Ofereço este livro como parte da ininterrupta obra do Mestre Arquiteto, o Senhor Jesus Cristo, que ainda nesta hora continua edificando sua igreja com as pedras vivas que são os isentados. Frank A.Viola Brandon, Florida Janeiro de 1997. 6
INTRODUÇÃO: NECESSIDADE DE UM NOVO ODRE Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha; pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo. Nem se põe vinho novo em vasilha de couro velha; se o fizer, a vazilha rebentará, o vinho se derramará e a vasilha se estragará. Ao contrário, põe-se vinho novo em vazilha de couro nova; e ambos se conservam. (Mateus 9:16, 17) Em nossos dias o tema da ‘renovação da igreja’ brota prodigamente dos lábios de incontáveis cristãos. Não podemos ir muito longe no mundo cristão de hoje, sem ouvir uma exortação sobre a necessidade de uma maior unidade no Corpo do Ungido, a importância do sacerdócio de todos os crentes, a urgente necessidade de destruir todas as barreiras feitas pelo homem, a crescente demanda de um poder espiritual mais pleno, e o radical chamado ao evangelismo mundial. Embora nenhum destes temas seja novo nem original, atualmente os mesmos estão chamando a atenção de muitos cristãos modernos. Estas modernas correntes de renovação espiritual não estão fluindo exclusivamente de nenhuma linha específica do Corpo do Ungido em particular. Mais que isso, estão sendo proclamadas através das linhas denominacionales e tradicionais. Na realidade, estes realces bíblicos de renovação eclesial refletem o genuíno movimento do Espírito de Deus entre seu povo. São canais do vinho, do vinho novo, que em nossos dias representa a vida e o ministério do Espírito Santo no mundo. Mas o depoimento do Espírito Santo também está indicando algo mais —algo que toca uma nota mais profunda. Mediante uma voz mais aprazível, ainda que não menos fervente, Deus está convidando a sua amada noiva a que examine, com frescor, o próprio contexto em que ela assume que tenha de ocorrer a renovação espiritual. Assim, emergindo no horizonte religioso se pode detectar uma corrente mormente oculta, mas crescente, de cristãos comuns e correntes, a qual Deus está usando para requerer a Sua igreja (a igreja do NT) a que retorne à simplicidade e à vitalidade das práticas neotestamentárias. Portanto, o presente ônus do Espírito Santo está centrado desprender o povo de suas incrustadas tradições humanas concernentes ao governo, a prática e a organização da igreja, e fazer voltar a igreja ao completo senhorio do Senhor Jesus Cristo. Para dizê-lo de outro modo, o Espírito de Deus não só está falando do vinho; também está falando a respeito do odre. Sem dúvida alguma, a corrente atual que põe ênfase na renovação espiritual e no poder apostólico, é deveras genuína e conserva um discernimento bíblico. Contudo, este outro rio de vida, cujo tom distintivo é a recuperação da prática e vida apostólicas, está abrindo canais mais profundos para o propósito eterno de Deus. Ainda que esta última corrente seja menos abrangente e importuna do que a anterior, não obstante reflete os mais profundos anseios do bendito Salvador por seu Noiva. Não pode haver uma plena recuperação do poder apostólico, se primeiro não houver um resgate da prática e vida apostólicas. A história da igreja está cheia de exemplos que demonstram como praticamente toda renovação passada foi plena de obstáculos, pelo vinho novo ser rotineiramente reenvasado em odres velhos. Ao dizer odres velhos, refirome a essas estruturas eclesiásticas tradicionais que foram copiadas seguindo o velho sistema religioso judeu —um sistema que separava o povo de Deus em duas classes diferentes, requeria a presença de mediadores humanos, erigia edifícios sagrados e punha ênfase nas formas externas. As facetas do odre velho são muitas: a distinção clero/leigo, a reunião eclesial de estilo espectador/ator, o sistema de pastor único, o culto de adoração programado, o sacerdócio passivo, o complexo de edifícios, etc. Todas estas facetas representam formas veterotestamentárias em vestimentas neotestamentárias. Em conseqüência, o presente clamor do Espírito Santo por uma genuína renovação, não virá ser nunca uma realidade para aqueles que ignoram sua concomitante voz com respeito à demanda de um novo odre —algo que represente o odre novo que foi criado e formado por aqueles a quem o Senhor Jesus lhes confiou o vinho novo de seu Espírito. Ainda que não poucos supuseram que Deus deixou o odre da prática eclesial mormente aos desejos pragmáticos de homens bem intencionados, o Senhor não nos deixou a nós mesmos o que diz respeito à prática de sua igreja. Muito com freqüência esquecemos que a igreja pertence a Jesus Cristo e não a nós! Igual que no tipo veterotestamentário, nem um prego do tabernáculo foi deixado à imaginação do homem. Antes, a casa teve de ser edificada "conforme o modelo" dado de cima. Não digo isto para sugerir que o Novo Testamento nos proporciona um rigoroso, minucioso e meticuloso plano para a prática da igreja. De fato, é um crasso erro tratar de obter das epístolas apostólicas um inflexível código de regras escrito para a ordem eclesial, que seja tão inalterável como a lei dos medos e persas (um código escrito semelhante pertence ao outro lado da cruz). Por outra parte, o Novo Testamento obviamente proporciona vários princípios e práticas claramente definidos, que têm de reger a casa espiritual de Deus. E são estes princípios e práticas que compreendem o ‘modelo divino’ para a ekklesia (igreja). Nisto reside o objetivo do presente livro: é uma tentativa de proporcionar uma descrição do odre que Deus ordenou que contenha seu vinho novo. Cada capítulo pinta um aspecto da assembléia local como vem representada 7
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