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12083458 miolo Haydee.indd - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

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veio conversar comigo depois do espetáculo: O<br />

português é meio difícil, mas depois a gente<br />

vai no embalo. E eram crianças simples que não<br />

conheciam teatro. Então eu pergunto: por que<br />

criar embaraços desnecessários? O bom teatro<br />

comunica direto a todo e qualquer público, seja<br />

ele adulto ou infantil, seja erudito ou popular.<br />

Cabe ao diretor, ao lidar com os clássicos, saber<br />

ligar a época do texto à atualidade. É perfeitamente<br />

possível, sem alterar o texto, trazer vivo<br />

o passado para o presente. Mesmo que seja um<br />

português vicentino, pode deixar como está no<br />

original. Um bom Molière pode ser muito bem<br />

aproveitado, pois as críticas sociais que estão incutidas<br />

em sua obra persistem até os nossos dias,<br />

tal qual em O Tartufo. A peça evidencia quanto<br />

os impostores tiram proveito da ingenuidade<br />

alheia; idem na peça O Avarento, na qual a<br />

ganância e o egoísmo são levados ao extremo.<br />

Cabe ao realizador encontrar uma maneira de<br />

mostrar o tema daquela época sob as perspectivas<br />

do momento atual, mas o espírito da peça<br />

deve ser preservado.<br />

Eu sempre fui adepta de que o texto de Shakespeare<br />

não é difícil, e tudo o que ele sugerir de<br />

interpretação é preciso aproveitar. Está tudo<br />

ali. O complicado é saber cavoucar o texto.<br />

Shakespeare é poético, mas não declamatório.

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