Pré-dimensionamento - Universidade Fernando Pessoa
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Análise de Estruturas<br />
Há situações para as quais é impossível prever com rigor quais as condições de apoio das<br />
extremidades, no entanto, os momentos são em geral bastante sensíveis à escolha feita pelo<br />
analista. Com isto queremos dizer que o projectista pode, em função da dimensão relativa<br />
entre peças e a armadura de continuidade entre estas, dispor de alguma liberdade para<br />
estabelecer o modo de funcionamento entre elementos estruturais.<br />
Por exemplo, uma viga pode ser considerada encastrada numa parede resistente de betão<br />
armado desde que o comprimento da parede seja relativamente grande, enquanto que de outro<br />
modo deve ser considerada em continuidade.<br />
Como se disse estas considerações são válidas para construções monolíticas de betão armado<br />
em que a armadura é prolongada de forma a fornecer essa continuidade, já que, por hipótese,<br />
se de uma parede alvenaria se tratasse a condição de apoio da viga estaria muito mais próxima<br />
de uma articulação.<br />
Para pilares suportados por sapatas pequenas, que assentam em solo compressível, uma<br />
articulação é geralmente admitida na base. Por outro lado, se as sapatas tem dimensões<br />
razoáveis, assentam em rocha ou se estão ligadas a uma fundação contínua a extremidade do<br />
pilar pode ser considerada encastrada.<br />
No caso de vigas secundárias que se apoiam por sua vez em vigas principais (veja-se figura<br />
abaixo) as condições de apoio extremo das vigas secundárias dependem da rigidez torsional<br />
das vigas principais. Esta rigidez no caso de vigas de betão armado em geral diminui bastante<br />
com a fendilhação de flexão sendo difícil de obter com rigor.<br />
Para dimensionar com segurança a viga secundária B, deveria ser considerado o diagrama<br />
envolvente considerando por um lado a rigidez torsional da viga A (GJ/L, G=E/2.2 e J o<br />
factor de rigidez à torção) e por outro lado considerando esta rigidez torsional desprezável<br />
(articulação na extremidade). Deste modo salvaguarda-se, por um lado, o surgimento quase<br />
exclusivo de momentos positivos por fissuração da viga A e, por outro, a possibilidade deste<br />
elemento conseguir resistir à torção provocando momentos negativos nos extremos da viga B.<br />
Repare-se que este problema do grau de continuidade a estabelecer na extremidade aparece<br />
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