a invenção do conceito de barroco literário e sua ... - pucrs
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Na literatura portuguesa, <strong>barroco</strong>s são Francisco <strong>de</strong> Portugal, Violante<br />
<strong>do</strong> Céu, Madalena da Glória, Antonio Álvares Soares, Brás Garcia <strong>de</strong><br />
Mascarenhas, Botelho <strong>de</strong> Carvalho, Jacinto Freire <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,<br />
Manuel <strong>de</strong> Gallego, Paulo Gonçalves <strong>de</strong> Andrada, Jerônimo Baía,<br />
Antonio Barbosa Bacelar, Fr. Antonio das Chagas, Botelho <strong>de</strong><br />
Oliveira, Gregório <strong>de</strong> Matos, e muitos outros inéditos ou anônimos –<br />
até àquele Francisco <strong>de</strong> Pina e Melo.(PIRES,2001:39)<br />
Em Portugal, os estu<strong>do</strong>s críticos da Prof. Maria Lucília Gonçalves Pires sobre a<br />
revalorização <strong>do</strong> <strong>barroco</strong> são fundamentais. Além da referida professora <strong>de</strong>vemos<br />
mencionar os estu<strong>do</strong>s críticos <strong>de</strong> José Adriano Carvalho, Aníbal Pinto <strong>de</strong> Castro, Ana<br />
Hatlerly, Margarida Vieira Men<strong>de</strong>s, Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Berchior Pontes, Paulo Jorge da<br />
Silva Pereira, Victor Manuel <strong>de</strong> Aguiar e Silva que além <strong>de</strong> reabilitarem o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>barroco</strong> <strong>literário</strong> e <strong>sua</strong> contribuição na literatura contemporânea, procuram <strong>de</strong>marcar a<br />
especificida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estilo <strong>literário</strong> <strong>barroco</strong> em relação ao estilo <strong>literário</strong> maneirista. O<br />
<strong>barroco</strong> português é também um ponto <strong>de</strong> partida para o estu<strong>do</strong> da alterida<strong>de</strong> uma vez<br />
que recebeu influxos <strong>do</strong> <strong>barroco</strong> espanhol e italiano tanto na literatura quanto nas artes.<br />
No caso <strong>do</strong> <strong>barroco</strong> brasileiro, Alfre<strong>do</strong> Bosi em seu conceitua<strong>do</strong> livro História<br />
Concisa da Literatura Brasileira afirma que houve ecos <strong>do</strong> Barroco europeu durante os<br />
séculos XVII e XVIII no Brasil e tivemos autores como Bento Teixeira, Gregório <strong>de</strong><br />
Matos,Botelho <strong>de</strong> Oliveira, Padre Antonio Vieira, Nunes Marques Pereira apenas para<br />
citarmos os autores mais conheci<strong>do</strong>s. No dizer <strong>de</strong> Bosi é lícito falarmos <strong>de</strong> um <strong>barroco</strong><br />
brasileiro:<br />
Na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XVIII,porém, o ciclo <strong>do</strong> ouro já daria um<br />
substrato material à arquitetura, à escultura e `a vida musical, <strong>de</strong> sorte<br />
que parece lícito falar <strong>de</strong> um “Barroco Brasileiro” e, até mesmo,<br />
“mineiro”, cujos exemplos mais significativos foram alguns trabalhos<br />
<strong>do</strong> Aleijadinho, <strong>de</strong> Manuel da Costa Ataí<strong>de</strong> e composições sacras <strong>de</strong><br />
Lobo <strong>de</strong> Mesquita, Marcos Coelho e outros ainda mal i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s.<br />
(BOSI, 2006: 34)<br />
Ao revisitarmos história da literatura brasileira, constatamos que o estilo<br />
<strong>barroco</strong> está muito associa<strong>do</strong> aos <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> literatura colonial e <strong>de</strong> provincianismo.<br />
Desta forma, o que se pesquisava e escrevia a respeito <strong>do</strong> Barroco tinha senti<strong>do</strong> ao mais<br />
das vezes curioso, biografista, timidamente preso ao factual e ufanista, muito ao sabor<br />
aliás da historiografia nacional <strong>do</strong> tempo. Afrânio Coutinho, ao reinterpretar a Literatura<br />
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