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22 e 23 - Rodriguésia - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

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— 159 —<br />

ta<strong>do</strong>s a contribuir para o progresso da Scientia amata, e talvez,<br />

mesmo, para o <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. A influência <strong>de</strong>sses cem mil<br />

homens instruidcs é todavia surpreen<strong>de</strong>ntemente pequena.<br />

Po<strong>de</strong>-se dizer, aliás, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais amplo, que embora<br />

to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> se tenha beneficia<strong>do</strong> com os progressos basea<strong>do</strong>s<br />

nas <strong>de</strong>scobertas das ciências botânicas, zoológicas e médicas,<br />

seus negócios e questões raramente são conduzi<strong>do</strong>s em<br />

harmonia com os postula<strong>do</strong>s da biologia e ciências afins.<br />

Há muitas causas para esse esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas, geralmente<br />

fáceis <strong>de</strong> discutir e analisar, mas difíceis <strong>de</strong> remover. Uma<br />

<strong>de</strong>las é o fato <strong>de</strong> não formarem, esses vários grupos <strong>de</strong> biologistas,<br />

uma unida<strong>de</strong> ou mesmo um conglomera<strong>do</strong>, mas<br />

antes um grupo heterogêneo <strong>de</strong> indivíduos sujeitos à força<br />

centrífuga. Um arboreto bem organiza<strong>do</strong> come vimos, ajudaria<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente a missão <strong>de</strong> reunir as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

algumas <strong>de</strong>ssas forças. Entretanto permanece a dificulda<strong>de</strong><br />

resultante da especialização estrita da maioria <strong>do</strong>s pesquiza<strong>do</strong>res.<br />

Ser um bom biólogo, com visão panorâmica <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

vivo, é um <strong>de</strong>sejo mais freqüentemente expresso <strong>do</strong> que<br />

compreendi<strong>do</strong>. Em primeiro lugar, seria necessário manter-se<br />

ao par <strong>do</strong> progresso científico, através <strong>do</strong>s jornais e<br />

revistas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os cantos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Seria, entretanto, suficiente<br />

ter acesso à literatura científica? Pô<strong>de</strong> alguém ser<br />

bom biólogo acompanhan<strong>do</strong> a literatura <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o largo horizonte<br />

da biologia e concentran<strong>do</strong>, por outro la<strong>do</strong>, suas<br />

energias nos problemas <strong>do</strong> seu próprio e reduzi<strong>do</strong> campo ?<br />

E' difícil respon<strong>de</strong>r-se a essas perguntas, principalmente<br />

sem consi<strong>de</strong>rar a maior praga da mo<strong>de</strong>rna biologia e<br />

uma das maiores razões <strong>de</strong> nossa ineficácia como grupo —<br />

a lacuna, hoje quase intransponível, entre a taxinomia, por<br />

um la<strong>do</strong>, e a biologia geral, pelo outro.<br />

Muitas vezes, em conseqüência <strong>do</strong> trato continua<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

seus problemas especiais, sistematas botânicos e horticultores<br />

acostumaram-se a pensar em termos <strong>de</strong> espécies, sub-es-

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