />
a nação que se desacredita. Se o<br />
lhados desmantellados.<br />
egreja que tu encheste de dádivas va-<br />
extrangeiro recusou o emprestimo, Fala-se em que vae ser nomeada Mais algumas semanas e a historia liosas, de quadros preciosos, de finas<br />
dizem, não foi ao governo, mas ao uma nova fornada de pares. Sendo contemporânea terá de inscrever uma esculpturas, de tecidos raros, de pri-<br />
país. Occulte-se, portanto, o facto, certo, como affirmam pessoas que nova vergonha nacional nos seus anmores de ourivesaria! Neila concen-<br />
que é uma vergonha para todos<br />
suppomos bem informadas, que naes.traste<br />
o teu affecto; alli procuraste o<br />
o actual governo tem os seus dias As ruinas ficarão, pois, a cobrir tam-<br />
ultimo repouso, depois de haveres de-<br />
nós.<br />
contados, não devendo arrastar a bém lastimosamente os venerandos resdicado<br />
ao rei e á patria cincoenta an-<br />
Não pensamos assim.<br />
sua miserável existencia além do tos de um dos filhos mais illustres de<br />
nos de serviços incomparáveis, pagos<br />
O país, se alguma responsabili- fim do corrente anno, a nova forna- Portugal, no proprio anno em que a<br />
com um processo inquisitorial, iniquo,<br />
da, a dar-.se, será um meio original nação convidava portuguéses e extran-<br />
monstruoso, aos 72 annos de edade!<br />
dade tem no descredito que dire-<br />
de fazer testamento.<br />
geiros a celebrarem o anniversario do<br />
Neila depositaste finalmente os restos<br />
ctamente fere o governo, é por ter O rei irá conceder a um governo descobrimento do caminho maritimo<br />
da consorte, D. Joanna de Hargen, da<br />
tolerado, numa criminosa indiffe- moribundo elementos para fazer para a índia!<br />
illustre casa dos condes de Hargenberg,<br />
de Horne e de Monforte.<br />
rença, os desvarios e esbanjamen- opposição no parlamento! O que O grande historiador que traçou matos<br />
d'uma monarchia perdida, que<br />
não nos causará surprêsa nem a gistralmente o quadro das gloriosas Do lado do Evangelho, fronteiro á<br />
minima commoção.<br />
emprêsas do Oriente, que folheou os lapide latina, a que nos referimos, vê-<br />
parece apostada a arrastá-lo na sua Assumplos são ess'es que, dire- annaes da índia na Torre do Tombo, se o escudo da preclara senhora, ao<br />
quéda. Necessaria, como é, para ctamente, só podem interessar á como guarda-mór e chronista do rei- lado das armas dos Goes, dentro de<br />
que o credito público se restabele- politica monarchica. Nós simplesno, com insana paciência, superior cri- um retábulo do estylo da Renascença<br />
ça, uma radical transformação nas<br />
mente alludimos a elles para que tério e incorruptível penna, não terá primorosamente esculpido em már-<br />
'se,veja a que estado chegou o actual encontrado na patria uma mão protemore. instituições politicas, á imprensa regimen politico.<br />
ctora e caridosa, que lhe salve a mo- Na egreja ainda ha outros objectos:<br />
independente, a todos aquelles que<br />
desta sepultura 1<br />
quadros, azulejos, obra de talha, fra-<br />
para essa transformação podem<br />
Vae em dezenove annos que estivegmentos de esculpturas com datas e<br />
A viagem do czar; uma aventura mos pela primeira vez em Alemquer. inscripções, que merecem ser recolhi-<br />
cooperar efficazmente, corre o rigo-<br />
Não era então ainda a villa industrial, dos num pequeno muzeu local. Felizroso<br />
dever de elucidar o país sobre O czar, que é amador enlhusiasta<br />
activa e próspera que hoje satida o mente, a memória do illustre chronista<br />
de bicycletas, teve ultimamente uma<br />
a miserável situação em que se en-<br />
visitante com o rumor das suas fabri- ainda é respeitada por um pequeno<br />
curiosa aventura.<br />
contra.cas,<br />
azenhas e lagares. Parecia viver grupo de patriotas de Alemquer. Cona-<br />
Ao dar um passeio em bicycleta<br />
ainda um pouco das recordações glotituiu-se alli em outubro do anno findo<br />
Não nos illudamos.<br />
pelos arredores do castello de Bernsriosas<br />
da sua historia, a que está in- uma commissão que promove a res-<br />
Não é occultando as vergonhas torf, como passasse adeante dos<br />
dissoluvelmente ligado o nome do seu tauração da egreja da Varzea.<br />
companheiros, os príncipes Valde-<br />
por que um governo de ineptos e<br />
filho mais illustre.<br />
Figuram nella os cavalheiros mais<br />
mar e Christiano, perdeu-se em um<br />
de imbecis faz passar o país, qun bosque, onde encontrou um des- O nosso primeiro caminho foi â egre- distinctos da localidade, e com prazer<br />
este readquirirá o seu crédito no conhecido ao qual perguntou em ja da Varzea, onde prestamos homena- vêmos a digna classe ecclesiastica<br />
extrangeiro e que se melhorarão as dinamarquês que caminho devia gem â sepultura de Damião de Goes, excellentemente representada, assim<br />
seguir.<br />
Se bem que pobre e já um tanto ntla como alguns dos actuaes representah-<br />
condições da administração pública<br />
de adornos, o seu estado de consertes da illustre familia Goes.<br />
Grande foi o espanto do czar ao<br />
e a situação do thesouro. Pelo convação<br />
não era o actual, de completo e Não conhecemos os projectos de<br />
ouvir o desconhecido responder-lhe<br />
cruel abandono. Ainda alli havia cul- restauração do sr. Victor Bastos, protrario,<br />
é de toda a conveniência que em russo. Interrogado, Nicolau II<br />
to, vigilancia e alguma limpèsa. fessor da eschola industrial de Alem-<br />
o país saiba o precipício onde a soube que o desconhecido não era<br />
mais que um agente de policia russo, A lapide commemorativa, com insquer,<br />
se não por algumas noticias do<br />
monarchia o lançou, para que pro-<br />
encarregado de velar pela segurança cripção latina, havia perdido já um<br />
periodico local Damião de Goes, que<br />
cure sair d'elle, se ainda o podér pessoal do imperador.<br />
um adorno precioso, a cabeça do il-<br />
tem advogado a causa, que patrocina-<br />
conseguir.<br />
lustre eseriptor, esculpida em vulto no<br />
mos, com uma dedicação e interesse<br />
Diz-se que o czar não ficou satis-<br />
frontão que remata o lettreiro.<br />
excepcionaes.<br />
O governo não pôde contrahir no feito com a vigilancia de que é<br />
Descoberta essa reliquia da Arte, por Parece-nos, salvo melhor juizo, que<br />
objecto. Apesar d'isso, essa vigi-<br />
extrangeiro um emprestimo de 9000<br />
nós, com algum custo, a um canto da o mais urgente é obter-se um pequeuo<br />
lancia continuar-se-ha na Inglaterra<br />
contos. Assim o noticiou o Século,<br />
egreja, conseguimos que passadas al- subsidio, suíBciente para concertar os<br />
e também em França.<br />
gumas semanas fosse reposta no seu telhados, as vidraças e as portas, isto<br />
o orgão melhor informado da im<br />
logar, no que nos ajudou efficazmente é, fazer obras de conservação urgen-<br />
prensa governamental, e desneces Ítíformam algums jornaes que o presidente da Associação dos Archi tíssimas. Isto é fácil, e não admitte<br />
sario era que elle o dissésse desde ainda não receberam as pensões de tectos e Arcbeologos Portuguèges, o dilatação.<br />
que se sabia que o governo tinha sangue a que têm direito, as famí- nosso fallecido amigo J. P. Narciso da A reconstrucção do templo ou a sua<br />
lias dos militares mortos em Timor Silva.<br />
transformação, conservando-se apenas<br />
recorrido aos banqueiros portugué-<br />
no massacre de 7 de setembro de Dêmos então conta da descoberta e a capella-mór do illustre chronista como<br />
ses,<br />
1895, exceptuando a viuva do ca- da Visita á histórica egreja na Actua- núcleo do futuro edificio, é problema<br />
Dada a situação da praça de pitão Camara.<br />
lidade de 2 e 3 de outubro de 1879 que precisa ser examinado com todo o<br />
Lisboa e do Porto, no regimen de O nosso prezado collega A Voz (Folhetins: A Cabeça de Damião de Goes). cuidado, sob o ponto de vista da arte<br />
Publica, com menta:<br />
circulação fiduciaria em que nos<br />
Voltamos lá em devota romagem ha<br />
e das tradições históricas, não fallando<br />
iTodavia, ha dinheiro para todas alguns mêses. Que triste contraste I<br />
na questão dos meios. Estamos con-<br />
encontramos, seria considerar o go- as bambochatas, e os princezas, reis Telhados desmantellados, abertos por<br />
vencidos que uma quinta parte da<br />
verno ainda muito mais inepto do e rainhas, imperadores e imperatri- mil partes á Invasão das aguas; o tecto<br />
quantia orçada para essa transformação<br />
que o suppomos crêr que pretendezes de todas as Europias, estão já apainelado de castanho, desconjuncta-<br />
bastaria para conservar com critério e<br />
ae ficar sujeito, passa ria realizar o emprestimo no país<br />
convidados para o grande congresdo, vergando sob o peso de telhas<br />
com toda a segurança o venerando<br />
so das lestas coroadas em Lisboa, quebradas, cal e pedras soltas J pare-<br />
monumento, que tem uma physionomia<br />
pelo gravíssimo vexame de nâo ha- antes de tentar levá-lo a effeito no por occasião do centenário da índia. des fendidas, janellas sem grades, de-<br />
própria, consagrada por três séculos.<br />
yer quem lhe empreste no extran- extrangeiro,<br />
Registe-se e passe-se adeante,» nunciando as vidraças o tiroteio do<br />
Joaquim de Vasconcello*,
Carta de Lisboa<br />
RESISTENCIA—Quinta feira, 24 de setembro de 1896<br />
Litteratura e Arte<br />
Lisboa, 22 de setembro.<br />
ceiasse mentir ás minhas primaveras,<br />
dizia que me tem feito velho.<br />
Mas como tal seria mentir ás<br />
primaveras juvenis—já o disse—<br />
Nesta epocha é difficil escrever preferi, em vez de envelhecer, fazer-<br />
cartas politicas, porque não ha cm me ainda mais novo.<br />
Lisboa vida politica.<br />
Que na força da vida é que o<br />
Bem sei que, em todos os mo- pulso está rijo para ajustar o marmentos,<br />
ha motivo para fallar da melleiro no dorso dos imbecis que<br />
monarchia e que, os assumptos, nem por isso desmerecem na venem<br />
por menos evidentes aos olhos Ihacaria.<br />
da maioria, não faltam e bem gra-<br />
x<br />
ves.<br />
Em verdade te digo, bom leitor,<br />
Mas a educação dos leitores de influente politico e homem de pro-<br />
jornaes, péssima por bisbilhoteira, priedades, que não vem fóra de<br />
leva-os a quererem antes conhecer proposito fazer arder Troya.<br />
anedoctas de Arcada, intrigas de Que tão rebaixada anda ella que<br />
redacção e habilidades de grandes não se entra lá de surpresa no<br />
manhosos, que o estado do país em- ventre d'um cavallo.<br />
bora elle seja, como o do nosso, de<br />
Entram os burros pelas portas<br />
ruina em perspectiva.<br />
abertas.<br />
E por isso, e talvez porque não<br />
x<br />
sou positivamente um vadio e reclamo<br />
algum descanço, que ha dois Tudo isto, afinal, vem a propo-<br />
números do jornal não masso os sito de não haver bisbilhotice po-<br />
leitores de Coimbra e seus domílitica para os pacovios que deliram<br />
nios.<br />
lendo no Século que cahiu um galo<br />
Não faço falta. Afinal quem fez d'um quarto andar e o João Franco<br />
falta neste país — elle lá o disse— teve uma conferencia com o Ma-<br />
foi o Fontes.<br />
rianno.<br />
E o Lopo também, coitado, que Não ha bisbilhotice, mas ha me-<br />
morreu pobre.<br />
lhor.<br />
x<br />
x<br />
A respeito de pobrezas convém Ha um país sem credito, sem de-<br />
notar que quem está proximo de fêsa, sem governos decentes.<br />
morrer pobre a valer, sem rbetori- Ha um país governado por gaca<br />
e sem reclamo, é o pais. rotos sem escrupulos e sem talento,<br />
O mallogro do emprestimo em atrevidos, quebrando tudo isto á<br />
França e a declaração do Crédit pedrada, como as vidraças d'uma<br />
Lyonnais, a proposito dos câmbios, velha casa.<br />
são dois symptomas graves.<br />
Ha alli ao pé, a Hespanha. em<br />
Talvez passem desapercebidos vesperas de um cataclysmo que a<br />
aos que pensam na probabilidade levará á Revolução ou á tyrannia.<br />
de conseguir que o rei se faça re- Ha ao lado delia Portugal á merpublicano,<br />
mas não escapam a oucê dos acontecimentos.<br />
tros que acreditam na possibilida- Ha a Allemanha e a Inglaterra á<br />
de de chegar depressa a bancar- espreita de Lourenço Marques e<br />
rôta.<br />
Soveral levantando a cortina para<br />
Modos de vêr que não causam verem melhor.<br />
dissenções nem distúrbios, que to- Ha tudo isto que é obra dos modos<br />
nós somos bons rapazes e só á narchicos.<br />
noite na botica jogando o gamão Mas ha também cumplicidades<br />
temos Ímpetos revolucionários, se a de outra gente.<br />
noite não estiver chuvosa.<br />
Não antecipemos o incêndio de<br />
Pois, nesse caso, lá vamos ao Troya. Esse povo que todos des-<br />
chá, bem abafados.<br />
compõem terá um dia a palavra<br />
X<br />
para responder aos que lhe chamam<br />
Que não vale pensar em coisas cobarde.<br />
tristes, diz-me o prudente, o boti-<br />
J. M.<br />
cário alli da esquina:<br />
— Vamos gozando que este ceu O mercado dos câmbios soffreu<br />
azul não se apanha em toda a par- ultimamente um abalo importante,<br />
te e a respeito de Republica não estando actualmente a 40<br />
vale a pena um homem pôr-se mal<br />
com a monarchia.<br />
Que o ideal de um republicano<br />
ê chamarem-lhe os monarchicos<br />
bom rapaz.<br />
Assim falia o Prudente, boticário,<br />
que de quando em vez tem ganas<br />
de arrazar tudo isto, mas logo<br />
se desbarreta em passando o conselheiro<br />
do bairro.<br />
E bom estar bem com todos.<br />
E que diabo, sempre se pôde<br />
metter o rapaz mais velho, na recebedoria.<br />
E quanto ao país que não seja<br />
tolo, o culpado é elle.<br />
x<br />
Esta philosophia do Prudente,<br />
que acima reproduzo, se eu não re»<br />
3 D Ú V I D A<br />
cem os fetos delicados, e já vi uma d'elle, mas sobre os príncipes dos sacerdotes,<br />
cairia o sangue do Justo.<br />
violeta branca e perfumada amar a E a historia, sem querer saber de<br />
raiz aspera d'um sobreiro em que restricções, prescindiu de Herodes e<br />
se creára, uma violeta branca, tão condemnou Pilatos.»<br />
fina, a cheirar tão bem!...<br />
Sagasta, que já regressou a Ma-<br />
— Não, tu não me tens amor.<br />
drid, embora tenha sido interrogado<br />
por alguns jornalistas a respeito<br />
Se me tu amasses...<br />
— Se te amo!...<br />
da sua opinião sobre a insurreição<br />
de Cuba e das Filippinas, nada tem<br />
— Se te amo!... • — Porque é então, que eu não te dito. Este silencio não se nos afigu-<br />
beijo nunca senão na testa, e anra menos significativo que a decla-<br />
— Longe de li, anda sempre comdam cheios de beijos os teus seios, e<br />
ração de Canovas.<br />
Alguns jornaes occupam-se agomigo<br />
a irritar-me o Desejo. Mal te não ha lábio mais vermelho que o<br />
ra da organização do partido car-<br />
vejo, fico só comtigo...<br />
alto do teu seio?. ,.<br />
lista, o que indubitavelmente é de-<br />
Venho de longe a sentir os abravido<br />
á persuasão de que esse parços<br />
que vou dar-te, os lábios a ar- — Oh ! se te amo!...<br />
tido tomará parte na lucta que, talder<br />
em beijos, e, quando me chego<br />
vez dentro de curto prazo, se vae<br />
ao pé de ti, cahem-me os braços, e<br />
ferir na Hespanha.<br />
— Mas dize, dize então porque Segundo o El Heraldo esse par-<br />
ficam-me a tremer as mãos nas tuas é que eu nunca me vejo nos teus tido tem importantes forças. Dis-<br />
mãos, sem saber o que dizer-te, en- olhos?<br />
põe, como senhor, de grande parcantado<br />
a ouvir-te a voz, calado, Porque é, porque é que, quando tç da politica na Navarra e é lar-<br />
não vá romper-se o encanto. E eu le olho, me vejo tão vagamente,<br />
ga a sua influencia em muitos ou-<br />
que sei todas as falias damor, não<br />
tros pontos.<br />
como se me mirasse num espelho<br />
sei que responder-te. Eu nunca ou-<br />
Impotente para conquistar o po-<br />
antigo, a que o tempo tivesse lamder, esse partido terá todavia a forvi<br />
fallar assim.. .<br />
bido o aço?<br />
ça sufficiente para manter na Hes-<br />
Não, lu não me amas. Se me tu Porque é, porque é que, quando panha durante algum tempo a guer-<br />
amasses...<br />
me procuro vêr no teu olhar, me ra civil, com o seu enorme cortejo<br />
custa tanto a vêr-me, mal me co- de desgraças. Cavar-se-ha assim<br />
mais a ruina da Hespanha, cuja si-<br />
— Se te amo!...<br />
nheço, como se me mirasse na agua<br />
tuação financeira já é quasi deses-<br />
d'um ribeiro, ao romper da manhã? perada.<br />
— Todos sabem do meu amor, Porque é, porque é que, quando Nessa lucta retemperar-se-hão as<br />
d'este grande amor, e andam todos me espreito nas meninas dos teus energias d'uma nação, mas algumas<br />
a rir-se de mim.<br />
olhos, mal me reconheço, e me pa- gerações hão de soffrer as suas es-<br />
Um dia, ao sol posto, ia eu a penrece que sou o que já fui, quando<br />
magadoras consequências.<br />
sar em ti, e, de repente, vejo-te ao era muito lindo, e era novo, e não<br />
longe.<br />
linha amado ainda ?.. .<br />
Luso, 22-9 96.<br />
Corri, e enconlrei nm salgueirilo<br />
Vim encontrar Luso numa desani-<br />
pequenito que, mal me viu, come- — Ha cobras más nos mattos, mação extraordinaria. As famílias que<br />
çou a agitar os braços, a rir-se de cobras que dão a morte.*. .<br />
estão nos hotéis reunem-se à noite em<br />
pequenas salas, onde extranhos não<br />
mim, o garoto, imitando a graça Quando vêm beber na agua fres- podem entrar, e ahi se entretém muito<br />
flexivel do teu corpo a elegancia ca e pura dos ribeiros, deixam so- pacatamente. Na assemblêa quasi nin-<br />
leve do teu gesto...<br />
bre uma pedra o veneno as cobras guém apparece.<br />
Chega a parecer uma casa mortua-<br />
Se me debruço sobre uma flôr, más.<br />
ria. Muitas luzes e um vulto aqui e<br />
ella atira-me, a rir, á cara, com um E não se atrevem as cobras a outro alli, em attitude de quem me-<br />
perfume damor.<br />
dita.<br />
mirar-se n'agua sem deixarem o ve- No sabbado vieram aqui umas se-<br />
Se olho os rios não vejo nelles seneno máo sobre uma pedra.<br />
nhoras que julgo, pelo modo como fonão<br />
a tua imagem. E tu nunca te Quando se vê na Pureza o Vicio ram recebidas pelos creados que, perante<br />
ellas, incluindo o pae Roque<br />
debruçaste sobre um ribeiro a mi- transforma-se o Amor. ..<br />
sempre tão grosseiro, se desfaziam em<br />
rar-te.<br />
attenções, serem as donas do estabe-<br />
Cada folha, a cair, imita o ruído<br />
lecimento. Quando se retiraram, saiu<br />
— Será isto amar?...<br />
também o pianista, que parece ter<br />
leve dos teus passos; e para me en-<br />
vindo só para ser agradavel a s. ex.".<br />
T. C.<br />
ganar andam as rôlas a esludar-te<br />
Ha quem se queixe da direcção e<br />
do modo por que essas senhoras põem<br />
a voz.<br />
e dispõem de tudo. Não será a assem-<br />
Todos sabem que te amo, todos Duas irmãs da caridade, que andablêa propriedade d'ellas?<br />
se riem do meu amor.<br />
ram ahi pelas ruas da cidade a pedir Vou averiguar. Se não é, os quei-<br />
esmola para uma instituição de benexosos lêm razão.. Do pouco que vi,<br />
Se me tu amasses...<br />
ficencia de Lisboa, foram apupadas francamente, não gostei e, se alguma<br />
pelo rapazio e alvo de commentarios inteiferencia tivesse na tal assemblêa<br />
burlescos por parte de muitas pessoas e aqui estivesse, já teria de ha muito<br />
— Se te amo!...<br />
que as viam passar.<br />
protestado. Que não deve deixar-se<br />
impune tanto disparate como ahi se<br />
tem feito.<br />
— Quando te fallo, pões-te toda<br />
— Veio hontem, em comboio expres-<br />
vermelha, como se tivesses feito um Na Hespanha<br />
so da Figueira, uma grande parte da<br />
colonia balnear, que foi passar o dia á<br />
grande crime, e eu começo a dizer As ultimas noticias ácerca da in- Matta do Bussaco, onde almoçou.<br />
/s sobre tudo ás avéssas.<br />
surreição nas Filippinas e em Cuba Eram oitenta pessoas as que se sen-<br />
Londres, a 707 sobre Paris e a Falíamos damor,como as crean- continuam a produzir na Hespanha taram á mêsa, junto á fonte de Santa<br />
291 Va sobre Hamburgo. Ê de preças, e só nós nos entendemos, como a mais penosa excitação, que a pu- Thereza, que oflVrecia um aspecto deslumbrante.<br />
O serviço foi dirigido pelo<br />
sumir que elle suba mais.<br />
blicidaded'uma declaração altribui-<br />
duas creanças que brinquem sem-<br />
sr. Paulo Bergamln.<br />
As libras estão-se vendendo a<br />
da a Canovas veio aggravar. Alguns Houve alguns brindes. Do sr vispre<br />
juntas e não saibam fallar ainda.<br />
1$600 réis em algumas localidades.<br />
jornaes hespanhoes affirmam que conde da Varzea ás senhoras da comi-<br />
Se nos entendessem, não anda- Canovas disséra:<br />
tiva. O assumpto prestava-se e falou<br />
riam todos a rir-se de mim.<br />
«Estamos fazendo para salvar a menos mal. O sr. visconde de S. João<br />
Nepomuceno, que brindou as senhoras<br />
O Comptoir National d'Escompte Não me enganarei eu?... Hespanha o possivel e o impossível. e cavalheiros presentes, e designada-<br />
vae montar no Rio de Janeiro uma Não, tu não me tens amor. Se íinalmente os militares não pomente o sr. conselheiro Julio de Vi-<br />
filial com o capital de 10.000:000<br />
zerem termo á guerra, lavarei dalli lhena, não foi tão feliz.<br />
de francos, que se denominará Banco<br />
as minhas mãos.»<br />
Entre as pessoas prqgentes lembra-<br />
Francês & Brazil. O comptoir é au- — Oh 1 se te amo!...<br />
Esta phrase, significativa d'um nos ter visto os srs. visconde da Varzea<br />
e familia, marquêsa de Nellas, visxiliado<br />
pela Sociétè Gènèrale e um<br />
profundo desanimo e que nunca decondes de Taveiro, dr. Taborda Ra-<br />
grupo de negociantes francêses em — Porque são, ao pé de li, fraveria ser proferida por um homem mos e familia, dr. Jacintho Nunes e<br />
relações com o Brazil.<br />
que se encontra na situação de Ca- familia, condes de Monsaraz, M.<br />
cos os meus braços, tão fortes da<br />
novas, mereceu do El Liberal o se-<br />
tortura de tanto amor?...<br />
guinte commentario;<br />
La justicia, de Madrid, orgão de Sal- Porque é que ao abraçar-te eu<br />
meron, publica em folhetim a Cartilha<br />
«Engana-se redondamente osr. pre<br />
do Povo, e pede á Junta Central de quasi te não encontro 1...<br />
sidente do conselho, ao annunciar que,<br />
União Republicana que a aproveite Eu bem sei que tu és pequeni- em ultimo caso, pagará tudo com uma<br />
para obra de propaganda na Hespa-<br />
simples lavagem de mãos.<br />
nha, introdu2indo»lhe as necessarias na, e mal enches um abraço, mas<br />
O mesmo fez o pretor da Judéa, de-<br />
modificações.<br />
no abraço duro dos carvalhos nas* clarando também que não em cima<br />
elles Luciano<br />
de Castro, Palha Blanco e familia,<br />
Francisco Amado e esposa, M. m "<br />
Palacios de Recur, João José Trigueiros,<br />
Jeronymo Trigueiros, Francisco<br />
Portugal, Arruda, conselheiro Julio de<br />
Vilhena, João de Mello, Camillo Infante,<br />
Maria Infante, José Corrêa, Eloy S,<br />
Martinho, etc*<br />
* * *
Fratricidio<br />
Foi assassinado no sabbado de<br />
manhã, nas Vendas de Sant'Anna,<br />
>freguezia de Vil de Mattos; Raphael<br />
Gaspar, de 28 annos, casado, pelo<br />
seu irmão Antonio Gaspar Romano,<br />
que lhe vibrou uma pedrada na<br />
região parietal esquerda.<br />
O assassinado deixou viuva e<br />
dois filhos de tenra edade.<br />
O assassino, que se entregou voluntariamente<br />
ás auctoridades, encontra-se<br />
na cadeia d'esla comarca.<br />
Declara elle que não tivera a<br />
intenção de matar o irmão, a quem<br />
só procurara intimidar para que o<br />
não preseguisse.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinaria de 10 de setembro<br />
de 1896.<br />
Presidencia do vereador maia velho, José<br />
Marques Pinto.<br />
Vereadores presentes: — e flecti vos: bacharel<br />
José Augusto Gaspar de Mattos, Jusé Antonio<br />
Lucas, Antonio José de Moura Bastos, e<br />
Albano Gomes Paes.<br />
Administrador do concelho, representado<br />
pelo presidente da camara, dr. Luiz Pereira da<br />
Costa.<br />
Approvada a acta da sessão anterior, três<br />
de setembro.<br />
Auctorisou a reparação das ruas dos Militares<br />
e Couraça de Lisboa, dispendendo-se até<br />
á quantia de 50$000 réis; e a continuação da<br />
obra de reparação da fonte da Palheira, dispendendo<br />
se ate á somma de ;Í0$000 réis.<br />
llesolveu fazer intimar um proprietário para<br />
mandar apear uma casa em ruina na rua Fernandes<br />
Themaz.<br />
Auctorisou pequenos fornecimentos para a<br />
secretaria e para a repartição das aguas.<br />
Attestou ácerca de duas petições para subsídios<br />
de lactação a menores.<br />
Mandou passar licença para apascentamento<br />
de gado caprino a um proprietário do logar<br />
dos Palheiros.<br />
Auctorisou vinte e três avenças para consumo<br />
d'agua.<br />
Mandou lavrar autos de verificação de lesões,<br />
requeridos por dnis mancebos recenseados para<br />
o recrutamento do corrente anno.<br />
Mandou colher informação da repartição<br />
teclinica ácerca de alguns requerimentos, para<br />
obras particulares.<br />
Mandou colher informação do vereador competente<br />
ácerca de uma remoção de ossadas<br />
dentro do cemiterio.<br />
Despachou requerimentos : auctorizando o<br />
alaivamento da porta de um quintal nos Casaes<br />
de Eiras; o alinhamento para uma parede de<br />
uma casa nas Casas Novas, e para um muro<br />
de vedação a um prédio em Bordallo (sem<br />
occupação de terreno publico); e a reforma<br />
da fachada de uma casa na rua da Sophia.<br />
Realiza-se no proximo domingo a<br />
festa commemorativa da batalha do<br />
liussaco. A orchestra será regida pelo<br />
sr. Brandão Filho, d'esta cidade e no<br />
arraial tocarão duas bandas de musica<br />
No mesmo dia haverá na esplanada<br />
a feira annual de gados, que foi inaugurada<br />
o anno passado.<br />
38 Folhetim da RESISTENCIA<br />
I0Í0 DAS GALÉS<br />
XXV<br />
Evasão<br />
De repente a porta do passeio das<br />
sentinellas abriu-se. Apparecéu um<br />
guarda com uma lanterna e accendeu<br />
o gaz.<br />
Nesse momento ouviu-se um tiro e<br />
uma baila veiu achatar-se junto de Gérin.<br />
0 guarda levantou a cabeça e viu<br />
um homem que d'um salto desesperado,<br />
franqueou o bordo do telhado.<br />
O guarda deu o grito de alarma,<br />
emquanto a sentinella postada no deposito<br />
de construcções, que tinha visto<br />
uma sombra trepando, tornou a carregar<br />
a arma e atirou de novo, perfeitamente<br />
ao acaso, por sobre os telhados.<br />
— Desastrados!, gritou João das Galés.<br />
Mas o alarma estava dado e não<br />
havia por isso um minulo a perder.<br />
Nenhum sitio onde possa esconder-me.<br />
Ah! com os diabos! mais vale quebrara<br />
espinha aqui,tentando salvar-me do que<br />
acabar na abbadia de Mont-à-Regret.<br />
tJma grade cortava o tecto, atraves-<br />
Sou-a e chegou ao compartimento em<br />
que habita o bibliothecario da Cour de<br />
Cassation, cujos telhados andavam em<br />
ireconstrucpâo.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />
ESCOLA ACADÉMICA<br />
Rua Sá da Bandeira—Coimbra<br />
Collegio de ensino primário e secundário para<br />
alumnos internos, semi-internos e externos<br />
Director:—ALBERTO PESSOA, bacharel<br />
em philosophia<br />
Neste collegio está já aberta a matricula<br />
não só para os alumnos que<br />
quiserem frequentar as disciplinas das<br />
duas primeiras classes do actual curso<br />
dos lyceus, mas também para os que<br />
desejarem cursar as aulas do periodo<br />
transitorio e de instrueção primaria.<br />
As lições nas disciplinas do auctual<br />
curso dos lyceus e nas aulas de instru-<br />
eção primaria tião-de começar no dia<br />
2 de outubro proximo; e os exercidos<br />
escolares nas aulas do periodo transitorio<br />
no dia 15 do mesmo mez.<br />
Para a matricula nas aulas da primeira<br />
classe do novo plano de estudos<br />
exige-se: a) certidão de edade pela qual<br />
«e mostre que o alumno tem 10 annos<br />
ou os completa até 31 de dezembro<br />
proximo; b) certidão de approvação<br />
no exame de admissão aos lyceus.<br />
Para a matricula na segunda classe<br />
deve o alumno apresentar certidão que<br />
prove a frequencia da primeira nos termos<br />
do | único do art.° 74 do regula<br />
mento de 14 de agosto de 1895. Esta<br />
certidão pôde ser passada pelo secretario<br />
do lyceu em que o alumno estiver<br />
inscr ipto, ou pelo director do collegio<br />
em que elle tiver feito a frequencia<br />
da primeira classe; mas ueste caso<br />
deve sempre ser confirmada pelo secretario<br />
do lyceu.<br />
0 regulamento da Escola, as condições<br />
de admissão e quaesquer esclarecimentos<br />
pódem ser pedidos ao director.<br />
A lista dos alumnos que frequentaram<br />
este collegio no anno lectivo findo<br />
e obtiveram média de passagem ou fi-<br />
D Miguel Osorio Cabral de Alarcão,<br />
Luiz Nunes Borges Madureira de Car<br />
valho, José de Bessa Ferreira Castel-<br />
Branco, Silvério Abranches Barbosa,<br />
Affonso de Mello Giraldes, Manuel Leite<br />
Pereira Jardim, Mário Leite Ribeiro,<br />
Fernaudo Pimentel da Motta Marques,<br />
Adelino da Silva Lopes, Antonio da<br />
Costa Bastos, José da Silva Santos.<br />
Alumnos que foram approvados no<br />
lyceu desta cidade:<br />
Instrueção primaria:—Manuel de<br />
Veiga Mdtheus, Francisco de Lemos R.<br />
A. Coutinho, Hermínio da Silveira Cardoso<br />
Pereira.<br />
Lingua francêsa: — Joaquim J. Granger,<br />
llysses da Veiga Matheus, Victorino<br />
de Mello e Castro Ribeiro.<br />
Geographia:—Alberto Cupertino Pessoa,<br />
(distincto), Victorino de Mello e<br />
Castro Ribeiro, Sergio F. da Rocha<br />
Callisto<br />
Historia:—Carlos Augusto das Neves<br />
Rocha, Henrique Luiz Doria H. Corte<br />
Real. Ulysses da Veiga Matheus; Joaquim<br />
Antonio de Mello e Castro Ribeiro,<br />
Jiyme Herculano da Costa Sarmento,<br />
João dos Santos Apostolo.<br />
Lingua latina, 1 a Duro, Joaquim José Luiz Fernandes,<br />
José Alves Moreira, Alfredo Ferreira<br />
Christina, Edua rdo da Silva Pereira,<br />
Luiz Maria Rosette. 2 ° anno:— Arthur<br />
Duarte d'Almei
MacMna de costura<br />
IGfTentle-se uma para al-<br />
» faiate ou costureira Memoria,<br />
Está em muito bom uso e<br />
vende-se em conta.<br />
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Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
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da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
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da Silva, rua Ferreira<br />
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e fecha em 30 de novembro<br />
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Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
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PUBLJCA-SE AOS DOMINGOS<br />
E QUINTAS-FEIRA8<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D 1 ALMEDINA, 6<br />
E D I T O R<br />
João Maria da Fonseca Frias<br />
Condições de assignatura<br />
(PÀGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 20700<br />
Semestre 1,51350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 2#400<br />
Semestre 10200<br />
Trimestre 600<br />
ANNUNCIOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. assinantes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
LIVROS<br />
Annunciam se gratuitamente<br />
lodos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
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SUCCESSOR<br />
11, Adro de Cima, 20— (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
i â rmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
» junto e a retalho, Grande deposito de pannos crus.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de corôas e bouquets, fnnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
iunebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
BICO AUER<br />
Previlegiado em Portugal pelo aliará 1:127<br />
50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
L U Z A L V Í S S I M A<br />
Encommendas:<br />
a I0SÉ MÍBQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103
Carta de Lisboa<br />
Lisboa, 25 de setembro.<br />
0 caso do empreslimo é, evidentemente,<br />
o que maus preoccupa as<br />
attenções.<br />
Eorque pede o governo mais dinheiro?<br />
^ Porque recorre ao capital nácional<br />
?<br />
Pede mais dinheiro, porque já<br />
deu muilo.<br />
Recorre ao capital nacional, porque<br />
o extrangeiro nega-se.<br />
O governo desacredilou-se e, fez<br />
mais, desacreditou-nos.<br />
Mentia nas suas promessas, mentiu<br />
nos seus relatorios. Illudiu, desorientou,<br />
enganou.<br />
Aqui estamos com o financeiro<br />
Hintze empurrando-nos para a cova.<br />
É fúnebre este homem.<br />
Este grande homem da monarchia.<br />
Um chefe de partido, um presidente<br />
de governo, confirmado em<br />
todos os tons como estadista incom<br />
paravel.<br />
Este homem lem governado pela<br />
seguinte fórma o dinheiro do país<br />
Deu:<br />
Aos bancos do Porto 5:400 con<br />
tos.<br />
A,' companhia de Ambaca 1:600<br />
contos. -<br />
A'
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Nas Filippinas e em Cuba<br />
No altar-mór duas portas philip- Comprehendia que alguém quito que creou o lyceu nacional em<br />
J - J l b O ^ w A •'•!•' A<br />
pinas: uma que abria para a sazesse substituir e balaustrada do Guimarães e o central em Braga,<br />
christia, outra que era de simples côro por outra de pedra do estylo repete-se incessantemente.<br />
Ha quem só louve os srs. typo-<br />
decoração para não perturbar a har- do renascimento, que se refizessem<br />
Haja visla a celebre tabella dos graphos.monia.<br />
emolumentos e salarios judiciaes<br />
os arcos das capellas lateraes de<br />
Eu não; eu nunca tive senão<br />
por que foram escandalosamente<br />
que se acharam vestígios; mas não<br />
razões de queixa.<br />
concedidos emolumentos aos juizes Ha exemplos históricos de terem<br />
Ao entrar em Santa Cruz, não se posso comprehender que se façam das Relações e do Supremo Tribu os typographos emendado versos<br />
sentia a impressão única que dão obras em logares onde não havia a nal. Não se oceupou a imprensa do a poetas, a ortbographia a profes-<br />
os edifícios bem delineados e bem indicação de terem existido.' assumpto, que se prestava ás mais sores de rheloriea. A mim não;trans-<br />
executados.<br />
justas censuras, porque seía assim lornam-me tudo.<br />
ferir susceptibilidades e interesses<br />
A attenção dividia-se, perdia-se<br />
Eu tinha acabado assim a minha<br />
Ora, o sr. director das obras pu- e, portanto, crear inimizades. ultima bailada:<br />
na decoração, no exame do detalhe blicas não fez isto. O sr. director Pratica o governo os aclos do «Quando se mira na Pureza o<br />
Ninguém admirava as linhas ge- das obras publicas poz a descober- mais torpe favoritismo para obter Vicio transforma-se em Amôr.»<br />
raes; porque a obra fôra feita rapito os arcos das capellas lateraes... uma obediencia servil perante todas S. ex." compozeram, no uso dos<br />
damente, para gastar dinheiros, era E veiu gabar-se da descoberta.<br />
as suas prepotências, 011 para remu seus direitos:<br />
nerar serviços partidarios ou pes<br />
um albergue para Deus, talvez de-<br />
«Quando se mira na Pureza, o<br />
soaes e ainda para corromper adverlineado<br />
por algum frade curioso...<br />
Vicio transforma-se o Amor.»<br />
A gente mostrou ao sr. director sários ou indifferentes. A opposição O que vale é que, quando chegou<br />
como o sr. director das obras publi- das obras publicas que todo o mun- calla-se, para não captar inimizades o jornal, eu li, e emendei o erro<br />
cas...do<br />
o sabia, e que até estava escri- E é o país quem vae soffrendo ao lêr, senão... imaginem vv. ex.<br />
Quando vinham os reis, iam vêr<br />
as consequências d'esta politica sem<br />
pto...<br />
as obras, e mandavam reformar; e<br />
escrúpulos nem dignidade, que tudo<br />
subordina aos interesses e ás con<br />
assim desappareciam as decorações<br />
O sr. director das obras publi- veniencias partida rias.<br />
primitivas, para serem substituídas<br />
cas retirou-se corrido, amuou, tor-<br />
por outras mais modernas.<br />
nou a olhar os arcos, viu restos de No dia 1 de outubro reabre o Gym-<br />
dois medalhões do renascimento; e nasio de Coimbra, depois d'um encer<br />
Quando se fez o templo, apro-<br />
ramento de três mêses devido ás obras<br />
se havia de fazer a restauração de<br />
veitaram-se os materiaes da velha<br />
que tiveram de fazer-se nesta institui-<br />
accôrdo com os vestígios que toda ção tão util e que tanta vitalidade lem<br />
egreja romanica: parede que po-<br />
a gente via, e que toda a gente sa- mostrado neste pequeno meio de Coimdesse<br />
ser aproveitada, foi aproveibra<br />
em que as bôís obras e as de<br />
bia interpretar, o sr. director das grande iniciativa lêm a vida breve das<br />
tada.<br />
obras publicas não fez caso do que rósas.<br />
Os bons dos frades chegaram<br />
viu, e fez um arco a seu modo. No começo d'outubro reabrem as<br />
mesmo a aproveitar no templo go-<br />
classes de gymnastica, havendo já<br />
nesse dia lição ás creariças.<br />
thico pedras lavradas no estylo ro-<br />
Os horários estão patentes nas salas<br />
O que poderia levar o sr. diremânico,<br />
dando-se até o capricho cu-<br />
do Gymnasio.<br />
ctor das obras publicas a fazer.<br />
rioso de vêr uma columna gothica<br />
isto?<br />
sustentada por um capitel români-<br />
Á matroca<br />
co, coisa que nunca lembrou a ninguém.<br />
Tomára elle sabê-lo.<br />
Toda a obra de tal ha decorativa<br />
que circumdava as janellas e arco<br />
T. C. cruzeiro de Santa Cruz e que foi<br />
Perdão! O sr. director disse que<br />
apeiada pela luminosa intellecluali-<br />
já lhe lembrára a elle...<br />
A commissão executiva do centenádade e bom gosto do director das<br />
rio da índia resolveu acceitar a pro obras púbicas d'este districto, o sr.<br />
posta do governo para festejar o cen- Attda Frazão, acaba de ser engaio-<br />
O sr. director pôde dizer que eu tenário da chegada a Calicut. em 1898 lada em ripas e remetlida para Lis-<br />
Fica-se agora á espera da auctori-<br />
inventei isto.<br />
boa, ao presidente da Sociedade de<br />
zação parlamentar. E até ella e depois<br />
Pôde! E não mente...<br />
d'ella muitas peripecias se darão. Geographia!<br />
Por mais que matutemos, não somos<br />
capazes de lobrigar para que<br />
O templo de Santa Cruz parece Um decreto recente elevou de fim podésse ser cubiçada pela geo-<br />
obra de curiosos, decorado por gran- nacional a cenlral o lyceu de Bragraphica a talha de Santa Cruz; que<br />
des artistas.<br />
ga e creou um nacional em Guima- applicaçâo possa ter um wagon de<br />
E um capricho real, com todos rães. Tal medida, que as necessida- talha grande e rude nos domínios<br />
des da instrueção pública de modo da geographia!<br />
os defeitos d'um capricho real. Dis-<br />
algum reclamavam, representa um A informação pedida para Lisboa<br />
pendioso e tolo!<br />
escandaloso favoritismo que merecia foi infruclifera. Outras interrogações<br />
Daqui a grande difficuldade de amais severacondemnação. Poucos tentadas por diversas vias também<br />
restaurar.<br />
foram todavia osorgãos da imprenr não déram resullado.<br />
saqued'ellaseoccuparam edesses, Mas não vale malar! Coincidên-<br />
a maioria só censurou o governo cias ulteriores desvenderão o mys-<br />
Restaurar o quê ?<br />
por haver concedido a Braga um terio.<br />
A obra primitiva?<br />
lyceu central sem fazer egual con- Por agora um facto resalla que<br />
Mas essa foi condemnada durancessão a Évora. Não se attendeu a convém notar. Não é a semeeremote<br />
séculos, e andou-se séculos a que de modo algum podia justifinia e o nenhum respeito pela com-<br />
corrigir, como dizem os documencar-se<br />
a creação d'um lyceu cenveniencia das formalidades a que<br />
lral em Braga, altenta a curlissima nos referimos: é a celebridade com<br />
tos originaes, a obra primitiva,<br />
distancia a que fica do Porto, para que os amigos são servidos nesta<br />
Como saber hoje o que foi a obra condemnar d'um modo absoluto o camaradagem da cousa pública, e<br />
primitiva?... „<br />
acto praticado pelo governo; mediu- que tanto contrasta com a lenlidão<br />
Como poder entrar no cerebro se a distancia a que Évora fica de desesperadora dos tramites officiaes.<br />
d'um conego regrante, mesmo sen- Lisboa, para dizer que injustiça foi O sr. Luciano Cordeiro vem a<br />
do o sr. director das obras publi-<br />
feita a esta cidade não se creando Coimbra; appetece a talha, e dentro<br />
também nella um lyceu central. de quatro semanas fica posta em<br />
cas?<br />
Porquê?<br />
Lisboa ao seu dispôr!<br />
Como poder restaurar o que foi Conhecido é o motivo de tal pro- Ê verdade que, em compensa-<br />
feito sem regras, a obra do capricedimento. Quem criticar o governo ção, a bizarria do sr. Luciano Corcho?<br />
Como poder achar o vestígio por haver creado um lyceu central deiro é digna de ser recolhida em<br />
das obras primitivas que andaram em Braga incorrerá nos odios d'es- urnas de ouro para a exemplifica-<br />
a apagar artistas durante séculos?<br />
ta cidade. E é isso o que se procução histórica do quanto pôde a grara<br />
evitar.<br />
idão acluando num coração sensí-<br />
Com que direito ir destruir o que<br />
Põem-se assim de lado os interesvel: O sr. Luciano Cordeiro achou<br />
foi feito para corrigir, para emenses geraes do país para não ferir as que a restauração da egreja de Sandar?<br />
susceptibilidades ou os interesses a Cruz estava — obra aceiada!<br />
I Como guiar-se. se nem mesmo d'uma determinada localidade. Se- Em troca dos azulejos da Sé Ve-<br />
pôde haver indicação d'estylo? gue-se em tudo a politica das conha ainda o sr. Frazão ha de encon-<br />
Eu percebia que se restaurasse,<br />
veniências, sem ler na minima conrar quem lhe elogie a estupenda<br />
sideração princípios d'ordem supe- architectura do Paço do Bispo!<br />
emendando obras que foram feitas rior por cuja defêsa e applicaçâo se E é com Uma tal austeridade de<br />
modernamente, para substituir por pugne denodadamente.<br />
opinião que os minimos se engran-<br />
outras que se acham descriptas. 0 que se dá agora com o decredecem e triumpham!..»<br />
as ...<br />
Mas já não é a primeira. Um dia<br />
publicava eu na Resistencia um conto<br />
e uma pequena descompostura no<br />
sr. director das obras publicas.<br />
Ao vêr as provas, leio com surprêsa:<br />
"O sr. director das obras publicas<br />
é negro e bom, como o pão de<br />
centeio. Os seus dentes brancos e<br />
a rir, como os calháos da ribeira. O<br />
hálito doce e perfumado, como o<br />
mel de flôres. Os seus lábios, a beijar,<br />
lembram a caricia leve das hervas<br />
alias».<br />
Eu li e pasmei. Olhei o sr. director<br />
d'um lado, vollei-o do outro, e<br />
nada. ..<br />
— Ó sr. lypographo, isto não<br />
iode ser. ..<br />
— O sr. dr. é que escreveu.<br />
—Sim, eu lembro-me; mas francamente<br />
chamaraosr. directorwp^ra,<br />
isso, nem agora que elle anda queiinadinho<br />
do ar do mar. Como o pão<br />
de centeio, vá com mil diabos! Os<br />
dentes, como calháos, passa, como<br />
generalização; mas o hálito perfumado<br />
como o mel deflores, isso nunca:<br />
S. ex. a O chefe do partido liberal, Sagasta,<br />
que ha poucos dias regressou a<br />
Madrid, fez aos seus amigos as<br />
seguintes declarações ácerca do estado<br />
em que se encontra a insurreição<br />
nas Filippinas e em Cuba:<br />
«Entre'os meus amigos mais prezados<br />
estiveram boje aqui Aguilera, Ca-<br />
fuma, e máo tabaco.<br />
Os lábios a beijar lembram a caricia.<br />
. . E eu a imaginar os beijos<br />
do sr. director, e as pontas descidas<br />
do seu bigode a fazerem cócegas...<br />
Como a caricia leve das hervas<br />
altas... isso nunca!...<br />
X<br />
Verificando o caso, o periodo tinha<br />
sido tirado do conto, ao metter em Ao passo que Sagasta declara que<br />
jagina.<br />
é possível dominar a insurreição de<br />
Paciência! Peço desculpa aos srs. Cuba procedendo com energia, La<br />
typographos de os ter feito compôr<br />
este aranzel.. .<br />
Época, orgão de Canovas, diz, a<br />
Compôr ou descompôr? ... proposito dos reforços agora envia-<br />
T. C. dos para a grande Anlilha:<br />
«Estão enganados os que julgam que<br />
Começa a notar-se mais animação na «s grandes operações têm de coincidir<br />
cidade.<br />
com a chegada de novos reforços.<br />
Na alta já, de vez em quando, se As tropas que partiram agora para<br />
vê uma pessôa, na baixa vae a f.ina Cuba não entrarão na campanha de in-<br />
habitml de quando eslão para abrir verno, antes de se organizar o exer-<br />
as au'as.<br />
cito e de se fazer nova distribuição de<br />
O Café Lusitano parece novo, muito columnas.<br />
jranco, muito alegre de pinturas chi- Depois, é possível que se intente a<br />
nezas, feitas com espirito e intenção pacificação de Pinar dei Rio, da Havana<br />
ecorativa.<br />
e por fim de Matanzas».<br />
Esta declaração, a que não podê-<br />
Disse o Primeiro de Janeiro que mos deixar de ligar lodo*o crédito<br />
os regeneradores não deixarão ir<br />
altenta a sua origem, revela que a<br />
os progressistas ao poder, senão<br />
uando já não haja que explorar. guerra em Cuba se prolongará por<br />
O Correio da Manhã, jornal re- muilo tempo. E as finanças de Hesgenerador,<br />
redarguiu: «E bem isto panha cada vez se vão arruinando<br />
que lhes dóe, imaginar que não po-<br />
mais. Em Cuba, segundo informa<br />
derão explorar o país como da outra<br />
vez.»<br />
o correspondente do Times em Ha-<br />
Muito edificante. Choram os provana, conlinúa a resistencia contra<br />
gressistas porque nada lhes fica a circulação forçada das notas do<br />
para explorar; regosijam-se os re-<br />
banco, que só são admittídas nas<br />
generadores porque tudo exploraram.<br />
transacções com o desconto de 10<br />
E o país muito indifferente ás la- por cento.<br />
mentações d'uns e aos regosijos dos<br />
*<br />
outros, Nem sequér se mostra vexado<br />
pela trisle figura que eslá fa- Pelo que respeita ás Filippinas<br />
zendo,<br />
continuam a circular no país vizi»<br />
«Tudo o que me attribuem alguns<br />
periodicos,não passa de méra falsidade.<br />
«Não falei com pessoa alguma de<br />
apoios que devam prestar-se ao governo,<br />
não pensei em reunir os ex-ministros<br />
do meu partido—nem semelhante<br />
reunião agora se justificaria.<br />
«Depois que regressei d'Avila—bem<br />
o sabem—não tenho falado de politica.<br />
«Hoje, terça feira, tenho recebido<br />
innumeraveis visitas; motivo por que<br />
me foi impossível visitar, como tencionava,<br />
Becerra e Moret, que se encon-^<br />
tram doentes.<br />
nalejas, Pasquio e Nunez de Arce; essas<br />
visitas, porém, não foram de políticos.<br />
mas de amigos.<br />
«Também me visitou ogeneral Ochando,<br />
com quem falei deante de dez ou<br />
doze pessoas.<br />
«Ochando crê que os últimos reforços<br />
mandados a Cuba podem ser de enormissima<br />
efficacia para combater a insurreição<br />
e restabelecer a paz, pelo menos<br />
nas provindas de Havana e Pinar<br />
dei Rio.<br />
«Sobre a campanha das Filippinas<br />
nâo tenho más impressões.<br />
«Apenas me constou que rebentára<br />
no arcbipelago o movimento separatista,<br />
chamei dois frades, que exercem<br />
a sua missão em Avila e que estiveram<br />
muitos annos nas Filippinas, conhecendo<br />
bem, por esse motivo, as condições<br />
d'aquelle pais.<br />
«Desejei immenso conhecer a opinião<br />
d'elles sobre a gravidade da insurreição;<br />
e ambos concordam que os<br />
indígenas, abandonados a si proprios,<br />
nã'> constituem uma f rça que possa<br />
resistir muito.<br />
«Já alli se conspirava desde tempo.<br />
O general Bianco suppôs, provavelmente,<br />
que a conspiração não passava<br />
de platonismo.<br />
«Seja como fôr, as armas hespanholas<br />
poderão dominar promptamente as Filippinas.<br />
VH»<br />
«O que me preoccupa e o que mais<br />
deve preoccupar-nos è Cuba; tornandose<br />
necessário vibrar-lhe, quanto antes,<br />
um golpe decisivo».
nho boatos pessimistas. Diz-se que<br />
num telegramma recebido pelo governo,<br />
e que foi communicado á<br />
imprensa, se havia supprimido uma<br />
parte importante, na qual se dizia<br />
que um regimento indígena ?e unira<br />
aos insurrectos.<br />
Nos centros officiaes desmentiu<br />
se logo similhante noticia. Não obs<br />
tante os jornaes bespanhoes, e en<br />
tre elles o Imparcial, dão credito a<br />
taes boatos. Seja, porém, como fôr<br />
o que não offerece duvida é que os<br />
insurrectos devem estar fortificados<br />
nas povoações e montanhas da província<br />
de Gavite. Tão pouco se pôde<br />
duvidar de que a manifesta confusão<br />
das noticias e a conliadicção<br />
dos telegrammas crearam uma<br />
atmospbera de desconfiança em volta<br />
das informações do governo, que<br />
tende a condensar-se em fatalismos<br />
inverosímeis.<br />
Se não fossem os despachos re<br />
cebidos pelo provincial da ordem<br />
dos Recoletos e pelo Imparcial<br />
daudo conta da matança dos frades,<br />
ninguém saberia a estas horas cousa<br />
alguma. Por isso, muita gente mostra<br />
mais incerteza pelo que se occulla,<br />
do que pelo que se sabe.<br />
0 governo de Canovas dirigiu ao<br />
general Blanco um telegramma,<br />
perguntando-lhe os reforços que necessita<br />
para terminar a insurreição<br />
e, não obstante, muito tempo de-<br />
corrido, o governador geral do archipelago<br />
não respondeu.<br />
Todos, em Hespanha, perguntam<br />
a causa d'este silencio, que pôde<br />
ser de fataes consequências, pelo<br />
tempo que inutilmente se perde<br />
em esperar a resposta.<br />
Esteve em Coimbra e retirou para a<br />
capital o sr Vasconcellos Abreu, erudito<br />
lente do Curso Superior de Letras.<br />
Acha-se doente o sr. Arthur Braga,<br />
sobrinho do nosso amigo sr. Miguel<br />
Braga.<br />
Desejamos rapidas melhoras<br />
39 Folhetim da RESISTENCIA<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
Litteratura e Arte<br />
SONETO<br />
Senhora, as maiores penas se casaram<br />
commigo aquelle dia e só de vw-vos,<br />
pois logo que vos viram, vossos servos,<br />
meus olhos por seguir-vos me deixaram.<br />
Agora são dois negros, nunca param,<br />
que sempre atráz de Vós só querem ver-vos,<br />
não ouvem minhas queixas, vossos servos<br />
de todo o rrieu cuidado se apartaram.<br />
O Senhora, que tendes taes feitiços,<br />
que, a quem só de vos ver, levais submissos<br />
atráz de Vós os olhos, feitos servos,<br />
Mandai que os meus me voltem inda um dia,<br />
para que, de novo indo á vossa guia,<br />
as maguas que deixarem, vão dizer-vos.<br />
H. de Bettencourt.<br />
Em quinta feira finda con«orciaram-<br />
*e, na Sé Cathedral, a ex. ma sr. a D<br />
Maria Zulmira de Lima Henriques, interessante<br />
filha do distincto professor<br />
da Faculdade de Philosophia sr. dr<br />
Julio Henriques, com o sr. dr. José<br />
Frederico de Mello Menezes e Castro<br />
Na mesma egreja e no mesmo dia<br />
celebrou-se também o casamento da<br />
ex. ma sr. a D. Maria Augusta de Menezes<br />
Pinto Mourão com o sr. dr. Venan<br />
cio D^slandes Corrêa Caldeira, que no<br />
anno findo concluiu a sua formatura<br />
em Direito.<br />
Mosteiro de Semide<br />
Estiveram nesta cidade o sr. Anonio<br />
José Nunes Júnior, professor<br />
da Eschola de bellas-artes de Lisboa<br />
e director do Museu nacional, e<br />
o sr. Manuel Nicolau da Costa, thesoureiro<br />
da mesma academia, de<br />
regresso de Semide, onde foram fa-<br />
zer a escolha dos artefactos dignos<br />
de figurar naquelle Museu, d'entre<br />
o espolio do convento ultimamente<br />
supprimido.<br />
Damos a nota dos objectos de<br />
que tomaram posse:<br />
1 papeleira antiga;<br />
6 contadores de pau preto;<br />
6 tapetes de fabrico nacional e<br />
oriental;<br />
1 colcha da índia bordada a matiz;<br />
4 colchas em linho e sêda;<br />
Diversas cortinas de chita antiga;<br />
Differentes peças de joalheria;<br />
1 báculo de cobre dourado antigo;<br />
9 pinturas a oleo sobre madeira;<br />
3 pinturas em cobre;<br />
2 pinturas em tela;<br />
Diversos charões;<br />
Moldes de metal para ornamentar<br />
dôces;<br />
Differentes peças de vidrn lapidado<br />
e dourado;<br />
Fragmentos de tecidos anligos.<br />
Diversas cadeiras de couro lavrado<br />
e lisas;<br />
Etc.<br />
Gouvêa, o nosso prezado amigo sr. dr.<br />
Bernirdo d'Albuquerque.<br />
O crime de Alhandra<br />
Noticia a Vanguarda:<br />
«0 nosso solicito correspondente de<br />
Alhandra envia-nos as seguintes noticias,<br />
com data de hontem:<br />
Partiram hontem para Torres Vedras,<br />
dirigindo-se ao administrador do mesmo<br />
concelho, o regedor d'esta freguezia,<br />
dr. Augusto Assise outros individuos,<br />
afim de requererem ás auctoridides de<br />
Torres Vedras auxilio, para se proceder<br />
á captura d'um homem que habitava<br />
numa pequena casita no logarejo<br />
Moguella, no qual recáem muitas suspeitas<br />
de ter sido elle o braço que<br />
rmou o hediondo crime de que foi<br />
victima o sr. Domingos d'Assis.<br />
Regressaram hoje ás 7 horas da<br />
manhã, trazendo em sua companhia o<br />
arguido ea amante, os quaes se acham<br />
incommunicaveis na prisão de Villa<br />
Franca, para averiguações.<br />
As info'm; ções que temos colhido são<br />
vagas e deficientes, que até ignoramos<br />
o nome do capturado, bem como o da<br />
amante. Mas ainda assim, lá vae, um<br />
bocadinho do que ouvimos, com relação<br />
à causa que motivou estas diligencias:<br />
0 capturado tinha um procedimento<br />
em extremo duvidoso, segundo o tes-<br />
temunho categórico dos seus vizinhos<br />
e pessoas com quem estava mais ou<br />
menos intimamente relacionado.<br />
Ultimamente vivia sem trabalhar,<br />
circumstancia esta, que ia corroborar<br />
as suspeitas das sua.s transacções illi<br />
citas; hi poucos dias roubou uma galinha<br />
a um dos vizinhos para uma<br />
pandega, que se realisou numa das<br />
noites da semana passada; assistiram<br />
a ella uma irmã da amante e uns outros<br />
parentes.<br />
Como os vizinhos suspeitassem qne<br />
tivesse sido elle que roubasse a ave,<br />
porque era prodigo nestas façanhas de<br />
gatuno, já mesma por se notar nessa<br />
noite uma animação anormal na casa<br />
0 sr. Miguel Dias Barata, conceituado<br />
industrial d'esta cidade, que ha do capturado, foram a occultas certifi-<br />
pouco regressou da Felgueira, adoeceu<br />
hontem gravemente.<br />
Desejamos ardentemente as suas rapidas<br />
melhoras.<br />
car-se se era a gallinha que serviria<br />
para o festim nocturno, e eis se não<br />
quando a amante e a irmã, saíram á<br />
rua por qualquer motivo.<br />
Saiu para a sua casa de Nabaes,<br />
Nessa occasião ouviram os homens<br />
que espionavam, uma d'ellas dizer<br />
— Oh fulana, como é que o teu<br />
marido tem tanto dinheiro, sem trabalhar<br />
ha uns poucos de móses ?<br />
Ao que a outra retorquiu, depois de<br />
me pedir siglio:<br />
-Lembras-te d'um sacco que eu te<br />
moatrei, que tinha uma bolla dentro,<br />
que meu marido tinha cuidado nelle?<br />
Depois da outra lhe ter respondido<br />
afiirmativamente, avançou ella:<br />
— Pois foi com esse sacco que o<br />
meu fulano ganhou oitocentos mil réis,<br />
matando o Fandango !1<br />
Isio foi ouvido pelos espiões que<br />
propalaram a conversa a pontos de<br />
chegor aos ouvidos d'um tio do sr. dr.<br />
Augusto Assis, que depois promoveu<br />
a prisão do supposto criminoso».<br />
As ultimas noticias dizem que o<br />
individuo a quem é attribuido o crime<br />
se chama Joaquim Gomes Pereira,<br />
exposto do Hospício d'esta<br />
cidade, de 33 annos, solteiro. A<br />
amante delle chama-se Gertrudes<br />
da Conceição e o irmão Francisco<br />
França.<br />
0 delator foi um tal lzidoro, e<br />
ha quem supponha que se trata de<br />
uma vingança pessoal.<br />
0 eminente estadista inglês Gladstone<br />
está publicando, aos oitenta<br />
e sete annos d'edade, um novo li-<br />
vro intitulado: Estudos subsidiários<br />
ás obras do bispo Butler.<br />
Está n'esta cidade em escursâo artística<br />
o sr. Ramalho Ortigão.<br />
Têm ultimamente regressado muitas<br />
famílias das praias.<br />
Hoje, nova emigração, para o Bussaco<br />
á festa de N. S. da Victoria, e para a<br />
Figueira, a uma novilhada d'amadores.<br />
0 sr. Eugénio de Castro, o mestre dos<br />
novos, lem quasi terminada uma tragedia<br />
que se destina ao theatro de VOeuvre,<br />
de Paris. -<br />
Revue des lournaux<br />
et des Livres<br />
12.° anno<br />
Recommendando aos nossos leitores esta<br />
exeellente revista hebdomadaria, prestamos-<br />
Ihe com certeza uma indicação importantíssima,<br />
porque esta publicação é a mais curiosa e<br />
amais interessante da nossa epocha. Reproduz,<br />
em cada domingo o que de mais notável aparece<br />
duarrite a semana em jornaes e livros:—<br />
Artigos de sensação, Noticias, Contos, Chronicas,<br />
Actualidades, Curiosidades scientificas, Conhecimentos<br />
úteis, Romances, etc., etc., bem como<br />
numerosas gravuras da actualidade: retratos.<br />
aconlecimentos do,dia etc.<br />
Em folhetos publica a Revista dois romances<br />
de um alto interesse emocionante,<br />
como todos os que tem publicado a Revista<br />
e que têm sido acolhidos paio publico com o<br />
maior favor.<br />
A collecção dos 10 primeiros annos da<br />
Revue des Journax contém mais de<br />
4:000 novellas litterarias e contos diversos,<br />
assignados pelos mais illustres e escriptores,<br />
romances completos de Alphonse Daudet, Henri<br />
Rochefort. Octave Feuillet, Ludovic Halévy,<br />
Hector Mallot, fíuy de Maupasant, Paul Bourget<br />
Emile Zola, etc., etc. A collecção composta<br />
de 10 magníficos volumes de 825 pag., contendo<br />
matéria de mais de 100 volumes, solidamente<br />
encadernados, vende-se a 14 francos<br />
volume.<br />
Rrindes : — Um retrato a oleo do assignante,<br />
e um outro em carta-album. Dm livro<br />
de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />
de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 me-<br />
zes e 3 mezes respectivamente.<br />
Assignatura i — Seis mezes, 8 fr., um<br />
anno, 14 fr. Assigna-se: — 1.° em todas as estações<br />
de correio das colonias francezas, da<br />
Bélgica, Dinamarca, Italia, Suissa, Raízes Baixos,<br />
Suécia, Noruega e Portugal; 2.° nas livrarias<br />
que têm correspondente em Paris; 3.° por<br />
meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />
Os dez primeiros annOs cantam<br />
1OO fr., accrescendo O porte.<br />
Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />
administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5 ° anno de Direito, continúa<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
e Philosophia.<br />
Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />
ições de hygiene publica<br />
PELO<br />
DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />
PREÇO, 1,5000 RÉIS<br />
Á venda na Imprensa da Universidade.<br />
tuna, tomando mais de cinco milhões — Vamos vêr, exclamou o velho. vestido o trajo de João Gérin, foi re- ceio; pôde ficar com a duquêsa à von-<br />
e títulos ao portador, e collocando-os Luciano leu :<br />
conhecido como sendo um barqueiro. tade. Tu, porém, velho, tu, que pos-<br />
á disposição de ambos vocês, em casa<br />
«Tribunal do Sena.— Presidencia do «Todos os habitantes de Paris tresues milhões, has de dar-me dinheiro,<br />
de banqueiros e notários de differen-<br />
sr. Cornudet. Representa o ministério mem de mêdo, na expectativa de po- muito dinheiro, e só quando m'o deres<br />
JOÃO DAS GALÉS tes cidades. Se me succeder qualquer<br />
publico o sr. Gémard des Glaireux Julderem encontrar-se com João das Ga- deixarei a todos em paz, Toma nota<br />
fatalidade, deixo já tudo prompto. A<br />
gamento de João Gérin e dos seus cúmlés A justiça diligenceia por todos os d'isto!<br />
minha morte não lhes acarretará ne-<br />
•<br />
plices, pelos crimes de assassínio, rou- meios descobrir o paradeiro do temi-<br />
XXVI<br />
nhum prejuízo pecuniário, e o mais<br />
0 creado appareceu a uma das portas,<br />
bos com arrombamento, roubos simvel criminoso, mas ainda não poude<br />
hnbil bandido não poderá tocar num<br />
juciano acercou-se d'elle e disse-lhe a<br />
ples, e receptação.»<br />
saber qual elle seja».<br />
Nos campos de Roma ceitil do que lhes pertence. Em com-<br />
meia voz:<br />
pensação, meus filhos, aturem-me até Luciano percorreu num rápido olhar<br />
Uma voz respondeu:<br />
—Os meus rewolvers.<br />
«Procura um rapaz bello, alegre e morte; couto com o carinho dos seus a columna inteira do jornal, para vêr<br />
— Não poude, porque João das Galés Gérin ouviu-o e exclamou:<br />
está aquil<br />
simples como tua filha; procura, até o corações; conto com o affecto de am- se descobria qual fôra a pena imposta.<br />
— Escusa de pedir armas. Eu reti-<br />
Helena soltou um grito dilacerante e<br />
encontrares, um homem digno, que lhe<br />
De repente, soltou um grito.<br />
ro-me. Mas pensem sobre o caso, e<br />
30S.<br />
lançou-se nos braços de Luciano! 0<br />
agrade e que te dê garantias de a fa- — Sim, meu bom tio, confirmou He-<br />
Helena levantou-se a tremer.<br />
creiam que hei de voltar a vé-los. Pre-<br />
velho ergueu-se da sua cadeira, João<br />
zer feliz. Depois, casa-os. Temos forlena ; os nossos corações pertencem-<br />
-—Oiçam, disse Luciano; oiçam o<br />
ciso de dinheiro. Dêem-m'o, e não<br />
das Galés estava diante d'elles.<br />
tuna de sobejo para lhe deixar » Elle Ihe, e reservamos-lhe ainda muitos que se diz aqui, em seguida ao com-<br />
tornarei a importuná los nunca mais.<br />
—Ao que acabam de lêr, disse o<br />
Dão quiz seguir o meu conselho, e pro- dias felizes, para o compensarem das pte rendu da audiência:<br />
Dito isto, o terrível bandido pôs-se<br />
bandido, accrescentem mais isto: João em fuga rapidamente, desapparecendo<br />
cedeu de modo multo diverso. Já lá horas amargas que passou por nossa «Evasão de Jão Gérin. Acabamos de Gérin evadiu-se, e como não costume num momento. Luciano nem sequér<br />
está na terra da verdade, pobre ir- causa.<br />
saber que o condemnado, cujas decla- perder tempo, e a senhora teve o pensou em seguí-lo. Gérin achava-se<br />
mão 1 Perdôo-lhe. Mas a que triste sor — Obrigado. Quando é que aquelle rações ria audiência tornaram necessá- cuidado de enviar á justiça cartas já muito longe quando elle agarrou<br />
te elle te condemnou, minha filha! homem maldito expiará os seus cririos, bem como para Lebigot, comple- datadas de Roma, veio aqui tão depresso nos rewolvers.<br />
Muito feliz foste tu ainda, vendo appames? Só depois de ter recebido a nomentos d'instrucção do processo, ape- como os joraaes, gastando quasi a Todos três tinham ficado aterrados.<br />
recer no teu caminho de lagrimas e ticia de que elle morreu, ficarei socepas recolhido â sua cellula quebron os mesmo tempo que a notícia levou a Helena foi a primeira a fallar, es-<br />
amarguras a Providencia personificagado. Já chegaram os jornaes de Fran varões de ferro da janella, matou um compor e a imprimir. Não sabia ao treitando Luciano nos braços e exclada<br />
num rapaz tão leal e tão digno como !?a ?<br />
soldado, e conseguiu evadir-se, tre- certo onde estavam, mas calculei, clamando:<br />
é Luciano. Permittiu Deus que eu po- — 0 creado deve lê-los trazido de pando aos telhados do edificio e ajuizadamente, que deveriam mandar — 0 que será de mim, meu amigo I<br />
désse vêr no fim dos meus velhos dias, }oma. respondeu Luciano. Eu vou vêr lançando-se d'ali ao Sena. As senti- buscar os jornaes de França á posta — É preciso não perder tempo, res-<br />
reunidos, dois sêres que se compre- — Os jornaes que hontem recebenellas fizeram fogo sobre elle, mas não restante. Os meus cálculos não falhapondeu o rapaz, é ir immediatamente<br />
hendem e estimam. Não posso quei mos, disse o velho Durand, annuncia poderam attingi-lo. Foram envidados ram. Segui o seu creado, e aqui estou. a Roma, para nos collocar-mos sob a<br />
xar-me. Sinto-me renascer, meus fi- vam qne o malvado ia ser submettido os maiores esforços para o encontrar, Tinha pressa de abraçar a duquêsa de protecção da policia. 0 nosso creado<br />
lhos, e acompanhá-los*hei até á Ame- julgamento no dia seguinte. Os de e depois de quasi duas boras de in- Villedieu. Porque foges de mim, querida que parta já para ali, e que reclama<br />
rica; quero morrer tranquillamente nos hoje devem trazer a boa nova da sua vestigações e pesquizas, retirou-se do espôsa? Queres escapar-me?<br />
uma escolta, dando os signaes do ban-<br />
seus braços. Mas sabem que estou ve» condemnação.<br />
Seua o cadaver d'um homem, que a — Para traz, e cautella! gritou Ludido e relatando o que acaba de pas-<br />
lho: na minha edade, ninguém pôde — Helena teve um estremecimento, principio se suppoz ser João Gérin. ciano. Se se atreve a dar um passo... sar-se. Nós partiremos logo em seguida,<br />
contar muito com as suas forças e com seu pesar.<br />
Desgraçadamente, ha motivos para crêr — BravoI 0 amante que se revolta sem mais delongas,<br />
o dia d'àmanhã. Creio que procedi —- Aqui estão os jornaes, disse Lu- na existrneia d'um noVo crime, por- e que ameaça o marido! É um caso<br />
Pluiíadamente liquidando a minha for- ciano, voltando.<br />
que, embora aquelle homem tivesse<br />
(Continua),<br />
novo e divertidíssimo! Não tenha re*
MacMna de costura<br />
l6fTende-se uma para alw<br />
faiate ou costureira Memoria,<br />
Está em muito bom uso e<br />
vende-se em conta.<br />
Pôde ser vista no Terreiro<br />
do Marmeleiro, n.° 12, Coimbra.<br />
Estudantes<br />
H||| uma casa particular na<br />
U Alta se recebem dois estudantes<br />
até 14 annos de cama<br />
e mêsa.<br />
Para iuformações rua do Visconde<br />
da Luz, 109 a 113.<br />
CÂVALLOS<br />
14 Muares, etc.; esquinencias,<br />
111 sobrecannas, ovas, esparavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc . curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos.<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depositos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Deposito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
PIANO<br />
13fTende-se um na rua de<br />
I Joaquim Antonio d'Aguiar<br />
Casa em bom local<br />
12 TTende-se uma, de 4 andaf<br />
res e magnificas lojas,<br />
na Couraça dos Apostolos, n.°35.<br />
Quem pretender fale com<br />
Adriano da Silva e Sousa, na<br />
mesma casa.<br />
Liquidação<br />
11 Ha loja de Alves Borges,<br />
li successor, rua do Visconde<br />
da Luz, n. os 64 a 66, se<br />
vendem por preços modicos,<br />
pregos de ferro suecio e escocio<br />
de embutir, para ferragens, e<br />
outros objectos a liquidar, e<br />
algumas qualidades de ferro<br />
suecio e escocio.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentaria<br />
Oaldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA<br />
De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />
consultas todos QS dias das<br />
9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />
Figueira da Foz.<br />
Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />
estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />
Neves),<br />
Em agosto e outubro, aos<br />
domingos consultas ás mesmas<br />
horas em Coimbra.<br />
CLÔJ3.A.<br />
lOárrenda-se uma, com boas<br />
OL commodidades e quintal,<br />
no Bairro de Santa Cruz, Rua<br />
Lourenço A Azevedo.<br />
Para tratar na Praça 8 de<br />
Maio, D.° 14.<br />
9 A rrenda-se a casa n.° 1<br />
*» na rua dag Colchas com<br />
frente para o Paço do Bispo,<br />
com boas commodidades. A tratar<br />
com Joaquim Augusto Preces<br />
Diniz, e na sua ausência com o<br />
i!l. m ° sr. Antonio Gonçalves Barreira,<br />
na rua do Visconde da<br />
Luz, na casa do fallecido ill. mo<br />
sr. Borges.<br />
0 mesmo arrenda a loja com<br />
os D. 0 ' 68, 70 e 72, na rua do<br />
Visconde da Luz.<br />
Estabelecimento Thermal<br />
Dos mais perfeitos do paiz<br />
Excellentes aguas mineraes<br />
para doença de pelle,<br />
estomago, garganta, etc.<br />
RESISTENCIA - Domingo, 20 de setembro de 1896<br />
CALDAS DA FELGUEIRA<br />
CANNAS DE SENHORIM<br />
( B E I R A A L T A )<br />
Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />
e fecha em 30 de novembro<br />
Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />
Grande Hotel Club<br />
Com estação de correio e telegrapho,<br />
mediío, pharmacia<br />
e casa de barbear.<br />
Magnificas accommodações<br />
desde 1)521)0 réis<br />
comprehendendo serviço, club<br />
etc Bnnus para os médicos<br />
O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />
para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisnçao e aspiraçao. com gabinetes<br />
annexos e independentes para toilette. E sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos.—Tiagem<br />
— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />
estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />
Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca .1'Alva © Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n. 125,<br />
referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />
da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />
deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />
0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />
antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />
V E N D A<br />
7 TTende-se em COZKLHAS<br />
» uma linda vivenda, que<br />
se compõe de casas de habitação,<br />
recentemente construídas,<br />
que accommodam familia numerosa;<br />
casas para caseiro e arrecadações,<br />
grande quintal de<br />
excellente terreno com muita<br />
agua, arvores de fructo, videiras,<br />
etc. É em sitio muito pittoresco<br />
e aprazível, tendo estrada<br />
de macadam até ao local.<br />
O comprador pôde, querendo,<br />
ficar com a importancia ajustada,<br />
no todo ou parte, em seu<br />
poder, a que se faz um juro<br />
modico.<br />
Para esclarecimentos, João<br />
Marques Mósca, solicitador, rua<br />
do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />
Castanheira, largo da Port?.gem,<br />
Coimbra.<br />
Assignatura<br />
100 RS.<br />
cada n.°<br />
0<br />
H CO<br />