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reconsiderandooodre

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elevá-los acima dos crentes médios e fomentar uma distinção artificial leigo/clero. Finalmente, os vendedores<br />

tendem a ser excepcionalmente amáveis para com aqueles a quem eles esperam vender algo. Contratar um clérigo<br />

profissional coloca-o numa relação seimilar a de vendedor/cliente, e indubitavelmente isso afeta, até certo ponto,<br />

seu trato com os contribuintes mais significativos (Toward a House Church Theology /Por uma teologia de igrejas<br />

caseiras/).<br />

Os líderes da igreja neotestamentária não estavam nem acima nem aparte do rebanho. Pelo contrário,<br />

funcionavam como quem está entre eles (1 Pedro 5:1-3). (Note-se que a palavra grega proivisitmi /próϊstamevnous –<br />

proistamenus/ traduzida como "que estão sobre vocês" ["vos presidem", na versão inglesa Rainha-Valera] em 1<br />

Tessalonicenses 5:12, tem mais o conceito de alguém que vai à frente ou está adiante de outrosdo que de alguém que<br />

governa sobre eles. * Cabe dizer o mesmo a respeito dos textos em Hebreus 13:7, 17 e 24.) George Mallone observa<br />

com perspicácia:<br />

Contrário ao que nos agradaria crer, os anciãos, pastores e diáconos não estão numa cadeia de comando,<br />

ou de pirâmide hierárquica, que os coloca sob O Ungido e sobre a igreja. Os líderes de uma igreja bíblica são<br />

simplesmente membros do Corpo do Ungido, não uma oligarquia seleta. São membros os quais Deus escolheu para<br />

dotá-los de certos carismas (Furnace of Renewal /Forno da renovação).<br />

De conformidade com o mandamento de nosso Senhor, os líderes neotestamentários não permitiam serem<br />

chamados com títulos honoríficos tais como "Pastor Pérez", "Ancião Tomás", "Bispo Santiago", "Ministro João" ou<br />

"Reverendo Samuel" (Mateus 23:7-12). Naturalmente, semelhantes títulos elevam os líderes eclesiásticos a um plano<br />

que está em cima dos demais irmãos da assembléia. Portanto, as congregações e o clero são igualmente responsáveis<br />

por criar o corrente ‘guruísmo cristão’, generalizado hoje no Corpo do Ungido, no qual alguns líderes religiosos são<br />

considerados celebridades espirituais e elevados à condição de membros de um clube de fanáticos.<br />

Ao invés disso, os líderes neotestamentários eram considerados como irmãos comuns e naturais. Como tais,<br />

eram geralmente tão comunicativos e acessíveis aos santos como qualquer outro crente na igreja. Por esta razão, 1<br />

Tessalonicenses 5:12, 13 exorta os santos a conhecerem intimamente seus líderes (um mandato quase impossível de<br />

cumprir na maioria das igrejas contemporâneas, onde o pastor é treinado para manter distância do povo, para que não<br />

"dilua sua autoridade"). Neste aspecto, a imagem comum dos líderes eclesiásticos como sagrados "homens do clero"<br />

é totalmente estranha ao conceito bíblico.<br />

O Moderno Sistema Clerical<br />

É uma tragédia inconfundível que a percepção dominante da liderança entre os cristãos de hoje em dia,<br />

tenha sido solapada por um marco institucional. No que toca à liderança eclesiástica, o critério do crente médio foi<br />

plasmado mediante as prevalecentes noções de clericalismo. No entanto, a moderna dicotomia clero/leigo é um<br />

conceito pós-bíblico absolutamente desprovido de toda sanção bíblica. Esta dicotomia é não apenas biblicamente<br />

inválida, como também funciona como uma terrível ameaça ao chamamento de Deus para que a igreja fosse —um<br />

Corpo em funcionamento. Em suma, a noção de um ‘clero ordenado’ não apenas reflete valores hierárquicos, como<br />

também carece absolutamente de todo mérito bíblico. Como Robert C. Girard diz:<br />

Há um sistema de duas castas, não bíblico, firmemente estabelecido em nossa vida eclesial. Neste sistema<br />

de duas castas há uma casta de clérigos que é formada, chamada e paga para que desempenhe o ministério, e se<br />

espera que o faça. E há uma casta de leigos que normalmente funciona como um auditório que apreciativamente<br />

paga pela atuação do clero —ou critica amargamente as falhas e defeitos que ocorrem nesse desempenho (e sempre<br />

há falhas e defeitos). Ninguém espera muito da casta inferior ou leiga (exceto a assistência, os dízimos e os<br />

testemunhos). E todos esperam demasiado da casta superior ou clerical ( inclusive os próprios clérigos!) O maior<br />

problema em todo este assunto, é o fato de que o enfoque bíblico do ministério contradiz totalmente este sistema<br />

(Brethren, Hang Together /Irmãos, permaneçam unidos/).<br />

Escrevendo no mesmo tom, Howard Snyder observa:<br />

Portanto, a doutrina neotestamentária do ministério não repousa sobre a distinção clero/leigo, mas sobre<br />

os pilares gêmeos e complementares do sacerdócio de todos os crentes e sobre os dons do Espírito. Hoje em dia,<br />

quatro séculos depois da Reforma, ainda está por conseguir-se a plena aplicação desta afirmação protestante. A<br />

dicotomia clero/leigo é uma herança direta do catolicismo romano da pré-reforma e um retrocesso ao sacerdócio<br />

veterotestamentário. É um dos principais obstáculos hoje para que a igreja seja a agente de Deus para o Reino,<br />

porque cria um falso conceito de que tão somente ‘homens santos’, isto é, ministros ordenados, são os realmente<br />

idôneos e responsáveis para a liderança e para o ministério significativo. No Novo Testamento há distinções<br />

funcionais entre diversas classes de ministérios, mas não existe nenhuma divisão hierárquica entre clero e leigo<br />

(The Community of the King /A comunidade do Rei/, usado com licença do autor).<br />

Portanto, os anciãos neotestamentários não eram líderes clericais, mas irmãos espiritualmente maduros,<br />

dados pelo Espírito Santo principalmente para salvaguardar o desenvolvimento espiritual de toda a congregação. Na<br />

realidade, eles capacitavam aos santos para efetuar o labor do ministério (Efésios 4:11-16), e lhes ensinavam como<br />

deviam funcionar nas reuniões eclesiais e fora delas. Tinham cuidado com respeito aos lobos espirituais (Atos 20:28-<br />

31; Tito 1:7-14; Hebreus 13:17); restringiam os excessivamente ativos; alentavam os passivos; admoestavam os<br />

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