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CAPÍTULO 2 - O OBJETIVO DA REUNIÃO ECLESIAL<br />

O Novo Testamento demonstra claramente que o propósito principal da reunião eclesial da igreja primitiva<br />

era a mútua edificação, práticas como o "partir do pão", ou a "Ceia do Senhor", apontam igualmente para esse<br />

objetivo central. Isto fica sobradamente estabelecido por passagens como Atos 20:7 e 1 Coríntios 11:20, 33:<br />

No primeiro dia da semana, reunidos os discípulos para partir o pão, Paulo lhes ensinava...<br />

Quando vocês se reúnem para comer, não é a Ceia do Senhor que comem... Assim, queridos irmãos,<br />

quando se REUNIREM PARA COMER, esperem uns pelos outros .<br />

O marco central da reunião eclesial neotestamentária não era outra outra coisa senão a Ceia do Senhor.<br />

Atos 20 descreve os discípulos se reunindo para partir o pão no dia do Senhor. Em sua carta à igreja de Corinto,<br />

Paulo censura aos irmãos por desviarem-se do objetivo normal da assembléia, repreendendo-lhes não por reunir-se<br />

para comer a Ceia do Senhor (que era o que deviam ter feito), mas por reunir-se para comer sua própria ceia! Com<br />

respeito a isto, lemos em Atos 2:42 que os cristãos primitivos perseveravam com "o repartir do pão", entre outras<br />

coisas essenciais.<br />

O Repartir do Pão Incorpora a Jesus Cristo em Sua Obra Salvadora<br />

O repartir do pão incorpora as principais características da vida cristã. Em primeiro lugar, assinala-nos a<br />

humanidade de Jesus. Da mesma forma que o Filho de glória tomou sobre Si a forma de servo na humildade de carne<br />

humana, assim também o pão, na qualidade do mais básico e humilde de todos os alimentos, assinala a humildade de<br />

nosso Messias. Ao tomar sobre Si nossa humanidade, Jesus, o Filho do Homem, fez-se acessível a todos, da mesma<br />

forma que o pão é exeqüível a todos nós, tanto ricos como pobres.<br />

O repartir do pão também nos recorda a cruz em que o Corpo de nosso Senhor foi quebrantado, e a<br />

previdência que foi adquirida para nós. Os próprios elementos presentes na Mesa do Senhor representam a morte; o<br />

pão vem do trigo moido e o vinho vem da uva prensada. O repartir do pão representa não apenas a morte de Jesus,<br />

como também a sua ressurreição.<br />

Pelo fato do grão de trigo ter caido na terra, agora vive para produzir muitos grãos como ele mesmo (João<br />

12:24). Por esta razão nosso Senhor declarou que se comemos sua carne e bebemos seu sangue, obteremos vida<br />

(João 6:53). Com respeito a isto, a revelação de Jesus Cristo Ressuscitado é inseparável do pão. Quando o Senhor<br />

Ressuscitado comeu com seus discípulos, repartiu o pão com eles (João 21:13). Ademais, o Jesus Ressuscitado não<br />

se revelou plenamente aos dois homens no caminho de Emaús, mas apenas depois de ter partido e distribuído o pão<br />

(Lucas 24:30-32).<br />

O depoimento da unidade do Corpo do Ungido, a igreja, está também incorporado no repartir do pão.<br />

Recorde-se que era um só filão de pão o que os primeiros discípulos partiam semanalmente em cada localidade.<br />

Segundo as palavras de Paulo, "Sendo um só o pão, nós, mesmo sendo muitos, somos um corpo; pois todos<br />

participamos daquele mesmo pão" (1 Coríntios 10:17). Seguramente o Senhor se entristece quando multidões de seus<br />

filhos que vivem na mesma comunidade, partem o pão como se fossem individualmente um Corpo separado. Em<br />

suma, partir o pão enquanto se tem um espírito sectário, é uma coisa séria aos olhos de Deus. Esse era o erro da<br />

igreja de Corinto, e Paulo os admoestou austera e severamente por isso (1 Coríntios 11:27-29).<br />

Ceia do Senhor — Alimento do Pacto<br />

É importante assinalar que originalmente se tomava a Ceia do Senhor no contexto de uma ceia maior.<br />

Quando o próprio Mestre instituiu a Ceia, a mesma foi tomada como parte da festa da Páscoa —que funcionou ao<br />

longo do Antigo Testamento como uma prefiguração da Ceia do Senhor. Ademais, todo capítulo 11 de 1 Coríntios<br />

deixa claro que os crentes se reuniam para comer a Ceia como refeição —porque pareceria muito forçado embriagarse<br />

com um dedalzinho de vinho ou satisfazer a fome com um pedacinho de bolacha (vv. 21, 22; 33, 34). O termo<br />

neotestamentário usado aqui para "ceia", significa literalmente uma refeição (principal) ou um banquete, e o termo<br />

neotestamentário usado para "mesa", indica uma mesa onde era servida uma refeição completa e abundante (Lucas<br />

22:14; 1 Coríntios 10:21).<br />

Portanto, na igreja primitiva, a Ceia do Senhor compreendia uma refeição de confraternização. (Hoje, os<br />

eruditos neotestamentários de todas as vertentes denominacionais concordam com isto.) A mesa de comunhão dos<br />

santos —uma festa familiar— era uma refeição pactual. Por esta razão, a igreja primitiva se referia à Ceia como<br />

Ágape, ou festa de amor (2 Pedro 2:13; Judas 12). Lamentavelmente, muitos séculos de tradição eclesiástica fizeram<br />

com que a presente versão truncada da Ceia seja algo muito diferente do que era no Novo Testamento. Como<br />

resultado, o significado comunal do repartir do pão se perdeu quase que completamente. Robert Banks observa o<br />

seguinte com respeito ao marco dialogal da Ceia:<br />

A forma mais visível e profunda na qual a comunidade expressa físicamente sua confraternização é a<br />

refeição comum e constante. O termo ‘deipnon’ /dipnon/ (1 Coríntios 11:20), que significa ‘refeição’ (principal),<br />

quer dizer que a mesma não era uma ceia parcial, um ‘bocado’ (como veio a ser desde então), ou parte de uma ceia<br />

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