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a invenção do conceito de barroco literário e sua ... - pucrs

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espírito e a mentalida<strong>de</strong> portuguesa entre nós. A época barroca no Brasil, no dizer <strong>de</strong><br />

José A<strong>de</strong>ral<strong>do</strong> Castello, “sempre em correspondência” com a literatura portuguesa data<br />

<strong>de</strong> 1601-1768:<br />

Sempre em correspondência com a literatura portuguesa levan<strong>do</strong> em<br />

conta a freqüência <strong>do</strong>s estilos <strong>literário</strong>s e o processo <strong>de</strong> nossa<br />

formação histórica, a época barroca das manifestações literárias no<br />

Brasil –Colônia tem como ponto <strong>de</strong> referência inicial a publicação <strong>do</strong><br />

poemeto Prosopopéia, em 1601.Esten<strong>de</strong>-se até o momento em que<br />

Cláudio Manuel da Costa, com <strong>sua</strong>s Obras Poéticas, editadas em<br />

1768, editadas em 1768, atesta a transição <strong>do</strong> estilo <strong>barroco</strong> para o<br />

estilo arcádico, particularmente no <strong>do</strong>mínio da poesia (...) A figura <strong>de</strong><br />

Anchieta então se <strong>de</strong>fine, histórica e literariamente, e se reinsistimos<br />

em Bento Teixeira é porque ele já reflete o complexo <strong>de</strong> condições<br />

que nos <strong>de</strong>ram a reconhecer as diferenciações iniciais que a ativida<strong>de</strong><br />

literária <strong>do</strong> Brasil-Colônia apresenta quanto à <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Portugal<br />

coloniza<strong>do</strong>r. (CASTELLO, 1960 :58-59)<br />

É muito importante elucidarmos que quan<strong>do</strong> falamos em correspondência,<br />

estamos nos referin<strong>do</strong> à correspondência <strong>de</strong> estilo entre o <strong>barroco</strong> português e brasileiro.<br />

Cabe lembrar que o fenômeno cultural <strong>barroco</strong> chega com atraso à América, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> atuar propagandisticamente e <strong>de</strong> per<strong>sua</strong>dir até a <strong>de</strong>voção. Se as<br />

manifestações culturais chegavam sempre em atraso na América Portuguesa, isso<br />

significa que a cronologia entre o perío<strong>do</strong> <strong>literário</strong> <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>barroco</strong> português e o<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>barroco</strong> brasileiro não é exata. Neste senti<strong>do</strong>, o historia<strong>do</strong>r <strong>literário</strong><br />

brasileiro Afrânio Coutinho diverge <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r <strong>literário</strong> português Fi<strong>de</strong>lino <strong>de</strong><br />

Figueire<strong>do</strong> quanto à questão <strong>do</strong> entendimento crítico da periodização literária:<br />

É que a maioria <strong>do</strong>s historia<strong>do</strong>res <strong>literário</strong>s, a começar pelo gran<strong>de</strong><br />

Fi<strong>de</strong>lino <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong> para Portugal, <strong>de</strong>nominava “clássica” a<br />

literatura produzida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Renascimento até o Romantismo,<br />

portanto cobrin<strong>do</strong> os três séculos “clássicos” da Literatura Portuguesa<br />

e os brasileiros da fase colonial. Contestei essa teoria, asseveran<strong>do</strong><br />

que a literatura brasileira da chamada fase colonial era barroca e não<br />

clássica. Isso está profusamente discuti<strong>do</strong> e <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> em meu<br />

trabalho, graças ao estu<strong>do</strong> e a análise <strong>de</strong> figuras que ocupavam a<br />

época, e também ao exame <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>barroco</strong>, aplica<strong>do</strong> à<br />

literatura e artes em geral, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os trabalhos pioneiros <strong>de</strong> Wolffin<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1879. (COUTINHO,1994:226)<br />

O perío<strong>do</strong> Barroco em Portugal data <strong>de</strong> 1620-1750, conforme Maria Lucília<br />

Gonçalves Pires os escritores portugueses representativos <strong>de</strong>sse perío<strong>do</strong> são:<br />

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