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a mudança ortográfica como unificação da língua portuguesa - Ulbra

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e não de <strong>como</strong> são pronuncia<strong>da</strong>s as palavras. Estrela mostra <strong>como</strong> não são a mesmas coisas<br />

a pronúncia e a ortografia:<br />

Há quem questione a uniformização <strong>da</strong> escrita, invocando as diferenças<br />

vocabulares e de pronúncia entre Portugal e o Brasil. Ora, escrever do mesmo<br />

modo não significa falar do mesmo modo, <strong>como</strong> provam, designa<strong>da</strong>mente, os<br />

alentejanos e os micaelenses. E, quanto ao vocabulário, recordo que em território<br />

português, por exemplo, o estrugido e a sertã convivem, sem problemas, com o<br />

refogado e a frigideira. (ESTRELA, 2009)<br />

Para D’ Silvas Filho a escrita é um modo de reduzir a fonética <strong>da</strong>s palavras, pois<br />

não é o simplificar a ortografia que será esqueci<strong>da</strong> o <strong>como</strong> se originou as palavras, e que o<br />

escrever é transcrever o que se teve entonação que se compreende ao pronunciar as<br />

palavras:<br />

A <strong>língua</strong> precisa de ser simplifica<strong>da</strong>. Sem abandonar a sua matriz etimológica,<br />

para que se a<strong>da</strong>pte às várias pronúncias, deve, no entanto, expurgar-se de<br />

elementos presentemente inúteis (…). Por mais que alguns linguistas defen<strong>da</strong>m<br />

paradoxalmente o contrário, o senso comum diz-nos que é mais lógico ler e é<br />

mais fácil escrever as palavras sem as letras que não têm qualquer função na<br />

orali<strong>da</strong>de (FILHO, 2008)<br />

Através dessa simplificação podemos compreender o porquê <strong>da</strong> eliminação do uso<br />

do trema, por se tratar de um sinal de acentuação que pouco era usado entre os escritores<br />

perdendo sua credibili<strong>da</strong>de nas palavras.<br />

Segundo Deonísio <strong>da</strong> Silva, esse novo Acordo Ortográfico será um sucesso para a<br />

<strong>unificação</strong> <strong>da</strong> Língua Portuguesa, pois irá acabar com as duas ortografias presentes<br />

tornando-se uma só <strong>como</strong> em outras <strong>língua</strong>s, mas para que obtenha um resultado<br />

satisfatório deverá ter o apoio de todos os usuários <strong>da</strong> linguagem:<br />

Línguas de cultura <strong>como</strong> o latim, o grego, o inglês, o francês, o alemão, o<br />

espanhol e o italiano estão unificados há muito tempo. Até o árabe, que tinha<br />

catorze grafias, agora tem uma só. Passou o tempo de lamentar e reiterar que o<br />

Acordo poderia ter sido feito de outro modo. É hora de, todos juntos,<br />

colaborarmos para sua aplicação. O Acordo agora é lei. (SILVA, 2010)<br />

Pela trajetória de reformas <strong>ortográfica</strong>s que a Língua Portuguesa já tem enfrentado<br />

essa será a mais razoável, pois serão menos de 2% as alterações que os países deverão<br />

acrescentar aos seus vocabulários. No Brasil serão apenas 0,45% <strong>da</strong>s alterações entre as<br />

palavras. Os linguistas esperam que esse seja o último acordo ortográfico de Língua<br />

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