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Obra Completa

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N,° 144 COIMBRA-Domingo, 5 de julho de 1896<br />

Melhore-se mas<br />

não se sopprima<br />

2.° A N N O<br />

cios públicos, estabelecendo-se aszação dos serviços actualmente con- Os fuzilamentos na índia<br />

sim um regimen em que os actos fiados à burocracia, que tão delate-<br />

B a g r a t e l l a s<br />

do governo não estarão sujeitos a<br />

• .<br />

O governo recebeu um telegram-<br />

namente está influindo em todos ma do commissario régio em Gôa, O sr. ministro das obras publi-<br />

qualquer fiscalização que obste aos<br />

confirmando a noticia transmittida<br />

os ramos da actividade social.<br />

cas mandou que a Commissão dos<br />

attentados contra a justiça e contra<br />

ao Universal acerca do fuzilamento<br />

Um dos motivos determinantes<br />

Neste sentido profundas são as<br />

Monumentos Nacionaes se pronun-<br />

a liberdade. A enorme série de pre-<br />

de Raugi Ranes.<br />

da indifferença com que o país tem<br />

reformas que é necessário introdupotências<br />

que o nosso governo tem<br />

Diz esse despacho:<br />

ciasse sobre as obras da egreja de<br />

assistido aos successiyos golpes vizir<br />

no nosso país, a exemplo do<br />

Santa Cruz de Coimbra!<br />

praticado, d'isso dá incontroverti<br />

«Raugi foi fuzilado por ter resistido<br />

brados pelo governo nas garantias<br />

que já em alguns países exti^ngei-<br />

Depois dos desvarios consuma-<br />

vel testemunha.<br />

á escolta que o conduzia preso, na oc-<br />

fundamentaes do regimen politico,<br />

ros se tem feito. . : a<br />

casião em que pretendia evadir-se.» dos á custa dos dinheiros da nação,<br />

Actualmente só a imprensa tenta<br />

a governança despertou I<br />

que de direito vigorava entre nós,<br />

defender a ordem jurídica e os bons<br />

Não é crivei que tentasse eva-<br />

Pavorosa<br />

O objectivo util d'esta estupenda<br />

é a gravíssima crise que atravessam<br />

dir-se um preso, que ia escoltado<br />

princípios de publica administração,<br />

os governos representativos e, de-<br />

O govern® procurando desviar as por uns poucos de homens arma-<br />

solicitude final por força vae escon-<br />

censurando com maior ou menor attenções do publico .dos aconteci dos. E sabendo-se que já a esse der-se nas dobras mysteriosas do<br />

signadamente, os de fórma parla- vehemencia os crimes que o gover mentos da*India, prepara uma pa tempo estava publicada a portaria manto rico das protecções á inémentar.<br />

no dia a dia vae praticando. Mas a vorosa que deve dar orado. Corre homicida, essa hypothese é inveropcia !...<br />

Desacreditados perante a opinião<br />

que o corregedor Veiga recebera insímil. O chefe da escolta cumpriu-a,<br />

própria imprensa está sendo victi-<br />

A commissão destacou dois dos<br />

publica, mercê dos processos viciostrucções<br />

nesse sentido e que está assassinando o individuo que havia<br />

ma da mais feroz perseguição, não dispondo tudo cuidadosamente para prendido.<br />

seus membros; e as gazetas rezam,<br />

sos por que são recrutados os mem-<br />

que caíram deslumbrados pelos ful-<br />

podendo pugnar efficazmente pela o grande espectáculo.<br />

E assim que os factos se devem<br />

bros que compõem os parlamentos; manutenção das suas garantias. Não foi, porém, possível evitar ter dado. E a julgar pelas corresgôres do talento que fez da velha<br />

das futilidades que constituem ob- E certo é que, quando não se<br />

que os bellicos preparativos fossem pondências que da índia têm sido egreja uma garridice de kaleidosjecto<br />

de longas e acaloradas discus-<br />

conhecidos e a fmprensa indepen- enviadas para alguns jornaes, pacopo 1<br />

dê algum movimento energico que dente já preveniu o publico do sirece que Raugi Ranes não é a única Em termos claros: o sr. Frazão,<br />

sões nas camaras; da inanidade dos supprima a causa primordial da nistro plano do dictador do Al- victima da deshumana portaria, que<br />

director das obras publicas do dis-<br />

discursos pronunciados, cujo movei gravíssima crise que o país através caide.<br />

lança sobre Portugal um labéo in-<br />

são mesquinhas ambições, o amor sa, a imprensa ba-de ser manieta- A este respeito diz O Liberal: famante.tricto<br />

de Coimbra está, para todos<br />

proprio e nunca a dedicação pelo<br />

Embora, porém, não houvesse vi- os effeitos, habilmente illibado das<br />

da, embora em periodo de curta «Affirroa-se, parece que com bom<br />

ctima alguma a lamentar, o auctor accusações sobre elle accumuladas.<br />

interesse publico; da leviandade ou,<br />

fundamento, que o governo, para des-<br />

duração, pela publicação de mediviar<br />

a attenção do publico da questão de tão monstruosa portaria já não O peso esmagador dos delictos<br />

antes, inconsciência com que se das mais despóticas. Ficarão então da iQiJia, traz em gestação uma enor- devia estar como commissario régio fica, daqui para o futuro, inteira-<br />

operam reformas no direito; do ob- os direitos individuaes colhpletame pavorosa.<br />

em Moçambique. Um governo sério mente a cargo da Commissão dos<br />

Parece que collabora nisso ha mui- tê-lo-hiajlemittidoimmediatamente.<br />

struccionismo com que não raras mente sujeitos ao arbítrio do govertos dias o famigerado corregedor.<br />

Monumentos.<br />

Mas riao procederá assim o actual<br />

vezes se protelam providencias neno e dos seus delegados, que po- Sempre é bom prevenir o publico.»<br />

gabinete, caja permanencia no po- Nesta deplorável crise do bom<br />

cessárias; dos excessos de linguaderão ordenar devassas, entrar rias Embora se saiba ,íjue de tudo é der só é explicável por uma abso- senso ninguém pôde prevêr onde<br />

gem, nem sempre justificados; da redacções dos jornaes pedindo que capaz o actual governo e esteja já luta ausência de vergonha e de sen- param os limites dá aberração mo-<br />

subserviência com que são acatados lhes sejam entregues, sem mais for-<br />

muito gasto o expediste das pavoso moral. Dizem até alguns jornaes ral que escarnece de todas as resrosas<br />

para que causem illusões, que elle ficára satisfeito com as no-<br />

os actos do governo que elegeu as malidades, os autographos dos arponsabilidades!!.<br />

..<br />

têm as prevenções ao publico a granticias que lhe foram communicadas<br />

maiorias, e doutros vicios d'egual tigos publicados. E ninguém confie<br />

Uma corporação de que fazem<br />

de vantagem de evitar que as vio pelo seu feroz commissario.<br />

natureza, os governos representati em que perante esses attentados se 'encias premeditadas pelo governo A opinião publica é que com cer- parte homens da maior auctoridade<br />

vos e parlamentares não encon- desperte um forte espirito de soli-<br />

attinjam alguns incautos.<br />

teza o não ficou, e um dia virá em e nome, dos mais dedicados ao es-<br />

Em Coimbra podem estar todos que ha de fazer-se completa liquitudo da historia da arte, prestigiotram<br />

nessa opinião sério apoio para dariedade, nas classes cujos mem<br />

socegados. A policia de cá ainda dação de contas.<br />

sos pela sua superioridade mental,<br />

resistir a qualquer transformação bros sejam lesados nos seus direi- não tecebeu ordens para collaborar<br />

não hesita em subscrever, como seus,<br />

repentina ou gradual no sentido da tos, que faça recuar o governo. na pavorosa.<br />

O ultimo numero dos Perfis Contem- os desatinos que o capricho cego tem<br />

sua eliminação. Ninguém crê que Amplamente provado está que ninporâneos<br />

traz o retrato de sua alteza, inspirado e que a inhabilidade mais<br />

os parlamentos possam exercer um guém pôde contar com semelhante O conspícuo «Correio Nacional» pu aiographado pelo major Fernandes audaz tem perpetrado!<br />

)licou ha dias um artigo laudatorio Costa.<br />

influxo benefico na administração meio de defêsa ou de ataque contra para o governo e de apologia para Que biographia se poderá fazer de Tudo isto é supinamente comico!<br />

publica e na defêsa da ordem jurí- o governo.<br />

as crueldades praticadas na Índia Ião interessante néné?<br />

Ânimos menos contidos protesta-<br />

pelo sr. Neves Ferreira, que conclue Que sabe dizer muito bem papá,<br />

dica, e d'ahi o não causar a minima Taes serão as consequências que )ela seguinte pergunta innocente: mamã, brinca muito com as bonecas, vam contra as tropelias renovado-<br />

commoção qualquer acto por que<br />

etc., etc.<br />

necessariamente derivarão da supras<br />

que assolavam Santa Cruz ; o<br />

«Como querem esses figurões que por ahi Ai, é verdade, pôde descrever-lhe a<br />

sejam espezinhadas as suas garan-<br />

andam a vociferar desgrenhadamente contra<br />

pressão do parlamento. Não con-<br />

bom senso publico percebia que al-<br />

os que personificam a patria perante o mundo, ascendencia e essa é gloriosa!<br />

tias.testamos<br />

que o systema representa- que se enxugue afinal o pantano da índia<br />

guma coisa de anormal se notava<br />

em tudoaquillo, e suspeitoso aguar-<br />

Assim desconceituado, não podetivo esteja minado por vicios gravís- Vamos responder-lbe com as palavras<br />

do eminente escriptor Almeida Da sabedoria das nações dava que o debate publico das opirá<br />

o systema representativo resistir simos, e que se haja tornado impo- Garrett que parece lhes advinhou os<br />

e, antes que se opere uma transfortente para garantir efficazmente a instinctos.<br />

E comparativamente moderna a niões idóneas derimisse o pleito.<br />

«São de hontem e já invadem tudo, desintelligencia dos reis com os po- Coimbra tem o direito de saber com<br />

mação radical nas instituições poli- ordem e o progresso social. Descon- o palacio, a cúria, o conselho do prínvos. Foi necessaria muita má fé, que bulas um curioso entra num<br />

ticas por que efficazmente se garanceituado porém como está, o parlacipe e as assembleias da nação. muita traição de coroados tribunos dos mais notáveis monumentos,<br />

Já pretendem com uma exigencia,<br />

tam as liberdades collectivas e inmento constitue ainda assim uma<br />

)ara desenganar o pobre do povo,<br />

já dispõem com uma arrogancia !...<br />

de marrêta em punho, e corta a<br />

dividuaes, provável é que, pelo me- preciosa garantia de liberdade dos Já na imaginação atiçam as fogueiras ]ue tantos annos combateu por el-<br />

de Rocio, e benzem a corda das forcas es e só para elles, cuidando que torto e a direito, á mercê dos menos<br />

em alguns países, se dê um ac- cidadãos, cuja falia o nosso país<br />

do campo de Sanct-Anna. E, emquanto para si combatia.<br />

teoros e dos flatos de cada dia!<br />

centuado regresso para o absolu- está sentindo.<br />

não chega esse dia de gloria e de ben- Dos despojos d'essa lucta, o leão E quando toda a gente esperava,<br />

ção vão aconselhando e aptismo,<br />

de que derivarão as mais Que ninguém pôde dar o nome<br />

'ez a partilha do costume; e ainda<br />

j>rovaudo todas as cruelda-<br />

para escarmenta de atrevimentos<br />

perigosas consequências. Nós já as de parlamento ao Solar dos Barrides e perseguições...» em cima pôz-se a devorar o sendei- futuros, que o relatorio duma ins-<br />

Parece-nos que é este o melhor meio ro, que o auxiliou...<br />

estamos experimentando. gas.pecção<br />

serena e proficiente julgasse<br />

de se enxugar o tal pantano, pela van-<br />

A suppressão dos parlamentos, Combatemos pois sem hesitações tagem que nos trás de purificar ao<br />

X<br />

do delicto, surge a Commissão, que<br />

mesmo tempo o ar, com o calôrzinho<br />

nas actuaes condições, terá como a opinião de que pedem a suppres-<br />

Povo — Sendeiro que briga como pelos seus delegados bate pé á fren-<br />

da fogueira.<br />

resultado fatal a preponderância são do parlamento. Necessário se<br />

um leão, mas que se deixa albarte e atira para cima do conflicto a<br />

dar depois como quem é...<br />

absoluta de uma só força politi- torna, porém, para que a acção do<br />

affirmação decisiva d'uma profunda<br />

Houve em Mafra, por causa do au-<br />

e estólida arbitrariedade:<br />

ca—a burocracia. Todas as ou- parlamento melhor se faça sentir e gmento de impostos, mosquitos por<br />

corda. 0 governo trata de averiguar<br />

tras forças sociaes, que d'esta não ainda para melhor organização d'um<br />

Dm jornal de Viseu desata aos vivas •— Tudo muito bem!<br />

quem foram os cabeças de motim, às majestades, dizendo que D. Carlos E' a gratuita presumpçâo de con-<br />

façam parte, serão completamente systema de garantias jurídicas, que como 9e nestas questões podesse haver é uma garantia da liberdade.<br />

d'umas cabeças.<br />

selheiro, a fingir que é a espada de<br />

gastadas da ingerencia nos nego- se opere uma larga descentrali-<br />

São como os cães. Quanto mais se<br />

Pois se todos são explorados.., íes bate, mais lambem as mãos. Brenno1


—Está tudo optimo!<br />

E quem ouvir a arrogancia da sentença<br />

dando-se foros indiscutíveis<br />

de supremo arbitro, mal imaginará<br />

que o voto do sr. Luciano Cordeiro<br />

vale uma unidade apenas, como outro<br />

qualquer voto. Como d'um jurisconsulto,<br />

d'um mathematico, ou<br />

d'um agronomo!<br />

No seu dilettantismo, cheio de<br />

convenções em matéria de arte, na<br />

irascibilidade dos [seus processos<br />

de exhibição, basta dizer que tem<br />

sido o defensor pertinaz dos desacatos<br />

da Batalha 1!<br />

Com que direito pois se arroga<br />

o poder de inutilizar com uma só<br />

«Os possuidores de acções devem<br />

Usar de toda a prudência.<br />

O capital dos accionistas, embora<br />

relativamente pequeno, ainda attinge<br />

uns milhares de contos} o banco tem<br />

quarenta mil contos de hypothecas;<br />

tudo para garantir vinte mil contos de<br />

letras emittidas. Sabendo-se ainda que<br />

O valor da propriedade tem, em geral,<br />

augmeotado no duplo, é claro que d^lleSi<br />

não é crivei que este estabelecimento<br />

possa dar prejuizo aos seus credores.<br />

Se o contrario viesse a dar-se, provado<br />

ficaria, só por isso, que as administrações<br />

têm sido dolosas, a fim de<br />

prejudicar intencionalmente os que se<br />

lhes confiaram.<br />

E neste caso, ao governo brasileiro<br />

compete ser inexorável com aquelles<br />

que assim compromettem as economias<br />

dos que mourejam uma vida inteira,<br />

para se crearem uma relativa tranquilidade<br />

futura.<br />

O papel do Brasil tinha aqui uma<br />

acceitação enorme. Um facto d'estes, a<br />

não serem immediatamente punidos os<br />

que nelle tiverem culpa, virá abalar a<br />

confiança em todos os valores brazi<br />

leiros, o que é um grave prejuizo para<br />

o proprio interesse material do Brasil.<br />

Mas o governo da Republica não trepidará<br />

em fazer justiça.»<br />

nha-se de um tenente e sete soldados.<br />

As tropas hespanholas perderam<br />

novamente a pista a Máximo Gomez,<br />

e não sabem a situação exacta<br />

de Antonio Maceo. Suppõe-se,<br />

todavia, na Havana, que o primei<br />

ro continúa na Camaguey, emtanto<br />

que o segundo se conserva na província<br />

de Pinar dei Rio.<br />

Weyler não tornou a fallar dos<br />

onze cabecilhas que ha dias noticiou<br />

terem partido para a Jamaica.<br />

Parece que nem mesmo chegou<br />

a averiguar-se o nome de cada um<br />

RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />

Carta de Lisboa<br />

Lisboa, 3 de julho de 1896.<br />

Agora discule-se a questão da<br />

índia e a questão das negociações<br />

entre a Inglaterra e Soveral sobre<br />

a cooperação inglesa em Moçambique.<br />

Não lhes minto se disser que<br />

na intriga da índia ninguém está<br />

interessado. E que nos negocios<br />

tJm dos concelhos ultimamente supprimidos<br />

Qca a 54 kilometros da séde<br />

a que foi annexado.<br />

O governo, no decreto que degolou<br />

esse concelho, devia estabelecer uma<br />

gratificação aos contribuintes para<br />

despesas de viagem.<br />

A cooperação Inglesa<br />

nas colonias<br />

Ainda a imprensa governamental<br />

não deu explicação alguma so-<br />

)re as gravíssimas revelações da<br />

Semaine, jornal da republica do<br />

'ranswaal, por onde se mostra ser<br />

o sr. Soveral representante em Por<br />

da França em Madagascar. Esta politica<br />

está personificada, ha três annos<br />

a esta parte, no sr. de Soveral,<br />

actual ministro dos negocios<br />

extrangeiros de sua magestade fidelíssima.»<br />

tugal, ha três annos, da politica brimais<br />

graves da colonia, como o do<br />

caminho de ferro de Murmugão,<br />

.annica em Moçambique, e já ap-<br />

para onde os inglêses lançam as jarecem novas informações na im-<br />

suas vistas, ninguém pensa, porque jrensa extrangeira, muito mais com-<br />

não sabe e porque não quer. jromelledoras para esse ministro<br />

A canalhice tão fácil no meio Eis o que se lê no jornal pari<br />

politico de Lisbôa encontra um siense Le Temps:<br />

derivativo nas batotas de praia.<br />

palavra o esforço de reclamação Era Almada foi autoado por duas A estação calmosa é mais um<br />

sustentada com tanto desinteresse, vezes o juiz de direito porque os seus jretexlo para que impudentemente<br />

criados andavam a vender legumes<br />

como inutilidade ?1<br />

se deixem correr todos os negocios<br />

numa carroça, sem licença e não tra-<br />

É preciso notar, para a classifizendo as balanças aferidas.<br />

públicos.<br />

cação moral do facto, que Santa<br />

— Isto vae mal, "dizia-me um<br />

jatriota. Vocês, os republicanos,<br />

Cruz não ameaçava ruina; nenhu-<br />

C - c C b a<br />

não fazem nada.<br />

ma exigencia de reforma se impu-<br />

Não, canalha, não se faz nada,<br />

nha.<br />

)orque tu e os outros como tu não<br />

MAIS EXPEDIÇÕES<br />

Todos os dictames de prudência,<br />

,êm vergonha, não têm caracter,<br />

de sciencia e de honestidade aconse- Numa reunião ultimamente cele- não têm coragem.<br />

lhavam a sobreestar em deliberabrada por a junta revolucionaria cu- Has de arrebentar, cão, porque,<br />

ções, que não fossem proficientemenbana<br />

de New-York, resolveu-se que não julgues que as libras d'essa<br />

todas as semanas, durante os mê- administração extrangeira, que rete<br />

pensadas, discutidas e assentes.<br />

ses de verão, saiam de Cayo Hueclamas, hão de correr-te para o<br />

Nada d'isso se fez!<br />

zo, Tampa, New-Yorke outros pon- )olso.<br />

Começaram pela limpêza da abotos, expedições de homens, armas Porque a verdade é esta:—no<br />

bada, dirigida pelo conductor Este e munições com direcção a Cuba. meio de toda a vergonha em que nos<br />

vam Parada, — cujo nome deve re- D'este numero é já a que debatemos, a esperança de muitos<br />

cordar-se como uma reparação acaba de desembarcar em Santo é a administração extrangeiraI<br />

Antonio e Cabo Sul; que, apezar de<br />

A esse tempo ainda o sr. dire-<br />

x<br />

perseguida pelas forças de Wadctor<br />

não tinha sido mordido pela Rás e de voluntários, se poude rea As noticias dadas pelo Temps, e<br />

áspide da bravura, nem sentido as lizar a salvo.<br />

que já devem conhecer pelos jornaes<br />

picadas intestinaes de erudições Estas noticias tem alarmado os de Lisbôa, sobre as negociações com<br />

architectonicas!<br />

nossos vizinhos, como se^ vê pelos a Inglaterra, quasi nos deixam indif-<br />

seus jornaes, que todos commenferentes os homens desta linda e<br />

Os gabos daquelle trabalho fotam<br />

muito desfavoravelmente o fa cynica politica de Lisbôa.<br />

ram merecidos e não regateados. cto de agora mais do que nunca Apenas atguns, accusados de<br />

Movido pelos applausos, e qui- ameudarem os desembarques de ex- .ngenuos, se oreoccupam, mas logo<br />

çá pelo despeito, o sr. Frazão enpedições que constantemente en a turba dos<br />

tra em scena. Assume o mando des- grossam as fileiras revolucionarias<br />

cricionario e começa essa série de de Cuba.<br />

X<br />

hesitações e temeridades, em solavancos<br />

de atafona, que deram em 0 capitão Organ, commandante<br />

resultado esse lindo aspecto inte- das guerrilhas de Campechucha<br />

rior de Santa Cruz,—que faz lem- Vicaua e Higuera, dispoz uma em<br />

brar o Bom Jesus de Braga! boscada aos insurrectos, matandolhes<br />

cinco homens.<br />

Isto com os apoiados da Com-<br />

Estes, ao verem-se atacados, demissão<br />

dos Monumentos 1. .. fenderam-se heroicamente, como<br />

O caso é longo e edificante! costumam, obrigando as guerrilhas<br />

A. a retir'arem-se com perdas consideráveis.<br />

Confirma-se a noticia de que o<br />

Credito Real do Brasil não pagará Os coronéis Echevarria e Her<br />

o coupon das suas letras d'ouro e nandez andam em pacíficos reco-<br />

de papel que se venceu em julho nhecimentos pela província de Pi-<br />

corrente. Já de ha muito que se sanar dei Rios.<br />

bia não ser prospero o estado d'es- Nas Villas, os revoltosos atacasa<br />

companhia, não causando porram duas povoações: Zaza, em Santanto<br />

surpresa a noticia de que não cti Spiritus; e Mordaza, na linha de<br />

era pago o coupon.<br />

Matanzas, a Santa Clara.<br />

Em Portugal ha muitas letras de Da primeira foram repellidos; na<br />

ouro e de papel. Alguns jornaes segunda entraram á vontade e abas-<br />

calculam em 12:000 contos a sua teceram-se do que melhor lhes con-<br />

imporlancia.<br />

veiu.<br />

Parece que, ultimamente, se re- A guarnição de Mordaza compuceberam<br />

no Porto telegrammas do<br />

Rio de Janeiro em que se communica<br />

a noticia de que o Credito Real<br />

suspendeu os pagamentos.<br />

A respeito d'este caso o nosso<br />

prezado collega A Voz Publica diz<br />

o seguinte:<br />

? Vão-se tornando agora melhor<br />

conhecidos os fios d'esse trama, em<br />

que um ministro do rei de Portugal<br />

procura compromelter o seu país<br />

em beneficio da Inglaterra, a quem<br />

ámanhã pertencerá Moçambique.<br />

E ainda hontem lá gastamos tanto<br />

dinheiro, o que é muito, e perdemos<br />

tantas vidas, o que é muito<br />

mais!<br />

Foi marcado o dia 5 de agosto<br />

O nosso correspondente em Li- para o julgamento do nosso prezado<br />

verpool chama a nossa attenção para correligionário e altivo jornalista<br />

a seguinte nota do Manchester CouJoão<br />

Chagas, por artigos publicarier,<br />

relativa a um aceôrdo de dos, ha tempo, nos Pamphletos, e<br />

Portugal e da Inglaterra, que foram querellados pelo delega-<br />

que poderá produzir séria acção sodo do ministério publico.<br />

jre o futuro do sul da Africa:<br />

O governo português vae adoptar<br />

jrevemente energicas medidas para Os salões do palacio<br />

o desinvolvimento dos territorios do Kremlim<br />

portuguêses no sueste de Africa O palacio do Kremlim coutem três<br />

para o que acaba de ser trocada notáveis salões,— o de S. Jorge, o de<br />

entre as aucloridades de Lisboa e SantojAlexandre Nevsky e o do throno.<br />

Londres umacorrespondencia mui- O de S Jorge, o maior do palacio<br />

imperial, tem 61 metros de comprido,<br />

to satisfactoria sobre este as-<br />

21 de largo e 17 de altura.<br />

sumpto. Ainda que seja pouco ve Pôde conter á vontade 3:000 pes-<br />

rosimil que Portugal consinta na soas.<br />

venda das suas colonias in toto A sua decoração è em branco e<br />

(no todo),torna-se de dia para ouro. Sustentam o teclo 18 columuas,<br />

dia mais provável que o coroadas por outras tantas Victorias de<br />

Vitali, cujos escudos representam as<br />

governo português queira principaes conquistas da Rússia.<br />

animar e favorecer a in- Adornam as piredes ricos mármotroducção<br />

de capitaes inres, onde se lêem em lettras de ouro<br />

gleses e da influencia in- os nomes dos m is illu-urps peneraes<br />

glesa nas suas colonias, e russos e de todos os otfieiaes da ordem<br />

de S. Jorge, a primeira das or-<br />

e nisto sobretudo que a cordens militar* s do império.<br />

respondência que acaba de 0 pavimento é feito era mosaico de<br />

ser trocadà pôde ser consi 20 madeiras distinctas.<br />

derada como satisfactoria Em uma das suas extremidades ele-<br />

no mais alto grau para a va-se um grupo de prata, presente<br />

-que estendem a mão á Inglaterra.<br />

dos cossacos do Don, grupo em que<br />

se destacam as figuras de Irmak, con-<br />

esmola ou á infamia abafa essas A'parte o seu valor intrínseco quistador da Sibéria, e de Platof, tendo<br />

poucas vozes de protesto.<br />

que, apesar de indeterminado, é aos seus pés o rio Jenisseí. Illuminam<br />

E bem certo que em várias cama real, as colonias portuguêsas do este magnifico salão 3:20Q luzes.<br />

das da sociedade ha descendentes<br />

O salão de Santo Alexandre de Ne-<br />

sueste africano adquiriram<br />

daquelles miseráveis que em 158(<br />

vsky. ainda que mais pequeno, pois<br />

uma importancia particu- mede só 31 melros de comprido tendo<br />

e mais tarde, com a invasão francê^, lar para a Inglaterra de- a mesma largura que o de S. Jorge,<br />

só travavam batalha com o inimigo pois da annexaçao de Ma- produz um aspecto imponente pela ri-<br />

a proposito do preço por qoe se dagascar á França e em queza de que está revestido e por a<br />

venderiam.<br />

vista da politica que o go-<br />

Agora se explica a perseguição verno francês inaugurou<br />

á imprensa republicana por occasião nesta nova colonia.»<br />

da visita da esquadra inglêsa. E<br />

as infamias que hão de succeder-se Entre o governo português e o<br />

mais provarão que de ha muito<br />

inglês tem sido trocada correspon-<br />

uma conspiração vem sendo tramada<br />

contra esta patria, por quem todos dência, que pôde ser consi-<br />

gritam mas que por lãq poucos é derada como satisfactoria<br />

comprehendida e amada. no mais alto grau para a<br />

Inglaterra, no sentido de<br />

introduzir capitaes e des-<br />

Se um dia esta nação, por um involver a influencia d'este<br />

acaso, se lembrar de pedir contas pais nas nossas colonias.<br />

aos que a arrastaram a tal miséria,<br />

Não se sentindo com forças para<br />

muitos culpados têm de castigar.<br />

Eu creio que a difficuldade, num<br />

vender as colonias por um acto for<br />

momento de liquidação,está sómente mal, porque se levantaria o mais<br />

nisto — procurar arranjar alguns vehemente protesto por parle do<br />

que finjam de excepção ao vilipendio povo, vae o nosso governo dispondo<br />

que domina e esmaga um povo de as coisas para as entregar á Ingla-<br />

escravos, bem digno de melhores<br />

terra. Nessa missão trabalha ha<br />

destinos.<br />

uns poucos dannos o sr. Soveral.<br />

O Memorial Diplomatique, folha<br />

bem informada, já o declarou por<br />

Foi approvado na generalidade occasião da viagem do rei á Ingla-<br />

o projecto do codigo civil allemão. terra, como em tempo noticiámos e<br />

hoje repetimos:<br />

«A politica seguida por Portugal<br />

relativamente a uma cooperação britannica<br />

para a colonização de Moçambique,<br />

não é, como sem razão<br />

se julgou, uma resposta ás victorias<br />

altura do seu tecto, de 21 metros, terminando<br />

por uma soberba cupula.<br />

Adornam esta cupula preciosos baixos-relevos<br />

dourados com as insígnias<br />

da ordem de Santo Alexandre Nevsky,<br />

fundada por Catharina I em 172'5.<br />

Os moveis, em estylo russo, estão<br />

cobertos de terciopelo.<br />

Tem este salão 14 janellas, que dão<br />

sobre o Moscova, em frente d'ellas, no<br />

lado opposto, ha 14 enormes espelhos,<br />

onde se reflecte parte da cidade situada<br />

á esquerda do rio.<br />

A sua decoração é em ouro e rosa.<br />

O saião do throno, coberto interiormente<br />

de seda azul, que é a côr da<br />

Ordem de Santo André, fundada por<br />

Pedro o grande, tem 49 metros de<br />

largo e o seu tecto assenta sobre 10<br />

gigantescas columnas. O throno imperial<br />

está collocado em frente da entrada<br />

e eleva-se sobre um estrado de sete<br />

escadas. O docel, em estylo russo, termina<br />

em cóne encimado por uma corôa,<br />

d'onde cai até aos pés do throno<br />

uma cortina côr de purpura. Sobre o<br />

throno vê-se o olho da Providencia,<br />

cercado de uma aureola.<br />

Para dar idèa da grandêza do palacio<br />

imperial do Kremlim, basta dizer<br />

que este palacio contém 700 habita»<br />

ções. Numa d'ellas, chamada Salão da<br />

Prata, ha sete mêsas macissas d'este<br />

metal, e quatro formosos tapetes com<br />

scenas do D. Quichote de La Mancha,<br />

São esses os salões em que o czar,<br />

depois da sua coroação, recebeu a<br />

corte, os embaixadores extrangeiros,<br />

os altos dignitários do império, o es<<br />

tado-maior do exercito, os representantes<br />

oíflciaes de todas as câmaras<br />

russas e os delegados de todo o terrii<br />

torio do governo de Moscow»


UNIVERSIDADE<br />

Nos dias 2 e 3 de julho fizeram<br />

acto e ficaram approvados os seguintes<br />

alumnos:<br />

Faculdade de Tlieologia<br />

1anno—Bernardo de Caslro Neves.<br />

3.° anno — Augusto Joaquim Alves<br />

dos Santos.<br />

5 ° anno—Manuel Leite Marinho.<br />

Terminaram os actos neste anno.<br />

Faculdade de Direito<br />

1.° anno—Raul Toscano Pereira de<br />

Rezende, Francisco Fernandes Rosa<br />

Falcão, Manuel Luiz d'Almeida Pessanha,<br />

Accacio Ludgero d'Almeida Furtado,<br />

Francisco Carlos Soares, Guilhermino<br />

Martins Saraiva, e Abel de Mendonça.<br />

Houve cinco reprovações.<br />

2.° anno — José Marques Loureiro,<br />

Lourenço de Mattos Cordeiro, Sebastião<br />

Marques d'Almeida, Luiz Osorio da<br />

Gama e Castro Oliveira Baptista, Luiz<br />

Tebeira de Mecedo e Castro, e Manuel<br />

Ladislau Bentes.<br />

3.° anno — Manuel Casimiro Coelho<br />

do Amaral Reis, Manuel Dias Gonçalves<br />

Cerejeira, Manuel Loureiro da Fonseca.<br />

4.° anno — João Pimenta, Joaquim<br />

Festas Picanço, Joaquim Martins de<br />

Araujo, Joaquim de Moraes Sarmento,<br />

e Joaquim Simões Peixinho.<br />

5." anno — João José Bragança de<br />

Miranda, João Maria de Albuquerque<br />

de Azevedo Coutinho, João de Passos<br />

de Sousa Canavarro, eJoão de Sampaio<br />

Freire d'Andrade de Sousa Cyrne.<br />

Faculdade de Medicina<br />

1.° anno-— Sergio Augusto Parreira,<br />

Guilhermino Vieira.<br />

Houve duas reprovações.<br />

2.° anno—Joaauim Navarro Marques<br />

de Paiva, Jordão de Mello Falcão, José<br />

Alberto Pereira de Carvalho, e José<br />

Alves Moreira.<br />

3.° anno — Francisco Casimiro Pinheiro<br />

Torres, Alfredo Pereira de<br />

Baireto Barbosa, José Joaquim Fernaudes,<br />

e Samuel Augusto Pessoa.<br />

4.° anno—Ricardo Soares Machado,<br />

Victor José de Deus, Joaquim Luiz<br />

Martha, e Francisco Maria Dias Constan<br />

tino Ferreira Pinto.<br />

Faculdade de Mathematica<br />

1.° anno — Alberto dos Santos Nogueira<br />

Lobo, Alvaro Pereira Soares,<br />

Guilhermino da Cunha Vaz, Miguel<br />

Augusto Alves Ferreira, Arthur Anuibal<br />

Fernandes, Adelino Augusto Fernandes,<br />

Anselmo Ferraz de Carvalho,<br />

Avelino Augusto Vieira Pinto, José<br />

15 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Ã0 DAS GALÉS<br />

X<br />

Inquietações -<br />

Gribeauval viu perfeitamente o ho<br />

mern que o espiava subir para uma<br />

carruagem, que conjeçou a seguir a sua;<br />

mas como o leilão *tiuha terminado às<br />

4 horas, e queria chegar ainda nessa<br />

noite a Cacham, preferiu antes desnortear<br />

o espião do que addiar a partida.<br />

Fiz pois parar à sua carruagem â<br />

esquina da rua Bac, passou rapidamente<br />

ao cocheiro, baixando a vidraça<br />

da frente, o preço da corrida, e, reeommendando-lhe<br />

que esperasse 5 minutos,<br />

para o caso de não encontrar a pessoa<br />

que procurava. Saltou da carruagem<br />

entrou na casa, atravessou rapidamente<br />

o café sem se incommodar com<br />

o espanto do criado, marchou direito<br />

á estação de carros que fica ao longo do<br />

cáes, escolheu num relance d'olhos os<br />

melhores cavallos e gritou ao cocheiro:<br />

— Rua Bac, 97.<br />

—Passou proximo de Hermann, cujos<br />

olhos se fixavam na porta; examinou<br />

attentamente as suas feições, e, vendo<br />

que elle ficava no mesmo logar,<br />

adquiriu a certeza de o haver mystiflcado.<br />

Não deixou por isso de tomar as<br />

suas pecauções, e, chegando á rua<br />

Saiot-Dominique-Saint-Germain, gritou<br />

^q cocheiro}<br />

«<br />

de Birros Mendes d'Abreu, João de<br />

Mattos Cid, e Alberto Jannes Garcia<br />

Fialho.<br />

Houve uma reprovação.<br />

Faculdade de Philosopliia<br />

l. a oadeira (Chymica inorgânico,)—<br />

Alberto de Barros Castro, Affonso da<br />

Silveira Brandão Freire Themudo, Abílio<br />

Tavares Justiça, José Tavares Lebre,<br />

Adriano Vieira Martins, e Antonio da<br />

Silva e Sousa Torres.<br />

3 a cadeira (Physica, [Aparte).—<br />

Antonio Cardôso Pinto.<br />

Houve uma reprovação.<br />

7. a cadeira (Mineralogia e geologia).<br />

José Carlos de Barros.<br />

Cadeira de desenho (curso mathematico)<br />

3.° anno—Jayme Pinto, e Gregorio<br />

de Mello Nunes Geraldes.<br />

Cadeira de desenho (curso philosnphico)<br />

1.° anno — Antonio Francisco de<br />

Sousa, Agostinho Ferreira Coutinho,<br />

Augusto Jorge Rodrigues Freire, Augusto<br />

de Paiva Robella Motta, Antonio<br />

Ruival Saavedra, Manuel Justino de<br />

Carvalho Pinto Coelho Valle e Vasconcellos,<br />

Antonio Luiz Pestana, Antonio<br />

Taveira de Carvalho, Carlos da Silveira<br />

Brandão Freire Themudo, Manuel Quaresma<br />

Limpo Pereira de Lacerda, e<br />

Bernardo Augusto Loureiro Polonio.<br />

Houve três reprovações.<br />

Desistiu um alumno do acto.<br />

2 a cadeira (Chymica organica eanalyse<br />

chymica) — Delphim Augusto da<br />

Silva Pinheiro, Vicente Pedro Dias<br />

Júnior, Julio Peixoto Corrêa, e Antonio<br />

de Gouveia Osorio.<br />

Curso de pharmacia<br />

1.° anno —Fernando Augusto da<br />

Paixão, e Manuel Rodrigues da Paixão.<br />

Lá vae por esse mundo fora, á<br />

custa do thesouro, o sr. Madeira<br />

Pinto, com a pequenina gratificação,<br />

além dos ordenados, de réis<br />

201000 em ouro 1<br />

Ha milhares e milhares de pessoas<br />

que ha quatro annos não vêem<br />

uma esterlina, e este Madeira tem o<br />

subido prazer de receber do país<br />

quatro por dia.<br />

E aproveitar emquanto é tempo.<br />

Em Alicante, na Hespanha, tem<br />

havido sérios motins por causa do<br />

imposto do consumo votado pelo<br />

ajuntamento. As ultimas noticias<br />

dão aquella cidade em via de pacificação<br />

em virtude da maioria do<br />

ajuntamento haver resolvido demit<br />

tir-se.<br />

— Gare d'Orleans.<br />

Na gare d'Orleans tomou o caminho<br />

de ferro de cintura até á gare de<br />

Sceaux-Ceinture. Ahi desceu e caminhou<br />

a pé até Cachau.<br />

— Como estaes, perguntou M. me de<br />

Villedieu, fizeste despezas loucas?<br />

—Loucas na verdade, senhora, para<br />

cima de 74:000 francos.<br />

—Setenta e quatro mil francos! Mas<br />

vós não possuis esse dinheiro, dissesteme<br />

que apenas tinhas 22:000 francos<br />

disponíveis.<br />

— É necessário arranjar o que falta<br />

por que ámanhã tenho de entrar com<br />

elle.<br />

—Levareis as minhas jóias e empenha-las-heis,<br />

disse M. me de Villedieu.<br />

— Oh! isso por caso nenhum.<br />

— Sois o meu procurador, senhor,<br />

e portanto deveis obedecer-me se<br />

quereis que vos confie os meus .negocios.<br />

As minhas jóias, valem mais de<br />

300:000 francos, e creio bem que sem<br />

difficuldade vos emprestarão sobre ellas<br />

100:000 francos. Acceitareis a quantia<br />

que offerecerem, por que é bom que<br />

eu tenha algum dinheiro disponível.<br />

Ah! não tendes que hesitar ordeno-vos,<br />

que me obedeçaes.<br />

Teremos occasião de mais tarde<br />

resgatar as jóias, por emquanto ficam<br />

assim bem guardadas.<br />

—Cumprirei as vossas ordens, mas<br />

preferia...<br />

— O melhor é obedecer ao seu<br />

senhor, e eu sou vossa senhora, visto<br />

que sou vossa hospeda. Mas explicaeme<br />

como esses objectos chegaram a tão<br />

elevado preço?<br />

RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />

O conflicto de Creta<br />

Todo o interesse das principaes<br />

potencias é resolverem amigavelmente<br />

a questão de Greta, e para<br />

isso dão instrucções aos seus representantes<br />

e empregam os seus<br />

melhores diplomatas.<br />

Numa nota collectiva aconselharam<br />

a Sublime Porta a que faça<br />

quanto antes o que tantas vezes<br />

tem promeltido, sem comtudo o ter<br />

feito ainda, isto é: que entregue a<br />

um christão o governo da ilha, que<br />

conceda uma amnistia geral e que<br />

convoque quanto antes a assemblêa<br />

de Greta.<br />

Parte d'este conselho já foi attendida,<br />

pois foi nomeado governa-<br />

dor da ilha de Greta o príncipe<br />

Jorge Beoniteh de Samos.<br />

Comquanto sejam descabidas,<br />

pelo momento, quaesquer previsões<br />

optimistas, não se pode deixar de<br />

assignalar um sensível progresso<br />

na situação. O termo d'este deplorável<br />

estado de coisas não depende<br />

tde modo fatal, irreductivel, da continuação<br />

da lucta, mas do livre exercício<br />

da vontade dos belligerantes.<br />

A diplomacia francêsa tem o direito<br />

de felicitar-se—escreve o Temps—<br />

por ter contribuído poderosamente<br />

para este resultado. A' energica<br />

intervenção dos embaixadores de<br />

França, da Rússia e da Austria-<br />

Hungria, marchando num accordo<br />

absoluto, se deve que a Porta Ottomana<br />

obtemperasse a condições<br />

sem as quaes o restabelecimento da<br />

paz seria a mais insubsistente das<br />

chimeras, mas também com as<br />

quaes se tornaria a mais culpável<br />

das obstinações a prolongação indefinida<br />

das hostilidades.<br />

Rainha Santa<br />

Por occasião das grandes festas<br />

que se hão de realizar nos dias 9,<br />

•10, 11 e 12 em honra-da Rainha<br />

Santa Isabel, padroeira d'esta cidade,<br />

a egreja de S. Pedro achar-se-ha<br />

—É que M. de Villedieu assistira ao<br />

leilão, disse Luciano, e quando viu<br />

que eu comprava por todo o preço os<br />

que vos tinham pertencido, ou provinham<br />

da vossa família, elle enviou um<br />

homem para junto de mim, que fiz<br />

elevar os objectos a preços fabulosos.<br />

Paguei o. fauteuil de vosso pae por<br />

4:300 francos a toilette de prata dourada<br />

por 48:000 francos a vossa mêsa de<br />

trabalho por 3:000 francos... Cancei<br />

por fim o meu advernario que não<br />

lançou mais, mas não me perdeu de<br />

vista, seguindo-me, como disse, e eu<br />

tive um trabalho enorme para me des-<br />

cartar d'elle.<br />

—Ah! disse a duqueza, é verdade!<br />

outro que não fôsses vós devia ter ido<br />

ao leilão. Nem pensei nisso. Só linha<br />

confiança em vós, como a única pessôa<br />

que poderia advinhar os objectos que<br />

me eram caros. Ah ! melhor me fôra<br />

ter abandonado as minhas recordações,<br />

porque se M. de Villedieu nos faz<br />

seguir, descobrir-nos-ha.<br />

—Tomarei maiores precauções ainda,<br />

disse Luciano. Ámanhã volto a Paris,<br />

recebo os moveis, parto de lá á noite<br />

com as provisões, muitas provisões, e<br />

não sairei mais d'esta casa durante<br />

oito dias. Depois vou a Sceaux, renovo<br />

as provisões e volto para Paris d'onde<br />

não sairei lambem durante alguns<br />

dias.<br />

Está combinado?<br />

— Eu abarreço-me tanto, quando não<br />

estaes junto de mim»<br />

— Em primeiro logar está a vossa<br />

segurança. Podemos comprar a carne,<br />

o páo e mil outras cousas em Arcueih<br />

em exposição paia os forasteiros<br />

que a quizerem visitar.<br />

Este templo é digno de ser visto<br />

pelo seu correcto estvlo antigo<br />

mas de alegre aspecto e bom estado<br />

de conservação e aceio em que se<br />

encontra, graças aos cuidados do seu<br />

zeloso e activo sachristão, por devoção<br />

, o sr. Manuel Lourenço,<br />

coadjuvado por alguns bemfeitores.<br />

Informam alguns jornaes que o<br />

sr. Raphael d'Andrade responderá<br />

em conselho de guerra pelo crime<br />

de aggressão (caso Avenida) de que<br />

é accusado. Parece que se intendeu<br />

agora que lhe é applicavel o art.<br />

325, § único, do codigo de justiça<br />

militar.<br />

Na camara dos deputados, em França,<br />

Doumes, ex-ministro da fazenda do<br />

gabinete Bourgeois, apresentou uma<br />

proposta de imposto de rendimento,<br />

analogo ao apresentado quando foi ministro<br />

naquella situação.<br />

Veremos o que a camara faz. Para<br />

ser coherente deve approva-lo, visto<br />

que já tinha approvado o anterior.<br />

Mas não approva...<br />

Fez hontem exame de geographia,<br />

Qcando approvado com distincção, o<br />

sr. Alberto Cupertino Pessoa, filho do<br />

sr. dr. Alberto Pessoa, digníssimo director<br />

da Escóla Académica.<br />

Partido republicano<br />

Vae fundar-se em Villa Real um jornal<br />

que se intitulará Aurora da Liberdade.<br />

Será redigido pelo nosso correligionário<br />

sr. Amadeu Sanches Barreto,<br />

ex-redactor do nosso prezado collega<br />

O Povo da Figueira.<br />

O novo jornal, que se propõe defender<br />

a causa da Republica, será bisemanal.<br />

Chegou a esta cidade o novo inspe-<br />

ctor do sello neste districto, o sr. dr.<br />

Alberto de Mello Ponces de Carvalho.<br />

Está a concurso por provas publicas<br />

a egreja do Espirito Santo, de Lamas,<br />

no concelho de Miranda do Corvo.<br />

Por provas documentaes foram postas<br />

a concurso as seguintes egrejas<br />

d^sta diocese:<br />

Becco (Santo Aleixo), de Ferreira de<br />

Zezere; Machio (Santa Maria), do concelho<br />

da Pampilhosa; e Ois da Ribeira<br />

(Santo Adrião) no concelho de Agueda.<br />

Assim evitamos os perigos de Paris.<br />

Nada temaes, elles não me seguirão.<br />

— Não me deixaes só muito tempo,<br />

não?<br />

(Continua).<br />

Caminho de ferro na Africa Austral<br />

A cerimonia da collocação do primeiro<br />

rail do caminho de ferro de Ouganda,<br />

que deve ligar Mombassa na<br />

costa leste-africana, ao lago Victoria,<br />

effeituou-se no dia 29 de maio ultimo<br />

em Kilindini. Foi a esposa do engenheiro<br />

em chefe que collocou o rail,<br />

emquanto a musica d'um batalhão de<br />

Beloutchistan tocava o God save the<br />

queen, e os coolies hindus e africanos<br />

acclamavam as côres da bandeira britannica.<br />

No mês de junho ultimo foram pelo<br />

governo civil d'este districto conferidos<br />

90 passaportes, sendo 80 para o<br />

Brazil, 8 para a Africa, e 2 para viajar<br />

pela Europa.<br />

J. A. DA SILVA CORDEIRO<br />

A CRISE<br />

Em seus aspectos moraes<br />

(Psychologia individual e collectiva)<br />

1 vol. de 429 pag., 600 reis<br />

A' venda na livraria-editora de França<br />

Amado. — Coimbra.<br />

Codigo AdministratiYO<br />

A Bibliotheca Popular de Legislação,<br />

com séde na rua da Atalaya, 183, 1.°,<br />

Lisboa, tem â venda a 2. a edição d'este<br />

codigo, approvado por decreto dictatorial<br />

de 2 de março do anno findo,<br />

seguido de repertorio alphabetico,<br />

e das alterações e modificações approvadas<br />

pelo parlamento, na ultima<br />

legislação e confirmadas por carta de<br />

lei de 4 de maio do corrente anno,<br />

podendo, portanto, chamar-se a esta<br />

edição — Novo Codigo Administrativo.<br />

— Preço, 200 réis.<br />

Tabella dos emolumentos e salarios<br />

judiciaes<br />

Da Bibliotheca Popular de Legisla-<br />

ção, com séde na rua da Atalaya, 183,<br />

1.°, Lisboa, recebemos um exemplar<br />

d'esta tabella, coordenada alphabeticamente,<br />

mas conforme com a edição official<br />

(Diário do Governo de 18 de<br />

maio de 1896), e approvada por carta<br />

de lei de 13 do referido mês, sendo<br />

a wnica edição assim elaborada.—<br />

Preço, 200 réis.<br />

Canções e musica popular da Beira<br />

COLLIGIDAS POR<br />

PEDRO TRAJANO<br />

COM UMA 1NTRODUCÇÃO POR<br />

J. US1TE UE VASC0NCELL0S<br />

Sahirá brevemente esta importante<br />

Não, porque me custava também<br />

obra, que formará um volume em 8.°,<br />

de approximadamente 250 paginas, ni-<br />

deixar, de ver-vos. Mas quero que tidamente impresso em typo elzevir e<br />

nada tenhaes a receiar.<br />

optimo papel, com 50 paginas de mu-<br />

—Não tendes cartas para mim? sica.<br />

—Não, senhora. Nada trouxe o cor- Preço por assignatura, 600; avulso,<br />

reio, de M Durand. Deve estar ainda 800 réis.<br />

longe de Milão. E talvez não seja tarde. Toda a correspondência deve ser di-<br />

Para que vós tivesseis carta era rigida á Imprensa Lusitana, Figueira<br />

preciso que elle respondesse na volta da Foz.<br />

do correio.<br />

— Morrerei de medo, se me deixaes<br />

muito tempo só. Lembrae-vos de que<br />

sois o meu único amigo.<br />

Escolas e princípios<br />

— Senhora...<br />

— E a minha segurança exige que de criminologia moderna<br />

não me desempareis. Se meu marido<br />

nos mandou seguir, tendes por ventura<br />

PELO<br />

a certeza de ter evitado os espiões ?<br />

Ah! eu conheço M. de Villedieu, é<br />

DR. AFFONSO COSTA<br />

capaz de tudo. Talvez neste momento 1 vol. em 8.° de 341 paginas<br />

já saiba onde me occulto, e preciso<br />

que estejaes junto de mim para me<br />

PREÇO —SOO RÉIS<br />

defenderes.<br />

A' venda em todas as livrarias de Lis<br />

—Senhora, estou convencido que o boa, Porto e Coimbra.<br />

espião mandado me perdeu de vista.<br />

Estae pois descançado que elles não DO MESU0 ACGT0R:<br />

conhecem este retiro. Mas comprehendo<br />

bem que a rainha vigilancia .A. Eg-reja<br />

sobre este caso deve ser incessante. © a questão social<br />

Não deixarei de vellar todas as noites.<br />

—Obrigada. Quereis dar um pequeno<br />

1$000 réis<br />

passeio pelo jardim?<br />

Vinde, até á minha floresta vir- Os peritos no<br />

gem.<br />

processo criminal<br />

700 r$ia


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

i<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, pharrnacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodafões<br />

~ desde 1#200 réis<br />

comprehendendo serviço, club,<br />

etc. Bónus para oS médicos<br />

O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de 1 a a 5. a classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos—Viagem<br />

— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmaoia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana d'amiantho<br />

Esterilisação absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Deposito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />

Deposito da Fabrica Nacional<br />

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BOLACHAS E BISCOITOS<br />

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JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ k GENRO<br />

128 — RUA FERREIRA BORGES —130<br />

17 W'ESTE deposito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fabrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fabrica.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fabrica de Gorôas e Flôres<br />

F. DELPORT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

16 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

« Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17-ADRO DE CIMA—20<br />

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mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

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Encommendas:<br />

a JOSÉ MASQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

COIMBRA<br />

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Éditos de 10 dias<br />

2. a publicpção<br />

14 Deio Juizo de Direito da<br />

» comarca de Coimbra, e<br />

cartorio do escrivão do 4.° officio,<br />

José Lourenço da Costa,<br />

correm éditos, citando quaesquer<br />

credores, que se julguem<br />

com direito á quantia de réis,<br />

176(51911 depositada na Caixa<br />

Geral de Depositos, pelo inventario<br />

orphanologico a que no<br />

Juizo de Direito da comarca de<br />

Condeixa-a-Nova, se procedeu<br />

por obito de Joaquim Nunes<br />

Pereira Branco, para que venham<br />

deduzir esse direito, por<br />

meio de preferencias, no praso<br />

de 10 dias, a contar passados<br />

outros 10 depois da 2 a publicação<br />

d'este annuncio no Diário<br />

do Governo, á execução de sentença<br />

commercial que Paulo<br />

Antunes Ramos, negociante de<br />

Coimbra, move contra Thereza<br />

de Jesus Teixeira, viuva do<br />

referido Joaquim Nunes Pereira<br />

Branco, e seus filhos Adelaide,<br />

José, Maria e Rilta, residentes<br />

em Coimbra, pela qual execução<br />

a mencionada quantia de réis<br />

176$911 foi penhorada, sob<br />

pena de revelia.<br />

Verifiquei a exactidão<br />

0 juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

13 A rrenda-se do S. João<br />

de 1896 em deante a<br />

loja com os n. os 68, 70 e 72<br />

na rua do Visconde da Luz. Para<br />

tractar com Joaquim Augusto<br />

Preces Diniz.<br />

Caixeiro<br />

N 12 esta redacção se diz quem<br />

precisa d'um com boa<br />

pratica de mercearia, a quem<br />

se dará o ordenado conforme<br />

as suas aptidões.<br />

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ficar com a importancia ajustada,<br />

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poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castanheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra.<br />

Aos photographos<br />

9 Acaba de chegar á Pape-<br />

« laria Central, rua do<br />

Visconde da Luz, um grande<br />

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Correspondente Basilio Augusto<br />

Xavier d'Andrade, rua<br />

Martins de Carvalho, n.° 45.<br />

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• hemio Augusto tlylario,<br />

vendem-se na loja do Vianna,<br />

Largo da Sé Velna.—Coimbra.<br />

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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

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Redacção e Administração<br />

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João Maria da Fonseca Frias<br />

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L I V R O S<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

Tjj. I. França" An»«d« — COIMBRA


Expediente<br />

A estatua de Teixeira Lopes<br />

deu o governo força aos que agora Joaquim Madureira<br />

•<br />

estão na índia fomentando a revolta Concluiu a sua formatura em Di-<br />

que tanto dinheiro tem custado ao reito este nosso querido amigo, an-<br />

Em virtude das festas<br />

país e a tantos vexames sujeitado. igo collega de redacção da Resis-<br />

da Rainha Santa o proxitência<br />

cujas paginas abrilhantou com<br />

E foi o proprio governo que, hamo<br />

numero da «Resistên-<br />

as Notas d'um azedo e artigos semvendo<br />

tão criminosamente fortale- 3re vibrantes, sempre originaes, recia»<br />

sairá na segunda feira. cido -os. diligentes do elemento inveladores d'uma grando alma, d'um<br />

dígena para exercerem as maiores joderoso talento, d'uma já distin-<br />

BOAPOLITICÂ!<br />

cta individualidade litteraria. Espi-<br />

vexações contra os descendentes rito revoltado,<br />

dos europeus, manda depois incendiar<br />

povoações inteiras e dá as<br />

mais barbaras e deshumanas ins-<br />

Sempre que do choque de intetrucções<br />

ao sr. Neves Ferreira, que<br />

resses pessoaes ou melindres offen-<br />

com imbecil atrocidade as executa.<br />

didos surge uma questão entre os<br />

Por este meio conseguiu o go-<br />

defensores da monarchia, patenverno<br />

desinvolver extraordinariatêam-se<br />

infames negociatas, descomente<br />

a revolta, que elle proprio<br />

brem-se planos torpes do governo<br />

havia preparado com uma politica<br />

que, sempre com apoio do rei, só<br />

partidaria tão criminosa como ine-<br />

tem usado do poder para satisfazer<br />

ptos e infames têm sido agora os<br />

as suas tão desmedidas como vis<br />

actos por que tem pretendido suf-<br />

ambições e os caprichos ou convefocá-la.<br />

Sem plano definido, manniências<br />

d'uma monarchia compledando<br />

primeiro incendiar para retamente<br />

perdida no conceito publicorrer<br />

em seguida a processos branco.<br />

Hontem as revelações feitas por<br />

dos, conceder a amnistia num<br />

Fuschini; hoje a publicação das car-<br />

dia para no seguinte se fuzilar<br />

tas dosr. Constâncio Roque da Cos-<br />

sem processo nem formalidades,<br />

ta, redactor do Universal, por al-<br />

sente-se o governo sem força nem<br />

guns jornaes monarchicos de Lis-<br />

prestigio algum para restabelecer a<br />

boa.<br />

ordem na índia, onde sem duvida<br />

Não temos o intuito de nos in- soffreremos maiores calamidades.<br />

trometter na questão que motivou a Mas mantem-se no poder e man-<br />

publicação d'essas cartas, nem nas da dizer pela sua imprensa assala<br />

consequências, de caracter pessoal, liada que os jornaes republicanos<br />

que d'esla derivem. Conclusões ti- estão defendendo os revoltosos nos<br />

ramos, porém, da leitura d'esses ataques que dirigem ao governo<br />

documentos que, respeitando dire-<br />

Os ministros que, sacrificando os<br />

ctamente ao interesse publico, nos<br />

interesses do país, prepararam ;<br />

é licito expôr aqui.<br />

revolta; os ministros que, susten<br />

Das cartas publicadas vê-se que<br />

tando-se sem vergonha nem di-<br />

o redactor do Universal era em Lisgnidade<br />

nas cadeiras do poder,<br />

boa o representante do grupo que<br />

pela falta de prudência e de ener-<br />

na índia tem incitado e animado<br />

gia a têm aggravado, não trepidam<br />

a revolta e que esse grupo tem man<br />

em pedir que ainda hoje os acom-<br />

tido as mais intimas relações com o<br />

panhe a imprensa que, ao rebentar<br />

actual governo. O sr. Hintze Ribei<br />

a revolta, lhes concedeu todo o seu<br />

ro tinha correspondência epistolar<br />

apoio, e vêm declarar que a con<br />

com o Visconde de Bardez, satisfa-<br />

demnação dos seus actos é a defêsa<br />

zia todos os seus pedidos o sr. João<br />

dos revoltosos!<br />

Franco, na secretaria da marinha<br />

Que triste prova de imbecilidade<br />

era o grupo presidido pelo princi<br />

pai chefe da revolta quem dava ordens.<br />

Partido republicano<br />

Já depois d'esta haver rebentado Saiu o primeirò numero da<br />

S6 modificou a organização d'um Integridade, jorfial republicano de<br />

Leiria.<br />

conselho de guerra em harmonia<br />

No seu artigo programma de-<br />

com as conveniências dos amigos do clara a redacção d'esse periodico:<br />

sr. visconde de Bardezl<br />

«Portanto nós, soldados fieis da republica,<br />

Também na índia desejava o vimos juntar os nossos protestos aos d'aquel<br />

les que por ella pelejam, confiados em que<br />

governo ler amigos e, para os con-<br />

será da Democracia a redempçáo da nossa<br />

quistar, adoptou os mesmos pro- querida mas abatida patria.<br />

Somos da republica, por ella combateremos<br />

cessos que no continente: pôr á sua<br />

e por ella sacrificaremos o nosso sangue por-<br />

disposição a politica e a adminisque, abstrahindo mesmo as fórmas de governo,<br />

já nSo é combater apenas por um ideal polititração,<br />

nomeando e demittindo emco,<br />

por este ou aquelle partido:—-é combater<br />

pregados conforme as indicações pela salvação da patria, na espmnça de me-<br />

que recebia, abrindo-lhes os cofres lhores dias.»<br />

públicos e concedendo-lhes as ter- Felicitamos o novo collega, deras<br />

pertencentes ao Estado. Assim sejando-lhe longa vida.<br />

um Que faz o homem?<br />

Procura o eseriptor que teve a<br />

ousadia de o convidar a abdicar?<br />

Bate-lhe?<br />

Bate-se?<br />

Que vezes que isto me tem acon-<br />

Não.<br />

tecido !<br />

Yinga-se. Mas não se vinga como<br />

Dou com um Santo que um gran-<br />

um homem, — vinga-se como um<br />

de artista animou d'um grande sen-<br />

polirão. Tem o Poder e usa-o.<br />

ti mentOj e fico-me parado, sem vêr<br />

A liberdadè e preciosa. — Tira-<br />

nada, lodo ^fèso d'úma emoção exme<br />

a liberdade.<br />

verdadeiro intranha.<br />

Parecè-mé que é deôtro de<br />

Faz-me julgar e faz-me condemsubmisso,<br />

para as aulas só estuda-<br />

mim que corre aquelle sentimento,<br />

nar — o que vem a ser a mesma<br />

va o suficiente para passar.' Tinha<br />

sinto-me vibrante d'aquella idêa que<br />

coisa.<br />

um verdadeiro horror á sebenta; os<br />

me subjuga, me tira a voz e me dá<br />

codigos causavam-lhe constantes pe-<br />

Rouba-me. Rouba-me uma coisa<br />

vontade de rir e vontade de chorar,<br />

zadelos.<br />

de que eu preciso, em primeiro<br />

como se, sem esperar, encontrasse<br />

ogar para respirar e depois para<br />

E todavia Joaquim Madureira foi<br />

de repente alguém que eu amasse<br />

comer.<br />

um dos membros mais estudiosos<br />

muito e ha muito tempo não tivesse<br />

Comtudo, João Franco illude-se.<br />

da actual geração académica. Ra-<br />

visto.<br />

Não se vinga. — Compromette-se.<br />

ros os que como elle trabalharam,<br />

E é tão funda esta emoção, que<br />

Não quero ameaçá-lo, mas sempre<br />

poucos os que d'aqui sáem com tan-<br />

eu ponho-me a pensar se me não<br />

he direi que lhe vou dar que fazer.<br />

tos conhecimentos scientificos e lit-<br />

valeria mais ter vivido ha muito temterarios.<br />

Até lia as obras dos cláspo,<br />

quando no mundo se levantasicos,<br />

elle que é um novo na verda- A lei contra os aquelles<br />

vam as grandes cathedraes, andar<br />

deira accepção da palavra!<br />

sempre preso d'esta emoção extra-<br />

Alma aberta, sempre generosa, Communicam-nos do Porto que nhadarte, que é,como o aroma das<br />

era implacavel na critica de todos Relação negou provimento ao flôres, suave, e mata.<br />

os actos que revelassem baixêza de recurso que, por ordem do governo,<br />

caracter, perversidade de sentimen- oi interposto da sentença que letos,<br />

como indulgente para com as vantou a suspensão do nosso pre-<br />

Bons tempos esses em que vive-<br />

misérias que o meio social faz gerzado collega O Commercio do Porto.<br />

ram imaginarios.<br />

minar e desinvolver. Nunca Joaquim )'onde se vê que o governo não<br />

Passavam a vida a correr mundo<br />

Madureira lia uma local em que se sabe interpretar a lei, que elle pro-<br />

e a povoá-lo dos seus sonhos d'arte.<br />

noticiasse, d'animo leve, a prostiprio elaborou.<br />

Havia artista que gastava a vida<br />

tuição d'uma creança, que não se<br />

inteira fazendo o mesmo santo, sem-<br />

O sr. João Franco que conseguiu<br />

indignasse contra o deshumano jorpre<br />

a aperfeiçoá-lo e nunca satis-<br />

que o sr. Antonio d'Azevedo, minalista.nistro<br />

da justiça, negasse d'um<br />

feito.<br />

O seu caracter conquistou-lhe modo miserável a interpretação que<br />

Que bella vida, sempre a adorar<br />

dedicados amigos; a sua poderosa he havia dado na Camara dos Pa-<br />

o mesmo corpo, sempre a illumi-<br />

intelligencia muilos admiradores. res, não poude agora sujeitar o<br />

ná-lo da mesma idêa!<br />

Bons auspícios para quem entra na )oder judicial aos seus caprichos<br />

Por toda a parte se levantavam<br />

vida prática, em que desejamos ao Excepcional, como é, o facto<br />

egrejas, em toda a parte se fallava<br />

nosso querido amigo, de quem nos merece os mais rasgados elogios.<br />

em Deus e nos Santos.<br />

despedimos com um saudoso abraço Appareceu afinal quem tivesse a<br />

as maiores felicidades.<br />

independencia suficiente para se A vida dos Santos animava as<br />

oppôr ás nevroticas prepotências do cathedraes, e elles desciam de noi-<br />

sr. João Franco.<br />

te do céu a vêr as obras.<br />

Insignificante mau<br />

Toda a gente o sabia!<br />

O eminente jornalista e nosso<br />

Mais d'um Santo foi apanhado<br />

Continúa no seu posto o sr,<br />

prezado amigo João Chagas, contra<br />

pelo esculptor a corrigir-lhe a obra.<br />

Neves Ferreira, o já celeberrimo Numa egreja, contava-o toda a<br />

quem o sr. João Franco começou auctor da portaria homicida que gente, andava muito alto, numa pa-<br />

exercer miserável perseguição por felicitou o governo pelo facto de rede, um artista a fazer Jesus. Em<br />

causa do artigo que publicou no haver sido assassinado o Raugi Ra baixo havia já d'elle uma estatua<br />

Paiz e que foi transcripto na Resis- nes. Não admira que assim succeda, de Nossa Senhora, muito linda, o<br />

tência, completa assim a apreciação<br />

porque o país já de ha muito está corpo meio curvado, como a escon-<br />

habituado a supporlar o feroz di-<br />

que fez d'essa intrigante individuader-se<br />

para animar a gente, as mãos<br />

clador do Alcaide.<br />

estendidas, os lábios num sorriso.<br />

lidade:<br />

Pois dizia-se que esta Nossa Se-<br />

«Eu suppunha o actual João Têm razão<br />

nhora, de noite, saía do seu balda-<br />

Franco um homem doente. Nervoso.<br />

quino rendilhado e ia acima vêr o<br />

Diz o sr. Fuschini que as trovoa- Os jornaes regeneradores estão Christo que andava a fazer o esculdas<br />

o assustavam. Mas não o sup verberando a imprensa progressista ptor.<br />

punha mau. Vulgar, até nisso. Sae- por ella atacar os actos do governo, E uma noite em que elle viera<br />

me também mau, o que já o rehabi- seguindo assim o mesmo procedi- vêr a sua obra e lhe faltaram os<br />

lita a meus olhos. E' um insignifi mento que a imprensa republicana. pés e caiu d'aquella grande altura,<br />

cante mau, e isto já é ser alguma E, como leaes conselheiros, accres- ouviu-se um grande grito que Ella<br />

coisa.<br />

centam essas folhas que o partido deu, e Nossa Senhora apanhou-o na<br />

Mandôu-me chamara contas pelos progressista está preparando assim quéda, apertando-o nos braços con-<br />

tribunaes do Porto, por onde cor- maus dias para quando estiver no tra o peito.<br />

rem contra mim uns seis ou sete poder.<br />

No dia immediato a Virgem ti-<br />

processos de imprensa, — não sei Concordamos com as censuras e nha outra vez estendidos os braços<br />

bem. Com urgência, já se vê. conselhos da imprensa governamen- rígidos de pedra em que o escul-<br />

julgamento está marcado para breve tal. Cabendo á monarchia a principtor foi encontrado a dormir muito<br />

Estão d'aqui a vêr o homem? pal responsabilidade dos desvarios socegado pela manha, quando os<br />

o valentão ? o rufião ? Tem em seu e attentados que o governo pratica, canteiros vinham p'ró trabalho.<br />

poder a liberdade de um eseriptor ainda que por outro motivo não<br />

Esse eseriptor levanta-se e dií-lhe seja porque o tem conservado no E outra vez, por agosto, numa<br />

a elle, a elle só: —Tira-te fi'ahi poder, justo é que, quem defende a noite de luar muito bonito, em que<br />

imbecil. Sae d'esse logar. Que és monarchia, não ataque os actos do um artista adormecera á fresca num<br />

tu ? Quem és tu ? Quem te deu o governo que ella apoia, protege e andaime ao pé da sua obra — um<br />

direito de te sentares nessa cadeira? ampara. Se isto não é verdade, en- lindo Santo de pedra, acordou e<br />

Anda,despacha-te, põe-teao fresco tão descremos completamente da deu com o Santo ao pé da estatua<br />

Não comprometias teu amo. lógica.<br />

,a rir-se {


E com razão, que o Santo era<br />

muito differente do que elle imaginára.<br />

Levanlou-se logo, não fosse no<br />

dia immediato esquecer-lhe tudo, e<br />

poz-se a fazê-lo de novo.<br />

O luar descia dalto e ia enchendo<br />

o mármore de côr e vida. De<br />

longe mal se via o artista, e parecia<br />

que era o luar do céu que an<br />

dava a fazer a estatua.<br />

Depois todos os dias se sabiam<br />

coisas novas, chegavam cavalleiros<br />

da Terra Santa e contavam como<br />

era, descreviam a casa onde nasce<br />

ra Nossa Senhora, o jardim das Oliveiras,<br />

tudo, tudo...<br />

E que faina! Sempre a virem<br />

grandes carros de bois com pedras<br />

enormes de muito longe, da serra;<br />

e logo os artistas a desbastar. A pe<br />

dra voava em estilhaços, dando<br />

grandes gritos ásperos de dôr. Pouco<br />

a pouco, apparecia a estatua, vinha<br />

o trabalho mais delicado, e enchia-se<br />

todo o templo d'um ruido<br />

d'ouro, melancholico, como o ge<br />

mer das rolas a distancia, musical<br />

como o som das harpas a afinar.<br />

Pela tarde, vinha a castellã afagar<br />

as creanças que andavam pela<br />

obra, saber de todos cheia de caridade.<br />

Que santos se faziam então 1<br />

Tão simples, quasi nada: um bocado<br />

tosco de pedra que pensa num<br />

sorriso e vive numa attitude.<br />

Não se comprehendem e fascinam,<br />

Caminham recolhidos, o fato<br />

cingido ao corpo, sem fazer barulho,<br />

e a serenidade vem de dentro florescer<br />

nos lábios, num sorriso.<br />

Era fácil então... mas hoje!<br />

Vela o pae por elle, reza por<br />

elle a mãe, como a minha, que<br />

foi lá para cirna ha tanto tempo<br />

muito branca, com uma côr de fada<br />

boa, que hoje ninguém tem, e um<br />

olhar muito negro, muito riso e só<br />

meu, olhar que se perdeu.<br />

O que eu escrevo...<br />

É que ao fallar-lhe, é que ao an<br />

dar-lhe ao lado, a gente tem pena<br />

de não ter mais aquelle irmão.<br />

Nenhum havia de ser mais ami<br />

go d'elle!<br />

T. C.<br />

Os


de Medeiros, Abilio Tavares Justiça,<br />

José Ta v ares Lebre, Custodio Luiz<br />

d'Oliveira Pessa, Luiz de Brito Monteiro<br />

Guimarães, Guilhermino da Cunha Vaz,<br />

Alberto dos Santos Monteiro.<br />

2.° anno—Henrique Beato Diniz Miguens,<br />

Alberto Sabino Ferreira, Alberto<br />

Augusto de Neves Rocha, Eduardo da<br />

Silva Pereira, Cypriano Antunes dos<br />

Santos Trincão, Alberto da Costa Teixeira,<br />

Alberto Rodrigues Pinto, Amílcar<br />

Augusto Queiroz de Sousa, Annibal<br />

Dias, Annibal P. de Brito, Antonio R.<br />

Manso, José A. Guimarães, Manuel Firmino<br />

da Costa, Raul Lucas, Manuel F.<br />

Neves Júnior, Alvaro de Lima Henriques,<br />

José Pinto da Silva Faria, Camillo<br />

Augusto dos Santos Rodrigues,<br />

Vicente Pedro Dias Júnior, Antonio de<br />

Gouveia Osorio, Luiz Caetano Guimarães<br />

Júnior, Antonio dos Santos Cidraes,<br />

Rodrigo de Barros Teixeira dos Reis,<br />

Camillo Correia Guimarães, Alfredo<br />

Augusto d'01iveira Machado e Costa,<br />

Fernando Affonso Leal Gonçalves, Custodio<br />

Luiz d'Oliveira Pessoa, José Carlos<br />

da Silveira B.-andão Freire Themudo,<br />

Antonio Luiz Pestana, Antonio<br />

Francisco de Sousa e Delphim Augusto<br />

da Silva Pinheiro.<br />

Houve treze reprovações.<br />

€urso de pharmacia<br />

1anno—José Maria Pereira e Antonio<br />

de Moura.<br />

2.° anno — Joaquim Marques dos<br />

S'tJtos e Tito Affonso da Silva Poiares.<br />

Rainha Santa<br />

Percorrem já as ruas de Coimbra<br />

muitos forasteiros que de diversos pontos<br />

do pais vêm assistir ás festas da<br />

Rainha Santa, que promettem ser imponentes.<br />

As ruas por onde deve passar<br />

a procissão estão já todas adornadas,<br />

devendo produzir essa ornamentação<br />

um magnifico effeito com a illuminação.<br />

X<br />

A imagem da Rainha Santa chegou<br />

ua segunda feira, sendo entregue pelo<br />

sr. conego Fresco, governador da diocese<br />

na ausência do sr. Bispo-Conde,<br />

â Mesa da Irmandade, em nome da<br />

sr. a D. Amélia. Na gare era esperada<br />

pela Mesa que a acompanhou alé Santa<br />

Clara, sendo ahi exposta ao publico<br />

no novo andor. A concorrência a<br />

Santa Clara tem sido enorme, sendo<br />

unanimes os lou'vores prestados ao insigne<br />

artista que concebeu e executou<br />

tão admiravel preciosidade.<br />

X<br />

Á ex. ma marquêsa de Pomares foi Sessão ordinaria de 25 de jimho de<br />

entregue pela Mesa da Rainha Santa o 1896.<br />

diploma de irmã bemfeitora, por ha- Presidência do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />

ver contribuído com o donativo de réis Vereadores presentes : — effeclivos : arcediago<br />

José Simões Dias, José Antonio dos<br />

16 Folhetim da RESISTENCIA<br />

JOÃO DAS GALÉS<br />

X<br />

Inquietações<br />

Como o único carreiro que serpenteava<br />

atravéz das silvas era estreito,<br />

apertavam-seum contra o outro Um<br />

era homem e o outro mulher, e a pri<br />

mavera ria ao receber os raios do sol.<br />

As pequenas plantas estavam em<br />

flor, as ortigas não picavam ainda, as<br />

acacias abriam sob os raios do sol os<br />

seus cachos odoríferos,uma brisaquenle<br />

passava entre as collinas.<br />

— Como se respira bem! disse M. me<br />

de Villedieu.<br />

Assentaram-se no banco coberto de<br />

musgo.<br />

— Se tivesse uma fortuna medíocre,<br />

disse M. me de Villedieu, teria desposado<br />

algum honesto rapaz que me daria<br />

para habitação uma pequena casa como<br />

esta, onde eu viveria alegre, cuidando<br />

dos nossos filhos. Eu havia de amar<br />

esse homem. Como era rica, casaram-<br />

me com um duque. A fortuna não dá<br />

felicidade, Luciano.<br />

— Ah! senhora, que desgraçada<br />

sois! Não ha talvez no mundo um homem<br />

tão perverso como vosso marido, e fostes<br />

vôsl... Sei que, na sociedade se<br />

trata apenas de casar rico, mas, ao<br />

menos tivesseis vós a felicidade de<br />

encontrar um d'esses homens que,<br />

x<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

Santrs, José Antonio Lucas, Antonio José de ponde a i de- julho insere os artigos seguin-<br />

Moura Bastos, Albano Gomes Paes.<br />

tes :<br />

Chegaram já a esta cidade um des Presente o administrador do concelho. Eugène Véron—Esthetica, O romance. En- Regulamento geral do ensiuo<br />

tacamento de cavallaria 10 e forças de Approvada a aeta da sessão anterior, o treactos—Manual do cozinheiro theatial ícou- primário — A Bibliothena Popular de Le-<br />

presidenta disse ter felicitado telegraphicatinuação), A. ML — Récitas e eoncert»».—Gragislação tem concluída a impressão d'este Re-<br />

infanteria 12 e I4,qn>> vêm reforçar o mente Sins Magestades e ao Governo pelo vuras: A opera deVienna—Correspondências: gulamento, Parte I e Parte II (o que se deve<br />

regimento de infante'ia 23 Neste re- regresso de Sua Alteza o sr. D. Affonso, e de Paris, por Xavier de Carvalho; de Madrid, ter em vista porque o regulamento está assim<br />

gimento não havia soldados em nume- apresentou telesramma de agradecimento á por E. Alonso Orera; do Porto, por João Pi- dividido), approvadas por decreto de 18 de<br />

ro sufliciente para se apresentar con- camara municipal, em nome de quem dirigiu mentel— Vade Mecum do actor: Maximas e junho do corrente anno, e seguidas do decre-<br />

aquellas felicitações.<br />

Conselhos—Necrologia—Variedades—Biblioto n.° 1, de 22 de dezembro de 1894, visto as<br />

dignamente na procissão.<br />

Arrendou em praça pelo tempo que decorre thea dramatica—Alcaçar-Kibir.<br />

novas disposições regulamentares serem com-<br />

até o fim do anno e pelo preço de tres mil<br />

plemento d'aquelle decreto.<br />

X<br />

réis, para cultivo, o terreno pertencente ao<br />

Os pedidos acompanhados da respectiva im-<br />

município do porto dos Lozaros.<br />

Revista das Escholas—Semanario portância, sem o que não serão satisfeitos, de-<br />

Foi hontem offerecido á familia de Resolveu agradecer á Real Confraria da dedicado ás famílias e ao professorado, que se vem ser enderessados á mencionada Bibliothe-<br />

Teixeira Lopes pela Mesa da confraria Rainha Santa Isabel o convite para a pro- publica no Porto, sob a direcção do sr. Antoca, rua da Atalaya, 183, 1.°, Lisboa. — Preço,<br />

cissão que ha de realisar-se no dia 12 de<br />

um jantar no Hotel Braganza. Para<br />

nio de Mesquita<br />

200 réis, franco de porte.<br />

julho, declarando que será illuminada como O numero que acabamos de receber contém<br />

esse jantar foi convidado o nosso que- deseja, nas noites dos festejos, a fachada do os seguintes artigos:<br />

rido collega Antonio Augusto Gonçal- edifício municipal.<br />

A portaria de 9 d'abril—Ainda a proposito<br />

ves.<br />

Resolveu em vista de informação da junta do nosso appello ao professorado primário,— J. A. DA SILVA CORDEIRO<br />

de parochia de S. Paulo dos Frades, ácerca A Associação dos Jornalistas e Homens de<br />

de uma usurpação, mandar intimar um pro- Lettras do Porto—Ao País—Legislação eschoprietário<br />

para restituir ao goso do publico o lar: Decretos. Classificação dos professores de<br />

terreno usurpado.<br />

instrueção primaria dos districtos da Horta e A CRISE<br />

Camara Municipal de Coimbra Foram apresentadas duas participações, que Angra do Heroísmo—Despachos pela direcção<br />

foram enviadas ao commissario de policia, geral de instrueção publica—Consultas—No- Em seus aspectos moraes<br />

uma ácerca da occupação de terrenos do ticias escolares.—Bibliographio.—Noticias di-<br />

Resumo das deliberações tomadas na município, contra o preceituado pehs postuversas— Expediente.<br />

(Psychologia individual e collectiva)<br />

sessão ordinaria de 18 cie junho de ras; outra por aggrestão contra um empregado<br />

1896.<br />

do serviço da limpeza da cidade.<br />

Mandou passar licença para apascentamento Jornal de Viagens e aventuras de i vol. de 429 pag., 600 reis<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da Costa. de cabras, segundo as posturas, a quatro indi- terra e mar. — Recebemos o n.° Í4 d'este in-<br />

Vereadores presentes : — effeetivos : arcevíduos d'este concelho.<br />

teressante jornal que se publica no Porto, sob A' venda na livraria-editora de Frandiago<br />

José Simões Dias, José Antonio dos Attestou favoravelmente ácerca de duas a direcção do sr. Deolindo de Castro. ça Amado. — Coimbra.<br />

Santos, J'>sé Antonio Lucas, Antonio José de petições para subsídios de lactação a meno- Eis o summario das matérias contidas nes-<br />

Moura Baslos, Albano Gomes Paes.<br />

res.te<br />

numero :<br />

O administrador do concelho, bacharel Auctorisou a compra de quatro exemplares Texto :—Kara-Fatima—A instrueção nacio-<br />

José Miranda, assistiu á parte da sessão. da lei de 13 de maio ultimo, sobre matéria de nal: O ensino da língua pelo alphabcto natu-<br />

Depois de lida e approvada a acta da sessão recenseamento.<br />

ral- -As grandes aventuras: Sem-Cinco-Réis— Revue des Journaux<br />

anterior, tomou providencias ácerca da falia Auctorisou a construcção de um pequeno Excursão pedestre no pais das grandes pedras<br />

de limpeza, accusada pelo corpo de policia, cano provisorio de exgotos na rua do Tenente —Assumptos brazileiros: O Forte de Coimbra<br />

na travessa da rua Oriental de Monfarrio e Valadim, orçada em 2$10o réis.<br />

— Descoberta do Brazil (?): João Ramalho et des Livres<br />

no largo dos Lazaros em Fóra de Portas. Auctorisou uma avença para o consumo (O Bacharel—No coração da Africa: No país<br />

Attestou ácerca de sete requerimentos para d'agua.<br />

dos elephantes. Revista colonial—Pelo mundo:<br />

anno<br />

subsídios de lactação a menores.<br />

Resolveu chamar a attenção do commissario O Leopardo Inglês. Uma montanha a arder.<br />

Resolveu reparar um cano de esgoto ao de policia para os exgotos de uma loja na Protecção á pesca. Portugal e a pesca costeira. Recommendando aos nossos leitores esta<br />

fundo da rua de S. João, obra orçada em rua da Magdalena, que tornam iminunda a Gravuras : — Mandou cobrir as ameias das excellente revista hebdomadaria, prestamos-<br />

3$800 réis; auctorisar avenças para o consumo valeta da mesma rua, em prejuízo da saúde muralhas de turbantes brancos — «Queira eslhe com certeza uma indicação importantíssi-<br />

d'agua nos domicílios; auctorisar o pagamento publica.<br />

cutar-me». «Sou toda ouvidos». — As pedras ma, porque esta publicação é a mais curiosa e<br />

de 422^000 réis, do fornecimento de carvão Auctorisou o presidente a ordenar em sagradas de Carnac. — Era uma flotilha de amais interessante da nossa epocha. Reproduz<br />

de pedia para as maMiinas das aguas; 150$800 tempo o p igamento dos vencimentos de junho grandes pirogas que aproava para Ujiji. em cada domingo o que de mais notável apa-<br />

réis de talados ao pessoal de serviços da ao pessoal das differentes repartições do munirece<br />

duarnte a semana em jornaes e livros:—<br />

limpeza, na primeira quinzena de junho; cípio.<br />

Artigos de sensação, Noticias, Contos, Chroni-<br />

19$500 de material adquirido para os mesmos Auctorisou os seguintes pagamentos : — Gazeta das Aldêas—Importante secas, Actualidades, Curiosidades scientifkas, Co-<br />

serviços; 25$360 réis de salarios ao pessoal 77$225 réis, ultima prestação do emprestimo manario de propaganda agrícola e vulgarizanhecimentos úteis, Romances, etc., etc., bera co-<br />

encarregado das canalisações d'agua; 15$'260 de quarenta contos de réis, contractado com ção de conhecimentos úteis que se publica no mo numerosas gravuras da actualidade: retra-<br />

réis do custeamento da officina do abasteci- o Banco Commercial de Lisboa; 2£000 réis, Porto.<br />

tos. acontecimentos do dia etc.<br />

mento d'aguas; 10$i80 reis de reparação de custo do Annuario Commercial; 4$5(J0 réis,<br />

calçadas das ruas da cidade; 2^400 réis de<br />

É seu redactor principal o sr. dr. Antonio Em folhetos publica a Revista dois ro-<br />

assignatura da Revista de Direito Administra-<br />

conservação d'arvores.<br />

de Magalhães, distincto chimico analysta do mances de um alto interesse emocionante,<br />

tivo.<br />

Laboratorio Chimico-Agricola do Porto. como todos os que tem publicado a Revista<br />

Mandou enviar • ao vereador competente Despachou requerimentos, auctorisando oc- O n.° 27 que recebemos insere os artigos se- e que tám sido acolhidos paio publico com o<br />

para informar, um requerimento ácerca de cupação de terreno ás Ameias, para o estabeguintes :<br />

maior favor.<br />

um incidente havido entre o cgveiro do cernilecimento de uma escola de tiro durante os Regresso aos campos (V), Franeisco Simões A collecção dos 10 primeiros annos da<br />

terio e Francisco Simões, canteiro.<br />

festejos á Rainha Santa Isabel; a abertura de Margiochi.—O Black-Bot, Arthur Leitão—Se- Revne des doarnax contém mais de<br />

Auctorisou o fornecimento de cem archotes uma porta de serventia em um prédio de ricultura (VI), Francisco M. da L. Póssas.—A 4:000 novellas htterarias e contos diversos,<br />

para o serviço dos incêndios.<br />

Taveiro; a collocação de faboletas e pharoes industria dos lacticínios (II), dr. Antonio de assignados pelos mais illustres escriptores, e<br />

Approvou definitivamente o primeiro or- em alguns estabelecimentos; a reparação de Magalhães.—Os trabalhos do mês, J. V.—Me- romances completos de Alphonse Daudet, Hençamento<br />

«upplementar do corrente anno, apre- um cano de exgoto d'aguas ao marco da dicina pratica, A raiva (IV), dr. Magalhães ri Rochefurt, Octave Feuillet, Ludovic Halévy,<br />

sentado em sessão de 5 de junho na impor- Feira, e alteslando ácerca do comportamento Lemos — Economia domestica (IV;, D. Maria Hector Mallot, Guy de Maupasant, Paul Bourtância<br />

492^050 réis.<br />

mor.il e civil de diversos.<br />

Margarida de Oliveira Pinto — Conselhos de get Emile Zola, etc., etc. A collecção composta<br />

Mandou enviar ao commissario de policia Indeferiu um requerimento para o estabele- veterinaria, A. Sanson — Folhetim: Oabysmo, de 10 magníficos volumes de 825 pag., con-<br />

um requerimento de proprietários de differen cimento de uma barraca para venda de refres- Carlos Deslys, traducção de Julio Gama.—Setendo matéria de mais de 100 volumes, soli-<br />

tes freguezias do concelho, queixando se dos cos no largo do Príncipe D. Carlos, durante cções e artigos diversos : A vida agrícola — damente encadernados, vende-se a 14 francos<br />

prejuízos que soffrem com o apascentamento os festejos á Rainha Santa Isabel.<br />

Como se carregam os carros (com gravura) — o volume.<br />

de gado cabrino eiri contravenção das posta- Julgou não haver motivo para procedi- Revista universal -Palestra semanal—Chroniras<br />

do município.<br />

mento contra um coveiro do cemiteno, pelo<br />

Rrindes : — Um retrato a oleo do assica<br />

dos acontecimentos.<br />

Despachou requerimentos auctorisando a motivo de queixas feitas á camara por desacagnante,<br />

e um outro em carta-album. Um livro<br />

armação de pavilhões para festejos populares tos commettidos sobre o que se colheram<br />

*<br />

de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />

em diversas ruas da cidade ; a collocação de informações do administrador interino do<br />

de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 me-<br />

Roleiim do Syndicato Agrícola<br />

letreiros e taboletas em alguns estabelecimen- mesmo cemiterio.<br />

zes e 3 mezes respectivamente.<br />

de MontemOr-o-Velho — Recebemos o n.° 6<br />

tos; a canalisação d'aguas de exgoto de diffe-<br />

d'esta interessante publicação.<br />

Assignatnra «— Seis mezes, 8 fr., um<br />

rentes casas a trasladação de ossadas do<br />

Eis o summario dos seus artigos:<br />

anno, 14 fr. Assigna-se: — 1." em todas as es-<br />

jazigo municipal para sepultura raza.<br />

As irrigações—Noctuellas — O esbandeiratações de correio das colonias francezas, da<br />

Bibliographia<br />

mento do milho—Bombas centrífugas — Noti- Bélgica, Dinamarca, Italia, Suissa, Paizes Baicias<br />

agrícolas -Boletim commercial. — Preços xos, Suécia, Noruega e Portugal; 2." nas livra-<br />

dos generos em differentes mercados, rias que têm correspondente em Paris; 3." por<br />

meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />

Revista Tbeatral—Publicação quinzenal<br />

de assumptos tNeatraes, de que são re<br />

dactores os srs. Collares Pereira e Augusto<br />

de Mello.<br />

O numero que temos presente e que corres-<br />

Perfis Contemporâneos —Acaba<br />

de publicar-se o n.° 21 d'esta curiosa revista<br />

quinzenal, de Lisboa.<br />

Os dez primeiros annOs custam<br />

lOOfr,, accrescendo O porte.<br />

Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />

administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />

professando a vosso respeito o scepticismo<br />

dos grandes, vos deixasse ao<br />

menos em paz.<br />

— Eu poderia ter sido muito mais<br />

leliz, senhor; porque sinto a necessidade<br />

d'uma affeiçáo maior, mais elevada.<br />

Tinha necessidade de amar, tivesse<br />

eu procurado quem me amasse.<br />

Nunca experimentastes o desejo de ser<br />

amado por um ser que vós amasseis?<br />

Pôde dar-se o caso de se amar alguém<br />

que nos deteste, mas eu creio que o<br />

amor verdadeiro se encontra na reciprocidade<br />

dos .sentimentos. Não é essa<br />

a vossa opinião ?<br />

— Sim, senhora, respondeu Luciano,<br />

a quem estas palavras commoviam até<br />

o fundo d'alma.<br />

— Não me pertencem nem pertencerão<br />

nunca essas venturas, apesar de<br />

acreditar na sua existencia, disse M. me<br />

de Villedieu. Tenho um único parente,<br />

um tio velho; não viverá muito tempo<br />

e eu assim ficarei só, perdida sobre a<br />

terra.<br />

— Tereis um amigo, senhora.<br />

— Ohl sei isso, disse M. me — Não terei amante, nem me casarei,<br />

e muito menos me esquecerei, disse<br />

Luciano.<br />

— É isso verdade?, exclamou M<br />

de Villedieu,<br />

estendendo a sua mão a Luciano,<br />

e desejaria que nos podessemos<br />

vêr muitas vezes, até ao momento de<br />

nos separar-nos.<br />

— Separar ?, disse Luciano.<br />

—-Sem duvida. Sois joven, casarvos-heis.<br />

Uma esposa ou uma.amante<br />

vos impedirá de pensar na desgraçada<br />

creatura que tão generosamente<br />

recebeste na vossa casa de Cachan.<br />

Eu representarei o passado, e o passado<br />

esquece depressa!<br />

me<br />

As paredes foram almofadadas, as do estão doentes são mandados para<br />

cortinas são espessas, as portas têm o hospital. E' preciso que, o que presen-<br />

reposteiros. Podem fazer-se alli cem temente nos embaraça, adoeça. Assim<br />

moites. 0 preço são 12:882 francos teremos occasião de introduzir lá outro<br />

de Villedieu, agarrando-lhe vivamente e 50 cêntimos. Aqui está o recibo. qosso.<br />

as mãos.<br />

— Só falta o passaro para o metter — É fácil. Vou a casa d'um pharma-<br />

Depois, sorrindo tristemente, accres- na gaiola, disse Villedieu, julgas tu ceutico e trago coisa que o levará ao<br />

centou:<br />

que com toda a sua habilidade o pae hospital por alguns dias.<br />

— Véde, senhor, como tão facil- Lebigot não descobriu ainda a du- — Vae lá a casa do pharmaceutico<br />

mente nos tornamos egoístas e loucos. quêsa ?<br />

e compra ao mesmo tempo digitalina.<br />

Eu de boa vontade vos privaria da — Oh! E tu querias encarregar-me — Para quê?<br />

companhia dos amigos, dos affectos da<br />

do que eu...<br />

— Para envenenar quatro homens<br />

familia, e dos vossos amores, para con<br />

— Tu commetteste muita falta, elle na occasião. ^<br />

servar a vossa amizade só para mim.<br />

não. Elle seguiu M. Gribeauval até á Hermann meneou a cabeça e partiu<br />

Voltemos, senhor, porque o orvalho já<br />

gare de Sceaux, uma vez, e outra até sem responder coisa alguma.<br />

cae. Ámanhã, ao romper do dia,, vol-<br />

Sceaux. Depois perdeu-o de vista na M. de Villedieu caminhava a passos<br />

tareis a Paris, tomareis os meus bri-<br />

estrada d'Arcueil, a Vtllejuif e a Ba- largos pelo quarto.<br />

lhantes, empenha los-heis, e depois de<br />

gneaux. Quando Lebigot julgava ter<br />

pagar os moveis, guardareis em vos-<br />

— E' necessário operar, pensava, é<br />

so poder o dinheiro que sobrar e vol-<br />

acertado o verdadeiro caminho a se- necessário operar! Vejamos. Ganhei ao<br />

tareis á tarde com as nossas proviguir,<br />

Gribeauval levava-o a Saint-De- jogo 70:000 francos; o leilão, fóra as<br />

sões.nis,<br />

a Asnières. a Méndon, a Mantes— despêsas, rendeu 117:200 francos, os<br />

quatro dias seguidos a Ville-d'Avray, a cavallos e as carruagens 14:000 fran-<br />

— Porque, perguntava para si Lu-<br />

Versailles. Entretanto Lebigot, percecos, total, 201:200 francos, com que<br />

ciano, terei eu o coração tão duro e<br />

beu que as precauções tomadas por o podia perfeitamente viver um honesto<br />

as lagrimas sempre promptas a saltar<br />

joven não eram tamanhas nas outras burguês, mas eu não sou burguês.<br />

das palpebras ?<br />

linhas como nas de Sceaux. D'onde D'esta quantia já dispendi até hoje:<br />

XI<br />

concluiu que a direcção de Sceaux de- para os meus gastos 6:440 francos;<br />

via ser a preferida. Não o seguiu mais. para as pessoas que emprego, Lebi-<br />

esperou-o e espera-o, e qualquer dia, got, Hermann e outro, 7:700 francos;<br />

Desenhasse a acção<br />

num pontoou noutro, Gribeauval apon para os creados e indemnisação ao sor-<br />

tará contra elle, e Lebigot saberá o que dido do meu senhorio do boulevard<br />

— Os aposentos estão promptos ?, eu desejo saber.<br />

Malesherbes, 15:000 francos; por um<br />

perguntou Villedieu dirigindo-se a Her- — E o outro negocio?<br />

anno de aluguer do meu novo domimann.<br />

— Nada por emquanto. Apenas te cilio, 1:600 francos; de mobilia, 12:882<br />

— Estão promptos. Aluguei-os na mos lâ um creado, que soube já ca- francos e 50 cêntimos; somma toda a<br />

rua Mazarine, perto da passagem da ptar as boas graças do mordomo, o<br />

despêsa, 42:622 francos e 50 cênti-<br />

Pont-Neuf. Na casa vivem estudantes. nos leva a usar dos meios extremos.<br />

mos; restam-me, pois, em carteira,<br />

A vida alli ó um continuo carnaval, e Eu conheço Koellen. Excepto o mor-<br />

144:577 francos e 50 cêntimos.<br />

ninguém se importa com o vizinho. domoj todos os demais creados quan-<br />

{Cmima)t


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, pharmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodações<br />

desde 10200 réis<br />

comprehendendo serviço, club.<br />

etc. Bónus para os médicos<br />

O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos—Viagem<br />

— Faz-se tôda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadan% era bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana (Tamiantho<br />

Esterilisação absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Deposito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />

Deposito da Fabrica Nacional<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ & GENRO<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />

17 W'ESTE deposito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fabrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fabrica.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fabrica de Gorôas e Flôres<br />

F. DELPORT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

16 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

^ Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE OIMA—20<br />

BICO AUER<br />

Previlegiado" em Portugal pelo aliará 1:127<br />

50 °(o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

C O I M B R A<br />

ESTABELECIMENTO<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

Si), Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />

C O I M B R A<br />

Pai JIvdrflllliM 1 6 r a n d e deposito da Companhia Cabo Monvidl<br />

fljulaUiujíl. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

fllprtrirfMfladp P nntira Agencia da casa Ramos & Silva de<br />

CaCulliulU&Uv} C upiiia Ljsb0a, constructores de pára-raios,<br />

campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />

apparelhos concernentes.<br />

Tintas para pinturas: Mvaiades ' oleos ' agua " raz ' crés ' gesso<br />

artigos para pintores.<br />

Inglez e Cab<br />

que se empregam em construcçòes hydraulicas.<br />

ni\fPr


JOÃO FRANCO<br />

O sr. João Franco, vendo que o<br />

país sua a bom suar,— effeilos da<br />

• calma e dos impostos,— pensa, talvez,<br />

comsigo,«queaindifferença quçe<br />

a nação lhe vota é uma connivencia<br />

tacita com os seus desmandos,<br />

assim uma especie de apoiado de<br />

Barriga de Solar ás medidas que o<br />

seu cerebro doente delinêa, e a rubrica<br />

do sr. D. Carlos de Bragança<br />

João Franco assim o intende, o<br />

rei assim o sancciona!<br />

João Franco é o poder legislativo,<br />

executivo, judicial! Elle é ministro,<br />

legislador, magistrado e, maior numero<br />

de vezes, policia!<br />

E isto, porque?<br />

Porque ó país. cada vez, se roja<br />

mais, se havia de levantar-se em<br />

rasgos de coragem e altivez<br />

«E assim vamos indo, de 3riiflcio<br />

gin artiQcio, de sortíteiio em sortilégio,<br />

até á hora em que a consciência<br />

publica se revolte contra Acções e<br />

exija que a administração publica seja,<br />

se não sensata, pelo menos séria.»<br />

sob tão grande peso, elle se conserva<br />

ainda á frente da administração do<br />

Estado.<br />

Não podemos acreditar em que o<br />

chefe do Estado possa continuar também<br />

a assumjr as responsabilidades que o<br />

seu governo procura lanhar sobre elle,<br />

pois não é possível què continue a<br />

deixar que os delegados d'esse governo<br />

exerçam na índia uma politica de<br />

extermínio, mandando fuzilar cidadãos"<br />

sem fórma de processo, e sem poder<br />

saber-se se são culpados se innocentes,<br />

pois que Portugal faz parte das<br />

nações cultas da Europa e as tradições<br />

de tolerancia que honram as paginas<br />

da nossa historia não podem ser obliteradas<br />

pelas loucuras e selvagerias de<br />

qualquer doido deshumano, ou pela<br />

incapacidade e pela ignorancia de qualquer<br />

governo insensato».<br />

2.° ANNO<br />

A estatua de Teixeira Lopes<br />

Para matar o deficit ; a responsabilidade do governo, consentindo<br />

na continuação do commissario<br />

O Commercio do Porto termina um ! régio a fuzilar na índia, excede todas<br />

1<br />

artigo, em que demonstra que os as metas, e assombra como, ajoujado<br />

exercícios de 1893 a 1894 e 1894<br />

II<br />

a 1895 se fecharam com deficit, commentando:<br />

Santa Clara — sol de manhã,<br />

frescura de convento. Cheira a flôres.<br />

E pede esse conceituado jornal<br />

X<br />

que se administre com sériedade,<br />

Ameaças, não as teme: elle é<br />

ao menos, as finanças do Estado.<br />

sancciona.<br />

Para satisfazer o seu desejo, o go-<br />

Tartarin.<br />

verno tinha ha dois dias decretado<br />

Deve pensar assim, e pensa-o, Um movimento, porém, sério de uma medida, que é do mais largo<br />

com certeza: atravez do chorrilho resistencia havia de atirá-lo para alcance administrativo e principal-<br />

de tolices que jorram pelo Diário do<br />

mente financeiro.<br />

a sombra d'onde saiu.<br />

Governo, é-nos dado apanhar, aqui<br />

No Diário do Governo de quinta<br />

E o país ficava salvo, porque o feira ultima foi publicado um regu-<br />

e alli, com bastante trabalho e gran- mesmo embate que derrubasse João lamento para a repressão da emide<br />

dóse de paciência, é certo, a li- Franco estilhaçaria o throno. gração clandestina em que são creanha<br />

mais ou menos confusa e indos<br />

os seguintes logares, com os<br />

Tão unidos elles andam!...<br />

termitlenle da trajectória cerebral<br />

correspondentes ordenados:<br />

Unamo-nos, portanto, e espere-<br />

de tão conspícuo dictador:<br />

1 commissario 9000000<br />

mos com coragem. João Franco não<br />

1 amanuense 3000000<br />

— O país não tem força, nem co- pode abafar os impulsos vitaes d'um 2 chefes a 0000000 réis . 1:2000000<br />

ragem : pandega e mais pandega,<br />

20 agentes a 3000000 réis 6:0000000<br />

povo cheio de heroicidades. O throno<br />

portanto!<br />

não pôde continuar pesando, eterna-<br />

Este pensamento anima-o e mente, sobre nós!<br />

dá-lhe força, como algumas garra- Dí-lo a Historia e confirma-o<br />

fas de vinho dão coragem e energia nossa esperança. A Patria não<br />

a um pusillanime embriagado. ainda uma palavra' vã.<br />

E,assim,apparece-nos João Franco<br />

um homem de força: vae subindo Partido republicano<br />

pela politica, como Tartarin subia<br />

O nosso prezado correligionário<br />

pelos gelos do Monte Branco. e scintillante jornalista João Chagas<br />

E sobe sempre.<br />

vae dirigir um novo jornal republi-<br />

Hontem, era ministro, apenas. cano da tarde, que será publicado<br />

em Lisboa. Ainda não foi escolhido<br />

Hoje, é dictador.<br />

o titulo.<br />

E, dentro da dictadura, preparase<br />

para subir toda a escada das vio- Numa folha monarchica de Lisboa<br />

lências I<br />

lê-se a seguinte gravíssima revelação:<br />

Hoje manda-nos perseguir.<br />

«Pelo que respeita ao boato do sr.<br />

Amanhã, é capaz de nos mandar Soveral ter andado involvido em negociações<br />

d'uma concessão destinada<br />

malar. Já fez experiencias na índia! a capitalistas inglêses ligados com a<br />

Eis o homem que symbolisa South Africa, mantemos o nosso dizer,<br />

sendo para notar que o principal obs-<br />

os últimos extremos d'um regitáculo nos desejos de s. ex.<br />

men nefasto. Ao mesmo tempo que<br />

é um doido, é um beleguim,<br />

x<br />

Lá, onde subiu, sente as primeiras<br />

tonturas, a uma voz intima que<br />

lhe diz:<br />

— Logar!<br />

Os seus olhos, então, têm chispas<br />

de fogo, e caem, desapiedados,<br />

sobre os qne moirejam para alcançar<br />

a vida. Manda perseguir, transferir,<br />

demiltir, condemnar!<br />

Em nome de quê, por ordem de<br />

quem?<br />

Por sua ordem, e em nome d'uma<br />

desmoralização infrene que pretende<br />

prolongar-se.<br />

Neste assumpto, o poder real é<br />

tudo, o país é cousa nenhuma, Não<br />

ha lei que valha o sabre d'um<br />

policia, nem direito que se equipare<br />

a uma carabina da municipal!<br />

a Acaba de collocar-se a estatua<br />

sobre uma mêsa, ainda envolta num<br />

panno branco de linho fino.<br />

Teixeira Lopes puxa-o violentamente,<br />

e elle desce desenrolando-se<br />

num movimento em espiral a tremer<br />

e a agarrar-se á Santa, como se<br />

lhe custasse a deixá-la.<br />

Ella emergiu d'esta vibração de<br />

branco, como as Virgens que nos<br />

antigos missaes illuminados sáem<br />

do cálice das açucenas, muito palli-<br />

Nós temos a profunda convicção da, o olhar baixo, os cabellos a es-<br />

de que o sr. D. Carlos continuará correr d'ouro fino.<br />

a assumir todas as responsabilida- Parecia que um resto de vibrades<br />

dos actos praticados pelo goção do ar lhe agitava o véu que lhe<br />

verno, a quem sempre tem dado o escondia a cabeça, e o fazia ondu-<br />

mais decidido apoio. Emquanto os lar ainda levemente a descobrir-lhe<br />

ministros, para engrandecerem o o rosto.<br />

poder real, calcam inauferíveis di- Ouviu-se um ah que se prolonreitos<br />

e praticam actos da mais regou, diminuindo ei continuando-se<br />

quintada vilania e corrupção, elle num echo abafado ao longe ao fim<br />

Ahi temos mais uma despesa de vae gosando o que o país lhe paga do côro.<br />

8:400$000 réis, única e exclusiva- em constantes divertimentos.<br />

Todos se calaram. Algumas mumente<br />

destinada a saciar famintos<br />

lheres choravam baixinho.<br />

amigos e afilhados d® governo, que<br />

Á volta, nas paredes da egreja, fi-<br />

não têm competencia nem energia<br />

A venda<br />

cou mais triste o sol nos damascos<br />

para obterem os necessários-meios de Lourenço Marques vermelhos de festa.<br />

- " - DBt «•- •- • V<br />

de subsistência por um trabalho di-<br />

O conceituado jornal francês Le<br />

gno e honrado. Que o governo nun-<br />

E nós tivemos vontade de lhe<br />

Temps diz sobre este assumpto:<br />

ca pensou sequér um momento em<br />

pegar aos hombros, trazê-la para o<br />

estudar as causas da emigração e «A despeito dos desmentidos de sol em gloria, vir para a cidade cha-<br />

os meios de as altenuar ou suppri- origem portuguesa oppostos á noticia mar as mulheres ás janellas para<br />

mir.<br />

d'um accordo colonial da Inglaterra e lhe deitarem flôres e os homens<br />

Portugal, uma folha allemã publicou,<br />

Sobre tão importante assumpto<br />

para a rua para grilarem comnosco<br />

hontem* sob o titulo A bahia de Dela-<br />

a única providencia que da treslougoa vendida d Inglaterra, pormenores gloria do artista, como em Roma<br />

cada iniciativa do sr. João Franco que completam as informações recentes em tempos que já lá vão, se organi-<br />

saiu até hoje, foi a celebre circular dos jornaes de Manchester a este reszavam os cortejos em que Principes<br />

aos governadores civis para que orpeito. iam a guiar o carro que levava o<br />

Lé-se nesse jornal que as negociadenassem<br />

aos administradores de<br />

mármore triumphante, a obra gloções<br />

foram conduzidas, por parte do<br />

concelho que se tornem agentes da<br />

riosa d'um artista antigo cujo nome<br />

governo de Lisboa, peio sr. de Soveral,<br />

emigração. Agora veiu mais este ex ministro em Londres e que vae em se perdêra.<br />

decreto.<br />

breve retomar as suas funeções diplo- Todos estavam dominados e,Deus<br />

As nomeações que já se fizeram máticas. Ao que o DaVy News accres- me perdoe, mas creio que se esticenta<br />

que a Iuglaterra já pagou uma<br />

para os logares que foram creados<br />

vesse o Senhor exposto, ninguém o<br />

parte da somma fixada pela acquisição,<br />

bem claramente revelam qual o in-<br />

veria branco na sua custodia d'ou-<br />

não de Delagoa-Bay em geral, mas de<br />

foram tuito que o governo teve.<br />

uma tira de territorio que assegura à ro fino. '<br />

solicitações amigaveis da Allemanba, a<br />

Inglaterra o livre percurso entre a Na obra de Teixeira Lopes vê-se<br />

qual é absolutamente extranha ao pleito<br />

costa e o interior »<br />

sustentado perante o tribunal de Berne.<br />

passar o martyrio de todos os ar-<br />

As razões da Allemanha eram muito Correspondências d%índia para<br />

outras.»<br />

dois jornaes de Lisboa noticiam as<br />

Com certeza vamos ter novos<br />

tistas a sonhar. Gothica pela linha<br />

gravíssimas occorrencias que ali se<br />

desmentidos da imprensa governa-<br />

que elle surprehendeu na Virgem do<br />

Quando se liquidarão todas estas tem dado e que ainda continua em<br />

mental. Tudo, porém, se saberá e<br />

Pilar, a imagem querida da Rainha<br />

negociações?<br />

vigor a monstruosa portaria do sr.<br />

a tempo de se exigirem as devidas<br />

Santa que hoje se conserva no museu<br />

i»<br />

Neves Ferreira, que lambem con-<br />

responsabilidades a todos os trai-<br />

episcopal, é renascença pelo perfil<br />

Caminho de ferro de Loureuço Marques linúa a exercer o logar de commisdores.<br />

suave, delicado, amoravelmente acariciado<br />

pelosjinhos brancos, rosto de<br />

sario régio. E' positivo que se com-<br />

mulher que parece sonhado por Do-<br />

Do nosso prezado collega O Paiz: metteu, em execução da nefanda<br />

natello e ter saído d'um subtil e<br />

Calcula-se que será dada em no- portaria, um vilissimo assassinato,<br />

CuLtoa,<br />

delicado baixo relevo para tomar<br />

vembro proximo a sentença do tribu- não se dando sequér á victima tem-<br />

vulto e se transformar em estatua,<br />

nal arbitral de Berne, que ha de fixar po sufficiente para que podesse di- Telegrammas de. Habana dizem conservando a mesma delicadeza<br />

a indemnisaçáo que Portugal deve aos<br />

zer o ultimo adeus a sua familia! que morrera, victima das feridas<br />

herdeiros de Mac-Murdo pela linha<br />

de linhas, a mesma finura de mo-<br />

ferrea de Lourenço Marques.<br />

Taes são as atrocidades que na recebidas num combate, o notável dellação, o mesmo vago d'aquelles<br />

Não se sabe qual Sera a resolução índia têm sido commetlidas, que caudilho da causa de independencia maravilhosos baixo-relêvos que pa-<br />

do tribunal, ao qual os herdeiros de um jornal monarchico, que ainda de Cuba José Maceo, e os jornaes recem esculpidos numa nuvem<br />

Mac-Murdo pedem que Portugal seja não ha muito defendia o governo, hespanhoes, noticiando a confirma- transparente e que a gente tem<br />

condemnado a pagar-lhes uma indem-<br />

diz, referindo-se á nomeação do sr. ção da sua morte dizem que os in- mêdo de vêr desfazer-se, como um<br />

nisaçáo de 22:500 coutos em ouro.<br />

Também se não sabe onde se ha de Neves Ferreira para commissario surgentes trataram de a occullar, sonho.<br />

arranjar dinheiro para pagar a quantia régio e ao modo por que tem desem- mas que todas as reservas guarda- Na estatua de Teixeira Lopes ha,<br />

que a nação portuguêsafôr condemnapenhado o seu logar:<br />

das foram inúteis.<br />

ao lado do que descobriram artisda<br />

a satisfazer.<br />

A morte de Maceo produziu, ao<br />

O que, porém, se sabe é que seretas<br />

antigos a sonhar, a consagração<br />

«Esta nomeação malfadada, esta esco-<br />

que parece, completa desmoralizamos<br />

condemnados a pagar uns poucos lha fatídica, tinha inevitalmente de<br />

de tudo o que ha de mais moderno<br />

de milhares de contos e que não ha surtir os seus resultados. Foram, infeção nas fileiras insurrectas, Diz-se — o amor do symbolo, a reconsti-<br />

meio de arranjar esses milhares de lizmente, muitíssimo mais sinistros e que será Calixto Garcia quem o tuição histórica, a adoração da fór«<br />

contos.<br />

graves do que se podia prever, mas substituirá.<br />

raaâ o culto da côr,


Conhece o valor dos tecidos, a<br />

sua flacidez, o seu brilho, como um<br />

grande esculptor da renascença; conhece<br />

a vida e a forma, como o primeiro<br />

dos esculptores modernos.<br />

Feita com a minúcia paciente,<br />

demorada e trabalhosa que a esculptura<br />

moderna inventou na multiplicação<br />

dos planos e na sua graduação<br />

complicada edifficil,demodo<br />

a dar na estatua o valor differente<br />

que têm as carnes e os tecidos, estudada<br />

detalhadamente nos mais<br />

pequenos pormenores de reconstituição<br />

do facto historico da lenda,<br />

concebida numa linha antiga, cheia<br />

de movimento, esta obra d'arte de<br />

um trabalho difficil e complicado,<br />

parece simples e feita sem esforço.<br />

Não é a Santa de uma pesada<br />

chronica do século xvn, éa figura<br />

ingénua e simples dum romance<br />

popular antigo.<br />

Tão simples, parece sonhada pelo<br />

povo e concebida por uma mulher.<br />

Um homem não faria aquillo.<br />

É uma Santa a viver a vida an<br />

tiga d'um velho romance.<br />

«As suas falias são doces,<br />

São como fios de mel;<br />

Deita esmolas, ás mãos cheias,<br />

A'que!le povo fiel,<br />

E o ouro não tem medida,<br />

E o cobre càe a granel.<br />

Já ao chagado da lepra<br />

Lhe não queima tanto a pelle;<br />

E os velhos se choram inda,<br />

As lagrimas não tem fel<br />

Porque ab mçoam a Santa<br />

(Gritam todos) Santa, Santa<br />

Rainha Donna Isabel.<br />

Mas eis El-Rey que apparece,<br />

Que vinha de passeiar,<br />

Com sua côrte brilhante<br />

E ei lo a Rainha a saudar:<br />

— Que fazeis, Senhora minha,<br />

Com essa gente a gritar ?<br />

Porque saístes sósinha,<br />

Que vos pódem fazer mal ?<br />

Que escondi vosso regaço,<br />

Rainha de Portugal ?<br />

E a Rainha que não ama<br />

Sua humildade mostrar<br />

A El-Rey responde logo:<br />

— Eu ia pelos caminhos,<br />

Ia só a passeiar;<br />

Tolheu-me este pobre povo<br />

Que me estava a festejar;<br />

E o que levo no regaço<br />

São flores de bom cheirar.<br />

Logo se abriu o regaço<br />

Por milagre, de pasmar,<br />

E do ouro, prata ou cobre<br />

Não havia nem signal,<br />

Eram tudo lindas flores,<br />

As mais lindas do logar,<br />

Que por milagre divino<br />

Alli vieram brotar.<br />

Là vae a Rainha Santa<br />

Com El-Rey de Portugal»<br />

Na cabeça da Rainha<br />

Um resplandor a allumiar.<br />

É feito do ouro e da prata<br />

Com que ella andava a esmolar.<br />

O resplandor brilha tanto<br />

Sua luz é de cegar :<br />

Lembra a rainha uma Santa<br />

Postinha agora no altar.<br />

Não é a esculptura complicada<br />

de Teixeira Lopes a figura simples<br />

do antigo romance popular?<br />

Que simplicidade 1 Nem um bordado<br />

no seu chapim de seda, nem<br />

um brinco, nem um annel. D'ouro<br />

só a sua coróa, bordado só o seu<br />

rico manto de rainha que o co<br />

tovello esquerdo, fraco, meio levan<br />

tado, tem difficuldade em fazer andar.<br />

Que emoção franca e simples que<br />

ella desperta e que complicadas<br />

coisas que se vêem, quando se estuda<br />

de perto a estatua!<br />

No rosto macerado passa a tris<br />

teza da sua vida triste, sempre no<br />

meio das luctas do marido e dos filhos,<br />

a nobreza da sua alma, a submissão<br />

ao senhor, a pena de ter<br />

mentido.<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

A altitude traduz um mundo de mais é capaz dc senti-la, ninguém<br />

Esta luz extranha parece que lhe<br />

ALBINO P. RODR. BARBOSA<br />

idêas. Anda-se á volta d'ella e não mais capaz de comprehendê-la.<br />

sáe de dentro e que lhe pára á vol-<br />

ha a repetição d'uma linha, sempre Só eu deveria possui-la!... Desde que o vi, fiquei logo a gosta, involvendo-a numa auréola.<br />

effeitos novos conseguidos com uma Eu, não! Minha mãe sim, tão tar d'elle.<br />

Tendo comprehendido a belleza<br />

grande simplicidade.<br />

boa! Ella que cria tanto e me en- Ouvi-lhe isto:<br />

da fórma d'aquelle corpo, os tons<br />

De frente vê-se parada e trémusinou a rezar a mim. ..<br />

— Venho do museu do Rispo, do que deviam vestí-lo, Albino Rarboa<br />

adeantando-se para o rei. O man-<br />

Instituto e da Sé Velha, e tenho sa comprehendeu a emoção que<br />

T. C.<br />

to que ella cingiu mal viu o rei, para<br />

aprendido muito.<br />

creára Teixeira Lopes.<br />

occultar as flôres, está ainda agar-<br />

Eu extranhei que houvesse al- Quando o Rei fallou, a Santa firado<br />

ao corpo, deixando vêr a tremer<br />

guém que ignorasse alguma coisa cou de cêra e quasi desappareceu<br />

Carta de Lisboa<br />

o seu seio direito, peito de Santa,<br />

neste país, em que toda a gente na alvura do linho bra\ico o seu<br />

redondo e duro como o de uma<br />

sabe tudo.<br />

rosto dourado, como o fundo d'um<br />

Lisboa, 10 de jullio de 1896.<br />

Virgem.<br />

Outra vez alguém deanle d'elle lirio branco. Os lábios desmaiaram,<br />

Quando viu El-Rei fechou o re- Se lhes quizer fallar a verdade disse que tinha tido uns rudimen- sumiu-se o olhar, a carne impalligaço,<br />

apertando os braços contra o eu devo dizer que de política até tos de pintura, e elle voltou-se para deceu como se nas veias corressem<br />

corpo. El-Rei fallou e aellacaíram- agora só conheço a velha questão mim admirado a perguntar-me: — a cêra, o ambar e o ouro.<br />

íe sem força as mãos, toda a tre- da índia.<br />

Rudimentos? O que quer dizer ru- A occasião era a do milagre.<br />

mer, os braços agarrados ao corpo. No meu proposito, já traçado em dimentos de pintura?Ha só pintura, Olhando bem, ainda se conhece que<br />

Passou um vento mais frio que carta anterior, lhes direi que não pois não ha ? Quem não faz senão as flôres são ouro; ha ainda refle-<br />

he agitou o véu e lhe descobriu o me occupo d'ella e como em breve o que lhe ensinaram, pôde fazer xos dourados nas pétalas, alguma<br />

rosto.<br />

espero qué afii"me supporlem a tudo, mas não faz uma obra d'arte. que vae caindo, e a que um men-<br />

Caminhando para o lado esquer- massada d'uns artigos sobre o cen- Quem não puzer no que fizer algudigo possa deitar a mão, vae quasi<br />

do d'ella começa a apparecer numa tenário da índia, commentarios lima coisa de seu, coisa que lhe fôr ouro, a que tombou em terra é de<br />

inha curva desde a cabeça aos pés geiros em simples trabalho de com- própria e que ninguém lhe tenha ouro fino já, já pôde soccorrer um<br />

a sua submissão humilfleao marido. paração hei de fazê-las com impar- ensinado, não é um artista, nunca desgraçado.<br />

No lado direito, uma linha gocial violência.<br />

fará uma obra d'arte.<br />

O violeta do manto e os reflexos<br />

thica bem achada, traduz a fraque-<br />

X<br />

Eu olliava-o, a gostar de o ouvir que sobem d'elle a colorir o véu que<br />

za d'aquelle corpo que mal pôde ar-<br />

fallar, a vêr illuminada a sua physio- occulta a cabeça casam-se maravirastar<br />

o manto que desce para traz A questão das relações do Sovenomia doce, a sua cabeça, como a lhosamente com o tom dourado das<br />

em prégas muilo ricas, manto de ral com os inglêses vae quasi pas- das aves de presa, forte, um pouco carnes.<br />

rainha que enche de nobreza a essada. Estas coisas duram tanto como enterrada entre os hombros, com Ha tanto amor pela sua arte, tantatua.<br />

a vergonha da sociedade portu- um olhar preto, muilo intelligente e to respeito pela arte dos oulros nes-<br />

Deliciosa a linha quebrada que guesa.<br />

muilo agudo, olhar de quem vê bem. ta obra de Albino Rarbosa, que ella<br />

'ormam a perna e o braço direito,<br />

x<br />

Tem um grande amor pela àrte, dá-me a expressão extranha d'um<br />

inha d'um grande sabor antigo.<br />

gosta das obras antigas, mas não soneto d'um grande poeta, feito á<br />

Francamente lhes digo que não<br />

0 corpo está modellado com amor,<br />

as reproduz, suggerem-lhe ellas obra d'um grande esculptor.<br />

sei que mais escreva. Tal a sensaapalpa-se<br />

por baixo dos tecidos, é<br />

obras originaes e novas.<br />

)oria se' manifesta em Lisboa e tan-<br />

T. C.<br />

um corpo magro de Santa, muito<br />

Deante duma capa d'asperges<br />

.0 o descaramento da politica se<br />

elegante, esguio e fino, levemente<br />

antiga, toda bordada de santos co-<br />

torna inacessível a todas as refle-<br />

accentuado nos seios, em linhas sim-<br />

loridos sobre um fundo d'ouro pal- Nem os seus o poupam<br />

xões que a proposito d'islo se fa-<br />

)lesem prégas delicadas e sóbrias no<br />

lido, ficou-se estático; nunca mais<br />

çam.<br />

Draço esquerdo, na curva da perna<br />

a esqueceu, e dizia-me:—Tudo isto 0 notável advogado do Porto sr.<br />

x<br />

direita e no pé, pé aristocrático, lon-<br />

se faz muito bem, eu é que me não dr. Pinto de Mesquita, que tem migo<br />

e magro.<br />

Epocha de relativa Iranquillida- tinha lembrado nunca.<br />

litado no partido regenerador, ha-<br />

!<br />

O saber encontra-se a cada pasde,as grandes quadrilhas fojem pro- Na pintura da estatua—uma arte vendo já exercido alguns cargos imso,<br />

nos tecidos bem apalpados, bem visoriamente de Lisboa e á parte li- muilo Porluguêsa que agora parece portantes, diz na contra-minuta em<br />

vistos e bem pesados.<br />

geiros casos de embriaguez e maus<br />

querer nascer lá fóra, tem feito in- que sustenta o despacho do juiz<br />

Cortando em cima rigido numa costumes, que tanto illustram esta<br />

venções, modificando o modo de que declarou não haver fundamen-<br />

inha quebrada o manto, Teixeira cidade, de politica não ha mais na-<br />

dourar e de pintar, por fórma a dar to para a suspensão do Commercio<br />

Lopes sublinhou a finura dos linhos da. Uns insignificantes roubos de<br />

a iljusão dos tecidos e bordaduras. do Porto:<br />

que lhe involvem as carnes delica- carteiras e disse.<br />

É um modesto que voluntaria- «Se o governo português quer predas,<br />

accentuou por uma fórma mui- Para não romper a tradição dumente se apaga deanle da obra dos venir e reprimir os attentados anarto<br />

artística a doçura e a delicadeza rante a epocha dos banhos. outros.<br />

[•histas, não se limite a publicar só leis<br />

da physionomia.<br />

Adora Teixeira Lopes e ama-lhe de excepção contra os seus auctores;<br />

João de Menezes.<br />

imponha se a todos pelo respeito àlei,<br />

As duas prégas do manto que<br />

tanto a sua esculptura em mármo- pela moralidade nos seus actos, por<br />

descem do hombro direito -e vem<br />

re, que na estatua da Rainha Santa medidas de largo alcance economico e<br />

perder-se no regaço, modellam e<br />

pretendeu dar a ilíusão do mármo- pelo espirito de protecção ás classes<br />

P. S. — Se eu me lembrasse a<br />

affagam o busto da Santa que parece<br />

re colorido.<br />

operarias.<br />

tempo de que em Coimbra andam<br />

adiantar-se num ruído surdo de<br />

Conhece a pintura antiga, os cus- Não é fomentando a anarchia poli-<br />

lodos entretidos com as festas da<br />

tica pelos repetidos attentados contra<br />

sedas pesadas.<br />

tosos brocados que vestem as escul-<br />

Rainha Santa, não tinha escripto.<br />

a constituição do país, não é toleran-<br />

A linha que traduz o movimento<br />

pturas gothicas, os tecidos suaves do a anarchia moral pela indiíferença<br />

Que massada 1<br />

do lado direito, serviu também ao<br />

da renascença que parecem feitos e tolerancia para com os bandidos que<br />

artista para descrever a fraqueza<br />

por um illuminador delicado, os da- dispo*erain do dinheiro d i nação, nem<br />

restabelecendo a censura prévia de<br />

d'aquelle corpo de Santa que tanto No côro unanime de louvores a mascos pesados e ricos do século ominosa memoria, não é sacrificando<br />

se revela no cotovello saído e le- Teixeira Lopes, apenas uma voz xvn, as sedas finas de qué os pin- os mais vities interesses do país á<br />

vantado a suspender o manto, na discordante, a do sr. Luciano Cortores do século xviii vestiam os simples ambição de governar, nem<br />

delicadeza da coxa, na magreza do deiro, que nos dizem ter aconselhacorpos<br />

das Santas.<br />

dispendendo em custosas embaixadas<br />

e rendosas commissões o dinheiro que<br />

pé longo e fino.<br />

do no Porto, que a levassem a Coim- Sabe como tudo isso se faz, mas<br />

se devia applirar ao fomento economi-<br />

Teixeira Lopes conhece como ninbra; mas que se deixassem de a ex- pinta as estatuas a seu modo, pela co, não é preparando uma terrível criguém<br />

a belleza dó corpo feminino; pôr em Lisboa.<br />

maneira que é sua, que elle inventou. se de miséria com as ultimas reservas<br />

vê-se nas mais pequenas coisas a O successo obtido na capital mos- A pintura da estatua da Rainha metallicas da nação, nem tão pouco<br />

sua adoração dartista pelo corpo tra bem que foi infeliz o critico nas Santa diz-nos que no pintor vive aggravando contribuições directas que<br />

vão ferir as fontes de riqueza publica<br />

da mulher.<br />

suas presumpções.<br />

uma alma darlisla vibranle com as ou augmentando os impostos indire-<br />

Veja-se o cuidado com que o veu Tal qual como Santa Cruz que grandes, obras d'arte.<br />

ctos que vão incidir sobre os generos<br />

lhe cinge a cabeça e lhe acaricia o elle achou muito bem, e toda a gen- Comprehendeu a eslatua, pintou necessários â vida das classes opera-<br />

collo. E' tão delicado que não parete achou muito máu...<br />

uma obra original.<br />

das, não é, finalmente, antepondo às<br />

questões economicas e financeiras as<br />

ce trabalho das mãos, lembra que<br />

As côres que cobrem a Santa são estereis questões de galopinagem po-<br />

fosse modellado pelo vento.<br />

Ao passar num grupo Teixeira as das sêdas que vestem as flôres litica, ou apregoando a extiuccão do<br />

E como elle comprehende o mo- Lopes ouviu dizer:—E um dia que na primavera. Tons claros, vistos deficit orçamental no mesmo dia em<br />

vimento, a vida da carne, a vibra- deve ser assignalado, porque não de manhã, muito frescos, antes do que se pedem novos sacrifícios ao conção<br />

musical das linhas finas dum torna a ter outro egual.<br />

sol fazer murchar as flôres.<br />

tribuinte e se preparam novos e onerosos<br />

emprestimos, não é por esses<br />

aristocrático corpo de mulher. E elle, com uma grande fé na Conhece perfeitamente os tecidos processos, sem duvida, que o gover-<br />

Lê-se a chronica cheia de provas sua arte, contava commovido: que pinta, sabe dar-lhes a côr, a no d'uma nação ha de prevenir e evi-<br />

e a gente vae sorrindo dos milagres; Um dia, em Paris, uma , das mi- espessura, o peso, a transparência. tar a grande crise de fome que amea-<br />

olha-se a simples eslatua de Tei nhas obras teve um grande succes- Na estatua de Teixeira Lopes elle ça tudo subverter.»<br />

xeira Lopes, e a gente vê que se so. Os meus professores, homens tem uma parte própria —a luz que<br />

enganara, e crê. Aquilio foi assim, d'edade, diziam-me:—Você está involve a estatua, luz que parece Coisa notável! Todos pensam as-<br />

deu-se aquelle milagre, ninguém novo, mas podemos-lheaffirmarque vir de dentro, e que de noite nos sim, todos censuram asperamente<br />

duvidará; porque todos o vêem; por muito que viva não torna a fa- dá a illusão de que ella caminha in o governo e, afinal, todos se sub-<br />

porque o sentem fundo todas as zer obra assim. Garantimos-lhe com volta em nevoeiro branco, como o mettem vergonhosamente perante<br />

almas; é aquella a Santa que foi a a nossa experiencia.<br />

incenso, e de dia a idêa d'uma au- as suas prepotências!<br />

esposa de D. Diniz.<br />

Pois eu depois d'esse tenho tido reola dourada.<br />

Explicando caso tão extranho,<br />

Apossasse por tal fórma de nós, outros successos eguaes, e tive ago- Encheu de reflexos dourados o dizia-nos ha dias um amigo: nin-<br />

que todos nós acreditamos que Teira este enorme, que eu nunca po* setim branco da túnica, as sêdas guém tem mêdo, mas todos pensam<br />

xeira Lopes fez aquella estatua para deria prevèr, que eu nunca poderia côr de rosa e lilaz do manto, as que os outros o têm e, portanto,<br />

nós e só para nós, e que ninguém imaginar*<br />

carnes d'ambar e cêra,<br />

mettem-se em casa,


AS FESTAS<br />

17 Folhetim da RESISTENCIA<br />

RESISTENCIA — Secunda feira., lft inlTm rio<br />

Pelos passeios estendiam-se fitas de A Pussia e a China contra o Japão<br />

povo ávido de vêr a Rainha Santa, que<br />

UNIVERSIDADE<br />

uma lenda tão bella cinge d'uma nu- Cartas recebidas em Vaucouver<br />

Coimbra transfigurou-se.<br />

vem magica de poesia.<br />

Pelas ruas muito illuminadas, muito<br />

(America Inglêsa), pelo ultimo cor-<br />

Camponeses simples! quantos não<br />

Nos dias 9 e II de julho fizeram<br />

brancas, começavaa agitar-se uma onda tinham os olhos illuminados d*um pro reio do Japão, contam que o gover- acto e ficaram approvados os seguin-<br />

negra de povo alegre, cheio da alegria fundo reconhecimento, e os lábios meno d'esta potencia recebeu do gotes alumnos:<br />

simples que vem d'uma vida trabalhosa, chendo-se numa prece fervorosa I verno russo uma nota em que se<br />

lá nos campos, ao sol, com uns viu- Muitos anjos, como é costume, en- exige que as tropas japonesas aban- Faculdade de Direito<br />

temsitos ao fundo da arca, e uma congrinaldando as duas fitas da procissão.<br />

sciência tranquilla e bôa a florescerdonem<br />

immediatamente a ilha For- 1.° anno — Joaquim do Nascimento<br />

lhe nos lábios em vida e canções.<br />

mosa.<br />

Pela tarde, ao chegar perto do logar<br />

e Sousa, Antonio José de Pinho Júnior,<br />

Santa gente. Para elles a vida, para em que Teixeira Lopes espreitava a A Rússia está concentrando um Rodrigo Antonio Leite da Cunha e An-<br />

elles a alegria.<br />

sua obra escondido na multidão, o sr. exercito de 100:000 homens e uma tonio Vicente Chantre.<br />

A Rainha Santa vinha sorrimlo-lhes dr. Sousa Gomes, que o descubriu poderosa esquadra em Vladiwos- Houve oito reprovações.<br />

já de longe, nas horas em que o tra- curvado entre o povo, mandou parar<br />

2<br />

balho aperta e o sol é de fogo, bafetoek,<br />

para attender a qualquer even-<br />

o andor. Foi um momento de commoção<br />

jando-lbes a phantasia, emquanlo pentualidade<br />

que possa resultar da<br />

extranho, e do meio da multidão<br />

savam no prazer com que vêm, ago- sahiram vivas a Teixeira Lopes que nota.<br />

ra, sobresaltar a pacatez d'esta cida- foram correspondidos sem ninguém Também entrou nas aguas da Side,<br />

olhos presos das illuminações, na achar extraordinário. É que na admira-<br />

continuação, talvez, de idillios que o<br />

béria uma pequena esquadra inglêção<br />

pelo artista, ia a adoração pela<br />

trabalho, tantas vezes, interrompe. Santa que o artista fizera boa e comsa. E de prevêr, portanto, que es-<br />

De noite na procissão, ao adeanlar-se passiva, sorrindo para os humildes teja incubado outro grave confliclo<br />

a Santa muito pallida, parecendo involta Mais lorige o sr. Battistini, professor no Extremo Oriente e que a Rússia<br />

em nevoeiro, animando-se ao passar da Escola Brotero, levantou commovido e a Inglaterra escolham as aguas do<br />

nos arcos illuininados, deixando cair outro viva e o povo sorria e corres Japão para continuar a lucta come-<br />

cheia de tristeza a sua bocca deliciosa pondia chéio de alegria.<br />

e desmaiada de amargura, ouviain-se<br />

çada naCrimêa ha 40 annos, pro-<br />

Teixeira Lopes, muito modesto, a<br />

murmurios de admiração. Mulheres<br />

seguindo depois nos planaltos da<br />

esconder-se, e quasi a chorar, recusou<br />

apontavam-a. .. aos filhos e diziam:<br />

o pedido que lhe fazia a mesa de se Asia Central em pequena escala e<br />

olha, olha a santinha, meu filho...<br />

encorporar na procissão ao lado da nas chancellarias europêas debaixo<br />

Ao passar ao pé de mim, uma mulher sua obra.<br />

de differentes formas e com os mais<br />

com movida gritou : esta sim, que é Foi um dia grande de emoção e de<br />

Santa!... 0 povo curvava-se e admi-<br />

variados pretextos.<br />

alegria, dia que sonháramos a ler a<br />

rava-se de a ter julgado tanto tempo, vida antiga dos artistas, dia de gloria Um telegramma de S. Petersbur<br />

como a fez o Possitlonio e a imagina em que todos se inclinavam deante de gode6diz que os jornaes daquella<br />

ainda o sr. Luciano Cordeiro — muito um grande artista, no culto da ovação capital annunciam, com aucloriza<br />

alta, muito feia e muito gorda, gritando d'uma santa boa.<br />

ção para isso, que a Rússia conse<br />

ao rei em voz grossa : rosas!...<br />

As festas, como o programma as in-<br />

guiu que lhe seja concedida abso<br />

dicava: serenata no Mondego, fogo de<br />

luta liberdade commercial na China<br />

artificio, fogueiras e procissão.<br />

Já nem critica merece essa coisa septentrional.<br />

Todos sabem o que é uma serenata que para ahi se exhibe como governo<br />

no Mondego. Este anno, porém, ella do país. Todos o apepinam. Os proprios<br />

, não teve o esplendor que era para de- amigos (de Peniche), expõe-no á ir- Realizou-se ante-hontem o baptisado<br />

sejar: poucos barcos, e alguns mal enrisão publica; senão vejam:<br />

d'uma filhinha do nosso querido amigo<br />

feitados.<br />

Ha tempos a Tarde, jornal de levar e distincto professor do lyceu d'esta<br />

Dois barcos unidos, com um pavi- e trazer, dos membros do actual gabi- cidade, dr. Francisco Fernandes Costa.<br />

lhão para dança, e um rancho de nete, pôz um rabo-leva no ministro da<br />

creanças, produziam uma vista muito justiça, que o ha de acompanhar até<br />

agradavel.<br />

á sepultura — 0 Kagado.<br />

Principiaram hontem as formaturas<br />

No outro dia, o fogo d'arlificio. Vis Hoje a fatalidade da coisa quiz tam- do 5.° anno de Medicina, que, como<br />

toso, mas com grandes intervallos. bém que fôsse a mesma folha que, a é sabido, levam 20 dias a concluir.<br />

Além d'isso, havendo a desastrada proposito d'um concurso de belleza só<br />

ideia de collocar a banda de musica para homens, dissesse umas graças do<br />

m> smo ao pé da ponte, o povo que governo que o pôde fazer rir... mas Os exames dè admissão aps lyceus<br />

enchia todo o largo da Portagem nada com riso amareilo.<br />

principiam no primeiro dia util de<br />

ouvia.<br />

Já é andar com azanga.<br />

agosto.<br />

Nas fogueiras, a animação era também<br />

grande. Muita gente cercando<br />

Sr. Redactor:<br />

sempre os pavilhões cheios de rapa De Benguella acabam de participar<br />

rigas formosas, e com musica bem afi- a triste noticia do fallecimento do sr.<br />

Peço-lhe o obsequio de publicar no<br />

nada.<br />

Antonio de Sousa Doria, distincto phar-<br />

seu conceituado jornal a seguinte<br />

De resto, as ruas sempre cheias, maceutico do Ultramar.<br />

Declaração<br />

sempre com uma vida extraordinaria, Era nutural d'esta cidade e filho do<br />

povo alegre cantando, dançando, cor- dr. João Doria, um dos homens que Tendo deixado de ser professor de<br />

rendo tudo, affluindo, porém, em maior deixou de si a mais querida memoria latim no collegio de S. Pedro, dirigido<br />

quantidade, ás dos Sapateiros e do Cor- no coração do povo de C imbra, pela pelo sr. Maximiano Augusto da Cunha,<br />

vo que, como de costume, estavam sua abnegação e honestidade.<br />

circumstancias ha que me obrigam a<br />

magnificas.<br />

A toda a familia do extincto moço e tornar publico que de ha muito tinha<br />

Por ultimo, a procissão.<br />

especialmente a seu tio e cunhado os formado esse proposito e que o reali-<br />

As janellas cheias, repletas de se- nossos amigos Antonio Doria e dr. José zei agora por motu proprio.<br />

nhoras. Neste ponto, foi tudo surpre Nazareth a expressão da nossa condo Coimbra, 11 de julho de 1896.<br />

hendente : a quantidade e a qualidade lencia.<br />

Padre José Rodrigues Teixeira<br />

0 anno—Mscario da Silva, Joaquim<br />

José Prado, Manuel Simões Pinto, Joaquim<br />

Pedro Martins, Manuel de Mello<br />

Vaz de Sampaio, Joaquim dos Reis<br />

Torgal e Alfredo Telles de Sampaio<br />

Rio.<br />

Houve uma reprovação.<br />

3 0 anno—Manuel Augusto Granjo e<br />

Azzi Ferreira de Moura Cruz.<br />

Houve uma reprovação.<br />

4.° anno — José Sebastião Cardoso<br />

de Menezes, Julio Maria d'Andrade e<br />

Sousa, Luiz Conçalves Forte, Manuel<br />

Diniz Henriques, Manuel Emygdio Furtado<br />

Garcia e Manuel Gomes Cruz.<br />

5 0 e Sidonio Bernardino Cardoso da Silva<br />

Paes.<br />

Houve uma reprovação.<br />

Cadeira de Hebreu<br />

Jayme Alves Machado, João Gomes<br />

de Carvalho, Luiz d'01iveira Alves Couto,<br />

Manuel Augusto d'Andrade, José Joaquim<br />

da Silva, e Luiz da Cunha Brandão.<br />

No proximo dia 15 reúne em Lisboa<br />

a commissão para exame dos livros de<br />

instrucção secundaria.<br />

A fim de presidir essa commissão<br />

já partiu para Lisboa o dr. Antonio dos<br />

Santos Viegas, illustre decano da faculdade<br />

de Philosophia.<br />

anno — José Augusto Rodrigues<br />

Ribeiro, José Ferraz de Carvalho Megre,<br />

José Figueira d'Andrade e José<br />

Maria da Silva.<br />

Faculdade de Medicina<br />

1.° anno—Bento Rodrigues Ferreira<br />

Malva.<br />

Houve uma reprovação.<br />

2.° anno — José Augusto Telles, e<br />

Luiz Augusto Leote d'Ayet du Perier.<br />

4.° anno— José Vicente Costa,<br />

Antonio Alejandre Saraiva da Rocha.<br />

Faculdade de Malhematica<br />

1.° anno — Tito Augusto de Moraes,<br />

Luiz da Veiga Ottolini, Abilio Tavares<br />

Justiça, José Tavares Lebre, Augusto<br />

de Paiva Rebello Motta, Ayres Gouveia<br />

Alcoforado, Antonio José da Silva Braga<br />

Júnior, José d'Aguilar Teixeira Car<br />

doso, e Manuel Quaresma Limpo Pe<br />

reira de Lacerda.<br />

Houve três reprovações.<br />

Faculdade de Philosophia<br />

2 . a cadeira (Chymica organica e ana<br />

lyse chymica) — José Collaço Alves de<br />

Sobral, Rodrigo AfFonso Alves de Sousa,<br />

Antonio Augusto Pires, Antonio Cardoso<br />

Pinto, Eugénio Augusto Sampaio<br />

Duarte, Eduardo Ferreira d'Oliveira,<br />

Antonio Pereira de Sousa Neves, Adalberto<br />

Novaes de Carvalho Soares de<br />

Medeiros; Alberto A. das Neves Rocha<br />

e Antonio Francisco Coelho.<br />

Desistiu um alumno do acto.<br />

6. a Bibliographia<br />

Revista das Escliolas — Recebemos<br />

o n.° 20 d'e$te semanario, que a par de<br />

outros assumptos interessantes insere o novo<br />

Regulamento de Instrucção Primaria.<br />

Reptis e amphibios da Península<br />

Ibérica e especialmente em Portugal<br />

POR<br />

II. Paulino tTOlivelra<br />

Lente cathedratioo de Zoologia e director<br />

do Museu zoologico da Universidade<br />

PREÇO, 400 RÉIS<br />

A' venda na Imprensa da Universidade.<br />

Bibliotheca Popular de Legislação<br />

LEI DO SELLO<br />

Cartas de lei de 21 de julho de 1893<br />

e 4 de maio de 1896 e tabellas respectivas,<br />

em fórma de reportorio alphabetico<br />

e portarias posteriormente<br />

publicadas referentes ao mesmo assumpto.<br />

PREÇO, 200 RÉIS<br />

Pedidos a A. José Rodrigues, rua da<br />

Alalaya, 183, l.<br />

cadeira (Zoologia) — Joaquim Hermano<br />

Mendes de Carvalho, Julio da<br />

Silveira Brandão Freire Themudo, Manuel<br />

Ferreira da Motta Rosa e Luiz<br />

Caetano Pereira Guimarães Júnior.<br />

2.° anno—José Collaço Alves Sobral<br />

9 —Lisboa.<br />

. Fernandes Costa<br />

ADVOGADO<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

Lições de hygiene publica<br />

PELO<br />

DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />

PREÇO, 1$000 RÉIS<br />

Á venda na Imprensa da Universidade.<br />

duque de Villedieu á realidade. Encer- — Que fim tens em vista?<br />

disse Villedieu, porque não sabemos o<br />

rou apressadamente o seu cofre dentro — Viver tranquillamente dentro da<br />

— Estaes dispostos a obedecer-me?<br />

que Gribeauval poderá fazer. Resolve-<br />

da malla, e foi ubrir.<br />

minha nobrésa, quando tu me fizeres<br />

—Isso é conforme, disse Hermann.<br />

remos a esse respeito.<br />

Uma especie de notário entrou. De rico.<br />

—Oh! cada um no limite das suas<br />

I0Ã0 DAS GALÉS<br />

Hermann entrou.<br />

rosto redondo, suissas brancas, cor — 0 verdadeiro fidalgo era... ?<br />

acuidades, disse Villedieu, não peço<br />

— Eis aqui o veneno pedido, disse<br />

avermelhada, pequenas lunetas d'aço<br />

XI<br />

— Tu és muito curioso. Mais tarde,<br />

a ninguém o impossível.<br />

entregando a Villedieu um frasco, e<br />

num nariz bem feito, e vestindo pela senhor duque, mais tarde, veremos...<br />

—Ah! disse Lebigot, como tu me<br />

neste outro frasco o élixir de colcbico.<br />

Desenha-se a acção ultima moda.<br />

Villedieu encolheu os hombros:<br />

dás prazer! Encontro-te como outr'ora,<br />

Emprega-se ás gottas. O nosso homem<br />

— Se não estivesse acostumado ás —A desconfiança não vem a propo-<br />

meu filho.<br />

poderá toma-lo como bitter, e garanto-te<br />

Fez a conta no seu livro de aponta- vossas transformações, senhor Lebigot, sito, disse elle.<br />

— Não escarneço do prazer que te<br />

que adoecerá dentro em tres dias, e<br />

mentos, verificando em seguida os não vos reconheceria, mas como foste — E se eu quizer ter também os<br />

posso causar, respondeu Villedieu.<br />

pedirá elle mesmo para que o recolham<br />

valores existentes no pequeno cofre vós que, outr'ora, me ensinaste a meus segredos! disse Lebigot.<br />

-É justo. Vamos, vamos ao traba-<br />

no hospital.<br />

forte que tinha fechado numa grande mudar a physionomia!...<br />

lho. Falia, meu filho.<br />

— Á tua vontade. Fallemos da du- —Obrigado.<br />

malla.<br />

— Sim, disse Lebigot, tu és meu quèsa: encontras-te-la?<br />

—Ha na verdade trabalhos a exe-<br />

—Vamos, disse Villedieu, ver os<br />

— A conta está exacta, muito exa- discípulo, e saíste muito esperto. Nada — Sim.<br />

cutar, disse tylledieu. Para ti em<br />

aposentos da ruaMazarine. Ahi estarecta.<br />

vamos, por emquanlo tenho o te escapa. Como me achaes, senhor<br />

primeiro logar,<br />

— Ah! exclamou o duque, até que mos mais á vontade para conversar.<br />

bastante para fazer face às despêsas. duque? Estou suficientemente cor- emfim!<br />

Chegaram depressa ao seu destino<br />

Quando concluir o negocio Koellen e recto? Nós outros, deixamos a falta — Está numa pequena casa isolada, e o primeiro cuidado de Villedieu fai<br />

que o tio morra, terei o sufficiente de distincção para esses indivíduos que situada na margem do Bièvre, na corn- sondar as paredes e convencer-se de<br />

para jogar 1 É preciso que a minha faliam a giria e são incapazes de operar muna de Cachan. Essa casa é proprie- que a voz não os atravessava.<br />

força de vontade seja muito forte para no grande mundo. Nós outros os nobres dade de M. Griheauval.<br />

O aposento compunha-se de três<br />

que eu me tenha cohibido de jogar da ladroeira, valemos mais que elles. — Bem, disse friamente Villedieu. peças, d'uma cosinha e d'um gabinete<br />

Oh! quando vejo alguém com cartas Tenho precisamente no bolso os meus —Ah! tive muito trabalho para a escuro. As paredes estavam cobertas<br />

na mão, tenho vontade de lhe saltar títulos. Quereis examina-los, vós que encontrar! Foi muito diflicil seguir a de estofo, as cortinas eram duplas, e os<br />

ao pescoço para me apoderar do seu sois conhecedor de pergamminhos ? pista do joven ! Mas quem seria capaz tapetes assentes sobre caoutcbouc.<br />

dinheiro. Oh ! jogar! sentir na mão a 5is aqui as armas dos d'Esprignolles. de esconder-se da vista de lyux do D'um compartimento para os outros<br />

fortuna e ver o ouro e as notas de "em a linha da bastardia mas isso que cavalheiro d'Esprignolles ? Em breve soltaram gritos agudos sem que fossem<br />

banco accumularern-se, crescer sobre mporta! Ha tantos filhos de reis bastar- te mostrarei a casa. A duquêsa nunca ouvidos reciprocamente.<br />

o tapete, enterrar as mãos nesse dos como nós! Que dizeis, meu caro, sae e nós teremos assim occasião de<br />

—Apresento-te os meus cumprimen-<br />

dinheiro e ter deante de si um adver- d'esta papelada ?<br />

a apanhar quando quizermos.<br />

tos, disse Villedieu para Hermann. Isto<br />

sado que. pallido como a morte, se — Como descobriste estes pergam- -Brsvo, disse Villedieu, aqui tens está bem arranjado. É preciso prever<br />

Suicidará talvez á saída. Oh! raiva! minhos? perguntou Villedieu.<br />

10:000 francos para ti.<br />

tudo porque os pássaros cantam nas<br />

enterrar-lhe o jogo no coração como — Como obtiveste tu os teus, duque? -Obrigado, disse d'Esprignolles, iollas. Assentai-vos, senhores.<br />

um punhal, e revolve-lo depois na perguntou por sua voz Lebigot. mas a minha missão ainda não está A physionomia de Villedieu tor-<br />

chagai Raiva! Paixão do jogo! Dai me — Silencio! disse vivamente Ville- terminada. Ha um signal convencional nou se rigida repentinamente. Colo-<br />

milhões, milhões que eu os jogarei dieu , e fallemos sempre baixo. As entre elles, e eu voltarei a Cachan para cou-se deante dos dois homens que<br />

d'uma vez sobre o az de paus! paredes pódem ter ouvidos.<br />

o surprehender*<br />

estavam assentados e disse-lhes d'um<br />

Uma pancada na porta chamou o — Eu sou um d'Esprignolles.<br />

; —È preciso andar com prudência, modo brutal;<br />

- Hermann. Vaes partir<br />

para a Bélgica. Ha em Bruxellas um<br />

)ando de homens de saco e corda<br />

que vivem de odiosas rapinas, especulando<br />

em contrafacções de toda a<br />

especie de quadros, livros, etc., etc.,<br />

que compram mercadorias a prazo e as<br />

fazem desapparecer immediatamente,<br />

havendo outros que se não apanham,<br />

que recebem os roubos commettidos<br />

em França e outros pontos, e que se<br />

encarregam de passar todos os productos<br />

que se lhes confiam. Hermann,<br />

tu visitavas estas pessoas. Recommendar-te-hei<br />

a Hymans, a Digheim,<br />

Van Humbeck,Cottiere,Kromyer, etc...<br />

íntender-te-has com elles para a colocação<br />

de quadros de mestre, verdadeiros<br />

percebes ? Logo que te tenhas<br />

entendido com elles sobre as bazes de<br />

um terço de prejuízo e metade de<br />

luvas partirás para Amsterdam.<br />

(£oniitiua),


antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana taiantho<br />

Esterilisação absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Deposito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva. & C. a<br />

Deposito da Fabrica Nacional<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ & GENRO<br />

128—RUA FERREIRA BORGES—130<br />

17 M'ESTE deposito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fabrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fabrica.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fabrica de Coroas e Flôres<br />

F. DELPOBT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />

nASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE OIMA—20<br />

II11 Õ Al]Eli<br />

Previlegiado em. Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

L U Z A L V Í S S I M A<br />

Encommendas:<br />

a I0SÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz— lOá<br />

COIMBRA<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco Olmedina)<br />

C O I M B R A<br />

n 1 TT J „„i;„„ . Grande deposito da Companhia Cabo Mon-<br />

Cal Hyaraulica. dego.^Aviso aos proprietários e mestres<br />

r.1 i • 'J j„ „ „n


N.° 147 COIMBRA—Quinta feira, 16 de julho de 1896 2.° ANNO<br />

0 tabelliado<br />

Acabamos de lêr um erudito e<br />

consciencioso trabalho do laureado<br />

alumno da faculdade de Direito e<br />

já bacharel formado em Philosophia,<br />

o sr. José Tavares, sobre a Prática<br />

extra-judicial e o Tabelliado, em que<br />

claramente se evidenceia o estado<br />

cahotico em que entre nós se encontram<br />

as mais importantes instituições<br />

sociaes, mercê da deleteria<br />

influencia que sobre ellas tem exercido<br />

a politica monarchica.<br />

Versa a parte mais interessante<br />

d'csse trabalho sobre o tabelliado,<br />

estudando a genese e evolução histórica<br />

d'esta instituição, expondo os<br />

princípios em que assenta a sua<br />

actual organização nos principaes<br />

Estados e o estado em que se en-<br />

Não teria a monarchia tantos defensores<br />

se não fo^se possível aos<br />

seus ministros nomear arbitrariamente,<br />

sem se prenderem com habilitações<br />

nem outros quaesquer requisitos,<br />

para os mais rendosos logares.<br />

Certo é que da nomeação de<br />

indivíduos incompetentes para o<br />

exercício das mais importantes funcções<br />

sociaes derivam gravíssimos<br />

prejuízos dordem individual e col-<br />

lectiva; não o é menos que, dada a<br />

faculdade ao governo de pôr completamente<br />

de lado quaesquer habilitações,<br />

ninguém se entrega a sérios<br />

e árduos estudos para obter um<br />

dado logar, porque bem sabe que<br />

outros são os meios porque, o pôde<br />

conquistar. Mas com isso nada lucrava<br />

a monarchia. Perderia até.<br />

As obras da monarchia<br />

Ninguém dirá que a penna d'um<br />

monarchico escreveu o que em seguida<br />

transcrevemos, tão verdadeiro<br />

é o quadro que em poucas phrases<br />

se traça da deplorável situação a<br />

que a monarchia nos arrastou.<br />

Lêam:<br />

«De modo que, resumindo as nossas<br />

considerações, a situação do país é<br />

esta: Ha tres para quatro annos, não<br />

tinha dinheiro, nem d'onde elle lhe<br />

viesse; não tinha credito; estava «m<br />

plena bancarrota, pois reduzira forçadamente<br />

a sua divida publica, e isso em<br />

sciencia financeira não tem.outro nome;<br />

durante esse, tempo nerii uma única<br />

medida encontrou para, numa administração<br />

ordenada e economjp, attenuar<br />

algumas das soas essenciaès difficuldades;<br />

sobrevieram-lhe embaraços novos,<br />

com que não contava, etjue lhe aggravaram<br />

pesadamente os jáfesados encargos;<br />

vê a S]^a industria* trepei ecer, a<br />

sua agriculturà"rfianter-se estagnada e o<br />

seu commercio paralysado-, não produz<br />

O sr. Soveral não só nunca patrocinou<br />

qualquer pedido de concessão,<br />

mas tem-se manifestado sempre con-<br />

tra taes pedidos.<br />

Leram bem ? Tem-se sempre manifestado<br />

contra taes pedidos.<br />

E agora pôde continuar a dança,<br />

uma vez que isso os diverte.»<br />

O collega que se diverte a publicar<br />

desmentidos que os factos desmentem,<br />

podia ser mais moderado.<br />

Pela nossa partê ~e com a maximà<br />

moderação continuámos affirmando do<br />

modo mais cathegorico, que a Tarde<br />

anda mal informada e que o sr. Soveral<br />

repetidas vezes veiu a Lisboa para<br />

patrocinar um contracto relativo a Lourenço<br />

Marques, no qual figuravam indivíduos,<br />

que depois collaboraram na<br />

redacção do cifrante.<br />

Não se conseguiu nada, principalmente<br />

por haver opposição formal da Allemanha<br />

a qualquer concessão dentro<br />

da bahia de Lourenço Marques.<br />

Que o sr. Soveral se tenha manifestado<br />

contra outros pedidos, não o duvidamos<br />

e até o achamos natural.<br />

Entre as nossas informações e as da<br />

Carta de Lisboa<br />

Lisboa, 14 de julho de 1896.<br />

Corre ha dias uma noticia de<br />

sensação para os besbilhoteiros políticos<br />

e, pois que ao bom provinciano<br />

interessam as pequenas misérias<br />

de Lisboa, vou dizer-lhes<br />

qualquer coisa a esse respeito.<br />

Trata-se da entrada para o partido<br />

progressista ou, pelo menos, do<br />

apoio do fallecido estadistaMarianno<br />

de Carvalho a esse partido.<br />

Esta noticia foi dada por um jornal<br />

bem informado e, quando outras<br />

folhas a reproduziram commentando-a,<br />

nenhum dos interessados<br />

— os da rua dos Navegantes ou o<br />

do largo de S. Roque a desmenti-<br />

annualmente o pão necessário ao seu<br />

Tudo o que seja promover a in- sust^to e tem de compra-lo no extranstrucção<br />

e odesinvolvimento sociaf* ig£Ír^W)m o ouro que não possue, nem<br />

o- mesmo que. inmar; r às. bases Pm<br />

contra no nosso país, den^nstra^o ^gese^poiàifí^s monarchias. Fia<br />

necessidade dsssa fi^ganfeá^ção lhas d'um passado dodiosos privi-<br />

e apresentando as bases em que delégios, representando ellas próprias<br />

ve firmar-se. Nesta ultima parte, da um privilegio indefensável, natural<br />

comparação do tabelliado portug^ês^ é».que procurem obstar ao progres-<br />

com a organização do tabelliado éx* so social que cada vez mais as dis-<br />

trangeiro chegou o sr. José Tavares tanciará dos ominosos tempos em<br />

á firme convicção de que Portugal que germinaram e floresceram.<br />

«se deixou atrazár d'um século no Não pódt» pois. esperar-se


Cada vez noticias mais graves<br />

sobre Africa e perspectiva de maiores<br />

complicações.<br />

Não ha que vêr— a cedencia ao<br />

ultimatum, o tratado de 20 d'Agosto,<br />

a visita do rei a Londres, a visita<br />

da esquadra inglêsa, Soveral<br />

ministro, que podiam dar senão o<br />

que se vê que é mau, o que se adivinha<br />

que é terrível ?<br />

Bem lhes importa a elles todos<br />

—a não ser para estreitos fins partidários—o<br />

que nos ha de succeder<br />

em Africa.<br />

Já viram algum partido monarchico<br />

apresentar-se contra a alliança<br />

inglêsa?<br />

X<br />

Vamos esperando.<br />

Emquanto se vae perdendo a ver-<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

politica estou verde e estarei sem- , gonha no continente, vae-se perpre—<br />

se irritarão com as minhas t dendo a riqueza no ultramar.<br />

palavras. Mas a verdade é que não Para os eximios patriotas da bis-<br />

vejo motivo para espantos ou irribilhotice politica, — que tem por<br />

tações.<br />

ideal supremo ver cair um ministé-<br />

Vêm dizer-me que Navarro e Mario e resuscitar as liberdades da<br />

rianno têm por varias vezes des- Carta, isto é caso de pouca monta.<br />

composto os progressistas e que es- O que se quer saber não é se<br />

tes lhes hão pago sempre em moe- nos leva o diabo.<br />

da forte ?<br />

No que se pensa é naquelle ma-<br />

Mas o que disse Marianno dos roto d'aquelle recebedor «que em<br />

regeneradores? E não os defende vindo os outros, ha de paga-las.»<br />

hoje?!<br />

No que se pensa é nos votos de<br />

O que disse João Franco de Ma- fulano que é um liberal, e nas esrianno?<br />

E não foi ministro com elle?! pertezas de sicrano que é hábil.<br />

O que disse Marianno do Lopo ?<br />

x<br />

E não foi ministro com elle?!<br />

— E a respeito de monarchia, ó<br />

O que disseram Marianno e Na-<br />

maluquinhos?!<br />

varro de José Luciano ? E não fo-<br />

— Não seja tão exaltado homem.<br />

ram ministros com elle?!<br />

Isto ha de ir.<br />

O que disseram os progressistas<br />

— Para o fundo, creio bem.<br />

do rei D. Luiz? E não foram ministros<br />

d'elle, dando-lhe o dinheiro<br />

João de Menezes.<br />

para o casamento do principe D.<br />

Carlos?<br />

«Mala da Europa»<br />

O que disseram e asseveraram<br />

os progressistas do rei D. Carlos— O numero que acabamos de receber,<br />

d'esta excellente revista, insere na<br />

cá tenho guardado tudo — não foi primeira pagina o retrato do seu illus-<br />

tudo quanto os republicanos muitas tre director politico e distincto homem<br />

desciencia, o sr. dr. Francisco Ferraz<br />

vezes não se atreveram a dizer? de Macedo.<br />

E não estão de joelhos deante do<br />

throno e não vão ámanhã ser mi-<br />

Foi suspenso por 15 dias o sr.<br />

nistros do rei?!<br />

Manuel Tavares de Medeiros, chefe<br />

Porque não havia o Marianno de da 3.<br />

voltar a ser progressista, por cansa<br />

da outra metade?!<br />

Mas no parlamento, de deputados<br />

e ministros progressistas, eu<br />

não conheço senão discursos e votações<br />

defendendo Marianno!<br />

Porque não ha de voltar, porque<br />

não ha de até ser ministro?!<br />

Duvida alguém que todos elles<br />

se intendem?<br />

E assistir a uma sessão do parlamento:<br />

Accusam-se dos maiores crimes,<br />

tratam-se de ladrões e cá fóra—esbofeteiam-se,<br />

batem-se, desforçamse?<br />

Dão o braço e riem-se dos ingénuos.<br />

Dos ingénuos que os tomam a<br />

sério, dos ingénuos que ainda esperam<br />

o D. Sebastião progressista<br />

montado no cavallo branco em demandados<br />

arraiaes republicanos!<br />

E assim se passa a vida.<br />

Deixemos isto...<br />

x<br />

a repartição da direcção geral<br />

das alfandegas. A portaria de suspensão,<br />

que foi publicada ante-hontem<br />

no Diário do Coverno, causou<br />

grande sensação em Lisboa,julgando-se<br />

que a suspensão não fôra motivada<br />

pelos factos que nella são<br />

expostos em arrevesado estylo, e<br />

que seriam sufficientes para trinta<br />

demissões, mas por esse empregado<br />

não.se prestar a proteger os afilhados<br />

do governo.<br />

E provável é que assim succeda,<br />

visto que é a firma Bensaude, Mayer<br />

& C. a com o secretario de estado norte-<br />

Arton<br />

americano, mr. Olney, ácerca d'uma<br />

Foi condemnado a mais dois an-<br />

nota que o Foreiyn Office tenciona<br />

nos de policia correccional e 3:000<br />

dirigir aos gabinetes europeus.<br />

francos de multa o celebre Arion,<br />

O fim d'essa nota é preparar a<br />

pelo crime de abuso de confiança.<br />

reunião de uma conferencia diplo-<br />

Ha dias havia elle sido condemática<br />

para examinar os planos de<br />

mnado a seis annos de trabalhos<br />

arhilragem internacional, que tem<br />

forçados.<br />

sido formulada por muitos escriptores<br />

e políticos, e que tem grande<br />

E assim que a Republica france-<br />

numero de partidarios tanto em<br />

sa procede. Commettem-se lá, como<br />

Inglaterra como nos Eslados-Uni-<br />

emjtodos os países,gravíssimos abudos.sos,<br />

mas ao passo que as monarchias<br />

encobrem-os grandes crimi-<br />

Dizem também esses telegramnosos,<br />

por conveniência própria pormas<br />

que os governo italiano e hesque<br />

nelles têm os seus melhores depanhol<br />

se acham muito bem disposfensores,<br />

a acção dos tribunaes<br />

tos para apoiar a realização da<br />

francêses exerce-se d'um modo in-<br />

primeira conferencia, no fim deste<br />

flexível contra todos os prevarica-<br />

anno, em Londres.<br />

dores, ainda que sejam ministros<br />

de Estado.<br />

Os jornaes extrangeiros dizem<br />

qne a recepção affectuosa que foi<br />

C " C L b a ,<br />

feita em Londres á companhia de<br />

artilheria de Boston, faz prever que Bem nos queria a nós parecer que<br />

são mais estreitas e amistosas as a annunciada morte de José Maceo era<br />

relações entre a Inglaterra e os mais uma das mil carrapatas que<br />

Estados-Unidos, e que ambas estas diariamente nos chegam por intermedio<br />

nações parecem dispostas a concor- das informações oíEciosas, e que mostra<br />

rerem simultaneamente paraa manu- bem a situação pouco lisonjeira ahi<br />

tenção da paz.<br />

disfructada pelos hespanhoes que precisam<br />

de lançar mão de tão tristes<br />

Dizem também que antes de se<br />

expedientes.<br />

realizar a eleição presidencial e no<br />

O Intransigeant, referindo-se á noti-<br />

caso em qtfe Cleveland não seja<br />

cia transmittida pela Havas da morte do<br />

eleito, se firmará um tratado entre<br />

intrépido chefe cubano, diz que, apesar<br />

os Estados-Unidos e a Gran-Breta-<br />

de, pela seguuda vez, esta agencia<br />

nha.<br />

•officiosao dar por moito, pôde asseve-<br />

Espera-se que em breve &ej£"<br />

rar que Maceo passa tanto melhor<br />

publicada a correspondência lro'cada<br />

quanto mais os officiosos se entrelêem<br />

sobre este assumpto.<br />

em anriunciar a sua morte.<br />

X<br />

As medalhas da exposição Na Republica Cabana, semanario<br />

de Chicago<br />

escripto em hespanhol e francês e que<br />

Em Pariz foram ultimamente distri- se publica em Paris, lê-se o seguinte:<br />

buídas as medalhas da exposição uni- «O general Weyler, como é sabido, puversal<br />

de Chicago, correspondentes aos blicou um edital prohibindo que fossem<br />

expositores premiados.<br />

distribuídos viveres pelas famílias dos<br />

Estas medalhas téem um erro curio-<br />

cubanos que se encontram no campo<br />

so. Lê-se n'ellas': «A Americu foi descoberta<br />

em 1892.» Gravaram MDCCCXCII revolucionário. Foi também ordenado<br />

em lugar de MCCCCXClt.<br />

que as referidas famílias tratassem de<br />

E' muito possível que este erro se se juntar àquelles que luctain pela<br />

quem manda no ministério da dé nas medalhas enviadas para Portu- revolução.<br />

fazenda.<br />

gal e outros países.<br />

«Taes medidas são infames. Têm<br />

apenas por fim condemnar milhares de<br />

creanças e mulheres a morrer de fome<br />

AUenlado contra o presidente Falleceu o cardeal Bourrel, bispo nas florestas ou a ser assassinadas nas<br />

da republica francêsa de Rhodez, que nascera em 1827. estradas pelas tropas hespauholas. O<br />

A agencia Havas transmittiu em Este cardeal era um espirito emi- general em chefe do exercito cubano<br />

telegramma que no dia 14, no mo-<br />

respondeu ao ignóbil edital de Weyler<br />

nentemente liberal. Em 1857 esmento<br />

em que o presidente Felix<br />

com a seguinte circular:<br />

crevia elle:<br />

Faure entrava no terreno da revista<br />

«Quartel general do exercito libertador.<br />

militar em Longchamps, um indivi- «Por maioria da rasão, ninguém Sanctí Spiritus, 7 d'abril de 1895.<br />

duo disparou um tiro de revolver é obrigado em these geral a sub-<br />

na direcção do presidente. Este, metter-se a um poder illegitimo na Em virtude da deshumana e cruel<br />

que não ficou ferido foi calorosa- sua origem, a um governo de facto. ordem que collocou as famílias cubanas<br />

mente acclamado. O individuo, que Em principio o simples facto não em uma grave situação, decreto:<br />

foi logo preso, declarou que o tiro gosa direito nem na ordem publica, 1.° Não se impedirá que as famílias<br />

por elle disparado era de polvora nem na particular. O êxito não é se installem e residam onde lhes conve-<br />

secca.<br />

regra de justiça, e nenhum acto é nha.<br />

Chama-se François e crê-se que legitimo só porque deu bom resul- 2.° Serão concedidos soccorros e<br />

está louco.<br />

tado. O poder de facto não obriga, protecção ás famílias cubanas ou extran-<br />

O facto não tem importancia tal é o principio».<br />

geiras que se encontrem na ilha de<br />

alguma.<br />

Cuba.<br />

Se vivesse em Portugal, o cardeal<br />

Bourret teria sem duvida soffrido a<br />

mais cruel perseguição por parte<br />

do sr. João Franco. Com certeza era<br />

demiltido.<br />

Por motivo da feira de Montemór-o-<br />

Velho a Companhia Real dos Caminhos<br />

de Ferro resolveu que os comboyos<br />

transways, entre Coimbra e a Figueira,<br />

tenham uma paragem ás quartas-feiras,<br />

de quinze em quinze dias, na passagem<br />

de nivel junto à ponte de Alfarellos.<br />

A arbitragem internacional<br />

Telegrammas chegados de Paris<br />

dão notícia d'um facto que tem<br />

causado grande sensação nos centros<br />

diplomáticos.<br />

Segundo esses telegrammas dizem,Lord<br />

Salisburydeu instrucções<br />

ao embaixador da Grã-Bretannha<br />

em Washington para se intender<br />

Revolta em Africa<br />

Segundo um despacho de Boulouwayo<br />

para o Daily Telegraph, foi publicada<br />

uma proclamação declarando amnistiados<br />

todos os rebeldes que se submet<br />

terem até ao dia 10 de agosto.<br />

0 jornal inglês que publicou esta<br />

noticia, accrescenta que a proclamação<br />

a que ella se refere produziu a maior<br />

indignação entre os europeus, sendo<br />

considerada um grande erro da adttli*<br />

nistraçâo da South-Africa.<br />

3.° Pódem todos tratar dos seus<br />

negocios e unicamente lhes é inlerdicto<br />

negociar com os artigos prohibidos<br />

pela circular de 10 de julho.<br />

Os chefes e os ofliciaes do exercito<br />

libertador assim como as auctoridades<br />

civis são encarregados de executar o<br />

exarado.<br />

O general em chefe,<br />

Máximo Gomez.<br />

Começaram em terceira finda as<br />

diligencias judiciaes nos processos<br />

do Nyassa, tendo sido já examinados<br />

os livros das actas do conselho<br />

fiscal e assembleia geral dos dois<br />

grupos — o da rua do Alecrim e o<br />

da rua da Prata, pelos tabelliães<br />

Scola e Bastos Jervis,<br />

UNIVERSIDADE<br />

Nos dias 13, lie 15 de julho fizeram<br />

acto e ficaram approvados os seguintes<br />

alumnos:<br />

Faculdade de Direito<br />

1 o anno — Arthur Anselmo Ribeiro<br />

de Castro, Justino Antunes Guimarães,<br />

Manuel Ferreira Diogo, Alberto de<br />

Magalhães Birros Júdice Queiroz, Francisco<br />

de Carvalho Martius, e Alencoão<br />

da Fouseca Bordallo.<br />

Houve quatorze reprovações.<br />

2.° anno—(Economia politica)—Antonio<br />

Pereira de Sousa Neves, Francisco<br />

Antonio Honorato de Sousa Vaz, Carlos<br />

de Carvalho Braga, Antonio Francisco<br />

Coelho, Luiz Carlos d'Almeida Casassa,<br />

Antonio Roxanes de Carvalho Júnior,<br />

João Ribeiro Braga e Alvaro Colen Godinho.<br />

3.° anno — Antonio Peixoto Corrêa,<br />

Manuel de Goveia Osorio, Leopoldo de<br />

Barros Teixeira dos Reis, Manuel Augusto<br />

Martins, Manuel Teixeira de<br />

Sampaio Mansilha, Virgilio dos Santos<br />

Faria, Adolpho Alves da Motta e Manuel<br />

Maria Toscano de Figueiredo e Albuquerque.<br />

4 0 anno — Manuel Joaquim Corrêa,<br />

Manuel José Moreira de Sá Couto, Manuel<br />

Pessoa Ferreira da Fonseca, Pedro<br />

de Barbosa Falcão de Azevedo, Pedro<br />

de Barros Rodrigues, Quintino Elysio<br />

Alves de Castro e Ricardo Paes Gomes.<br />

5.° anno — José Pinheiro Mourisca<br />

Juni r, José Teixeira Rebello, José<br />

Vicente Madeira, Julio Armando da<br />

Silva Pereira, Leopoldo Augusto Cesar<br />

de Carvalho Sameíro, Luiz Augusto<br />

da Fonseca Dinue, Luiz Bettencourt de<br />

Medeiros e Camara e Manuel d'Abrantes<br />

Moraes.<br />

' Faculdade de Medicina<br />

1.° anno — José Antonio Simões de<br />

Oliveira, José Boieiras Proença, José<br />

de Brito Prego Lyra, Alfonso Maria de<br />

Sousa Teixeira da Moita, José Homem<br />

Corrêa Telles d'Araujo e Albuquerque<br />

e Manuel Gomes Filippe Coelho<br />

2.° anno—Sebastião Maria de Lemos,<br />

Thomaz Godinho de Faria e Silva, Lino<br />

Ferreira, Raymundo da Silva Mendes,<br />

Antonio da Silva Lima e Brito e Duarte<br />

de Mello Ponces de.Carvalho.<br />

Faculdade de Jlathematica<br />

1.° anno—Affonso da Silveira Brandão<br />

Freire Themudo, Francisco de Paula<br />

de Carvalho Pinlo Coelho Valle e<br />

Vasconcellos, João Maria Durão, Augusto<br />

Epiphanio de Sousa Neves, José<br />

Duarte Videira, João Augusto da Costa<br />

Jardim e José Nunes Tierno da Silva.<br />

Faltaram dois alumnos ao acto.<br />

Houve sete reprovações.<br />

3.° anno — João Alexandre Lopes<br />

Galvão, Francisco Barbosa Falcão de<br />

Azevedò, Joaquim da Silveira Malheiro,<br />

José Augusto Lobato Guerra, José<br />

Luiz d'Andrade Mendes Pinheiro e D.<br />

Domitilla Hormisinda Miranda de Carvalho.<br />

Faculdade de Philosophia<br />

1cadeira (Chymica inorganica)—<br />

Adelino Augusto Fernandes.<br />

Houve uma reprovação.<br />

2 a cadeira (Chymica organica e analyse<br />

chymica)—J-^yme Correia de Sousa.<br />

6." cadeira (Zoologia) — Alvaro de<br />

Lima Henriques, Manuel Francisco Nunes<br />

Júnior, Fortunato Alfredo Pitta,<br />

Alvaro José da Silva Basto.<br />

Houve quatro reprovações.<br />

Curso especial de analyse chimica—<br />

Antonio Roxanes de Carvalho Júnior, e<br />

João Ribeiro Braga.<br />

Curso de pharmacia<br />

2.° anno— José Adelino de Carvalho<br />

Sameíro, Julio Ferrão de Carvalho,<br />

Estanislau Monteiro dos Santos e Francisco<br />

Antunes.<br />

*<br />

Classificações<br />

A faculdade de Theologia, reunida<br />

no domingo ultimo em congregação final,<br />

conferiu as seguintes classificações<br />

aos seus alumnos que mais se distinguiram<br />

na frequencia e actos:<br />

2.° anno — Accessit: José Joaquim<br />

de Oliveira Guimarães Júnior; distincto,<br />

José Joaquim da Silva.


3.° anno—Premio: Augusto Joaquim<br />

Alves dos Santos.<br />

4.° anno—Accessit: José Alves Correia<br />

da Silva.<br />

Informações dos bacharéis que concluíram<br />

formatura na faculdade di<br />

Theologia no anno lectivo de 1895 ;<br />

1896 :<br />

Bacharéis formados—Antonio d'Azevedo<br />

Maia, B., com 11 valores; Antonio<br />

Mouralo Themudo, B., 11 valores"<br />

Antonio Nave Catalão, B, 11 valores<br />

Manuel da Novoa, B , 11 valores; Al<br />

bino Francisco Ramos. S., 8 valores<br />

Manuel Leite Marinho, B , 11 valores<br />

Diz-se que ainda esta semana<br />

será publicado o codigo de justiça<br />

militar.<br />

Concurso<br />

Está aberto o concurso até 10 de<br />

agosto, para o provimento de dois<br />

logares de olficiaes subalternos da<br />

Bibliotheca da Universidade, com o<br />

ordenado de 250$000 réis cada um.<br />

Os candidatos devem apresentar os<br />

seus requerimentos devidamente reconhecidos<br />

na Reitoria da Universidade<br />

e instruídos com os seguintes documentos:<br />

1." Certidão de edade de 21 annos<br />

completos;<br />

2.° Alvará de folha corrida;<br />

3.° Attestados de bom comportamento<br />

moral, civil e religioso;<br />

4° Attestado de não padecerem<br />

moiestia contagiosa ou defeito que inhabilite<br />

para o erercicio do emprego;<br />

5." Documento por onde provem<br />

terem satisfeito as disposições legaes<br />

do recrutamento militar; documentos<br />

comprovativos de habilitações litterarias.<br />

0 historiador allemão Ciirtius<br />

Annunciam de Berlim a morte do<br />

historiador allemão Ernesto Curlius,<br />

pliilologo e archeologo também, cujas<br />

ob as lêem sido traduzidas em diversas<br />

línguas, sendo conhecidas e admiradas<br />

em toda a Europa.<br />

Fôra preceplôr do imperador Frede-<br />

rico III, e nascera em Lubeck a 2 de<br />

setembro de 1814.<br />

Fez os seus primeiros estudos na<br />

sua terra natal e depois nas Universidades<br />

de Bonn, Goettingen e Berlim.<br />

Quando os terminou, em 1837, dirigiuse<br />

com o professor Brandis a Athenas,<br />

dando comêço ás suas preciosas inves-<br />

tigações sobre os monumentos da antiguidade<br />

bohemica. Associou-se com<br />

18 Folhetim da RESISTENCIA<br />

Oufried Muller para comprehender uma<br />

viagem de exploração ao Peloponeso.<br />

Com a morte de Muller, determinou<br />

voltar á Allemanha, percorrendo depois<br />

as priucipaes povoações da Itália.<br />

Em 1850 fixou a sua residencia em<br />

Berlim, sendo nomeado membro da<br />

Academia das Sciencias pelos seus trabalhos<br />

archeologicos e litterarios. Em<br />

1875 foi enviado pelo governo allemão<br />

á Grécia, onde adquiriu para a Allemanha<br />

o exclusivo direito às explorações<br />

de Olympia.<br />

A sua obra mais notável e popular<br />

é a «Historia da Grécia».<br />

Bibliographia<br />

Jornal de Viagens e aventuras de<br />

terra e mar. — Recebemos o n.° 15 d'este interessante<br />

jornal que se publica no Porto, sob<br />

a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />

Eis o summario das matérias contidas nes<br />

te numero :<br />

Texto — A capella-mór da Sé de Braga.—<br />

Descoberta do Brazil (?): João Ramalho (O<br />

Baebarel).—As grandes aventuras: Sem-Cinco-<br />

Reis. — Monumentos e consagrações : A Collegiada<br />

de Guimarães. — Contos e lendas do<br />

Universo: Orpheu e Eurydice.—A Palestina.—<br />

Dramas do mar : O navio mysterioso. — Pelo<br />

mundo : «Os portuguéses na Africa do Sul»,<br />

O domingo ein Londres, Lucta d'um homem<br />

com um leão.<br />

Gravuras—A capella-mór da Sé de Braga.—<br />

Barricas arrombadas, cairos quebrados, mate<br />

rial eseacado... —E Mercúrio, galgando os<br />

espaços com aquelle precioso fardo nos braços...<br />

— S. Miguel do Castello. — Vi cravar<br />

na mesa de jogo, com uma faca, a mão de um<br />

americano...<br />

*<br />

Regulamento geral de lustra<br />

ccão primaria—Recebemos este Regula<br />

mento, approvado por decreto de 18 de junho<br />

ultimo, e editado pela «Bibliotheca Popular de<br />

Legislação», com séde na rua da Atalaya, 183,<br />

1.°, Lisboa, contendo a Parte i ea Parte II,<br />

os programmas de ensino elementar e eomple<br />

mentar, habilitações para o magistério, decreto<br />

de 22 de dezembro de 1894, e as importantes<br />

rectificações feitas pela direcção geral da tns<br />

trucçâo Publica ao referido regulamento e pu<br />

blicadas no Diário do Governo de 10 de julho<br />

de 1896, sendo, por isso, a unira edição com<br />

pleta.—Preço (franco de porle) 200 réis.<br />

Está a concurso o logar de amanuense<br />

da administração do concelho de<br />

Goes, com o ordenado annual de réis<br />

800000. 0 prazo é de 30 dias, e começou<br />

no dia 8 do corrente.<br />

Foi creada uma cadeira rnixta deensido<br />

primário em Cecarias, concelho<br />

de Arganil.<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão ordinaria de 2 de julho de<br />

1896.<br />

Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />

Vereadores presentes :—efifectivos: bacharel<br />

José Augusto Gaspar de Mattos, José Antonio<br />

dos Santos, José Antonio Lucas, Antonio<br />

José de Moura Bastos, Albano Gomes Paes.<br />

Presente o administrador do concelho, bacharel<br />

José Miranda.<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão ante<br />

rior.<br />

Mandou enviar ao vereador respectivo um<br />

officio do chefe do districto, com referencia á<br />

mobilia da escola da freguezia de S. Martinho<br />

do Bispo, sexo masculino.<br />

Resolveu fazer-se representar no acto da<br />

benção da nova imagem da Rainha Santa<br />

Isabel, agradecendo o convite recebido da<br />

real confraria e auctorisando a ornamentação<br />

das ruas do transito da procissão.<br />

Mandou passar licenças para apascentamento<br />

de cabras a um proprietário de Taveiro e a<br />

outro da freguezia de S. Paulo de Frades.<br />

Auctorisou a presidencia a resolver ácerca<br />

da culpabilidade de um vigia dos impostos<br />

pela inutilisação de uma lanterna no respectivo<br />

pnsto fi?cal.<br />

Resolveu chamar aattençãodo commissario<br />

de policia para as continuas transgressões da<br />

postura de 13 d'outubro de 1880, sobre illuminaçâo<br />

publica, praticadas durante a noite<br />

pelas ruas da cidade.<br />

Auctorisou o fornecimento de impressos<br />

para a nota de fundos da thesouraria ; dois<br />

crfdigos administrativos para a secretaria da<br />

municipalidade; um litro de tinta, idem; cern<br />

enveloppes pequenos, idem; guias para ins<br />

pecções sanitarias (recrutamento); mil e du<br />

zentos exemplares relações (njodelo 9) recrutamento;<br />

encadernação da copia do livro do<br />

recenseamento militar.<br />

Auctorisou o vereador Lucas a fazer a<br />

escolha do local mais apropriado para a collocação<br />

de um pequeno marco fontenario, que<br />

aproveite a população entre a praça do Commercio<br />

e o largo Oito de Maio.<br />

Auctorisou o vereador Santos a mandar<br />

azer urn casaco e chapéu para distinctivo do<br />

guarda da quinta de Santa Cruz, e a comprar<br />

on alugar as bandeijas necessarias para as<br />

janellas do edifício dos paços do concelho.<br />

Mandou concertar os bancos da praça do<br />

Commercio.<br />

Auctorisou a presidencia a dispender até á<br />

quantia de 40$000 réis em reparos urgentes<br />

nas calçadas das ruas da cidade.<br />

Auctorisou os seguintes pagamentos :<br />

Vencimentos do thesoureiro em junho réis<br />

34I63C.<br />

Vencimeníos dos empregados da repartição<br />

dos impostos, idem, 3.j3^620 réis.<br />

Vencimentos da companhia de bombeiros<br />

municipaes no primeiro semestre d'este anno,<br />

550#300 réis.<br />

Gratificações e prémios aos bombeiros nos<br />

termos do regulamento, 44^101) réis.<br />

Côngrua de 1895-1896 freguezia da Sé Nova<br />

700 réis.<br />

Conservação e limpeza do edifício do governo<br />

civil, em junho, 32#180 réis.<br />

Renda de casa ao porteiro do cemiterio.<br />

10,0000 réis.<br />

Vencimentos do servente da estação (to<br />

material dos incêndios, em junho, 7$200 réis.<br />

Custeamerito do asylo de Cellas, em iunho,<br />

57#070 reis.<br />

Strviços da iiluminação do logar de Santo<br />

Antonio dos Oiivaes, idem, 1^500 réis.<br />

Limpeza do matadouro de janeiro a junho,<br />

2$ 160 réis.<br />

Idem da repartição d'obras, em junho, réis<br />

M000.<br />

Idem da repartição dos impostos, idem, réis<br />

750.<br />

Idem da casa da thesouraria, idem, 500<br />

réis.<br />

Utensílios para o posto vaceinico, 3#R30<br />

réis.<br />

Cobrança, aguas, em junho, 4$500 réis.<br />

Gaz consumido nas estações do maerial dos<br />

incêndios, de abril a junho, 4#800 réis.<br />

Canalisação de gaz nos paços do concelho<br />

(reparos) 9$600 réis.<br />

Salarios ao pessoal da limpeza na segunda<br />

quinzena de junho, 153$730 réis.<br />

Material para serviço da limpeza, idem, réis<br />

25$740.<br />

Canalisações d'agua, idem, 52$040 réis.<br />

Custeio da ofíieina das aguas, idem, 13$800<br />

réis.<br />

Limpeza da nascente do asylo de Cellas,<br />

idem, 880 réis.<br />

Reparação de calçadas, idem, 14^935 réis.<br />

Cano d'esgoto ao fundo da rua de S. João<br />

(reparos) 1$190 réis.<br />

Conservação d'arvores na segunda quinzena<br />

de junho, 2£760 réis.<br />

Cano d'esgoto na rua do Tenente Valadim,<br />

2$ 105 réis.<br />

Limpeza do jardim da quinta de Santa Cruz,<br />

1$320 réis.<br />

Calçada da serventia entre o rocio de Santa<br />

Clara e a estrada districtal de Coimbra a<br />

Penella, 2$210 réis.<br />

Despachou requerimentos attestando ácerca<br />

do comportamento de diversos, e auctorisando<br />

a occupação de terrenos no caes das Ameias<br />

para divertimentos públicos durante as festas<br />

da Rainha Santa; pagamento de r. novação de<br />

taxas de sepulturas no cemiterio da Conchada;<br />

a exoneração pedida por um bombeiro municipal<br />

; a construcção de um novo andar em<br />

uma casa em Monfarroio ; a construcção de<br />

uma casa terrea na Povoa de S. Martinho do<br />

Bispo, determinando o alinhamento; e concedendo<br />

licença de 15 dias a um zelador, para<br />

tractar da sua saúde.<br />

Indeferiu Ires requerimentos: um ácerca do<br />

pagamento do consumo d'agua para rega de<br />

um jardim particular; outro relativamente a<br />

nma indemnisação pedida por motivo de aproveitamento<br />

de canalisação particular; e o<br />

terceiro eom referencia ao arrendamento dos<br />

impostos municipaes sobre as carnes verdes a<br />

consumir até o fim do anno na freguezia de<br />

S. Martinho do Bispo.<br />

Fez no dia 14 exame de allemão,<br />

ficando approvado com distincção,<br />

o sr. Alberto Cupertino Pessôa, fi-<br />

lho do sr. dr. Alberto Pessôa, digníssimo<br />

director da Escola Académica.<br />

Codigo Administrativo<br />

A Bibliotheca Popular de Legislação,<br />

com séde na rua da Atalaya, 183,<br />

Lisboa, tem â venda a 2. a edição d'este<br />

codigo, approvado por decreto dictatorial<br />

de 2 de março do anno Ando,<br />

seguido de repertorio alphabetico,<br />

e das alterações e modificações approvadas<br />

pelo parlamento, na ultima<br />

legislação e confirmadas por carta de<br />

lei de 4 de maio do corrente anno,<br />

podendo, portanto, chamar-se a esta<br />

edição—Novo Codigo Administrativo.<br />

— Preço, 200 réis.<br />

Tabella dos emolumentos c salarios<br />

judiciaes<br />

Da Bibliotheca Popular de Legislação,<br />

com séde na rua da Atalaya, 183,<br />

l.°, Lisboa, recebemos um exemplar<br />

d'esta tabella, coordenada alphabeticamente,<br />

mas conforme com a edição official<br />

(.Diário do Governo de 18 de<br />

maio de 1896), e approvada por carta<br />

de lei de 13 do referido mês, sendo<br />

a única edição assim elaborada.—<br />

Preço, 200 réis.<br />

J. A. DA SILVA CORDEIRO<br />

A CRISE<br />

Em seus aspectos moraes<br />

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I vol. de 429 pag., 600 reis<br />

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POR<br />

SI. Paulluo «rOliveira<br />

Lente cathedratico de Zoologia e director<br />

do Museu zoologico da Universidade<br />

PREÇO, 400 RÉIS<br />

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Cançõese musica popular da Beira<br />

COLLIGIDAS POR<br />

PEDRO TRAJANO<br />

COM UMA INTRODUCÇÃO POR<br />

J. LEITE DE YASC0NCELL0S<br />

Sahirá brevemente esta importante<br />

obra, que formará um volume em 8.°,<br />

de approximadamente250 paginas, nitidamente<br />

impresso em typo elzevir e<br />

optimo papel, com 50 paginas de musica.<br />

Preço por assignatura, 600; avulso,<br />

800 réis.<br />

Toda a correspondeucia deve ser dirigida<br />

á Imprensa Lusitana, Figueira<br />

da Foz.<br />

Bibliotheca Popular de Legislação<br />

LEI DO SELLO<br />

Cartas de lei de 21 de julho de 1893<br />

e 4 de maio de 1896 e tabellas respectivas,<br />

em fórma de reportorio alphabetico<br />

e portarias posteriormente<br />

publicadas referentes ao mesmo assumpto.<br />

PREÇO, 200 RÉIS<br />

Pedidos a A. José Rodrigues, rua da<br />

Atalaya, 183, 1.°—Lisboa.<br />

a casa de M. de Koellen, e, no dia se- olho quem descobrir a transforma- de ter enviado Hermann á Bélgica, M. gava tão disfarçado. Eu sou o duque<br />

guinte, voltarei com uma pesada caixa ção.<br />

de Villedieu recebeu no Grand-Hotel, de Villedieu.<br />

que os creados levarão. Entrarás em — A operação realizar-se-ha em ple- onde conservava um quarto, um bi- — Para que é esse disfarce?, per-<br />

casa de M. de Koellen ao mesmo temno dia.<br />

'hete assim concebido:<br />

guntou Koellen, abrindo ao mesmo<br />

I0Ã0 DAS GALÉS po que eu, e os homens deverão che- — E' para se vêr melhor.<br />

«Tudo prompto. Podem vir.»<br />

tempo uma gaveta e tirando um regar<br />

um a um no espaço d'um quarto — Os homens que estão ás nossas M. de Villedieu tirou immediatamenwolver. de hora. Nada será anormal para uma ordens conhecem-me ?<br />

te d'uma malla um fato claro e um in-<br />

XI<br />

M. de Villedieu fez que não perce-<br />

casa aonde aflluem os visitantes. Cara- — Sim.<br />

dispensável. Vestiu o fato claro sobre beu o seu movimento.<br />

Traça-se o plano<br />

cterisar-vos-heis de modo que vos não — Apenas sairmos do domicilio de o fato que usava, e metteu o indispen — Disfarcei-me para apanhar mais<br />

ceconheçam. A senha combinada é a M. de Koellen, iremos, Lebigot, ambos sável no bolso do pardessus que leva facilmente minha mulher porque, não<br />

Alli procurareis um judeu de que seguiute: Uma moeda de cinco fran- a Cachan e traremos a duquesa, os no braço.<br />

sei se sabeis, já lhe descobri o para-<br />

eu te direi o nome, e aue se encarrecos partida era cinco bocados des- homens seguir-nos-hão para serem em Foi assim até ao restaurante Helder. deiro. Trata-se agora de a decidir a<br />

ga dos diamantes pelo simples signal eguaes, para os criados não é preciso. pregados em caso urgente.<br />

Pediu um gabinete e mandou servir o voltar para a minha companhia e par-<br />

da fôrma e do peso, e os retalha e re- A moeda será entregue a,) criado que — E o joven ?<br />

almoço. Na altura do café, pediu a contir em seguida para a Italia, em provende<br />

nas barbas dos proprios que os tem de abrir a porta. Cada um de nós — Manda-o seguir nesse dia por dois ta, pagou, e estendeu-se ao çomprido cura do tio. Preferi tratar este nego-<br />

reclamam. Entender-te-has com esse chegaudo fará esta pergunta:—Está homens espertos, incapazes de o per- sobre um sophà, fumando o seu chacio eu proprio, senhor de Koellen, por-<br />

homem para os diamantes. Farás ra- em casa M. de koellen?—e apresenderem de vista. Estou mesmo, que o meruto.que a policia nada descobriria e porpidamente<br />

esta viagem e voltarás estará o seu bocado da moeda, 0 criado lhor é começar a segui lo dois ou três De repente levantou-se, fechou a porque se a justiça se mettesse no negoperar-me<br />

cm Bruxellas, no hotel da depois de tornar a fechar a porta ve- dias antes, pois tenho receio de que se ta, tirou o indispensável, e sacou de cio, minha mulher com certeza propo-<br />

Bellevue. Está entendido?<br />

rificará se o bocado se adapta á moe- não encontre no dia proprio. Vendo- dentro, tinturas, escovas, lápis, e, em ria a acção de separação de pessoas<br />

í; —Está entendido.<br />

da, depois do que abrirá e iutroduzirse seguido, não irá certamente a Ca- frente d' um espelho, mudou em cinco que eu quero evitar a todo o custo.<br />

— Agora tu, Lebigot.<br />

nos-ha no sotão. Quando todos tiverchan e assim nos veremos livre d'elles minutos a physionomia; a barba ficou — Ê logico. Sabeis positivamente<br />

; —Cavalleiro d'Esprignolles, se faz mos entrado, fechadas as portas, M. sem violência alguma.<br />

ruiva, o nariz augmentou, o rosto tor- onde se encontra a duquêsa ?<br />

favor.<br />

de Koellen não receberá mais ninguém. — Está combinado. Irei esta noite a nou-se córado e as rugas desappare- — Está com M. Lucien de Gribeau-<br />

I —Cavalleiro d'Esprignolles, preciso Logo que estejamos reunidos, os Un- Cachan para surprehender a senha. ceram.val,<br />

numa casa isolada, junto das mar-<br />

de três homens seguros, audazes, bagidos criados amordaçarão o mordo- — Antes d'isso virás ao Grande-Ho- Despiu-se vestiu o fato claro para gens do Bièvre, em Cachan.<br />

beis ejde boa figura. Disseste-me que mo. Antes terão trazido para o apotel. Entregar-te-hai os papeis e uma debaixo do fato preto, e por cima — É necessário que eu conheça M.<br />

os tinhas?<br />

sento junto as pinças, serras e brocas porção das minhas roupas que levarás o pardessus, depois esperou o momen- de Gribeauval, pensou M. de Koellen,<br />

\ —Sim.<br />

que eu te hei de entregar. Depois, á rua Mazarine.<br />

to em que o criado não estava na sala, e voltando-se depois para Villedieu:<br />

>— Esses três homens, tu e eu, cin- mãos á obra. Ha cofres-fortes para se<br />

e saiu sem que alguém reparasse Foi para me dares a conhecer o refuco,<br />

os dois criados, sete. É bastante. abrir, e além d'isso, percebes, além<br />

XII<br />

nelle.<br />

gio da duquêsa que aqui viestes ?<br />

Aqui está a droga que M. Hermann me d'isso, quando sairmos d'essa casa,<br />

M. de Villedieu foi d'alli direito a — Não. Tenho necessidade de di-<br />

deu. Entrega-la-has ao criado que te- deixaremos lá dois cadaveres.<br />

Prepara-se o orime<br />

casa de M. de Koellen e entrou no seu nheiro para tirar a duquêsa e partir<br />

mos na praça, que a fará tomar rapi- — Tanto peior 1, disse Lebigot. Nes*<br />

gabinete.<br />

Com ella para a Italia: eis aqui o obje-"<br />

damente ao que deve sair. Logo que se momento serei ainda Lebigot, mas Cinco dias depois de ter concerta- — A quem tenho a honra de fallar?, cto da minha visita.<br />

elle adoeça será preciso substituí-lo, é uma hora depois, e para o resto dos do com Lebigot o plano que seguiriam peiguntou M. de Koellen.<br />

— Já jogasteis o producto do leilão?<br />

um negocio a arranjar com o mais ve- meus dias, tomarei o nome de cavai* para chegar ao cumprimento da sua — 0 quê, não me conheceis, meu — Era vinte e quatro horas.<br />

Jho dos creados, Nesse mesmo dia irei leiro d'Esprignolles, e ha de ter bom criminosa emprêsa, cinco dias depois caro senhor de Koellen ? Não me jui-<br />

{Cominúa),


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

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RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

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Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

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Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

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Nesta redacção se diz quem<br />

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ficar com a importancia ajustada,<br />

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poder, a que se faz um juro<br />

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Para esclarecimentos, João<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castanheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra.<br />

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Ferreira Borges<br />

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(Proximo ao Largo de Carlos 1,<br />

em frente da Avenida<br />

da estação<br />

do caminho de ferro)<br />

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II acreditado d'esta localidade,<br />

consideravelmente augmentado<br />

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Antonio da Cruz Pimenta<br />

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35<br />

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R. de Ferreira Borges (CalçadaJ, 174<br />

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da tarde.<br />

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4 ffeude-se a da Conchada.<br />

• Na mesma se. diz quem<br />

está auctorisado a receber propostas.<br />

Julião A. d'Almeida & C. a<br />

20—Rua de Sargento Mór—24<br />

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da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—C< imbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

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Fernão Pinto da Conceição<br />

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theatro, etc.<br />

Escadas de S. Thiago n.° 2<br />

COIHHHA<br />

"HESISTENQA~<br />

PUBLICÀ-SE AOS DOMtNGOS<br />

E QUINTÀS-FEIKAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

E D I T O »<br />

João Maria da Fonseca Frias<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 20700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 204OO<br />

Semestre 102OO<br />

Trimestre 600<br />

Aisrisruwcios<br />

Cada linha, 30 réis—Repeti<br />

çôes, 20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

L I V R O S<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fór honrado.<br />

Typ. F. França Amad«—GQUJBHi


N.° 148 COIMBRA-Domingo, 19 de julho de 1896 2* ANNO<br />

0 que fâz cair o soYerno origem os esban i ament ° s de ante -<br />

" " riores administrações.<br />

Próxima a quéda ministerial—<br />

dizem.<br />

O governo já não tem credito, os<br />

capitalistas fecharam-lhe as portas<br />

e o país não pôde, sem a cooperação<br />

d'estes, satisfazer os importantíssimos<br />

encargos creados pela monarchia—explicam.<br />

A razão é decisiva. Muito bem<br />

sabe a monarchia que a bancarrôta<br />

terá, como uma das primeiras con<br />

sequencias, a collocação de escri<br />

ptos nas portas dos paços reaes<br />

Urge, pois, evitá-la, ir adiando in<br />

definidamente o fatal termo duma<br />

situação que ella de ha muito vem<br />

preparando.<br />

A esta suprema necessidade sacrificará<br />

a monarchia os seus mais<br />

favoritos servidores. Acima de tudo<br />

quer viver, e, para prolongar a sua<br />

e'xistencia, forçoso é que em nome<br />

do país se contráiam novos e mais<br />

onerosos compromissos, solvendo-se<br />

por meio do credito os já existentes.<br />

Gabinete que o .não possa fazer,<br />

eslá irremediavelmente perdido.<br />

Gomo os fallidos, os insolventes,<br />

Não podendo, porém, existir sem<br />

corromper, e só podendo corromper<br />

á custa dos cofres públicos; neces<br />

sitando, por outro lado, de sentai<br />

á mêsa do orçamento os amigos e<br />

afilhados que só para isso os acom<br />

panharam na opposição, os novos<br />

ministros seguirão exactamente os<br />

mesmos processos que os actuaes,<br />

vêr-se-hão mais tarde nas mesmas<br />

dificuldades financeiras e a monarchia<br />

terá então que os despedir para<br />

chamar ao governo quem de mo<br />

mento as possa vencer.<br />

E assim irá vivendo, até que se<br />

torne inadiavel a liquidação. Obrigará<br />

esta a sair o país da crimino<br />

sa indifferença em que ha muito<br />

vive para pedir contas aos que, então,<br />

ha de considerar seus infiéis<br />

mandatarios. Os que agora tanto<br />

defendem a monarchia, porque paga<br />

generosamente á custa da nação<br />

os seus serviços, abandoná-la-hão;<br />

mais do que isso, movêr-lhe-hão a<br />

mais crua guerra procurando assim<br />

illudir o povo a quem desejarão explorar<br />

por seu turno/<br />

Venham mais desmentidos<br />

Acerca da venda de Lourenço<br />

Marques lemos no Figaro, que ainda<br />

não ha muilo pretendia desmentir<br />

que enlre o governo português e o<br />

inglês houvesse negociações, em<br />

que figurava como intermediário o<br />

sr. de Soveral, para a sujeição de<br />

aquella colonia ao domínio da nossa<br />

fiel alliada, a seguinte noticia, cuja<br />

gravidade não é necessário pôr em<br />

relevo.<br />

«Recomeça-se a falar, no mundo<br />

diplomático e entre a gente que sabe<br />

tudo e o resto, de negociações entaboladas<br />

entre Portugal e a Inglaterra<br />

para a cessão da bahia de Delagoa<br />

Recordam-se que ha alguns méses<br />

boatos similhantes correram em Paris<br />

até em Berlim e que, perante a<br />

sensação produzida por essa noticia,<br />

os proprios portuguéses e os ingleses<br />

foram obrigados a desmenti-la. O desmentido<br />

era sincero? É questão entre<br />

consciência dos ministros e a immanente<br />

verdade.<br />

As nossas informações particulares<br />

permittem-nos affirmar que nessa época<br />

diligencias muito sérias haviam sido<br />

entaboladas entre os gabinetes de<br />

Saint-James e de Lisboa e que se<br />

chegara até a fixar o valor de indem<br />

nisação ou da compra.<br />

O ministério dos negocios extrangeiros<br />

de França estava então conflado<br />

ao sr. Berthelot. O illustre sábio mostrou-se,<br />

nesta circumstancia, tão bom<br />

diplomata como é excellente chimico,<br />

árboricidio<br />

meio de salvarem o seu commandante,<br />

fazem uma descarga cerrada para o<br />

grupo. O rebelde càe varado pelas balas<br />

e o cabo fica illeso, porque assim n- , „, . , .<br />

o quiz a bondade do Deus omnipotente » Uiz algures laine guee pela sen-<br />

0 assumpto do quadro é realmente 1 sibilidade affectuosa para com os<br />

commovedor e piedoso. É por isso do<br />

especial agrado do sr. ministro da<br />

marinha, reproduzindojle mais a mai^<br />

a versão oficiosa do assassino de Raugi<br />

Rannes.<br />

Vae a caminho do calvario da<br />

rua dos Navegantes o ínclito varão<br />

Marianno.<br />

Diz-se que leva ás costas apenas<br />

metade da cruz. Deve ser verdade,<br />

porque na outra metade crucificou<br />

elle a honra d'um partido que se<br />

declarou solidário nas suas aventuras.<br />

Partiu hontem para Lisboa acompanhado<br />

de sua ex. ma esposa, o nosso<br />

querido amigo e antigo collega de redaccão<br />

dr. Joaquim Madureira.<br />

Em Cintra<br />

Do nosso prezado collega O Pais,<br />

de sexta feira ultima: \<br />

«O assumpto da noite ante-hontem<br />

era Cintra foi uma obra que o sr. D<br />

Alfonso ía fazendo.<br />

O irmão do sr. D. Carlos seguia num<br />

trem da villa para a Estephania, guian<br />

do, e perto da loja do sr. Barreto,<br />

junto á praça, .estava um carro de<br />

bois, parado, com o carreiro entretido<br />

a falar com qualquer individuo.<br />

O trem ia na direcção do carro e o<br />

sr. D. Affonso não se dignou mais do<br />

que dar ura berro, sem coratudo desviar<br />

os cavallos.<br />

A lança do trem foi por isso de<br />

encontro ao carro de bois e teria<br />

deixado mal os animaes, se o carreiro<br />

ligeiramente os não afastasse.<br />

Também foi muito commentado o<br />

trajo em que o sr. D. Carlos passeou<br />

pela villa, a Cavallo : —chapéu desabado,<br />

jaqueta, polainas altas, de cabe<br />

dal, e de varapau atravessado nas<br />

pernas.<br />

arvoredos que se pôde avaliar da<br />

delicadeza e da doçura dos caracteres.<br />

O preceito deve ser exacto!<br />

Quantas vezes nestes últimos<br />

tempos a imprensa de Coimbra tem<br />

protestado em brados contra o abuso<br />

desatinado do córte de arvores,<br />

sem necessidade e sem justificação.<br />

No lago de Santa Cruz a camara,<br />

preparando-se para bem receber<br />

os forasteiros por occasião das ultimas<br />

festas, mandou rolar pela<br />

mesma bitola todo o revestimento<br />

de cedros, como se fosse um muro.<br />

Agora resta caia-los I<br />

O sr. director das obras publicas,<br />

á sua parte, tem feito mais estragos<br />

no arvoredo da estrada da<br />

Beira, que uma lagarta numa hortal<br />

O odio que este illustre engenheiro<br />

tem ás arvores é entranhado<br />

e invencível!<br />

conseguiu fizer gorar o negocio.<br />

Agora no largo do Museu appareceram<br />

as arvores brocadas junto<br />

do sólo e vestígios de acido lança-<br />

Este facto constitue, eom a convenção<br />

do nesses furos. Pretende-se fazê-<br />

relativa á delimitação da fronteira<br />

Será, pois, também a falta de di- siameza nas nossas possessões da<br />

las murchar para justificar o cortei<br />

nheiro que levará o país a dester- Indo-China, os seus grandes successos<br />

Aqui ha, ou uma exorbitância de<br />

não hesitará a monarchia um mo-<br />

diplomáticos.<br />

rar a monarchia.<br />

auctoridade, ou um crime de per-<br />

Hoje, a Inglaterra, sob o domínio das<br />

mento em lançar mão de todos os<br />

A isso estão reduzidos os immor- velleidades d'aggressão que o jseu<br />

versidade, que uma camara sufi-<br />

expedientes antes de declarar aber-<br />

triumpho passageiro no Egipto lhe<br />

cientemente briosa não deixaria fi-<br />

,aes princípios.<br />

eu, retoma o projecto de annexação da<br />

tamente as miseráveis condições ficar<br />

impune, se nesse desafôro não<br />

)ahia de Delagoa, no ponto em que<br />

nanceiras em que o país se encon-<br />

linha sido deixado. Sabemos que o sr.<br />

é connivente.<br />

"anotaux se mostrará pelo menos tão<br />

tra. Organizem-se phantasticos or- Noticias gravíssimas<br />

Ao longo dos boulevards, nas<br />

vigilante como o seu predecessor e,<br />

çamentos de receitas e despesas,<br />

demais, parece-nos muito difficil que a<br />

grandes cidades, as arvores cres-<br />

Diz-se que o governo déra or- Allemanha, que já interveio em favor<br />

viciem-se as contas definitivas do dem para que se apromptassem<br />

cem livremente em frente de gran-<br />

do Transwaal, não adopte attitude<br />

thesouro, paguem-se com receitas de )ara longa commissão de serviço o similhante na questão de Delagoa®.<br />

des fachadas. Aqui julga-se indis-<br />

exercicios correntes as dividas atra-<br />

couraçado Vasco da Gama, a corve-<br />

No paço houve um jantar a que aspensável deitar abaixo as arvores<br />

ta Duque da Terceira e a canhoneisistiram<br />

as duas rainhas, o sr. D. Car- do Museu, para que não prejudizadase,<br />

quando isso não seja possíra D. Luiz, e que esses vasos de Dr. Nunes da Ponte los e o sr. D. Alfonso, e que foi denoquem o recente frontão e os camavel,<br />

peça-se emprestado, dizendo-se uerra irão a Moçambique, dirigin-<br />

minado de reconciliação.<br />

reiros funerários do laboratorio chi-<br />

sempre em pomposos relatorios que (o a divisão naval o sr. Augusto de Esteve em Coimbra, de passa-<br />

se equilibrou a receita com a despesa<br />

Castilho, commandante da Duque<br />

mico, ultimamente fabricados segem,<br />

este nosso prezadíssimo amigo<br />

da Terceira.<br />

e prestigioso correligionário, que<br />

As ridículas medidas do governo, gundo os desenhos mais caracteris-<br />

ou que houve saldo favoravel. As-<br />

Esla expedição é motivada por actualmente se encontra em Luso.<br />

que outro nome não merecem depois ticamente imbecis da epocha crassim<br />

o exige a monarchia; e,se é rela- noticias alarmantes que se diz o go-<br />

da campanha dos O e dos A, ácerca<br />

sa do Marquês de Pombal 1<br />

tivamente fácil arranjar um Carrilho verno recebera e que occulta ao pu-<br />

da imprensa, até pelas folhas conser-<br />

para combinar números arbitrariablico, seguindo o seu louvável cos- A imprensa conlinúa a occuparvadoras<br />

da vizinha Hespanha estão Contra a brutalidade de tal seltume.<br />

Segundo essas noticias, a inse do assassinato de Raugi Rannes,<br />

sendo criticadas. Assim, La Época, vageria nós continuaremos protesmente,<br />

se não falta quem se preste surreição dos negros matabeiles e facto sobre que dão informações com-<br />

de Madrid, noticiando a resolução ,ando.<br />

a mentir descaradamente, o capital machonas ter-se-ha alastrado para pletamente inacreditáveis as ultimas<br />

do governo quanto á transmissão<br />

não raro impõe condições que não o sul e já se terão ferido combates correspondências da índia publica-<br />

de telegrammas que dêem conta dos<br />

se limitam só á taxa do juro, e por<br />

em territorio português.<br />

das em alguns jornaes.<br />

factos a que respeita a lei de 13 Torna a funccionar ámanhã no<br />

de fevereiro, diz:<br />

O seguinte telegramma, expedi- O nosso prezado collega A Pro-<br />

yceu d'esta cidade o jury dos exa-<br />

vezes depende da habilidade dos<br />

do de Londres para Lisboa, em 16 vinda, resume e caracteriza muito<br />

mes de latim e lalinidadé, que es-<br />

«Para que se vejam os processos do<br />

ministros o bom êxito das negocia- do corrente, revela que têm funda- bem no seguinte suelto as noticias governo português, basta dizer-se que tiveram suspensos desde o dia 13<br />

ções. Claudicaria o governo nesta mento as noticias que circulam. dadas nessas correspondências: hontem não permittiu que passasse um em virtude de haverem saído para<br />

telegramma que se limitava a repro<br />

parle? Talvez. A monarchia é que * Segundo annuncía um telegram-<br />

jisboa, em commissão de serviço,<br />

ma de Buluwayo para o Daily Te- Consta que o sr. Jacintho Candido, duzir um discurso pronunciado na ca- três membros do jury, um dos quaes<br />

indubitavelmente necessita de con-<br />

em vista das noticias recebidas da mara dos communs em Londres, pelo<br />

legraph, juntaram-se aos rebeldes<br />

accumulava.<br />

índia, vae pôr a concurso um quadro<br />

ministro das colonias, sobre a questão<br />

trair um avultado emprestimo. Se mais uns 15:000 indígenas, sendo historico, com o seguinte thema:<br />

referente à passagem das tropas inglê- Consta-nos que houve dificulda-<br />

o governo o não podér efíeiluar, gravíssima a situação de Fort Sasas<br />

pela colonia portuguêsa da Beira.» de em arranjar examinador para<br />

«Por uma estrada dalndia portuguêsa,<br />

está irremediavelmente perdido. lisbury.»<br />

caminha uma escolta de soldados, com-<br />

continuar o jury.<br />

Quem sabe se esta insurreição mandada por um cabo de aspecto O sr. João Franco deve estar sa- O jury de introducção, que não<br />

Substiluí-io-ha quem possa ven-<br />

nobre, como descendente d'uma fami tisfeitíssimo; com certeza que as ne-<br />

ainda dará como resultado apode-<br />

funccionou alguns dias, continúa e<br />

lia aristocratica. No centro da escolta, vralgias faciaes o não torturarão<br />

cer as dificuldades em que elle sosrar-se a Inglaterra de mais alguns<br />

com a mesma organização.<br />

vê-se um rebelde,, de arcabouço her- tão cedo.<br />

sobrou, avolumando, pelo engros- territorios no interior de Lourenço cúleo. De repenle o rebelde lança-se Se até o orgão do gabinete pre-<br />

Marques?<br />

sobre o commando da esquadra, dando<br />

samento da divida publica, os en-<br />

Muitas pessoas têm essa convi- um salto mortal por cima dos soldasidido por Canovas, chefe do par- O sr. dr. Joaquim Olmedilla y<br />

cargos que já esmagam o país para<br />

dos, que o separavam d'elle.<br />

tido conservador em Hespanha,<br />

cção, que o passado aliás aucto*<br />

Puig acaba de publicar um folheto<br />

Trava-se lucta braço a brapo entre censura as suas medidas!<br />

satisfazer dividas que tiveram por<br />

sobre El sábio medico português dei<br />

riza,<br />

os dois. Os soldados, não tendo outro Já é,<br />

siylo XVI, Garcia 4a Orta,


CuCba<br />

RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />

Litteratura e Arte<br />

Sociedade<br />

Carta de Lisboa<br />

Philantropico - Académica<br />

As ultimas noticias de Cuba<br />

No anno econorrico de 1895 a JUGULES comeu a compota de ameixas<br />

Lisboa, 17 de julho de 1896. são verdadeiramente desanimadoras 1896 teve esta sociedade de receita<br />

Noticias d'Africa dão os inglêses para a Hespanha. Parece que os 1:279$370 réis e de despesa réis<br />

em perigo no forte de Salisbury. insurrectos, sempre fortes e unidos, 1:015$355, passando por saldo<br />

para o anno economico de 1896 a<br />

Estimo sinceramente.<br />

vendo dia a dia engrossar as suas<br />

1897 a quanlia de 264$015 réis.<br />

Mas...<br />

fileiras e recebendo constantes e<br />

x<br />

poderósos auxílios, não estão muito<br />

x<br />

longe de conquistarem para aquella<br />

Mas é natural que brevemente<br />

A direcção da mesma sociedade,<br />

nos vejamos involvidos na questão<br />

importantíssima ilha a ambicionada em sessão de quinta feira ultima,<br />

e não andará muito longe da ver- liberdade.<br />

resolveu abrir concurso para os<br />

subsídios a conceder aos socios no<br />

dade quem calcular que, de um mo-; É isto, pelo menos, o que nos<br />

anno lectivo proximo futuro; e de-<br />

mento para outro, graves complica- 1 eva a su p pô r a seguin te co m m u n i caliberou exigir dos actuaes subsidiações<br />

hão de surgir para nós. ção telegraphica do correspondente dos certidão de aproveitamento es-<br />

Lourenço Marques lá está e a d 'El Imparcial em Cuba, que causou cholar no anno lectivo findo e documentos<br />

que provem que continuam<br />

Inglaterra ha de encontrar pretex- em Hespanha amais profunda cons-<br />

nas circumstancias de falta de<br />

tos para por lá passar.<br />

ternação:<br />

meios, indispensáveis para a manu-<br />

Hintze e Soveral, o amigo do sr.<br />

,enção do subsidio.<br />

D. Carlos e do principe de Galles, «Havana, 14.—As noticias divulgadas<br />

pela imprensa da Havana, e que<br />

farão tudo pelo melhor.<br />

telegraphicamente communiquei, sobre V<br />

Ou não fosse a Inglaterra a allia- o facto de Máximo Gomez se encontrar \ i> Na Relação do Porto, por cinco<br />

perto de Santa Clara, foram ratificada<br />

que mais nos convém, como dis-<br />

votos conformes, foi mantido o acdps<br />

officialmente.<br />

acordão em que aquelle tribunal hase<br />

alli o outro, manifestando o seu Sabe-se agora que Máximo Gomez,<br />

com Calixto Garcia e á frente de numevia pronunciado pelo crime de ho-<br />

reconhecimento aos inglêses da esrósas<br />

forças, se encaminha para o micídio involuntário José Luciano<br />

quadra em nome das regateiras da Oriente, em marcha rápida e bem de Castro Pires Corte Real e despraça<br />

da Figueira e das matrônas planeada, alarmando as auctoridades )ronunciado Agostinho da Costa<br />

de Santiago de Cuba, que temem oc-<br />

da rua do Capellão.<br />

Allemão, não sendo assim acatado<br />

correncias muito sérias.<br />

Creiam que as vamos vêr boas.<br />

o accordão do Supremo Tribunal de<br />

A situação aggrava-se bastante, com<br />

Principalmente quando chegar a a circumstancia de ser grande a falta ustiça, que foi aqui objecto de mui<br />

de tropas no departamento orieutal. ,os commentarios.<br />

liquidação do tribunal arbitral de Em virtude de semelhantes noticias<br />

Berne.<br />

e de telegrammas trocados entre o<br />

commandante general do oriente e o<br />

Ainda então estarão resolvidos capitão general, foi ordenada por este Partiu para as Caldas da Rainha com<br />

os bravos patriotas da legalidade a a salda d'alguns reforços para Santiago sua ex.<br />

de Cuba.<br />

pedirem que se respeite a Caria ?<br />

Infelizmente, as tropas mandadas<br />

E possível.<br />

hoje para a região orieutal são pouco<br />

A estupidez humana, e principal- numerosas, vi ta a impossibilidade de<br />

se separarem das guarnições e colummente<br />

a portuguêsa, dá para tudo. nas todos os contigentes que agora<br />

seriam necessários para o desvanecimento<br />

dos receios que está inspirando<br />

a situação d'aquella região.<br />

Alguns jornaes censuram que o Deve ainda tomar-se em linha de<br />

rei andasse em Cintra de jaquêta, conta que as enfermidades têm dizimado<br />

consideravelmente os homens disponí-<br />

chapéu desabado e varapau.<br />

veis, que possuíamos.<br />

Está illudido, grita d'alli o prior As pessoas intendidas e de bom<br />

tonselho opinam que muito conviria<br />

da Lapa que se vê proximo do po> chegarem immediatamente da península<br />

der.<br />

os batalhões de voluntários organizados<br />

pelas províncias.<br />

Deixem-lhes perder as esperan<br />

Desta maneira, tornar-se-ía possí-<br />

ças e verão como elle grita que o vel tirar às guarnições das praças e<br />

rei é tal e qual o sr. D. Miguel. fortes alguns batalhões, que fazem im<br />

mensa falta em Santiago de Cuba.<br />

Mas não afugentemos com remo- Também 83 vae tornando urgente<br />

ques os filhos adoptivos de Passos. resolver a questão pecuniaria.<br />

Desde março que as tropas não são<br />

É favorecer o governo, diz-me<br />

remunerada?. A muitos voluntários e<br />

d'alli um homem prudente.<br />

guerrilhas locaes não tem sido feito<br />

Está claro 1<br />

nenhum pagamento<br />

A falta de dinheiro difllculta a compra<br />

Tratemos de favorecer a monar- de viveres, que já não pôde realizar se,<br />

chia, admittindo que ainda pôde ha- como em outros tempos, a credito.<br />

ver um partido monarchico que sal- A miséria da ilha obriga o governo<br />

a sustentar muitos milhares de famíve<br />

isto.<br />

lias, que perderam os seus meios de<br />

Ai, a falta de memoria I<br />

&ubsistencia, quer pelo incêndio dos<br />

engenhos, quer pela paralyzação do<br />

Ai, a falta de vergonha!<br />

trabalho nos campos.<br />

Além d'isso é urgente substituir<br />

x<br />

mulas e cavallos, e bem assim fazer<br />

os abastecimentos indispensáveis para<br />

Nenhum ministro em Lisboa. as operações.<br />

Se a situação não melhorar rapida-<br />

Para onde foram?<br />

mente, pouco efllcazes poderão ser os<br />

Á procura da vergonha.<br />

reforços aue se estão preparando em<br />

Hespanha.<br />

Taes são as impressões em voga.<br />

Cumprindo a minha obrigação de dizer<br />

São alguns mil contos de inde- sempre a verdade, não vacillo em as<br />

transmittir.»<br />

mnização que temos a pagar por<br />

causa do caminho de ferro de Lourenço<br />

Marques.<br />

Que oiro, meus amores.<br />

Protestemos, mas dentro da lei.<br />

Saiu um novo livro do sr. Magalhães<br />

Lima—A <strong>Obra</strong> Internacional.<br />

Internacional, na verdade, copia<br />

auclores de todas as nações.<br />

João de Menezes,<br />

ma esposa e o seu interessante<br />

filho o nosso prezado amigo e concei<br />

tuado banqueiro d'esta cidade, sr<br />

João Teixeira Soares de Brito.<br />

Começam ámanhã os actos do 5.°<br />

anno de. Philosophia. A demora que<br />

tem havido foi motivada pelas duvidas<br />

do conselho da Faculdade sobre se era<br />

ou não obrigatorio o exame de grego<br />

para os alumnos d'esse anno.<br />

O governo respondeu â consulta da<br />

faculdade, dizeudo que não era obrigatorio<br />

esse exame.<br />

O governo austríaco resolveu<br />

adoptar para o seu exercito uma<br />

nova espingarda, em vista do bom<br />

resultado que deram as experiencias<br />

que com ella ultimamente se<br />

fizeram.<br />

O systema d'essa arma é superior<br />

ao da Mauser, sendo mais leves<br />

tanto a arma como os cartuchos,<br />

de modo que cada soldado<br />

pôde levar 130 tiros.<br />

Partiu para a sua quinta de Amares<br />

o sr. dr. Porphyrio Antonio da Silva,<br />

distincto professor da faculdade de<br />

Theologia.<br />

Pediu licença para ir ao extrangeiro<br />

o distincto professor da Escóla<br />

Brotero d'esta cidade, sr. Charles<br />

Lepierre. Vae assistir ao 2.°<br />

congresso de chymica applicada que<br />

se realiza em Paris no fim do corrente<br />

mês.<br />

A Hespanha mandará mais ho- Foi apresentado na egreja da<br />

mens; gastará ainda muito dinheiro. Campello, o revd.<br />

E, a final, ficará sem Cuba. E a<br />

nossa convicção.<br />

Foi offerecido hontem no Porto<br />

um banquete ao ministro das obras<br />

publicas. É assim que se pagam os<br />

serviços importantes que, á custa<br />

dos cofres públicos, elle tem prestado<br />

aos seus amigos e afilhados d'aquella<br />

cidade.<br />

0 Alfredo Ferreira<br />

Lavos, e na de Bobodella, Oliveira<br />

do Hospital, o revd. 0 filho. Tudo o que elle faz é sempre<br />

bem feito.<br />

E, naturalmente, tomou o partido<br />

de Jugules contra mim.<br />

— Que molivo, meu amigo, te<br />

Entrando de improviso na sala<br />

leva a acreditar que foi Jugules<br />

de jantar, senti a porta do aparador<br />

quem comeu a compota? Elle se a<br />

fechar-se bruscamente e surprehendi<br />

tivessse comido dizia-o, não é ver-<br />

ainda o meu pequeno Jugules limdade,<br />

meu Jugules?<br />

pando os lábios á manga do casaco.<br />

—Sim, mamã.<br />

Ao ver-me, Jugules, imprimiu á<br />

Pronunciado este sim mamã, o<br />

sua pbysionomia um ar de candura<br />

tratante olhava-me d'uma maneira<br />

inefável, em que os olhos tinham a<br />

que parecia dizer: «sim, fui eu que<br />

limpidez do azul dos céos.<br />

comi a compota! E logo ainda hei<br />

Quando vejo, porém, o meu pe-<br />

de comer maisl Olha, para ti, fiqueno<br />

apparentar tanta serenidade,<br />

gas.»<br />

tenho logo este presentimento:<br />

Uma discussão violenla se travou<br />

Jugules acaba de fazer alguma tra-<br />

entre mim e Brigitte.<br />

vessura.<br />

Já viram uma leôa, a cujo filho<br />

Sim, mas que faria elle?<br />

impotassem o crime de ter comido<br />

Sem esperança d'uma resposta<br />

compota de ameixas sem licença?<br />

sincera, interroguei Jugules:<br />

No decurso d'esta tempestuosa<br />

— O que é que estavas a fazer?<br />

discussão, uma idêa luminosa me<br />

— Nada, papá.<br />

occorreu de repente:<br />

— Como, nada?<br />

— Sim, exclamei, foi Jugules que<br />

—Não fiz nada, asseguro-t'o,<br />

comeu as ameixas! E vou provar-<br />

papá.<br />

vá-lo.<br />

—Tiraste alguma coisa do apa-<br />

—Ah! meu Deus, exclamou a<br />

rador?<br />

eôa, mas não lhe abrireis o ventre,<br />

— Não tirei nada, papá,<br />

para isso!<br />

—Mas tu fechaste a porta quando<br />

—Não!<br />

eu entrei.<br />

—Sim, papá, fechei-a para evitar<br />

Alguns minutos depois d'esta<br />

que o pó entrasse lá dentro.<br />

scena a sciencia contava mais uma<br />

— Então sempre o abriste?<br />

applicação.<br />

—Não, papá, já estava aberto.<br />

Graças as tubo de Crookes, que<br />

O que mais me incommodava nas<br />

nunca me abandona, e a um accu-<br />

suas respostas, não era tanto a<br />

mulador d'uma energia pouco com-<br />

mentira, bem natural em summa,<br />

mum, photographei Jugules segun-<br />

como o seu olhar zombeteiro.<br />

do o processo de Roentgen para<br />

Conheço bem o meu Jugules<br />

pbotographar os corpos opacos.<br />

quando se apresentar com esse ar,<br />

O cliché confirmou as minhas<br />

nem o proprio Torquemada é capaz<br />

provisões. No estomago de Jugules<br />

de lhe arrancar o segredo.<br />

viam-se distinctamente os caroços<br />

Resolvido a fazer um inquérito,<br />

das sete ameixas que elle tinha en-<br />

examinei o aparador por todos os<br />

gulido.<br />

lados a ver se encontrava vestígios<br />

Animado com a minha descober-<br />

da passagem de Jugules.<br />

ta, quiz confundir o pequeno.<br />

A minhainvestigaçãodurou pouco<br />

Mas elle, muilo ao corrente dos<br />

tempo.<br />

modernos inventos, respondeu-me<br />

Uma compoteira de doce de<br />

cynicamente:<br />

ameixa eslava vazia.<br />

—Para outra vez, quando quizer<br />

As ameixas tinham desappare-<br />

comer alguma coisa que esteja nos<br />

cido, mas o molho escorria ainda<br />

aparadores, hei de faze-lo só de<br />

pelos bordos.<br />

substancias insensíveis aos raios X.<br />

Fácil me era, pois, reconstituir o<br />

Trad.<br />

delicio.<br />

—Jugules, tu comeste as ameixas<br />

que sobejaram do almoço?<br />

Foi apresentado na egreja de<br />

—Não, papá.<br />

Santa Cruz d'esta cidade o revd.<br />

—E eu digo-te, sim!<br />

—E eu assevero-te que não<br />

—Onde estão ellas, então?<br />

— E posso eu sabê-lo? Por acaso<br />

m'as déste a guardar?<br />

Eu amo perdidamente o meu<br />

Jugules, mas penso que para as<br />

crianças obstinadamente mentirosas<br />

é necessário um correctivo.<br />

Ia, pois, castigá-lo quando minha<br />

mulher, attraída pelo barulho, entrou<br />

na sala do jantar.<br />

—Que é isto?<br />

—Foi o Jugules que comeu a<br />

Antonio compota de ameixas e não quer<br />

Alves Ferreira.<br />

confessar.<br />

—Ê verdade, Jugules?<br />

—Não, mamã, não é verdade 1<br />

Consta que entre os papeis do Não fui eu que comi as ameixas:<br />

fallecido conde de Casal Ribeiro fo- que necessidade tinha eu de comêram<br />

encontrados dois estudos polílas<br />

ás escondidas?<br />

ticos em via de conclusão, sendo<br />

um sobre D, Pedro V e outro rela- Brigilte, minha esposa, é d'uma<br />

tivo a Canovas dei Castilho. fraqueza deplorável na presença do<br />

0<br />

Mendes Saraiva, actual prior da Sé<br />

Velha.<br />

Excursão<br />

O lente do Instituto industrial e<br />

commercial de Lisboa, sr. capitão<br />

Dias Costa, vem brevemente ao norte<br />

com os alumnos da sua cadeira<br />

(hydraulica) em missão de estudo<br />

ás obras do Mondego, barra do<br />

Douro, porto de Leixões e doca de<br />

Vianna.<br />

A repartição da industria officiou<br />

já aos respectivos chefes de serviço<br />

para que prestem os auxílios e esclarecimentos<br />

que o referido pro'<br />

fessor e os alumnos necessitarem.<br />

Concluíram os actos no 1.°, 2.°e<br />

3.° anno da faculdade de Direito.<br />

Os do 4.° e 5.° devem terminar na<br />

próxima semana, effeituando-se a<br />

congregação final na sexta feira 01}<br />

no sabbado,


UNIVERSIDADE<br />

Nos dias 17 e 18 de julho fizeram<br />

acto e ficaram approvados os seguintes<br />

alumnos:<br />

Faculdade de Direito<br />

2.° anno—(Economia politica)—Rodrigo<br />

Affonso Alves de Sousa, e Eugénio<br />

Trajano de Bastos Guedes.<br />

3.° anno — Manuel de Lacerda Aranha<br />

Mourão e Albuquerque, Arthur<br />

Ribeiro Lima, Alexandre Braga, Augusto<br />

Cesar Ferreira Gil, e Fausto Guedes<br />

Teixeira.<br />

Houve duas reprovações.<br />

4 ° anno — Simão de Gusmão Corrêa<br />

Arouca, D. Vicente de Paula Gonçalves<br />

Zarco da Camara, Jorge da Silveira<br />

Freire Themudo de Vera, Porphirio da<br />

Costa Novaes, Autonio da Cunha Vaz, e<br />

Bernardo Vellez de Lima.<br />

5.° anno— Manuel Cardoso Baptista,<br />

Manuel Ferrreiaa da Costa Amador Valente,<br />

Manuel Joaquim d'Almeida, Manuel<br />

Joaquim Vieira Júnior, Manuel<br />

dos Passos de Freitas, e Manuel Pinto<br />

Pimentel.<br />

Faculdade de Medicina<br />

1.° anno—Abel Soares Rodrigues.<br />

Houve uma reprovação.<br />

2.° anno— Oscar Pereira Marinho, e<br />

José Pereira Barata.<br />

Faculdade de Mathematica<br />

1 0 anno — Antonio d'Almeida Aze<br />

vedo, Luiz de Brito Monteiro Guimarães,<br />

Carlos dos Santos Natividade, Alberto<br />

da Silveira Rrandão Freire Themudo,<br />

Sebastião José Marques d'Almeida,<br />

José Rodrigues Madeira.<br />

Houve duas reprovações.<br />

3." anno — José Cordoso de Menezes<br />

Martins, Jayme Pinto, José Henriques<br />

Lebre, e Antonio Vasco de Mello Silva<br />

Cesar e Menezes.<br />

Faculdade de Philosophia<br />

3 a cadeira (Physica, {Aparte}<br />

Antonio Aurelio da Costa Ferreira, e<br />

Jo«A Gomes Lopes.<br />

6. a cadeira (Zoologia)— Alfredo Augusto<br />

d'Oliveira Machado e Costa, Rodrigo<br />

de Barros Teixeira dos Reis, An<br />

tonio Alexandre Ferreira Pinto, e Sidonio<br />

Bernardino Cardoso da Silva Paes<br />

Houve duas reprovações.<br />

Curso de pharmacia<br />

2.° anno — João Augusto Monteiro<br />

dos Santos Telles, Francisco da Silva<br />

Amorim, Zeferino Lucas de Moura, e<br />

José Augusto Serra Campos.<br />

Falleceu em Paris o conhecido<br />

escriptor Edmundo Goncourt.<br />

19 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Ã0 DAS GALÉS<br />

XII<br />

Prepara-se o crime<br />

— Então não trapaceaes ao jogo?<br />

— Eu não posso fazer trapaça ao<br />

jogo; quando a faço, perco todo o in<br />

teresse por elle.<br />

— Sois incomprehensivel M. de Villedieu.<br />

—Tendes dinheiro disponivel?<br />

— Tendes garantia para me dar?<br />

— Sim.<br />

•—O quê?<br />

— Dois quadros: um Hobbema e um<br />

Rousseau, um mármore de Pradier, e<br />

alguns bijous deixados por minha mulher.<br />

— Onde encoctrasteis isso?<br />

— No quarto de minha mulher. Pertencem,<br />

como as outras télas que vos<br />

trouxe já. á herança de Durand.<br />

M. de Koellen fez um gesto que significava<br />

: — Tudo isso será verdade,<br />

mas eu não os conhecia.<br />

E accrescentou:<br />

— Trazei esses objectos, eu os examinarei,<br />

e veremos.<br />

— Tenho necessidade do dinheiro<br />

àmanhã.<br />

—•Traiei os objectos âmanhã, ao<br />

meio dia*<br />

Armamento para o Transwaal<br />

O jornal Globe informa que uma<br />

casa francesa recebera do governo<br />

do Transwaal uma encommenda de<br />

300 toneladas de munições de guerra<br />

e de armas diversas, e que d'esta<br />

encommenda 300 toneladas serão<br />

expedidas do Havre em agosto<br />

e setembro, por via de Lourenço<br />

Marques, e que as outras 500 seguirão<br />

em janeiro e fevereiro de<br />

1897.<br />

Por vários amigos de Guerrita<br />

oi offerecido um par de brincos á<br />

sua esposa, que custaram 7:000<br />

pesetas.<br />

Foi fixado em 30 o numero de<br />

zeladores e guardas campestres no<br />

districlo de Coimbra.<br />

BibliograpMa<br />

Kevlita Tlieatral—Publicação quin<br />

zenal de assumptos theatraes, de que são re<br />

dactores os srs. Coitares Pereira e Augusto<br />

de Mello.<br />

O numero que acabamos de receber contém<br />

os seguintes artigos:<br />

Texto—Harry How, (interviw Henri Irvirig<br />

— J. M., Revista dos thatros.— Correspondências:<br />

de Madrid, E. Alonso Orera; de Paris,<br />

Xavier de Carvalho; do Porto, João Pimentel.<br />

— Diderot, Paradoxo. Acerca do comediante<br />

(cont.) —Lecorne, O thealro na sala, Historia<br />

d'um crime (cont.)—Necrologia.—Variedades.<br />

— Gravuras : Henry lrving actor celebre. —<br />

Bibliotheca dramatica, Aicacer-Kibir.<br />

No viu * ima Legislação da Instrucção<br />

Primaria — Coordenada por<br />

Francisco Jo>é Cardoso.—Uni volume contendo<br />

o decreto n.° t de 22 de dezembro de lb94;<br />

o Regulamento e programmas de 18 de junho<br />

de 1896; eas Portarias correlativas ao mesmo<br />

decreto.<br />

Agradecemos o exemplar recebido.<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão ordinaria de 9 de julho de<br />

1896.<br />

Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />

Vereadores presentes :—effe.-tivos : bacharel<br />

José Augusto Gaspar de Mattos, José Antonio<br />

dos Santos, Jose Antonio Lucas, Antonio<br />

José de Moura Bastos, Albano Gomes Paes.<br />

Presente o administrador do concelho, bacharel<br />

José Miranda.<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão anterior.<br />

Tomando a camara conhecimento pela correspondência<br />

recebida, de que foi approvado<br />

superiormente o pagamento feito dos vencimentos<br />

das amas dos expostos e das mães<br />

subsidiadas, relativos ao trimestre de janeiro<br />

a março: de que foram approvadas as pereen-<br />

RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />

tagens votadas para o anno futuro, e de ter<br />

sido também approvado o primeiro orçamento<br />

supplementar ao ordinário do corrente<br />

anno.<br />

Auelorisou a acquisição de material diverso<br />

para o serviço das aguas, torneiras e tuba<br />

gens; para a secretaria, impressos e papel ordinário;<br />

para a thesouraria, prégos para papeis;<br />

mangueiras para os serviços da limpeza.<br />

Mandou depositar na caixa geral em confor<br />

midade das disposições legaes a quantia de<br />

339$365 réis em conta da viação municipal.<br />

Mandou pagar ao escrivão de fazenda a<br />

quantia de 100^000 réis, como gratificação arbitrada<br />

pelo governo pelo serviço extraordi<br />

nario de lançamento dos impostos municipaes<br />

para o corrente anno.<br />

Mandou passar licença para apascentamento<br />

de cabras a um proprietário do logar dos Palheiros.<br />

Auctorisou o concerto de dois caixões pertencentes<br />

ao carro funerário.<br />

Attestou acerca de algumas petições para<br />

subsídios de lactação a menores.<br />

Auctorisou os seguintes pagamentos:<br />

Papel, tinta, etc., para as differentes repartições<br />

a cargo da camara no 2.° trimestre do<br />

corrente anno, 631890 réis.<br />

Um filtro de pressão para os paços do concelho,<br />

160780 réis.<br />

Transporte de carvão de pedra pira as machinas<br />

das aguas de Villa Nova de Gaya a<br />

Coimbra, 1790130 réis.<br />

Limpeza da barraca do fiscal do mercado no<br />

1.° semestre do corrente anno, Í044O.<br />

Conducção de finados no cemiterio no 2.°<br />

trimestre de 1896, 400000.<br />

Despachou requerimentos: passando attestados<br />

de comportamento; e auctorisando a<br />

collocação de lettreiros em estabelecimentos<br />

de commercio: o rebaixamento de uma pequena<br />

parte do muro da quinta de Santa Cruz<br />

no ponto em que tira as vistas de uma casa<br />

em Monfarroio; a eollocaçãn d'inscripções em<br />

jazigos no cemiterio da Conchada; a abertura<br />

de um talho em uma loja na rua do Pateo da<br />

Inquisição, observando se as prescripções das<br />

posturas.<br />

Informou uma reclamação ao serviço do recrutamento,<br />

pedindo dispensa segundo o re-<br />

gulamento de 29 d'outubro de 1891.<br />

Ficou sobre a mesa um requerimento de<br />

diversos moradores do logar de Celtas, representando<br />

ácerca da falta d agua que estão soffrendo.<br />

EDITAL<br />

Luiz da Costa e AÍmeida,<br />

provedor da Santa Casa<br />

da Misericórdia de Coimbra<br />

O provedor,<br />

Luiz da Costa e Almeida.<br />

EDITAL<br />

Sociedade Philantiopico-Acaslemica<br />

Premio Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto<br />

O dr. Julio Augusto Henriques, presidente<br />

da direcção da sociedade Philantropico-Académica,<br />

etc.<br />

Faço saber o seguinte:<br />

Tendo a ex. ma sr. a D. Maria Julia de<br />

Sousa Pinto, instituído um premio pecuniário<br />

do valor de 400000 réis, para<br />

ser conferido por esta sociedade, annualmente,<br />

durante a vida da instituidora,<br />

com a designação de «Premio<br />

Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto», a direcção<br />

d'esta sociedade, resolveu, em<br />

sessão de 16 do corrente e em harmonia<br />

com as condições da instituição do<br />

referido premio, abrir concurso documental<br />

entre os estudantes das Faculdades<br />

de Mathematica e de Philosophia,<br />

afim de ser conferido o premio relativo<br />

ao actual anno lectivo (1895 a 1896)<br />

devendo observar-se o seguinte:<br />

1.° — Só poderá ser contemplado o<br />

alumno que provar ser falto de meios;<br />

e que tivfr dado provas de verdadeira<br />

applicação ao estudo, nas cadeiras que<br />

frequente das Faculdades de Mathematica<br />

ou de Philosophia.<br />

2.° — 0 premio será conferido em<br />

concurso documental, preferindo os<br />

alumnos de Mathematica; a esta, seguir-se-hão<br />

os das cadeiras de Physica<br />

(3. a e 5. a de Philosophia); e, na falta<br />

destes, os mais distinctos em qualquer<br />

das cadeiras de Philosophia.<br />

3.®—Não havendo, entre os alumnos<br />

subsidiados pela sociedade, nenhum<br />

que esteja nas condições indicadas,<br />

poderá o premio ser conferido a algum<br />

outro que tenha as exigidas falta de<br />

meios e applicação ao estudo, seguindo<br />

se sempre na preferencia a ordem estabelecida<br />

no n.° 2.°<br />

4.° — Caso a direcção da Sociedade<br />

Phijanlropico-Academica não julgue nenhum<br />

dos concorrentes digno de lhe<br />

ser conferido o premio, será a sua im-<br />

Faço saber que no dia 13 do proportância (400000 réis) depositada na<br />

ximo mês d'agosto, pelas duas horas Caixa Economica Portuguesa e servirá<br />

da tarde, se ha de proceder à arrema- para premiar nos annos lectivos se<br />

tação em basta publica, por meio de guintes os que forem julgados no caso<br />

lecitação verbal, do arrendamento da d'isso.<br />

quinta da Conchada, da Casa de Cêbo,<br />

sita á ribeira de Coselhas, e do autigo 5.°—Os requerimentos, devidamente<br />

Collegio dos orphãos, situada na rua documentados, devem ser remettidos<br />

dos Coutinhos, com os números de ao presidente da direcção da Sociedade<br />

policia, 26, 28 e 30.<br />

Philantropico-Academica, de Coimbra,<br />

As condições da arrematação acham- até ao dia 15 de agosto proximo fuse<br />

patentes na secretaria da Santa turo.<br />

Casa, onde pódem ser examinadas todos<br />

os dias não sanctifiuados desde as 10<br />

horas da manhã até ás 3 da tarde.<br />

Secretaria da Misericórdia de Coimbra,<br />

18 de julho de 1896.<br />

E para constar se mandou lavrar o<br />

presente que eu dr. Luiz dos Santos<br />

Viegas subscrevi.<br />

Coimbra, 19 de julho de 1896.<br />

O presidente,<br />

Dr. Julio Augusto Henriques.<br />

Escolas e princípios<br />

de criminologia moderna<br />

PELO<br />

DR. AFFONSO COSTA<br />

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de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 mezes<br />

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anno, 14 fr. A>signa-se: — 1.° em todas as estações<br />

de correio das colonias francezas, da<br />

Bélgica, Dinamarca, Itatia, Suissa, Paizes Baixos,<br />

Suécia, Noruega e Portugal; 2.° nas livrarias<br />

que têm correspondente em Paris; 3." por<br />

meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />

Os dez primeiros annOs custam<br />

lOOfr,. accrescendo O porte.<br />

Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />

administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />

Koellen apenas ficou só, chamou o rios pacotes de serras para as renovar — Estejam reunidos do meio dia.ao — Um homem de menos, disse.<br />

mordomo e disse-lhe:<br />

à medida que se inutdisassem: des- meio dia e um quarto, disse Villedieu M. de Villedieu saiu e encontrou o<br />

— 0 homem que acaba de sair d'atempéram sempre que cortam no ferro. Ao meio dia preciso M. de Villedieu velho mordomo seguro por os seus hoqui<br />

é o duque de Villedieu; volta áma- — Peço-te que compres em qualquer entrava em casa de M. de Koellen. mens.uhã<br />

ao meio dia e traz uma caixa. parte uma pequena alavanca de aço — Mandae os vossos creados trazer Derramou na bocca d'este dedicado<br />

Todo o tempo que elle aqui estiver, que experimentarás, a fim de verifica- a malla, disse M. de Villedieu, traz as servidor o resto do frasco.<br />

conservar-vos-heis a esta porta de reres que não tenha falhas, e entrega- telas enroladas e a estatua.<br />

0 velho creado esticou o corpo e fiwotver<br />

em punho. Ao primeiro grito, rás tudo isto aos creados. Aqui tendes Logo que a malla chegou, M. de Vilcou immovel.<br />

apparecereis e fareis fogo sobre elle agora quatro bocados da moeda de ledieu, que principiava a fallar de coi- — Deitae os dois cadaveres nos seus<br />

sem mêdo.<br />

cinco francos. Eu guardo o quinto. sas insignificantes, continuou ainda so- respectivos leitos, disse Villedieu, e<br />

— Está bem, senhor, disse o mor- Ainda uma vez e ultima, tens absolubre o mesmo assumpto durante um collocae-os numa posição natural emdomo.ta<br />

confiança nos teus homens?<br />

bom quarto de hora; depois, certo de quanto estão quentes, despi-os e de-<br />

M. de Villedieu tomou um carro e — Sim.<br />

estarem já reunidos os seus cúmplices pendurae a sua roupa numa cadeira<br />

dirigiu-se para o boulevard Montpar — Não obstante, desejo vê-los. Ama- abriu a malla e tirou de dentro duas junto da cama.<br />

nasse, onde entregou a Souffrante o nhã às onze horas e meia no Grand- télas enroladas e um pequeno quadro Os bandidos que faziam de creados<br />

seguinte bilhete:<br />

Café. Até ámanhã.<br />

— Não sei se este pequeno quadro de Koellen cumpriram esta ordem era-<br />

«L., esta noite às 10 horas, G. H.»<br />

tem algum valor?, disse, mostrando-o quauto os outros seguiram Villedieu.<br />

Quando la no carro, passou um len-<br />

XIII<br />

a Koellen.<br />

— Mãos á obra e que se não perca<br />

ço pelo rosto, que tornou a licar na<br />

— Ohl não tem, disse Koellen que, um minuto.<br />

sua côr natural.<br />

Roubo oom arrombamento até aquelle momento, se conservava No gabinete de M. de Koellen, havia<br />

0 cocheiro parando na praça Gail-<br />

seguido de assassinato detraz da sua banca de escriptorio e três grandes cofres fortes.<br />

lon viu sair do seu coupé um sujeito<br />

que deixou essa posição para vir obser — Que raiva! não termos nós as<br />

vestido de preto.<br />

Ás onze horas e um quarto da ma- var a malla.<br />

chaves, disse um dos homens.<br />

— Oh!, exclamou, estarei engana<br />

nhã, ura carro de praça carregado cora — E este?, perguntou Villedieu des — As chaves? imbecil 1, disse Ville-<br />

do ? Volta cocotte. Anda ! Eu estou lou- uma larga e comprida malla parou viando a palha que enchia a malla. dieu. Para que serão necessarias as<br />

co I O viajante que acaba de sair do deante do Grand-Café.<br />

— É uma figura de Jenol, exclamou chaves quando temos gazuas? Mas aqui<br />

coupé não é o que eu tomei, meu M. de Villedieu, vestido com um fato M. de Koellen, afastando-se para traz as gazuas seriam inúteis porque era<br />

Deus!<br />

claro, absolutamente caracterisado Mas a mão forte de Villedieu tinha preciso conhecer a palavra e o segre-<br />

M. de Villedieu dera-lhe uma moeda como na vespera, desceu.<br />

acompanhado o usurário no seu mo do. A melhor em todas as chaves é esta.<br />

de dez francos.<br />

Assentou-se junto d'uma mesa no vimento e apertava-lhe a garganta. E pegando numa broca, poz-se elle<br />

— Por este preço, murmurou o co- terreno onde se juntavam mais quatro Soltou um fraco grito a que respon proprio a fazer um buraco na parede<br />

cheiro, transportaria de boa vontade pessoas, duas das quaes pareciam mui- deu outro mais forte soltado pelo ve lateral do cofre forte, de maneira a<br />

camaleões durante todo o dia.<br />

to jovens e alegres e as outras duas lho mordomo a quem estrangulavam não encontrar as molas da fechadura.<br />

A's dez horas da noite M. Lebigot velhas e alquebradas. Ainda que na no quarto proximo.<br />

Feito o buraco, introduziu a serra e<br />

estava no Grand-Hotei.<br />

verdade os velhos fossem os novo» e M. de Villedieu tirou do bolso o fras- coitou largamente a placa.<br />

M. de Villedieu entregou-lhe aa bro- os novos velhos.<br />

co que lhe entregàra Hermann e ver- — Vôdes como se faz; & obra, ã<br />

cas, as torquezas e pequenas serras Beberam juntos absyntho e separateu nos lábios de M. de Koellen me- obra, pois, grandes madraços!<br />

de aço admiravelmente montadas e váram-se.tade do seu contendo.<br />

[Continua) {


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sit<br />

ira<br />

lie i<br />

«<br />

O centenário da índia<br />

Agitam-se em commissõese subcommissões<br />

os festeiros, para que<br />

a solemnização centenaria da descoberta<br />

do caminho para a índia<br />

ostente os esplendores da evocação<br />

gloriosa d'essa deslumbrante epopeia.<br />

E, não obstante os esforços para<br />

despertar o enthusiasmo nacional,<br />

a alma portuguesa ficará fria perante<br />

essa exhibição vangloriosa e<br />

fatua, que para os verdadeiros patriotas<br />

representa simplesmenteuma<br />

irrisão e um vexame.<br />

A nação comprehenderá que a<br />

recordação d'essa formidável série<br />

de feitos sobrehumanos só servirá<br />

para pôr em doloroso contraste a<br />

lugubre decadencia d'um povo;que<br />

de tanta riquêsa, de tanta gloria,<br />

de tantos sacrifícios e tantos heroísmos,<br />

nada soube aproveitar, porque<br />

tudo entregou á rapacidade insaciável<br />

dos alliados da dynastia.<br />

Que interesses de ordem superior<br />

pôde trazer ao país esta congratulação<br />

internacional, promovi-^<br />

da pela "própria ná:ção, que ,tem rfialbaralado<br />

em loucuras d'uma imbecilidade<br />

cega todos os recursos das<br />

suas conquistas marítimas, que de-<br />

E a pfesença dos seus couraçados<br />

balouçando-se altaneiros nas<br />

aguas do Tejo será a synthese affrontosa<br />

de toda essa festa insensata<br />

!<br />

Porque se trata daquella mesma<br />

Índia que nos foi arrebatada, d'onde<br />

a cubiça e a perfídia do leopardo<br />

britannico tem arrancado montanhas<br />

de ouro; mantendo a supremacia<br />

exploradora, exercendo as<br />

mais inauditas crueldades, roubando<br />

e opprimindo sem consciência e<br />

sem lei, como salteadores ferozes;<br />

assassinando rajahs e nababos e<br />

amarrando com gargalheiras de ferro<br />

á sua voracidade sem fundo os<br />

tantos milhões de súbditos da —<br />

Graciosa Magestadel<br />

Mas a festa segue! Os programmas<br />

serão faustosos, os preparativos<br />

apropriados aos altos desígnios<br />

d'um povo que celébra a sua incapacidade,<br />

ludibrio d'uma dynastia<br />

de reis insensatos e déspotas!....<br />

Na sua proverbial bonacheirice,<br />

a província despejará sobre a capital<br />

alguns milhares de viajantes.<br />

As folhas farão miudamente a reportagem<br />

das iUumina$ões-> dos lautos<br />

1 banquetes, dos bailes da ÍStírte,<br />

dos vivas combinados, dos discursos<br />

e dos roubos. O thesouro<br />

CONTRA OS HUGUENOTES<br />

A sr. a D. Amélia de Orleans,<br />

protectora do movimento de reacção<br />

religiosa que vai lavrando pelo país,<br />

numa carta dirigida ao sr. Bispo-<br />

Gonde lembra os ardilosos preceitos<br />

de captação que abaixo transcrevemos.<br />

Essa carta apparece' publicada,<br />

em completo e inconvenientíssimo<br />

desproposito, num livro recente do<br />

sr. conde de Moucheron ; e o que<br />

sobretudo assombra é o denodo<br />

provocante com que uma confiança<br />

talvez excessiva faz correr inundo<br />

peças d'esta ordem.<br />

Eis um fragmento por amostra:<br />

«—Por isso mesmo que os tempos<br />

são difficeis e perigosos, é necessário<br />

dispor de muita prudência<br />

e reserva em tudo e para com todos,<br />

e tirar ás festas religiosas tudo o<br />

que possa haver nellas de odio e de<br />

ameaça contra os seus adversários.<br />

«Combatei as suas doutrinas;<br />

os processos dissolventes e anarchicos;<br />

mas tratae de o fazer<br />

de tal sorte que em lugar de exasperar<br />

e provocar os, seus fautores;<br />

possaes apasigua-los e chama-los<br />

a vófr, conforme o verdadeiro espirito<br />

christão.»<br />

portavel é imitação. "Com a differença<br />

de que a cabeça emblemática<br />

da Republica, que se vê no meio<br />

impressa a agua, perdeu o nome ao<br />

passar a fronteira e chama-se-lhe<br />

cá Lusitania!<br />

Também já havia notas com a<br />

cabeça de Mercúrio, em bonra do<br />

commercio; agora falta a cabeça de<br />

Medusa, ou antes, a de Midas, em<br />

honra das instituições!<br />

Dr. Amândio Gonçalves<br />

Depois de uma curta visita a esta<br />

cidade, retirou hontem para o Porto,<br />

este nosso particularíssimo correligionário<br />

e distincto professor da<br />

Academia Polytechnica.<br />

Pavorosa<br />

Dizem que falhou a temorosa<br />

maquinação de grande espectáculo,<br />

que estava planeada pelo governo<br />

com o préstimo do juiz Veiga.<br />

Mas, pelos modos, nova carrapata<br />

se anda architectando que promette<br />

ser de maior estrondo e desviar a<br />

attenção publica da eslrumeira governativa.<br />

E o sr. João Franco deitado sobre<br />

a pelle do leão de Nemêa afia o<br />

alfange para decepar a hydra!....<br />

As restaurações artísticas<br />

EM<br />

C O I M B R A<br />

i<br />

Ouçam vv. ex. iS serenamente, que<br />

eu vou fallar baixinho, devagar, sem<br />

me zangar.<br />

Em Coimbra houve sempre um<br />

grande amor pelas velhas coisas<br />

d'arte.<br />

A natureza especial d'esta população<br />

de rapazes cheios de vida,<br />

com a audacia que só dá a mocidade,<br />

faz com que aqui echoem, primeiro<br />

que em outra qualquer parte<br />

do país, as vozes de Fóra. Assim,<br />

Coimbra tem sido sempre o ponto<br />

de partida dos grandes movimentos<br />

revolucionários da nossa litteratura;<br />

daqui tem saído sempre o<br />

primeiro grito de admiração pela<br />

obra dos mais novos, dos que tentam<br />

quebrar a rotina e andam pelo<br />

mundo, num desprezo de velhas<br />

aucloridades, a prégar em arte uma<br />

nova religião.<br />

publico dispenderá 1:000 conviam<br />

ser a garantia segura da sua tos, que desapparecerão nas mãos<br />

prosperidade e da sua grandêsa! ? sequiosas dos emprasarios insaciá-<br />

As riquêsas da índia e todo o paveis. Os côches do paço, levando os<br />

trimónio colonial português passa- preciosos fardos, reluzirão por enram<br />

ás mãos da Inglaterra que, destre as baynetas das guardas reaes!...<br />

de dois séculos e meio, abraçada á<br />

realêsa não pára na sua obra ne-<br />

E de toda esta vertigem de folia<br />

fasta de absorpção.<br />

não restará aos olhos dos circums-<br />

Para que serve, — um país insopectos<br />

mais do que um facto únilúvel<br />

em face dos crédores, incapaz<br />

co :•*— a confirmação implacavel da<br />

dos fortes embates da existencia,<br />

desgraça d'um povo, sem iniciativa<br />

atrophiado, frouxo, batido e castra-<br />

e sem alma, que facilmente se deido<br />

para a civilização, — para que<br />

xa embriagar para não sentir as dô-<br />

serve, dizemos, dispender sommas<br />

res da sua completa ruina!<br />

incalculáveis com este novo regabofe<br />

de vaidades contemplativas, de<br />

um platonismo ridiculo neste pe- Dr. Guilherme Moreira<br />

ríodo de calamidades publicas, que Acompanhado de sua ex.<br />

vamos atravessando!<br />

E a redundancia exorbitante de<br />

uma banalidade faustosa, que ultrapassa<br />

a esphera das applicações<br />

rhetoricas, onde até ha pouco se<br />

mantinha: — a apotheose do nosso<br />

passado de glorias!<br />

Ora a esse conceito oratorio temse<br />

contraposto a ficção idiota da<br />

— aíliança inglêsa, penhor da nossa<br />

independencia t<br />

E a Inglaterra, senhora do grande<br />

emporio das índias — para vergonha<br />

nossa!— far-se-ha representar,<br />

adherindo aos enthusiasmos<br />

portuguêses,<br />

ma O povo, o operário de Coimbra<br />

é mais illustrado que o de qualquer<br />

Borrasca em Moçambique das outras cidades do país. Tem a<br />

O ministério vive fatidicamente<br />

educação fácil nas escholas d'in-<br />

Nesta carta pastoral a sr. D. apertado em conflictos que elle vae strucção primaria, na Associação dos<br />

Amélia falia pela bocca de Loyola illudindo, cercando-se dos véos es- Artistas, e recebe na Eschola Bro-<br />

e até ensina o padre-nosso ao cura! pessos de impenetrável sigillo. tero a educação artística que lhe é<br />

Parece incrível que uma princeza Agora é a desintelligencia entre dirigida por Antonio Augusto Gon-<br />

esteja tão bem iniciada nos artifícios Mousinho de Albuquerque e o goçalves, sem duvida o primeiro provernador<br />

da Companhia de Moçam-<br />

dá monita secreta!<br />

fessor d'ensino industrial em Porbique<br />

Joaquim José Machado. E o<br />

Ora pois, que se lhe não depare governo vê-se entalado, sem saber<br />

tugal.<br />

algum revez,que obste ao fervor da que solução adoptar, porque os dois Por isso o operário de Coimbra<br />

sua propaganda ultrmontana, é o persistem refractários a todas as se interessa, mais até que os nossos<br />

que por agora se nos offerece dese- tentativas de conciliação.<br />

ministros d'instrucção, pelas obras<br />

jar-lhe.<br />

Ante-hontem repeliram-se as con- mutiladas que o acaso lhe depara.<br />

ferencias entre os ministros da fa-<br />

E é de vêr a alegria com que elles<br />

zenda e da marinha, indo aquelle<br />

depois a Cascaes conferenciar com<br />

interrompem o trabalho para cha-<br />

Único!<br />

o rei.<br />

marem alguém que passa, e elles sa-<br />

Os jornaes de Lisboa vem tro- Hontem conselho de ministros. bem conhecer de coisas d'arle, para<br />

çando um mestre d'obras e um com- Chovem telegrammas e officios: lhe mostrarem, o capitel, o fragmenpositor<br />

typographico que por lá an- um aguaceiro de metter mêdo! to de fuste ou destatua, a inscridam,<br />

commissionados pela imprenpção<br />

mutilada que o acaso lhe desa<br />

da Universidade, a estudar o Exposição Universal parou ao abrirem uma valia, ou ao<br />

melhor processo decavalletes actual-<br />

de 1900<br />

desfazér uma parede velha.<br />

mente adoptados.<br />

Se isto não é uma blague dos O governo fez a communicação Juntam-se todos a perguntar se<br />

fami- nossos collegas da capital, ou um official de que Portugal tomaria par- tem valor, e faliam d'outras pedras<br />

lia partiu ante-hontem para o'Bus- remoque a um par de narizes que te na grande exposição. assim que elles viram em outras<br />

saco este nosso querido amigo e il- tomaram de arrendamento um ex- Custou a decidir-se. Mas o que<br />

partes, e talvez se encontrem ainda.<br />

lustre director da Resistencia. ministro d'estado e um banqueiro é necessário é que se não repitam<br />

muito em evidencia, é tudo quanto os conflictos que em 1889 se de- Nunca se sabe quem fez o acha-<br />

de mais piccaresco conhecemos. ram entre os delegados porluguêdo. Foram todos.<br />

O ministro das obras publicas, Uma commissão para estudar cases, porque estas desintelligencias A gente pára, vê e agradece.<br />

vulgo o Lyrio pendente, proferiu um valletes!.-..<br />

só servem para nos desacreditar e No dia immediato passa a gente<br />

discurso num banquete politico no<br />

compromelter a nossa representa- de novo e pergunta pela pedra. Está<br />

palacio de crystral.<br />

ção.<br />

Explanou o programma do go-<br />

já em alvenaria, na parede. 0 di-<br />

A belleza das notas Demais foi á ultima hora que as<br />

verno para levar o país á gloria; e<br />

iniciativas accordaram e tudo se<br />

rector da obra mandou-a partir, e<br />

com o estomago repleto disse mara- A Gasa da Moeda com os seus ressentiu d'essa precipitação deplo- quando elles timidamente lhe disvilhas<br />

da nossa situação economica: hábeis artistas está atirando á cirrável, não obstante as sommas enorséram que alguém passára, a vira e<br />

—O país nada em Champagne e culação notas, que, como obras de mes que foram dispendidas. affirmára que tinha valor e devia<br />

abarrota de pigeons au trujfes, fileis arte, dão vontade de rir.<br />

E isto o que tem acontecido em ser guardada, gritára furioso:—Já<br />

hors d'oeuvre, e patê de foie gras I Nos padrões não ha espirito; as todas as exposições em que Portu- disse. D'aqui não sáe nada para fóra!<br />

O único perigo que o ameaça é côres são destemperadas e brigangal se tem feito representar, graças<br />

a indigestão!<br />

les.<br />

a este desleixo num assumpto de Elles quebram a custo o capitel,<br />

Dizem as folhas que filiou como Nas ultimas notas de 10$000 tal gravidade para os interesses e ou fuste que encontraram tão ale-<br />

Gladstone!..,<br />

réis, tão elogiadas, o que ha de sup- os créditos do país!<br />

gres, ,,


Neste meio excepcional, andavase<br />

fazendo uma obra excepcional,<br />

a primeira das restaurações do país,<br />

a restauração da Sé Velha, a única<br />

que em Portugal tinha um caracter<br />

artístico bem accenluado, a única<br />

em que sempre se via o respeito<br />

por aquella extraordinaria obra de<br />

arte; restauração emprehendida pelo<br />

sr. Bispo-Conde, que parece ter<br />

herdado com a dignidade a magnificência<br />

dos antigos prelados de<br />

Coimbra, possuir o mesmo amor<br />

pelas obras darle e que soube com<br />

uma consciência antiga escolher<br />

para dirigir a sua obra querida,<br />

Antonio Augusto Gonçalves, um artista<br />

modesto, um contemplativo,<br />

um santo da Religião santa da<br />

Arte.<br />

Empenhada na mesma restauração<br />

andava sua mageslade a rainha<br />

sr. a D. Amélia, e ia tudo bem. Preoc<br />

cupados pela obra nem se viam.<br />

Como os operários no trabalho ninguém<br />

conhecia a mão que ajudava<br />

Andava-se alegre neste emprehendimento,<br />

quando appareceu com<br />

veleidades de restaurador o sr. dire<br />

ctor das obras publicas de Coimbra,<br />

homem que tóda a gente reconhecia<br />

sem saber e sem competência<br />

artística.<br />

Entrára por ser director das obras<br />

publicas, para administrar o dinheiro<br />

que o governo concedia; viera sem<br />

Para conter as demasias e os<br />

enthusiasmos mentirosos da imprensa<br />

governamental, que não cessa<br />

de exaltar os prodígios administrativos<br />

devidos a esta situação, diz<br />

um nosso collega do norte:<br />

«As litographias allemãs, fabricando<br />

sem conta, pezo ou medida o dinheiro<br />

nacional, permittiram que o estado,<br />

que ao Banco de Portugal devia apenas<br />

em 1890 uns 8:000 contos, elevasse<br />

a sua divida ultimamente a uns 38:000<br />

contos; que se arranjaram uns 7:000<br />

conlos substituindo as obrigações dos<br />

tabacos, empenhadas no banco emissor<br />

em 1891, portitulos de divida publicai»<br />

E afora outros recursos, cujas<br />

origens são por emquanto desconhecidas,<br />

mas que devem apparecer<br />

um dia com bem dolorosa surpreza<br />

para o país!<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

Carta de Lisboa<br />

Se o director não vê, escondem-o, surava, diziam-lhe que sim que se<br />

Exposição de Calligraphia gularidade dos serviços da sua com-<br />

e vêm de noite trazê-lo a nossas ia fazer como elle mandava, e iam<br />

petência, cessa, desde o dia 1.° de<br />

Esta exposição inaugurada du-<br />

casas, e assim salva o artista hu- fazendo como lhes lembrara e o sr.<br />

agosto proximo, o abono de quaesrante<br />

as ultimas festas, e que está<br />

milde o que o director mandára des- director approvava.<br />

Lisboa, 21 cie julho de 1896.<br />

quer gartificações que, por despa-<br />

aberta ao publico na sala do Athe<br />

truir.chos<br />

anteriores, tenham sido conce-<br />

Se alguém fallava ao sr. director O caso da chacota em Lisboa neu Commercial representa uma tendidas para serviços extraordinários<br />

o sr. director repetia sempre o o banquete do Palacio de Crystal tativa apreciavel, como o são todos das alludidas repartições, ou que<br />

Lá para o Tovim, Santo Antonio mesmo estribilho : — Eu não sei Consideram-no um acto de pura ga-<br />

os esforços que visam ao aperfei- tivessem por fundamento a falta de<br />

dos Olivaes e outros logares pequeçoamento<br />

da educação geral.<br />

nada, quem mandou foi o Gonçalves. lopinagem e houve quem se admi-<br />

pessoal para a regularidade dos res-<br />

A exposição, assás modesta pe<br />

nos que sorriem brancos na verdu- Se o Gonçalves recusava tomar rasse de no fim não ter havido a<br />

pectivos serviços.<br />

las dimensões, tem trabalhos que<br />

ra negra dos pinhaes, terras em que a responsabilidade do pedreiro, o distribuição de prémios aos votan se recommondam e sobretudo uma<br />

habitam pedreiros, encontram-se sr. director èeixava passar a occa- tes.<br />

vigorosa intenção de utilidade prá- Nova Associação<br />

por vezes em casas humildes e essião e dizia-nos baixinho, a sós: Mas houve melhor segundo ditica. A collecção de escriptas das<br />

treitas, no sitio de mais luz, em nada! Eu d'ora ávante vou exigir zem. Foi a reclamação do guarda-<br />

escolas e de transformação rapida Vai fundar-se em S Martinho d


ifle contra o valente cobecilba, deixando,<br />

incólume quasi por milagre!<br />

Os guerrilheiros de Calixto Garcia<br />

desforçaram-se então, como era<br />

natual, do attentado, fuzilando o<br />

criminoso sem demora.<br />

x<br />

Desertou do Camagiiey o tenente<br />

do exercito hespanhol, D. Salvador<br />

Fernandes Barreto, que fazia parte<br />

de uma guerrilha de Affonso Vlll.<br />

x<br />

Um jornal madrileno declarou<br />

ha dias, que, para evitar as continuas<br />

carrapatas das informações<br />

officiaes sobre a guerra de Cuba,<br />

ia abrir uma secção de informações<br />

particulares que posessem o publico<br />

ao corrente dos verdadeiros successos<br />

que ali occorressem.<br />

Parece-nos, porém, que pouco se<br />

melhorou se é que a tal respeito se<br />

não peorou.<br />

Ora vejam:<br />

«Havana, 24 de junho—No dia<br />

16 de março ultimo, uma pequena<br />

secção composta de dez soldados e dez<br />

guardas saiu de Yabucito em busca<br />

dos insurrectos. Á frente da força<br />

animoso e sereno marchava o tenente<br />

Rodriguez, dispostos a luctar com<br />

forças que eram o triplo das suas; e<br />

com certeza da Victoria grilava.—«Um<br />

soldado espanhol vale bem por tres<br />

insurrectos».<br />

Meia hora depois, cada um d'aquelles<br />

bravos luctava contra 100 insurrectos<br />

1 !»<br />

Querem-nos melhores?<br />

x<br />

O que de verdade por lá se passa:<br />

Dizem da Havana ao New York-<br />

Herald que uma columna hespanliola<br />

contando dois mil homens ás<br />

ordens do general Suarez Inclan foi<br />

attrahido a uma embuscada por Antonio<br />

Maceo que lhe inflingiu uma<br />

derrota sanguinolenta no dia 15 de<br />

julho p. p. em Pinar dei Rio.<br />

Os hespanhoes perderam quatorze<br />

officiaes e trezentos homens em<br />

mortos e feridos. Corre até o boato<br />

que o general Inclan ficou presioneiro<br />

e é guardado como refem.<br />

De Madrid ha um telegramma<br />

desmentindo esta informação. No<br />

entanto, a edição do New York-He-<br />

rald de Paris, affirma este feito de<br />

armas dos revolucionários.<br />

2° Folhetim da RESISTENCIA<br />

x<br />

Segundo noticias officiaes transmitidas<br />

de Cuba pelo general Wey<br />

ler, houve um feito d'armas importante<br />

em que o batalhão de Wald-<br />

Rás colheu os louros da victoria.<br />

N'um logar denominado Sitios<br />

Nuevos, Matanzas, foi batida e derrotada<br />

a partida do cabecilha Varona,<br />

que se compunha, ao que dizem<br />

as noticias officiaes, de 2:000<br />

homens.<br />

Houve de parte a parle empe<br />

nhada lucta, acabando pela retirada<br />

dos rebeldes que deixaram muitos<br />

mortos e feridos, que fizeram tam<br />

bem nas tropas fieis muitos estragos.<br />

O sr. Antonio Gomes da Fonseca<br />

Godinho, digno e intelligente 2.° aspi<br />

rante da Repartição de fazenda dis<br />

rictal, foi promovido por concurso aos<br />

togar de 1.° aspirante.<br />

Os nossos parabéns.<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

Os operários da fabrica de lanifícios<br />

dos srs. Peig-Planas & C. a , que são<br />

numerosos, vão organisar uma phylar-<br />

monica.<br />

Por entre as lôas que o sr. ministro<br />

das obras publicas foi cantar ao Porto<br />

para adormentar os ingénuos, com o<br />

gáudio dos dilectos da cornucopia or<br />

çamental, figuram os milagres financeiros<br />

do actual ministério.<br />

Segundo a cantata, atravessamos<br />

uma quadra phenomenal de venturas<br />

dilatadas, sem uma nuvem perturbadora<br />

no horisonte.<br />

Occorrendo a estes desvaneios pergunta<br />

uma folha de Lisboa:<br />

Com que conta o governo paro custear<br />

as despezas ordinárias, aggravadas<br />

com as despezas de viagens e fes-<br />

tas dos ministros, e com o augmento<br />

de empregadagem, incluindo os commissarios<br />

régios?<br />

Com que conta para despezas de<br />

expedições e de guerras no ultramar?<br />

Com que conta para as despezas com<br />

o Centenario da índia, que, bem feitas,<br />

se elevarão a milhares de contos?<br />

Com que conta para pagar a indemnisação<br />

aos herdeiros de Mac Murd,<br />

que se elevará talvez a uma dezena de<br />

milhares de contos, e terá de ser paga<br />

nos primeiros mezes de 1897 ?<br />

Com que conta para pagar o coupon<br />

de outubro do anno corrente, e de janeiro<br />

do anrio proximo?<br />

Note-se que tudo isso são pagamentos<br />

em oiro, e lembrem-se que ainda<br />

ha pouco o governo se viu em sérios<br />

embaraços para pagar leiras vencidas<br />

ern Londres e para o pagamento do<br />

coupon externo.<br />

UNIVERSIDADE<br />

Nos dits 20, 21, 22e 23 dejulho fizeram<br />

acio e ficaram approvado» os seguintes<br />

alumnos:<br />

Faculdade de Direito<br />

4 0 anno —Antonio Lopes da Silva<br />

Garcez, José Augusto Diniz, Theodoro<br />

da Fonseca Mesquita, Augusto Cesar<br />

de Moraes Sarmento, e Julião de Senna<br />

Sarmento.<br />

Houve duas reprovações e terminaram<br />

os actos neste anno.<br />

5.° anno— Manuel da Silva Mendes,<br />

Maximiano Maria d'Azevedo Faria, Plínio<br />

Gomes Vianna, Rufino Cesar Osorio<br />

Júnior, Sebastião Ferreira de Carvalho,<br />

Venâncio Jacintho Deslandes Correia<br />

Caldeira, Antonio de Prado de Sousa<br />

Lacerda, Miguel Carneiro, e Manuel<br />

Bento da Rocha Peixoto.<br />

Faculdade de Medicina<br />

1.° anno — Albino Joaqu,m Gomes,<br />

Fernando Pinto d'Albuquerque Stockler,<br />

Luiz da Cruz Navega.<br />

Terminaram os actos neste anno.<br />

Houve exames de pratica.<br />

Faculdade de Mathematica<br />

1.® anno—Alberto da Silveira Brandão<br />

Freire Themudo. Apparicio Rebello<br />

dos Santos, Francisco Martins Grillo,<br />

Delphim Miranda.<br />

Houve uma reprovação.<br />

Faculdade de Philosophia<br />

6. a cadeira (Zoologia) — Camillo Augusto<br />

dos Santos Rodrigues. Houve uma<br />

desistencia e terminaram os actos n'esta<br />

cadeira.<br />

5.° anno—7." e 8. a cadeiras (Mineralogia<br />

e Anthropologia)—Antonio Maria<br />

Vellado Alves Pereira da Fonseca, Jayme<br />

Constantino Fernandes Leal e José<br />

Henriques Lebre, e João Alexandre<br />

Lopes Galvão.<br />

A faculdade de Mathematica reunida<br />

em congregação final conferiu as seguintes<br />

classificações aos seus alumnos:<br />

1.° anno — Premio: Auselmo Ferraz<br />

de Carvalho.<br />

1accessit sem gradação—D. Manuel<br />

d'Assis Mascarenhas e Pompeu de Meyrelles<br />

Garrido.<br />

2.° accessit — Alexandre Alberto de<br />

Sousa Pinto.<br />

Distincto — Antonio Taveira de Carvalho.<br />

2.° anno — 1.° accessit: Eujeno Trajano<br />

de Bastos Guedes.<br />

2.° accessit— Pedro Paulo Bon de<br />

Sousa.<br />

Distincto—Rodrigo Affonso Alves de<br />

Sousa.<br />

3.° anno—1.° accessit: D. Domitlilla<br />

Hormisinda Miranda de Carvalho.<br />

2.° accessit sem grada cão—João Ale<br />

xandre Lopes Galvão e José Luiz d'Andrade<br />

Mendes Pinheiro<br />

Distincto—José Augusto Lobalo Guerra.<br />

4 ° anno—Premio : Sidonio Bernardino<br />

da Silva Paes.<br />

5.° anno — accessit: Pedro Joyce Diniz.<br />

Informação do bacharel que concluiu<br />

a sua formatura nesta faculdade no<br />

prasente anno lectivo: — Pedro Joyce<br />

Diniz, M. B. com 16 valores.<br />

A congregação mixta das faculdades<br />

de Mathematica e Philosophia reunida<br />

hoje, deliberou coilocar nas seguintes<br />

classes (l. a e 2. a ) os alumnos que nos<br />

annos lectivos abaixo designados con<br />

cluiram os tres primeiros annos do<br />

curso preparatório para a Escola do<br />

Exercito:<br />

1894 a 1895 — l. a classe. — Jorge<br />

Soares Pinto Mascarenhas, Luiz Vasques<br />

da Cunha Braamcamp de Mancellos.<br />

2. a classe.—Alfredo Balvuino de Seabra<br />

Júnior.<br />

1895 a 1896 — t . a classe. — Carlos<br />

Braamcamp Freire, Carlos de Oliveira<br />

Brandão Freire Themudo, Francisco<br />

Barbosa Falcão d'Azezedo, João Ale-<br />

xandre Lopes Galvão, Joaquim da Silveira<br />

Malheiro, José Augusto Lobato<br />

Guerra, José Carlos de Barros, José<br />

Henriques Lebre, José Luiz d'Andrade<br />

Mendes Pinheiro.<br />

Foi inaugurada no domingo a linha<br />

telegraphica entre Coimbra e Miranda<br />

do Corvo.<br />

O relogio dos chinas<br />

O gato é o relogio do aldeão chinês,<br />

chronometro vivo, invariavel,<br />

que nunca necessita de ir ao relojoeiro.<br />

Todo o mundo sabe que a pupila<br />

das raças felinas se contrahe durante<br />

o dia e se dilata durante a<br />

noite; mas parece que as dilatações<br />

e contracções seguem com tal regularidade<br />

durante as horas do dia,<br />

que um individuo qualquer, pôde<br />

por estes signaes conhecê-las; pela<br />

manhã a pupila é oval, da manhã<br />

ao meio dia restringe o seu diâmetro<br />

até a tornar-se numa simples<br />

linha, e do meio dia á tarde volta<br />

a tomar insensivelmente a fórma<br />

oval, e de noite torna-se redonda.<br />

O aldeão chinês regula-se por<br />

este quadrante natural; o olho do<br />

seu gato.<br />

A economia d'este relogio é incontestável.<br />

Sociedade Philantropico-Academica<br />

EDITAL<br />

O dr. Julio Augusto Henriques, presidente<br />

da direcção da sociedade Philantropico-Academica,<br />

etc.<br />

Faço saber o seguinte:<br />

1.° Em harmonia com a deliberação<br />

da Direcção tomada em sessão de 16<br />

do corrente, os socios que, durante o<br />

anno lectivo corrente foram subsidiados<br />

por esta Sociedade, devem, até<br />

ao dia 8 de outubro, proximo futuro,<br />

provar perante esta Direcção que concluíram<br />

com bom êxito os seus trabalhos<br />

escholares; e que continuam nas<br />

condições de falta de meios e bom<br />

comportamento exigidas pelos estatutos.<br />

Qualquer dos subsidiados que perdesse<br />

o anno deverá justificar os motivos<br />

da perda d'anno, junctando egualmente<br />

documentos de pobreza e bom<br />

comportamento.<br />

2.° Os socios, não subsidiados no<br />

actual anno lectivo, que pretenderem<br />

sêl-o no anno lectivo de 1896-1897<br />

devem assim requerel-o á Direcção até<br />

ao dia 30 de setembro prorirao futuro,<br />

para serem attendidos caso haja logar<br />

a isso.<br />

Quaesquer requerimentos neste sen-<br />

tido devem ser instruídos com<br />

a) attestado de pobreza;<br />

b) documentos de bom comportamento;<br />

c) documentos de bom aproveitamento<br />

litterario;<br />

d) recibo da ultima prestação de<br />

socio ou declaração do secretario que<br />

o substitua.<br />

3.° Os requerimentos e documentos<br />

a que se referem os números precedentes<br />

devem ser remettidos, ao secretario<br />

da Direccão, rua dos Militares, 2<br />

Coimbra.<br />

E para constar se mandou lavrar o<br />

presente que eu Augusto Cymbron<br />

Borges de Sousa, servindo de secretario,<br />

subscrevi.<br />

Coimbra, 20 de julho de 1896.<br />

0 presidente da Direcção,<br />

Dr. Julio Augusto Henriques.<br />

Declaração<br />

Commissão promotora do encerramento<br />

das lojas aos domingos, declara,<br />

para os devidos effeitos, que não é auctora<br />

do communicado inserto no Defensor<br />

do Povo de domingo ultimo, e<br />

desconhece por completo o seu verdadeiro<br />

auctor.<br />

Declina por este meio a responsabilidade<br />

que poderiam attribuir-lhe, mantendo-se<br />

em silencio.<br />

Aproveita a occasião para agradecer<br />

aos srs. commerciantes que attenderarn<br />

o seu pedido, que renova.<br />

Coimbra 23 de julho de 1896.<br />

A commissão.<br />

Despejados os cofres tiraram tudo do o ultimo de nós tiver desappareci- Souffrante e ahi recebi este bilhete de meiro andar. Penetrou no quarto e<br />

de dentro da caixa que Villedieu troudo, os criados largaram as suas librés Comard em que me annuncia que o collocou-se atraz da porta.<br />

xera, e, esvasiando os estojos, mette- e partirão também.<br />

segue, e não é o Comard que o larga- — Sois vós?, repetiu M.<br />

ram dentro da caixa as jóias e pedras M. de Villedieu, fez-se conduzir ao rá de vista,<br />

JOÃO DAS GALÉS dobrando e amassando tudo de modo caminho de ferro do Havre. Collocou a — Aquella carruagem que está lá<br />

a caber lá a maior quantidade de ob- malla entre as bagagens; mas, depois, em baixo é para nós ?<br />

ectos possível.<br />

fingindo não poder partir ainda, fez — Sim.<br />

XIII<br />

Villedieu passou em seguida ao sa- conduzir novamente a malla para o — Vós, disse dirigindo se aos seus<br />

Roubo com arrombamento lão. Tomou os Delacroix, o Ingres e o carro que o transportou á gare do homens, seguir-nos-heis, e, emquan-<br />

seguido de assassinato Chiffla, sobre os quaes M. de Koellen Nord. Ahi fez o mesmo manejo e parlo vos não chamar, conservar-vos-<br />

lbe tinha emprestado dinheiro, tirou tiu para o Grand-Hotet.<br />

heis fóra do muro do jardim de vigia.<br />

Atacavam os cofres. Uns furavam e ainda mais algumas telas de mestre, — Eis aqui uma historia divertida, Tu, Lebigot, acompanhar-nos-has de-<br />

os outros serravam. Durante hora enrolou-as, metteu-as na malla, e dis- disse o cocheiro para o moço do hopois, subindo para o lado do cocheiro,<br />

e meia, estes homens trabalharam, se aos seus homens:<br />

tel que veiu buscar a malla. Carreguei ao qual contarás a historia d'um ra-<br />

sem pronunciar uma palavra.<br />

— Machucae os objectos de ouro e um viajante branco e descarrego um pto amoroso e impedí-lo-has de fazer<br />

Quando pararam, as lampas dos co- enchei com elles os espeços vazios. negro.<br />

qualquer signal aos policias; se elle<br />

fres fortes tinham buracos que permit- Um dos homens atou uma corda a<br />

não fôr bom batedor prometter-lhe has<br />

tiam tirar de lá o que se encontrava um cofre, e enrolando com ella os ob-<br />

XIV<br />

cem francos que lhe entregarás prom-<br />

nos differentes compartimentos. ,ectos de ouro, fez uma especie de<br />

O rapto<br />

ptamente. Eu descerei na rua Guènè-<br />

No momento em que os seus com- jarras com que acabou de encher a<br />

gand, tu seguirás na sua companhia<br />

panheiros começaram a tirar dos co- malla. Villedieu fechou-a com cuidado M. de Villedieu, metamorphoseando- ainda por um certo tempo. Amanhã,<br />

fres, os estojos com differentes peças e apertou as correias.<br />

se novamente, chegou em pouco tem- virás passeiar debaixo das janellas do<br />

de ourivesaria Villedieu soltou um gri — Depois, disse aos dois creados : po ao aqueducto d'Arcueil, onde en- meu quarto da rua Mazarine. Eu cha-<br />

to de raiva.<br />

— Ide coilocar essa malla na carcontrou Lebigot e os seus companheimar-te-hei. Acabava de encontrar outros pequeruagem que está lá em baixo.<br />

ros.<br />

— É aqui a casa, disse Lebigot.<br />

nos cofres que não cabiam por os bu- "—Pesa bastante!, disséram os dois — Qual é, perguntou elle a Lebigot, — A fechadura é difficil de forçar?<br />

racos feitos. Era preciso alarga-los, por- creados.<br />

a senha do amante de minha mulher? — Não para nós, disse Lebigot tique<br />

Villedieu tinha a certeza de que as — Nada receieis, a malla é sólida. — Elle entra no jardim, respondeu rando uma gazua do bolso.<br />

pedras mais preciosas eslavam dentro Elles levaram a malla e puzeram-na Lebigot, atira uma pedra ás vidraças do — Tu é que has de fazer o signal,<br />

d'elles.<br />

na carruagem que a tinha trazido. primeiro andar que ordinariamente es- disse Villedieu.<br />

Foi-os abrindo á medida que iam — Parece que augmentou de peso, tão entre-abertas e diz:<br />

Entraram no jardim como se esti-<br />

saindo.<br />

disse o cocheiro.<br />

— Sou eu. — Ouve-se descer uma vessem em sua casa.<br />

Estavam com effeito cheios de pe- — Recebereis as vossas partes antes pessoa. Elle colloca-se á pprta. A mu- Lebigot fez o signal debaixo da- jadrarias.<br />

de quinze dias, disse Villedieu diriginlher pergunta ainda: — Quem está lá? nella e voltou para a porta.<br />

Dentro d'um dos cofres encontrou do-se aos seus homens; ide esperar-me — Elle responde :—Sou eu, abri,— e M. de Villedieu entretanto subiu pela<br />

100:000 francos em moeda de oiro no aqueducto d'Arcueil com uma boa depois entra.<br />

janella. Logo que viu desapparecer a<br />

que os ladrões dividiram entre si im- carruagem. Devemos sair d'aqui pela — Gribeauval está lâ?<br />

lufc do quarto, agarrando-se ás trepamediatamente,<br />

mesma ordem por que entramos. Quan- — Não. Á vinda, passei por casa da deiras, subiu como um gato até ao pri-<br />

me de Villedieu<br />

antes de abrir a porta da casa.<br />

E quasi ao mesmo tempo accrescentou:<br />

— Oh I não é a sua voz I e sem<br />

abrir, voltou ao seu quarto esclamando:<br />

— Quem será?<br />

— Eu, disse M. de Villedieu.<br />

Surpreza, espantada, a duquèsa soltou<br />

um grito terrível e caiu no chão.<br />

— Perfeitamente, murmurou M. de<br />

Villedieu, uma mulher desmaiada é<br />

bem mais fácil de transportar.<br />

Passou uma vista d'olhos sobre o<br />

que o cercava.<br />

— Não estava mal installada aqui.<br />

Depois perguutou a si proprio:<br />

— Estarão aqui as suas jóias?<br />

Em poucos minutos percorreu toda<br />

a casa e rebuscou todos os moveis.<br />

— Não, disse, ella tomou as suas<br />

precauções.<br />

E voltou para junto de sua mulher.<br />

— 0 fresco e o ar livre fa-la-bão<br />

voltar a si, é necessário evitar que ella.<br />

grite.<br />

Fez com o lenço de batiste da duqueza<br />

uma bola e metteu-lh'a na bocca,<br />

— Ê a melhor das mordaças, diâse<br />

elle.<br />

Embrulhou cuidadosamente sua mulher<br />

num chaile.<br />

—Eis aqui o melhor dos laços. Assim<br />

não se debaterá nem gritará.<br />

(Continte)


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira 23 de julho de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

( B E I R A A L T A )<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

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desde 1$200 réis<br />

comprehendendo serviço, club,<br />

etc. Bónus para os médicos<br />

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para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de irihalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />

— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam» em bons carros. A<br />

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Filtro-Mallié<br />

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riiriPT»tn


N.° 150 COIMBRA—Domingo, 26 de julho de 1896 2.° ANNO<br />

Às pavorosas<br />

Desde muito se nota que o governo<br />

alimenta intenções sinistras<br />

de repressão. Os pruridos de despotismo<br />

sem mascara e .sem peias<br />

alvoroçam-lhe o sangue.<br />

E nas suas visões de epileptico<br />

o sr. João Franco exulta nos anlegosos<br />

de suspensões de garantias,<br />

golpes d'estado, chacina das multidões<br />

inermes, proscripções aos milhares<br />

e o terror do seu nome a<br />

echoar na historia num clamor de<br />

imprecações I<br />

Desvaira,imaginando a sua mão<br />

pesada de luctador omnipotente e<br />

de grande estadista a suffocar todas<br />

as aspirações revolucionarias e todos<br />

os germens de resistencia aos excessos<br />

d'essa situação absurda e burlesca<br />

1!...<br />

x<br />

Muito bem!<br />

Se é certo que vae reabrir-se o<br />

periodo das perseguições e decretar-se<br />

o extermínio dos sectários das<br />

doutrinas anti-monarchicas, curvemo-nos<br />

submissos, e aguardemos<br />

a investida das féras, resignados<br />

e fáceis, como outr'ora, os primeiros<br />

martyres do circo romano.<br />

Vamos I Entrem em scena os<br />

dictadores, e traçando a clamyde<br />

roçagante dos Sylas e dos Marios,<br />

atulhem as masmorras e os presídios<br />

com essa ralé de díscolos, cujo descontentamento<br />

possa perturbar a<br />

digestão dos dirigentes!<br />

Nós só queremos que essa tyrannia<br />

sáia uma obra limpa e tragica,<br />

que nos não envergonha perante<br />

os vindouros! Uma perseguição chinfrim,<br />

que não faça jorrar o sangue<br />

pelo tablado dos patíbulos; que não<br />

ponha a balouçar ás brisas fagueiras<br />

da tarde um bom numero de<br />

cadaveres pendentes das forças,<br />

levantadas ás dúzias; que não lance<br />

no exilio torrentes de proscriptos,<br />

será uma tyrannia pelintra, muito<br />

abaixo das exigencias da situação e<br />

do pulso energico dos dictadores!<br />

x<br />

E que a Historia<br />

bocca dos T. Livios:<br />

ja, pela<br />

— Gemia a Luzitania sob o império<br />

dos déspotas.<br />

Os lyrannos, a fim de exterminar<br />

o monstro da anarchia, que<br />

debaixo da fórma de propaganda<br />

republicana avassalava os espíritos<br />

e ameaçava a segurança dos syndicatciros,<br />

ergueram por toda a parte<br />

Cadafalsos e faziam justiça summa-<br />

Chega a ser monstruosa a defesa<br />

que as folhas governamentaes estão<br />

fazendo dos actos de feroz selvageria<br />

praticados pelo fanfarrão commissario<br />

régio na índia.<br />

Quando a parcialidade chega a<br />

excessos d'um tal impudor, a noção<br />

da moral e do decoro pode julgar-se<br />

perdida!<br />

Defende-se um assassinato, e a<br />

cobardia d'um valentaço, que pretende<br />

arrogar-se instinctos faccinorar,<br />

á Martinez Campos, e cuja<br />

bravura se revelou por esbofetear<br />

no parlamento um ministro somnambulo!<br />

Que despresivel gloria!<br />

O dia 24 de julho, anniversario<br />

da entrada do exercito libertador<br />

em Lisboa, passou quasi desapercebido,<br />

como convém a um governo<br />

reaccionário e a um povo submisso<br />

e sceptico, apto para supporlar todas<br />

as iniquidades e a violação de todas<br />

as liberdades publicas.<br />

E uma ingratidão o esquecimento<br />

d'esta data.<br />

Porque esses generosos illudidos,<br />

que retemperavam as armas nas<br />

angustiosas provações d'uma longa<br />

guerra civil; sacrificados á conquista<br />

d'um ideal de bem commum, offerecem<br />

ao povo de hoje, que finge<br />

não os conhecer, um exemplo solemne<br />

de coragem e dignidade civica.<br />

Se a má fé d'um aventureiro foi<br />

capaz de converter em proveito proprio<br />

tanta abnegação e tão grandes e<br />

dolorosos sacrifícios á liberdade; se<br />

x<br />

Já depois de composta esta local<br />

ivemos conhecimento de que a<br />

Associação Commercial, na sua reunião<br />

de hontem, resolveu ofiiciar<br />

ao governo pedindo providencias<br />

sobre este assumpto,<br />

As restaurações artísticas<br />

ria, decepando as cabeças dos cida Ora essa!...<br />

•<br />

o enthusiasmo não deixou ver a essa<br />

dãos mais distinctos pela sua pre<br />

phalange de bravos a cilada para<br />

Diz uma folha que o presidente<br />

ponderancia, saber e virtude.<br />

onde os conduzia um impostor de-<br />

de ministros fôra hontem procurado<br />

EM<br />

sempregado; nem por isso a gratidão<br />

Fora este o conselho que um por uma commissão de senhoras popular devia deixar de manifestar- OOIUVriBZR.A.<br />

ancião honrado por nome Emygdio recolhidas no convento de Santa se, para que se saiba que existe, ao<br />

Navarro, que vivia relrahido nas Joanna.<br />

II<br />

menos, a justa comprehensão da<br />

Para recolhidas, lá nos parecem<br />

solidões de Bussaco, lhes dera, ao<br />

legitima resistencia armada!...<br />

sabidas de mais! Porque senhoras<br />

Quando correu que Antonio Au-<br />

ser consultado sobre os desastres recolhidas não devem frequentar os<br />

gusto Gonçalves abandonára a di-<br />

públicos. Elle pegára d'uma vara e alcouces chamados ministérios!<br />

Pedregal<br />

recção artística dás obras da Sé Ve-<br />

em meditação silenciosa cortara as E depois era escusado o encomlha,<br />

manifestou-se na opinião pu-<br />

Falleceu D. Manuel Pedregal, o<br />

modo. Ninguém se illude:;p nego-<br />

papoulas mais altas que floriam nos<br />

jurisconsulto e econámista notável, blica um vivo descontentamento,<br />

cio a estas horas deve esfcr bem<br />

seus canteiros de Luzo.<br />

que em 1873 geriu a pasta da fa- começando desde então a olhar-se<br />

recommendado e os ministros são<br />

zenda ao serviço da republica hes-<br />

Durante dias e noites, não para submissos ás ordens que rÈcebem<br />

com desconfiança a restauração que<br />

panhola.<br />

fôra tão auspiciosamente começada.<br />

ram os algozes, arrebanhados na<br />

Ligado primeiramente a Castel- Para calar murmurações o sr. di-<br />

imprensa regeneradora e retribuídos<br />

lar em breve discordou do possibi-<br />

Noticias recebidas da Índia mos-<br />

a tostão por cada cabeça de díscolo<br />

lismo emoliente d'este philosopho e<br />

rector das obras publicas lembroutram<br />

não haver sido revogada a<br />

adheriu ao grupo de Salmeron. se da Commissão dos Monumentos<br />

que rolava pelo chão.<br />

portaria por que o sr. Neves Fer-<br />

A sua morte é considerada uma Nacionaes.<br />

Dentro em pouco a tranquilidade reira ordenou que, sem processo<br />

perda calamitosa.<br />

algum prévio, fossem fuzilados os<br />

E a solução sabida de todas as<br />

renascia; e o silencio reinava nas revoltosos que apparecerem arma-<br />

malandrices em Portugal.<br />

cidades; e o país deu graças aos dos. Falsas foram, pois, as declara- Silvestre Falcão<br />

Quando um homem perde o cre-<br />

deuses e aos dictadores, porque ções que o governo fez pela sua<br />

dito, quando se levantam alto de<br />

tinham espungido do luso torrão a imprensa de que havia mandado Este nosso querido amigo e correligionário<br />

acaba de ser provido no ter- toda a parte censuras ao seu modo<br />

revogar a monstruosa portaria, ou,<br />

praga damninha da republicanagem<br />

ceiro partido medico do município de de proceder, o malandro pede uma<br />

se o não foram, o sr. Neves Fer- Loubé. Felicitamol-o cordealmente.<br />

jfc<br />

odiada.<br />

reira desacatou a ordens do governo.<br />

syndicancia que o absolve sempre, e<br />

E os governantes coroados de As responsabilidades do governo<br />

o deixa sempre de honra immacu-<br />

pampanos celebravam libações ba- são as mesmas quer numa quer<br />

Novos desastres na índia lada.<br />

noutra hypolhese: na índia estãochicas<br />

nos lugares públicos!<br />

As ultimas noticias confirmam as E caso de todos os dias. O expese<br />

commettendo assassinatos com previsões dos que receiavam as diente é velho e gasto.<br />

E a paz e a felicidade eram por o seu assentimento. Que este pro- consequências da exaltação dos ra-<br />

toda a parte!<br />

venha de ser dotado de tão ferozes nes pelo assassinato de Baugi.<br />

e deshumanos sentimentos o seu A sublevação ameaça tomar pro- A syndicar vieram os srs. Mar-<br />

commissario régio ou do mêdo porções assustadoras. As principaes del, Gabriel Pereira e Ramalho Or-<br />

de que este venha tornar conhcidas famílias emigram para a índia intigão. Algunsjornaes independentes de<br />

do publico patifarias que conhece, glêsa.<br />

Nós já aqui dissémos longamen-<br />

Lisboa dizem que vae grande indi-<br />

é indifferente.<br />

A gravidade dos factos é tal que te as nossas impressões sobre esta<br />

gnação no paço contra os srs. con-<br />

uma folha que tem opinião no asselheiro<br />

José Luciano e Barros Gosumpto<br />

exprime-se por esta fórma:<br />

primeira deputação da Commissão<br />

mes por não haverem assistido ao<br />

Mêdo!<br />

dos Monumeutos Nacionaes.<br />

«Cada vez nos convencemos mais de que<br />

baile que ultimamente se deu na<br />

O sr. Gabriel Pereira é um erudi-<br />

O Popular annunciou que por por pou«> tempo íluctuará ainda a nossa ban-<br />

Pena, e que, em virtude d'esse facto,<br />

deira no territorio de Gôal»<br />

to que, a estudar historia, se encon-<br />

vontade expressa do sr. D. Carlos<br />

largos meses se conservará ainda<br />

vai ser militarada a policia civil de<br />

trou com a arte. É um homem hon-<br />

no poder o actual governo.<br />

Lisboa e annexada á guarda muni-<br />

Para que se veja qual o critério<br />

Aviso aos incautos<br />

rado, disposto sempre a ajudar os<br />

cipal.<br />

outros em investigações históricas,<br />

que orienta o primeiro magistrado A preoccupação que domina os Está novamente estabelecida a ensinando sem rebuço, francamen-<br />

da nação no exercício d'uma das altos personagens, para constante- fiscalisação aduaneira na estação do<br />

suas mais importantes funcções, aqui<br />

te, tudo o que sabe, tudo o que o<br />

mante augmentarem as tropas pre- caminho de ferro, desta cidade, e<br />

registamos o facto.<br />

torianas e tudo converterem em isto depois de ter sido ha tempos seu trabalho paciente e persistente<br />

elementos de defesa material, prova altendido o pedido da Associação tem descoberto em livros velhos, em<br />

bem quanto elles se sentem fracos Commercial para que fôsse dali pergaminhos ignorados ou esqueci-<br />

Sar ah de Mattos e o pavor que os assalta ao senti- retirada. Continuam, pois, os vexados. Foi prohibido o cortejo que hoje rem fugir-lhes o terreno debaixo mes para o publico de Coimbra e<br />

devia realisar-se por motivo da trasla- dos pés.<br />

)ara os que a esta cidade vierem<br />

E um historiador, não é um cridação<br />

dos restos mortaes da infeliz<br />

tractar dos seus negocios.<br />

tico d'arle.<br />

Sarah de Mattos, victima da irmã Col-<br />

O facto que se deu ha dias com O sr. Mardel é um homem intellecta.<br />

Assim devia ser, por que isso iria Os anniversarios da Carta um amigo nosso por causa de tres ligente, mas que olha a archeologia<br />

camisas d'Oxford vindas de Lisboa,<br />

desgostar os jesuítas e sua alta e<br />

artística, como o resto, a rir, como<br />

desvelada protectora.<br />

e pelas quaes teve de pagar 2$500 mais um passatempo na sua vida<br />

réis de multa, representa quasi uma<br />

que é uma successão de anedoctas,<br />

extorsão, pela ignorancia em que<br />

ínclito Neves Ferreira<br />

o publico ordinariamente está das<br />

alterações e das ordens que se expedem<br />

neste genero de serviços.<br />

E de resto, bem fáceis eram de<br />

evitar os contínuos vexames; bastava,<br />

)ara isso, distribuir pelas fronteiras<br />

e costas do país o fisco accumulado<br />

nos grandes centros onde, por não<br />

er que fazer e ter de mostrar serviços,<br />

se vê obrigado a tractar das<br />

jequenas cousas.<br />

que elle conta a rir e que fazem rir<br />

a gente.<br />

O sr. Ramalho Ortigão tem aptidões<br />

criticas reconhecidas por lodos.<br />

Ora depois de examinarem as<br />

obras de Santa Cruz elles respondiam<br />

a toda a gente que os interrogava:—<br />

O director è um homem<br />

muito amavel, cortando assim com<br />

uma phrase delicada a conversa que<br />

se pretendia começar.<br />

Correndo tudo muito bem, o sr.<br />

director das obras publicas comprometteu-se,<br />

não sei porquê nem para<br />

quê, a não fazer obra nova de restauração,<br />

sem primeiro ser consultada


O que não riria a Commissão dos<br />

Monumentos Nacionaes que já o ouvira<br />

em Lisboa, quando elle fôra<br />

informa-la das obras da Sé Velha?<br />

D'essa vez veiu elle de Lisboa<br />

dizer-nos: os homens ficaram satis-<br />

feitos, e approvaram tudo.<br />

Pessoa de toda a auctoridade que<br />

assistira a essa reunião disse-nos<br />

porém: — Se vocês queriam que as<br />

obras fossem condemnadas, andaram<br />

bem. Elle fosse tantos disparates, que<br />

a todos se impunha a obrigação de<br />

mandar parar as obras.<br />

E assim devia ser; porque o sr.<br />

director das obras publicas não sabe<br />

nada. E elle mesmo que o diz a todo<br />

o momento.<br />

Ou sabe?<br />

Falle homem, pôde fallar uma<br />

vez na vida.<br />

Ha exemplos historicos...<br />

Quando foi para entregar a egreja<br />

de Santa Cruz o sr. director das<br />

obras publicas pediu nova syndicancia.<br />

O Gonçalves pediu-me que cor<br />

tasse o final do periodo e eu cor<br />

tei-o.<br />

Mais lhe devo eu.<br />

Mas fiquei sem saber como aca<br />

bar.<br />

Acabem vv. ex. aí como quizerem,<br />

que no proximo numero... começarei<br />

eu.<br />

Imaginem!...<br />

RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />

T. C.<br />

Foi hontem demolida uma latrina<br />

feita de taboas pôdres, que a direcção<br />

das obras da Sé Velha fez<br />

construir arrimada á parede do<br />

templo!!<br />

Por occasião das festas da Rainha<br />

Santa tínhamos aqui instado por<br />

que desapparecesse aquelle foco<br />

immundo, d'um cheiro pestilencial.<br />

Engendrada haverá talvez dois annos,<br />

nunca foi limpa!...<br />

Pois só hontem se desmanchou!<br />

E assim se mostrou ao mundo,<br />

que se tem auctoridade e— não se<br />

aceitam imposições!<br />

Carta de Lisboa<br />

«Não bastam, porém, desabafos.<br />

A nação quer que nós, os republicanos,<br />

sejamos alguma coisa mais<br />

do que vãos declamadores, vociferando<br />

sempre contra os males e erros<br />

do passado e do presente. Quer<br />

que tenhamos ideias, que lhe digamos,<br />

não palavras, mas coisas, que<br />

lhe mostremos que estudamos as<br />

causas dos seus soffrimentos e procuramos<br />

achar-lhes remedio. Tal é<br />

a nossa missão neste momento cri<br />

tico da vida nacional, em que a própria<br />

monarchia se vê sem gente e<br />

em que a nação pergunta, quaes<br />

são os homens — venham elles d'on<br />

de vierem — capazes de a governar.<br />

Tem o nosso partido no seu grémio<br />

homens de grande valor, uns<br />

que toda a gente conhece como republicanos,<br />

outros que do publico<br />

se occultam discreta, modesta ou<br />

timidamente. Que esses cidadãos<br />

appareçam e digam o que pensam<br />

sobre os problemas da administra<br />

ção do Estado. Se querem guardar<br />

o incógnito, appareçam de dominó,<br />

assignem com pseudonymo; mas<br />

mostrem que sabem, que lêem, que<br />

estudam, que têm ideias, um plano,<br />

em summa, orientem a opinião.»<br />

Receita<br />

i<br />

Venda de bilhetes no dia 10 81.51980<br />

Idem, no dia 12 660660<br />

Idem, no dia 11 490830<br />

Donativos de diflerenle cavalheiros<br />

120800<br />

Somma... 2110270<br />

Despeza<br />

Aluguer de cadeiras 240800<br />

Illuminação nas 3 noites 530220<br />

<strong>Obra</strong> de carpinteiro e pintor 240220<br />

Despesas diversas 250840<br />

Somma..<br />

Saldo...<br />

1280080<br />

830190<br />

Saldo em dinheiro em podêr do thesoureiro<br />

do Gymnasio: 830190 réis.<br />

Alem d'este saldo ha 150 prendas<br />

no valôr de 1300000 réis de que a<br />

commissão deliberou fazer uma rifa<br />

com todos os bilhetes premiados, prevendo<br />

assim obter um lisongeiro resultado,<br />

para q fim que tem em vista.<br />

Os documentos da receita e despesa<br />

podem ser examinados pelos socios<br />

ou pessoas interessadas na sede do<br />

Gymnasio.<br />

X<br />

A Direcção do Gymnasio, em nome<br />

dos promotores, agradece penhoradissimi<br />

a todas as pessoas que se dignaram<br />

concorrer com prendas, donativos<br />

ou ainda com o seu auxilio em favôr<br />

d'este basar, cujo producto integral é<br />

destinado â compra do armamento para<br />

o batalhão infantiL<br />

Litteratura e Arte<br />

a Commissão dos Monumentos Na- Da antiga veiu apenas o sr. Mar-<br />

Concordo.<br />

cionaes, sem primeiro ella ter auctodel, homem muito alegre e que sabe<br />

Mas<br />

risado a abra delineada.<br />

fazer, diz elle, pasteis, como nin-<br />

?!<br />

Lisboa, 24 de julho de 1896.<br />

Para que tantos cuidados, se tudo guém.<br />

Torno a repetir que concordo com<br />

estava tão bem e o sr. director das Não veiu o sr. Ramalho Ortigão, Hoje, 24 de julho, dia da entra- o que diz o dr. Ferrari que eu con-<br />

obras publicas tinha revellado com- e foi pena.<br />

da, em Lisboa, do exercito que lusidero, apezar de divergir, em muipetência<br />

tão extraordinaria?<br />

ctava ingenuamente por uma libertos pontos, d'elle, um homem hon-<br />

Naturalmente excessiva modéstia O sr. Ramalho Ortigão tem ha dade que julgou digna e sincera, lerado. do sr. director das obras publicas... muito uma auctoridade incontestáse nos jornaes que a policia de se- O que é raro.<br />

Devia ser isso.<br />

vel.gurança<br />

vae ficar annexa á guarda<br />

x<br />

O seu ultimo livro, escripto numa municipal e sob as ordens do gene-<br />

Ora toda a gente notou que o sr. linguagem admiravel de colorido, e ral Queiroz.<br />

Pois é verdade, por desejo do rei,<br />

Ramalho Ortigão não dizia franca- de propriedade, é o maior grito que Explica o Popidar que isto se faz policia e municipal ambas unidimente<br />

& sua opinião, ese conservava se tem levantado contra todas as por desejo do rei.<br />

nhas ás ordens de Queiroz para nos<br />

prudentemente reservado, sem querer torpezas que por esse país fóra an- Estimo esta franqueza.<br />

desancarem.<br />

comprometter-se.<br />

dam fazendo Direcções d'obras pu- E agora venham dizer-me que o Dentro da Carta que é o supre-<br />

Porquê?<br />

blicas e Camaras municipaes, e nós rei eslá illudido.<br />

mo encanto ali do commendador<br />

Eu sei lá!...<br />

esperavamos que o sr. Ramalho Or- Illudido anda o povo com aquel- Cetáceo, homem prudente e de muitigão,<br />

sabendo que havia um confliles que em logar de exporem a sua ta finura.<br />

Ora de duas uma: ou o sr. Francto aberto entre os que em Coim- vida luctando pela regeneração na-<br />

x<br />

co Frazão cumpriu honradamente o bra se entregam ao estudo da ar cional andam para ahi a pedir a<br />

seu compromisso, eas obras que de- cheologia artística, e os que se ga- Carta e outras intrujices, seguros<br />

Negocios d'Africa embrulhados.<br />

pois se fizeram foram approvadas bam de tudo fazer bem, sem saber de que assim nem perderão as boas<br />

Da índia, também.<br />

pela Commissão dos Monumentos Na- de coisa nenhuma, viesse generosa graças de ninguém e não correrão<br />

Inglêses na cosia.<br />

cionaes; e então não se comprehen- mente pôr-se ao nosso lado e aju- o risco de ir para a cadeia.<br />

Tudo se resolve, hão de vêr.<br />

de a commissão de syndicancia que dar-nos com a sua auctoridade, com<br />

Sim ! Hão de vêr o que nos le-<br />

Porque de levar pancada não<br />

veiu mais tarde, e que vinha por a força da sua penna.<br />

vam ...<br />

têm mêdo.<br />

J. M.<br />

isso approvar o que já approvára E não era a primeira vez que São avisados para fugir a tempo.<br />

ou o sr. director das obras publi- isso acontecia; tínhamos o direito<br />

x<br />

cas faltou ao seu compromisso, e de o esperar.<br />

Professor distincto<br />

então a Commissão dos Monumentos Quando eu no Instituto levantei Debate-se a questão de saber se Entre os alumnos que no lyceu<br />

d'esta cidade têm feito exame de<br />

Nacionaes, ha muito que devia ter um grito d'indignação contra as res- o Vasco da Gama pôde fazer uma latim destacaram-se, pelo conheci<br />

lhe pedido contas do seu proceditaurações que andavam a fazer-se viagem até Angola.<br />

mento que revelaram de tão difficil línmento,<br />

tanto mais que o sr. Fran na Ratalha e que toda a gente ad- Os competentes dizem que elle gua, os discípulos do nosso presado<br />

amigo revd.<br />

co Frazão, como mais tarde mosmirava, e que toda a gente louvava, pôde ficar sem carvão no alto mar.<br />

traremos, não séguiu as indicações o sr. Ramalho Ortigão delegado da Mas quem se importa com a|vida<br />

que lhe foram dadas pela primeira Commissão dos Monumentos Nacio- dos marinheiros em perigo ?<br />

commissão de syndicancia. naes poz-se ao meu lado, condemnan Não foi o Índia até Moçambique?<br />

Demais, a resolução da commis- do abertamente as obras, não ob E não se sabia que a cada mosão<br />

de syndicancia foi pouco pen- stante o ter querido abafar toda a mento podia perder-se?<br />

sada. O sr. director das obras pu discussão, usando da linguagem me- Não estava elle condemnado?<br />

blicas não podia consultar para nada nos cortez na própria Commissqo Quem se importa com isso?<br />

a Commissão dos Monumentos Na- dos Monumentos Nacionaes, o sr. Lu Os desejos do rei é que prendem<br />

cionaes, porque o sr. Franco Fra ciano Cordeiro.<br />

a attenção dos seus subordinados.<br />

zão não sabe escrever, ignora com- Custa-me que o sr. Ramalho Or- A vida dos marinheiros não é as<br />

pletamente a technologia artistica tigão não viesse, para ter a alegria sumpto que interesse a esses cava-<br />

não podia por conseguinte fazer-se de o ter mais uma vez ao meu lado, lheiros.<br />

perceber.<br />

ou para discutir com elle. Ha ini- Elles não dão dinheiro, nem pré-<br />

Era como se alguém se lembrasmigos que nos honram e ser-me-ia dios, nem outras coisas ainda mese<br />

de se dirigir a um medico pedin- mais agradavel discutir polidamenlhores ...<br />

do-lhe remedio para uma determi te com elle do que ter apenas de<br />

x<br />

nada doença diagnosticada por o avaliar as opiniões do sr. Luciano<br />

doente, sem saber medicina. Cordeiro que pela insolência da lin-<br />

O sr. Horácio Ferrari escreve<br />

O medico naturalmente ria-se. guagem e pela audacia da sua igno-<br />

num artigo do Paiz o seguinte:<br />

rância, só deve ser tratado a.. .<br />

0 José Ribeiro de Liz Teixeira.<br />

Todos os estudantes que leccionou<br />

tanto em collegios como particularmente,<br />

e que declarou habilitados<br />

para exame, ficaram approvados, obtendo<br />

seis d'elles distincçôes.<br />

Tão lisonjeiro resultado, quando por<br />

ahi se diz que os exames de latim<br />

têm estado diíllceis, prova d'um modo<br />

evidente a grande dedicação d'aquelle<br />

distincto professor pelo aproveitamento<br />

dos seus discípulos. E como o<br />

melhor premio de quem tão prolkien<br />

temente desempenha a ardua funcção<br />

do magistério é vêr coroado de bom<br />

êxito as suas incessantes fadigas, felicitamos<br />

cordealmente o revd. 0 CARTA DE NAMORO<br />

Não sei. Não sei se és tu...<br />

A procurar-te corri hoje a floresta.<br />

Ha tanto tempo que lá não ía!<br />

Os fetos, meus amigos, beijavamme<br />

os pés, os platanos, murmuravam<br />

em cima, e a abraçar-me iam-me<br />

afogando as madresilvas.<br />

Acabava o dia.<br />

O sol vermelho rolava ao fundo<br />

como um disco de cobre, roendo<br />

o dorso dos montes, e a terra mordida<br />

agitava-se e tremia na vibração<br />

da ullima caricia vermelha de prazer.<br />

No meio das arvores o ar era<br />

todo verde e leite, como o fundo<br />

da agua...<br />

Lembrou-me então o amor que<br />

eu tive por uma sereia que morava<br />

num palacio maravilhoso no fundo<br />

d'agua assim transparente e verde<br />

e puz-me a pensar em ti que eu<br />

não conheço e me dominas.<br />

Pouco a pouco ia-se sumindo<br />

o sol.<br />

Havia um nevoeiro verde apenas<br />

em baixo, pouco acima dos fetos.<br />

Ao alto no ceo já branco de<br />

prata insculpia-se negra a ramaria<br />

das arvores.<br />

Parecia-me que a todo o momento<br />

tu ias apparecer....<br />

Tu, que eu não conheço...<br />

Nasceu-me este amor, quando<br />

nasceram as flores, e andei toda a<br />

primavera a procurar-te, a sorrir a<br />

todas as flores, sem te encontrar.<br />

As flores começaram a amar-me...<br />

Começaram; que eu bem percebi.<br />

Um dia encontrei um lyrio a<br />

chorar, eas rosas deixavam-se cahir<br />

sobre o chão mortas damor, quando<br />

eu passada sem as ver, a procu-<br />

Liz Tei rar-te.<br />

xeira pelas approvações que os seus<br />

discípulos obtiveram.<br />

Julguei que tu morresses, quando<br />

morressem as flores, e andei a<br />

chorar com ellas, a espreitar a sua<br />

Bastir promovido nos dias 10,


mento, o teu sonhado corpo côr de<br />

rosa naquella atmosphera verde, em<br />

que hoje andei na floresta, não sei<br />

se a procurar-te se a fugir de ti...<br />

Coimbra, 22-VII-96.<br />

Marreiros Netto<br />

T. C.<br />

Este nosso prezado amigo e distincto<br />

correligionário, acaba de assentar<br />

banca de advogado em Silves.<br />

«Ao pais»<br />

A população de Cellas sequiosa<br />

conclama perante o país,— que a<br />

camara municipal de Coimbra tem<br />

recusado as providencias, que instantemente<br />

lhe tem dirigido, para<br />

ser abastecida da agua indispensável<br />

,ás suas necessidades.<br />

É o caso que a única fonte que<br />

alimentava a população parece ter<br />

sido desviada em beneficio d'uma<br />

propriedade particular, diz o manifesto<br />

!<br />

Os senhores vereadores muito<br />

commodamente sentados nas suas<br />

cadeiras, com as faxas a tiracollo,<br />

entendem que, por não terem alli á<br />

mão a vara de Moysés, lhes cumpre<br />

fazer ouvidos de mercador 1...<br />

D'ahi a justa indignação dos 53<br />

signatarios, que terminam a exposição<br />

da sua justiça com estas palavras<br />

memoráveis:<br />

«É uma verdadeira selvageria que a<br />

camara municipal de Coimbra condemne<br />

a morrer á sêde os habitantes de<br />

Cellas I»<br />

(<br />

E tem carradas de razão 1 Mal<br />

se comprehende este desprendimen-<br />

to, com que a camara encara esta<br />

questão momentosa para o bem estar<br />

e saúde publica.<br />

Associação Commercial<br />

Reuniu hontem á noite esta Associação<br />

afim de lhe ser presente o officio<br />

da direcção do caminho de ferro da<br />

Beira-Alta, em resposta ao que lhe<br />

havia sido dirigido ha mêses pedindo<br />

o estabelecimento d'um comboio transway<br />

entre a Pampilhosa e Luso.<br />

A companhia da Beira promptifica-se<br />

a estabelecel-o ás quintas e domingos<br />

desde que a Companhia Real accorde<br />

também nisso. 0 que cremos se dará,<br />

pois era esta a única difíiculdade que<br />

ella apresentava".<br />

21 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Í0 DâS GALÉS<br />

XIV<br />

H O rapto<br />

Tomou-a nos braços e desceu as escadas.<br />

Abriu a porta e fechou-a com cuida-<br />

do e caminhou acompanhado por Lebigot,<br />

emquanto que os outros homens<br />

se dispersavam.<br />

— Tiveste uma feliz idêa em subir<br />

pela janella, disse Lebigot, assim evitaste<br />

barulhos.<br />

Chegaram junto da carruagem.<br />

Lebigot subiu para junto do cocheiro.<br />

— Á Pont Neuf, disse.<br />

Villedieu collocou sua mulher ao seu<br />

lado e tirou-lhe o lenço.<br />

— Não ha necessidade de que morra<br />

abafada.<br />

M. me de Villedieu não despertou durante<br />

o trajecto.<br />

Cbegandp á esquina da rua Monnaie,<br />

M. de Villedieu desceu, e pegando em<br />

sua mulher, com os seus braços robustos<br />

transportou-a para sua- casa. Era<br />

Uma hora da manhã e M. de Villedieu<br />

encontrou apenas um par muito occupado<br />

de si proprio para se occupar<br />

dos outros.<br />

Uma vez nos seus aposentos, M. de<br />

Villedieu correu os fechos de segurança<br />

que tinha mandado coilocar e des-<br />

UNIVERSIDADE<br />

Faculdade de Direito<br />

A faculdade de Direito reunida hontem<br />

em congregação final conferiu as<br />

seguintes classificações aos seus alumnos<br />

:<br />

1 A N N O — 1distincto — Antonio<br />

Henriques Gomes.<br />

2.° distincto — Manuel Isaías Abúndio<br />

da Silva.<br />

Distinctos sem gradação—Alberto Pinheiro<br />

Torres, Augusto Cesar Correia<br />

d'Aguiar, José Ferreira da Silva e Sá,<br />

e Arthur Anselmo Ribeiro de Castro.<br />

2.° ANNO — Accessit — Antonio Luiz<br />

Netto, Joaquim Pedro Martins.<br />

Distinctos — Alfredo d'Almeida, Bernardo<br />

Ferreira Gomes de Pinho, José<br />

Antonio Alves Ferreira de Lemos Júnior,<br />

José Maria Vilhena Barbosa de<br />

Magalhães, José Marques, Luiz Antonio<br />

Vieira de Sousa Lemos, Patrício Eugénio<br />

Mascarenhas Júdice, e Macario da<br />

Silva.<br />

3.° ANNO—1.° distincto—Carlos<br />

Fuzzetta.<br />

Distinctos sem gradação — Augusto<br />

Angelo Villela Passos, Manuel Augusto<br />

Granjo, e Antonio Peixoto Correia.<br />

4.° ANNO — Premio—José Maria Joaquim<br />

Tavares.<br />

Accessit — José Alberto dos Reis.<br />

1.° distincto — Eduardo d'Almeida<br />

Saldanha.<br />

2.° distincto—Antonio Corrêa Teixeira<br />

de Vasconcellos Portocarrero.<br />

3."distincto—Accacio Mendes de<br />

Magalhães Ramalho.<br />

4.° distincto — Joaquim Festas Picanço.<br />

5.° ANNO — Accessit—Abel Pereira<br />

d'Andrade.<br />

Relação dos doutorandos que fizeram<br />

acto de licenciatura e dos bacharéis<br />

que concluíram a sua formatura na<br />

faculdade de Direito, no anno lecti-<br />

vo de 1895 a 1896.<br />

LICENCIADOS<br />

Francisco Joaquim Fernandes, M. B.,<br />

16 valores.<br />

José Ferreira Marnoco e Sousa, M.<br />

B., 16 valores.<br />

Alvaro da Costa Machado Villela, M.<br />

B., 16 valores.<br />

BACHARÉIS FORMADOS<br />

RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />

Augusto Francisco de Assis, B. 11.<br />

Abilio Duarte Dias d'Andrade, B. 11.<br />

Adelino Julio Mendes d'Abreu, B. 11.<br />

Alberto Augusto Leite Ribeiro. S. 10<br />

Alberto Ferreira Vidal, B. 11.<br />

Alberto Teixeira de Sampaio. S. 9.<br />

Albino Alves d'01iveira, S 9.<br />

Albino Antonio d'Almeida Mattos, B.<br />

11-<br />

Alfredo Martins Fernandes Nogueira,<br />

B. 14.<br />

Alipio Albano Camello, B. 13.<br />

Amadeu de Castro Pereira e Solla,<br />

B 12.<br />

Amadeu Fernando da Silva Pinto e<br />

Abreu. S. 10.<br />

Amadeu Gonçalves Guimarães, B.<br />

11.<br />

André João dos Reis, B. 11.<br />

André Lopes da Motta Capitão, S. 8.<br />

Antão José d'Oliveira, B. 11.<br />

Antonio d'Almeida Dias, B 12.<br />

Antonio Carlos Alves, B II.<br />

Manuel Leite Marinho, S. 10.<br />

Antonio Joaquim Simões, S. 10.<br />

Antonio Nicolau Carneiro, B. tl.<br />

Daniel da Silva, B. 1 1.<br />

Antonio Rodrigues Mendes Moreira,<br />

S. 10.<br />

Arnaldo Augusto d'Almeida Bigotte<br />

de Carvalho, B. 11.<br />

Arthur de Mesquita Guimarães, B.<br />

11.<br />

Augusto Borges d'Oliveira, B. 11.<br />

Ausrusto Carlos Vieira de Vasconcelos,<br />

S 9.<br />

Augusto Cesar Ribeiro Lima, S., 8.<br />

Augusto Fernandes Correia, B , 11.<br />

Abel Pereira d'Andrade, M. B., 16.<br />

Augusto Lopes Mendes e Silva, S.<br />

11.<br />

Augusto d'01iveira Coimbra, B. 11.<br />

Benjamin Pereira d'Amaral Netto, B.<br />

11.<br />

Bernardino José Leite d'Almeida, B.<br />

11.<br />

Carlos Mesquita, B. 11.<br />

Cesar Augusto dos Santos, S., 10.<br />

Antonio Osorio da Fonseca, B., 11.<br />

Diogo João Mascarenhas Marreiros<br />

Netto, B. 12.<br />

Eduardo da Silva, S. 10<br />

Emilio Pereira de Sá Sotto Maior,<br />

S. 9.<br />

Fernando Maria de Sousa, S. 9.<br />

Fortunato d'Almeida Pereira d'Andrade,<br />

B 11.<br />

Francisco José d'Oliveira Valle, S. 8.<br />

Francisco Marques, B 11.<br />

Francisco Ramos da Cruz, S 10.<br />

Germano Lopes Martin, S. 10.<br />

Jayme Rebello da Costa Arnaud, S.,<br />

10.<br />

João de Bettencourt Barcellos Machado,<br />

S., 9.<br />

João Caetano da Fonseca Lima, B.,<br />

tl.<br />

João José Bragança de Miranda, B.,<br />

11.<br />

João Maria de Albuquerque de Azevedo<br />

Coutinho, B., 11.<br />

João de Passos de Sousa Canavarro,<br />

B., 11.<br />

João de Sampaio Freire d'Andrade<br />

de Sousa Cyrne, S., 9.<br />

Francisco Antonio Bayão Taquenho,<br />

B., 11.<br />

Joaquim Mendes, B., 11.<br />

Joaquim Nunes Borges Madureira de<br />

Carvalho, S., 10.<br />

Joaquim Telles de Menezes Vieira de<br />

Meyrelles, S., 11.<br />

José Agostinho de Figueiredo Pacheco<br />

Telles, S., 9.<br />

José Alves Pereira, S., 9.<br />

José Augusto Rodrigues Ribeiro, S ,<br />

10.<br />

José Ferraz de Carvalho Megre, B ,<br />

11.<br />

José Figueira d'Andrade, B , 11.<br />

José Maria da Silva, S. 10.<br />

José Pinheiro Mourisca Júnior, B.,<br />

11.<br />

José Teixeira Rebello, S., 8.<br />

José Vicente Madeira, B., 11.<br />

Julio Armando da Silva Pereira, S., 9.<br />

Leopoldo Augusto Cesar de Carvalho<br />

Sameiro, B., 11.<br />

Luiz Augusto da Fonseca Dinne, S.,<br />

10.<br />

Luiz Bettencourt de Medeiros e Camara,<br />

B., 11.<br />

Manuel d'Abrantes Moraes, B., 11.<br />

Manuel Cardoso Baptista, B., 11.<br />

Manuel Ferreira da Costa Amador<br />

Valente, S., 10.<br />

Manuel Joaqui-m d'Almeida, S , 8.<br />

Manuel Joaquim Vieira Júnior, B., 11.<br />

Manuel dos Passos de Freitas, S.,<br />

10.<br />

Manuel Pinto Pimentel, S., 9.<br />

Manuel da Silva Mendes, B., 11.<br />

Maximiano Maria d'Azevedo Faria,<br />

S , 10.<br />

Plinio Gomes Vianna, S , 10.<br />

Rufino Cesar Osorio Júnior, B., 11.<br />

Sebastião Ferreira de Carvalho, S.,<br />

10.<br />

Venâncio Jacintho Deslandes Corrêa<br />

Caldeira, S., 9.<br />

Viriato de Sá Fragoso, S., 10.<br />

Sebastião d'Avila Furtado, S., 7.<br />

Manuel Alberto Vieira Monteiro, S., 8.<br />

Antonio do Prado de Sousa Lacerda,<br />

S., 10.<br />

Miguel Corrêa Carneiro, S., 9.<br />

Manuel Bento da Rocha Peixoto, S.,<br />

10.<br />

Foi nomeado fiscal do imposto do<br />

sello para Coimbra o sr. Manuel Almeida<br />

Cardoso,<br />

Partiu para as Caldas da Rainha<br />

o nosso estimável amigo e conceituado<br />

negociante d'esta praça, o sr.<br />

Antonio Francisco do Valle.<br />

No districto de Bragança foram<br />

descobertas as primeiras manchas<br />

do mildiw, em Mirandella, numa<br />

propriedade do conde de Vinhaes<br />

e numas videiras junto á estação<br />

sericola.<br />

Festa do Senhor do Calvario em Gouveia<br />

Nos dias 6, 8, 9 e 10 do proximo<br />

mez de agosto têm logar as festas ao<br />

padroeiro de Gouveia, que este anno<br />

como se vé pelos programmas profu-<br />

samente distribuídos, devem ser imponentes.<br />

Préga a revd. 0 Conego Alves Mendes.<br />

• Ha bilhetes de ida e volta, a preço<br />

reduzidos na linha da Beira-Alta, e<br />

grande quantidade de carros para conduções<br />

dos romeiros da estação de<br />

Gouveia para a Villa.<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5.° anno de Direito, continiia<br />

a leccionar Historia, Geographia<br />

e Philosophia.<br />

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J. A. DA SILVA CORDEIRO<br />

A CRISE<br />

Em seus aspectos moraes<br />

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II. Paulino d'Oliveira<br />

Lente cathedratico de Zoologia e director<br />

do Museu zoologico da Universidade<br />

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COLLIGIDAS POR<br />

PEDRO TRAJANO<br />

COM UMA INTRODUCÇÃO POR<br />

J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />

Sahirá brevemente esta importante<br />

obra, que formará um volume em 8.°,<br />

de approximadamente250 paginas, nitidamente<br />

impresso em typo elzevir e<br />

optimo papel, com 50 paginas de musica.<br />

Preço por assignatura, 600; avulso,<br />

800 réis.<br />

Toda a correspondência deve ser dirigida<br />

á Imprensa Lusitana, Figueira<br />

da Foz.<br />

cerrou os reposteiros e cortinas, tirou o<br />

disfarce, retomando o aspecto de duque<br />

de Villedieu e occtipou-se da duquêsa<br />

Tendo apenas á sua disposição agua<br />

fresca, e como o desmaio da duquèsa<br />

se prolongasse, foi difflcil fazê la vol<br />

tar a si, o que lhe causava uma certa<br />

inquietação, quando, finalmente, ella<br />

abriu os olhos.<br />

— Vós f, disse ella com voz débil,<br />

quando recuperou os sentidos.<br />

— Eu, sim, disse o duque de Villedieu.<br />

Achaes isso extraordinário?<br />

Levantae-vos um pouco. Não ha motivo<br />

para desmaios por uma apparição<br />

tão natural.<br />

A duquèsa não tinha ainda forças<br />

para se levantar.<br />

— Afastae-vos de mim, disse.<br />

— E para que queres que me afaste<br />

de ti, Helene? Tu és minha esposa, o<br />

meu bem, o meu tudo. Posso fazer de<br />

ti tudo o que quizer. Disponho de tiá<br />

minha vontade. E de mais, ha tanto<br />

tempo que te não via, que estou apaixonado<br />

por ti, duquèsa.<br />

M. me — Zombo tão pouco, disse o duque,<br />

que quero provar-te o poder das mi<br />

nhãs palavras.<br />

— Se vos approximaes, senhor, grito<br />

por soccorro.<br />

— Oh! podeis gritar, senhora, tanto<br />

quanto quizerdes, porque ninguém vos<br />

ouvirá, estes compartimentos foram arranjados<br />

a proposito.<br />

— Onde estou eu, pois?, perguntou<br />

M.<br />

de Villedieu fez um esforço para<br />

se afastar de seu marido.<br />

— Ah I, disse ella, julgava-vos curado<br />

de vossa falsa paixão, senhor. Se<br />

me enganei, acreditaeque tomarei uma<br />

resolução deliberada maduramente.<br />

Não soffrerei jámais que a vossa mão<br />

se levante contra mim. Sabeis bem<br />

quanto vos odeio. Para quê, pois, foste<br />

procurar-me novamente?<br />

— Porque te anao.<br />

— É inútil a zombaria, disse a du*<br />

quèsa.<br />

me — As minhas jóias estão em segu- esperar modestamente a morte de vosrança.so<br />

tio. Vinde commigo, procurar esse<br />

— Veremos isso quando eu voltar. tio à Italia, e, quando a morte o levar<br />

— Não vereis nada.<br />

nós nos arranjaremos, dar-vos-hei in-<br />

— Podeis confessar que elle é vos teira liberdade; vós ficareis com todos<br />

so amante, qne isso me é indiferente. os Gribeauvals do mundo, e eu, guar-<br />

— Sei isso bem, podeis acreditar o darei os milhões.<br />

que quizerdes que nada me incommo- — Não serei eu que vos acompanhe<br />

da.<br />

á Italia.<br />

— Também me não cançarei a usar — Se eu vos não obrigar a obede-<br />

de Villedieu passando uma vista dos direitos que a lei me confere peceres-me. d'olhos pelos objectos que a cercavam. rante vós.<br />

— De nada vos serviria a vossa for-<br />

— Fistás em tua casa.<br />

— A lei dá-me também direitos de ça.<br />

— Eu não estou em minha casa pelo que eu usarei; senhor.<br />

— Senhora, disse Villedieu, pensae<br />

facto de vós habitares aqui.<br />

— A justiça estará mais pelo meu bem que eu que vos procurei é por<br />

— Ah ! és muito cruel duqueza, dis lado do que pelo vosso, disse Ville- que tenho aleun fim em vista. Possuo-<br />

se o duque apoderando-se de sua mu dieu, e é a ella para começar, que eu vos, e servi-me-hei de vós. Em quanto<br />

lher.<br />

devo o possuir-vos hoje; ou pelo me não realisar os meus planos não vos<br />

nos é á perfeitura da policia que se largarei. Quero a herança de vosso tio.<br />

Esta gritava e debatia-se. Mas não<br />

encarregou de procurar-vos, que eu Aqui sois minha prisioneira. As mi-<br />

podia retirar-se dos seus braços que a<br />

devo o conhecimento do vosso refugio. nhas precauções estão tomadas. Não<br />

apertavam como num torno. Lançou<br />

— Ah! é á policia que... Ah !.... vos largarei. Digo-vos isto porque não<br />

lhe as mãos â garganta e enterrou-lhe<br />

as unhas na pelle.<br />

Mas disseste á policia as torturas que serei o vosso carcereiro. É necessário<br />

me infligíeis, que me arrastavas pelos que eu parta ámanhã de manhã, mas<br />

— Seja, disse Villedieu, largando-a, cabellos, que me calcavas o peito com entrego-vos nas mãos d'um velho va-<br />

eu não quero mais que isto: O que eu o salto da bota?<br />

lente e fiel, que terá todas as attenções<br />

desejo, duquêsa, é conservar-vos aqui, ^Não.<br />

para comvosco, mas exercerá com au-<br />

a fim de que, logo que esteja de vol- — Eis abi, pois, o que eu vou dizer<br />

ctoridade o cargo de carcereiro, que<br />

ta d'uma pequena viagem que vou fa- à justiça.<br />

eu lhe confio, junto de vós. Quando<br />

zer, possamos ir juntos em procura de<br />

terminar os negocios que reclamam<br />

— Helene, se eu me arrependesse<br />

vosso tio.<br />

a minha presença, voltarei, e então ire-<br />

de tudo o que te tenho feito?<br />

mos chorando lagrimas de sangue, pro-<br />

— Eu não quero ficar aqui, senhor. — Oh! senhor, não fallemos nisso,<br />

curar vosso tio na ítalia. Deveis co-<br />

— Quereis voltar para junto de vos- rogovo-lo.<br />

nhecer-me já suflicientemente para saso<br />

amante ?<br />

— Na verdade, disse Villedieu, tenberdes<br />

que o que eu delibero cura-<br />

-—Eu não tenho amante, senhor. des razão, não vale a pena pensar em<br />

pro-o.<br />

— Perdão, M. Gribeauvaí...<br />

tal. Duquêsa, attendei no que vou di-<br />

—• É um amigo.<br />

zer-vos: Vendi toda a vossa mobilia e,<br />

— Oh! os amigos! Ê elle que tem graças ao vosso encarregado de nego-<br />

as vossas jóias ?<br />

cios, apurei apenas o suíflciente para


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excedentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA — Domingo, 26 de julho de 1896<br />

CALDAS DA FELGDEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

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Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos prepos Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

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Arrematação<br />

(2.<br />

13<br />

a publicação)<br />

No dia 2 do proximo mês<br />

d'agosto pelas 11 horas<br />

da manhã, á porta do Tribunal<br />

de Justiça d'esta comarca, pela<br />

execução hypothecaria que D.<br />

Anna Fortunata Morim Sequeira<br />

d'esta cidade, move contra Manuel<br />

Tejo Salvado e mulher, de<br />

São João do Campo, e que corre<br />

seus termos pelo cartofio do<br />

escrivão do 4." offlio, José<br />

Lourenço da Costa, voltam pela<br />

segunda vez á praça, e serão<br />

entregues a quem maior lanço<br />

offerecer além das quantias por<br />

que são postos em praça, que<br />

são metade dos valores em que<br />

foram avaliados, os prédios seguintes:<br />

Duas terças partesd'uma terra<br />

de semeadura com testada de<br />

pinhal, no sitio da Lomba limite<br />

e freguezia de São João<br />

do Campo, indivisas com Maria<br />

Julia Polonia, e vão á praça<br />

pela quantia de 5$000 réis.<br />

Uma terra de semeadura com<br />

algumas oliveiras e mais arvores<br />

de fructo no sitio dos Corracs,<br />

limite da Cioga freguezia<br />

de São João do Campo, paga o<br />

fòro annual de 12 alqueires de<br />

milho e 2 gallinhas ao dr. Joaquim<br />

Roxanes d'esta cidade, e<br />

vae á praça pela quantia de<br />

20)5230 réis.<br />

Pelo presente são citados<br />

quaesquer credores incertos.<br />

Verifiquei a exactidão<br />

O juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

VENDA<br />

Vende-se em COZELHAS<br />

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Redacção e Administração<br />

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João Maria da Fonseca Frias<br />

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Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

T/p. F. França Amai»—COIMBRA


•<br />

RODRIGUES DE FREITAS<br />

De novo a Democracia portuguêsa<br />

se veste de crepes pela morte<br />

d'um dos seus mais gloriosos e austeros<br />

apostolos!<br />

Rodrigues de Freitas desde antehontem<br />

que pertence á posteridade;<br />

e esta noticia levada a todos os cantos<br />

do país deverá fazer meditar,<br />

sob que fatídicos presagios se entenebrece<br />

o futuro da nação, que por<br />

tal fórma vae perdendo tantos dos<br />

mais puros e energicos batalhadores,<br />

dos mais aptos para o impulso<br />

das ideias, a agitação dos espíritos<br />

è o ressurgimento nacional!...<br />

Na galeria das poderosas personalidades<br />

da actualidade portuguêsa<br />

o vulto valetudinário d'este eminente<br />

cidadão resplandecerá, admi-<br />

lace fúnebre era previsto; os estragos<br />

progressivos da lesão cardíaca<br />

que lhe dificultavam a acção directa<br />

nos combates do partido, ao<br />

mesmo tempo lhe esgotavam as forças<br />

e minavam a existencia.<br />

Agora a sua memoria consagrada<br />

pelo respeito e pelo amor, que as<br />

suas virtudes inspiram, sobreviverá<br />

luminosa e inextinguível no reconhecimento<br />

das gerações.<br />

A imprensa do Porto tem dedicado<br />

a este acontecimento artigos<br />

que são o mais solemne reconhecimento<br />

e consagração dos brilhantes<br />

méritos, virtudes cívicas, simplicidade<br />

moral e elevação de caracter<br />

rado pela vasta illustração do seu<br />

do illustre finado; e os seus fune-<br />

saber como professor e publicista,<br />

raes foram cuidadosamente descri-<br />

e pela prudência e firmeza do seu<br />

ptos, com uma minuciosidade cari-<br />

procedimento e do seu conselho<br />

nhosa.<br />

como politico.<br />

Por sua vontade expressa, não<br />

Caudilho republicano, a elle per- teve as honras ostentosas do elogio<br />

tence um dos mais distinctos luga- e das pompas materiaes de convenres<br />

pela auctoridade da sua palação. Nem discursos, nem corôas.<br />

vra e do seu talento, pela popula- Quiz que a modéstia adoravel dos<br />

ridade do seu nome e pelo exemplo seus costumes e a simplicidade da<br />

d'uma vida immaculada de dedica- sua vida o acompanhassem até á<br />

ção e constancia aos sentimentos derradeira jornada. As flôres que<br />

sagrados da justiça e da Patria. lhe eram destinadas não figuraram<br />

O seu nome ficará sendo como no cortejo.<br />

um symbolo de purêsa de creança, Desde que o cadaver saiu da ca-<br />

de abnegação e de honestidade; um mara mortuaria, o préstito fúnebre<br />

protesto contra essa onda dissolven- foi augmentando constantemente,<br />

te de perversão moral, que de cima até que no cemiterio a agglomera-<br />

se precipita e arrasta os ambiciosos ção de pessoas foi computada em<br />

venaes, lançando a desanimação e numero superior a trinta mil.<br />

a descrença na alma dos ingénuos Todas as classes sociaes se acha-<br />

e dos timidos.<br />

vam largamente representadas: ho-<br />

Neste periodo de decadencia, em mens de lettras, associações popu-<br />

que a sociedade portuguêsa se prolares e agremiações politicas, etc.<br />

stitue numa almosphera de dupli- A impressão que o cemiterio ofcidades<br />

vis, de ambições illicitas e ferecia ao descer o ferelro á cova é<br />

de intrigas ignóbeis, a morte dos tocantemente descripto em quasi to-<br />

homens de tal estatura não repredos os jornaes.<br />

senta sómente uma catastrophe A concentração piedosa d'um sen-<br />

partidaria: é mais do que isso, portimento profundo que invadia todos<br />

que elles são como que os regula- os espíritos deu á cerimonia a imdores<br />

na exaltação tumultuosa das ponência excepcional e melancho-<br />

ideias e das aspirações.<br />

lica d'uma profunda desolação pu-<br />

Rodrigues de Freitas, intelligenblica.cia adestrada no profundo estudo O Porto, obedecendo ao impul-<br />

dos mais pondorosos problemas de so espontâneo da sua magua, sou-<br />

administração, dispunha d'uma diabe prestar as mais solemnés honléctica<br />

inquebrantável, revestida de ras fúnebres ao mais dilecto dos<br />

uma fórma attrahente e d'uma ener- seus filhos, ao insigne cidadão que<br />

gia colorida e sóbria.<br />

deixa no mundo pela actividade in-<br />

Na imprensa a vehemencia pertellectual do seu espirito e pela pusuasiva<br />

e lúcida das suas opiniões reza moral da sua honestidade uma<br />

e da sua palavra desnorteava os lição salutar para o eterno aper-<br />

adversarios e vencia pela persuasão feiçoamento dos seus semelhantes.<br />

imponente. Na tribuna parlamentar<br />

e nos cbmicios accudiu sempre em<br />

x<br />

defêsa dos interesses do país e do<br />

respeito á liberdade; e no calor dos A imprensa avançada é unanime<br />

debates a sua palavra mantinha-se em prestar ao illustre morto a mais<br />

sonora e severa, com desassombro e eloquente homenagem; e o que é<br />

audacia, por sobre as borrascas e os mais, na imprensa monarchica, sem<br />

alaridos dos facciosos.<br />

distincção de côres, são-lhe dedica-<br />

Pesde muito tempo que o desendas palavras justas, dicladas pela<br />

sinceridade que a parcialidade partidaria<br />

não foi capaz de suffocar, e<br />

que provam quanto é funda e sentida<br />

a sympathia immensa e o prestigio<br />

do seu nome.<br />

Transcrevemos, inteiramente ao<br />

acaso, de varias folhas alguns períodos<br />

palpitantes, escriptos sob a impressão<br />

do acontecimento.<br />

x<br />

Da Voz Publica:<br />

«É morto Rodrigues de Freitas I<br />

Tão nobre e immaculada foi a sua<br />

vida; tão alto e puro o seu exemplo,<br />

tão funda a sua fé, tão proveitosa a<br />

sua doutrinação, que pronunciar o nome<br />

d'esle cidadão benemerito e pres-<br />

tantissimo á causa republicana, o mes-<br />

mo é que fazer-lhe a historia, o panegyrico,<br />

a consagração.<br />

Está nisto a razão" e a immortalidade<br />

da nossa causa. Os nossos mortos<br />

levantam-se na unanimidade ritual de<br />

uma apotheose de amor, de respeito,<br />

de enthusiasmo: os pisos, sepultamse<br />

como entulho. Para os nossos, é a<br />

Historia um novo reabrir das nossas<br />

maguas, um accordar das nossas saudades,<br />

uma confirmação do nosso culto:<br />

para os vossos, o maior favor da<br />

Posteridade e o esquecimento.<br />

Portanto, enterrámos os nossos mortos,<br />

mas caminhêmos sempre, sempre,<br />

na segurança de uma causa santa, que<br />

não em nenhum pacto, em nenhum<br />

conluio secreto, em nenhuma convenção,<br />

mas sim na própria alma humana<br />

tem fundamento.<br />

Como a luz do sol não se apagaria,<br />

ainda quando toda a Humanidade fosse<br />

cega, assim a razão eterna da Causa<br />

Republicana sobrevive e sobreviverá<br />

sempre a todos os desastres e a todos<br />

os cataclysmos.»<br />

De O Paiz:<br />

«Caminhámos para uma situação em<br />

que será necessário expêr a própria<br />

vido para salvar a Liberdade e preparar<br />

novos dias de felicidade para a nação<br />

portuguêsa.<br />

Pois bem: caminhêmos para esses<br />

grandes dias com os olhos nos exemplos<br />

que os grandes republicanos nos<br />

deixaram, com os seus nomes no coração<br />

e procurando imitá-los pelo estudo,<br />

pelo trabalho, pela fé nos princípios,<br />

pela coberencia e pela devoção<br />

civica.»<br />

Da Vanguarda:<br />

«A morte de Rodrigues de Freitas è<br />

uma das maiores desgraças que tèem<br />

ferido o partido republicano.<br />

Com elle se apagou uma das luzes<br />

mais brilhantes e firmes que nos era<br />

guia no caminho sombrio da politica<br />

portuguêsa, e que, em segredos dos<br />

mais discretos, norteava novos e velhos<br />

no caminho mais curto e mais<br />

suave. Nas rumas d'aquelle corpo esplendia<br />

o melhor espirito, d'aquelles<br />

que são luz e calor, para os que a impaciência<br />

cega, e para os que as desillusões<br />

desalentam.»<br />

Do Primeiro de Janeiro:<br />

«A sua vida de homem publico,<br />

como deputado que foi em varias le-<br />

gislaturas, como professor e como jornalista,<br />

foi um protesto vivo contra<br />

esta deliquescencia gangrenosa em que<br />

caiu a nossa sociedade.»<br />

Do Correio da Noite:<br />

«Defendia com vigor as suas ideias<br />

politicas, em que sempre foi intransigente,<br />

mas sabia manter-se â altura<br />

do seu nome e da sua posição. Como<br />

deputado republicano em varias legisaturas,<br />

honrou o partido que representava.»<br />

Do Repórter:<br />

«José Joaquim Rodrigues de Freitas<br />

era, sem contestação, uma das primeiras<br />

intelligencias do país. Militava na<br />

vanguarda do partido republicano, que<br />

nelle perde um dos seus membros<br />

mais honrados e dignos. Mas a sua<br />

acção nesse campo politico manifestára-se<br />

sempre peia discussão das questões<br />

doutrinarias».<br />

Da Nação:<br />

«Ainda que muito afastados em doutrinas<br />

religiosas e politicas do finado,<br />

admirámos-lhe seu fecundo talento e<br />

fazíamos justiça á sinceridade das<br />

suas crenças».<br />

Da Tarde:<br />

«Nós, que politicamente sempre militámos<br />

em terreno opposto, não podemos<br />

deixar de curvar a cabeça perante<br />

o feretro do illustre'morto, reconhecendo<br />

com sincero e leal sentimento<br />

que com Rodrigues de Freitas desappareceu<br />

um dos homens de intelligencia<br />

e de honra do nosso país».<br />

Do Diário de Noticias:<br />

«A noticia da sua morte, que foi<br />

assás dolorosa para nós, ha de ser<br />

verdadeiramente cruel para o Porto,<br />

onde elle tinha bom numero de amigos<br />

e admiradores; e onde elle, desde a<br />

juventude, fizera brilhar com grande<br />

esplendor o seu bello talento. Era um<br />

ornamento na academia polytechnica,<br />

como o fôra na imprensa e na tribuna<br />

parlamentar.<br />

Do Diário lllustrado:<br />

«Com a morte do sr. dr. Rodrigues<br />

de Freitas, desapparece não só um dos<br />

vultos mais notáveis do partido republicano,<br />

mas também um filho illustre<br />

de Portugal, um filho que o soube<br />

honrar sempre, pela elevação do seu<br />

talento, pela nobreza do seu caracter<br />

e pelos primores da sua fidalga educação».<br />

X<br />

As restaurações artísticas<br />

EM<br />

C O I M B R A<br />

I I I<br />

Ora, não vá esquecer o sr. Luciano<br />

Cordeiro...<br />

Não conheço pessoalmente o sr.<br />

Luciano Cordeiro; mas, desde muito<br />

novo, estou habituado a rir-me<br />

d'elle, mesmo sem o conhecer.<br />

A convivência com a familia<br />

Quental iniciára-me, ha muito, na<br />

pathologia d'aquelle espirito, e fizera-me<br />

conhecer a troça que lhe<br />

fizera o bom Ànthero, castigando<br />

fundo as suas p retenções de critico<br />

e de erudito, cobrindo-o d'um ridículo<br />

que ainda dura hoje.<br />

Nos ateliers por onde ando, pintores<br />

e esculptores nunca fallaram<br />

diante de mim no sr. Luciano Cordeiro<br />

que não fosse para se rirem<br />

das suas opiniões, j)ara contarem<br />

casos sempre novos, e sempre divertidos,<br />

em que o tem mettido a<br />

pretensão de conhecer tudo e de<br />

tudo saber.<br />

Nunca fallei do sr. Luciano Cordeiro<br />

a,um poeta, a um romancista<br />

ou a um critico, que não começasse<br />

logo a ouvir uma série intermi-<br />

nável d'anedoctas, coisas que s. ex. 1<br />

fez a sério, e fazem rir a gente.<br />

Ha muito que eu me rio do sr.<br />

Luciano Cordeiro sem o conhecer.<br />

Num d'estes dias vi-o; e reconhe-<br />

ci-o d'uma caricatura do Antonio<br />

Maria em que o Bordallo Pinheiro<br />

me fizera rir da sua figura, como os<br />

outros me haviam habituado a rir<br />

do seu espirito.<br />

Neste furor de troça, com que se<br />

tem corrido Luciano Cordeiro, nada<br />

se tem poupado.<br />

O seu nome tem-se orthographado<br />

Luciasno; tem-se encontrado explicações<br />

as mais extravagantes para<br />

o genese do seu queixo que alguém<br />

comparou já á queixada com que<br />

Samsão matou os phylisteus.<br />

São coisas de máu gosto, e que<br />

trazemos apenas para fazer vêr que<br />

A Resistencia solicitou do sr. dr. não somos o primeiro a achar o sr.<br />

Nunes da Ponte e Jayme Filinto Luciano Cordeiro falto de compe-<br />

que a representassem no sahimento<br />

fúnebre.<br />

tência para a alta missão que lhe foi<br />

confiada. Deixaremos todo o passado<br />

de s. ex.<br />

A commissão municipal republicana<br />

de Coimbra foi representada<br />

pelos srs. dr. Duarte Leite e Forbes<br />

Bessa.<br />

a , que não conhecemos<br />

senão por ouvir dizer, para mostrar<br />

a sua incompetência apenas com<br />

casos dos nossos dias, coisas d'hontem.<br />

0 sr. Luciano Cordeiro é incapaz<br />

de comprehender uma obra de<br />

arte,


Mostra-o bem, o que elle disse<br />

da estatua de Teixeira Lopes que o<br />

país inteiro ainda ha pouco admirou.<br />

Quando a viu pela primeira vez,<br />

não teve uma palavra d'elogio, e<br />

aconselhou que a não levassem a Lisboa,<br />

que a mandassem logo para<br />

Coimbra.<br />

Diante da obra extraordinaria de<br />

Teixeira Lopes, vibrante da vida<br />

toda de Santa Isabel, vida de tormento<br />

passada na tortura, sempre<br />

a pacificar os outros, diante d'essa<br />

estatua que, como todas as grandes<br />

obras d'arte, impressiona tanto a<br />

alma ingénua dos simples, como a<br />

dos artistas que passam a sonhar o<br />

mesmo sonho darte, o sr. Luciano<br />

Cordeiro ficou sem emoção, discu<br />

tindo a frio, sem enthusiasmo.<br />

E elle o único. Os grandes criti<br />

cos do nosso país Joaquim de Vas<br />

conceitos, A. Arroyo e Fialho d'Al<br />

meida não tiveram senão palavras<br />

d'elogio, nenhum levantou uma censura-;<br />

só o sr. Luciano Cordeiro se<br />

lembrou, no meio do côro de louvores<br />

que em Lisboa se levantavam<br />

á obra do esculptor, de achar que<br />

a imagem da Rainha Santa era falta<br />

de verdade histórica, e de extranhar<br />

que o esculptor reputasse<br />

sem a authenticidade d'um retrato,<br />

a estatua jacente do tumulo que a<br />

rainha mandára fazer em vida, e se<br />

não tivesse servido do retrato pu<br />

blicado por o sr. Benevides ou mesmo<br />

do quadro existente na Sé Ve-<br />

lha.<br />

Analysemos este caso que vale<br />

a pena.<br />

Custa a comprehender que um<br />

homem só seja capaz d'accumular<br />

tantos erros na apreciação do mes<br />

mo facto historico.<br />

r<br />

E necessário desconhecer completamente<br />

á historia d'arte no nosso<br />

país para dar o valor d'um retrato<br />

a uma estátua jacente d'um<br />

tumulo do século xiv.<br />

O artista d'então não se preoc-<br />

cupava com a physionomia do personagem<br />

que tinha d'ésculpir, ten<br />

ta v a apenas representara dignidade<br />

que o investia, dando á physionomia<br />

as características do ideal da<br />

belleza do seu tempo.<br />

Por isso todas as physionomias<br />

gothicas se parecem, todas tem<br />

mesma fronte grande e proeminente,<br />

o mesmo lábio grande e vincado, a<br />

mesma boca pequena, o mesmo<br />

collo, o mesmo seio a mesma estatura.<br />

Basta comparar duas estatuas da<br />

mesma epocha, a de D. Vetaça e a<br />

da Rainha Santa, representando<br />

pessoas de países tão differentes,<br />

apenas eguaes no berço, para se<br />

ficar convencido da verdade d'este<br />

acerto. As representações iconicas<br />

dos antigos personagens são apenas<br />

um elemento valioso para a historia<br />

do costume.<br />

Quem já tenha assistido á abertura<br />

d'um tumulo, e tenha podido<br />

estudar o cadaver, e comparal-o<br />

Com a estatua jacente que o representa,<br />

tem-se confirmado cada vez<br />

mais nesta opinião.<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

Ao retrato do sr. Benevides<br />

ninguém tem até hoje reconhecido<br />

a authenticidade d'um documento<br />

comtemporaneo de Santa Isabel.<br />

Centenario da índia<br />

Hontem consorciaram-se em S. João<br />

d'Almedína o sr. Augusto Raphael<br />

Garcia d'Araujo e a ex. ma sr. a D. Etelvina<br />

de Oliveira, Diba do conceituado<br />

industrial, desta cidade, sr. Raphael<br />

Rodrigues de Oliveira.<br />

Carta de Lisboa<br />

Porque muitos indivíduos que<br />

usam certo nome não se confundem<br />

com elle. Passa-lhe.s como uma<br />

alcunha.<br />

E esta a differença entre o charlatanismo<br />

e a dignidade.<br />

x<br />

As festas commemorativas da<br />

descoberta d'aquella mesma índia, Lisboa, 28 de julho de 1896.<br />

onde um Affonso de Albuquerque<br />

O argumento de mais força que de montra de algibebe, com o ap Comprehendem que hoje nao<br />

se tem apresentado é a sua seme- plauso do actual governo, está, nes- posso fallar-lhes senão da morte de<br />

lhança com a estatua do tumulo. te momento, fuzilando descripcio Rodrigues de Freitas.<br />

nariamente súbditos portugueses Não foi uma surpreza como<br />

Uma accusação dirigiam a Rodri-<br />

para, pelo terror, fazer calar recla de José Falcão.<br />

Ora esta semelhança nada prova;<br />

gues de Freitas: — A de não ser<br />

maçães e protestos, vão de mal Sabia-se que eslava perdido ha<br />

porque a estatua jacente não pode<br />

revolucionário. Em que termos en-<br />

peior!<br />

muito tempo e todos se admiravam<br />

tendiam esses accusadores ignorados<br />

ser um retrato, como já dissemos. E a genuína leviandade portu de que vivesse ainda.<br />

a palavra revolução? Eu explico:<br />

gueza em acção!<br />

Por isso eu não começo a sentir dizerem-se revolucionários é uma<br />

Resta o quadro da Sé Velha. Gizou-se obra a capricho e a es a falta de Rodrigues de Freitas desculpa com que encobrem a sua<br />

O quadro da Sé Velha é uma<br />

mo; e immediatamente se annun desde hoje. Sinto-a desde que élle inutilidade para o estudo, para o<br />

ciou ao mundo um projecto de fes foi considerado perdido para nós,<br />

pintura do século XVII em que a<br />

saber, para o sacrifício obscuro,<br />

tas phantasticas, tudo que occorreu ha dois annos.<br />

para as responsabilidades de cada<br />

Rainha Santa está vestida á moda á imaginação dos visionários. Nin Eu não o conheci pessoalmente dia.<br />

do século XVIII...<br />

guem se preoccupou com as despe o que não impediu de saber por<br />

Claro que nestas palavras defino<br />

zas loucas que essa faustosa exhi um dos seus Íntimos—José Falcão<br />

os revolucionários que se dizem e<br />

Ora o século XVII fica um pouco bição exigia.<br />

—quanto valia o seu espirito e o<br />

não o são.<br />

longe do século XIV em que viveu<br />

Ninguém estudou, nem calculou seu caracter.<br />

Não fallo dos que, tendo a mais<br />

orçamentos, nem determinou limi- O seu caracter. Eis aqui um caso<br />

a Santa...<br />

nobre concepção da revolta, compretes<br />

á folia.<br />

para considerar: Rodrigues de Freihendem<br />

a necessidade de homens<br />

E a repetição do que inalteravel tas era um professor brilhante. Na<br />

como Rodrigues de Freitas.<br />

O sr. Luciano Cordeiro que foi o mente tem succedido. Quando vêm sua especialidade, um erudito. Par-<br />

único critico que se revellou sem a Lisboa o rei de Hespanha, a exlamentar d'um alto valor, sem ar<br />

Porque elle não seria um revolu-<br />

emoção perante a bella obra d'arte posição d'arte ornamental, que cus- remetlidas fáceis que se transforcionário<br />

no sentido ardente da pala-<br />

de Teixeira Lopes, provou também<br />

tou 500 contos, estava orçada em mam, como as que sabemos, em<br />

vra. Mas era uma garantia para a<br />

50. E tudo assim!<br />

cobardíssimo retrahimento, nem ha<br />

obra da Revolução. .<br />

que não tem a erudição bastante<br />

Agora começam a apparecer vo- bilidades saloias de cynico e de<br />

x<br />

para comprehender uma obra hiszes prudentes, a temperar a fúria corrupto.<br />

Agora uma palavra sincera. Semtórica.<br />

vertiginosa da pandega patriótica Era correcto na expressão, ao<br />

pre que nos morre um grande chefe<br />

I^este sentido uma carta do sr rpesmo tempo nobre e simples<br />

como succede agora, o desanimo<br />

Um facto recente prova que o Thomaz Ribeiro publicada no Fo- —o que é d'uma difficuldade ex-<br />

abate os mais sinceros e os mais<br />

sr. Luciano Cordeiro é incapaz de<br />

pular é louvável de bom senso. traordinaria, quando não está no<br />

convictos.<br />

Propõe o adiamento das festas, e temperamento do individuo. Mas a<br />

avaliar bem uma restauração artís-<br />

É uma doença nacional que deriva<br />

a reducção d'ellas á proporções le sua correcção, exactamente porque<br />

tica.<br />

do nosso messianismo.<br />

gitimas e modestas d'uma simples derivava da delicadeza e da digni-<br />

Num trabalho meu publicado no comroemoração nacional.<br />

dade de pensamento, era de rara<br />

Admiremos os grandes homens<br />

Instituto, eu mostrava a necessidade Áparte o fiasco, a proposta é ac- energia em todos os actos da sua<br />

como exemplos e façamos o que<br />

de estorvar as obras de restauração ceitavel. Mas, por isso mesmo, o vida. De fórma que este homem,<br />

devemos: — imitemo-los.<br />

que se andavam fazendo na Ba- governo ha de resolver-se a exce- intellectualmente superior, domina-<br />

Chora-los, só para usar d'elles<br />

der as verbas votadas!<br />

va antes de tudo pela sua auctori-<br />

como ornamento oratorio, para espetalha.<br />

E, em vez das miseráveis dezedade moral. D'ahirvinhaa sua força,<br />

culação, para argumento em ques-<br />

A Commissão dos monumentos nanas de contos que foram auclorisa- o seu prestigio. E logico. Na crise<br />

tiunculas, é ridículo e despresivel.<br />

cionaes resolveu por proposta de não das, ha de a nação largar 2:00( portuguêsa faltam os homens hon- E necessário respeitar os mortos.<br />

sei quem, mandar examinar as obras contos, que não ó para menos rados. O prestigio da dignidade, Recordemo-los só, procedendo como<br />

Foi nomeado o sr. Ramalho Orti- vasto plano da festança!<br />

affirmando-se em actos, sem osten- elles procederam. D'outra forma<br />

gão.<br />

Olaré II...<br />

tação e sem réclames ridículos, não os profanemos citando os seus<br />

domina acima de tudo.<br />

nomes.<br />

O sr. Luciano Cordeiro que não<br />

João de Menezes.<br />

Rodrigues de Freitas além d'isto<br />

assistiu á sessão, affirmou depois «A Republica» merece as minhas sympathias e<br />

que as obras se estavam fazendo<br />

meu respeito, porque desde que foi Partiu para a Figueira da Foz o nos-<br />

muito bem, e que o seu director ti- É o titulo d'uma folha de com- deputado republicano integrou as so prezado amigo, dr. Francisco Manso<br />

Preto, distincto professor do lyceu<br />

nha muita competencia, que elle bate que sob a direcção de João suas idêas politicas num principio de Coimbra.<br />

votava contra tal exame.<br />

Chagas, a partir do 1.° de agosto definido e combateu com doutrina,<br />

vem engrossar a phalange dos mais<br />

com argumentos, com factos, oppondo<br />

á monarchia a Republica. A sessão solemne para a entrega<br />

Ora o sr. Ramalho Ortigão con-<br />

energicos luctadores da imprensa<br />

Discutiu, affirmou-se, estabeleceu da espada oíferecida ao valoroso codemnou<br />

comnosco as obras da Ba-<br />

democratica.<br />

uma linha de proceder e desenvolronel Galhardo pela colonia portutalha<br />

em plena sessão da Commis- Aguardamos com impaciência a ver um critério. Assim não foi um guêsa residente no Amparo, Brazil,<br />

são conservadora dos monumentos na-<br />

apparição do novo legionário. chicaneiro, um intrujão de accordos, foi celebrada nas salas do Grémio<br />

um homem dos corredores. Foi um de Mallosinhos!<br />

cionaes, e ainda, ultimamente, nt) seu<br />

deputado republicano—combaten- Esta não lembra ao diabo!<br />

livro — O cidto d'arte em Portugal, Sarah de Mattos do a monarchia e defendendo a Alguns jornaes até occultam o<br />

voltou a tratar minuciosamente o<br />

republica.<br />

logar da entrega.<br />

A manifestação realisada no domingo<br />

assumpto, denunciando os erros que no cemiterio Occidental de Lisboa, na E porque era intelligente e por- Não havia no Porto: na casa da<br />

lá se tem commettido.<br />

transladação dos ossos da desventurada que não fora cúmplice de facto ou camara, no Palacio de Crystal, na<br />

criança victima da perversidade jesuí- de direito de quantas infamias se Bolsa, na Associação Commercial,<br />

tica, num coio de víboras, teve praticam tornou-se temido o que ou em qualquer outra, um salão dis-<br />

Vê-se pois que o sr. Luciano altíssima significação de protesto col-<br />

é muito, respeitado o que é mais. ponível ?<br />

lectivo e vibrante d'uma população<br />

Cordeiro como critico, está muitas<br />

inteira revoltada contra essa onda de Com estas qualidades venceu A parte oratoria correu super-<br />

vezes só...<br />

fanatismo, que ameaça asfixiar a socie- definitivamente.<br />

abundante e até o auctor da espa-<br />

Em Coimbra está sò com o sr. dade portuguêsa.<br />

Porque as victorias d'occasião da intendeu intervir com o descôco<br />

0 governo, por bajular a reacção do<br />

Director das obras publicas...<br />

'aceis de conquistar essas nada de banalidades e vivorio á familia<br />

paço, prohibiu o cortejo; mas a mani-<br />

valem. Servem aos cynicos, aos reall<br />

festação manteve-se tão imponente e<br />

solemne, como era necessário para nullos; mas passam depressa.<br />

E eis aqui como um alto pensa-<br />

Já cá faltava o sr. director das<br />

desaggravo dos sentimentos liberaes Rodrigues de Freitas não fez mento de galardão patriotico é pre-<br />

obras publicas...<br />

da nação.<br />

assim. Seguiu o seu caminho a dicado pela incomprehensão do<br />

Hoje é tarde, não pode ser, fica O facto, pela enorme multidão que direito; de forma que, sendo intel- apparato que exige!<br />

sanccionou e pela convicção que o<br />

para outra vez...<br />

dirigiu,—confessando-o todos os imigente, homem de sciencia e homem<br />

E não perde por esperar, sr. Diparciaes, — deveria prestar-se a medi- de bem fixou-se e dahi nunca foi Consta-nos que nos dias 14 e 15 do<br />

tações de prudência por parte dos que jossivel desvial-o, nem ahi foi posrector<br />

das obras publicas...<br />

proximo mez d'agosto ha no Theatro<br />

impellem essa invasão ultramontana, sível attacal-o.<br />

Príncipe D. Carlos, da Figueira da Foz,<br />

se prudência podesse encontrar-se nos<br />

T. C.<br />

Aos espíritos medíocres, aos va- 2 espectáculos d'assignatura pela trou-<br />

ambiciosos e medíocres que julgam<br />

dominar as idèas com os sabres da dios da galeria talvez nem sempre pe do theatro de D. Maria, de Lisboa,<br />

que anda em digressão pelo paiz.<br />

municipal!<br />

agradem.<br />

A empreza d'estes espectáculos é do<br />

Depois d'utna prolongada doen-<br />

Na verdade, para essa gente sr. F. dos Santos Lucas, actual arrença,<br />

succumbiu o sr. José Francisco<br />

elle não deixa uma figura de rethodatario do Theatro Príncipe Real, de<br />

da Cruz, activo e honrado indusrica,<br />

nem a memoria de certo con- Coimbra.<br />

rial-d'esta cidade.<br />

vívio fácil dos que buscam a popu-<br />

Ao seu consocio e genro, o sr.<br />

laridade.<br />

Manuel José Telles enviamos o mais<br />

sentido pezame.<br />

Mas deixou um nome seu, o que<br />

é diíficil.<br />

Acha-se na Figueira da Foz a banhos<br />

o nosso amigo João Gomes Moreira,<br />

conceituado commerciante d'esta praça,


O u L b a ,<br />

Um artigo do Temps, folha auctorisada<br />

pelas especiaes condições<br />

de informação, publicou um artigo<br />

que produziu uma impressão formidável<br />

no animo dos hespanhoes.<br />

A Hespanba esgota-se nesta lucta,<br />

e tudo leva a crêr que gravíssimos<br />

desastres lhe estão reservados,<br />

se persistir na politica orgulhosa,<br />

que lhe não deixa tentar medi-<br />

das de conciliação, por meio de reformas<br />

libcraes.<br />

x<br />

Continuam na Havana as prisões<br />

de pessoas suspeitas de cumplicide<br />

com os insurgenles.<br />

Foram presos o dr. Zertucha, exalcaide<br />

de Bejucal; um tenente de<br />

voluntários, chamado Garcia, e outros<br />

indivíduos.<br />

A columna Fondevicla teve um<br />

encontro, cujos pormenores são desconhecidos,<br />

porque no ministério<br />

da guerra, em Madrid, não facultaram<br />

á imprensa o telegramma official<br />

respectivo.<br />

Isto parece indicar que o resultado<br />

não foi favoravel ás armas hespanholas.<br />

x<br />

Em Carabatas foi morto o cabecilha<br />

mulato Venâncio Micado, depois<br />

de uma lucta corpo a corpo,<br />

com o tenente de voluntários Ramon<br />

Garcia.<br />

x<br />

signal a Lebigot, que passeiava no logar<br />

convencionado.<br />

M. me de Villedieu, vendo a janella<br />

aberta precípitou-se para diante, gritando<br />

:<br />

— SoccorroI soccorro I<br />

M. de Villedieu impelliu-a rudemente<br />

para o meio do quarto.<br />

— Vamos, poisl, disse elle. Vão julgar<br />

que estão aqui estudantes banqueteando<br />

se. Acompanhae-me. Vêdeseste<br />

gabinete escuro onde mandei coilocar<br />

um grande fauteuill Peço-vos perdão,<br />

mas é là que o meu amigo d'Esprignoles<br />

tem ordem de encerrar-vos, se não<br />

estiverdes socegada. Ê lá também que<br />

tendes de ficar quando elle quizer sair,<br />

a fim de não quebrares as vidraças.<br />

Metteu-a no gabinete, fechou a porta<br />

e foi esperar Lebigot.<br />

— Meu caro d'Esprignolles, disse<br />

pile de modo a ser ouvido por sua mu-<br />

RESISTENCIA — Segunda feira, 13 de julho de 1896<br />

Dr. Affonso Costa<br />

Coru sua ex. ma familia partiu para a<br />

Figueira da Foz este nosso muito presado<br />

amigo e distincto correligionário.<br />

As alterações que a Companhia<br />

dos Caminhos de Ferro Portuguêses<br />

faz nos seus horários só por deferencia<br />

e formalidade costumam<br />

ser apresentados á sancção do mi-<br />

nistro.<br />

Mas o sr. Hinlze que queria um<br />

apeadeiro á porta, marcou alteração<br />

para a paragem em Algés do<br />

rápido de Cascaes. Em vista do<br />

que a companhia prescindiu da reforma<br />

do horário.<br />

Por estas ninharias reveladoras<br />

de desmedida ambição se pôde avaliar<br />

da força absorvente da caranguejola<br />

!...<br />

UNIVERSIDADE<br />

Faculdade de Philosophia<br />

Esta faculdade reunida hontem em<br />

congregação final conferiu as seguintes<br />

classificações aos seus alumnos:<br />

Classiflcações<br />

1. A CADEIRA — Accessit: João Salema<br />

de Sousa Abreu Goveia, Anselmo<br />

Ferraz de Carvalho, D. Manuel d'Assis<br />

Mascarenhas, Pompeu de Meirelles Garrido.<br />

Distinctos: Antonio T. de Carvalho,<br />

Alexandre Sousa Pinto, Eduardo Nogueira<br />

Lemos, Ayres Alcoforado.<br />

2. a CADEIRA — Partidos: Alvaro da<br />

Silva Basto, Sidonio Bernardino Cardo-<br />

O lnlransigeant mette a ridículo so da Silva Paes, Eugénio Trajano de<br />

as reformas de Canovas, dizendo Bastos Guedes.<br />

que se resumirão no seguinte: de- Accessit: Antonio Francisco de Sousa.<br />

Distinctos: José dos Santos Alves,<br />

portação, garrote vil e fu-<br />

Antonio Aurelio da Costa Ferreira, Adalzilamento<br />

para os cubaberto Novaes de Carvalho.<br />

nos.<br />

ANALYSE CHYMICA — Distincto: Car-<br />

x<br />

los Braamcamp Freire.<br />

3.<br />

O Herdldo de Madrid, diz que<br />

durante o anno corrente já se tem<br />

gasto com a campanha de Cuba<br />

360 milhões de pesetas 1<br />

x<br />

Partiu de Barcelona para Cuba o<br />

vapor Antonio Lopez, conduzindo 21<br />

officiaes e 235 voluntários.<br />

Acha-se quasi restabelecido, o que<br />

sinceramente estimamos, o sr. Adelino<br />

Vieira, digno secretario da camara municipal.<br />

a CADEIRA— 1.° accessit: Antonio<br />

Francisco de Sousa; 2.°, José dos Santos<br />

Alves; 3.°, Rodrigo Affonso Alves<br />

de Sousa.<br />

1.° distincto, Eugénio Trajano de<br />

Bastos Guedes; 2.°, Pedro Bon de Sousa;<br />

3.°, Camillo C. Guimarães.<br />

4. a CADEIRA — Premio: Sidonio Bernardino<br />

Cardoso da Silva Paes.<br />

Accessit: José Joaquim Pereira dos<br />

Santos.<br />

Distinctos: Armando Augusto Leal<br />

Gonçalves, Arsênio Botelho de Sousa,<br />

José Carlos de Barros, Alfredo Machado<br />

e Costa, Antonio Alexandre F. Fontes,<br />

Aureliano Xavier de Sousa Maia,<br />

José Bernardino de Carvalho, Manuel<br />

Francisco Neves Júnior.<br />

gundo o que está combinado, tu lhe<br />

endiques outro bilhete que escreverei<br />

também.<br />

—-Bem.<br />

— 0 numero que elle tem ê, se bem<br />

5. a CADEIRA—Accessit: José Augusto<br />

Lobato Guerra.<br />

l. os distinctos: José J. Pereira dos<br />

Santos Motta, Jayme Pinto; 2. 0S , Alvaro<br />

de Lima Henriques, Antonio José de<br />

Sousa, Joaquina Hermano de Carvalho.<br />

6 a CADEIRA — Prémios: Alvaro da<br />

Silvo Bastos, Sidonio Bernardino Cardoso<br />

da Silva Paes.<br />

Distinctos: Alvaro de Lima Henriques,<br />

José J. Pereira dos Santos Motta, Armando<br />

A. Leal Gonçalves, Aureliano<br />

Xavier de Sousa Maia, Antonio Alexandre<br />

F. Fontes.<br />

7. a CADEIRA —Accessits: José A. Lobato<br />

Guerra, José Carlos de Barros.<br />

8. 1 CADEIRA—Premio: Alvaro da<br />

Silva Bastos.<br />

7. a E 8. a CADEIRA — Premio: Antonio<br />

Affonso Vellado Alves Pereira da<br />

Fonseca.<br />

Accessit: João Alexandre Lopes Galvão.<br />

I o distincto: José Henriques Lebre;<br />

2.°, Manuel de Mello Nunes Giraldes.<br />

Bacharéis formados<br />

Relação dos bacharéis que concluíram<br />

a sua formatura na faculdade de<br />

Philosophia no anno lectivo de 18Ç 5<br />

a 1896.<br />

Antonio Affonso Maria Vellado Alves<br />

Pereira da Fonseca, M. B. 20; Jayme<br />

Constantino Fernandes Leal, B. 11;<br />

José Henriques Lebre, B. 14; João<br />

Alexandre Lopes Galvão, B. 15; Joaquim<br />

José Cerqueira da Rocha, S. 10;<br />

Américo Manuel da Conceição Mattos<br />

dos Santos, B. 12; Manuel de Mello<br />

Nunes Giraldes, B. 13; José Araujo<br />

de Souáa Nasareth, S. 10; Alvaro José<br />

da Silva Basto, M. B. 20.<br />

Faculdade de Medicina<br />

Esta faculdade reunida hoje em congregação<br />

final conferiu as seguintes<br />

classificações aos seus alumnos.<br />

Classificações<br />

1.° ANNO — Premio: Jose de Mattos<br />

Sobral Cid.<br />

1.° accessit: João Evangelista Lopes<br />

Manita; 2.°, Manuel Gomes Filippe<br />

Coelho; 3.°, Antonio da Gama Rodrigues;<br />

4.°, Elysio d'Azevedo e Moura.<br />

I. 05 distinctos: Angelo Rodrigues da<br />

Fonseca, Joaquim José d'Abreu; 2. 0i ,<br />

Amândio Gonçalves Patil, Manuel de<br />

Lucena, Manuel Xavier Ribeiro Vaz de<br />

Carvalho.<br />

Premio Rarão Castello de Paiva: João<br />

Evangelista Lopes Manita.<br />

2.° ANNO — Premio: Albino Augusto<br />

Pacheco; 2.°, Luiz Augusto Leotte<br />

Ayer du Perier.<br />

1."' accessit: Alfredo Machado, Antonio<br />

Caetano d'Abreu Freire Egas<br />

Moniz; 2.°, Ernesto Rodolpho Alves (Te<br />

Castro.<br />

Distinctos: Augusto de Sousa Rosa,<br />

João Evangelista Soares da Cunha e<br />

Costa.<br />

3 ° ANNO — Premio: Luiz dos Santos<br />

Viegas.<br />

Accessit: Francisco Cardoso de Lemos.<br />

4 ° ANNO— 1.° premio: Antonio de<br />

Padua; 2.°, Antonio Olympio Cagigal.<br />

l.° accessit: José Rodrigues d'0!iveira;<br />

2.°, Manuel Vieira de Carvalho;<br />

3.°, João dos Santos Jacob; 4.°, Carlos<br />

Alberto Lopes d'Alraeida.<br />

l. os distinctos: Joaquim Luiz Martha,<br />

Benjamin de Sousa Teixeira, Diogo<br />

Barata Cortez; 2. ss , José Victorino da<br />

Motta, Luiz Antonio Trincão, Gualdim<br />

Antonio de Queiroz e Mello, e Joaquim<br />

Salinas Antunes.<br />

5.° ANNO — Premio: João Serras e<br />

Silva.<br />

Accessit: Arthur d'Azevedo Leitão.<br />

Distinctos: 1.° Guilherme Henrique<br />

de Moura Neves; 2.° João Avelino Pereira<br />

da Rocha; 3.° Manuel Antonio<br />

Martins Pereira; 4.° Alfredo Lopes;<br />

5.® Frederico Augusto Sanches Pereira<br />

de Moraes.<br />

Relação dos doutorandos que fizeram<br />

acto de licenciatura e dos bacharéis<br />

que concluíram^ a sua formatura na<br />

faculdade de Medicina no anno lectivo<br />

de 1895 a 1896.<br />

#<br />

Terminou o serviço na Universidade.<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão ordinaria de 16 de julho de<br />

1896.<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />

Vereadores presentes : —effectivos: arcediago<br />

José Simões Dias, José Antonio dos<br />

Santos, José Antonio Lucas, Albano Gomes<br />

Paes.<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão anterior.<br />

Tomando a camara conhecimento de um officio<br />

do chefe dos serviços da caixa geral dos<br />

depositos, dando conhecimento de que todos<br />

os precatorios para levantamento de importâncias<br />

pertencentes ao fundo de viação municipal,<br />

devem ser passados em papel sellado<br />

de taxa de 100 réis e ter pago o sello de um<br />

por milhar relativo á importancia deprecada;<br />

e de um outro officio do zelador chefe dos<br />

serviços da limpeza da cidade, participando<br />

diversas irregularidades que não permittem<br />

que o serviço da limpeza da cidade, se faça<br />

conforme os desejos da repartição.<br />

Auctorisou a acquisição de duas agulhetas<br />

tercidas e emplastos para concertos das mangueiras<br />

e reparos nas mesmas, e bem assim<br />

no carro do serviço dos incêndios; limpeza<br />

de um cano ao porto dos Bentos que recebe<br />

as aguas da rua da alegria; noventa e tres<br />

avenças para o pagamento de impostos indirectos<br />

do trimestre de julho a setembro do corrente<br />

anno; auctorisou o pagamento da côngrua<br />

parochial de Santa Cruz— 2$850 réis; salarios<br />

ao pessoal da limpeza da cidade 155^040 réis;<br />

material para o serviço da limpeza da cidade<br />

45$928 réis; execução de eanalisações d'aguas<br />

28#460 réis ; reparos da canalisaçSo em gerai<br />

e conservação de reservatórios 21 £073; limpeza<br />

da valia do nascente de agua no cerco do<br />

asylo dos Cegos em Cellas o£550 réis; reparação<br />

de bancos na Praça do Commercio réis<br />

8#705 ; reparação de calçadas e syphões nas<br />

ruas da cidade 5«8970 réis; conservação d'arvores<br />

3#360 réis; limpeza de ruas do jardim<br />

de Santa Cruz 3^000 réis; reparação de calçada<br />

na ladeira de Santa Isabel em Santa Clara<br />

33$510 rés.i<br />

Licenciado<br />

Attestou ácerca de algumas petições para<br />

subsídios de lactação a menores.<br />

Encarregou o vereador do pelouro respectivo<br />

de dar o seu parecer ácerca de uma proposta<br />

para o fornecimento de pão para o<br />

asylo dos Cegos om Cellas por preço mais<br />

Adelino Vieira de Campos de Carvalho,<br />

M. B. 16.<br />

baixo e de qualidade superior ao que actualmente<br />

é fornecido para o mesmo asylo.<br />

Mandou eliminar em virtude de reclamação<br />

Bacharéis formados<br />

do rol de imposto directo para 1897 o nome<br />

de um contribuinte.<br />

Adriano Luiz d'01iveira Pessa, B. 13.<br />

Despacoou requerimentos:—passando attestados<br />

de comportamento; auctorisando a eol-<br />

Antonio Agostinho Morão de Camlocação de letreiros e tôldos em estabeleeimenpos,<br />

B. 13.<br />

tos de commercio ; licenças a empregados da<br />

Frederico Augusto Sanches Pereira<br />

de Moraes, B. 14.<br />

João Avelino Pereira da Rocha, B. 14.<br />

Alfredo Lopes, B. 14.<br />

Antonio dos Santos Tovim, B. 12.<br />

Antonio Francisco de Paula, B. 13.<br />

Camara ; alinhamento sein occupação de terreno<br />

publico ; formação de andaimes para a<br />

pintura de uma casa; eollocação de signaes<br />

funerários no cemiterio da Conchada; abertura<br />

de boracos para postes em Santo Antonio dos<br />

Olivaes.<br />

Arthur d'Azevedo Leitão, B. 15.<br />

Ricardo José d'Almeida eSousa, B. 13.<br />

Accacio Julio Ferreira, B. 12. Manuel T. Pessoa,<br />

Guilherme Henriques de Moura Ne-<br />

estudante do 5.° anno de Direito, conves,<br />

B. 14.<br />

tinua a leccionar Historia, Geographia<br />

João Serras e Silva, M. B , 16.<br />

e Philosophia.<br />

Manuel Antonio Martins Pereira, B. 14.<br />

José Maria Cardoso, B. 13.<br />

José Maria da Silveira Montenero,<br />

B. 12.<br />

Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />

Lições de hygiene publica<br />

PELO<br />

DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />

PREÇO, 10000 RÉIS<br />

Á venda na Imprensa da Universidade.<br />

F. Fernandes Costa<br />

ADVOGADO<br />

Rua do Visconde da Luz, 50]<br />

22<br />

Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Ã0 DAS GALÉS<br />

XIV<br />

O rapto<br />

M. me lher, como eu o tinha previsto, a du- me recordo 312?, perguntou Villedieu — Consentis que vos abrace, Hèlè- gnac. Mandou metter as duas malas<br />

queza não quiz ser rasoavel, e, como pegando na penna.<br />

ne?, perguntou o duque soltando uma dentro do carro, e disse para o rapaz:<br />

necessito ausentar-me confio á tua — Sim.<br />

gargalhada, eu parto com demora de — Gare do Norte.<br />

guarda, na forma por que combinamos. — Aqui está, disse Villedieu, mos- alguns dias.<br />

— Gare do Norte, repetiu elle para<br />

Sei que és um cavalheiro incapaz de trando-lhe o bilhete:<br />

A duquèsa recuou.<br />

o cocheiro.<br />

abuzares da minha confiança parte,<br />

— Oh I, disse elle, eu não insisto. Apenas a carruagem se poz em mo-<br />

«Rogo ao proprietário do Grand Ho-<br />

pois, seguro de que cumprirás com os<br />

Girou sobre os calcanhares e saiu. vimento, M. de Villedieu cortou com<br />

tel o favor de entregar as minhas ma-<br />

teus deveres. A duqueza tem completa<br />

No palacio Saint-Michel, escreveu e uma faca o panno das malas e descolas<br />

ao carregador, n.° 312, portador<br />

liberdade nos seus aposentos, mas es-<br />

expediu um telegramma a Camard. Delou-o. Depois pegou numa esponja, la-<br />

d'este bilhete.<br />

tará sempre debaixo da tua vigilaccia.<br />

pois tomou um fiacre que passava no vou ao de leve a cotia que adheria<br />

Se ella se limitar a palavriado, deixa-a,<br />

Duque de Villedieu. t Caes e fez-se conduzir ao Grand-Hotel. aqui e alli e appareceram duas lindas<br />

de Villedieu deixou pender a mas se quizer escapar-r,e ou se gritar<br />

Pediu a sua conta.<br />

malas de couro. Atirou o panno fóra,<br />

cabeça sobre o peito. Sabia, na verda- de mais, encerra-a no gabinete escuro. — Serão talvez um pouco pesadas. — Deixaes definitivamente a Fran- espremeu a esponja, e accendeu um<br />

de, que a vontade de seu marido era Tu farás as compras necessarias para São os moveis que me restam, e que ça, senhor duque ?, perguntou o cai- cigarro.<br />

inflexível.<br />

as refeições; e também és tu que as eu não levarei commigo, disse Villexeiro. Chegando á gare do Norte, deu cin-<br />

Villedieu abriu a janella e fez um has de cosinhar, não serão primorosos dieu, mas tu as alliviarás de todos os<br />

— Sim, respondeu Villedieu, mas<br />

co fracos ao cocheiro, e entrou para<br />

os manjares, mas a minha ausência é papeis, com que farás três ou quatro não para sempre.<br />

um gabinete de toilette.<br />

curta! Quando tiveres de abandonar pacotes que deitarás no correio, diri-<br />

Alli, abriu o seu sacco de viagem,<br />

um momento que seja, é ainda no gagidos ao conde de Clairemont, posta<br />

— 0 boulevard vae sentir a vossa<br />

suspendeu da parede um pequeno esbinete<br />

que tens de encerra-la. Entre- restante, Roma. Os papeis esperarão là<br />

falta.<br />

pelho, cortou as suissas, pintou o rosmos<br />

na sala, tenho cousas a dizer te todo o tempo que eu quizer e ninguém<br />

O duque subiu ao seu aposento.<br />

to, passou pelos cabellos uma agua<br />

Eram oito horas da manhã.<br />

agora que a duqueza não deve ouvir. irá alli procura-los. É um asylo segu-<br />

que os tornou negros, poz um fino bi-<br />

Em alguns segundos metteu os ob-<br />

— Tens comtigo, preguntou Villero. Queimarás em seguida a mala que<br />

gode e uma pequena pera, muito nejectos<br />

que, na vespera, tinham sido<br />

dieu, apenas entraram, todos os do- nos acompanhou a casa de Koellen e<br />

gra, e artisticamente feita, e comple-<br />

roubados em casa de M. de Koellen,<br />

cumentos para provar que és o cava- lançarás os fechos nos esgotos. Entretou<br />

o seu disfarce pondo na botonicre<br />

em duas malas de panno.<br />

lheiro d'Esprignolles?<br />

garás cem francos a Camard, em paga<br />

o laço encarnado da Legião d'Honra.<br />

— Acompanha-me sempre.<br />

da corrida e de ter impedido que M. Fechou as suas roupas e os seus pa- — Aqui está como se desnorteiam<br />

—Emprestamos para fazer a minha Gribeauval viesse perturbar-nos dupeis em três outras malas e chamou o as rapozas... nada temo agora.<br />

viagem na Bélgica e na Hollanda.—Torante a nossa operação de hontem. rapaz.<br />

— Ora está, eu não vi entrar aqueldas<br />

as precauções são poucas. — Vou Villedieu abriu a porta dos aposen- — Rapaz, conduz estas maias. Esle cavalheiro, disse a velha que guar-<br />

mandar um bilhete a Camard, para elle tos de sua mulher.<br />

tou arrependido de ter despedido o dava os gabinetes.<br />

estar aqdi antes d'uma hora, com o — Senhora, apresento-vos o cava- fiacre que me trouxe. Vae-me buscar M. de Villedieu foi ao guichet e com-<br />

seu facto de carregador, para que, selheiro d'Esprignolles, vosso carcereiro. uma carruagem depressa. As três maprou um bilhete para Lille.<br />

0 cavalheiro saudou-a.<br />

las que aqui ficam, entrega-las-has ao<br />

-—Singular cavalheiro que acceita<br />

carregador, n.° 312, que ba de vir<br />

um tal papel, disse a duquêsa.<br />

aqui procura-las.<br />

[Continua),<br />

Espiignotleii fez um cumprimento M. de Villedieu poz ao tiracollo o seu<br />

mais rasgado ainda.<br />

sacco de viagem e um frasco de CQ


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas míneraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA - Quinta feira 30 de julho de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA [<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

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para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

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estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente aoestabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.% referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

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Correspondente Bisiliò ."Autíusto<br />

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Martins de Carvalho, u.° 45.<br />

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Fernão Pinto da Conceição<br />

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n.° 171 a 173 na rua de Ferreira<br />

Borges (Calçada) tendo<br />

uma boa sobreloja para habitação.<br />

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se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

agua, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. Éem sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

0 comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castanheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra,<br />

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Ferreira Borges<br />

8 A caba de chegar um gran-<br />

» de sortimento de leques,<br />

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e chinêses.<br />

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» res e magnificas lojas,<br />

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mesma casa.<br />

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o pagamento a praso mediante<br />

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v nove da manhã ás quatro<br />

da tarde.<br />

QUINTA<br />

4 17eude-se a da Concbada.<br />

• Na mesma se diz quem<br />

está auctorisado a receber propostas.<br />

Julião A. d'Almeida & C. a<br />

20—Rua de Sargento Mór—24<br />

TABOLETA<br />

lStTende-se uma que mede<br />

¥ tres metros de comprido<br />

por um de largo.<br />

Nesta redacção se diz quem<br />

a vende.<br />

Aos photographos<br />

COIMBRA<br />

3<br />

ftteste antigo estabeleci-<br />

« mento cobrem-se de novo<br />

guarda-soes, com bôas sêdas<br />

de fabrico português. Preços os<br />

mais baratos.<br />

Também têm lãsinhas finas<br />

e outras fazendas para coberturas<br />

baratas.<br />

Acaba de chegar á Pape- Receberam ultimamente um<br />

» laria Ceniral, rua do sortido de sarja de sêda de<br />

Visconde da Luz, um grande variadas côres, para guarda-<br />

sortimento de apparelhos para soes e sombrinhas de senhoras.<br />

photographia que vende d'agora 0 que ha de mais chic.<br />

em diante pelo preço dos catalogos<br />

mais commodos, porque<br />

se fornece directamente dos CAVALLOS<br />

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da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

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da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—JDeposito gerai:<br />

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de MonfAgraço.<br />

"BEsmmiA,,<br />

o<br />

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PUBLICA-8E AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEJRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

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'João Maria da Fonseca Frias<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 2^700<br />

Semestre 10350<br />

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Cada linha, 30 réis—Repeti<br />

ções, 20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />

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Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

Typ. F. França Amadt — COIMBRA


Cornasse recruta * /ILHÍ^^Í^F^^I ,;EPHEMERIDE<br />

'F^ » ». ,1 millipil 11ÍV » rvoi Í-V^C fi/in « I Á* I<br />

_ ; 1 I j II. •<br />

Verdadeiramenje assombroso o.<br />

que se está dando entre nós com a<br />

nomeação dos agentes do ministério<br />

publico, d'onde sáem por promoção,<br />

em que nem sempre e só<br />

por conveniências politicas se observa<br />

o principio da antiguidade, os<br />

j matura, -porque insignificante çv em<br />

gemi,*o lapso de* tempo qu£ medeia<br />

31 de julho de 1896<br />

èntré esta "e 3 concurso<br />

Morre de morte macaca, ás mãos<br />

Outra é a causa.<br />

do dictador de triste figura, a velha<br />

Suppondo que o jury dos con- carta constitucional.<br />

Carta Constitucional e seus Actos addicionaes,<br />

ou que incite á infracção das<br />

leis ou regulamentos, ou seja offensivo<br />

de algum dos poderes políticos, de<br />

qualquer corporação ou corpo collectivo<br />

que exerça funcções publicas, da moral<br />

publica, do decoro e honra dos funccionarios<br />

e dos particulares, ou que<br />

provoque manifestações contrarias á<br />

ordem publica, pôde ser apregoado nas<br />

ruas e logares públicos».<br />

As restaurações artísticas<br />

EM<br />

C O I M B R A<br />

cursos seja completamente imparcial<br />

na apreciação dos candidatos,<br />

Que susto!<br />

certo é que elle não pode formar<br />

juizo seguro ácerca do seu mereci<br />

Na ultima quinta feira, de tarde Sahirá, porém, no dia competente<br />

e á noite, esteve vigiado pela poli-<br />

com um dos dez títulos que tem<br />

mento com as provas que a lei exicia o collegio de Campolide, a fim<br />

habilitados, talvez:^ Marselhesa. A<br />

ge. D'ahi as mais flagrantes injus- de se evitar qualquer conflicto a pro-<br />

não ser que a Parreirinha tenha<br />

magistrados judiciaes. Até no retiças,<br />

as mais extraordinarias cias posito do anniversario da memoran-<br />

ordes do dictador da triste figura,<br />

crutamento dos membros do poder<br />

sificações, que teriam, como primeida<br />

procissão antonina.<br />

para ir affixando successivos editaes<br />

a proposito de cada um dos dez<br />

judicial, de cuja illustração e cara<br />

Seria melhor que a polieia vi<br />

ro resultado, desprestigiar a facul-<br />

títulos.<br />

cter depende a existencia e o des-<br />

giasse os cofres públicos e gazofidade<br />

de direito, nalguma considelasse os gatunos que lá mettem as<br />

Assim deve ser, pois é essa a<br />

involvimento de qualquer Estado<br />

ração se lhes ligasse.<br />

maos.<br />

opinião que Cergio ha dias vem<br />

porque são elles que dão vida á lei,<br />

expondo na sua mangedoura.<br />

A verdade, porém, é que nem o<br />

se está notando que, ao lado d'uma<br />

publico lhes liga importancia nem Diz o Tempo que «a policiar dei-<br />

legislação extremamente defeituosa<br />

o governo faz obra por ellas, no xou fugir um caro amigo do corre-<br />

Ministro á lébre<br />

ha o mais escandaloso favoritismo.<br />

gedor, que accumulava, com as Ainda mal apagados os fumos do<br />

meando d'entre os candidatos ap-<br />

A politica monarchica nada respei<br />

funcções de corretor e espião, as champagne com que os amigos do<br />

provados os "que têm melhores pro- qualidades de escroc e de mais Porto brindaram pelo Lyrio penden-<br />

ta, sujeitando tudo ás suas convetecções.<br />

O juizo que ácerca d'elles alguma cousa».<br />

te, filho dado á luz dentro d'um folniências.<br />

Vendo-se irremediável<br />

tenha formado a faculdade de Direi- Não é para extranhar que a poie, já nos chega a noticia de que<br />

mente perdida, parece apostada a<br />

licia assim procedesse para com um outros amigos de Paço d'Arcos, se<br />

to, que é sustentada á custa do Es-<br />

arrastar comsigo na quéda uma na-<br />

caro amigo do sr. corregedor. preparam'para nova paparóca, em<br />

tado, e as classiflcações que tenham<br />

ção que tanto tem aviltado. E con-<br />

Para os malandrins ao serviço honra do mesmo supra.<br />

obtido nos concursos, tudo isso lhes da corregedoria toda a protecçãol Em vista de tal affluencia, consta<br />

seguí-lo-ha, se por mais alguns an-<br />

é completamente indifferente<br />

que s. ex.<br />

nos podér^ desorganizar e corrom-<br />

Não,se nomeiam para agentes do<br />

per todas as instituições.<br />

• Incrível!<br />

w- - - - "O*<br />

ministério publico os individuos que<br />

No poder judicial já se estão sen-<br />

Chegaram a Lisboa nove crean-<br />

melhores garantias offereçam de<br />

tindo, em parte, os effeitos da deças,<br />

orphãs de funccionarios e mi-<br />

)em exercerem tão elevadas funcleleria<br />

influencia do actual regilitares,<br />

que estavam na escola de<br />

ções, mas os que, pelos suas idêas artes e oíiicios em Moçambique.<br />

men politico; e o modo por que se<br />

politicas e relações de parentesco Foi o governador d'essa provín-<br />

faz o recrutamento dos seus memcia<br />

o major Mousinho que, condoído<br />

ou de amizade com influentes políbros<br />

leva ao espirito de quem pen-<br />

do seu estado, e não julgando conticos,<br />

melhor sirvam os interesses<br />

sa no futuro do país as mais graves<br />

veniente a sua permanencia alli as<br />

d'um partido. E esse o único crité- repatriou.<br />

apprehensões. A muitas pessoas terio<br />

por que os governos se diri- Pois querem saber o que o<br />

mos ouvido dizer que, se se mantigem.<br />

governo pensa fazer destas infelizes<br />

ver o estado de coisas por alguns<br />

crianças?! h<br />

Não ha partido algum que não<br />

annos, o poder judicial virá a não<br />

Manda-las para a colonia agrícola<br />

considere as nomeações para os lo- de Villa Fernando que é destinada<br />

offerecer garantias algumas aos cigares<br />

de agentes do ministério pu- aos incorrigíveis.<br />

dadãos. E fundamento existe para<br />

Pasmoso!<br />

blico como um dos meios mais effi<br />

tão triste previsão.<br />

cazes de conquistar ou conservar<br />

Vejamos.<br />

correligionários. Só a isso se atten-<br />

Como habilitação especial para o<br />

de.<br />

exercício das funcções do ministé-<br />

Assim vão entrando no poder jurio<br />

publico, e portanto da magistradicial,<br />

pela porta do ministério pu<br />

tura judicial, exige-se a formatura<br />

blico, individuos que só por exces-<br />

em direito e a approvação num consiva<br />

benevolencia conseguiram uma<br />

curso, cujas provas são tão ridicuformatura<br />

em Direito com R R em<br />

I las como pasmosos os resultados, e<br />

quasi todos os annos e baixíssimas<br />

que parece até especialmente desti-<br />

informações. E serão elles que ámanado<br />

a annullar as informações que<br />

nhã se sentarão numa cadeira de<br />

sobre o mérito litterario dos alu-<br />

juiz, de desembargador da Relação<br />

mnos são dadas pela faculdade de<br />

indo alguns até ao Supremo Tri-<br />

direito. E na verdade, quem conbunal<br />

de Justiça<br />

frontar as classiflcações obtidas nos<br />

Assim se vae desacreditando a<br />

concursos com essas informações,<br />

instituição social de que mais dire<br />

verá que raras vezes succede haver<br />

ctamente dependem os direitos dos<br />

correspondência entre ellas, dan-<br />

cidadãos I<br />

do-se até por vezes o extranho caso<br />

E tudo se faz d'animo leve, pen-<br />

de serem os que a faculdade collosando<br />

só no dia d'hoje!<br />

cou em ultimo logar os que no concurso<br />

obtêm o primeiro.<br />

a Apezar do grande numero de restaurações<br />

emprehendidas neste século<br />

em toda a Europa, não ha uniformidade<br />

d'opiniões sobre a orientação<br />

artística a que devem subordinar-se.<br />

vae supprimir, por inútil,<br />

a cozinheira.<br />

Consta a uma folha da capital<br />

que o sr. conde de Burnay offereceu<br />

os seus serviços incondicionalmente<br />

á commissão encarregada da<br />

exposição industrial por occasião<br />

do Centenario da índia.<br />

Vamos ter exposição de virgens<br />

da Madragoa e annexos.<br />

João trata de ti!...<br />

Pelo ministério da fazenda foi<br />

declarado que os prelados diocesanos<br />

estão isentos de contribuição<br />

industrial pelos emolumentos a que<br />

têm direito.<br />

Venha de lá mais isso!<br />

Partido republicano<br />

Já não sáe com o titulo com que<br />

foi annunciado A Republica o novo<br />

jornal de combate do nosso prezado<br />

collega João Chagas,<br />

Obsta a isso o recente Ukasse,<br />

Refere um periodico que a policia do sr. Segurado Interino, que no §<br />

de emigração continua fazendo excel- I<br />

lente serviço no Porto!<br />

Esta noticia faz-nos lembrar o caso<br />

da que antes de o ser jd o era.<br />

o Sar ah de Mattos<br />

Tem continuado a grande mani-<br />

'estação junto do tumulo da infeliz<br />

Sarab de Mattos, a victima dos<br />

esuitas, a quem a celebre irmã Colecta<br />

envenenou no convento das<br />

Trinas.<br />

Desde domingo que homens, mulheres<br />

e creanças vão ao cemiterio<br />

levar flores á pobre Sarah, tão cedo<br />

roubada á vida.<br />

Este protesto unanime do povo<br />

de Lisboa mostra que todos os que<br />

são honrados e dignos repudiam a<br />

protecção que os altos poderes do<br />

estado estão dispensando aos jesuítas.<br />

Continue o povo a mostrar-se<br />

energico, que o futuro pertence-lhe.<br />

A attitude sympathica com que<br />

os socialistas defendem a creança<br />

atacada pelos abutres tem merecido<br />

o respeito de todos.<br />

Continuem assim, e em pouco<br />

tempo o seu partido ha de impôrse,<br />

e tem de ser attendido.<br />

O caso de «escroquerie»<br />

Consta que está afinal averiguado,<br />

pelas investigações a que o chefe<br />

Aguiar da policia de Lisboa tem<br />

procedido, e especialmente pelo depoimento<br />

do sr. Anahojr, que<br />

Segismundo do Carmo e Eduardo<br />

Ignacio da Costa Almada, burlaram<br />

a sr.<br />

, do artigo 2.°, reza assim:<br />

«Nenhum titulo contrario ao systema<br />

monarchico-representatlvo fundado na<br />

a Ha quem seja absolutamente contrario<br />

a qualquer obra de restauração<br />

que vá destruir trabalho artístico<br />

existente no edifício que pretende<br />

restaurar-se, embora esse trabalho<br />

d'origem mais moderna esteja<br />

encobrindo a obra primitiva.<br />

Não se julgam, os que seguem<br />

esta doutrina, com direito de retirar<br />

das paredes do templo os trabalhos<br />

de gerações d'esculptores<br />

que andaram piedosamente a ornamentar<br />

a casa do Senhor.<br />

Respeitam esses trabalhos, como<br />

os ex-voto que a piedade dos fieis<br />

pendurou perto das imagens queridas<br />

que nos altares sorriem, cheias<br />

tie caridade, ás suas supplicas.<br />

Este modo de vêr é ainda abonado<br />

por um motivo de mais valia<br />

— o respeito por todo o trabalho<br />

artístico.<br />

Se uma restauração é determinada<br />

por o respeito pela obra d'arte<br />

do architecto que primeiro concebeu<br />

e delineou o edifício, por que é<br />

que se não deve ter o mesmo respeito<br />

pela obra dos artistas que andaram<br />

durante séculos a decorá-la,<br />

abrindo capellas novas e ornamentando-as<br />

do seu capricho, invoivendo<br />

a creação do primeiro architecto<br />

num novo sonho d'arte?<br />

Porque se ha de respeitar a arte<br />

na obra do architecto e se não ha<br />

de respeitar na obra do decorador?<br />

Tanto vale um bello baixo relevo<br />

em que agonize triste o Christo, a<br />

cabeça dobrada a consolar os que<br />

choram'em baixo ao pé da cruz,<br />

obra que um esculptor concebeu<br />

num momento d'inspiração, realizou<br />

em poucos dias de trabalho e<br />

se foi occultar tristemente na parede<br />

escura, no silencio triste d'uma<br />

capella pequenina; como vale uma<br />

cathedral das que levaram séculos<br />

a fazer e se levantam triumphantes<br />

ao sol no meio das grandes cidades<br />

e nos fazem calar, quando á volta<br />

tudo se agita em movimento, e grita<br />

em gritos de vida.<br />

A decoração feita por um artista<br />

D. Maria Levy de Carvalho, para a parede d'um templo antigo<br />

sendo o principal auctor o Segis-<br />

deve ser respeitada como a obra do<br />

mundo.<br />

Os outros, diz-se que parece não<br />

architecto primitivo, e pelo mesmo<br />

estarem implicados; pelo menos é motivo—o respeito pela arte.<br />

esta a opinião do seu amigo do co- Para os que assim pensam, a<br />

ração — Corregedor.<br />

restauração d'ura monumento é<br />

IV


apenas um trabalho d'erudição, é<br />

uma lição d'arte e faz-se num livro<br />

ou levanta-se num modelo.<br />

No livro descreve-se o estado do<br />

edifício, analysa-se historicamente<br />

toda a obra, marcam-se as superfetações<br />

e traça-se em desenhos a<br />

reconstituição, como a mostrou o<br />

trabalho do historiador e do archeologo.<br />

Noutras partes levanta-se em<br />

gesso ou em madeira um modelo<br />

que mostre rapidamente o aspecto<br />

primitivo do templo, como o revelou<br />

o trabalho do critico e do antiquario.<br />

Algumas vezes, o modelo é feito<br />

em metaes preciosos, lavrado em<br />

ouro ou prata e serve de relicário á<br />

relíquia do santo que fez levantar<br />

antigamente aquelle templo, a que<br />

vinham de tão longe caravanas de<br />

peregrinos a agradecer ou implorar<br />

o milagre; e lá se conserva no thesouro<br />

a preciosa reconstituição;<br />

mas o templo fica na mesma, como<br />

o fez a piedade dos fieis.<br />

sa, tivesse acompanhado sempre os<br />

artistas de todas as epochas.<br />

Se este principio é respeitável<br />

em qualquer parte, no nosso país<br />

é uma necessidade fazê-lo acceitar.<br />

Se entre nós se admittisse principio<br />

tão salutar, não teríamos de lamentar<br />

as obras vergonhosas de<br />

,orpe restauração que se tem feito<br />

)or esse país fóra.<br />

Conviria que se limitassem as<br />

obras á simples conservação dos<br />

edifícios, até que em Portugal hou<br />

vesse alguém competente e respeitador<br />

da arte e da opinião publica,<br />

a quem podesse entregar-se o cuidado<br />

das ruinas do nosso passado<br />

artístico.<br />

O segundo modo de vêr cujo ideal<br />

seria uma restauração em que nin<br />

guem differençasse o antigo do que<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Carta de Lisboa<br />

Lisboa, 31 de julho de 1896.<br />

Dia da outhorga da Carla Constitucional<br />

o de hoje, convinha celebrá-lo<br />

por maneira a demonstrar<br />

mais uma vez que a Carta é uma<br />

intrujice, a coberto da qual o rei faz<br />

o que quer.<br />

E assim o nosso D. Carlos, furioso<br />

porque nas paredes lia a pa-<br />

Não se está disposto a alurar-<br />

Ihes as impertinências indelicadas.<br />

De resto Veiga melhor fará pensando<br />

que não se pôde ter relações<br />

com elle desde que escreve a escrocs<br />

trataqdo-os por «amigos do coração».<br />

João de Menezes.<br />

Litteratura e Arte<br />

BALLADA<br />

Ohl Se alguém te visse o corpo<br />

vestido do meu desejo...<br />

Da estriga dos teus cabellos louros,<br />

que eu ando, ha tanto tempo,<br />

A caçada aos padres a fiar com meus beijos, faria o veu<br />

A Nação e a Palavra, referindo- )ara te envolver a cabeça.<br />

lavra Republica, titulo do novo jorse ao anniversario da selvagem canal<br />

de João Chagas, chamou o João çada aos padres, effectuada em 30 E andaria sempre a tua cabeça<br />

Franco e deu-lhe ordens.<br />

de julho do anno passado, afirmam, envolta do murmurio dos meus<br />

Quaes ellas foram vê-se do edi- o que de resto já era ha muito sa- jeijos.<br />

tal hoje affixado em varias paredes bido, que essa caçada foi planeada<br />

de Lisboa, não esquecendo a do pré- pelo fallecido Carlos Lobo d'Avila<br />

dio do jornal do Chagas.<br />

e executada pelos agentes do go- O teu vestido seria transparen-<br />

Nesse edital se diz o que veverno com o auxilio de certos pere, côr do luar quando nasce, e é<br />

rão pelos jornaes, embora eu não digões ao serviço da corregedoria. ainda dourado do ultimo raio de<br />

me dispense de transcrever d'e)fe a É bom que isto se saiba. sol.<br />

E seria leve e acariciador como<br />

preciosidade que segue:<br />

a ponta dos meus dedos.<br />

se fez de novo, corresponde para «Art. 4 É prohifoido expor No jantar dado ao ar livre com gui Mal te tocaria os quadris, redon-<br />

ao publico ou affixar nos logares tarrada, pela sr.* D Maria Pia, na dos, como os sonham meus olhos,<br />

nós a uma mystificação, é censurá- públicos, cartazes, annuncios, dísticos, quinta de Monserrate, desappareceram e cahiria sobre o chão, sempre a<br />

vel como a restauração d'um perga lottreiros, figuras, quadros, estampas, uns seis talheres de metal branco<br />

imagens ou publicações offensivas de Não admira.<br />

ondular ao vento, a enrugar-se e a<br />

minho, criminoso como a falsifica alguns dos poderes políticos ou de qual- Têm d'estes inconvenientes as pandi- íeijar-te os pés dourados, como a<br />

ção d'uma escriptura.<br />

quer corporação ou corpo collectivo gas nas hortas.<br />

renda d'espuma que o mar faz<br />

que exerça funcções publicas, da mo-<br />

quando mordo a areia loura da praia.<br />

Com um critério assim acaba-se ral publica, do decoro e honra dos func-<br />

É respeitável este modo de ver na penitenciaria.<br />

cionarios e dos particulares, ou que Condemnação de Jameson<br />

provoquem manifestações contrarias á<br />

i<br />

E seria como o vestido da lua,<br />

ordem publica.»<br />

0 jury do alto tribunal de Londres que dizem que mata quem o olha.<br />

Para outros a restauração dos Respeitámos também a opinião<br />

proferiu no dia 28 o seu veredictum,<br />

velhos monumentos é cousa per- dos que limitam a restauração á evo Leram bem: expor ao publico ? condemnando o famigerado dr. Jameson,<br />

o invasor do Transwaal, a 15<br />

mittida.<br />

cação do sonho antigo do esculptor, Por este processo simplifica-se<br />

E seria como o nevoeiro que<br />

mèses de prisão, e os seus sequazes<br />

Deve-se procurar livrar os tem- deixando bem a claro a obra nova toda a complicada patifaria da obra<br />

morre quando aquece o sol, tecido<br />

o major White a 7 m&-es; Coveritry<br />

plos de tudo o que encubra a con- de modo a excluir toda a idêa da<br />

de Lopo Vaz.<br />

Grey e o coronel White a 5 mêses que se desfaria ao calor dos meus<br />

Expôr ao publico, pôde ser ven e Willoughby a 10 mêses.<br />

beijos.<br />

cepção do architecto primitivo. falsificação de toda a obra empre-<br />

der ao publico, mostrar ao publico Como deve estar triste o sr. du So<br />

Mas ainda aqui se dividem as hendida.<br />

para que compre.<br />

verall<br />

Se algum dia o meu desejo ves-<br />

opiniões.<br />

É como se num velho pergami- Portanto a policia lê o jornal,<br />

tisse o teu corpo...<br />

nho roído pelo tempo, alguém pie- não lhe agrada? Jornal apprehen- Espera-se que o Tramway-Coim-<br />

Uns querem que se refaça por dosamente tapasse os buracos, esdido e mais penas da lei seguidabra-Luso comece a funccionar no<br />

completo a obra antiga, creando de crevendo as palavras que o estudo<br />

mente.<br />

meiado d'esle mês.<br />

Eu andaria sempre de rastos a<br />

É nestas alturas que os patriotas<br />

.estender as mãos para tu pôres os<br />

novo decorações nos si tios d'onde lhes indicasse lerem desapparecido,<br />

gritam pela Carta, pedem a liber-<br />

pés, sentindo no hombro nu a ca-<br />

desappareceram as antigas, tentan na sua calligraphia, sem pretensões<br />

Diz O Popular que o facto de o rei<br />

dade e esperam que os filhos de<br />

ricia das tuas unhas, o calor da<br />

se fazer acompanhar, na sua próxima<br />

do dar ao baixo relevo, ao friso, ao a querer enganar ninguém. Passos nos deixem á vontade. viagem ás Caldas, pelo sr. du Soveral ponta dos teus dedos.<br />

capitel, o sabor archaico da obra Mas teremos tempo de fallar nisto É nestas alturas que os cynicos é «por ter comprehendido que, de<br />

primitiva.<br />

mais devagar.<br />

e cobardes se lembram de accusar pois de factos recentes, o sr. Sove-<br />

as impaciências da gente nova e lhe<br />

ral carece de ser coberto!»<br />

Toda a vida andaria de rastos,<br />

Para estes, o ideal da restauração V. ex." devem estar cançados já.<br />

Querem ver que dentro em pouco parando onde parasse o teu capri-<br />

recommendam — que não cáia no tempo ternos a verificar um novo cho.<br />

seria o não poder ninguém reconhe-<br />

desagrado dos adversarios. aCds de Mr. Guerin/» Se o diabo já<br />

cer onde houvesse obra nova, con- Li tudo outra vez.<br />

Como se os que faliam claro e disparou uma trancai<br />

seguir insufflar o mesmo sentimento Não é tão bom escrever tanto verdadeiro, estejam dispostos a es-<br />

E nunca levantaria a cabeça!<br />

que palpita nos restos em que tocou tempo d'arte sem ter de fallar em... perar pela quéda do ministério para Tourada na Figueira<br />

apenas o cinzel dos primitivos es- Não! Hoje ha de ser completo o dizerem o que sentem ou fazerem o<br />

Pôde lá mais na vida levantar a<br />

que querem.<br />

Com uma brilhantissima tourada<br />

culptores, em tudo o que teve de prazer. Nem onomed'elles escreve-<br />

cabeça quem tenha olhado uma vez<br />

Positivamente a baixêsa do go- inaugura no proximo dia 9 o Coly-<br />

fazer-se de novo.<br />

rei.<br />

os teus pés...<br />

verno explica-se: — E que desce a seu Figueirense a sua epocha tau-<br />

T. C procurar a baixêsa dos cobardes. romachica.<br />

Outros, finalmente nas, restaura-<br />

De crer é que esta festa seja Frescos, como uma flôr.<br />

ções reproduzem apenas as linhas<br />

enormemente concorrida, attenden- Parece que nunca foram calça-<br />

Congresso internacional de chimica Mestre Veiga, esse pequenino do aos esforços que a digna diredos, e que nunca andaram descal-<br />

geraes. As molduras, os capiteis,<br />

Inaugurou-se em Paris, no dia 27, juiz e mais pequeno policia mancção da companhia do Colyseu em ços; pés sonhados que tivessem ca-<br />

os frisos, toda a obra que desappa- o Congresso Internacional que ha de dou dizer por um criado ao João prega para tornar este espectáculo minhado sempre sobre beijos.<br />

receu, fica apenas esboçada.<br />

estudar as applicações da chimica. Chagas que fosse fallar-lhe. e os da presente epocha o mais<br />

Presidiu á sessão o illustre chimico<br />

O Chagas respondeu o qub devia attrahentes possível, já esmerando-<br />

Berthelot, que pronunciou um interes-<br />

Os dedos parecem os das mãos<br />

Nós respeitamos a primeira opisantíssimo discurso, enumerando e e para que não houvesse duvidas se na escolha do gado, já chamando e pedem a caricia do ouro e das<br />

nião. !<br />

elogiando os progressos alcançados chamou um amigo para ouvir: os mais afamados artistas portuguê- pedras preciosas.<br />

pela chimica nos últimos annos.<br />

— Diga ao sr. Veiga que o não ses e bespanhoes.<br />

Somos contra as restaurações. Até hoje adheriram ao congresso conheço pessoalmente. Por conse- E nem lhes faltará a vida e ani-<br />

Se o edificio civil ou o templo 1:597 chimicos, sendo 602 extrangeiquência<br />

não tenho nada que fazer mação que só lhes sabem imprimir São^ fortes, longos, duros e flexíros.<br />

são um documento, se são uma<br />

O congresso reservou 11 vice-presi- no governo civil onde não posso ser as filhas de Hespanha, que nesta veis, como o aço, perfumados, como<br />

lição d'historia, essa lição lê-se dencias para os extrangeiros. chamado senão por dois motivos: quadra afíluem a essa bella cidade, um lyrio côr de rosa.<br />

numa monographia, ou vê-se bem Nas sessões, tanto geraes como de Ou para negocios particulares ou e este anno mais do que nunca,<br />

secção, tratarão os congressistas de<br />

num modelo.<br />

para negocios officiaes. Negocios seduzidas pelos encantos da mais Mal se apoiam sobre o chão.<br />

examinar os progressos realisados pelas<br />

particulares, como não conheço o formosa e pittoresca praia de Por-<br />

Para dar a um templo a sua industrias desde 1894, e* especial-<br />

A planta do teu pé é cavada,<br />

feição antiga alterada pelo trabalho<br />

mente pela de fabricação de assucar. sr. Veiga elle se quizer que os vetugal. numa cova pequenina, em que ca-<br />

Também parece que, por desejo nha tratar aqui, onde o espero até A los toros t<br />

bem a custo meus lábios...<br />

de muitas gerações, eu não preciso expresso dos governos, se occuparão ás 6 horas da tarde, recebendo-o Eis a lista completa dos artistas<br />

destruir as obras mais modernas, em fixar os methodos de analyses que como recebo toda a gente que me para esta corrida:<br />

se devem adoptar nas futuras legisla-<br />

vejo-a bem sem fechar os olhos,<br />

procura. Negocios officiaes não se Cavalleiros—Os distinctos artis- Pôde lá mais levantar cabeça<br />

ções industriaes.<br />

olhando bem os restos do edificio.<br />

tratam por convites. 0 sr. Veiga tas Fernando d'01iveira e Gomes quem um dia tenha beijado os teus<br />

que me intime e então irei.<br />

Duque.<br />

pés...<br />

Assiste a este congresso como re<br />

Espada—El Quinite, o celebre Coimbra, 31-YII-96.<br />

Demais o estado em que se acha presentante do governo português o<br />

matador de novilhos e sua cuadrio<br />

templo é uma lição d'outra espe- sr. Charles Lepierre, distincto profes- Veiga embatucou, mas o Edital Iha.<br />

T. C.<br />

sor da Escola Industrial Brotero, d'esta<br />

cie, ensina o respeito que se deve cidade.<br />

vingou-o.<br />

Bandarilheiros—- Os estimados<br />

ter pela obra dos outros, mostra Não levou ajudas de custo nem re- Não sáe a Republica, sáe a Mar- artistas do Campo Pequeno; Theo*<br />

0 sr. Leopoldo Battistini, professor<br />

como teria sido útil, que este prin cebe por portas travessas, porque se selheM.<br />

doro. Cadete e Salgado.<br />

de desenho elementar da escola Indus-<br />

tracta d'uma coisa séria. Se fôsse para Veiga embatucará sempre que Director da corrida o sr. Jayme trial d'esta cidade, obteve licença para<br />

cipio do respeito pela arte, que é uma pandiga a Buda-Pesth, despeja vam- pretender sair da lei,<br />

Henrique.<br />

lr passar as feria» ao extrangeiroi<br />

de hoje, que ó uma conquista nos< se as arcas do thesouro.


C-cOoa,<br />

Não ha noticias da guerra.<br />

Também se não desmentiu ainda<br />

a noticia da derrota do coronel Suarez<br />

Inclan, que se julga prisioneiro<br />

de Antonio Maceo.<br />

Partiu hontem para a Figueira<br />

da Foz, com sua ex. ma familia, o<br />

nosso prezado amigo dr. Antonio<br />

José Teixeira d'Abreu, distincto lente<br />

da faculdade de Direito.<br />

Encommendas postaes<br />

A contar de hontem, é elevado a<br />

5 kilogrammas por cada volume, o<br />

peso máximo, das encommendas<br />

postaes permutadas entre o conti<br />

nente, ilhas, Gran-Bretanha e colo<br />

nias britannicas, sendo também ad<br />

mittidas encommendas postaes com<br />

valor declarado até á quantia de<br />

réis em cada volume.<br />

Terminou hontem o curso das<br />

acluaes letras de cambio, que podem<br />

ser trocadas pelas do novo modelo,<br />

durante todo o mês de agosto.<br />

Diz um correspondente d'esta cidade<br />

que se espera que o logar de administrador<br />

da Imprensa da Universidade,<br />

cujo concurso se encerrou ha quatro<br />

meses, será provido por estes dias.<br />

Muito tem custado ao dictador da<br />

triste figura, a pôr este ovo.<br />

Principiaram hontem, como ha<br />

dias noticiámos, os exames de instrueção<br />

primaria no lyceu d'esta<br />

cidade.<br />

Está aberto concurso para provi<br />

mento do partido medico-veterinario<br />

do Cartaxo, com o ordenado annual<br />

de 360$000 réis.<br />

Na diocese de Coimbra está vaga<br />

a egreja de Alfarellos.<br />

Vae ser expedida uma circular aos<br />

reitores dos lyceus sobre a fórma de<br />

organizarem as folhas dos vencimentos<br />

dos professores do lyceu que presidem<br />

aos exames de admissão, que serão<br />

abandonados quando façam serviço na<br />

séde da sua residencia com a gratificação<br />

de exercício, acrescendo a esta<br />

23 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Ã0 DAS GALÉS<br />

XV<br />

As victimas<br />

Pouco illuminado pela luz dos candieiros<br />

do boulevard, o aposento de<br />

M. de Koellen apresentava um aspecto<br />

lúgubre.<br />

No gabinete, os cofres fortes arrombados,<br />

os moveis em desordem; e, nos<br />

leitos, dois cadaveres.<br />

M. de Koellen e um criado alli est*<br />

vam esteudidos.<br />

Entretanto, se se observasse attentamente<br />

M. de Koellen, vêr-se-hia o<br />

seu peito levantar-se com intervallos<br />

regulares.<br />

De instante a instante, a vida vol<br />

tava mais intensa, e, às cinco horas<br />

da manhã, saia do somno lethargico<br />

em que o havia apenas mergulhado<br />

aquelle que julgou tê-lo envenenado.<br />

is sete horas ergueu-se no leito<br />

mas tornou a cair.<br />

Só apenas às dez horas é que pôde<br />

conseguir levantar-se.<br />

— Que dôr de cabeçal, exclamou<br />

Depois, repentinamente:<br />

— Os ladrões I Os ladrões !<br />

E correu ao seu gabinete.<br />

ficou atterrado,<br />

10200 réis diários, quando esse serviço<br />

é feilo fóra da su< residencia. Aos<br />

professores de ensino primário e outros<br />

funccionarios, que façam parte<br />

dos jurys e residam fóra da localidade,<br />

os exames se iealizarem, é concedida<br />

igual gratificação de 10200 réis por<br />

cada dia de serviço e viagem.<br />

Acompanhado de sua ex. raa esiosa<br />

e interessante filhinha, parte<br />

>or estes dias para a Figueira da<br />

?uz o nosso estimável amigo sr. dr.<br />

Francisco da Costa Pessoa Cabral,<br />

islincto professor do lyceu d'esta<br />

cidade.<br />

Collegio Mondego<br />

O intelligente director d'esta conceituada<br />

casa de educação e ensino,<br />

sr. Diamantino Diniz Ferreira, que<br />

todos nós conhecemos como trabahador<br />

iucansavel e educador de<br />

jrimeira ordem, teve o prazer de<br />

ver todos os seus alumnos approvados<br />

na presente epocha de exames,<br />

tanto no lyceu, como no seminário.<br />

Este facto excepcional, num anno<br />

em que a benevolencia dos examinadores<br />

do lyceu de Coimbra se<br />

manifesta por 225 reprovações,<br />

prova exhuberantemente o cuidado<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

que nesta casa de ensino se tem<br />

com a habilitação litteraria dos<br />

seus alumnos, e na escolha do seu<br />

pessoal docente.<br />

Congratulámos-nos com o sr.<br />

Diamantino Ferreira por vêr assim<br />

coroados do melhor êxito os seus<br />

intelligentes esforços, e fazemos<br />

votos pela crescente prosperidade<br />

do seu collegio.<br />

Desforra d'um cura<br />

Um camponez levou certo dia uma<br />

gallinha de prezente ao seu cura. 0<br />

cura, agradecido, convidou-o para o<br />

jantar.<br />

Oito dias depois, apresenta-se em<br />

casa do cura outro camponez, mas<br />

d'esta vez com as mãos vazias.<br />

—Quem sois e o que quereis?<br />

—Senhor cura, eu sou irmão do homem<br />

que vos trouxe uma gallinha.<br />

—Sentae-vos.<br />

E assim appareceu uma ladainha: de<br />

primos, vizinhos, etc que todos<br />

os dias vinham comer o jantar ao<br />

presbyterio, até que por fim o cura,<br />

arreliado, fez servir por a sua criada,<br />

ao ultimo visitante, aue era nem mais<br />

nem menos do que «um parente do<br />

primo do neto do irmão mais velho do<br />

-Roubaram-me mais de três milhões,<br />

murmurou.<br />

E caiu sobre uma cadeira.<br />

Pouco a pouco foi voltando a si.<br />

— Vejamos, levaram-me os brilban<br />

tes e o ouro. O valor do que elles me<br />

levaram é de três milhões, pelo menos,<br />

mas para mim o prejuízo é apenas de<br />

mil e quinhentos francos, uma perda<br />

reparavel. Não levariam mais nada?<br />

Passou ao salão.<br />

— Ah ! Elle levou as suas telas com<br />

usura. Supponhamos que perdi dois<br />

milhões. É preciso trabalhar muito para<br />

cobrir este prejuízo, mas, emfim, não<br />

estou arruinado. É o terceiro roubo de<br />

que sou victima, roas este é muito importante<br />

para que eu o deixe passar<br />

assim. A minha posição é sem duvida<br />

muito delicada, pois que, pensando<br />

bem, eu não sou mais do que um usurário,<br />

um penhorista, mas como tenho<br />

na mão, muitos magistrados, militares<br />

e diplomatas, nada tenho a receiar da<br />

justiça num negocio d'esta especie.<br />

Mas porque motivo os meus criados<br />

me não accudiram ? Tocou a campainha.<br />

Ninguém respondeu.<br />

— Certamente, disse elle, abrindo<br />

uma gavêta e pegando em dois rewolveres,<br />

os meus criados tiveram a mesma<br />

sorte que eu. M. de Villedieu não<br />

podia fazer só esta bella obra. No emtanto<br />

os meus criados eram três.<br />

Entrou no quarto onde dormia o seu<br />

mordomo e encontrou-o estendido sem<br />

movimento sobre o leito.<br />

— Mataram-no, murmurou,<br />

homem da gallinha», uma grande tigela<br />

de agua quente.<br />

—Que é isto? disse elle para a criada<br />

do cura.<br />

—É, senhor, o parente do primo do<br />

neto do irmão mais velho do caldo da<br />

gallinha!<br />

Bibliograpliia<br />

Rpcebemos o Relatorio e Contas Ha Associação<br />

de Soccorros Mutuos dos Artistas^ de<br />

Coimbra, relativos ao anno de 1894 e 1893.<br />

Agradecemos o exemplar que nos foi enviado.<br />

Gazeta das Aldêas— Importante semanario<br />

de propaganda agrícola e vulgarização<br />

de conhecimentos úteis que se publíca'no<br />

Porto.<br />

É seu redactor principal o sr. dr. Antonio<br />

de Magalhães, distincto chimico analysta do<br />

Lsboratorio Chimico-Aericola do Porto.<br />

O n.° 30 que recebemos insere os artigos seguintes<br />

:<br />

Regresso aos campos (VIII), F. Simões Margiochi-<br />

Rudimentos de agricultura, dr. Antonio<br />

de Magalhães—Agricultura colonial portuguêsa,<br />

Mello de Mattos—Sericullura (VIII, continuação),<br />

F. M. da S. Póssas — A industria<br />

dos lacticínios (V), dr. Antonio de Magalhães<br />

— Os animaes domestieos (IX;, Trigueiros<br />

Martel — Cultura do Topinambo (com gravura),<br />

A. M. Lopes d? Carvalho—Economia domestica<br />

(VI), D. Maria M. d'01iveira Pinto.—<br />

Conselhos de vetennaria, Osvaldo Eletti. — O<br />

Abysmo (folhetim) — Secções e artigos diversos.<br />

Jornal de Viagens e aventuras de<br />

terra e mar. — Reeebemos o n.° 16 d'este interessante<br />

jornal que se publica no Porto, sob<br />

a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />

Eis ó summario das matérias contidas neste<br />

numero :<br />

Texto: — Educação dos Betchuana—O pro<br />

ximo Centenario —As grandes aventuras: Sem<br />

Cinco-Reis, —Os Magyares e a exposição do<br />

millenario da Hungria.— índia (narrativa flamenga<br />

de 1504). — A instrueção nacional: O<br />

ensino da iingua pelo alphabelo natural—Caçadas<br />

ao leão.—Descoberta do Brazil (?): João<br />

Ramalho. —Dramas do mar : O navio mysterioso<br />

— O nosso dominio em Africa — Pelas<br />

colonias.<br />

Gravuras ."—Um dos degraçados, succumbindo<br />

á dôr. — Entrada principal da secção<br />

histórica, na exposição de Buda-Peslh. — Caçada<br />

ao leão. — O pobre diabo sobrevivente<br />

procurou em torno de si um refugio. —De pé<br />

junto ao balcão. d,e copos nas mãos.<br />

Preço da assignatura : trimestre, 750 réis ;<br />

províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />

Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />

Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 29,<br />

ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />

Porto.<br />

Revista das Escltolas — Recebemos<br />

o n.° 22 d'este semanario, que a par de<br />

outros assumptos interessantes insere o novo<br />

Regulamento de Instrueção Primaria.<br />

O numero que acabamos de receber contém<br />

os seguintes artigos:<br />

A instrueção christã, Padre João Vieira<br />

Neves Castro da Cruz.—As rendas de casa aos<br />

professores do Porto, A. F. —O regulamento,<br />

A.— O promettido é devido, A. C.—A auctoridade<br />

administraliva de Ceia, A. C. — Legislação<br />

escolar : Portaria de 20 de setembro de<br />

1882, approvando as instrucçOes que devem<br />

ser observadas pelos inspectores e sub-inspectores<br />

de instrueção primaria nas visitas ás<br />

0 procurador da Republica junto do<br />

tribunal do Sena acabava de sentar-se<br />

á sua mêsa, quando lhe entregaram<br />

um bilhete em que se lia o seguinte:<br />

«Peço o favor d'uma audiência.»<br />

Este bilhete era assignado por Lu<br />

cien Gribeauval.<br />

escolas publicas e particulares. Instrucções a<br />

que a mesma portaria se refere. Decretos de<br />

16 de julho, determinando que s-jam abertos<br />

no ministério da fazenda a favor^do do<br />

reino, os seguintes créditos especiae*: "âSSJíOOO<br />

réis para pagamento de gratificações ao vicepresidente<br />

e vogaes do conselhe superior da<br />

instrueção publica, e 458#805 réis para pagamento<br />

do ordenado do professor e das demais<br />

despezas da escola «Manuel Antonio de Seixas»,<br />

em Moncorvo. Despachos pela direcção<br />

geral de instrueção publica. Programma para<br />

o concurso da cadeira de pintura histórica da<br />

escola de Bellas-Artes de Lisboa. —Noticias<br />

escolares.—Noticias diversas.—Secção litteraria<br />

: Os bons pastores, poesia, A. Moreira<br />

Bello. — Bibliographia.<br />

Aviso aos devotos da Rainha<br />

Santa Isabel<br />

A mesa da real confraria da Rainha<br />

Santa Isabel, reconhecendo que a continuação<br />

da exposição da veneranda<br />

imagem da Rainha Santa na sua egreja<br />

em Santa Clara, sem as precauções<br />

devidas, estava sendo prejudicada com<br />

o continuo pó e sujeita a muitos outros<br />

estrogos, resolveu em sua ultima<br />

sessão que emquanto não tivesse uma<br />

vitrine própria a poder ser vista esta<br />

valiosa dadiva de sua magestade a<br />

rainha sr. a D. Amélia, fosse encerrada<br />

no logar em que estava exposta, convenientemente<br />

envolta em pannos e<br />

fechada no seu docel.<br />

Mais resolveu que os photographias<br />

da mesma imagem fossem marcadas<br />

com a chancella da real confraria e que<br />

se expozessem á venda na egreja do<br />

mosteiro de Santa Clara e nos estabelecimentos<br />

dos srs. Miguel José da Costa<br />

Braga, rua do Visconde da Luz, Francisco<br />

Maria de Sousa Nazareth Júnior<br />

e Francisco José da Costa, na rua de<br />

Ferreira Borges.<br />

As pessoas de fóra da cidade que<br />

desejem adquirir as photographias da<br />

veneranda imagem, podem dirigir os<br />

seus pedidos ao procurador da real<br />

confraria o sr. Francisco Maria de Sousa<br />

Nazareth Júnior, na rua de Ferreira<br />

Borges, n.° 22, em Coimbra, que promptamente<br />

serão satisfeitos com portes<br />

grátis.<br />

Os preços das photographias são os<br />

seguintes:<br />

Photographia, n.° 1, coro 0,30 por<br />

0,28, 500 réis.<br />

Dita, n.° 2, com 0,21 por 0,16, 300<br />

réis.<br />

Dita, n.° 3, com 0,14 por 0,10, 140<br />

réis.<br />

O secretario,<br />

José Ferreira Barbedo Vieira.<br />

DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />

A minha administração<br />

dos Hospitaes da Universidade<br />

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Constrncções hospitalares<br />

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Lições de hygiene publica<br />

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DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />

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a minha sombra, de maneira que só<br />

pela manhã pude entrar em Cachan.<br />

E esta manhã, senhor, encontrei as<br />

Cogido do Processo Commercial<br />

APPROVADO POR<br />

Carta de Lei de 13 do maio de 1896<br />

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Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5.® anno de Direito, continua<br />

a leccionar Historia, Geograpbia<br />

e Philosophia.<br />

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Ibérica e especialmente em Portugal<br />

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IH. Paulino «TOlivelra<br />

Lente cathedratico de Zoologia e director<br />

do Museu zoologico da Universidade<br />

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I dade.<br />

ADVOGADO<br />

Rua do Visconde da Lnz, 50<br />

Procurou os outros.<br />

— Mandae entrar, disse o magis- portas da minha casa arrombadas e<br />

— Não estarão elles no mesmo estrado. M.<br />

tado?, e estariam elles cá quando M. Gribeauval estava pallido e desfigu<br />

de Villedieu entrou ? Seriam seus cúm- rado.<br />

plices os dois criados novos ?<br />

— Senhor, eu moro no boulevard<br />

Tentou fazer voltar a si o seu mor- Malesherbes, n." 102.<br />

domo, mas os seus esforços foram bal-<br />

— 102?, repetiu o magistrado evodados.cando<br />

as suas recordações.<br />

— Estará morto?, ou está em esta-<br />

— Habitava lá também, continuou<br />

do cataléptico ? O veneno seria para<br />

Lucien, ha poucos .dias, o duque de<br />

elle em maior dóse do que para mim,<br />

Villedieu.<br />

porque certamente esse bandido me<br />

— Sei isso, disse o magistrado, re-<br />

queria matar. Tinha a certeza de que<br />

cordando se da queixa feita pelo duque<br />

os mortos não faliam. E se elles des-<br />

de Villedieu contra sua mulher. E cocobrem<br />

que eu não estou morto ? Temeçou<br />

a prestar mais attenção ao que<br />

nho tudo a receiar d'elles. Oh! vou<br />

lhe la dizendo Gribeauval.<br />

immediatamente á policia, e vere-<br />

-E todos os dias, desde pela mamos...<br />

Os meus dois rewolveres em<br />

nhã até à noifb, continuou, assistia a<br />

todo o caso acompanhar-me-bào.<br />

scenas violentas entre Villedieu e sua<br />

M. de Koellen abriu um dos armarios<br />

mulher. Custava-me a comprehender<br />

da sua escrivaninha e tirou um papel.<br />

como ella podia viver com um homem<br />

— Este papel é-me necessário, a fim<br />

que lhe batia e a calcava aos pés. Um<br />

de que a justiça se convença de que<br />

dia surprehendia-a a fazer pequenos<br />

eu apenas conheci a existencia d'um<br />

embrulhos. Adivinhei os seus projectos.<br />

tal criminoso lh'o vim annunciar, e de<br />

Não tendo visto nunca junto d'ella quem<br />

que eu nunca tive negocios senão com<br />

a defendesse, offereci-lhe o meu apoio,<br />

o duque de Villedieu.<br />

ainda que fraco e um asylo que eu jul-<br />

XVI<br />

gava seguro. Levei-a para a minha pequena<br />

propriedade de Cachan. Dias de-<br />

O Procurador da Republioa pois percebi que era seguido e espionado,<br />

o que me obrigou a usar das<br />

maiores precauções quando queria levar-lhe<br />

o que lhe era necessário. Hontem,<br />

desde pela manhã até à noite, um<br />

desconhecido seguiu-me como se fosse<br />

me de Villedieu tinha desapparecido.<br />

— Provavelmente o marido que foi<br />

procurar a sua bem amada, disse sorrindo<br />

o magistrado.<br />

— E é isso o que eu lamento, senhor,<br />

disse Gribeauval, porque se M.<br />

de Villedieu a levou, mata-la-ha com<br />

certeza.<br />

Um oflicial de justiça apresentou ao<br />

magistrado uma folha de papel na qual<br />

haviam escripto:<br />

«Eu vi a carta de M. Gribeauval quando<br />

elle a entregou ao oflicial, desejava<br />

ser introduzido emquanto elle está comvosco.<br />

Creio que o mesmo assumpto<br />

nos traz pmute vós.»<br />

— Julgo que está alli M. deMonsieur<br />

de Villedieu, disse o magistrado.<br />

Gribeauval franziu as sobrancelhas<br />

e olhou para a porta.<br />

Não era M. de Villedieu quem entrava.<br />

— Senhor, disse o recem-chegado,<br />

penso que estavam a fallar de M. me de<br />

Villedieu ?...<br />

— Sim, senhor, disse Gribeauval.<br />

— Vou dizer qual o Gm da minha<br />

visita, disse o recem-chegado sentando-se.<br />

Senhores, eu sou Koellen, banqueiro,<br />

morador no boulevard da Magdalena,<br />

n.° 19. M. de Villedieu é quem<br />

me ensinou o vosso nome, senhor Gribeauval,<br />

foi elle que me disse que M.<br />

de Villedieu estava na vossa casa de<br />

Cachan. Fez-me estas confidencias no<br />

momento em que rae pediu dinheiro.<br />

{Continuais


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

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RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

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e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

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refrrpni Gacer , e \ lar Arnoso, Barca d'Alva e Tuy.-Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

u e rua de S - Juliã0 ' 80 ' J - 0 ' aferente ao Grande Hotel.-Correspondência para as Caldas<br />

rtfniSfSSf g • da A Co ^P aDh,a d0 Graod e Hotel.-As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

antifrna ní. 10 n® 8 ,*® a n n o adjudÍCado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

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se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construidas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excedente terreno com muita<br />

agua, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. É em sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

O comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importância ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castanheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra.<br />

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Ferreira Borges<br />

7 Acaba de chegar um grania<br />

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e chineses.<br />

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dor o pagamento a praso me<br />

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V nove da manhã ás quatro<br />

da tarde.<br />

QUINTA<br />

Weiiae-.se a da Conchada.<br />

• Ma mesma se diz quem<br />

está auctorisado a receber propostas.<br />

Julião A. d'Almeida & C. a<br />

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a vende.<br />

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Visconde da Luz, um grande<br />

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Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

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da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

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Borges, 128.—Deposito ge-<br />

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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

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Redacção e Administração<br />

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João Maria da Fonseca Frias<br />

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Com estampilha:<br />

Anno 2(51700<br />

Semestre 10350<br />

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Semestre 1)5(200<br />

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todos aquelles com cuja remessa' or<br />


N." 153 COIMBRA—Quinta feira, 6 de agosto de 1896 2.° ANNO<br />

BANCO DE PORTUGAL<br />

O conselho d'administração d'este<br />

Banco não accedeu aò pedido da<br />

direcção da Associação Commercial<br />

para que fosse reduzida nesta cidade<br />

a taxa de desconto das letras a<br />

5 •/« %, ficando sujeita ao mesmo<br />

regimen que Lisboa e Porto.<br />

Fundamentando a sua recusa,<br />

declara em officio esse conselho<br />

que o regulamento do Banco auctoriza<br />

a elevação da taxa do juro nas<br />

suas agencias a mais 2 % do que<br />

na séde e caixa filial do Porto e<br />

que, se fizesse em Coimbra a reducção<br />

pedida, as demais terras do<br />

reino reclamariam a mesma concessão.<br />

Mostram estas razões que o conselho<br />

d'administração do Banco de<br />

Portugal não teve o desejo de satisfazer<br />

o pedido que a direcção da<br />

Associação Commercial lhe fez em<br />

nome do commercio d'esta cidade,<br />

como aliás declara no officio em<br />

que diz ser-lhe penosa a recusa,<br />

porque nenhuma d'el!as é procedente.<br />

Conhecida era a disposição do<br />

regulamento do Banco citada no<br />

officio como tão bem é sabida a<br />

razão que a legitima. Não são de<br />

egual importancia as operações das<br />

agencias do Banco nas diversas<br />

localidades do país, havendo assim<br />

em algumas despesas dadministra-<br />

ção e expediente superiores ao resultado<br />

d'essas operações. Justo<br />

era, pois, que, nestas condições, se<br />

mantivesse uma taxa elevada de<br />

desconto, se por esse meio podessem<br />

evitar-se os prejuízos.<br />

Não se dá, porém, em Coimbra<br />

esse facto.<br />

E importantíssimo o movimento<br />

de desconto de letras nesta cidade,<br />

tendo o Banco auferido nos últimos<br />

annos avultados lucros. Não devia,<br />

portanto, o conselho dadministra-<br />

çâo invocar uma disposição do regulamento,<br />

que constitue para elle<br />

uma faculdade de que deve usar<br />

prudentemente em harmonia com<br />

as circumstancias, desde que a<br />

applicação d'ella represente uma<br />

verdadeira arbitrariedade, uma inquestionável<br />

exploração.<br />

Se porventura qualquer outra localidade<br />

pedisse a mesma reducção<br />

de juro que se tivesse auctorizado<br />

para Coimbra, bem podia o conselho<br />

de administração responder-lhe<br />

que só os lucros líquidos da agencia<br />

do Banco em Coimbra eram<br />

guaes aos de todas as outras reudas<br />

e assim mostraria que sabia<br />

As restaurações artísticas<br />

ser justa. E era estaaconducta que<br />

esse conselho devia seguir: sujeitar<br />

ao mesmo regimen todas as localidades<br />

em que se dérem as mesmas<br />

condições.<br />

Qualquer outra é arbitraria e,<br />

portanto, condemnavel. Nem o re<br />

gulamento a pode justificar, porque<br />

elle não obriga o conselho d'administração<br />

a applicar a mesma taxa<br />

de juro em todas as localidades.<br />

A excepção a que Coimbra fica<br />

sujeita representa uma excepção<br />

odiosa relativamente a Lisboa e Porto<br />

e afigura-se-nos que o conselho<br />

dadministração nem sequér os interesses<br />

do Banco soube zelar devidamente.<br />

O tempo o dirá. -<br />

Lá vae mais uni á... Builapesth<br />

Agora é o sr. Lagosça que vae,<br />

obrigado, representar a camara dos pares<br />

no congresso internacional da paz.<br />

Diz-se que este desterro, para tão<br />

longe, é devido a opposição séria que<br />

sua ex a MELHORAMENTOS ordens s.upériores sem critério, transformadas<br />

errt leis do país:<br />

*<br />

Numa folha da terra um circum-<br />

4<br />

EM<br />

specto patriota espreguiça-se em «Contrabando — Escrevem-nos de<br />

bocejos laudatorios, pelo motivo de Valença do Minho:<br />

C O I M B R A<br />

que a camara, presidente na dian- Consta que, um negociante de<br />

v<br />

teira, vai enriquecer a cidade com Melgaço aproveitando a ausência do<br />

um—plano geral.de melhoramentos! chefe da secção fiscal, introduziu Conhecendo a incompetência do<br />

Segundo o discreto pensar do uma grande quantidade de fazen- sr. director das obras publicas, in-<br />

articulista, Coimbra pode dormir das de contrabando, passando-as competência e falta de saber que s.<br />

socegada porque nada mais é pre- nas proximidades decerto posto fisciso<br />

para o aformoseamento, a hycal. ex.<br />

giene e a ventura da população. A ser verdade, com o que nin-<br />

Porque, como muito bem diz, em guém se surprehende, recommendá-<br />

linguagem beliscada pela convicção: mos o assumpto ao nobre conse-<br />

—«se a maior parte da população lheiro administrador geral das al-<br />

soubesse o perigo que corre vivendo fandegas, e ao sr. commandanle do<br />

em casas infectas, fugia sem dilação!» batalhão n.° 3 da guarda fiscal, que,<br />

Certamente: fugia, ou habitava sem duvida, não deixarão de man-<br />

bons palaciosl. ..<br />

dar investigar do delicto que se diz<br />

E num momento, sempre circum- commettido.»<br />

speclo, medindo a fundo a profundeza<br />

do abysmo, exclama em ancias<br />

de dôr que a perspectiva lugubre «0 fisco — Procedente de Cuba,<br />

do quadro justifica: «E quantas la- aonde fôra estudar de visu os acongrimas?<br />

Quantos dissabores? Quantecimentos d'aquella ilha, chegou<br />

tas vidas preciosas roubadas ás trazantontem a Lisboa o illustre re-<br />

lettras, ás artes e aos ofíiciosl» dactor de El Imparcial, de Madrid,<br />

Effectivamente! quando a gente sr. D. José R. Gimeno Yisarra.<br />

pensa que é a falta d'um plano que Veio por Vigo e, ao chegar á<br />

tem distendido a asa negra da tu- estação de Valença, deu ao mani-<br />

fez na camara ao actual goberculose e da morte por sobre a festo uns charutos que trazia, que<br />

verno.<br />

população; que até hoje nenhuma pesavam 400 grammas e pelos quaes<br />

Protestamos contra tão cruel violência<br />

!<br />

camara foi assaz previdente e sabia pagou 247 réis; guardado o respe-<br />

para engrandecer a cidade com um ctivo recibo, chegou ao Porto, onde,<br />

plano de melhoramentos em tres para poder fumar os charutos, os<br />

Os perfidps!.... melros de panei tela, não podemos mostrou ao respectivo guarda fiscal;<br />

reprimir um brado de maldição so- este notou tudo em ordem, deu um<br />

A gréve dos operários do gaz em bre todas as vereações que não córte no recibo, e disse que não era<br />

Lisboa e a altitude do governo pe- souberam fazer planos!<br />

preciso mais nada. Agora é que é<br />

rante os prejuízos incalculáveis que Somente uma duvida assalta a a surpreza.<br />

essa crise está custando á cidade mente do prestante pensador, que O nosso distincto collega chega<br />

mostra a profunda anarchia da ad- cabisbaixo e sceplico exclama: Oxalá a Lisboa, dá de novo os charutos<br />

ministração publica, adsliicta aos as camaras vindouras não despre- ao manifesto, apresenta o mesmo<br />

lucros e ás prepotências das granzem o plano de melhoramentos, que recibo; o esperto guarda ri-se da<br />

des companhias.<br />

se vae elaborar, ele.!<br />

ingenuidade do jornalista, diz-lhe<br />

Porque essas companhias têm ao Daccôrdo!.. . mas não! senti- que o despacho apresentado de<br />

seu serviço todos os figurantes da mos necessidade de acreditar, para nada serve e apprehende-lhe os<br />

politica, innumeraveis administra- bem da especie que, feito o dese- charutos todos!»<br />

dores, largamente retribuídos, para nho, ninguém se atreverá a despre-<br />

lhes comprar o silencio, a conniza-lol E assim a fiscalisação em Portuvencia<br />

e a defêsa incondicional de Nós teremos por refece e villãqualgal!!! todos os abusos e traficancias. quer camara futura que despreze o<br />

Assim os interesses do publico plano e o não estenda immediata-<br />

são sacrificados ás especulações dos mente por obra!<br />

«A Marselhesa»<br />

aventureiros insaciaveis de todos os Depois Dameial, que subscreve<br />

syndicatos e de todas as quadri-<br />

Appareceu a folha de combate<br />

essa longa parlanda, espraia-se em<br />

lhas!<br />

considerações persuasivas, d'um al-<br />

de João Chagas.<br />

Ha quantos dias dura a gréve, cance e d'uma larguêsa de vistas; Tal como a esperava a ancieda-<br />

causando damnos de toda a ordem d'uma firmeza de raciocínio e de de publica, que só em Lisboa con-<br />

e o governo, em vez de intervir deducção, tão competente e comsumiu 15:000 exemplares em venda<br />

para que cesse este estado de coupleta ácerca do mercado, que nada<br />

sas, provocado pelo despotismo de se nos offerece objectar 1...<br />

avulso; e como o temiam os servos<br />

um aventureiro francês sobre os Sim, senhor!<br />

da realeza, é um jornal brilhante e<br />

operários portuguéses, no intuito Que venha o plano! eis a recla- denodado, feito com arte e com in-<br />

de os substituir por operários esmação impreterível que desde este trepidez.trangeiros,<br />

o governo gasta-se em momento, numa séde de melhor fu-<br />

evasivas, ao mesmo tempo que a<br />

— Seja bem vindo!<br />

turo, toda Coimbra deve levantar<br />

policia e o corregedor em campo — para interesse do planêta e glo-<br />

procura alemorisar os grévistas e ria de todos os pianistas!.. .<br />

desacreditar o movimento.<br />

Dizem que por estes dias vai ser<br />

assignado o decreto concedendo<br />

A indignação é geral; e toda a<br />

aos expedicionários da índia a me-<br />

imprensa, á excepção dos marian-<br />

O fisco<br />

dalha D. Amélia.<br />

nos e barjonas, de sobejo conhecidos,<br />

é unanime em condemnar As duas noticias que em seguida Medalha D. Amélia!...<br />

A bajulação cortezã, na ancia de<br />

esses escandalos apoiando os quei- publicámos, transcriptas d'um jornal<br />

xosos e protestando contra a inér-<br />

rastejar cada vez mais servil, tem<br />

do Porto, vêm confirmar o que hã<br />

cia do governo e da camara.<br />

aberrações miseráveis!<br />

dias aqui dissémos sobre a neces-<br />

Mas o feroz e ridículo João Fransidade<br />

de ser mandada para a fronco<br />

a estas horas quer uma pavorosa,<br />

para mostrar a força do seu brateira<br />

a fiscalização accumulada nos<br />

Vão ser expostos, por estes dias<br />

os projectos apresentados no conço<br />

e lisonjear o rei com os despo- grandes centros, como único meio<br />

curso para a conclusão do edifício<br />

tismos impunes, á Marquez de Pom- de evitar os contínuos vexames que dos Jeronymos e annexos, destinabal<br />

1<br />

o publico soffre, com a execução de dos a museu colonial.<br />

a tem confessado mais d'uma vez<br />

deanle de nós e deante de toda a<br />

gente, nós nunca esperamos que as<br />

restaurações dos velhos monumentos<br />

de Coimbra fossem coisa tolerável.<br />

Não extranhâmos por isso, quando<br />

vimos apparecer os primeiros<br />

erros e quando os vimos crescer e<br />

multiplicar-se.<br />

Conhecendo a compelencia e o<br />

zelo da Commissão dos Monumentos<br />

Nacionaes, não extranhâmos lambem<br />

quando soubemos que os delegados<br />

d'ella tinham achado tudo<br />

muito bem.<br />

Para avaliar d'uma restauração<br />

é necessário seguí-la de perto, é necessário<br />

andar a olhar minuciosamente,<br />

demoradamente, lodosos vestígios<br />

que as demolições vão pondo<br />

a descoberto, e que indicam a existência<br />

d'obras anteriores, lhe definem<br />

o caracter e lhe marcam a época.<br />

E necessário integrar na construcção<br />

antiga os restos qtoe o acaso<br />

conservou; é necessário estudálos<br />

com vagar e vêr se o que se encontra<br />

não será antes o vestígio de<br />

conslrucções anteriores á do edifício<br />

que se pretende restaurar; é necessário<br />

sondar escrupulosamente<br />

as paredes e o sólo num trabalho<br />

minucioso e persistente e procurar<br />

pelo estudo dos vestígios das mutilações<br />

feitas durante séculos, reconstituir<br />

a physionomia primitiva da<br />

construcção.<br />

Ora a Commissão dos Monumentos<br />

Nacionaes dorme soccegadamenle<br />

em Lisboa, ea obra correu abandonada,<br />

ninguém a seguiu de perto,<br />

a Commissão não sabe o que se<br />

descobriu, viu apenas a obra feita,<br />

não pôde dizer se a restauração é<br />

boa.<br />

Quando muito podia affirmar, se<br />

tivesse compelencia para isso, que<br />

era provável que o edifício tivesse sido<br />

primitivamente assim.<br />

Affirmar, porém, que a restauração<br />

estava bem feita, nunca o poderia;<br />

porque ha muitos modos de resolver<br />

um problema architectonico<br />

em qualquer dos estylos conhecidos.<br />

A Commissão não estudou a obra<br />

antiga, não assistiu ás demolições,<br />

não viu as paredes a nú; encontrou<br />

columnas e capiteis restaurados, os<br />

vestígios da antiga construcção es-


Entra-se por uma bella porta<br />

renascença, encimada pelos brazões<br />

de D. Jorge d'Almeida e de D. João<br />

Soares, os bispos magníficos que<br />

povoaram Coimbra d'obras d'arte,<br />

e transformaram esta terra num<br />

logar encantador cheio da saudade<br />

dos tempos que passaram.<br />

Os frisos e os ornatos estão<br />

roidos pelo tempo, e são d'um trabalho<br />

fino e delicado; os capiteis<br />

parecem de bronze, rendados e<br />

fortes.<br />

Abre o portão para um corredor<br />

largo; o tecto de madeira. Ao fundo<br />

encontra-se o pateo e pára-se commovido.<br />

E que at velha residencia<br />

episcopal nos transporta de repente<br />

a plena renascença. E uma construcção<br />

simples e nobre, cheia de<br />

gravidade e de belleza.<br />

Para o velho palacio sobe-se por<br />

uma escada larga, o corrimão e<br />

balaustres de ferro. Ao cimo da<br />

escada, um pequeno alpendre resguardando<br />

a porta que é toda la-<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 6 de agosto de 1896<br />

Encarregado de fazer o projecto<br />

de restauração do lanço do norte<br />

do paço, teve s. ex. a uma occasião<br />

única de emendar o erro que fizera<br />

o seu antecessor, regularisando os<br />

pavimentos, inutilisando a escada<br />

do fundo da varanda, dando ao<br />

edifício a sua apparencia antiga.<br />

A começar em setembro, poderão<br />

expedir-se encommendas postaes,<br />

sem valor declarado, para as seguintes<br />

localidades das províncias<br />

ultramarinas portuguêsas da costa<br />

da Africa Occidental: S. Vicente,<br />

S. Thiago, Bolama, S. Thomé, Cabinda,<br />

Ambriz, Loanda, Benguella<br />

e Massamedes.<br />

Uma imagem da Rainha Santa<br />

condidos e apagados num reboco quadro imaginado. O ceu é azul e<br />

novo, a Commissão não podia por doce, ao fundo os salgueiros verde-<br />

isso affirmar que a restauração setenros, em que se some o areal,<br />

guira de perto as indicações que sulcado de fios d'agua, delicados e<br />

lhe iam dando as obras de demoli- azues, como as veias das mulheres<br />

ção.<br />

oiras.<br />

Mas a Commissão approvou e fez Ao fundo da escada, encimada<br />

bem. Pelo menos não nos tirou o )or um animal heráldico, sustentan-<br />

prazer de mudar d'uma opinião já co um brazão, vê-se a casa do por-<br />

muito velha—a Commissão dos Moteiro com uma janella pequenina, o<br />

numentos Nacionaes é inútil, e tem relogio e a sineta do serviço.<br />

sido até prejudicial á conservação<br />

dos restos do nosso patrimonio ar- Nada mais fácil de restaurar,<br />

tístico.<br />

íastaria abrir as antigas janellas,<br />

Vão vv. ex." vêr o museu do Car- 'uma construcção muito simples,<br />

mo e ahi encontrarão a apodrecer e a sem difficuldades de ornamentação,<br />

desfazer-se no mais completo aban- coilocar as gelosias de madeira na<br />

dono, obras d'arte que a Commis- galeria superior da varanda, para<br />

são dos Monumentos Nacionaes an- dar ao velho pateo a sua sympatbica<br />

dou colhendo por todo o país, e que physionomia antiga.<br />

lhe foram entregues, imaginando<br />

toda a gente que fossem conserva- Querem vv. ex.<br />

dos com carinho e amor.<br />

O museu do Carmo é uma das<br />

maiores vergonhas do nosso país, e<br />

mostra bem a falta de competencia,<br />

a falta d'actividade, a falta d'amor<br />

pelas coisas d'arte, de quem o organizou<br />

e de quem o dirige.<br />

Deixemos, porém, coisas velhas<br />

e já muito ditas e examinemos as<br />

restaurações de Coimbra.<br />

O paço do Bispo. Era um bello<br />

palacio a cair em ruinas. Andava a<br />

gente por lá, e sentia-se viver em<br />

tempos muito antigos.<br />

as C h j C b a ,<br />

O cônsul de Hespanha em Filadelphia<br />

D. José Congosto, dirigiu<br />

ao capitão do vapor Laureada uma<br />

carta, em que, promettendo-lhe completa<br />

impunidade, lhe offerece dez<br />

mil duros se lhe facilitar o apresamento<br />

em aguas hespanholas de<br />

alguma expedição.<br />

O capitão do Laureada, considerando<br />

este offerecimento como um<br />

soborno, pôs a carta á disposição<br />

do advogado da companhia naval<br />

Hast and Company, a que pertence<br />

o navio.<br />

O advogado, achando inaudito o<br />

acto do referido cônsul vae formular<br />

uma energica reclamação.<br />

E é por esta fórma que o heroe<br />

Weyler quer sustentar o prestigio<br />

da Hespanha em Cuba!<br />

Dr. Daniel de Mattos<br />

saber o que fez<br />

a obra publica?<br />

Em companhia de sua ex.<br />

Um mestre d'obras antigo, cujo<br />

nome nem queremos saber, encarregado<br />

de valer ao estado de ruina<br />

em que se achava o lanço do norte,<br />

modificou a altura dos pavimentos,<br />

fazendo as construcções novas mais<br />

baixas que as já existentes. Assim<br />

a varanda ficou mais alta que os<br />

pavimentos construídos de novo, e<br />

tiveram de[se fazer na extremidade<br />

dá varanda degraus por onde se<br />

subisse para o seu pavimento antigo<br />

que está ao mesmo nivel que os dos<br />

outros lanços do paço.<br />

Foi um erro que era necessário<br />

remediar.<br />

O que fez agora o sr. director<br />

dos obras publicas?<br />

ma Na pequenina sachrislia da Capella<br />

de Santo Antonio dos Olivaes,<br />

omos encontrar muito escondido e<br />

guardado como coisa preciosa, um<br />

r uadrito quinhentista delicioso, re-<br />

>resentando a Rainha Santa Isabel.<br />

Foi para lá levado pelo sr. Conexo<br />

Prudencio Garcia, que o salvou<br />

c e ser roubado do convento de Celas<br />

por algum devoto que o destruísse<br />

a limpa-lo o a a restaura-lo.<br />

É uma pintura encantadora de<br />

ingenuidade<br />

A rainha tem vestida uma túnica<br />

vermelha, aos hombros um manto<br />

azul bordado, a cabeça involla num<br />

véo branco, cingido pela corôa de<br />

rainha, corôa d'ouro e pedras preciosas.<br />

A altitude é d'uma grande ingenuidade,<br />

o corpo numa linha curva,<br />

as mãos caídas, sustentando uma<br />

abada de rosas.<br />

fa- Ao fundo vê-se o convento velho,<br />

milia partiu para a Granja este a ponte, e Coimbra sobre um mon-<br />

nosso prezadíssimo amigo e distinte cheio de tons azues de illumicto<br />

professor da faculdade de Menura.dicina. A cidade parece pintada de memoria,<br />

ou por apontamento tirado<br />

Parece que está ultimado o regu-<br />

rapidamente. Do lado esquerdo da<br />

lamento para os toques de sinos,<br />

Santa levanta-se um palacio renas-<br />

redigido de accordo entre o sr.<br />

cença (1), em cujas varandas se vê<br />

Bispo-Conde, parochos e governa-<br />

muita gente a olhar uma outra raidor<br />

civil. E este congresso respeitánha que pára em baixo e a quem<br />

vel resolveu que cada signal, ou um D. Diniz, trágico, mette as mãos<br />

repique não dure mais de cinco no regaço, furioso, imaginando di-<br />

minutos.<br />

nheiro, e encontrando flores.<br />

Somente não sabemos se estipu- Mais adeante um adro com um<br />

ou o numero de signaes e repiques degrau á volta em que estão pobres<br />

que cabe a cada um dos actos, a sentados a vêr uma outra rainha de<br />

que se applicam.<br />

corôa na cabeça, lavando os pés a<br />

Ditosa cidade, onde todas as<br />

uma pobre.<br />

posturas de sanidade, limpeza e<br />

A pequenina taboa pintada está<br />

decencia são uma execravel burla<br />

emoldurada por um portico doura-<br />

e cujas auctoridades se sentem com<br />

do em cujo tímpano e base se lê:<br />

vagar para as futilidades dos sinosl<br />

Lux orta est in nostro Regno quum<br />

talem obtinuit reginam quce vocata<br />

volis adest numine prcesentissimum,<br />

Encommendas postaes para o ultramar palavras do officio da Rainha Santa<br />

feito em 1551 por André de Rezende.<br />

Á volta do quadro andam já vários<br />

amadores, d'estes amadores de<br />

comprar e vender, dos que vão arranjando<br />

a sua vida a comprar em<br />

Coimbra como amadores, para vender<br />

em Braga como negociantes.<br />

As encommendas não deverão<br />

Dizem-me que entre elles figura<br />

Pois não fez nada d'isto, e em exceder, por cada volume, o peso<br />

o que, em Santa Clara, comprou ás<br />

vez de emendar o erro do seu ante- de 5 kilogrammas, nem a dimensão<br />

freiras, a vida da Rainha Santa, a<br />

cessor, o sr. Franco Frazão tornou de 60 centímetros, em qualquer das<br />

preciosa lenda do século XIV, para<br />

quasi irrealisavel a restauração do duas faces, nem a capacidade de<br />

a vender no Porlo ao sr. Graça.<br />

20 decimetros cúbicos.<br />

Custou-lhe meia libra e vendeu-a<br />

paço episcopal, fazendo o pavimen-<br />

As encommendas destinadas a<br />

por algumas dezenas de mil réis.<br />

to da sala de jantar tmais baixo Cabo Verde e Guiné estão sujeitas<br />

Não foi mau o negocio, o do<br />

que o da galeria superior da va- ao porte de 500 réis; as destinadas<br />

amadôr.<br />

randa, acceitando, para se guiar, ás províncias de S. Thomé e Angola,<br />

Noutros tem sido mais infeliz!<br />

as indicações que lhe dava a obra de 700 réis.<br />

É bom, porém, que se lhe não<br />

restaurada pelo seu antecessor, não A expedição das mesmas faz-se<br />

deixe levar mais nada.<br />

pelos paquetes da Empreza Nacio-<br />

T. C.<br />

vendo que essa obra representava<br />

nal de Navegação que partem de<br />

vrada, muito ornamentada de pre- um erro que era necessário emen- Lisboa nos dias 6 e 23 de cada<br />

gos e mascaras de bronze dourado. dar.<br />

mês; e a entrega aos destinatários De visita, esteve nesta cidade, o<br />

nosso estimável amigo sr. Albino Igna-<br />

A conslrucção é muito simples, A importancia das novas cons- effectua-se por entermedio das agencio<br />

Rosa, importante industrial em Cas-<br />

as janellas pouco decoradas, em trucções torna quasi impossível cias da Companhia.<br />

tanheira de Pera.<br />

cima uma simalha simples de pedra emendar o erro antigo e restituir ao<br />

que corôa todo o edifício.<br />

pateo o seu aspecto primitivo. Por motivo do quinquagesimo an Cóm o maior prazer publr amos a<br />

A parte que olha para o Mondego<br />

Mas não param aqui os erros. niversario da creação dos sellos do relação dos alumnos que no anno lectivo<br />

abriu-a um architecto intelligente Não param, não. Dão até para correio, os colleccionadores cujo fiudo foram habilitados para exame de<br />

nutaero augmenta dia a dia, tratam latim, pelo nosso amigo rev.° José<br />

numa varanda de dupla arcaria de outro artigo.<br />

Rodrigues Liz Teixeira, e que Ocaram<br />

de organizar em Bruxellas no anno<br />

pedra, deixando ver a doce paisagem Até ao proximo numero.<br />

approvados, sendo alguns com distin-<br />

proximo uma exposição de sellos cção, o que mais uma vez vem confir-<br />

dos campos de Coimbra.<br />

T. C. de lodos os países.<br />

mar os créditos de que gosa este dis-<br />

Parece esta varanda a decoração<br />

tincto professor.<br />

d'um quadro golhico: no arco do<br />

1.» PARTE<br />

centro estaria numa cadeira Nossa Colyseu Figueirense<br />

Em goso de ferias, regressou a<br />

Coimbra o distincto alumno de enge- Fernando Paulino de Oliveira Albu-<br />

Senhora, aos lados anjos a offerecer Para a próxima corrida do dia 9,<br />

querque, distincto.<br />

nheria, sr. Carlos Bastos, filho do<br />

fructos ao Menino, e em cima anda- primeira da presente epocha, as com-<br />

Vasco Freire Themudo, distincto.<br />

nosso prezado amigo dr. Antonio<br />

panhias Nacional e da Beira Alta, es-<br />

Nuno Freire Themudo, distincto.<br />

riam graves os Santos e as Santas.<br />

Maria de Sousa Bastos, advogado<br />

tabelecem comboyos especiaes de ida<br />

Antonio Maria d'Andrade e Sousa,<br />

A paisagem parece feita para o e volta a preços reduzidos.<br />

nos auditorios d'esta cidade, distincto.<br />

Jayme Zuzarte Cortezão, distincto.<br />

Carlos Augusto das Neves Rocha.<br />

Henrique Luiz Doria Homem Corte-<br />

Real.<br />

José Máximo de Mello e Cistro Ribeiro.<br />

Jayme Herculano da Costa S irmento.<br />

Alvaro Guedes Faro Ferraz.<br />

Fortunato Gomes Seiça.<br />

Joaquim Augusto Gabriel d'A!meida.<br />

Jorge Paiva Bubella da Motta.<br />

Julio Machado Feliciano.<br />

Mário Barroso Henriques da Silva.<br />

Arthur Vieira de Carvalho.<br />

João Vianna de Lemos da Costa<br />

Salema.<br />

Jorge Pereira de Azevedo.<br />

2. a PAUTE<br />

5.° anno—Alvaro d'Almeida Mattos,<br />

distincto.<br />

João Eduardo de Vasconcellos Rebello.<br />

2. a PARTE<br />

6.° anno—Alvaro d'Almeida Mattos,<br />

distincto.<br />

Manuel Luiz Ferreira Tavares.<br />

Luiz Francisco Beato.<br />

Associação de ladrões<br />

Descobriu-se uma associação de la<br />

drões nos correios hespanhoes, de que<br />

têm sido victimas varias companhias<br />

mineiras de Andaluzia.<br />

A policia hespanhola, posta em carn-<br />

30, veiu a saber que o centro da ladroeira<br />

era no correio geral de Madrid.<br />

Ahi prendeu logo um empregado, que<br />

subtrahia as cartas procedentes de Andaluzia<br />

com destino ao estrangeiro.<br />

A' prisão d'este empregado seguiram-se<br />

as de mais cinco individuos,<br />

que pozeram a policia ao corrente de<br />

que esta quadrilha tinha ramificações<br />

em Valencia, San Sebastian, Paris e<br />

outras cidades.<br />

O Herald referindo-se a este caso<br />

diz, que entre os implicados, se contam<br />

pessoas altamente cnllocadas: o<br />

secretario particular d'um ex-ministro,<br />

um advogado, um procurador e outros<br />

empregados em tribunaes e re-<br />

partições publicas.<br />

Uma das victimas foi a casa Noel a<br />

quem roubaram 25:000 francos.<br />

Os roubos montam já a 20:0000000<br />

réis.<br />

Acha-se em Luso com sua ex. ml esposa<br />

o sr. Augusto Raphael Garcia de<br />

Araujo, distincto alumno da faculdade<br />

de Medicina.<br />

Seminário de Coimbra<br />

Já se vão fazendo sentir os inconvenientes<br />

da nova reforma de instrucção<br />

secundaria.<br />

O sr. vice-reitor do seminário acaba<br />

de publicar no nosso prezado collega<br />

o Conimbricense uma extensa carta em<br />

que, depois de mostraras poucas vantagens<br />

que os alumnos de ensino particular<br />

tem comparadas com as do lyceu,<br />

nos annuncia que, para o proximo anno<br />

lectivo e emquanto subsistirem os<br />

actuaes motivos, o sr. Bispo-Conde or-<br />

denou que se abrissem apenas as ca-<br />

deiras de instrucção secundaria que<br />

habilitam para a matricula no curso<br />

superior do semiuario.<br />

Continila, no entretanto, o internato<br />

para os alumnos que se destinam á<br />

vida civil e pretendam frequentar<br />

algumas das aulas alli estabelecidas<br />

ou irem frequentar as do lyceu em<br />

que se tenham matriculado, sendo neste<br />

caso acompanhados, quer à ida quer<br />

á volta, por um empregado do seminário.<br />

Na referida carta, avisam-se as famílias<br />

dos alumnos que queiram frequentar<br />

as aulas nestas condições de<br />

que necessitam ter nesta cidade pessoa<br />

idónea como representante de<br />

pae ou tutor, para tomar conta do alumno<br />

desde que a disciplina d'este estabelecimento<br />

não permitta que elle alli<br />

continue.<br />

Não pôde ser representante para<br />

este caso qualquer estudante, mesmo<br />

que seja da Universidade.<br />

Ainda que não temos grandes sympatjiias<br />

pelo ensino dos seminários não<br />

podemos deixar de sentir esta resolu»<br />

pão que as circumstancias obrigaram<br />

a tomar ao sr. Bispo Gonde.


Em ferro frio<br />

Em quanto os alvasís da cidade<br />

andam a entreter os ocios com vãos<br />

regulamentos sobre badalos e si-<br />

neiros, clamam de balde alguns<br />

jornaes contra as crueldades que<br />

por essas ruas se praticam sobre<br />

os animaes.<br />

Todas as reclamações são inúteis<br />

1<br />

A policia que entende ler sido inventada<br />

só para prender, nem sombras<br />

de vigilancia exerce sobre tal<br />

serviço; e são frequentes os conflictos<br />

entre os carroceiros e os cidadãos<br />

que protestam contra as bestialidades<br />

cruéis que por ahi se presenceiam.<br />

Estamos como no tempo dos antigos<br />

zeladores municipaes!<br />

Partiu para a estancia d'aguas do<br />

Gerez o nosso prezado amigo sr. Francisco<br />

dos Santos Almeida, digno guarda-livros<br />

da camara municipal d'esta<br />

cidade.<br />

Modo de fazer vinagre<br />

Para evitar as mixordias, quasi sempre<br />

prejudiciaes à saúde, que nos empingem'<br />

em vez de vinagre, vamos<br />

apresentar aos nossos leitores, que<br />

ainda d'isso não tinham conhecimento,<br />

o meio fácil de fazer uma boa vinagreira<br />

Para se arranjar o fermento, lança<br />

se um pouco de vinho (o branco é preferível)<br />

de graduação alcoolica fraca,<br />

8 o a 9 o numa travéssa, deixando-se fi<br />

car em repouso em sitio bem arejado,<br />

e onde a temperatura não seja inferior<br />

a 25° nem suprrior a 30°.<br />

Em poucos dias a superfície do vinho,<br />

que se deitou na travéssa, cobre<br />

se d'uma pellicula mais ou menos espessa.<br />

Essa pellicula é formada por<br />

uma série de colonias do mycoderma<br />

aceati, que se desinvolveu em conta-<br />

cto com o ar, consumindo todo o álcool<br />

e transformando o em acido acético<br />

vinoso.<br />

Obtido isto, resta simplesmente apartar<br />

com cuidado essa pellicula por<br />

meio d'uma esparlula ou colher, e lançá-la<br />

no barril, destinado á vinagreira,<br />

no qual se deitou d'antemão uma pequena<br />

porção de vinho da mesma qualidade.<br />

O fermento desinvolve-se nesse<br />

novo campo, que se vae accresc ntando<br />

com outras porções de vinho,<br />

até o barril ficar quasi cheio.<br />

Para accelerar a fermentação vae-se<br />

fabricando mais fermento n^s travéssas<br />

e lançado dentro do barril. Em<br />

pouco tempo estará o vinagre f^ito e a<br />

vinagreira completa.<br />

O barril necessita de uns certos cui-<br />

24 Folhetim da RESISTENCIA<br />

J0Â0 DAS GALÉS<br />

XVI<br />

O Procurador da Republica<br />

— Como, disse o magistrado, M. de<br />

Villedieu não é millionario?<br />

— Está arruinado ha muilo tempo.<br />

Vendeu a mobilia, e vive em apuros<br />

Hoje tem dinheiro às mãos cheias, por<br />

que me roubou, em pleno dia, perto<br />

de quatro milhões, em jóias, dinheiro<br />

e quadros.<br />

— Que dizeis vós?, exclamou o magistrado,<br />

um roubo d'essa importancia,<br />

commettido hontem ?<br />

— Em pleno dia, em pleno boulevard,<br />

roubo seguido de assassinato ou<br />

de tentaliva de assassinato, roubo com<br />

arrombamento. Fazei comparecer o<br />

vosso escrivão, seuhor, para escrever<br />

o meu depoimento.<br />

M. de Koellen relatou a aventura de<br />

que havia sido testemunha e victima,<br />

e não teve grande trabalho para restabelecer<br />

os factos como elles se teriam<br />

passado, desde o momento em<br />

que tpntaram assassiná-lo até á parti<br />

da dos ladroes<br />

Quando o escrivão acabou de escre<br />

Ver M. de Koellen tirou um papel do<br />

bolso e continuou:<br />

p-tfm facto sobre o qual eu tinha<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 6 de agosto de 1896<br />

dados A torneira de.ve ser de pau para<br />

não ser atacada pelos ácidos, e o ba-<br />

toque deve estar sempre destapado<br />

para lhe entrar o ar, necessário ávida<br />

do mycodermn.<br />

Nunca se deve eucher completamen-<br />

te o barril, e é mesmo conveniente<br />

que se lhe faça ura furo na parte su<br />

perior d'um dos tampos para o ar circular<br />

livremente. Tombem o funil que<br />

houver de servir para o arcrescentar,<br />

deve ter o bico bastante comprido, de<br />

maneira a mergulhar o mais possível<br />

no barril. Com esta precaução se evitará<br />

a agitação brusca do vinagre, e portanto<br />

a destruição da pellicula fermento<br />

que cobre a su * superfície.<br />

Para limpeza, como tem de conservar<br />

o batoque destapado, cobre-secom<br />

uma rede miúda de arame, ou mesmo<br />

talagarsa.<br />

A vinagreira deve conservar-se em<br />

sitio em que a temperatura não seja<br />

alta.<br />

Claustro de Cellas<br />

A secção de archeologia do Instituto<br />

dirigiu aos poderes públicos<br />

uma representação, em que, ponderando<br />

o estado de completa ruina<br />

d'esse primoroso claustro, um dos<br />

mais preciosos e suggestivos monumentos<br />

do país, solicitava as necessárias<br />

providencias no sentido da<br />

sensata e escrupulosa consolidação<br />

d'essa antiqualha tão digna de ser<br />

estimada, para a educação do sentimento<br />

publico e para a historia da<br />

arte.<br />

Consta que a representação foi<br />

bem aceite e parece haver esperanças<br />

de que se consiga essa inadiavel<br />

obra, sem os perigos de intervenções<br />

desastradas.<br />

Bibliographia<br />

Perfis Contemporâneos — Acaba<br />

de publicar-se o n.° 22 d'esta curiosa revista<br />

quinzenal, de Lisboa.<br />

Traz o retrato do distincto maestro brazileiro,<br />

Carlos Gomes, biograpliado por Luiz<br />

Guimarães.<br />

Revista Theatral—Publicação quinzenal<br />

de assumptos theatraes, de que são directores<br />

os srs. Coitares Pereira e Joaquim<br />

Miranda.<br />

O presente numero insere um explendido<br />

artigo sobre o estado do the.itro português<br />

— Revistas do brilhante eseriptor Fialho d'AI<br />

meida.<br />

Recebemos — Embargos á execução com<br />

murn que José Alves d Oliveira, da Uedinha,<br />

promove do juízo de Direito da comarca de<br />

Soure, contra Francisco Lourenço Tavares<br />

Ornellas, advogado em Condeixa.<br />

Jornal de Viagens e aventuras de<br />

leria e mar. — Recebemos n n.° 18 d'este interessante<br />

jornal que se publica no Porto, sob<br />

a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />

Este numero publica o retrato de José Joaquim<br />

Rodrigues de Freitas, acompanhado d'um<br />

artigo, em que Joaquim de Vasconcellos commemora<br />

o passamento d'aquelle grande espirito.<br />

Boletim do Syndicato Agrícola<br />

de Síontemór-o-VelIio — R cebemos<br />

mais um numero d'esta excellente revista agrícola,<br />

cujo summario é o seguinte:<br />

Parecer da commissão de agricultura.—Syndicato<br />

agrícola de Felgueiras. — Preparativos<br />

para a vindima—Syndicato agrícola de Santo<br />

Thyrso—O esbandeiramento do milho.—Bombas<br />

centrífugas. — Syndicato agrícola de Reguengos.—Noticias<br />

agrícolas. — Boletim commercial.<br />

Gazeta das Aldêas—Importante semariario<br />

de propaganda agrícola e vulgarização<br />

de conhecimentos úteis que se publica no<br />

Porto.<br />

É seu redactor principal o sr. dr. Antonio<br />

de Magalhães, distincto chimico analysta do<br />

Laboralorio Chimico-Agrícola do Porto.<br />

Agradecemos o n.° 32 d'esta revista? que<br />

traz artigos interessantíssimos.<br />

Preço da assignatura : trimestre, 750 réis ;<br />

províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />

Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />

Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 29,<br />

ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />

Porto.<br />

Communicado<br />

Sr. redactor da Resistencia.<br />

Rogo a v. a fineza da publicação da<br />

inclusa copia d uma carta que nesta<br />

data envio ao Defensor do Povo.<br />

Pelo que muito agradecido lhe fica o<br />

Coimbra, 3-8-96.<br />

De v., etc.,<br />

José Maria dos Santos Nazareth<br />

lll. mo e ex. mo sr. Pedro Cardoso.<br />

0 n.° 130 do Defensor do Povo, jornal<br />

que v. ex. a superiormente redige,<br />

insere um pedaço de boa prosa e sã<br />

doutrina, ao qual tenho de, em nume<br />

da verdade, fazer alguns reparos.<br />

Diz v. ex. a na local «No campo das<br />

responsabilidades» que os estudantes<br />

republicanos debandaram do campo ao<br />

bater-lhes á porta a móca das justiças<br />

d'el-rei; e da querella ao Portugal<br />

ficara sómenle no campo da responsa<br />

bilidade o — desgraçado—editor.<br />

E falsíssima essa afflrmação.<br />

Se não apresentei o original do artigo<br />

incriminado, que possuo desde a sua<br />

publicação, foi porque não quiz; pois,<br />

pertencendo a responsabilidade d'esse<br />

pregão revolucionário a tudos os estudantes<br />

do grupo republicano e achandose<br />

o original assiguado sómente por<br />

um limitadíssimo numero de estudantes—todavia,<br />

todos os que nessa data<br />

se encontravam em Coimbra — julguei<br />

que praticaria uma fl grante injustiça<br />

ao caracter dos restantes académicos<br />

se fôsse' entregar ás palma< de um<br />

martyrio de 5 a ordem esses signatários.<br />

Por isso aos agentes d'el-rei declarei<br />

que na presente occasião não podia<br />

dar esclarecimentos relativamente ao<br />

facto, visto que se encontravam fóra<br />

de Coimbra os redactores do jornal.<br />

Ora v. ex. a viu, na singelêsa d'esta<br />

declaração de que sou único responsável,<br />

uma debandada tremenda e cobarde.<br />

Golpes de vista d'um puritano e<br />

martyr de 15 dias de cadeia remíveis<br />

a tostão! (E martyrio... que nem é<br />

de 5 a ordem).<br />

Dizem lá na gazeta que «á sombra<br />

d'esse desgraçado (isto é commigo) se<br />

podem atirar todas as pedras».<br />

Devolvo-lhe o adjectivo e as pedras<br />

porque v. ex. a parece ter-me julgado<br />

por si no papel que certamente lhe<br />

é destinado quando habilita jornaes.<br />

Quanto a mim, se é certo que applaudo<br />

rasgadamente a attitude do Portugal,<br />

não é menos verdade que fui sempre<br />

consultado na publicação dos seus<br />

artigos tendo por varias vezes notado<br />

falta de energia.<br />

O resto é uma parte cantante que<br />

conheço, creia v. ex. a , e a responder-<br />

lhe... ah I lembro-me agora que v.<br />

ex. a é o proprietário da Typographia<br />

Operaria...<br />

Espero que v. ex. a fará publicar<br />

esta i:arta no proximo numero do<br />

Defensor do Povo.<br />

Coimbra, 3-8-96.<br />

De v. ex. a att.° ven. or<br />

José Maria dos Santos Nazareth,<br />

(Segue o reconhecimento)<br />

operário typographico.<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5.° anno de Direito, con-|<br />

tinúa a leccionar Historia, Geographia|<br />

e Philosophia.<br />

Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />

Cogido do Processo Commercial<br />

APPROVADO POR<br />

Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />

Preço 200 réis<br />

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Á venda na Imprensa da Universidade |<br />

F. Fernandes Gosta<br />

ADVOGADO<br />

Rua do Visconde da Luz, 00<br />

SENHORA<br />

Offerece-se para dama de companhia.<br />

Para tractar, rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, n.° 9.<br />

DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />

A minha administração<br />

dos Hospitaes da Universidad8<br />

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Constrncções hospitalares<br />

(Noções geraes e projectos)<br />

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Histologia e Physiologia dos mnscnlos<br />

Secção I—Histologia dos musculos<br />

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Vende-se um na rua de Joaquim<br />

Antonio d'Aguiar, n 0 9.<br />

Reptis e amphibios da Península<br />

Ibérica e especialmente em Portugal<br />

POR<br />

91. Paulino d'Oliveira<br />

Lente cathedratico de Zoologia e director<br />

do Museu zoologico da Universidade<br />

PREÇO, 400 RÉIS<br />

A' venda na Imprensa da Universidade.<br />

'<br />

Bibliotheca Popular de Legislação<br />

LEI DO SELLO<br />

Cartas de lei de 21 de julho de 1893<br />

e 4 de maio de 1896 e tabellas respectivas,<br />

em fórma de reportorio alphabetico<br />

e portarias posteriormente<br />

publicadas referentes ao mesmo assumpto.<br />

PREÇO, 200 RÉIS<br />

Pedidos a A. Jòsé Rodrigues, rua da<br />

Atalaya, 183, 1.°— Lisboa.<br />

presumpções, mas não ainda tão for- ella se subtrahiu à sua acção e em que — Se o conheceis tãobem, disse o —Que razões tendes para suppôr<br />

tes para que podesse participa-lo á jus- as heranças lhe escaparam. Vendeu magistrado, como haveis podido ad- que elle vá á Bélgica ?<br />

tiça, foi-me confirmado esta manhã por toda a mobilia, mas como necessitava quirir relações com um forçado?<br />

— Porque sô na Bélgica ou na Hol-<br />

este papel immundo, gordurento, amar- de um milhão, foi pedir-m'o. Ese, ago- — Já tive a honra de vos dizer, ha landa é que elle pôde vender com serotado,<br />

caído talvez do bolso do chefe ra, senhor, desejaes saber o nome do pouco, senhor, que só desde ha pougurança o que me roubou. Esperae...<br />

dos ladrões no momento em que saía homem audacioso capaz de levar a poucos dias é que soube ser verdade o Poderia dar-se o caso de não se ter<br />

dó meu quarto, porque o encontrei no cabo taes emprésas, se quereis saber que se dizia, e só depois d'isso é que en- lembrado de tudo. Mandae ao Grandpatamar<br />

da escada. Ouvi bem, senho- o nome do forçado, é — João das Gatrei em investigações, depois das quaes, Hotel onde elle estava hospedado, sares.<br />

Ha treze annos, foi commettido lés.<br />

e se ellas confirmassem as minhas susber o formato das malas que levou e<br />

um roubo com arrombamento na rua<br />

Pagevin por um habituée dos tribunaes,<br />

XVII<br />

peitas, o teria certamente denunciado<br />

â justiça. Mas, senhor, foi só esta ma-<br />

enviae os seus signaes com ordem de<br />

deter Q seu possuidor. Quanto aos si-<br />

que foi condemnado a trabalhos forçados<br />

perpetuos: este homem, é hoje o<br />

duque de Villedieu. Três annos depois,<br />

o condemnado, escapára-se do presi-<br />

João das Galés<br />

nhã, ao encontrar este papel éque eu gnaes do homem, no seu estado natu-<br />

tive a completa certeza do que havia ral, Jean Guerin é córado, nariz fino,<br />

— Guerinl, exclamou o magistrado. suspeitado. Ponho nas vossas mãos, olhos castanhos vivos, muito vivos; os<br />

— Villedieu I, exclamou por sua vez senhor, este extracto da sentença que do duque de Villedieu são...<br />

dio de Tdulon. Dm anno mais tarde, o Gribeauval.<br />

condemnou João Guerin a trabalhos — Eu conheço-os.<br />

velho duque de Villedieu morreu as- João das Galés I o nome d'este sal forçados perpetuos.<br />

— A estatura não tem nada de exsassinado,<br />

e todas as pesquizas para teador audaz cuja fama se espalhou — Tendes mais algum esclarecimen traordinário, infelizmente.<br />

encontrar o assassino foram infructife- pelos auatro ventos, que era conheci- to a dar-nos quanto ao logar onde o O magistrado escreveu e disse a um<br />

ras: o assassino transformára-se em do pela sua força extraordinaria, de chamado Guerin haja podido refugiar guarda republicano.<br />

duque de Villedieu. 0 que a justiça que os jornaes e os annaes de causas se?<br />

— Este ao perfeito de policia, este<br />

nunca soube, é que depois da morte celebres tanto se occuparam, este no- — Estou inteiramente convencido, ao telegrapho, correi.<br />

do velho duque, seu filho, que havia me atterrou os dois personagens que disse M. de Koellen, que elle vae nes- — Se fosse de vosso agrado iriamos<br />

herdado o titulo, foiegualmente assas- o tinham ouvido pronunciar.<br />

te momento a caminho da fronteira agora ao meu domicilio, disse M. de<br />

sinado por o forçado evadido, que, Gribeauval fui quem primeiro falou. Belga.<br />

Koellen.<br />

graças a uma semelhança notável e á — E é nas mãos de semelhante ban- — Porque o nâo disseste ha mais — Vou intender-me com o juiz de<br />

arte que certos indivíduos têm em cadido que essa<br />

racterisar-se, poude fazer se passar por encontra I<br />

desgraçada mulher se tempo ?, exclamou o magistrado tocando<br />

uma campainha.<br />

instrueção, disse o magistrado.<br />

— E M.<br />

duque de Villedieu. 0 velho duque dei- — Não está já na vossa casa de Ca- — Para que havia de dizê-lo ?<br />

xara cerca de 200:000 francos em dichan?, perguntou M. de Koellen.<br />

— Para o fazer deter no caminho.<br />

nheiro. 0 forçado feito duque de Ville- — Não, foi raptada esta noite.<br />

— Estou convencido que assim não<br />

dieu, soube conservar gastando com — Então fizeram isso depois que saí- o apanhareis.<br />

parcimouia esta quantia até que cheram de minha casa, disse M. de Koel- — Ê bom sempre experimentar. Que<br />

gou a desposar uma menina, três vezes<br />

milliouaria, cujo pae, M. Durand,<br />

len; mas nada tunaes,<br />

estar junto d'elia.<br />

ella não deve signaes tem ?<br />

—Nada lucraps em sabê-los; porque<br />

se deixara seduzir pelo brazão dos Vil- — Oudtj eslâ então í<br />

eu estou certo que elle se havia de<br />

ledieu. M. de Villedieu devorou a for» — Iguoro-o, mas eile,(,<br />

tuna de sua mulher até ao dia em que ço as suas compauhiag,<br />

eu conhe- disfarçar perfeitamente, de modo a não<br />

ser reconhecido.<br />

me de Villedieu? M. elle Durand?,<br />

exclamou Gribeauval.<br />

— Oh I esse assumpto não é tão urgente,<br />

disse o magistrado, ha de encontrar-se.<br />

O rnais importante agora ó<br />

prender o bandido.<br />

— É a vós que pertence procurar<br />

M. me de Villedieu, disse Koellen, e se<br />

vós a não encontrardes ninguém a encontrará.<br />

{Continte) x


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mioeraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, pharmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodações<br />

desde 10200 réis<br />

comprebendendo serviço, club<br />

etc. Bónus para os médicos<br />

O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5.®classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos.—Viagem<br />

— baz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estaçao de Lannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

rortugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

reterente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />

aa i elgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafada's vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

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15 M'ESTE deposito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fabrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fabrica.<br />

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247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

1 4 MSA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

^ Restauradores (Avenida).<br />

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garantidos pela economia obtida no<br />

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apparelhos concernentes.<br />

Tintas nara ninflim' A ' vaiad es,óleos,agua-raz,crés,gesso<br />

r a i a Fiuwiaa. veraizeS) e m u i U s outras tintas e<br />

artigos para pintores.<br />

Cimentos* Inglez e Gabo v m<br />

Mondego, as melhores qualidades<br />

que se empregam em construcções hydraulicas.<br />

Diversos* Bande J as > oleados, papel para forrar casas, moiu<br />

m 3<br />

" ' ohos e torradores para café, machiuas para moer<br />

carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />

zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />

as qualidades.<br />

Ferragens para construcções: Grande sorlido


Arrogantes e máus!<br />

A visão dos melhoramentos<br />

As restaurações artísticas<br />

não dêem á questão uma nova face,<br />

preparando acontecimentos lastimosos<br />

1<br />

Está averiguado que Coimbra não<br />

A gréve dos operários do gaz na<br />

O governo conta com as prisões pôde viver sem um Messias, ou um<br />

capital continua nos mesmos ter-<br />

em massa e os porões dos navios.<br />

D. Sebastião!<br />

mos, lançando no animo dos que<br />

Seja qual fôr; tudo serve!<br />

Os factos antecedentes anima-o<br />

olham com sympathia a causa dos<br />

I ><br />

Vem de longa data esta aspira-<br />

a novas e levianas arremetidas para<br />

queixosos, a suspeita de que a<br />

ção lyrica ao sobrenatural. E os des-<br />

suffocar o protesto dos que traba-<br />

solução da pendencia lhes não seja<br />

enganos não a corrigem!<br />

lham.<br />

favoravel.<br />

Se não tem uma mystificação de-<br />

Pois bem, que a perversidade<br />

Uma machinação de interesses<br />

vota, a enlreter-l-he os ocios e a fin-<br />

dos seus instinctos o não illudal gida credulidade, um embuste a<br />

escandalosos e repugnantes preten-<br />

orque é inadmissível e revoltante affagar-lhe os sonhos, anda biliosa<br />

de explorar a situação. O governo,<br />

que no dia de boje se pretenda con- e trisíe!<br />

protector de todos os syndicatos,<br />

duzir a golpes de azorrague um Tal qual como aquella dama ro-<br />

colloca-se impudicamente ao lado<br />

povo civilisado e livre!.. .<br />

mantica, que ia para toda a parte,<br />

da companhia; e a camara munici-<br />

com tanto que a raptassem!...<br />

pal, que tinha obrigação de intervir<br />

Até ha pouco era o devaneio do<br />

zelosamente, para que a cidade não<br />

Tentativas revolucionarias<br />

elevador; agora é o plano dos melho-<br />

soffresse os graves prejuízos que tem Turvam-se os ares em Hespanha. ramentos, que a camara vai elabo-<br />

supportado, abstem-se com .uma<br />

Os ânimos agitados manifestam-se<br />

rar por entre applausos e reclames,<br />

se em hostilidade armadas.<br />

perfídia revoltante de cumprir o seu<br />

e o concomitante mercado, que volta<br />

Exactamente como em 1866, com<br />

dever.<br />

a guerra na America começam a a incender-lhe a facúndia dos alvi-<br />

A direcção da companhia cobre rebentar os pronunciamentos no tres.<br />

com a sua solidariedade as prepo-<br />

continente. E como então, não dei- E nos centros da palestra discuxarão<br />

de seguir-se as perseguições,<br />

tências d'um estrangeiro, prompta<br />

te-se o local mais apropriado e gi-<br />

os desterros e os fusilamentos.<br />

za-se á larga a ostentação das or-<br />

a explorar os lucros que a interven- No dia 4 nos arredores de Vação<br />

dos poderes públicos podesse encia appareceram grupos armados<br />

namentações archilectonicas.<br />

deparar-lhe. Dizem que a compa-<br />

evantando vivas á republica. Em A escolha do local está produ-<br />

diversos pontos houve lucta. zindo as mais jucosas opiniões. Cada<br />

nhia arruinada, como todas as em-<br />

Os manifestantes foram batidos cidadão o tolera onde quizerem, com<br />

prezas onde se anicham as firmas e tem sido realisadas muitas prisões. a condição de que fique á sua porta.<br />

dos políticos mais desacreditados, O ministro do interior declarou Os da Praça 8 de Maio querem-o<br />

desejaria esse procedimento, para que se organisavam rebelliões em<br />

Saragoça, Geromo e outros lugares.<br />

pelas alturas do Terreiro de Santo<br />

ter pretexto a exigir indemnisações Em Madrid também têm sido Antonio; a rua dos Sapateiros no<br />

absurdas, que a puzesse a coberto presos por conspiradores vários in- largo da Fornalhinha; a Portagem<br />

de desastres que se esperam. divíduos.<br />

na Avenida, á margem do rio; a<br />

É um espectáculo vergonhoso<br />

O governo toma precauções e as Sophia alli por S. Domingos; e os<br />

tropas estão de prevenção.<br />

este que se está desenvolvendo aos<br />

de Fóra de Portas nas proximida-<br />

O que sahirá de tudo isto!...<br />

olhos da nação, pela insensatez desdes<br />

dos Lazaros.<br />

pótica dos que governam e pela<br />

Os moradores da rua Ferreira<br />

Na folha do conspícuo sr. Ma- Borges, muito condescendentes, sa<br />

connivencia nos processos mais vis rianno lê-se esta chalaça:<br />

crificam-se a admitti-lo nas ampli-<br />

de exploração endurecida e cegai<br />

«Todos os estabelecimentos das ruas dões do Paço do Conde, com um<br />

E neste conluio infame de banda- do Ouro, Augusta e da Prata tiveram<br />

grande boulevard que parta de S.<br />

hontem explendida illuminação. O<br />

lheiras e de especulações, setecen-<br />

mesmo aconteceu aos estabelecimen- Thiago em cominunicação directa.<br />

tos operários, que representam altos da rua da Palma.»<br />

Espera-se que a cidade alta, por<br />

gumas mil pessoas, estão á mercê<br />

D'onde se conclue que para a emquanto remettida a um discreto<br />

de contingências deploráveis, em illuminação publica ser boa devem silencio, se pronuncie por estes dias.<br />

perigo de serem lançados na mi- estar os gazometros vazios.<br />

O plano está á bica: é só pedir<br />

séria.<br />

E eis ahi está como o que nunca por bocca. E estão servidos!<br />

chegou sequer a ser râzoavel em<br />

Uma folha notava com razão que tempos normaes, se torna agora<br />

todas as grandes companhias actual explendido á simples voz do illumi-<br />

O homem do gaz<br />

mente em Portugal são administranado Marianno.<br />

das exclusivamente por estrangei- Vão ver, ou nós muito nos en- Foi publicada no jornaes de Lisganamos,<br />

o D. Xarope e o intelli boa a seguinte carta:<br />

ros e políticos corruptos, que sim-<br />

gente sr. Hintze, acreditar neste<br />

plesmente obedecem ás suggestões sortilégio! Abrenuníio!<br />

«Sr. Redactor. — Tenho a honra de<br />

participar a v. para os effeitos que<br />

ferozes do seu egoísmo, sem consi-<br />

julgar convenientes:<br />

deração pelo trabalho nacional e<br />

Parodias<br />

1.° Que os fogueiros e contra-mestre<br />

mandados vir de Bruxellas chegam<br />

pelos interesses da população.<br />

O sr. ministro da guerra apraz- no primeiro Sud-express, por ser o<br />

Tudo isto caminha para um cata-<br />

meio mais rápido;<br />

se em acalentar as tinêtas bellicas<br />

2.° Que já partiram para Lisboa<br />

clismo pavoroso, que um governo do seu antecessor.<br />

mais alguns de Nápoles;<br />

de larvados auctoritarios e dissolu- Foram chamadas as reservas para 3.° Que hoje embarcam 8 em Bortos<br />

julga poder dominar com as es-<br />

tomarem parte em próximas manodéus no paquete das .Messageries;<br />

bras !<br />

4<br />

pingardas da municipal!<br />

Toda a gente pergunta para que<br />

O procedimento dos grévistas servirá desperdiçar sommas enor-<br />

tem sido d'uma moderação irrepremes com estes espectáculos absoluhensivel,<br />

d'uma circumspecção toda<br />

tamente inúteis, que não têm uma<br />

única explicação plausível!<br />

de prudência. Quem pôde porém Mas el-rei gosta d'estes folgue-<br />

garantir que contingências impredos marciaes; e tanto basta a jusvistas,<br />

d'um momento para o outro, tificar mais este desperdício louco I<br />

0 as torneiras e valvulas, aQm de começar<br />

a haver gaz para motores.<br />

Sou com a maior consideração,<br />

De v., etc.<br />

Marianno de Carvalho »<br />

Leram?<br />

Pois querem saber no que deu<br />

esta fanfarronada? É o proprio parlapatão<br />

signatario que no-lo diz:—<br />

«Realizou-se tudo quanto nella se<br />

a/firma, excepto o que se menciona<br />

no n.° 7.°». Isto é, Lisboa continuou<br />

ás escuras!<br />

O que se cumprirá talvez são as afirmações<br />

i.<br />

Que já hoje se apresentaram ao<br />

serviço 4 homens dos que se pozeram<br />

em gréve e foram recebidos;<br />

5.° Que hoje ás 10 horas da manhã<br />

tínhamos já a mesma quantidade de<br />

gaz que hontem às 3 horas da tarde<br />

(13 mil metros);<br />

6.° Que a producção por hora é<br />

superior a 1:000 metros, e que será<br />

mais ámanhã e já esta noite;<br />

7.° Que ás 3 horas da tarde se abrem<br />

a , 2. a e 3. a EM<br />

C O I M B R A<br />

v i<br />

O paço do Bispo. A parte externa<br />

do edifício é sem valor: mutilações<br />

successivas, abrindo portas e<br />

substituindo janellas, tiraram-lhe o<br />

caracter, se alguma vez o teve.<br />

Cheio de caracter havia apenas<br />

, porque fácil o pateo, um bello exemplar que<br />

é fazer vir ao país os lazzaroni nos fazia imaginar toda a velha re-<br />

napolitanos e meia dúzia de desocsidencia senhorial do século xvi,<br />

cupados belgas e francêses. grande e nobre capricho da renas-<br />

E assim, com este laço armado cença.<br />

á proverbial estupidez do chefe de<br />

Por dentro do edifício encontra-<br />

abinete e ao agudo engenho de D.<br />

Xarope, salvou o sr. Marianno a vam-se a cada passo vestígios de<br />

companhia do gaz do castigo que épocas mais antigas, ao lado de<br />

lie é imposto para estes casos nas construcções importantes feitas no<br />

clausulas do respectivo contracto. século xvm a caírem em ruinas.<br />

Eram, porém, fragmentos dis-<br />

As obras de Belem persos, documentos de valor relativamente<br />

insignificante para pode-<br />

Foram classificados os projectos<br />

apresentados a concurso para a rem determinar a direcção a dar<br />

conclusão do monumento dos Jerò- a uma obra de restauração. Ponymos<br />

e edifício annexo destinado der-se-íam conservar como curiosi-<br />

á exposição nacional.<br />

dade no edifício restaurado ou em<br />

Os concorrentes foram quatro; e um museu.<br />

os projectos escolhidos pelo jury<br />

oram dois, cabendo o primeiro pre-<br />

O que dava càraclei* âo edifício<br />

mio do monumento ao sr. Adães era o pateo, que deveria ser reli-<br />

Bermudes e o segundo ao sr. Dogiosamente conservado, emendando<br />

mingos Parente.<br />

o erro da restauração contemporâ-<br />

Para o edifício annexo a primeira nea, banal e sem valor artístico.<br />

recompensa foi dada ao sr. Parente<br />

e a segunda ao sr. Bermudes.<br />

Como sempre acontece em con- O pateo é de estylo renascença.<br />

cursos portuguéses, já se levantam<br />

protestos: — que esse resultado já O sr. director das obras publi-<br />

era sabido antes da apreciação dos<br />

cas, encarregado de restaurar o paço,<br />

trabalhos; e que o programma foi<br />

alterado em favor dos preferidos.<br />

não soube vêr o valor architectoni-<br />

Temos outra celeuma como a do co e documental do pateo, que é<br />

Infante D. Henrique. Vamos ouvi- bem conhecido e tem sido muitas<br />

las bonitas!<br />

vezes reproduzido por desenhos em<br />

livros nacionaes e extrangeiros.<br />

Universidade<br />

Em livros portuguéses ha paginas<br />

dedicadas áquella bella obra<br />

O Diário já publicou o avise da<br />

abertura d'este estabelecimento no pro- que não é obra desconhecida, que<br />

ximo outubro.<br />

é obra estudada.<br />

A matricula geral tem logar nos dias<br />

2, 3 e 4 de outubro. E os requerimen<br />

O sr. director das obras publi-<br />

tos para esta matricula devem ser en cas não poderia ignorar-lhe o valor,<br />

tregues na secretaria; para os primei excepto se s. ex." não sabe lêr.<br />

ros annos até ao dia 20 de setembro<br />

e para os demais atè 25.<br />

Encarregado de restaurar o pa£o<br />

Á bicada!<br />

episcopal, o sr. director das obras<br />

publicas, não o estudou, não pro-<br />

Já tínhamos o bico de gaz Auer,<br />

curou suggestionar-se pelos restos<br />

o bico invencivel, e o bico electrico;<br />

agora temos um novo bico de pro das construcções antigas; tendo de<br />

testo contra as garras aduncas do restaurar um palacio de estylo re-<br />

fisco e dos syndicateiros- dos pbosnascença, apresentou um plano de<br />

phoros e da isca.<br />

restauração em estylo manoelino.<br />

Alguns benemeritos commercian- Encarregado de restaurar um pates<br />

da baixa offerecem nos seus es<br />

lácio em que havia uma obra do<br />

tabelecimentos aos fumadores um<br />

bico microscopico e permanente valor do pateo, o sr. director pas-<br />

para accenderem os seus cigarros. sou ao lado sem a vêr, e tentou al-<br />

Aproveitando esta generosidade terar-lhe a physionomia, transfor-<br />

patriótica, muita gente que se préza mando o velho pateo, cheio de no-<br />

eliminou no seu orçamento a caixa breza e de caracter, numa constru-<br />

de 10 réis.<br />

cção de estylo manoelino, o manoe-<br />

Se o odioso monopolio dos phosphoros<br />

d'esta vez não rebenta na lino dos jazigos e dos palacios que<br />

allencia, é por que o diabo o pro- no Minho mandam agora fazer carregadores<br />

enriquecidos no Brazil,


É um manoelino sem graça e sem<br />

proporções, um manoelino sem força,<br />

esguio, doente, monotono, sem<br />

belleza e sem variedade.<br />

O desenho das janellas que deitam<br />

para o Salvador, é secco e mau.<br />

As janellas são excessivamente esguias,<br />

a sua decoração é dura e<br />

mesquinha.<br />

As gargulas foram mal escolhidas,<br />

são feias, hirtas, de bronze, com<br />

uns argollões detestáveis caídos ao<br />

lado.<br />

As janellas geminadas que deitam<br />

para o rio, são de melhor desenho,<br />

mas são manoelinas, apenas<br />

por alguns detalhes de decoração e<br />

por mais nada.<br />

Todavia, o sr. director das obras<br />

publicas diz que essas janellas são<br />

a reproducção fiel d'uma janella antiga,<br />

janella manoelina, existente já<br />

no antigo edifício.<br />

t<br />

E falso 1 Não ha no paço episcopal<br />

uma janella manoelina; porque<br />

as únicas que havia foram mutiladas<br />

pelo sr. director das obras pu-<br />

blicas, que lhes mandou augmentar o<br />

comprimento dos fustes para as tornar<br />

mais elegantes e para que ellas<br />

podéssem deixar entrar mais luz.<br />

E incrível, pois não é? Encarrega-se<br />

um homem de restaurar um<br />

edifício e elle tenta tirar-lhe toda a<br />

feição antiga, emprehendendo a res-<br />

Na parte que o sr. director das<br />

obras publicas restaurou também,<br />

e que dá para um pequeno jardim,<br />

sem importancia, o sr. director das<br />

obras publicas quiz-se mostrar magnifico,<br />

mas, querendo ser grande,<br />

mostrou-se insignificante, apertando<br />

o já pequeno quinlal em duas<br />

galerias, de janellas largas, de mau<br />

desenho, as paredes sustentadas por<br />

uns gigantes ridiculos, como desenho,<br />

e como proporções.<br />

Ora, se o sr. director das obras<br />

publicas soubesse, tinha feito melhor<br />

obra e gasto menos dinheiro.<br />

Para este pateo deitam as cosinhas.<br />

Lembrava por isso logo ornamentar<br />

a parede, construindo<br />

uma chaminé monumental, das que<br />

são tão frequentes no nosso país, e<br />

são d'um effeito tão elegante, e tão<br />

decorativo, No estylo manoelino,<br />

encontraria facilmente o sr. director<br />

das obras publicas mais de um<br />

exemplar, estudando o que resta<br />

das moradas senhoriaes do século<br />

XVI.<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Demais, o sr. Gonçalves aconselhou<br />

que se conservasse a poria<br />

golhica que existia no palacio; e o<br />

sr. director das obras publicas mandou-a,<br />

dizem, para a estrada de Penacova,<br />

transformando-a em fonte.<br />

Toda a gente sabe o respeito que<br />

o sr. director das obras publicas<br />

tem pelas opiniões de A. A. Gonçalves<br />

...<br />

Para se desculpar diz ainda o<br />

sr. director...<br />

Não! 0 resto fica para o proximo<br />

numero, que já me doem os braços.<br />

T. C.<br />

Tem estado em perigo de vida o sr.<br />

José Maria Rosa de Carvalho, o amigo<br />

das andorinhas.<br />

Partiu para o Bussaco, onde vae<br />

passar algum tempo com sua ex. ma<br />

familia, o sr. dr. José Nazareth, clinico<br />

justamente respeitado e estimado<br />

nesta cidade.<br />

Boa viagem e restabelecimento<br />

prompto,<br />

Carta de Lisboa<br />

Tendo de restituir a um edifício tauração noutro estylo, e sujeitando<br />

pois encontradas e entregues á po-<br />

a sua physionomia antiga, o sr. di- a nova reforma a uma janella antiga, Mas não, o sr. director das obras<br />

licia. r<br />

rector das obras publicas tentou al- alterando-lhe primeiro as propor<br />

E o contagio do exemplo e da<br />

publicas, em vez da chaminé mo- Lisboa, 7 de agosto de 1896<br />

terar o aspecto grandioso do que ções.<br />

impunidade, que subverte a socienumental,<br />

pôz uma chaminé ridi-<br />

ainda restava e lhe devia ter servi- Ora no estylo manoelino, como<br />

dade portuguêsa numa onda infacula.<br />

Á hora em que lhes escrevo ain<br />

mante de traições e de latrocínios!<br />

do de guia. O paço devia ser res em todos os estylos, ha sempre rela<br />

da não está resolvida, a gréve do<br />

Em compensação, lá estão as<br />

taurado em estylo renascença, nun ções estabelecidas entre os fustes,<br />

gaz.<br />

bellas galerias de branca cantaria,<br />

ca em estylo manoelino.<br />

as bases* e os^capiteis. Uma colum-<br />

Todavia, dois factos são verda-<br />

não se sabe para quê, naturalmente<br />

Partiu para a Felgueira o nosso<br />

deiros e certos: Que vão ficar sem<br />

na manoelina a que se modifiquem<br />

amigo Miguel Barata, conceituado<br />

para gallinhas e patos, que é o que pão algumas dezenas de trabalha-<br />

E o sr. director das obras"publi- as dimensões do fuste, da base, ou<br />

industrial d'esta cidade.<br />

costuma haver nos paleos das cosidores e que, Centeno, Barjona, Arcas<br />

quiz mandar abrir janellas ma- do capitel deixa de ser uma columnhas.royo,<br />

e Marianno juntamente com<br />

noelinas na parte do edifício que na manoelina, para ser uma coisa<br />

um extrangeiro têm o governo e a<br />

fecha o pateo, janellas condemna- sem nome.<br />

camara de Lisboa ás suas ordens.<br />

 próxima exposição de Paris<br />

Mas ha mais ainda: parte das<br />

das pela magnifica varanda renas- As janellas manoelinas, são janel-<br />

x<br />

As construcções, trabalhos de de-<br />

cantarias lavradas aproveitadas na<br />

coração e installação eslão orçadas<br />

cença.las<br />

fortes, pesadas, d'umajdecoração<br />

restauração do paço episcopal, vie- Continua a especular-se na im- em 18 mil contos.<br />

muito variada; as janellas do paço<br />

ram do theatro académico e tinham prensa com o caso da ilha da Trin- Os dois palacios, para os quaes<br />

episcopal, são excessivamente es-<br />

E o sr. director das obras publi<br />

sido feitas sob a direcção de Nicola<br />

dade.<br />

foi aberto concurso, cuslam 3:600<br />

guias e monotonas, sem variedade<br />

Trabalho escusado.<br />

contos.<br />

cas quiz substituir a porta d'entra-<br />

Bigaglia.<br />

de linhas, nem de decoração.<br />

Todos sabem que Soveral nada A exposição de 1889 lançou na<br />

da de bello estylo renascença por<br />

Ora o thealro académico era mais fez do que obedecera uma or-<br />

As únicas janellas manoelinas que<br />

grande capital uma somma calcula-<br />

uma porta em estylo manoelino,<br />

planeado em estylo neo-grego.. . dem da Inglaterra para fingir de arda em 100 mil contos, sendo 60<br />

havia no paço, deu cabod'ellaso sr.<br />

quando o resto do edifício pedia uma<br />

bitro.<br />

mil gastos alli por extrangeiros.<br />

director das obras publicas, alte-<br />

porta em estylo renascença, e quan-<br />

, A Inglaterra a tomar a sério Sorando-lhes<br />

as proporções.<br />

E lá ficaram as decorações neo-<br />

E tudo leva a crêr que em 1900<br />

veral !<br />

do o respeito pelos que neste mun-<br />

a affluencia de extrangeiros seja<br />

Hoje no paço episcopal não ha<br />

gregas na restauração manoelina! Alguém acredita nisso?<br />

muito maior.<br />

do honraram o seu nome com obras<br />

uma janella manoelina.<br />

boas, exigia a conservação e restau-<br />

x<br />

Ora, para se desculpar, diz o sr.<br />

ração da velha porta renascença<br />

que lá está, encimada pelos brazões E deu-se até nm caso extranho.<br />

director das obras publicas: foi o Todavia este acontecimento deu Parle na próxima terça feira para<br />

logar a um balão de ensaio. Beno-<br />

Gonçalves que aconselhou a restaura-<br />

o extrangeiro em viagem de recreio<br />

de D. Jorge d'Almeida e D. João As duas janellas manoelinas não<br />

vam a alliança inglêsa em toda<br />

ção em estylo manoelino.<br />

o sr. dr. Henrique de Figueiredo.<br />

Soares, os magníficos Bispos de tinham a mesma altura, e por isso<br />

sua vilania.<br />

Coimbra que encheram esta bella mais baixa era mais estreita. O<br />

E assim num periodico, cujo no-<br />

cidade de construcções e monumen- que faz o sr. director? Corta a dif- Pois não foi, não senhor. me não pronunciaremos, um artigo<br />

0 que convém á monarchia!<br />

concluía por estas palavras:—Viva<br />

tos que gritam os seus nomes, imficuldade, mandando que se aug-<br />

a Inglaterra !<br />

Corre mundo uma estatística, repondo-os<br />

ao nosso respeito. mentem os fustes das columnas, O sr. A. A. Gonçalves, vendo Leram bem?<br />

centemente publicada, da percenta-<br />

por forma a que as duas janellas que as janellas manoelinas iam<br />

O sr. director das obras publi-<br />

x<br />

gem dos analphabetos nas diversas<br />

geminadas tenham a mesma al- desapparecer, e vendo a falta de<br />

cas, tendo um edifício de estylo do<br />

nações da Europa.<br />

tura! ...<br />

respeito com que ellas andavam Acaba de entrar na cadeia o sr. Portugal tem o logar d'honra, é<br />

renascimento a restaurar, julgou que<br />

pelo chão, sempre ameaçadas de Faustino da Fonseca, director do da cabeça do rol, figura nella<br />

cumpria o seu dever destruindo tudo<br />

jornal A Vanguarda.<br />

o que ainda restava das antigas E lá ficou no meio uma janella serem destruídas, disse: O sr., que<br />

com a percentagem de 67,35 por<br />

Como fui seu advogado não que- cento, eslá mesmo muito acima da<br />

construcções renascença por con- muilo estreitinha, doente, thysica é um homem de gosto, não deve deiro agora explanar-me sobre o as- Turquia, que apenas nos apparece<br />

strucções modernas de estylo ma- Parece até que a tossir perdeu o xar perder as janellas, aproveite-as sumpto, pois alguém o poderia in alli com 14,79.<br />

noelino !...<br />

columnellofdo meio.<br />

em qualquer parte.<br />

lerpretar como eu não quero que Eis a estatística:<br />

Ora aproveitar uma janella ma- interpretem nunca os meus actos e<br />

E ahi está,[como o sr. director noelina pode fazer-se num palacio<br />

as minhas palavras.<br />

ANALPHABETOS<br />

O manoelino do sr. director das<br />

Limito-me a recordar que vae<br />

p. C.<br />

das obras publicas, querendoVestau- renascença, mas deve ver-se bem<br />

obras publicas!...<br />

preso por ter dito da camara mu Portugal 67,35<br />

rar um edifício renascença, apre- que o que determinou a sua con- nicipal algumas palavras amargas llalia 52,93<br />

sentou um plano em estylo manoeservação foi o respeito pela arte. É e verdadeiras.<br />

Bolonha 39,82<br />

Hungria 37,69<br />

lino; e querendo fazer um plano um objecto que se conserva como A camara municipal de Lisboa,<br />

Rússia 36,42<br />

manoelino se foi determinar por relíquia. Tem-se feito isso muita sabem o que ella é, não é verdade? Áustria 36,70<br />

um motivo decorativo, alterando a vez em restaurações contemporâ- Bem, adiante.<br />

Grécia 25,18<br />

feição manoelina a uma janella, neas. Ha exemplos vulgarissimos<br />

Protesto contra esta prisão, como Roumania 17,75<br />

protesto contra todos os attentados Bélgica 15,22<br />

sujeitando toda a decoração d'uma em Italia.<br />

Turquia da Europa . 14,79<br />

aos princípios que defendo como<br />

Bohemia e Moravia . 8,98<br />

fachada a um erro propositado.<br />

sei, como posso e como quero,<br />

Hespanha 8,71<br />

O habito de errar.<br />

Irlanda<br />

x<br />

Calor insupportavel.<br />

Tudo foge para as praias.<br />

A politica, soccegada, sem um<br />

protesto.<br />

E o que resulta da sem vergonha<br />

em que se vae vivendo.<br />

Vamos com Deus.<br />

João de Menezes.<br />

Dr. Sousa Refoios<br />

Em companhia de sua ex. ma esposa<br />

e filhos partiu para a praia de Espinho<br />

este uosso estimável amigo e distincto<br />

lente da faculdade de Medicina.<br />

A latrofolia!<br />

Foi descoberto no Porto um novo<br />

crime de violação de cartas e valores<br />

subtrahidos pelo 2. 3 aspirante<br />

ados correios Albano de Mattos, em-<br />

regado na ambulancia da linha do<br />

linho e Douro.<br />

Ha seis mêses que se entrega a<br />

esta fraude, segundo as próprias<br />

declarações do prêso.<br />

Para se desembaraçar de provas<br />

compromettedoras, quando ha dias<br />

o comboyo atravessava a ponte de<br />

D. Luiz, arremessou ao rio Douro<br />

um maço de cartas, que foram de*<br />

7,27<br />

França<br />

3,50<br />

Inglaterra 3,49<br />

Hollanda 3,38<br />

Escossia 2,83<br />

Allemanha 2,49<br />

Noruega 1,02<br />

Suécia 0,74<br />

Suissa 0,60<br />

Dinamarca 0,49<br />

Não é risonho este quadro?<br />

E no entanto, é crente na immuabilidaded'este<br />

numero, que a todo<br />

o custo trata de manter, que a monarchia<br />

vae vivendo no nosso país:<br />

— á sombra do torpe indifferentismo<br />

d'uns, explorando a ignorancia<br />

da maior parte.<br />

Acha-se na Figueira da Foz com<br />

sua ex. ma familia o capitalista d'esta<br />

cidade e nosso amigo sr. José Ferreira<br />

Barbedo Vieira.<br />

Pereceu afogado.na quinta feira, pelas<br />

2 horas da tarde, no rio Tejo, o<br />

jedreiro Ignacio Marques.<br />

O infeliz operário contava apenas 19<br />

annos, era solteiro e natural de S. Martinho<br />

do Bispo, d'este concelho. Era<br />

lho de Antonio. Marques e de Emilla<br />

Cardoso, residentes em Lisboa.<br />

Foi muito sentida a sua morte entre<br />

os seus companheiros de trabalho, porque<br />

elle era dotado d'um bondoso co^<br />

ração.


Curiosidade archeologica<br />

Sóbe a milhares o numero de pes<br />

soas que de Coimbra partiram para<br />

iquella cidade, a desenfadar-se na ber<br />

rala do ajuntamento.<br />

Que é, afinal, o único attractivo: a<br />

iberdade â arruaça!<br />

Regressou das thermas dos Cucos o<br />

DOSSO respeitável amigo sr. Joaquim<br />

iugusto de Carvalho Santos, digno<br />

gente do Banco de Portugal.<br />

Folhetim da RESISTENCIA<br />

JOÃO DAS GALÉS<br />

XVII<br />

João das Galés<br />

Gribeauval saiu furioso contra esses<br />

lomens que não se interessavam pela<br />

única pessoa digna de interesse neste<br />

oegocio.<br />

>1. de Koellen entrou, alguns instanes<br />

depois, para uma carruagem com<br />

os magistrados. Apenas chegados ao<br />

loulevard de Magdaleine, viram um<br />

çraDde ajunUmento em frente da casa<br />

Era o velho criado, também resuscitao,<br />

que tinha grilado e que chamava<br />

Ulicto pelo seu amo.<br />

Apenas o avistou,, precipitou-se nos<br />

bá braços, exclamando:<br />

-Meu senhor! meu caro senhor!<br />

li! eu não pude soccorrer-vos, porque<br />

me agarraram ao mesmo tempo que a<br />

vós e me amordaçaram.<br />

XVIII<br />

A Odyssea de João das Galés<br />

João da? Galés, transformou-se de<br />

uque de Villedieu em cavalheiro d'Esirignolles.<br />

iQstallou secommodamentenumcou-<br />

>6 com as suas duas mallas ao lado.<br />

C - c L b a ,<br />

A respeito da situação da-Hespanha<br />

em Cuba, affirma O ISoleil a<br />

necessidade imperiosa que ha em<br />

terminar a guerra antes de março<br />

do proximo anno, porque ha tudo a<br />

—Outro qualquer, pensava elle, confundir-se-ía<br />

com a turba dos viajantes,<br />

mas, eu, occupo um coupé porque sou<br />

rico, e as pessoas que viajam com este<br />

predicado são menos iucommodadas<br />

que as outras.<br />

Para junto d'elle entrou uma senhora<br />

de idade e um velho.<br />

— lncommoda-a, senhora, o fumo<br />

do charuto?, perguntou d'Espriguolles.<br />

— Não, senhor.<br />

D'Esprignolles accendeu um charuto,<br />

encostou-se a um cauto contemplando<br />

absorto as espiraes de fumo.<br />

iEm Arras, abriram-se subitamente<br />

as portas e os empregados entraram:<br />

— Os senhores levam algumas mailas<br />

ahi ?, perguntaram.<br />

— Sim, disse o velho, levamos estas.<br />

— E eu estas duas, disse d'Esprignolies.<br />

Os empregados examinaram as maas<br />

e os rostos dos viajantes e reliraram-se.<br />

— Parece que procuravam a'gum<br />

bancarroteiro ?, disse em voz alta d'Es-<br />

)iguolles.<br />

— Ah! por certo, que nem eu nem<br />

o meu marido nos parecemos com elle,<br />

exclamou a senhora de idade.<br />

D'Esprignolles entretanto perguntava<br />

para si se esta singular visita seria<br />

para elle.<br />

— Elles certamente revistarão com<br />

maior attenção na fronteira, mas nãu<br />

sou eu que a vá passar com malas<br />

carregadas de jóias.<br />

M. ú'Esprignolles desceu em Lille, e<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

receiar do novo e provável presidente<br />

da republica norte-americana,<br />

que, sem duvida, será favoravel<br />

ás resoluções do congresso na questão<br />

cubana.<br />

rectos no trimestre de julho a setembro.<br />

Resolveu mandar proceder aos concertos<br />

necessários na ponte de Coenços; votou a<br />

verba de 50$000 réis para ser despendida na<br />

reparação de calçadas e syptiões da cidade ;<br />

mandou abonar ao solicitador Mósca a quantia<br />

de lòíOOO para despegas judiciaes; auctorisou<br />

o lornecimento de diversos impressos para o<br />

serviço do expediente da repartição dos impostos;<br />

dispensou um bombeiro de 1." classe<br />

de continuar a exercer as funcções de chefe<br />

interino da 5.* esquadra por motivo de irregularidades<br />

praticadas num incêndio que ha<br />

tempo houve nesta cidade, ficando na primitiva<br />

situação de bombeiro de 1." classe; resolveu<br />

mandar proceder á limpeza da runa da rua<br />

da Moeda, na parte qne fica junto ao passo de<br />

nivel dos Oleiros.<br />

Despachou requerimeníos pedind•>: annulação<br />

de contribuição direeta municipal lançada<br />

Gogido do Processo Commercial<br />

APPROVADO POR<br />

Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />

Preço 200 réis<br />

Á venda na Imprensa da Universidade<br />

Agradecimento<br />

Presume-se com bons fundamentos<br />

que no interior d'umas casas,<br />

nas proximidades e um pouco ao<br />

norte da Sé Velha, sob o revesti<br />

mento d'uma parede interior existe<br />

parte da fachada d'uma habitação<br />

romanica.<br />

Tentam-se diligencias para que<br />

em breve possa verificar-se até que<br />

ponto é exacta esta conjectura.<br />

Se o facto se confirma, será i<br />

segundo exemplar, posto que incom<br />

pleto, de construcção civil do século<br />

XII que resta no país. O pri<br />

rneiro é a antiga casa da camara<br />

de Bragança, que se conserva quasi<br />

inteira, com o simples enxerto de<br />

duas janellas que lhe incrustaram<br />

no século XYIÍ.<br />

Itetirou para a Figueira da Foz com<br />

sua ex. ma Apertado dentro cia província da<br />

Habana, como num becco sem saída,<br />

o exercito hespanhol, pela bocca do<br />

seu chefe, declára-se impotente para<br />

dominar a insurreição de Cuba.<br />

E esta o conclusão a tirar do Esteve de passagem nesta cidade<br />

célebre bando do suborno, que Wey- o esculptor Teixeira Lopes, que se<br />

ler dirigiu aos capitães da marinha acha em Luso, fazendo o busto do<br />

mercante, promettendo-lhes dinhei- filhinho mais novo do sr. Ayres de<br />

ro e isenção de responsabilidade, Campos.<br />

caso se prestassem a uma traição<br />

contra os que defendem a sua independencia.<br />

Já regressou das Caldas da Rainha<br />

A nobrêsa com que foi repellido com sua ex,<br />

este convite é pratica d'uma infamia<br />

pelos que têm em conta os<br />

seus compromissos d'honra, mais<br />

pôz em evidencia a vilêsa do expe<br />

cliente de que um chefe sem prestigio,<br />

se queria valer para encobrir a incompetência<br />

do commando supe-<br />

familia o sr. Antonio M*ria rior, do numeroso exercito que lhe<br />

'imenta, muito digno director dos cor foi confiado.<br />

reios e telegraphos de Coimbra.<br />

Correm assim, por lá, as coisas<br />

de Hespanha, perdendo homens e<br />

Prisão do director da VANGUARDA consumindo milhões numa lucta que<br />

nenhuma gloria lhe trará se sair<br />

Deu entrada ante-hontem na cadeia vencedora, nem sympathia quando<br />

do Limoeiro o sr. Faustino da Fonseca<br />

vencida.<br />

lara cumprir a iniqua e brutal pena<br />

le três mêses de prisão que os tribu<br />

x<br />

laes lhe impozeram sob pretexto de<br />

abuso de liberdade de imprensa. Nada nos dizem os telegrammas<br />

[ E como se fôra pouco a condemna- e correspondências officiaes dotheaão<br />

odiosa d'um jornalista, quandt tro da guerra, dão até a entender<br />

«dasasespeciesde altos bandidos, de que hespanhoes e cubanos se en-<br />

grandes e confessos ladrões se exhitregam ás delicias de Capua.<br />

iem por esse país impunes e livres, a<br />

ilpada das justiças quiz tornar mais Procurando, porém, as informa-<br />

•epugnante a violência; e em vez de ções extra-officiaes, deparamos com<br />

communicar-lhe a intimação a apre o seguinte no Temps:<br />

sentar-se, mandou prendê-lo por um «Um despacho de Havana, rece-<br />

agente de policia, de surpreza, em bido em Key-West, diz que ha pou-<br />

plena rua e em pleno dia, como se st<br />

cos dias se deu um renhido e san-<br />

ratasse d'um faquista, ou d'um larapio<br />

!<br />

grento encontro, em Sauthiago de<br />

Toda a imprensa séria protesta in- Cuba, entre 3:000 insurgenles comdignada<br />

contra estes ignóbeis procesmandados pelo cabecilha Rabba e<br />

sos d'um despotismo infame, que só egual numero de soldados hespa-<br />

em a sustentá-lo a indifferença punhoes, tendo estes sido completailica!mente<br />

batidos e obrigados a retirar<br />

depois de soffrerem enormes per-<br />

Tourada na Figueira das.<br />

Pela sua parte, os insui gentes ficaram<br />

tão fatigados, que não poderam<br />

perseguir as tropas hespanholas.»<br />

ma no corrente anno a um contribuinte que falleceu;<br />

lii-ença a um empregado da camara;<br />

collocação de um lettreiro num estabelecimento<br />

d'esta eidade; alinhamento sem occupação<br />

de terreno publico; attestados de comportamento<br />

e restituição de um deposito a uma<br />

proprietária que não chegou a fazer uma obra<br />

para o que tinha pedindo licença.<br />

Por,ultimo o vereador José' Antonio dos<br />

Santos, communicou á camara que o nivel da<br />

agua na nascente do asylo de Cellas, baixou<br />

proximamente 30 centimetros não tendo sabida<br />

pela actual bica, e que só poderia remediar-se<br />

este facto rebaixando na penha do deposito<br />

o canal por onoe a agua tinha escoante<br />

na altura egual a esse abaixamento -de nivel.<br />

Communicou mais que para remediar com<br />

urgência a falta d'agua que d'ahi resultava<br />

familia o nosso amigo para fornecer aos habitantes de Cellas, andava<br />

sr. João Teixeira Soares de Brito, em negociações com o sr. conselheiro José<br />

Maria d'Andrade, a fim de remediar esta falta.<br />

conceituado banqueiro nesta cidade. O presidente propoz á camara que ficava<br />

anctorisado o sr. José Antonio dos Santos de<br />

activar as negociações ou trabalhos necessários,<br />

para que os habitantes de Cellas não<br />

Seguiu ante-hontem para o In- soffressem falta d'agua e estudasse se era possível<br />

derivar por meio de canalisação, a<br />

stituto bactereologico uma creança, porção d'agua que podesse dispensar se no<br />

de 3 annos, que no logar do Co- asylo para um local conveniente onde se<br />

abrisse uma fonte permanente ao pnblico.<br />

brai, freguezia de Carapinheira do<br />

Campo, foi mordida por um cão hydrophobo.<br />

Na classificação dos desenhadores<br />

d'obras publicas que traz o Diário chegado<br />

hoje, ficaram em l.<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão or dinar ia de 23 de julho de<br />

1896.<br />

Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />

Vereadores presentes : -—effectivos: arcediago<br />

José Simões Dias, bacharel José Augusto<br />

Gaspar de Mattos, José Antonio dos<br />

Santos, e José Marques Pinto.<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão anterior,<br />

tomando a camara conhecimento pela<br />

correspondência recebida do escrivão de fazenda<br />

communicando que em cumprimento d'ordens<br />

superiores foi resolvido que, tanto nas<br />

concessões de terreno para" construcções de<br />

jazigos no cemiterio como pela alienação entre<br />

particulares d'esses terrenos e eontrucções é<br />

devida contribuição de registro e com relação<br />

aos contractos anteriores que ficam validos<br />

poslo que não tenham pago aquella contribuição;<br />

da companhia do gaz declarando que<br />

começa o trabalho para o levantamento e<br />

reparação do tubo geral da canalisação do<br />

gaz na rua de Sargento Mór; do governo civil<br />

consultando acamara ácerca de um artigo de<br />

um edital que vae publicar regulando os<br />

toques de sinos nesta cidade por occasião de<br />

incêndios.<br />

Auctorisou 23 avenças para consumo de<br />

agua relativas ao 2.° semestre do corrente<br />

anno e 3 para o pagamento de impostos indi-<br />

a classe, o sr.<br />

Sebastião Soriano, e em 2. a Marianna de Jesus Costa Cruz, Maria<br />

Arnalia da Cruz, Olympia da Cruz Telles<br />

e Manuel José Telles, não podendo,<br />

individualmente, agradecer a todas as<br />

pessoas que os distinguiram, honrando-os<br />

com a sua presença no cortejo,<br />

e ofíicios religiosos celebrados á memoria<br />

de seu amado esposo, pae e sogro,<br />

de indelevel saudade, vêem, neste<br />

logar, agradecer penhoradissimos a<br />

todos.<br />

Egualmente se confessam, extremamente<br />

penhorados para com aquelles<br />

que, com disvello e carinho, tantos<br />

auxílios prestaram, nos últimos momentos<br />

de vida, áquelle que foi esposo,<br />

pae e sogro amantíssimo.<br />

A' illustrada imprensa periódica, que<br />

lhe dirigiu tão expontaneas palavras de<br />

condolência, enaltecendo, ao mesmo<br />

tempo, as qualidades moraes, virtudes<br />

que enobreceram o saudosíssimo morto,<br />

enviam, reconhecidíssimos, o testemunho<br />

do mais sincero agradecimento.<br />

Outrosim é dever tornar bem publicamente,<br />

a nossa gratidão por tudo<br />

quanto devemos, em carinho e dedicação,<br />

ao ex<br />

, os srs.<br />

José Maria de Lacerda e Alberto dos<br />

Prazeres Salgueiro.<br />

As nossas felicitações.<br />

Açaimo aos sinos<br />

Pelo prelado diocesano já foi distribuída<br />

aos parochos da cidade a circular<br />

em que é regulamentado o toque<br />

dos sinos, sendo comminadas aos sineiros<br />

transgressores penas desconhecidas.<br />

Os senhores artistas sineiros ficam<br />

sabendo: que não poderão tocar mais<br />

de cinco minutos seguidos; e nunca<br />

haverá menos de 5 minutos de intervallo<br />

entre dois toques.<br />

Em todo o caso, poderão dar seis<br />

repiques ou dobres numa hora !<br />

A mania de tudo policiar dá resultados<br />

como este!<br />

Ora nós somos pela suppress.ão completa,<br />

ou pela ampla liberdade do sino!<br />

F. Fernandes Costa<br />

ADVOGADO<br />

Rua do Yisconde da Luz, 00<br />

mo sr. dr. João Jacintho,<br />

medico assistente do saudoso fallecido,<br />

que, empregou todo o seu grande<br />

talento medico e todos os seus cuidados<br />

para a salvação do doente, que se<br />

debatia dolorosamente no leito, victima<br />

de uma enfermidade incurável.<br />

As faltas que possam ter commettido,<br />

são involuntárias; por isso, na generalidade,<br />

aqui se consagra infindo<br />

agradecimento.<br />

Coimbra, 7 de agosto de 1896.<br />

Piano vertical<br />

Vende-se um na rua de Joaquim<br />

Antonio d'Aguiar, n.° 9.<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5.° anno de Direito, continúa<br />

a leccionar Historia, Geographia<br />

e Philosophia.<br />

Rua do Yisconde da Luz, 4 a 6<br />

SENHORA<br />

Offerece-se para dama de companhia.<br />

Para tractar, rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, n.° 9.<br />

Lições de hygiene publica<br />

pegando elle proprio nas suas baga- Koellen, e vós sabeis que elle só em- — Jantareis comnosco, disse o joagens,<br />

foi direito ao n.° 7 da rua Espresta sobre bons objectos.<br />

lheiro. Depois conduzir-vos-hei a casa<br />

quermoise, casa d'um dos joalheiros — Estão engastados ?<br />

do homem.<br />

mais afreguezados da cidade.<br />

— A maior parte. Se não fosse assim M. Hignard fechou os pequenos co-<br />

— Queria faltar ao patrão, paia um não eram precisas estas malas. fres num armario, e subiram para a<br />

negocio importante.<br />

— Talvez escolha alguns. E dQS sala de jantar.<br />

— Eu vou procura-lo, senhor, disse outros faremos pacotes sellados para D Esprignolles encontrou-se .no meio<br />

uma joven caixeira. ( entregar aos contrabandistas. Pela pas- d'uma familia adoravel. A dona da casa,<br />

Appareceu um homem d'idade. sagem respondo eu, a questão é pa- duas filhas jovens, frescas, rosadas e<br />

— Em que posso servir-vos, senhor? gar-lhes bem<br />

um pequenito que principiou logo a<br />

M. d'Esprignolles repeliu as suas — Eu gratificar-los-hei bem, mas tratar sem cerimonia d'Esprignolles,<br />

primeiras palavras:<br />

necessito que isto esteja amanhã em eram todos alegres e felizes, porque<br />

— Eu desejo fallar ao patrão sobre Bruxellas.<br />

nenhum dos membros d'esta familia<br />

um negocio importaute.<br />

— É possível.<br />

sabia que o seu chefe era um abomi-<br />

M. Hignard, o joalheiro, olhou fixa- — Escolhei o que vos convier, disse nável usurário, o receptador da alta<br />

mente para o recem-chegado.<br />

d'E«prignolles, abrindo as malas e pa- ladroagem parisiense, o cúmplice de<br />

— Eslá bem, senhor, uisse elle, facotes. um bando de contrabandistas, e, o que<br />

zei o favor de entrar no meu gabinete. Os dois homem começaram a tarefa. era mais nem por sonhos lhe passava<br />

Apenas entraram, d'Esprignolles le- 0 joalheiro comprou uma dúzia de que tinham ao seu lado um ladrão e<br />

vou o seu dedo médio á espadua di- pedras por 110:000 francos. Depois assassino.<br />

reita, passou-o rapidamente ao lado propoz-lhe a compra do ouro a pêso, — Se eu amasse as mulheres, mur-<br />

esquerdo e apreseutou-lhe a mão aber- a Um de diminuir o volume do contramurou d'Esprignolles, voltaria aqui,<br />

ta. M. liignard fez o gesto contrario e bando. D'Esprignolles conveio nisso e mas as mulheres não são o meu forte.<br />

apresentou-ihe a sua fechada. D'Espri- as pedras foram desengastadas e met- Depois de jantar o joalheiro disse ao<br />

gnolles abriu-lhe a mão e traçou uma tidas em pequenas caixas de aço, le- seu hospede:<br />

lettra na palma. M. Hignard desenhou ves, sólidas, cercadas por uma grossa —Quer vir provar a cerveja do pais?<br />

uma outra lettra nos dedos reunidos capa de couro e envolvidas em coout — E um pouco amarga, segundo me<br />

d'Esprignolles.<br />

chouc.<br />

têm dito, respondeu d'Esprignolles, mas<br />

— Podeis fallar, disse Hignard.<br />

Terminada esta operação, M. Hignard não será isso motivo para que eu a<br />

— Estas duas malas estão cheias disse para d'Esprignolles:<br />

não prove.<br />

de jóias, tenho também algumas te* — Quereis passar juntamente com Saíram e dirigiram-se para o lado<br />

las de mestre entre o forro do meu os contrabandistas?<br />

da Grand Place onde está a columna<br />

pardessus, disse d'Esprignolles, e ne- — Sim.<br />

commemorativa do cerco de 1792, e<br />

cessito que tudo isso passe a fronteira —-Sois dextro e agil ?<br />

entraram numa casa em que habitava<br />

dentro ue 24 horas; amanhã devo — Conheço bem o offlcio, nada re- uma mulher idosa.<br />

estar na Bélgica.<br />

ceeis, disse d'Esprignolles.<br />

— M. Clary está em casa?, pergun-<br />

—• Os brilhantes são de boa agua ? 0 joalheiro cumprimentou-o, como a tou o joalheiro,<br />

— Soberbos. Vèin de casa de M. um mestre,<br />

(Continte),<br />

PELO<br />

DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />

PREÇO, 10000 RÉIS<br />

Á venda na Imprensa da Universidade.


Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excedentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

ÍL J 14 i " : ^<br />

CALDAS DA FELGUEISA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, pharmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodações<br />

desde 1(51200 réis<br />

comprehendendo serviço, club,<br />

etc. Bónus para os médicos<br />

O estabelecimento therinai foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos.—Viagem<br />

— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da* Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana d'amiantho<br />

Esterilisação absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Deposito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C.<br />

Deposito da Fabrica Nacional<br />

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BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ & GENRO<br />

128 —RDA FERREIRA BORGES — 130<br />

i5 M'ESTE deposito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fabrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fabrica.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fabrica de Corôas e Flôres<br />

F. 0ELP0RT<br />

24 7, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

14 ri ASA filial em Lisboa—Rua do Principe e Praça dos<br />

^ Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE 0IMA-20<br />

BICO AllER<br />

PreYilegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />

50 °[0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a I0SÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

COIMBRA<br />

ESTABELECIMENTO<br />

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FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

S»}, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco (TAImedina)<br />

C O I M B R A<br />

Pfll Hvdrfllllira' G r a n d e deposito da Companhia Cabo Mon<br />

lidl fljUlaUIlba. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

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e n c i a da casa R a m o s & Silva de<br />

e<br />

Lisb0a, constructores de pára-raios,<br />

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apparelhos concernentes.<br />

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vernizes, e muitas outras tintas e<br />

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de Guimarães.<br />

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systemas.<br />

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Á venda a 2. a edição da<br />

DESAFFRONTA<br />

(HISTORIA D'UMA PERSEGUIÇÃO)<br />

POR<br />

ANTONIO JOSÉ D ALMEIDA<br />

PEDIDOS Á<br />

1 vol in-8.° com o retrato do auctor<br />

Preço 300 réis—Pelo correio 330<br />

LIVRARIA MODERNA<br />

JLargo do Príncipe O. Cariou, lOatá<br />

C O I M B R A<br />

JOÃO RODRIGUES BRÂ6À<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

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desconto nas compras para revender.<br />

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Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continila a encarregar-se de funeraes completos, armaçõeâ<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

Arrematação<br />

2. 3 publicação<br />

11 Mo dia 16 do corrente por<br />

ii 11 ,horas da manhã á<br />

porta do tribunal de justiça<br />

d'esta comarca de Coimbra, e<br />

pelo cartorio do escrivão do 4.°<br />

officio José Lourenço da Costa,<br />

voltam pela 3. a vez à praça sem<br />

designação alguma de valor os<br />

prédios abaixo designados penhorados<br />

pela execução hypothecaria<br />

que D. Anna Fortunata<br />

Morim Sequeira, viuva, d'esta<br />

cidade, move contra Manuel<br />

Tejo Salvado e mulher, da Ciogâ,<br />

freguezia de S. João do Campo.<br />

Duas terças, partes d'u5na<br />

terra de semeadura com testada<br />

de pinhal no sitio da Lomba,<br />

freguezia de S. João do Campo.<br />

Uma terra de semeadura com<br />

oliveiras e mais arvores de<br />

fructo no sitio dos Curraes,<br />

dita freguezia.<br />

É foreiro em 12 alqueires de<br />

milho e 2 gallinhas ao dr. Roxanes<br />

de Carvalho.<br />

Pelo presente são citados<br />

quaesquer credores incertos.<br />

Verifiquei a exactidão<br />

O juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

Arrematação<br />

(2. a publicação)<br />

10 BTo dia 1G do corrente mês<br />

il d'agosto, pelas 11 horas<br />

da manhã, á porta do tribunal<br />

de justiça d'esta comarca, e<br />

pela execução de sentença commercial<br />

que a firma Santos &<br />

Brito, d'esta cidade, move contra<br />

a Corporação de Salvação Publica,<br />

também d'esta cidade, e<br />

que corre seus termos pelo cartorio<br />

do escrivão José Lourenço<br />

da Costa, vão á praça e serão<br />

entregues a quem maior lanço<br />

offerecer, além das quantias em<br />

que foram avaliados, os objectos<br />

seguintes:<br />

Dm carro de material d'incendios,<br />

avaliado em 180)5000<br />

réis.<br />

Dma bomba para incêndios,<br />

avaliada em 25* $000 réis.<br />

Dma carreta de mangueiras,<br />

avaliada em 900000 réis.<br />

Nove machados, avaliados em<br />

130500 réis,<br />

Dma bomba de jardim, avaliada<br />

em 3)51000 réis.<br />

Pelo presente são citados<br />

quaesquer credores.<br />

Verifiquei a exactidão<br />

O Juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

Aos bohemios<br />

9 photographias do bo-<br />

1 hemio Augusto Hylario,<br />

vendem-se na loja do Vianna,<br />

Largo da Sé Velha. — Coimbra.<br />

CAVALL0S<br />

8 M uare s>etc.;esquinencias,<br />

«I sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc., curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos.<br />

Frasco 900 réis. Á ven H a nas<br />

principaes terras.— Depositos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço,<br />

QUÍNTA<br />

7 Y7ende-se a da Conchada.<br />

" Na mesma se diz quem<br />

está auctorisado a receber propostas.<br />

TABOLETA<br />

6 tfende-se uma que mede<br />

• tres metros de comprido<br />

por um de largo.<br />

Nesta redacção se diz quem<br />

a vende.<br />

Casa em bom local<br />

5 fTende-se uma, de 4 anda<br />

» res e magnificas lojas,<br />

na Couraça dos Apostolos, n.° 35<br />

Quem pretender fale cora<br />

Adriano da Silva e Sousa, m<br />

mesma casa.<br />

PIANO<br />

4 ITende-se um em bom uso<br />

• Praça do Commercio, 54,<br />

Aviso aos devotos da Rainh<br />

Santa Isabel<br />

3 A mesa da real confraria<br />

A da Rainha Santa Isabel,<br />

reconhecendo que a continuação<br />

da exposição da veneranda ima<br />

gem da Rainha Santa na sua<br />

egreja em Santa Clara, sem as<br />

precauções devidas, eslava sendo<br />

prejudicada com o continuo tJ<br />

pó e sujeita a muitos outros es<br />

tragos, resolveu em sua ultima<br />

sessão que emquanto não tivesse<br />

vitrine própria a poder ser vista<br />

esta valiosa dadiva desua magestade<br />

a rainha sr. a D. Amélia,<br />

fosse encerrada no logar em<br />

que estava exposta, convenientemente<br />

envolta em pannos<br />

fechada no seu docel.<br />

Maisresolveu queasphotographias<br />

da mesma imagem fossem<br />

marcadas com a chancella da<br />

real confraria e que se expozessem<br />

á venda na egreja do mos<br />

teiro de Santa Clara e nos estabelecimentos<br />

dos srs. Miguel Josí<br />

da Costa Braga, rua do Visconde<br />

da Luz, Fraucisco Maria de Sousa<br />

Nazareth Júnior e Francisco José<br />

da Costa, na rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

As pessoas de fóra da cidade<br />

que desejem adquirir as photo<br />

graphias da veneranda imagem,<br />

podem dirigir os seus pedidos<br />

ao procurador da real confraria<br />

o sr. Francisco Maria de Sousa<br />

Nazareth Júnior, na rua de Fer<br />

reira Borges, n.° 22, em Coira<br />

bra, que promptamente serão<br />

satisfeitos com portes grátis.<br />

Os preços das photographias<br />

são os seguintes:<br />

Photographia, n.° l,coro 0,30<br />

por 0,28, 500 réis.<br />

Dita, n.°2,com0,21 por 0,16,<br />

300 réis.<br />

Dita, n.° 3, com 0,14 por 0,10,<br />

140 réis.<br />

0 secretario,<br />

José Ferreira Barbedo Vieira.<br />

Pharmacia<br />

G<br />

2 ouipra-se ou arrenda-se<br />

no districto de Coimbra,<br />

Esclarecimentos ao sr. Ada<br />

lino Saraiva, Phar ecia da Mise<br />

ricordia — Coimbra.<br />

Casa para arrendar<br />

1 Ma quinta de Santa Cruz,<br />

li Praça de D. Luiz, ha<br />

dois andares; tem agua e quintal.<br />

Tractsr com Alberto Carlos<br />

de Moura, rua Ferreira Borges,<br />

"HESISTENCIA,,<br />

PCBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

E QUINTA8-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

EDITOU<br />

João Maria da Fonseca Frias<br />

Condições de assiguatun<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Sem estampilha'.<br />

20701)<br />

103511<br />

6»<br />

20400<br />

1020<br />

eu<br />

A.NNXJIsrCl08<br />

Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />

desconto de 50 p. c<br />

yp. F. França


ll<br />

idaj<br />

as,<br />

35,<br />

;ora<br />

01<br />

uso<br />

54,<br />

È A coacção do servilismo<br />

a ria<br />

bel,<br />

ção<br />

masua<br />

ai<br />

:eu<<br />

auo<br />

esima<br />

isse<br />

isti<br />

reslia,<br />

em<br />

eos<br />

I<br />

jrasem<br />

d<br />

;es<br />

IOS<br />

3taosé<br />

ode<br />

usa<br />

osí<br />

áira<br />

ade<br />

)lo<br />

ira,<br />

dos<br />

iria<br />

usa<br />

r er<br />

ira<br />

rãi<br />

uai<br />

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16,<br />

10,<br />

•a.<br />

ira,<br />

deise-<br />

uz,<br />

ba<br />

iin-<br />

-los<br />

es,<br />

»<br />

ira<br />

roo<br />

S5i<br />

>80<br />

iOÍ<br />

>0g<br />

>00<br />

Ao lêr nas paginas horrorosas da<br />

historia as atrocidades penaes dos<br />

tempos do absolutismo, — de ha<br />

100 annos,—uma consideração escapa<br />

do peito oppresso : — Como é<br />

^què para as alçadas do implacavel<br />

Marquez de Pombal se encontravam<br />

juizes, que servissem de instrumentos<br />

dóceis aos decretos excepcionaes<br />

e faccinorosos, que em nome<br />

da justiça feriam horrivelmente culpados<br />

e innocentes?. . .<br />

Gomo é que esse homem, mon<br />

struoso nos accessos da sua ira, en<br />

contrava um José de Mascarenhas<br />

e tantos, tantos outros, para afogar<br />

em sangue o motim dos taberneiros,<br />

no Porto, com a mais infamante<br />

crueldade?<br />

Uma imprudência execravelmen<br />

te castigada com os açoutes, o de<br />

gredo, o confisco e a pena de morte,<br />

ás dezenas e indistinctamente<br />

Uma fúria lugubre e tragica, que<br />

liorrorisa a consciência!<br />

Gomo é que encontrava juizes e<br />

desembargadores obedientes e deshumanos,<br />

á laia de Marques Bacalhau,<br />

para torcerem a vara da jus-<br />

tiça ao sabor do orgulho, dos odios<br />

particulares, do capricho e da iniquidade<br />

do déspota feroz e sanguinário,<br />

para a formação do lugubre<br />

processo e medonha execução dos<br />

Tavoras, no patibulo de Belem ?<br />

E com lai convicção que muitos<br />

se desdisseram na rehabilitação posteriormente<br />

iniciada!. ..<br />

Tantos collaboradores dedicados,<br />

— juizes e carrascos, — trabalhando<br />

nos enrêdos mysteriosos d'uma<br />

politica sombria 1<br />

Como é que a toga luminosa da<br />

Justiça podia ser transformada em<br />

libré de serviçaes e de esbirros dos<br />

desmandos do poder?!....<br />

X<br />

Dada a differença dos tempos, os<br />

factos que estamos presenceando<br />

lançam-nos numa desolação profunda.<br />

Foi anazado o forte da Junqueira;<br />

e não se encontram nos ergástulos<br />

instrumentss de tortura; nem<br />

se esquartejam membros palpitantes.<br />

Mas nem por isso o retrocesso<br />

e a decadência é menos evidente e<br />

deplorável!<br />

Exemplos da actualidade estão<br />

mostrando como é ignóbil a cubiça<br />

humana; e como são frágeis as conquistas<br />

dos direitos públicos t<br />

Se fosse possível a ressurreição<br />

gesses tempos ominosos não seria<br />

As restaurações artísticas<br />

por falta de executores que a vio<br />

lação de todas as liberdades dei<br />

xaria de ser consumada!<br />

Não faltam no parlamento homens<br />

liberaes a sanccionar leis op<br />

pressoras; nem magistrados para as<br />

executar; nem milicia para apontar<br />

as armas ao peito dos ~qííe protes-*<br />

tem!<br />

Nem na imprensa faltam jornalistas<br />

que incitem á perseguição<br />

bajuladores que incensem as audaciasdos<br />

tyrannetes, offensivas da civilização<br />

e dos direitos conquista<br />

dos á custa de lodos os sacrifícios<br />

e de todas as dôres!<br />

E esse opprobrio da lei de imprensa<br />

tem cumpridores zelosos; ao<br />

mesmo tempo que se trancam, ou<br />

se sustém processos escandalosos<br />

de concussão, de defraudação da<br />

fazenda publica, de companhias, ou<br />

de estabelecimento de credito! .<br />

Pavorosa anarchia moral, em que<br />

por lai fórma se desacatam os dictames<br />

sagrados da Suprema Justiça,<br />

da Liberdade e da honra!<br />

Taes são os desvios, a que a ambição<br />

conduz!<br />

Taes são os estragos d'essa syphilis<br />

contagiosa dos prntibulos da<br />

politica, em que os homens se abandalham<br />

e vendem como meretrizes!<br />

A lei de Lopo Ladrão<br />

Acaba de ser intimada a suspensão<br />

da sua publicação por 30 dias<br />

ao nosso prezado collega a Vanguarda.<br />

Nem outra coisa era de esperar<br />

d'um regimen que liquida.<br />

Reforma no exercito<br />

Diz-se que o ministro da guerra<br />

vae pedir auclorisação ao sr. Cardeal<br />

Patriarcha para os corpos da guarnição<br />

de Lisboa poderem levantar<br />

altares na parada dos quartéis e<br />

ahi os regimentos poderem ouvir<br />

missa e fazerem as respectivas novenas<br />

e ladainhas.<br />

Aqui está uma idêa que leva um<br />

homem á posteridade.<br />

Muito feliz<br />

Annunciam os jornaes a chegada<br />

Paris, do sr. Madeira Pinto,<br />

vindo de Budapeslh e que em breve<br />

o teremos entre nós.<br />

Ainda bem.<br />

Maisnosdizem que ásua chegada<br />

ali, encontrou logo ensejo para se<br />

demorar uns dias a desopilar o<br />

igado e a descançar dos incommodos<br />

da viagem.<br />

Parabéns.<br />

Que s. ex. a DEVAGAR! por mysteriosos processos a tem<br />

pestade se conjure.<br />

E ainda ha de chegar para ma<br />

EM<br />

A camara pediu auclorisação para nobras militares, e essa formidave<br />

vender no caes — faxas de terreno dissipação do centenário da índia C O I M B R A<br />

para edificações, acima e abaixo da<br />

dois mil contos!<br />

VII<br />

E eis aqui no que deram essas<br />

ponte.<br />

torpes mentirolas do sr. Hintze O paço do Bispo. Quando censu-<br />

Ngsles termos vagos não sabe- quando affirmou solemnementeqúe rado pelas barbaridades que se<br />

mos o que a camara projecta. To- os novos sacrifícios que exigia não têm praticado na restauração do<br />

davia em assumptos d'uma tal gra- só salvavam as finanças equilibran-<br />

paço episcopal, o sr. director das<br />

vidade, que alteram o aspecto e o do a receita com a despeza, mas<br />

plano da cidade baixa, parece-nos<br />

davam um saldo positivo, garantido obras publicas ou attribue a res-<br />

nas tibornas orçamentologicas. ponsabilidade a Antonio Augusto<br />

audacioso, que três ou quatro se-<br />

Chega a ser asqueroso este im- Gonçalves, ou allega o ler de satisnhores<br />

commerciantes e industriaes, pudor com que esses embusteiros fazer os desejos do sr. Bispo Conde.<br />

salvo o devido respeito! abancados mentem ao país!<br />

Já demonstramos a falsidade da<br />

em volta d'uma mesa, como para<br />

primeira attribuição, que, a ser feita<br />

partida de burro, ou de bisca lambida,<br />

assumam a responsabilidade A gréve em Lisboa de boa fé, confirma mais uma vez a<br />

incompetência do sr. director das<br />

d'uma tal deliberação.<br />

Falta-lhes absolutamente a illus-<br />

Pelas revelações que tem vindo obras publicas que não soube com-<br />

a lume, pôde affirmar-se que a prehender o que lhe disséram.<br />

tração do gosto e as aptidões do<br />

gréve contra a companhia do gaz A attribuição da responsabilida-<br />

senso esthetico!<br />

foi motivada pela conspiração do de dos erros praticados ao sr. Bis-<br />

Suas excellencias e senhorias fo- grupo dos administradores portupo<br />

Conde, essa nem na ignorancia<br />

ram empoleirados nas cadeiras seguêses,— Centeno, Marianno, Arnaloriaes<br />

pelo suffragio libérrimo e royo e Barjona,— contra o repre-<br />

do sr. director das obras publicas<br />

sentante belga Favette.<br />

pôde achar desculpa.<br />

esclarecido da cidade para as func-<br />

E entre os rumores que correm<br />

ções da administração normal; mas<br />

não é difficil conjecturar qual o O sr. director das obras publicas<br />

de certo exorbitam, se, levados pelas objectivo da intriga: os episodios<br />

tem sempre desprezado as indica-<br />

exigencias economicas de arranjar infames do costume.<br />

ções do sr. Bispo-Conde, escolhen-<br />

)roventos, intenderem obstruir pra- Falla-se de alcances e tramóias,<br />

ças e largos.<br />

as façanhas e traficancias dos cyni do as occasiões em que s. ex.<br />

O aformoseamento das cidades<br />

cos incorrigíveis, que se acham<br />

colligados para levar de assalto com<br />

mporlantes é uma questão consi-<br />

gazuas e chaves falsas todas as<br />

derada da mais alta transcendên- empresas e companhias onde haja<br />

cia, e confiado a commissões techni- receitas e capitaes.<br />

cas e debates públicos.<br />

Sempre os mesmos sinistros per-<br />

Em todas as grandes cidades ha sonagens, as mesmas fraudes, i<br />

commissões especiaes sobre as quaes<br />

rapinagem insaciavel que é a des<br />

honra do país, porque o país ;<br />

mpendem exclusivamente os as-<br />

tolera.<br />

sumptos da architectura, arruamen- Falla-se em syndicancia, exigida<br />

tos, passeios, squares, plantações, e por Favette, aos livros da escriptu-<br />

até as simples concessões sobre a ração; e mysterios sujos d'um im-<br />

via publica para kiosques, e todo o pudor atrevido.<br />

^enero de pavilhões e ainda assen- A fiscalisação precavida dos administradores<br />

estrangeiros tentou<br />

amento de annuncios e reclames,<br />

contrariar os planos da quadrilha;<br />

etc.<br />

d'ahi a série de intrigas, a fomentar<br />

E em Paris desde a ultima expo- o descontentamento dos operários<br />

sição ha uma delegação para as so- e o abandono do trabalho, que tanemnizações<br />

publicas!<br />

tos e grandes prejuízos causou á<br />

capital.<br />

Repetimos, que desconhecemos<br />

Felizmente está terminada a gré-<br />

as intenções da camara, que podeve e os perigos e ameaças d'uma<br />

rão ser luminosas. Mas o que des- situação excitada e violenta.<br />

e já condemnamos em these é o Foi a Associação dos logistas que<br />

acto de suas excellencias e senho- com uma honrosa iniciativa tomou<br />

rias se arrogarem compelencia para, sobre si a missão trabalhosa de<br />

jelo seu alvedrio gizarem no chão,<br />

aplanar as dificuldades entre a<br />

administração e os grévistas para<br />

)or bamburrio e a capricho, como uma conciliação justa. Depois dos<br />

uem risca alinhamentos de barra- preliminares, em que, como é natucas<br />

de feira, a cordel e estacas, o ral, houve reluctancias, foram at-<br />

)ejamento eterno d'um largo e a tendidas as reclamações dos operá-<br />

ransformação d'um dos mais belrios e cessou o conflicto com a admisos<br />

panoramas da cidade.<br />

são ao trabalho de todos os grévistas.<br />

Ficamos esperando.<br />

O governo, aturdido e desconfiado,<br />

durante 11 dias que durou<br />

este pleito, não teve uma única idêa<br />

A ruina<br />

para a solução da situação anormal<br />

que de tal fórma compromettia a<br />

Consta que o governo se vê afíli- tranquilidade e os interesses d'uma<br />

cto para arranjar recursos necessá- grande cidade.<br />

gose por lá á farta o rios para solver o coupon de outubro, Sempre brutal e inepto reduziu<br />

nosso rico dinheirinho, é esse o e não vê outro expediente que o seu papel a pôr a municipal de<br />

nosso maior desejo,<br />

não seja recorrer ao credito. prevenção e preparar ciladas para<br />

De resto, não se incommode, Ora credito não ha, mas como ha o abuso da força!<br />

venha quando quizer,<br />

colonias e conluios é possível que Imbecis!<br />

a se<br />

retira de Coimbra, para levar a cabo<br />

obfas que tornem impossível a reaização<br />

dos justos desejos de s. ex. a<br />

Expliquemo-nos.<br />

O sr. Bispo-Conde quiz conservar<br />

os azulejos que no paço episco-<br />

)al contavam a historia de um seu<br />

antecessor, e descreviam toda a reorma<br />

do marquez de Pombal.<br />

Havia numa sala do paço, feitos<br />

em azulejos todos os planos de todos<br />

os edifícios que mandou edificar<br />

em Coimbra para a Universidade<br />

o marquez de Pombal, e cuja construcção<br />

fôra dirigida pelo Bispo reormador.<br />

Estes azulejos, obra portuguêsa,<br />

obra das olarias de Coimjra<br />

valiam para a historia da arte<br />

em Portugal, eram um documento<br />

iistoricod'uma grande reforma, um<br />

jadrão de gloria para o episcopado<br />

conimbricense.<br />

Estes azulejos deviam ser conservados,<br />

em sitio bem evidente,<br />

em logar d'honra, mandava-o o ineresse<br />

da historia, exigia-o o respeito<br />

que em toda a parte se tem,<br />

selos que em sua vida honraram o<br />

seu nome trabalhando em bem da<br />

satria, em bem da eciencia.<br />

Saindo do paço, só os podia conservar<br />

a Universidade, a cuja historia<br />

pertencem.<br />

O sr. director das obras publicas<br />

mandou arrancar os azulejos.<br />

Porquê? Porque ficavam mal num<br />

palacio manoelino os azulejos do<br />

século x viu?<br />

Esta razão era attendivel, mas<br />

não a pôde apresentar o sr, dire-<br />

1


Demais, ninguém pretendia conservar<br />

o tecto como feito para o<br />

palacio, pelo contrario, a obra projectada<br />

affirmava bem claramente<br />

que o tecto não fóra feito para alli,<br />

e se conservava apenas como objecto<br />

precioso que era necessário<br />

respeitar.<br />

Ahi têem vv. ex. a ' o caso que o<br />

sr. director das obras publicas faz<br />

dos desejos do sr. Bispo-Conde, a<br />

fórma como elle atlende os justos<br />

conselhos de s. ex.*<br />

O sr. director das obras publicas<br />

para se justificar apresenta ainda<br />

este motivo: o paço do Bispo foi<br />

feito em diversas épocas, a parte que<br />

eu restaurei era manoelina; por isso<br />

estava auctorisada a restauração<br />

neste estylo.<br />

Não, meu senhor 1 A parte que<br />

v. ex." restaurou não era contemporânea<br />

de D. Manoel. D'esse tempo<br />

podiam apenas serás duas janellas.<br />

Ora duas janellas abrem-se em<br />

qualquer edificio, e Coimbra está<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

apenas se conserva ainda intacta,<br />

por milagre, uma pequenina arcada<br />

romanica.<br />

Quando alguém falia em que se<br />

não deixe perder a pequena arcada,<br />

respondem invariavelmente: o sr.<br />

director já a mandou photographar.<br />

Por entre o entulho lá andam a<br />

perder-se preciosos lavores manoelinos,<br />

curiosos capiteis românicos,<br />

que o sr. director não deixa teimosamente<br />

ir para o museu do Instituto,<br />

onde seriam conservados.<br />

Resumindo: o sr. director das<br />

obras publicas, encarregado de restaurar<br />

um palacio, quiz transformar<br />

o trecho capital, o pateo de estylo<br />

renascença, num pateo de estylo<br />

manoelino; tendo de aproveitar duas<br />

janellas manoelinas, deu cabo delias,augmentando-lheo<br />

comprimento<br />

dos fustes, sem respeito pelo artista<br />

que as desenhára e as fizera; o sr.<br />

director das obras publicas, tem<br />

desprezado systematicamente as indicações<br />

do sr. Bispo-Conde e de<br />

Antonio Augusto Gonçalves, insultando<br />

a imprensa quando esta lhe<br />

pediu que estudasse e resolvesse um<br />

problema que apparecera durante<br />

a restauração, mandando entulhar<br />

os subterrâneos que se haviam posto<br />

a descoberto.<br />

O jury encarregado da selecção<br />

do melhor projecto para a conclusão<br />

do edifício dos Jeronymos era<br />

composta de 2 archilectos, 1 capitão<br />

e 2 generaes!<br />

As academias e corporações de<br />

architeclos e a própria commissão<br />

dos monumentos ficaram na rua<br />

para dar lugar ao estado-maior.<br />

Carta de Lisboa<br />

ctor das obras publicas que na en- j cheia de casas de estylo renascença Encarregado de restaurar o paço,<br />

irada da parte restaurada em estylo • em que portas e janellas são do tornou a restauração impossível,<br />

manoelino mandou collocar azulejos, século xix.<br />

guiando-se nas obras importantes<br />

que trouxe da imprensa da Universi- Não é um accidente decorativo que emprehendeu por uma restaudade<br />

e que são do século XVIll, obra que marca a época e o caracter de ração moderna que deturpára o<br />

que ficou má e cara.<br />

uma construcção, mas sim as linhas aspecto primitivo do palacio, dei-<br />

Porque se arrancaram os azule- geraes, as particularidades da orxando perder os vestígios de conjos<br />

que eram um documento tão vaganização do edifício.<br />

strucções antigas de alto interesse<br />

lioso dos serviços feitos á Sciencia Na Sé Velha ha guirlandas e historico.<br />

pelos Bispos de Coimbra, e porque gargulas gothicas, ha portas e va- Tendo apparecido durante a res-<br />

se trouxeram outros de assumptos randas renascença, e todavia o editauração subterrâneos importantes,<br />

mylhologicos que nada significam e fício é românico.<br />

que era necessário explorar e estu-<br />

cuja restauração ficou tão cara ? Na parte restaurada havia vestídar, tomou o estudo e a exploração<br />

gios de construcções do século xv impossíveis, mandando-os entulhar.<br />

Pôde lá ninguém saber 1 Coisas a caírem em ruina. O velho edifí-<br />

d'elle...<br />

cio é anterior ao gotbico que res- Depois d'isto tudo, eu não posso<br />

taurou a phantasia do sr. director deixar de reconhecer, como o sr.<br />

Mas ha mais e melhor.<br />

das obras publicas.<br />

Luciano Cordeiro, que a restauração<br />

Na Sé Velha havia um tecto mu-<br />

E um edifício em que se abriu do paço episcopal—está bem feita.<br />

degar, coisa preciosa e rara em Por-<br />

uma janella no tempo de D. Manoel,<br />

tugal que foi cuidadosamente reco-<br />

mas não é um edifício manoelino. E vv. ex.<br />

lhido pelo sr. Bispo-Conde.<br />

O sr. Bispo-Conde queria-o col- Para acabar!<br />

locar na sua sala de jantar, e Anto- O sr. director das obras publicas,<br />

nio Augusto Gonçalves offerecera-se que desprezou sempre as indicações<br />

para lhe desenhar uma moldura do sr. Bispo Conde e do sr. A. A.<br />

simples, sem pretensões a querer Gonçalves, leve palavras d'uma<br />

illudir ninguém, moldura que indi- grosseria revoltante para a imprencava<br />

apenas o respeito pela velha sa, quando esta levantou a voz pe-<br />

obra.<br />

dindo que se explorassem os subterrâneos<br />

que a restauração poz a<br />

O sr. director das obras publicas descoberto, obra de importancia e<br />

deixou sair o sr. Bispo-Conde, e fez de valor que era necessário estudar.<br />

á pressa um tecto, tornando impossivel<br />

a collocação do velho tecto O sr. director das obras publicas<br />

mudegar.<br />

insultou os jornaes e mandou en-<br />

Interrogado pelo sr. Bispo-Conde, tulhar os subterrâneos!<br />

disse que faria um tecto de estuque<br />

a fingir madeira, tecto manoelino<br />

Darante a restauração apeou-se<br />

mais d'harmonia com o estylo do<br />

um velho tecto de madeira, apaine-<br />

edificio.<br />

lado, que lá está a desfazer-se e a<br />

apodrecer. Está condemnado a des-<br />

De estuque a fingir madeira...<br />

apparecer como o que se apeou em<br />

Santa Cruz.<br />

O tecto mudegar podia conservar-se,<br />

mesmo admittindo que a<br />

Durante os trabalhos da restau-<br />

restauração do paço episcopal fosse<br />

ração appareceram columnas e capi-<br />

do mais puro estylo manoelino; porteis<br />

românicos, que se perderam,<br />

que em palacios do tempo de D.<br />

Manoel se encontram tectos mudegares.<br />

as detraz do Palacio da Alimentação,<br />

com os alicerces mergulhados no<br />

Sena, em risco de ser innundado,<br />

Lisboa, 11 de agosto de 1896. se as chuvas engrossassem o rio.<br />

Um chronista, todo nosso affei-<br />

Acaba hoje a gréve.<br />

çoado e louvaminhos, não pode<br />

Acaba a gréve mas começa o conter-se que não diga isto:<br />

escandalo. Agora mesmo um jornal<br />

recebeu de Favelte communicações «Par malheur il fant. pour te trou-<br />

preciosas:<br />

ver y mettre autant de constance qu'ou<br />

Que a gréve foi inventada por a mis de soin à le dissimuler».<br />

Centeno e Marianno.<br />

Que um director recebeu réis Quanto á representação do traba-<br />

2:500$000 para contractar dez lho nacional, havia vinhos e faianças<br />

fogueiros.<br />

das Caldas.<br />

E até agora nem fogueiros nem O que salvou apparentemente a<br />

dinheiro.<br />

situação foram os interessantes pro-<br />

Que na administração da compaductos das colonias. Sem isso a<br />

nhia ha graves irregularidades. exposição seria um fiasco vexatorio.<br />

Em resumo, Favetle acabou por Em bellas-artes, por exemplo,<br />

fallar em bandidos e ladrões. em pintura, aHespanharepresentou-<br />

Aqui têm os meus amigos o que se por 55 artistas: 116 télas, algu-<br />

diz Favetle.<br />

mas de extraordinário folego, — O<br />

Agora o que eu ouvi com algu- Sino de Huesca, a Rendição de Gra-<br />

?.. .<br />

ma coisa que sei.<br />

nada, a Expulsão dos Judeus, a Con-<br />

— Também!<br />

versão do Duque de Gandia, etc., etc.<br />

x<br />

Pois já se vê 1...<br />

A fóra outros generos de pintura.<br />

Portugal evidenciou-se, na secção<br />

T. C. Marianno, ha tempos, no Diário internacional, pelo sr. Brito, de<br />

Popular, declarou que tinha deixa- Vianna do Castello, com um retraio<br />

do de estar ao lado do governo logo (!...) e o sr. Sousa Pinto com<br />

Uma ninharia<br />

que se desempenhou d'uma missão três quadros anedocticos!<br />

de que estava incumbido.<br />

Mais nada. O resto em proporção!<br />

O Paiz lança a noticia de que Essa missão adivinham qual é, E tudo aquillo custou rios de<br />

quasi todos os administradores da desde que eu lhes fallar no que dinheiro! Foi ás cegas!.. .<br />

Companhia do Gaz de Lisboa estão segue.<br />

pagos até ao anno de 1900 e que Não bastava a Marianno prejudi-<br />

existe um desfalque que monta a car o partido republicano. Era ne- Partiu para as Caldas da Rainha<br />

dois mil contos!<br />

cessário mais para seu governo. De com sua familia o tabellião priva-<br />

maneira que foi lançando as suas tivo nesta cidade sr. Antonio Fran-<br />

vistas para os socialistas. Desorgacisco da Cruz.<br />

Foram hoje celebradas na egreja niza-los quanto podesse e aprovei-<br />

Duranle a sua ausência fica a<br />

de S. João d'Almedina exequias sotar o que lhe conviesse contra os<br />

substituí-lo o nosso prezado amigo<br />

lemnes para suffragar a alma do republicanos.<br />

sr. José da Costa Braga.<br />

sr. José Francisco da Cruz.<br />

Centeno collaborava.<br />

Sabem o que se tem passado<br />

para que eu me cance a massa-los.<br />

Ora, adeus!<br />

O caso é que, a gréve do gaz<br />

Tezura<br />

prestava-se explerididamente a uma O sr. loão Franco declara não<br />

A imprensa, em altos brados, dá alta manobra.<br />

estar disposto a consentir exames<br />

a alarmante noticia de que a pedi- Por um lado esse gentil grupo em outubro, nem a atlender a quaesdo<br />

da Companhia de Rhodesia, ia Baijona, Arroyo, Centeno, Marianquer influencias por mais fortes que<br />

ser desviado o caminho de ferro de no, livrava-se de Favelte que é sejam, as quaes (diz elle) já entra-<br />

Pungue do seu primitivo traçado, vigilante.<br />

ram em exercício.<br />

afastando-se de Massequece, a fim Por outro lado—Centeno e Ma- Muito nos havemos de rir.<br />

de servir uma zona inglesa. rianno jogavam com os operários,<br />

Debalde gritará!<br />

intrigavam, illudiam eao fim surgiam<br />

O destino das colonias está nas como seus protectores.<br />

Partiram para o Gerez os nossos<br />

mãos do impávido sr. Soveral. Feito islo o golpe estava dado e prezados amigos srs. Manuel Anto-<br />

Assim o querem el-rei e a Ingla- Marianno e Centeno manobrando nio da Cosia e Vicente José de<br />

terra.<br />

com algumas centenas de trabalha- Seiça.<br />

E o país encolhe os hombros! dores, para o que désse e viésse.<br />

Não vale ralar os tristes dias da Assim era a manobra.<br />

vida!<br />

Assim virão outras.<br />

Ha de ser o que Deus quizer,—<br />

segundo o velho proloquio lusita-<br />

João de Menezes.<br />

no !<br />

Alguns amigos nossos d'esta cidade<br />

iniciam por estes dias uma<br />

série de passeios a varias localidades<br />

antigas, a colher apontamenlos<br />

Acha-se inslallada na rua Martins<br />

de Carvalho, (antiga rua das Figueirinhas),<br />

a nova repartição de inspecção<br />

do sêilo.<br />

«A Montanha»<br />

Completou mais um anno este<br />

de curiosidades artísticas que nel- nosso valente collega de Trancoso.<br />

las existam.<br />

A primeira excursão será a Montemór-o-Velho.<br />

As nossas felicitações.<br />

Foi posta a concurso por provas<br />

publicas a egreja do SS. Salvador,<br />

A exposição internacional de Paris do concelho de Leiria.<br />

O governo aproveitando a passa-<br />

Intolerância<br />

gem do sr. Madeira Pinto por<br />

O ministério das obras publicas<br />

O parocho de Pampilhosa da Ser- Paris encarregou-o da escolha do<br />

auctorisou a expropriação de 50<br />

ra recusou sepultura a uma das terreno para a secção portuguêsa.<br />

metros cúbicos de madeira do Chou-<br />

suas ovelhas, pelo motivo de não Veremos se d'esta vez se resolpal<br />

para as obras do lyceu d'esta<br />

ser pontual na desobriga.<br />

vem a tratar a sério d'esta momen-<br />

cidade.<br />

Dois dias esteve insepulta essa tosa questão, para evitar os factos<br />

alimaria vil; e afinal foi enterrada vergonhosos que se deram em 1889,<br />

á porta do cemiterio!<br />

em que a nação dispendeu sommas<br />

Não achamos motivo para es- fabulosas com as precipitações da<br />

pantos. E um servo do Senhor, com ultima hora.<br />

comichões no corpo, a pedir a pal- Os delegados portuguéses andama<br />

do martyrio sob a fórma materam em rixa e ás cabeçadas; e<br />

rial d'um marmeleiro.<br />

pouco faltou para se engulirem uns<br />

Dêam-lh'a os povos de Pampilho- aos outros. Foi um escandalo.<br />

sa da Serra, — por caridade evan- A collocação do pavilhão foi desasgélica<br />

I<br />

trada » a um canto, escondida por<br />

Foi approvado o projecto e respectivo<br />

orçamento, de 26 de março ultimo,<br />

para conservação das margens do rio<br />

Mondego, entre os camalhôes da margem<br />

esquerda, a moutante da ponte de<br />

Coimbra e a Ladroeira, sendo auctorizadoo<br />

director da 2 a circumscripção<br />

hydraulica a dispender a quantia de<br />

8:5000000 réis, importancia do mesmo<br />

orçamento.


C-vifoa,<br />

Weyler que desde a sua chegada<br />

a Cuba está haciendo muertos y co- A classificação dos concelhos neste<br />

giendo caballos y mulos al enemigo, districto, ficou assim constituída:<br />

vê-se sériamente embaraçado para Oimhra, 1<br />

enterrar uns e cuidar dos outros!<br />

Até se lembrou já d'um armistício.<br />

No emtanto vae mandando para<br />

cá noticias de sensação como esta,<br />

a proposito da morte dos Maceos:<br />

a classe; Cantanhede e<br />

Figueira, 2. a ; Arganil, Comieixa, Louzã,<br />

Monte mór, Oliveira do Hospital, Soure<br />

e Tabua, 3. a ; Goes, Miranda, Pampilhosa<br />

e Penacova, 4.\<br />

«Afliima-se que Antonio Maceo, ir-<br />

mão de José Maceo, foi morto no recontro<br />

de Reyes. Alguma coisa deve<br />

haver de verdade sobre esta morte,<br />

quando se sabe que aJunta revolucionaria<br />

de New-York deliberou, em uma<br />

das suas sessões, mandar matar os cabecilhas<br />

prelos, e substitui-los por ou-<br />

Iros brancos.<br />

«Parece que esta resolução lhe foi<br />

imposta por um syndicato americano e<br />

indicada pelo governo da Republica dos<br />

príncipes do toucinho, (é. assim que<br />

elle chama aos Estados-Onidos), por<br />

julgar esse o meio mais fácil de conseguir<br />

a annexação de Cuba.<br />

Á morte dos Maceos ha de seguir se<br />

a de Banderas, Cobreros e outros de<br />

côr que têm commando entre as forças<br />

dos insurgentes.»<br />

Como se vê, Weyler é prolífico<br />

em expedientes. Tendo falhado o<br />

do suborno, ensaia agora o da intriga<br />

e da calumnia.<br />

Da guerra não ha noticias de importância,<br />

a não ser as declarações<br />

de Canovas de que ella custa<br />

ao thesouro da melropole 140 mi-<br />

lhões de reales por mez, e que os<br />

novos reforços a mandar, farão subir<br />

essa somma a 400 milhões.<br />

Mas não tem duvida, porque Wey-<br />

ler continúa a hacer muertos y a cotjer<br />

caballos y mulos al enemigo.<br />

Ficam ámanhã concluídos os trabalhos<br />

da commissão de apreciação<br />

dos compêndios para a instrucção<br />

secundaria. Dizem que a escolha<br />

foi rigorosa e as approvações raríssimas.<br />

Foram concedidas licenças: de<br />

30 dias ao sr. Antonio M. Leite<br />

d'Albuquerque, guarda do lyceu de<br />

Coimbra; e de 60 dias ao sr. Ri-<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

cardo Diniz de Carvalho, porteiro<br />

do mesmo lyceu.<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão ordinaria de 30 de julho de<br />

1896.<br />

Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />

Vereadores presentes:—effe


Casa em bom local<br />

15 Y7ende-se uma, de 4 anda-<br />

" res e magnificas lojas,<br />

na Couraçados Aposlolos, n.° 35.<br />

Quem pretender fale com<br />

Adriano da Silva e Sousa, na<br />

mesma casa.<br />

PIANO<br />

V 14 ende-se um em bom uso<br />

Praça do Commercio, 54.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentaria<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 114<br />

COIMBRA<br />

De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />

consultas todos os dias das<br />

9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />

Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento do ex mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Em agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

13<br />

Casa para arrendar<br />

N a quinta de Santa Cruz,<br />

Praça de D. Luiz, ha<br />

dois andares; tem agua e quintal.<br />

Tractar com Alberto Carlos<br />

de Moura, rua Ferreira Borges,<br />

n.° 6.<br />

CAVALLOS<br />

12 IW u a r e s > e t c ' esquinencias,<br />

Ml sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de peruas, etc.. curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos.<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Deposites:<br />

Lisboa : Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pharmacia Costa—-Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

Loja da China<br />

Ferreira Borges<br />

tl Acaba de chegar um grande<br />

sortimento de leques,<br />

sombrinhas e estores, japonêses<br />

e chineses.<br />

Especialidades da casa<br />

Chás e cafés<br />

Pharmacia<br />

Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do pjiz<br />

Excedentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA - Quinta feira, 17 de setembro de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e íecha em 30 de noyembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, pharmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodações<br />

desde 1)5200 réis<br />

comprehendendo serviço, club<br />

etc. Bónus para os médicos<br />

O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de 1 . a a 5. a classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhaUção, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />

— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

VENDA<br />

7 TTcnde-se em COZELHAS<br />

• uma linda vivenda, que<br />

se compõe, de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

aguí, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. Éem sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

0 comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

Marque^ Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castanheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra.<br />

Assignatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

0<br />

wj C/2<br />

U>as cn<br />

A ° R<br />

K3 1<br />

1*1 M<br />

1*1<br />

V W<br />

M<br />

1*1<br />

V W<br />

M<br />

1*1<br />

V W<br />

M<br />

1*1<br />

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V W<br />

B I S<br />

J u ©<br />

K o<br />

H S 1<br />

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0<br />

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0<br />

Q<br />

a<br />

0<br />

Q<br />

a<br />

Q<br />

MANTEIGA DA CONRARIA<br />

Vende-se no Café Lusitano<br />

C O I M B R A<br />

ESTABELECIMENTO<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

S0, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />

Cal fiydraulica:<br />

d'obras.<br />

C O I M B R A<br />

PEDIR OS PROSPECTOS<br />

Os leitores da REVIS- U M A FOLHA, de<br />

TA, além do texto, compre- /^l 4"! rt Ul " a P e t' a original portuguêsa,<br />

hendendo o original de perto |y|)VI T 1 C paginada separadamente, de ma<br />

de 90 paginas em 8.°, têm tam- VJI1 ILLiO " B i ra a formar um elegante vobem<br />

lume.<br />

REVISTA<br />

THEATRAL<br />

ILLUSTRADA<br />

Critica, Historia, Estudos e doutrinas,<br />

Correspondências, etc.<br />

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO<br />

R. Nova do Carmo, 76, 2.°—LISII01<br />

PEÇAS PUBLICADAS<br />

SALTIMBANCO<br />

de Antonio Ennes<br />

JUCUNDA<br />

de Aliei B tellio<br />

A1CACER-E1BIR<br />

de D João da ' amar*<br />

PAHAISO CONQUISTADO<br />

de Lopps de Mendonça<br />

Ciúme com ciúme se paga<br />

de Rangel de Lima<br />

Muito próprias as ultimas<br />

para amadores<br />

G ^ S ^ Y ENVIA-SE UM NUMERO G R Á T I S A QUEM 0 REQUISITAR<br />

Grande deposito da Companhia Cabo Mondego.—Aviso<br />

aos proprietários e mestres<br />

AGUIA D'0UR0<br />

FRANCISCO P. MARQUES<br />

6 Doupas completas para ho<br />

« mem, de 5)5000 réis<br />

para cima!<br />

Alta novidade,<br />

QUINTA<br />

3 V7ende-se a da Conchada.<br />

» Na mesma se diz quem<br />

está auctorisado a receber propostas.<br />

10 flompra-sc ou arrenda-se<br />

v no districto de Coimbra.<br />

Esclarecimentos ao sr. Adelino<br />

Saraiva, Phar.racia da Misericórdia—<br />

Coimbra.<br />

Julião A. d'Almeida & C. a<br />

20—Rua de Sargento Mór—24<br />

COIMBRA<br />

9 este antigo estabeleci-<br />

N mento cobrem-se de novo<br />

guarda-soes, com bôas sêdas<br />

de fabrico português. Preços os<br />

mais baratos.<br />

Também têm lãsinhas finas<br />

e outras fazendas para coberturas<br />

baratas.<br />

Receberam ultimamente um<br />

sortido de sarja de sèda de<br />

variadas côres, para guardasoes<br />

e sombrinhas de senhoras.<br />

0 que ha de mais chic.<br />

YENDE-SE<br />

8 i morada de casas sita<br />

*» na rua do Morêno n. os<br />

flWtrifidfld» o nntina Agencia da casa Ramos & Silva de<br />

uiCullluludUu e upilld Lisboa) constructores de pára-raios,<br />

campainhas electricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />

apparelhos concernentes.<br />

TintflC nara nintiirac<br />

lllliaa paia Jjmtuiab.<br />

Alvaiades,oleos,agua-raz,crés, gesso<br />

vernizes, e muitas outras tintas e<br />

artigos para pintores.<br />

CinientOS' *<br />

7 e 9, facultando áe ao comprador<br />

o pagamento a praso mediante<br />

juro razoavel.<br />

Tracta-se na rua da Sopbia,<br />

35.<br />

D g l e z e Monde 8°' 3 8 e Caco Mondego, as<br />

melhores que se empregam em construcções hydraulicas. qualidades<br />

Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moi-<br />

Diversos: nhos e torradores para café, machinas para moer<br />

carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />

zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />

as qualidades.<br />

Grande sortido que vende<br />

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Sae nos dias<br />

1 E 15<br />

de cada mez<br />

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GO<br />

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N.° 156 COIMBRA—Domingo, 16 de agosto de 1896 2.° ANNO<br />

A SITUAÇÃO<br />

0. CENTENARIO DA ÍNDIA<br />

Isto pôde lá continuar I<br />

A situação misérrima e desespe- £<br />

a exigir passaportes aos portugueses!<br />

Os estrangeiros, esses podem<br />

rada do thesouro e do contribuinte, O ministério continua em angus- livremente entrar e sair, por mar e<br />

cada vez mais implacavel; o dia de tias para arranjar dinheiro para a por terra!<br />

Nos períodos de descontentamen-<br />

celebração do centenário.<br />

E incrível!<br />

ámanhã mais sombrio e incerto!...<br />

to e gestação renovadora, que pre-<br />

O banco de Portugal levanta em- Resta saber por quaes mysterio-<br />

E neste turpôrapparentedos ani<br />

cedem as grandes convulsões sobaraços<br />

a novos emprestimos por sos distinctivos o sr. João Franco<br />

mos assombrados por tantas sur- falta de garantia.<br />

quer que á-simples vista a sua pociaes,<br />

ha sSmprê noâ "sectários das<br />

presas pretende-se nada menos do Os preparativos para essa estulicia reconheça os estrangeiros, sem<br />

idêas avançadas a predisposição á<br />

penda fantasia deslizam no meio da discussões e sem vexames!<br />

que ampliar a auctoridade das cas<br />

desconfiança mutua e as recrimina<br />

indifferença geral.<br />

tas, empurrando a nação condes-<br />

ções de indecisão e de cobardia.<br />

Debalde se esforçam os iniciadocendente,<br />

para as enxovias latrinares por encontrar o apoio na im- Exposição<br />

Nesta effervescencia dos espiriiias<br />

do direito divino!<br />

prensa e na opinião publica, intos<br />

impacientes, se manifesta o ericluindo<br />

nas innumeraveis commis- No programma muito variado das<br />

Pretendem fazer resuscitar os<br />

thusiasmo da convicção e da iniciasões<br />

escriptores e jornalistas. O festas da Agonia em Vianna do<br />

processos do velho regimen enter divorcio entre a nação e os gover- Castello, apparece uma exposição<br />

tiva. O conflicto das suspeições é o<br />

rado ha cem annos e apodrecido nas nantes é tão fundo, que o caracter de arte ornamental.<br />

indicio da energia comprimida<br />

sepulturas da Historia!<br />

official, que imprimiram ás festas, A frequencia notável com que a<br />

A acção transformadora das idêas<br />

basta para afugentar todas as co- iniciativa das diversas localidades<br />

Pretendem apoiar sobre a mi-<br />

politicas tem de ser entre nós neoperações<br />

e sympathias numa so- promove espectáculos d'esta ordem<br />

lícia adiposa e tôsca dos mosteiros, lemnidade que devia ser profunda- representa uma tendencia feliz, que<br />

cessariamente lenta e cortada de<br />

sobre a ignorancia das massas e o mente nacional.<br />

os governos deveriam solicitamente<br />

accidentes pelas condições espe-<br />

fanatismo religioso, essa ordem de Não obstante, o governo vai por acompanhar e dirigir para uma<br />

ciacs da educação e dos interesses.<br />

diante. As sommas necessarias hão acção commum.<br />

coisas, suscitada pela ambição exor-<br />

Mas nem por isso o triumpho de<br />

de apparecer. Dois mil contos lan- • Todos estes esforços isolados<br />

bitante e inepta dos altos patifes<br />

finilivo da causa democratica ha de<br />

çados á voragem d'uma ostentação podiam ser convertidos numa forte<br />

conluiados!<br />

tristemente significativa!<br />

corrente de educação.<br />

ser menos dominador e infallivel<br />

E para a realização material d'es- No ultimo conselho de ministros, Mas. . . nem vale a pena fallar<br />

Porque, dizem, o país caiu na<br />

diz a indescripção das chronicas, em tal!<br />

ta vasta obra contam apenas com o<br />

indolência e na apathia! Não é ver<br />

que o sr. Soveral tivera esta phrase<br />

apoio da força armada e a vozeria<br />

dade: nunca o impeto da revolta foi<br />

sarcastica:<br />

esdruxula dos energúmenos aluga- — Do que eu tenho medo é que<br />

tão fundo no seio do povo!<br />

dos e em completo descredito! afinal isso não venha a passar de<br />

Somente as revoluções não obe- „ . , , um arraial no Alcaide, menos pitto-<br />

, , , , Este projecto collossal de desdecem<br />

a programas dabor^ , i a r, ces.co e mais comico..<br />

M d a c í v j | i z a ç t o<br />

nii/tiTin rv\ AII I A n A nu K /\ H I r, A >-v\ . .-.<br />

préviameMe ao sabor das commis<br />

A dicacidade tem todos os visos<br />

tido tortuoso d'uma conspiração in- de pouco verídica, mas exprime a<br />

sõ"s, nem têm dia marcado á marfame,<br />

é tão pueril e monstruoso, previsão geral.<br />

gem do knlendario das festas mo-<br />

como se pretendessem sustar a torveis.rente<br />

do Niagara com canalizações<br />

A luz está feita em todos os es-<br />

Dr. Guilherme Moreira<br />

de lata!<br />

espiritos, e a propaganda continua<br />

Depois de alguns dias passados<br />

Do excesso do mal brotará o re-<br />

activa e destruidora, não já pelas<br />

no Bussaco regressou a Coimbra,<br />

medio.<br />

com sua ex.<br />

palavras demagógicas dos exalta-<br />

Os acontecimentos de 28 deviam<br />

dos, mas pelas obras dos proprios<br />

estar diante dos olhos d'essa gente!<br />

realistas aturdidos pela inefficacia<br />

D. Miguel beatificado pela su-<br />

dos seus Ímpetos autocráticos na<br />

perstição popular; com estadistas<br />

resistencia passiva do país.<br />

da envergadura do Alcaide, pela<br />

Todos os homens, os mais pru-<br />

intellectualidade e pela philosophia<br />

dentes e tolerantes, comprehendem<br />

da eschola; com o prestigio dos fra-<br />

que atravessámos um momento pedes<br />

em cóleras infrenes contra os<br />

rigoso de transição, inteiramente<br />

sectários da Liberdade; a repressão<br />

insustentável.<br />

e a violência levada á ferocidade: o<br />

E a nação parece deixar-se con-<br />

cacête, o cárcere e a forca num deduzir<br />

aos desastres da sua ruina<br />

irio de terror!. ..<br />

fazendo visagens truanescas!<br />

E tudo isso foi arrastado pela<br />

O que se passa é realmente in-<br />

vassoura revolucionaria!<br />

comprehensivel e começa a tornar-<br />

Agora, não obstante os esforços<br />

nos burlescos e lastimosos!<br />

e os desafôros d'uns pygmeus atre-<br />

Três ou quatro individuos, notávidos,<br />

não se torcem as leis univerveis<br />

apenas porque são medíocres;<br />

saes da evolução humana!<br />

que se alteiam na governação fa-<br />

Esperêmos com resolução e sezendo<br />

gala da immoralidade e desrenidade!<br />

Mas esperêmos... e saiprezo<br />

absoluto pela opinião; sobre-<br />

)amos esperar!<br />

pondo-se ao país e rasgando as leis;<br />

ludibriando todas as normas da honestidade<br />

e da justiça; mentindo<br />

No concurso para os logares de<br />

officiaes subalternos da bibliotheca<br />

sempre; locupletando as quadrilhas<br />

da Universidade são 15 os candi-<br />

de traficantes; protegendo os ladatos.drões;<br />

alardeando pulso e força e<br />

Seria melhor que a formalidade<br />

expluindo ameaças transido de pa-<br />

ivesse sido dispensada pela justa<br />

vor; um desnorteamento de loucu-<br />

promoção dos dois empregados inra,<br />

um estrebuchamento de epile- terinos, que mostram folha de bons<br />

serviços durante tantos annos.<br />

ma As restaurações artísticas<br />

EM<br />

C O I M B R A<br />

vrri<br />

A Sé Velha. Pr'á Sê Velha, para<br />

irmos depressa, e não que tenham<br />

acabado os erros no paço episcopal;<br />

mas eu não posso seguir e analysar<br />

tudo o que inventou em má<br />

hora o cerebro do sr. director das<br />

obras publicas, abrazado em febre<br />

de archeologo.<br />

Se vv. ex.<br />

A ponte<br />

A imprensa de Coimbra constantemente<br />

está reclamando, e com razão,<br />

reparações na ponte de Santa<br />

Clara; e afeia os perigos que o madeiramento<br />

desfeito e solto offerece<br />

aos transeuntes.<br />

Tudo isso é verdade.<br />

Essa ponto é um dos maiores<br />

destemperos que Coimbra deve á<br />

engenharia!<br />

Numa região que é toda uma pe-<br />

familia, este nosso dreira de boa qualidade, abundan-<br />

querido amigo e illustre director da te e barata, a ponte foi mandada vir<br />

Resistencia.<br />

do estrangeiro, feita de ferro e madeira<br />

!<br />

Não se percebe facilmente por<br />

Fac-totum<br />

que raciocínios capciosos, o pedantismo<br />

chegou a encontrar motivos<br />

Foi nomeada uma commissão da<br />

de preferencia para esse viaducto<br />

qual faz parte o sr. Luciano Cor-<br />

estúpido e feio, rogado pelos merdeiro<br />

para emittir o seu parecer<br />

cados, como obra rejeitada e grati-<br />

ácerca d'uma grammatica da lingua<br />

ficação de venda aos corretores!...<br />

francêsa, elaborada pelo sr. Falcão<br />

Foi um labéo o que então se<br />

de Lima.<br />

disse, sem desmentido e sem de-<br />

O sr. Luciano Cordeiro approvou fêsa!<br />

as obras da Batalha; approvou Santa<br />

Cruz de Coimbra; approvou o<br />

Argumentára-se que a obra de<br />

Paço episcopal; e, por coherencia,<br />

ferro era mais barata; e na pobre<br />

approvou a grammatica!<br />

arte ninguém fallou!<br />

O que essa razão de economia<br />

Tragam cá o Pégaso, o cavallo<br />

significava tem-se visto, pela expe-<br />

aguia, para sua excellencia remonriencia.tar<br />

ás alturas!<br />

A ponte de pedra que poderia<br />

ser digna da cidade, formosa, am-<br />

Aos trambulhões<br />

pla e sólida, foi substituída por<br />

essa detestável gaiola, á qual addi-<br />

Aquelle regedor do Alcaide é cionaram os dois miseráveis passa-<br />

phantastico!<br />

diços lateraes, para attenuar o lô-<br />

Lembram-se da celeuma e oppogro.sição levantada á exigencia louca A ponte de pedra que seria dis-<br />

dos passaportes a todos os viajanpendida d'uma só vez, de duração<br />

tes, a pretexto de evitar a emigra- de muitos séculos, foi trocada por<br />

ção clandestina?<br />

essa vil passagem feita de solipas<br />

A imprensa bramou contra o in- sempre desconjunctadas e pôdres,<br />

signe disparate, que fechava o país, sempre a exigir reparações e refor-<br />

afastando os estrangeiros e dificulmas.tando as communicações.<br />

Uma perfeita esparrella! Porque<br />

O inquebrantável não cedeu. de ferro, se faziam lá fóra t<br />

Agora, depois de longo matutar, Lá fóra, onde escasseia a pedra<br />

sáe-se com esta correcção ao sone- e o ferro abunda!... Que marioto:—A<br />

policia da fronteira só tem las!<br />

as tiverem tempo, vão<br />

por lá, e vejam a porta manoelina<br />

que deita para a varanda, uma porta<br />

muito esguia, com uma base ridícula.<br />

VV. ex. as verão em obra de marceneria<br />

coisas manoelinas, que espantariam<br />

o proprio senhor D. Manuel,<br />

o venturoso; portas muito bem<br />

imaginadas, com a sua bandeira<br />

guarnecida d'um cordão torcido muito<br />

manoelino, e vidraças do seu caixilho<br />

de madeira também muito manoelino.<br />

Coisas que, se as visse, augmentariam<br />

a ventura do proprio senhor<br />

D. Manuel, o venturoso.<br />

É extravagante que o sr. director<br />

das obras publicas, que é do maxiximo<br />

rigor historico, seja tão desprendido,<br />

quando se trata das guarnições<br />

das janellas que lá estão de<br />

madeira, em vez de chumbo, de vidros<br />

muito largos, vidros d'agora,<br />

em vez dos pequenos caixilhos de<br />

pequenos vidros.<br />

Elle que é tão rigoroso com os<br />

tectos, lá anda a fazer um sobrado<br />

moderno, muito bem imaginado, que<br />

vae ficar num dinheirão.<br />

Para o paço transportou o desenho<br />

das ameiras com que elle tem<br />

decorado os chafarizes por essas estradas<br />

fóra.<br />

Lá estão muito ridículas, muito<br />

pequeninas. Os passaros já levaram<br />

algumas.<br />

Mas vamos, vamos para a Sé Velha.<br />

O sr. Bispo-Conde emprehendeu<br />

uma vez a restauração da Sé Velha.<br />

Foi isto depois da ultima viagem<br />

de SS. MM. a Coimbra.<br />

No programma 8as festas escapára,<br />

como muitas coisas mais, a<br />

visita á Sé Velha. Por denuncia de<br />

Antonio Angusto Gonçalves sua majestade<br />

a rainha soube da existen-


cia do velho monumento, e quiz<br />

vê-lo.<br />

Ficou extasiada, e mandou buscar<br />

ao jardim botânico o pequenino<br />

príncipe que por lá andava a pas-<br />

ção, .<br />

Muito escreviam d'antes archeologos.<br />

. . por baptizar.<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Àcabe-se com o resto<br />

0 fisco em Portugal<br />

Vergonhosos expedientes<br />

C-ciba,<br />

Estas coisas, porém, eram corseiar.<br />

Os ministros bocejavam e sua<br />

rentes, já ninguém as discutia, e,<br />

majestade ia-se demorando, extra-<br />

quando começou a demolição, não<br />

nhando as deturpações que tinham<br />

se ouviam senão vozes, protestando<br />

alterado a physionomia do velho<br />

contra a obra que ninguém com-<br />

edificio.<br />

prehendia, e que todos alcunhavam<br />

de profanação.<br />

Pouco depois começava a obra da<br />

restauração, iniciada pelo sr. Bispo<br />

O sr. director das obras publicas<br />

Conde, patrocinado por sua majes-<br />

conserva-se prudentemente de lado,<br />

tade a rainha, dirigida por Antonio<br />

e ia dizendo: Eu não sei nada, ellas<br />

Augusto Gonçalves.<br />

é que lá se entendem.. ..<br />

Administrava os dinheiros públicos<br />

o sr. Franco Frazão, director<br />

das obras publicas de Coimbra.<br />

O sr. Bispo-Conde saiu então<br />

com um folheto, dizendo que aquella<br />

obra estava sendo censurada<br />

Era esse o seu papel, e nem po-<br />

como outras que elle emprehendera;<br />

dia ser outro. .,<br />

mas que havia de levar-se a cabo,<br />

Elle mesmo affirmava alto a sua<br />

como as outras.<br />

incompetência, a sua falta de saber.<br />

O publico, que conhece a força<br />

Antonio Augusto Gonçalves pro-<br />

de vontade do sr. Bispo-Conde, viu<br />

poz uma obra larga de exploração,<br />

que a obra era inevitável.<br />

sondagens no solo e nas paredes,<br />

por fórma a poder fazer-se um plano<br />

geral da obra a executar.<br />

O sr. director das obras publicas<br />

viu que a restauração seria levada<br />

a cabo. Era obra de vulto, devia lá<br />

A obra era difficil. O publico ha-<br />

deixar o seu nome, como em todos<br />

bituára-se ao aspecto do velho mo-<br />

os chafarizes que tem restaurado<br />

numento, e julgava virtudes o que<br />

por essas estradas fóra, muito lirós,<br />

eram defeitos e alterações produzi-<br />

de suas ameias, um ar muito fidaldas<br />

por obras feitas durante sécugo...los,-na<br />

melhor das intenções, por<br />

pessoas sem saber.<br />

De fidalgo do Fundão.. .<br />

Sem saber.... Como poderiam<br />

T. C.<br />

usar do nosso critério, do critério<br />

d'hoje, os nossos antepassados de O proprietário da folha o Meri-<br />

ha tantos séculos ?...<br />

dional, de Montemór-o-Novo, foi<br />

processado por falta de habilitação.<br />

E de notar que este jornal, com<br />

Assim, andava por livros em ar- o mesmo editor, se publica ha seis<br />

tigos de muita erudição, que o es- annos!<br />

pirito se sentia alquebrado e cheio<br />

de Ímpetos mysticos, mal se entra-<br />

No incêndio de Roeda, Hespanha,<br />

va, ao megulhar na luz suave e ve- que devorou 500 casas, o português<br />

lada do velho templo.<br />

Mannel Medo, palhapo de profissão, praticou<br />

taes actos de coragem, que o governo<br />

hespanhol vae condecorá-lo com<br />

E a luz era suave e velada, por- a gran-cruz de Beneficencia.<br />

que o côro tapava ao fundo da egreja<br />

a galeria do triforio; porque os Concurso dos compêndios<br />

altares levantados no século xvn<br />

A commissão encarregada da es-<br />

tinham obstruído as frestas das nacôlha<br />

dos compêndios para a inves<br />

lateraes; porque as obras da strucção secundaria concluiu os seus<br />

imprensa da Universidade tinham trabalhos.<br />

tirado a luz á galeria do triforio do Da l.<br />

lado da epistola.<br />

E todavia os entendidos extasiavam-se<br />

com a falta de luz; tão característica<br />

da architectura do velho<br />

monumento, commentavam socios do<br />

Instituto e membros da Commissão<br />

dos Monumentos Nacionaes.. .<br />

Dos azulejos então corriam coisas<br />

d'espantar.<br />

Eram arabes, affirmava alguém<br />

de fóra. E não admirava; porque<br />

toda a gente sabia que a Sé de Coimbra<br />

tinha sido mesquita de moiros.<br />

Quando se fez o horror da torre<br />

de sinos que agora lá está, alguém<br />

muito considerado escreveu: e já o<br />

som.dos sinos cbristãos revôa donde<br />

a voz do muezin grilava aos filhos<br />

do lslam que eram horas da ora-<br />

a secção (linguas e historia)<br />

foram approvados os seguintes<br />

com alterações e observações que<br />

são consignadas nos respectivos pareceres<br />

e com as quaes têm de se<br />

conformar seus auctores, sob pena<br />

de lhes não serem acceitos os livros.<br />

Para a l. 1 classe Biographias de<br />

Arsênio de Mascarenhas; 2. a classe<br />

Historia, de auctor desconhecido,<br />

de que é editor Alexandre Magno<br />

de Castilho.<br />

Lingua portuguêsa: provisoriamente,<br />

a morphologia da grammatica,<br />

de Ulysses Machado; selecta<br />

de Adolpho Goelho.<br />

Lingua latina: grammatica, mas<br />

provisoriamente, de Moreira e Correia,<br />

e selecta dos mesmos auctores.<br />

Lingua francêsa: grammatica de<br />

Jacob Bensabat e selecta de Domingos<br />

de Azevedo.<br />

Na 2. a Contam-nos:<br />

O governo está deduzindo as<br />

Hoje de manhã, um empregado<br />

ultimás consequências do principio da Companhia dos Phosphoros en-<br />

que estabeleceu como norma de trou numa loja do largo do Chafariz<br />

proceder—o arbítrio em tudo e por de Dentro, e pediu ao dono da casa<br />

tudo, sem respeito algum pela lei. que lhe guardasse uma lala. Como<br />

Cabe agora a vez ao poder judi- se faz frequentemente, o proprietário<br />

do estabelecimento não poz<br />

cial que ainda constituía, dentro de<br />

embaraços em satisfazer-lhe o pe-<br />

restricta esphera, uma garantia condido.tra a corrupção e a anarchia que Deixar objectos a guardar em<br />

por ahi lavram. Não estando esse lojas—islo é vulgar.<br />

poder, pela sua organização defei- Não se tinha, porém, passado i<br />

tuosa, completamente exempto de hora, quando appareceram dois<br />

influencias politicas, certo era que<br />

guardas fiscaes, de aspecto rebarbalivo,<br />

exigindo uma busca á loja.<br />

nunca pretendeu annullar-se uma<br />

Descobrem a lala, abrem-na e<br />

sentença passada em julgado por encontram-na cheia d'isca—a isca<br />

um acto do poder executivo. Profe- prohibida no vigente regimem de<br />

rida ell i, quaesquer que fossem os monopolio. O dono da casa é preso,<br />

interesses offendidos, era respeita- levado para a alfandega, multado,<br />

da, executava-se. Considera va-se in- vexado, ele.<br />

dependente o poder judicial.<br />

Que significa isto?<br />

Uma comedia — dizem.<br />

Para o actual governo era esta Puro bandoleirismo—affirmam.<br />

prática um grave obstáculo á inte- Tres individuos concerlam-se,<br />

gral realização do seu plano—con- como para um crime. Um d'elles é<br />

centrar em si lodos os poderes do o agente compromettedor, anonyrno,<br />

clandestino, — o que deposita a cai-<br />

Estado, supprimindo quaesquer gaxa,<br />

a lata, o barril. Os oulros são<br />

rantias de independencia dos cida- o fisco, a postura, a lei: dois soldãos.<br />

Exigências de interesses modados.narchicos e partidarios, que consti- Represenla-se a farça, trama-se<br />

tuem a suprema razão do Estado. o complot e cabem um, dois, três<br />

Trate-se, pois, de remover esse obs- pobres diabos na cilada estúpida.<br />

táculo, publicando-se avisos, decre- Vem a multa e a multa é dividida.tos<br />

ou portarias no Diário do Go-<br />

Çomprehende o publico?<br />

verno em que se proclame doutrina E o grande exemplo de cima<br />

contraria á seguida num caso jul- lavrando em baixo—o guarda fiscal<br />

gado.<br />

á compita com o homem d'Eslado.<br />

E já o governo encetou o cami- Grandes companhias. Pequenos<br />

nho. O sr. dr. Campos Henriques,<br />

bandos.<br />

Finalmente — contagio.<br />

que sendo juiz de direito foi chamado<br />

para ministro das obras publi-<br />

(Da Marselhesa.)<br />

cas, acaba de publicar um aviso no<br />

Diário em que sentenceia não ser Não haverá este anno tramway<br />

susceptivel de arresto uma patente, entre Coimbra e Luso. Em ofiieio á<br />

que pelo tribunal do commercio do direcção da Associação Commercial<br />

Porto, pela Relação e Supremo Tri- declarou a companhia real dos ca<br />

minhos de ferro de norte e leste<br />

bunal foi considerada como sujeita<br />

que não lhe era possível estabele-<br />

a elle. Desacatou assim o veredictum cê-lo por não possuir para a sua<br />

dos tribunaes, diz-se que para ser- formação o necessário material.<br />

vir um amigo que lhe tem prestado Ficam assim sem exilo os esfor-<br />

serviços.<br />

ços envidados pela illustrada dire-<br />

Protesta a imprensa independencção da Associação Commercial, a<br />

fim de obter para Coimbra tão imte<br />

contra tão inaudito altentado;<br />

portante melhoramento. Bom será,<br />

protestam alguns membros do poder porém, que ella não desista do seu<br />

judicial, que vêm offendida a sua empenho.<br />

dignidade. Mas tudo será inútil, Também levou muito tempo o<br />

convictamente o dizemos.<br />

estabelecimento do tramivny entre<br />

Os protestos dentro da ordem e<br />

Coimbra e a Figueira e elle ahi está<br />

funccionando com grande commo-<br />

da legalidade contra os desvarios e<br />

didade do publico.<br />

crimes do actual governo só têm<br />

dado como resultado fazê-lo mais<br />

afoutamente progredir no caminho No dia 6 morreu afogado, no rio Guadiana,<br />

no baixo da Ribeira de Alcou-<br />

em que uma vez se lançou. Uma só tim, Anthero Saraiva, estudante do 2.°<br />

cousa o detem—a espada. Perante anno de Direito d'esta Universidade.<br />

ella curva-se, recurva-se, fazendo<br />

tudo o que exigem. Lei, direitos,<br />

Colysi 11 Figueirense — I<br />

garantias, dignidade, de nada servem,<br />

para nada valem.<br />

Não deixam a este respeito a<br />

minima duvida os processos que o<br />

actual governo tem seguido e só é<br />

de admirar que, depois de provas<br />

tão decisivas, ainda haja .quem se<br />

entretenha com banaes declamações,<br />

em vez de pensar a sério nos<br />

meios práticos de acabar de vez<br />

com uma situação que é para o país<br />

secção, de sciencias, foram<br />

uma vergonha sem precedentes.<br />

todos rejeitados, á excepção da Bo•*<br />

tanica do sr. Pereira Coutinho e, Vae ser nomeado professor do pri-<br />

provisoriamente, o de desenho de meiro grupo do lyceu de Coimbra o sr.<br />

José Miguel,<br />

Carlos de Lemos»<br />

a corrida<br />

da epocha<br />

No proximo dia 23 tem logar<br />

nesta elegante praça a 2. a Correm de mal a peior as coisas<br />

de Hespanha na grande Antilha.<br />

O memorandum enviado ás potencias,<br />

pedindo liberdade efaefão, mostra<br />

claramente o valor das dificuldades<br />

que se lhe deparam para levar<br />

a cabo a pacificação de Cuba.<br />

E a dar credito ás noticias extra-officiaes<br />

que nos faliam do thoatro<br />

da guerra, não pôde ser mais<br />

periclitante odominio da Hespanha,<br />

se dominio se pôde ainda chamar á<br />

sua situação alli, limitada a duas<br />

ou Irês cidades, importantes é certo,<br />

quando todo o resto da ilha está<br />

sob a mão dos insurrectos.<br />

Assim, na província da Habana<br />

manda Aguirre; Lecrot occupa^liatanza?;<br />

em Las Villas domina Maya<br />

Rodriguez; Camaguez é o quartel<br />

general de Máximo Gomez; Santiago<br />

de Cuba está á mercê de Callixto<br />

Garcia; e Maceo continua na de<br />

Pinar dei Rio, sem que as columnas<br />

hespanholas tenham podido desalojá-lo<br />

d'alli.<br />

E não têm sido pequenos os esforços<br />

empregados para o conseguirem,<br />

pois, ainda ha pouco tempo,<br />

as tropas que manobravam ás<br />

ordens do general Munoz, o atacaram<br />

na sua posição de Rubi, mas<br />

foi tal o desastre que obrigou Weyler<br />

a destituí-lo do commando e<br />

a repatriá-lo.<br />

Vae, portanto, como se vê, ganhando<br />

terreno a causa dos cubanos<br />

que, além do seu valor e coragem<br />

quasi selvagens, têm por outro lado,<br />

como auxiliar poderoso, a estação<br />

das chuvas, com o seu cortejo terrível:<br />

da febre amarella, lypho,<br />

vomito negro, dysentrias e tétano,<br />

quasi sempre fataes, e de que actualmente<br />

infermam mais de 15:000<br />

soldados hesparihoes.<br />

E nestas circumstancias, bem<br />

críticas na verdade, é que o tyrannete<br />

em chefe explora a boa fé da<br />

metrópole, com a estatística de los<br />

presentados que, juntamente com os<br />

muertos e cogidos, formam para elle<br />

a parte opima dos despojos da<br />

guerra.<br />

Vejam e pasmem!<br />

«Mas presentados: —Em Nuevitas se<br />

ham presentado á indtilto, um súbdito<br />

inglês y dos norte americanos, que<br />

estaban entre los enemigos de Espana.<br />

Los três han annunciado nuevas<br />

presentaciones».<br />

r<br />

E para não diminuir um ápice<br />

de importancia a este mirabolante<br />

successo de los presentados, que elle<br />

se abstém, prudentemente, de lhes<br />

fallar de los abalados, dos que diariamente<br />

desertam das suas fileiras<br />

com a fé e confiança perdidas, para<br />

o arraial cubano, ou para a valia<br />

do cemiterio depois de apodrecidos<br />

num hospital, pelas febres do país.<br />

Estes são aos milhares!<br />

x<br />

luia despedida amável<br />

Merece registo a carta que Ja-<br />

corrida mes Creelman, correspondente em<br />

da epocha, com touros das mana- Cuba, do World, de New-York e da<br />

das do distincto ganadero Faustino Estrella do Panamá, dirigiu ao ge-<br />

da Gama.<br />

neral Weyler, por causa da sua ex-<br />

Isto bastará para a recommenpulsão de Cuba.<br />

dar; mas a emprêsa sempre solicita Ella ahi vae, e sem commenta-<br />

cm tornar altrahenle o mais possíios, que d'elles não necessita.<br />

vel as corridas no seu Colyseu, r<br />

«Excellencia.— Acabo de saber que<br />

quer dar-nos d'esla vez o extranho a vossa resposta aos meus telegram-<br />

espectáculo das corridas á vara larmas publicados no World, nos quaes<br />

ga ao uso de hespanhol, para o que descrevo minuciosamente os assassí-<br />

contraclou já três dos melhores pinios dos cubanos pacíficos, pelas tropas<br />

cadores.<br />

hespanholas nesta ilha, não é uma<br />

syndicaucia sincera e rapida ácerca<br />

Que Dios lhe depare melhor dia dos referidos factos; mas apenas um<br />

do que o da corrida passada. decreto eXpulsando-me de Cuba, Esta


27 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Ã0 DAS GALÉS<br />

XVIII<br />

A Odyssea de João das Galés<br />

— Ah ! tu deves comprehender, meu<br />

caro, disse Hermann, que obter a digitalis,<br />

o veneno, depois do caso da<br />

Pommercie, é difflcilimo. É necessário<br />

fazer uma receita assignada, e mostrar<br />

a carta se nao se é conhecido do<br />

pharmaceulico, emfim, é muito compromettedor.<br />

— Comprehendo.... um narcotico<br />

bastava.<br />

— Sem duvida. Tiveste tempo sufflciente<br />

para a operação, e hoje aquelles<br />

que tu julgavas mortos passam bem<br />

e assim te vês alliviado de dois crimes.<br />

Deves, pois, agradecer me.<br />

— No emtanto sempre te direi que<br />

M. de Koellen me conhecia perfeita<br />

mente e que, neste momento, se sabe<br />

quem eu sou, todo o mundo conhece<br />

o João das Galés.<br />

M. d'E


Casa em bom local<br />

lã Y7ende-se urna, de 4 andaw<br />

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Adriano da Silva e Sousa, na<br />

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estabelecimento do ex mo sr. dr.<br />

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domingos consultas ás mesmas<br />

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Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira d Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

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Coimbra.<br />

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RESISTENCIA - Domingo, 20 de setembro de 1896<br />

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Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

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-Faz-se toda em caminho de ferro alé Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estapão de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca rí'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Ilotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos prepos Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

VENDA<br />

7 Wessde-se em COZELHAS<br />

» uma linda vivenda, que<br />

se compõe de casas de habitação,<br />

recenU-mente construídas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excedente terreno com muita<br />

aguí, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. Éem sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

0 comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castanheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra.<br />

Assinatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

^ °<br />

<<br />

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3<br />

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2<br />

a,<br />

cO<br />

O<br />

Q<br />

Os leitores da REVIS-<br />

TA, além do texto, compivheridendo<br />

o original de perto<br />

de 90 paginas em 8.°, têm também<br />

MANTEIGA DA CONRARIA<br />

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Sae nos dias<br />

I E 15<br />

de cada mez<br />

c?<br />

C/i<br />

CP<br />

S<br />

P<br />

P<br />

CQ<br />


N.° 158 COIMBRA—Domingo, 23 de agosto de 1896 2." ANNO<br />

Carta de Lisboa<br />

Pela Hespanha<br />

fatalmente, inevitavelmente, na mo- Sulcando os mares representação dirigida ao imperador<br />

do Japão, em que se lhe pede<br />

narchia vizinha?<br />

Parece, finalmente, que voltou de — «que se digne conquistar aquel-<br />

Não é só pela conservação de novo a época das nossas gloriosas les terrilorios para os encorporar na<br />

Cuba que lucta a monarchia hespa- aventuras marítimas. Já nas aguas sua corôa, libertando ao mesmo<br />

tranquillas do Tejo se aprestam es-<br />

Não se occultam já, nem por parte nhola; é a sua conservação própria<br />

tempo os seus pacíficos habitantes<br />

quadras, já tremulam outra vez so- do tyrannico jugo do dominio hes-<br />

dos que mais optimistas se apresen- que ella defende. Presente que o bre as vergas dos navios, bafejados panhol». Consta que o tal agente<br />

tavam até ha pouco, as apprehen- throno, abalado e periclilanle, amea- pelas brisas do mar, os nossos pa- colheu perto de 20:000 assignatusões<br />

sombrias que estão entenebreça ruir num momento.<br />

vilhões de guerra,-• •.<br />

ras.<br />

Mar em tóra, acaba d#Targ&r do<br />

cendo a opinião publica na vizinha A monarchia em Hespanha, como<br />

De modo que a Hespanha eslá<br />

Tejo uma divisão naval portuguesa em risco de vêr fugir-lhe mais<br />

Hespanha ácerca do resultado da em Portugal, não tem a sustentá-la — três navios: uma canhoneira, aquella rica possessão, o que não<br />

revolução cubana. E, o que mais a eslima pública; não se cimenta na uma corvêta, e um couraçado — a pôde attribuir senão aos processos<br />

preoccupaos espíritos peninsulares, alma dos povos, onde o affeclo por Zambeze, a Duque da Terceira e o administrativos que já a levaram á<br />

Vasco da Gama — 541 homens ao<br />

não é precisamente se a Hespanha ella se não radicou. Sob o governo<br />

guerra de Cuba.<br />

todo!<br />

E se o Japão quizer, entendido,<br />

consegue subjugar Cuba revoltada, monárchico chegaram os dois povos Mas para onde se dirigirá a di- como estará com os habitantes das<br />

nem se a preciosa ilha consegue fur- da península á situação extrema em visão naval? Em que plagas lon- Philippinas, que assim lh'o pedem,<br />

tar-se ao domínio hespanhol: —no que se encontra a sua economia ingínquas irão espalhar a morle os não terá muitos receios de se vêr<br />

seus canhões de guerra?<br />

que principalmente se está pensanterna e o seu crédito externo. Um<br />

vencido.<br />

A divisão vae até.. . Cabo Ver-,<br />

Já não pertence ao dominio dos<br />

do é nas consequências políticas que desastre em Cuba traduzir-se-ha de. E ahi divide-se. A Zambeze di- koatos a noljcja que damos. É um<br />

resultarão da victoria cubana, que, em Hespanha pelaquéda da monar- rige-se a Moçambique; a Duque 'Mfacto confirmado, ao qual alludiu<br />

tudo o leva a crer, é já agora uma chia.<br />

Terceira e o Vasco da Gama chega- |)0 senado hespanhol o ministro do<br />

rão a Angola. ultramar, ante-hontem, declarando<br />

questão de pouco tempo.<br />

É esta a solução que aos espíri-<br />

Não têm força para mais. .. que se descobrira nas Philippinas<br />

As consequências económicas o tos, ainda os mais optimistas, se Uma divisão naval I . uma vasla conspiração com idêas<br />

financeiras do estado de guer- apresenta. Homens de estado, affe- Mas apostaram então tornar-nos separatistas, apoiada por sociedades<br />

ra em que a Hespanha, por culpa ctos ao regimen actual, não occul- ridículos de todo aos olhos dos ex- secreias<br />

trangeiros? Soffrerá mais este desastre<br />

própria, se encontra involvida, são tam em Hespanha o seu modo de<br />

Um pouco de pudôr, ao menos. Hespanha?<br />

conhecidas e desastrosas. As con- vêr. Presentem-se, além d'isto, uns Não os obriguem a rir-se da nossa<br />

sequências políticas são um pro movimentos de agitação que pre- miséria.<br />

blema cuja solução a quasi todos nunciam que este ha de ser o re-<br />

Porque foi para Angola o YASCO DA GAMA<br />

se antolha fácil.<br />

sultado.<br />

Reflectindo um pouco serenamen- São poucas já as esperanças em<br />

D. Leoil Vega I Toda a gente pergunta que ur-<br />

,, , . Lente commissão de serviço obrigou<br />

te e de animo despreaccíipado so- Hespanha de se recuperar o dominio bernforma de processoacabade * fazer part.r para An-J<br />

bre a situação politica da Hespa- de Cuba, E, par, isso, o governo ser prBlõ e entregue ao foro rrníi- fa o r o ^ ^ ^ t ó & T<br />

lar, o illustre d,redor pol.lico do J - yj<br />

nha, e, concomitantemente, pelas af- hespanhel, que jã não espera sub-<br />

representam sempre<br />

nosso prezado collega La Justtcía, ve<br />

finidades naturais e lógicas que lijugar a revolução cubana, exforçag.im<br />

entre si os destinos das duas mose por obstar á revolução interna<br />

narchias peninsulares, se conside- que se manifesta e se prevê.<br />

rarmos também a phase politica do É a monarchia a defender-se. E<br />

nosso país no actual momento his- d'este movimento de luctas, latente,<br />

tórico, poderemos talvez prevêr o constante, que se agita no seio da<br />

que para ambas as monarchias de Hespanha, resultará,—e ainda bem<br />

rivará da guerra de Cuba.<br />

— a libertação de dois povos para<br />

uma vida nova num regimen novo.<br />

Até hoje tudo tem conspirado<br />

Cuba livre,—Hespanha livre.<br />

contra a Hespanha, apesar do no-<br />

E, consequência natural, Portubilíssimo<br />

exforço que a este país<br />

gal liberlar-se-ha também.<br />

tem custado a guerra, exforço tena-<br />

Por grande que seja o affecto que<br />

cissimo e digno de admiração pelo<br />

nos liga á Hespanha, e o nosso<br />

sentimento patriotico que o tem im-<br />

desejo das suas glórias, não devepulsionado,<br />

denodadamente, intranmos<br />

occultar que a nossa sympa<br />

sigentemente, numa lucta cruenta<br />

thia eslá com os insurrectos de Cu<br />

e ruinosa.<br />

ba. É sympathia e é egoísmo:— é<br />

A alma hespanhola, generosa e<br />

de Cuba, independente, que parti-<br />

dedicada até ao sacrifício mais exrá<br />

para a península ibérica o motraordinário,<br />

tem vibrado unisona,<br />

vimento da sua regeneração.<br />

num incitamento constante aos poderes<br />

públicos para que a insurreição<br />

seja dominada.<br />

Tem custado rios de sangue a<br />

revolução, está cheia de luto a Hespanha.<br />

E, comtudo, as expedições<br />

de muitos milhares de homens continuam<br />

para Cuba...<br />

Mas vencerá a Hespanha? Os<br />

acontecimentos até hoje levam á<br />

convicção de que em breve Cuba livre<br />

será um facto.<br />

Qual será o futuro da Hespauha?<br />

Que transformação politica se dará,<br />

J rdadeil|s temeridades, pelo pede<br />

Madrid, pelo motivo de ler ver- 1<br />

rigo imminente que offerecem<br />

berado desassombradamente o acto<br />

Essa explicação dá-a o Diário<br />

administrativo do recrutamento do<br />

Popular:—Vae para Angola o cou-<br />

ultramar.<br />

raçado, porque o governo, ou antes,<br />

Ê facto único este, de o foro mi- o illustre sr. Soveral, persuadindolitar<br />

intervir, subslituindo-se ao fôro<br />

. . . . I ose u Ude V Uque U U wos u «111. allemães IIJIAKW M preparam<br />

• " '**<br />

cml no julgamento dos processos I, ^ êsa c o n l r/ n ó s em<br />

de liberdade de imprensa, mór.nen- p ^ Âlexan<br />

As massadas<br />

estão prohibidas<br />

K dre ou na ,)ahia (|o8<br />

te quando, como neste caso, o arti- T| resoWeu ôr_,hes aque,|a<br />

go incriminado criticava actos ^ no S ssa formidavei michina de guerra<br />

pura administraçao. QS C0|)ler em iloj<br />

Representa, portanto, esta exce- c<br />

pção para com o distincto publicis-1<br />

tar C anle 1 Lisboa, 21 de agosto de 1896.<br />

Devem estar apprehensivos sobre<br />

o alarido que o governo faz nos seus<br />

jornaes com a saída da divisão<br />

naval.<br />

Ahi pela província talvez exista<br />

a opinião de que nós temos navios.<br />

E o primeiro êrro.<br />

Temos simplesmente caixões fluctuantes,<br />

sem para nada sefvirem.<br />

Pois por saírem a barra ao mesmo<br />

tempo, três d'esles caixões, anda<br />

tudo alvoraçado como se tivesse<br />

partido a Invencível Armada.<br />

E todavia o facto de saírem três<br />

navios em logar d'um é naturalíssimo.<br />

Esta é a epocha de saírem navios<br />

para as estações.<br />

O que se fez?<br />

A Zambeze estava para sair. A<br />

Duque da Terceira voltava de viagem<br />

que interrompeu e estava em condicções<br />

de continuar. Esperou-se<br />

que o couraçado estivesse prompto<br />

e ahi vão os navios todos juntos<br />

quando um d'elles podia ter saído<br />

ha muito, outro podia continuar lá<br />

fóra e o terceiro, o couraçado podia<br />

sair quando saiu sem atrazar os<br />

outsos.<br />

Ahi têm a parlapatice que traz<br />

maluquinhos os jornalistas do governo<br />

e outros idiotas que estiveram<br />

no alto de Santa Catharina a ver<br />

partir os navios.<br />

Devem concordar que mestre<br />

Marianno tem razão quando affirma<br />

que augmenta a importação de burros<br />

hespanhoes.<br />

X<br />

• • •<br />

la sr. Leon Vega, um attentado á<br />

constituição do Estado, que assim<br />

fica d'hoje para o futuro á mercê da A Allemanha e a França<br />

má vontade e capricho de qualque*<br />

A noticia da visita do imperador<br />

tyrannete odiento.<br />

Guilherme á França, por occasião<br />

Associando-nos aos seus amigos<br />

da exposição de 1900, tem feito<br />

nas manifestações de pezar por este<br />

pensar uma approximação de relação<br />

acto inqualificável, felicitámo-lo ao<br />

mesmo tempo pela<br />

i<br />

torma<br />

fx<br />

severa e<br />

„ i entre<br />

r "<br />

os dois paizes, e talvez numa<br />

altiva com que tem castigado todos<br />

os abusos do poder.<br />

v ... _ ^ '<br />

altiva mm nn/tpm rasteio tndns | reconciliação. E que o acontecimento<br />

era tão inesperado e ate não<br />

inacreditável, que a resolução do<br />

imperador da Allemanha apresenim<br />

desastre p» a « ^ Z T ^ ^<br />

Parece que o dominio hespanhol Se até havia ingénuos que acreno<br />

archipelago das Philippinas cor- ditavam numa restituição da Alsacia<br />

re perigo imminente. Ha muito já e-da Lorena. ..<br />

Assim o entende o nosso bom João I que se notavam, por parte da colo- Mas o jornal de Bismarck Noti-<br />

Fianco que não esteve para aturar a; nia ph.lippina estabelecida no Japão,\cias de Hambcrgo, diz ser impossiestopada<br />

de presidir até ao fim á re- nejos tendentes a collocar sob a vel que a Allemanha se reconcilie<br />

./ J 1U . . , protecção d esta potencia oriental o com a França, e que quaesquer<br />

união do conselho superior de instru- ^chip V e|ag0 da ^ ^ ^ „ tentalivas neste 8entido são prejudi.<br />

cção publica. gsleg j30al0S) que corriaII1) aca- ciaesá dignidade allemã. E lamenta<br />

A paginas tantas, vendo que se ap-<br />

bam de ter plena confirmação com o mesmo jornal que o imperador<br />

proximava a hora da partida do com- o seguinte facto: acceitasse o convite para visitar a<br />

boio para as Caldas, entregou a pre- — Um enviado dos colonos hes- exposição, tanto mais que a próxima<br />

sidencia ao vogal Teixeira e foi-se. panhoes domiciliados no Japão, an- visita do czar a Paris faz que todos<br />

É que s. ex. dou em Manilla e noutros pontos os franceses, ainda os mais moderacolhendo<br />

assignaturas para uma dos, esperem uma revanche.<br />

a Além dos navios, o que mais<br />

interessa á Lisbôa que não saiu,<br />

ou por ter juízo ou não ter que pôr<br />

no prégo, é a colhida do rei nas<br />

Caldas.<br />

A colhida não. O risco em que<br />

elle esteve de ser furado por um<br />

toiro.<br />

Tal facto, nos jornaes, ou não é<br />

noticiado ou commentado em ar de<br />

troça.<br />

Assim um O Jornal do Commercio,<br />

diz que o rei melhor faria<br />

pegando de cara os ministros.<br />

Lá vem, leiam!<br />

Esta nossa vida portuguesa vae<br />

assumindo proporções phantasticas.<br />

Falla-se dos negocios públicos<br />

como se se estivesse no sol d'uma<br />

praça de toiros.<br />

O rei é citado como Guerrita e<br />

Mazzantini.<br />

Os jornaes dirão:<br />

—Guerrita foi colhido.<br />

—Outro dia em Badajoz, Faico<br />

ía soflrendo umacolhida.Felizmente,<br />

padece agora da mo-<br />

como succedeu com o rei D. Carlos,<br />

léstia dos bichos carpinteiros.


um cavalleiro interpoz-se entre elle MELHORAMENTOS MUNICIPÀES<br />

e o espada.<br />

Por este caminho ler-se-ha também:<br />

—Hintze esteve opportuno nos<br />

quites.<br />

—Soveral emborcou-se.<br />

Esta situação exige pois um par<br />

de bandarilhas.<br />

J. M.<br />

O Centenario da índia<br />

Annunciou-se ao mundo, ao uni<br />

verso inteiro, que o Portugal d'ho<br />

je, abatido, decadente, mizerrimo<br />

ia celebrar para o anno em festas<br />

pomposas d'um povo feliz, épocas<br />

de glória, datas épicas de feitos im<br />

mortaes do Portugal antigo.<br />

Programmas altisonantes de fes<br />

tas nunca vistas, foram espalhados<br />

em diversas linguas, pelo mundo..<br />

J 897, o 4.° centenário da aven<br />

turosa expedição de Vasco da Ga<br />

ma. —1497, a data gloriosa do<br />

mais audaz feito marítimo que tem<br />

espantado o mundo...<br />

Celebração extranba, em festas<br />

singulares, da maior glória portuguêsa<br />

... . e tudo seria pequeno<br />

mesquinho para a grandêza heróica<br />

do acontecimento.<br />

Annunciou-se a commemoração<br />

prepararam-se os programmas; constituiram-se<br />

as commissões; deiinearam-se<br />

os projectos, com grandêza<br />

e magestade; annunciaram-se<br />

officialmente aos extrangeiros as<br />

festas que se preparavam. O governo<br />

animou, aconselhou, tomou par<br />

te directa e activa na apotheose em<br />

preparação...<br />

A' ultima hora:—Não ha dinhei<br />

ro; não pôde haver commemorações;<br />

vão ser adiadas para mais tarde...<br />

ainda se não sabe quando!<br />

Riem-se os extrangeiros dos nossos<br />

ridículos; mas esfregam as mãos<br />

de contentes os nossos credôres.<br />

«Á ex. ma viuva de José Joaquim Rodrigues<br />

de Freitas:—A commissão installadora<br />

da Associação Commercial dos<br />

logistas de Lisbôa, compenetrada do<br />

profundo sentimento que invade<br />

coração de todos os portuguéses, onde<br />

o respeito pelos talentos, pela honestidade<br />

e pela comprehensão dos deveres<br />

civicos se assentua da maneira mais<br />

gloriosa em honra da sympathica memoria<br />

de Rodrigues de Freitas, vem<br />

prestar a homenagem, devida ao illustre<br />

extincto, manifestando a v. ex. a o<br />

immenso pezar que o seu passamento<br />

causou a esta conectividade, acostumada<br />

desde muito a admirar a rija<br />

tempera das suas purissimas convicções<br />

democráticas e o estudo perseverante<br />

na investigação dos mais apurados<br />

methodos scientiOcos.<br />

Esta commissão, ao lançar na acta<br />

da sua sessão o voto unanime de con<br />

dolência por tão irreparavel perda<br />

nacional, resolveu que elle fôsse communicado<br />

a v. ex. a , como demonstração<br />

de saudade pelo grande vulto que a<br />

morte arrebatou á estima de todos nós,<br />

e de respeito a v. ex.* que foi digníssima<br />

companheira de um homem que<br />

deixa um nome tão honrado nas paginas<br />

da historia d'esta nação.—Lisbôa,<br />

18 de agosto de 1896.—Pela commissão,<br />

o presidente José Pinheiro de<br />

Mello e o secretario José Romão de<br />

Mattos.»<br />

Um dos mais urgentes melhoramentos<br />

de tantos que a cidade está<br />

reclamando, é a reforma d'essas calçadas<br />

da alta e da baixa.<br />

Todos os remendos com que desde<br />

longe as solicitudes camararias<br />

vão adiando essa urgência, têm sido<br />

expedientes illusorios e nada mais.<br />

A forma com que o empedra-<br />

menlo é feito, o maedam de massas<br />

de entulho levemente batido em<br />

ruas de grande declive, etc., tudo<br />

isso são dissimulações transitórias<br />

e evasivas de administração ligeira.<br />

O estado em que se encontram<br />

os passeios lateraes das ruas Fer<br />

reira Borges e Visconde da Luz é<br />

a prova vergonhosa da incúria das<br />

vereações e da excessiva tolerancia<br />

do commercio. No inverno é impossível<br />

o transito pelas ruas centraes<br />

de maior movimento.<br />

A rua de Quebra-Costas, a prin<br />

cipal via de communicação entre os<br />

dois bairros da cidade, na occasião<br />

das chuvas offerece aos transeuntes<br />

uma catadupa nos lanços de degraus<br />

e um lago em cada patamar.<br />

Ha annos a iniciativa municipal<br />

pareceu despertar: procederam a<br />

estudos, medições e orçamentos<br />

houve debate acceso e meditação<br />

longa.<br />

Afinal a annunciada reforma não<br />

passou d'isto: enrugar a picão a superfície<br />

dos degraus e tapar a cimento<br />

todos os orifícios e fendas.<br />

Istoé, calafetar todos os sumidouros,<br />

para que a enxurrada corra mais<br />

volumosa e pittoresca!<br />

Quanto pode o génio do homem!<br />

E' certo que os derradeiros recursos<br />

das receitas municipaes foram<br />

obstinadamente lançados no<br />

trafico chinfrim da politica em par-<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Á despedida novas instancias e<br />

que fosse repetidas vezes.<br />

E Perrault commovido pedia ao<br />

amigo, se era possível ali reunir<br />

num só os vinte ou trinta almoços<br />

seguintes!<br />

Á espera dos touros<br />

Um rei toureiro, um rei folião,<br />

um rei rapaz — é o nosso rei, o<br />

chefe do Estado português, o pri-<br />

meiro magistrado do nosso país.<br />

Chapéu á Mazzantini, gravata vermelha,<br />

jaquêta á hespanhola, faxa<br />

e varapau, calça de picador e botas<br />

de salto de prateleira, eí-lo ahi vae,<br />

risonho, feliz, esperar os touros. A<br />

desannuviar o seu espirito dos graves<br />

cuidados da administração publica.<br />

. .<br />

Um louro fino, de sangue ardente,—<br />

um revoltado, tresmalha-se;<br />

investe contra o rei; depois de escangalhar<br />

um trem, propõe-se esfrangalhar<br />

um homem. Mais um momento,<br />

e o pur-sang do rei arrastaria<br />

pelo chão as tripas rasgadas;<br />

mais um momento e o chefe do Estado<br />

rolaria pelo chão, escornado,<br />

pisado, em sangue. .. O que valeu<br />

ao rei?—Um rapaz, raramente generoso,<br />

que se atirou e ao seu Cavallo<br />

ás hastes da féra. O sacrifício<br />

cego d'um rapaz do povo par» salvar<br />

um homem, salvou da ultima<br />

humilhação a dignidade real. E o<br />

rapaz ficou ferido e prostrado, sem<br />

sentidos; o Cavallo, rasgado o ventre,<br />

foi morto a tiro. . . Eo rei, generosamente<br />

salvo, voltou risonho<br />

a fumar o seu charuto.<br />

Livrou-se de boa. ... Que mais<br />

queria elle ?.. .<br />

Está cada vez mais radicado<br />

mais firme o prestigio real.<br />

Falleceu hontem a ultima freira<br />

do convento de S.pmide.<br />

Ahi fica mais outro edifício vago<br />

para a absorpção jesuítica.<br />

CARTA DA FIGUEIRA<br />

Figueira, 22 —VIII —96.<br />

Escrevo-lhes, meus amigos, nma<br />

carta ligeira, ao correr da pena, umas<br />

simples impressões de banhista, que<br />

vem a esta formosíssima praia, in<br />

nundada de luz e batida de sol, lorrificar<br />

os musculos e desannuviar<br />

o espirito. E que, na verdade, a Figueira<br />

é uma encantadora estancia<br />

de verão, tão própria para dar vigor<br />

e energia ao organismo cançado,<br />

como para insuflar no nosso, espirito<br />

momentos d'um delicioso encanto.<br />

E enorme e animada a concorrên-<br />

cia, cheia de alegria e cheia de vida.<br />

Como é differente o aspecto<br />

desta praia no mês d'agosto do que<br />

ella apresenta no mês seguinte.. .<br />

E bem differente a população.<br />

Agora predomina a colonia hespanhola,<br />

'notável unicamente pela<br />

foi 'tnosura e graciosidade das mu-<br />

lheres; porque elles, os machos, de<br />

rostos esquálidos, amarellecidos, de<br />

cabello empastado, e olhos mortos<br />

de bebedores de capilé são simplesmente<br />

detestáveis — nos modos, no<br />

ar, naquelle todo, que faz frenezim<br />

e arripia os nervos.<br />

Mas ellas, as mulheres hespanho-<br />

las, que sentimento despertam. ..<br />

Não é o enlêvo, que nos faz parar<br />

extáticos ao vêr passar um typo de<br />

madona, diáphano e gracil, de ca-<br />

bellos loiros e olhos de turquêza,<br />

brilhando, dôces, numa pallidêz de<br />

camélia.<br />

E um encanto que não se exprime,<br />

mixlo de ardôr e de timidez,<br />

de audacia e de receio, que nos im-<br />

se quizerom ser sinceros dirão também—<br />

que as mulheres hespanholas<br />

são as únicas mulheres do mundo.<br />

Que eu bem os vejo borboleteando<br />

incessantes em volta da cham-<br />

ma incendiária. . .<br />

Talvez que na próxima carta me<br />

resolva a ser mais claro.<br />

*<br />

Toiros no domingo. O enthusiasmo<br />

pela corrida é grande, embora<br />

a anterior fosse detestável. E, digo<br />

mais, ainda que se soubesse que<br />

esta corrida dagora seria como a<br />

anterior, ainda assim o enlhusiasmo<br />

seria o mesmo.<br />

Porque a nós, portuguéses, dêem-<br />

nos toiros e mulheres formosas...<br />

Fernão Silvestre.<br />

O estado das nossas relações com a<br />

França não é neste momento absoluiamente<br />

cordeal. A própria recusa da<br />

cotação das obrigações da Companhia<br />

Real, que provém da opposição do<br />

gabinete de Paris, demonstra esta si-<br />

tuação pouco agradavel. Com a Allernanhi<br />

também não se pode dizer que<br />

estejamos em grande cordealidade de<br />

relações. Ahi, além de muito mais, é<br />

prova o officio insolente que a Darmstadt<br />

Banque nos enviou ácerca do<br />

empréstimo municipal e que o sr. Hin-<br />

Ize Ribeiro humildemente mandou informar<br />

á camara de Lisboa. Aquelle<br />

banco nunca procederia assim sem<br />

beneplácito do governo de Berlim.<br />

M is o sr. Soveral usa as mais deleitosas<br />

toilettes d'este pais e conta a<br />

el-rei os mais famigerados carapelõus<br />

ácerca do príncipe de Galles.<br />

homem é aquillo!<br />

Grande<br />

Na alfandega de Lisboa furam despachadas<br />

livres de direitos trinta e seis<br />

caixas com tecidos de sedas, setins,<br />

quiuquilherias, madeira em obra, louça,<br />

etc., para o sr. Horta e Costa, governador<br />

de Macau, e embaixador<br />

extraordinário em S'ão, e aclualmente<br />

de licença no reino.<br />

Não sabemos se este caso extranho<br />

esiá previsto nas leis, se o está, é um<br />

privilegio inqualificável com que se<br />

deve acabar.<br />

Dr. Rodrigues de Freitas<br />

pulsiona e nos afasta, que nos ar-<br />

Vá, senhores, isto é a maré do rasta e nos repelle. Porque é domi-<br />

carvoeiro!<br />

nador e irresistível o typo de for-<br />

Á viuva d'este illustre homem de<br />

mosura hespanhola.—Mulheres es-<br />

sciencia e saudoso republicano, ditidos médicos, para prestigio e gloria Velocípedes em Portugal culpturaes, de linhas nobres e serigiu<br />

a Associação dos Logistas de da caranguejola inepta, que ahi es- Já no nosso país se fabricam esveras, ao mesmo tempo que attra-<br />

Lisbôa a seguinte mensagem, tão teve em gáudio a riscar elevadores, tas commodas e elegantes machihentes e suaves, feitas de rigidez<br />

singella como nobre:<br />

em sortes de saltimbanco para ennas, que estão produzindo uma re- severa e que se curvam em ondulatreter<br />

a pasmaceira.<br />

volução nos meios de transporte ções felinas; de olhos negros tene-<br />

Por prazer e por necessidade, o des-<br />

Mas a actual vereação, pelas<br />

involvimento deste ramo do sport<br />

brosos, ora jparados numa indiíFe-<br />

sympathicas affinidades de crenças está attingindo em Portugal prorença gélida, ora acariciadores e<br />

communhão de artifícios de fé porções notáveis, sem comtudo po- dolentes, cheios de morbidezza a re-<br />

Colyseu Figueirense<br />

patriótica, tendo aceitado espontader comparar-se com o que se dá çumar damor; de cabellos opulenneamente<br />

em herança o encargo de noutros países, onde, do ministro tos, onde a tentação se aninha, co-<br />

beneficiar a cidade, soube bem o ao amanuense, do general ao solroando triumphanlemente a obra<br />

dado, do embaixador ao bolelinei-<br />

que fez.<br />

ro, médicos, negociantes, caixeiros,<br />

prima da carne, onde a seducção<br />

Ede certo tem inscripto no seu a aristocracia, os burgueses, os bu- se acoita; a formosura das mulhe-<br />

programma mais alguma coisa do rocratas, todos se entregam aos prares hespanholas, que por toda a<br />

que desenhar no papel vastos plazeres e ás commodidades da velo- parle dominam e triumpham, imnhado<br />

de dois picadores de vara<br />

nos de melhoramentos, para uso<br />

cipedia.prime<br />

a este canto perdido no ex- larga, que exhibirão nesta corrida<br />

dos vindouros!<br />

Mas em Portugal não tardará que tremo occidente da península, um os seus trabalhos, ainda pouco vistos<br />

também todos, preconceitos fóra, de<br />

Plano de melhoramentos, que<br />

encanto irresistível.<br />

em Portugal.<br />

camisola e calção, curvados sobre a<br />

nos palpita, deverão lembrar os pla- machina, levem a correr esta vida, E eu, desprezando os homens e<br />

nos estratégicos do general Fritz!. porque hoje, em toda a parle, a Vi- adorando as mulheres, vou alimen- Nova Urina commercial<br />

Emfim, a camara reconhece comctoria cabe ao mais veloz.<br />

tando na minha alma esta admiração Por escriplura particular, reconosco<br />

a necessidade impreterível Já se fabricam velocípedes em profunda que liga á Hespanha o meu nhecida pelo tabelhão d'esta cidade<br />

d'esse serviço, e vai remendando.<br />

Portugal; — é a primeira condição<br />

affecto.<br />

José Lourenço da Costa, e registada<br />

para entre nós se vulgarizar o seu<br />

Somente é necessário reunir em<br />

uso.<br />

Claro é que não sou eu o único. no tribunal do commercio, associou<br />

uma só essas parcellas de esforço.<br />

Serei uma nota que vibra forte na o sr. Antonio Augusto da Silva a<br />

Como na conhecida anedocta.<br />

sua casa commercial de calçado e<br />

orchestração d'amor que é formada<br />

0 pintor Perraull era desde<br />

Contribuição annullada<br />

cabedaes, da rua dos Sapateiros, seu<br />

por todas as almas ardentes da mo- filho e nosso prestimoso amigo o<br />

muito solicitado para almoçar com • Como fieis chronistas que temos sido cidade portuguêsa. E, como eu,<br />

da viagem triumphal do sr. Madeira<br />

sr. Manuel Augusto da Silva, que<br />

um amigo de infancia, que habitava Pinto a Budapesth, e ainda no desem- amigos nossos e muito meus dile- já ha muitos annos geria este impor-<br />

nos arredores de Paris. Um dia pés penho d'essa missão gratíssima ao ctos, que nesta praia vão acalmar tante estabelecimento.<br />

nosso coração, temos a honra de par-<br />

a caminho.<br />

ticipar ao respeitável publico que s« nas ondas a ardência do sangue a A nova firma girará de hoje em<br />

diante sob a razão social de Silva<br />

Foi recebido com effusão. Sómen- ex." ja regressou a penates.<br />

estuar, embora queiram apparente<br />

o apregoado almoço constou d'um Não se flíeram convites especiaes<br />

& Filho.<br />

ar o contrario, em obediencia<br />

para o bota-dentro, por expressa re-<br />

Desejamos-lhe todas as prospe*<br />

pão e um ôvo!...<br />

commendação do recemvindo. absurda ás conveniências sociaes, ridades,<br />

Em beneficio da Santa Casa da<br />

Misericórdia de Buarcos, realiza-se<br />

hoje nesta importante praça a 2. a<br />

corrida da presente época.<br />

Serão lidados pelos mais distinctos<br />

artistas nacionaes e extrangeiros<br />

10 bravíssimos louros das manadas<br />

do acreditado ganadero das<br />

Caldas da Rainha o sr. Faustino da<br />

Gama.<br />

E cavalleiro nesta corrida o primoroso<br />

artista Fernando d'Oliveira.<br />

Simulará a morte do touro o<br />

celebre matador de novilhos Juan<br />

Ripoll (Orazes) que vem acompa


Prevenção<br />

Communicam-nos que foi prorogado<br />

até ao dia 31 do corrente o prazo para<br />

os donos dos estabelecimentos considerados<br />

insalubres, incommodos ou perigosos<br />

se munirem da respectiva licença,<br />

se, é claro, a não tiverem ainda.<br />

Passado este prazo, serão obrigados ao<br />

pagamento da multa que a lei lbes<br />

impõe os que forem encontrados sem<br />

licença.<br />

São considerados insalubres, incommodos<br />

ou perigosos os estabelecimentos<br />

seguintes:<br />

Caldeireiros, depositos de carvão,<br />

depositos de lenba, depositos de petroleo,<br />

depositos de madeiras, depositos<br />

de palha, depositos de trapos, estalagem<br />

para guarda d'animaes, fabricas de<br />

cortumes, fabricas de polvora, fabricas<br />

de tecidos, fogos de artificio (fogueteiros),<br />

fornos de coser pão, latoeiros,<br />

refinações de assucar, serralheiros ou<br />

ferreiros, tanoeiros, fabricas de fundição<br />

de ferro, etc...<br />

Foi participado para juizo, que<br />

duas mulheres de Castello Viegas,<br />

mãe e filha, injuriaram ha dias o<br />

parocho da freguezia, quando este<br />

ao Lavabo da missa, agradecia aos<br />

seus freguezes a sua eleição para<br />

juiz d'uma confraria ali erecta.<br />

Desabafos eleitoraes.<br />

Pelo amor<br />

Um moço oflicial d'hussards. descendente<br />

d'uma aristocrática familia húngara,<br />

o conde A> thur Csalsy Pallavicini,<br />

suicidou-se ha poucos dias por amor.<br />

Conheceram as celebres irmãs Harris<br />

son, que o anno passado, nos circos,<br />

faziam a alegria dos novos e ainda<br />

mais a dos velhos com urnas cançonetas<br />

gaiatas? Soberbas raparigas de trages<br />

ligeiros e olhos de tentação... Pois<br />

por uma d'estas, então de passagem<br />

em Budapesth, apaixonou-se doidamente<br />

o pobre oflicial d'hussards, que<br />

morreu por não po^r casar com ella.<br />

A sua ultima recommendação foi:—<br />

«IVço a miss Etel Harrisson que acompanhe<br />

o meu caixão á cova, e que de<br />

ponha nelle um beijo !»<br />

E ella foi, e beijou o caixão, debulharia<br />

em lágrimas, e depôs sobre elle<br />

um ramo de flôres de larangeira.<br />

Symbolizou assim, sem dúvida, a<br />

candida ingenuidade do pobre moço.<br />

Ima receita ulil e simples<br />

Todos sabem como os animaes são<br />

perseguidos pelas moscas e outros in<br />

sectos nos dias de calor, perseguição<br />

por vezes tão insistente e tenaz que<br />

chega a desesperar os animaes perseguidos.<br />

29 Folhetim da RESISTENCIA<br />

Pois é facílimo obstar a este incon<br />

veniente que tanto prejudica e fatiga<br />

o gado.<br />

Basta fazer ferver du r ante cinco mi<br />

nutos um bom punhado de folhas de<br />

louro num kilogramma de manteiga de<br />

porco, e depois untar com ella, no sen<br />

lido do pêllo, o corpo do animal.<br />

Quando se atrella um cavallo ao carro<br />

deve-se esfregar muito bem, an<br />

tes de apparelhado, com esta banha<br />

assim preparada Ha a certeza de que<br />

nenhuma especie de mosca lhe tocará<br />

Em França ha muito tempo que se<br />

de ensino primário d'estp estabelecimento<br />

durante a feira de S. B^rtholomeu,<br />

de 20 a 30 do corrente, para<br />

abrirem novamente na 2. a feira de 31<br />

de agosto.<br />

0 mgmento de frequencia e o desejo<br />

de dotar esta cidade com um estabelecimento<br />

que satisfaça por completo a<br />

todas as exigencias do ensino moderno<br />

levam-nos a estabelecer já desde o<br />

principio de outubro a divisão dos<br />

alumnos de instrueção primaria em<br />

classes tendo cada classe.' um professor<br />

especial e aula independente das<br />

das outras classes.<br />

Dos methodos e material de ensino,<br />

cuidadosamente organisados, poderão<br />

a.i pessoas interessadas tomar conhecimento<br />

visitando esta casa.<br />

0 collegio Académico lem durante<br />

as ferias professores legalmente habi<br />

litados para leccionar as differentes<br />

disciplinas do antigo curso dos lyceus,<br />

estando já a funccionar algumas aulas.<br />

Brevemente publicaremos a relação<br />

do pessoal docente para o ensino pri-<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

mario, secundário e commercial no<br />

proximo futuro anno lectivo, bem como<br />

o relatorio dos trabalhos do corrente<br />

anno e dos bons resultados colhidos<br />

na finda epocha de exames.<br />

Coimbra, 19-8-96.<br />

O director do Collegio Académico.<br />

José Falcão Ribeiro.<br />

Declaração<br />

Coimbra, 22 de agosto de 1896.<br />

Joaquim Maria Ferreira<br />

Joaquim Teixeira de Sá<br />

Adolfo Ferreira.<br />

Bibliographia<br />

Jornal de Viagens e aventuras de<br />

terra e mar. — Recehemos o n.° 20 d'este interessante<br />

jornal que se publica no Porto, sob<br />

a direcção do sr Deolindo de Castro.<br />

O numero que acabamos de receber contém<br />

os seguintes artigos:<br />

Textn — Inglêses e negros : A guerra dos<br />

matabelles.—Historia da Geographia: Origem<br />

do Canal de Suez.—O Castello da Feira. — O<br />

perigo amarello. — Thermas e praias: Caldellas.<br />

— Colon-s em Moçambique.—Caçadas ao<br />

leão—As grandes aventuras: Sem-Cinco-Reis.<br />

— Moçambique. — A instrueção nacional: O<br />

ensino da lingua pelo alphabéto natural.—No<br />

coração da Africa: No país dos elephantes. —<br />

Pelas colonias. — Pelo mundo : Novos jazigos<br />

de enxofre, O botânico padre Delavay, Restaurantes<br />

vegetareanos.—A Inglaterra ameaçada,<br />

Polo nnrte, Menelick e Leão XI ti, O consumo<br />

do vinho, Na nossa Africa: A rebellião<br />

dos Bangalas, Pequenas noticias.<br />

Gravuras—O algoz segurando para traz com<br />

a mão esquerda a testa da victima... —A<br />

vegetação em Caldellas. — Ponte romana do<br />

Homem. — Egreja do Coucieiro. — Leão da<br />

Argélia. — Mistress Claudia, com os dilatados<br />

pelo espanto... —Um bando de elephantes<br />

desceu até á praia...<br />

Preço da assignatura : trimestre, 730 réis ;<br />

.Assignatura s — Seis mezes, 8 fr., um<br />

anno, 14 fr. A c signa-se:— 1.° em todas as estações<br />

de correio das colonias francezas, da<br />

Bélgica, Dinamarca., Italia, Suissa, Paizes Baixos,<br />

Suécia, Noruega e Portugal; 2." nas livrarias<br />

que têm correspondente em Paris; 3.° por<br />

meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />

Os dez primeiros annOs cu*tam<br />

1 Ott fr., accrescendo O porte.<br />

Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />

administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />

Cogido do Processo Commercial<br />

APPROVADO POR<br />

Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />

Preço 200 réis<br />

Á venda na Imprensa da Universidade<br />

DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />

A minha administração<br />

dos Hospitaes da Universidade<br />

1 volume—Preço 1$000 réis<br />

Constrncções hospitalares<br />

(Noções geraes e projectos)<br />

1 volume com 10 estampas — Preço 1&000<br />

réis<br />

faz uso d'esle processo, de que se tem<br />

tirado enormes vantagens, e conta-se<br />

que em Strasburgo os marchantes engorduram<br />

todas as manhãs as paredes<br />

dos açougues junto das portas e janellas,<br />

e que conseguem assim que não<br />

haja nem uma só mosca sobre as carnes.<br />

Como vêem, o processo é simples e<br />

barato, e vale a pena experimentá-lo.<br />

Retira hoje em companhia de sua es<br />

posa e interessante filhinho, para Vien<br />

na d'Austria, onde vae fixar residencia,<br />

o sr. Emilio Iock, que foi durante<br />

alguns annos professor distinctissimo<br />

da cadeira de Mechanica na Eschola<br />

Industrial Brotero.<br />

Admiradores do seu bello caracter<br />

sentimos esta resolução de s. ex. a Os signatarios, lendo no ultimo<br />

províncias, 800, (pagamento adiantado). Reconstrncções e novas constrncções<br />

numero da Correspondência de Coim- Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />

bra uma portaria do sr. Reitor da Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 29,<br />

dos Hospitaes da Universidade<br />

ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />

Universidade qué os declara demit- Porto.<br />

1 volume com 2 estampas e 11 gravuras no<br />

tidos do quadro do pessoal da im-<br />

texto—Preço 600 reis<br />

prensa annexa a este estabelecimento<br />

scientifico, vêm publicamente<br />

Histologia e Physiologia dos mnscnlos<br />

declarar o seguinte: Revue des Journaux Secção I—Histologia dos musculos<br />

1.° Que não é exacto (como ahi et des Livres<br />

1 volume com 90 gravuras originaes—Preço<br />

se pretende explicar essa arbitra-<br />

500 réis<br />

riedade), que se tivessem «recusa-<br />

12.° anno<br />

do a retomar o serviço do estabe-<br />

Á venda na Imprensa da Universi-<br />

Recommendando aos nossos leitores esta<br />

lecimento depois de competentemen- excellente revista hebdomadaria, prestamos dade.te<br />

reclamados pela administração lhe com certeza uma indicação importantissi<br />

ma, porque esta puhlicação é a mais curiosa e<br />

2.° Que efectivamente terminou amais interessante da nossa epocha. Reproduz,<br />

em cada domingo o que de mais notável apa-<br />

o prazo das licenças, para estarem rece diiamte a semana em jornaes e livros:— F. Fernandes Gosta<br />

ausentes d'essa officina, em confor Artigos de smsnção, Noticias, Contos, Chronicas,<br />

Actualidades, Curiosidades scientificas, Co-<br />

e midade com o artigo 116.° do renhecimentos úteis, Romances, etc.. etc., bem co- ADVOGADO<br />

d'aqui lhe enviamos as nossas despegulamento, mas que antes d'essa mo numerosas gravuras da actualidade: retradidas,<br />

fazendo votos pela sua felici<br />

tos. acontecimentos do dia etc.<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

dade.<br />

data pediram a prorogaçâo d'essas Em folhetos publica a Revista dois ro-<br />

licenças ao sr. administrador e ao mances de um alto interesse emocionante,<br />

como todos os que tem publicado a Revista<br />

sr. Reitor, petição essa que contra e que tám sido acolhidos pato publico com o<br />

a. lettra do mesmo artigo regula-<br />

Reptis e amphibios da Península<br />

maior favor.<br />

Collegio Aeademieo mentar lhes foi indeferida.<br />

A collecção dos 10 primeiros annos da Ibérica e especialmente em Por-<br />

Revue des .fonrnax contém mais de<br />

Tendo algumas famílias pedido que 3.° Que, não concordando com 4:000 novellas litterarias e contos diversos, tugal<br />

assignados pelos mais illustres e escriptores.<br />

haja aulas de ensino primário durante essa injusta negativa, deliberaram romances compMos de Alphonse Daudet, Hen-<br />

POR<br />

o mês de setembro, mas sendo indis- recorrer ás estações superiores para ri Rorhefort. Octare Feuillet, Ludovic Halévy,<br />

pensável dar algum deseanço ao pes-<br />

Hector Mallnt, Gvy de Maupasant, Paul Bour- M. Paulino d'Ollveira<br />

lhes serem garantidos os seus disoal<br />

docente, extenuado de um anno<br />

get Emile Zola, etc., etc. A colle.-ção composta<br />

inteiro de trabalho, fecham as aulas reitos.<br />

de 10 magníficos volumes de 825 pag., con- Lente cathelralico de Zoologia e diretendo<br />

matéria de mais de 100 volumes, solictor do Museu zoologico da Universi-<br />

Nesta situação, considerando-se damente encadernados, vende-se a 14 francos dade<br />

ainda como empregados da mesma o volume.<br />

PREÇO, 400 RÉIS<br />

imprensa e portanto subalternos do Rrindes « — Um retrato a oleo do assi- A' venda na Imprensa da Universi-<br />

sr. Reitor, abstêem-se por disciplignante. e nm outro em carta-alhum. Um livro<br />

de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 80., e um dade.na<br />

e respeito de fazer commentarios de 2 fr., para os assignanles de 1 anno, 6 me-<br />

á referida portaria.<br />

zes e 3 mezes respectivamente.<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5 0 anno de Direito, continúa<br />

a leccionar Historia, Geographia<br />

e Philosophia.<br />

Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />

Lições de hygiene publica<br />

PELO<br />

DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />

PREÇO, 10000 RÉIS<br />

Á venda na Imprensa da Universr<br />

ade.<br />

abandonou mais a janella. Não tardou<br />

a vêr sair Hermann com outro individuo,<br />

mas esse outro não se parecia<br />

nada c<br />

JOÃO DÂS GALÉS<br />

XIX<br />

O que havia feito Gribeauval<br />

Dirigiu-se ao hotel Mangelle e tomou<br />

ahi um quarto que pagou adiantadamente<br />

porque não levava bagagens.<br />

Em cada um dos hotéis Bellevue,<br />

Britannique e Europa alugou quartos<br />

nas mesmas condições. Depois começou<br />

em idas e vindas entre estes<br />

boteis, fazendo-se servir ora num ora<br />

noutro, expiando, e disfarçando se o<br />

mais possível.<br />

Uma tarde, quando sala do hotel<br />

Bellevue viu destacar se na porta uma figura<br />

que o impressionou.<br />

— 0 homem que me seguiu no dia<br />

do leilão, murmurou.<br />

Dirigiu-se ao porteiro:<br />

—• Aquelle sujeito que está acolá não<br />

é M. Cornier?<br />

— Não, é um medico francês, M.<br />

Hermann.<br />

— Ah!<br />

Lucien sabia lhe o nome,<br />

— Entre Hermann e Villedieu, disse<br />

para si, ha pontos de contacto. Hei de<br />

encontrar Villedieu aqui.<br />

Pol ao hotel de France buscar "os<br />

Seus fatos, pediu um quarto na parte<br />

tia frente do hotel de Bellevue, e não<br />

i De tarde, Lucien viu partir Hermann<br />

e d'Esprignolles.<br />

A' pressa, escreveu numa das fo-<br />

m Villedieu.<br />

lhas da sua carteira: «Parti forçada-<br />

Lucien desceu a consultar o quadro mente. Enviarei telegramma.»<br />

dos viajantes. Havia ali um nome de — Entregareis isto, ás pessoas que<br />

novo.<br />

vierem ámanhã de manhã procurar-me.<br />

— 0 cavalheiro d'Esprignolles, leu De Anvers mandou-lhe o telegram-<br />

Gribeauval.<br />

ma seguinte:<br />

Dirigiu se ao porteiro :<br />

— Dizei-me, quem é este cavalheiro<br />

«Homens vão para a Hollanda. Parti.<br />

d'Esprignolles ?<br />

Que um de vós fique na linha, onde o<br />

— Dm amigo de M. Hermann, um<br />

encontrarão indo de gare em gare,<br />

francês, senhor, que. apenas chegou<br />

Simien. Que Mahon vá para Rotterdam,<br />

perguntou pelo doutor,<br />

lotei Lejgraaf, e Ducrot para o hotel<br />

— É Villedieu, disse para si Lucien.<br />

da Europe, na Haye; eu sigo-o ; (tele-<br />

Dirigiu-se immedialamente ao te'egrapharei para estes pontos. Aloja»<br />

grapho e expediu o seguinte telegramma<br />

:<br />

«Ao procurador da Republica.—Paris.<br />

«Enviae immediatamente, homens e<br />

ordens, achei o criminoso »<br />

Duas horas depois recebia esta resposta<br />

:<br />

«0 procurador da Republica em Paris<br />

á M. Lucien Gribeauval, hotel Bellevue,<br />

Bruxellas.<br />

«Ponho ás vossas ordens Simien,<br />

Ducrot e Mahon. Chegarão ámanhã de<br />

manhã hotel.»<br />

— Por certo que chegarão tarde,<br />

disse Gribeauval. Ê preciso prendé-lo<br />

a todo o custo para libertar a mulher.<br />

- -<br />

me-hei hotel Pays-Bas, se elle me levar<br />

até Amsterdam. Parti logo. Têm<br />

estes signaes: Fato preto, pardessus<br />

pardo, uma pequena mala côr de castanho,<br />

fechos de cobre; cabeça redonda,<br />

olhos pardos vivos, cahellos e barnegros.<br />

Altura l m XX<br />

Contou a d'Esprignolles 100:000<br />

ranços em notas de banco hollandê-<br />

Continuação da Odyssea sas e entregou lhe um cheque de um<br />

de João das Galés<br />

milhão pagavel á vista na casa Rottschild,<br />

em Paris.<br />

Tendo encontrado o que procurava, — Nós vamos prevenir a casa Rot-<br />

Gribeauval pêz-se em observação. tschild, disse Samuel Mergbach, que<br />

M. de Villedieu saiu do hotel. vos pagará logo que chegueis a Paris.<br />

Elie seguiu-o.<br />

Vamos enviar-lhe immediatamente o<br />

DEsprignolles, reflectindo, disséra : talão do cheque dentro da carta de<br />

— Esta cara é a de Lucien Gribeau- aviso. Não tendes inconveniente em<br />

val. Pois se julgas apanhar-me, tu, meu receber d'este modo o vosso dinheiro?<br />

pequeno, não sejas mau, e, se quize- — Não, respondeu d'Esprignolles.<br />

res sê-lo, acautela-te, ha muitos ca- Pegou nos valores e voltou por um<br />

naes aqui e por a mais estreita aber- pequeno canal, o Raam, que vae de<br />

tura dos parapeitos.. . far-te-hei mer- Owanen Burgwal a Kloveviers Burgwal.<br />

gulhar no Rokin.<br />

^o caminho appareceu-lhe Griheauval.<br />

Quando se viu seguido, como co- —Oh! d'estavez, pensou, tanto peor<br />

nhecia perfeitamente Amsterdam, onde para elle.<br />

tinha vindo varias vezes para vender Começou a andar muito devagar<br />

jóias; e como Amsterdam é uma cida- atraz de Gribeauval que, tendo-se volde<br />

onde é facll esconder-se, qualquer tado e não o reconhecendo continuou<br />

jessoa, desnorteou facilmente Lucien, o seu caminho.<br />

,70 centímetros.» e chegou só a San Anthonie.<br />

DEsprignolles, com uma pancada<br />

Samuel Mergbach perguntou-lhe por- nas pernas e um encontrão, atirou o<br />

que é que tinha voltado tão cedo. ao canal.<br />

Em Anvers, Gribeauval esperou Vil- — Preciso receber o meu dinheiro — Chafurda para ahi.<br />

edieu no caminho de ferro, emquanto antes da partida do ultimo trem, disse Dirigiu-se apressadamente para o ho-<br />

que Hermann e elle partiam pelo va- d'Esprignolles.<br />

tel, pagou a sua conta e saiu logo, lepor,<br />

e os perdia assim de vista em — Ê impossível.<br />

vando uma pequena mala de mão que<br />

Rotterdam. Percorreu successivamente — Preciso absolutamente d'elle. Ide, havia comprado durante a viagem.<br />

a Haye e Amsterdam, e, de repente, eu espero-vos aqui. Fazei os esforços Gribeauval entretanto estava meio<br />

encontrou aquelles que procurava no necessários para isso, e, se me uão enterrado na lama immundae mal chei-<br />

hotel dos Pays-Bas.<br />

podeis pagar, partirei com os brilhanrosa que cobria o fundo do canal. Feliz-<br />

Telegraphou immediatamente para o tes para outra parte. Aqui não estou mente era excellente nadador. Voltou á<br />

hotel Lejgranf e para o hotel Europe seguro.<br />

superfície e dirigiu-se para o lado de<br />

a Mahon e Ducrot a fim de seguirem Samuel Mergbach saiu e voltou pas- Rloveniers.<br />

para Amsterdam.<br />

ado uma hora,<br />

(Continte/,


Arrematação<br />

(2 . a publicação)<br />

13 Mo dia 30 do corrente mês,<br />

ll de agosto, pelas 11 horas<br />

da manhã, á porta do Tribunal<br />

de Justiça d'esta comarca, e<br />

pela execução de sentença commercial<br />

que a firma Santos &<br />

Brito d'esta cidade move contra<br />

a Corporação de Salvação Publica,<br />

também d'esta cidade e<br />

que corre seus termos pelo<br />

cartorio do escrivão José Lourenço<br />

da Costa, voltam pela<br />

segunda vez á praça e serão<br />

entregues a quem maior lanço<br />

offerecer, além de metade do<br />

valor em que foram avaliados,<br />

os objectos seguintes:<br />

Um carro de material d'incendios,<br />

avaliado em 1800000<br />

réis, vae á praça em 900000<br />

réis.<br />

Uma bomba para incêndios,<br />

avaliada em 2500000 réis, vae<br />

á praça em 1250000 réis.<br />

Uma carreta de mangueiras,<br />

avaliada em 900000 réis, vae<br />

á praça em 45)51000 réis.<br />

Pelo presente são citados<br />

quaesquer credores incertos.<br />

Verifiquei a exactidão<br />

O juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

Casa em bom local<br />

14 YTende-se uma, de 4 anda-<br />

I res e magnificas lojas,<br />

na Couraça dos Apostoios, n.°35.<br />

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mesma casa.<br />

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•l successor, rua do Visconde<br />

da Luz, n. 08 6 4 a 66, se<br />

vendem por preços modicos,<br />

pregos de ferro suecio e escocio<br />

de embutir, para ferragens, e<br />

outros objectos a liquidar, e<br />

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9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />

Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Em agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

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41, cora fundos para Santa<br />

Cruz.<br />

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de retirar-se d'esta cidade o<br />

seu proprietário.<br />

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sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />

Borges, ou com o sr. Antonio<br />

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Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 30 de novembro<br />

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-Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadarj em boos ca rOs A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas férreas hespanho a que ent am em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca «»;_ U M A F O L H A de s9í nn5 Os leitores da REVISdias<br />

kS<br />

Assignatura<br />

Grátis<br />

U M A F O L H A de Sae DOS dias<br />

TA, além do texto, compre-<br />

unia peça original portuguása,<br />

100 RS hendendo o original de perto<br />

paginada separadamente, de ma- I E 15 >pc<br />

de 90 paginas em 8.°, têm tamneira<br />

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C O I M B R A<br />

REVISTA<br />

THEATRAL<br />

ILLUSTRADA<br />

Critica, Historia, Estudos e doutrinas,<br />

Correspondências, etc.<br />

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO<br />

l\. Nova do Carmo, 76, 2 o —LISB0V<br />

PEÇAS PUBLICADAS<br />

SALTIMBANCO<br />

de Antonio Ennes<br />

JUCUNDA<br />

de Abel B telho<br />

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de D Joáo da t amar.»<br />

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mentos.<br />

Correspondente Basilio Augusto<br />

Xavier d'Andrade, rua<br />

Martins de Carvalho, n.° 4.<br />

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Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDIN'A, 6<br />

EDITOR<br />

João Maria da Fonseca Frias<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno " 2)51700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 2^400<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre COO<br />

ANISTUIVCIOS<br />

Cada linha, 3 0 réis—Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. assigncmtes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

LIVROS<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

Tvp. F. (fraue* Am»


Grupo republicano<br />

de estados sociaes<br />

2.° ANNO<br />

chias inglésa, austríaca e italiana, tomou<br />

na mesma épocha a iniciativa d'uma<br />

proposição de armistício para se eleger<br />

a assemblêa nacional em França.<br />

| Foi a Europa inteira que, ainda antes<br />

! de votada a RepuMi


As restaurações artísticas<br />

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C O I M B R A<br />

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A Sé Velha. A restauração da Sé<br />

Velha é um facto único pelo interesse<br />

que despertou em todo o país.<br />

A volta d'ella andavam architectos,<br />

litteratos, e archeologos. 0 velho<br />

monumento era desenhado e<br />

descripto e pela primeira vez appareciam<br />

documentos d'um alto valor<br />

historico, procurados com muito trabalho<br />

e discutidos serenamente, honestamente.<br />

/<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

A. A. Gonçalves acha que o respeito<br />

pela Arte obriga o artista a<br />

dar aos velhos monumentos a sua<br />

feição antiga.<br />

D'um monumento deve retirar-se<br />

tudo o que não deixe vêr rapidamente<br />

as linhas geraes da construcção,<br />

tudo o que prejudique o effeito<br />

que o artista sonhou e que realizou.<br />

<strong>Obra</strong> de decoração posterior ao<br />

acabamento d'um edificio é obra<br />

condemnada..<br />

O respeito pela Arte impõe a todos<br />

o limparem os velhos monumentos<br />

de todas as obras que a piedade<br />

e o culto dos mortos fizeram le<br />

vantar, perturbando a harmonia da<br />

construcção primitiva.<br />

As paredes, que foram feitas para<br />

serem pintadas, não podem ser cobertas<br />

d'azulejos, embora o valor<br />

artístico dos azulejos seja grande.<br />

É este também o modo de vêr do<br />

sr. Antonio A. Gonçalves como o<br />

indicam os trabalhos encetados que<br />

nós seguíamos, applaudindo.<br />

Nunca se viu uma coisa assim.<br />

Os jornaes não fallavam senão do<br />

que se encontrava na Sé Velha.<br />

De fóra vinham artistas vêr e estudai,<br />

faziam-se desenhos, pintavam-se<br />

quadros.<br />

O sr. conego Prudencio revolvia<br />

os archivos da Sé e ía publicando<br />

documentos sobre documentos que<br />

iam elucidando as obras que durante<br />

séculos emprehenderam Bispos,<br />

decorando JCíj a do Senhor.<br />

A. Ribeiroatneu.iVasconcellos andava<br />

colliging® ! u scripções tumulares<br />

e publica Os seus trabalhos<br />

no Instituto.<br />

Um dia todo o alto funccionalis-<br />

CARTA DA FIGUEIRA<br />

Sein intuito de levantar contenda,<br />

mas com o fim único de não coarctar<br />

a liberdade de opiniões na questão<br />

sujeita, accedemos, gostosamente, ao<br />

pedido que um cavalheiro, actual<br />

mente a banhos na Figueira, nos faz,<br />

da publicação de alguns reparos que<br />

lhe suggeriu a leitura da carta que<br />

d'aquella praia nos enviou o nosso<br />

prezado correspondente Fernão Silvestre,<br />

e que foi publicada no numero<br />

passado da Resistencia.<br />

Figueira, 25 —VIII —96.<br />

... Sr. redactor: — Em inconti<br />

nencias de enlhusiasmo, altenlatorio<br />

das graves cogitações da sociedade<br />

Primeiro de Dezembro, o correspondente<br />

da Resistencia nesta cidade,<br />

rendido á descrição, procla-<br />

mordeduras do arrependimento, se<br />

hontem na praia, quando o disco<br />

coruscante do sol tombava no horisonte<br />

de purpura, ouvisse a indulgência<br />

generosa com que eram perdoados<br />

os exaggeros da sua culpa<br />

pela mais encantadora, a mais angelical<br />

e doce creatura que se tem<br />

abrigado sob este ceu de Portugal!<br />

E porque ha de desfazer-se a miragem<br />

dos seus enganos, deixo-o<br />

entregue ao remorso, sob o peso<br />

d'esta sentença de Chamfleury:<br />

«L'amour est un commerce orageux,<br />

qui finit toujours par une banqueroute.»<br />

Começou dirigindo a restauração<br />

ma vehemenle de fecundia !iitera-<br />

o sr. Estevão Parada, homem traria<br />

os explendores da formosura<br />

balhador e honesto, com vontade de<br />

hespanhola, que «imprimem a este<br />

fazer uma obra boa, sem errar.<br />

canto perdido no extremo Occiden-<br />

Conhecendo bem o nosso caratal<br />

da peninsula (Figueira da Foz)<br />

mo de Coimbra foi assistir á abercter,<br />

como um grande prático do<br />

um encanto irresistível.»<br />

O que primitivamente era simtura dos tumulos de dois bispos.<br />

serviço dobras publicas, emprehen-<br />

Nada teria que vêr com estas laples,<br />

não pôde decorar-se, embora A gloria para os emprehendedobarêdas d'um coração de isca alcadeu<br />

a restauração muito devagar, a decoração seja sumptuosa e de res da restauração era clamada por troada, subtrahido á vigilancia po-<br />

por fórma a que no velho monumen- alto valor artístico.<br />

todos; até a Coimbra Medica fallava liciai do fisco,—não sendo bombeito<br />

se não interrompesse o culto. A piedade que hoje não faz ca- mal, e eu ria-me...<br />

ro, nem accionista de emprêsas de<br />

thedraes, nao pode abrir capellas e<br />

seguro sobre vidas, —se esta pecha<br />

Um dia que elle foi para o Porto,<br />

de exotismo ibérico não ferisse os<br />

nichos nos templos antigos feitos De quê? De qualquer coisa, eu<br />

Antonio Augusto Gonçalves, dr. José<br />

melindres da independencia nacio-<br />

num grande amor darte, numa gran- rio-me muito facilmente..<br />

nal, tanto quanto a parcialidade do<br />

Nazareth, conego Prudencio Garcia, de adoração, numa crença funda.<br />

dictame offende o sentimento esthe-<br />

e eu entrámos na Sé Velha, corre-<br />

Dos templos românicos devem<br />

tico da justiça.<br />

mos e sondamos tudo, e de repente<br />

Pois com a entrada do sr. dire-<br />

banir-se as decorações golhicas j<br />

Fernão Silvestre na febre erótica<br />

surgiu a necessidade d'uma grande<br />

ctor das obras publicas, o sr. cone-<br />

como dos templos gothicos se devem<br />

de aventuras sensuaes tudo quanto<br />

obra, emprehendida serenamente e<br />

go Prudencio deixou de escrever, o vê são generalizações d'uma ima-<br />

retirar as obras da renascença.<br />

que levaria annos a terminar.<br />

sr. A. Ribeiro de Vasconcellos largem fixa.<br />

Para conservar essas obras, digou o Instituto e veiu para o Tribu- Sabe-sel. . .<br />

gnas de vêr-se, e que é necessário no Popular gritar contra a restau- E nessa estacada da Praça Nova<br />

O sr. Bispo-Conde visitando a Sé estudar, ha os museus, onde elração, o sr. dr. JoséNazarelhcançou- não surgem um Magriço e os onze<br />

Velha e vendo o que nós fizéramos, las são preciosamente conservadas,<br />

companheiros, que lancem pregão e<br />

se de aconselhar e calou-se, Anto-<br />

sorriu e disse na sua voz forte e escrevendo-se a sua biographia,<br />

repto, não em offensa ás damas hesnio<br />

Augusto Gonçalves abandonou<br />

boa:— «Andam cá tantos caçadopanholas,<br />

mas em pról das lusita-<br />

analysândo-as, marcando-lhe o va- a direcção artística da restauração,<br />

res! Caçaram muito?»<br />

nas, deprimidas pelas imprudências<br />

lor, as^ignalando-lhe o logar na evo- o sr. Bispo-Conde ficou... a ralhar. silvestres de Fernão I. . .<br />

E sorria, para os velhos tumulos lução artística de cada país.<br />

Pois quê! Silvestre rendendo á<br />

que o nosso cuidado puzera a des-<br />

belleza um culto desinteressado e<br />

coberto.<br />

O sr. director das obras publi-<br />

leal, não encontra na Figueira mu-<br />

Esta opinião é um pouco diffecas desconsiderára toda a gente que lheres formosíssimas, mais que as<br />

rente da minha.<br />

O sr. Estevão Parada riu-se do<br />

se afastou das obras de restaura- patrícias dei Cid?!. . .<br />

Eu acho que o respeito da Arte<br />

que nós fizéramos, e continuou a resção,<br />

Páris de chapéu de palha, en-<br />

impõe a conservação em qualquer<br />

leiado nas ciladas, que em certa<br />

tauração com mais ardor, com mais<br />

monumento de qualquer obra de<br />

noite de luar, ao rumor longinquo e<br />

amor.<br />

A todos, menos a mim. O sr. di-<br />

caracter artístico, embora posterior<br />

melancholico das ondas, amor arrector<br />

tralou-me sempre com toda mou brandamente, ha de entregar o<br />

á edificação do edificio.<br />

Foi então que o sr. director das<br />

a consideração. Levou-me um dia pômo ás filhas de Caslella, sem que<br />

A obra gothica feita para deco-<br />

obras publicas fez retirar de Coim-<br />

a Santa Cruz a vêr as obras, man- vozes de protesto exijam a revisão<br />

rar uma parede romanica, o nicho<br />

bra o sr. Estevão Parada.<br />

dou que na direcção das obras pu- da sentença!?. . .<br />

renascença aberto num templo go-<br />

0 motivo era velho...<br />

blicas me mostrassem todos os pla- Ha palavras suaves, que têm a<br />

thico são, quando obras d'arte, coi-<br />

repercussão dos aggravos. E este é<br />

nos de restauração, ~convidou-me<br />

sas respeitáveis, indicam problemas<br />

o caso.<br />

Mas que se importam vv. ex."<br />

para fazer parte d'uma commissão... Pôde Fernão com o seu tempe-<br />

postos e resolvidos.<br />

com mexericos das obras publicas ?<br />

ramento aventuroso, de flôramarella<br />

E esta a nossa opinião, todavia...<br />

Deixemos o assumpto ás nossas<br />

E por isso que estes^artigos são ao peito, continuar a consumir-se<br />

serventes.<br />

obra da ma»''feia ingratidão. nas salas do Casino, segredando e<br />

Todavia a corrente moderna que<br />

rindo, despertando reparos de des-<br />

I O' . T. C. peito e ciúmes mordazes, e quiçá<br />

Só, o sr. director das obras pu- vem atraz dos trabalhos dos gran-<br />

merecidos (?)..,. O que não póde<br />

blicas começou a hostilizar Antonio des críticos inglêses é a da opinião<br />

Sempre ó muito modesto!<br />

A. Gonçalves.<br />

de A. A. Gonçalves.<br />

Erro que apparecesse — era William Morris apresenta como Diz o nosso prezado collega O<br />

d'elle, dizia baixinho o sr. director; um grande sonho do futuro retirar Paiz:<br />

coisa censurada, nunca se discutia, da cathedral de Westminster, o «O sr. Campos Henriques, que ba<br />

pouco declarou á commissão do cen-<br />

o sr. director limilava-se a sorrir e grande pantheon inglês, lodos os<br />

tenário da índia que o governo não<br />

a dizer: eu não sei nada, elle é quem monumentos funerários levantados podia fazer a Avenida do Aterro aos<br />

manda.<br />

á memoria dos grandes reis, dos Jeronymos, mandou construir em Guimarães<br />

a Avenida Campos Henriques,<br />

E o sr. Antonio Augusto Gon- grandes heroes, dos grandes pen- que custa mais do que a quantia que<br />

çalves ia ficando com as responsasadores, dos grandes poetas e dos aquelle melhoramento indispensável á<br />

cidade de Lisboa custaria!»<br />

bilidades dos erros do sr. director grandes artistas.<br />

das obras publicas que, quando ap-<br />

Ê que á avenida de Lisboa, por<br />

parecia coisa que a opinião publica<br />

certo, não poriam a alcunha que<br />

VV. ex." comprehendem esta<br />

pozeram á de Guimarães.<br />

louvasse, tomava generosamente a enormidade? Um inglês a pedir pelo<br />

paternidade da opinião.<br />

respeito da Arte que se retirem do<br />

pantheon os tumulos das glorias da<br />

Foi exonerado o sub-delpgado<br />

desta comarca, sr. Abílio Duarte<br />

Examinemos, porém, o plano e as patria porque não deixam vêr em<br />

Dias d'Andrade, e nomeado para<br />

idéas que sobre a restauração ex- toda a sua purêza o sonho d*um ar- esse logar o sr. José Maria de Ma*<br />

pendia A, A. Gonçalves,<br />

tista antigo!<br />

galhães Pimentel Cochofel<br />

!<br />

Providencias!<br />

Na terça feira deu-se na linha<br />

de Cintra, em Chellas, um lamentável<br />

desastre, sendo horrivelmente<br />

mutilado pelo comboio e morrendo<br />

instantaneamente, um rapaz de 19<br />

annos, que foi apanhado pela m"achina<br />

do tramway, n.° 277; quarenta<br />

horas antes era esmagada<br />

também pelo comboio, na linha de<br />

Cascaes, em frente do Aterro, uma<br />

pobre mulher.<br />

A repetição d'estes factos revela<br />

claramente quanto eslá sendo descurado<br />

o serviço de fiscalização das<br />

linhas. Bom será que o governo<br />

tome as devidas providencias, se os<br />

syndicatos e divertimentos para isso<br />

lhe deixem tempo.<br />

A expedição á Lunda<br />

Foi ordenado pelo ministério da<br />

marinha que se procedesse criminalmente<br />

contra o major Henrique<br />

de Carvalho e contra todos os commerciantes<br />

que cooperaram com elle<br />

nos grandes escândalos da expedição<br />

á Lunda. A syndicancia que se<br />

fez em Lisboa e Angola descobriu<br />

os mais extraordinários furtos. Não<br />

nos surprehende que elles se déssem;<br />

o que nos surprehende é que<br />

a syndicancia os revelasse e que o<br />

governo mande proceder contra os<br />

seus auctores. Este procedimento é<br />

completamente excepcional.<br />

Acerca d'esle assumpto conta um<br />

jornal de Lisboa que o estandarte<br />

para a pxpedição, que se disse ter<br />

sido bordado e offerecido por uma<br />

commissão de damas, apparece comprado<br />

por 170$000 réis, e que numa<br />

casa commercial de Lisboa se fizeram<br />

os seguintes fornecimentos:<br />

1 piano melodico e accessorios,<br />

415$000 réis; 4 caixas de perfumarias,<br />

62$000; 2 relogios de parede,<br />

79$>000; 7 peças de tecidos<br />

para reposteiros e accessorios, réis<br />

6501000; 4 rewolvers, 373$000;<br />

é esquecer o que deve á patria até 4 espingardas e accessorios, 750$;<br />

a iniquidade de desdenhar em pu- 8:000 cartuchos, 745$000; 4 carblico<br />

as suas conterrâneas, num tucheiras, 68$000; 843 melros de<br />

certamen gratuito, onde a imparcia- setim, 843$000; i chronometro de<br />

lidade não achou logar.<br />

algibeira, 415$000; 36 colheres,<br />

O chronista Fernão Silvestre é 48$000; 3 caixas de gôrros de lã,<br />

bem menos integro, que o seu an- 405$000; uma bicycleta, 192$000;<br />

tecessor Fernão Lopes!<br />

6 peças de bretanha, 305$000; 2<br />

E recordarei a Fernão, — por- canôas de desarmar, 396$000; 6<br />

que sempre a energia das impres- campainhas electricas, 43$000; fasões<br />

novas desperta exemplos vezendas diversas, 249$000; semenlhos,—<br />

que por desígnios menos tes diversas, i27$000.<br />

audaciosos e palavras de menor temeridade,<br />

alguns mancebos mal Accrescenta o mesmo jornal que<br />

contidos morderam o pó em campo só á firma Bensaude, Bacellar e<br />

aberto, diante do estoque vingador Freitas ficou o governo devedor de<br />

da cavalheirosa Maupinl... 54:000^000 réis, sendo 32 contos<br />

Outros tempos, em que a flôr da de carregadores.<br />

gentileza era cultivada com esme- E tão inauditas roubalheiras não<br />

ro!...<br />

constituem um caso esporádico; ca-<br />

Agora saiba Fernão Silvestre que sos d'estes todos os dias se estão<br />

a estas horas sentiria as primeiras dando,<br />

W.


RECONCILIAÇÃO<br />

—Viver, sempre mentir.. .<br />

O ceo muito pallido, quasi verde.<br />

No horisonte escoa-se, cor de rosa; o<br />

sangue do poente. Tudo morre, desmaia<br />

a Tarde.<br />

—Fugiste-me! Has de levar comtigo<br />

o meu ultimo aríior.<br />

Nunca mais o ruido do teu Cabello,<br />

cahindo a desatar-se pesado<br />

sobre o chão, encobrirá o voar do<br />

meu primeiro beijo.<br />

Vou levantar um palacio e lá<br />

andarei a amar a Illusão.<br />

Delicioso o corpo d'Ella, feito<br />

das perfeições que os meus dedos<br />

a sonhar modelaram nos corpos que<br />

eu amei.<br />

Andará, sempre vestido da minha<br />

carne, aquelle corpo macio e fresco<br />

como a relva nova.<br />

Quasi nenhumas jóias.<br />

Brincos, os dois primeiros beijos<br />

que eu dei.<br />

Nos pulsos e nos dedos os anneis<br />

das minhas mãos...<br />

A espreitar, devagar, vem a chegar<br />

a Noute. Nem se sente andar.<br />

Ao longe as arvores »garram-se<br />

umas ás outras, muito calailas, e<br />

apertam-se numa ma^a muito neyra.<br />

Nâo se ouve murmurio de folha.<br />

O ar caher pesado, molle e quente<br />

sobre a terra.<br />

—fugiste. Melhor foi isso...<br />

Onde nos levaria aquelle grande<br />

amor.<br />

Depressa, muito depressa, chegaríamos<br />

a país agreste, á terra da<br />

Desillusão.<br />

E os nossos corpos, despidos do<br />

encanto do Desejo, magros, nodosos<br />

e seccos, como as arvores velhas a<br />

morrer, iriam a penar naquelle país<br />

tão áspero, sem uma arvore. ..<br />

Lá andaríamos sós, sem ver ninguém,<br />

naquella terra tão grande e<br />

tão cheia da gente; que a D,ôr é<br />

como o sol forte, não deixa vêr<br />

nada: onde dá enche tudo de luz<br />

que fere como lume, e faz a sombra<br />

pesada e muito negra.<br />

A Dôr é como o sol forte: mal se<br />

30 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Ã0 DAS GALÉS<br />

XX<br />

Continiíaçâo da Odyssea<br />

de João das Galés<br />

Procurou uma escada ou uma corda<br />

por onde podesse subir para o caes.<br />

Chamou, mas ninguém o ouviu.<br />

—Nademos, disse, eu hei de encontrar<br />

algum barco ou escada.<br />

Passou por debaixo d'uma das nu-<br />

merósas pontes levadiças que servem<br />

de eommuuicação entre os caes.<br />

Encontrava-se naquelle momento<br />

num dos logares mais pittorescos de<br />

Amsterdam, comparavel só a Veneza,<br />

nesse triangulo formado pelos Kloveniers<br />

Burgwel, Binneu, Singel e Nukin,<br />

os mais bellos canaes de Amsterdam.<br />

Via-se perdido no meio d'um espaço<br />

sombrio. A agua estava quente,<br />

elle podia nadar durante muito tempo<br />

sem se cançar, mas pensando que o<br />

ieu inimigo lhe poderia escapar, encheu-se<br />

de raiva a ponto de não descobrir<br />

um logar a onde abordasse.<br />

—Ahi os jardins, disse elle.<br />

—Ha, na verdade, neste sitio, casas<br />

cujos pequenos jardins são banhados<br />

pelas aguas. Viu, dirigindo-se pars<br />

elles, ^uma rampa por a qual podia<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

levanta um Grito, fecha tudo os<br />

olhos para não ver. . .<br />

Até os cardos a morrer de sede<br />

fugiriam de ferir-nos os pés, para<br />

os não queimar o nosso sangue a<br />

arder.<br />

Em cima, o ceo azul a escaldar,<br />

sem uma nuvem de que podesse<br />

fazer-se a frescura d'uma illusão<br />

queimar-te-ia o corpo que eu co<br />

nheci macio e fresco, como a terra<br />

quando a Primavera a cobre da ca<br />

ricia fresca da primeira relva. E<br />

ficaria o teu corpo secco e duro<br />

como as arvores mortas a que se<br />

agarra a aridez dos musgos.<br />

E andaríamos assim muito tempo<br />

mortos por morrer, os olhos quei<br />

mados do sol, fechados, sem ver<br />

os corpos curvados muito cançados<br />

a arrastar penosamente a sombra<br />

aos saltos no chão áspero e secco<br />

No ceo anda o luar leitoso, como<br />

luz da lampada em quarto onde se<br />

ame.<br />

O ar, caricia molle de leque, agi<br />

ta-se lúbrico, como o lialito da mu<br />

lher, sobre o pescoço nú.<br />

—És tu?!...<br />

Caminha a sua sombra, como<br />

sombra d'uma nau balouçando-se a<br />

brincar sobre o mar socegido.<br />

Á volta anda a caricia do luar.<br />

fazpr mais negros os seus olho-.<br />

Os lábios vermelhos e durosabremse<br />

num sorriso em que assoma a al<br />

vura dos seus dentes.<br />

—Es tu?!...<br />

Detraz do seu olhar espreita o seu<br />

desejo.<br />

Quieto o corpo, ouvem-se tremer<br />

os musculos, parados com vontade<br />

de saltar, cheios de força.<br />

—És tu! Sempre vieste?!...<br />

Abrem-se os seus lábios duros num<br />

riso que deixa veralvejar os seus<br />

dentes, como se florescessem tyrios<br />

num ramo de cora).<br />

—Mais uma noute d'amor e eu<br />

por fartar de beijos. Ámanhã.. .<br />

—Ámanhã?...<br />

—Viver, amar, sempre mentir...<br />

Coimbra—Um dia d'estes.<br />

T. C.<br />

subir, dirigiu-se para ella e apressou-se<br />

a entrar no hotel.<br />

Despiu-se á pressa, ordenando que<br />

lhe enxugassem o fato.<br />

Emquanto procedia á sua toillete, um<br />

alto e robusto homem, com suisses<br />

brancas e uma cara paternal bateu á<br />

porta do seu quarto, e entrou<br />

—Eu sou Ducrot, disse o recemcbegado.<br />

— Ah I senhor? lhe disse Lucien<br />

João das Galés está nesta casa com M.<br />

Hermann.<br />

—Não, senhor, disse Ducrot, não<br />

está já aqui.<br />

—Que dizeis?<br />

— Partiu.<br />

—Partiu I<br />

— A estas horas vae<br />

de ferro; no emtanto,<br />

em caminho<br />

Simien, que<br />

estava commigo, segue-o<br />

— Ah! exclamou Lucien, então havemos<br />

de agarra-loI<br />

Contou ao agente o que lhe acabava<br />

de succeder.<br />

—Aqui, disse Ducrot, é fácil costear<br />

as casas.<br />

— Eu não quero perder-lhe a pista,<br />

disse Lucien, podemos ainda partir,<br />

partamos. 0 meu fato já está limpo.<br />

Dirigiram-se para a Haye.<br />

Apenas chegavam á gare d'esta<br />

cidade, a primeira pessoa que Ducrot<br />

avistou, foi o agente Simien.<br />

—Escapou-me, disse este ultimo.<br />

Com certeza não desceu em nenhuma<br />

gare. Eu occupavao compartimento ao<br />

lado do seu. 0 trem não atravessou a<br />

«D. Quicliote»<br />

Publicação quinzenal com illustrações<br />

e caricaturas de Leal da<br />

Camara.<br />

Traz artigos de litteratura, phi<br />

losophia e critica, e não faz pro<br />

gramma.<br />

Ao que parece, gente moça em<br />

lancha de recreio por sobre as aguas<br />

da publicidade.<br />

Espirito alegre, pulso firme e ala<br />

p'ra frente!<br />

Nós applaudiremos.<br />

Noticiam as folhas que o sr. João<br />

Franco persiste no firme proposito<br />

de não conceder exames em outubro,<br />

e que sobre "o n vss5mpto nem<br />

sequér consultára o n oiselho supe<br />

rior de instrueção ;ia '' e 'ca e os rei<br />

tores dos lyceus. ^ ^ s ^e-nos, po<br />

lém, que os pretend&ies ainda se<br />

não convenceram da intransigência<br />

do grande dictador.<br />

No porto de Trieste estão procedendo<br />

por meio de mergulhadores<br />

á extracção do cofre forte da fragata<br />

Danac, ha 85 annos submergida no<br />

dito porto, que deve conter 8 milhões<br />

de francos.<br />

Diversas tentativas se têm empenhado<br />

já, mas inutilmente, estando<br />

esperançados agoraus irmãos Ama<br />

deu em poder levar a cabo a sua<br />

tarefa.<br />

O sr. Bispo-Conde acaba de publicar<br />

em folheto uma carta que dirigiu<br />

ao sr. ministro da guerra.<br />

Agradecemos o exemplar que nos<br />

foi offerecido.<br />

Um thesouro enterrado<br />

O pedreiro Tiburcio Fernandes<br />

Areca, de 42 annos, morador no<br />

logar de Chavelho, freguezia e con<br />

celho de Figueiró dos Vinhos, encontrou<br />

um destes dias um cofrt<br />

de téca, já meio pôdre, enterrado<br />

numa pobre casita em ruínas, que<br />

comprou para reedificar.<br />

Partindo-o, encontrou nelle nada<br />

menos de 5:750 peças de ouro de<br />

8$000 réis!<br />

Pôde imaginar-se bem a alegria<br />

do pobre homem ao vêr-se assim<br />

Haye. O que é certo é que ao chegar<br />

aqui, não o avistei mais.<br />

—Não sahiria alguma pessoa que<br />

tu não tivesses visto entrar?, pergun<br />

tou Ducrot ao seu collegá.<br />

—Sim. Um velbo de baiba branca.<br />

— Vestido?<br />

—De panno grosso azu J > c<br />

— Hum! devia ser elluinte<br />

— Julgas isso?<br />

—Sim.<br />

— Mas a sua mala era tão pequena<br />

que não podia conter um fato completo.<br />

— Póde-se facilmente trazer dois<br />

'atos, ura sobre o outro.<br />

—Ê verdade.<br />

— E além'd'isso ha fatos de duplaface.<br />

O agente Durot, mais experimentado<br />

que Simien, tinha razão nas suas supposições.<br />

D'Esprignolles não descera era nenhuma<br />

gare, mas emquanto o comboio<br />

marcha em grande velocidade entre<br />

^eyde e a Haye, elle agarrando á sua<br />

mala nos dentes, aberta e fechada sem<br />

'azer baiulho a porta do seu compartimento,<br />

procurara um compartimento<br />

vazio, e, em alguns minutos, se havia<br />

metamorphoseado. Os seus cabellos<br />

negros passavam a ser grisalhas, e a<br />

sua barba negra tornou*se branca.<br />

Mudou de calças e voltou do avêsso o<br />

seu pardessus que ficou sendo azul.<br />

Koi assim, que elle passou na Haye<br />

á vista de Semien que não o reconhe-<br />

repentinamente rico. Uma das suas<br />

primeiras resoluções foideilar abaixo<br />

a parte que já tinha reedificado<br />

para construir o prédio lodo de<br />

novo, á sua vontade.<br />

Segundo se diz em Figueiró, a<br />

casa onde foi encontrado o impor<br />

tante thesouro, foi em tempos solar<br />

d'um rico fidalgo.<br />

«Jornal de mathematica»<br />

Consta que vae fundar-se, em<br />

Lisboa, um jornal de mathematica<br />

que publicará trabalhos originaes<br />

questões propostas e uma desenvolvida<br />

revista bibliographica. Para a<br />

redacção effectiva foram convidados<br />

os srs. Schiappa Monteiro, Marrecas<br />

Ferreira, Jorge de Avilez e Anlonio<br />

Cabreira.<br />

Consorcio<br />

Celebrou-se hoje pelas 8 horas<br />

da manhã, na egreja de S. Thiago,<br />

o casamento da ex. raa sr. a D. Laura<br />

Marques Manso, filha do antigo e<br />

honrado negociante desta praça o<br />

sr. José Marques Manso, com o sr<br />

Anlonio da Cunha Vaz, bacharel em<br />

Direito, natural do Fundão.<br />

Foram paranymphos a mãe da<br />

noiva a ex. ma sr. a D. Maria José de<br />

Miranda Manso, e sua tia a sr<br />

D. Maria das Dores Marques Manso;<br />

o pae do noivo, sr. Sebastião da<br />

Cunha Vaz e o tio da noiva o acreditado<br />

industrial d'esta cidade, sr.<br />

José Viclorino de Miranda.<br />

Aos noivos desejámos uma perenne<br />

lua de mel.<br />

Tem estado gravemente doente<br />

mas felizmente já se acha com<br />

algumas melhoras, o sr. Francisco<br />

Ribeiro, distincto impressor da Imprensa<br />

Académica,<br />

Despedida<br />

Emil Ioch, ao retirar-se d'esta cidade,<br />

apresenta por esta fórma os seus cumprimentos<br />

áqueilas pessoas, de quem<br />

não poude pessoalmente despedir-se.<br />

EDITAL<br />

Distribuição dos dias em que tem<br />

logar a inspecção sanitaria dos mancebos<br />

recenseados no corrente anno pelo<br />

concelho de Coimbra :<br />

No mês de setembro<br />

Dia 16, Alraalaguez (2). Dia 17, Almalaguez<br />

(22), Ameal, Antanhol, Antuzede<br />

e Arzilla. Dia 18, Assafarge,<br />

Botão, Brasfemes, Castello Viegas, Ceira<br />

(11). Dia 19, Ceira (5), Eiras, Lamarosa,<br />

Ribeira de Frades (10). Dia<br />

21, Ribeira de Frades (3), Santa Clara<br />

e Santa Cruz (26). Dia 22, Santa Cruz<br />

(39) e Santo Antonio dos Olivaes (6).<br />

Dia 23, Santo Antonio dos Olivaes (45).<br />

Dia 24, Santo Antonio dos Olivaes (2),<br />

S. Bartholomeu e S. Christovão (1).<br />

Dia 25, S. Christovão (35), S. João do<br />

Campo (10). Dia 26, S. João do Campo<br />

(4). S. Martinho d'Arvore e S. Martinho<br />

do Bispo (32). Dia 29, S. Martinho<br />

do Bispo (12), S. Paulo de Frades,<br />

S. Silvestre, Sé Nova (4). Dia 30, Sé<br />

Nova (32), Sernache (13).<br />

No mês de outubro<br />

Dia 1, Sernache (16), Souzellas, Taveiro,<br />

Torre de Villela, Trouxemil. Dia<br />

2, Vil de Mattos.<br />

Observação:—As freguezias que não<br />

levam algarismo, entram todas no mesmo<br />

dia de inspecção.<br />

Quartel em Coimbra, 22 d'agosto de<br />

1896.<br />

O commandante,<br />

José Ignacio Teixeira Bello,<br />

Ten. coronel d'infanteria 23<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5.° anno de Direito, continua<br />

a leccionar Historia, Geographia<br />

e Philosophia.<br />

Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />

F. Fernandes Costa<br />

ADVOGADO<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

• *<br />

Reptis e amphibios da Península<br />

Ibérica e especialmente em Portugal<br />

POR<br />

91. Paulino d'Ollveira<br />

Lente cathedratiço de Zoologia e director<br />

do Museu zoologico da Universidade<br />

PREÇO, 400 RÉIS<br />

A' venda na Imprensa da Universidade.<br />

ceu, nem os dois viajantes que com caminho de ferro paraUtrecbt eArnem<br />

elle vinham no compartimento que elle e entrou em França pelo lado da<br />

tão imprudentememe deixára.<br />

p<br />

russia.<br />

D'Esprignolles, reconheceu perfeitamente<br />

os agentes.<br />

— Ah! a canalha vem no meu<br />

alcance, disse elle, nós v» remos.<br />

Alguns dias depois, Gribeauval e os<br />

agentes voltaram para Paris, sabendo<br />

Dois dias depois, recebi em casa de<br />

tottschild um milhão em ouro e notas<br />

de banco que os homens ás ordens de<br />

Comard transportaram, e assim se<br />

dirigiu para os seus aposentos da rua<br />

Mazarine.<br />

durante a viagem que a maré lançára Na rua avistou um grande ajunta-<br />

sobre os diques da ilha Putteu o cormento. Metteu-se por entre esses grupo<br />

d'um medico francês, chamado Herpos. Era a casa, eram os aposentos<br />

mann, tomo indicavam os papeis que em que elle deixára a duquêsa que el-<br />

se lhe encontraram, e que os pescales apontavam, dizendo:<br />

dores guardaram.<br />

Gribeauval foi, apenas chegou, vizi- «Acabam de deter uma ladra famosa<br />

tar o procurador da Republica.<br />

e procuram ura ladrão audacioso».<br />

— Estaes certo de que elle era<br />

,oão das Galés? perguntou o procurador<br />

a Gribeauval.<br />

XXI<br />

— Sim, João Guerin, João dos Galés,<br />

Villedieu e d'Esprignolles, porque elle O porteiro do a.° 53<br />

viajava com este ultimo nome.<br />

—Talvez vos tenhaes enganado, O porteiro do n.* 53 da rua Mazarine,<br />

disse o procurador tomando nota do ficára admirado, quando viu tapetar e<br />

nome de d'Esprignolles.<br />

mobilar ricamente o que elle chamava<br />

—Vi-o com os meus proprios olhos, «o seu paiol». ~<br />

disse Gribeauval.<br />

—Oh! quando se não é do officio!<br />

—Quem serão os inquilinios que<br />

vêm habitar aqui?, perguntava elle<br />

Lucien fez um movimento de hom- para si.<br />

bros e saiu.<br />

Quanto a João das Galés, atravessou<br />

Quando<br />

incerteza.<br />

os viu, Dcou na mesma<br />

a Haye sem parar, e dirigiu-se a Sche- — Quem serão<br />

veniugue, e ahi, alugou um barco onde repetia elle.<br />

estes burguêses ?<br />

foi até proximo de Loosduinen. Nesta<br />

localidade, alugou uma carruagem que<br />

Farejava algum mysterio.<br />

o levou a RysWyk, d'aqui foi a Dalft e<br />

de Delfl a Gouda, fim Gouda tomou o<br />

{Continua),


CAVÂLLOS<br />

16 Muares, etc.; esquinencias,<br />

«1 sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc . curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos.<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaés terras.— Depositos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junquèira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral<br />

: Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

VENDE-SE<br />

15 A morada de casas sita<br />

k na rua do Morêno n. os<br />

7 e 9, facultando se ao comprador<br />

o pagamento a praso mediante<br />

juro razoavel.<br />

Tracta-se na rua da Sophia,<br />

35.<br />

PIANO<br />

14fTende-se um em bom uso<br />

w Praça do Commercio, 54.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentaria<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

C O I M B R A<br />

De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />

consultas lodos os dias das<br />

9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />

Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Em agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

Casa para arrendar<br />

11 Ha quinta de Santa Cruz,<br />

Al Praça de D. Luiz, ha<br />

um andar; tem agua e quintal.<br />

Tractar com Alberto Carlos<br />

de Moura, rua Ferreira Borges,<br />

n.° 6.<br />

Bom emprego de capital<br />

10Weude-se uma casa sita<br />

w aos Arcos do Jardim, n.°<br />

41, cora fundos para Santa<br />

Cruz.<br />

0 motivo da venda é o ter<br />

de retirar-se d'esta cidade o<br />

seu proprietário.<br />

Para informações, na loja do<br />

sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />

Borges, ou com o sr. Antonio<br />

Maria Leite de Albuquerque,<br />

empregado no Lyceu.<br />

Loja da China<br />

Ferreira Borges<br />

9 A caba de chegar um gran-<br />

« de sortimento de leques,<br />

sombrinhas e estores, japonêses<br />

e chinêses.<br />

Especialidades da casa<br />

CMs e cafés<br />

Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

Gasa em bom local<br />

13 Vfende-se uma, de 4 anda-<br />

» res e magnificas lojas,<br />

na Couraça dos Apostolos, n.°35.<br />

Quem pretender fale com<br />

Adriano da Silva e Sousa, na<br />

mesma casa.<br />

Liquidação<br />

N 12 a loja de Alves Borges,<br />

successor, rua do Visconde<br />

da Luz, n. os V E N D A<br />

7 Wende-se em COZELHAS<br />

" uma linda vivenda, que<br />

se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

agui, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. Éem sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

O comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

64 a 66, se<br />

poder, a que se faz um juro<br />

vendem por preços modicos,<br />

modico.<br />

pregos de ferro suecio e escocio Para esclarecimentos, João<br />

de embutir, para ferragens, e Marques Mósca, solicitador, rua<br />

outros objectos a liquidar, e do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

algumas qualidades de ferro Castanheira, largo da Portagem,<br />

suecio e escocio.<br />

Coimbra.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

1 1<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA (BEIRA ALTA) ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

PEDIR OS PROSPECTOS<br />

Grátis<br />

de 90 paginas em 8.°, têm tam-<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, phsrmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodações<br />

desde 10200 réis<br />

comprehendendo serviço, Club,<br />

etc Bónus para os médicos<br />

O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulveris»ção e aspiração, com ga-<br />

® anexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reiuo, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />

baz-setoda em caminho de ferro até Cannas (Beira 'lltfc) 9 d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estaçao de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directa) jente ligada com todas as linhas férreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca ii'Al«a.eHTUy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

rererente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, e Tui.», referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />

cia i elgueira ao gerente da Companhia do Grande IlotdO, v As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, —5<br />

O hotel foi este anno adjudicado à acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

Assignatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

co<br />

r>!<br />

j o<br />

H<br />

x<br />

«1<br />

Ocn Ed<br />


Approximando-se do fim<br />

CONTRA AS LICENÇAS<br />

As restaurações artísticas<br />

seaccentuará mais. Não pôde a monarchia<br />

fazer uma administração<br />

séria, pôr termo aos enormes es- Para tratar da questão das licen-<br />

Incessantemente vae subindo a<br />

banjamentos e incessantes roubos ôas que, tendo sido creadas pela lei<br />

divida fluctuante. Como resposta a<br />

de 21 de outubro de 1863, só pela<br />

que se dão nos cofres públicos, por-<br />

relatórios officiaes e a artigos pu-<br />

lei do sei lo de 21 de julho de 1893<br />

que isso seria a sua perdição. Só foram fixadas em 10$000 réis e<br />

blicados nas folhas do governo, em<br />

tem quem a sirva, porque é perdu- exigidas agora, reuniu-se ante-hon-<br />

que impudentemente se affirma o<br />

lária, paga generosamente e assetem á noite em assemblêa geral a As-<br />

equilibrio das receitas com as dessociação<br />

Commercial, effeituando-se<br />

gura a impunidade aos grandes lapesas<br />

do Estado, lá vêm, sempre<br />

ainda na sala da Associação dos<br />

drões. Se procedesse d'outro modo, Artistas uma reunião de operários<br />

retardadas, as notas officiaes d'essa<br />

seria immediatamente abandonada. e industriaes, a fim de accordar no<br />

dividadenunciar, num laconismo que<br />

Mas isto é, afinal, um simples<br />

procedimento a seguir por parte<br />

vivamente impressiona, as difficilli-<br />

dos interessados.<br />

adiamento. Não pôde hoje recorrer<br />

mas circumstancias em que o the-<br />

Na Associação CommercTal resol-<br />

a um emprestimo publico, não poveu-se telegraphar ao ministro da<br />

souro publico se encontra.<br />

derá ámanhã descontar leiras do fazenda, pedindo a suspensão da<br />

Expediente de que se soccorrem<br />

thesouro, ainda que pague eleva- execução das licenças; representar<br />

os governos sempre que os recur-<br />

ao governo para que revogue essa<br />

díssimo juro. E questão de mais ou<br />

sos ordinários do Estado não são<br />

medida tributaria, solicitar o apoio<br />

menos tempo, mas fatalmente che- da Associação commercial do Porto<br />

sufficientes para a satisfação dos engará<br />

a essa situação. E enlão será e promover uma manifestação pecargos<br />

que sobre elle pesam, a di-<br />

irremediavelmente condemnada, e<br />

rante o governo civil das classes<br />

vida fluctuante é, quando attinge<br />

commercial e industrial.<br />

quem sabe se com ella um país que<br />

uma elevada somma, indicio que só<br />

Esta proposta, que foi apresen-<br />

tão cobardemente se tem deixado tada pela direcção da Associação<br />

de per si testifica de modo indubi-<br />

expoliar.<br />

Commercial e approvada por acclatável<br />

a existencia d'uma critica ad-<br />

O crédoré cruel, esobretudo para mação, era precedida dos seguintes<br />

ministração financeira, e a sua exi-<br />

considerandos:<br />

com aquelles que não só á incúria<br />

gibilidade em curtos prazos consti-<br />

e criminoso desleixo mas aos mais «Considerando que a lei de 21 de<br />

tue sempre um enorme perigo. D'ahi<br />

outubro de 1863, na parte relativa ás<br />

revoltantes actos de prodigalidade licenças para os estabelecimentos con-<br />

vem que só os Estados sem credito<br />

devem a sua insolvência. E a bansiderados insalubres, incommodos ou<br />

deixam avolumar essa divida, pela<br />

perigosos, é absurda, inopportuna,<br />

carrôta, que é o termo fatal a que iniqua e vexatória:—absurda, porque,<br />

impossibilidade de contrahirem um<br />

a monarchia nes levará, não pôde pelo facto do estado cobrar as respe-<br />

emprestimo publico que a consolictivas<br />

importâncias, nem por isso deixa<br />

de modo algum attribuir-se a qual- de haver os mesmos perigos para a<br />

de. E o que se dá com a Turquia e<br />

quer desgraça que ferisse o país, a saúde e segurança publica;—inoppor-<br />

o que succedeu no Egypto emquantuna,<br />

porque, sendo lei desde 21 de<br />

um d'esses accidentes imprevistos outubro de 1863, só agora, trinta e<br />

to lá não houve uma administração<br />

que reduzem á miséria não só indi- três annos depois, é que é posta em<br />

extrangeira. E o que se Verifica ago-<br />

execução;—iniqua, porque não estavíduos<br />

mas também nações; debelece uifferenças entre o grande e o<br />

ra no nosso país.<br />

riva única e exclusivamente da pés- pequeno industrial, entre o grande e<br />

De ha muito que a divida flu-<br />

o pequeno deposito;—vexatória, porsima<br />

administração financeira de que mais vem aggravar as já precárias<br />

ctuante excede a cifra em que os<br />

todos os governos da monarchia circumstam ias do contribuinte, ficando<br />

governos, no tempo em que lhes era<br />

os estabelecimentos munidos de licença<br />

perante a qual o país se tem sem- sujeitos a uma fiscalisação, que se<br />

possível contrahirem empreslimos<br />

pôde tornar impoituna:<br />

pre manlido na mais criminosa in-<br />

públicos, intendiam necessário con-<br />

Considerando que a sua execução<br />

diíferença. A monarchia, e o país arrastaria comsigo a miséria para<br />

solidá-la. Em 29.462:408$835 réis<br />

que a tolera, não merecem pois a muitos pequeuos commerciantes e in-<br />

nos diz a ultima nota official que<br />

dustriaes, que, sem meios para satis-<br />

miuima contemplação.<br />

fizerem as licenças e respectivos pro-<br />

ella estava em 30 de junho findo, e<br />

Não a merecem e não a terão. cessos, ficariam privados dos meios<br />

as combinações para a sua conso-<br />

de subsistência».<br />

O extrangeiro está-nos jogando<br />

lidação costumavam ordinariamente<br />

já as maiores affrontas. Recusa-se O sr. João Alves Barata propoz,<br />

dar-se antes que attingisse 20:000<br />

a admiltir á colação nas suas bol- sendo também approvado por una-<br />

contos. Se o governo não tem recorsas<br />

os títulos de divida das nossas<br />

nimidade, que se officiasse á camarido<br />

a ellas, é porque o anima a<br />

ra municipal para que, como repre<br />

companhias dos caminhos de ferro<br />

profunda convicção de que resulta-<br />

senlante dos contribuintes, proteja a<br />

e dos tabacos de que o governo é causa d'estes.<br />

do algum colheria. A monarchia não<br />

possuidor e que pretende negociar. Em seguida foi enviado ao mi-<br />

tem credito; hoje é-lhe completa<br />

nistro da fazenda o seguinte tele-<br />

Para fundar qualquer emprêsa em<br />

mente impossível contrahir um emgramma:<br />

Portugal nào empresta nem um ceiprestimo<br />

no extrangeiro.<br />

til. A sua imprensa dá-nos como um «A Associação Commercial de Coim-<br />

Irá, portanto, subindo indefinidabra,<br />

reunida em assemblêa geral, pro<br />

país perdido, completamente esma- testa junto de v. ex.<br />

mente a divida fluctuante. Nos úlgado<br />

já pelo peso da divida putimos<br />

cinco annos, não obstante es<br />

blica.<br />

tar o país sujeito a medidas de sal<br />

E é nestas circumstancias que o<br />

vação publica, havendo-se reduzido<br />

governo tem de arranjar dinheiro<br />

o juro da divida, tendo-se effeitua-<br />

para pagar vasos de guerra, e a indo<br />

enormes deducções nos ordena<br />

demnização do caminho de ferro de<br />

dos dos funccionarios públicos e<br />

Lourenço Marques e o coupon de<br />

augmentado extraordinariamente al-<br />

janeiro 1<br />

guns impostos, houve nessa divida<br />

Isto vae-se approximando do fim.<br />

um augmento de 10.149:943^852<br />

réis.<br />

Foi concedido o terço do ordenado<br />

É animador 1<br />

ao sr. dr. Mauuel Nunes Geraldes,<br />

E esse desequilíbrio cada vez decano da faculdade de Direito.<br />

a Realizou-se hontem, pela 1 hora<br />

e meia da tarde esta manifestação,<br />

indo ao governo civil commercian-<br />

KM<br />

tes, industriaes e operários em numero<br />

superior a 400. O ponto de COIMBRA<br />

reunião foi a Praça do Commercio.<br />

XI<br />

Dirigindo-se para o governo civil<br />

foram alli recebidas pelo governa- Sé Velha. O edificio foi durante<br />

dor civil substituto a mêsa da as- muito tempo sujeito a obras que<br />

semblêa geral è"9ireffçSo da Asso- lhe modificaram o aspecto primitivo,<br />

ciação Commercial e a commissão obras sobretudo importantes nos<br />

nomeada na reunião da Associação<br />

Commercial.*<br />

séculos XV e XVI. Externamente<br />

O governador civil, ouvidas as ha a lamentar as portas de Santa<br />

reclamações dos commerciantes e Clara e a especiosa, singulares obras<br />

industriaes, communicou-lhes que o d'arte que mascararam o aspecto<br />

inspector geral do sello já havia te- austero e severo do velho templo,<br />

legraphado prorogando por mais enchendo-o de decorações d'um alto<br />

60 dias o prazo para requerer as<br />

valor artístico, mas que o tempo<br />

licenças e aconselhou o pedido de<br />

revisão da lei no sentido de serem tem quasi completamente destruído.<br />

exceptuados os pequenos estabele- Hoje é para lamentar não se<br />

cimentos.<br />

poder reconstruir o aspecto exte-<br />

x<br />

rior da antiga cathedral, e ter de<br />

conservar as ruinas pitlorescas<br />

É digna dos mais calorosos ap- das obras do renascimento, cuja<br />

plausos a altitude dos commercian-<br />

deterioração não pára, e cuja destes<br />

e industriaes perante a inqualificável<br />

exigencia do governo que truição se vê caminhar dia a dia.<br />

pretende applicar agora, depois de<br />

ter vivido inoffensivo durante 33 Ainda no século XVI se fez a<br />

annos, uma lei absurda e iniqua.<br />

sacristia, obra importante de már-<br />

Não se comprehende que, a titulo<br />

duma licença que só tem por fim<br />

mores polychromicos, bem compre-<br />

garantir a segurança ou commodihendida e bem executada, mas que<br />

dade do publico, se vá exigir um foi encobrir as paredes da abside e<br />

imposto, além da contribuição in- dos absidiolos, e prejudicar assim<br />

dustrial a que já estão. sujeitos os o ,effeito geral das grandes linhas<br />

estabelecimentos que têm de pedir<br />

do velho templo.<br />

essa licença.<br />

E a lei de 63 está redigida em<br />

Do lado da imprensa da Univer-<br />

termos tão vagos e indefinidos, que sidade construiu-se no século XV o<br />

nella se comprehendem estabeleci- claustro, estabelecendo por essa ocmentos<br />

que não são incommodos, casião a passagem abobadada, com<br />

nem perigosos, riem insalubres. entrada por uma pequena porta<br />

%rece que, a pretexto da seguran- fronteira á que mais tarde se fez na<br />

ça publica, quiz o legislador obter<br />

para o Estado uma verdadeira fonte<br />

sacristia.<br />

de receita!<br />

O' claustro e esta passagem enco-<br />

É assim que se procede em Porbriram as paredes da Sé Velha e<br />

tugal, até quando se trata dos as- destruiram-nas em parte.<br />

sumptos de maior gravidade!<br />

Nem a outra consideração attendeu<br />

o governo, que não fosse ao<br />

No século XVI fez-se nova pas-<br />

augmento das receitas, vindo resussagem para o côro, que acabou de<br />

cilar uma lei que no olvido encon- encobrir este lado do templo.<br />

trou o justo destino das absurdas<br />

• # ? /.*.<br />

disposições que continha. Quer di-<br />

Dentro, os estragos não têçi<br />

nheiro, muito dinheiro, porque só<br />

assim pôde pagar a commissarios sido menores.<br />

régios, a embaixadores que jogam, No século XV construira-se ao<br />

a afilhados que vivem com a maior fundo do templo, junto da porta de<br />

ostentação sem nada fazerem. entrada, um pequeno côro de tecto<br />

E os commerciantes, e os indus- de madeira mudegar, destruindo em<br />

triaes, e os trabalhadores, que já<br />

parte as columnas, para em seu<br />

luctam com mil dificuldades para<br />

viverem modestamente, que paguem logar fazer um arco deselegante e<br />

todas essas loucuras! Pague um sem graça do mesmo estylo.<br />

contra a execu- latoeiro dez mil réis para poder No mesmo século se fez a obra<br />

ção da lei de 21 dé outubro de 1863,<br />

atormentar os ouvidos do vizinho!<br />

ua parte relativa ás licenças para os<br />

de talha do altar mór, obra precio-<br />

estabelecimentos e oílicinas considera Já se viu disparate egual! Haverá sa, mas que foi destruir o primiti-<br />

dos insalubres, incommodos e perigo maior loucura!<br />

sos. Esta Associação vae representar,<br />

vo altar dedicado á Virgem; se en-<br />

Positivamente, isto chegou a es-<br />

sobre o mesmo assumpto, ao governo tado tal que não é possível suppor cobriu o tumulo d'um bispo coJlo-<br />

de Sua Majestade. — (a) Presidente da<br />

assemblêa geral».<br />

tar mais as exigeucias, ou, antes, cado do lado da epistola com um<br />

as expoliações d'um fisco faminto, quadro de estuque mudegar, emol-<br />

Na Associação dos Artistas, onde mercê dos esbanjamentos de godurando um nicho d'imagem ou da<br />

se reuniram operários e industriaes vernos corruptos e corruptores.<br />

relíquia, e se abriu uma pequena<br />

em numero superior a 400, resol- Tê-lo-ha comprehendido assim o<br />

janella do lado do evangelho, em<br />

veu-se por acclamação adherir ás commercio e a industria?<br />

resoluções da Associação Commer- Nós estamos dispostos a applau-<br />

que o esculptor deixou, numa incial,<br />

acompanhando a direcção da dí-los sempre que saibam luctar scripção gravada, uma palavra —<br />

j Associação Commercial ao governo efficazmente contra exigencias iní- lopo, que era talvez o nome d'elle.<br />

civil.<br />

quas e absurdas.<br />

Já anteriormente se tinham des-


truido os dois primeiros arcos do branco de cal frio, húmido e escuro<br />

lado da epistola, abrindo nelles o<br />

ediculo para o tumulo do bispo,<br />

que mais tarde fóra encoberto.<br />

No século XVI cobriu-se toda a<br />

egreja de azulejo polychromico,<br />

construiram-se as capellas de S.<br />

Pedro e S. Sacramento, fazendo<br />

descer o nivel dos absidiolos ao do<br />

resto do pavimento da egreja.<br />

Por essa época parece também<br />

ter-se rebaixado o pavimento da<br />

capella mór, cobrindo-o d'um tapete<br />

d'azulejo.<br />

Mais tarde fez-se a capella de<br />

S. Miguel.<br />

Ainda no século XVI se fez o<br />

côro, tapando a arcaria que ao fundo<br />

da egreja fazia communicar as duas<br />

gallerias do triforio e incluindo na<br />

alvenaria parte da varanda d'um e<br />

outro lado do triforio.<br />

No século XVII fizeram-se as<br />

capellas restantes, que são um arremedo<br />

grosseiro da bella renascença<br />

do século XVI.<br />

Ainda neste século cobriu-se de<br />

uma talha dourada, muito pesada, e<br />

de mau gosto,- toda a capella mór,<br />

afogando o altar do século XV cujo<br />

effeito ficou desde então perdido<br />

e se fez a varanda do côro, coisa<br />

torturada e sem valor artístico.<br />

No século XVIII inventaram os<br />

conegos a pouca vergonha d'um<br />

orgão, em que se iam consumindo<br />

os rendimentos da mitra, e para<br />

isso veio de Lisboa um conego muito<br />

entendido, que lá andou, destruindo<br />

mais a galeria do triforjo<br />

do lado do evangelho.<br />

Ainda neste século se cortaram<br />

as columnas da nave central a meia<br />

altura, encobrindo esta monstruosa<br />

amputação com misulas de madeira,<br />

e se occultaram os capiteis da nave<br />

central e os da cupula com outros<br />

de madeira dourada.<br />

Não sei de que tempo data, mas<br />

é posterior* ao século XVI, o reboco<br />

das paredes que encobriam galerias<br />

do íransepto e a caiadella das abobadas<br />

que haviam sido pintadas<br />

como as columnas de ornatos em<br />

estylo gothico, que devem remontar<br />

ao século XV.<br />

O levantamento geral do pavimento<br />

parece-me datar do século<br />

XVI.<br />

O século XIX deu também o seu<br />

contingente para as mutilações.<br />

Da parte principal removeram-se<br />

os fustes que lá foram para Lisboa.<br />

Ao fundo do templo rasgaram-se<br />

duas janellas para illuminarem as<br />

duas naves lateraes.<br />

O effeito d'estas mutilações havia<br />

sido o mais desastroso, compromettendo<br />

a belleza do templo, não<br />

deixando advinhar as suas linhas<br />

geraes.<br />

As obras da imprensa e do côro<br />

tinham modificado completamente<br />

a illuminação da Sé Velha, transformando-a<br />

de casa alegre em que<br />

por toda a parte ria o sol na ruiva<br />

pedra de Bordallo, num edificio<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

estamos escrevendo estas palavras<br />

com muita satisfação. . .<br />

CARTA DA FIGUEIRA<br />

como uma cisterna.<br />

Ao fundo o côro de castanho negro<br />

absorvia a pouca luz que vinha<br />

da janella, e para empregar o bello<br />

retábulo do altar-mór era necessário<br />

mandar abrir todas as portas<br />

Dava-se até o caso extranho da<br />

egreja ser mais alegre, quando havia<br />

algum enterro, occasião única<br />

em que tudo se abria, e a luz entrava<br />

mais desafogada.<br />

A Sé Velha tinha sido formada<br />

em albergue dos Santos.<br />

Quando se destruía uma egreja<br />

quando se fechava um convento, ou<br />

se interrompia um .culto, os santos<br />

abandonados eram cuidadosamente<br />

recolhidos na Sé Velha, abrindo<br />

nas paredes novas fendas para en<br />

caixar uma misula que os sustentasse.<br />

E causa tristeza vêr santos tão<br />

bons em templo tão triste.<br />

Nem tudo, porém, tinha sido des<br />

truição.<br />

Ha muito que á volta da Sé Velha<br />

andava uma vontade, a do sr<br />

A. A. Gonçalves, que sonbára a reparação<br />

do templo e se metteu na<br />

administração da parochia, rodean<br />

do-se damigos que o ouviam e o<br />

ajudavam.<br />

Nem todos eram amigos, nem todos<br />

o ajudavam. ..<br />

Mas deixemos isso...<br />

No sr. padre Saraiva, então parocho<br />

de S. Christovão, e por isso<br />

presidente da junta de parochia da<br />

Sé Velha, encontrou o sr. A. Augusto<br />

Gonçalves um auxiliar valioso<br />

que se apaixonou pela obra que<br />

começára a antever realizada.<br />

E de toda a justiça louvar s. ex. a Ah ! Esquecia-me de dizer que<br />

o sr. director das obras publicas<br />

desconsiderou o sr. padre Saraiva...<br />

VV. ex.<br />

do?.<br />

,<br />

que soube pôr de parte o seu interesse,<br />

não levantando nunca embaraços<br />

á obra, sendo o primeiro a<br />

propôr a transferencia do culto para<br />

a egreja de S. João, por fórma a<br />

poder-se dar o maior impulso á restauração.<br />

Não abandonava as obras, ahi o<br />

encontrámos sempre, seguindo-as<br />

com interesse e com amor.<br />

Quando se aventava a idêa de remover<br />

obra sem caracter artístico,<br />

mas que importava augmentar a<br />

despêza, e adiár para mais tarde o<br />

restabelecimento do culto, sempre<br />

o sr. padre Saraiva attendeu ao<br />

valor dos argumentos, e sempre<br />

pugnou porque a obra se fizesse,<br />

sem se importar com as suas conveniências,<br />

vendo a realização d'um<br />

grande emprehendimento.<br />

Foi o sr. Saraiva que, com a sua<br />

palavra sempre ouvida, e sempre<br />

attendida pelos seus parochianos,<br />

desfez os attrictos que a piedade<br />

pouco esclarecida dalguns levantava<br />

á obra, e conseguiu interessar a<br />

todos pela restauração da Sé Velha,<br />

não se poupando á canceira nem ao<br />

trabalho, sempre prompto a mostrar<br />

a obra a todos, a explicá-la e<br />

a louvá-la.<br />

E digna de todo o elogio a altitude<br />

do sr. padre Saraiva, por isso<br />

as Não pude fallar-lhes na tourada<br />

Figueira, 28—VIII—96. de domingo ultimo, porque me não<br />

foi possível escrever-lhes, como ti-<br />

Meus amigos. — Bem longe eslanha<br />

promeltido, para o ultimo nuva<br />

eu, ao escrever a minha primeimero da Resistencia.<br />

ra carta da Figueira, de provocar Por isso, e porque os jornaes<br />

as investidas cavalleirosas do sr. já deram conta d'ella, limilar-me-<br />

já tinham adivinha- W., que, modestamente acobertado, hei a dizer-lhes que a tourada foi<br />

parece estíir-se penteando para Ma- das melhores que pela província se<br />

griço e a sentir-se capaz de repe vêem, e muilo melhor do que mui-<br />

tir, nesta burgueza praia de banhos, tas do Campo Pequeno. O gado, em<br />

•Pois muito me admiro 1.. . a aventura dos Doze d,'Inglaterra. geral, bravo e de boa lide, prestou-<br />

Através da sua prosa, espirituosa e se a um toureio luzido, em que se<br />

T. C. elegante, valha a verdade, vê-se a distinguiram o espada Orozco, Mi-<br />

referver-lhe no peito a alma épica nuto e Theodoro, que tiveram al-<br />

d'um cavalleiro andante; e no caso<br />

A caminho de Lisboa, informam<br />

guns pares de primeira ordem. Já<br />

sujeito, que fez vibrar-lhe a corda<br />

os jornaes, o coronel Machado, que<br />

sabem da colhida que soffreu o Fer-<br />

dos desafios, sentiu-se Magriço<br />

foi ou vae ser demiltido do logar<br />

nando d'Oliveira, que tem passado<br />

mas fallam-lhe os onze companhei-<br />

de governador da Companhia de<br />

de cama eslesdias, sem, felizmente,<br />

ros. E só o que lhe falia, vê-st<br />

Moçambique. Pessoas bem informa-<br />

ser de gravidade o desastre. Este<br />

bem.. .<br />

das tecem os mais rasgados elogios<br />

distincto loureiro, que sabe da arte<br />

á intelligencia e caracter com que De ventou de flanella e camisa de como poucos e que tem as sympa-<br />

se houve no desempenho do cargo e Oxford, passeia nesta praia, a terihias de todos, tem sido muilo visi-<br />

dizem que a saída d'elle de Moçamçar lanças por donzellas sem defêsa, tado; toda a gente se interessa por<br />

bique, onde linha grande prestigio, um cavalleiro denodado.<br />

elle. A colhida d'este cavalleiro pre-<br />

será exFremamenle prejudicial para É o sr. W. que eu estou venjudicou a corrida, que não teve, pela<br />

a manutenção da ordem naquella do, a escrever, furioso, na areia sua falta, o brilho que devia ter.<br />

colonia.<br />

«la praia, palavras de morte com a Como havia de sobresaír o traba-<br />

Mas a isso não liga a minim<br />

ponla da sua badine, emquanto o lho do Fernando com touros as-<br />

importancia o governo do rei. Que<br />

cardo de espinhos agudos, em que sim . ..<br />

que continue em Moçambique o ma<br />

se transformou a flôr da cavallaria, Agora as attenções e o enthu-<br />

jor Mousinho que, por ser um va-<br />

lhe vae espicaçando a alma de hesiasmo dos aficionados prendem-se<br />

lente, não se segue que seja um<br />

roe.<br />

todos á tourada do Guerrila, que se<br />

bom e hábil administrador.<br />

E uma alma perdida a do sr. W., está preparando a capricho para o<br />

que não é d'es te tempo. . .<br />

Parece que alé já eslá provado o<br />

dia 8 de selembro. O lavrador, que<br />

Pois porque sallou á estacada,<br />

contrario.<br />

é o conhecido ganadero Faustino da<br />

em defêsa das damas porluguêsas. Gama, promette gado de 1." ordem<br />

que eu não quis confrontar com as e alguns louros puros.<br />

Um confronto<br />

senhoras hespanholas ? — Porque,<br />

Não percamos a occasião: porque<br />

alma de Magriço degenerado etn D.<br />

o Reverte e o Guerrita são os prín-<br />

O ministro das finanças da Re- Quichote, não quis perder a occacipes<br />

do toureio moderno, e a maior<br />

publica francêsa fixou o seguinte sião de envergar a armadura de lata<br />

parte de todos nós poucas occasiões<br />

juro para a divida fluctuante: 1 p. e enfiar pela cabeça o capacete de<br />

teremos de vêr trabalhar qualquer<br />

pelos bilhetes do thesouro de três Mambrino.<br />

d'elles.<br />

a cinco mêses; i e meio p. c. pelos Bem conhecem as senhoras por-<br />

bilhetes de seis a dez mêses e 2 p. tugnêsas que, se lêem predicados<br />

c. pelos bilhetes a um anno. que as egualem ás damas hespa- Queria ainda referir-me a umas<br />

Comparem esle juro com o que nholas, não são esses os da belleza avenlurasitas do Casino, em que<br />

pagava a antiga monarchia cm Fran- e da graça. . . e é por isso que as uns Lovelaces de pechisbeque se<br />

ça e com o que se paga em Portu- odeiam, sendo ellas alé o principal querem dar ares de D. Juan Tenogal<br />

e digam que a fórma republica obstáculo á federação da Ibéria. rio. Que agradeçam ao seu amigo<br />

na é detestável os que em Franç; Não se lembrou ainda a sociedade W., mas não perderão com a de-<br />

querem encontrar argumentos para Primeiro de Dezembro de aproveitar mora. Uns Lovelaces de cuécas...<br />

defenderem a monarchia.<br />

para o seu fim patriótico essa arma como se ellas podessem sotírê-los,<br />

de combate.<br />

os casquilhos I<br />

Mas deverá ser isto motivo para<br />

Fernão Silvestre.<br />

Informa o Popular que a Ingla- que eu, sincero, embora ardente,<br />

terra diz ao governo português, deixe de ser justo? Surja o sr. W.<br />

quando lhe pede dinheiro,— nem um e com elle os onze companheiros, Lord Salisbury, que ha pouco disse,<br />

penny; e a França—nem um sou. pie eu, como os corlezãos inglêses, no parlamento íuglês ser pelas soluções<br />

pacificas, acaba de intervir pela força<br />

Valha-nos isso. Se tal se nào affirmarei:<br />

em Z«nzibar para assegurar a succes-<br />

désse, eram muito maiores os es-<br />

.. que honras e famas sáo do throuo a um primo do sultão<br />

janjamentos.<br />

«Em taes damas não ha para ser damas » falleeido contra as pretençòes d'um tio<br />

do mesmo. Impôr a es.e a saída do<br />

querendo com isto significar, sómen- palácio de que se havia assenhoreado,<br />

Credito Real do Brazil te, que nas senhoras porluguêsas e, perante uma recusa formal, ordenar<br />

não ha — honr as e famas de formo-<br />

o bombardeamento, foi obra de poucas<br />

noras. E lá morreram heroicamente os<br />

A direcçãodeste estabelecimento sura e gentileza.<br />

sectários do sultão intruso, em grande<br />

de crédito expediu para a Europa M.is querem que lhes explique, numero.<br />

o seguinte telegramma:<br />

meus amigos, a razão da investida Assim procede lord Salisbury, o<br />

«A directoria d'este estabelecimento<br />

do sr. W.f E uma razão puramente amigo da paz, sempre que se trata de<br />

bancario trabalha activamente para hysiológica, que se encontra na uayões cuja lorça nào teme.<br />

conhecer as forças da massa do Banco, sentença do velho e experimentado<br />

realisando ao mesmo tempo operações Chamfleu


Como se equilibra o orçamento<br />

Nos primeiros onze mêses do<br />

anno economico de 1895-1896 as<br />

despêsas publicas augmenlaram, relativamente<br />

a egual periodo do anno<br />

economico anterior, a bagatella de<br />

5:221 contos. E o que se vê das<br />

contas do thesooro publicadas-no<br />

Diário do Governo, onde appareceu- Por portaria hontem publicad<br />

ultimamente a relativa ao mês de no Diário foi determinado aos rei-<br />

maio.<br />

tores dos lyceus que façam constar<br />

Nesse periodo deu-se também um aos directores de institntos de en-<br />

notável augmento nas receitas, dusino secundário particular e ás mais<br />

plicando quasi a contribuição indus- pessoas que exerçam ensino dotrial<br />

que de 1:002 contos que renmestico que não podem ser admitdeu<br />

nos primeiros onze mêses de tidos alumnos a cursar as discipli-<br />

1894-1895 se elevou a 1:811 connas da l.<br />

tos nos mêses correspondentes de<br />

1895-1896. Nos direitos sobre os<br />

cereaes houve também um augmento<br />

de 1:317 contos.<br />

Insignificante como tem sido o<br />

desinvolvimento das industrias e recaindo<br />

o imposto sobre os cereaes<br />

principalmente sobre o consumidor<br />

pobre, vê-se que a monarchia está<br />

aggravando excessivamente essas<br />

contribuições, em prejuízo do pio<br />

gresso das industrias que ilie cumpria<br />

promover e das condições do<br />

proletário que devia melhorar, para<br />

mais poder dispender em verdadeiras<br />

loucuras, em infames ladroeiras.<br />

E o país tudo vae supportando,<br />

com inaudita indilferença 1<br />

a classe sem que apresentem<br />

certidão d'approvação em exame<br />

d'instrucção primaria e certidão<br />

d'edade, por onde se prove que<br />

completaram dez annos, pelo menos,<br />

em outubro findo, na abertura<br />

das aulas, com tolerância até 31<br />

de dezembro.<br />

Sem estes attestados os alumnos<br />

não poderão provar a sua frequência,<br />

quando externos, para a sua<br />

admissão aos lyceus.<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão ordinai ia de 6 de agosto de<br />

1896.<br />

José da Gosta, distribuidor rural<br />

de Coimbra, foi promovido a 3. a<br />

distribuidor.<br />

No Diário d'âmanhã será publicado<br />

um viso da direcção geral de iustrucçào<br />

publica, abriudo novo concurso par.,<br />

compêndios da i. 4 , 2. a e 3. a parles<br />

da instrucção secundaria e para o<br />

periodo trausitorio.<br />

Vem publicada no Diário do Governo<br />

d'hontem a3. a e ultima parte<br />

do regulamento de instrucção primaria.<br />

Por esse regulamento são instituídos<br />

cem prémios pecuniários de<br />

60$000 réis cada um, exemplos de<br />

qualquer imposto, sendo alem d'isso<br />

creadas medalhas d'ouro, prata e<br />

cobre para premiar os serviços distinctos<br />

e diuturnos. A primeira só<br />

poderá ser concedida, mediante o<br />

31 Folhetim da RESISTENCIA<br />

parecer afirmativo do conselho superior<br />

d'instrucção publica aos pro<br />

fessores que tenham mais de 20 an-<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão anterior.<br />

Mandou orçar a despezaa fazer com a reparação<br />

da casa da escola elementar do sexo<br />

masculino da freguezia de S. Martinho do<br />

B spo e coui a compra de mobília para a<br />

mesma.<br />

Mandou passar licenças para apascentarnento<br />

de cabras a três proprietários do concelho.<br />

Iníprmuu favoravelmente um processo para<br />

a admissão delinitiva no ho-picio dos abandonados<br />

de uma creança orphã de pae e mãe.<br />

Auctorisou pequenos torneamentos a saber:<br />

— lenha para o asylo de Cellas, impressos paia<br />

a commissão do recenseamento militar; papel,<br />

penas e tinta, para o serviço da monlureira.<br />

Auctorisou a reparação mais urgente da<br />

fonte da Paiheira, ate á quantia de cmcoent.><br />

uni réis.<br />

ííesolveu chamar a altenção do commissario<br />

de po icia para as trausgiessões praticadas<br />

na praça do Counnerciu junto da egreja de S.<br />

Tliia .o e no mercado de 1). Pedi o V, durante<br />

algumas horas da noite.<br />

Auctorisou a presidência providenciar par.c<br />

o melhoramento dos serviços da couducçao do»<br />

ijecios do edificio dos hospitaes da Lniversi<br />

dade para a monlureira do íngote.<br />

Hesolveu eievar a mu réis o preço para a<br />

venda de cada um metro de estrume da monlureira,<br />

dando-se d'esta deliberação coiilieci-<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

mento aos povos por meio de editaes, bem teressante joraal que se publica no Porto, sob tecido, e ao ex.<br />

como de que todas as pessoas, qus tenham a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />

estrumes em deposito na monlureira, deverão O numero que acabamos de receber contém<br />

retirai os dentro em oito dias da data dos os seguintes artigos:<br />

vales da compra; que esta resolução terá effeito Texto—A evolução religiosa primitiva.—Os<br />

nos de serviço e 5 prémios ; a se- do primeiro de setembro em diante e qus os Magyares e a exposição do millenario da Hungunda<br />

aos que tenham 15 e 3 pré- vales não serão passidos depois do dia 20 de gria.—índia.—Costumes e religiões dos diver-<br />

cada miz.<br />

sos povos: O culto dos mortos.— Africanos e<br />

mios; a terceira aos que tenham 10 Resolveu mandar examinar as condições dn inglêses: O Lobengula vivo—Thermas e praias:<br />

e 2 prémios.<br />

segurança de uma parte do muro, que divide Caldellas.— Assumptos brazileiros: A ilha da<br />

a propriedade do fallecido José Mana Pessoa Trindade.—Viagens e explorações: Travessia<br />

e o asylo de Cellas.<br />

dos Andes.—Um príncipe do Líbano.—Histo-<br />

Resolveu que os pelouros da limpeza da ria de geographia : Endoxio de Cysico, suas<br />

cidade e dos incêndios fiquem per emquanlo descobertas. — Heroismo das mulheres portu-<br />

a cargo da presidencia, nas faltas aliaz justifiguêsas.—Dramas do mar: O navio mysterioso<br />

cadas do vereador respectivo.<br />

—Pelas colonias. — Pelo mundo : Peixes-ho-<br />

Auctorisou o pagamento dos vencimentos do mens e bomens-peixes, Policias inglêses a rou-<br />

thesoureiro relativos ao môs de julho, salários bar. Congresso geographico.<br />

do pessoal da limpeza da cidade e canalisações Gravuras — Encontrou elle três mulheres<br />

d'agua, material para os serviços da limpeza crucificadas em arvores.... — O Balneario.—<br />

na somma de 39$2â7 réis, na segunda quinzena Hotel da Boa-Vista.— Sala de jantar do Hotel<br />

de julho: conservação dos reservatórios de da Boa-Vista.—Um príncipe do Libano.—Nes-<br />

agua 25$335 réis; despezas com o asylo d» te momento o meu olhar fixou-se de novo no<br />

Cella% em julho 45$390 réis; rebaixamento de capitão.<br />

uma valia para canali-açã.i d'aguas potáveis Preço da assignatura : trimestre, 750 réis ;<br />

em terrenos do asylo 7^160 réis; conservação províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />

d'arvores 3$3tí0 iéis; limpeza de um cano de Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />

exgoto ao porto d s Bentos í$440 réis; repa- Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 92,<br />

ração de calçadas 15$710 réis; conservação do ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />

editicio do governo civil £ia julho 36iS860 Porto.<br />

réis.<br />

Mandou orçar a despeza a fazer com a repa<br />

ração do caminho entre a ponte d'agua de<br />

Maias e a montureira, situada na ladeira do Gazeta das Aldé-an—Importante se-<br />

ln gole.<br />

manario de propaganda agrícola e vulgariza-<br />

Approvou as condições para a arrematação ção de conhecimentos úteis que se publica no<br />

da empreitada da reparação do laboleiro da Porto.<br />

ponte de Coen.os, na freguezia de Ceira, É seu redactor principal o sr. dr. Antonio<br />

orçada em 48*870 réis, mandando annunciar de Magalhães, distincto chimico analysta do<br />

desde já esta obra.<br />

Laboralorio Chimico-A^ricola do Porto.<br />

Apresentadas pela presidencia cinco pro- O u.° 34 que recebemos insere os artigos sepostas<br />

etcnpUs para — venda de uma porção guintes :<br />

de terreno ao porto dos Lázaros, que não foi A emigração (II), Antonio M. Borgesd'Arau-<br />

aproveitado para a construcção do matadouro; jo.—Galhas phylloxericas no «Arauion Rupes-<br />

venda de uma facha de terreno para edificações tris», F. Palma de Vilhena. — Cultura do To-<br />

uo caes da * idade, por virtude do alargamento pinainbo (111), A. M. Lopes de Carvalho. —<br />

do mesmo caes; venda do terreno e casa do Avicultura, Jose A. de Oliveira.— Osanimaes<br />

antigo matadouro; applicação do rendinient domésticos (AL), Trigueiros Martel.—A indus-<br />

produzido pela venda da tacha de terreno no tria dos lacticínios, A manteiga (V), com gra-<br />

caes paia aterrar, arborisar e ajardinar os tervura/ dr. Antonio de Magalhães.—Extraordirenos<br />

da insua ao porto dos Bentos; e cedeu naria precocidade, dr. José de Magalhães.—<br />

cia gratuita de terreno á Associação Commer- Praticas viniculas, Pastonzaçâo do vinho (III),<br />

cial para a cuiislrucção de uma casa para a dr. Antonio de Magalhães—Agricultura colo-<br />

>uas sessões e para » fundação de uma escola nisl portuguêsa, Mello de Mattos.—Folhetim:<br />

commercial; foram voladas todas • unanime O abysino, Carlos Deslys, traducção de Julio<br />

Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa. mente pela vereação, resolveiido-se dirigir Gama. — Secções e artigos diversos : A vida<br />

Vereadores presentes: — effectivos: arce- superiormente os pedidos para a precisa aucto- agrícola. —Ovos de gemina negra. — Palestra<br />

diago JoseSiniOes Dias, bachare Jo?é Augusto risação.<br />

semanal—Processos e receitas uleis— Consul-<br />

Gaspar de Mattos, José Antonio dos Santos,<br />

tas—Chronica dos acontecimentos.<br />

Aulonio José de Moura Basios, José Antonio<br />

Toda a correspondência relativa á Gazeta<br />

i.ucas, José Marques Pinto e Albano Gomes<br />

das Aldêas, quer se trate de assumptos da re-<br />

Paes.<br />

dacção, quer de negocios de administração e<br />

vales do correio, etc., deve ser dirigida exclusivamente<br />

ao seu director, Julio Gama, rua do<br />

Costa Cabral, n.° 1216, Porto.<br />

mo sr. dr. Daniel de<br />

Mattos, um dos illustres clinicos conferentes,<br />

tributam o seu profundo reconhecimento<br />

pelos esforços que suas<br />

ex. as no exercício da sua benemerita<br />

profissão empregaram para a salvação<br />

do enfermo.<br />

Ao ill. m0 sr. Antonio da Silva Cabral,<br />

hábil enfermeiro dos hospitaes da Universidade,<br />

agradecem penhoradissimos<br />

os valiosos serviços que prestou na<br />

doença do saudoso extincto, e ao seu<br />

prestimoso amigo sr. Alexandre Horta,<br />

que desinteressadamente tratou do funeral,<br />

correndo as despezas a expensas<br />

suas, tributam o penhor da sua<br />

gratidão inolvidável.<br />

Nestas singellas palavras que lhes<br />

saem do coração ainda tão dilacerado<br />

pela irreparavel perda que os lançou<br />

na viuvez e orphandade, cumpre-lhes<br />

o dever de não esquecer o agradecimento<br />

que é devido a todos os cavalheiros<br />

que tomaram parte no sahimento<br />

fúnebre, ao «Monte-pio Conimbricense<br />

Martins de Carvalho» e caixas económicas<br />

«União Operaria» e «1.° d'0utubro<br />

do Bairro Alto» que se fizeram<br />

representar pelas suas direcções e muitos<br />

sócios; s. finalmente ás illustradas<br />

redacções do «Coniitóricepse», «Tribuno<br />

Popular», «Resistencia» e «Defensor<br />

do Povo», pelas expressões de<br />

condolência que lhes dirigiram e pelas<br />

referencias lisonjeiras que fizeram ao<br />

fallecido.<br />

A todos, pois, manifestam o seu mais<br />

delevel dever de gratidão, e pedem<br />

desculpa de qualquer falta involuntária<br />

que tenham commettido.<br />

Coimbra, 25 d'agosto de 1896.<br />

F. Fernandes Costa<br />

E<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

Despachou requerimentos: attestando ácerca<br />

do conipoi lamento de diversos ; concedendo<br />

trinta dias de licença ao guarda do cemitério,<br />

e aUctorisando o seguinte: colloeação de letreios<br />

e taboletas em estabelecimentos particulares<br />

, alinhamento para a continuação de um<br />

muro de vedação a um prédio no logar da<br />

Conraiia; alinhamento para uma casa na Ri<br />

beira de Frades; collocação de postes para<br />

festejos populares no logar do Ameal; providencias<br />

a adoptar pelo commissariado de poli<br />

cia acerca de caua.isões de exgoio, em um<br />

saguão particular; meios a empregar para o<br />

melhoramento das condições da distribuição<br />

d'aguas em Antanhol.<br />

Bibliographia<br />

«Hala d«» Europa» — Com o presente<br />

numero, oti, que recebemos ha dias, entra<br />

este importante jornal no 3." anno da sua pu-<br />

Dliçação.<br />

A sua iliustre redacção e sollicita emprása<br />

enviamos as nossas felicitações, desejando-lhes<br />

Iodas as piospenuades.<br />

A pai til- dVste numero reassumiu a direcção<br />

politica oa Mala da Europa o sr. conselheiro<br />

lhomaz Ribeiro.<br />

Jornal de Viagens e aventuras de<br />

terra e mar. — tteceheiuos o n.° 21 d'este ín-<br />

Agradecimento<br />

Maria do Ó Leal e seus filhos, na<br />

impossibilidade de agradecerem, como<br />

desejavam, tanios e tão assignalados<br />

favores que receberam durante a dolorosa<br />

enfermidade e ainda pelo passamento<br />

de seu saudoso marido e pae<br />

Cypriano Leal, vêm por esta fórma<br />

loirar bem publica a sua muita gr&tidao<br />

para com todas as pessoas que em tão<br />

evcruciante e aíllictivo transe lhes<br />

dispensaram seus favores.<br />

Aos illustres e abaiisados clinicos,<br />

os ex. uiu! srs. conselheiro dr. Costa<br />

Alemào e drs. Augusto Rocba e Auni-<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do YiscondeJdaJLuz, 50<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5.° anno de Direito, continha<br />

a leccionar Historia, Geographia<br />

e Philosophia.<br />

Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />

Lições de hygiene publica<br />

PELO<br />

UR. A. X. LOPES VIEIRi<br />

PREÇO, 10000 RÉIS<br />

Á venda na Imprensa da Universioal<br />

Maia, médicos assistentes do fal- dade.<br />

JOÃO DÂS GALÉS<br />

XXI<br />

O porteiro do n.° 53<br />

—Vi, pensava elle, o estudante de<br />

Direito do segundo andar, compra<br />

cretonne Louis XVI, para agradar a<br />

M. elle Num certo dia surprehendeu esu No dia seguinte de manhã pôz-se de —Hermann? um medico?<br />

— É certo que Villedieu vive alli com<br />

conversa:<br />

uovo a escutar e ouviu:<br />

—Sim, senhor commissario.<br />

sua mulher.<br />

— Náoiomprehendo, senhor, a vossa —Aules queria que M. de Villedieu — Será por acaso um medico de la- 0 porteiro foi por o caminho repe-<br />

infamia para me reler aqui cont a me assassinasse.<br />

drões ?, disse elle comsigo.<br />

tindo :<br />

d uuuha voulade, para me encerrar — Ou! otil fez elle.<br />

— Em seguida accrescentou :<br />

— Olha se eu não tenho a ideia de<br />

uesle gabiuele uegio quaudo saís, paru Couscio dos seus deveres, este ho- — Não ouviste mais nada?<br />

vir advertir a policia.<br />

vos atreverdes a ueitar-vos uo ateu uesto porteiro foi consultar o ven- — Sim, ouvi: Esumana mais que Ao passar disse ao ouvido de seu<br />

quarto diante da janella.<br />

deiro seu viziuho e seu compadre. Villedieu me assassinasse.<br />

compadre vendeiro:<br />

—Eu não faço mais de que executar —Seuhor Euiar, vós que sois um —Villedieu?, estaes bem certo de ou- — Parece que ha coisa grave.<br />

as Oiueus Uo vosso marino, sentioia. uoitiem ltuo, avisaríeis a justiça, uo viu prouuuciar esse nome ?<br />

0 vendeiro, entrou em casa da fru-<br />

—Meu mai ido, uao tem o direito dc meu caso.<br />

— Ou! sem duvida, senhor commiscteira sua vizinha e disse-lhe:<br />

me sequestrar, de uie tralar assim Eu — Meu vizinho, disse gravemente o sario.<br />

— Parece que ha coisa grave no 53.<br />

oao quero despir-me diaule ue vós, e vendeu o, é pieuso estar sempre de — E quem dizia isso?<br />

— 0 que é?<br />

assim uào posso doiuur.<br />

nem com a policia. Aaveili-u—Ainda — A mulher.<br />

— Não sei.<br />

Titine, mas nunca vi mobili t como O purteiiu ouviu aiuda:<br />

que nada ue giave sts passe, sempie — Em que sitio fica a vossa casa ? Alguns minutos depois, quando Le-<br />

esta. Eis aqui uns ricassos! Mas, se<br />

— Tremei se eu poder avisar a<br />

e ootn que ella veja.<br />

— Na rua Mazariue, n.° 53.<br />

bigot foi comprar um bouquet e peras<br />

são ricos, para que virão habiUr o meu<br />

justiça.<br />

—E juslo, disse o porteiro, se nada — E que audar occupam ?<br />

para uma compota, a fructeira disse-<br />

paiol?<br />

Esta palavra soou aos ouvidos do<br />

se passa ue grave, nenhum mal poderá — O segundo.<br />

lhe:<br />

Quando percebeu que havia uma mu<br />

porteiro como se lóia a trombeta uu succeder.<br />

— Esia bem. Procedeste correcta- — Sois vós que habitaes o n.° 53 ?<br />

. lher nos aposentos, disse:<br />

juízo Uual.<br />

E loi a casa do commissario de polimente, vindo procurar-me. Agora vol- — Sim.<br />

— Uma mulher que nunca sáe, é<br />

cia.tareis<br />

para vossa casa, e nao altera-<br />

—15 forçoso que eu esclareça este<br />

— 0 que é que se passa na vossa<br />

por certo menina que roubaram á fami-<br />

—Senhor, lho disse, com vossa reis em nada os vossos hábitos.<br />

mysleiío, dizia eile; se alguma coisa<br />

casa ?<br />

lia. Mau negocio.<br />

licença, aluguei a particulares um com- — Não fadeis a pessoa alguma nesta<br />

de grave se passa uo meu paiol, ie-<br />

— Absolutamente nada.<br />

Depois viu Lebigot ir pessoalmente<br />

partiuteulu da mintta casa e elle mau- visita.<br />

cahira sobre mim e.. •<br />

— Oh! ha por força qualquer coisa.<br />

fazer as compras, aílirmar-se nas pes-<br />

(jaraiu-uo acolchoar.<br />

soas que encontrava, e não s-aír nunca<br />

Espeiou debaiue ouvir mais alguma<br />

— Sim, senhor commissario.<br />

Lebigot olhou attentamente para a<br />

— Estavam uo seu direito, se o pro-<br />

sem ter explorado a rua com a vista.<br />

coisa. Nada mais se passou uaquelie<br />

— E quaudo tiverdes a certeza de fructeira.<br />

prietário a isso se não oppôz, disse o<br />

No primeiro dia, o porteiro pensou:<br />

compartimento.<br />

que o homem e a mulher estão nos — Não sei nada, disse elle.<br />

commissario.<br />

seus aposentos vireis immediaiamente — Ha por força alguma coisa, repe-<br />

— Poderia muito bem, este pelintra — Tremei que eu possa avisar a —Sim, mas essa pessoa, levou para parlicipar-m'o.<br />

tiu a fructeira.<br />

encarregar me de fazer-lhe as com- justiça?, murmurava o porteiro, disse ali uma mulher, occullamente, e eu — Sim, senhor commissario.<br />

Lebigot comprou as provisões, metpras.<br />

isto essa mulher, talvez devesse avi- ouvi-lhe uizer: Tremei se eu podei — Ficareis portanto, sabendo: que teu-as no césio e disse:<br />

No segundo dia, mormurava.<br />

sar a justiça também? Nao quero que avisar o justiça.<br />

não fatiareis a pessoa alguma e não — Ah! com que então, ha qualquer<br />

—Aqui ha negocio escuro.<br />

aconteça qualquer coisa de criminoso 0 commissario prestou mais attenção. vos afastareis da vossa porta sem a c«isa!<br />

E, como elle tratava do menage d'um uu meu paiol. Esta pobre mulher uào —Ahi e ba que tempo levaram elles certeza de que os dois se acham alli Saiu da rua Mazarinee enfiando pela<br />

par que habitava os aposentos junto dirá naua por se achar sequestrada? para alli essa mulher?<br />

dentro.<br />

rua de Saint-André-des-Arts, atirou o<br />

dos de Villedieu, fez um buraco na Se é seu marido que assim a tem ?, — Haverá uma semana talvez.<br />

0 porteiro partiu. 0 commissario per- cesto fóra e desappareceu.<br />

bandeira da porta, e passava o seu antes de tudo elle e u senhor?<br />

—Cumu se chama o vosso locatário? correu as iustrucções enviadas á per-<br />

tempo a escutar.<br />

0 poiíeiru eslava perplexo.<br />

— Hermann.<br />

fítiura e esfregou as maos de contente.<br />

[ContinuA)i


CAVALLOS<br />

16 Muares, etc.; esquinencias,<br />

«1 sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc . curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferivel ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos.<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depositos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira á Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

YENDE-SE<br />

15 A morada de casas sita<br />

A na rua do Morêno n.°*<br />

7 e 9, facultando se ao comprador<br />

o pagamento a praso mediante<br />

juro razoavel.<br />

Tracta-se na rua da Sophia,<br />

35.<br />

P I A N O<br />

14 TTende-se um na rua de<br />

* Joaquim Antonio d'Aguiar<br />

Casa em bom local<br />

13 TTende-se uma, de 4 andaf<br />

res e magnificas lojas,<br />

na Couraça dos Apostolos, n.° 35.<br />

Quem pretender fale com<br />

Adriano da Silva e Sousa, na<br />

mesma casa.<br />

Liquidação<br />

12 Ma loja de Alves Borges,<br />

ll successor, rua do Visconde<br />

da Luz, n. os 64 a 66, se<br />

vendem por preços modicos,<br />

pregos de ferro suecio e escocio<br />

de embutir, para ferragens, e<br />

outros objectos a liquidar, e<br />

algumas qualidades de ferro<br />

suecio e escocio.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentaria<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA<br />

De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />

consultas todos os dias das<br />

9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />

Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Em agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

Casa para arrendar<br />

N<br />

11 a quinta de Santa Cruz,<br />

Praça de D. Luiz, ha<br />

um andar; tem agua e quintal.<br />

Tractar com Alberto Carlos<br />

de Moura, rua Ferreira<br />

n.° 6.<br />

Borges,<br />

Bom emprego de capital<br />

10 TTende-se uma casa sita<br />

w aos Arcos do Jardim, n.°<br />

41, com fundos para Santa<br />

Cruz. •<br />

0 motivo da venda é o ter<br />

de retirar-se d'esta cidade o<br />

seu proprietário.<br />

Para informações, na loja do<br />

sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />

Borges, ou coto o sr. Antonio<br />

Maria Leite de Albuquerque,<br />

empregado no Lyceu.<br />

Loja da China<br />

Ferreira Borges<br />

9 A caba de chegar um gran*<br />

íl dé sortimento de leques,<br />

sombrinhas e estores, japonèses<br />

e chinêses.<br />

Especialidades da casa<br />

CMs e cafés<br />

Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA - Domingo, 20 de setembro de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

SENHORIM<br />

(BEIRA (BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, pharmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas arci.mmodações<br />

desde 10200 réis<br />

comprphendendo serviço, club<br />

f»tc Bónus para ns médicos<br />

O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehepd». 60 banheiras de 1 . a a 5.* classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do"'reino, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />

— Faz -se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'shi, 5 kilometros de esirada de macadam, em bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea d&Bèirâ Alta está. directamente ligada com todas as linhas ferreis hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Cacerer;'Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, PharDiaoia Andrade, rua do Alecrim, 125<br />

0 hotel.,M--este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

VENDA<br />

7 yende-se em C0ZELHAS<br />

» uma linda vivenda, que<br />

se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

agua, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. Éem sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

0 comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castauheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra.<br />

Assignatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

<br />

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Zi °<br />

m<br />

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•ra. O-<br />

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N.° 161 COIMBRA—Quinta feira, 3 de setembro de 1896 2.° A N N O<br />

Aos que atacam o rei,<br />

defendendo a monarchia<br />

0 quadro da Misericórdia do Porto<br />

com um mao chefe do Estado, o re- mudança d'instituições, de que degular<br />

funccionamento do organismo pende o futuro do país. Este, uma<br />

politico. E tão proeminente o logar vez operada a transformação, esco-<br />

que neste occupa o poder moderalherá quem o ha de governar.<br />

dor, privativamente exercido pelo Não se argumente, pois, com a<br />

É sagrada e inviolável a pessoa<br />

rei, que o mao uso das attribuições falta d'homens de valor no partido<br />

do rei, diz a carta constitucional.<br />

que ,formam fesse poder fatalmente republicano. Quem ataque o rei e<br />

Principio fundamental da fórma<br />

determinará gravíssimas irregulari- reconheça que no país ha um cida-<br />

monarchica, esta disposição sancdades,<br />

na publica administração. dão que lenha merecimentos supeciona<br />

a completa irresponsabilidade<br />

Dado que, porém, se pretendesriores a elle para chefe do Estado,<br />

do rei pelos actos que pratique como<br />

se annullar a influencia do rei, a deve pugnar por uma mudança de-<br />

chefe do Estado ou simples parti-<br />

fórma monarchica seria egualmente stituições.cular.<br />

Não é responsável o rei, no-<br />

indefensável para os que o censu- Se não quizer ir até. ahi, mantemeando<br />

ou demiltindo os seus miram.<br />

Para outra entidade passariam nha-se dentro dos limites da carta<br />

nistros, como o não é no exercício<br />

as funcções de chefe do Estado, não e espere que o rei se regenere. Pôde<br />

das relações conjugaes; é a mesma<br />

havendo na escolha d'ella as neces- até pedir a Deus que o converta,<br />

a sua inviolabilidade, quando de<br />

sárias garantias; e, por outro lado, que a carta não o prohibe.<br />

manto régio aos hombros lê o dis-<br />

a nação continuaria a dispender<br />

curso da corôa, como quando de ge-<br />

enormes sommas com a monarchia,<br />

resana vae esperar touros; é egual-<br />

DR. ANTOMO JOSÉ D'AUEI!)A<br />

o que, nas circumstancias difficillimcnte<br />

sagrado, quando quebre um<br />

mas em que o thesouro se encon- Pelas ultimas noticias vindas da<br />

juramento,'como quando a tiro mate<br />

tra, é um argumento de não pouca Africa soubemos que este nosso que-<br />

um touro ou andorinhas.<br />

rido amigo tinha chegado a S. Tho-<br />

ponderação contra a actual fórma<br />

Sempre inviolável, o rei não deve<br />

mé, vindo de Loanda. Gosava saú-<br />

de governo.<br />

de e fixára definitivamente a sua re-<br />

ser elogiado por qualquer acto, como<br />

Com um mao rei, pois, nunca<br />

siHencia naquelia cidade.<br />

também não pode ser censurado. A<br />

Ali soube da publicação da 2.<br />

poderá ser boa a monarchia. Quem<br />

censura não pode ferí-lo; o elogio<br />

sustente o contrario é, pelo menos,<br />

não pôde dar-lhe prestigio.<br />

incoherente.<br />

A coberto das apreciações dos<br />

homens o põe a carta constitucio-<br />

Mas onde está um homem no<br />

nal, emquanto fór pessoa ; livre-se<br />

partido republicano, dizem, para<br />

elle de que os irracionaes, que des-<br />

exercer o logar de chefe do Estado?<br />

conhecem os principios em que se<br />

Nós reconhecemos que a monarchia<br />

basêa a politica monarchica, o tor-<br />

funcciona mal, mas não vemos homens<br />

no partido republicano que<br />

nem uma cousa. O rei não está su-<br />

nos garantam que a Republica dará<br />

jeito a responsabilidade alguma; só<br />

melhores resultados.<br />

os irresponsáveis, dentro do credo<br />

monarchico, é que o podem ag- Assim argumentam os monarchigredir.cos<br />

que, censurando o rei, comba-<br />

Esta doutrina é indiscutível para tem o partido republicano. Muito<br />

todos os monarchicos.<br />

generosos, confessam que o partido<br />

Quem censure os actos do rei, republicano teve grandes homens,<br />

quem affirme que elle procede le- como Latino Coelho, Elias Garcia,<br />

vianamente, no exercício das suas José Falcão, Rodrigues de Freitas...<br />

funcções, como chefe do Estado ou porque já morreram; e, para provar<br />

nos actos que pratique, como parti- que os que vivem nada valem, fazcular,<br />

desacata um dos principios se o recenseamento dos jornaes re-<br />

fundamentaes do actual regimen popublicanos de Lisboa e Porto, como<br />

litico e razão ha para que se lhe se elles foram o partido!<br />

chame incoherente, quando, após a Ainda ha pouco assim fallava o<br />

censura, continue a dizer-se monar- Jornal do Commercio.<br />

chico.<br />

Não é possível raciocinar d'um<br />

Dizer que é mao o rei e que é modo mais lastimoso. Que o parti-<br />

boa uma fórma de governo que não do republicano tenha ou não ho-<br />

permitte imputar-lbe a responsabimens de valor, é isso completamenlidade<br />

dos actos que pratique e aste indilferente ao assumpto que se<br />

segura a sua perpetuidade no exer- discute. Preferir a monarchia á Recício<br />

do cargo, se não é uma incopublica quem ataca, pelo mau exerherencia,<br />

é um verdadeiro contracício das suas funcções, o chefe do<br />

senso.<br />

Estado, só o pôde fazer affirmando<br />

Podem operar-sê reformas poliT que não ha no país quem possa com<br />

ticas, dentro do systema monarchi- vantagem substituir o rèi.<br />

co; é este susceptível, num ou nou- Não é necessário que um cidadão<br />

tro ponto, de aperfeiçoamento; mas, tenha militado activamente no par-<br />

por mais importantes que sejam as tido republicano, para que seja eleito<br />

reformas effeituadas, nunca estas primeiro magistrado da nação.<br />

farão d'um mao rei um bom che- Os acluaes republicanos nada<br />

fe de Estado e nunca será possível, mais fazem do que pugnar por uma<br />

a<br />

edição da Desaffronta, para a qual<br />

tencionava mandar algumas emendas<br />

que já não poderiam chegar a<br />

tempo.<br />

Escusado será dizer que o nosso<br />

distincto correligionário não receberá<br />

nem um ceitil d'esta edição,<br />

como já não tinha recebido da primeira.<br />

Promette-nos o nosso antigo collega<br />

algumas cartas d'ali, distincção<br />

que muito honra o nosso jornal e<br />

que nós muito agradecemos.<br />

Os últimos telegrammas de Manica<br />

dizem que a insurreição nas<br />

Filippinas tem alastrado muito.<br />

Dr. Eduardo Vieira<br />

Partiu para a Figueira da Foz, com<br />

sua ex. ma famiiia, o nosso querido amigo<br />

e prestimoso correligionário dr.<br />

Eduardo Vieira, conceituado advogado<br />

nesta cidade.<br />

Vae em caminho d'uma solução<br />

amigavel a pendencia entre a Italia<br />

e o Brasil. Os ânimos neste país<br />

serenaram em virtude das medidas<br />

adoptadas pelo governo, que tem<br />

sido energico e prudente.<br />

Dr. Fernandes Costa<br />

Acompanhado de sua ex. ma Levantou-se ultimamente uma<br />

controvérsia ácerca da identidade<br />

dos personagens que neste quadro<br />

figuram, bem como ácerca do artista,<br />

ao qual deve altribuir-se esta<br />

obra gloriosa.<br />

A questão tratada em folhas volantes,<br />

de afogadilho, por entre biscas<br />

pessoaes, com argumentos de<br />

intuição e elaboração intellectual sobre<br />

photographias e gravuras, ficará<br />

sendo uma das anedoctas mais<br />

probativas do estado de fragilidade<br />

e de somnambulismo em que se encontra<br />

entre nós a educação dos<br />

espíritos embicados á predilecção e<br />

ao estudo da Arte.<br />

A sacola da dialéctica cheia de<br />

argumentos leves como cascas de<br />

alhos, esvaziou-se ao primeiro embate;<br />

e a polemica terminou por inanição.<br />

E bom foi, porque o fiasco ameaçava<br />

prolongar-se com a intervenção<br />

dos noticiários e das correspondências<br />

das praias.<br />

A critica instruída, embora fallivel,<br />

que tinha pronunciado sobre<br />

essa peça magistral os nomes de<br />

Holbein, Quenlin de Malsys, Bernard<br />

van Orley, ou qualquer outro<br />

da eschola de Gerard Da^id; que<br />

tinha estabelecido, com mais ou menos<br />

segurança, mas em todo o caso,<br />

com erudição profunda, elucidações<br />

preciosas de orientação no dominio<br />

das obras de origem ou influencia<br />

flamenga em Portugal, cedeu o logar<br />

a prelenções arbitrarias e fatuas<br />

de Van-Eyck, de méro espalhafato<br />

e argucias de lana caprina I. ..<br />

Mas, como nada no mundo se<br />

perde, o lado util d'este incidente<br />

foi fixar a attenção sobre um inclassificável<br />

delicto, que tem passado<br />

desapercebido, e deve levantar<br />

a inexorável condemnação de lodos<br />

os homens cultos.<br />

O quadro Fons vitae! da Misericórdia<br />

do Porto foi ha cerca de dois<br />

annos restaurado peia fórma mais<br />

audaciosa e barbaral<br />

Que é das medidas de repressão<br />

tantas vezes sollicitadas e promettidas?...<br />

Essa pintura extraordinaria achase<br />

repintada com toda a impudência<br />

d<br />

esposa e<br />

filhinhos, partiu para Foz d'Arouce, onde<br />

conta demorar-se todo o mês de setembro,<br />

este nosso querido amigo e distincto<br />

professor do lyceu de Coimbra.<br />

Regressou a Coimbra o nosso<br />

querido amigo sr. Antonio Albino<br />

de Carvalho Mourão, que ha dous<br />

mêses andava inspeccionando as<br />

escholas d'instrucção primaria no<br />

districto d'Aveiro,<br />

? pedras preciosas, ficará murcha e bi_<br />

tuminosa pela superposição de côres<br />

espessas e falsas 1<br />

Como poude praticar-se um tal<br />

desacato sem um brado de indignação<br />

geral!. ..<br />

Mas a aggravante incomprehensivel,<br />

que attinge as raias do inverosímil,<br />

é o facto de haver sido a<br />

obra realizada com o beneplácito e<br />

o apoio d'uma commissão de professores<br />

de bellas-artes das Academias<br />

do Porto e Lisboa!<br />

Isto é positivo 1!<br />

A direcção da Misericórdia pôde<br />

illibar-se por este modo de todas as<br />

responsabilidades, que vão esmagar<br />

vergonhosamente esses deploráveis<br />

conselheiros I.. .<br />

Mas a imprensa do Porto porque<br />

não acoça sem tréguas essa perversidade<br />

derrancada e estúpida que<br />

por lá anda ás soltas, que assolou<br />

o quadro da Misericórdia, e que no<br />

Museu municipal anda exercendo as<br />

mesmas sevícias sobre as obras capitaes?<br />

E ha de continuar, se o protesto<br />

não fôr unanime e violento, sem<br />

contemplações e sem caridade 1<br />

Por lodo o país, cidades e aldeias,<br />

as palavras são impotentes<br />

para castigar a reincidência de taes<br />

crimes. Tem-se visto que o processo<br />

da propaganda e da persuasão<br />

só pôde dar resultados imperceptíveis.<br />

Abra-se um novo capitulo no codigo<br />

penal:—a cadeia e a Africa,<br />

para esta especie execravel de incorrigíveis<br />

malfeitores 1<br />

A.<br />

N. B.—Depois de escripta esta<br />

algarvia, lemos na Marselheza:<br />

«Segundo um telegramma que hontem<br />

recebemos de Évora, acaba de ser<br />

demonstrada alli, a authenticidade do<br />

quadro da misericórdia do Porto, attribuido<br />

pelo sr. Moreira Freire a um<br />

dos irmãos Van Eych.»<br />

A tribu dos curiosos a fazer das<br />

suas!<br />

Partiu para a Figueira da Foz, em<br />

companhia de sua ex.<br />

uminaudito escandaio e duma<br />

requintada brutalidade 1<br />

Esse odioso attenlado por em<br />

quanto tem o salvaterio illusorio do<br />

verniz; mas não é precisa grande<br />

somma de perspicacia technica, para<br />

se reconhecer toda a extensão do<br />

deplorável estrago.<br />

As laccas dentro do curto periodo<br />

de dez ou quinze annos tornarse-hão<br />

opacas e inertes e a primitiva<br />

coloração brilhante de velatu-<br />

,as, translúcidas e intensas, como,<br />

ma familia, o sr.<br />

conselheiro dr. Antonio dos Santos Viegas,<br />

illustre decano da Faculdade de<br />

Philosophia.<br />

Colyseu Figueirense<br />

No dia 8 de setembro, é a 3." corrida<br />

da epocha.<br />

Grandiosa e excepcional festa tauromachica,<br />

promovida pela direcção do<br />

Colyseu Figueirense, em beneficio da<br />

Santa Casa da Misericórdia de Buarcos.<br />

Tomam parte nesta excepcional corrida<br />

o insigne espada»—Rafael Guerra<br />

(Guerrita), acompanhado da sua cuadrilla;<br />

e os mais distinctos artistas<br />

nacionaes.<br />

Os touros são do ganad&ro sr. Failstino<br />

da Gama.<br />

O cavalleiro nesta corrida é Ma*<br />

nuel Casimiro.


Litteratura e Arte<br />

BALLADA<br />

D'um bosque verde de loureiros sáe<br />

Ella, toda em marfim e oiro.<br />

De marfim o corpo, d'oiro os seus cabellos.<br />

Baixos os olhos, numa nuvem d'oiro<br />

anda a boiar o seu olhar azul, como se<br />

se desfizessem a borboletear as suas<br />

pestanas loiras.<br />

Vae campos fóra, e a ponta dos seus<br />

cabellos levanta-se leve a ondear no ar,<br />

como vestido leve d'uma bailadeira agitado<br />

por dançar suave.<br />

Riem as fontes, passam os rios a murmurar<br />

baixinho.<br />

Até o vento pára ao Ella chegar e se<br />

põe a andar com ella, devagar.<br />

Ao ladod'Elle, sem o vêr, passa Ella,<br />

e Elle que ia a debruçar-se para beber,<br />

vae-se atraz d'Ella a andar a mêdo.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

Ainda vive a papoila que hontem<br />

te vigiou o somno. . .<br />

ELLE. Dormir! Dormir, dormi<br />

ria eu no manto dos seus cabellos<br />

loiros.<br />

Gobrem-na toda, como as seáras<br />

o Campo. Não ha papoila mais vermelha<br />

que o alto do seu sein.<br />

O ceu é muito doirado e a sua figu<br />

ra loira quasi desapparece comida da<br />

luz d'oiro do ceu.<br />

De repente apaga-se o ceu e de re<br />

pente se faz a escuridão.<br />

Só se vê ainda um momento o seu<br />

vulto, que afinal se desfaz como um<br />

perfume leve.<br />

Carta de Lisboa<br />

Libboa, 28 de agosto de 1896<br />

Chegou hontem das Caldas o sr.<br />

D. Carlos e esse simples facto foi<br />

motivo para que os jornaes monarchicos<br />

se desfizessem em commenlarios<br />

gloriosos ao soberano.<br />

Tal houve que julgou a volta das<br />

Caldas mais gloriosa que a volta<br />

d'uma guerra em que o Bragança<br />

triumphasse.<br />

Nos artigos escriptos a tal respeito<br />

tiola-se todavia a banalidade<br />

A proposito do caso tenho ouvido<br />

algumas informações curiosas. Todavia<br />

nada se saberá, creio eu, emquanto<br />

não fôr pronunciada a sentença<br />

do tribunal arbitral de Berne<br />

sobre a indemnização que teremos<br />

de pagar por termos rescindido o<br />

contraclo do caminho de ferro em<br />

Lourenço Marques com Mac-Murdo<br />

Em todo o caso ahi vão algumas<br />

histórias que lenho ouvido:<br />

1.* Diz-se que a indemnização<br />

nunca será inferior a 400 contos.<br />

Não tendo nós dinheiro para isso,<br />

affirma-se que Rothschild, generoso,<br />

Com tantas claras luzes quebrava-se<br />

o nariz esbarrando a cada<br />

passo com as esquinas.<br />

Francamente, se a esses pobres<br />

homens que laes coisas escrevem,<br />

fosse possível imaginar-lhcs talento,<br />

era caso para dizer que sabiam ser<br />

ironicos alé á crueldade.<br />

Assim, são simplesmente parvos.<br />

x<br />

A FONTE. Aonde vaes? Anda cá,<br />

vem matar a sêde.<br />

ELLE. Quando Ella sorri, abremse<br />

no rosto umas cóvas pequeninas,<br />

como as que faz na terra a agua<br />

das fontes a sair aos borbotões, a<br />

rir.<br />

E as covinhas da sua cara parecem<br />

trasbordar de beijos.<br />

Oh 1 Não poder eu bebera fres<br />

cura d'aquelles beijos.<br />

OS RIOS. Onde vaes sem olhar?<br />

Vê a tua imagem. Quando tu passas<br />

começamos nós a andar mais<br />

devagar para tu te vêres melhor, e, se<br />

o VENTO vem a correr para brincar<br />

comnosco, logo nós nos pomos<br />

a murmurar, e o Vento pára, e tu<br />

vês-te melhor na agua socegada.<br />

Olha os salgueiros, como elles se<br />

miram na agua...<br />

Vieram a correi 1 O centenário da índia parece<br />

definitivamente liquidado.<br />

E pena.<br />

Sempre queria vêr como nos<br />

offerecerá 18:000 contos ao governo<br />

da chapa e o cançasso de quem se<br />

diriam a todos nós onde está a<br />

português para pagar a indemniza-<br />

ELLE. Não vejo nada! Onde es vae cansando de dizer asneiras. De<br />

índia portuguêsa.<br />

ção e para obras no porto de Lou-<br />

tou eu ?...<br />

resto, o rei não lê esses jornaes e o<br />

renço Marques, com a condição<br />

x<br />

povo muito menos. Do que resulta<br />

UMA BORBOLETA. Amasie, en-<br />

d'esta importante possessão ser<br />

o rei andar como um bom viveur<br />

Lisbôa diverle-se.<br />

cegueceste. Eu amei e vou mor-<br />

explorada por uma companhia —<br />

sem que nada o preoccupe e o povo<br />

Milhares de bebedeiras no senhor<br />

rer.. .<br />

parece troça — com uma direcção<br />

andar pensando como isto acabará.<br />

da Serra e na Atalaya.<br />

portuguêsa.<br />

O VENTO. Abre, abre a tua boc- Ha de acabar, é certo.<br />

D'ahi tiram os monarchicos a<br />

2.° Ha lambem uma versão que conclusão de que o país nada em<br />

ca, e deixa encher teu peito.<br />

x<br />

se refere á constituição de uma dinheiro.<br />

Eu trago o arôma de todas as flô-<br />

companhia com capitaes extrangeires,<br />

o perfume de todos os fructos, Boas informações dão-me a co-<br />

Todavia isto é mentira.<br />

ros para fazer as obras no porto<br />

a frescura das fontes e ribeiros. nhecer que o governo tanto se ap<br />

Mas como explicar tamanha festa,<br />

de Lourenço Marques, mediante<br />

Rasga, rasga os teus vestidos e proximou da Inglaterra que se<br />

com tanta falta de dinheiro.<br />

certas concessões.<br />

deixa beijar teu corpo a arder. afastou de mais das outras nações<br />

Muito simplesmente:<br />

Calcule-se o que será.<br />

O resultado é que a Allemanha<br />

O povo, como vê isto perdido,<br />

ELLE. Nunca mais, nunca mais<br />

Além d'estas duas informações,<br />

pretende apoderar-se da bahia dos<br />

trata de integrar os seus calotes no<br />

vêr a terra que me amou.<br />

que são as principaes, outras mui- Grande Cão Nacional.<br />

Tigres que nos pertence e a França<br />

Porque não nasci eu cego, portas<br />

são segredadas, não havendo a<br />

nos faz uma guerra financeira,<br />

X<br />

que havia eu de encontrá-la e sen-<br />

menor duvida de que alguma coisa<br />

temerosa.<br />

tir a sua imagem a queimar-me o<br />

se trama no extrangeiro a propo- Parece que vamos ter novos im-<br />

O governo, eslá claro, não se<br />

olhar como uma braza ?!. ..<br />

sito d'aquella colonia.<br />

postos. Mais um motivo para que<br />

importa com isso e cura unicamente<br />

os patriotas grilem pela Carta.<br />

UMA VOZ. Socega. Sabes quem de saber como ha de mentir todos<br />

x<br />

eu sou ?<br />

os dias ao publico por meio da sua<br />

João de Menezes.<br />

imprensa, que nunca attingiu, como<br />

Os patriotas que se desfaziam<br />

ELLE. Conheço a tua voz. hoje, um gráo de tanto cynismo e<br />

em contumelias perante a lealdade<br />

UMA VOZ. Não, não me conheces! tanta desfaçatez.<br />

inglêsa, a proposito da palhaçada<br />

da ilha da Trindade, andam um<br />

Ouviste uma voz assim um dia, quan-<br />

do campo e, ao<br />

x<br />

pouco encavacados com o bombardo<br />

ao teu lado passou a soluçar a Dôr<br />

deamento de Zanzibar.<br />

saltar na agua, pararam a vêr-se e que è minha irmã.<br />

De todas as terras do Alemlejo<br />

a alizar os seus cabellos verdes<br />

Na verdade é para amortecer o<br />

Eras muito feliz, nem voltaste a chegam noticias de que é terrível<br />

enlhusiasmodos mais dedicados de-<br />

Olha como estão contentes; pare- cabeça.<br />

a crise do trabalho e a fome incvi<br />

fensores de Soveral e seus amigos,<br />

cem uma vaga, como as que faz lá Sabes quem eu sou?...<br />

lavei.<br />

aquella brutalidade, que não esteve<br />

em baixo o mar, parecem uma onda<br />

O governo não tem dinheiro para<br />

verde que vae a partir-se, a desfa- ELLE. Posso lá saber...<br />

longe dedar-se comnosco em 11 de<br />

dar ás camaras municipaes de fórma janeiro, o que tão illuslres patriozer-se.<br />

..<br />

UMA VOZ. Lembraste do Sol?... que algumas, como a de Elvas, são tas esqueceram prudentemente.<br />

Mas não cairão, e vê-los-has sem-<br />

forçadas a vender as suas inscripre<br />

assim, os cabellos caídos, nunca ELLE. Se me lembro...<br />

E se querem que lhes diga a verpções,<br />

para sustentarem os traba-<br />

fartos de namorarem a sua imagem.<br />

dade, parece-me que aquelles ho<br />

UMA VOZ. Pois eu sou filho lhadores.<br />

memsinhos de Zanzibar, não se sub-<br />

Olha para nós, vem banhar teu d'Elle, d'esse senhor tão rico que anda<br />

x<br />

mettendo a ameaças e combatendo<br />

corpo, e nós faremos uma janga- todo o dia a encher o mundo d'oiro<br />

da de folhas e flôres em que irá<br />

Que futuro se eslá preparando como poderam, têm algum direito<br />

Minha Mãe era muito linda, e quan-<br />

a descer teu corpo até ao mar, aca-<br />

para Portugal é coisa que nem lodos a olhar com desdem para a cara<br />

do Elle a amou era tanta a sua alericiado<br />

por todos os salgueiros.<br />

sabem ou lêm a coragem de dizer. estanhada de certos que receberam<br />

gria que a chamaram — a Lua Todavia, affirmar que a ruina, a a bofetada e beijam agora a mão<br />

ELLE. Quem me déra afogar Cheia.. .<br />

deshonra e a miséria nos estão que lh'a deu.<br />

meu corpo nos seus braços delga- Um dia meu pae fugiu e minha cercando furiosamente não é mentir,<br />

dos como as plantas que ha debai- mãe pôz-se a correr atraz d'elle.<br />

x<br />

é fallar a verdade, que ainda assim<br />

xo dagua, tão finas... . E dão a O filho do Sol só anda de noite, não se sabe toda.<br />

De todos os pontos do Alemlejo<br />

morte á gente... .<br />

como os vagabundos, é pallido, como<br />

chegam noticias da miséria dos<br />

todos os vadios.<br />

x<br />

trabalhadores. Ha fome. As cama-<br />

AS FLORES. Olha, olha, somos As vezes, quando de noite minha<br />

nós.<br />

Isto vae mal, muito mal. ras municipaes pedem dinheiro ao<br />

Mãe me encontra, leva-me pela mão<br />

Porque passas, sem nos fallar, tu<br />

E, ou tratamos por uma vez de governo, afim de darem trabalho<br />

á procura de meu pae. E eu vou para<br />

que andavas sempre debruçado so-<br />

arcar de frente com as responsabi- aos miseráveis.<br />

a não magoar, a rir, mas bem sei<br />

bre a terra a sorver o nosso arôma?<br />

lidades ou então somos homens ao O governo diz que não lem, o<br />

que elle nos fugirá sempre.<br />

Somos nós I E temos para ti, só para<br />

mar como os monarchicos.<br />

que não impede os seus jornaes de<br />

Quando a viste desapparecer ce-<br />

ti, os mais suaves de todos os per-<br />

Tentemos o ultimo esforço, que affirmarem a prosperidade do país.<br />

gaste, vê-la-has sempre, serás semfumes.<br />

..<br />

este país eslá a afundar-se.<br />

O que succederá?<br />

pre feliz . . .<br />

Isto não são phrases. Nem sabem Não sei. Mas parece-me certo<br />

ELLE. Quando se abre a sua Amar é mau.<br />

os senhores como isto está desgra- que, se o povo pedir pão em voz<br />

bocca e branquejam os seus dentes, O filho do Sol chama-se Luar, só<br />

çado. ..<br />

alta, não ha de ser precisamente<br />

não ha canteiro de jasmins mais anda de noite, como os ladrões, foi<br />

com a Carta que lhe hão de malar<br />

perfumado que o hálito d'Ella. abandonado do pae, é um vadio....<br />

J. M. a fome.<br />

Que flôr será a dos seus lábios,<br />

x<br />

tão vermelhos, d'um perfume tão<br />

T. C. Lisboa, 1 de setembro de 1896.<br />

O sr. D. Carlos continua a ser<br />

suave ?. ..<br />

Não me cansarei muito a dizer- proclamado um monarcha de virtu-<br />

OS FRUCTOS. Pára. Todo o dia O sr. Charles Lepierre, babil hes que tem feito um verdadeiro des incomparáveis, porque vem das<br />

andou a amadurecer-nos o Sol. professor da Eschola Industrial Bro- successo de gargalhada a fuga dos Caldas, porque vae para Cintra e<br />

Nunca a nossa carne foi tão dôce tero, vae remetter ao governo um jrêsos do governo civil.<br />

porque anda de chapéu desabado.<br />

e tão perfumada...<br />

importante relatorio sobre as con- Um dos que fugiram, como sabem, Estes factos são motivo de largas<br />

Pára! Vaes a morrer de fome. clusões votadas no congresso chy- estava incommunicavel.<br />

apotheoses nos jornaes do governo,<br />

Pára! Mata a tua fome!... mico que ha pouco se realizou em Ha quem diga que este facto íavendo tal que, pelo facto de o<br />

ELLE. Os seus peitos são mais<br />

Paris e de que fez parte.<br />

depõe a favor da policia que mani- chefe do Estado ter accendido um<br />

esta assim — deixando fugir os charuto ao sair do combovo, escre-<br />

*/ redondos e eguaes que duas meta-<br />

jrêsos— a nenhuma utilidade em<br />

des do mesmo fructo.<br />

Não poder eu matar a fome d'este<br />

Foi nomeado professor auxiliar os conservar sob ferros desde que<br />

amôr. ..<br />

da Eschola Industrial Brotero o outros andam á solta.<br />

nosso amigo sr. dr. Francisco da<br />

OS TRIGOS. Onde vaes tão can- Costa Pessoa. Vae reger a cadeira<br />

çado?<br />

de physica, mechanica e desenho Continuam correndo boatos sobre<br />

Pára. São horas de dormir. de machinas.<br />

a venda de Lourenço Marques,<br />

7<br />

Acha-se era uso de banhos na praia<br />

de Espinho, com sua ex<br />

veu: «E logo ao descer da carruagem,<br />

S. M. deu a lodos uma alma<br />

nova illuminando os circumstantes<br />

com as claras luzes do seu espirito».<br />

Estas claras luzes de S. M. dão<br />

uma perfeita idêa do que seria Lis-<br />

)ôa, nas noites da gréve do gaz,<br />

ma familia, o<br />

sr. dr. Antonio Maria de Sousa Bastos,<br />

distincto advogado nesta cidade.<br />

Foi ante-hontem que a caixa economica<br />

1.° de Outubro do Bairro Alto<br />

distribuiu pelos seus associados as quotas<br />

com que cada um entrou durante<br />

o anno, além do producto de outras<br />

receitas eveutuaes.<br />

Fundada ba três annos pelos srs.<br />

José Coimbra, Antonio Viauna e José<br />

Maria de Figueiredo, têm, devido a zelosas<br />

e activas direcções, administrado<br />

os seus capitaes, augmentado de anno<br />

para anno o numero de socios.<br />

No anno que acaba de findar, teve<br />

esta caixa economica um movimento<br />

de 9520765 réis. .<br />

A direcção, composta dos srs. Anuibal<br />

Ramalhete, presidente, José Maria<br />

de Figueiredo, secretario, Antonio Marques,<br />

thesoureiro e José Maximiano,<br />

vogal, foi, por proposta de um dos socios<br />

fundadores, unanimemente reconduzida<br />

para o anno proximo.<br />

A mulher nos Estados-Unidos<br />

Os seguintes dados mostram o desinvolvimento<br />

espantoso que tem tornado<br />

o movimento feminino.<br />

É nos Eitados-Uuidos onde a mulher<br />

tem mais somma de direi os.<br />

Depois da proclamação do bitl em<br />

1870, todas as profissões lhe são accessiveis.<br />

Assim se comprehende que haja<br />

ali 15:000 mulheres exercendo variados<br />

cargos, desde a secretaria da presidencia<br />

da Republica, até aos empregos<br />

do ministério.<br />

Assim, no ministério dos correios e<br />

telegraphos ha 7:000, no do interior<br />

3:000, no da fazeuda 2:000, no da<br />

guerra 250, etc., etc., com ordenados<br />

que chegam a 1800000 réis.<br />

Quauto ao ensino, nos Estados-Unidos<br />

ha 191:000 mulheres que regem<br />

cathedras, escolas e outros estabelecimentos<br />

docentes, mostrando assim uma<br />

grande superioridade sobre os 104:000<br />

homens que exercem os mesmos cargos.<br />

De todas as nações da Europa a<br />

única que se pôde comparar com os<br />

Estados-Unidos é a Inglaterra, que tem<br />

empregadas nas suas linhas ferreas<br />

25:928 mulheres, e em telegraphos e<br />

correios 8:000.<br />

Depois d'isto vêm profissões particulares,<br />

nas quaes o sexo fraco desempenha<br />

um papel muito importante,


CARTA DÃ FIGUEIRA<br />

32 Folhetim da RESISTENCIA<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

tella e de Leão. Ora sus, heroicos<br />

perliquilelest e em combate singular<br />

mostrae — que la mancha dei ho-<br />

Figueira, 1—IX —96. nor solo con sangre se quita!...<br />

A felonia de Fernão vae até ao<br />

... Sr. redactor: — Fernão Sil-<br />

malévolo requinte de desvirtuar o<br />

vestre, partidario das damas hespa-<br />

meu protesto, attribuindo-me definholas,—ibérico<br />

pelo lado fraco,—<br />

ciências genesicas para o solfejo, na<br />

suspeito agente de flibusteiros cu-<br />

vasta philarmonica da nalurêza.. .<br />

banos em captação de sympathias<br />

femininas, toma posições á faiança<br />

E um al eivei<br />

e replica aos meus reparos, como se<br />

Sarcastica derivação d'um senti-<br />

nada tivesse a receiar da altitude<br />

mento nobre, arremessada ás faces<br />

retraída d'essa Ala dos Namorados,<br />

do patriotismo português, se é lici-<br />

que por ahi vagueia pelos cafés e<br />

to assim cxprimir-me.<br />

ao longo do caes!<br />

Fernão! A fé que em mim não<br />

trilhaes vinha philoxerada!<br />

Começa a sua epistola por se<br />

E com a candura d'um semina-<br />

desculpar — que não quiz confrontar<br />

rista, ruborizado até ao intimo, que<br />

as damas portuguêsas com as senho-<br />

ouso affirmá-lo!<br />

ras hespanholas. E depois d'esta rapida<br />

hesitação, cobra animo, bate<br />

Com o auxilio da providencia di-<br />

pé á frente, e obstinado e altivo afvina:<br />

quem me empresta um dynafirma:<br />

— que nas senhoras portuguêmomctro!?sas<br />

não ha honras e famas de formo- Prudência, inspirae-me!<br />

sura e gentileza.<br />

Temperemos os frémitos na nos-<br />

Refila, e impenitente e destemisa<br />

fúria!.. .<br />

do repete a affirmação, que ainda — Ó desvairado Fernão! Fernão<br />

hoje ao almoço fez estremecer de infernal, como hei de illibar-me<br />

cólera a cuia de D. Jeronyma, mi- d'esse labéu, que me desconcerta no<br />

nha respeitável commensal. conceito da communidade?. ..<br />

k indignação das damas em re-<br />

Ah, não!... E Deus sabe com<br />

dor da mesa attingiu o rubro; e as<br />

que jubiloso reconhecimento ergo a<br />

falias molles com manteiga foram<br />

dextra ao ceu!...<br />

trituradas entre maxilas convulsasl<br />

Fernão engana-se! Juro-o pelos<br />

E este cartél cáe na areia 1...<br />

sacratíssimos stigmates do venerável<br />

Um temerário em brados, que par-<br />

padre S. Francisco!. ..<br />

tem do alto do Viso, contesta o dom<br />

W.<br />

da formosura portuguêsa e não encontra<br />

na sua frente quem levante<br />

Em companhia de sua ex.<br />

a affronta e vingue as—fracas damas<br />

delicadas I<br />

Oh! manes de Vasco Martins da<br />

Cunha, que em presença do conde<br />

de Cambrix desafiou todos os cavaleiros<br />

e escudeiros presentes, porque<br />

sorriram á passagem d'uma<br />

dona!<br />

Fernão ri e troça dos Magriços,<br />

depois de os revestir da couraça de<br />

D. Quichote. E chasqueiando dos<br />

mrus sete lustros, ei-lo ahi vae todo<br />

vão e liró, a rodopiar, impando de<br />

salero, em fandangos repinicados !<br />

Bofé, mancebos, forasteiros em<br />

regimen debilitante de marisco e<br />

pão de ló, que não tendes, ao parecer,<br />

sangue nas veias 1<br />

Ó janotas de bugigangas, paladinos<br />

do namoro, pensae no que dirão<br />

os évos, ao vêr que um dos de<br />

Portugal nega graças e formosura ás<br />

eleitas do vosso coração, para exalçar,<br />

pelo contraste, as filhas de Cas-<br />

ma 0 general Blanco pediu só mil ho- meneias do clima continuam fazen- Por motivo de ter havido alguns<br />

mens, mas o governo envia-lhe o dudo nellas uma enorme mortandade. bailes nas salas dos hotéis, já foram<br />

plo para que possa ser mais activa a<br />

ameaçados os proprietários de que se<br />

acção militar.<br />

Pelo que respeita ás Filippinas, lhes lançaria uma fortíssima contribui-<br />

Q tando tive conhecimento da noti- vae o governo enviar para Manica ção pelo facto de terem piano. Que<br />

cia da insurreição, ordenei que se guar- 2:000 homens em vez de 1:000 que tolice!...<br />

dasse absoluta reserva, até que S M. o general Blanco pediu. Não é tpo Ameaçaram egualmente de organizar<br />

a rainha ficasse ao facto do que occor- optimista como este, e, para quem uma companhia com o fim de montar<br />

ria, por intermedio do ministro dos estrangeiros.<br />

saiba que, segundo o recenseamen- um hotel em boas condições, para<br />

os prejudicar, caso nã# queiram satis-<br />

O governo tomou todas as disposito de 1876, havia nas Filippinas fazer o que elles ordenam.<br />

ções precisas, e em menos de quatro 6.173:632 habitantes e que d'estes Parece incrível tanta falta de senso.<br />

horas ficou resolvido tudo o que se re- 5.501:356 pertenciam á raça indí- Mais coisas haveria que dizer, mas<br />

laciona com a remessa de forças e nagena submettida e mestiça, que ha basta o que fica exposto e que tanto<br />

vios de guerra, que contribuirão para<br />

suffocar a insurreição.<br />

602:853 indígenas não submetli- nojo causa.<br />

Fórmo muito boas tenções de, d'ora<br />

Entre os peninsulares que existem dos e 31:175 extrangeiros, sendo<br />

ávante, prescindir da inscripção que<br />

no archipelago das Filippinas, reinam insignificante a população hespa- nada aproveita e tratarei por todos<br />

patrióticos desejos, mostrando-se annhola, não acreditará facilmente em os meios ao meu alcance frizar bem o<br />

ciosos de coadjuvar pessoalmente o go- que a Hespanha consiga em curto procedimento da direcção naquelle<br />

verno na manutenção da integridade prazo suffocar a insurreição.<br />

estabelecimento.<br />

do territorio. D'ahi a auctorização pe-<br />

***<br />

dida pelo general Blanco para a crea- E ha ainda a notar que esta pação<br />

de batalhões de voluntários, ao que rece ter sido combinada no Japão.<br />

respondeu o ministro da guerra, con Não será este império para as Fi- Na Cruz deMorouços, suburbios d'es-<br />

cedendo licença para que o general<br />

lippinas o que os Estados-Unidos ta cidade, realiza-se na terça feira, 8<br />

organize todos os batalhões que julgar<br />

do corrente, a festividade a Nossa Se-<br />

convenientes, para o que serão envia- têm sido para Cuba?<br />

nhora da Graça, que todos os annos<br />

dos armamentos e petrechos.<br />

Em pouco tempo se saberá. costuma attrahir grande numero de fo-<br />

Quanto ao mais não posso negar que<br />

rasteiros a este pittoresco logar.<br />

as circumstancias são gravíssimas. Desde<br />

a guerra peninsular, a Hespanha não Regressaram da Figueira os srs. drs.<br />

se encontrou ainda em situação simi- Bernardo d'Albuquerque e Amaral e BibliograpMa<br />

Ihtnte.<br />

Pedro Monteiro Castello Branco.<br />

0 país que começava a reconstituir<br />

Revista Theatral—Publicação quinzenal<br />

de assumptos theatraes, de que são di-<br />

as suas finanças, teve que fazer sacrirectores<br />

os srs. Collares Pereira e Joaquina<br />

fícios como os que exige a manutenção Está gravemente enfermo em S. Mar- Miranda.<br />

da sua soberania na ilha de Cuba, e<br />

O n.° 41 que temos presente, a par de astinho<br />

do Bispo o sr. dr. Bento Ferreira<br />

agora mais do que nunca necessita de<br />

sumptos do mais alto interesse litterario ini-<br />

Malva, cirurgião-mór do exercito. cia a publicação, na sua bibliotheca dramati-<br />

todas as forças vivas do país para sair<br />

ca, da primeira farça Ignez Pereira, de Gil Vi-<br />

triumphante de tão extraordinária sicente.tuação.<br />

*<br />

Esteve em Coimbra, de visita, o nos-<br />

É para admirar o esforço de Hespa-<br />

Bibliotheca Popular de Legisso<br />

prestante correligionário dr. Manuel<br />

nha, pondo em Cuba 200:000 homens<br />

lação. — D'esla bibliotheca acabamos de<br />

d'Arriaga, que está a banhos na praia<br />

com armas, equipamentos e munições,<br />

receber o Regulamento do exercito e da ar-<br />

de Buarcos.<br />

mada, approvado por decreto de 6 de agosto<br />

esposa<br />

esforço de que não ha exemplo na his-<br />

de 1896.<br />

e filhos partiu para a Figueira da Foz<br />

toria.<br />

o importante capitalista d'esta cidade, Hoje uma nova perturbação vem agi-<br />

sr. João Teixeira Soares de Brito. tar outra d is suas possessões ultrama- Tem passado bastante incommodado<br />

rinas. O governo necessita do concur- o sr. José Domingos Serrado, bemquisso<br />

de todos, da coadjuvação efficaz de to industrial d'esta cidade.'<br />

r<br />

elementos políticos sem limitação de Fazemos votos pelo seu prompto res-<br />

E cada vez mais grave a situa- especie alguma, e no patriotismo de tabelecimento.ção<br />

da Hespanha. A insurreição das todos confia, visto que não haverá um<br />

Filippinas vae exigir-lhe novos sa- só que em tão difliceis circumstancias<br />

crifícios de vidas e de dinheiro, lhe negue um apoio resoluto e deci<br />

Luso, 31 d'agosto de 1896.<br />

dido.»<br />

quando ella se acha quasi comple-<br />

Teve ordem para sair d'aqui o<br />

tamente exhausta.<br />

Não occultando a gravidade da pianista que fazia serviço na Assem-<br />

O proprio Canovas já reconhece<br />

blêa, isto pelo facto de regressarem a<br />

situação, diz Canovas ter a convi-<br />

suas casas as damas importantes,<br />

que é difficillima a crise que a Hescção de que a Hespanha triumpha- ficando assim prejudicados os socio«<br />

panha atravessa. Eis as declarações rá. Quem desapaixonadamente at- que se inscreveram, contando terem ali<br />

que esse estadista acaba de fazer a tentar no que se está passando ha suas famílias mais um passatempo.<br />

alguns jornalistas que com elle ti- de prevêr o contrario.<br />

Prova-se por isto que o salão não é<br />

veram uma entrevista:<br />

dos socios, é propriedade exclusiva de<br />

As noticias que chegam de Cuba<br />

duas famílias, que só tratam de des-<br />

são extremamente desanimadoras<br />

«Não posso occultar que um moviconsiderar<br />

as restantes que se apremento<br />

insurreccional n3S Filippinas é para a Hespanha. Os insurrectos sentam, (como verifiquei algumas ve-<br />

grave, mas confio em que os rebeldes romperam a linha Mariel e têm rezes). serão anniquilados, e se o movimento cebido dos Estados-Unidos armas e Qualquer cavalheiro que não pertença<br />

durar ainda á chegada dos reforços que munições em grande quantidade. As ao numero dos escolhidos e que queira<br />

vão ser enviados immediatamente, es-<br />

d-rnçar, precisa mandar saber se con-<br />

tropas hespanholas não recebem<br />

ses reforços bastarão para que "í rebelsentem<br />

em ser apresentado. Isto é<br />

lião fique inteiramente debellada. soldo desde abril findo e as incle- simplesmente ridiculo!<br />

8<br />

Agradecemos o exemplar recebido.<br />

F. Fernandes Costa<br />

E<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5 ° anno de Direito, continúa<br />

a leccionar Historia, Geographia<br />

e Philosophia.<br />

Itua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />

Codigo do Processo Commercial<br />

APPROVADO POR<br />

Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />

Preço 200 réis<br />

Á venda na Imprensa da Universidade<br />

I0Í0 DAS GALÉS<br />

XXI<br />

O porteiro do n.° 53<br />

Á noite o porteiro do 53 não se tendo<br />

ainda collocado no limiar do porta, um<br />

agente da brigada de segurança veiu-<br />

Ihe perguntar se os locatarios do<br />

segundo andar estavam em casa.<br />

0 porteiro respondeu que a senhora<br />

estava, mas o homem não tinha ainda<br />

entrado.<br />

O agente foi á rua Guénégand e filiou<br />

com dois homens que alli estavam.<br />

—É preciso não perder de vista o<br />

porteiro, que por certo deu com a<br />

lingua nos dentes, e talvez queira prepaiar-nos<br />

uma ratoeira para livrar a<br />

mulher, disse um dos homens.<br />

Os agentes postaram-se. na rua em<br />

volta da casa, e dois d'entre elles<br />

subiram com um serralheiro que forçou<br />

a porta do aposento.<br />

-—Que é isto? disse um dos agentes,<br />

0 aposento está vazio.<br />

—Ha alli um gabinete, respondeu o<br />

outro.<br />

M. me — Sois M.<br />

de Villedieu apenas deu de cara<br />

com estes desconhecidos recuou cheia<br />

de mèdo.<br />

me de Villedieu? preguntaram-lhe.<br />

— Sim, disse ella.<br />

— M. me , disse um dos homens, eu<br />

sou o chefe da brigada de segurança<br />

na perfeitura (la policia. Peço-vos que<br />

me acompanheis. Tenho algumas explicações<br />

a pedir-vos.<br />

—Ahi, exclamou M. me de Villedieu,<br />

estou livre!<br />

0 chefe de segurança fez subir M. me<br />

de Villedieu para um fiacre.<br />

— Para a perfeitura e depressa, disse<br />

elle.<br />

Apenas alli chegaram, disse a M. me<br />

de Villedieu:<br />

-—Tende a bondade de entrar por<br />

essa galeria. Vamos a casa do Procurador<br />

da Republica. Nada temais, tratase<br />

apenas d'uma simples formalidade.<br />

— Oh! de ninguém receio senão de<br />

meu marido, disse M. me de Villedieu.<br />

0 procurador, avisado ao mesmo<br />

tempo que a perfeitura de policia,<br />

esperava com impaciência a noticia<br />

da captura de Villedieu.<br />

—Não podémos prender o homem,<br />

disse o chefe da segurança, aqui está<br />

a mulher...<br />

O Procurador da Republica comprimentou-a<br />

respeitosamente.<br />

— Senhora, disse elle, sou obrigado<br />

a cumprir uma missão dolorosa perante<br />

vós.<br />

-—Qual é, senhor?<br />

—M me — Por causa dos maus tratos que<br />

me tem dado?<br />

—Não, senhora, é por motivo muito<br />

mais grave.<br />

— De que se trata pois?<br />

—Trata-se d'um roubo.<br />

—Ah! elle roubou ao jogo.<br />

—Mais do que isso.<br />

—Mais!. .. que fez então?<br />

—Senhora, disse o procurador, vós<br />

julgaes ser a duquêsa de Villedieu?<br />

A duquesa passou a mão pela fronte.<br />

—Sim... disse ella, sim.<br />

— Senhora, o duque de Villedieu<br />

não existe. 0 verdadeiro duque de Villedieu<br />

morreu assassinado por um<br />

antigo forçado.<br />

—E esse forçado?<br />

—É vosso marido, senhora!<br />

—Oh! exclamou M.<br />

... sou obrigado a procurar<br />

vosso marido para o entregar â justiça*<br />

me — Não! vós disseste não?<br />

— Sim, disse. — Quando se dá um<br />

erro de pessoas, o casamento pôde ser<br />

declarado nullo.<br />

Aquelle dos esposos que tiver sido<br />

enganado pôde reclamar a annullação.<br />

Ê o qne estatue o artigo 180 ° do<br />

Codigo Civil, e, em seguida o artigo<br />

1:109.° dispõe que não ha consentimento<br />

válido se o consentimento tiver<br />

sido dado por erro, e aqui o erro<br />

recáe sobre a pessoa que era o objecto<br />

principal de contracto, artigro 1:110.°<br />

Vós podeis voltar a ser M<br />

de Villedieu,<br />

oh! isso não é possível.<br />

— O forçado chama-se João Gerin<br />

e o seu appellido é João das Galés.<br />

Este bandido abusou da sua grande<br />

semelhança para substituir o verdadeiro<br />

duque...<br />

— E desposar-me !... ah! senhor,<br />

mas isto é horrivel! é espantoso !...<br />

é impossível, o que vós acabaes de<br />

dizer-me!<br />

— Infelizmente, senhora, é a pura<br />

verdade.<br />

— Eu esposa d'um forçado!... Oh!<br />

esse homem! esse homem!... Oh! eu<br />

odiava-o muito!... Esse homem, viveu<br />

na minha companhia... e estou ligada<br />

a elle... ligada a elle para sempreI<br />

—NãO) senhora.<br />

elle — Sim, senhor. — Meu.... Gerin e<br />

elle foram-me tirar d% azilo que Gribeauval<br />

me havia offerecido, e depois<br />

conduziram-me desfallecida, e amordaçada,<br />

á rua Mazarine, onde Gerin me<br />

deixou sob a guarda d'este individuo<br />

que se appllidava o cavalleiro d'Esprignolles.<br />

—De Esprignolles? repetiu o procurador.<br />

—Quanto a Gerin elle devia voltar<br />

breve, esperavam-no.<br />

— Para onde tinha elle ido? sabei lo.<br />

Durand. —Ignoro-o.<br />

— Eu posso separar-me d'esse ho- —Senhora, disse o procurador, nós<br />

mem, disse Hélène, mas nem por isso havemos de precisar dos vossos escla-<br />

elle deixa de ser o forçado... Oh! é recimentos.— Para onde contaes ir em<br />

horrível!... eu não poderei viver saindo d'aqui?<br />

assim!... As vossas leis, senhor, as — Para onde quereis que eu vá? irei<br />

vossas leis não apagarão os beijos com para um hotel. Estou sem dinheiro,<br />

que elle me manchou!<br />

sem casa... e meu lio está na Italia.<br />

—Acalmai-vos, senhora, suppllco-vo- — Quereis que vos mande acompalo,<br />

disse o procurador, havemos de nhada até ao hotel ? E se m'o permit-<br />

fazer por vós tudo o que nos fôr postis, ponho a minha bolsa á vossa dissível.—<br />

Mas dizei-nos porque motivo posição.<br />

vosso marido...<br />

— Agradeço-vos, senhor, disse He-<br />

— Meu marido!<br />

lene, eu vou em primeiro logar a casa<br />

— Que João Gerin não entrou esta de M. de Gribeauval... Mas receio<br />

tarde para vossa casa como costu- muito de encontrar... Ah! é horroromava.so!,<br />

senhor!, é horroroso!... tudo o<br />

— Mas, senhor, esse Gerin não vi- que se passa, esta minha situação!...<br />

via commigo.<br />

—Senhora, se tendes os menores in-<br />

— Quem estava então comvoscoí dícios a respeito de João Gerin, e das<br />

—Um individuo que elle encarregou pessoas que vistes na sua companhia,<br />

de me guardar, um bandido como elle, d'E«prignolles, por ex., se tendes o me-<br />

sem duvida, que me encerrava onde nor receio, avisae-nos pelo correio e nós<br />

vós me fostes encontrar.<br />

correremos a proteger-vos.<br />

— Elle levou-vos de Cachan?<br />

(Continua),


CáVALLOS<br />

16 lW uares > etc; esquinencias,<br />

«1 sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc . curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos.<br />

Frasco 900 ré|s. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depositos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Motira, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

VENDE-SE<br />

15 A morada de casas sita<br />

» na rua do Morêno n. os<br />

7 e 9, facultando se ao comprador<br />

o pagamento a praso mediante<br />

juro razoavel.<br />

. Tracta-se na rua da Sophia,<br />

35<br />

PIANO ~~<br />

14 Wende-se um na rua de<br />

w Joaquim Antonio d'Aguiar<br />

Casa em bom local<br />

13 TTende-se uma, de 4 andaw<br />

res e magnificas lojas,<br />

na Couraça dos Apostolos, n.°35<br />

Quem pretender fale com<br />

Adriano da Silva e Sousa, na<br />

mesma casa.<br />

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bocca e operações de<br />

cirurgia dentaria<br />

Caldeira da Silva<br />

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Herculano Carvalho Medico<br />

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Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

Liquidação<br />

12 Na loja de Alves Borges,<br />

successor, rua do Visconde<br />

da Luz, n. os VENDA<br />

7 TTende-se em COZELHAS<br />

" uma linda vivenda, que<br />

se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam família numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

agua, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. É em sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

0 comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

64 a 66, se<br />

poder, a que se faz um juro<br />

vendem por preços modicos,<br />

| modico.<br />

pregos de ferro suecio e escocio<br />

Para esclarecimentos, João<br />

de embutir, para ferragens, e<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

outros objectos a liquidar, e<br />

I do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

algumas qualidades de ferro<br />

Castanheira, largo da Portagem,<br />

suecio e escocio.<br />

Coimbra.<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA<br />

De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />

consultas todos os dias das<br />

9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />

Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento doex. mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Em agosto e ^utubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

Casa para arrendar<br />

tl Ma quinta de Santa Cruz,<br />

*1 Praça de D. Luiz, ha<br />

um andar; tem agua e quintal.<br />

Tractar com Alberto Carlos<br />

de Moura, rua Ferreira Borges,<br />

n.° 6.<br />

Bom emprego de capital<br />

tOtTende-se uma casa sita<br />

• aos Arcos do Jardim, n.°<br />

41, com fundos para Santa<br />

Cruz.<br />

O motivo da venda é o ter<br />

de retirar-se d'esta cidade o<br />

seu proprietário.<br />

Para informações, na loja do<br />

sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />

Borges, ou com o sr. Antonio<br />

Maria Leite de Albuquerque,<br />

empregado no Lyceu.<br />

Loja da China<br />

Ferreira Borges<br />

9 A caba de chegar um gran-<br />

** de sortimento de leques,<br />

sombrinhas e estores, japonêses<br />

e cbiuèses.<br />

Especialidades da casa<br />

Chás e cafés<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, pharmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodações<br />

desde 1)51200 réis<br />

comprehendendo serviço, club,<br />

etc. Bónus para os médicos<br />

O estabelecimento therinal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />

para rlouches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de irihalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />

-Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilornetros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca u'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Jul.ão, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel.—Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

Assignatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

CO<br />

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Os leitores da REVIS-<br />

TA, além do texto, comprehendendo<br />

o original de perto<br />

de 90 paginas em 8.», têm também<br />

MANTEIGA DA GOMARIA<br />

Vende-se no Café Lusitano<br />

C O I M B R A<br />

ESTABELECIMENTO<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

5í), Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />

COIMBRA<br />

Câl Hvdraulira ' ^ raade deposito da Companhia Cabo Mon-<br />

J ll/u. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

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Não é nunca impunemente que<br />

se abdica em face do despotismo.<br />

A historia, que, segundo a expressão<br />

consagrada, é a mestra da<br />

vida, dempnsJjajj, .Jxula_ajuz, que<br />

quanto mais os povos se humilham<br />

tanto mais o despotismo se ergue<br />

feroz e indomável, procurando esmagar<br />

tudo que pôde ser obstáculo<br />

á sua completa expansão. E, sempre<br />

que um poder independente se<br />

curva submisso, se humilha, perante<br />

outro poder, este não descança em<br />

quanto o não esbulha de todos os<br />

seus direitos e regalias, até o annullar<br />

completamente, reduzindo-o<br />

a uma simples chancella das suas<br />

arbitrariedades. E este espectáculo<br />

lamentavel é o que se está dando<br />

entre o poder executiuo e o judicial,<br />

que está soffrendo bem duramente,<br />

e com grande prejuizo dos direitos<br />

dos cidadãos, todas as consequências<br />

da sua falta de independencia,<br />

da sua condemnavel subserviência<br />

diante das invasões, cada vez mais<br />

crescentes e ameaçadoras, do poder<br />

executivo. Tem sido uma abdicação<br />

completa e criminosa, que muito<br />

caro lhe está custando, para vergonha<br />

da nação.<br />

Não ha injuria que os governos<br />

não tenham feito ao poder judicial,<br />

tornando-o escravo das suas vontades,<br />

vergando-o sem cessar a todas<br />

as suas arbitrariedades 1 E, comtudo,<br />

nunca aquelle poder se insurgiu,<br />

como lhe cumpria, por honra<br />

própria e do país, contra os attentados<br />

do executivo; antes encontrou<br />

nelle um auxiliar poderoso, na empresa<br />

que de longa data se iniciou,<br />

com o fim de supprimir todas as liberdades<br />

publicas, todos os direitos,<br />

ainda os mais sagrados e invioláveis,<br />

dos cidadãos.<br />

Tanto se humilhou a magistratura,<br />

prestando-se sempre a todas as<br />

imposições, ainda as mais aviltantes,<br />

perseguindo quem o governo<br />

queria vêr perseguido, deixando impunes<br />

todos os traficantes que o<br />

mesmo governo linha por auxiliares<br />

da sua obra demolidora, que<br />

este se julgou bastante forte e poderoso,<br />

para passar por sobre ella,<br />

sempre que lhe aprouvesse ou lhe<br />

fosse exigido pelos seus collaboradores,<br />

isto é, pelos seus adeptos<br />

mais fervorosos.<br />

A magistratura humilhára-se até<br />

aO ponto de sanccionar com accordãos<br />

vergonhosos, e até falhos na<br />

grammatica, o maior attentado constitucional<br />

que ainda nenhum go-<br />

As restaurações artísticas<br />

verno ousara commelter — o da co- vez manifesta o seu respeito "pela; O celebre embaixador, depois de<br />

brança coercitiva dos impostos, em magistratura. Segundo as nossas ouvir a leitura do memorial, quiz<br />

dictadura, quer dizer, sem lei que informações, ao poder judicial vae<br />

os auctorizasse. Isto nunca se viu e ser arrancado o julgamento das in-<br />

cremos que nenhuma outra magisfracções daquelle imposto, creando<br />

tratura o sanccionaria.<br />

para elle um tribunal de excepção.<br />

Pois bem 1 O governo, que tão Mas, em compensação, concede á<br />

agradecido lhe deveria estar, tem magistratura o julgamento das con-<br />

nella tanta confiança, respeita-a tantravenções das posturas municipaes!<br />

to, que lhe tem arrebatado, uma a Um cumulo.<br />

uma, todas as altribuições que me- E contiuuar-se-ha, visto que os<br />

lhor poderiam garantir os direitos offendidos appellam para a justiça<br />

do cidadão. Acatou a ta,l ponto o do chefe do Estado, e este, no di-<br />

poder judicial que, em matéria de zer de certas gazetas, anda comple-<br />

impostos indirectos, achou mais idotamente illudido pelos seus desleaneo<br />

um qualquer cabo de esquadra lissimos conselheiros...<br />

e até soldado razo do que um juiz<br />

de direito! Isto é espantoso; mas a<br />

Rodrigues da Silva<br />

magistratura calou-se. E, como ella<br />

a tudo se submette, já a audaciado Partiu para a Figueira da Foz,<br />

poder executivo vae até, por sim-<br />

onde vae passar este mês em companhia<br />

de sua ex.<br />

ples despacho, revogar uma sentença<br />

que passára em todas as instancias!<br />

Agora queixa-se e reclama, quando<br />

já carece ^'auctoridade para o fazer<br />

e para protestar contra a invasão<br />

perigosamente assustadora dos seus<br />

direitos e das suas mais elevadas<br />

attribuiçõés. Vae a tempo, não tem<br />

duvida. Espere pelo resultado dos<br />

seus protestos, que ha de ser excellente...<br />

O governo 5rí-se delles e d'ella,<br />

e tem razão. E, como é que não ha<br />

de proceder assim, se a magistratura<br />

nunca leve voz para se fazer<br />

ouvir, se nunca teve acção a não ser<br />

conlra os pequenos e humildes?<br />

Como é que o governo se não ha<br />

de rir dos seus protestos tardios, se<br />

elle viu, deante de si, no Solar, de<br />

cómica recordação, alguns juizes a<br />

applaudi-lo freneticamente pelos<br />

seus maiores atlentados, prestandose<br />

a votar leis que fazem do poder<br />

judicial um simples e humilde creado<br />

do executivo? A celebre lei de<br />

13 de fevereiro é d'isso um exemplo<br />

frisante.<br />

Ora, se a magistratura se submelteu<br />

e amesquinhou a ponto de<br />

receber silenciosa as maiores e mais<br />

graves injurias, com que direito vae<br />

protestar contra actos que são a natural<br />

consequência dos seus erros,<br />

das suas constantes e humilhantes<br />

subserviencias ? Não se pode comprehender<br />

facilmente o seu recente<br />

procedimento. Os seus protestos,<br />

méramente platonicos, quer dizer,<br />

inoffensivos, são tomados pelo governo<br />

na conta que merecem. O resultado-vê-lo-ha<br />

ella brevemente.<br />

O governo, como resposta a esses<br />

protestos, vae publicar um regulamento—<br />

o da fiscalização do imposto<br />

do sêllo — em que mais uma<br />

ma esclarecer-se sobre o alcance da<br />

pretensão dos delegados, fazendo<br />

lhes algumas interrogações.<br />

—Trata-se de impôr a arbitragem<br />

pela força moral ou por força...<br />

maior?<br />

—Única e exclusivamente pela<br />

força moral, — responderam-lhe;<br />

todo o nosso fim consiste precisamente<br />

em abolir a força brutal.<br />

—E essa campanha em pró da<br />

arbitragem e da paz, — tornou depois<br />

o cauteloso vice-rei, é monopolio<br />

d'este ou d'aquelle partido,<br />

ou bem uma obra mental e commum<br />

a todos?<br />

—Esta campanha, replicaram-<br />

Ihe, teve e tem o raro privilegio de<br />

reunir homens de todos os partidos,<br />

de todas as religiões e nacionalida-<br />

irmã e extredes. E uma ideia perfeitamente<br />

mecido sobrinho, este nosso queri- neutral, e de modo algum exclusiva<br />

do amigo e prestantissimo correli- de qualquer entidade ou agrupação<br />

gionário.<br />

politica.<br />

Estas explicações satisfizeram<br />

Li-Hung-Chang, que affirmou aos<br />

O sr. Dias Ferreira prevê que delegados merecer-lhe as mais vivas<br />

dentro de três annos vamos ter uma sympathias a idêa que apostolavam<br />

administração extrangeira, mercê<br />

e que podiam contar com todo o<br />

dos esbanjamentos do actual governo.<br />

Essa previsão, porém, só se rea-<br />

seu apoio para que ella tivesse<br />

lizará se não fôr chamado ao poder pleno êxito.<br />

antes de decorrido esse tempo. Que, Estas declarações, feitas por tão<br />

se o fôr, está tudo salvo!<br />

reservado estadista, significam o<br />

D'esta vez, disse elle algures, não assentimento da China ao principio<br />

governará com o, paço mas com a da arbitragem internacional. Pare-<br />

praça. O homem quer auxilio e a<br />

re-nos, porém, que ainda decorrerão<br />

praça poderá dar-lb'o... mas não<br />

é para o guindar ao poder.<br />

muitos annos antes que receba<br />

consagração prática o principio arbitral.<br />

Nas Filippinas<br />

Mas ha de impôr-se.<br />

Os últimos telegrammas de Manilla<br />

confirmam os fundados receios que<br />

havia da gravidade do movimento<br />

A respeito do contíictò entre a Ita-<br />

insurreccional das Filippinas. Essa inlia<br />

e o Brasil informa o Tempo que<br />

surreição tomou um notável incre-<br />

partira abordo do carregador Piemonte<br />

o sr. dr. Martins, enviado ao Rio de<br />

mento, havendo na provinda de Manilla<br />

Janeiro em missão especial para obter<br />

5:000 insurrectos, na de Cavite 2:000,<br />

satisfação do Brasil ás antigas e novas<br />

bastantes partidas, cuja importancia se<br />

reclamações da Italia. Leva instrucções<br />

desconhece, na província de Nueva<br />

para pedir a execução do protocollo<br />

Ecija, e grandes receios de que entrem<br />

ilalo-brasileiro rejeitado pelo parlamen-<br />

uo movimento as províncias de Berlato<br />

do Brasil, recorrendo, se o intender<br />

cau, Pampanga e Batagas.<br />

necessário, a um ultimatum. Os cinco<br />

Pelo que respeita a qualidade dos navios da esquadra volante, que vae<br />

chefes da insurreição, declara um des- ser restabelecida no Atlântico do sul,<br />

pacho official que elles são na maior receberam ordem para partir, caso<br />

parte auctoridaUes municipaes e pes- seja necessário.<br />

soas poderosas. No entanto o governador<br />

diz não precisar agora de mais<br />

reforços da metropole, porque as tropas<br />

indígenas têm sido leaes.<br />

O governo manda dizer pelos seus<br />

orgãos que não ha diíficuldades em<br />

obter o dinheiro para o pagamento<br />

A China e a arbitragem iuternacional dos navios de guerra. Também se<br />

vae insinuando já que a proposta<br />

O principio da arbitragem inter- Forges et Chanliers, para a consnacional<br />

acaba de ter uma importrucção das canhoneiras, é equipatante<br />

adhesão: a do Celeste Impérável á da casa Armstrong.<br />

rio.<br />

Isto, depois das revelações feitas<br />

Li-Hung-Chang durante os dias pela imprensa de Lisboa, percebese.<br />

E não tardará muito que o<br />

em que se demorou em Inglaterra<br />

país o sinta.<br />

recebeu em audiência uma delegação<br />

da Sociedade inglêsa e extrangeira<br />

da arbitragem, que lhe Tomou hontem posse da egreja<br />

apresentou um memorial em que de Santa Cruz o revd.<br />

solicitava a adhesão da China ás<br />

idêas que defendia.<br />

0 EM<br />

C O I M B R A<br />

XII<br />

Sé Velha. Ao sr. Antonio Augusto<br />

Gonçalves e á sua direcção superior<br />

sé deve o que ha na Sé Velha<br />

de bom; a elle se deve o haver<br />

em Portugal uma restauração feita<br />

com um grande respeito pela Arte,<br />

bem pensada, fructo d'uma grande<br />

erudição e d'uma orientação artística<br />

superior.<br />

A restauração da Sé Velha vinha<br />

muito tempo a estudar-se; muito<br />

tempo foi quasi o assumpto exclusivo<br />

do seu pensar d'artista.<br />

O sr. A. Augusto Gonçalves não<br />

fez uma restauração á portuguêsa,<br />

sem estudos prévios, e deixando-se<br />

guiar apenas pelas indicações de<br />

occasião.<br />

Quem folhear hoje a Gazeta de<br />

Coimbra, a Bohemia Nova e ainda<br />

publicações mais antigas, depressa<br />

se convence que a restauração da<br />

Sé Velha era a sua preoccupação de<br />

muitos annos. Quem conhece intimamente<br />

Antonio Augusto Gonçalves<br />

sabe perfeitamente, que era de<br />

ha muito o seu desejo—o emprehender<br />

e levar a cabo a restauração<br />

da Sé Velha.<br />

Quando começaram as obras, e á<br />

medida que ellas iam progredindo,<br />

A. Augusto Gonçalves andava com<br />

um receio novo — o de morrer sem<br />

vêr terminada a restauração.<br />

O plano de restauração estava<br />

bem delineado no seu espirito, quando<br />

começaram a fazer-se os primeiros<br />

trabalhos.<br />

Quem não conheça bem Antonio<br />

A. Gonçalves, pôde ler-se enganado,<br />

imaginando que a restauração<br />

era apenas um trabalho d'occasião,<br />

feito dia a dia. Muita gente ha de<br />

mesmo julgar que lhe suggeriu opiniões,<br />

que elle não tinha, e que foi<br />

o seu voto que determinou por vezes<br />

a direcção da obra.<br />

Quem isto imaginar, érra. Antonio<br />

A. Gonçalves conhecia as dificuldades<br />

da obra, sabia os attrictos<br />

que de toda a parte surgiam ; por<br />

isso ouvia a todos com paciência, e<br />

ia elle mesmo dizendo o que tencionava<br />

fazer, mostrando-se porém<br />

receioso de que a obra fosse mal<br />

vista pelo publico.<br />

Isto era dito com antecipação, e<br />

o publico ia-se pouco a pouco afazendo<br />

á idêa de Antonio Augusto<br />

Gonçalves, terminando por fim por<br />

reclamar a obra que lhe tinham suggcrido.<br />

Antonio Augusto Gonçalves cedia<br />

Jose Mendes então, a mêdo, e o publico imagina-<br />

Saraiva, sendo esse acto muito conva que fôra elle que determinara Q<br />

corrido.<br />

artista,


Não queremos com isto dizer que<br />

na Sé Velha não haja trabalhos determinados<br />

por descobertas de occasião.<br />

Seria faltar á verdade.<br />

Na Sé Velha ha obras de restauração<br />

que ninguém previra; mas são<br />

obras insignificantes, de simples decoração.<br />

O nivel do pavimento, a restauração<br />

do stylobato, que para muita<br />

gente passaram por verdadeiras surprêsas,<br />

tinham sido previstas pelo<br />

estudo dos monumentos similares<br />

de Hespanha e dos outros países.<br />

Além d'isto removeria, se houvesse<br />

dinheiro, as capellas das naves<br />

lateraes, construcções sem elegancia<br />

e sem valor artístico, retiraria<br />

o azulejo das paredes, como retirou<br />

o das columnas, empregando-os<br />

para forrar a sachristia, construcção<br />

que é como a dos azulejos<br />

do século xvi.<br />

Ahi ficariam melhor, do que como<br />

os deixou o sr. director das obras<br />

publicas, á mercê do capricho do<br />

primeiro ladrão...<br />

Mas deixemos o sr. director das<br />

obras publicas.<br />

Por ora....<br />

As demolições eram cuidadosamente<br />

vigiadas, e qualquer peque-<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

no fragmento, fuste ou capitel mutilado<br />

era minuciosamente estudado,<br />

procurando achar o sitio d'onde<br />

fôra arrancado. Por vezes encontraram-se<br />

objectos cujo logar foi impossível<br />

achar, não podendo integrar-se<br />

na obra da restauração.<br />

Tudo se arrecadou piedosamente,<br />

e se conserva hoje no Museu de<br />

Hoje não! Fica para o proximo<br />

numero o sr. director das obras publicas<br />

.. ,<br />

T. C.<br />

Tem estado em Coimbra o sr.<br />

dr. Sousa Viterbo, redactor do Diário<br />

de Noticias.<br />

Os castigos que pelo sr. Ferreira<br />

d'Almeida foram applicados a dois<br />

officiaes da armada acabam de ser<br />

trancados. Assim o resolveu o conselho<br />

do almirantado e o sr. Jacintho<br />

Candido.<br />

O sr. Ferreira d'Almeida está<br />

pensando no modo por que ha de<br />

vingar-se. Nova bofetada, d'esta vez<br />

no Solar dos Barrigas, e tê-4o-hemos<br />

ministro outra vez.<br />

Mais insurreições?<br />

Ha graves apprehensões na Hes-<br />

)anha relativamente a Porto Rico.<br />

O depotado por esta colonia, sr.<br />

Garcia Gomez, pediu ao ministro da<br />

marinha que mandasse mais barcos<br />

á pequena Antilha, na previsão de<br />

qualquer eventualidade.<br />

Nolicias da Italia dizem que eslá<br />

causando vivas apprehensô^s nas províncias<br />

do centro e do sul e na Sicilia<br />

a prohibição da emigração para o Bra<br />

zil. Calcula-se em dez mil homens os<br />

que se haviam feito inscrever para<br />

tomar passagem para o Brazil, tendo<br />

vendido todos os seus bens, e ha receio<br />

de que venham a causar graves embaraços,<br />

porque não é possível dar-lhes<br />

trabalho em condições regulares durante<br />

o inverno.<br />

Carta de Lisboa<br />

Lisboa, 4 de setembro de 1896.<br />

Evidentemente o que mais preoccupa<br />

os nossos políticos é a situação<br />

da Hespanha. Não bastava a<br />

revolta de Cuba para os assustar.<br />

x<br />

xilio aos cubanos, como elles o não<br />

pedem a nós.<br />

O sr. Canovas, porém, nada tem<br />

com o povo hespanhol. E este se<br />

quizer ter em Portugal um grande<br />

alliado—mas sempre livre !— deve<br />

fazer o que nós também precisamos<br />

de fazer,—libertar-se da monar-<br />

A revolta das Filippinas foi o coup chia.<br />

O general Beranger respondeu-<br />

antiguidades do Instituto, não ob-<br />

de grace. Andam atrapalhados os<br />

X<br />

lhe que estão lá quatro barcos, senstante<br />

o sr. director das obras pu-<br />

monarchicos. Porque, elles sabem<br />

do um d'elles o transatlantico arblicas<br />

....<br />

bem, ao fim d'estas revoltas, embo-<br />

Pobre Hespanha dizemos nós.<br />

mado, que é um grande vaso de ra a Hespanha vença, está a revo-<br />

E porque não havemos de dizer<br />

guerra e de muita velocidade. Enlução. — Pobre Portugal? Pobre Patria<br />

E eu sempre a tropeçar no sr. tende, portanto, que não urge man-<br />

abatida á mercê de meia dúzia de<br />

director. Por ora não, fica para mais<br />

Sim! Porque a ruina financeira<br />

dar mais reforços de marinha.<br />

insignificantes que invadiram tudo<br />

tarde...<br />

é inevitável.<br />

*<br />

e dão ordens, fazem leis, exploram,<br />

D'ahi os monarchicos terem como<br />

dominam, mandam o povo como se<br />

Antonio A. Gonçalves limitou a<br />

certa a revolução em Portugal.<br />

Foi também do sr. Antonio Au-<br />

este fosse uma leva de condemna-<br />

restauração a remover do templo<br />

Vêm no Temps os seguintes pe- A este respeito, porém, tenho a<br />

gusto Gonçalves a idêa de demolir<br />

dos.<br />

tudo o que lhe modificava o cararíodos<br />

:<br />

opinião de que Portugal não deve<br />

o lanço do edifício da Imprensa que<br />

Deixemos a Hespanha, que lá<br />

cter, prejudicando o effeito geral, a<br />

fundar as suas únicas esperanças,<br />

se encostava á Sé, e lhe tirava a «O governo hespanhol desconfia<br />

têm elles certa a revolução.<br />

concertar o que fôra mutilado, re-<br />

para se salvar, no facto de haver<br />

luz; como foi d'elle também a de que se está preparando um movi-<br />

Pensemos em Portugal.<br />

pondo as columnas no estado pri- restaurar o Claustro do século xv, mento revolucionário em Porto Ri-<br />

Republica em Hespanha. Pois en-<br />

Nunca se tornou necessário como<br />

mitivo, recuando porém, quando a que o sr. director das obras publico. Preventivamente ficarão alli altão, se a Hespanha estivesse nadan-<br />

agora pensarmos no futuro.<br />

obra a emprehender ia destruir qualgumas<br />

forças das que vão já camido em felicidades, nós havíamos de<br />

cas....quer<br />

monumento de alto valor arnho<br />

de Cuba.»<br />

convencer-nos de que também es-<br />

Nunca se impoz a todos os hotístico.ta<br />

vamos felizes?<br />

mens dignos de serem tidos na con-<br />

Por ora não....<br />

ta de homens de bem, como se im-<br />

E pelo facto de Hespanha ser mo-<br />

O projectado e já gorado centepõe<br />

agora, o dever de se prepara-<br />

Foi por isso que conservou o venarchia,<br />

mesmo que todo o exerci-<br />

Em tudo a restauração o sr. Annário<br />

da índia ainda está prendenrem<br />

para todos, todos os sacrifícios,<br />

lho altar gothico, e as duas capeldo<br />

as attenções da commissão noto, a marinha e o povo fossem, para<br />

tonio Augusto Gonçalves pretendeu<br />

para combater pela patria.<br />

las do Santissimo, e de S. Pedro,<br />

meada pelo governo para promover a revolução, em Portugal, havíamos<br />

apenas pôr a descoberto as linhas a sua realização.<br />

de gritar — esperem pela Hespa-<br />

Não só para a livrar da monar-<br />

apezar d'ellas terem modificado o<br />

geraes do edifício, limitando-se sim- E' afinal um bom meio de passar nha?chia,<br />

mas d'uma perda irremediá-<br />

aspecto da egreja, apezar do seu<br />

plesmente á consolidação do que o tempo para quem não possa sair<br />

vel.<br />

pavimento ter sido rebaixado no sé-<br />

Claro que não.<br />

ameaçava ruina, á restauração do agora de Lisboa. Que aquillo por lá<br />

Haverá quem falte a cumprir o<br />

culo xvi.<br />

Comludo isto não impede que os<br />

deve estar agora muito aborrecido 1<br />

que havia sido mutilado.<br />

seu dever?<br />

Nas capellas limitou-se apenas a<br />

acontecimentos de Hespanha in-<br />

A fórma como esta restauração<br />

fluam poderosamente na nossa vida.<br />

J. M.<br />

indicar visivelmente, que o styloba-<br />

foi feita é um facto único em Porto<br />

tinha sido cortado para dar mais<br />

Acaba de dar-se em Saragoça Por isso devemos prevenir-nos<br />

tugal, em que os monumentos na-<br />

elegancia ás duas construcções da<br />

um facto interessante.<br />

para todas jts eventualidades.<br />

Partiu para a Figueira da Foz,<br />

cionaes tem servido apenas para a Em um comboio que d'esla ci-<br />

renascença; mas não tocou nas ca-<br />

Mas a primeira eventualidade onde tenciona passar o mês de se-<br />

exhibição grotesca das incapacidadade conduzia tropas com destino a<br />

pellas ; porque tocar-lhe seria des-<br />

contra que devemos prevenir-nos tembro, o nosso prezado amigo sr.<br />

des officiaes.<br />

Cuba metteu-se, vestida de soldado,<br />

truí-las; porque não havia meio de<br />

é a da ruina e da miséria que a mo- dr. J. Adelino Serrasqueiro, distin-<br />

Na restauração não se fez nada<br />

uma rapariga que desejava acompanhar<br />

o marido, fazendo parte das<br />

narchia nos prepara.<br />

cto e considerado professor do ly-<br />

as remover para outra parte.<br />

de novo que rapidamente se não<br />

ceu d'esta cidade.<br />

forças expedicionárias. O seu ar<br />

x<br />

Da entrada da egreja fez retirar<br />

conheça, não houve o proposito de pouco marcial e a pouca edade que<br />

o côro, construcção desgraciosa fei-<br />

tirar o valor documental ao edificio, apresentava fizeram com que fosse Sobre o que se passa em Hespa-<br />

notada pelos empregados do cami-<br />

Escliolas em Santa Clara<br />

ta em parte no século x v e em parte<br />

a tenção de mystificar ninguém.<br />

nha ha muita gente que expõe a sua<br />

nho de ferro que, ao passarem re- opinião. Todos concordam em la- Pela camara municipal, sob pro-<br />

no século xvi, tendo apenas de no-<br />

Os fustes, os capiteis, as molduvista<br />

ao compartimento onde entrara,<br />

mentar tantas desgraças. Também posta do presidente, foi dirigida uma<br />

tável dois tectos mudegar es que foras<br />

feitas de novo foram apenas es-<br />

viram com surprêsa desprenderemse-lhe<br />

da cabeça duas lindas tranças eu lamento, mas não posso deixar representação ao governo em que<br />

ram piedosamente recolhidos pelo<br />

boçadas, reproduzem apenas as li-<br />

em virtude de lhe haver cahido o de dizer que a Hespanha poderia se pede a creação de duas escholas<br />

sr. Bispo-Conde.<br />

nhas geraes dos fustes, capiteis e<br />

gorro.<br />

ter evitado tudo se ha mais tempo de ensino elementar no bairro de<br />

Não aconteceu a estes tectos o<br />

molduras primitivas.<br />

Reconhecendo-se que era uma se libertasse da monarchia. Santa Clara.<br />

mesmo que ao bello tecto manoeli-<br />

Foi esta innovação, muito para<br />

mulher, foi-lhe ordenado immedia- Porque foi a monarchia com a Já ha muilo deveriam ter sido<br />

no, exemplar tão curioso, e tão raro<br />

applaudir pelo muito respeito que<br />

tamente que saisse do comboio, dan-<br />

sua violência, a sua immoralidade estabelecidas essas escholas, se não<br />

que o sr. director das obras publi-<br />

revelia pela Arte, e pela extranha<br />

do esta ordem logar a uma scena<br />

commovente, pois a rapariga não e a sua exploração que provocou fosse entre nós tão criminosamente<br />

cas apeou no paço espiscopal, e que<br />

sensibilidade que indica em quem<br />

queria de modo algum deixar o estas revoltas justíssimas.<br />

descurado tudo o que interessa á<br />

não soube aproveitar na restaura-<br />

teve a idêa e a levou a cabo, uma<br />

marido.<br />

Mas a Hespanha teve a ingenui- instrueção publica.<br />

ção manoelina que planeou.<br />

das coisas mais difficeis de fazer<br />

acceitar pelo publico.<br />

Afinal teve de ceder perante a dade de se deixar cair na armadi-<br />

O sr. director das obras publi- força.<br />

Mas deixemos por ora o sr. dilha<br />

de Sagunto.<br />

CclS • • • •<br />

rector das obras publicas.<br />

Ha de soltar-se d'ella, para sempre,<br />

quero crêr.<br />

Estas lições servem de bastante.<br />

Estão em Lisboa cerca de 120 pessoas<br />

hespanholas que dizem haver sido<br />

engajadas para emigrar para o Brazil.<br />

As folhas da capital notam que todas<br />

ellas apresentam o miserável aspecto<br />

de quem tem soffrido as torturas da<br />

fome.<br />

Começa assim a manifestar-se a gravíssima<br />

crise que mais que a guerra<br />

de Cuba e das Filippinas ha de atormentar<br />

a Hespanha.<br />

Mas, ia eu dizendo, lamenta-se a<br />

Hespanha.<br />

O sr. Canovas é que eu nunca<br />

lamentarei. Este cavalheiro, aqui<br />

ha annos, dizia no seu jornal La Vem publicado no Diário do Governo<br />

Época que as tropas hespanholas de 4 do corrente o decreto determinando<br />

que não seja admittido nos ly-<br />

deviam ter com que se entreter e ceus alumno algum a malricular-se nas<br />

Em quinta feira ultima, depois virem num passeio triumphal até disciplinas do 1.° e do 2.° anno de<br />

de impressa a Resistencia manifes-<br />

qualquer dos cursos estabelecidos pelo<br />

Lisboa.<br />

tou-se incêndio em Fóra de Portas,<br />

artigo 2.° do decreto de 20 de outu-<br />

na barraca do fogueteiro sr. João da Não vieram, mas tiveram o seu bro de 1888.<br />

Claudina. A barraca ardeu comple- passeio a Cuba e ás Filippinas.<br />

tamente e no incêndio soffreram al- E longo o passeio e o triumpho<br />

gumas queimaduras, em virtude da não é muito certo.<br />

O distincto cavalleiro Fernando de<br />

explosão da polvora, dois operários.<br />

Oliveira já toma parte na corrida que<br />

Mas, por o passeio até Lisboa<br />

Recolheram ao hospital, não sen-<br />

no dia 8 haverá na Figueira da Foz.<br />

não ser longo, o triumpho também<br />

do de gravidade o seu estado.<br />

Mais um motivo para que se previna a<br />

O fogo foi determinado por uma não seria fácil. No fim de contas tempo com bilhete quem quizer obter<br />

experiencia feita com um foguete. nós não precisaríamos de pedir au- um logar.


A questão das licenças<br />

Em sessão de quinta-feira, além<br />

da representação ao governo para<br />

a creação das escholas em Santa<br />

Clara que noticiamos noutro logar,<br />

a camara municipal resolveu pedir<br />

ao governo que extinga a corporação<br />

dos vigias creando outra<br />

de zeladores municipaes para occorrer<br />

ás necessidades da hygiene,<br />

limpeza e fiscalização d'impostos,<br />

composta de quarenta individuos<br />

com o ordenado annual de 100$>000<br />

réis e que faça uma revisão na lei<br />

que exige o pagamento de licenças<br />

aos commerciantes e industriaes.<br />

Relativamente a este ultimo assumpto,<br />

em que o governo já attendeu<br />

em parte as reclamações dos<br />

commerciantes, a deliberação da<br />

camara foi motivada pela seguinte<br />

representação que a Associação<br />

Commercial lhe dirigiu:<br />

Ill. mo e Ex. mo Sr.—A Associação Commercial<br />

de Coimbra, em assemblêa<br />

geral de 28 d'agosto p. passado deliberou,<br />

por unanimidade, dirigir-se ao<br />

illustre Senado conimbricense pedindo<br />

para que, como legitimo representante<br />

dss munícipes, represente ao governo<br />

de sua majestade impetrando a revisão<br />

da lei de 21 d'outubro de 1863, relativamente<br />

ás licenças para os estabelecimentos<br />

considerados insalubres, incommodos<br />

ou perigósos, e que só ultimamente<br />

foi mandada pôr em execução<br />

mediante o pagamento de 10)5000 réis<br />

de sello e custas do respectivo processo,<br />

o que tão vivamente impressionou,<br />

não só as attingidas pela lei, como<br />

o publico em geral.<br />

A esta lei vem annexas três tabellas<br />

com a designação dos estabelecimentos<br />

sujeitos á licença.<br />

Reconheceu esta Associação que ha<br />

uma certa ordem de estabelecimentos<br />

a quem a licença para o seu funccionanamento<br />

se torna necessaria, sem com<br />

tudo discutir a justiça ou injustiça do<br />

sello applicado, desde que esses estabelecimentos<br />

pagam a contribuição industrial<br />

da sua laboração. São elles<br />

pouco mais ou menos os que fazem<br />

parte das tabellas n.° 1 e 2, cornprehendendo<br />

os grandes depositos de<br />

matérias inflammaveis, mas não explosivas;<br />

as fabricas com machinas de<br />

pressão, afim de velar pela segurança<br />

de seus operários e condições hygienicas;<br />

os estabelecimentos que pela reconhecida<br />

insalubridade da sua industria,<br />

precisem egualmente satisfazer a<br />

determinadas condições hygienicas a<br />

bem da saúde publica, etc.<br />

33 Folhetim da RESISTENCIA<br />

JOÃO DAS GALÉS<br />

XXI<br />

O porteiro do n.° 53<br />

—Sim, disse Hélène.<br />

—Permittls que vos indique o Hotel<br />

do Louvre? Ide habitar ahi. Mandarei<br />

para lá um agente que ficará às vossas<br />

ordens.<br />

— Irei, disse Hélène.<br />

A que fôra duquêsa de Villedieu<br />

tomou um fiacre e fez-se conduzir ao<br />

boulevard Malesherbes, n.° 102.<br />

—Ide, disse ella ao cocheiro, apenas<br />

chegaram, saber se M. Gribeauval está<br />

em casa.<br />

— Ah I estava certo de que virieis<br />

aqui! disse um homem que introduzira<br />

a cabeça pela portinhola.<br />

E saltando rapidamente para a boleia,<br />

pegou nas redeas e chicoteou os cavailos<br />

com toda a força.<br />

Hélène reconhecera seu marido. Deitou<br />

a cabeça de fóra e gritou : «Soccorro!»<br />

Os transeuntes correram atraz do<br />

carro.<br />

João Gerin, vendo que la fatalmente<br />

ser agarrado, saltou abaixo do carro<br />

e fugiu.<br />

— Que ha?, perguntaram os guardas<br />

4a paz que Unham apparecido.<br />

Está de luto pelo fallecimento de<br />

uma sua irmã, o sr. José Rodrigues<br />

Paixão, honrado industrial nesta cidade.<br />

De visita a sua ex. ma familia acha-se<br />

nesta cidade o integerrímo juiz de<br />

Mirandella sr. dr. Amaral Guerra.<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Porém, obrigar os estabelecimentos<br />

retalhistas e pequenas industrias, que<br />

são todos os que fazem parte da tabella<br />

n.° 3. a uma licença para o seu funccionimento,<br />

é uma fl grante injustiça<br />

e absurda exigencia, pois que, sem<br />

maiores garantias para a sua e segurança<br />

publica, se perigos existissem,<br />

mais vem aggravar as já precarias<br />

circumstancias do contribuinte e reduzir<br />

muitos d'elles á total miséria.<br />

E tanto isto tem sido reconhecido<br />

pelos proprios poderes do estado é que<br />

ha 33 annos que esta lei jazia nos archivos,<br />

sem coragem para a pôr em<br />

prática.<br />

Para as matérias imminentemente<br />

explosivas, taes como a pólvora, o dynamile<br />

e outras, uma legislação especial<br />

deve regular este ramo de commercio,<br />

isolarido-o, sem comtudo affectar<br />

com sellos custosos a misérrima<br />

industria pyrotechnica.<br />

A superior illustração de v. ex. a e<br />

dos mais representantes do município,<br />

sobram conhecimentos para avaliarem<br />

de justiça da causa que defendemos e<br />

bem conhecida necessidade da revisão,<br />

em tempo opportuno, da citada lei de<br />

1863.<br />

Pede, portanto, a Associação Commercial<br />

de Coimbra, para que-vv. ex. as<br />

assim o aconselhem ao governo de sua<br />

majestade, pedindo a tolerancia da<br />

mencionada lei até á sua revisão.<br />

Deus guarde a v. ex. a — Associação<br />

Commercial de Coimbra, 2 de setembro<br />

de 1896. — lll. ra0 e ex mo sr. presidente<br />

da Camara Municipal de Coimbra.<br />

Em companhia de sua ex. ma Instrucção secundaria Lucas, José Marques Pinto e Albano Gomes reitor e professor de instrucção pri-<br />

Paes.<br />

maria do Collegio dos orphãos a cargo<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão ordi-<br />

A abertura das aulas nos lyceus naria de 6 do corrente, declarando o presi- d'esta Santa Casa.<br />

para os alumnos do periodo transidente não ter reunido a camara no dia 13 por Os reverendos presbyteros, que pre-<br />

falta de numero de seus vogaes.<br />

tório realiza-se no dia 15 d'oututenderem<br />

ser providos nalgum dos re-<br />

Enviou ao vereador respectivo, para inforbro,<br />

sendo esta disposição applicamações, um officio do professor official da<br />

feridos cargos, apresentarão os seus<br />

escola elementar de Eiras ácerca das condi- requerimentos na secretaria d'esta Mivel<br />

em todos os annos subsequenções da casa e mobília da mesma escola. sericórdia até às 3 horas da tarde do<br />

tes.<br />

Tomou conhecimento de uma participação dia 24 do corrente mês. E ahi lhes se-<br />

do inspector dos incêndios dando conta do rão também prestados quaesquer es-<br />

fallecimento de um bombeiro.<br />

Manteve uma multa imposta a um marclarecimentos de que porventura poschante<br />

por transgressão do artigo 25 do regusam carecer com referencia às obriga-<br />

Foi mandado abrir concurso de adlamento do motadoiro, auctorisando o fiscal ções inherentes áquelles differentes carmissão<br />

á Eschola Naval de 6 aspiran- respectivo a fazer a admoestação necessaria ao gos.<br />

referido marchante pela maneira menos contes,<br />

3 aspirantes a machinistas e 2 a<br />

veniente por que se houve no acto da intimação Quanto ás remunerações, os provi-<br />

médicos.<br />

da multa.<br />

dos terão: casa, cama e mêsa, roupa<br />

Mandou passar licenças para apascentamento lavada e engommada, facultativo, para<br />

de cabras a dois proprietários d'este concelho. os tratar em suas doenças, e remedios<br />

Informou duas reclamações sobre matéria<br />

Encontra-se quasi completamen- de recrutamento.<br />

gratuitos; e receberão de ordenado—<br />

Resolveu declarar á junta de parochia de reitor por esse cargo e pelo de thesoute<br />

restabelecido da enfermidade que Botão que a ella pertence mandar intimar um reiro da Capella 300)5000 réis — o vi-<br />

o deteve por alguns dias de cama, proprietário para restituir ao goso do publico ce-reitor 200)5000 réis, e o professor<br />

uma lira de terreno vedado junto a um cami-<br />

o sr. Francisco Ribeiro, muito hánho da parochia.<br />

190)5000 réis, comprehendendo-se em<br />

bil impressor na Imprensa Acadé- Auctorisou fornecimentos diversos para o cada uma d'estas duas ultimas verbas<br />

serviço da limpeza e para os da secretaria da a remuneração de 100)5000 réis pelas<br />

mica.<br />

camara.<br />

capellanias annexas.<br />

Auctorisou o pagamento de 5$ 700 réis do<br />

custo de um casaco e chapéu para o guarda da Secretaria da Misericórdia de Coim-<br />

quinta de Saíita Cruz.<br />

bra, 2 de setembro de 1896.<br />

Attestou ácerca de diversas petições para<br />

BibliograpMa<br />

subsídios de lactação a menores.<br />

O provedor,<br />

Mandou proceder pela repartição d'obras ás<br />

precisas averiguações — sobre o desappareci-<br />

Luiz da Costa e Almeida.<br />

Gazeta das Aldeai»—Importante semento de agua na fonte da Sereia na quinta<br />

manario de propaganda agrícola e vulgariza- de Santa Cruz.<br />

ção de conhecimentos úteis que se publica no Mandou çagar a quantia de 18ÍOOO réis de<br />

Porto.<br />

serviços do recenseamento eleitoral no cor- DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />

É seu redactor principal o sr. dr. Antonio rente anno.<br />

de Magalhães, distincto cbimico analysta do Dimittiu do sevrço o vigia dos impostos n.°<br />

Laboratorio Chimico-Agricoia do Porto. 14, por se provar da própria confissão do<br />

O n.° 35 que recebemos insere os artigos se- empregado, o abandono do posto fiscal em A minha administração<br />

guintes :<br />

Monfarroio no dia 17 do corrente.<br />

Auctorisou diversos pagamentos de pequenas<br />

dos Hospitaes da Pniyersidada<br />

O Douro, Diogo Martel.—No Norte, Vindi<br />

obras executadas na primeira quinzena de<br />

mas e Aguardente, D. 0. — A industria dos agosto.<br />

1 volume—Preço 1&000 réis<br />

lacticínios, A manteiga (VI), dr. Antonio de<br />

Despachou requerimentos—attestando ácer-<br />

Magalhães. —- O estado das vinhas, M. Rodrica do comporlamento de deversos; auctorigues<br />

de Moraes.—Sericultura (XI), Francisco<br />

Constrncções hospitalares<br />

sando a renovação de covatos no cemiterio da<br />

M. da L. Póssas.—Práticas vinícolas. Pastorí-<br />

filha<br />

Conchada; o deposito de entulhos de escavazação<br />

do vinho (VI) (com gravura), dr. Anto-<br />

(Noções geraes e projectos)<br />

cações feitas em uma casa na quinta de Santa<br />

partiu de Luso para a Figueira da Foz nio de Magalhães.—Folhetim : O abysmo, Car- Cruz em um ponto determinado da mesma<br />

o nosso prezadíssimo amigo sr. Arthur los Deslys, traducção de Julio Gama. — Sec- quinta; a modificação de uma porta e de uma<br />

1 volume com 10 estampas — Preço 1&000<br />

ções e artigos diversos: A vida agrícola.—<br />

de Sousa Moreira.<br />

janella de uma casa em Cellas; a canalisãção<br />

réis<br />

Revista universal.—Palestra semanal.—Con- de esgoto d'aguas de uma casa na rua do Norte;<br />

selhos de veterinaria. — Processos e receitas o aproveitamento d'aguas de uma vaUa junto Reconstrucções e novas constrncções<br />

úteis. — Variedades. — Chronica dos aconteci- da estrada municipal em Taveivo, pava rega<br />

mentos.<br />

de um prédio particular; a construcçSo de um<br />

Está na praia da Figueira o sr.<br />

dos Hospitaes da Universidade<br />

passeio junto de uma casa na Couraça de Lis-<br />

Toda a correspondência relativa á Gazeta<br />

Antonio da Cruz Machado, consiboa<br />

em continuação de outro ; a construcçSo<br />

das Aldêas, quer se trate de assumptos da re- de um jazigo no cemiterio da Concbada segundo 1 volume com 2 estampas e 11 gravuras no<br />

derado empregado na agencia do dacção, quer de negocios de administração e o alçado offerecido; concedeu licenças a empre- texto—Preço 600 reis<br />

vales do correio, etc., deve ser dirigida exclu-<br />

Banco de Portugal nesta cidade.<br />

gados e indeferiu três requerimentos; um, offesivamente<br />

ao seu director, Julio Gama, rua do recendo 850 réis por cada um metro de estrume Histologia e Physiologia dos mnscnlos<br />

Costa Cabral, n.° 1216, Porto.<br />

das varreduras da cidade, outro, pedindo que<br />

se arrende desde já pelo anno de 1897 uma<br />

porção de terreno' na quinta de Santa Cruz,<br />

Secção I—Histologia dos musculos<br />

Parte brevemente para as Cal-<br />

cujo arrendamento finda em dezembro do cor-<br />

A Critica—Revista Theatral, Ribliograrente anno, e o terceiro ácerca ào pagamento<br />

1 volume com 90 gravuras originaes—Preço<br />

das da Amieira a fazer uso das phica, Artística e Litteraria. Acabamos de re- de acréscimo de canalisação d'aguas para rega<br />

500 réis<br />

aguas thermaes, o bemquisto indusceber o n.° 2 d'esta bem redigida revista que de um jardim.<br />

se publica em Lisboa.<br />

trial, sr. Augusto Costa.<br />

Á venda na Imprensa da Universidade.<br />

Hélène arrancou uma folha da sua<br />

carteira, escreveu o que se acabava de<br />

passar, e disse a um dos guardas:<br />

—Um de vós faça chegar ao perfeito<br />

da policia, este bilhete o mais depressa<br />

possível.<br />

E ao outro agente disse:<br />

— Fazei conduzir este carro ao boulevard<br />

Malesherbes, n.° 102.<br />

—Ah! a minha carruagem! exclamou<br />

o cocheiro, e no emtanto os meus<br />

cavallos não tomaram o freio nos dentes.<br />

—Obrigado, disse Hélène dirigindose<br />

ao guarda.<br />

— Perdão, senhora, disse o guarda,<br />

mas dae-me o vosso nome e morada.<br />

— Madame Durand, Hotel do Louvre.<br />

—Mas, senhora... não é bastante<br />

para autoar e...<br />

—Tomae senhora, disse um homem<br />

adiantando-se e mostrando ao guarda<br />

uma carta que levava na palma da mão.<br />

— E então, disse Hélène para o cocheiro,<br />

está em casa?<br />

-—Sim, senhora.<br />

Dizei ao porteiro que vá pedir-lhe<br />

para que venha aqui immediatamente,<br />

que o espera uma dama.<br />

Lucien foi immediatamente avizado.<br />

Teve uma grande commoção.<br />

Desceu rapidamente.<br />

—Ah! sois vós, sois vôs! exclamou<br />

elle cheio de alegria.<br />

E sal ou para o carro, que partiu<br />

logo para o Hotel do Louvre, e abraçando<br />

Hélène, sem reparar no que<br />

fazia, murmurou:<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão ordinaria de 20 de agosto de<br />

1896.<br />

Presidencia do dr. Luiz Pereira dá Costa.<br />

Vereadores presentes : — effectivos : arcediago<br />

José Simões Dias, bacharel José Augusto<br />

Gaspar de Mattos, José Antonio dos Santos,<br />

Antonio José de Moura Bastos, José Antonio<br />

—Amo-te!<br />

—Deixae-me! exclamou Hélène, eu<br />

sou mulher d'um forçado.<br />

XXII<br />

Namorado<br />

—Duvidaes do que acabo de dizervos?,<br />

disse Hélène vendo que Lucien<br />

ficára mudo e confuso.<br />

-—Estou perturbado pela palavra<br />

que acabo de pronunciar, senhora.<br />

Fi-lo inconscientemente, juro-vo-lo. Eu<br />

nunca disse que vos amava e essa<br />

palavra saiu não sei d'onde. Quanto á<br />

vossa historia, ai! conheço-a, senhora.<br />

Vosso marido é um antigo forçado, assassino<br />

e ladrão. Enganou vosso pae<br />

e abusou de vós. Eu sei tudo. Sois<br />

uma infeliz victima e eu sinto por esse<br />

motivo por vós mais amizade e mais<br />

dedicação do que tinha d'antes.<br />

—Como soubeste essa historia?<br />

Gribeauval contou-lhe o que se tinha<br />

passado depois que ella desappare-<br />

cera, e o que tinha feito, e o que<br />

tinha sabido.<br />

—Oh!, disse Hélène, o procurador<br />

não me tinha contado isso com tantos<br />

detalhes! È mais horrível do que eu<br />

pensava.<br />

— Ê horrível sem duvida, disse<br />

Gribeauval, mas nada d'isso, senhora,<br />

pôde recair sobre vós.<br />

— Ai I senhor, estamos ligados um<br />

ao outro! a sua deshonra câe sobre<br />

mim i o que disserem d'elle di-lo-bao<br />

E E<br />

Luiz da Costa e Almeida,<br />

provedor da Santa Casa<br />

da Misericórdia de Coimbra<br />

Faço saber que, por deliberação da<br />

Mèsa, se acha aberto concurso para o<br />

provimento dos logares de reitor, vice-<br />

de mim ! Oh! quero fugir para longe<br />

d'aqui, quero deixar a França!<br />

— Era talvez melhor procurar vosso<br />

tio em Italia.<br />

— É isso, é isso o que eu desejo<br />

fazer... sim... mas...<br />

— Mas?<br />

— Sou só, estou sem dinheiro...<br />

e...<br />

—Enganae-vos, senhora, ainda não<br />

me pedistes contas das operações de<br />

que me encarregastes. Paguei tudo o<br />

que comprei do vosso mobiliário, e<br />

tudo isso está seguro, em minha casa.<br />

Empenhei, conforme as vossas ordens,<br />

os brilhantes. Tenho para vos entregar<br />

[F. Fernandes Costa<br />

E<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do Yisconde da Luz, 80<br />

eu também. Escoltar-vos-hei. Quando<br />

tiverdes encontrado vosso tio, então<br />

dir-vos-hei adeus... se assim o exigires.<br />

Um e outro, sentiram as lagrimas<br />

correr-lhe pelas faces.<br />

—Adeus?... disse Hélène, não, senhor,<br />

não pronunciareis essa palavra.<br />

Eu não a pronunciarei nunca também.<br />

Ficaram silenciósos por momentos.<br />

—Mas, disse Hélène, agora me lsmbro,<br />

não terá a justiça necessidade de<br />

ouvir-me? O procurador disse-me para<br />

ficar aqui... Será para se declarar nullo<br />

o meu casamento?<br />

—Que importa isso!, exclamou Lu-<br />

o conhecimento d'essa operação e um cien. Quereis expôr-vos, em plena<br />

certificado de trinta mil francos. As audiência, ao olhar dos curiósos e sof-<br />

minhas contas estão certas como podeis frer talvez os sarcasmos d'um força-<br />

verificar. Não esqueçaes também, sedo? Acreditae-me, senhora, no que vos<br />

nhora, de que eu tenho em caixa algum digo, rompei com esse passado, esque-<br />

dinheiro meu e um certo crédito em cei-o. Deixae a justiça seguir o seu<br />

casa do meu banqueiro.<br />

caminho, para o que não é indispen-<br />

— Que homem de negocios! disse sável a vossa presença. A vindicta<br />

sorrindo Hélène.<br />

publica persegue vosso marido. Isso<br />

— Ah! rides-vos! é um pronuncio de basta. Fujamos de Franca, e vamos<br />

felicidade! para quando nos encontrar- procurar o esquecimento sob esse delimos<br />

longe d'aqui!...<br />

cioso ceu da Italia.<br />

— Nós!...<br />

Hélène estendeu a mâo a Lucien.<br />

—Oh! perdão, senhora. Na verdade — Partamos, disse ella, e não me<br />

eu não sei já o que digo. Deverei entre- abandoneis nunca, porque, eu não sei<br />

tanto deixar-vos partir só? Vede, se- se é porque vos amo, Lucien, mas cora<br />

nhora, eu trago um cinto de flanella e certèsa é por vossa causa que eu tenbo<br />

nesse cinto dois excellentes revolvers desejo de viver.<br />

e alguns cartuchos.<br />

Nunca largo estes apetrechos de<br />

guerra. São boas defêsas. Para onde<br />

[Continua) t<br />

vós fordes, se m'o perraittirdes, irei


CAVALLOS<br />

16 M u a r e s > etc -í esquioBncias,<br />

IH sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc . curam-se<br />

cam o LINIMENTO VISICANTE<br />

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untura forte era todos os casos.<br />

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principaes terras.— Depositos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

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o pagamento a praso mediante<br />

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il successor, rua do Visconde<br />

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Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Em agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

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li Praça de D. Luiz, ha<br />

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de Soura, rua Ferreira Borges,<br />

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Bom emprego de capital<br />

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* aos Arcos do Jardim, n.°<br />

4ij cora fundos para Santa<br />

Cruz.<br />

O motivo da venda é o ter<br />

de retirar-se d'esta cidade o<br />

seu proprietário.<br />

Para informações, na loja do<br />

gr. Castro Leão, rua Ferreira<br />

Borges, ou com o sr. Antonio<br />

Maria Leite de Albuquerque,<br />

empregado no Lyceu.<br />

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RESISTENCIA - Domingo, 20 de setembro de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

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estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Era Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. — As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

VENDA<br />

7 Wende-se em COZELHAS<br />

w uma linda vivenda, que<br />

se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

agua, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. É em sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

0 comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

arques Mósca, solicitador, rua<br />

i\fo Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

astanheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra.<br />

Assignatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

0<br />

Mj CO<br />

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Os leitores da BEVIS-<br />

TA, além do texto, coinprehendendo<br />

o original de perto<br />

de 90 paginas em 8.°, têm também<br />

MANTEIGA DA CONRARIA<br />

Vende-se no Gâíé Lusitano<br />

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a formar um elegante volume.<br />

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Correspondente Basilio Augusto<br />

Xavier d'Andrade, rua<br />

Martins de Carvalho, n.° 4.<br />

Sae nos dias<br />

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Moraes, na Praça 8 de<br />

Maio, n. 08 6 e 7.<br />

Pharmacia<br />

2 floinpra-se ou arrenda-se<br />

V no districto de Coimbra.<br />

Esclarecimentos ao sr. Adelino<br />

Saraiva, Phar:racia da Misericórdia—<br />

Coimbra.<br />

"RESISTENCIA,,<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

E QUINTÀS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

EDITOR<br />

João Maria da Fonseca Frias<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 2)51700<br />

Seraéstre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha-.<br />

Anno 2)5400<br />

Semestre 1)5200<br />

Trimestre 600<br />

ANNUNCIOS<br />

Cada linha, 30 réis—Repeti<br />

ções, 20 réis.—Para os srs. as<br />

signantes, desconto de 50 p. c<br />

LIVROS<br />

Annunciam se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

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SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

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mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103


La reine s'amuse<br />

só o vestido com que a senhora D.<br />

Maria Pia assistira a esse casamento<br />

custara a somma fabulosa de 14<br />

contos de réis—quer dizer, a fortuna<br />

d'umas poucas de famílias!<br />

Bellissima caridade esta que por<br />

taes actos se affirma e define!<br />

Nós bem sabemos que as gazetas<br />

palacianas nos hão de vir dizer<br />

É um anjo de caridade que tem pericia, que por momentos se nos<br />

, . , afigura que o pais perdera a sua<br />

sempre pensado em si, e que so por antes F que p F assem á hist0.<br />

causa de si pede para dar. rja as instituições que tão mísera<br />

Já a viagem por occasião do ca- velmente o compromelteram.<br />

samento de seu irmão, o duque de A corrupção tem-se desinvolvido<br />

f . , em meio adequado e as municipaes<br />

Aosta, nos custou quantias fabulo-1 incutem ^ Ung comem e 0lflr0S<br />

sas, chegando a dizer-se então, sem<br />

cjue ninguém o contradictasse, que<br />

tremem.<br />

0 rei diverte-se,<br />

NA HESPANHA<br />

Vae-se aggravando a situação in-<br />

O governo guarda a maior reserva<br />

sobre o que se passa nas Fi<br />

lippinas. Poucos são os telegrammas<br />

que recebe de Blanco de que<br />

dá conhecimento á imprensa, e até<br />

nesses faz mutilações.<br />

Pelo ultimo telegramma communicado<br />

á imprensa, a insurreição<br />

está limitada a Cavite. Neste ponto,<br />

porém, reveste um caracter grave,<br />

tanto que o governo se prepara<br />

para mandar para o archipelago<br />

Esta doença da vinha foi recente'<br />

mente estudada pelo sr. Latasto, em<br />

cepas provenientes de Quilicura, perto<br />

de Santiago do Chili. Consiste nuns<br />

tumores recheados d'uma especie de<br />

cochenilha (Dactylopius).<br />

Das eXperiencias do sr. Latasto,<br />

conclue-se que a doença é extremamente<br />

contagiosa, e que para o seu<br />

tratamento não basta arrancar os tumo-<br />

res das cepas doentes, sendo necessário<br />

cauterizar estas e desinfectar os<br />

utensílios antes de os empregar nas cepas<br />

sãs. O melhor de tudo é, queimar<br />

as cepas atacadas.<br />

As restaurações artísticas<br />

EM<br />

COIMBRA<br />

Dizem varias gazetas da capital<br />

que a sr. a D. Maria Pia, a rainha<br />

mãe, resolvera ir á Italia assistirão<br />

casamento de seu sobrinho,<br />

o principe de Nápoles.<br />

Achamos justo, perfeitamente na- que a rainha vae divertir-se á<br />

tural e humano, este amor de fa- sua custa e que o thesouro nada<br />

milia, que determina a mãe do che- tem a soffrer com isso. Sabemos<br />

fe do Estado a ir vêr os pátrios la- isso de sobra, mas com taes alicanres.<br />

Nada tínhamos que oppôr á retinas nem já as creanças se illudem,<br />

gia resolução, nenhuma objecção e decerto também nos não pretennos<br />

suscitaria este projectado pas- der-0 il)udir a nôg_<br />

seio da rainha viuva, se esta senho- Q paíg é que evidentemente não se<br />

ra se encontrasse em condições fi- e gabe muiU) bem Q quedeve<br />

nanceiras tão desafogadas, que qual-|pensar e ^ em presença de fa_<br />

quer viagem emprehendida ou a ctos como os que diariamente se pro-<br />

emprehender não fosse motivo de duzem nas regiões do poder, onde<br />

sóbra p^ra apavorar os contribuin- parece lêr-se pela cartilha de Luís<br />

tes.<br />

XV: — Après nous le déluge.<br />

Mas, sabendo-se, como toda a<br />

gente sabe, que a decantada princeza<br />

não tem rendas próprias que lhe I , Declaram alguns jornaes monar-<br />

. . chicos que lavra no norte do pais a<br />

permutam satisfazer os seus multi-l jg profunda aversão contra o goplos<br />

e variados caprichos, tomámos Verno e que os nomes do rei e da<br />

a liberdade de extranhar que, numa rainha não são pronunciados com o<br />

situação financeira tão angustiosa acatamento que lhes é devido.<br />

como aquella em que o thesouro Ementando, accrescentam que<br />

M 1<br />

o governo nao liga a mínima impor<br />

publico se encontra, faltando-nos tancia a Sympt0mas tão graves<br />

dinheiro para as necessidades mais Continua a praticar os mesmos desurgentes<br />

da administração, a l g u é m vários, incessantemente se repetem<br />

nensar em desnerdicios na- os possa pensar em desperdícios, pa esbanjamentos que levaram o<br />

lhegouro pub,;co á mais aiarmante<br />

recendo-nos gracejo de máo gosto penu(.ja,<br />

este projectado e parece que deci- Não se tomam providencias algudido<br />

passeio á Italia da sr. a D. Ma- mas tendentes a promover o desin-<br />

• p;„ volvimento agrícola e industrial, não<br />

iid r ict. c ' . . .<br />

, - se pensa em lazer uma administra<br />

A nao ser que se queira pôr as I -Jgéria e economica.<br />

ultimas provas a paciência do con- q tempo que sobeja das mesqni.<br />

tribuinte e a elasticidade da sua nhas questões de politica partidaria<br />

bolsa, não comprehendemos como ou de palacianas intrigas, passam-no<br />

nas altas regiões se pôde 08 terna d'este país, correndo a mo-<br />

uma expedição de 4:000 homens.<br />

narchia sérios perigos.<br />

Havendo-se insinuado que os<br />

Os conservadores e os liberaes,<br />

súbditos allemães residentes nas<br />

reconhecendo-o, fizeram um vergo-<br />

Filippinas tinham promovido a innhosíssimo<br />

accôrdo no parlamento<br />

surreição, alguns jornaes allemães<br />

em virtude do qual se entregaram<br />

protestam contra esse facto que<br />

sem discussão ao extrangeiro as rê<br />

' i qualificam de ridículo, e attribuem-<br />

des dos caminhos de ferro e foram<br />

no a uma tentativa dos jesuítas em<br />

approvadas as eleições por Madrid.<br />

Madrid, para excitarem a opinião<br />

Esse accôrdo causou em Hespanha<br />

publica contra a Allemanha.<br />

profunda impressão, sendo violen-<br />

x<br />

tamente atacado pela imprensa independente<br />

o chefe do partido libe- De Cuba pôde dizer-se que não<br />

ral, que tem abandonado o parla- ia noticias. Continua o mesmo esmento<br />

nas circumstancias difficilliado: a Hespanha enviando incesmas<br />

que o país está atravessando. santemente novos reforços e os in-<br />

E é logico que soffram as consesurrectos recebendo novas expediquências<br />

da ruina da Hespanha os ções.<br />

dois partidos monarchicos que a Diz-se que Maceo conseguiu pas-<br />

promoveram. As responsabilidades sar a Trocha. Se assim é, Weyler,<br />

que pesam sobre conservadores e que resolvera concentrar naquelle<br />

liberaes são as mesmas, porque ponto 20:000 homens, não deve<br />

ambos seguiram os mesmos proces- estar satisfeito. Máximo Gomez e<br />

sos de governo.<br />

Maceo, na arte da guerra, continuam<br />

a mostrar-se superiores ao<br />

O Liberal, affirmando que a in-<br />

general hespanhol.<br />

surreição de Cuba e das Filippinas<br />

é egualmente devida á falta de previsão<br />

dos conservadores e dos libe-<br />

Chegou na terça feira a Lisbôa<br />

raes, conclue:<br />

o sr. dr. Assis Brazil, illustre repre-<br />

•«Grande é a culpa: não tardará<br />

sentante dos Estados-Unidos do<br />

nem será pequeno o castigo.»<br />

Brazil em Lisbôa.<br />

Os factos que se estão dando auciorizam<br />

esta prèvisão.<br />

x<br />

TROCO<br />

Os carlistas abandonaram o parlamento,<br />

dirigindo um manifesto ao Irónico e altaneiro, no bico dos<br />

país em que declaram que, haven pés pela notoriedade que julga ter<br />

do-se o parlamento convertido numa conquistado, o sr. José Moreira Frei<br />

agencia de negocios, não tinham lá re pretende enviar-me cinco réis<br />

que fazer. Esta atitude mostra que porque deplorei o estrago do qua-<br />

estão resolvidos a entrar no camidro da Misericórdia do Porto!<br />

nho da revolução.<br />

O espirito insolente da chocarri-<br />

Não é possível que conquistem ce revela bem que do tirocínio do<br />

por esse ou outro processo o poder, balcão alguma coisa lhe ficou dos<br />

enfraquecido comp está o seu par- vicios de marçano!<br />

tido ; mas graves difficuldades po- Ninguém fallou para o cavalhei<br />

dem levantar ao governo, vindo ro!.. . Na altura em que se acha<br />

complicar-se a insurreição de Cuba collocada a questão, poucos terão<br />

e que<br />

ministros em divertimentos, não e das Filippinas com o$4iorrores vontade de lhe invadir o terreno!<br />

'querendo saber se a monarchia corre d'uma guerra civil na metropole.<br />

pensar em despesas inúteis e até-<br />

Quanto a outras barbaridades<br />

ou nao grave perigo.<br />

Os republicanos estão unidos e julgo perceber de mais, quanto s<br />

dadas as nossas especiaes circum-| Assim faliam as taes gazetas. sem duvida aguardam o momento ex.<br />

^tancias — verdadeiramente injus-j E injustíssima esta accusação opportuno para entrarem em acção<br />

tificaveis.<br />

que se faz ao governo, que acima Não querem crear attrictos ao go-<br />

de tudo tem sido zelosíssimo deverno, nem tomar sobre elles a res-<br />

Talvez que a rainha viuva queifensor<br />

dos interesses da monarchia. ponsabilidade d'uma situação de<br />

ra mais uma vez mostrar quão ade- Sabendo que ella perdeu completa cujas consequências próximas im-<br />

quado é o titulo de anjo da carida- mente o prestigio no país e que lhe possível lhes é libertar o pais.<br />

de, que em tempos mais felizes para é impossível readquiri-lo, o governo A Hespanha, dado que não perca<br />

* monarchia adquiriu. Não sabe- ^fende-se pelos un.cos processos Cuba, ficará numa situação finan-<br />

M<br />

que podem adiar a sua queda: corceira verdadeiramente desesperada,<br />

mos realmente quaes os actos de rompendo por um lado e augmen- e será impossível á monarchia<br />

caridade praticados por essa prin- tando por outro as forças das guar luctar contra ella. O partido repu-<br />

ceza, á custa dos seus rendimentos, das municipaes.<br />

blicano não poderá então deixar de<br />

intervir, porque a Hespanha se in-<br />

que justificasse tal epitheto. Nisto tem pensado sempre- o go<br />

„ . , j. • • , • verno, não duvidando em sacrificar surgirá contra a monarchia que tão<br />

Em luxos e desperdícios innteis L ^ ^ Q futuro do paíg E Qg miseravelmente a comprometteu.<br />

sabemos nós que tem gasto fabulo- seus pjanos t£m sido tão bem com- Uma mudança de instituições na<br />

sas sommas. binados e executados com tanta Hespanha impõe-se fatalmente.<br />

x<br />

a percebeu de menos.<br />

Hei de fallar, porque é conveniente<br />

que falle,' não para gáudio<br />

dos gárrulos jactsnciosos, mas para<br />

elucidação dos que tiverem direito<br />

a formar juizo e ter voto. E, se* é<br />

certo o que julgo, a opinião de s<br />

ex. a XIXI<br />

Sé Velha. A obra de restauração<br />

emprehendida por A. Augusto Gonçalves<br />

.foi constantemente prejudicada<br />

pelo sr. director das obras<br />

)ublicas, que, desconhecendo absoutamente<br />

assumptos artisticos,tinha<br />

as mais phantasticas opiniões sobre<br />

que devia fazer-se.<br />

Não foram pequenos os esforços<br />

empregados por o sr. director das<br />

obras publicas para mandar lavrar<br />

os capiteis que tiveram de fazer-se de<br />

novo e que segundo o plano de A.<br />

Augusto Gonçalves foram apenas<br />

esboçados.<br />

Demoremo-nos aqui um bocadinho<br />

; porque a opinião foi partilhada<br />

também pelo sr. Valladas, primeiro,<br />

e, mais tarde, pelo sr. Luciano<br />

Cordeiro.<br />

Os antigos edifícios, aquelles que<br />

oram levantados por um grande<br />

sopro d'arte, são documentos de<br />

duas ordens: provam á piedade de<br />

quem os levantou, — são o reflexo<br />

do movimento artístico num dado<br />

momento historico.<br />

Considerados como documento<br />

das crenças dos que passaram já<br />

na vida, esses documentos devem<br />

ser rodeados de cuidados, vistos<br />

com respeito.<br />

Não pôde por isso tocar-se-lhes<br />

com o pretexto d'uma restauração<br />

artística; porque seria inutilizar os<br />

documentos da piedade de muitas<br />

gerações.<br />

Olhados como documento historico,<br />

eu entendo que não se lhes<br />

deve tocar também. O livro e o modelo<br />

em gêsso, ou noutra matéria<br />

qualquer, são o bastante. Dentro<br />

d'um templo românico insignificante<br />

pôde haver obras primas da<br />

arte gothica ou do renascimento,<br />

é-me absolutamente indifllren que são, como o edifício primitivo,<br />

te, porque sobre o caso não tem va- documentos com valor para deterlidade,<br />

nem cotação.<br />

minar a evolução da arte, para lhe<br />

E fiquemos nisto.<br />

escrever a historia.<br />

Tuberculose da vinha<br />

Não posso deixar de respeitar<br />

porém a opinião d'aquelles que pretendem<br />

dar aos edifícios antigos a<br />

sua fórma primitiva, procurando<br />

por obras modernas consolidá-los,<br />

tentando reconstituir a linha geral,<br />

mas sem pretender nunca fazer uma<br />

myslificação.<br />

Fazer hoje obra antiga é difficil.<br />

Só um erudito com uma grande sensibilidade<br />

artística será capaz de<br />

dar a linha geral d'uma obra anti*


RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

CARTA DA FIGUEIRA<br />

ga, de lavrar um capitel ou uma os buracos e escrevesse as palavras<br />

misula por fórma a que pareçam que elle imaginou existirem e que<br />

impregnadas d'um sentimento velho,<br />

a manifestação d'um pensa-<br />

ninguém sabe, na letra da época,<br />

com illuminuras da época por fórma<br />

mento antigo.<br />

a que ninguém soubesse o que se<br />

As obras da restauração em Por- accrescentou, de modo a que nintugal—<br />

os Jeronymos e a Batalha guém differençasse o antigo do mo<br />

têm demonstrado que no nosso país derno?<br />

se não é capaz de reproduzir satis- Tal pergaminho teria perdido<br />

fatoriamente um capitel gothico*ou todo o valor.<br />

manuelino.<br />

Esburacado, podia interpretar-se;<br />

São coisas sabidas sobre que não restaurado, é coisa sero valor, por-<br />

vale a pena insistir.<br />

que ninguém pôde conhecer onde<br />

Não poderiam por isso lavrar-se acaba a historia e onde começa a<br />

hoje capiteis românicos que podes restauração.<br />

sem pôr-se ao lado dos que lá existem,<br />

e foram feitos noutro tempo, Acontece o mesmo com os tem<br />

noutro meio, com outros exemplares, pios. Se são um documento, devem<br />

e com preoccupações differentes. ter a authenticidade e o valor d'um<br />

Alguém chegou a propor que se documento historico.<br />

mandassem vir canteiros da Batalha.<br />

Hoje, quando se restaura um per-<br />

Isto de mandar vir canteiros da gaminho, a interpretação é feita em<br />

Batalha, que é um edifício gothico, caracteres modernos. Bestaurou-se<br />

para a restauração da Sé-Velha, que para se conservar. Consolidou-se;<br />

é um edifício românico, não lembra mas toda a gente vê rapidamente o<br />

a... toda a gente I<br />

que tem o valor historico da anti-<br />

Os canteiros da Batalha vivem guidade, toda a gente conhece<br />

desde pequenos no convento, nunca restauração.<br />

viram mais nada; desde pequenos<br />

são educados a reproduzir motivos Hoje, quando se restaura um tem-<br />

gothicos, por isso mesmo são inca plo, consolida-se, põe-se-lhe os<br />

pazes de fazer regularmente uma bocados que são necessários para<br />

decoração romanica.<br />

que elle não cáia, mas toda a gente<br />

O ornato, a interpretação do ani vê rapidamente onde está a restau-<br />

mal ou da planta são feitos por ração.<br />

fórma differente em cada um dos<br />

estyllos.<br />

Pois o sr. director das obras pu<br />

Como ha de por isso um cerebro blicas queria os capiteis restaura-<br />

inculto de canteiro, deformado por dos, e houve quem se offerecesse a<br />

o vicio das restaurações a vêr e a<br />

fazê-los eguaes aos velhos.<br />

reproduzir d'um certo modo os ani-<br />

Um amigo meu affirmou-me que<br />

maes e as plantas, fazer de repente era a mesma a opinião do sr. Lu<br />

coisa differente do que tem feito ciano Cordeiro.<br />

toda a vida, vêr com outros olhos Ora, francamente, não se compre-<br />

e trabalhar com outras mãos e ouhende bem*erro tão grosseiro.<br />

tros utensilios ?<br />

Os artistas da Batalha seriam dos<br />

Na mesma ordem d'idéas o sr.<br />

mais difficeis a educar por fórma a<br />

director das obras publicas mandou<br />

trabalhar no estylo românico.<br />

restaurar o tumulo d'um bispo.<br />

A restauração limitava-se apenas<br />

Demais é profundamente estúpi- á parte da physionomia e a todo o<br />

do lembrar-se alguém de trazer lado esquerdo da figura.<br />

canteiros para Coimbra, terra em Era só isto!...<br />

que os canteiros trabalham melhor Quando se viu a restauração tudo<br />

quejemjnenhuma outra parte do país se indispoz, os jornaes gritaram e<br />

o sr. director das obras publicas<br />

Mas admittamos que hoje se po- dirigiu-se á Sé Velha e quedou-se<br />

diam fazer ornatos como os que se um momento paralyzado pela indi-<br />

acham na Sé Velha, e que fossem gnação!.<br />

perfeitamente comparaveis como De 'repente a#ra-se á bengalada<br />

execução, e como intensão decora- á cabeça do monstro e 'a cabeça<br />

tiva, aos que lá se encontram. rolou pelo chão, e lá ficou muito<br />

Nunca se deveriam mandar fazer; brafica, os lábios abertos, os olhos<br />

porque então o monumento perde o a chorar.<br />

seu caracter de documento artístico Depois olhou o resto e não achou<br />

e só isto podia auctorizar uma res- mal.<br />

tauração condemnada pelo senti- Não tinha razão; S. Ex.<br />

mento de respeito pela piedade dos<br />

outros.<br />

Expliquemo-nos.<br />

Desde que um templo é um documento<br />

historico, deve ter a authenticidade<br />

d'um documento historico,<br />

deve ser olhado com o mesmo respeito<br />

que um pergaminho.<br />

Ora o que diriam V. Ex." do<br />

valor documental d'um pergaminho<br />

que fosse encontrado truncado e<br />

roto, e a que um restaurador tapasse<br />

a a partir<br />

a cabeça ao animal symbolico, devia<br />

partir as ventas ao Bispo e atirar-se<br />

ás vestes do lado esquerdo que são<br />

tão mal feitas como o resto.<br />

Quando acabou, o olhar do sr.<br />

director buscava flammejante o auctordoattentado<br />

artístico, um pobre<br />

d'um canteiro novo, com o olhar<br />

intelligente, e que procurava occular<br />

a sua pequena estatura na massa<br />

de gente que viera a vêr.<br />

Não tinha razão S, Ex. & rapaz fizera o que soubera, e o me-<br />

Minuto; e conseguiu metter um par<br />

lhor que pudera. A obra, apesar de<br />

como Dios lo quier, o Guerrila, no<br />

má, revelava habilidade, era uma<br />

phantasia como muitas qye estão<br />

tunante que por infelicidade pre-<br />

Figueira, 8 —IX —96.<br />

tendeu bandarilhar. Mas lambem<br />

na Batalha com applauso de toda a Concorrência enorme, de muitos houve na tourada alguma coisa de<br />

gente. A restauração do tumulo do milhares de pessoas, a de hoje superior — foi o trasteo do Guerri-<br />

bispo lembra até a do tumulo do esta deliciosa praia. Os comboios, ta. Com o capote e a muleta teve<br />

D. Duarte na Batalha.<br />

e principalmente o tramway, des- passes primorosos, notáveis pela<br />

O nariz do bispo é, Deus me perembarcavam, a cada chegada, gen- elegancia, pela serenidade e pela<br />

dôe, tal qual odomonarcha,— muite e gente,, que tornava exlremamen arte.<br />

to liso, bicudo, arrebitado, com dois te pittorescas e animadas as ruas Mas como é differente d'este o<br />

buracos abertos nas ventas. da cidade, e que se estendia num toureio do Reverte...<br />

Pobre bispo, e pobre rei 1 contínuo formigueiro humano para Encantador o aspecto da praça.<br />

além do Viso, estrada de Buarcos Mais de sete mil pessoas, e a gran-<br />

O canteiro fez o que lhe manda-<br />

fóra, a visitar a capella da Senhora de riqueza de colorido, que davam<br />

ram sem indicações, sem desenhos,<br />

da Encarnação, que Ião poeticamen- á multidão os vestidos das senho-<br />

sem modelos.<br />

te assenta, como todos sabem, no ras e os lenços e as blusas das tri-<br />

Não tivera quem lh'os désse.<br />

cume d'um monte, ao pé de Buarcanas, espalhavam pelo ar uma orcos.<br />

Que suggestiva paisagem sochestração bizarra de alegria.<br />

nhadora a que nos encanta d'aquel-<br />

E que para encontrar a anato-<br />

*<br />

la capellinha branca, paisagem larmia,<br />

a linha, a vida d'um animal ga, dar lavado, oxigenado e puro, Está a partir o correio; vou ter-<br />

heráldico é necessário cbamar-se de onde o nosso olhar e a nossa minar esta. Na próxima carta me<br />

Lassus ou Viollet-le-Duc, e o sr. di- alma se engolfam anciosamente na referirei aos Casinos e a muchas corector<br />

das obras publicas chama-se vastidão do mar azul. . .<br />

sas mas.. . embora corra o risco de<br />

simplesmente Franco Frazão, nome<br />

Á esquerda a barra, por onde vê despertar as cóleras dos WW. d'es-<br />

sem historia que até parece alcu-<br />

mos o mar, beijando o Forte, a enta praia.<br />

nha de secretaria.. .<br />

trar serenamente pela terra dentro,<br />

Fernão Silvestre.<br />

T. C.<br />

como que encantado d'uma tran<br />

quillidade tão dôce, elle, cançado A agencia Havas communica em te-<br />

O caso da Avenida das longas viagens através do Atlânlegramma de Madrid que o governador<br />

civil de Valencia annunciára que na<br />

tico, batido dos ventos que o fazem<br />

Acabam de ser absolvidos em<br />

noute do dia 8 para o dia 9 se reuni-"<br />

bramir de cólera. Caminhando para ram no meio d'um campo, no^s arredo-<br />

conselho de guerra os srs. Raphael<br />

dAndrade e Gomes da Costa por o norle, a fila branca da praia, de res de Pedralva, uns trinta homens,<br />

armados de espingardas Remington e<br />

não se provar a aggressão contra areia fina, a deliciar suavemente, que penetraram na villa, mas que sen-<br />

o sr. Constantino Boque da Costa. como que offerecendo-se, carinhodo perseguidos fugiram em direcção<br />

No tribunal criminal commum foi<br />

desconhecida. Accrescenta o governasa,<br />

ao mar, para que elle se espredor que parece tratar-se d'uma guer-<br />

este absolvido por se provar que guice, em murmurios de amor, pela rilha republicana.<br />

havido disparado o rewolver em<br />

areia fóra. E elle indolente e lasci-<br />

legitima defêsa. Provada a legitima<br />

defêsa, provada eslava a aggressão; vo, como que a brincar, num pro- Deu-se em Lisbôa um facto inte-<br />

não se provando a aggressão, a longamento de prazer, ora avança ressante com os emigrantes hespa-<br />

legitima defêsa não tinha logar. ora recúa, murmurante sempre, semnhoes que pretendiam embarcar<br />

.Quer dizer: o poder judicial dispapre a rir, a espalhar pela areia luratou.<br />

para o Brazil.<br />

minosa a sua cabelleira branca, des-<br />

Algunsjornaes monarchicos mos-<br />

Presumindo o ministro de Hesgrenhada.<br />

E isto até Buarcos, onde<br />

tram-se muito apprehensivos com o<br />

panha que alguns d'esses emigran-<br />

facto, que isto de justiça em Por-<br />

elle, na bahia serena, enlanguescites<br />

pretendiam esqui<br />

tugal já vae parecendo uma brindo, já sem força, se estende pela<br />

cadeira. Nós só registamos mais areia a desfazer-se num murmurio<br />

uma prova de quí a monarchia vae em que sôam beijos. Ao largo, onde<br />

corroendo o pouco que no país se confunde com o azul do mar o<br />

ainda havia de são. E para que se azul do céo, vêem-se a voar azas<br />

veja quatf procedente ella é, esta<br />

nota característica: poucos dias antes<br />

brancas de gaivotas, e a correr por<br />

de se reunir o aonselho de guerra, sobre as aguas velas brancas enfu-<br />

que tinha de julgar o sr. Gomes da nadas. De vez em quando chega até<br />

Cosia, o governo do rei nomeava-o á ermida, pousada no alto do mon-<br />

capitão-mór em Africa, e era fixado te, a melopêa d'uma canção da bei-<br />

o dia eftv que devia partir.<br />

ra-mar... E, animando a paisagem,<br />

enchendo-a de alegria e de risos, a<br />

alacridade da luz, batida em cheio,<br />

Para a policia de Lisbôa acabam<br />

violenta e forte, na casaria da cida-<br />

de chegar 700 rewolvers americade<br />

e na areia da praia.. .<br />

nos„ *<br />

E ainda ha quem diga que o governo<br />

não pensa nos interesses da<br />

monarchia!<br />

Mas nem só a Senhora da Encarnação<br />

trouxe hoje á Figueira tanta<br />

gente. O Guerrita, o loureiro ado-<br />

Está aberto concurso de provas rado da Hespanha, deu uma^enchen-<br />

práticas para o provimento de Ioga te á praça de touros. E foi uma tou-<br />

res de primeiros aspirantes do quarada bôa, a tourada do Guerrita,<br />

dro telegrapho-postal. Os concor- diziam uns; foi simplesmente tolerentes<br />

deverão entregar os requerável, diziam outros.<br />

rimentos aos respectivos chefes de Vamos com estes, embora peze<br />

serviço até ás 4 horas da tarde do<br />

á maior parle. Prejudicou o loureio<br />

dia 30 do corrente.<br />

dos artislas bons, a inferioridade<br />

do gado. Malessos quasi todos os<br />

touros, cheios de querenças e de<br />

Um carro que DO domingo ultimo re- arteirices, não deixaram que o tragressava<br />

de S. Silvestre voltou-se probalho dos cavalleiros e do notável<br />

ximo da estação velha do caminho de<br />

ferro.<br />

espada tivesse o brilho e luzimenlo<br />

Picaram maltratados os srs. João Au- que havia de ter. Resultado geral,<br />

gusto Antunes, Augusto Paes e Julio poucas coisas boas e muitas más.<br />

Cezar Augusto, não tendo nenhum<br />

; o pobre d'elle8 ferimento de gravidade. Em bandarilhas, teve pares bons o<br />

v ar-se ao serviço<br />

militar, pediu ao sr. João Franco<br />

para que os não deixasse embarcar<br />

sem que mostrassem os documentos<br />

que levavam.<br />

O sr. João Franco, que até as<br />

disposições do codigo administrativo<br />

que decretou em dictadura<br />

ignora, accedeu promplamente ao<br />

pedido, certamente por desconhecer<br />

que ainda ha pouco tempo havia<br />

decretado que aos extrangeiros que<br />

entrassem no reino ou d'este saíssem<br />

se não exigissem passaportes. Sendo-lhe<br />

lembrada essa disposição,<br />

deu conlra-ordem com a mesma<br />

energia nevrolica com que havia<br />

dado a ordem, determinando que<br />

os hespanhoes embarcassem. Mais<br />

tarde ordena que fique dependente<br />

do visto do consulado hespanhol a<br />

viagem.<br />

E ahi vae o vice-consul de Hespanha<br />

a bordo do paquete, separa<br />

uns 60 emigrantes que não podiam<br />

seguir viagem por falta de documentos<br />

e, como as familias respectivas<br />

se oppozessem á saída d'elles,<br />

apresenta-se uma força de capitão<br />

da guarda municipal, o chefe de<br />

policia do Porto e o representante<br />

consular da Hespanha e obrigam<br />

os 60 emigrantes a vir para terra,<br />

E então o vapor saiu a barra.<br />

Muito bem.<br />

0 sr. ]f)ão Franco é um grande<br />

estadista,


Bodrigues de Freitas<br />

Na crise tão dolorosa que atravessamos,<br />

quando o mal parece ter<br />

conquistado entre nós o reino deste<br />

mundo, mais que nunca se torna<br />

necessário que, ao menos na hora<br />

solemne do passamento, ao partirem<br />

para a viagem da eternidade, os<br />

homens de bem recebam a sua justa<br />

consagração.<br />

Morreu com Rodrigues de Freitas<br />

um dos caracteres mais nobres da<br />

nossa terra: elle era um dos raros<br />

membros, infelizmente tão dispersos<br />

1 da classe dirigente, cuja virtude<br />

ainda tem logrado reconfortar com<br />

o seu luminoso exemplo a alma<br />

nacional, guiando-a amoravelmente<br />

pelos caminhos já quasi perdidos<br />

da honra e da salvação. E em tão<br />

permanente communicaçãocom ella<br />

estava, e tamanha era a auctoridade<br />

que ao seu saber prestava a lógica<br />

da sua vida, que bem se pôde affirmar<br />

que o seu pensamento fazia<br />

parte integrante da consciência publica.<br />

Como professor ou como jornalista<br />

e tribuno, a sua personalidade<br />

insinuava-se; mas, embora a<br />

soa palavra escripta fôsse tão persuasiva,<br />

para ter perfeita idêa das<br />

faculdades de irradiação sympathica<br />

que o animavam, era necessário<br />

conhecer o orador. Elle sabia alliançar<br />

ao aprumo da sua inquebrantável<br />

firmeza de convicções uma<br />

doçura, uma tal complacência de<br />

tom e de maneiras, que irresistivelmente<br />

se apoderava do seu audi-<br />

tório. E por isso, porque era um<br />

delicado, não se envolvia em todos<br />

os combates: não o retraía a doença,<br />

mas a sua terna sintimentalidade.<br />

Luctador indefesso, procurava comludo<br />

tomar a posição, d'onde os<br />

seus ataques, visando aos erros<br />

sociaes, não podessem ferir o coração<br />

dos seus concidadãos, que elle<br />

tanto amava! A sua politica era uma<br />

politica de bondade, cuja fórmula<br />

elle ainda nos legou no seu testa-<br />

34 Folhetim da RESISTENCIA<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

mento: «devoção pelos doentes e<br />

pelos fracos».<br />

Filho do Porto, foi sem duvida<br />

nos últimos tempos a sua encarnação<br />

mais pura, e a falta que lhe<br />

faz, não pôde ser medida. Tantas<br />

vezes á custa da sua precária saúde,<br />

não houve momento diíficil em que<br />

a sua voz dedicada não soasse bem<br />

alto para que a cidade do trabalho,<br />

centro potente de iniciativa e de<br />

independencia, thealro dacções generosas<br />

na guerra e na paz, mantivesse<br />

sem desfalecimentos contra<br />

todos os assaltos a sagrada bandeira<br />

das suas tradições. E oxalá, na<br />

frágua dos negocios, ella não deixe<br />

nunca de ouvir o seu apello!<br />

A mim a noticia da sua morte<br />

feriu-me como um dobre de finados<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

*<br />

sessão ordinaria de 21 de agosto de<br />

1896.<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da Costa.<br />

Vereadores presentes: — effectivos: arcediago<br />

José Simões Dias, José Antonio dos Santos,<br />

Antonio José de Moura Basfos. José Marques<br />

Pinto e Albano Gomes Paes.<br />

Lida e approvada a acta da sessão anterior,<br />

20 de agosto, com declaração de não ter<br />

havido sessão a 13, por falta de numero de<br />

vereadores.<br />

Mandou intimar um proprietário da Pauzada,<br />

para sustar o andamento de uma obra que<br />

está fazendo, sem pedir licença e o respectivo<br />

alinhamento.<br />

Auctorisou o pagamento dos ordenados de<br />

agosto aos empregados do município.<br />

Mandou annunciar a venda do milho, em<br />

espiga creado na quinta de Santa Cruz.<br />

Demiltiu do serviço de vigia dos impostos<br />

João Ferreira de Carvalho, n.° 9, por se provar<br />

pela própria confissão d'este empregado, ouvido<br />

neste acto, que abandonára o posto fiscal em<br />

que se achava de serviço no dia 17, sabendo-se<br />

que esteve por vezes em uma taberna, onde<br />

se embriagára altercando com outro vigia, já<br />

demittido.<br />

um negociante d'esta cidade para desempe<br />

nhar o logar de thesoureiro em qualquer falta<br />

qua porventura se dê do effectivo.<br />

Despachou-se requerimentos, auctorisando<br />

exhumações no cemiterio da Conchada; a reconstrucção<br />

d'uma casa pelos alicerces primi<br />

tivos no logar de Souzellas; a abertura de quatro<br />

portaes no mura de um prédio na rua da<br />

Nogueira e o alteamento do mesmo muro; o<br />

levantamento de um andar em uma casa em<br />

um quintal na Couraça dos Apostolos; a canalização<br />

d'exgoto d'aguas de uma casa situada<br />

ao Marco da Feira: a vedação d'um prédio<br />

em Almalaguem, por meio d'um muro; a canalização<br />

d'aguas de exgoto d'uma casa na<br />

Sophia; e o campeamento d'um muro da quin<br />

ta de Santa Cyiz, em parte rebaixado pelo<br />

proprietário de unn casa junto á rua Thomar,<br />

ficando o muro, bem como o capeamento, a<br />

pertencer ao município.<br />

A matricula das eseholas industriaes<br />

da circumscripção do norte é aberta<br />

de 10 a 25 do corrente. A abertura<br />

das aulas verifica se no dia t de ou<br />

tubro.<br />

Revue des Journaux<br />

et des Livres<br />

12.° anno<br />

Reeommendando aos nossos leitores esta<br />

excellente revista hebdomadari», prestamos-<br />

Ihe com certeza uma indicação importantíssima,<br />

porque esta publicação é a mais curiosa e<br />

amais interessante da nossa epocha. Reproduz,<br />

em cada domingo o que de mais notável aparece<br />

duarute a semana em jornaes e livros:—<br />

Artigo» de sensação, Noticias, Contos, Chronicas,<br />

Actualidades, Curiosidades scientificas, Conhecimentos<br />

úteis, Romances, etc., etc., bem como<br />

numerosas gravuras da actualidade: retratos,<br />

acontecimentos do dia etc.<br />

Em folhetos publica a Revista dois romances<br />

de um alto inter^se emocionante,<br />

como todos os que tem publicado a Revista<br />

e que têm sido acolhidos paio publico com o<br />

maior favor.<br />

A collecção dos 10 primeiros annos da<br />

Revue des Jonrnax contém mais de<br />

4:000 novellas litterarias e contos diversos,<br />

assignados pelos mais illustres e escriptores,<br />

romances completos de Alphonse Daudet, Henri<br />

Rochefort. Octave Feuillet, Ludovic Halévy,<br />

Hector Mallot, Guy de Maupasant, Paul Bourget<br />

Emile Zola, etc., etc. A collecção composta<br />

de 10 magníficos volumes de 825 pag., contendo<br />

matéria de mais de 100 volumes, solidamente<br />

encadernados, vende-se a 14 francos<br />

o volume.<br />

Auctorisou o fornecimento de 1:100 exem-<br />

pelo eximio patriota, de que se vê plares de guias de marcha (serviço do recrutamento);<br />

e a encadernação de uma copia do<br />

desamparada a revindição da liber- recenseamento militar; 300 expiares de folhas<br />

de fornecimento de materiaes; tinta, pennas,<br />

dade e da justiça em Portugal, e lápis e papel pautado para os serviços da<br />

limpeza da cidade.<br />

pelo amigo, cuja perda me alanceia Mandou pagar a despeza feita no corrente<br />

o coração com os espinhos da mais anno, com os serviços da commissão de jurados<br />

na importancia de 27$750 réis.<br />

amarga saudade.<br />

Attestou favoravelmente ácerca de duas petições<br />

para subsídios de lactação a menores.<br />

Bernardino Machado. Auctorisou a construcção de uma pequena<br />

cancella de madeira para vedar a entrada na<br />

runa da quinta de Santa Cruz, fazendo-se desapparecer<br />

um tapume que alli se encontrou.<br />

Resolveu não acceitar uma proposta (úni-<br />

Partiu para a Figueira da Foz, ca), apresentada hoje para a reparação da ponte<br />

de Coenços, por que o proponente se não<br />

onde tenciona demorar-se até o fim presta á condurção da madeira para o local da<br />

do corrente mês, o nosso prezado obra. posto que se promptifique a executa-la<br />

por menos 870 réis do que a base da licita-<br />

amigo si», dr. Francisco Maria Roção.drigues de Sousa Nazareth, digno Auctorisou a presidencia a dispender até á<br />

prior da Sé Calhedral.<br />

quantia de 50|000 réis na reparação do pavimento<br />

das ruas da Sophia e dos Militares.<br />

Concedeu 30 dias de licença ao aferidor do<br />

concelho para tratar da sua saúde, ficando encarregado<br />

dos serviços respectivos o chefe dos<br />

Do destacamento de infanteria n.° 23 serviços da limpeza da cidade.<br />

que estaciona no Bussaco, desertou um Auctorisou a execução d'uma obra contraetada<br />

por deliberação de 19 de dezembro de<br />

soldado no dia 5 do corrente.<br />

1895 e approvada pela commissão districtal<br />

em 2 de janeiro de 1896, ã saber: cedencia<br />

de dez metros quadrados de terreno por parte<br />

d'um proprietário para alargamento da rua<br />

Na segunda feira, foram apprehen- aos Arcos do Jardim, sendo demolido por condidos<br />

pela guarda fiscal na estação de ta da camara um muro existente e levantado<br />

de novo na importancia de 19330o réis.<br />

Coimbra B, no comboyo rápido, 620 Auctorisou a presidencia a providenciar<br />

lenços de seda que vinham de Hespanha para a reparação da casa da eschoía de S. Mar-<br />

furtados aos direitos.<br />

tinho do Bispo (sexo masculino), sendo aucto<br />

risada desde já a compra d'alguma mobilia<br />

para a mesma.<br />

Nomeou uma commislão de trás vogaes para<br />

estudar o asaumpto de uma representação que<br />

O sr. José d'Azevedo Castello foi dirigida, com relação ás aguas da fonte da<br />

Branco anda em digressão ofBcial Palheira, rega de prédios e cobertura dà mesma.<br />

pelo norte, achando-se actualmente Resolveu fornecer casa e mobilia para as<br />

no Porto.<br />

eseholas de ensino elementar da freguezia de<br />

Santa Clara e dirigir desde "já ao governo o<br />

pedido para a creação das respectivas ctivas cs cabeias,<br />

em conformidade da deliberar açãotor<br />

rente an<br />

É transcripto do Instituto o magnifico<br />

artigo do sr. dr. Bernardino Machado,<br />

sobre Rodrigues de Freitas.<br />

mada<br />

Hontem, na estação da Pampilhosa,<br />

roubaram ao sr. conego Manuel Marques<br />

Pereira Ribeiro, fima carteira contendo<br />

notas na importancia de 78$000 réis.<br />

Debalde foi procurado o auctor do Rrindes t — Um retrato a oleo do assi-<br />

roubo para lhe ser conferido o premio gnante, e um outro em carta-album. Um livro<br />

condigno da gentileza.<br />

de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />

de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 mezes<br />

e 3 mezes respectivamente.<br />

Assignatura s — Seis mezes, 8 fr., ura<br />

Regressaram hontem de Mangualde anno, 14 fr. Assigna-se: — 1." em todas as es-<br />

com suas famílias, onde foram passar tações de correio das colonias francezas, da<br />

alguns dias, os bemquistos industriaes Bélgica, Dinamarca, Italia, Suissa, Paizes Bai-<br />

srs. José Pinto de Mattos e Thiago de<br />

xos, Suécia, Noruega e Portugal; 2.° nas livrarias<br />

que têm correspondente em Paris; 3.® por<br />

Albuquerque.<br />

meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />

Os ilez primeiros annOs custam<br />

10O fr., accrescendo O porte.<br />

Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />

administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />

,Typograplio<br />

Na typographia d'este jornal admitle-se<br />

um compositor habilitado.<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5.° anno de Direito, continua<br />

a leccionar Historia, Geographia<br />

Atheneu Commercial de Coimbra e Philosophia.<br />

Rua do Yisconde da Luz, 4 a 6<br />

Por ordem do sr. presidente são<br />

convidados todos os socios d'esta Associação<br />

a reunirem domingo, 13 do<br />

corrente, pelas 5 horas da tarde, na<br />

salla do Atheneu, para a approvação Lições de hygiene publica<br />

dos estatutos.<br />

PELO<br />

Coimbra, 10 de setembro de 1896.<br />

DR. 4. X. LOPES VIEIRA<br />

0 2.° secretario,<br />

PREÇO, 10000 RÉIS<br />

João Cardoso.<br />

Á venda na Imprensa da Universidade.<br />

F. Fernandes Costa<br />

E<br />

Codigo do Processo Commercial<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

APPROVADO POR<br />

em sessão de 11 de junho do corrente anno.<br />

Concedeu licença de 30 dias ao capellão do<br />

Carta de Lei de 13 de maio de 1896<br />

cemiterio, para tratar da sua saúde.<br />

ADVOGADOS<br />

Acceitou, a pedido do thesoureiro do mu-<br />

Preço 200 réis<br />

nicípio e na falta do seu proposto, ausente, Rua do Yisconde da Luz, 50. Á venda na Imprensa da Universidade<br />

D'um fiacre que tinha parado na rua po que Jean Gerin e fôra esperá-lo em — Eis o outro que sóbe, disse a mu-<br />

Bac desceu um dos homens que o ha- seguida para o recanto da rua fiherlher.viam seguido, depois o fiacre seguiu che-Midi. 0 outro não perdendo nanca Esse outro era Lebigot. *<br />

a trote, pela rua Grenelle.<br />

de vista o ponto para onde João das<br />

JOÃO DAS GALÉS — Este fiacre entrega-rne, pensou Galés se dirigiu, fizera-se conduzir di-<br />

João das Galés.<br />

rectamente para o boulevard Montpar-<br />

E deixou-o passar adiante de si. nasse.<br />

XXIII<br />

— Cra espera, elle vae vazioI<br />

Quando se avistaram, um d'elles foi<br />

A rusga<br />

O individuo que occupava o íiacre ao posto de policia mais proximo, em-<br />

titha-se agachado dentro sem que fosquanto que outro ficava vigiando o<br />

Saltando bruscamente da carruagem se .isto de Gerin.<br />

n.° 7.<br />

a que tão imprudentemente havia su- Gerin tomou pela rua Chaise. O fia- Disfarçou quatro agentes em burguêbido,<br />

aquelle que possuia o titulo de cre também.<br />

ses e deu-lhes ordem de vigiarem o n.°<br />

duque de Villedieu, Jean Gerin não vira — Desconfiemos do cocheiro, pensou 7 e de prenderem quem quer que sa-<br />

que um homem o seguia. No emtanto Gérin.<br />

hisse. Depois, em poucos minutos, des-<br />

desconfiava. Logo que chegou aos Cam- E subiu para o omnibus, na rua de piu-se, vestiu uma blusa branca, pôz<br />

pos Elyséos julgou que ninguém o se- Sèvres.<br />

um bonnet na cabeça e puxou para a<br />

guia e abrandou o passo.<br />

— Decididamente, pensou João das testa as melenas que em calão cha-<br />

O homem que o seguia passou logo Galés, é um cocheiro que deixa desmam rouflagnettes, e entrou na casa<br />

para o passeio opposto ao seu. Enconcançar os seus cavallos, e se dirige n.° 7.<br />

trou outro homem com quem fallou; para alguma estação onde ha alguma — Rapariga, disse elle á servente,<br />

ambos, disfarçadamente, seguiram Jean loja de vinhos.<br />

uma cousa que se beba, mas que seja<br />

Geriu.<br />

Deixou o omnibus na encruzilhada boa. A mãe?<br />

Este passou o Séme e tomou pela de Croix-Rouge e tomou pela ruaCher- — Não está. 0 que é que quereis?<br />

rua Bac.<br />

che-Midi.<br />

— Ah! beliêsa, como passas?, dis-<br />

— Os dois homens seguem exacta- O íiacre desappareceu.<br />

se elle indo apertar a mão a uma mumente<br />

o mesmo caminho que eu, mur- Gerin chegou ao boulevard Montparlher que estava a um canto da sala.<br />

murou elle.<br />

nasse.<br />

— E tu, freguez?, disse a muiher,<br />

Voltou pelo mesmo caminho. Os dois Começou a passeiar d'um lado ao o que é que pagas ?<br />

bomens desappareceram<br />

outro, foi comprar cigarros á rua Gai- 0 que tu quizeres.<br />

— Onde passariam elles? pergunti, e, finalmente, entrou d'um salto no — Traze-nos licôr, então. Com agua<br />

tou. Ê necessário vér.<br />

n.° 7.<br />

d'aff, faz esquecer as tristezas.<br />

Tornou a seguir a primitiva dire- Debaixo do arco do caminho de fer- A criada saiu.<br />

cção.ro<br />

dois homens, escondidos na sombra, — Está aqui, disse a mulher ao ou-<br />

Chegando á rua Grenelle, voltou-se appareceram no mesmo instante. Estes vido do homem, são dois, e estes lá<br />

ainda, inspeccionando a rua Bac e as dois homens eram os que seguiram em cima com a Souffrante. Esperam<br />

ruas adjacentes e continuou o ftu caJoão<br />

das Galés. O que descera do íia- outru.<br />

minho pelo lado da fonte.<br />

cre subira o omnibus ao mesmo tem- — Bom, vigia, disse o homem.<br />

5<br />

Ouviu-se na escada um passo precipitado,<br />

e a criada gritando:<br />

— Senhora I Senhora!<br />

— E a patroa ?, perguntou o agente. 0 agente escondeu-se no canto es-<br />

— Está com elles, como já te disse. curo sobre que abria a porta do quar-<br />

A creada trouxe a aguardente. to onde se celebravam as reuniões de<br />

0 agente bebeu.<br />

estes salteadores, e onde M. de Ville-<br />

— Isto é uma bebida horrível, (Tisse dieu tinha entrado nesse momento,<br />

o agente. Serve-nos outra coisa. Kirsch, para pedir que fossem procurar sua<br />

por exemplo.<br />

mulher.<br />

A criada deixou os e o agente disse Aos gritos da criada, a Soufifrante<br />

para a mulher:<br />

entreabriu a porta.<br />

— 0 teu quarto é em frente d'aquelle — 0 que ha?, perguntou.<br />

em que elles estão?<br />

— A policia!, disse a criada.<br />

— Sim.<br />

— Uma busca!, exclamou a Souf-<br />

— Subamos. *<br />

frante. Meus filhos, salvae-vos como<br />

Chegaram dois novos freguezes. poderdes!<br />

— Que quer isto dizer, não ha aqui A este grito, todos se levantavam.<br />

ninguém? Ah! perdão, senhora, não Ouviu-se o tinir de dinheiro lançado<br />

vos via. Mas é o mesmo, isto está de- dentro d'uma caixa.<br />

serto.<br />

— Por a janella, disse um dos ban-<br />

— Eh ! Avillarde traze-nos de beber, didos.<br />

o mais rápido possível. Despacha-te, Abriram a janella.<br />

emquanto eu vou lá fóra.<br />

— Eh! lá de cima, gritou uma voz<br />

— Queres vir commigo ?<br />

que partia da rua, recolha-se para den-<br />

Saíram para fóra do estabelecimentro.to e o agente subiu com a' mulher. E Lebigot que abrira a janella, avis-<br />

Apenas entraram no quarto, atirou tou os uniformes dos guardas que to-<br />

pela janella o seu lenço.<br />

mavam toda a rua.<br />

— Agora tu esconde-te detraz do — Não é uma simples busca, excla-<br />

teu leito, serás paga dos teus serviços. mou elle, é um assalto, e dirigido con-<br />

Viu da janella entrar quatro agentes tra nós!<br />

vestidos de bnrguêses, e uma esqua- — Então por os telhados, e depresdra<br />

de guardas da paz cercar as paresa !, gritou Jean Gerin abrindo a porta.<br />

des da casa, emquanto que seis d'el- Em frente da porta appareceu a files<br />

se dispunham para entrar.<br />

gura d'um agente, apontando dois re-<br />

Elle collocou-se no corredor que sewolvers.parava os dois quartos,<br />

\Continúa)t


CAVALLOS<br />

16 Muares, etc.; esquioencias,<br />

III sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc., curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos.<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depositos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silvav rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

YENDE-SE<br />

A morada de casas sita<br />

A na rua do Morêno n. os<br />

7 e 9, facultando se ao comprador<br />

o pagamento a praso mediante<br />

juro razoavel.<br />

Tracta-se na rua da Sophia,<br />

35.<br />

PIANO<br />

141Tende-se um na rua de<br />

f Joaquim Antonio d'Aguiar<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentaria<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

C O I M B R A<br />

De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />

consultas todos os dias das<br />

9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />

Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Em agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

Casa para arrendar<br />

11 Ma quinta de Santa Cruz,<br />

li Praça de D. Luiz, ha<br />

um andar; tem agua e quintal.<br />

Tractar cora Alberto Carlos<br />

de Moura, rua Ferreira Borges,<br />

p.° 6.<br />

Bom emprego de capital<br />

10Vfeude-se uma casa sita<br />

aos Arcos do Jardim, n.°<br />

V<br />

Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle, -<br />

estomago, garganta, etc. „<br />

Casa em bom local<br />

13 VTeude-se uma, de 4 andaf<br />

res e magnificas lojas,<br />

na Couraça dos Apostolos, n.°35.<br />

Quem pretender fale cora<br />

Adriano da Silva e Sousa, na<br />

mesma casa.<br />

Liquidação<br />

12 Va loja de Alves Borges,<br />

W successor, rua do Visconde<br />

da Luz, n. os V E N D A<br />

7 Wende-se em COZKLHAS<br />

w uma linda vivenda, que<br />

se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam familia nume-,<br />

rosa; casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

agua, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. É em sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

0 comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

64 a 66, se poder, a que se faz um juro<br />

vendem por preços modicos, modico.<br />

pregos de ferro suecio e escocio Para esclarecimeotos, João<br />

de embutir, para ferragens, e Marques Mósca, solicitador, rua<br />

outros objectos a liquidar, e do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

algumas qualidades de ferro Castanheira, largo da Portagem,<br />

suecio e escocio.<br />

Coimbra.<br />

41, cora fundos para Santa<br />

Cruz.<br />

O motivo da venda é o ter<br />

de retirar-se d'esta cidade o<br />

seu proprietário.<br />

Para informações, na loja do<br />

sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />

Borges, ou com o sr. Antonio<br />

Maria Leite de Albuquerque,<br />

empregado no Lyceu.<br />

Loja da China<br />

Ferreira Borges<br />

9 A caba de chegar um gran-<br />

« de sortimento de leques,<br />

sombrinhas e estores, japonêses<br />

e chinêses.<br />

CMs e cafés<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

¥<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

mediío, pharmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodações<br />

desde 1)51200 réis<br />

comprehendendo serviço, club,<br />

etc. Bónus para os médicos<br />

O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de 1. a 5. classe; duas sala<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulvensaçao e aspiraçao,com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos.—l íagem<br />

— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam em bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada corn todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n. \zt>,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas .vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

Assignatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

0<br />

H za<br />

«f<br />

K<br />

o<br />

A<br />

«I<br />

A<br />

Hl<br />

0<br />

o<br />

Os leitores da R3EVIS-<br />

Grátis<br />

XA, além do texto, corriprehendendo<br />

o original de perto<br />

de 90 paginas em 8.°, têm também<br />

MANTEIGA DA CONRARIA<br />

Vende-se no Café Lusitano<br />

C O I M B R A<br />

ESTABELECIMENTO<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARIAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

50, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco dllmedina)<br />

COIMBRA<br />

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R E V I S T A<br />

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P„1 Utt/ITIQIIIÍAn, Grande deposito da Companhia Cabo Monodl<br />

HjuIttlliM. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

Dl taí/iídada o nntina Agencia da casa Ramos & Silva de<br />

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apparelhos concernentes,<br />

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Correspondente Basilio Au»<br />

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Martins de Carvalho, n.° 4.<br />

Sae nos dias<br />

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w no districto de Coimbra.<br />

Esclarecimentos ao sr. Adelino<br />

Saraiva, Phar.: acia da Misericórdia—<br />

Coimbra.<br />

"RESISTENCIA,,<br />

PCBLICÀ-SE AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

EDITOR<br />

João Maria da Fonseca Frias<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 20700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 2)5400<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre 600<br />

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Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. asgigncmtes,<br />

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todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

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99—Rua do Visconde da Luz—103


a<br />

1<br />

N.° 164 COIMBRA—Domingo, 13 de setembro de 1896 2.° ANNO<br />

Adiando sempre<br />

O actuai governo, cuja permanência<br />

no poder é uma verdadeira<br />

adiar as graves questões da administração<br />

pública, que a cada passo<br />

vae levantando a sua imperícia e<br />

falta de força, por meio de expe<br />

Jientes que cada vez comprometlem<br />

mais o país<br />

Dura ha longos mêses o conflicto<br />

entre o coronel Machado e o major<br />

Mousinho de Albuquerque, e o governo<br />

ainda o não resolveu, sendo<br />

certo que d'elle estão derivando graves<br />

consequências para a administração<br />

da província de Moçambique<br />

Diz-se num dia que foi chamado a<br />

Lisboa o coronel Machado e que o<br />

governo o vae demittir, affirma-se<br />

no seguinte que é o major Mousinho<br />

quem vae ser demittido, pensa-se<br />

depois em que serão demittidos<br />

ambos; o governo occupa-se do<br />

assumpto em repetidos conselhos e,<br />

afinal, persiste o conflicto e as vacillações<br />

do governo ácerca do modo<br />

como resolvê-lo. Não sabe este que<br />

solução adoptar, ou, se sabe, receia<br />

comprometter-se. Vae vivendo assim.<br />

Ha muito tempo que se discute<br />

o projecto de fusão da Companhia<br />

de Moçambique com a da Zambezia,<br />

tem havido sobre elle longas<br />

conferencias, o governo manifestase<br />

a favor da fusão, pronuncia-se<br />

contra ella a junta consultiva do Ultramar,<br />

e não se toma uma resolução<br />

definitiva. Sabe-se que da approvação<br />

do projecto derivarão gravíssimos<br />

prejuízos para o país, não<br />

se sente o governo com força para<br />

pôr de lado o parecer da junta consultiva<br />

do Ultramar, mas receia também<br />

que contra elle se desencadeiem<br />

as influencias que fizeram<br />

germinar o projecto e que agora o<br />

amparam. Para não levantar difficuldades,<br />

que podem determinar a<br />

sua quéda, vae adiando o assumpto.<br />

O projecto do caminho de ferro<br />

de Quelimane ao Ruo, por que tanto<br />

se iftleressa o ministro da marinha<br />

e a que se oppõe o ministro do<br />

reino, tem dado logar a engraçadíssimas<br />

scenas. A rejeição d'esse projecto<br />

determinará a saída do ministério<br />

do sr. Jacintho Candido, a sua<br />

approvação poderá crear difficuldades<br />

d'ordem financeira. E o governo<br />

mantem-se numa prudente indecisão.<br />

Ainda se não sabe quando será<br />

! realizado o centenário da índia. O<br />

governo nomeia uma commissão,<br />

esta enceta os seus trabalhos para<br />

o realizar na epocha fixada pelo<br />

poder legislativo, a pouco trecho<br />

vê-se sem dinheiro, pede o auxilio<br />

vergonha para o país, só pflisrÊm hto" gúyefnol este rSusà-se a dar-<br />

lh'o. Pensa-se no adiamento, por<br />

falta de dinheiro, e, emquanto se<br />

continua a dar publicidade no extrangeira<br />

a um espalhafatoso programma<br />

das festas, o governo recebe<br />

officios da commissão, a commissão<br />

recebe officios do governo, e nem a<br />

commissão nem o governo tomam<br />

uma resolução definiUva sobre o<br />

assumpto<br />

Yê -se o governo assoberbado<br />

com esmagadoras dificuldades d'ordem<br />

financeira. Não lhe é possive<br />

amortizar a divida flucluanle por<br />

meio dum emprestimo e, como a<br />

divida flnctuante externa, represen-<br />

tada em bonds do thesouro e contas<br />

correntes, ia engrossando muito e,<br />

por outro lado, a compra de cambiaes<br />

no país para o pagamento<br />

doscoupons no extrangeira influiria<br />

desastrosamente no mercado dos<br />

câmbios, soccorre-se do expediente<br />

de obter papel em Lisboa, que,<br />

tendo o acceito d'um banco ou banqueira<br />

de primeira ordem, facilmente<br />

é descontado em Londres.<br />

E' verdade que esse papel ha-de<br />

ser pago, decorrido que seja o praso<br />

de três mezes, pelo estabelecimento<br />

nacional que effeituara operação, e<br />

que este, tendo de comprar o papel<br />

no país, irá influir no cambio, que<br />

)oderá soffrer um violento abalo.<br />

Mas o governo, que agora adiou<br />

uma difficuldade, vae já estudando<br />

novo expediente que porá em práica<br />

d'aqui a três mêses.<br />

Certo é, porém, que estes adiamentos<br />

hão de ter um limite. Dia<br />

virá em que se faça a liquidação,<br />

e então sentirá o país, que agora<br />

)arece assistir indifferente aos ruinosos<br />

expedientes de que o governo<br />

se está servindo, quanto este o com-<br />

)ramettera. Este, os que o precederam,<br />

e os que se lhe seguirem.<br />

}ue se não pode imputar a responsabilidade<br />

do que se está dando a<br />

este ou áquelle governo designadamente<br />

; todos elles adoptaram e adobarão<br />

os mesmos processos, porque<br />

todos elles o que pretendem é<br />

defender a monarchia e esta só<br />

)óde viver á custa d'expedientes.<br />

Tendo-se ausentado para a Figueira<br />

da Foz o sr. dr. José Miranda, administrador<br />

d'este concelho, está desempenhando<br />

essas funcções o sr, dr. Luiz<br />

Pereira da Costa, presidente da camara<br />

municipal.<br />

As restaurações artísticas<br />

EM<br />

C O I M B R A<br />

X I V<br />

— Reconstitue-se o stylobato,<br />

fazendo-o passar por deante da capella<br />

...<br />

-Mas então fica a capella num<br />

poço?<br />

—Não!<br />

— Mas então fica entrincheirada<br />

atraz do stylobato?<br />

— Não! Refaz-se depois o pavimento<br />

dos absydiolos pela altura<br />

do stylobato.. .<br />

-Mas então, vae o pavimento<br />

truncar o pé do altar.<br />

-Vae; mas desfaz-se o pé do<br />

altar e o retábulo que representa<br />

S. Pedro fica suspenso como um<br />

quadro!<br />

-Oh!!.. .<br />

em Direcção dobras publicas: seria<br />

a necessidade qup todos reconhecem<br />

de inspirar o respeito pelas antigas<br />

obras darte aos senhores directores<br />

que por esse país fóra não<br />

têm feito.senão dar cabo delias.<br />

A collecção da Direcção...<br />

Não fica bem assim! O museu<br />

da Direcção das obras publicas de<br />

Coimbra é um capricho sem motivo,<br />

sem utilidade, e pôde constituir<br />

pelo mau exemplo um verdadeiro<br />

perigo.<br />

De resto revela, como os outros<br />

actos do sr. director, uma falta absoluta<br />

de respeito pelas obras d'arte,<br />

e a vontade de mutilar, que é<br />

uma das caracteristicas mais notáveis<br />

do temperamento de s. ex. a ,<br />

cuja obra já alguém alcunhou de—<br />

fazer entulho.<br />

E ha-o aos montes em todas as<br />

Torna a rir-se e accrescenta: não<br />

que eu tenho medo d'archeologos que<br />

me péllo!...<br />

Desculpe V. Ex. a o incommodo<br />

de _ter dito isto e de. ter lido depois<br />

o" que disse.<br />

-Sé Vblha. O sr. Director das <strong>Obra</strong>s<br />

publicas...<br />

Mas como apresentar a sério tal<br />

argumento, se o sr. Director das<br />

obras publicas de Coimbra, o inicia-<br />

Pois não, Ex.<br />

Hoje começa isto mal. Não addor<br />

do museu, tem cada vez menos<br />

mira estamos a 13, dia aziago. . .<br />

respeito pelas obras d'arte que dei-<br />

Como acabará isto ?<br />

xa mutilar barbaramente?...<br />

A restauração do tumulo do Bispo,<br />

como a intenção de refazer os Um museu danliguidades junto<br />

capiteis, ou de completar os capi- d'uma Direcção d'<strong>Obra</strong>s publicas é<br />

teis mutilados, podia apenas ter inútil e é até perigoso.<br />

uma explicação—a vontade de re- Quando os colleccionadores têem<br />

suscitar completamente a apparencia apenas a mania de colleccionar,<br />

do velho monumento, podia ser di- quando as collecções não são insctadaporum<br />

respeito pela obra dos piradas por um grande amor, por<br />

outros, por um amôr muito grande um grande respeito pelas obras<br />

pela arte antiga.<br />

darte. o colleccionador é perigoso,<br />

Por respeito pela Arte conservou porque não recua deante de nada<br />

o sr. A. Augusto Gonçalves a Ca- para augmentar a sua collecção,<br />

pella renascença de S. Pedro e a porque é capaz de mutillar e des-<br />

do S. Sacramento. *•<br />

truir, simplesmente para satisfazer<br />

Diz-me pessoa que me merece<br />

a sua mania.<br />

todo o credito, que o sr. Luciano Ha exemplos historicos. Em Roma<br />

Cordeiro apresentou um alvitre mui- tiveram de levantar-se cruzes no<br />

to bem imaginado de reconstituir o Colyseu para apagar a fúria dos<br />

aspecto antigo dos absidiolos, con- chrislãos coleccionadores que o iam<br />

servando a capella de S. Pedro sem destruindo pedra a pedra.<br />

lhe tocar.<br />

Na Sé Velha não faltavam as cruzes<br />

maa, nem assim reGuou o sr. director<br />

das obras publicas.<br />

O leitor espanta-se? Mais se vae<br />

espantar com o alvitre.<br />

É verdade? Porque não fugirá<br />

das cruzes o sr. director das obras<br />

publicas?...<br />

mo Senhor, as pedras<br />

que se encontraram foram na<br />

sua maior parte para o entulho. É<br />

verdade que lá ficaram algumas;<br />

mas tarde e contra vontade. E a<br />

prova é que eu sei quem tem capiteis<br />

e fustes em seu poder que<br />

sahiram da Sé Velha, e iam para o<br />

entulho.<br />

Aqui pôde o sr. director dizer<br />

que foram roubá-las á Sé Velha;<br />

mas, se o dissér... falta á verdade...<br />

O sr. Director das <strong>Obra</strong>s publicas<br />

inutilizou assim uma das obras<br />

architectonicas mais raras no nosso<br />

país, um claustro do século XIII tão<br />

bello nas suas ogivas lanceoladas,<br />

tão característico no infeichamento<br />

das suas columnas, tão...<br />

Mas para que estou eu a cançarme?!...<br />

O sr. ^director faz-me lembrar<br />

uma Tiistoria qúe eu sei, e que vou<br />

contar-lhe.<br />

Era uma vez um Bispo...<br />

Mas deixemos a historia para o<br />

outro numero, que graças leva este<br />

de mais...<br />

T. C.<br />

0 Tempo, elogiando a vida constitucional<br />

da Inglaterra e da Hollanda<br />

e para provar que o systema monarchico<br />

é tão bom como o republicano,<br />

nota que:<br />

«Nem na Inglaterra nem na Hollanda<br />

se faz sentir a acção da corôa».<br />

D'onde se conclue que a monarchia<br />

é tanto melhor quanto mais inútil fôr.<br />

O escandalo das bombas<br />

Esta ideia do sr. Luciano Cordeiro,<br />

que se não é delle bem podia obras que s. ex.<br />

sê-lo, faz-me lembrar a do sr. Director<br />

das obras publicas que transormou<br />

uma porta gothica numa<br />

"ontel<br />

Mas nem o respeito pela arte pode<br />

ser invocado pelo sr. Director<br />

das obras publicas que andou mutilando<br />

o revestimento dazulejodas<br />

)aredes da Sé Velha, com o pre-<br />

;exto de enriquecer o museu da Direcção<br />

das obras publicas, museu<br />

condemnado por todos os que não<br />

comprehendem o interesse que possa<br />

haver em ter um museu dantiguidades<br />

numa direcção d'obras<br />

publicas.<br />

Tal instituição é uma inutilidade,<br />

é um desperdício de dinheiros públicos.<br />

Havia apenas uma razao para<br />

admittir um museu ^antiguidades<br />

a A Camara acaba de resolver, por<br />

voto unanime dos vereadores, elevar<br />

a 240$000 réis o ordenado do<br />

dirige, e para o inspector de incêndios, que era de<br />

entulho foram columnas e capiteis 120&000.<br />

que no claustro da Sé-Velha foram<br />

Quando o logar foi creado e posto<br />

encontrados e que tão necessários<br />

a concurso, nada menos de oito<br />

eram para a restauração do claus-<br />

pretendentes o*disputavam, porque<br />

tro. Para o entulho foi também<br />

f 4 , i . s e julgava que a quantiia estabeleparte<br />

da moldura que corria ao cida era sufficiente remuneração.<br />

Innnrn rln nlnnolha a m m n «... a -» 1* i<br />

longo do claustro e que s. ex.<br />

deixou mutilada.<br />

Nas condições de extrema penú-<br />

Para o entulho foi também uma<br />

ria em que se encontram as finanças<br />

moldura gothica, resto de decoração<br />

municipaes, esta deliberação de eâ-<br />

maior que o sr. director qualificou<br />

candalôso patronato levanta censuras<br />

merecidas e asperas de toda a<br />

de obra pombalina!<br />

cidade.<br />

I Pelo que se vê a camara sente-se<br />

Ao chegar a este periodo, o sr. disposta a seguir os processos arbi-<br />

director das obras publicas sorri e trários e immoraes da vereação<br />

diz baixinho para quem o ouvir: o transacta.<br />

homem falta á verdade; vá á Sê- Porque nestes casos não se trata<br />

Velha, e lá verá estendidas sobre o d'um simples erro de administração,<br />

chão as pedras que foram conserva- mas de cousa mais grave, porque<br />

das, e que lá lhe deixo, até os archeo- representa a exhorbitancia e o abulogos<br />

decidirem, se sim ou não deve so dos dinheiros do município em<br />

ser restaurado o Claustro. Elle ha beneficio dos amigos!<br />

tantas opiniões,,,<br />

Isto é inaudito de coragem!,, fi


Instrucção pública<br />

Instrucção secundária<br />

E<br />

(1) D'um sabemos nós que, apesar de susensO<br />

ha mais de vinte annos d'um cargo púlico,<br />

por ser accusado de faltas gravíssimas,<br />

obteve logar num lyceo.-<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Carta de Lisboa<br />

que apenas se inquiria era se havia<br />

cadeira em que êlle commodamente<br />

x<br />

x<br />

podésse refestelar-se, exhibindo a<br />

Admiram-se os meus amigos!? Em que ficamos?<br />

sua ignorancia. Quando não havia Lisboa, 11 de setembro. É costume. Admiramo-nos sem- Esperamos?<br />

logar nos lyceos, appellava-se então<br />

pre. E todavia que vemos nós aqui<br />

XXXIII<br />

para as eseholas industriaes, outro<br />

Evidentemente, a única preoecu-<br />

Então vamos esperando. A In-<br />

todos os dias? Quantos se vendem?<br />

... soumettre lesjeunes asylo, generoso e complacente, da<br />

pação, a valer, dos monarchicos está<br />

glaterra sabe o caminho d'Africa,<br />

E impossível contá-los.<br />

esprits à une telle besogne, galopinagem eleitoral e de quantos<br />

na situação politica da Hespanha.<br />

o governo o caminho de nossas<br />

A verdade é que os compradores<br />

ce n'est pas les former, c'est imbecis pretendiam farta ração, sem<br />

Mal se escondem os receios de<br />

casas e os crédores o caminho de<br />

vêem-se embaraçados. No mundo<br />

les torturer.<br />

trabalho nem responsabilidade, como<br />

todos os homens das instituições e,<br />

Lisbôa.<br />

da politica de negacias, já não ha<br />

E. LEGODVÉ.<br />

êlles diziam, á mêsa do orçamento,<br />

por mais que tentem disfarçá-lo, o<br />

Vamos esperando.<br />

quem comprar.<br />

Um dos pontos da reforma que que prodigamente atirava ás reba-<br />

certo é que cada qual pensa com<br />

E já agora diz-me d'ali um ami-<br />

Vamos adeante, que a historia é<br />

nós mais francamente applaudimos tinhas a êsses privilegiados da sor-<br />

anciedade no dia d'ámanhã.<br />

go que deixemos o Sultão da Tur-<br />

velha.<br />

e que todos os que desejam vêr elete o dinheiro dos contribuintes (1). Esse terrível dia d'ámanhã, que<br />

quia dar vivas á Republica.<br />

x<br />

var o nivel do ensino, devem, por E tanto isto é assim, que já em do- anda gasto pelas gazetas, como tudo<br />

Esperar sim. Quer dizer: — não<br />

certo, applaudir, é evidentemente o cumento official, saído da mais alta o que foi uma figura de rhelorica, De maneira que, dentro da mo- descrer.<br />

que tem por fim limitar quanto pos- auctoridade legal, em assumptos de hoje é uma realidade tremenda. narchia constitucional, gastaram-se Porque aos que me dizem que<br />

sível a regencia interina das cadei- instrucção pública — o Conselho Terão elles, na verdade, motivo os salvadores.<br />

se vão embora se isto demora muito,<br />

ras, por ser êste um mal incalculá- Superior — se affirmou, sem impu- para receios? Julgo que sim. Com- Ficam os carlistas.<br />

respondo-lhes que vão: a Republica<br />

vel, de que o ensino secundário sofgnação de ninguém, haver sido um tudo não me deixo arrastar por en- Ficam os republicanos.<br />

não é um negocio e os republicanos<br />

fria ha muito, e cujos effeilos se hão mal irreparavel encher os lyceos de ihusiasmos de occasião e, se creio Pronunciar-se-hão os primeiros? não seguem como uma quadrilha<br />

de fazer sentir ainda, por um largo professores interinos; que, em con- fatal a revolução em Hespanha, não Pôde ser que não. Falla-se em para um assalto. Vão-se embora,<br />

espaço de tempo. E o que unicasequência d'isso, o ensino linha che- abrigo a idêa de que ella venha tão casar D. Jayme, filho de D. Carlos, vão. Escusam de nos roubar o remente<br />

lamentamos é que não se progado a um estado de decadencia rapida como eu a desejo.<br />

com a princêsa das Astúrias. Assim logio pelo caminho.<br />

curasse supprimir de vez ésta prá- dilBcil de exceder; que com seme- Quer dizer, não a espero todos unidos os dois ramos rivaes, o thro- Mas ha quem fique. E os que<br />

tica perniciosíssima, extirpar por lhante pessoal seria impossível fazer os dias no jornal, como alguns amino passará a ser propriedade com- ficam são os que têem crenças, os<br />

completo êste perigoso cancro, que vingar qualquer reforma, por melhor gos meus que a cada a momento mum — o throno e a nação. que têem principios, os que têem<br />

tanto tem affectado e corroído um e mais racional que ella fosse. Isto, me perguntam:—«Pois tu julgas E os republicanos? Claro que, vergonha.<br />

organismo que de tanto vigor pre- que é gravíssimo, disse-se muito que aquille pôde continuar assim?» dando-seeste caso, se pronunciarão Esperar quer dizer: não desanicisa.<br />

abertamente no relalorio da sessão — Pôde.<br />

com mais motivos. Não se dando mar.<br />

Por toda a parte, a cada canto,<br />

de 1888, assignado pelo sr. conse- Não devia ter começado, não de- pronunciar-se-hão egualmenle. Enlenda-se bem.<br />

e com ausência total de senso comlheiro<br />

Wenceslau de Lima, e não via ter continuado, a começar, mas Quando? *<br />

Não quer dizer ficar inerte, abamum,<br />

se estiveram a inventar pro-<br />

nos consta que fosse contestado por continúa. Motivos de extranhêza não A questão de Cuba resolve-se em tido, paciente, resignado.<br />

fessores idoneos para a regencia da<br />

quem podia e devia fazê-lo. Ora, os vejo. Ha mais de cinco annos que seis mêses. Vencida ou vencedora, Esperar luclando, esperar com-<br />

maioria, se não da quasi totalidade<br />

quando das altas regiões officiaes fazemos a mesma pergunta a res- a Hespanha tem ao fim d'esses seis batendo, esperar, cada um, contan-<br />

das disciplinas que se têem profes-<br />

se solta um grito de tamanho despeito de Portugal.<br />

mêses a bancarrôla.<br />

do comsigo proprio quando não<br />

sado nos lyceos; de modo que a realento,<br />

é porque o mal é grande e Antes de nós — quer dizer, antes E os republicanos a esse tempo puder contar com outros.<br />

gra não era já o que a todos se afi-<br />

porventura irreparavel.<br />

dos rapazes — perguntavam o mes- já não terão o perigo que a monar- Esperar, mas não ficar parado.<br />

mo ha mais de vinte annos outros chia lhes deseja: Cuba<br />

A republica marcha para nós. E<br />

gura regular e consentâneo com os É claro—e muito nos apraz re-<br />

homens. E nunca desanimaram. Porque a essas horas a Grande para a republica vamos andando<br />

bonsprincipiosquenos devemdeterconbecê-lo e confessá-lo claramente<br />

minar em questões d'ésta naturêza — que d'entre a turba-multa de<br />

Isto ha de acabar.<br />

Antilha, ou estará perdida ou ven- lambem.<br />

cida.<br />

Esperemos, portanto, mas pelo<br />

e com as necessidades inilludiveis ignorantes, de idoneos, na phrase<br />

x<br />

da instrucção secundária — isto é,<br />

Em qualquer dos casos o cami- caminho, até nos encontrarmos.<br />

consagrada pela terminologia offi-<br />

o professor habilitado em estabelecial, que' entraram nos lyceos pela<br />

Ha de acabar aqui e ha de acanho está desembaraçado.<br />

Ficar immovel, como á éspera<br />

cimentos proprios e depois em con- vontade omnipotente da politica de<br />

bar na Hespanha, porque parece Será assim ?<br />

de esmola, isso não.<br />

curso público, como succede em campanario, alguns se destacam, não haver mais sophismas com que Eu não dou opiniões, estabeleço Tal officio é bom para os políti-<br />

toda a parte onde sériamente se tem cujo valor intellectual é superior, illudir-se, nem mais expedientes pa- hypotheses.<br />

cos que o rei manda esperar á porta<br />

procurado resolver um problema de todo o ponto indiscutível, cuja ra que appellar. Agora, cá ou lá, a E pôde muito bem ser que a Re- como os seus lacaios.<br />

que, pela sua importancia capital, aptidão ninguém pôde contestar, monarchia tem de descobrir o jogo, publica ainda venha a ter a ques-<br />

João de Menezes.<br />

a todos se sobrepõe, mas o interino, cujo zêlo profissional é inexcedivel, á valentona. Acabaram as fórmulas, tão de Cuba para liquidar.<br />

o idoneo, como na phraseologia offi- cuja honestidade a ninguém é licito começa a lucta. O throno a impôr-se, Em todo o caso, o que tiver de<br />

cial lhe chamavam, e com todo o pôr em dúvida, cuja integridade de o povo a revoltir-se. Claro que o vêr-se ha de vêr-se em pouco tem-<br />

O projecto de fusão das compa-<br />

seu inseparavel cortejo de inconve- caracter é axiomalica. E não será throno, quando não quizesse ceder po. Na certeza de que aquillo não<br />

nhias de Moçambique e da Zambenientes<br />

!<br />

preciso ir muito longe para o de- á razão, tinha de ceder ao peso. ha de continuar.<br />

zia, que o governo protegia, entrou<br />

D'êsle facto anormal, extravaganmonstrar. Mas êstes, que só talvez Isto ha de acabar.<br />

x<br />

em nova phase. Ajunta consultivado<br />

te, insólito, e porventura único, pro- por engano fossem contemplados, Quando?<br />

ultramar, em sessão de 10 do corveio<br />

o desfavor que ha muito pesa não podéram, apesar do seu persis- Um pouco quando tiver de ser, E a proposito: se nós, lindos<br />

rente, deu por unanimidade parecer<br />

sobre a instrucção secundária, sem tente e honrado esforço, suster a um pouco quando todos quizerem. portuguezes, nos lembrássemos de<br />

contrario a este projecto, por que o<br />

que contra a forte corrente de des- onda de descrédito que sobre o en- Ali, na Hespanha, o povo não pôde que existe Portugal ?<br />

governo pretendia dar á companhia<br />

crédito que a invadiu lenham podisino secundário ha muito está pe- deixar de querer. Se desejasse íl- E se deante d'esta descoberta<br />

da Zambezia os direitos mageslatido<br />

luctar vantajosamente alguns sando: a incompetência abertamenludir a si proprio, já não tinha um maravilhosa, nos lembrássemos de<br />

cos de Moçambique, caindo assim*<br />

professores bons, intelligentes, sáte proclamada, até em documentos pretexto.<br />

D. Carlos, de Hintze, de Soveral,<br />

tudo em poder dos inglêses. E ha<br />

bios e trabalhadores, verdadeira- officiaes, da maioria, fazia escure- O partido conservador está no da Inglaterra, da casa da moeda,<br />

ainda a notar a circumstancia de<br />

mente conscios dos seus devêres e cer o valor incontestável d'alguns poder porque, dentro da monarchia, do Banco de Portugal, das colonias,<br />

que não estão ainda fixados os li-<br />

das grandes responsabilidades que — dos poucos que muito louvavel-<br />

outro não quer substituí-lo. Portanto dos credores, dos homens e das<br />

mites da companhia da Zambezia.<br />

impendem sobre aquêlles a quem mente procuravam honrar o magis-<br />

sustenta-se por tolerancia.<br />

pragas da monarchia?<br />

Veja-se em que disposições o<br />

está confiada uma tão elevada mistério. Esta situação devia necessa-<br />

O partido liberal, embora qui- E se pensássemos que João Fran-<br />

governo estádecompromettero país.<br />

são social, como é a do ensino. Os riamente acabar, por honra e dizesse substituí-lo, não podia. Acaba co é dono d'isto, o rei dono de João<br />

E, dizem folhas bem informadas,<br />

lyceos, como as eseholas indusgnidade do proprio professorado. E de tornar-se cúmplice do conserva- Franco, e a Inglaterra senhora de<br />

que o projecto ainda não morreu<br />

triaes, haviam-se convertido, por as necessidades, cada vez mais indor. Devem saber porque:<br />

tudo?<br />

com o formidável golpe que acaba<br />

assim dizer, e salvas algumas excestantes, de organizar conveniente- Sagasta, retirado em Avila, exi- E se nos lembrássemos que a<br />

de vibrar-lhe ajunta consultiva do<br />

pções muito honrosas, numa espemente o ensino médio exigiam-no mia-se a todas as responsabilidades. Hespanha pôde sentir-se muito feliz<br />

Ultramar.<br />

cie d'asylo de inválidos inteliectuaes, imperiosamente.<br />

O seu partido andava ás cegas, ás perdendo Cuba, perdendo homens,<br />

de inúteis de todas as especies, de São, pois, muito para honrar e<br />

apalpadellas. O governo continuava perdendo dinheiro e perdendo o<br />

galopins eleitoraes de todos os fei- applaudir, sem reservas, as disposi-<br />

á vontade.<br />

credito?<br />

tios (1), a quem os governos de toções da novíssima reforma, tenden-<br />

Esperavatro^oada somente quan- Se esse bello país se sentisse Preclitante o projecto do caminho<br />

dos os matizes estiveram, durante tes a eliminar uma das causas que do apresentasse entre outros proje- cançado exactamente quando devia de ferro do Ruo, em que se mostra<br />

mais de vinte annos, a inventar abu- mais estavam compromettendo os ctos o do auxilio ás Companhias dos começar a sentir-se forte?<br />

tão empenhado o sr. Jacintho Cansivamente<br />

professores de instrucção progressos da instrucção secundá- Caminhos de Ferro. Um escandalo Havíamos de continuar assim? dido. São grandes as difficuldades<br />

secundária, a fim de pagar, á custa ria, procurando dotá-la com um pes- que despejava os cofres do thesouro Servir-nos-hia a desvergonha, o que se levantam á sua realização,<br />

do ensino público e conseguintemensoal verdadeiramente á altura da na bolsa dos extrangeiros,deixando- abatimento, a decadencia alheia e, embora a junta do ultramar se<br />

te do futuro do país, serviços de sua espinhosa missão. E nós não os senhores das linhas férreas. para nos deixarmos ir ao fundo? lhe mostrasse favoravel, lá poz as<br />

muito duvidósa legitimidade. lhe regatearemos os merecidos lou- Sempre que se fallava nisto, os O que? E' a Hespanha que virá suas duvidas e restricções tenden-<br />

Não havia ignorante desoccupavores. liberaes gritavam: — não pôde ser, castigar os criminosos, libertar a tes a salvaguardar os interesses do<br />

do e altamente protegido que não Mas os auctores e inspiradores<br />

é uma vergonha, é um roubo! nação portuguêsa, tornal-a forte, thesouro.<br />

pretendesse e que, em regra, não da reforma conseguiriam porventu-<br />

Sagasta callado.<br />

digna, honrada, consciente?<br />

O nevrotico ministro do reino<br />

obtivesse uma cadeira num lyceo. ra êste tão ambicionado e tão ne- Chega a occasião de votar. Ac- Nós somos realmente Portugal, esfrega as mãos de contente, em-<br />

Ninguém tratava de saber se o precessário desideratum 1<br />

corda o amigo Sagasta e diz:— Vo- ou achamos pouco a Inglaterra e quanto o sr. Jacintho Candido vae<br />

tendente tinha habilitações reaes<br />

tem!<br />

esperamos lambem pela Hespanha? contando as suas mágoas aos ami-<br />

É o que examinarêmos proxima-<br />

para o cargo, aliás de grande remente. Votou-se. Votou-se uma vergo- Pergunto isto e oiço ahi fallar na<br />

gos em deliciósos passeios na matta<br />

sponsabilidade, que ambicionava; o<br />

nha, votou-se um roubo. Carta. Bem sei. Mestre Sagasta<br />

do Bussaco.<br />

(1) Não se julgue que exaggeramos. AlgUns Porque?<br />

falia tembem nos principios im* - — - ' — —<br />

d'êsses felizes que a munificência escandaliza Sagasta estava interessado no mortaes.<br />

dos nossos governos, ou, antes, a relaXaçSo<br />

Começaram no dia 10 as inspecções<br />

dos nossos costumes inventou professores de roubo e na vergonha.<br />

E tanto fallou que os mandou dos recrutas para o exercito e para a<br />

instrucção secundária, conhecemos nós que ti' Arrastou um partido. Tornou^o agora ao diabo pelo caminho de<br />

veram de se leccionar, para poderem balbuciar'<br />

armada. É exiguo o numero dos que<br />

qualquer coisa deante dos pobres discípulos. cúmplice,<br />

ferro,<br />

têem sido exemptos até hoje.


Mosteiro de Semide<br />

35 Folhetim da RESISTENCIA<br />

JOÃO DAS GALÉS<br />

XXIII<br />

A rusga<br />

— Queimo os miolos ao primeiro que<br />

se mexer, disse elle.<br />

— Oh 1 se estivesses só!, exclamou<br />

João das Galés.<br />

— Se estivesses só, veriamos, disse<br />

o agente, mas não estou só<br />

— Seja como fôrl, murmurou Lebigot.<br />

E esses homens entregaram-se immediatamente,<br />

com a passividade de<br />

antigos prisioneiros, á nova condição<br />

que lhes estava preparada.<br />

— Sáeum a um, commandou o agente,<br />

apenas chegaram ao cimo da escada<br />

os seus auxiliares.<br />

João das Galés foi o primeiro a sahir,<br />

depois Lebigot, a Souffrante e Camard.<br />

— Não estão todos, disse o agente,<br />

mas nós encontraremos os outros.<br />

— Isso não será fácil, meu filho,<br />

disse o Camard.<br />

Deixaram-se manietar sem resistencia.<br />

Levaram-nos ao posto proximo e de<br />

(«rde encerraram-nos em Mazas,<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

A «Cartilha do Povo» vae a caminho d'uma solução paci-<br />

Não tendo provavelmente a profica.<br />

A este respeito diz o seguinte<br />

Informam-nos que foram appredigalidade<br />

de recursos de outras<br />

o Tempo:<br />

(NOTAS AVULSAS)<br />

íendidos em Chaves, Yilla-Real e<br />

corporações, a vida neste convento Viseu os exemplares da Cartilha «Os jornaes italianos estão na crença<br />

No interior não se encontram res- era moderada e sóbria.<br />

do Povo para alli enviados pela de que.se chegue a um accordo pacitos<br />

da antiga arte, vestígios indica- Em pinturas, decorações, alfaias,<br />

fico sobre as reclamações da Italia ao<br />

Commissão Académica que, como<br />

dores de opulências passadas. Tudo<br />

Irazil, fundando grandes esperanças<br />

jóias, tecidos, mobiliário, etc., pou- lomenagem ao chorado chefe do no novo ministro dos extrangeiros bra-<br />

corresponde á apparencia modesta cos exemplares dignos de reparo. íarlido republicano o dr. José Falzileiro, o general reformado Dionysio<br />

do edifício.<br />

Todavia d'entre a vasla accumucão, os havia mandado imprimir de Castro Cerqueira.<br />

Comtudo o inventario, a que eslação de objectos em bric-à-brac, os )ara serem gratuitamente distribuí- Embora antigo militar que tomou<br />

tão procedendo,descripto coin exem- mais variados e imprevistos, uma<br />

parte brilhante nas campanhas do<br />

dos. E mais uma prepotencia do<br />

plar honestidade e intelligencia é,<br />

rnguay e do Paraguay, onde ficou<br />

surpresa inesperada se destaca: a desequilibrado ministro do reino, grávemente ferido em duas batalhas,<br />

ainda assim, importante, não pelos crossa d'um báculo de bispo, de co- exercida d'esla vez contra a vene- o general Dionysio Cerqueira é parti-<br />

valores d'arle, mas pela quantidade bre dourado, cravejado de pedras rável memoria d'um vulto eminente cularmente versado nas questões inter-<br />

das coisas, que não soffreram o sa- imitadas, do século xiv, talvez do de politica portuguêsa, a cujo extranacionaes, em que tem por mais de<br />

que dos últimos momentos. século xm! Falta-lhe, segundo to-<br />

uma vez demonstrado a sua competênordinário<br />

talento e immaculado cacia.dos os indícios, o calvario central, racter prestou a imprensa monar- Deputado pela Bahia desde 1890,<br />

A historia do edifício é desco- que poderia induzir a uma determichica unanime consagração.<br />

fez, além d'i«so, parte da commissão<br />

nhecida.nação<br />

chronologica menos duvidosa. Repetidas vezes foi reimpressa, de delimitação de fronteiras do Brazil<br />

Fr. Leão de S. Thomaz não des- Um escudo de prata esmaltado durante a vida de José Falcão, a com a Venezuela e com a Republica<br />

cobriu no archivo os elementos do-<br />

Argentina, e foi durante três annos um<br />

tem cinco vieiras; e da outra face Cartilha do Povo, sendo vendida dos ministros plenipotenciários do Bracumentaes<br />

para a elaboração da sua quatro barras vermelhas horison- jublicamente, sem que a monarzil na missão especial presidida pelo<br />

chronica anteriormenteaoseculoxvn. taes.chia<br />

a mandasse apprehender e até barão de Rio Branco, encarregada de<br />

Todo o seu passado está em trevas,<br />

Ora as cinco vieiras são o escu- nisso pensasse. Nesse folheto, admi- defender os direitos do Brazil na ques-<br />

desde a fundação, de que restam<br />

do do bispo, cujo tumulo foi descoravel pela verdade e simplicidade tão do territorio contestado das Missões,<br />

apenas tradições vagas, até 1610,<br />

submettida á arbitragem do presidente<br />

berto na Sé Velha, no altar de San- com que está escripto, aconselha-se Cleveland.<br />

anno em que as freiras de Semide<br />

ta Isabel. A urna mais antiga que ao povo que use do direito de suf- Dionysio Cerqueira também percor-<br />

se reuniram ás de Santa Anna, e<br />

a estatua não poude ser estudada, fragio com toda a independencia, reu uma grande parte do territorio<br />

logo em seguida se divorciaram,<br />

porque a isso se oppoz o sr. enge- a fim de realizar por esse meio uma contestado franco brazileiro, que pre-<br />

produzindo o mais pitloresco escannheiro<br />

Frazão, ou o seu representan- salutar transformação das instituisentemente está sendo objecto de nedalo<br />

da Coimbra antiga!<br />

te e congenere, que tanto monta... ções politicas. Não ha nelle o minimo gociações diplomáticas entre os governos<br />

brazileiro e francês».<br />

Esse báculo, apezar de um pou- appello á revolnção; uma única idêa<br />

Não pode avaliar, quem nunca<br />

co deteriorado, é um achado pre-<br />

que possa considerar-se subversiva.<br />

experimentou, a série de abalos que<br />

cioso. Que saibamos, é o terceiro<br />

E desde a implantação do regimen De passagem para a Figueira da Foz<br />

soffre o espirito ao peneirar num<br />

que existe em Portugal anterior ao<br />

liberal até que o sr. João Franco, esteve em Coimbra o nosso amigo e<br />

correligionário dr. Augusto Barreto.<br />

convento que se extingue.<br />

século xv.<br />

querendo mostrar que era o mais<br />

Pouco tempo se demorou—apenas<br />

Todas as coisas lêem uma impres-<br />

refinado lacaio da monarchia para<br />

são de tristêza commovenle; andam<br />

O sr. J. Francisco Brée, delega-<br />

o necessário para abraçar os amigos<br />

que a monarchia d'elle faça o seu que ne*ta terra lhe admiram a hones-<br />

em suspensão na almosphera emado<br />

do ministério da fazenda, inscre- primeiro estadista,sobraçasse apasta tidade e a integridade do caracter, o<br />

nações de sympathia por tudo que<br />

veu-o com a incontestável e intelli- do reino, ninguém pretendeu op- fogo e a robustez das convicções.<br />

nos cérca. Os telhados a desabar,<br />

gente solicitude de funccionario repôr-se á propaganda das idéas de-<br />

paredes desaprumadas, sobrados<br />

cto.mocráticas<br />

por aquelle processo. Communicam-nos que falleceu hontem<br />

abatidos, tectos escorados, que se<br />

Considerava-se como o exercício de na sua casa de Condeixa, victima d'um<br />

debruçam sobre as nossas cabe- O sr. Brée não precisa de gabos,<br />

um direito incontestável a crítica insulto ?popletico, o sr. commendador<br />

ças. ..' Ha soluços suffocados, la- nem de advogados gratuitos: elle<br />

das instituições vigentes e a divul- José Libertador de Magalhães Ferraz,<br />

antigo pharmaceutico, que contava<br />

grimas crystalizadas em toda essa saberá defender-se de censuras anogação<br />

de idêas tendentes a substi- numerosos amigos nesta cidade.<br />

decrepitude que vae ser votada ao nymas, que vejo em duas folhas.<br />

tui-las. Mas hoje já não existe tal A sua ex.<br />

abandono e á destruição!<br />

Todavia posso dar testemunho des-<br />

direito; o sr. João Franco não o<br />

E essa monstruosidade, incominteressado e fiel da affabilidade af-<br />

reconhece. Por isso não pôde disprehensivel<br />

hoje, chamada a clautribui<br />

r-se a Cartilha do Povo.<br />

fectuosa com que vi ser tratado pesura:<br />

a anniquilação implacavel e las senhoras, seculares existentes Ridiculo seria mostrar que grau<br />

absurda dos mais sagrados senti- no mosteiro, signal de que a sus- de imbecilidade accusa este minismentos,<br />

de todas as sonhadoras asceptibilidade feminina se não achatro com a prática de taes actos.<br />

pirações do coração humano, os afva resentida de cruezas tyrannicas Também não vale a pena formular<br />

fectos da familia, a vida, a mocida- e irreverencias grosseiras.<br />

inúteis protestos contra elles.<br />

de, o amor; todo esse sacrifício di- Quem conhece os refalsados pro- Vamos registando.<br />

lacerante e lôrpe, num momento, cessos d'esla crise moral de desver-<br />

pela suggestão romantica do pasgonha, sabe de que armas os dessado,<br />

nos parece acceitavel para a peitados e os intrigantes sabem ser- Conflicto italo-brazileiro<br />

felicidade do mundo, o aperfeiçoavi r-sel. . .<br />

mento do espirito e a paz da con-<br />

Como previramos, parece que o<br />

sciência!. ..<br />

A. conflicto entre a Italia e o Brazil<br />

ma As aulas abrir-se-hão no dia 1.® d<br />

proximo mês d'outubro.<br />

Na secretaria da mesma escola se<br />

prestam quaesquer esclarecimentos aos<br />

interessados.<br />

A bordo do paquete allemão Kaugler,<br />

que deve chegar ao nosso porto<br />

no dia 20 do corrente vem o ultimo<br />

troço da expedição a Lourenço<br />

Marques.<br />

As forças expedicionárias são<br />

compostas de cento e tantas praças<br />

de infanteria 2, egual numero de<br />

caçadores 3 e algumas de cavallaria<br />

e artilheria. Vêm sob o cominando<br />

do tenente de infanteria 2,<br />

Antonio Duarte Costa.<br />

Está em Luso o sr. dr. Jacintho<br />

)amasio Tragôso.<br />

Partiu para a Figueira da Foz a sr.<br />

familia, os nossos sentidos<br />

pesames.<br />

Dm jornal de Lisbôa dá a noticia de<br />

que vae ser retirado do govenro de<br />

Moçambique o major Mousinho por<br />

causa do celebre conflicto que se levantou<br />

entre elle e o administrador da<br />

companhia de Moçambique.<br />

ESCOLA INDUSTRIAL BR0TER0<br />

Até ao dia 25 do corrente, estão<br />

abertas as matriculas em todos os dias<br />

úteis, das 11 horas da manhã, ás 3<br />

da tarde e das 6 às 9 da noite, para<br />

as disciplinas professadas nesta escola.<br />

1<br />

). Maria da Gloria Castanheira, dislincta<br />

professora de piano nesta cidade.<br />

Regressou de Luso o sr. Joaquim<br />

)uarte Cannas, sympathico empregado<br />

da importante casa commercial do sr.<br />

Marques Manso, sobrinho.<br />

Na Hespanha<br />

A reunião republicana, em sessão<br />

secreta a que presidiu Esquierdo, discutiu<br />

a actual situação politica resolvendo<br />

convocar ura comicio.<br />

*<br />

Em Génova, por motivo do lançamento<br />

á agua do cruzador Christovão<br />

Colombo, houve na casa da camara<br />

uma recepção solemne e, quando o<br />

almirante Brin brindou pela união da<br />

Italia e da Hespanha e pelo termo da<br />

guerra de Cuba, alguns americanos<br />

que estavam presentes gritaram: «Viva<br />

Cuba livre!»<br />

Typographo<br />

Na typographia d'este jornal admitte-se<br />

um compositor habilitado.<br />

F. Fernandes Costa<br />

E<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do Yisconde da Luz, 50<br />

XXIV<br />

Extraordinaria audiência<br />

A questão Koellen e esta importante<br />

prisão fizeram muito barulho em Paris,<br />

e a instrueção do processo fez-se rapidamente.<br />

O caminho era fácil para o<br />

instructor, em vista das confissões e<br />

indicações dadas pelos presos. Elles,<br />

porém, não disseram tudo, mas con-<br />

fessaram o que facilmente se podia<br />

descobrir. Quando quizeram obrigá-los<br />

a irem além dos limites que se tinham<br />

imposto, Jean Gérin e Lebigot recusaram-se<br />

a dizer mais:<br />

— Nós fallaremos na audiência, disseram.<br />

E, quando esse dia chegou, quando<br />

no meio d'uma affluencia considerava<br />

de espectadores, os recusados appareceram<br />

deanle do tribunal, Jean Gérin,<br />

levantou-se e disse:<br />

—O meu honrado collega M. Lebigot,<br />

e eu, recusamos-nos desde já a responder<br />

a qualquer pergunta que se<br />

nos faça, ainda que seja para nos perguntar<br />

a edade. Já prevenimos os nossos<br />

defensôres de que nós mesmos faríamos<br />

a nossa defêsa. Nessa occasião nós<br />

explicaremos.<br />

O presidente e o advogado geral encarregaram-se<br />

de explicar aos jurados<br />

a situação dos aceusados. O advogado<br />

geral expoz num longo questionário<br />

todas as provas reveladas na Instrueção.<br />

Os advogados nomeados eX-oilicio,<br />

em vista da declaração de Gérin, limi-<br />

taram-se a pedir a clemencia dos jurados,<br />

e esperaram para a defêsa de<br />

Camard e de Souffrante, que os dois<br />

principaes culpados fallassem.<br />

Quando o presidente perguntou a<br />

Gérin se tinha alguma coisa mais a<br />

allegar em sua defesa, este respondeu:<br />

— Peço para fallar depois de Lebigot.<br />

Lebigot levantou-se e disse:<br />

«Senhores e burguêses escutae o<br />

que vou dizer: Aos 25 annos eu era<br />

ainda um artista marceneiro, sobrio e<br />

trabalhador. Apesar do meu trabalho,<br />

uma noile de inverno, os meus pequenos<br />

filhinhos tiveram frio. Eu era casado<br />

e tinha dois filhos, senhores jurados,<br />

duas bellas crianças. Eu ganhava o<br />

*ufficiente para o seu sustento, mas<br />

se eu desviasse um sou que fôsse da<br />

alimentação elles passariam fóme. Mas<br />

elles não tinham fóme. Tinham apenas<br />

frio Não podíamos ter o lume accèso<br />

senão uma hora por dia, e ainda assim<br />

era um lume de carvão de lenha numa<br />

fornalha, com que se aquecia a sopa.<br />

«Quando entiava no atelier, não me<br />

sala da idêa, que os meus filhos tinham<br />

frio e minha mulher também. Eu por<br />

mim, tinha tanto frio como elles, mas<br />

isso pouco me importava, um homem,<br />

é fórte e resiste mais.<br />

«Com este pensamento, passei por<br />

um estabelecimento e vi á pórta uma<br />

coberta de la branca, que marcava o<br />

preço de trinta francos. Olhei em volta<br />

de mim e pareceu-me que ninguém me<br />

via. Tirei a coberta e fugi. Mas tinham-<br />

me visto. Foram correndo atraz de<br />

mim e gritando: Ê ladrão! Fiquei anniquillado.<br />

Prenderam-me.<br />

«Suppliquei aos agentes que me<br />

deixassem levar a féria da semana a<br />

minha mulher. Não o consentiram. Só<br />

tornei a vêr minha mulher seis semanas<br />

depois; ella tinha vendido toda a<br />

mobilia para se sustentar. Meus filhos<br />

tinham agora mais frio, e em breve<br />

teriam também fóme.<br />

«Condemnaram-me a dois annos de<br />

prisão. Dois annos de prisão por eu<br />

querer resguardar os meus filhos do<br />

frio.<br />

«Quando sal da prisão tinha a escóla<br />

completa da ladroagem, meus filhos<br />

tinham morrido, e minha mulher estava<br />

na cadeia; era a oitava ou decima vez<br />

que a prendiam por vagabundagem.<br />

«Minha mulher era muito fraca para<br />

se poder entregar a qualquer trabalho.<br />

Mendigava. Deixaram na morrer na<br />

prisão.<br />

«Crerdes vós, senhores, que nestas<br />

circumstancias eu me poderia entregar<br />

ao trabalho com afinco?<br />

«Accusei-vos de todos os meus males<br />

e comecei a roubar, para me vingar<br />

do mal que vós me havíeis feito.<br />

«Vistes o meu cadastro policial? fi<br />

enorme. Eu sou para vós todos um<br />

antigo conhecido. 0 senhor advogado<br />

geral, que falia tão bem, já vos expoz<br />

as minhas façanhas: cumplicidade de<br />

roubo, roubos mais ou menos qualificados,<br />

etc. Eu segui o caminho do<br />

verdadeiro ladrão. Do simples furto<br />

passei ao roubo com arrombamento.<br />

Principiei pela coberta, e acabei pelos<br />

cofres fórtes.<br />

«Mas fiz mais do que tudo isto.<br />

«No momento da minha prisão, trazia<br />

no bolso os documentos comprovativos<br />

do cavalleiro d'Esprignolles, que havia<br />

emprestado ao meu collega Gérin, para<br />

elle fazer a sua viagem pela Hollanda.<br />

Dizei-me pois, em consciência, senhor<br />

presidente, se, desde que estou prêso,<br />

foi lastimada a desapparição de este<br />

cavalleiro?<br />

«Não quereis responder-me, à vontade,<br />

mas eu devo fallar; o cavalleiro<br />

a que me refiro, tinha também dois<br />

filhos que não morreram de frio nem<br />

de fóme.<br />

«Eu me explico.<br />

«Exercendo por muito tempo a ladroagem,<br />

e vivendo em contínuos<br />

sobresaltos de ser apanhado, quiz dar<br />

cabo de mim. Fiz este reaciocinio: Ou<br />

viver tranquillo com um falso nome,<br />

ou, se te apanham tens de confessar<br />

tudo quanto tens feito. Venho pois<br />

confessa-lo.<br />

«Tinha tido occasião de encontrar<br />

muitas vezes um cavalleiro d'Esprignolles,<br />

que vivia modestamente, um<br />

pouco affastado, nào querendo mesmo<br />

receber seus filhos a maior parte das<br />

vezes. Era um misantropo, um maníaco.<br />

Entre mim e elle havia alguma semilhança<br />

tal que como Gérin com Villedieu.<br />

Tive a idêa de fazer em ponto<br />

pequeno, para meu beneficio, o que<br />

Gérin Qzéra em ponto grande*


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derosa de Portugal, por<br />

intervenção do seu correspondente<br />

em Coimbra, toma seguros<br />

contra fogo ou raio, sobre<br />

prédios, mobílias e estabelecimentos.ô<br />

d® repetição de 12 e lB tiros, re- Correspondente Basilio Au-<br />

volvers, espingardas para caca,os melhores gusto Xavier d'Andrade, rua<br />

systemas.<br />

Martins de Carvalho, n.° 4.<br />

UMA FOLHA de<br />

uma peça original portuguêsa,<br />

paginada separadamente, de ma<br />

neira a formar um elegante volume.<br />

PEÇAS PUBLICADAS<br />

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35<br />

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de cada mez<br />

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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

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Redacção e Administração<br />

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Encommendas:<br />

a J0SÊ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

L


N.° 165 COIMBRA Quinta feira, 17 de setembro de 1896 2.° A N N O<br />

A revolução pacifica<br />

do sr. Dias Ferreira<br />

O antigo ministro e presidente do<br />

conselho, José Dias Ferreira, continua<br />

no seu jornal reclamando uma<br />

revolução que, sem ruido e sem des-<br />

ordem, coaja os altos poderes do Estado,<br />

restabeleça a lei, mude o «aspecto<br />

da nossa situação politica e<br />

financeira», faça justiça, «correndo<br />

com os trapalhões emalandrões que<br />

por ahi estão agachados á sombra<br />

do actual estado de coisas», que,<br />

finalmente, imponha «sem demora<br />

a vontade do povo.»<br />

Como lhe parecesse absurdo levara<br />

cabo semilhante empresa,«sem<br />

ruido e sem desordem», um jornal<br />

de Lisboa lembrou-se de perguntar<br />

a este revolucionário da ultima hora<br />

porque processo entendia elle fazer<br />

a sua revolução.<br />

E eis como elle respondeu:<br />

«Não ha nada mais simples do que<br />

a resposta á pergunta.<br />

A lição dos factos e a comprehensão<br />

rios princípios não deixam a mais ligeira<br />

duvida do que uma simples marrifistação<br />

pacifica pfinhi immediatamente<br />

a administração publica nos seus<br />

eixos.<br />

As manifestações simplesmente das<br />

duas grandes cidades, capital e Porto,<br />

determinariam immediatamente a mudança<br />

de processos governativos.»<br />

E mais adiante:<br />

«No dia em que o povo quizer de<br />

VPZ o termo da folia e impozer um governo<br />

que esteja consubstanciado com<br />

os interesses públicos e com as aspirações<br />

nacionaes, não é preciso correr<br />

com esses figurões e com esses raachuchos.<br />

(«Os trapalhões e os malandrôes<br />

que por ahi estão agachados á<br />

sombra do actual estado de coisas»).<br />

Elles não se conservam nos covis.<br />

Fogem.<br />

As protecções que tinham, perdemnas.<br />

0 protectores, por mais altamente<br />

collocados que estejam, nunca mais os<br />

vêem!<br />

E por fim:<br />

«Nestas condições, não seria uma<br />

revolução, mas a imposição pacifica da<br />

vontade do país, que podia fazer mudar<br />

de face a nossa situação politica e<br />

financeira.»<br />

Isto parece um despauterio de sonho.<br />

O disparate toma assim, ás vezes,<br />

aspectos monstruosos de avantesmas<br />

de pesadêllo. Comludo lêse,<br />

sem sombra de illusão, no jornal<br />

o Tempo de hontem, domingo<br />

— redacção e administração rua do<br />

Alecrim, 33.<br />

Aqui lemos, pois, um homem que,<br />

no apparente goso de todas as suas<br />

faculdades, e muito a sério, pretende<br />

convencer-nos— 1.° De que em<br />

Portugal é possível effectuar pacificamente<br />

uma manifestação de caracter<br />

revolucionário, tendendo a fa-<br />

zer prevalecer a vontade do povo palavriado sem alcance, porque só blema da moralidade, ficaria de pé,<br />

sobre a vonlade do rei; — 2.° De dentro dos limites d'esse palavriado pois que, para moralizar em Por-<br />

que uma manifestação d'esla natu- e d'essa rhetorica é que elle seria tugal, seria necessário banir e punir,<br />

EM<br />

reza leria sufficiente alcance social, tolerado. Comicio que queira algu- não um homem, não dois homens, C O I M B R A<br />

e politico para pôr «immediatamenma cousa mais, ou é dissolvido e mas todo o systema constitucional,<br />

te nos seus eixos a administração annullado, ou, summariamente, es- e isso não queria elle, porque lhe"<br />

Sé Velha.—Antes de abandonar<br />

publica», «mudar de face a nossa pancado. O effeito do actual regimen tocava pela porta.<br />

a„Sjé Velha, não podemos deixar de<br />

situação politica e financeira», de- de liberdade em Porlugal é este: só Mas para que levar mais longe historiar a intriga que obrigou o sr.<br />

terminar uma «mudança de proces- serve a quem não precisa d'ella. semilhante discussão?<br />

Antonio Augusto Gonçalves a pedir<br />

sos governativos» e,—o que émais Finalmente:<br />

O sr. Dias Ferreira quer uma a sua demissão de membro da com-<br />

phantastico! — restabelecer a pro- Pela praça publica? — E' essa a revolução.<br />

missão que dirigia a restauração.<br />

bidade no poder e nos costumes, fórma porque o sr. Dias Ferreira Descance. Ha de tê-la.<br />

fazendo debandar dos seus covis, a entende que se devem manifestar Essa Revolução hade fazer-se, Desculpem vv. ex.<br />

despeito de todos os compromissos pacificamente os cidadãos de Lisboa hade, mas em contrario dos seus<br />

e de toda a solidariedade, «os figu- e Porto?<br />

desejos, ha de fazer-se com ruido—<br />

rões e os machuchos» e é elle quem Vamos — responda!<br />

o ruido d'um povo que acorda e<br />

falia) que infestam a sociedade e a Não tenha vergonha de confessar que é tão retumbante como o ruido<br />

politica porluguêsas.<br />

que disse um disparate, ou que foi do trovão.<br />

Vejamos.<br />

colhido em flagrante delicto de<br />

João Chagas.<br />

Cumpre discutir isto?<br />

má fé.<br />

0 homem está fallando a sério, Pela praça publicai<br />

Créditos especiaes<br />

ou eslá a divertir-se comnosco? A sério!<br />

Imaginemos por um momento O sr. Dias Ferreira, está conven- Para confirmar as declarações<br />

feitas pelo sr. Hinlze Ribeiro ácerca<br />

que eslá fallando a sério. Imaginecido, a serio, de que o Portugal de do equilíbrio orçamental, a cada<br />

mos que não é um refalsado hypo- hoje pôde descer á praça publica, passo apparecem no Diário do Gocrita,<br />

um d'esles burlões, que de a praticar um acto de natureza reverno decretos em que se abrem<br />

todos os tempos, procurando viver volucionaria,— como seja impôr a<br />

créditos especiaes.<br />

Nada menos de três foram agora<br />

bem com Deus e com os homens, vontade do povo, coagir os poderes<br />

abertos: um de 362:192$134 réis<br />

procuravam egualmente fallar a lín- públicos, reformar a administração, a favor do ministério da guerra para<br />

gua dos homens e a linguagem de mudar o aspecto das finanças, es- o excesso da despêsa que houve no<br />

Deus, suppondo melhor servir os pancar a corrupção, restabelecer a<br />

anno economico de 1895-1896;<br />

outro de 11:400^000 réis para<br />

seus interesses e as suas ambições, moralidade, restaurar, redimir, isto pagamento de movimento de tropas<br />

Imaginemos, por hypolhese, que este é, crear um estado novo, fundar reclamado por outros ministérios, e,<br />

Dias Ferreira das instituições fugiu uma nova sociedade, e levar tudo finalmente, um de 34:321^000 réis<br />

á corrente moral do seu lempo e do isto a cabo pacificamente, «sem rui-<br />

a favor do ministério da fazenda<br />

para pagamento de despêsas liqui-<br />

seu meio e quer sinceramente—redo e sem desordem», sem resistendadas e não pagas no exercício de<br />

formar.cia<br />

e sem lucta?<br />

1891-1892 e 1893-1894.<br />

Em primeiro logar: o que signi- 0 sr. Dias Ferreira está conven- E conlinuar-se-ha. Embora tarfica<br />

essa especie de exhortação ás<br />

diamente, o governo vê-se obrigado<br />

cido d'isto?<br />

a ir pagando o que deve, e os calo-<br />

duas grandes cidades — Lisboa e Vamos, responda!<br />

tes são muitos.<br />

Porto, a que se manifestem pacifi- Mas não. Elle não responde.<br />

camente ?<br />

E não responde porque com<br />

Porque fórma entende o sr. Dias effeito o apanhamos em flagrante O conde de Reilhac<br />

Ferreira que ellas se devam mani- delicto, porque lhe descobrimos o Tem estado em Lisboa, commofestar<br />

pacificamente?<br />

pensamento, agachado como um damente installado no Internacional<br />

e com policia ás ordens para pre-<br />

Pela representação ? — Eviden- gato receioso, na agua-furtada em<br />

venir qualquer eventualidade, este<br />

temente, não. Mesmo como burla, que elle premedita as suas tramóias insigne calumniador que em 1889<br />

parecer-nos-bia demasiado que o politico-intellectuaes.<br />

tanto aboccanbou os portugueses,<br />

sr. Dias Ferreira aconselhasse ain- O que o sr. Dias Ferreira quer,<br />

chamando-lhes escrocs, ladroes e<br />

outros epithetos de egual jaez. A<br />

da semilhante processo de pôr nos deseja e inutilmente provoca, por- imprensa independente protesta e<br />

eixos a administração publica, muque não tem auctoridade e não tem moslra-se indignada porque o sr.<br />

dar o aspecto das finanças, mora- prestigio, não é uma revolução que João Franco, que, num momento de<br />

lizar, restaurar, e, sobretudo, fazer<br />

fúria, mandou expulsar do país<br />

salve Portugal, mas um cambalacho<br />

prevalecer a vonlade do povo.<br />

um homem eminente como Sal-<br />

que o salve a elle. Por isso elle a meron, a cujo talento e honradez<br />

Como, então?<br />

quer pacifica, porque é na paz em de caracter osproprios monarchicos<br />

Pelo comicio? — Mas o sr. Dias que se forjam as revoluções pacifi- prestaram a devida homenagem,<br />

Ferreira não ignora que a liberdade<br />

consente agora que o vil diffamador<br />

cas que medram os homens como<br />

do nome português affronte a popu-<br />

de reunião em Porlugal é coisa nulla elle hábeis cortezâos do rei, hábeis lação de Lisboa passeando desca-<br />

e que os únicos cidadãos que ainda cortezãos do povo, fazendo entre radamente pela Avenida. Razão ha<br />

gosam d'esse direito são os progres- um e outro o jogo clandestino dos e de sóbra para que os homens insistos<br />

— esses mesmos com restricdependentes<br />

se indignem e pro-<br />

seus interesses.<br />

testem, mas forçôso é confessar que<br />

ções, visto que a enunciação do Poder-se-hia levar muito longe a não pôde exigir-se d'um ministro,<br />

pensamento em comícios está su- discussão do seu principio das re- que conta no numero dos seus amijeita<br />

ao arbítrio da censura. Admitvoluções pacificas, explicando a elle, gos e entre os seus mais encarnitamos,<br />

porém, o comicio. O comicio<br />

çados defensôres quem lhe chamou<br />

ou a quem o lê, que um só, para<br />

ignóbil e bandido, que expulse do<br />

é, no fim de contas, a representação, não fallar nos outros, dos problemas país um extrangeiro que tão vil-<br />

a moção, a rhetorica sem effeito, o que elle prometle resolver; o pro mente nos insultou.<br />

as a má redacção...<br />

Outra palavra em ão; decididamente<br />

a prosa é má como a acção.<br />

D'esta vez não emendo...<br />

Fiscalizando o trabalho dos operários,<br />

havia na Sé Velha um empregado<br />

da confiança do sr. director<br />

das obras publicas.<br />

Este empregado é activo, honesto,<br />

muito trabalhador e com vontade<br />

d'acertar. A restauração começou a<br />

interessá-lo, e pouco a pouco, foi<br />

lembrando alvitres que o sr. director<br />

das obras publicas applaudia<br />

sempre, e que nem sempre tinham<br />

a approvação de A. Augusto Gonçalves.<br />

Por vezes Anlonio Auguslo Gonçalves<br />

lembrava a necessidade de<br />

fazer uma obra, ou a vantagem de<br />

ordenar por outra fórma o trabalho,<br />

e as coisas nem sempre se faziam<br />

como desejava o sr. Gonçalves.<br />

Quando elle se qneixava, o sr.<br />

director sorria e dizia a tal conhecida<br />

phrase: foi elle que mandou e<br />

agora está a achar máo.<br />

Succedendo-se assim um certo<br />

numero de factos, e vendo o sr. A.<br />

A. Gonçalves que perante o publico<br />

era elle o responsável de coisas<br />

que nunca approvára, quiz abandonar<br />

a direcção das obras ; mas era<br />

lanto o seu empenho por as vêr<br />

realizadas, que se prestou a uma<br />

conciliação, proposta pelo sr. Bispo-Conde,<br />

que marcou um dia em<br />

cada semana para decidir das obras<br />

a fazer.<br />

Um dia, surgiu uma dificuldade<br />

imprevista, e A. Augusto Gonçalves<br />

pediu tempo para estudar o problema,<br />

aconselhando que se adiantassem<br />

as obras em outros pontos<br />

e se abandonasse aquelle,® até elle<br />

ter uma opinião sobre o que deveria<br />

fazer-se.<br />

Nada mais justo!<br />

Pois o empregado do sr. director<br />

das obras publicas resolveu o problema,<br />

como entendeu, e mandou<br />

executar as obras, como as planeára<br />

a sua phantasia.<br />

O sr. Gonçalves saiu da Com-<br />

(<br />

As restaurações artísticas


missão; o sr. Bispo Conde propoz<br />

que, como satisfação devida, se despedisse<br />

o empregado...<br />

O sr. director das obras publicas<br />

allegou que esse empregado recebia<br />

uma pequena gratificação pela obra,<br />

que era pobre...<br />

O sr. Bispo-Conde offereceu-se<br />

para pagar a remuneração do seu<br />

bolso,..<br />

O sr. director disse que era muito<br />

bem; mas que não linha quem o<br />

substituísse...<br />

E o sr. Gonçalves não tornou a<br />

entrar na Sé Velha.<br />

O sr. Bispo-Conde mandou então<br />

lagear a Sé Velha.<br />

E o sr. director das obras publicas<br />

pôz-se a lagear a Sé Velha e a<br />

reconstruir um muro exterior, obra<br />

modesta e, talvez, dentro da sua capacidade<br />

artística.<br />

O empregado do sr. director das<br />

obras publicas, tendo melhor collocação<br />

noutra parle, pediu a transferencia<br />

...<br />

E o sr. director das obras publicas<br />

não consentiu, por poder parecer<br />

uma satisfação dada a Antonio<br />

Augusto Gonçalves 1...<br />

O que se eslá fazendo na Sé Velha<br />

é uma vergonha para esta cidade.<br />

Mesmo que a restauração fique<br />

boa, mesmo que a actividade e o<br />

zelo do empregado do sr. director,<br />

cujo nome não dizemos exactamente<br />

por lhe respeitarmos a actividade,<br />

o interesse pela obra, e a honestidade,<br />

mesmo que elle por acaso<br />

acertasse, nem mesmo assim o facto<br />

deixaria de ser vergonhoso; porque<br />

indicava da parle de quem o<br />

consentia falta de competencia, porque<br />

se não pôde encarregar a restauração<br />

artística d'um monumento<br />

do valor da Sé Velha a quem não<br />

tenha dado provas publicas de muito<br />

amor pela arte, de muito respeito e<br />

de muita erudição.<br />

Entregar a um fiscal dos caminhos<br />

de ferro uma restauração de<br />

caracter artistico é máo, e não deve<br />

surprehender-se ninguém, se entre<br />

os motivos decorativos, figurar até o<br />

amor pela profissão...<br />

VV. ex." riem-se ? Então leiam<br />

isto que escreveu Ramalho Ortigão.<br />

Na Madre de Deus, onde aliás o<br />

primitivo portal da rainha D. Leonor<br />

foi discretamente reconsliluido<br />

na moderna fachada do edifício, temos<br />

o infortúnio de ir encontrar no<br />

consecutivo restauro de uma fabrica<br />

do tempo de D. João III novos<br />

capiteis de columnas, nos quaes em<br />

vez da ornamentação vegetal do<br />

nosso século XVI se vê reinar nos<br />

enlablamentos a figuração absolutamente<br />

imprevista e inopinada, de<br />

uma locomotiva de caminho de ferro,<br />

arrastando fumegante o respectivo<br />

comboyo, tudo lavrado mui<br />

laboriosamente em pedra e demandando<br />

um túnel.<br />

Imaginem vv. ex.<br />

na Sé Velha.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

um caso assim<br />

Por esta historia me lembra ago<br />

ra que eu linha promettido a vv<br />

ex. as conlar-lhe a historia d'um<br />

Bispo.<br />

E não ia eu faltando á minha pa<br />

lavra? 1...<br />

Este senhor director faz-me per<br />

der a cabeça...<br />

Ahi vae a historia.<br />

Era uma vez um bispo chamado<br />

D. Francisco de Lemos. Um dia, ao<br />

passar, olhou a torre da Sé Velha e<br />

pareceu-ltie um monte de pedra<br />

cal sem arte nem figura.<br />

Foi-se á torre e apeou-a e ficou<br />

muito contente; porque a pedra deu<br />

para todas as obras que foi neces<br />

sario fazer.<br />

Contou o caso ao Marquez de<br />

Pombal que achou bem e aproveitou a<br />

occasião para fazer estylo e chamar<br />

á torre Padrasto sombrio e infimo<br />

uma linda phrase que até parece do<br />

senhor... director.<br />

O sr. director das obras publicas<br />

tem o mesmo ponto de visla.<br />

E necessário entulho? Vae-se ao<br />

claustro, é um instante emquanto<br />

se arranja.. .<br />

E verdade que depois se pode<br />

insidiosamenle dizer que os outros<br />

mentem quando lhe chamam nomes<br />

feios; mas o que o sr. director<br />

das obras publicas não pode negar<br />

que da Sé Velha saíram pedras<br />

lavradas para os canos d'esgolo.<br />

Para os canos d'esgoto!<br />

E não pode negar porque no ln<br />

stituto lá está uma com o lei lo do<br />

cano já aberto 1<br />

Verdade é que o sr. director pode<br />

dizer que fui eu que o abri.<br />

A afFirmação seria bastante original!.<br />

..<br />

Não ha de também fallar o apoio<br />

d'um ministro a s. ex. a<br />

Ha de também ter o seu Pom<br />

lai, um Pombal modesto, como a<br />

sua envergadura de reformador, um<br />

Pombal pequeno... um Pombalinho...<br />

T.C.<br />

Na Hespanha<br />

A junta central da reunião repu-<br />

)licana, que hoje representa indiscutivelmente<br />

todos os republicanos<br />

lespanhoes, lêm effeiluado mais<br />

duas reuniões, além da que já noticiámos.<br />

Das deliberações tomadas<br />

nessas reuniões, sabe-se que o partido<br />

republicano está resolvido a<br />

recorrer a meios extremos para<br />

operar nas instituições politicas do<br />

país uma transformação que evite<br />

a sua completa ruina.<br />

E o que affirmam os jornaes re-<br />

publicanos. El País exprime-se asassim:<br />

«Nâo nos tínhamos enganado. A<br />

união republicana não perderá o tempo<br />

em actos estereis, que consomem força<br />

e prestigio; quando checar o momento<br />

opportuno não hesitará em pedir ao<br />

povo republicano e á opinião nacional<br />

o seu concurso, dando a união repu*<br />

blicana, antes de todos, o exemplo do<br />

sacrifício pessoal e da maior abnegação.<br />

Assim responde a união republicana<br />

aos que perdem o tempo a prop-ilar<br />

boatos agourentos sobre a sua força.»<br />

E alludindo á segunda sessão<br />

d'essa junta, diz ainda a mesma folha:<br />

«A junta central, ao contrario do que<br />

se affirma, não lançará nenhum manifesto<br />

ao país, nem fará outra manifestação<br />

legal senão a deliberada na<br />

primeira sessão: o comicio de Madrid.<br />

De resto, nem mais nada dentro da<br />

lei.<br />

A opinião republicana péde com<br />

urgência factos, faclos.. .<br />

E factos, factos, pedirá a junta cerj-'<br />

trai da união republicana á opinião e<br />

ao povo.<br />

E os que tenham de saber mais,<br />

sabel-o-hão a seu tempo».<br />

A allitude do partido republicano<br />

está causando graves apprehensões<br />

ao governo, que já recorre a medi-<br />

das extraordinarias.<br />

Em Barcelona continua a suspensão<br />

das garantias constitucionaes,<br />

affirmando-se nos centros officiaes<br />

que ella subsistirá emquanto<br />

se não organizar naqnella cidade<br />

um novo corpo de policia judicial<br />

Ha quem pense até que a suspensão<br />

de garantias será applicada a outras<br />

localidades, em que se lem dado<br />

alteração da ordem publica.<br />

Está averiguado que o partido<br />

"epublicano nenhumas responsabi<br />

lidades lem nesses factos que bem<br />

revelam os desejos do povo hespanhol.<br />

O partido republicano, porém, que<br />

os não provocou, não pode deixar<br />

de atlender a elles para traçar<br />

norma do seu procedimento. A Hespanha<br />

revolta-se contra uma monar<br />

chia que a arruinou e o partido re<br />

publicano trahiría a sua missão se<br />

a desemparasse neste momento.<br />

Que o não fará, bem claramente<br />

o evidenceiam as resoluções tomadas<br />

pela sua junta central. Manifes<br />

tação legal, só a do comicio de<br />

Madrid.<br />

Não é necessário dizer mais.<br />

AS OBRAS DOS JERONYMOS<br />

O concurso para a conclusão do<br />

edifício dos Jeronymos e construcção<br />

do additamento projectado foi<br />

um escandalo, que tem dado logar<br />

a peripecias cómicas e reclamações<br />

tão justas como inefficazes.<br />

Um concurso de architectura<br />

-e produza. A imprevidência e a dissipação<br />

do Estado nas edificações que<br />

elle dirige, são o mais afUictivo phe<br />

nomeno de Imbecilidade na administração<br />

artística dos dinheiros publico»<br />

E-ua cataslrophe, de todas a mais estúpida,<br />

não é sómente uma desdita publica,<br />

é urna vergonha nacional, que<br />

já não inspira laslima, inspira troça.<br />

Basta-nos relancear os olhos ás contas<br />

do thesouro, para reconhecer com<br />

espantosa evidencia que rias obras publicas,<br />

em Portugal, se tem consumido<br />

neste ultimo quarteirão do nosso século,<br />

um capital medonhamente superior<br />

ao que D. João V dispendeu ern<br />

todas as phantasias architectonicas do<br />

têem-se accumulado desastrosamente<br />

erros tão grandes, tão repetidos e tão<br />

dispendiosos, que o que sensatamente<br />

ha que fazer ao presente é supprimir<br />

quanto antes esse disparatado sumidouro<br />

de dinheiro e de gosto, concluindo<br />

as obras pendentes no mais breve<br />

tempo e com a menor despêsa possível.»<br />

Dizendo em seguida que o único<br />

projecto acceitavel para a reconstrucção<br />

dos Jeronymos era o do sr.<br />

confiado ao veredictum d'um jury de<br />

Ventura Terra, conclue:<br />

militares deu em resultado esse estrondoso<br />

fiasco, que levanta protes- «Em tal logar, e em tal edificio, tudo<br />

o que não seja a realização humilde e<br />

tos vigorosos.<br />

resignada do modesto projecto a que<br />

E' a casla dos incompetentes con- me refiro, será mais um documento<br />

escandaloso para se continuar a aflirsliluidos<br />

em agremiação de amparo<br />

mar que a architectura oflicial do nosso<br />

muluo, colonia de solemnes para- tempo é a consagração publici da inésitas<br />

que occupam as mais proemipcia da geração a que pertencemos.<br />

Por ultimo, supponho ainda que o<br />

nentes posições da gerencia pu- governo não tem direito de gastar um<br />

blica !<br />

único ceitil em obras nacionaes ou<br />

em adiantamentos, de qualquer impor-<br />

Na reconstrucção dos Jeronymos, tancia que sejam, para a celebração do<br />

já celebre pelos desvarios reles Centenario da índia, emquanto de ao<br />

da mais phenomenal.imbecilidade, pé da Torre de B^lem não remover o<br />

gazometro que ainda lá está, repre-<br />

ajunta mais este tilulo de inépcia sentando a mais descarada affronta de<br />

para demonstrar quanto são incor- canalhismo que jámais se fez ao pundonor<br />

histórico e á dignidade artística de<br />

rigíveis e cabeçudos os processos um povo»<br />

da administração portuguêsa!<br />

Em seguida damos alguns pe-<br />

La Tribuna, jornal de Roma, diz<br />

ríodos d'uma carta que o sr. Ra-<br />

ser possivel que o rei Humberto<br />

malho Ortigão publicou sobre esta abdique da coròa de Italia em seu<br />

queslão palpitante.<br />

filho Victor Manuel, príncipe de<br />

Nápoles, depois do seu casamento<br />

«A primeira, a meu vêr, das condi- com a princesa Helena de Monteções<br />

de uma construcção nacional, no<br />

estado economico em que ao presente negro. A este boalo não será extra-<br />

se acha o governo do nosso país, é a nho o revez que o exercito italiano<br />

da modicidade de preço. Uma edifica- soffreu na Africa e o tractado de<br />

ção de luxo num país individadn e po- paz que pretende celebrar-se com<br />

!>re, é, desde logo, artisticamente vi-<br />

Menelik.<br />

ciada e falsa, porque ínvolve um ridículo<br />

erro administrativo, e toda a as- Humberto julgar-se-ha despresneira<br />

é da sua natureza inesthetica, tigiado desde que o seu nome figura<br />

qualquer que seja a orbita em que ella num tratado ao lado d'um imperador<br />

semi-barbaro. E o caso não é<br />

para menos.<br />

Se se déra abdicação, é provável<br />

que a polilica externa da Italia soffra<br />

uma grande alteração. A Italia separar-se-ha<br />

da tríplice alliança, que<br />

Ião funesta lhe tem sido.<br />

O sr. ministro do reino dispensou<br />

do exame de desenho um alumno<br />

que vem matricular-se na faculdade<br />

de Direito. O motivo da<br />

dispensa é fallar a esse alumno o<br />

seu reinado, com a diflerença de que braço direito.<br />

O artigo do fundo o nosso tempo não produziu ainda a<br />

minima coisa que se possa comparar<br />

Transcrevemos do nosso preza-<br />

em arte, a qualquer dos monumentaes<br />

díssimo collega A Marselheza o noedifícios<br />

que nos deixou o século pas- O nosso prezadíssimo amigo e<br />

tável artigo A revolução pacifica do sado.<br />

prestimoso correligionário sr. dr.<br />

sr. Dias Ferreira.<br />

Os nossos modernos carrilhões de José Bruno pediu em casamento a<br />

Mafra, que são numeiosissimos, não ex,<br />

tangem para o povo os seus doces<br />

Largas conferencias tem havido minuetes, como aquelle com que tao<br />

entre o sr. Hintze Ribeiro e os mem- despreiníadamente nos dotou um rei<br />

iros da junta de credito publico absoluto e despotico. Repicam agora<br />

Sobre os motivos que as deteimi- unicamente em surdina, cantiga de<br />

natureza bem diversa, para encanto<br />

nam correm diversas versões. E' exclusivo dos priveligiados que no re-<br />

)ara aplanar attrictos que se levangimen liberal substituíram com grantaram<br />

entre o presidente e os vogaes íissima vantagem — para elles — os<br />

da junta, dizem uns; é para obter :apitães-móres, os fidalgos, os com-<br />

um adeanlamenlo para a compra rnendadores, os corregedores, os almotacés<br />

e os escripvões da puridade.<br />

dos navios de guerra, opinam ou-<br />

Refiro meão parasitismo dos traficantes<br />

ros ; trala-se da reforma da secre- políticos, dos beleguins eleitoraes, e<br />

aría, segredam os jornaes assala- dos agiotas.<br />

riados pelo governo. E, afinal, o Não vejo que tal desdem de econo-<br />

verdadeiro motivo tarde se apurará. mia nos domínios da arte oflicial spja<br />

uma norma invariavel de todas as ad-<br />

Cerlo é, porém, que tantas conministrações do mundo. Em Paris, por<br />

vencias, tão repelidos conselhos exemplo, onde se vae agora construir<br />

de ministros, mostram que o barco um annexo ao museu do Luxembourg,<br />

ministerial está em perigo.<br />

impõe-se ao coristructor a máxima parcirnonia<br />

de despêsa, prohibe se-lhe o<br />

emprego de todo o materialque nâo seja<br />

Foi agraciado com o grau de madeira e o tijolo, e prescreve-se<br />

que a fachada da nova construcção<br />

official da ordem de S. Thiago o sr.<br />

eja unicamente ornamentada de fo-<br />

Charles Lepierre, distincto profeslhagens e de flôres vivas. Ao mesmo<br />

sor de chymica na Eschola Indus- tempo rejeitam-se ao distincto engetrial<br />

Brotero.<br />

nheiro Devic os seus successivos projectos<br />

de um edificio para a futura Exposição<br />

Universal, pela razão de que<br />

Satu para S. Gião, Cêa, o sr. Manuel as suas lindas construcções lêem o in-<br />

Joaquim Massa, secretário geral do conveniente—único—de serem caras.<br />

governo civil.<br />

Nas obras do annexo dos Jeronymos<br />

ma sr. a D. Maria de Lencastre,<br />

interessantíssima filha do sr. conselheiro<br />

D. Luiz de Menezes e Lencastre<br />

e nela dos fallecidos viscondes<br />

de Maiorca.<br />

Saiu honlem para Espinho com sua<br />

ex. ma familia o nosso prezado amigo<br />

e conceituado clinico d'esta cidade,<br />

sr. dr. José Antonio de Sousa Nazareth.<br />

OS ASSASSINOS DE STAMBULOF<br />

O julgamento dos presumidos assassinos<br />

do estadista búlgaro Stambulof,<br />

cujo processo dura ha mais d'um anno,<br />

deve realizar-se em outubro proximo,<br />

em Sofia.<br />

O principal accusado é Georgief, que<br />

foi secretario do major Panitza, tendo<br />

por co-réus Tufeklchief, cujo irmão foi<br />

mariyrizado na Tcherna Djamia, e Atzof,<br />

o cocheiro que conduzia Stambulof no<br />

momento do assassínio.<br />

Os outros accusados, Halju, Stafref<br />

e Zwelkof, fugiram.<br />

No processo figuram mais de cem<br />

testemunhas, e entre estas Petkof, o<br />

amigo intimo de Stambulof, Grekof,<br />

chefe actual dos stambulovistas, e talvez<br />

também Natchevitch, quo passa<br />

por ter sido o mais perigoso inimigQ<br />

de Stambulof.


i<br />

O czar da Rússia<br />

Em Vienna d'Austria e Berlim estão<br />

sendo commentados os brindes que o<br />

czar da Rússia levantou aos imperadores<br />

da Allemanha e da Áustria. As palavras<br />

sóbrias e de méra cortezia do<br />

soberano russo deixaram na opinião<br />

publica dos dois países uma péssima<br />

impressão, que está sendo traduzida<br />

pelos seus jornaes mais importantes.<br />

Uma amostra:<br />

A Nova Imprensa Livre, de Vienna,<br />

diz que «o procedimento de Breslau.<br />

renovação do de Vienria, prova que a<br />

economia de palavras e a sequidão do<br />

toin são resullados d'um calculo. d'um<br />

plano combinado, e que em S. Petersburgo<br />

ha a anciosa preoccupação de<br />

evitar que as visitas actuaes projetem<br />

alguma sombra sobre a viagem a<br />

Paris.»<br />

Outro jornal austríaco, a Allgemeine<br />

Zeitung, mostra nestes termos seu mau<br />

humor: «Já aqui, em Vienna, se havia<br />

notado que o joven monarcha russo<br />

não punha o cotação muito ao pé da<br />

bocca; não se deixava empolgar pela<br />

impressão do momento. Mas em Bres<br />

lau a sua resposta é fria como o gelo<br />

do Norte.»<br />

0 correspondente do Times em Vienna<br />

diz, de seu lado, que «o desconcerto<br />

geral experimentado na capital<br />

austríaca e compartilhado pelas altas<br />

regiões, em consequência do tom gla<br />

ciai que caracterizou o toast do tzar<br />

em resposta ao do imperador Francisco<br />

José, manifesta-se de novo a proposito<br />

dos toasts dos dois imperadores em<br />

Breslau», e o correspondente do Daily<br />

Tdegraph escreve ao seu jornal que<br />

«nos centros políticos austríacos a visita<br />

do czar á Allemanha causa impressão<br />

desfavorável.»<br />

Os jornaes allemães fazem idênticas<br />

apreciações.<br />

A Gazeta de Voss sublinha que «o<br />

soberano autocrata de todas as Russias,<br />

o marido d'uma princéza allemã, respondeu<br />

em francês ao toast do imperador,<br />

apesar de conhecer o allemão<br />

como conhece a lingua materna».<br />

Quanto á Wolkszeilung, essa é de<br />

opinião que, «se é verdade que a<br />

entrevista de Breslau não pôde ser<br />

senão vantajósa para a manutenção da<br />

paz na Europa, não se pôde, coinludo,<br />

esperar que ella baste para fazer desapparecer<br />

completamente todas as discórdias<br />

e lodos os dissentimentos que<br />

existem entre a Allemanha e a Rússia».<br />

Allemães e austriações estão, porém,<br />

com os olhos fixos em Pa* is. Também<br />

lá conservará a mesma frieza o grande<br />

autocrata. ou mostrar se-ha mais expansivo?<br />

A França, que agora se está<br />

rindo com o desapontamento que vae<br />

na Áustria e na Allemanha, terá de o<br />

soffrer também? Eis as perguntas que<br />

se formulam. E lá está a tríplice al-<br />

36 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Â0 DAS GALÉS<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 17 de setembro de 1896<br />

liança a postos para pesar e escabichar<br />

tudo o que o czar disser e fizer<br />

em Paris.<br />

Suppomos que ainda hão-de soffrer<br />

mais do que ;


CAVALLOS<br />

16 Muares, etc.; esquinencias,<br />

«I sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc . curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos.<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depositos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

19.4; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pbarmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

YENDE-SE<br />

IS A morada de casas sita<br />

A na rua do Moreno n. os<br />

7 e 9, facultando se ao comprador<br />

o pagamento a praso mediante<br />

juro razoavel.<br />

Tracta-se na rua da Sophia,<br />

35.<br />

P I A N O -<br />

14Wende-se um ria rua de<br />

• Joaquim Antonio d'Aguiar<br />

Casa em bom local<br />

13 YTeude-sc uma, de 4 anda-<br />

» res e magnificas lojas,<br />

na Couraça dosApostolos, n.° 35.<br />

Quem pretender fale com<br />

Adriano da Silva e Sousa, na<br />

mesma casa.<br />

Liquidação<br />

i2 Ma loja de Alves Borges,<br />

ll successor, rua do Visconde<br />

da Luz, n. os 64 a 66, se<br />

vendem por preços modicos,<br />

pregos de ferro suecio e escocio<br />

de embutir, para ferragens, e<br />

outros objectos a liquidar, e<br />

algumas qualidades de ferro<br />

suecio e escocio.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentaria<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

fi. de Ferreira Borges (Calçada), 114<br />

C O I M B R A<br />

De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />

consultas todos os dias das<br />

9 da manbã ás 4 da tarde, na<br />

Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento doex. mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Em agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

Empregado<br />

ilAfferece-se um com ha-<br />

U bilitíções para qualquer<br />

serviço de escripturação. Bóa<br />

calligraphia e correcta.<br />

Dirigir carta a Alvaro Soares,<br />

Agueda.<br />

Bom emprego de capital<br />

tOYTende-se uma casa sita<br />

w aos Arcos do Jardim, n.°<br />

41, cora fundos para Santa<br />

Cruz.<br />

0 motivo da venda é o ter<br />

de reiirar-se d'esta cidade o<br />

seu proprietário.<br />

Para informações, na loja do<br />

sr. Castro Leão, rua Ferreira<br />

Borges, ou com o sr. Antonio<br />

Maria Leite de Albuquerque,<br />

empregado no Lyceu.<br />

Loja da China<br />

Ferreira Borges<br />

9 A caba de chegar um gran-<br />

A de sortimento de leques,<br />

gombrinhas e estores, japonêses<br />

e chinêses.<br />

Especialidades da casa<br />

Chás e cafés<br />

Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA - Quinta feira, 17 de setembro de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

(BEIRA ALTA)<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Glub<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

medico, ptiarmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodaçôes<br />

desde 10200 réis<br />

comprehendendo serviço, club<br />

etc. Bónus para os médicos<br />

O estabelecimento thenual foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de L a a 5. a classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisação e aspiração, com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. É sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos —Viagem<br />

— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca


DM DECRETO ORIGINAL<br />

2.° ANNO<br />

Nas Filippinas e em Cuba<br />

d'estes lyceos seja elevado a quatro, ter tão cerebrina interpretação, como gimen commum ás duas classes de<br />

com sédes em Lisboa, Coimbra, se fosse licito admittir que ella pre- alumnos. Mas estaria o governo au-<br />

Porto e Braga. Continuando a haver tendia auctorizar que os lyceos cenctorizado a crear mais lyceos na-<br />

só as três circumscripções alludidas, traes se estabelecessem uns sobre cionaes ? Suppômos que não.<br />

A opinião pública em Hespanha<br />

Este país é positivamente uma<br />

cujas sédes são as três primeiras, os outros! Bem nos quis sempre Mas o escandalo não fica nisto; ficou alarmada com a publicação<br />

succursal, um tanto avariada, do<br />

cidades indicadas, não se sabe bem parecer a nós que as commoJidades vae muito mais longe. O decreto or- d'um telegramma do general Blanco,<br />

grão-ducado de Gerolstein, e os<br />

de que circumscripção é que o lyceo dos povos que elle queria harmonizar gânico e [o respectivo regulamento em que pergunta anciosamente ao<br />

actos do governo pediriam musica,<br />

de Braga fica sendo o centro. Mas com os interesses ao thesouro eram dispõem muito terminantemente que governo quando lhe manda refor-<br />

cie Offenbach, se, por honra de nós<br />

a coherencia não é por certo virtude nem mais nem menos e muito sim- os logares de professores dos lyceos ços. Nesse telegramma, que foi ex-<br />

todos, não estivessem a reclamar<br />

que este paternal governo possúa, plesmento os interesses dos compa- sejam providos soem concurso. Isto pedido no dia 15, diz-se, contra-<br />

correctivo um pouco mais energico:<br />

não nos admirando, por isso, mais dres. Os factos vieram provar esta é claro e não admitte duvidas. Pois riando o que se havia communicado<br />

a applicação immediata, sem de-<br />

este disparate.<br />

suspeita.<br />

com o lyceo de Guimarães abriu-se em telegrammas anteriores que dalongas,<br />

do celebre e celebrado codigo<br />

de Vinhaes. Isto chegou real- Mas porque mais um lyceo cen- Mas, como abyssus abyssum invo- uma excepção, contra a lei expresvam a insurreição reduzida a algumente<br />

ao ultimo desafôro.<br />

tral em Braga e este augmento incai, isto é, um mal nunca vem só, sa. Os professores serão conegos da mas partidas nas immediações de<br />

Não ha que vêr: o país tornou-se útil de despêsa? Que razões pon- também com este governo um es- collegiada e nomeados segundo a Ca vi te, que existem focos de rebel-<br />

propriedade exclusiva, única, d'uma derosas levaram o governo a mais candalo não vem sem outro escan- lei que regula o provimento dos calião em várias províncias e algumas<br />

cohorte de famintos, d'uma compa- êste condemnavel desperdício. O dalo: por isso, a par do da elevanonicatos, isto é, sem concurso de partidas que é necessário perseguir<br />

nhia exploradora, de responsabili- decreto citado, para illudir a creção do lyceo de Bragança, appare- provas públicas e apenas documen- e dissolver.<br />

dade illimitada, que o usufrúe a seu dulidade pública, diz que o numero ce no mesmo diploma a creação de tal. E já se vê que o hão de ser pelo Será devida a Blanco, por desco-<br />

bel-prazer, sem preoccupações nem de professores, que nos lyceos cen- um lyceo nacional em Guimarães, ministério da justiça e com a internhecer o curso das operações contra<br />

escrupulos, tractando isto como traes é de 14, em vez de 9 que ha que está a poucos kilometros de venção do respectivo prelado; fican- os insurrectos, a decepção que a<br />

roupa de franceses. Ora a paciência nos nacionaes, só opportunamente Braga 1 E este escandalo não nos do nós com um lyceo em que o pre- Hespanha acaba de soffrer, ou de-<br />

tem limites, e seria bom que a esta será augmentado, e que os venci- parece menor que aquelle, e até lado diocesano tem ingerencia, cumver-se-ha attribuir ao governo, que<br />

orgia governativa se posesse termo. mentos também somente serão ele- debaixo do ponto de vista legal nos mulativamente com a direcção da propositadamente alterasse os tele-<br />

Expliquemos.<br />

vados á medida que os rendimen- parece maior, pois que com tal crea- instrucção pública 1<br />

grammas do governador das Filippinas<br />

? A imprensa divide-se a esse<br />

tos daquelle lyceo forem augmenção não só se violaram a lei e o re- Um lyceo, cujos professores são<br />

Havia no país 23 lyceos, entre<br />

respeito, havendo muitos jornaes<br />

tando. E' uma razão capciosa, como gulamento da instrucção secundá- exclusivamente ecclesiasticos e sem<br />

nacionaes e centraes, visto que a<br />

que affirmam caber ao governo a<br />

vamos vêr.<br />

ria, mas escarneceu-se vergonhosa- concurso de provas públicas, é mais<br />

technologia governativa inventou<br />

responsabilidade das noticias opti-<br />

ha muito lyceos que não são nacio- A opporlunidade de que o decremente do bom senso e das reclama- um documento a attestar a falta de<br />

mistas que circularam na Hespanha,<br />

naes. Toda a gente que se occupa to falia é méro euphemismo, que já ções do público. Mas um escandalo escrupulos do governo, as suas ten-<br />

Certo ê, porém, que a insurreição<br />

mais ou menos d'estas questões não illude neguem, e por este lado não podia o governo fazer sem o dencias abertamente reaccionarias,<br />

das Filippinas, ao contrario do que<br />

achava que havia lyceos de mais e sabemos bem o que vale uma tal outro; e por isso se fizeram os dois e consequentemente o proposito de<br />

se havia noticiado, se apresenta com<br />

officinas de menos; que o seu nu- promessa. Quanto, porém, ao aug- simultaneamente, accentuando-se zombar dos sentimentos liberaes da<br />

um caracter de certa gravidade,<br />

mero deveria restringir-se em promento d'ordenado, ou a affirmativa bem ao mesmo tempo as tendencias nação, convertendo-a num vasto<br />

sendo necessário que o governo<br />

porção com as necessidades públi- do governo é uma sandice, uma reaccionarias do governo.<br />

campo de acção da seita jesuítica,<br />

envie para lá urgentemente imporcas,<br />

transformando-se um bom nu- inépcia que faz lastima, ou uma re- E sabido o odio que divide as dos degenerados, mas sempre amtantes<br />

reforços. A Hespanha não<br />

mero d'elles em eseholas profissiofinada deslealdade, uma intrujice duas cidades rivaes: a Roma e a biciosos filhos de Santo Ignacio de<br />

conseguirá restabelecer o seu presnaes,<br />

que nos fornecessem uma revoltante.<br />

Manchester portuguêsa. E de longa Loyola 1 E o país sem dar accôrdo<br />

tigio naquella colonia, sem grandes<br />

população industrial conveniente, Vejamos.<br />

data esta rivalidade insanavel, que de si!...<br />

sacrifícios de vidas e de dinheiro.<br />

porque do que mais se precisa é Como é que os rendimentos do<br />

um conflicto entre a junta geral e<br />

dartistas bem habilitados, para que lyceo de Braga poderão augmentar?<br />

os procuradores de Guimarães fize-<br />

O Primeiro de Janeiro termina<br />

as nossas industrias attinjam o gráo Unicamente com uma deslocação de<br />

ra explodir com violência, não sen-<br />

assim o seu artigo de fundo de sex- De Cuba poucas informações ha.<br />

de prosperidade que as arranque alumnos. Doutro modo não pôde<br />

do bastante, para fazer extinguir ou ta feira ultima:<br />

Os telegrammas de Weyler conti-<br />

ao estado de relativa inferioridade ser. Augmentando os alumnos em<br />

diminuir sequér o odio reciproco, o<br />

«Positivamente, nunca houve governuam a dar noticia de pequenas es-<br />

em que infelizmente se encontram.<br />

calmante-cataplasma dos municí-<br />

Braga, hão de diminuir necessariano<br />

mais immoral, mais inepto, mais caramuças em que são sempre morpios<br />

aulonomos que depois lhe ap- inconsciente, mais afistulado de vaida-<br />

Também as reclamações dos mente no Porto ou em Coimbra.<br />

plicou o sr. José Luciano.<br />

des, mais apodrecido de cortesanias tos muitos insurrectos, sem que haja<br />

competentes iam até ao ponto de Logo, o prejuízo para o Estado é<br />

palacianas, mais nocivo para este país, a lamentar graves perdas no exer-<br />

não se admitlirem exames de saída sempre certo e sabido. Só quem fôr As rivalidades continuaram com mais deshonroso perante os outros gocito<br />

hespanhol. O vomito negro é o<br />

vernos da Europa. Mas vive, sustenta-<br />

para os cursos superiores, senão tolo ou patife é que poderá afíirmar a mesma intensidade; e o governo, se. Porquê? Porque a corôa quer. É o grande inimigo; as armas dos insur-<br />

nos lyceos que são séde das três o contrario.<br />

que queria fazer o escandalo de que sabe todo o país — e que, um dia, rectos são inoffensivas. Imagine-se<br />

circumscripções académicas em que A elevação do lyceo de Braga re Braga, teve de fazer também o de ha de trazer as fataes consequências<br />

...»<br />

que num combate d'umas poucas<br />

o país está dividido, para os effeitos presenta, pois, um escandalo, que Guimarães, para satisfazer os seus<br />

d'horas, em que se chegou a fazer<br />

da instrucção secundária. Tudo isto o país tolera, porque já não tem amigos daqui; que decerto haviam Consequências fataes para a mo-<br />

uso da arma branca, só foi morto<br />

seria racional, util e consentâneo energia nem brio para defender os de reagir e indignar-se contra o narchia. Que ao país prestaria este<br />

governo um relevantíssimo serviço um soldado hespanhol 1 Inulil é di-<br />

com as necessidades da nação. Mas seus interesses e para fazer entrar favor feito a Braga, se porventura<br />

se, pondo em evidencia o que é e o zer que morreram muitos dos insur-<br />

exactamente porque assim devia ser, os governantes na ordem.<br />

não fossem também contemplados. que vale a monarchia, preparasse a rectos e que é Weyler quem dá a<br />

é que este governo paternal, com Um lyceo central em Braga, a E do mesmo modo, se apenas qui- sua quéda.<br />

noticia.<br />

que a Providencia nos miinoseou duas horas do Purto! Que o creas zesse beneficiar só Guimarães, os De resto o Primeiro de Janeiro Áparte as laes escaramuças, sa-<br />

vae para quatro annos, procedeu de sem em Viseu ou Évora, sobretudo de Braga não o conseutiriam ; e de deve conformar-se com o actual esbe-se<br />

que nos Estados-Unidos con-<br />

modo contrário. Se não fóra um em Évora, comprehendia-se, embo- esta fórma o governo, cujos escrutado de cousas. Se o rei quer o<br />

governo; se o Primeiro de Janeiro tinuam a organizar-se expedições<br />

governo de tão apregoada moralira se reconheça que não é indispenyulos são conhecidos, fez a vonta-<br />

quer o rei; se o país sabe tudo e em soccorro dos cubanos, e que dedade<br />

e economia, dir-se-hia que es sável. Mas em Braga, a dois passos de a todos, não se importando de não quer o rei nem quem o defende, pois da proclamação em que Cleve-<br />

tava apostado a dar com isto em da capital do Norte, é o que nin- rasgar a lei que elle proprio fizera. para que está a comprometter o rei land prégava a neutralidade, já des-<br />

pantana e a demonstrar aos extranguém comprehende e que reclama- E para crear o lyceo de Guimarães e o seu governo?<br />

embarcaram sete expedições ein<br />

geiros que somos uma nação de va uma severa correcção, para se foi preciso rasgá-la sem piedade. E' um pouco arriscado.<br />

Cuba.<br />

imbecis...<br />

evitarem futuros escandalos. Quer Em primeiro logar, o governo foi<br />

A Hespanha reclama, o governo<br />

Um decreto recente, publicado no dizer, que os interesses públicos con- crear um estabelecimento bybrido, Na recepção que em Cascaes se dos Estados-Unidos affirma sempre<br />

Diário de ha três dias, sem alterar tinuam a ser sacrificados em pro- habilitando para duas carreiras mui- fez ás majestades, para cujas des-<br />

os seus sentimentos de cordealida-<br />

as três circumscripções académicas, veito da politica de campanario. E, to distinctas. Tinha o pequeno semipêsas<br />

contribuíram os proprietários<br />

das casas de batota, uão houve quem<br />

de para com a Hespanha, mas tam-<br />

que são mantidas, e a cada uma das sendo este escandalo dos que fazem nário, o que já fôra escandalo, por<br />

levantasse um só viva. E' o Século, bém vae affirmando que lhe é im-<br />

quaes correspondia um lyceo central, indignar as próprias pedras, invo- que era desnecessário; e agora vae que faz a descripção das festas em possível obstar a que do seu terri-<br />

determina, comtudo, que o numero casse a lei, como se ella podesse desdobrá-lo em lyceo, com ura re- duas columnas, quem o diz, torio continuem a sair expedições


para Cuba. É grande a extensão das<br />

costas; para as vigiar devidamente,<br />

seria necessário pôr em acção toda<br />

a marinha de guerra e os Estados-<br />

Unidos não estão dispostos a sacrificar-se<br />

tanto pela Hespanha. E esta<br />

lá se vae resignando.<br />

Agora apresentou o secretario de<br />

Estado de Washington uma reclamação<br />

ao general Weyler por haver<br />

macheteado o jornalista americano<br />

Joven, e affirma-se que, não<br />

sendo satisfactorias as explicações<br />

do general, o governo dos Estados-<br />

Unidos pedirá uma grande indemnização.<br />

A Hespanha terá de a pagar,<br />

porque os Estados-Unidos ainda<br />

podem patentear-lhe mais energicamente<br />

a sua amizade.<br />

Pobre Hespanha 1 Em que abysmo<br />

a monarchia a precipitou!<br />

O centenário da índia<br />

A respeito d'esle já famoso centenário,<br />

informa o correspondente<br />

telegrapbico do nosso conceituado<br />

collega O Commercio do Porto:<br />

«Com relação ao centenário da índia,<br />

vou referir o boato que corre,<br />

quando mais não seja a título de curiosidade.<br />

Diz-se que el-rei e o governo<br />

vão tomar a direcção da festa, sen-<br />

do a data marcada para 1897 e pondo-se<br />

de parte a cooperação da Sociedade<br />

de Geographia. Constará a celebração<br />

de congressos de sábios e visitas<br />

a vários pontos do país, regatas<br />

e revista naval. Serão convidados o<br />

imperador da Allemanha, a rainha regente<br />

de Hespanha, o príncipe de Galles,<br />

o príncipe herdeiro da Italia, etc.,<br />

contando-se que esses personagens acceitem<br />

o convite.®<br />

Não acreditamos em tal boato,<br />

mas desejaríamos que elle se confirmasse.<br />

Para bem da monarchia.<br />

O schah da Pérsia<br />

O novo schah da Pérsia, segundo<br />

o que participam de Teheran,<br />

tem introduzido no país reformas<br />

radicaes desde que subiu ao throno.<br />

Como medidas de economia, supprimiu<br />

8:000 empregos e reduziu a<br />

sua lista de 5.000:000 krans (1:000<br />

contosaproximadamente)a 150:000<br />

e recusando ainda toda e qualquer<br />

quantia ou presente dos governadores<br />

de província.<br />

Noticias recebidas da índia dizem<br />

que fôra alli fuzilado um indígena<br />

em Rondá, sem processo algum,<br />

consistindo o crime em haver pedido<br />

tabaco a outro a quem amea-<br />

. çou de morte, se lh'o não désse.<br />

O sr. Neves Ferreira continúa a<br />

assassinar com pleno assentimento<br />

do governo do rei e, para manter o<br />

regimen de terror, contrata cento e<br />

sessenta e um indios mouros na<br />

índia inglêsa, comprando-lhes alli<br />

cavallos. Os resultados d'esta politica<br />

selvagem não tardará muito<br />

que o país os sinta.<br />

0 sr. ministro da marinha enviou<br />

ao governador de Timor, felicitando-o<br />

peta ultima victoria que<br />

o nosso exercito obteve naquella colonia,<br />

o seguinte telegramma:<br />

«Calorosas felicitações a v. ex. a , officiaes<br />

e soldados pelas victorias obtidas.<br />

O governo louva a v. ex. a e manda<br />

louvar tropas reaes.»<br />

Tropas reaes!<br />

Qualquer dia apparecerá no Diá-<br />

rio do Governo a celebre fórmula:<br />

«o rei assim o manda de sciencia<br />

certa e poder absoluto.»<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Litteratura e Arte<br />

do Quental, pelo celebre amigo de Ur- o teriam exautorado, se elle não pos- era um alienado! Por isto se pôde com<br />

bino de Freitas, F. A. Coelho; Anthero suísse faculdades e uma extraordinaria franqueza dizer que esse estudo, aliás<br />

do Quentú (esboço psychologico), por capacidade de trabalho em que tem brilhante, não devêra entrar no livro<br />

ANTHERO 1)0 QUENTAL F. Machado de Faria e Maia; O mal do revelado todo o seu valor<br />

In Memoriam, se é que as narrativas<br />

século, por Oliveira Martins; A prosa de A anedocta de Uluros estava esque- de situações comprovativas não mati-<br />

IN MEMORIAM<br />

Anthero, por Salomão Saraga; Em lemcida; e mesmo, neste embuste, quem zassem essa consagração. É importante<br />

brança de lembrança de Anthero, por não estava na melhor posição era An- o estudo bibliographico da obra de<br />

Acaba de apparecer á luz' da publi- C. de Andrade Albuquerque; Ao correr thero do Quental. Convinha não fallar Anthero; pouco trabalho realizado e<br />

cidade um esplendido volume in-8.° da penna (Notas), por Manuel de Ar- nisto; mas á falta de factos impulsivos, muita dispersão de energia, sem plano..<br />

grande, de 550 paginas, com mais riaga; Uma carta inédita, por Santos narra BUalha RPÍS, como é que elle Louve-se a intenção do livro de apo-<br />

XCVI de bibliographia, e ainda XXXI Valente ; A vida de Anthero. por Luiz Eça de Queiroz e Anthero, inventaram theose; confessemos que o poeta me-<br />

paginas, contendo uma série de 25 car- de Magalhães; O fim do Poeta, por os satanicos do norte:<br />

recia um monumento erigido pelos amitas<br />

inéditas, de Anthero do Quental Lobo de Moura; Memorias, por João M. «O nome de um d'esses montruosos<br />

gos sinceros, mas pela fórma em que<br />

Este livro de ha muito que estava em de Faria e Maia ; Tributo singelo, por poetas era perigoso de pronunciar,<br />

está redigido chegamos quasi a clas-<br />

preparação, devendo-se a demora do Alice Moderno; Um justo, por Jayme de produzia o vomito, tendo só consoansiflcá-Ios—amigos<br />

dos diabos.<br />

seu apparecimento á difficuldade de Magalhães Lima ; Nosographia de Antes; Hildwzh. Mas o grande artista que<br />

reunir o texto litterario de escriptores<br />

Theophilo Braga.<br />

thero, pelo dr. Sousa Martins (seu me- maior acceitação teve em Lisboa, foi<br />

impressionistas que só escrevem quandico); Annos de Coimbra, por Philome- Ulurus, citado com respeito e louvor,<br />

do acontece acharem-se com disposino da Camara; O sonho do poeta, por em livros de critica litteraria do temção<br />

ou inspiração. Tem o livro um uti-<br />

UM DICTADOR RIDICULARIZADO<br />

Anselmo de Andrade; Discurso commepo. Os livreiros, instados por alguns<br />

líssimo intuito : consagrar a Memoria morativo, por Vaz Pacheco; O suicídio dos mais cultos lilteratos portuguéses, O correspondente telegraphico<br />

de Anthero do Quental, o incompará- de Anthero, por M Duarte de Almeida; durante muitos msêes encommeudaram<br />

vel poeta dos Sonetos philosophicos,<br />

de Figueiró dos Vinhos para o Sé-<br />

Recordações de familia e impressões para Paris as obras completas d'este<br />

nos quaes fez por assim dizer a auto- pessoaes, por V. de Faria Machado; An- diabolico e phantastico auctor.» (In.<br />

culo, orgão governamental, noticiou<br />

psia da sua alma atormentada. E para thero e a Allemanha, por D Carolina Mem., p. 461). Não se cita aqui o no- ha dias que a banda d'aquella lo-<br />

que em tudo este monumento trouxes- MicbaeliRecordações queridas, por me de Luciano Cordeiro, mas todos<br />

se impresso um caracter sympathico, Marianno Machado; Annos de Lisboa (alcalidade,<br />

na inauguração d'um me-<br />

conhecem a anedocta, que hoje só tem<br />

foram convidados os mais Íntimos amigumas lembranças), por Jayme Batalha o inconveniente de pôr a uma luz melhoramento qualquer, havia tocado<br />

gos de Anthero do Quental, os que mais Reis; O drama da sua vida, por Guer nos sympalhica o espirito dirigente,<br />

de perto viveram com elle, os que es<br />

o hymno do rei e do sr. João Fran-<br />

ra Junqueiro; Um génio que era um que obedecia ás suggestões do meio<br />

cutaram as suas doutrinas metaphysi santo, por Eça de Queiroz; Um avô do trocista em que se achava. Mas esta co. Ficou-se assim sabendo que o<br />

cas e revolucionarias, os que o acom- poeta, Bartholomeu do Quental, por tendencia para o engano ou logro é sr. João Franco tinha hymno, mas<br />

panharam como admiradores sinceros Joaquim de Vasconcellos ; No tumulo também revelada por uma narrativa<br />

até ao seu ultimo momento, para con- de Anthero, (quadra), por Jão di' D^us;<br />

não se sabia se era só de musica<br />

do seu fervoroso amigo Alberto Samtribuírem<br />

para este padrão In Memo O Brazão dos Quentaes e Esboço geneapaio, que o acompanhou na viagem a ou se também tinha lettra.<br />

riam com estudos críticos sobre a sua lógico, por Ernusto do Canto; Ensaio de Paris; conta elle que Anthero do Quen-<br />

vida e os vários aspectos do seu ta- Bibliographia Antheriana, por Joaquim<br />

Um esquecimento imperdoável do<br />

tal fôra visitar o grande historiador<br />

lento. Que bello livro seria este, e bem de Araujo.<br />

Michelet, apresentando-se como um correspondente do Século, que fe-<br />

merecido por Anthero do Quental, se<br />

o pensamento originário fosse realiza- Seguem-se a todos estes devaneios dos descendentes dos reis das Canarias, lizmente acaba de ser remediado.<br />

da! Infelizmente a homenagem ao ge- e estudos as vinte e cinco encantado- um Bettencourt, que ia cumprir a misnial<br />

poeta, longe de consagrar-lhe a ras cartas de Anthero do Quental.<br />

são de lhe offerecer em nome do seu Eis como o nosso prezado colle-<br />

memoria, deprime-a pela inconsciência Pondo de parte três ou quatro des-<br />

auctor um exemplar das Odes moderga O Commercio de Fortugal narra<br />

com que alguns amigos se comprazem tes trabalhos que emprestam verdanas<br />

por Anthero do Quental. Michelet o caso e os cotnmentarios que faz:<br />

em descrever situações menos louvádeiros subsídios para o conhecimento<br />

recebeu o pseudo Bettencourt com a<br />

veis de Anthero, ou pondo em eviden- da individualidade de Anthero, os ou<br />

sua ingenita bondade, ouviu lêr tra- «O hymno do sr. João Franco,<br />

cia o seu estado pathologico de vesa tros são prosas estylicas, em que os<br />

duzidas para francês algumas compo- que nestes últimos dias tem ensur-<br />

nia mental, de que foi victima. seus auctores mais ou menos se collosições<br />

do livro, e deu ao visitante uma<br />

cam em fóco a pretexto do degraçado<br />

lacónica carta de agradecimento para decido as bemaventuradas multi-<br />

Quanto ao influxo sympathico, tão poeta.<br />

Anthero do Quental. Transcrevemos o dões de Figueiró dos Vinhos, con-<br />

natural e tão simples de conservação<br />

proprio trecho: «Apoz três mêses de<br />

e de repassar todo esse livro, está Começa um: «Uns três dias antes<br />

junctamente com o hymno da Car-<br />

descanço em Sant'Anna (ilha de S. Mi-<br />

substituído por uma atmosphera de de eu e Oliveira Martins o acompanharguel) voltou de novo a Paris. Nesta ta.. . violada pelo mesmo sr. João<br />

odio por alguns escriptores que se sermos a bordo e lhe darmos o ultimo segunda jornada visitou Michelet, apre- Franco,—também tem lettra, ou<br />

viram d'aquelle pedestal para d'alli de abraço, Autliero estivera em minha sentando-se sob o pseudonymo de Bet-<br />

traz do vulto trágico e compassivo de casa desde cerca das 2 horas até detencourt, corno incumbido pelo autor lôa. Hymno sem lôanão secompre-<br />

Anthero do Quental atirarem a sua pepois das 4 da ta.de. Vinha dizer-me das Odes modernas de lhe offerecer um hendia, tratando-se d'um estadista<br />

drada traiçoeira a um ou outro tran adeus mais demorado que das outras exemplar. Leu-lhe e traduziu-lhe al-<br />

seunte por este arraial das lettras por- vezes.<br />

guns trechos; e o genéfral historiador<br />

do Alcaide.<br />

tuguèsas. Vejamos como se originou a «Reclinado em posição quasi hon- francês entregou-lhe uma carta para A lettra do hymno foi descober-<br />

idéa d'este juizo.<br />

sontal na camilha da minha bibliothtca, elle transmittir ao seu amigo.» (In. ta pela Vanguarda. E tudo quanto<br />

Na Revista de Portugal, da casa edi- olhou em roda, atteutamente, para os Mem. p. 18).<br />

torial Lugan, do Porto, publicou An livros das estantes e da minha mesa<br />

no genero se conhece de mais su-<br />

thero do Quental uma série de artigos de trabalho, e perguntou-me que opi- Para que aT.hivar eslas duas pequeblime e também de mais enterne-<br />

com o titulo Tendencias geraes da Phi nião tinha eu das obras de Rhys D-tnas coisas, que não deixam um indi-<br />

losopia na segunda metade do século vids.» Por este insistente persoualismo viduo em boa luz? 0 livro abunda em cedor. Ora vejam:<br />

XIX; eram redactores d'essa revista vê-se logo que se tem em frente um narrativas assim insignificantes, dando<br />

Voz<br />

Eça de Queiroz, Luiz de Magalhães e pedante; procure-se o exame eacha-se<br />

todo o relevo a destemperos da moci-<br />

Jayme de Magalhães Lima, amigos e o do celebre sanskritologo—escrivão,<br />

dade, e ao prolongamento d'esta além Viva, viva o sr. João Franco<br />

admiradores de Anthero. Quando con- que além de assoalhar ahi a sua per-<br />

do seu tempo. Quando se trata de ag- Estadista sem rival;<br />

stou a desoladora noticia do suicídio sonalidade cómica, ainda joga á surglomerar<br />

factos positivos para funda- Com suas nobres medidas<br />

do poeta, em 11 de setembro de 1891, relfa a sua pedrada aos que bem comentar<br />

a gloria de Anthero, apenas ha<br />

em Ponta Delgada, na ilha de S. Mi-<br />

pyrotechnia de estylo e elegias sobre E maior que o marquês de Pombal.<br />

nhecem toda a sua inanidade.<br />

guel, annunciaram a publicação de um<br />

esperanças decepadas. Neste ponto o<br />

A nota odiosa sujou o livro que de-<br />

Coro<br />

numero da Revista de Portugal consa<br />

estudo de Marianno Machado sobre a<br />

vèra ser sympathico; esta, porem, é<br />

grado exclusivamente á memoria do<br />

capacidade philosophica de Anthero é Viva o nobre ministro<br />

propositada e bastava considera la co-<br />

seu collaborador.<br />

cheio de verdade: «Era assim, que Salvador d'esta nação<br />

mo um abuso passando adiante. Ila<br />

desde 1866 a 1868 estudara muito...<br />

Por circumstancias inherentes ao nos- outras de deplorável effeito, nas nar-<br />

Viva el-rei D. Carlos<br />

a mathemathica e philosophia de Auso<br />

meio litterario, a Revista de Porturativas dos mais sinceros amigos de gustojComte, encontrou ellé num intran-<br />

Viva a santa religião !<br />

gal interrompeu a sua publicação, res- Anthero; com certeza não as escrevesigente positivista. Ê claro que um<br />

ponsabilizando-se o honrado editor a ram para produzirem a impressão de-<br />

Pôde dormir tranquillamente o<br />

intransigente positivisia não podia con<br />

cumprir a promessa feita, prestandoprimente que deixam em quem lê Quan cordar cnm a orientação politica e phi- governo. Quando se possue a adhese<br />

a mandar imprimir em livro a pro- do Anthero do Quental estabeleceu por losophica de Anthero, então intransisão dos oito chapéos altos de Alcojectada<br />

homenagem anuunciada em algum tempo em Lisboa a sua resigente rnetaphysieo Elle esqueceu em<br />

1891. Pouco depois o proprietário da dência, junto com Batalha Reis, agrubaça,<br />

a confiança da commissão da<br />

um momento infeliz o que devia ao<br />

casa editora M. Mathieu Lugan traspou-se em volta d'elle uma pequena seu nome, classificando de banalidade Porcalhota, e as lôas de Figueiró,<br />

passou-a, mas cavalheirosamente man- Buhemia de rapazes intelligentes e es- francesa os trabalhos de Comte, um<br />

teve a sua palavra concorrendo com<br />

é porque o seu mérito é grande, e<br />

pirituosos, que viviam em troça per- dos maiores génios de que a humani-<br />

todas as despêsas para que a obra manente. Philosophava-se, discutia-se. dade se orgulha, e que merece com a nação está realmente salva.<br />

viesse a lume. Lucrou o plano do livro, improvisava-se, com um oiticismo va- justiça, segundo Stuart Mill, ser consi- Só lhe falta o concurso jornalís-<br />

alargando-se por fórma a tornar-se, se gabundo mas esterilizanle. Luciano derado superior a Descai tese Leibnitz,<br />

gundo o empenho de Eça de Queiroz Cordeiro, que então apparecera nas por ter manifestado uma potencia intico do sr. conde de Paçô Vieira.<br />

— «o depoimento dos amigos de An- lettras e manifestava o seu pnthusiastellectual igual á d'estes, em uma edade Mas este é certo. Não tarda oito<br />

thero perante a historia.» Eis a causa mo critico nos folhetins da Revo ução avançada do saber humano.<br />

da gestação de seis annos, que tanto<br />

dias.»<br />

de Setembro, quiz assistir ás discus-<br />

levou a elaboração do livro. Oxalá que sões d'essa reuoião, a que deram o «Pôde não reconhecer-se nos escri- Era o que faltava ao sr. João<br />

os meus amigos me não submettam nome de Cenáculo, para ser iniciado ptos philosophicos de Anthero os traços<br />

nunca a um tão ingénuo inquérito;<br />

Franco. O grande estadista, a ener-<br />

por Anthero na Metaphysica. Com toda geraes e preciósos de um systema phi-<br />

porque nada ha mais deplorável do<br />

a sinceridade da sua crença na supelosophico, perfeito, mas o que não é gia personificada, o dictador sem<br />

que a inconsciência que se faz passar<br />

rioridade mental de Anthero, era fácil justo contestar-lhe é a originalidade da rival, mettido a ridículo I<br />

por sinceridade. O livro In Memoriam<br />

abusar d'elle; Anthero começou pír sua argumentação, a sua subtileza...»<br />

foi coordenado por Luiz de Magalhães<br />

Que voltas o mundo dá!<br />

fazer-lhe a revelação de um extraordi- (In. Mem., pag. 436.)—-«Pareceu-me,<br />

e Jayme de Magalhães Lima; pouco innário<br />

poeta cossaco, ainda desconhe- e ainda me parece, uma illusão sympaformados<br />

dos antecedentes de Anthero,<br />

deixaram penetrar nesse livro incido<br />

em Portugal chamado Ulurus, do thica a sua aspiração ardente de deduzir<br />

Consorcio<br />

dividuos que hostilizaram Anthero, ou<br />

qual expôs os mais arrojados pensa- de um novo Budhismo, um conheci-<br />

que nunca tiveram a sua intimidade,<br />

mentos. Luciano Cordeiro acreditou na mento mais fundo das coisas e um ideal Teve hoje lugar na egreja de S.<br />

que hoje affectam; e admittiram narra-<br />

individualidade de Ulurus, e isto em de orientação de sentimento humano, João d'Almedina, o consorcio da ex.<br />

tivas banaes que não engrandecem o nada deslustra a nobre confiança que cuja lei suprema é ou deve ser o bem.»<br />

espirito d'aquelle a quem se presta a elle tributava a um espirito dirigente (tb.) Destacasse do livro como peça<br />

apotheose. Consta o livro In Memoriam que se chamou Porta-estandarte das capital o estudo do dr. Sousa Martins<br />

dos seguintes artigos i<br />

idéas modernas em Portugal. Cahiu Nosographia de Anthero, estudo magis-<br />

Luciano Cordeiro na leviandade de fatral de psychologia mórbida, sobre uma<br />

Anthero do Quental (recordações), por lar em um folhetim que reimprimiu individualidade cujos antepassados são<br />

Alberto Sampaio ; 0 tédio doloroso, Za- no seu Livro de Critica, no tal poeta bem conhecidos, e cujos actos pessoaes<br />

breu, sanskritologo, escrivão da Boa Ulurus. Imagine-se a troça que lhe fi- foram muito accentuadosj chega»se á<br />

Hora; A constituição poética de Anthero zeram os do Cenáculo/ e cora certeia conclusão demonstrada que o poeta<br />

ma<br />

sr. a D. Maria Ludovina de Meirelles e<br />

Vasconcellos, (Ilha do nosso amigo o<br />

sr. Gonçalo Christovâo de Meirelles com<br />

o sr. dr. Abilio Moreira e Aranha Furtado<br />

de Mendonça.<br />

As delicadas qualidades de espirito<br />

e primores de educação da uoiva asseguram<br />

a este enlace a felicidade qus<br />

desejamos,


«A Vanguarda»<br />

Reappareceu ante-hontem este<br />

nosso valente collega que, em virtude<br />

de sentença judicial, havia<br />

sido suspenso.<br />

Transcrevemos do Jornal do Commercio,<br />

do Rio de Janeiro, a carta em<br />

que o nosso eminente publicista dr.<br />

Theophilo Braga aprecia o livro In memoriam.<br />

É, por mais d'um motivo,<br />

muito interessante, e talvez origine<br />

uma discussão mais interessante ainda<br />

Informa um jornal monarchico<br />

que entre o sr. João Franco e o rei<br />

houvera violenta altercação. Quem<br />

sabe se ao nevrotico ministro do<br />

reino estará reservada a triste sorte<br />

de a monarchia desconhecer os bons<br />

serviços que lhe tem prestado e de<br />

prescindir dos que, de futuro, lhe<br />

offereça.<br />

Muito sentiremos, se tal succeder.<br />

Diz-se que a estação central de<br />

S. Bento no Porto será aberta em<br />

outubro proximo, construindo-se<br />

para isso barracões provisorios de<br />

madeira.<br />

Acabam de nos mostraras acções<br />

da Companhia do Matadouro.<br />

O arranjo typographico é sensato<br />

e simples, muito agradavel, sem a<br />

eslurdia de grandes pretensões.<br />

São impressas a duas côres, d'uma<br />

intensidade bem calculada e suave.<br />

Apreciamos merecidamentea perfeição<br />

d'este trabalho, porque repre-<br />

senta os esforços louváveis e o<br />

adeantamento da Typographia Operaria,<br />

onde foi executado.<br />

Perfis Contemporâneos<br />

Recebemos e agradecemos os n. os<br />

23 e 24 (2. a série) d'esta importante<br />

revista quinzenal, que são consagrados<br />

aos gloriosos feitos das nossas ar<br />

mas na ultima campanha de Moçambique<br />

e tem as seguintes illustrações,<br />

que são primorosas:<br />

Retratos do coronel Galhardo e do<br />

major Mousinho de Albuquerque; batalha<br />

de Coolella; aprisionamento do<br />

Gurigunhana, a figura da Patria, aguarella<br />

de Roque Ramiro; retratos dos<br />

heroes da campanha e do rei, Antonio<br />

Ermes, Pimentel Pinto, Jacintho Candido,<br />

Neves Ferreira e Ferreira d'Almeida.<br />

A parte litteraria é dos srs. Ferreira<br />

do Amara), Marianno de Carvalho e<br />

Antonio de Catnpos Júnior.<br />

37 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Ã0 DáS GALÉS<br />

XXIV<br />

Extraordinaria audiência<br />

«0 procurador já vos contou detalhadamente<br />

tudo o que se passou em<br />

casa de Koellen; quiz convencer-vos de<br />

que foi elle quem descobriu o crime.<br />

Os cocheiros, os mesmos que depois<br />

acharam a mala mais pesada, não reconhecem<br />

os homens que a transportaram.<br />

Elle tudo soube... e, etn vista<br />

de tão estulta vaidade, não me édifflcil,<br />

senhor advogado geral, provar que<br />

o sr. procurador é um asno.»<br />

— Accusado, disse o presidente, já<br />

vos admoestei, e, se continuaes a ser<br />

tão incorrecto, retiro-vos a palavra.<br />

«Sigamos, poisl, continuou Gérin,<br />

Dio ha de haver razão para tal! Eu<br />

estou em maré de confissões. Sabeis<br />

perfeitamente que ninguém me obriga<br />

a fallar, e eu creio bem que tereis todo<br />

0 interesse em que eu falle. Mas se me<br />

tortaes a interromper nada mais direi.<br />

Agrada-vos assim ?<br />

^Roubei o usurário Koellen ? Que ha<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

«Cartilha do Povo»<br />

O nosso collega O Intransigente, de<br />

Vianna, vae publicar num numero especial<br />

a CartHha do Povo do dr. José<br />

Falcão.<br />

O producto da venda d'este numero<br />

reverterá em favor das victimas do 31<br />

de janeiro.<br />

Brindem t — Um retraio a oleo do assignante,<br />

e um outro em carta-album. Um livro<br />

de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />

de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 mezes<br />

e 3 mezes respectivamente.<br />

COLLEGIO ACADÉMICO<br />

DIRECTOR—JOSÉ FALCÃO RIBEIRO<br />

Rua dos Coutinhos, 27 — COIMBRA<br />

Abaixo publicamos a relação dos alumnos d'este collegio que no findo anno lectivo fizeram exame<br />

ou passaram por média.<br />

Começou a ser distribuído o ca-<br />

Apezar de ser este o primeiro anno de existencia do Collegio Académico e de o anno passado só<br />

talogo da livraria que pertenceu ao muito tarde termos podido annunciar a abertura delle, temos a registar uma frequencia sem dúvida<br />

marquês de Vallada e que vae ser extraordinaria, e tanto mais quanto é grande o número de collegios de ha muito acreditados nesta cidade.<br />

vendida em leilão.<br />

Isto, certamente devido ao valor dos illustres professores que se dignaram honrar-nos com a sua camaradagem<br />

e que no futuro anno, com excepção dos que se acham no magistério secundário official, continuarão<br />

a ser professores do Collegio Académico, obriga-nos a collocar este estabelecimento de ensino nas condi-<br />

Bibliographia<br />

ções exigidas aos mais completos institutos d'esta ordem. Nisso temos trabalhado activamente e em breve<br />

annunciaremos as condições de internato, organização e pessoal de ensino em que vae funccionar o Collegio<br />

Reeebemos os números VI e VII do Instituto,<br />

correspondentes aos mêses de junho e Académico no proximo futuro anno lectivo.<br />

julho lindo, cujo summario é o seguinte:<br />

Desde já enviaremos, a quem no-las requisitar, quaesquer informações e tomaremos quaesquer encar-<br />

Alejandra Herculano de Carvalho, D. Antogos<br />

relativos á matricula tanto no collegio como no Lyceu, podendo os alumnos que frequentem o Lyceu<br />

aproveitar o internato do collegio, onde terão quem lhes explique as lições e os acompanhe á ida para as<br />

aulas e á volta. Os que porém por qualquer motivo preferirem o ensino particular terão no collegio todas<br />

as aulas tanto da antiga como da nova reforma, para as quaes, bem como para as de ensino primário e<br />

commercial, o collegio tem pessoal que satisfará ainda aos mais exigentes. 0 ensino, incluindo o das linguas,<br />

será em tudo moldado pelo do Lyceu.<br />

Eis a relação dos alumnos approvados ou que tiveram média no anno lectivo findo:<br />

nio Sanchez .Vloguel.— Rodrigues de Freitas,<br />

Bernardino Machado. — Arthur Loiseau, Bernardino<br />

Machado.—O professor Huxley, J. C.<br />

Berkeley Coller.—Memorias de Castilho, Julio<br />

de Castilho. —Os portuguéses e o gentio, Sousa<br />

Viterbo. — Memoria e estudo chymieo sobre<br />

as aguas mineraes e potáveis de Moledo, A. J.<br />

Ferreira da Silva. — A educação nova em Hespanha,<br />

Bernardino Machado.—Congresso pedagógico<br />

h^pano-português-americano e exposição<br />

pedagógica portuguêsa em Madrid, Bern<br />

rdino Machado. — Las vacaciones, Francisco Instrueção primaria<br />

Giner. — Um benemerito da archeologia, D.<br />

Francisco Gomes de Avellar, pelo conservador<br />

Affonso Botelho d'A. Leitão<br />

Monsenhor Conego J. M. Pereira Botto. — Dis-<br />

Agostinho Mourão de Campos<br />

curso proferido, ao inaugurar-se a exposição<br />

Alfredo Gomes<br />

eabigraphica celebrada no Atheneu Commer- Angelo Irnenes Lima (interno)<br />

cial de Coimbra. Bernardino Machado.—Livro Antonio Augusto Coelho<br />

das obpdiencias dos geraes (continuação).— Antonio Malva dos Santos<br />

Notas d'uin pae, Bernardino Machado. — A Antonio MeyreINs Garrido<br />

Critica do Manual das acções possessórias e Antonio Fernando Paceau<br />

seu processo, Antonio Leite Ribeiro de Maga- Antonio Simões de Carvalho (interno)<br />

lhães.—Cimelia biblion, A. F. Birata. Armando Cimpos Pinto<br />

Augusto Máximo de Figueiredo<br />

Henrique Pereira de Carvalho (interno)<br />

Joaquim Gomes<br />

J >sé Antonio de Sousa<br />

José Maria Pereira (interno)<br />

Revue des lournaux José de Sousa Gama<br />

Julio Cesar d'Andrade Freire<br />

et des Livres Luciano Fernandes Falcão<br />

Manuel Aftonso Simões<br />

Manuel Marques dos Sanlos<br />

12.° anno<br />

Oscar Cabral de Vasconcellos (interno).<br />

Três d'estes aluirmos só frequentaram o<br />

Recommendando aos nossos leitores esta ullimo mês. Por circumstancias diversas não<br />

excellente revista hebdomadaria, prestamos- fizeram exame mais cinco que estavam habi-<br />

Ihe com certeza uma indicação importantíssilitados.ma, porque esta publicação é a mais curiosa e<br />

amais interessante da nossa epocha. Reproduz, l.<br />

em cada domingo o que de mais notável aparece<br />

duarute a semana em jornaes e livros:—<br />

Artigos de sensação, Noticias, Contos, Chronicas,<br />

Actualidades, Curiosidades «cientificas, Conhecimentos<br />

úteis, Romances, etc., etc., bem como<br />

numerosas gravuras da actualidade: retratos,<br />

acontecimentos do dia etc.<br />

Em folhetos publica a Hevista dois romances<br />

de um alto interesse emocionante,<br />

como todos os que tem publicado a Uevista<br />

e que têm sido acolhidos paio publico com o<br />

maior favor.<br />

A collecção dos 10 primeiros annos da<br />

Kevue de»


Machina de costura<br />

16Weade-se uma para al-<br />

V faiate ou costureira Memoria,<br />

Está em muito bom uso e<br />

vende-se em conta.<br />

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do Marmeleiro, n.° 12, Coimbra.<br />

Estudantes<br />

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principaes terras.— Depositos:<br />

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da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

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da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

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Adriano da Silva e Sousa, na<br />

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vendem por preços modicos,<br />

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de embutir, para ferragens, e<br />

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estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />

Neves).<br />

Bin. agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

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Dirigir carta a Alvaro Soares,<br />

Agueda.<br />

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frente para o Paço do Bispo,<br />

com boas commodidades. A tratar<br />

com Joaquim Augusto Preces<br />

Diniz, e na sua ausência com o<br />

ill." à sh Antonio Gonçalves Barreira,<br />

ha rua do Visconde da<br />

Luz, na casa do fallecido ill. mo<br />

sr. Borges.<br />

0 mesmo arrenda a loja com<br />

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RESISTENCIA - Domingo, 20 de setembro de 1896<br />

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Abertura do do estabelecimento estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

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estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: bm Lisboa: rua do Alecrim, n. 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. - Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125. „ , „ no<br />

O hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

V E N D A<br />

Vende-se em COZELHAS<br />

uma linda vivenda, que<br />

se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

agu'5, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. É em sitio muito pitloresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

0 comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castanheira, largo da Portagem,<br />

Coimbra.<br />

g ^ f P m ^ l S ^ m ? PEDIR OS PROSPECTOS fimSi&ft&ft&fa&fâR<br />

Assignatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

0<br />

H<br />

o-<br />

«!<br />

K<br />

0<br />

n<br />

d<br />

Hl<br />

0<br />

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de 90 paginas em 8.°, têm uru<br />

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de Antonio Ennes<br />

JUCUNDA<br />

de Abel B telho<br />

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Correspondente Basilio Augusto<br />

Xavier d'Andrade, rua<br />

Martins de Carvalho, n.° 4.<br />

«<br />

33»<br />

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Sa-<br />

CO<br />

03<br />

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Facilita-se o pagameoto.<br />

Pharmacia<br />

2 fflonipra-se ou arrenda-se<br />

v no districto de Coimbra.<br />

Esclarecimentos ao sr. Adelino<br />

Saraiva, Pharrracia da Misericórdia—<br />

Coimbra.<br />

tf<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

II<br />

E M T O I Í<br />

João Maria da Fonseca Frias<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

i Com estampilha:<br />

Anno 2 (§700<br />

Semestre 1$350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 2(5400<br />

Semestre 1(5200<br />

Trimestre 600<br />

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20 réis.—Para. os srs. assignantes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

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todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

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garantidos pela economia obtida no<br />

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LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103


*N.° 167 COIMBRA—Quinta feira, 24 de setembro de 1896 2? ANNO<br />

Monumentos nacionaes<br />

EM PENDRIA M M G ^ R Z Í & F :<br />

Goradas as negociações para o<br />

emprestimo dos 9:000 contos no<br />

extrangeiro, resolveu o governo realizá-lo<br />

no país. Ém circulares dirigidas<br />

aos directores de estabelecimentos<br />

bancarios, annuncia-se que<br />

se recebem propostas até 1 d'outubro<br />

para a emissão das cem mil<br />

obrigações dos tabacos. Para que<br />

as propostas sejam acceitas, não se<br />

exige que os proponentes se responsabilisem<br />

pela totalidade do emprestimo;<br />

basta que tomem firmes<br />

3:000 contos de réis.<br />

Necessita o governo dos 9:000<br />

contos; mas,- quando lhe não seja<br />

possível obtê-los, 3:000 também<br />

servem. Satisfará assim alguns compromissos,<br />

cuja solução é inadiavel,<br />

tornando possível a sua permanência<br />

no poder por mais alguns mêses.<br />

Conseguido isto, pouco importa<br />

que o credito público soffra mais um<br />

formidável abalo pela confirmação<br />

de que não ha quem empreste dinheiro<br />

ao governo, até sobre obrigações<br />

que têm garantia especial.<br />

Nunca o actual governo, durante a<br />

sua já longa dicladura, attendcu a<br />

taes futilidades, e tudo denuncia<br />

que elle pretende dar mostras de<br />

espirito forte, morrendo impenitente.<br />

Proseguindo a esteira dos que o<br />

precederam no criminoso esbanjamento<br />

e immoral desperdício dos<br />

rendimentos do país, os ministros<br />

favoritos do rei, para obterem recursos,<br />

acabam de inaugurar um<br />

systema novo. As circulares, que a<br />

besbilhotice da imprensa tornou públicas,<br />

são assim como cartas d'um<br />

pobre envergonhado. O governo precisa<br />

de dinheiro, 9:000 contos faziam-lhe<br />

muilo geito; mas talvez<br />

que o emprestimo d'essa quantia<br />

cause transtorno aos amigos portuguéses<br />

a quem recorre, porque os<br />

reis da finança no extrangeiro lhe<br />

voltaram as costas. Não ousa por<br />

isso pedir tanto. Dêem-lhe alguma<br />

coisa, o que podér ser, que elle lá<br />

se arranjará.<br />

Como não*é muito exigente, algum<br />

amigo satisfará o seu pedido.<br />

O governo receberá os 3:000<br />

contos, tendo assim um allivio momentâneo<br />

nas atlribulações porque<br />

está passando.<br />

O país é que, além do novo encargo<br />

a que v O desmentido da Tarde ao que<br />

o Século affirmou, é tnais uma pro-<br />

rapazio, que não deixou<br />

único vidro!<br />

intacto um<br />

negociações que para esse fim enva da sua seriedade e do conceito<br />

O orgão e outras peças de talha valiosa<br />

já foram transferidas para a prócetou,<br />

que vem pedir aos banquei- que fórma do público. As negocia- 4 EGREJA DA VARZEA EH ALENQUER<br />

xima egreja de Triana. Entramos na<br />

ros portuguéses a totalidade ou uma ções para o emprestimo no extran-<br />

Um dos monumentos mais preciosos sacristia... um'horror! Em algumas<br />

parte d'esse emprestimo, não tendo geiro não déram resultado.<br />

do país está em risco imminente de gavetas dos sólidos arcazes de casta-<br />

duvida em recorrer a um expedien- Disse o Século e nós repetimo-lo, se converter,miro montão, de minas. nho montes de paramentos de seda e<br />

te que revela o seu descredito. affirmando que isso é uma vergonha Na capella-mór da egreja de Nossa Se- damasco, semi pôdre, cheios de traça,<br />

para o país cujo descrédito, devido nhora da Varzea jaz sepultado Damião um formigueiro no meio de velhos mis-<br />

x<br />

de Goes, o illustre chronista do reinasaes e de fragmentos de antigas ima-<br />

á politica monarchica, acaba de ser<br />

do de el-rei D. Manoel.<br />

gens de madeira. Havia mêses, talvez<br />

Ha quem affirme que não deve confirmado pelo proprio governo, Mais algumas semanas de desleixo,<br />

annos que nieguem perturbára com<br />

a imprensa tornar públicos taes fa- e intendemos que cumprimos assim e, entrado o inverno, veremos oscil-<br />

mão curiosa a acção destruidora dos<br />

ctos, porque não é o governo mas o nosso dever.<br />

lar e ruir as quatro paredes esburaca-<br />

vermes.<br />

das, que já vergam sob o peso dos te- Pobre Damião de Goes! Foi esta a<br />

a nação que se desacredita. Se o<br />

lhados desmantellados.<br />

egreja que tu encheste de dádivas va-<br />

extrangeiro recusou o emprestimo, Fala-se em que vae ser nomeada Mais algumas semanas e a historia liosas, de quadros preciosos, de finas<br />

dizem, não foi ao governo, mas ao uma nova fornada de pares. Sendo contemporânea terá de inscrever uma esculpturas, de tecidos raros, de pri-<br />

país. Occulte-se, portanto, o facto, certo, como affirmam pessoas que nova vergonha nacional nos seus anmores de ourivesaria! Neila concen-<br />

que é uma vergonha para todos<br />

suppomos bem informadas, que naes.traste<br />

o teu affecto; alli procuraste o<br />

o actual governo tem os seus dias As ruinas ficarão, pois, a cobrir tam-<br />

ultimo repouso, depois de haveres de-<br />

nós.<br />

contados, não devendo arrastar a bém lastimosamente os venerandos resdicado<br />

ao rei e á patria cincoenta an-<br />

Não pensamos assim.<br />

sua miserável existencia além do tos de um dos filhos mais illustres de<br />

nos de serviços incomparáveis, pagos<br />

O país, se alguma responsabili- fim do corrente anno, a nova forna- Portugal, no proprio anno em que a<br />

com um processo inquisitorial, iniquo,<br />

da, a dar-.se, será um meio original nação convidava portuguéses e extran-<br />

monstruoso, aos 72 annos de edade!<br />

dade tem no descredito que dire-<br />

de fazer testamento.<br />

geiros a celebrarem o anniversario do<br />

Neila depositaste finalmente os restos<br />

ctamente fere o governo, é por ter O rei irá conceder a um governo descobrimento do caminho maritimo<br />

da consorte, D. Joanna de Hargen, da<br />

tolerado, numa criminosa indiffe- moribundo elementos para fazer para a índia!<br />

illustre casa dos condes de Hargenberg,<br />

de Horne e de Monforte.<br />

rença, os desvarios e esbanjamen- opposição no parlamento! O que O grande historiador que traçou matos<br />

d'uma monarchia perdida, que<br />

não nos causará surprêsa nem a gistralmente o quadro das gloriosas Do lado do Evangelho, fronteiro á<br />

minima commoção.<br />

emprêsas do Oriente, que folheou os lapide latina, a que nos referimos, vê-<br />

parece apostada a arrastá-lo na sua Assumplos são ess'es que, dire- annaes da índia na Torre do Tombo, se o escudo da preclara senhora, ao<br />

quéda. Necessaria, como é, para ctamente, só podem interessar á como guarda-mór e chronista do rei- lado das armas dos Goes, dentro de<br />

que o credito público se restabele- politica monarchica. Nós simplesno, com insana paciência, superior cri- um retábulo do estylo da Renascença<br />

ça, uma radical transformação nas<br />

mente alludimos a elles para que tério e incorruptível penna, não terá primorosamente esculpido em már-<br />

'se,veja a que estado chegou o actual encontrado na patria uma mão protemore. instituições politicas, á imprensa regimen politico.<br />

ctora e caridosa, que lhe salve a mo- Na egreja ainda ha outros objectos:<br />

independente, a todos aquelles que<br />

desta sepultura 1<br />

quadros, azulejos, obra de talha, fra-<br />

para essa transformação podem<br />

Vae em dezenove annos que estivegmentos de esculpturas com datas e<br />

A viagem do czar; uma aventura mos pela primeira vez em Alemquer. inscripções, que merecem ser recolhi-<br />

cooperar efficazmente, corre o rigo-<br />

Não era então ainda a villa industrial, dos num pequeno muzeu local. Felizroso<br />

dever de elucidar o país sobre O czar, que é amador enlhusiasta<br />

activa e próspera que hoje satida o mente, a memória do illustre chronista<br />

de bicycletas, teve ultimamente uma<br />

a miserável situação em que se en-<br />

visitante com o rumor das suas fabri- ainda é respeitada por um pequeno<br />

curiosa aventura.<br />

contra.cas,<br />

azenhas e lagares. Parecia viver grupo de patriotas de Alemquer. Cona-<br />

Ao dar um passeio em bicycleta<br />

ainda um pouco das recordações glotituiu-se alli em outubro do anno findo<br />

Não nos illudamos.<br />

pelos arredores do castello de Bernsriosas<br />

da sua historia, a que está in- uma commissão que promove a res-<br />

Não é occultando as vergonhas torf, como passasse adeante dos<br />

dissoluvelmente ligado o nome do seu tauração da egreja da Varzea.<br />

companheiros, os príncipes Valde-<br />

por que um governo de ineptos e<br />

filho mais illustre.<br />

Figuram nella os cavalheiros mais<br />

mar e Christiano, perdeu-se em um<br />

de imbecis faz passar o país, qun bosque, onde encontrou um des- O nosso primeiro caminho foi â egre- distinctos da localidade, e com prazer<br />

este readquirirá o seu crédito no conhecido ao qual perguntou em ja da Varzea, onde prestamos homena- vêmos a digna classe ecclesiastica<br />

extrangeiro e que se melhorarão as dinamarquês que caminho devia gem â sepultura de Damião de Goes, excellentemente representada, assim<br />

seguir.<br />

Se bem que pobre e já um tanto ntla como alguns dos actuaes representah-<br />

condições da administração pública<br />

de adornos, o seu estado de consertes da illustre familia Goes.<br />

Grande foi o espanto do czar ao<br />

e a situação do thesouro. Pelo convação<br />

não era o actual, de completo e Não conhecemos os projectos de<br />

ouvir o desconhecido responder-lhe<br />

cruel abandono. Ainda alli havia cul- restauração do sr. Victor Bastos, protrario,<br />

é de toda a conveniência que em russo. Interrogado, Nicolau II<br />

to, vigilancia e alguma limpèsa. fessor da eschola industrial de Alem-<br />

o país saiba o precipício onde a soube que o desconhecido não era<br />

mais que um agente de policia russo, A lapide commemorativa, com insquer,<br />

se não por algumas noticias do<br />

monarchia o lançou, para que pro-<br />

encarregado de velar pela segurança cripção latina, havia perdido já um<br />

periodico local Damião de Goes, que<br />

cure sair d'elle, se ainda o podér pessoal do imperador.<br />

um adorno precioso, a cabeça do il-<br />

tem advogado a causa, que patrocina-<br />

conseguir.<br />

lustre eseriptor, esculpida em vulto no<br />

mos, com uma dedicação e interesse<br />

Diz-se que o czar não ficou satis-<br />

frontão que remata o lettreiro.<br />

excepcionaes.<br />

O governo não pôde contrahir no feito com a vigilancia de que é<br />

Descoberta essa reliquia da Arte, por Parece-nos, salvo melhor juizo, que<br />

objecto. Apesar d'isso, essa vigi-<br />

extrangeiro um emprestimo de 9000<br />

nós, com algum custo, a um canto da o mais urgente é obter-se um pequeuo<br />

lancia continuar-se-ha na Inglaterra<br />

contos. Assim o noticiou o Século,<br />

egreja, conseguimos que passadas al- subsidio, suíBciente para concertar os<br />

e também em França.<br />

gumas semanas fosse reposta no seu telhados, as vidraças e as portas, isto<br />

o orgão melhor informado da im<br />

logar, no que nos ajudou efficazmente é, fazer obras de conservação urgen-<br />

prensa governamental, e desneces Ítíformam algums jornaes que o presidente da Associação dos Archi tíssimas. Isto é fácil, e não admitte<br />

sario era que elle o dissésse desde ainda não receberam as pensões de tectos e Arcbeologos Portuguèges, o dilatação.<br />

que se sabia que o governo tinha sangue a que têm direito, as famí- nosso fallecido amigo J. P. Narciso da A reconstrucção do templo ou a sua<br />

lias dos militares mortos em Timor Silva.<br />

transformação, conservando-se apenas<br />

recorrido aos banqueiros portugué-<br />

no massacre de 7 de setembro de Dêmos então conta da descoberta e a capella-mór do illustre chronista como<br />

ses,<br />

1895, exceptuando a viuva do ca- da Visita á histórica egreja na Actua- núcleo do futuro edificio, é problema<br />

Dada a situação da praça de pitão Camara.<br />

lidade de 2 e 3 de outubro de 1879 que precisa ser examinado com todo o<br />

Lisboa e do Porto, no regimen de O nosso prezado collega A Voz (Folhetins: A Cabeça de Damião de Goes). cuidado, sob o ponto de vista da arte<br />

Publica, com menta:<br />

circulação fiduciaria em que nos<br />

Voltamos lá em devota romagem ha<br />

e das tradições históricas, não fallando<br />

iTodavia, ha dinheiro para todas alguns mêses. Que triste contraste I<br />

na questão dos meios. Estamos con-<br />

encontramos, seria considerar o go- as bambochatas, e os princezas, reis Telhados desmantellados, abertos por<br />

vencidos que uma quinta parte da<br />

verno ainda muito mais inepto do e rainhas, imperadores e imperatri- mil partes á Invasão das aguas; o tecto<br />

quantia orçada para essa transformação<br />

que o suppomos crêr que pretendezes de todas as Europias, estão já apainelado de castanho, desconjuncta-<br />

bastaria para conservar com critério e<br />

ae ficar sujeito, passa ria realizar o emprestimo no país<br />

convidados para o grande congresdo, vergando sob o peso de telhas<br />

com toda a segurança o venerando<br />

so das lestas coroadas em Lisboa, quebradas, cal e pedras soltas J pare-<br />

monumento, que tem uma physionomia<br />

pelo gravíssimo vexame de nâo ha- antes de tentar levá-lo a effeito no por occasião do centenário da índia. des fendidas, janellas sem grades, de-<br />

própria, consagrada por três séculos.<br />

yer quem lhe empreste no extran- extrangeiro,<br />

Registe-se e passe-se adeante,» nunciando as vidraças o tiroteio do<br />

Joaquim de Vasconcello*,


Carta de Lisboa<br />

RESISTENCIA—Quinta feira, 24 de setembro de 1896<br />

Litteratura e Arte<br />

Lisboa, 22 de setembro.<br />

ceiasse mentir ás minhas primaveras,<br />

dizia que me tem feito velho.<br />

Mas como tal seria mentir ás<br />

primaveras juvenis—já o disse—<br />

Nesta epocha é difficil escrever preferi, em vez de envelhecer, fazer-<br />

cartas politicas, porque não ha cm me ainda mais novo.<br />

Lisboa vida politica.<br />

Que na força da vida é que o<br />

Bem sei que, em todos os mo- pulso está rijo para ajustar o marmentos,<br />

ha motivo para fallar da melleiro no dorso dos imbecis que<br />

monarchia e que, os assumptos, nem por isso desmerecem na venem<br />

por menos evidentes aos olhos Ihacaria.<br />

da maioria, não faltam e bem gra-<br />

x<br />

ves.<br />

Em verdade te digo, bom leitor,<br />

Mas a educação dos leitores de influente politico e homem de pro-<br />

jornaes, péssima por bisbilhoteira, priedades, que não vem fóra de<br />

leva-os a quererem antes conhecer proposito fazer arder Troya.<br />

anedoctas de Arcada, intrigas de Que tão rebaixada anda ella que<br />

redacção e habilidades de grandes não se entra lá de surpresa no<br />

manhosos, que o estado do país em- ventre d'um cavallo.<br />

bora elle seja, como o do nosso, de<br />

Entram os burros pelas portas<br />

ruina em perspectiva.<br />

abertas.<br />

E por isso, e talvez porque não<br />

x<br />

sou positivamente um vadio e reclamo<br />

algum descanço, que ha dois Tudo isto, afinal, vem a propo-<br />

números do jornal não masso os sito de não haver bisbilhotice po-<br />

leitores de Coimbra e seus domílitica para os pacovios que deliram<br />

nios.<br />

lendo no Século que cahiu um galo<br />

Não faço falta. Afinal quem fez d'um quarto andar e o João Franco<br />

falta neste país — elle lá o disse— teve uma conferencia com o Ma-<br />

foi o Fontes.<br />

rianno.<br />

E o Lopo também, coitado, que Não ha bisbilhotice, mas ha me-<br />

morreu pobre.<br />

lhor.<br />

x<br />

x<br />

A respeito de pobrezas convém Ha um país sem credito, sem de-<br />

notar que quem está proximo de fêsa, sem governos decentes.<br />

morrer pobre a valer, sem rbetori- Ha um país governado por gaca<br />

e sem reclamo, é o pais. rotos sem escrupulos e sem talento,<br />

O mallogro do emprestimo em atrevidos, quebrando tudo isto á<br />

França e a declaração do Crédit pedrada, como as vidraças d'uma<br />

Lyonnais, a proposito dos câmbios, velha casa.<br />

são dois symptomas graves.<br />

Ha alli ao pé, a Hespanha. em<br />

Talvez passem desapercebidos vesperas de um cataclysmo que a<br />

aos que pensam na probabilidade levará á Revolução ou á tyrannia.<br />

de conseguir que o rei se faça re- Ha ao lado delia Portugal á merpublicano,<br />

mas não escapam a oucê dos acontecimentos.<br />

tros que acreditam na possibilida- Ha a Allemanha e a Inglaterra á<br />

de de chegar depressa a bancar- espreita de Lourenço Marques e<br />

rôta.<br />

Soveral levantando a cortina para<br />

Modos de vêr que não causam verem melhor.<br />

dissenções nem distúrbios, que to- Ha tudo isto que é obra dos modos<br />

nós somos bons rapazes e só á narchicos.<br />

noite na botica jogando o gamão Mas ha também cumplicidades<br />

temos Ímpetos revolucionários, se a de outra gente.<br />

noite não estiver chuvosa.<br />

Não antecipemos o incêndio de<br />

Pois, nesse caso, lá vamos ao Troya. Esse povo que todos des-<br />

chá, bem abafados.<br />

compõem terá um dia a palavra<br />

X<br />

para responder aos que lhe chamam<br />

Que não vale pensar em coisas cobarde.<br />

tristes, diz-me o prudente, o boti-<br />

J. M.<br />

cário alli da esquina:<br />

— Vamos gozando que este ceu O mercado dos câmbios soffreu<br />

azul não se apanha em toda a par- ultimamente um abalo importante,<br />

te e a respeito de Republica não estando actualmente a 40<br />

vale a pena um homem pôr-se mal<br />

com a monarchia.<br />

Que o ideal de um republicano<br />

ê chamarem-lhe os monarchicos<br />

bom rapaz.<br />

Assim falia o Prudente, boticário,<br />

que de quando em vez tem ganas<br />

de arrazar tudo isto, mas logo<br />

se desbarreta em passando o conselheiro<br />

do bairro.<br />

E bom estar bem com todos.<br />

E que diabo, sempre se pôde<br />

metter o rapaz mais velho, na recebedoria.<br />

E quanto ao país que não seja<br />

tolo, o culpado é elle.<br />

x<br />

Esta philosophia do Prudente,<br />

que acima reproduzo, se eu não re»<br />

3 D Ú V I D A<br />

cem os fetos delicados, e já vi uma d'elle, mas sobre os príncipes dos sacerdotes,<br />

cairia o sangue do Justo.<br />

violeta branca e perfumada amar a E a historia, sem querer saber de<br />

raiz aspera d'um sobreiro em que restricções, prescindiu de Herodes e<br />

se creára, uma violeta branca, tão condemnou Pilatos.»<br />

fina, a cheirar tão bem!...<br />

Sagasta, que já regressou a Ma-<br />

— Não, tu não me tens amor.<br />

drid, embora tenha sido interrogado<br />

por alguns jornalistas a respeito<br />

Se me tu amasses...<br />

— Se te amo!...<br />

da sua opinião sobre a insurreição<br />

de Cuba e das Filippinas, nada tem<br />

— Se te amo!... • — Porque é então, que eu não te dito. Este silencio não se nos afigu-<br />

beijo nunca senão na testa, e anra menos significativo que a decla-<br />

— Longe de li, anda sempre comdam cheios de beijos os teus seios, e<br />

ração de Canovas.<br />

Alguns jornaes occupam-se agomigo<br />

a irritar-me o Desejo. Mal te não ha lábio mais vermelho que o<br />

ra da organização do partido car-<br />

vejo, fico só comtigo...<br />

alto do teu seio?. ,.<br />

lista, o que indubitavelmente é de-<br />

Venho de longe a sentir os abravido<br />

á persuasão de que esse parços<br />

que vou dar-te, os lábios a ar- — Oh ! se te amo!...<br />

tido tomará parte na lucta que, talder<br />

em beijos, e, quando me chego<br />

vez dentro de curto prazo, se vae<br />

ao pé de ti, cahem-me os braços, e<br />

ferir na Hespanha.<br />

— Mas dize, dize então porque Segundo o El Heraldo esse par-<br />

ficam-me a tremer as mãos nas tuas é que eu nunca me vejo nos teus tido tem importantes forças. Dis-<br />

mãos, sem saber o que dizer-te, en- olhos?<br />

põe, como senhor, de grande parcantado<br />

a ouvir-te a voz, calado, Porque é, porque é que, quando tç da politica na Navarra e é lar-<br />

não vá romper-se o encanto. E eu le olho, me vejo tão vagamente,<br />

ga a sua influencia em muitos ou-<br />

que sei todas as falias damor, não<br />

tros pontos.<br />

como se me mirasse num espelho<br />

sei que responder-te. Eu nunca ou-<br />

Impotente para conquistar o po-<br />

antigo, a que o tempo tivesse lamder, esse partido terá todavia a forvi<br />

fallar assim.. .<br />

bido o aço?<br />

ça sufficiente para manter na Hes-<br />

Não, lu não me amas. Se me tu Porque é, porque é que, quando panha durante algum tempo a guer-<br />

amasses...<br />

me procuro vêr no teu olhar, me ra civil, com o seu enorme cortejo<br />

custa tanto a vêr-me, mal me co- de desgraças. Cavar-se-ha assim<br />

mais a ruina da Hespanha, cuja si-<br />

— Se te amo!...<br />

nheço, como se me mirasse na agua<br />

tuação financeira já é quasi deses-<br />

d'um ribeiro, ao romper da manhã? perada.<br />

— Todos sabem do meu amor, Porque é, porque é que, quando Nessa lucta retemperar-se-hão as<br />

d'este grande amor, e andam todos me espreito nas meninas dos teus energias d'uma nação, mas algumas<br />

a rir-se de mim.<br />

olhos, mal me reconheço, e me pa- gerações hão de soffrer as suas es-<br />

Um dia, ao sol posto, ia eu a penrece que sou o que já fui, quando<br />

magadoras consequências.<br />

sar em ti, e, de repente, vejo-te ao era muito lindo, e era novo, e não<br />

longe.<br />

linha amado ainda ?.. .<br />

Luso, 22-9 96.<br />

Corri, e enconlrei nm salgueirilo<br />

Vim encontrar Luso numa desani-<br />

pequenito que, mal me viu, come- — Ha cobras más nos mattos, mação extraordinaria. As famílias que<br />

çou a agitar os braços, a rir-se de cobras que dão a morte.*. .<br />

estão nos hotéis reunem-se à noite em<br />

pequenas salas, onde extranhos não<br />

mim, o garoto, imitando a graça Quando vêm beber na agua fres- podem entrar, e ahi se entretém muito<br />

flexivel do teu corpo a elegancia ca e pura dos ribeiros, deixam so- pacatamente. Na assemblêa quasi nin-<br />

leve do teu gesto...<br />

bre uma pedra o veneno as cobras guém apparece.<br />

Chega a parecer uma casa mortua-<br />

Se me debruço sobre uma flôr, más.<br />

ria. Muitas luzes e um vulto aqui e<br />

ella atira-me, a rir, á cara, com um E não se atrevem as cobras a outro alli, em attitude de quem me-<br />

perfume damor.<br />

dita.<br />

mirar-se n'agua sem deixarem o ve- No sabbado vieram aqui umas se-<br />

Se olho os rios não vejo nelles seneno máo sobre uma pedra.<br />

nhoras que julgo, pelo modo como fonão<br />

a tua imagem. E tu nunca te Quando se vê na Pureza o Vicio ram recebidas pelos creados que, perante<br />

ellas, incluindo o pae Roque<br />

debruçaste sobre um ribeiro a mi- transforma-se o Amor. ..<br />

sempre tão grosseiro, se desfaziam em<br />

rar-te.<br />

attenções, serem as donas do estabe-<br />

Cada folha, a cair, imita o ruído<br />

lecimento. Quando se retiraram, saiu<br />

— Será isto amar?...<br />

também o pianista, que parece ter<br />

leve dos teus passos; e para me en-<br />

vindo só para ser agradavel a s. ex.".<br />

T. C.<br />

ganar andam as rôlas a esludar-te<br />

Ha quem se queixe da direcção e<br />

do modo por que essas senhoras põem<br />

a voz.<br />

e dispõem de tudo. Não será a assem-<br />

Todos sabem que te amo, todos Duas irmãs da caridade, que andablêa propriedade d'ellas?<br />

se riem do meu amor.<br />

ram ahi pelas ruas da cidade a pedir Vou averiguar. Se não é, os quei-<br />

esmola para uma instituição de benexosos lêm razão.. Do pouco que vi,<br />

Se me tu amasses...<br />

ficencia de Lisboa, foram apupadas francamente, não gostei e, se alguma<br />

pelo rapazio e alvo de commentarios inteiferencia tivesse na tal assemblêa<br />

burlescos por parte de muitas pessoas e aqui estivesse, já teria de ha muito<br />

— Se te amo!...<br />

que as viam passar.<br />

protestado. Que não deve deixar-se<br />

impune tanto disparate como ahi se<br />

tem feito.<br />

— Quando te fallo, pões-te toda<br />

— Veio hontem, em comboio expres-<br />

vermelha, como se tivesses feito um Na Hespanha<br />

so da Figueira, uma grande parte da<br />

colonia balnear, que foi passar o dia á<br />

grande crime, e eu começo a dizer As ultimas noticias ácerca da in- Matta do Bussaco, onde almoçou.<br />

/s sobre tudo ás avéssas.<br />

surreição nas Filippinas e em Cuba Eram oitenta pessoas as que se sen-<br />

Londres, a 707 sobre Paris e a Falíamos damor,como as crean- continuam a produzir na Hespanha taram á mêsa, junto á fonte de Santa<br />

291 Va sobre Hamburgo. Ê de preças, e só nós nos entendemos, como a mais penosa excitação, que a pu- Thereza, que oflVrecia um aspecto deslumbrante.<br />

O serviço foi dirigido pelo<br />

sumir que elle suba mais.<br />

blicidaded'uma declaração altribui-<br />

duas creanças que brinquem sem-<br />

sr. Paulo Bergamln.<br />

As libras estão-se vendendo a<br />

da a Canovas veio aggravar. Alguns Houve alguns brindes. Do sr vispre<br />

juntas e não saibam fallar ainda.<br />

1$600 réis em algumas localidades.<br />

jornaes hespanhoes affirmam que conde da Varzea ás senhoras da comi-<br />

Se nos entendessem, não anda- Canovas disséra:<br />

tiva. O assumpto prestava-se e falou<br />

riam todos a rir-se de mim.<br />

«Estamos fazendo para salvar a menos mal. O sr. visconde de S. João<br />

Nepomuceno, que brindou as senhoras<br />

O Comptoir National d'Escompte Não me enganarei eu?... Hespanha o possivel e o impossível. e cavalheiros presentes, e designada-<br />

vae montar no Rio de Janeiro uma Não, tu não me tens amor. Se íinalmente os militares não pomente o sr. conselheiro Julio de Vi-<br />

filial com o capital de 10.000:000<br />

zerem termo á guerra, lavarei dalli lhena, não foi tão feliz.<br />

de francos, que se denominará Banco<br />

as minhas mãos.»<br />

Entre as pessoas prqgentes lembra-<br />

Francês & Brazil. O comptoir é au- — Oh 1 se te amo!...<br />

Esta phrase, significativa d'um nos ter visto os srs. visconde da Varzea<br />

e familia, marquêsa de Nellas, visxiliado<br />

pela Sociétè Gènèrale e um<br />

profundo desanimo e que nunca decondes de Taveiro, dr. Taborda Ra-<br />

grupo de negociantes francêses em — Porque são, ao pé de li, fraveria ser proferida por um homem mos e familia, dr. Jacintho Nunes e<br />

relações com o Brazil.<br />

que se encontra na situação de Ca- familia, condes de Monsaraz, M.<br />

cos os meus braços, tão fortes da<br />

novas, mereceu do El Liberal o se-<br />

tortura de tanto amor?...<br />

guinte commentario;<br />

La justicia, de Madrid, orgão de Sal- Porque é que ao abraçar-te eu<br />

meron, publica em folhetim a Cartilha<br />

«Engana-se redondamente osr. pre<br />

do Povo, e pede á Junta Central de quasi te não encontro 1...<br />

sidente do conselho, ao annunciar que,<br />

União Republicana que a aproveite Eu bem sei que tu és pequeni- em ultimo caso, pagará tudo com uma<br />

para obra de propaganda na Hespa-<br />

simples lavagem de mãos.<br />

nha, introdu2indo»lhe as necessarias na, e mal enches um abraço, mas<br />

O mesmo fez o pretor da Judéa, de-<br />

modificações.<br />

no abraço duro dos carvalhos nas* clarando também que não em cima<br />

elles Luciano<br />

de Castro, Palha Blanco e familia,<br />

Francisco Amado e esposa, M. m "<br />

Palacios de Recur, João José Trigueiros,<br />

Jeronymo Trigueiros, Francisco<br />

Portugal, Arruda, conselheiro Julio de<br />

Vilhena, João de Mello, Camillo Infante,<br />

Maria Infante, José Corrêa, Eloy S,<br />

Martinho, etc*<br />

* * *


Fratricidio<br />

Foi assassinado no sabbado de<br />

manhã, nas Vendas de Sant'Anna,<br />

>freguezia de Vil de Mattos; Raphael<br />

Gaspar, de 28 annos, casado, pelo<br />

seu irmão Antonio Gaspar Romano,<br />

que lhe vibrou uma pedrada na<br />

região parietal esquerda.<br />

O assassinado deixou viuva e<br />

dois filhos de tenra edade.<br />

O assassino, que se entregou voluntariamente<br />

ás auctoridades, encontra-se<br />

na cadeia d'esla comarca.<br />

Declara elle que não tivera a<br />

intenção de matar o irmão, a quem<br />

só procurara intimidar para que o<br />

não preseguisse.<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão ordinaria de 10 de setembro<br />

de 1896.<br />

Presidencia do vereador maia velho, José<br />

Marques Pinto.<br />

Vereadores presentes: — e flecti vos: bacharel<br />

José Augusto Gaspar de Mattos, Jusé Antonio<br />

Lucas, Antonio José de Moura Bastos, e<br />

Albano Gomes Paes.<br />

Administrador do concelho, representado<br />

pelo presidente da camara, dr. Luiz Pereira da<br />

Costa.<br />

Approvada a acta da sessão anterior, três<br />

de setembro.<br />

Auctorisou a reparação das ruas dos Militares<br />

e Couraça de Lisboa, dispendendo-se até<br />

á quantia de 50$000 réis; e a continuação da<br />

obra de reparação da fonte da Palheira, dispendendo<br />

se ate á somma de ;Í0$000 réis.<br />

llesolveu fazer intimar um proprietário para<br />

mandar apear uma casa em ruina na rua Fernandes<br />

Themaz.<br />

Auctorisou pequenos fornecimentos para a<br />

secretaria e para a repartição das aguas.<br />

Attestou ácerca de duas petições para subsídios<br />

de lactação a menores.<br />

Mandou passar licença para apascentamento<br />

de gado caprino a um proprietário do logar<br />

dos Palheiros.<br />

Auctorisou vinte e três avenças para consumo<br />

d'agua.<br />

Mandou lavrar autos de verificação de lesões,<br />

requeridos por dnis mancebos recenseados para<br />

o recrutamento do corrente anno.<br />

Mandou colher informação da repartição<br />

teclinica ácerca de alguns requerimentos, para<br />

obras particulares.<br />

Mandou colher informação do vereador competente<br />

ácerca de uma remoção de ossadas<br />

dentro do cemiterio.<br />

Despachou requerimentos : auctorizando o<br />

alaivamento da porta de um quintal nos Casaes<br />

de Eiras; o alinhamento para uma parede de<br />

uma casa nas Casas Novas, e para um muro<br />

de vedação a um prédio em Bordallo (sem<br />

occupação de terreno publico); e a reforma<br />

da fachada de uma casa na rua da Sophia.<br />

Realiza-se no proximo domingo a<br />

festa commemorativa da batalha do<br />

liussaco. A orchestra será regida pelo<br />

sr. Brandão Filho, d'esta cidade e no<br />

arraial tocarão duas bandas de musica<br />

No mesmo dia haverá na esplanada<br />

a feira annual de gados, que foi inaugurada<br />

o anno passado.<br />

38 Folhetim da RESISTENCIA<br />

I0Í0 DAS GALÉS<br />

XXV<br />

Evasão<br />

De repente a porta do passeio das<br />

sentinellas abriu-se. Apparecéu um<br />

guarda com uma lanterna e accendeu<br />

o gaz.<br />

Nesse momento ouviu-se um tiro e<br />

uma baila veiu achatar-se junto de Gérin.<br />

0 guarda levantou a cabeça e viu<br />

um homem que d'um salto desesperado,<br />

franqueou o bordo do telhado.<br />

O guarda deu o grito de alarma,<br />

emquanto a sentinella postada no deposito<br />

de construcções, que tinha visto<br />

uma sombra trepando, tornou a carregar<br />

a arma e atirou de novo, perfeitamente<br />

ao acaso, por sobre os telhados.<br />

— Desastrados!, gritou João das Galés.<br />

Mas o alarma estava dado e não<br />

havia por isso um minulo a perder.<br />

Nenhum sitio onde possa esconder-me.<br />

Ah! com os diabos! mais vale quebrara<br />

espinha aqui,tentando salvar-me do que<br />

acabar na abbadia de Mont-à-Regret.<br />

tJma grade cortava o tecto, atraves-<br />

Sou-a e chegou ao compartimento em<br />

que habita o bibliothecario da Cour de<br />

Cassation, cujos telhados andavam em<br />

ireconstrucpâo.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 10 de setembro de 1896<br />

ESCOLA ACADÉMICA<br />

Rua Sá da Bandeira—Coimbra<br />

Collegio de ensino primário e secundário para<br />

alumnos internos, semi-internos e externos<br />

Director:—ALBERTO PESSOA, bacharel<br />

em philosophia<br />

Neste collegio está já aberta a matricula<br />

não só para os alumnos que<br />

quiserem frequentar as disciplinas das<br />

duas primeiras classes do actual curso<br />

dos lyceus, mas também para os que<br />

desejarem cursar as aulas do periodo<br />

transitorio e de instrueção primaria.<br />

As lições nas disciplinas do auctual<br />

curso dos lyceus e nas aulas de instru-<br />

eção primaria tião-de começar no dia<br />

2 de outubro proximo; e os exercidos<br />

escolares nas aulas do periodo transitorio<br />

no dia 15 do mesmo mez.<br />

Para a matricula nas aulas da primeira<br />

classe do novo plano de estudos<br />

exige-se: a) certidão de edade pela qual<br />

«e mostre que o alumno tem 10 annos<br />

ou os completa até 31 de dezembro<br />

proximo; b) certidão de approvação<br />

no exame de admissão aos lyceus.<br />

Para a matricula na segunda classe<br />

deve o alumno apresentar certidão que<br />

prove a frequencia da primeira nos termos<br />

do | único do art.° 74 do regula<br />

mento de 14 de agosto de 1895. Esta<br />

certidão pôde ser passada pelo secretario<br />

do lyceu em que o alumno estiver<br />

inscr ipto, ou pelo director do collegio<br />

em que elle tiver feito a frequencia<br />

da primeira classe; mas ueste caso<br />

deve sempre ser confirmada pelo secretario<br />

do lyceu.<br />

0 regulamento da Escola, as condições<br />

de admissão e quaesquer esclarecimentos<br />

pódem ser pedidos ao director.<br />

A lista dos alumnos que frequentaram<br />

este collegio no anno lectivo findo<br />

e obtiveram média de passagem ou fi-<br />

D Miguel Osorio Cabral de Alarcão,<br />

Luiz Nunes Borges Madureira de Car<br />

valho, José de Bessa Ferreira Castel-<br />

Branco, Silvério Abranches Barbosa,<br />

Affonso de Mello Giraldes, Manuel Leite<br />

Pereira Jardim, Mário Leite Ribeiro,<br />

Fernaudo Pimentel da Motta Marques,<br />

Adelino da Silva Lopes, Antonio da<br />

Costa Bastos, José da Silva Santos.<br />

Alumnos que foram approvados no<br />

lyceu desta cidade:<br />

Instrueção primaria:—Manuel de<br />

Veiga Mdtheus, Francisco de Lemos R.<br />

A. Coutinho, Hermínio da Silveira Cardoso<br />

Pereira.<br />

Lingua francêsa: — Joaquim J. Granger,<br />

llysses da Veiga Matheus, Victorino<br />

de Mello e Castro Ribeiro.<br />

Geographia:—Alberto Cupertino Pessoa,<br />

(distincto), Victorino de Mello e<br />

Castro Ribeiro, Sergio F. da Rocha<br />

Callisto<br />

Historia:—Carlos Augusto das Neves<br />

Rocha, Henrique Luiz Doria H. Corte<br />

Real. Ulysses da Veiga Matheus; Joaquim<br />

Antonio de Mello e Castro Ribeiro,<br />

Jiyme Herculano da Costa Sarmento,<br />

João dos Santos Apostolo.<br />

Lingua latina, 1 a Duro, Joaquim José Luiz Fernandes,<br />

José Alves Moreira, Alfredo Ferreira<br />

Christina, Edua rdo da Silva Pereira,<br />

Luiz Maria Rosette. 2 ° anno:— Arthur<br />

Duarte d'Almei


MacMna de costura<br />

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RESISTENCIA - Quinta feira, 17 de setembro de 1896<br />

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e fecha em 30 de novembro<br />

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Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca d'Alva e Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n.° 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. —Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Reslaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

VENDA<br />

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se compõe de casas de habitação,<br />

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Coimbra.<br />

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Esclarecimentos ao sr. Adelino<br />

Saraiva, Phar r acia da Misericórdia—Coimbra.<br />

"RESISTENCIA 19<br />

PUBLJCA-SE AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

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João Maria da Fonseca Frias<br />

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Anno 20700<br />

Semestre 1,51350<br />

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20 réis.—Para os srs. assinantes,<br />

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este jornal fôr honrado.<br />

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99—Rua do Visconde da Luz—103


Carta de Lisboa<br />

Lisboa, 25 de setembro.<br />

0 caso do empreslimo é, evidentemente,<br />

o que maus preoccupa as<br />

attenções.<br />

Eorque pede o governo mais dinheiro?<br />

^ Porque recorre ao capital nácional<br />

?<br />

Pede mais dinheiro, porque já<br />

deu muilo.<br />

Recorre ao capital nacional, porque<br />

o extrangeiro nega-se.<br />

O governo desacredilou-se e, fez<br />

mais, desacreditou-nos.<br />

Mentia nas suas promessas, mentiu<br />

nos seus relatorios. Illudiu, desorientou,<br />

enganou.<br />

Aqui estamos com o financeiro<br />

Hintze empurrando-nos para a cova.<br />

É fúnebre este homem.<br />

Este grande homem da monarchia.<br />

Um chefe de partido, um presidente<br />

de governo, confirmado em<br />

todos os tons como estadista incom<br />

paravel.<br />

Este homem lem governado pela<br />

seguinte fórma o dinheiro do país<br />

Deu:<br />

Aos bancos do Porto 5:400 con<br />

tos.<br />

A,' companhia de Ambaca 1:600<br />

contos. -<br />

A'


RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Nas Filippinas e em Cuba<br />

No altar-mór duas portas philip- Comprehendia que alguém quito que creou o lyceu nacional em<br />

J - J l b O ^ w A •'•!•' A<br />

pinas: uma que abria para a sazesse substituir e balaustrada do Guimarães e o central em Braga,<br />

christia, outra que era de simples côro por outra de pedra do estylo repete-se incessantemente.<br />

Ha quem só louve os srs. typo-<br />

decoração para não perturbar a har- do renascimento, que se refizessem<br />

Haja visla a celebre tabella dos graphos.monia.<br />

emolumentos e salarios judiciaes<br />

os arcos das capellas lateraes de<br />

Eu não; eu nunca tive senão<br />

por que foram escandalosamente<br />

que se acharam vestígios; mas não<br />

razões de queixa.<br />

concedidos emolumentos aos juizes Ha exemplos históricos de terem<br />

Ao entrar em Santa Cruz, não se posso comprehender que se façam das Relações e do Supremo Tribu os typographos emendado versos<br />

sentia a impressão única que dão obras em logares onde não havia a nal. Não se oceupou a imprensa do a poetas, a ortbographia a profes-<br />

os edifícios bem delineados e bem indicação de terem existido.' assumpto, que se prestava ás mais sores de rheloriea. A mim não;trans-<br />

executados.<br />

justas censuras, porque seía assim lornam-me tudo.<br />

ferir susceptibilidades e interesses<br />

A attenção dividia-se, perdia-se<br />

Eu tinha acabado assim a minha<br />

Ora, o sr. director das obras pu- e, portanto, crear inimizades. ultima bailada:<br />

na decoração, no exame do detalhe blicas não fez isto. O sr. director Pratica o governo os aclos do «Quando se mira na Pureza o<br />

Ninguém admirava as linhas ge- das obras publicas poz a descober- mais torpe favoritismo para obter Vicio transforma-se em Amôr.»<br />

raes; porque a obra fôra feita rapito os arcos das capellas lateraes... uma obediencia servil perante todas S. ex." compozeram, no uso dos<br />

damente, para gastar dinheiros, era E veiu gabar-se da descoberta.<br />

as suas prepotências, 011 para remu seus direitos:<br />

nerar serviços partidarios ou pes<br />

um albergue para Deus, talvez de-<br />

«Quando se mira na Pureza, o<br />

soaes e ainda para corromper adverlineado<br />

por algum frade curioso...<br />

Vicio transforma-se o Amor.»<br />

A gente mostrou ao sr. director sários ou indifferentes. A opposição O que vale é que, quando chegou<br />

como o sr. director das obras publi- das obras publicas que todo o mun- calla-se, para não captar inimizades o jornal, eu li, e emendei o erro<br />

cas...do<br />

o sabia, e que até estava escri- E é o país quem vae soffrendo ao lêr, senão... imaginem vv. ex.<br />

Quando vinham os reis, iam vêr<br />

as consequências d'esta politica sem<br />

pto...<br />

as obras, e mandavam reformar; e<br />

escrúpulos nem dignidade, que tudo<br />

subordina aos interesses e ás con<br />

assim desappareciam as decorações<br />

O sr. director das obras publi- veniencias partida rias.<br />

primitivas, para serem substituídas<br />

cas retirou-se corrido, amuou, tor-<br />

por outras mais modernas.<br />

nou a olhar os arcos, viu restos de No dia 1 de outubro reabre o Gym-<br />

dois medalhões do renascimento; e nasio de Coimbra, depois d'um encer<br />

Quando se fez o templo, apro-<br />

ramento de três mêses devido ás obras<br />

se havia de fazer a restauração de<br />

veitaram-se os materiaes da velha<br />

que tiveram de fazer-se nesta institui-<br />

accôrdo com os vestígios que toda ção tão util e que tanta vitalidade lem<br />

egreja romanica: parede que po-<br />

a gente via, e que toda a gente sa- mostrado neste pequeno meio de Coimdesse<br />

ser aproveitada, foi aproveibra<br />

em que as bôís obras e as de<br />

bia interpretar, o sr. director das grande iniciativa lêm a vida breve das<br />

tada.<br />

obras publicas não fez caso do que rósas.<br />

Os bons dos frades chegaram<br />

viu, e fez um arco a seu modo. No começo d'outubro reabrem as<br />

mesmo a aproveitar no templo go-<br />

classes de gymnastica, havendo já<br />

nesse dia lição ás creariças.<br />

thico pedras lavradas no estylo ro-<br />

Os horários estão patentes nas salas<br />

O que poderia levar o sr. diremânico,<br />

dando-se até o capricho cu-<br />

do Gymnasio.<br />

ctor das obras publicas a fazer.<br />

rioso de vêr uma columna gothica<br />

isto?<br />

sustentada por um capitel români-<br />

Á matroca<br />

co, coisa que nunca lembrou a ninguém.<br />

Tomára elle sabê-lo.<br />

Toda a obra de tal ha decorativa<br />

que circumdava as janellas e arco<br />

T. C. cruzeiro de Santa Cruz e que foi<br />

Perdão! O sr. director disse que<br />

apeiada pela luminosa intellecluali-<br />

já lhe lembrára a elle...<br />

A commissão executiva do centenádade e bom gosto do director das<br />

rio da índia resolveu acceitar a pro obras púbicas d'este districto, o sr.<br />

posta do governo para festejar o cen- Attda Frazão, acaba de ser engaio-<br />

O sr. director pôde dizer que eu tenário da chegada a Calicut. em 1898 lada em ripas e remetlida para Lis-<br />

Fica-se agora á espera da auctori-<br />

inventei isto.<br />

boa, ao presidente da Sociedade de<br />

zação parlamentar. E até ella e depois<br />

Pôde! E não mente...<br />

d'ella muitas peripecias se darão. Geographia!<br />

Por mais que matutemos, não somos<br />

capazes de lobrigar para que<br />

O templo de Santa Cruz parece Um decreto recente elevou de fim podésse ser cubiçada pela geo-<br />

obra de curiosos, decorado por gran- nacional a cenlral o lyceu de Bragraphica a talha de Santa Cruz; que<br />

des artistas.<br />

ga e creou um nacional em Guima- applicaçâo possa ter um wagon de<br />

E um capricho real, com todos rães. Tal medida, que as necessida- talha grande e rude nos domínios<br />

des da instrueção pública de modo da geographia!<br />

os defeitos d'um capricho real. Dis-<br />

algum reclamavam, representa um A informação pedida para Lisboa<br />

pendioso e tolo!<br />

escandaloso favoritismo que merecia foi infruclifera. Outras interrogações<br />

Daqui a grande difficuldade de amais severacondemnação. Poucos tentadas por diversas vias também<br />

restaurar.<br />

foram todavia osorgãos da imprenr não déram resullado.<br />

saqued'ellaseoccuparam edesses, Mas não vale malar! Coincidên-<br />

a maioria só censurou o governo cias ulteriores desvenderão o mys-<br />

Restaurar o quê ?<br />

por haver concedido a Braga um terio.<br />

A obra primitiva?<br />

lyceu central sem fazer egual con- Por agora um facto resalla que<br />

Mas essa foi condemnada durancessão a Évora. Não se attendeu a convém notar. Não é a semeeremote<br />

séculos, e andou-se séculos a que de modo algum podia justifinia e o nenhum respeito pela com-<br />

corrigir, como dizem os documencar-se<br />

a creação d'um lyceu cenveniencia das formalidades a que<br />

lral em Braga, altenta a curlissima nos referimos: é a celebridade com<br />

tos originaes, a obra primitiva,<br />

distancia a que fica do Porto, para que os amigos são servidos nesta<br />

Como saber hoje o que foi a obra condemnar d'um modo absoluto o camaradagem da cousa pública, e<br />

primitiva?... „<br />

acto praticado pelo governo; mediu- que tanto contrasta com a lenlidão<br />

Como poder entrar no cerebro se a distancia a que Évora fica de desesperadora dos tramites officiaes.<br />

d'um conego regrante, mesmo sen- Lisboa, para dizer que injustiça foi O sr. Luciano Cordeiro vem a<br />

do o sr. director das obras publi-<br />

feita a esta cidade não se creando Coimbra; appetece a talha, e dentro<br />

também nella um lyceu central. de quatro semanas fica posta em<br />

cas?<br />

Porquê?<br />

Lisboa ao seu dispôr!<br />

Como poder restaurar o que foi Conhecido é o motivo de tal pro- Ê verdade que, em compensa-<br />

feito sem regras, a obra do capricedimento. Quem criticar o governo ção, a bizarria do sr. Luciano Corcho?<br />

Como poder achar o vestígio por haver creado um lyceu central deiro é digna de ser recolhida em<br />

das obras primitivas que andaram em Braga incorrerá nos odios d'es- urnas de ouro para a exemplifica-<br />

a apagar artistas durante séculos?<br />

ta cidade. E é isso o que se procução histórica do quanto pôde a grara<br />

evitar.<br />

idão acluando num coração sensí-<br />

Com que direito ir destruir o que<br />

Põem-se assim de lado os interesvel: O sr. Luciano Cordeiro achou<br />

foi feito para corrigir, para emenses geraes do país para não ferir as que a restauração da egreja de Sandar?<br />

susceptibilidades ou os interesses a Cruz estava — obra aceiada!<br />

I Como guiar-se. se nem mesmo d'uma determinada localidade. Se- Em troca dos azulejos da Sé Ve-<br />

pôde haver indicação d'estylo? gue-se em tudo a politica das conha ainda o sr. Frazão ha de encon-<br />

Eu percebia que se restaurasse,<br />

veniências, sem ler na minima conrar quem lhe elogie a estupenda<br />

sideração princípios d'ordem supe- architectura do Paço do Bispo!<br />

emendando obras que foram feitas rior por cuja defêsa e applicaçâo se E é com Uma tal austeridade de<br />

modernamente, para substituir por pugne denodadamente.<br />

opinião que os minimos se engran-<br />

outras que se acham descriptas. 0 que se dá agora com o decredecem e triumpham!..»<br />

as ...<br />

Mas já não é a primeira. Um dia<br />

publicava eu na Resistencia um conto<br />

e uma pequena descompostura no<br />

sr. director das obras publicas.<br />

Ao vêr as provas, leio com surprêsa:<br />

"O sr. director das obras publicas<br />

é negro e bom, como o pão de<br />

centeio. Os seus dentes brancos e<br />

a rir, como os calháos da ribeira. O<br />

hálito doce e perfumado, como o<br />

mel de flôres. Os seus lábios, a beijar,<br />

lembram a caricia leve das hervas<br />

alias».<br />

Eu li e pasmei. Olhei o sr. director<br />

d'um lado, vollei-o do outro, e<br />

nada. ..<br />

— Ó sr. lypographo, isto não<br />

iode ser. ..<br />

— O sr. dr. é que escreveu.<br />

—Sim, eu lembro-me; mas francamente<br />

chamaraosr. directorwp^ra,<br />

isso, nem agora que elle anda queiinadinho<br />

do ar do mar. Como o pão<br />

de centeio, vá com mil diabos! Os<br />

dentes, como calháos, passa, como<br />

generalização; mas o hálito perfumado<br />

como o mel deflores, isso nunca:<br />

S. ex. a O chefe do partido liberal, Sagasta,<br />

que ha poucos dias regressou a<br />

Madrid, fez aos seus amigos as<br />

seguintes declarações ácerca do estado<br />

em que se encontra a insurreição<br />

nas Filippinas e em Cuba:<br />

«Entre'os meus amigos mais prezados<br />

estiveram boje aqui Aguilera, Ca-<br />

fuma, e máo tabaco.<br />

Os lábios a beijar lembram a caricia.<br />

. . E eu a imaginar os beijos<br />

do sr. director, e as pontas descidas<br />

do seu bigode a fazerem cócegas...<br />

Como a caricia leve das hervas<br />

altas... isso nunca!...<br />

X<br />

Verificando o caso, o periodo tinha<br />

sido tirado do conto, ao metter em Ao passo que Sagasta declara que<br />

jagina.<br />

é possível dominar a insurreição de<br />

Paciência! Peço desculpa aos srs. Cuba procedendo com energia, La<br />

typographos de os ter feito compôr<br />

este aranzel.. .<br />

Época, orgão de Canovas, diz, a<br />

Compôr ou descompôr? ... proposito dos reforços agora envia-<br />

T. C. dos para a grande Anlilha:<br />

«Estão enganados os que julgam que<br />

Começa a notar-se mais animação na «s grandes operações têm de coincidir<br />

cidade.<br />

com a chegada de novos reforços.<br />

Na alta já, de vez em quando, se As tropas que partiram agora para<br />

vê uma pessôa, na baixa vae a f.ina Cuba não entrarão na campanha de in-<br />

habitml de quando eslão para abrir verno, antes de se organizar o exer-<br />

as au'as.<br />

cito e de se fazer nova distribuição de<br />

O Café Lusitano parece novo, muito columnas.<br />

jranco, muito alegre de pinturas chi- Depois, é possível que se intente a<br />

nezas, feitas com espirito e intenção pacificação de Pinar dei Rio, da Havana<br />

ecorativa.<br />

e por fim de Matanzas».<br />

Esta declaração, a que não podê-<br />

Disse o Primeiro de Janeiro que mos deixar de ligar lodo*o crédito<br />

os regeneradores não deixarão ir<br />

altenta a sua origem, revela que a<br />

os progressistas ao poder, senão<br />

uando já não haja que explorar. guerra em Cuba se prolongará por<br />

O Correio da Manhã, jornal re- muilo tempo. E as finanças de Hesgenerador,<br />

redarguiu: «E bem isto panha cada vez se vão arruinando<br />

que lhes dóe, imaginar que não po-<br />

mais. Em Cuba, segundo informa<br />

derão explorar o país como da outra<br />

vez.»<br />

o correspondente do Times em Ha-<br />

Muito edificante. Choram os provana, conlinúa a resistencia contra<br />

gressistas porque nada lhes fica a circulação forçada das notas do<br />

para explorar; regosijam-se os re-<br />

banco, que só são admittídas nas<br />

generadores porque tudo exploraram.<br />

transacções com o desconto de 10<br />

E o país muito indifferente ás la- por cento.<br />

mentações d'uns e aos regosijos dos<br />

*<br />

outros, Nem sequér se mostra vexado<br />

pela trisle figura que eslá fa- Pelo que respeita ás Filippinas<br />

zendo,<br />

continuam a circular no país vizi»<br />

«Tudo o que me attribuem alguns<br />

periodicos,não passa de méra falsidade.<br />

«Não falei com pessoa alguma de<br />

apoios que devam prestar-se ao governo,<br />

não pensei em reunir os ex-ministros<br />

do meu partido—nem semelhante<br />

reunião agora se justificaria.<br />

«Depois que regressei d'Avila—bem<br />

o sabem—não tenho falado de politica.<br />

«Hoje, terça feira, tenho recebido<br />

innumeraveis visitas; motivo por que<br />

me foi impossível visitar, como tencionava,<br />

Becerra e Moret, que se encon-^<br />

tram doentes.<br />

nalejas, Pasquio e Nunez de Arce; essas<br />

visitas, porém, não foram de políticos.<br />

mas de amigos.<br />

«Também me visitou ogeneral Ochando,<br />

com quem falei deante de dez ou<br />

doze pessoas.<br />

«Ochando crê que os últimos reforços<br />

mandados a Cuba podem ser de enormissima<br />

efficacia para combater a insurreição<br />

e restabelecer a paz, pelo menos<br />

nas provindas de Havana e Pinar<br />

dei Rio.<br />

«Sobre a campanha das Filippinas<br />

nâo tenho más impressões.<br />

«Apenas me constou que rebentára<br />

no arcbipelago o movimento separatista,<br />

chamei dois frades, que exercem<br />

a sua missão em Avila e que estiveram<br />

muitos annos nas Filippinas, conhecendo<br />

bem, por esse motivo, as condições<br />

d'aquelle pais.<br />

«Desejei immenso conhecer a opinião<br />

d'elles sobre a gravidade da insurreição;<br />

e ambos concordam que os<br />

indígenas, abandonados a si proprios,<br />

nã'> constituem uma f rça que possa<br />

resistir muito.<br />

«Já alli se conspirava desde tempo.<br />

O general Bianco suppôs, provavelmente,<br />

que a conspiração não passava<br />

de platonismo.<br />

«Seja como fôr, as armas hespanholas<br />

poderão dominar promptamente as Filippinas.<br />

VH»<br />

«O que me preoccupa e o que mais<br />

deve preoccupar-nos è Cuba; tornandose<br />

necessário vibrar-lhe, quanto antes,<br />

um golpe decisivo».


nho boatos pessimistas. Diz-se que<br />

num telegramma recebido pelo governo,<br />

e que foi communicado á<br />

imprensa, se havia supprimido uma<br />

parte importante, na qual se dizia<br />

que um regimento indígena ?e unira<br />

aos insurrectos.<br />

Nos centros officiaes desmentiu<br />

se logo similhante noticia. Não obs<br />

tante os jornaes bespanhoes, e en<br />

tre elles o Imparcial, dão credito a<br />

taes boatos. Seja, porém, como fôr<br />

o que não offerece duvida é que os<br />

insurrectos devem estar fortificados<br />

nas povoações e montanhas da província<br />

de Gavite. Tão pouco se pôde<br />

duvidar de que a manifesta confusão<br />

das noticias e a conliadicção<br />

dos telegrammas crearam uma<br />

atmospbera de desconfiança em volta<br />

das informações do governo, que<br />

tende a condensar-se em fatalismos<br />

inverosímeis.<br />

Se não fossem os despachos re<br />

cebidos pelo provincial da ordem<br />

dos Recoletos e pelo Imparcial<br />

daudo conta da matança dos frades,<br />

ninguém saberia a estas horas cousa<br />

alguma. Por isso, muita gente mostra<br />

mais incerteza pelo que se occulla,<br />

do que pelo que se sabe.<br />

0 governo de Canovas dirigiu ao<br />

general Blanco um telegramma,<br />

perguntando-lhe os reforços que necessita<br />

para terminar a insurreição<br />

e, não obstante, muito tempo de-<br />

corrido, o governador geral do archipelago<br />

não respondeu.<br />

Todos, em Hespanha, perguntam<br />

a causa d'este silencio, que pôde<br />

ser de fataes consequências, pelo<br />

tempo que inutilmente se perde<br />

em esperar a resposta.<br />

Esteve em Coimbra e retirou para a<br />

capital o sr Vasconcellos Abreu, erudito<br />

lente do Curso Superior de Letras.<br />

Acha-se doente o sr. Arthur Braga,<br />

sobrinho do nosso amigo sr. Miguel<br />

Braga.<br />

Desejamos rapidas melhoras<br />

39 Folhetim da RESISTENCIA<br />

RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />

Litteratura e Arte<br />

SONETO<br />

Senhora, as maiores penas se casaram<br />

commigo aquelle dia e só de vw-vos,<br />

pois logo que vos viram, vossos servos,<br />

meus olhos por seguir-vos me deixaram.<br />

Agora são dois negros, nunca param,<br />

que sempre atráz de Vós só querem ver-vos,<br />

não ouvem minhas queixas, vossos servos<br />

de todo o rrieu cuidado se apartaram.<br />

O Senhora, que tendes taes feitiços,<br />

que, a quem só de vos ver, levais submissos<br />

atráz de Vós os olhos, feitos servos,<br />

Mandai que os meus me voltem inda um dia,<br />

para que, de novo indo á vossa guia,<br />

as maguas que deixarem, vão dizer-vos.<br />

H. de Bettencourt.<br />

Em quinta feira finda con«orciaram-<br />

*e, na Sé Cathedral, a ex. ma sr. a D<br />

Maria Zulmira de Lima Henriques, interessante<br />

filha do distincto professor<br />

da Faculdade de Philosophia sr. dr<br />

Julio Henriques, com o sr. dr. José<br />

Frederico de Mello Menezes e Castro<br />

Na mesma egreja e no mesmo dia<br />

celebrou-se também o casamento da<br />

ex. ma sr. a D. Maria Augusta de Menezes<br />

Pinto Mourão com o sr. dr. Venan<br />

cio D^slandes Corrêa Caldeira, que no<br />

anno findo concluiu a sua formatura<br />

em Direito.<br />

Mosteiro de Semide<br />

Estiveram nesta cidade o sr. Anonio<br />

José Nunes Júnior, professor<br />

da Eschola de bellas-artes de Lisboa<br />

e director do Museu nacional, e<br />

o sr. Manuel Nicolau da Costa, thesoureiro<br />

da mesma academia, de<br />

regresso de Semide, onde foram fa-<br />

zer a escolha dos artefactos dignos<br />

de figurar naquelle Museu, d'entre<br />

o espolio do convento ultimamente<br />

supprimido.<br />

Damos a nota dos objectos de<br />

que tomaram posse:<br />

1 papeleira antiga;<br />

6 contadores de pau preto;<br />

6 tapetes de fabrico nacional e<br />

oriental;<br />

1 colcha da índia bordada a matiz;<br />

4 colchas em linho e sêda;<br />

Diversas cortinas de chita antiga;<br />

Differentes peças de joalheria;<br />

1 báculo de cobre dourado antigo;<br />

9 pinturas a oleo sobre madeira;<br />

3 pinturas em cobre;<br />

2 pinturas em tela;<br />

Diversos charões;<br />

Moldes de metal para ornamentar<br />

dôces;<br />

Differentes peças de vidrn lapidado<br />

e dourado;<br />

Fragmentos de tecidos anligos.<br />

Diversas cadeiras de couro lavrado<br />

e lisas;<br />

Etc.<br />

Gouvêa, o nosso prezado amigo sr. dr.<br />

Bernirdo d'Albuquerque.<br />

O crime de Alhandra<br />

Noticia a Vanguarda:<br />

«0 nosso solicito correspondente de<br />

Alhandra envia-nos as seguintes noticias,<br />

com data de hontem:<br />

Partiram hontem para Torres Vedras,<br />

dirigindo-se ao administrador do mesmo<br />

concelho, o regedor d'esta freguezia,<br />

dr. Augusto Assise outros individuos,<br />

afim de requererem ás auctoridides de<br />

Torres Vedras auxilio, para se proceder<br />

á captura d'um homem que habitava<br />

numa pequena casita no logarejo<br />

Moguella, no qual recáem muitas suspeitas<br />

de ter sido elle o braço que<br />

rmou o hediondo crime de que foi<br />

victima o sr. Domingos d'Assis.<br />

Regressaram hoje ás 7 horas da<br />

manhã, trazendo em sua companhia o<br />

arguido ea amante, os quaes se acham<br />

incommunicaveis na prisão de Villa<br />

Franca, para averiguações.<br />

As info'm; ções que temos colhido são<br />

vagas e deficientes, que até ignoramos<br />

o nome do capturado, bem como o da<br />

amante. Mas ainda assim, lá vae, um<br />

bocadinho do que ouvimos, com relação<br />

à causa que motivou estas diligencias:<br />

0 capturado tinha um procedimento<br />

em extremo duvidoso, segundo o tes-<br />

temunho categórico dos seus vizinhos<br />

e pessoas com quem estava mais ou<br />

menos intimamente relacionado.<br />

Ultimamente vivia sem trabalhar,<br />

circumstancia esta, que ia corroborar<br />

as suspeitas das sua.s transacções illi<br />

citas; hi poucos dias roubou uma galinha<br />

a um dos vizinhos para uma<br />

pandega, que se realisou numa das<br />

noites da semana passada; assistiram<br />

a ella uma irmã da amante e uns outros<br />

parentes.<br />

Como os vizinhos suspeitassem qne<br />

tivesse sido elle que roubasse a ave,<br />

porque era prodigo nestas façanhas de<br />

gatuno, já mesma por se notar nessa<br />

noite uma animação anormal na casa<br />

0 sr. Miguel Dias Barata, conceituado<br />

industrial d'esta cidade, que ha do capturado, foram a occultas certifi-<br />

pouco regressou da Felgueira, adoeceu<br />

hontem gravemente.<br />

Desejamos ardentemente as suas rapidas<br />

melhoras.<br />

car-se se era a gallinha que serviria<br />

para o festim nocturno, e eis se não<br />

quando a amante e a irmã, saíram á<br />

rua por qualquer motivo.<br />

Saiu para a sua casa de Nabaes,<br />

Nessa occasião ouviram os homens<br />

que espionavam, uma d'ellas dizer<br />

— Oh fulana, como é que o teu<br />

marido tem tanto dinheiro, sem trabalhar<br />

ha uns poucos de móses ?<br />

Ao que a outra retorquiu, depois de<br />

me pedir siglio:<br />

-Lembras-te d'um sacco que eu te<br />

moatrei, que tinha uma bolla dentro,<br />

que meu marido tinha cuidado nelle?<br />

Depois da outra lhe ter respondido<br />

afiirmativamente, avançou ella:<br />

— Pois foi com esse sacco que o<br />

meu fulano ganhou oitocentos mil réis,<br />

matando o Fandango !1<br />

Isio foi ouvido pelos espiões que<br />

propalaram a conversa a pontos de<br />

chegor aos ouvidos d'um tio do sr. dr.<br />

Augusto Assis, que depois promoveu<br />

a prisão do supposto criminoso».<br />

As ultimas noticias dizem que o<br />

individuo a quem é attribuido o crime<br />

se chama Joaquim Gomes Pereira,<br />

exposto do Hospício d'esta<br />

cidade, de 33 annos, solteiro. A<br />

amante delle chama-se Gertrudes<br />

da Conceição e o irmão Francisco<br />

França.<br />

0 delator foi um tal lzidoro, e<br />

ha quem supponha que se trata de<br />

uma vingança pessoal.<br />

0 eminente estadista inglês Gladstone<br />

está publicando, aos oitenta<br />

e sete annos d'edade, um novo li-<br />

vro intitulado: Estudos subsidiários<br />

ás obras do bispo Butler.<br />

Está n'esta cidade em escursâo artística<br />

o sr. Ramalho Ortigão.<br />

Têm ultimamente regressado muitas<br />

famílias das praias.<br />

Hoje, nova emigração, para o Bussaco<br />

á festa de N. S. da Victoria, e para a<br />

Figueira, a uma novilhada d'amadores.<br />

0 sr. Eugénio de Castro, o mestre dos<br />

novos, lem quasi terminada uma tragedia<br />

que se destina ao theatro de VOeuvre,<br />

de Paris. -<br />

Revue des lournaux<br />

et des Livres<br />

12.° anno<br />

Recommendando aos nossos leitores esta<br />

exeellente revista hebdomadaria, prestamos-<br />

Ihe com certeza uma indicação importantíssima,<br />

porque esta publicação é a mais curiosa e<br />

amais interessante da nossa epocha. Reproduz,<br />

em cada domingo o que de mais notável aparece<br />

duarrite a semana em jornaes e livros:—<br />

Artigos de sensação, Noticias, Contos, Chronicas,<br />

Actualidades, Curiosidades scientificas, Conhecimentos<br />

úteis, Romances, etc., etc., bem como<br />

numerosas gravuras da actualidade: retratos.<br />

aconlecimentos do,dia etc.<br />

Em folhetos publica a Revista dois romances<br />

de um alto interesse emocionante,<br />

como todos os que tem publicado a Revista<br />

e que têm sido acolhidos paio publico com o<br />

maior favor.<br />

A collecção dos 10 primeiros annos da<br />

Revue des Journax contém mais de<br />

4:000 novellas litterarias e contos diversos,<br />

assignados pelos mais illustres e escriptores,<br />

romances completos de Alphonse Daudet, Henri<br />

Rochefort. Octave Feuillet, Ludovic Halévy,<br />

Hector Mallot, fíuy de Maupasant, Paul Bourget<br />

Emile Zola, etc., etc. A collecção composta<br />

de 10 magníficos volumes de 825 pag., contendo<br />

matéria de mais de 100 volumes, solidamente<br />

encadernados, vende-se a 14 francos<br />

volume.<br />

Rrindes : — Um retrato a oleo do assignante,<br />

e um outro em carta-album. Dm livro<br />

de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />

de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 6 me-<br />

zes e 3 mezes respectivamente.<br />

Assignatura i — Seis mezes, 8 fr., um<br />

anno, 14 fr. Assigna-se: — 1.° em todas as estações<br />

de correio das colonias francezas, da<br />

Bélgica, Dinamarca, Italia, Suissa, Raízes Baixos,<br />

Suécia, Noruega e Portugal; 2.° nas livrarias<br />

que têm correspondente em Paris; 3.° por<br />

meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />

Os dez primeiros annOs cantam<br />

1OO fr., accrescendo O porte.<br />

Dirigir cartas e ordens a M. G. Noblet,<br />

administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />

Manuel T. Pessoa,<br />

estudante do 5 ° anno de Direito, continúa<br />

a leccionar Historia, Geographia<br />

e Philosophia.<br />

Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />

ições de hygiene publica<br />

PELO<br />

DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />

PREÇO, 1,5000 RÉIS<br />

Á venda na Imprensa da Universidade.<br />

tuna, tomando mais de cinco milhões — Vamos vêr, exclamou o velho. vestido o trajo de João Gérin, foi re- ceio; pôde ficar com a duquêsa à von-<br />

e títulos ao portador, e collocando-os Luciano leu :<br />

conhecido como sendo um barqueiro. tade. Tu, porém, velho, tu, que pos-<br />

á disposição de ambos vocês, em casa<br />

«Tribunal do Sena.— Presidencia do «Todos os habitantes de Paris tresues milhões, has de dar-me dinheiro,<br />

de banqueiros e notários de differen-<br />

sr. Cornudet. Representa o ministério mem de mêdo, na expectativa de po- muito dinheiro, e só quando m'o deres<br />

JOÃO DAS GALÉS tes cidades. Se me succeder qualquer<br />

publico o sr. Gémard des Glaireux Julderem encontrar-se com João das Ga- deixarei a todos em paz, Toma nota<br />

fatalidade, deixo já tudo prompto. A<br />

gamento de João Gérin e dos seus cúmlés A justiça diligenceia por todos os d'isto!<br />

minha morte não lhes acarretará ne-<br />

•<br />

plices, pelos crimes de assassínio, rou- meios descobrir o paradeiro do temi-<br />

XXVI<br />

nhum prejuízo pecuniário, e o mais<br />

0 creado appareceu a uma das portas,<br />

bos com arrombamento, roubos simvel criminoso, mas ainda não poude<br />

hnbil bandido não poderá tocar num<br />

juciano acercou-se d'elle e disse-lhe a<br />

ples, e receptação.»<br />

saber qual elle seja».<br />

Nos campos de Roma ceitil do que lhes pertence. Em com-<br />

meia voz:<br />

pensação, meus filhos, aturem-me até Luciano percorreu num rápido olhar<br />

Uma voz respondeu:<br />

—Os meus rewolvers.<br />

«Procura um rapaz bello, alegre e morte; couto com o carinho dos seus a columna inteira do jornal, para vêr<br />

— Não poude, porque João das Galés Gérin ouviu-o e exclamou:<br />

está aquil<br />

simples como tua filha; procura, até o corações; conto com o affecto de am- se descobria qual fôra a pena imposta.<br />

— Escusa de pedir armas. Eu reti-<br />

Helena soltou um grito dilacerante e<br />

encontrares, um homem digno, que lhe<br />

De repente, soltou um grito.<br />

ro-me. Mas pensem sobre o caso, e<br />

30S.<br />

lançou-se nos braços de Luciano! 0<br />

agrade e que te dê garantias de a fa- — Sim, meu bom tio, confirmou He-<br />

Helena levantou-se a tremer.<br />

creiam que hei de voltar a vé-los. Pre-<br />

velho ergueu-se da sua cadeira, João<br />

zer feliz. Depois, casa-os. Temos forlena ; os nossos corações pertencem-<br />

-—Oiçam, disse Luciano; oiçam o<br />

ciso de dinheiro. Dêem-m'o, e não<br />

das Galés estava diante d'elles.<br />

tuna de sobejo para lhe deixar » Elle Ihe, e reservamos-lhe ainda muitos que se diz aqui, em seguida ao com-<br />

tornarei a importuná los nunca mais.<br />

—Ao que acabam de lêr, disse o<br />

Dão quiz seguir o meu conselho, e pro- dias felizes, para o compensarem das pte rendu da audiência:<br />

Dito isto, o terrível bandido pôs-se<br />

bandido, accrescentem mais isto: João em fuga rapidamente, desapparecendo<br />

cedeu de modo multo diverso. Já lá horas amargas que passou por nossa «Evasão de Jão Gérin. Acabamos de Gérin evadiu-se, e como não costume num momento. Luciano nem sequér<br />

está na terra da verdade, pobre ir- causa.<br />

saber que o condemnado, cujas decla- perder tempo, e a senhora teve o pensou em seguí-lo. Gérin achava-se<br />

mão 1 Perdôo-lhe. Mas a que triste sor — Obrigado. Quando é que aquelle rações ria audiência tornaram necessá- cuidado de enviar á justiça cartas já muito longe quando elle agarrou<br />

te elle te condemnou, minha filha! homem maldito expiará os seus cririos, bem como para Lebigot, comple- datadas de Roma, veio aqui tão depresso nos rewolvers.<br />

Muito feliz foste tu ainda, vendo appames? Só depois de ter recebido a nomentos d'instrucção do processo, ape- como os joraaes, gastando quasi a Todos três tinham ficado aterrados.<br />

recer no teu caminho de lagrimas e ticia de que elle morreu, ficarei socepas recolhido â sua cellula quebron os mesmo tempo que a notícia levou a Helena foi a primeira a fallar, es-<br />

amarguras a Providencia personificagado. Já chegaram os jornaes de Fran varões de ferro da janella, matou um compor e a imprimir. Não sabia ao treitando Luciano nos braços e exclada<br />

num rapaz tão leal e tão digno como !?a ?<br />

soldado, e conseguiu evadir-se, tre- certo onde estavam, mas calculei, clamando:<br />

é Luciano. Permittiu Deus que eu po- — 0 creado deve lê-los trazido de pando aos telhados do edificio e ajuizadamente, que deveriam mandar — 0 que será de mim, meu amigo I<br />

désse vêr no fim dos meus velhos dias, }oma. respondeu Luciano. Eu vou vêr lançando-se d'ali ao Sena. As senti- buscar os jornaes de França á posta — É preciso não perder tempo, res-<br />

reunidos, dois sêres que se compre- — Os jornaes que hontem recebenellas fizeram fogo sobre elle, mas não restante. Os meus cálculos não falhapondeu o rapaz, é ir immediatamente<br />

hendem e estimam. Não posso quei mos, disse o velho Durand, annuncia poderam attingi-lo. Foram envidados ram. Segui o seu creado, e aqui estou. a Roma, para nos collocar-mos sob a<br />

xar-me. Sinto-me renascer, meus fi- vam qne o malvado ia ser submettido os maiores esforços para o encontrar, Tinha pressa de abraçar a duquêsa de protecção da policia. 0 nosso creado<br />

lhos, e acompanhá-los*hei até á Ame- julgamento no dia seguinte. Os de e depois de quasi duas boras de in- Villedieu. Porque foges de mim, querida que parta já para ali, e que reclama<br />

rica; quero morrer tranquillamente nos hoje devem trazer a boa nova da sua vestigações e pesquizas, retirou-se do espôsa? Queres escapar-me?<br />

uma escolta, dando os signaes do ban-<br />

seus braços. Mas sabem que estou ve» condemnação.<br />

Seua o cadaver d'um homem, que a — Para traz, e cautella! gritou Ludido e relatando o que acaba de pas-<br />

lho: na minha edade, ninguém pôde — Helena teve um estremecimento, principio se suppoz ser João Gérin. ciano. Se se atreve a dar um passo... sar-se. Nós partiremos logo em seguida,<br />

contar muito com as suas forças e com seu pesar.<br />

Desgraçadamente, ha motivos para crêr — BravoI 0 amante que se revolta sem mais delongas,<br />

o dia d'àmanhã. Creio que procedi —- Aqui estão os jornaes, disse Lu- na existrneia d'um noVo crime, por- e que ameaça o marido! É um caso<br />

Pluiíadamente liquidando a minha for- ciano, voltando.<br />

que, embora aquelle homem tivesse<br />

(Continua),<br />

novo e divertidíssimo! Não tenha re*


MacMna de costura<br />

l6fTende-se uma para alw<br />

faiate ou costureira Memoria,<br />

Está em muito bom uso e<br />

vende-se em conta.<br />

Pôde ser vista no Terreiro<br />

do Marmeleiro, n.° 12, Coimbra.<br />

Estudantes<br />

H||| uma casa particular na<br />

U Alta se recebem dois estudantes<br />

até 14 annos de cama<br />

e mêsa.<br />

Para iuformações rua do Visconde<br />

da Luz, 109 a 113.<br />

CÂVALLOS<br />

14 Muares, etc.; esquinencias,<br />

111 sobrecannas, ovas, esparavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc . curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos.<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depositos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Deposito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

PIANO<br />

13fTende-se um na rua de<br />

I Joaquim Antonio d'Aguiar<br />

Casa em bom local<br />

12 TTende-se uma, de 4 andaf<br />

res e magnificas lojas,<br />

na Couraça dos Apostolos, n.°35.<br />

Quem pretender fale com<br />

Adriano da Silva e Sousa, na<br />

mesma casa.<br />

Liquidação<br />

11 Ha loja de Alves Borges,<br />

li successor, rua do Visconde<br />

da Luz, n. os 64 a 66, se<br />

vendem por preços modicos,<br />

pregos de ferro suecio e escocio<br />

de embutir, para ferragens, e<br />

outros objectos a liquidar, e<br />

algumas qualidades de ferro<br />

suecio e escocio.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentaria<br />

Oaldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA<br />

De 15 d'agosto a 15 d'outubro,<br />

consultas todos QS dias das<br />

9 da manhã ás 4 da tarde, na<br />

Figueira da Foz.<br />

Rua Fresca, 43, (em frente ao<br />

estabelecimento do ex. mo sr. dr.<br />

Neves),<br />

Em agosto e outubro, aos<br />

domingos consultas ás mesmas<br />

horas em Coimbra.<br />

CLÔJ3.A.<br />

lOárrenda-se uma, com boas<br />

OL commodidades e quintal,<br />

no Bairro de Santa Cruz, Rua<br />

Lourenço A Azevedo.<br />

Para tratar na Praça 8 de<br />

Maio, D.° 14.<br />

9 A rrenda-se a casa n.° 1<br />

*» na rua dag Colchas com<br />

frente para o Paço do Bispo,<br />

com boas commodidades. A tratar<br />

com Joaquim Augusto Preces<br />

Diniz, e na sua ausência com o<br />

i!l. m ° sr. Antonio Gonçalves Barreira,<br />

na rua do Visconde da<br />

Luz, na casa do fallecido ill. mo<br />

sr. Borges.<br />

0 mesmo arrenda a loja com<br />

os D. 0 ' 68, 70 e 72, na rua do<br />

Visconde da Luz.<br />

Estabelecimento Thermal<br />

Dos mais perfeitos do paiz<br />

Excellentes aguas mineraes<br />

para doença de pelle,<br />

estomago, garganta, etc.<br />

RESISTENCIA - Domingo, 20 de setembro de 1896<br />

CALDAS DA FELGUEIRA<br />

CANNAS DE SENHORIM<br />

( B E I R A A L T A )<br />

Abertura do estabelecimento thermal em 1 de maio<br />

e fecha em 30 de novembro<br />

Abertura do Grande Hotel em 15 de maio<br />

Grande Hotel Club<br />

Com estação de correio e telegrapho,<br />

mediío, pharmacia<br />

e casa de barbear.<br />

Magnificas accommodações<br />

desde 1)521)0 réis<br />

comprehendendo serviço, club<br />

etc Bnnus para os médicos<br />

O estabelecimento thermal foi completamente reformado, e comprehende 60 banheiras de l. a a 5. a classe; duas salas<br />

para douches, uma para senhoras e outra para homens, e a mais completa sala de inhalação, pulverisnçao e aspiraçao. com gabinetes<br />

annexos e independentes para toilette. E sem duvida o melhor do reino, mais barato e grátis para os médicos.—Tiagem<br />

— Faz-se toda em caminho de ferro até Cannas (Beira Alta) e d'ahi, 5 kilometros de estrada de macadam, em bons carros. A<br />

estação de Cannas na linha ferrea da Beira Alta está directamente ligada com todas as linhas ferreas hespanholas que entram em<br />

Portugal por Badajoz, Caceres, Villar Formoso, Barca .1'Alva © Tuy.—Para esclarecimentos: Em Lisboa: rua do Alecrim, n. 125,<br />

referente ao estabelecimento balnear; e rua de S. Julião, 80, 1.°, referente ao Grande Hotel. — Correspondência para as Caldas<br />

da Felgueira ao gerente da Companhia do Grande Hotel. —As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacias e drogarias e no<br />

deposito geral, Pharmacia Andrade, rua do Alecrim, 125.<br />

0 hotel foi este anno adjudicado á acreditada firma Silva & Ferreira, do Restaurant Club de Lisboa, ficando em vigor os<br />

antigos preços. Ha também boas casas mobiladas para alugar.<br />

V E N D A<br />

7 TTende-se em COZKLHAS<br />

» uma linda vivenda, que<br />

se compõe de casas de habitação,<br />

recentemente construídas,<br />

que accommodam familia numerosa;<br />

casas para caseiro e arrecadações,<br />

grande quintal de<br />

excellente terreno com muita<br />

agua, arvores de fructo, videiras,<br />

etc. É em sitio muito pittoresco<br />

e aprazível, tendo estrada<br />

de macadam até ao local.<br />

O comprador pôde, querendo,<br />

ficar com a importancia ajustada,<br />

no todo ou parte, em seu<br />

poder, a que se faz um juro<br />

modico.<br />

Para esclarecimentos, João<br />

Marques Mósca, solicitador, rua<br />

do Almoxarife, e Alvaro Esteves<br />

Castanheira, largo da Port?.gem,<br />

Coimbra.<br />

Assignatura<br />

100 RS.<br />

cada n.°<br />

0<br />

H CO<br />

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